Tutela Administrativa Do Meio Ambiente
Tutela Administrativa Do Meio Ambiente
Tutela Administrativa Do Meio Ambiente
CRONOGRAMA:
1) Controle Prévio e Controle Sucessivo
2) Competência Administrativa
3) Infração Administrativa
4) Iniciativa para apuração da Infração Administrativa
5) Apuração Ex Offcio
6) Princípios norteadores do processo Administrativo Ambiental
7) Responsabilidade Objetiva ou Subjetiva?
8) Processo Administrativo para apuração de infrações ambientais
9) Das sanções e dosimetria
10) Reincidência
11) Da Prescrição
12) Conversão de multa simples
2) Competência Administrativa
=> Comum - art 23 da CF
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser
formulado por escrito e conter os seguintes dados:
DOS INTERESSADOS
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no
exercício do direito de representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela
decisão a ser adotada;
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada
previsão especial em ato normativo próprio.
5) Apuração Ex Offcio
• § 3 do art 70 lei 9605/98
• Dado o conhecimento administrativo ambiental é manifestação do dever fundamental de
proteção ao ambiente, a autoridade que tiver conhecimento de infração correspondente é obrigada a
promover a sua apuração imediata - sob pena de corresponsabilidade.
Princípios são normas jurídicas - para que o sistema jurídico seja unitário
Cuidando da matéria - o Decreto Federal 6.514 de 2008 dispõe sobre os princípios norteadores do
processo administrativo - e estabelece os critérios que o processo deve seguir.
Esses critérios estão elencados na LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. - que Regula o
processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
salvo autorização em lei;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
aos direitos dos administrados;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público
a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
Nota-se a opção pela responsabilidade administrativa ambiental subjetiva, já que deve obedecer à
sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, a existência do elemento subjetivo, culpa ou dolo, e o
nexo de causal entre a conduta e o dano.
Além disso, nesse mesmo julgado ocorreu a análise das sistemáticas cível e administrativa em matéria
ambiental, com o STJ decidindo que a responsabilidade administrativa é pessoal, limitando-se ao
transgressor, àquele que cometeu a infração administrativa ambiental, como se vê:
(…) 12. Em resumo: a aplicação e a execução das penas limitam-se aos transgressores; a reparação
ambiental, de cunho civil, a seu turno, pode abranger todos os poluidores, a quem a própria legislação
define como “a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental” (art. 3º, inc. V, do mesmo diploma
normativo).13. Note-se que nem seria necessária toda a construção doutrinária e jurisprudencial no
sentido de que a obrigação civil de reparar o dano ambiental é do tipo propter rem, porque, na verdade, a
própria lei já define como poluidor todo aquele que seja responsável pela degradação ambiental – e
aquele que, adquirindo a propriedade, não reverte o dano ambiental, ainda que não causado por ele, já
seria um responsável indireto por degradação ambiental (poluidor, pois). 14. Mas fato é que o uso do
vocábulo “transgressores” no caput do art. 14, comparado à utilização da palavra “poluidor” no § 1º do
mesmo dispositivo, deixa a entender aquilo que já se podia inferir da vigência do princípio da
intranscendência das penas: a responsabilidade civil por dano ambiental é subjetivamente mais
abrangente do que as responsabilidades administrativa e penal, não admitindo estas últimas que terceiros
respondam a título objetivo por ofensas ambientais praticadas por outrem (REsp nº 1251697/PR, Rel.
Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, j. 12.04.2012, DJe 17.04.2012).
Pela decisão, fica caracterizado que não há que confundir a responsabilidade civil, que é objetiva,
aprumada no conceito de poluidor direto e indireto e no caráter de solidariedade, com a responsabilidade
administrativa, que é pessoal e exige o elemento subjetivo e o nexo causal. A responsabilidade civil
ambiental objetiva é mais ampla, ao passo que a responsabilidade administrativa ambiental é pessoal e
não admite que terceiros respondam a título objetivo por ofensas ambientais praticadas por outrem.
No ano de 2015, o STJ vislumbrou decisões que albergaram tanto a tese da responsabilidade
administrativa objetiva quanto subjetiva.
Em uma inflexão à posição corrente, a Primeira Turma adotou a tese da responsabilidade administrativa
objetiva, como se vê:
(…) 1. A responsabilidade administrativa ambiental é objetiva. Deveras, esse preceito foi expressamente
inserido no nosso ordenamento com a edição da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.
6.938/1981). Tanto é assim, que o § 1º do art. 14 do diploma em foco define que o poluidor é obrigado,
sem que haja a exclusão das penalidades, a indenizar ou reparar os danos, independentemente da
existência de culpa.(REsp 1318051/RJ, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em
17/03/2015, DJe 12/05/2015).
Contudo, a mesma Turma, três meses depois, voltou a caracterizar a responsabilidade administrativa
como subjetiva, a saber:
Em reforço à tese da responsabilidade administrativa subjetiva, o julgado mais recente sobre a temática,
publicado em setembro de 2016, proferido pela Segunda Turma do STJ:
(…) 4. Todavia, os presentes autos tratam de questão diversa, a saber a natureza da responsabilidade
administrativa ambiental, bem como a demonstração de existência ou não de culpa, já que a controvérsia
é referente ao cabimento ou não de multa administrativa. 5. Sendo assim, o STJ possui jurisprudência no
sentido de que, “tratando-se de responsabilidade administrativa ambiental, o terceiro, proprietário da
carga, por não ser o efetivo causador do dano ambiental, responde subjetivamente pela degradação
ambiental causada pelo transportador” (AgRg no AREsp 62.584/RJ, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Rel.
p/ acórdão Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, DJe 7.10.2015). 6. “Isso porque a aplicação
de penalidades administrativas não obedece à lógica da responsabilidade objetiva da esfera cível (para
reparação dos danos causados), mas deve obedecer à sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, a
conduta deve ser cometida pelo alegado transgressor, com demonstração de seu elemento subjetivo, e
com demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano” (REsp 1401500/PR, Rel. Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, julgado em 16/08/2016, DJe 13/09/2016).
10. Reincidência
Nas infrações administrativas ambientais, a reincidência ocorre dentro do período de 05 (cinco)
anos, contados da data da lavratura do auto confirmado em julgamento definitivo do órgão ambiental
aplicador da sanção (art. 11, caput, do Decreto nº 6.514/2008).
Caso o autuado cometa nova infração dentro do prazo de 05 (cinco anos, aplicar-se-á multa em
triplo, caso se verifique o cometimento da mesma infração (art. 11, I). Caso a infração seja
distinta, aplica-se a multa em dobro (art. 11, II).
11. Da Prescrição
Prescreve em 05 (cinco) anos a pretensão punitiva, contados da data da prática do ato, ou, em
infrações permanentes, do dia em que tiver cessado (art. 21 do Decreto nº 6.514/2008).
(CP)Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no §
1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,
verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
VI - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.
(Revogado)
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº
12.234, de 2010).
Prescrição das penas restritivas de direito
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as
privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
12. Conversão de multa simples
A conversão de multa simples em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade
do meio ambiente é um procedimento previsto no § 4º do art. 72 da Lei nº 9.605/1998. Sua aplicação
restringe-se à multa simples.
Em termos diretos, o autuado poderá, desde que aprovado pelo órgão ambiental, substituir o
pagamento da multa simples em projetos e atividades de melhoria do meio ambiente.
Estabelece o art. 140 do Decreto nº 6.514/2008 que são considerados serviços de preservação,
melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente:
a)execução de obras ou atividades de recuperação de danos decorrentes da própria infração;
b)implementação de obras ou atividades de recuperação de áreas degradadas, bem como de
preservação e melhoria da qualidade do meio ambiente;
c)custeio ou execução de programas e de projetos ambientais desenvolvidos por entidades
públicas de proteção e conservação do meio ambiente; e
d)manutenção de espaços públicos que tenham como objetivo a preservação do meio ambiente.
A conversão de multa é solicitada pelo autuado por ocasião da apresentação da defesa (art. 142).
Questões:
1. (CESPE – 2015 – TRF – 1ª REGIÃO – Juiz Federal Substituto) Acerca do poder de polícia
ambiental, da responsabilidade ambiental e das infrações ambientais no âmbito federal, assinale a opção
correta de acordo com a legislação vigente.
(A)Na apuração de infrações administrativas ambientais, aplicar-se-á prescrição intercorrente quando os
processos instaurados ficarem paralisados por mais de dois anos sem julgamento ou despacho.
(B)Uma vez aplicada advertência para os casos de infrações de menor potencial ofensivo, o órgão
ambiental não poderá aplicar multa pelo mesmo fato.
(C)O cumprimento de termo de compromisso perante o órgão ambiental relativo à conversão de multa
simples em prestação de serviços de preservação do meio ambiente, obedecidas as exigências legais,
provoca efeitos tanto na esfera administrativa quanto na esfera civil.
(D)Haverá ilegalidade na aplicação de sanções administrativas cuja fundamentação jurídica específica
indique ilícito constante de decreto regulamentar, visto que a responsabilização administrativa ambiental
exige descrição de fatos ilícitos em lei.
(E)O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é incompetente para a lavratura dos
autos de infrações cometidas no interior de unidade de conservação federal, dado que o poder de polícia
ambiental no âmbito federal é exclusivo do Ibama.
2. (CESPE – 2016 – Juiz de Direito/AM) O fiscal de determinado órgão ambiental constatou que um
madeireiro cortava árvores de espécies protegidas. O madeireiro apresentou autorização para cortar
exemplares que apresentavam risco de queda, mas, dado o excesso de espécimes cortados, o fiscal
considerou que a situação configurava tanto infração administrativa como crime ambiental. Considerou,
ainda, após exame da autorização, que o documento estava em desacordo com as normas ambientais
aplicáveis, inclusive por vício de competência.
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta acerca de infrações ambientais e poder de
polícia.
(A)É correto afirmar que o órgão de lotação do fiscal é o Ibama.
(B)Cabem ao fiscal a lavratura do auto de infração ambiental e a instauração tanto do processo
administrativo quanto do inquérito criminal contra o madeireiro.
(C)Para a lavratura do auto de infração, é desnecessária análise do elemento subjetivo do madeireiro,
pois a responsabilidade civil por dano ambiental é objetiva.
(D)Se deixar de proceder à apuração mediante processo administrativo próprio, o fiscal poderá ser
corresponsabilizado pelo corte ilegal das árvores.
(E)A concessão de autorização em desacordo com as normas ambientais só configura crime se tiver
havido dolo do servidor que a concedeu.
3. (CESPE – 2016 – Juiz de Direito/AM) O fiscal de determinado órgão ambiental constatou que um
madeireiro cortava árvores de espécies protegidas. O madeireiro apresentou autorização para cortar
exemplares que apresentavam risco de queda, mas, dado o excesso de espécimes cortados, o fiscal
considerou que a situação configurava tanto infração administrativa como crime ambiental. Considerou,
ainda, após exame da autorização, que o documento estava em desacordo com as normas ambientais
aplicáveis, inclusive por vício de competência.
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta acerca de infrações ambientais e poder de
polícia.
(A)É correto afirmar que o órgão de lotação do fiscal é o Ibama.
(B)Cabem ao fiscal a lavratura do auto de infração ambiental e a instauração tanto do processo
administrativo quanto do inquérito criminal contra o madeireiro.
(C)Para a lavratura do auto de infração, é desnecessária análise do elemento subjetivo do madeireiro,
pois a responsabilidade civil por dano ambiental é objetiva.
(D)Se deixar de proceder à apuração mediante processo administrativo próprio, o fiscal poderá ser
corresponsabilizado pelo corte ilegal das árvores.
(E)A concessão de autorização em desacordo com as normas ambientais só configura crime se tiver
havido dolo do servidor que a concedeu.
Questões dissertativas
1.Ministério Público Estadual. Concurso: MPE-PB. Ano: 2011. Banca: MPE-PB. Pode-se exigir o
pagamento por uso de recurso ambiental ou a reparação por dano ao meio ambiente, independentemente
de cometimento de infração? Explique fundamentadamente.
Posicionar-se acerca da obrigatoriedade de pagamento não condicionada à configuração de infração
administrativa, destacando os correspondentes dispositivos constitucionais (art. 225, § 3º).
Definir o princípio do usuário-pagador, deparando o caráter preventivo por meio de sua correlação com
os princípios da precaução e prevenção que também devem estar devidamente delineados e
fundamentados.
Definir e fundamentar o princípio do poluidor-pagador, destacando o caráter repressivo da reparação do
dano ambiental acompanhado dos seguintes elementos: responsabilidade objetiva, prioridade na
reparação específica e solidariedade para suportar os danos causados ao meio ambiente.
3.Procurador Autárquico. Concurso: FATMA. Ano: 2011. Banca: FEPESE. Disserte acerca do instituto
da prescrição e dos prazos prescricionais em matéria ambiental, aplicáveis à pretensão punitiva da
Administração, à reparação civil e aos crimes ambientais.
Não há previsão legal sobre o instituto da prescrição aplicável à reparação do dano ambiental. Não
obstante, o norte é conferido pelos julgados do STJ que, de forma reiterada, decidem que a ação com
pretensão reparatória por danos ambientais difusos é imprescritível e, para tanto, passível de
ajuizamento a qualquer tempo. Quanto à esfera administrativa, prescreve em 05 (cinco) anos a pretensão
punitiva, contados da data da prática do ato, ou, em infrações permanentes, do dia em que tiver cessado
(art. 21 do Decreto nº 6.514/2008).
A ação de apuração das infrações administrativas inicia-se com a lavratura do auto de infração pelo
órgão ambiental (art. 21, § 1º, do Decreto nº 6.514/2008). Incidirá a prescrição no procedimento de
apuração do auto de infração paralisado por mais de 03 (três) anos, pendente de julgamento ou
despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem
prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação (art. 21, § 2º, do Decreto
nº 6.514/2008). Nesse caso, ocorre a prescrição intercorrente. Quando a infração administrativa for
ilícito penal, a prescrição se regerá pela esfera penal (art. 21, § 3º, do Decreto nº 6.514/2008). Por fim,
na esfera penal, a prescrição seguirá as regras do art. 109 do Código Penal.
4.Procuradoria Estadual. Concurso: PGE-SP. Ano: 2012. Banca: FCC. Um proprietário edificou, sem
licença ambiental, um galpão comercial em área ambientalmente protegida. Após funcionar por mais de
dois anos, o proprietário foi autuado e intimado a demolir o imóvel. O proprietário apresentou defesa à
autoridade ambiental pedindo que a pena não fosse aplicada, alegando que a referida demolição irá
trazer maiores impactos ambientais do que a manutenção do edifício no local. Pergunta-se: A) Há
fundamento legal de mérito para esta defesa? Justifique. B) O que a autoridade ambiental deve observar
no exame da defesa e na sua decisão? C) Se a edificação fosse residencial e a sua permanência no local
agravasse o dano ambiental, haveria possibilidade legal de a autoridade ambiental não aplicar a pena de
demolição?
A) A tese da defesa poderá prosperar, desde que laudo técnico comprovar que a demolição poderá trazer
prejuízos ambientais. É o que dispõe o art. 19, § 3º, do Decreto nº 6.514/2008: “Não será aplicada a
penalidade de demolição quando, mediante laudo técnico, for comprovado que o desfazimento poderá
trazer piores impactos ambientais que sua manutenção, caso em que a autoridade ambiental, mediante
decisão fundamentada, deverá, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, impor as medidas necessárias
à cessação e mitigação do dano ambiental, observada a legislação em vigor”.
B) Para eventual decisão de procedência da defesa, necessária a confecção de laudo técnico, que deverá
comprovar que o desfazimento poderá trazer piores impactos ambientais que sua manutenção. A
decisão, por sua vez, deverá ser fundamentada.
C) Não obstante a previsão do art. 112, § 3º, do Decreto nº 6.514/2008, que é aplicável somente no caso
de ato de fiscalização, a sanção de demolição deve ser aplicada em construção de obra em área
ambientalmente protegida em desacordo com a legislação ambiental ou quando a obra ou construção
realizada não atenda às condicionantes da legislação ambiental e não seja passível de regularização (art.
19, Decreto nº 6.514/2008). No caso, embora se trate de edificação residencial, a sua permanência no
local agrava o dano ambiental. Assim, somente com a possibilidade de regularização não seria
necessária a demolição.