9-Papel Dos Testes Na AP

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A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E O USO DE TESTES

A avaliação psicológica é um processo abrangente, que objetiva a obtenção de


dados detalhados sobre os sujeitos ou as situações avaliadas. Possibilita
descrever comportamentos a partir de procedimentos variados, sendo os
testes psicológicos um deles (Pacanaro, Alves, Rabelo, Leme, & Ambiel, 2011;
Pasquali, 2001a). O psicólogo é o profissional habilitado para realizar a
avaliação psicológica e, para isso, deve ter objetivos claros que possam guiá-lo
até a conclusão. Para este capítulo, e para a compreensão dos conceitos
específicos acerca dos testes psicológicos, serão retomadas, a seguir, algumas
definições básicas voltadas para a avaliação psicológica (Cunha, 2000a).
Inicialmente, é importante referir que é primordial que a avaliação
psicológica seja objetiva, uma vez que é a base para a tomada de decisão nas
práticas profissionais do psicólogo. Para que, de fato, seja útil, deve ser
organizada de modo a integrar todas as técnicas e metodologias utilizadas.
Nesse sentido, Pasquali (2001a) comenta que a avaliação é composta por
quatro etapas:
1.a identificação do problema ou situação a ser avaliada: pode ser realizada
por meio de entrevistas, observações, testes psicométricos ou outras
abordagens;
2.a integração dos dados coletados: relacionada com a reunião das
informações obtidas a partir da aplicação das técnicas do item anterior,
além da classificação dos sujeitos em relação aos escores e às normas dos
testes;
3.a inferência de hipóteses: inclui a interpretação dos dados obtidos e,
possivelmente, os diagnósticos ou conclusões obtidas a partir da avaliação;
4.a intervenção: contempla a formulação de programas de intervenção e/ou
orientação a partir dos dados coletados e da inferência de hipóteses
realizada.
O uso conjunto de abordagens e técnicas diversas na avaliação psicológica,
com o passar dos anos, passou a ser cada vez mais reconhecido como um
recurso válido para a prática do psicólogo. Esse uso deve ser baseado nos
referenciais teóricos do profissional, sendo dependente da demanda de cada
situação e dos contextos de aplicação (Cunha, 2000a). Nesse sentido, é
importante frisar que nem todos os casos que chegam para uma avaliação
inicial necessitam, de fato, de uma avaliação psicológica e que há casos em
que uma avaliação pode ser realizada com técnicas psicológicas que
prescindem do uso de testes. No entanto, os testes podem ser úteis na medida
em que oferecem, a partir da normatização, um parâmetro de comparação do
sujeito ou da situação em relação a outros que apresentam características
semelhantes. Os testes permitem também a operacionalização e a verificação
de diversas teorias psicológicas (Primi, 2010) e a organização de intervenções
mais adequadas em cada caso. O uso de testes psicológicos ocorre em todas as
áreas de ação da psicologia, entre elas a pesquisa (na verificação de hipóteses
propostas), a psicologia clínica, a neuropsicologia, a psicologia jurídica, a
psicologia do trabalho, a psicologia do trânsito, a psicologia do esporte, bem
como em todos os contextos clínicos e institucionais que demandem uma
avaliação, como a educação, a área de recursos humanos, a saúde e a justiça
(Noronha & Alchieri, 2002; Pasquali, 2001a). Todos os casos devem ter
propósitos claros e fundamentados, de modo a cumprir com os princípios
éticos de beneficência, e não maleficência, que as técnicas devem respeitar.
Ou seja, uma avaliação psicológica não deve ser realizada de forma inócua,
sem que os dados coletados sirvam para nortear uma ação futura,
beneficiando, assim, a pessoa avaliada ou os demais envolvidos com ela, uma
vez que essa avaliação pode oferecer um panorama mais elaborado sobre as
forças, as virtudes, as características e as necessidades dos sujeitos no
momento da avaliação.
Nesse sentido, a avaliação (de indivíduos ou de instituições) tem sido
utilizada em todos os campos de ação da psicologia como uma estratégia que,
inclusive, contribui para um diálogo interdisciplinar, pois fundamenta a
prática dos psicólogos diante de casos de perícia judicial, escolha profissional,
seleção de pessoal, internação hospitalar, avaliação de projetos sociais, etc.
Assim, ela contribui, por exemplo, para responder perguntas como: “Quais as
estratégias psicológicas que um indivíduo dispõe para lidar com uma situação
de luto?”, “Quais características familiares dos adotantes aumentariam o bem-
estar de determinada criança que aguarda uma adoção?”, “Qual a evolução do
declínio cognitivo observado em determinado caso de paciente com
diagnóstico de Alzheimer?”, “Quais habilidades cognitivas e/ou emocionais
deveriam ser mais estimuladas em determinados casos de atraso escolar?”,
“Eventuais quadros de tristeza, desesperança e solidão são características de
traço ou estado do sujeito?”, “Determinado paciente psiquiátrico se coloca em
situações de risco e apresenta confusão mental por ter menos recursos
cognitivos ou por estar passando, naquele momento, por um quadro
maníaco?”, “O fato de uma criança apresentar enurese noturna após o
nascimento de um irmão deve ser tratado como um problema psicológico, ou
trata-se de uma condição desenvolvimental esperada?”.
Quando realizada em âmbito clínico, a avaliação psicológica é denominada
psicodiagnóstico e tem o objetivo de identificar o funcionamento psicológico
do sujeito, considerando as variabilidades normais dos indivíduos em relação
aos critérios preestabelecidos, como a faixa etária e o grau de escolaridade. É
“... um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes
psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender
problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos
específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível,
comunicando os resultados” (Cunha, 2000b, p. 26). Deve ser iniciada com a
organização de um plano de avaliação, e é fundamental que o profissional
tenha habilidade para reconhecer quais estratégias e testes serão úteis e
eficazes para cada etapa da avaliação. Além disso, é composta por alguns
passos importantes, como o levantamento de perguntas e a definição dos
objetivos, o planejamento das estratégias de avaliação a serem utilizadas e a
escolha dos testes, o levantamento dos dados (de origem qualitativa e/ou
quantitativa), a reunião desses dados e a apresentação dos resultados (Cunha,
2000b).
A avaliação psicológica, portanto, excede a aplicação de testes
propriamente ditos. Ela é composta, basicamente, por um tripé, que inclui os
testes, as entrevistas e as observações. Segundo Werlang, Villemor-Amaral e
Nascimento (2010), os dois últimos são procedimentos avaliativos
comumente utilizados, em contexto clínico e visam à obtenção de uma
quantidade maior de informação do avaliando, a fim de garantir que o
diagnóstico seja adequado e que seja possível organizar a intervenção. Outros
métodos também podem ser incluídos nesse processo, como desenhos e
prática de contar de histórias, por exemplo, que não apresentam dados
padronizados para correção e que dependem unicamente da interpretação do
psicólogo. Uma avaliação adequada, nesses moldes, depende da experiência e
da consistência do referencial teórico utilizado pelo psicólogo, de modo a
garantir a coerência das conclusões.
Werlang e colaboradores (2010), ainda, citando textos clássicos, como o de
Anzieu (1981), apontam que as técnicas de avaliação psicológica podem ser
categorizadas em três tipos: expressivas, projetivas e psicométricas. As
técnicas expressivas estão relacionadas com maior liberdade quanto às
instruções e aos materiais e incluem formas de expressão variadas, como a
pintura (Pinto, 2014). As medidas projetivas, embora possam apresentar
bases quantitativas, são mais aceitas quando baseadas em aspectos mais
dinâmicos do funcionamento do sujeito. O termo é usado, sob a ótica do
psicodiagnóstico, quando inclui técnicas que sugerem a projeção (Cunha &
Nunes, 2010). As medidas psicométricas, por sua vez, são mais baseadas em
recursos estatísticos e teorias de medida (Pasquali, 2001a).
Diante da vasta inserção da avaliação psicológica, pôde-se compreender,
até aqui, que ela é um processo amplo que inclui técnicas variadas, sendo o
teste (ou instrumento) psicológico uma delas. Na próxima seção, serão
abordados conceitos mais específicos sobre os testes e sua aplicação.
TESTES PSICOLÓGICOS NO BRASIL
O teste psicológico é uma ferramenta sistemática construída com o objetivo
de facilitar as tomadas de decisão profissionais do psicólogo. Seu surgimento
ocorreu por volta do fim do século XIX e início do século XX, sendo
concomitante ao desenvolvimento da psicometria (Ambiel & Pacanaro, 2011;
Pasquali, 2010). É conceituado, conforme a Lei nº 4.119/62, como um
instrumento de mensuração de características psicológicas, considerado como
método de uso privativo do psicólogo (Brasil, 1962). É um procedimento
sistemático, voltado para a observação e o registro dos comportamentos e das
características psicológicas dos indivíduos, nas suas mais diversas formas de
expressão. Pasquali (2007, p. 105) salienta que “... entende-se por teste
psicológico um conjunto constituído de comportamentos que o sujeito deve
exibir. Ele é um teste se todos os comportamentos envolvidos no conjunto se
referem à mesma coisa”. De maneira complementar, Werlang e colaboradores
(2010) apontam que o teste psicológico é um instrumento padronizado que
tem como objetivo obter o máximo de informações referentes ao
examinando, reduzindo as incongruências entre os avaliadores e devendo
apresentar fundamento teórico sólido, evidências de validade e precisão.
Conceitualmente, ainda, Pasquali (2001a) refere que os testes psicológicos
são categorizados segundo a abordagem utilizada:
• em relação à objetividade e à padronização: podem ser divididos em testes
psicométricos ou impressionistas. Os primeiros estão relacionados com a
psicometria e com as teorias de medida, fazendo uso de estratégias
estatísticas. Os impressionistas relacionam-se com a descrição linguística
das habilidades e dos comportamentos, de forma que seja possível
caracterizar os sujeitos;
• em relação aos construtos mensurados: são divididos em testes que avaliam
capacidades (aptidões) ou preferências (personalidade, interesse, valores);
• em relação à forma de resposta: pode ser verbal, motora ou informatizada,
por exemplo.
Ante a diversidade de usos, estratégias e recursos estatísticos para avaliação
psicológica, a área tem crescido substancialmente ao longo dos últimos anos,
sobretudo em termos de produção científica e atualização de ferramentas e
análises. Segundo Noronha e Reppold (2010), esse crescimento também é
observado internacionalmente, pois a área tem sido palco de relevantes
discussões que geraram documentos norteadores, como o ITC Guidelines on
Test Use e o ITC Guidelines on Adapting Tests, da International Test
Commission. Aliado a isso, em âmbito nacional, considere-se também a
implantação do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (Satepsi),
proposto pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), em 2003, e fomentado
pelo Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP) e pela Associação
Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (ASBRo). Tal sistema resultou
na possibilidade de análise criteriosa dos instrumentos psicológicos, que será
aprofundada no último capítulo desta obra.
Nos últimos anos, a temática da avaliação psicológica esteve presente em
uma série de documentos norteadores e pesquisas que apontavam, apesar de
enfoques diversos, preocupações semelhantes voltadas para a qualidade das
técnicas avaliativas, a formação básica do psicólogo e a prática profissional
(Araújo, 2007). Em relação à formação, pode ser considerada uma área básica
dos cursos de psicologia, estando necessariamente ligada a outras, como a
psicologia do desenvolvimento e da personalidade, que fornecem também
subsídios para as interpretações e para a construção e o aprimoramento dos
instrumentos. Por esse motivo, e pela importância destacada até aqui,
acredita-se que a temática da avaliação psicológica deva ser minuciosamente
trabalhada nos currículos dos cursos de psicologia (Nunes et al., 2012).
Algumas dificuldades, no entanto, têm sido observadas na formação básica
dos psicólogos. A fim de exemplificar essa afirmação, cita-se o estudo de
Noronha e colaboradores (2002a) sobre o conhecimento de alunos de
psicologia acerca dos instrumentos psicológicos. Os autores observaram que,
apesar de a formação objetivar o conhecimento mais abrangente possível
voltado para a avaliação psicológica, ainda há falta de preparo dos alunos
nessa área. De todos os testes apresentados (167) nesse estudo, os alunos
conheciam aproximadamente 21%, número muito abaixo do esperado.
Apesar de esse estudo ter sido realizado antes da instalação do Satepsi e da
visualização de seus “efeitos”, o quadro do ensino da avaliação psicológica
não se modificou, nos anos seguintes, o quanto deveria e poderia. Esse fato
serve de alerta para os profissionais da área e para os representantes dos
órgãos regulamentadores. Achados representativos dessa afirmação podem
ser encontrados no estudo de Hazboun e Alchieri (2014), por exemplo, que,
embora realizado 12 anos mais tarde, continua apontando problemas
voltados para a formação básica em avaliação psicológica. De forma geral,
estes são atribuídos a possíveis deficiências no processo de ensino dessa área,
além da ausência e inadequação dos instrumentos disponíveis. A discussão
proposta por Noronha, Castro, Ottati, Barros e Santana (2013), que objetivou
verificar os conteúdos ministrados e as metodologias de ensino utilizadas em
avaliação psicológica nos cursos superiores, também evidenciou pouco
esforço quanto ao incentivo a uma maior postura crítica em relação ao
aprendizado na área.
Ao longo da existência do Satepsi, a área da avaliação psicológica foi
favorecida, especialmente pela disponibilidade de testes, muito mais do que
em décadas passadas, trazendo importantes repercussões para a psicologia e
sua prática (Reppold & Serafini, 2013). No entanto, é necessário que esse
avanço seja visto também na formação básica do psicólogo. Como um reflexo
dessas dificuldades e limitações no ensino, a área da avaliação psicológica é a
que mais apresenta problemas de infração ética junto ao CFP, conforme
observado por Anache e Reppold (2010). Isso porque a área da avaliação tem
grande impacto sobre os sujeitos e é utilizada em contextos variados, como no
caso de concursos públicos e guarda de crianças, por exemplo. Resulta, ainda,
na produção de documentos oficiais, como laudos e pareceres, que acabam
servindo como instrumentos para a formalização das denúncias nos
conselhos (Anache & Reppold, 2010).
Soluções definitivas para as questões do ensino acadêmico da avaliação
psicológica ainda não foram encontradas, mas sabe-se que estão relacionadas
com o desenvolvimento de um programa com questões básicas a serem
ensinadas nessa área, em cursos de graduação. Aliados a isso, dois outros
quesitos devem estar presentes nas grades curriculares: a
interdisciplinaridade, de forma a integrar os conhecimentos, e a habilidade de
analisar criticamente os instrumentos (Hazboun & Alchieri, 2014). Dessa
forma, os estudantes estarão sendo mais bem preparados para o mercado de
trabalho (Noronha et al., 2002a). Uma vez que os psicólogos têm garantia de
reserva de mercado na área da avaliação psicológica, é importante que
apresentem condições de atuar de maneira efetiva, dando conta da
complexidade das demandas, com autonomia e segurança na escolha das
técnicas utilizadas em cada situação (Noronha & Reppold, 2010).
Nesse contexto, o Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP)
criou diretrizes para o ensino da avaliação psicológica, que vêm ao encontro
da discussão anterior.11 O documento respeita todas as resoluções do CFP e
do código de ética da profissão, utilizando referências sólidas e reconhecidas
da área da avaliação psicológica. Contém uma proposta de conteúdo ideal
para as disciplinas que abordam a avaliação psicológica, sendo um material
válido e rico para uso, pelos alunos e docentes, nas universidades brasileiras.
Os docentes, por sua vez, são cruciais nesse contexto de formação básica
do psicólogo e também devem estar atentos para a atualização das disciplinas
e conteúdos da área da avaliação psicológica. Sua importância é observada em
pesquisas como a de Noronha, Barros, Nunes e Santos (2014), em que foi
avaliada a percepção de 98 docentes quanto à relevância das competências em
avaliação psicológica. Os autores observaram que “princípios éticos” e
“comunicação dos resultados” foram os itens considerados como mais
importantes na área, ao passo que “noções de estatística” e “conhecimento de
grande quantidade de testes” foram considerados menos importantes.
Hazboun e Alchieri (2014) encontraram resultados semelhantes,
considerando as principais dificuldades em avaliação psicológica na opinião
de psicólogos brasileiros. Boa parte dos participantes considerou não observar
dificuldades em sua prática em avaliação, demonstrando a falta de vivências
relevantes, ou um conhecimento muito básico. Ambos os estudos apontam
para a necessidade de os profissionais, docentes, pesquisadores ou clínicos,
avaliarem sua própria conduta e seu próprio conhecimento acerca do tema.
Muitos dos problemas relatados e das conclusões dos estudos estão voltados
para as deficiências na formação básica dos psicólogos, e, em consequência
disso, observa-se o grande número de questões éticas relevantes geradas.
O que se constata claramente é que quando a formação acadêmica, em sua
base, é bem estruturada e abrangente, os profissionais saem da graduação
mais bem habilitados para a prática e mais bem informados sobre as áreas em
que há necessidade de maior especialização e de busca de conhecimento mais
aprofundado. Assim, também são evitados problemas que vêm sendo
frequentemente observados na área da avaliação psicológica, como o uso dos
instrumentos de maneira inadequada, a desatualização dos instrumentos, a
falta de base teórica sólida e a falta de reflexão crítica sobre os resultados. O
caminho para tentar resolver essas questões inclui o aprimoramento na
formação dos profissionais, especialmente dos currículos básicos das
graduações em psicologia, maior capacitação dos professores da área e a
construção de instrumentos tecnicamente adequados que considerem
profundamente as questões éticas (Noronha et al., 2002b, 2014).
Para além da formação básica, a atualização frequente também é
importante para aqueles que já estão graduados, uma vez que os cursos de
psicologia não são suficientes para que o aluno adquira todas as informações
necessárias para sua prática, especialmente na área da avaliação.
Especializações e cursos de aprimoramento são adequados nesse sentido, uma
vez que possibilitam ao profissional aprofundamento no conhecimento e na
prática. O profissional deve estar habituado a utilizar a produção científica
realizada ao longo dos anos, disponível em periódicos e bases de dados,
objetivando a atualização contínua. Aliado a isso, sua participação em cursos
de especialização exclusivamente voltados para a área da avaliação psicológica
deve ser incentivada pelos órgãos regulamentadores estaduais e nacionais
(Noronha & Reppold, 2010). Segundo Primi (2010), é possível que ainda haja
certa resistência para a consolidação da especialidade em avaliação
psicológica, que pode ser gerada por concepções mais qualitativas e menos
sistematizadas da área. No entanto, é importante salientar a necessidade atual
dos profissionais de aprofundamento das técnicas de avaliação, tornando
cursos desse tipo essenciais para a prática profissional e em pesquisa. Nesse
contexto, ressalte-se que o CFP ainda não reconhece a área da avaliação
psicológica como uma especialidade da psicologia, embora tenha uma
comissão de especialistas no Satepsi. Pesquisadores da área e sociedades
científicas, como o IBAP, no entanto, trabalham para tal reconhecimento.
Destacam que a demanda existe, haja vista, por exemplo, o número de
participantes em congressos e a existência de curso de pós-graduação lato
sensu na área, avaliado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) como um programa internacionalizado de alto nível,
bem como de programas de pós-graduação stricto sensu que têm a avaliação
psicológica como área de concentração ou como linha de pesquisa. Contudo,
sendo ou não uma especialidade, a atuação profissional adequada não é
obtida somente na graduação – requer atualização continuada, profundo
conhecimento e análise crítica das diversas técnicas disponíveis. Na próxima
seção, serão abordadas questões técnicas voltadas principalmente à escolha de
instrumentos da área.
OS CUIDADOS NA ESCOLHA DO TESTE E SEU PROCESSO DE
APLICAÇÃO
É constatada a importância do uso de instrumentos psicológicos, de seu
desenvolvimento baseado em técnicas psicométricas adequadas e princípios
éticos, do seu adequado ensino ao longo da graduação e da busca por
especialização e aprofundamento por parte dos profissionais já formados.
Para tanto, salienta-se que, apesar de a ênfase na construção dos testes
psicometricamente adequados ser evidenciada, ainda estão disponíveis no
mercado uma série de instrumentos que cumprem apenas os requisitos
mínimos necessários, falhando no fornecimento de informações mais
rebuscadas acerca dos instrumentos propriamente ditos e dos construtos
avaliados.
Nesse sentido, o psicólogo deve estar apto a analisar criticamente esses
instrumentos, seus manuais e materiais, a fim de julgar sua aplicabilidade na
prática clínica. Para tanto, o Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2001)
publicou a Resolução nº 25/2001, que regulamenta a elaboração, a
comercialização e o uso dos testes psicológicos. Essa resolução aponta alguns
critérios mínimos obrigatórios para que os instrumentos psicológicos sejam,
de fato, considerados apropriados para uso no Brasil. São eles:
• fornecer uma fundamentação teórica adequada e ampla, com definição clara
do construto, objetivos e contextos de uso;
• descrever método de busca de evidências de validade e precisão, resultados e
interpretações sugeridas;
• descrever dados psicométricos detalhados dos itens;
• fornecer informações claras sobre a correção e a interpretação dos escores
do teste;
• descrever claramente as etapas de aplicação e correção, além das demais
condições, como especificidades do ambiente e materiais a serem utilizados
ao longo da aplicação.
A resolução dá ênfase especial à necessidade de produção de manuais
completos. Conforme as orientações do documento, o manual será adequado
se contiver como informações básicas:
• detalhamento dos aspectos técnico-científicos voltados para a
fundamentação teórica do teste e construtos abordados, além de dados
empíricos;
• descrição de aspectos práticos voltados para a aplicação do instrumento, a
correção dos dados coletados e a interpretação dos escores e resultados;
• referências da literatura relacionada, de modo que o usuário do teste possa
acessar o material utilizado como base para construção do instrumento e
utilizá-lo também na busca de maior compreensão sobre o construto
avaliado;
• informações sobre o responsável técnico pela produção do instrumento;
• informações sobre a autorização e aprovação do CFP;
• destaque para as informações sobre o uso restrito aos psicólogos;
• informações sobre a comercialização, que também deve ser restrita a esses
profissionais, apresentando essa informação em destaque no manual.
A resolução em questão é baseada em documentos internacionais, que
merecem atenção especial em sua íntegra, como:
• Standards for Educational and Psychological Testing, de autoria da
American Educational Research Association (AERA), da American
Psychological Association (APA) e do National Council on Measurement in
Education (NCME) (1999);
• Guidelines for Educational and Psychological Testing, de autoria da
Canadian Psychological Association (CPA) (1996);
• ITC Guidelines on Test Use e ITC Guidelines on Adapting Tests, de autoria
da International Test Commission (ITC) (2005, 2013). Estes, por serem
mais atuais, serão detalhados a seguir.
Segundo Noronha, Freitas e Ottati (2002), o objetivo dessas diretrizes é
organizar critérios que auxiliem os profissionais no uso e na análise dos
instrumentos de avaliação psicológica. Materiais como esses não são
encontrados facilmente, e, por isso, devem receber devido valor e atenção. O
ITC Guidelines on Test Use foi disponibilizado em 2013 e aponta, como
objetivo de sua criação, que o psicólogo tem o dever de usar adequadamente,
e de forma ética, os instrumentos disponíveis para sua prática profissional.
Para que isso ocorra, o profissional deve atender às necessidades do
avaliando, além de utilizar instrumentos que sejam adequados no
cumprimento do propósito ao qual a avaliação se propõe. Segundo as
diretrizes apresentadas nesse documento, deve-se avaliar o potencial de cada
instrumento, sendo essencial:
• analisar adequadamente as necessidades do avaliando, os encaminhamentos
e as condições gerais em que o instrumento será utilizado, a fim de garantir
que a aplicação seja útil. Ou, em caso de pesquisa, fundamentar a
justificativa garantindo que, de fato, sua utilização é viável e relevante;
• analisar as vantagens e desvantagens do uso do instrumento, comparando
com outros tipos de métodos avaliativos, e a viabilidade de sua aplicação.
No momento da escolha efetiva do instrumento, as diretrizes em questão
apontam a necessidade de considerar:
• se o instrumento apresenta informações atualizadas, detalhadas e relevantes;
• sua adequação técnica, como evidências de validade, de precisão, e a
representatividade do construto (temas aprofundados nos Caps. 3, 4, 5 e 6);
• a presença de estudos psicométricos metodologicamente adequados;
• a aceitabilidade do instrumento em relação ao avaliando;
• a praticidade da aplicação;
• os recursos a serem gastos, incluindo os humanos, financeiros e de tempo;
• as influências dos interesses comerciais em torno do uso dos instrumentos,
sua venda e editoração, evitando-as;
• os grupos específicos para os quais os instrumentos são construídos,
especialmente em termos de gênero, grupo etário, cultural e étnico;
• se as metodologias de adaptação foram seguidas de maneira adequada
quando os instrumentos forem adaptados;
• se os procedimentos de padronização para as pontuações e as normas de
correção são adequados e se o manual possibilita interpretação completa
dos resultados;
• se o instrumento apresenta normas com grupos adequados para
comparações;
• as limitações técnicas de cada instrumento e de seu ambiente de aplicação.
Deve-se lembrar que a interpretação dos resultados obtidos a partir da
aplicação do teste psicológico deve ser feita com base, também, nas demais
informações sobre o avaliando, como a idade, a escolaridade, o sexo, seu
ambiente social e cultural, além de condições de saúde geral. Além disso,
deve-se cuidar o excesso de generalizações a partir do resultado de um
instrumento. Como sugestão aos profissionais, o documento recomenda que
se atente às atualizações das evidências de validade dos testes que estão sendo
utilizados.
O segundo documento norteador da International Test Commission é o
ITC Guidelines for Translating and Adaptating Tests (ITC, 2005), que trata
especificamente da adaptação de instrumentos. Segundo ele, deve-se analisar
em um teste traduzido e adaptado:
• se os editores consideraram as diferenças culturais e linguísticas das
populações do instrumento original e do adaptado;
• se a linguagem e as técnicas utilizadas no teste estão, de fato, adequadas ao
uso proposto;
• se o material e os recursos do teste são familiares às populações às quais se
destinam;
• a qualidade psicométrica e a adequação dos estudos de busca de evidências
de validade e precisão da versão adaptada;
• a equivalência entre as versões do instrumento;
• se o manual do instrumento especifica todas as informações da versão
adaptada, deixando claros e detalhados os dados necessários, conforme
descrito anteriormente.
Em resumo, salienta-se, conforme evidenciado por Chiodi e Weschler
(2008), que os instrumentos psicológicos devem apresentar manuais claros e
que, de fato, auxiliem os profissionais na compreensão dos construtos
abordados e na avaliação proposta. Os manuais devem apresentar instruções
e materiais de avaliação recomendados, critérios de correção e interpretação
dos resultados e normas padronizadas para comparação entre grupos de
sujeitos, quando possível. É preciso garantir que esses materiais sejam
baseados em estudos consistentes voltados para a busca de evidências de
validade, precisão, normatização e padronização dos escores.
Essas questões apresentam-se como pontos-chave da prática
fundamentada na psicometria. No entanto, segundo Tavares (2003), a
validade clínica também deve ser considerada, apontando para maior
qualidade das informações e também para o contexto em que ocorre o
processo de avaliação, sendo esta dependente das amostras utilizadas. Ainda
segundo o autor, nessa discussão, inclui-se a abordagem nomotética e a
idiográfica. Na primeira, os procedimentos avaliativos são voltados para
amostras representativas, podendo ser generalizados a populações, e não a
indivíduos. A abordagem idiográfica, por sua vez, considera não apenas a
comparação do indivíduo com a norma estabelecida, mas também com sua
própria performance em diferentes momentos do tempo. Nesse sentido, os
procedimentos considerados qualitativos também têm a possibilidade de
apresentar validade, que depende da possibilidade de a técnica gerar
resultados semelhantes, independentemente de seu aplicador.
Seguindo essa linha de pensamento, Werlang e colaboradores (2010)
apontam que o processo de avaliação psicológica inclui o uso de estratégias
variadas, unindo as informações geradas, qualitativas e quantitativas,
fundamentando as conclusões obtidas. Além da reunião de técnicas variadas,
também há a possibilidade de construção de baterias de instrumentos, que se
configuram como um conjunto de testes a serem utilizados. Essas baterias
podem ser estruturadas ou não. As primeiras são mais indicadas quando se
tem um objetivo explícito e são construídas com base em informações
empíricas. É preciso considerar, contudo, que a escolha desses instrumentos e
a organização da bateria devem ser feitas com bom senso, uma vez que uma
quantidade muito grande de instrumentos, muitas vezes, não é justificável. A
escolha de instrumentos deve ser feita com base nas qualidades psicométricas
de cada um, evitando-se sobreposições. O profissional experiente, com bases
teóricas sólidas, tem habilidade para selecionar as técnicas e os instrumentos a
serem utilizados, explorando o máximo das informações obtidas por meio
deles. Para tanto, é importante esclarecer no manual do instrumento para
qual contexto determinado instrumento se aplica, as normas e as condições
específicas de aplicação, além de suas características psicométricas (Anache &
Reppold, 2010).
Estas últimas são observadas, principalmente, por meio de evidências de
validade dos testes, que devem ser pontuais e dependentes do contexto para o
qual foram criadas. Os estudos de validade e normatização apresentados
devem deixar claras as finalidades específicas de cada instrumento. O
profissional, por sua vez, deve ter o costume de revisar as pesquisas da área, a
fim de conhecer os contextos possíveis de aplicação dos instrumentos e as
evidências de validade já existentes. Segundo a AERA, a APA e o NCME
(1999), no manual intitulado Standards for Educational and Psychological
Testing, as seguintes evidências de validade devem ser encontradas nos
instrumentos:
• baseadas no conteúdo: incluem dados sobre o conteúdo do instrumento,
obtidos por meio de investigação do conjunto de itens e análises de outros
especialistas;
• baseadas em variáveis externas: incluem as correlações entre o instrumento
e demais variáveis externas e outras variáveis de interesse, como o sucesso
acadêmico, por exemplo;
• baseadas na estrutura interna: abordam as correlações entre os itens; nesse
caso, usam-se, principalmente, análises fatoriais para as conclusões,
incluindo também evidências de precisão dos instrumentos;
• baseadas no processo de respostas: relacionadas com os processos mentais
envolvidos na realização de cada tarefa e item, observando-se se são
adequados ao construto relacionado.
Os testes precisam apresentar resultados confiáveis e evidências
metodologicamente adequadas de sua qualidade. Em sua maioria, os
instrumentos psicológicos são psicométricos e, portanto, baseados nas teorias
de medida. Para isso, existem duas teorias psicométricas; a primeira e mais
difundida é a Teoria Clássica dos Testes (TCT), que engloba as evidências de
validade citadas anteriormente. A segunda, que vem ganhando força com o
passar dos anos, é a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que surgiu para
resolver algumas limitações da TCT e que apresenta vantagens como o
cálculo da aptidão do sujeito ser independente da amostra. Vale ressaltar que
ela não veio para se sobrepor, mas para somar-se à TCT (Pasquali, 2001b;
Pasquali & Primi, 2003).
Por fim, de maneira abrangente, Pasquali (2001a) aponta que, para a
aplicação de instrumentos, é preciso treino e conhecimento por parte do
aplicador. Os instrumentos requerem, de forma geral, padronização na
aplicação, e esta está geralmente voltada para a aplicação propriamente dita, o
controle de vieses (especialmente os de aplicação) e as normas de correção
dos resultados. A administração dos testes é dependente da qualidade no
ambiente físico (que inclui higiene, silêncio e redução de interrupções) e
psicológico (que inclui, por exemplo, redução da ansiedade para a realização
das tarefas propostas).
O TESTE ALIADO A OUTRAS TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA E AS TENDÊNCIAS NA ÁREA
Foi apontado que o teste psicológico precisa apresentar uma fundamentação
teórica bem estruturada, relacionada ao construto em questão, e empírica
(Tavares, 2010). Contudo, a avaliação psicológica não se resume apenas à
aplicação de instrumentos; ela envolve técnicas variadas que serão utilizadas
conforme a demanda de cada situação e do referencial teórico do psicólogo
(Araújo, 2007). Segundo Primi (2010), as práticas com maior compromisso e
adequação são aquelas compostas por diversos recursos avaliativos,
consideradas multimétodos, favorecendo a visão mais completa possível do
avaliando e representando uma tendência na área da avaliação psicológica.
Nesse conceito, pode ser incluído o tripé, mencionado no início deste
capítulo, composto pelos testes, pela observação clínica e pelas entrevistas
(Tavares, 2003). Porém, outros recursos podem ser utilizados, como as
dinâmicas de grupo (Chiodi & Weschler, 2008) e os questionários (Capitão,
Scortegagna, & Baptista, 2005). Mediante a variada gama de recursos, é fácil
compreender que a avaliação psicológica não pode ser restrita apenas ao uso
de testes. É importante que sejam utilizados outros métodos que
complementem a aplicação do teste, contribuindo para o desenvolvimento
mais amplo da psicologia como ciência e profissão (Chiodi & Weschler,
2008).
Para tanto, a escolha correta de técnicas que possibilitem a compreensão
de suas vantagens e de suas limitações, além do bom senso e crítica dos
profissionais, é que vai garantir que o processo de obtenção do diagnóstico
seja baseado em princípios éticos. É evidente, portanto, a necessidade de se
considerar uma abordagem mais contextualizadora dos dados obtidos a partir
da avaliação psicológica, considerada a validade clínica do procedimento, que
possibilita a integração entre informações oriundas de fontes diversas para
conclusão e complementação dos procedimentos de avaliação e diagnósticos
em psicologia (Tavares, 2003).
Diante dessa necessidade de complementação, outras tendências na área
podem ser observadas com os avanços metodológicos e tecnológicos. Estes
podem ser vistos no desenvolvimento da TRI e de testagens informatizadas,
permitindo a criação de bancos de itens, por exemplo (Primi, 2010). Silva
(2011) aponta que existe uma tendência crescente voltada para o uso de
ferramentas informatizadas na área de avaliação psicológica, nos contextos
nacional e internacional, sendo necessário o aumento de estudos que
apontem evidências de validade desses instrumentos, para que possam ser
utilizados na prática profissional e em pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando se fala em testes psicológicos, a questão central deve estar voltada
para a organização dos contextos e objetivos dos procedimentos, técnicas ou
estratégias utilizadas na área, possibilitando que a avaliação psicológica, como
ciência, seja capaz de incluir os diversos modos de agir do psicólogo. Para
isso, é preciso que os profissionais estejam aptos a analisar os instrumentos,
fazendo boas escolhas em sua prática profissional e em pesquisa. Essas
habilidades, idealmente, devem ser adquiridas, mesmo que basicamente, na
etapa acadêmica da graduação. Os cursos de psicologia devem primar pelo
ensino dessa área, uma vez que é base para o fazer do psicólogo. O
aprofundamento teórico, por sua vez, pode ser obtido nos cursos de
especialização da área, tornando o profissional ainda mais apto para a atuação
em avaliação psicológica. Investimentos, nesse sentido, ainda são necessários,
sobretudo na formação básica, de modo que o aluno de psicologia seja
preparado para corresponder adequadamente a essa demanda (Noronha &
Reppold, 2010).
A desqualificação dos profissionais e as dificuldades e falhas encontradas
ao longo do processo de formação básica do psicólogo trazem implicações
éticas e sociais importantes. A maior parte das infrações éticas está
relacionada com a prática da avaliação psicológica, como a emissão de
resultados equivocados e a utilização de instrumentos inadequados. A
atuação profissional do psicólogo deve considerar os contextos em que as
avaliações são realizadas, a validade clínica das avaliações e as evidências de
validade dos instrumentos escolhidos para compor o processo avaliativo
(Reppold & Serafini, 2013).
Por fim, este capítulo pretendeu auxiliar os profissionais e os estudantes de
psicologia no fornecimento de informações essenciais sobre os quesitos
necessários aos instrumentos psicológicos e à sua análise, além de na
compreensão geral acerca da avaliação psicológica como um processo
composto por variadas técnicas e estratégias que incluem a utilização dos
testes. Para tanto, é imprescindível que se tenha confiança e segurança nos
instrumentos disponíveis e aptos para uso, uma vez que irão nortear e auxiliar
o diagnóstico e a prática profissional (Noronha & Reppold, 2010; Reppold,
Gurgel, & Hutz, 2014). Portanto, os testes devem ser considerados
instrumentos importantes para a avaliação psicológica, apesar de ela não se
resumir à sua aplicação. Independentemente da abordagem utilizada, a
avaliação deve, obrigatoriamente, primar pelos princípios éticos que regem a
profissão e ser fundamentada em bases teóricas sólidas.
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