Transtornos de Ansiedade e Avaliacao Psicologica I
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Transtornos de Ansiedade e Avaliacao Psicologica I
utilizados no Brasil
ARTIGO DE REVISÃO
Contents
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. MÉTODO
3. DESENVOLVIMENTO
3.1 ANSIEDADE
3.2 TRANSTORNOS DE ANSIEDADE DE ACORDO COM O DSM 5
3.2.1 TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
3.2.2 TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG)
3.2.3 FOBIA ESPECÍFICA
3.2.4 TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (TAS)
3.2.5 TRANSTORNO DO PÂNICO (TP)
3.2.6 AGORAFOBIA
3.2.7 MUTISMO SELETIVO
4. RESULTADO E DISCUSSÃO
4.1 INVENTÁRIO BECK DE ANSIEDADE (BAI)
4.2 ESCALA HOSPITALAR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO (HADS)
4.3 INVENTÁRIO DE ANSIEDADE TRAÇO-ESTADO (IDATE)
4.4 INVENTÁRIO DE FOBIA SOCIAL (SPIN)
4.5 ESCALA DE ANSIEDADE DE HAMILTON
4.6 OUTRAS INSTRUMENTOS ÚTEIS NA AVALIAÇÃO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
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RESUMO
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1. INTRODUÇÃO
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É importante mencionar que a avaliação psicológica é uma das áreas mais antigas da
psicologia (ANASTASI e URBINA, 2000; PRIMI, 2010). Testagens em larga escala somente no
fim final do século XIX, quando teve início a testagem psicológica moderna na França (HUTZ,
2015).
No Brasil, essa área foi incluída na própria Lei Federal no 4.119 (1962), que
regulamentou a profissão de psicólogo no país e, entre outras coisas, estabelecia
apenas uma função como privativa do psicólogo: a utilização de métodos e
técnicas psicológicas para fins de diagnóstico psicológico, orientação e seleção
profissional, orientação psicopedagógica e solução de problemas de ajustamento
(BUENO e PEIXOTO, 2018).
Hutz, (2015) ainda descreve o seguinte texto sobre a importância da avaliação psicológica:
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2. MÉTODO
Foi realizado uma revisão da literatura buscando em livros textos especializados, periódicos e
artigos científicos indexados (no Periódicos CAPES, Lilacs PubMed, Mediline, Scielo), visando
obter as informações e relatos dos autores sobre os instrumentos utilizados na avaliação
psicológica nos transtornos de ansiedade, com finalidade de descrever os mais utilizados.
3. DESENVOLVIMENTO
3.1 ANSIEDADE
A ansiedade é uma emoção normal, essencial e natural á vida humana, funcionando como
mecanismo de defesa, de caráter adaptativo e possuindo o papel de mediar a interação do
indivíduo com o meio ambiente e preparar para situações de ameaça e perigo comuns da
experiência humana (RAMOS, 2011). Em geral a ansiedade funciona como sinal de alerta,
pois adverte sobre perigos iminentes e impulsiona o indivíduo a tomar medidas para
enfrentar as ameaças (VASCONCELOS et al., 2008).
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Segundo Tess (1996) a ansiedade é um sinal de alerta, uma advertência sobre perigos
imediato, preparando-o a criar e tomar medidas para enfrentar uma ameaça vaga, onde a
situação de perigo não é concreta, no entanto leva a um repertório comportamental e
fisiológico em uma resposta e tem o sentido voltado para o futuro.
A ansiedade não é necessariamente uma condição patológica, mas uma condição natural do
organismo, que permite preparar-se para uma resposta, de defesa ou ataque, da melhor
forma possível, em situações novas ou desconhecidas, ou situações já conhecidas porém
interpretadas como eminentemente perigosas (SILVA, 2010). Esta condição só se torna
patológica quando atinge patamares muito elevados e contínuos, passando a prejudicar o
desempenho nas atividades diárias e gerar desequilíbrio físico e/ou emocional e assim
configurará em um estado de alerta constante, caracterizando as patologias designadas
como transtornos de ansiedade (ARAÚJO, 2011).
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O Brasil possui taxas muito elevadas de transtornos de ansiedade, sendo que fatores como:
socioeconômicos, pobreza, desemprego, fatores ambientais, estilos de vida em grandes
cidades favorecem este cenário (GONÇALVES e KAPCZINSKI, 2008). Por outro lado, os
Transtornos de Ansiedade, estão entre os Transtornos Mentais mais prevalentes em crianças
e adolescentes. Segundo Asbahr, (2004) perde apenas para o Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade (TDAH) e do Transtorno de Conduta.
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Crianças ou adolescentes, temem que alguma coisa possa acontecer a si mesmo ou ao seus
cuidadores, desde que sejam afastados destes. Assim, assumem comportamento de apego
excessivo a seus cuidadores, impedindo o afastamento ou até mesmo telefonando
sistematicamente para eles. Necessitam de companhia para dormir e podem resistir ao
sono, por medo de separação ou perda de controle. Referem-se a pesadelos, sobre os
temores de separação é comum recusa escolar secundária nesses pacientes (CASTILLO,
2000).
Basta uma criança imaginar que seus pais irão se ausentar para que possam surgir
manifestações somáticas de ansiedade (dor abdominal, dor de cabeça, náusea e vômitos).
Algumas apresentam palpitação, tontura e impressão de desmaio. Estudos retrospectivos
têm levantado a hipótese de que a ansiedade de separação na infância pode se constituir em
fator de risco para o aparecimento transtornos de ansiedade no adulto (CASTILLO, 2000).
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trabalho, saúde e finanças, a saúde dos membros da família, desgraças com seus
filhos ou questões menores (p. ex., realizar as tarefas domésticas ou se atrasar
para compromissos). As crianças com o transtorno tendem a se preocupar
excessivamente com sua competência ou a qualidade de seu desempenho.
Durante o curso do transtorno, o foco da preocupação pode mudar de uma
preocupação para outra. […] (DSM 5, 2014, p.222).
Indivíduos com fobia específica utilizam a evitação para solucionar o problema. Sua vida se
prende aos medos irreais e aflitivos. Eles explicam racionalmente seus medos, mas ao
mesmo tempo reconhecem os objetos ou situações são responsáveis apenas parcialmente
por seus sentimentos. Embora muitas vezes perceba seu medo como inadequado, creem que
a evitação da situação é a única escolha possível devido a seu medo intenso (MACKINNON,
2008).
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Em amostras clínicas, o TAS tem prevalência de 12,1% durante a vida. Os pacientes com
TAS são de 10 a 20% dos indivíduos com transtorno de ansiedade (MULULO et al., 2009).
Segundo Ramos (2009), os sintomas do TAS podem surgir na adolescência e evoluir em curso
crônico.
No transtorno do pânico ocorre um surto abrupto de medo, ou desconforto intenso que atinge
um pico em minutos e durante este tempo os sintomas mais comuns apresentados são:
palpitações, aceleração da frequência cardíaca, transpiração, sensação de falta de ar, ou de
estar sufocado, sensação de tontura, medo de perder o controle ou morrer,
despersonalização, desrealização, além de outros sintomas. O início é sempre súbito e a
duração de 10 a 30 minutos em média (DSM 5, 2014).
O ataque de pânico pode acontecer a qualquer pessoa, porém, somente as que apresentam
ataques frequentes, três ou mais durante um mês, são diagnosticadas como TP (RAMOS,
2009). Este transtorno alcança aproximadamente 3% da população e acarreta muito
sofrimento a pessoa e prejuízos em sua vida (SHINOHARA, 2005). Este Transtorno crônico
influencia a qualidade de vida dos pacientes, visto que sua repercussão atinge diversos os
contextos social, físico, familiar e ocupacional, (CARVALHO et al., 2008).
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3.2.6 AGORAFOBIA
O DSM 5, (2014), traz a descrição de que as crianças com mutismo seletivo quando
encontram outras pessoas em interações sociais, não iniciam o discurso ou não respondem
quando os outros lhes falam. A falta de discurso ocorre nas interações sociais tanto com
adultos como com outras crianças.
Crianças com este transtorno, falam em casa na presença dos membros da família, mas
muitas vezes, não falam com amigos próximos ou familiares de segundo grau. A perturbação
é muitas vezes marcada por ansiedade social elevada. Na escola, estas crianças recusam,
muitas vezes, falar, o tem repercussão no rendimento escolar.
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Os fatores de risco para o mutismo seletivo não estão bem identificados. A afetividade
negativa (neuroticismo) ou inibição comportamental podem desempenhar um papel, bem
como a história parental de timidez, isolamento social e ansiedade social. A nível ambiental,
os pais de crianças com mutismo seletivo foram descritos como excessivamente protetores e
mais controladores do que os pais de crianças com outra Perturbação de Ansiedade ou sem
perturbações. Devido à significativa sobreposição entre o mutismo seletivo e a fobia social,
poderão existir fatores genéticos comuns a ambas as condições (DSM 5, 2014).
4. RESULTADO E DISCUSSÃO
Araújo (2013), realizou uma revisão sistemática em busca dos instrumentos de avaliação
psicológicas disponíveis no Brasil, com relevância para diagnósticos dos transtornos de
ansiedade e dividiu os instrumentos em sete categorias. A primeira categoria inclui
instrumentos que analisam a ansiedade como construto global, nesta categoria está o
Inventário de Ansiedade Traço-Estado – IDATE). A segunda categoria envolve instrumentos
para avaliar transtornos psiquiátricos, como o (Screen for Child Anxiety Related Emotional
Disorders – SCARED) ou instrumentos para a avaliação de transtornos de ansiedade e
transtornos de outras categorias psiquiátricas (por exemplo, Composite International
Diagnostic Interview – CIDI).
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As Escalas Beck são inventários originalmente desenvolvido por Beck, Epstein, Brown e
Steer, em 1988 e adaptado por Jurema Alcides Cunha em 2001, apresenta bons coeficientes
de fidedignidade e validade. A primeira amostra de confiabilidade e validade deste
inventário, foi reportado pelo alfa de Cronbach em amostras de pacientes psiquiátricos, não
clínica e médico clínica. Os coeficientes para a amostras não clínicas variaram de 0,71 a
0,72. Além disso o intervalo de uma semana entre teste levou a correlação entre aplicações
em uma amostra da população geral de 0,99 (p<0,001) seu Manual evidência validade de
conteúdo, convergente, discriminante e fatorial (CUNHA, 2001).
As Escalas Beck são compostas por quatro medidas: a) Inventário de Depressão (BDI) que
mede a mede a intensidade da depressão; b) Inventário de Ansiedade (BAI), que mede a
intensidade da ansiedade; c) Escala de Desesperança (BHS) é conhecida medida de
pessimismo e é capaz de apresentar evidências sugestivas de risco de suicídio em indivíduos
deprimidos ou com história de tentativas de suicídio; e d) Escala de Ideação Suicida (BSI) que
detecta a presença de ideação suicida, mede a extensão da motivação e planejamento de
um comportamento suicida. Este instrumento é indicados para pessoas de 17 a 80 anos. No
Brasil apenas profissionais e estudantes de Psicologia supervisionados é permitido a plicação
deste teste. As escalas podem ser aplicadas separadamente ou não. É mais indicado o seu
uso conjunto, pois torna o diagnóstico mais preciso uma vez que os fenômenos investigados
frequentemente estão associados. O resultado não sofre influência da ordem de
apresentação (CUNHA, 2001).
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O BAI foi adaptado e padronizado para a população brasileira por Cunha (2001). Avalia
sintomas de ansiedade numa escala de zero a quatro pontos, e identifica níveis de gravidade
crescentes de cada sintoma (TAVARES et al., 2012).
Este instrumento já foi traduzida para vários idiomas. Botega et al., (1995) produziram um
estudo de validação da HADS em português. A HADS difere das demais escalas por excluir a
interferência dos distúrbios somáticos, assim não estão presentes na pontuação desta
escala, sintomas de ansiedade ou de depressão associados a doenças físicas.
Portanto não são incluídos itens como perda de peso, anorexia, insônia, fadiga, pessimismo
sobre o futuro, dor de cabeça e tontura, etc.
Este Inventário é um dos instrumentos mais usados com objetivo de quantificar componentes
subjetivos da ansiedade (KEEDWELL e SNAITH, 1996). Foi elaborado por Spielberger; Gorsuch
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e Lushene (1970) e no Brasil foi traduzido e adaptado por Biaggio e Natalício (1979). O IDATE
tem uma escala para avaliar a ansiedade enquanto estado (IDATE-E) e outra que verifica a
ansiedade enquanto traço (IDATE-T).
O estado ansioso retrata uma resposta transitória relacionada a uma situação de adversidade
que se apresenta em dado momento, já o traço refere-se a um aspecto mais estável, a
propensão do indivíduo em lidar com maior ou menor ansiedade ao longo da vida (CATTELL e
SCHEIER, 1961).
Spielberger et al., (1980) evidenciaram que a melhor classificação dos itens relativos a estes
dois fatores era aquela que continha conteúdos que manifestavam a presença ou ausência
de ansiedade.
No Brasil, a estrutura fatorial do IDATE-T foi pouco estudado. Entre os estudos, encontram-se
os de Pasquali et al., (1994) bem como os de Andrade et al., (2001), que encontraram
diferentes estruturas fatoriais em relação ao IDATE-T. Por exemplo, Pasquali e et al. (1994),
verificaram uma solução que ajudou a interpretação dos dois fatores do IDATE-T em
“ansiedade presente” e “ansiedade ausente”. Por outro lado, Andrade e et al. (2001)
relataram a presença de dois fatores relacionados com ansiedade e depressão.
As apreciações sobre a estrutura fatorial do IDATE constatam índice de consistência alta nas
duas escalas, sendo que o alfa de Cronbach em três amostras variou entre 0,82 e 0,89
(LORICCHIO, 2012).
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O Mini Inventário de Fobia Social (Mini-SPIN) é composto por três itens, os quais avaliam o
medo de constrangimento e evitação. Para cada item do inventário, é solicitado ao indivíduo
que indique o quanto as situações o incomodaram na última semana, devendo marcar uma
das cinco opções existentes, as quais variam de “Nada a extremamente”. A pontuação para
cada opção, varia de 0 a 4, e a pontuação total do instrumento varia de 0 a 12. Escores de 6
pontos ou mais sugerem que o clínico deve investigar a presença de fobia social
generalizada. A versão original em inglês deste instrumento apresenta boa sensibilidade
(88,7%), especificidade (90,0%) e eficiência diagnóstica (89,9%). Esse instrumento constitui
uma boa ferramenta para rastreamento da fobia social generalizada (CONNOR et al., 2001).
O Inventário de Fobia Social (SPIN) foi validado para o contexto brasileiro por Osório et al.,
(2005), sendo organizados em 17 itens que analisam sintomas relacionados ao transtorno de
ansiedade social. Estudos têm demonstrado indicadores de validade e fidedignidade
confiáveis para o SPIN em amostras brasileiras (ALVES, 2012). É um instrumento breve,
autoaplicável e de fácil administração, capaz de detectar sintomas de medo, evitação e
fisiológicos (ANGÉLICO, 2012).
Além dos instrumentos descritos acima por terem sido constatados como os mais usados ao
longo de 15 anos (2000 a 2015) na revisão de Obelar (2016), muitos outros testes são
usados com finalidade de avaliar os transtornos de ansiedade e devido a importância
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psicológica de cada um. Escala breve de avaliação psiquiátrica (BPRS); Escala de Ansiedade
de Zung; Subescala de ansiedade do Symptom Checklist (SCL-90); Escala Clínica de
Ansiedade (CAS); Escala Breve de Ansiedade (BAS); POMS (Profile of Mood States (POMS).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ansiedade é uma emoção normal, um sinal de alerta, que adverte sobre perigos iminentes
e que tem por função de mediar à interação do homem com o meio ambiente; sendo então
uma reação natural e necessária para autopreservação. Sintomas de ansiedade são
esperados em situações apropriadas. A ansiedade é considerada patológica, quando,
desproporcional em relação ao estímulo desencadeante. O Transtorno de Ansiedade é
geralmente identificado pela ocorrência repetida e intensa de diversos sintomas físicos
(taquicardia, sialosquese, hiperventilação pulmonar e transpiração excessiva),
comportamentais (agitação, insônia, exacerbação das reações a estímulos e medos) ou
cognitivos (agitação, aflição, preocupação, nervosismo e deficiência de atenção) (LOUZÃ et
al., 2011).
Um instrumento de avaliação psicológica deve estar adequado, e ter bases teóricos bem
fundamentadas em evidências empíricas, para gerar diagnósticos e prognósticos seguros
(CUNHA, 2001; PRIMI, 2010).
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Brasil para a avaliação dos transtornos de ansiedade e das qualidades dos instrumentos para
ter condições de selecionar o melhor e mais adequado instrumento para medir o que se
deseja, de acordo com os objetivos em questão.
A avaliação psicológica deve ser compreendida como mais do que simplesmente um campo
aplicado ao uso de medidas e técnicas. A avaliação, em geral, e o desenvolvimento de
instrumentos, servem para objetivar e operacionalizar teorias e construtos (PRIMI, 2010). Eles
envolvem a relação dos conceitos teóricos com os elementos observáveis e exigem a
aplicação do método científico. Buscando evidências de adequação dos instrumentos de
avaliação, os estudos auxiliam o desenvolvimento dos construtos avaliados (PRIMI, 2010).
Assim, os avanços dos estudos acerca da avaliação de ansiedade oferecem bases teóricas e
empíricos para o desenvolvimento e conhecimento deste construto e para a prevenção e o
tratamento dos Transtornos de ansiedade.
6. REFERÊNCIAS
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Transtornos de ansiedade e avaliação psicológica: Instrumentos
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Doutora em Patologia experimental e comparada – USP-SP.
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