Manual SBV e PLS 2045

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1. O SIEM – Sistema Integrado de Emergência Médica

O SIEM é representado pela estrela da vida com seis pontas


as quais simbolizam cada uma das fases deste sistema.

Figura ainda um bastão e uma serpente representativos das


ciências da saúde.

Objectivos do SIEM

Alguns dos principais objectivos do SIEM, são:

• Promover um rápido socorro;

• Estabilizar as lesões;

• Transporte adequado;

• Tratamento hospitalar.

O INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) detém o papel de organismo


regulador das actividades de emergência médica.

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Quem intervém no SIEM
O SIEM tem vários intervenientes, tais como:

• Público;

• Operadores de Central;

• Agentes de Autoridade;

• Bombeiros;

• Tripulantes Ambulância;

• Médicos;

• Enfermeiros;

• Técnicos dos hospitais;

• Técnicos de Telecomunicações;

Subsistemas que funcionam permanentemente no INEM


O INEM tem permanentemente outros subsistemas a funcionarem, dos quais
identificamos os mais importantes:

• CIAV – Centro de Informação Anti-Venenos;

• RN - Transporte de Recém-Nascidos;

• CODU – Centro de Orientação de Doentes Urgentes;

• CODU-MAR - Centro de Orientação de Doentes Urgentes no Mar.

• NRBQ – Intervenção em Ambiente Nuclear, Radiologico, Biologico e Quimico;

• VIC – Viatura de Intervenção em Catastrofe;

• SIV – Ambulancia de Suporte Imediato de Vida;

• VMER – Viatura Medica de Emergencia e Reanimação;

• HELI – Helicoptero de treansporte de vitimas emergentes

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2. Cadeia de Sobrevivência
A cadeia de sobrevivência pode ser resumida no seguinte diagrama.

112   

INEM

 Instituto Nacional de Emergência Médica


 Organismo regulador das actividades de emergência médica
 112

Informações fundamentais para o INEM:

 Quem – idade, sexo, gravidez;

 O quê – produto, animal, planta, cogumelo;

 Quanto – quantidade de produto, tempo de exposição;

 Quando – há quanto tempo;

 Onde – em casa, no campo, na fábrica;

 Como – em jejum, com alimentos, com bebidas alcoólicas.

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EXAME À VITIMA

1. Exame à vitima
Antes de qualquer procedimento relacionado com o exame da vítima é essencial garantir
a sua segurança, bem como a equipa da equipa e da vítima.

Asseguradas as condições de segurança no local, o socorrista deve então iniciar a


avaliação do estado da vítima, de forma a poder socorrer por ordem de prioridade e de
gravidade as lesões que esta apresente, nunca esquecendo que não deve avançar no
exame se não tiver corrigido uma alteração anteriormente detectada.

O socorrista deve efectuar um rápido e minucioso exame primário para avaliar a


existência de alterações das funções vitais. Estas colocam em risco imediato a vida da
vítima.

1.1. Exame primário


O exame primário tem como finalidade detectar a existência de situações que possam
pôr em perigo imediato a vida da vítima, ou seja, situações de compromisso das funções
vitais (aquelas que colocam em risco imediato a vida da vítima) sendo então,
fundamental a sua correcção e a prestação dos cuidados de emergência adequados.

No exame primário da vítima o socorrista deve seguir a seguinte lista de prioridades:

1. Avaliar o estado de consciência;


2. Avaliar se ventila;
3. Avaliar se tem pulsação;
4. Detectar hemorragias externas graves;
5. Detectar sinais evidentes de choque.

No caso de acidente ou de situação desconhecida, suspeite sempre que a vítima possa


ter lesões crânio-encefálicas e ou vertebro-medulares.
A abordagem inicial deverá cumprir com os passos ABCDE:

A nomenclatura AVDS é a seguinte:

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SUPORTE BÁSICO DE VIDA

1. Introdução
O suporte básico à vida (SBV) é um conjunto de procedimentos e manobras bem
definidas e com metodologias padronizadas, cuja aplicação tem por finalidade a
manutenção das principais funções vitais da vítima (cardíaca e respiratória) até à
chegada do socorro diferenciado; estes procedimentos sucedem-se de forma
encadeada e impõem uma sequência de atitudes em que cada elo articula o
procedimento anterior com o seguinte.

O conceito de suporte básico de vida significa que não é utilizado qualquer equipamento.
A utilização de uma máscara facial ou qualquer outro artefacto, implica a designação de
suporte básico de vida com via aérea auxiliar.

Este conjunto de metodologias tem como objectivo:

 reconhecer as situações de perigo de vida iminente,


 saber como e quando pedir ajuda,
 saber iniciar de imediato as manobras que contribuem para a
preservação/restabelecimento da ventilação e da circulação (principais funções
vitais) até que a vítima possa ser medicamente assistida.

Quando a vítima passa a ser assistida pelos profissionais de saúde que dispõe de meios
de salvamento adequados por ex.: VMER (desfibriladores, ventiladores, medicação, etc)
passamos a estar perante o que se designa como Suporte Avançado de Vida.

As manobras de SBV não são, por si só, suficientes para recuperar a maior parte das
vítimas de paragem cárdio-respiratória.

O SBV tem por objectivo manter a ventilação e circulação adequadas, até que se
consigam obter os meios que revertam da causa da paragem.
É uma “situação de suporte”, embora em certas ocasiões, como quando a patologia
primária é uma falência respiratória, pode por si só reverter a causa e permitir a
recuperação total.

Se a falência circulatória durar mais de 3 a 4 minutos, acarreta dano cerebral e é por


isso que o atraso em iniciar SBV reduz as hipóteses de sucesso.

Nunca é demais realçar a importância de iniciar rapidamente as manobras de SBV, o


que obriga a treinar e organizar socorristas capazes de cumprir correctamente os
procedimentos recomendados.

No indivíduo com paragem cardio-pulmonar as reservas de energia e de oxigénio do


cérebro esgotam-se ao fim de cinco minutos. A partir desse momento o sofrimento
cerebral vai-se agravando de tal forma que, se a paragem persiste, diminui
exponencialmente com o tempo decorrido a probabilidade de recuperação cerebral
compatível com uma vida de relação comparável à que existia antes da paragem.

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1.1. SBV
O conceito de SBV pressupõe um conjunto de procedimentos encadeados com o
objectivo de fornecer oxigénio ao cérebro e coração, sem recurso a equipamentos
diferenciados, até que o suporte avançado de vida o substitua.

2. Procedimentos em SBV
O socorrista deve ter presente quais são os passos e observar a sua ordem de sucessão
antes de iniciar a sua actuação.

2.1 Prevenir - proteger


O socorrista antes de iniciar a reanimação deve avaliar rapidamente os riscos e verificar
se estão reunidas as condições de segurança que permitam iniciar a sua actuação.

Ex: Tráfego, desmoronamento, fumos, gases tóxicos, envenenamento, intoxicações,


doenças, etc.

2.2 Avaliar a situação.


Depois de assegurar que estão garantidas as condições de segurança, devemos fazer
avaliação da vítima. E, para isso usamos a seguinte sequência:

1. Avaliar o estado de consciência;

2. Avaliar se ventila;

3. Avaliar se tem pulso;

4. Detectar hemorragias externas graves;

5. Detectar sinais evidentes de choque.

2.3 Actuar
Os 3 elementos básicos (ABC) do suporte básico de vida são:

• AIRWAY (Via aérea)

• BREATHING (respiração)

• CIRCULATION (circulação)

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PARAGEM CARDIO-RESPIRATÓRIA

Os principais objectivos da ressuscitação cárdio-respiratória são oxigenar e fazer


circular o sangue até que uma equipa de emergência treinada possa oferecer suporte
avançado de vida.
Quanto menor for o tempo da paragem, maiores são as probabilidades de salvamento
da vítima.

a) Determinar estado de consciência


Para a determinar, estimule nos ombros da vítima e pergunte em tom audível, “Você
está bem?”.
Não espere uma resposta mas alguma reacção:
- Contracção das pálpebras
- Movimento muscular
- Voltar-se para o som, etc.
Se não houver nenhuma reacção a vítima não está reactiva.

b) Activar a emergência médica


Indicar:
- Local onde se encontra a vítima.
- O nº de telefone de onde se efectua a chamada.
- O sucedido.
- O nº de vitimas.
- Os cuidados prestados, etc.
c) Desobstruir as vias aéreas
-Ter em atenção que, se a vítima estiver inconsciente, a língua pode “cair”, obstruindo
as vias aéreas.
-Se não houver suspeita de trauma, a cabeça deve ser colocada em hiperextensão.
-Se Houver suspeita de trauma, procedesse á sub luxação da mandíbula.

d) Verificar a presença / ausência de respiração


Colocando o ouvido perto da boca e do nariz da vítima, durante 10 segundos, deve
verificar-se se respira.
Método Ver – Ouvir – Sentir:
- Veja se existe respiração através do movimento do tórax.
- Ouça se o ar é expelido.
- Sinta a respiração contra a sua face.

e) Determinar a ausência de pulso


Palpando a cartilagem da tiroide (caroço), deslize os dedos lateralmente para o sulco
entre a traqueia e o músculo esternocleidomastóideo e procure o pulso carotídeo.

Se não sentir o pulso, tente imediatamente do lado oposto.


Se não sentir nada, comece SBV.

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3. Algoritmo do SBV
O algoritmo de suporte básico de vida sistematiza o que deve ser feito.

No entanto, para que estes gestos possam ser executados correctamente é necessário
fazer um curso de Suporte Básico de Vida (SBV).

O esquema que desenvolvemos na página seguinte discrimina o essencial dos


procedimentos a efectuar.

SEGURANÇA!

Abane suavemente e Chame alto

Responde Avalia a Vítima


sim

não

Gritar por ajuda!

Permeabiliza a Via Aérea


Ver, Ouvir e Senti r
(10 Seg.)

Respira
sim

Posição Lateral de Segurança

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Quando o coração começar a bater suspender a compressão torácica, mas manter a
ventilação até que a vítima respire por si.

Logo, que a vítima respire normalmente, coloque-a em PLS e deverá mantê-la


confortavelmente aquecida.

Em qualquer situação, mesmo que aparente recuperação total, a vítima deverá ser
enviada ao Hospital.

É uma situação Grave que necessita de transporte urgente para o Hospital.

6. Posição Lateral de Segurança (PLS)


A posição lateral de segurança, poderá ser considerada uma posição anatomicamente
perfeita. Em abono disso, podemos referir o comportamento do recém-nascido que,
imediatamente após o nascimento e uma vez colocado sobre uma determinada
superfície, automaticamente e de forma instintiva se posiciona na PLS.

A PLS é protectiva, salvaguarda o bom funcionamento da função respiratória nas


situações que possam vir a desencadear o vómito ou a expulsão de secreções,
comprometendo deste modo, uma das mais nobres funções vitais.

Do exposto, claramente se depreende que, a importância da manutenção de uma


pessoa em PLS varia consoante a capacidade que essa pessoa manifesta para reagir
perante a ocorrência de uma eventual complicação ventilatória.

Nestes termos, será fácil concluir que, serão os bebés, as pessoas portadoras de
anomalia psíquica ou motora, as pessoas inconscientes ou muito debilitadas que mais
poderão beneficiar com a adopção deste posicionamento.

A PLS deverá ser utilizada em toda a pessoa inconsciente porque permite uma melhor
ventilação, libertando as vias aéreas superiores.

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Forma de actuar
Com a vítima deitada, colocar a cabeça em hiper-extensão e de lado (para impedir a
queda da língua para trás e a sufocação por sangue, vómitos ou secreções).

Colocar o braço do lado para onde virou a cabeça ao longo do corpo.

Flectir a coxa do outro lado.

Rodar lentamente o bloco cabeça-pescoço-tronco.

Manter a posição da cabeça para trás e para o lado, mantendo a boca aberta.

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6. Caixa de Primeiros Socorros
É a caixa, ou armário, de primeiros socorros que deve estar organizada, presente e
acessível em todos locais.

O conteúdo mínimo básico que deve conter uma caixa de primeiros socorros depende
das necessidades, alguns exemplos:

• Compressas embaladas individualmente e de tamanhos variados;

• Luvas de vários tamanhos;

• Adesivo hipoalergénico;

• Pensos rápidos de vários tamanhos;

• Ligaduras elásticas de vários tamanhos;

• Ligaduras não elásticas de vários tamanhos;

• Solução dérmica de Iodopovidona, (bactericida+fungicida).

• Soro fisiológico;

• Álcool a 70º (antisséptico);

• Tesoura forte para roupa;

• Gelo Químico;

 Pocket mask.

O material utilizado deve ser sempre reposto verificado o seu estado e a sua validade.

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