Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 23
A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E O USO DE TESTES
A avaliação psicológica é um processo abrangente, que objetiva a obtenção de
dados detalhados sobre os sujeitos ou as situações avaliadas. Possibilita descrever comportamentos a partir de procedimentos variados, sendo os testes psicológicos um deles (Pacanaro, Alves, Rabelo, Leme, & Ambiel, 2011; Pasquali, 2001a). O psicólogo é o profissional habilitado para realizar a avaliação psicológica e, para isso, deve ter objetivos claros que possam guiá-lo até a conclusão. Para este capítulo, e para a compreensão dos conceitos específicos acerca dos testes psicológicos, serão retomadas, a seguir, algumas definições básicas voltadas para a avaliação psicológica (Cunha, 2000a). Inicialmente, é importante referir que é primordial que a avaliação psicológica seja objetiva, uma vez que é a base para a tomada de decisão nas práticas profissionais do psicólogo. Para que, de fato, seja útil, deve ser organizada de modo a integrar todas as técnicas e metodologias utilizadas. Nesse sentido, Pasquali (2001a) comenta que a avaliação é composta por quatro etapas: 1.a identificação do problema ou situação a ser avaliada: pode ser realizada por meio de entrevistas, observações, testes psicométricos ou outras abordagens; 2.a integração dos dados coletados: relacionada com a reunião das informações obtidas a partir da aplicação das técnicas do item anterior, além da classificação dos sujeitos em relação aos escores e às normas dos testes; 3.a inferência de hipóteses: inclui a interpretação dos dados obtidos e, possivelmente, os diagnósticos ou conclusões obtidas a partir da avaliação; 4.a intervenção: contempla a formulação de programas de intervenção e/ou orientação a partir dos dados coletados e da inferência de hipóteses realizada. O uso conjunto de abordagens e técnicas diversas na avaliação psicológica, com o passar dos anos, passou a ser cada vez mais reconhecido como um recurso válido para a prática do psicólogo. Esse uso deve ser baseado nos referenciais teóricos do profissional, sendo dependente da demanda de cada situação e dos contextos de aplicação (Cunha, 2000a). Nesse sentido, é importante frisar que nem todos os casos que chegam para uma avaliação inicial necessitam, de fato, de uma avaliação psicológica e que há casos em que uma avaliação pode ser realizada com técnicas psicológicas que prescindem do uso de testes. No entanto, os testes podem ser úteis na medida em que oferecem, a partir da normatização, um parâmetro de comparação do sujeito ou da situação em relação a outros que apresentam características semelhantes. Os testes permitem também a operacionalização e a verificação de diversas teorias psicológicas (Primi, 2010) e a organização de intervenções mais adequadas em cada caso. O uso de testes psicológicos ocorre em todas as áreas de ação da psicologia, entre elas a pesquisa (na verificação de hipóteses propostas), a psicologia clínica, a neuropsicologia, a psicologia jurídica, a psicologia do trabalho, a psicologia do trânsito, a psicologia do esporte, bem como em todos os contextos clínicos e institucionais que demandem uma avaliação, como a educação, a área de recursos humanos, a saúde e a justiça (Noronha & Alchieri, 2002; Pasquali, 2001a). Todos os casos devem ter propósitos claros e fundamentados, de modo a cumprir com os princípios éticos de beneficência, e não maleficência, que as técnicas devem respeitar. Ou seja, uma avaliação psicológica não deve ser realizada de forma inócua, sem que os dados coletados sirvam para nortear uma ação futura, beneficiando, assim, a pessoa avaliada ou os demais envolvidos com ela, uma vez que essa avaliação pode oferecer um panorama mais elaborado sobre as forças, as virtudes, as características e as necessidades dos sujeitos no momento da avaliação. Nesse sentido, a avaliação (de indivíduos ou de instituições) tem sido utilizada em todos os campos de ação da psicologia como uma estratégia que, inclusive, contribui para um diálogo interdisciplinar, pois fundamenta a prática dos psicólogos diante de casos de perícia judicial, escolha profissional, seleção de pessoal, internação hospitalar, avaliação de projetos sociais, etc. Assim, ela contribui, por exemplo, para responder perguntas como: “Quais as estratégias psicológicas que um indivíduo dispõe para lidar com uma situação de luto?”, “Quais características familiares dos adotantes aumentariam o bem- estar de determinada criança que aguarda uma adoção?”, “Qual a evolução do declínio cognitivo observado em determinado caso de paciente com diagnóstico de Alzheimer?”, “Quais habilidades cognitivas e/ou emocionais deveriam ser mais estimuladas em determinados casos de atraso escolar?”, “Eventuais quadros de tristeza, desesperança e solidão são características de traço ou estado do sujeito?”, “Determinado paciente psiquiátrico se coloca em situações de risco e apresenta confusão mental por ter menos recursos cognitivos ou por estar passando, naquele momento, por um quadro maníaco?”, “O fato de uma criança apresentar enurese noturna após o nascimento de um irmão deve ser tratado como um problema psicológico, ou trata-se de uma condição desenvolvimental esperada?”. Quando realizada em âmbito clínico, a avaliação psicológica é denominada psicodiagnóstico e tem o objetivo de identificar o funcionamento psicológico do sujeito, considerando as variabilidades normais dos indivíduos em relação aos critérios preestabelecidos, como a faixa etária e o grau de escolaridade. É “... um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados” (Cunha, 2000b, p. 26). Deve ser iniciada com a organização de um plano de avaliação, e é fundamental que o profissional tenha habilidade para reconhecer quais estratégias e testes serão úteis e eficazes para cada etapa da avaliação. Além disso, é composta por alguns passos importantes, como o levantamento de perguntas e a definição dos objetivos, o planejamento das estratégias de avaliação a serem utilizadas e a escolha dos testes, o levantamento dos dados (de origem qualitativa e/ou quantitativa), a reunião desses dados e a apresentação dos resultados (Cunha, 2000b). A avaliação psicológica, portanto, excede a aplicação de testes propriamente ditos. Ela é composta, basicamente, por um tripé, que inclui os testes, as entrevistas e as observações. Segundo Werlang, Villemor-Amaral e Nascimento (2010), os dois últimos são procedimentos avaliativos comumente utilizados, em contexto clínico e visam à obtenção de uma quantidade maior de informação do avaliando, a fim de garantir que o diagnóstico seja adequado e que seja possível organizar a intervenção. Outros métodos também podem ser incluídos nesse processo, como desenhos e prática de contar de histórias, por exemplo, que não apresentam dados padronizados para correção e que dependem unicamente da interpretação do psicólogo. Uma avaliação adequada, nesses moldes, depende da experiência e da consistência do referencial teórico utilizado pelo psicólogo, de modo a garantir a coerência das conclusões. Werlang e colaboradores (2010), ainda, citando textos clássicos, como o de Anzieu (1981), apontam que as técnicas de avaliação psicológica podem ser categorizadas em três tipos: expressivas, projetivas e psicométricas. As técnicas expressivas estão relacionadas com maior liberdade quanto às instruções e aos materiais e incluem formas de expressão variadas, como a pintura (Pinto, 2014). As medidas projetivas, embora possam apresentar bases quantitativas, são mais aceitas quando baseadas em aspectos mais dinâmicos do funcionamento do sujeito. O termo é usado, sob a ótica do psicodiagnóstico, quando inclui técnicas que sugerem a projeção (Cunha & Nunes, 2010). As medidas psicométricas, por sua vez, são mais baseadas em recursos estatísticos e teorias de medida (Pasquali, 2001a). Diante da vasta inserção da avaliação psicológica, pôde-se compreender, até aqui, que ela é um processo amplo que inclui técnicas variadas, sendo o teste (ou instrumento) psicológico uma delas. Na próxima seção, serão abordados conceitos mais específicos sobre os testes e sua aplicação. TESTES PSICOLÓGICOS NO BRASIL O teste psicológico é uma ferramenta sistemática construída com o objetivo de facilitar as tomadas de decisão profissionais do psicólogo. Seu surgimento ocorreu por volta do fim do século XIX e início do século XX, sendo concomitante ao desenvolvimento da psicometria (Ambiel & Pacanaro, 2011; Pasquali, 2010). É conceituado, conforme a Lei nº 4.119/62, como um instrumento de mensuração de características psicológicas, considerado como método de uso privativo do psicólogo (Brasil, 1962). É um procedimento sistemático, voltado para a observação e o registro dos comportamentos e das características psicológicas dos indivíduos, nas suas mais diversas formas de expressão. Pasquali (2007, p. 105) salienta que “... entende-se por teste psicológico um conjunto constituído de comportamentos que o sujeito deve exibir. Ele é um teste se todos os comportamentos envolvidos no conjunto se referem à mesma coisa”. De maneira complementar, Werlang e colaboradores (2010) apontam que o teste psicológico é um instrumento padronizado que tem como objetivo obter o máximo de informações referentes ao examinando, reduzindo as incongruências entre os avaliadores e devendo apresentar fundamento teórico sólido, evidências de validade e precisão. Conceitualmente, ainda, Pasquali (2001a) refere que os testes psicológicos são categorizados segundo a abordagem utilizada: • em relação à objetividade e à padronização: podem ser divididos em testes psicométricos ou impressionistas. Os primeiros estão relacionados com a psicometria e com as teorias de medida, fazendo uso de estratégias estatísticas. Os impressionistas relacionam-se com a descrição linguística das habilidades e dos comportamentos, de forma que seja possível caracterizar os sujeitos; • em relação aos construtos mensurados: são divididos em testes que avaliam capacidades (aptidões) ou preferências (personalidade, interesse, valores); • em relação à forma de resposta: pode ser verbal, motora ou informatizada, por exemplo. Ante a diversidade de usos, estratégias e recursos estatísticos para avaliação psicológica, a área tem crescido substancialmente ao longo dos últimos anos, sobretudo em termos de produção científica e atualização de ferramentas e análises. Segundo Noronha e Reppold (2010), esse crescimento também é observado internacionalmente, pois a área tem sido palco de relevantes discussões que geraram documentos norteadores, como o ITC Guidelines on Test Use e o ITC Guidelines on Adapting Tests, da International Test Commission. Aliado a isso, em âmbito nacional, considere-se também a implantação do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (Satepsi), proposto pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), em 2003, e fomentado pelo Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP) e pela Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (ASBRo). Tal sistema resultou na possibilidade de análise criteriosa dos instrumentos psicológicos, que será aprofundada no último capítulo desta obra. Nos últimos anos, a temática da avaliação psicológica esteve presente em uma série de documentos norteadores e pesquisas que apontavam, apesar de enfoques diversos, preocupações semelhantes voltadas para a qualidade das técnicas avaliativas, a formação básica do psicólogo e a prática profissional (Araújo, 2007). Em relação à formação, pode ser considerada uma área básica dos cursos de psicologia, estando necessariamente ligada a outras, como a psicologia do desenvolvimento e da personalidade, que fornecem também subsídios para as interpretações e para a construção e o aprimoramento dos instrumentos. Por esse motivo, e pela importância destacada até aqui, acredita-se que a temática da avaliação psicológica deva ser minuciosamente trabalhada nos currículos dos cursos de psicologia (Nunes et al., 2012). Algumas dificuldades, no entanto, têm sido observadas na formação básica dos psicólogos. A fim de exemplificar essa afirmação, cita-se o estudo de Noronha e colaboradores (2002a) sobre o conhecimento de alunos de psicologia acerca dos instrumentos psicológicos. Os autores observaram que, apesar de a formação objetivar o conhecimento mais abrangente possível voltado para a avaliação psicológica, ainda há falta de preparo dos alunos nessa área. De todos os testes apresentados (167) nesse estudo, os alunos conheciam aproximadamente 21%, número muito abaixo do esperado. Apesar de esse estudo ter sido realizado antes da instalação do Satepsi e da visualização de seus “efeitos”, o quadro do ensino da avaliação psicológica não se modificou, nos anos seguintes, o quanto deveria e poderia. Esse fato serve de alerta para os profissionais da área e para os representantes dos órgãos regulamentadores. Achados representativos dessa afirmação podem ser encontrados no estudo de Hazboun e Alchieri (2014), por exemplo, que, embora realizado 12 anos mais tarde, continua apontando problemas voltados para a formação básica em avaliação psicológica. De forma geral, estes são atribuídos a possíveis deficiências no processo de ensino dessa área, além da ausência e inadequação dos instrumentos disponíveis. A discussão proposta por Noronha, Castro, Ottati, Barros e Santana (2013), que objetivou verificar os conteúdos ministrados e as metodologias de ensino utilizadas em avaliação psicológica nos cursos superiores, também evidenciou pouco esforço quanto ao incentivo a uma maior postura crítica em relação ao aprendizado na área. Ao longo da existência do Satepsi, a área da avaliação psicológica foi favorecida, especialmente pela disponibilidade de testes, muito mais do que em décadas passadas, trazendo importantes repercussões para a psicologia e sua prática (Reppold & Serafini, 2013). No entanto, é necessário que esse avanço seja visto também na formação básica do psicólogo. Como um reflexo dessas dificuldades e limitações no ensino, a área da avaliação psicológica é a que mais apresenta problemas de infração ética junto ao CFP, conforme observado por Anache e Reppold (2010). Isso porque a área da avaliação tem grande impacto sobre os sujeitos e é utilizada em contextos variados, como no caso de concursos públicos e guarda de crianças, por exemplo. Resulta, ainda, na produção de documentos oficiais, como laudos e pareceres, que acabam servindo como instrumentos para a formalização das denúncias nos conselhos (Anache & Reppold, 2010). Soluções definitivas para as questões do ensino acadêmico da avaliação psicológica ainda não foram encontradas, mas sabe-se que estão relacionadas com o desenvolvimento de um programa com questões básicas a serem ensinadas nessa área, em cursos de graduação. Aliados a isso, dois outros quesitos devem estar presentes nas grades curriculares: a interdisciplinaridade, de forma a integrar os conhecimentos, e a habilidade de analisar criticamente os instrumentos (Hazboun & Alchieri, 2014). Dessa forma, os estudantes estarão sendo mais bem preparados para o mercado de trabalho (Noronha et al., 2002a). Uma vez que os psicólogos têm garantia de reserva de mercado na área da avaliação psicológica, é importante que apresentem condições de atuar de maneira efetiva, dando conta da complexidade das demandas, com autonomia e segurança na escolha das técnicas utilizadas em cada situação (Noronha & Reppold, 2010). Nesse contexto, o Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP) criou diretrizes para o ensino da avaliação psicológica, que vêm ao encontro da discussão anterior.11 O documento respeita todas as resoluções do CFP e do código de ética da profissão, utilizando referências sólidas e reconhecidas da área da avaliação psicológica. Contém uma proposta de conteúdo ideal para as disciplinas que abordam a avaliação psicológica, sendo um material válido e rico para uso, pelos alunos e docentes, nas universidades brasileiras. Os docentes, por sua vez, são cruciais nesse contexto de formação básica do psicólogo e também devem estar atentos para a atualização das disciplinas e conteúdos da área da avaliação psicológica. Sua importância é observada em pesquisas como a de Noronha, Barros, Nunes e Santos (2014), em que foi avaliada a percepção de 98 docentes quanto à relevância das competências em avaliação psicológica. Os autores observaram que “princípios éticos” e “comunicação dos resultados” foram os itens considerados como mais importantes na área, ao passo que “noções de estatística” e “conhecimento de grande quantidade de testes” foram considerados menos importantes. Hazboun e Alchieri (2014) encontraram resultados semelhantes, considerando as principais dificuldades em avaliação psicológica na opinião de psicólogos brasileiros. Boa parte dos participantes considerou não observar dificuldades em sua prática em avaliação, demonstrando a falta de vivências relevantes, ou um conhecimento muito básico. Ambos os estudos apontam para a necessidade de os profissionais, docentes, pesquisadores ou clínicos, avaliarem sua própria conduta e seu próprio conhecimento acerca do tema. Muitos dos problemas relatados e das conclusões dos estudos estão voltados para as deficiências na formação básica dos psicólogos, e, em consequência disso, observa-se o grande número de questões éticas relevantes geradas. O que se constata claramente é que quando a formação acadêmica, em sua base, é bem estruturada e abrangente, os profissionais saem da graduação mais bem habilitados para a prática e mais bem informados sobre as áreas em que há necessidade de maior especialização e de busca de conhecimento mais aprofundado. Assim, também são evitados problemas que vêm sendo frequentemente observados na área da avaliação psicológica, como o uso dos instrumentos de maneira inadequada, a desatualização dos instrumentos, a falta de base teórica sólida e a falta de reflexão crítica sobre os resultados. O caminho para tentar resolver essas questões inclui o aprimoramento na formação dos profissionais, especialmente dos currículos básicos das graduações em psicologia, maior capacitação dos professores da área e a construção de instrumentos tecnicamente adequados que considerem profundamente as questões éticas (Noronha et al., 2002b, 2014). Para além da formação básica, a atualização frequente também é importante para aqueles que já estão graduados, uma vez que os cursos de psicologia não são suficientes para que o aluno adquira todas as informações necessárias para sua prática, especialmente na área da avaliação. Especializações e cursos de aprimoramento são adequados nesse sentido, uma vez que possibilitam ao profissional aprofundamento no conhecimento e na prática. O profissional deve estar habituado a utilizar a produção científica realizada ao longo dos anos, disponível em periódicos e bases de dados, objetivando a atualização contínua. Aliado a isso, sua participação em cursos de especialização exclusivamente voltados para a área da avaliação psicológica deve ser incentivada pelos órgãos regulamentadores estaduais e nacionais (Noronha & Reppold, 2010). Segundo Primi (2010), é possível que ainda haja certa resistência para a consolidação da especialidade em avaliação psicológica, que pode ser gerada por concepções mais qualitativas e menos sistematizadas da área. No entanto, é importante salientar a necessidade atual dos profissionais de aprofundamento das técnicas de avaliação, tornando cursos desse tipo essenciais para a prática profissional e em pesquisa. Nesse contexto, ressalte-se que o CFP ainda não reconhece a área da avaliação psicológica como uma especialidade da psicologia, embora tenha uma comissão de especialistas no Satepsi. Pesquisadores da área e sociedades científicas, como o IBAP, no entanto, trabalham para tal reconhecimento. Destacam que a demanda existe, haja vista, por exemplo, o número de participantes em congressos e a existência de curso de pós-graduação lato sensu na área, avaliado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) como um programa internacionalizado de alto nível, bem como de programas de pós-graduação stricto sensu que têm a avaliação psicológica como área de concentração ou como linha de pesquisa. Contudo, sendo ou não uma especialidade, a atuação profissional adequada não é obtida somente na graduação – requer atualização continuada, profundo conhecimento e análise crítica das diversas técnicas disponíveis. Na próxima seção, serão abordadas questões técnicas voltadas principalmente à escolha de instrumentos da área. OS CUIDADOS NA ESCOLHA DO TESTE E SEU PROCESSO DE APLICAÇÃO É constatada a importância do uso de instrumentos psicológicos, de seu desenvolvimento baseado em técnicas psicométricas adequadas e princípios éticos, do seu adequado ensino ao longo da graduação e da busca por especialização e aprofundamento por parte dos profissionais já formados. Para tanto, salienta-se que, apesar de a ênfase na construção dos testes psicometricamente adequados ser evidenciada, ainda estão disponíveis no mercado uma série de instrumentos que cumprem apenas os requisitos mínimos necessários, falhando no fornecimento de informações mais rebuscadas acerca dos instrumentos propriamente ditos e dos construtos avaliados. Nesse sentido, o psicólogo deve estar apto a analisar criticamente esses instrumentos, seus manuais e materiais, a fim de julgar sua aplicabilidade na prática clínica. Para tanto, o Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2001) publicou a Resolução nº 25/2001, que regulamenta a elaboração, a comercialização e o uso dos testes psicológicos. Essa resolução aponta alguns critérios mínimos obrigatórios para que os instrumentos psicológicos sejam, de fato, considerados apropriados para uso no Brasil. São eles: • fornecer uma fundamentação teórica adequada e ampla, com definição clara do construto, objetivos e contextos de uso; • descrever método de busca de evidências de validade e precisão, resultados e interpretações sugeridas; • descrever dados psicométricos detalhados dos itens; • fornecer informações claras sobre a correção e a interpretação dos escores do teste; • descrever claramente as etapas de aplicação e correção, além das demais condições, como especificidades do ambiente e materiais a serem utilizados ao longo da aplicação. A resolução dá ênfase especial à necessidade de produção de manuais completos. Conforme as orientações do documento, o manual será adequado se contiver como informações básicas: • detalhamento dos aspectos técnico-científicos voltados para a fundamentação teórica do teste e construtos abordados, além de dados empíricos; • descrição de aspectos práticos voltados para a aplicação do instrumento, a correção dos dados coletados e a interpretação dos escores e resultados; • referências da literatura relacionada, de modo que o usuário do teste possa acessar o material utilizado como base para construção do instrumento e utilizá-lo também na busca de maior compreensão sobre o construto avaliado; • informações sobre o responsável técnico pela produção do instrumento; • informações sobre a autorização e aprovação do CFP; • destaque para as informações sobre o uso restrito aos psicólogos; • informações sobre a comercialização, que também deve ser restrita a esses profissionais, apresentando essa informação em destaque no manual. A resolução em questão é baseada em documentos internacionais, que merecem atenção especial em sua íntegra, como: • Standards for Educational and Psychological Testing, de autoria da American Educational Research Association (AERA), da American Psychological Association (APA) e do National Council on Measurement in Education (NCME) (1999); • Guidelines for Educational and Psychological Testing, de autoria da Canadian Psychological Association (CPA) (1996); • ITC Guidelines on Test Use e ITC Guidelines on Adapting Tests, de autoria da International Test Commission (ITC) (2005, 2013). Estes, por serem mais atuais, serão detalhados a seguir. Segundo Noronha, Freitas e Ottati (2002), o objetivo dessas diretrizes é organizar critérios que auxiliem os profissionais no uso e na análise dos instrumentos de avaliação psicológica. Materiais como esses não são encontrados facilmente, e, por isso, devem receber devido valor e atenção. O ITC Guidelines on Test Use foi disponibilizado em 2013 e aponta, como objetivo de sua criação, que o psicólogo tem o dever de usar adequadamente, e de forma ética, os instrumentos disponíveis para sua prática profissional. Para que isso ocorra, o profissional deve atender às necessidades do avaliando, além de utilizar instrumentos que sejam adequados no cumprimento do propósito ao qual a avaliação se propõe. Segundo as diretrizes apresentadas nesse documento, deve-se avaliar o potencial de cada instrumento, sendo essencial: • analisar adequadamente as necessidades do avaliando, os encaminhamentos e as condições gerais em que o instrumento será utilizado, a fim de garantir que a aplicação seja útil. Ou, em caso de pesquisa, fundamentar a justificativa garantindo que, de fato, sua utilização é viável e relevante; • analisar as vantagens e desvantagens do uso do instrumento, comparando com outros tipos de métodos avaliativos, e a viabilidade de sua aplicação. No momento da escolha efetiva do instrumento, as diretrizes em questão apontam a necessidade de considerar: • se o instrumento apresenta informações atualizadas, detalhadas e relevantes; • sua adequação técnica, como evidências de validade, de precisão, e a representatividade do construto (temas aprofundados nos Caps. 3, 4, 5 e 6); • a presença de estudos psicométricos metodologicamente adequados; • a aceitabilidade do instrumento em relação ao avaliando; • a praticidade da aplicação; • os recursos a serem gastos, incluindo os humanos, financeiros e de tempo; • as influências dos interesses comerciais em torno do uso dos instrumentos, sua venda e editoração, evitando-as; • os grupos específicos para os quais os instrumentos são construídos, especialmente em termos de gênero, grupo etário, cultural e étnico; • se as metodologias de adaptação foram seguidas de maneira adequada quando os instrumentos forem adaptados; • se os procedimentos de padronização para as pontuações e as normas de correção são adequados e se o manual possibilita interpretação completa dos resultados; • se o instrumento apresenta normas com grupos adequados para comparações; • as limitações técnicas de cada instrumento e de seu ambiente de aplicação. Deve-se lembrar que a interpretação dos resultados obtidos a partir da aplicação do teste psicológico deve ser feita com base, também, nas demais informações sobre o avaliando, como a idade, a escolaridade, o sexo, seu ambiente social e cultural, além de condições de saúde geral. Além disso, deve-se cuidar o excesso de generalizações a partir do resultado de um instrumento. Como sugestão aos profissionais, o documento recomenda que se atente às atualizações das evidências de validade dos testes que estão sendo utilizados. O segundo documento norteador da International Test Commission é o ITC Guidelines for Translating and Adaptating Tests (ITC, 2005), que trata especificamente da adaptação de instrumentos. Segundo ele, deve-se analisar em um teste traduzido e adaptado: • se os editores consideraram as diferenças culturais e linguísticas das populações do instrumento original e do adaptado; • se a linguagem e as técnicas utilizadas no teste estão, de fato, adequadas ao uso proposto; • se o material e os recursos do teste são familiares às populações às quais se destinam; • a qualidade psicométrica e a adequação dos estudos de busca de evidências de validade e precisão da versão adaptada; • a equivalência entre as versões do instrumento; • se o manual do instrumento especifica todas as informações da versão adaptada, deixando claros e detalhados os dados necessários, conforme descrito anteriormente. Em resumo, salienta-se, conforme evidenciado por Chiodi e Weschler (2008), que os instrumentos psicológicos devem apresentar manuais claros e que, de fato, auxiliem os profissionais na compreensão dos construtos abordados e na avaliação proposta. Os manuais devem apresentar instruções e materiais de avaliação recomendados, critérios de correção e interpretação dos resultados e normas padronizadas para comparação entre grupos de sujeitos, quando possível. É preciso garantir que esses materiais sejam baseados em estudos consistentes voltados para a busca de evidências de validade, precisão, normatização e padronização dos escores. Essas questões apresentam-se como pontos-chave da prática fundamentada na psicometria. No entanto, segundo Tavares (2003), a validade clínica também deve ser considerada, apontando para maior qualidade das informações e também para o contexto em que ocorre o processo de avaliação, sendo esta dependente das amostras utilizadas. Ainda segundo o autor, nessa discussão, inclui-se a abordagem nomotética e a idiográfica. Na primeira, os procedimentos avaliativos são voltados para amostras representativas, podendo ser generalizados a populações, e não a indivíduos. A abordagem idiográfica, por sua vez, considera não apenas a comparação do indivíduo com a norma estabelecida, mas também com sua própria performance em diferentes momentos do tempo. Nesse sentido, os procedimentos considerados qualitativos também têm a possibilidade de apresentar validade, que depende da possibilidade de a técnica gerar resultados semelhantes, independentemente de seu aplicador. Seguindo essa linha de pensamento, Werlang e colaboradores (2010) apontam que o processo de avaliação psicológica inclui o uso de estratégias variadas, unindo as informações geradas, qualitativas e quantitativas, fundamentando as conclusões obtidas. Além da reunião de técnicas variadas, também há a possibilidade de construção de baterias de instrumentos, que se configuram como um conjunto de testes a serem utilizados. Essas baterias podem ser estruturadas ou não. As primeiras são mais indicadas quando se tem um objetivo explícito e são construídas com base em informações empíricas. É preciso considerar, contudo, que a escolha desses instrumentos e a organização da bateria devem ser feitas com bom senso, uma vez que uma quantidade muito grande de instrumentos, muitas vezes, não é justificável. A escolha de instrumentos deve ser feita com base nas qualidades psicométricas de cada um, evitando-se sobreposições. O profissional experiente, com bases teóricas sólidas, tem habilidade para selecionar as técnicas e os instrumentos a serem utilizados, explorando o máximo das informações obtidas por meio deles. Para tanto, é importante esclarecer no manual do instrumento para qual contexto determinado instrumento se aplica, as normas e as condições específicas de aplicação, além de suas características psicométricas (Anache & Reppold, 2010). Estas últimas são observadas, principalmente, por meio de evidências de validade dos testes, que devem ser pontuais e dependentes do contexto para o qual foram criadas. Os estudos de validade e normatização apresentados devem deixar claras as finalidades específicas de cada instrumento. O profissional, por sua vez, deve ter o costume de revisar as pesquisas da área, a fim de conhecer os contextos possíveis de aplicação dos instrumentos e as evidências de validade já existentes. Segundo a AERA, a APA e o NCME (1999), no manual intitulado Standards for Educational and Psychological Testing, as seguintes evidências de validade devem ser encontradas nos instrumentos: • baseadas no conteúdo: incluem dados sobre o conteúdo do instrumento, obtidos por meio de investigação do conjunto de itens e análises de outros especialistas; • baseadas em variáveis externas: incluem as correlações entre o instrumento e demais variáveis externas e outras variáveis de interesse, como o sucesso acadêmico, por exemplo; • baseadas na estrutura interna: abordam as correlações entre os itens; nesse caso, usam-se, principalmente, análises fatoriais para as conclusões, incluindo também evidências de precisão dos instrumentos; • baseadas no processo de respostas: relacionadas com os processos mentais envolvidos na realização de cada tarefa e item, observando-se se são adequados ao construto relacionado. Os testes precisam apresentar resultados confiáveis e evidências metodologicamente adequadas de sua qualidade. Em sua maioria, os instrumentos psicológicos são psicométricos e, portanto, baseados nas teorias de medida. Para isso, existem duas teorias psicométricas; a primeira e mais difundida é a Teoria Clássica dos Testes (TCT), que engloba as evidências de validade citadas anteriormente. A segunda, que vem ganhando força com o passar dos anos, é a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que surgiu para resolver algumas limitações da TCT e que apresenta vantagens como o cálculo da aptidão do sujeito ser independente da amostra. Vale ressaltar que ela não veio para se sobrepor, mas para somar-se à TCT (Pasquali, 2001b; Pasquali & Primi, 2003). Por fim, de maneira abrangente, Pasquali (2001a) aponta que, para a aplicação de instrumentos, é preciso treino e conhecimento por parte do aplicador. Os instrumentos requerem, de forma geral, padronização na aplicação, e esta está geralmente voltada para a aplicação propriamente dita, o controle de vieses (especialmente os de aplicação) e as normas de correção dos resultados. A administração dos testes é dependente da qualidade no ambiente físico (que inclui higiene, silêncio e redução de interrupções) e psicológico (que inclui, por exemplo, redução da ansiedade para a realização das tarefas propostas). O TESTE ALIADO A OUTRAS TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AS TENDÊNCIAS NA ÁREA Foi apontado que o teste psicológico precisa apresentar uma fundamentação teórica bem estruturada, relacionada ao construto em questão, e empírica (Tavares, 2010). Contudo, a avaliação psicológica não se resume apenas à aplicação de instrumentos; ela envolve técnicas variadas que serão utilizadas conforme a demanda de cada situação e do referencial teórico do psicólogo (Araújo, 2007). Segundo Primi (2010), as práticas com maior compromisso e adequação são aquelas compostas por diversos recursos avaliativos, consideradas multimétodos, favorecendo a visão mais completa possível do avaliando e representando uma tendência na área da avaliação psicológica. Nesse conceito, pode ser incluído o tripé, mencionado no início deste capítulo, composto pelos testes, pela observação clínica e pelas entrevistas (Tavares, 2003). Porém, outros recursos podem ser utilizados, como as dinâmicas de grupo (Chiodi & Weschler, 2008) e os questionários (Capitão, Scortegagna, & Baptista, 2005). Mediante a variada gama de recursos, é fácil compreender que a avaliação psicológica não pode ser restrita apenas ao uso de testes. É importante que sejam utilizados outros métodos que complementem a aplicação do teste, contribuindo para o desenvolvimento mais amplo da psicologia como ciência e profissão (Chiodi & Weschler, 2008). Para tanto, a escolha correta de técnicas que possibilitem a compreensão de suas vantagens e de suas limitações, além do bom senso e crítica dos profissionais, é que vai garantir que o processo de obtenção do diagnóstico seja baseado em princípios éticos. É evidente, portanto, a necessidade de se considerar uma abordagem mais contextualizadora dos dados obtidos a partir da avaliação psicológica, considerada a validade clínica do procedimento, que possibilita a integração entre informações oriundas de fontes diversas para conclusão e complementação dos procedimentos de avaliação e diagnósticos em psicologia (Tavares, 2003). Diante dessa necessidade de complementação, outras tendências na área podem ser observadas com os avanços metodológicos e tecnológicos. Estes podem ser vistos no desenvolvimento da TRI e de testagens informatizadas, permitindo a criação de bancos de itens, por exemplo (Primi, 2010). Silva (2011) aponta que existe uma tendência crescente voltada para o uso de ferramentas informatizadas na área de avaliação psicológica, nos contextos nacional e internacional, sendo necessário o aumento de estudos que apontem evidências de validade desses instrumentos, para que possam ser utilizados na prática profissional e em pesquisa. CONSIDERAÇÕES FINAIS Quando se fala em testes psicológicos, a questão central deve estar voltada para a organização dos contextos e objetivos dos procedimentos, técnicas ou estratégias utilizadas na área, possibilitando que a avaliação psicológica, como ciência, seja capaz de incluir os diversos modos de agir do psicólogo. Para isso, é preciso que os profissionais estejam aptos a analisar os instrumentos, fazendo boas escolhas em sua prática profissional e em pesquisa. Essas habilidades, idealmente, devem ser adquiridas, mesmo que basicamente, na etapa acadêmica da graduação. Os cursos de psicologia devem primar pelo ensino dessa área, uma vez que é base para o fazer do psicólogo. O aprofundamento teórico, por sua vez, pode ser obtido nos cursos de especialização da área, tornando o profissional ainda mais apto para a atuação em avaliação psicológica. Investimentos, nesse sentido, ainda são necessários, sobretudo na formação básica, de modo que o aluno de psicologia seja preparado para corresponder adequadamente a essa demanda (Noronha & Reppold, 2010). A desqualificação dos profissionais e as dificuldades e falhas encontradas ao longo do processo de formação básica do psicólogo trazem implicações éticas e sociais importantes. A maior parte das infrações éticas está relacionada com a prática da avaliação psicológica, como a emissão de resultados equivocados e a utilização de instrumentos inadequados. A atuação profissional do psicólogo deve considerar os contextos em que as avaliações são realizadas, a validade clínica das avaliações e as evidências de validade dos instrumentos escolhidos para compor o processo avaliativo (Reppold & Serafini, 2013). Por fim, este capítulo pretendeu auxiliar os profissionais e os estudantes de psicologia no fornecimento de informações essenciais sobre os quesitos necessários aos instrumentos psicológicos e à sua análise, além de na compreensão geral acerca da avaliação psicológica como um processo composto por variadas técnicas e estratégias que incluem a utilização dos testes. Para tanto, é imprescindível que se tenha confiança e segurança nos instrumentos disponíveis e aptos para uso, uma vez que irão nortear e auxiliar o diagnóstico e a prática profissional (Noronha & Reppold, 2010; Reppold, Gurgel, & Hutz, 2014). Portanto, os testes devem ser considerados instrumentos importantes para a avaliação psicológica, apesar de ela não se resumir à sua aplicação. Independentemente da abordagem utilizada, a avaliação deve, obrigatoriamente, primar pelos princípios éticos que regem a profissão e ser fundamentada em bases teóricas sólidas. REFERÊNCIAS Ambiel, R. A. M., & Pacanaro, S. V. (2011). Da testagem à avaliação psicológica: Aspectos históricos e perspectivas futuras. In R. A. M. Ambiel, I. S. Rabelo, S. V. Pacanaro, G. A. S. Alves, & I. F. A. de Sá Leme (Orgs.), Avaliação psicológica: Guia de consulta para estudantes e profissionais de psicologia (2. ed., pp. 11-28). São Paulo: Casa do Psicólogo. American Educational Research Association (AERA), American Psychological Association (APA), & National Council on Measurement in Education (NCME) (1999). Standards for educational and psychological testing. Washington: AERA, APA, NCME. Anache, A. A., & Reppold, C. T. (2010). Avaliação psicológica: Implicações éticas. In A. A. A. dos Santos, A. A. Anache, A. E. de Villemor-Amaral, B. S. G. Werlang, C. T. Reppold, C. H. S. S. Nunes, ... R. Primi (Orgs.), Avaliação psicológica: Diretrizes na regulamentação da profissão. Brasília: CFP. Anzieu, D. (1981). Os métodos projetivos. Rio de Janeiro: Campus. Araújo, M. F. (2007). Estratégias de diagnóstico e avaliação psicológica. Psicologia: Teoria e Prática, 9(2), 126-141. Brasil (1962). Lei 4.119, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre os cursos de formação em psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Brasília: Presidência da República. Canadian Psychological Association (CPA) (1996). Guidelines for educational and psychological testing. Ontário: CPA. Capitão, C. G., Scortegagna, S. A., & Baptista, M. N. (2005). A importância da avaliação psicológica na saúde. Avaliação Psicológica, 4(1), 75-82. Chiodi, M. G., & Wechsler, S. M. (2008). Avaliação psicológica: Contribuições brasileiras. Boletim: Academia Paulista de Psicologia, 28(2), 197-210. Conselho Federal de Psicologia (CFP) (2001). Resolução CFP nº 25, de 30 de novembro de 2001. Define teste psicológico como método de avaliação privativo do psicólogo e regulamenta sua elaboração, comercialização e uso. Brasília: CFP. Cunha, J. A. (2000a). Estratégia de avaliação: Perspectivas em psicologia clínica. In J. A. Cunha (Org.), Psicodiagnóstico-V (5. ed., pp. 19-23). Porto Alegre: Artmed. Cunha, J. A. (2000b). Fundamentos do psicodiagnóstico. In J. A. Cunha (Org.), Psicodiagnóstico-V (5. ed., pp. 23-32). Porto Alegre: Artmed. Cunha, J. A., & Nunes, M. L. T. (2010). Medida projetiva. In L. Pasquali (Org.), Instrumentação psicológica: Fundamentos e práticas (pp. 357-375). Porto Alegre: Artmed. Hazboun, A. M., & Alchieri, J. C. (2014). Dificuldades em avaliação psicológica segundo psicólogos brasileiros. Psico, 45(1), 83-89. International Test Comission (ITC) (2005). The ITC guidelines on adapting tests. Recuperado de http://www.intestcom.org/page/5 International Test Comission (ITC) (2013). The ITC guidelines on test use. Recuperado de http://www.intestcom.org/page/5 Noronha, A. P. P., & Alchieri, J. C. (2002). Reflexões sobre os instrumentos de avaliação psicológica. In R. Primi, Temas em avaliação psicológica (pp. 7-16). Campinas: IBAP.