Emprad Inovação No Setor Da Construção Civil Cearense - Rev

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Percepções sobre Inovação na Construção Civil

Resumo

A Inovação é geralmente percebida por meio do sucesso dos seus resultados, tendo estreita
relação com a competitividade, por um lado, e com a novidade e a satisfação do cliente, por
outro. Com o intuito de se compreender melhor este fenômeno no âmbito da construção civil,
este relato tem o objetivo de descrever as percepções sobre inovação no setor. Por meio de uma
pesquisa qualitativa, envolvendo entrevistas semiestruturadas junto a atores relevantes na
cadeia produtiva do setor – empresários e gestores de empresas construtoras e
arquitetos/projetistas – e posterior análise textual, verificou-se que a inovação na construção
civil, de maneira geral, ocorre de maneira incremental, focada no aperfeiçoamento de novas
técnicas construtivas com o objetivo de aumento de produtividade/economia de custos. Quanto
a outras categorias específicas de inovação no setor, voltadas a processos internos e negócios e
mercadológicas, ainda há grande lacuna a ser preenchida. Como contribuição, o relato sugere a
necessidade de integração entre empresários/gestores, arquitetos e clientes para que a inovação
seja obtida no sentido de gerar valor ao cliente.

Palavras-chave: Inovação, Competitividade, Construção civil.

1 Introdução

De acordo com o Mapa das Construtechs e Proptechsi, no Brasil, em 2021, há mais de


839 startups voltadas ao setor da construção civil, divididas em soluções de mineração,
prospecção de terrenos e lotes, insumos e serviços, canteiro de obras, gestão de contratos e
documentos, burocracia pública, conteúdo, aluguel, compra e venda e imóveis, gestão de
carteira, avaliação de imóveis, crowdfunding (financiamento coletivo), compartilhamento de
espaços, comunicação e gestão de condomínios, prestação de serviços, reformas e decoração,
smarthomesii e manutenção predial. Esta expressiva gama de direcionamentos de investimento
em inovação vem a desmistificar a ideia de que a inovação, na construção civil, se restringe
apenas a soluções voltadas ao produto edificado.
Em meio a esse contexto, supõe-se que a inovação seja uma prática usual em empresas
construtoras, especificamente no aperfeiçoamento de produtos ou no lançamento de produtos
novos, oferecidos a clientes atuais e potenciais a partir de premissas de geração de valor focadas
na diferenciação (Porter, 1989). Contudo, quando analisadas as comunicações mercadológicas
de imóveis residenciais multifamiliares novos (pronto para morar) ou em fase de lançamento,
verifica-se como um dos principais argumentos de oferta o termo “inovador”, sem que haja
explicitamente o esclarecimento do que, de fato, seja a tal inovação ofertada. Além disso,
mesmo uma análise superficial das imagens de diferentes produtos dessa mesma categoria e de
diferentes empresas evidencia forte semelhança visual entre os mesmos.
Tendo em vista esse cenário de inovação, procurou-se delinear o objeto de investigação
a partir da seguinte pergunta de pesquisa: como os empresários e gestores de empresas da
construção civil e arquitetos/projetistas na cidade de Fortaleza percebem a inovação no seu
setor de atuação? Assim, o presente relato técnico tem o objetivo de descrever as percepções
sobre inovação no setor a partir do ponto de vista desses agentes.
A realização da pesquisa na cidade de Fortaleza é justificada por ser este o local de
interesse pessoal dos autores, onde desempenham suas atividades profissionais. Além disso,
Fortaleza é a quinta cidade mais populosa do Brasil, concentrando 70% dos empregos e cerca
da metade do produto interno bruto (PIB) do Estado, além de ser o município com o décimo
maior PIB do País. Com isso, Fortaleza é a terceira cidade em investimentos imobiliários no
1
Brasil, além de ser a segunda cidade na geração de empregos no setor no período de 2013/16.
Tais características do lócus de pesquisa são pertinentes para propiciar discussões relativas à
prática de inovação nas empresas do setor de construção.

2 Revisão da Literatura

2.1 Conceitos de inovação

Inovação é um termo vastamente utilizado em diversas áreas do conhecimento tais como


administração e economia, sendo, inclusive, campo de estudo da sociologia bem como das
engenharias. O termo está presente em todos os lugares; o termo está presente nas visões,
missões das organizações, são mencionadas por políticos em seus discursos e centros de
inovação estão se proliferando em diversos lugares. Embora atraia a atenção de muitas pessoas,
o termo em si parece ser empregado de maneira indiscriminada pelas organizações (Kahn,
2018).
Os estudos iniciais sobre inovação foram realizados principalmente por economistas,
destacando-se Joseph Schumpeter (1883-1950) que, ao estudar a realidade econômica da época,
ressaltava explicitamente a importância central da inovação na competição entre empresas na
evolução das estruturas industriais e no próprio desenvolvimento econômico capitalista.
Schumpeter (1934) atribuía às empresas o papel fundamental de propulsoras do processo de
inovação devido à possibilidade de obterem lucros extraordinários advindos da introdução de
inovações no mercado. Definia a inovação de maneira ampla, incluindo, além da introdução de
novos produtos ou processos, as novas formas de organização empresarial, a abertura de novos
mercados e, até mesmo, a utilização de novas fontes de matéria-prima.
Para Porter (1989), inovação vem a ser conceituada como uma nova forma de se fazer
as coisas que são comercializadas e, por meio dessa inovação, as empresas são capazes de
atingir vantagem competitiva, isto é, níveis de lucratividade acima da média do setor.
Segundo um dos principais documentos de referência no mundo sobre inovação, o
Manual de Osloiii (OCDE, 2005), inovação é definida como um conjunto de esforços
estratégicos relacionados à criação e/ou ao aprimoramento/aperfeiçoamento dos produtos,
serviços, processos, marketing, modelos de gestão, modelos organizacionais e de negócios que
uma determinada organização implementa e oferece ao mercado, de forma a obter vantagem
competitiva.
No entanto, para uma melhor compreensão acerca da inovação e de suas
potencialidades, cabe salientar que se trata de três diferentes aspectos: inovação como resultado,
inovação como processo e inovação como mentalidade (mindset); inovação como resultado
enfatiza que produto final é buscado, incluindo inovação de produto, inovação de processo,
inovação de marketing, inovação de modelo de negócio, inovação de cadeia de suprimento, e
inovação organizacional. Inovação enquanto processo diz respeito à maneira em que a inovação
deveria ser organizada de maneira que os resultados possam ser alcançados; isso inclui o
processo de inovação como um todo e processo de desenvolvimento de novos produtos.
Inovação enquanto mentalidade trata da internalização da inovação pelos indivíduos na
organização onde a inovação é difundida e instituída assim como a criação de uma cultura
organizacional que apoie e permita a inovação florescer. Tal compreensão define os elementos
necessários, considerações, e a linguagem ao redor do termo para que melhores decisões
possam ser tomadas e assim possibilitar a inovação e ter maiores chances de sucesso (Kahn,
2018).
Seguindo esta linha e ainda com base no Manual de Oslo (OCDE, 2005), nem tudo o
que é lançado no mercado é necessariamente uma inovação. Para que exista a inovação são
necessárias algumas características específicas, segundo o tipo de inovação. Assim, a principal
2
característica da inovação é colocá-la em prática. Seja o desenvolvimento ou o aprimoramento
de um produto, de novos processos ou de métodos de marketing e organizacionais, os quais são
implementados quando de sua efetiva utilização nas operações das empresas. Quatro tipos
diferentes de inovação são mencionados:

Inovação de produto – a introdução de um bem ou serviço novo ou


significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos
previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações
técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso
ou outras características funcionais (p. 57).
Inovação de processo – é a implementação de um método de produção ou
distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças
significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares (p. 58).
Inovação de marketing – é a implementação de um novo método de
marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua
embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação
de preços (p. 59).
Inovação organizacional – é a implementação de um novo método
organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu
local de trabalho ou em suas relações externas (p. 61).

2.2 Inovação na Construção Civil

Para o setor da construção civil, a inovação pode ser definida como o conjunto das
atividades as quais resultam em novos produtos e/ou processos ou, ainda, nas melhorias
substanciais dos produtos e/ou processos já existentes.
O Manual de Oslo (OCDE, 2005) ao falar especificamente sobre as empresas do setor
da construção civil, afirma que:
O conhecimento científico e a capacidade em engenharia são sustentáculos
primários da inovação comercial. Na maioria dos países, eles residem, e
passam por desenvolvimento adicional, em instituições de ciência e tecnologia
do setor público. (p. 38).
O Manual reforça a ideia de que as empresas da construção civil são importantes fontes
de inovação, requerendo, assim, tão somente da abordagem adequada para trazer mais
progresso e benefícios à sociedade. Nesse sentido, a distinção entre inovação técnica e inovação
organizacional, uma vez que a primeira é altamente influenciada pela forma com a qual a
economia e a empresa estão organizadas e porque o treinamento e a mudança organizacional
são pré-requisitos importantes para transformar a inovação técnica em economia de resultados
(Lundvall, 2007).
Segundo Winch (1998) a indústria da construção possuía alto potencial para melhoria
no desempenho da taxa de inovação, apesar da discussão sobre a pertinência das medidas
tradicionais de inovação às características da construção. Uma dessas características é a
natureza interorganizacional do setor, que por si só já se configura como fonte de análise das
condições para a inovação. Contudo, em vários países é observado que a indústria da construção
obtém baixas despesas com P&D – o que caracteriza o nível de inovação preponderantemente
incremental – e que poucas empresas de construção aproveitam programas de P&D ou de
inovação oferecidos pelos governos (Miozzo & Dewick, 2002; Seaden & Manseau, 2010;
Carvalho, Silva, Carvalho, Cavalcante & Cruz, 2017). Além disso, Winch (2003) acrescenta
que o padrão das classificações industriais categoriza as partes mais inovadoras da construção,
ou seja, o design e o desenvolvimento de produto como “outros serviços empresariais” e não
como construção.

3
As empresas de construção dependem da interação com outros atores para
desenvolverem e implementarem novas soluções. De acordo com Blayse e Manley (2004), os
clientes são frequentemente receptores de novas soluções, mas, se não souberem sobre o
encaixe destas, no contexto do usuário, torna-se difícil a implementação de novas soluções e a
capacidade em se criar benefícios econômicos.
Nesse contexto, empresas de manufatura são fontes-chave de inovação, pois podem
fornecer e, também, desenvolver novas soluções para que as empresas da construção civil
possam utilizar. As empresas de fabricação, como as de revestimentos e instalações prediais,
por exemplo, muitas vezes, operam de forma mais estável, o que significa que elas podem
manter programas de P&D, aprendendo com as experiências para, em seguida, criarem bases
de conhecimento que facilitem a inovação. Assim, a inovação é influenciada pelas relações
entre indivíduos e empresas dentro da indústria e entre a indústria e entidades externas a ela.
Outro ponto importante está na relação entre os “promotores de inovação”, tais como
instituições profissionais, universidades e entidades de pesquisa e o setor da construção civil
(Blayse, & Manley, 2004). Contudo, estas fontes externas de inovação são geralmente
consideradas, pela indústria da construção, como sendo pouco relevantes (Bygballe, &
Ingemansson, 2011).
Fearne e Fowler (2006) argumentam que para melhorar o desempenho da construção,
uma mudança fundamental na gestão de relacionamentos entre clientes, de contratados e de
subcontratados é necessária. Integração da cadeia de suprimentos (Bankvall et al. 2010) e
parceria (Bygballe, Jahre, & Swärd, 2010) foram sugeridas, mesmo que as raízes profundas das
atitudes na indústria sejam consideradas difíceis de mudar (Bresnen, & Marshall, 2000). No
contexto brasileiro, trata-se de uma importante questão, uma vez que a indústria da construção
civil brasileira ainda dispõe de mão de obra barata em comparação a outros países associada a
tecnologias razoavelmente tradicionais.
Usualmente, a inovação depende de relações de longo prazo entre produtores e usuários
(Harrison, & Waluszewski, 2008). O foco no preço e a cultura para oferta competitiva resultam
numa mudança constante na variedade de atores em diferentes projetos de construção. Isso
dificulta a continuidade e os desenvolvimentos em longo prazo, resultando em "conexões
soltas" entre os atores da construção e uma incapacidade de criar efeitos de rede para melhorar
a produtividade e a inovação (Dubois, & Gadde, 2002).
Vale ainda ressaltar que, mesmo com as “conexões soltas”, a indústria da construção,
historicamente, continuou obtendo lucros, fato que pode inibir melhorias por parte dos
construtores em uma forma diferente de pensar.

3 Metodologia

A pesquisa de que trata este relato parte de uma epistemologia fenomenológica, filosofia
do conhecimento que enfatiza a importância dos fenômenos em si mesmos e em sua plenitude. Tendo
em vista a pergunta de pesquisa e do respectivo objetivo de investigação, esta pesquisa é
caracterizada como descritiva e de abordagem qualitativa segundo as considerações de Gil
(2002). A pesquisa descritiva
[...] tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações
entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este
título e uma de suas características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática. (GIL, 2002, p.42)
Como estratégia de coleta de dados utilizou-se de entrevistas semiestruturadas e um
breve questionário, tendo-se como sujeitos empresários e gestores de empresas de construção

4
civil e arquitetos/projetistas atuantes na cidade de Fortaleza, Ceará. A seleção dos respondentes
teve como critério o vínculo a empresas de construção que produzem unidades residenciais de
médio e alto padrão na referida cidade (Tabela 1). A pesquisa envolveu empresários e gestores
de onze empresas.

Tabela 1: Perfil das empresas com as quais os sujeitos (empresários e gestores) possuem
vínculo profissional
VGV anual
Número de
Ano de Número de (estimado)
projetos
fundação empregados (em R$
residenciais
1.000,00)
1 1984 450 40000 47
2 1977 600 90000 21
3 1986 220 180000 128
4 2003 400 150000 13
5 1978 200 50000 45
6 1974 500 80000 200
7 1985 800 200000 100
8 1979 160 200000 37
9 2008 1100 200000 20
10 1999 100 50000 10
11 1983 900 400000 150

A pesquisa buscou assim descrever as percepções sobre inovação no setor da construção


civil na cidade de Fortaleza junto a um grupo de empresários, gestores e arquitetos projetistas.
Inicialmente foram selecionadas quinze empresas, porém apenas onze concordaram em
participar (Tabela 2). Dos cinco arquitetos, consultados, quatro concordaram em participar.

Tabela 2: Perfil dos sujeitos da pesquisa


Projetos
Experiência
Grau de gerenciados/realizados
Sujeito Cargo profissional
Instrução (ou quantidade de
(em anos)
área)
1 Diretor(a) Técnico(a) 6 Pós-graduação 6
2 Diretor(a) Técnico(a) 21 Mestrado 25
3 Diretor(a) Comercial 15 Pós-graduação 15
4 Diretor(a) Corporativo 47 Pós-graduação 1.000.000 m2
5 Sócio-diretor(a) 12 Mestrado 20
6 Superintendente de Incorporações 20 Pós-graduação 20
7 Diretor(a) presidente 40 Mestrado 100
8 Diretor(a) administrativo(a) 13 Pós-graduação 8
9 Sócio-diretor(a) 30 Pós-graduação 70
10 Diretor(a) Geral 19 Ensino Médio 10
11 Diretor(a) Técnico(a) 35 Mestrado 1.000.000 m2
12 Arquiteto 46 Mestrado 2000
13 Arquiteto 35 Mestrado 1000
14 Arquiteto 30 Graduação 100
15 Arquiteto 20 Graduação 200

5
Quanto ao roteiro de entrevistas, este abordou um conjunto de sete categorias de
inovação comentados pelos sujeitos e baseadas no Manual de Oslo (OCDE, 2005) e em Kahn
(2018): (a) inovação tecnológica, (b) inovação de produto, (c) inovação em serviço, (d)
inovação em processo, (e) inovação em marketing, (f) inovação organizacional, (6) inovação
em modelo de gestão.
O período de realização e gravação das entrevistas se deu em múltiplas datas entre os
meses de março, abril e no início de maio de 2018 e foram realizadas pessoalmente. As
entrevistas geraram um total de 388 minutos de gravação. Para a análise dos dados
qualitativos extraídos das entrevistas, procedeu-se à análise de conteúdo por meio do software
NVivo 12.

4 Análise de Resultados

Dentro da Análise de Conteúdo, a seguir, categorias foram geradas para cada tipo de
inovação e, na maioria dos casos, a quantidade de categorias foram reduzidas a fim de evitar
redundâncias desnecessárias.

4.1 Inovação tecnológica

Em relação ao item inovação tecnológica, foram geradas inicialmente seis categorias,


reduzidas a quatro, a partir das respostas fornecidas (Tabela 3).

Tabela 3: Categorias de contexto e citações obtidas a partir da análise de conteúdo acerca


do item inovação tecnológica
Categoria Arquitetos/projetistas Empresários/gestores Total
Casos de inovação 0 10 10
Dificuldades 2 0 2
Eficiência em processos 2 2 4
Risco 0 3 3
Total 4 15 19

Ao se falar sobre inovação tecnológica, o grupo de construtores e somente este grupo,


destacou casos de inovação em suas próprias empresas, num total de dez referências feitas por
sujeitos de oito empresas. Tais casos de inovações evidenciam a utilização de recursos ou
atributos como fachadas ventiladas, contrapiso autonivelante e guarda-corpo unitizado,
previamente montado. Tais inovações citadas são consideradas pelos próprios respondentes
como não necessariamente uma novidade, mas algo incremental e não disruptivo.
Outro aspecto evidenciado é a dificuldade em inovar, nessa categoria de inovação. Há
duas referências feitas pelo grupo de arquitetos: no Brasil, especialmente em Fortaleza, ainda é
necessário investimentos elevados em equipamentos inovadores de maneira a se aumentar a
eficácia das operações. É dado o exemplo da fachada ventilada que já é utilizada há mais de
quatro décadas em países do hemisfério norte e ainda é vendida como uma novidade no
contexto da cidade.
A terceira categoria, eficiência em processos, foi referenciada por ambos empresários e
gestores e arquitetos. Os primeiros defenderam a importância de novos processos construtivos
para a eficiência da obra, enquanto o segundo grupo destacou a importância do INOVACONiv
como oportunidade de discussão dos processos entre as empresas, apesar de considerarem baixo
o investimento em novas tecnologias.

6
Por último, salienta-se a questão do risco, revelado pelo receio de se investir em
inovações que venham a ter baixa aceitação, principalmente, num cenário de crise e retração.
Este último item complementa a ideia da dificuldade de se inovar no setor, principalmente, em
Fortaleza.

4.2 Inovação de produto

Em relação ao item inovação de produto, foram geradas seis categorias, reduzidas a


cinco (Tabela 4).

Tabela 4: Categorias de contexto e citações obtidas a partir da análise de conteúdo


acerca do item inovação de produto
Categoria Arquitetos/projetistas Empresários/gestores Total
Comodidade 0 2 2
Comportamento consumidor 0 9 9
Materiais e insumos 2 2 4
Projeto de arquitetura 4 0 4
Segurança 0 2 2
Total 6 15 21

Das categorias, destaca-se comportamento do consumidor e projeto de arquitetura,


tendo a primeira nove referências do grupo de empresários/gestores e nenhuma referência do
grupo de arquitetos. Já o segundo nó, projeto de arquitetura, não é referenciado por nenhum
gestor da construção, porém referenciado por todos os arquitetos.
Os relatos acerca de comportamento do consumidor evidenciam a importância de se
entender o perfil do cliente, os novos segmentos de mercado, as necessidades e usos os quais
devem ser refletidos na tipologia da edificação, área e tipo de planta, tipo de material de
revestimento, localização, etc. Já para os arquitetos a inovação de produto só é possível caso o
projeto de arquitetura seja encarado como um item estratégico na cadeia construtiva, ou seja, é
a partir do projeto que as inovações podem ter início, contudo sem mencionar a importância do
comportamento do consumidor.
Tal constatação evidencia um desalinhamento entre ambos os grupos. Em primeiro lugar
porque se faz importante entender o comportamento do consumidor para se gerar um projeto
arquitetônico capaz de gerar valor ao cliente (Porter, 1989). Entretanto, não se evidencia a
importância do projeto para os empresários/gestores e, ao pensarem em inovação de produto e
em projeto, não se verificou uma conexão direta, pelos arquitetos, ao comportamento do
consumidor – embora mencionem sua importância no planejamento de áreas externas (inovação
de serviço).
A categoria materiais e insumos é mencionada de forma equilibrada, demonstrando a
importância dada a este item por ambos os grupos, como materiais de fachada, guarda-corpos,
esquadrias, novas tecnologias de concretagem, etc. Tais exemplos são dados no sentido de se
buscar uma obra mais limpa (sustentável), eficiente (com redução de perdas) e eficaz.
Por último, é importante destacar o aspecto da segurança por parte de ambos os grupos.
No entanto, para o grupo de empresários/gestores, segurança compreendida como atributos dos
produtos, i.e., piso antiderrapante com coeficiente de atrito superior, tomadas que evitam
choques elétricos, detectores de fumaça, dentre outros. Já para o grupo de arquitetos/projetistas,
a categoria trata preponderantemente da segurança pública.
O maior propulsor para as inovações dos últimos vinte anos foi o medo. Se
verificarmos por toda a cidade os condomínios fechados, condomínios clube,
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condomínio de casas em forma de loteamento fechado, onde o medo é o
grande motor que impulsionou algumas inovações no sentido de
funcionalidade, de tipo de produto, que também é utilizado pelo marketing
como a sensação de segurança, também nos condomínios de praia, que não
existiam. Antigamente, tínhamos só casas de praia. Hoje em dia ninguém
pensa em ter casa de praia, a não ser que o pessoal tenha a disponibilidade
para ter um esquema de segurança particular (Sujeito 12).
Finalmente, sob “inovação de produto”, verificou-se que para ambos os grupos há pouca ou
nenhuma inovação de produtos no setor de construção civil de Fortaleza durante o momento da
realização desta pesquisa.

4.3 Inovação em serviço

Sobre inovação em serviço, formaram-se sete categorias iniciais, reduzidas a quatro


(Tabela 5). Em relação à primeira categoria, customização e ambientação de unidades
habitacionais, esta considera os serviços de pós-ocupação, como os de manutenção predial,
automação predial, entrega de áreas comuns diversas ambientadas (nesse ponto, essas áreas são
entendidas não apenas como produto, mas também serviço), etc. Destaca-se ainda a questão da
comodidade no relacionamento com cliente, preferencialmente, on-line, como SAC, emissão
de boletos para pagamentos, dentre outros.

Tabela 5: Categorias de contexto e citações obtidas a partir da análise de conteúdo


acerca do item inovação em serviço
Arquitetos/projeti
Categoria Empresários/gestores Total
stas
Ambientação e customização 0 2 2
Comportamento do consumidor e pesquisa de
2 0 2
marketing
Gestão de facilities 1 5 6
Marketing, relacionamento e digitalização 0 8 8
Total 3 15 18

Um ponto importante evidenciado a partir da categoria “comportamento do consumidor


e pesquisa de marketing”, referenciado pelo grupo de arquitetos/projetistas. Mencionou-se a
áreas comuns nos condomínios, as quais oferecem serviços diversos, porém a um risco de não
trazer valor a determinados segmentos de clientes, especialmente em longo prazo, em função
do aumento do valor da taxa de condomínio, dos custos de manutenção e o próprio desuso,
apesar do custo fixo. Ainda nesta categoria, destaca-se a importância de se investir em pesquisas
visando a disponibilização de uma área comum que atenda a demandas específicas do cliente a
partir da determinação do seu perfil. Porém, definitivamente, os serviços de gestão de áreas
físicas (facilities) foram relatados como uma inovação relevante a partir de mudanças no
mercado de trabalho e como fator de diferenciação para as empresas construtoras.

4.4 Inovação em processo

O item “inovação em processo” gerou sete categorias iniciais reduzidas a seis que
refletem invariavelmente um entendimento sobre melhorias de processos construtivos
(categoria SIG, gestão e aperfeiçoamento de processos) sempre focando em qualidade e
eficiência operacional (Tabela 6). No entanto, sabe-se que eficiência operacional e processos
de melhoria contínua não necessariamente são considerados inovações. Isso quer dizer que,
8
ainda, não há um entendimento profundo sobre o que é realmente o conceito de inovação, neste
caso.

Tabela 6: Categorias de contexto e citações obtidas a partir da análise de conteúdo


acerca do item inovação em processo
Arquitetos/projeti
Categoria Empresários/gestores Total
stas
Novos processos construtivos 0 1 1
Participação do arquiteto 1 0 1
Produtividade e eficiência 1 2 3
Qualidade 1 4 5
Requisitos e regulação municipal 0 2 2
SIG, gestão e aperfeiçoamento de
0 8 8
processos
Total 3 17 20

Evidencia-se com frequência a necessidade de melhoria contínua em projetos (gestão da


qualidade) em função da crise econômica do país no momento da pesquisa, numa expectativa
de se produzir mais, com menos empregados, num contexto de reestruturações. Foi relatado por
um dos gestores que muitas empresas de construção deixaram de existir justamente em função
da falta de processos eficientes, situação em que gestores da construção são meramente
“investidores de ocasião”.
A questão da legislação municipal apresenta um aspecto positivo, com destaque para a
melhoria de processos, com menos burocracia e mais facilidade e entendimento nas aprovações.
Tal relato destaca a desburocratização da atividade do poder público municipal de Fortaleza,
em relação à construção civil.
Destaca-se também o relato por parte do grupo dos arquitetos o qual, essencialmente,
revela um afastamento do arquiteto em relação à obra (como se não tivessem participação
efetiva no processo de construção de um empreendimento) e, ainda, a sua baixa remuneração
comparando-se à cultura de outros países, até mesmo os da América Latina. Constata-se que
boa parte dos detalhes que são projetados, sequer é construída, como se o projeto de arquitetura
não fosse consultado no canteiro de obras.

4.5 Inovação em marketing

Sobre inovação em marketing (Tabela 7), houve um entendimento geral acerca da


importância do marketing digital, com foco nas redes sociais, e menos ou nenhum (em alguns
relatos) investimento em anúncios em jornais e em canais abertos de televisão. Todas as
construtoras, neste quesito, investem em marketing digital, sobretudo nas redes sociais.

Tabela 7: Categorias de contexto e citações obtidas a partir da análise de conteúdo


acerca do item inovação em marketing
Categoria Arquitetos/projetistas Empresários/gestores Total
Comportamento do consumidor e
0 2 2
segmentação
Cognição 0 3 3
Comunicação 0 5 5
Marca 1 2 3

9
Marketing digital 2 7 9
Marketing vs Substância 1 0 1
Mimetismo 1 0 1
Total 5 19 24

Destacam-se as categorias “comportamento do consumidor e segmentação”, a qual


reflete a necessidade de primeiramente entender as expectativas, anseios e necessidades do
cliente, de futuros clientes de uma nova geração que têm uma experiência muito distinta em
relação à posse de um imóvel: são clientes que mesmo podendo adquirir um imóvel, não
possuem a necessidade de possuí-lo. Nessa mesma categoria, há ainda o aspecto de cognição
do consumidor que, segundo o grupo de empresários/gestores, de maneira geral, o cliente local
apresenta baixa “qualificação” (cognição na decisão de compra), mesmo que ele tenha um alto
poder aquisitivo:
O certo seria fazer exatamente o que diz a definição de inovação de marketing.
Discordo porque a mentalidade do cliente é um pouco mais arcaica do que
esse entendimento. Nós já fizemos campanhas internas onde deflacionamos
nossa tabela de maneira que o cliente entenda realmente o preço que está
pagando. Acabamos por atestar que o cliente quer ter a noção de um bom
negócio e bom negócio para o cliente tem que vir atrelado a um grande
desconto. O que acontece hoje em dia é uma inflação dos preços para que seja
dado um desconto para o cliente dando uma noção percentual de preço
enganosa. Ou seja, você vai totalmente contra a definição de inovação em
marketing que é vender algo, agregando valor, sem precisar vender o desconto
(Sujeito 9)
Finalmente, ainda, em inovação em marketing, é revelada a importância de se cuidar da
imagem da empresa, por meio da marca, o que não é necessariamente uma inovação; além
disso, um aspecto crítico em marketing é a constatação de que muitas ações de marketing no
setor da construção civil em Fortaleza são copiadas de práticas em grandes centros, de São
Paulo, especialmente.

4.6 Inovação organizacional

Quanto a inovação organizacional, cinco categorias foram geradas (Tabela 8), uma delas
mencionando compliance que, segundo um dos entrevistados, até recentemente era algo
desconhecido pelas empresas, mas crescentemente adotada desde o fim dos anos 2010.

Tabela 8:Categorias de contexto e citações obtidas a partir da análise de conteúdo


acerca do item inovação organizacional
Arquitetos/projetist
Categoria Empresários/gestores Total
as
Compliance 0 1 1
Digitalização e otimização de processos 0 4 4
Estrutura organizacional e tomada de
3 6 9
decisão
Gestão de pessoas 1 9 10
Indicadores e controle e qualidade 1 3 4
Total 5 25 30
Verificou-se a relevância da questão da digitalização de processos visando à otimização
com a interface da modelagem de informação da construção (BIM) na obra com processos
financeiro-contábeis, por exemplo. Nesse ponto, é levada em consideração a digitalização de

10
processos do poder público, notadamente, pela Prefeitura de Fortaleza, na pasta de urbanismo
e meio ambiente, ponto positivo levantado pelos construtores.
Destaca-se também o aspecto “estrutura organizacional e tomada de decisão”,
mencionado por ambos os grupos. O grupo de arquitetos revela a importância de que a alta
direção esteja diretamente envolvida na tomada de decisão para que projetos inovadores possam
acontecer.
Quem tem tentado inovar [...] não tem se dado muito bem porque a questão
básica de tudo isso se chama decisão. E as pessoas que estão à frente e tomam
decisão e marcam, pautam o que querem, são muito mais fáceis de trabalhar
do que termos imensas estruturas técnicas onde têm muitas pessoas que sabem
de tudo, mas não há quem decida (Sujeito 5).
Já os empresários/gestores, acerca dessa categoria, mencionam a questão da crise
econômica e da necessidade de reestruturação de diversos setores, com menos trabalhadores,
“forçando” uma reorganização. Outro ponto importante, é a busca por uma forma de
profissionalizar as empresas de construção que, em sua maioria, são de estrutura familiar.
Também é revelada a importância da implantação da gestão à vista com a menor
departamentalização possível.

4.7 Inovação em modelo de gestão

Sobre inovação em modelo de gestão, foram formadas seis categorias inicialmente, mas
reduzidas para duas (Tabela 9).

Tabela 9: Categorias de contexto e citações obtidas a partir da análise de conteúdo acerca


do item inovação em modelo de gestão
Categoria Arquitetos/projetistas Empresários/gestores Total
Comunicação e colaboração 0 3 3
Conscientização e envolvimento da
6 2 8
gestão
Total 6 5 11

A primeira se refere à importância da comunicação e colaboração, ressaltando-se


novamente a importância da adoção da gestão à vista em algumas empresas, a importância de
se profissionalizar empresas que são essencialmente familiares, além da fluidez de
comunicação intersetorial que não dependa, exclusivamente, da área de recursos humanos.
A segunda categoria, “conscientização e envolvimento da gestão”, referenciada
preponderantemente pelo grupo dos arquitetos, explicita a importância percebida do
envolvimento da alta gestão para que os projetos inovadores sejam concretizados.

Nosso universo de clientes é muito variado em relação a isso e a gente sente


que quando as cabeças estão interessadas, ou seja, quando os donos estão
envolvidos no processo, toda essa situação toma forma e é bacana (Sujeito
14)

Mas se as cabeças que lideram não entendem que isso serve para dar um
resultado no fim da obra, não serve pra nada. A construtora onde eu trabalhava
tentou implementar, mas nunca se chegou a um fim. Se o dono não estiver
convencido, não adianta (Sujeito 13)
A partir das considerações expostas nesta seção, são tecidas conclusões na seção
seguinte.
11
5 Conclusão

O objetivo desta pesquisa, predominantemente qualitativa, foi descrever as percepções


sobre inovação no setor da construção civil a partir de um grupo de empresários/gestores de
empresas do setor e de arquitetos projetistas na cidade de Fortaleza CE.
Evidenciou-se que o setor é marcado pela necessidade da modernização das operações
no canteiro de obra, também marcado pela necessidade de melhoria contínua dos processos e
pela necessidade da melhoria do desempenho e redução dos custos de construção. Há uma
grande busca por inovações neste sentido, com especial destaque dado pelos gestores da
construção sobre a melhoria da produtividade e menor desperdício, principalmente o de água.
Acerca da inovação, construtores e arquitetos ressaltam essencialmente a obra
propriamente dita, especificamente a forma de se construir e seus respectivos processos. Houve
apenas uma referência dentre os arquitetos sobre entender a inovação, em sua definição, e sua
contribuição no setor da construção, sob a ótica do mercado imobiliário, que inclui um
pensamento multidisciplinar, e não apenas direcionado pela engenharia civil. Esse único
registro eleva a importância de se registrar que o entendimento sobre inovação, no caso da
construção civil, exige um olhar multidisciplinar em função da complexidade de toda a cadeia
construtiva que envolve projeto e que impacta e interfere diretamente do meio urbano.
Verificou-se receio por parte dos construtores quanto aos riscos assumidos ao se inovar
(alguns construtores verbalizaram possuir uma postura conservadora ao falarem sobre
inovação). Tais riscos citados envolvem desde a utilização de novas técnicas e ferramentas à
utilização de novos materiais e insumos, além da possibilidade de uma má aceitação do produto
pelo cliente. Isso, por sua vez, pode gerar aversão a se fazer algo novo e descreve o
entendimento dos construtores de que a inovação na construção civil em Fortaleza apresenta
um caráter fundamentalmente incremental. Para alguns entrevistados, especialmente arquitetos,
a saída para a inovação está no investimento em pesquisa de marketing e de comportamento do
consumidor.
Sobre geração de valor ao cliente, apesar da importância dada pelos gestores da
construção, não se verificou nos seus discursos como entender e/ou traçar o perfil do cliente. O
destaque ao cliente, conforme verificado, dá-se no sentido de construir com mais qualidade,
menos custo e menos desperdício, sem que seja perceptível essa relação de se fazer uma obra
melhor como base nos requisitos do cliente. Além disso, a busca por geração de valor ao cliente,
normalmente, é feita pela área de marketing das empresas após da definição e do planejamento
do produto. é razoável pensar que é preciso primeiramente entender o comportamento do
consumidor para gerar um projeto arquitetônico estratégico, o qual atenda a cada perfil de
consumidor. Contudo, não é, em momento algum, evidenciada a importância do projeto para
os gestores, ao pensarem em inovação de produto e ao pensar em projeto, não foi evidenciada
pelos arquitetos a importância do comportamento do consumidor. Esse descompasso pode
revelar uma falta de sintonia entre arquiteto, construtora e o cliente final.
Como principais contribuições à prática gerencial, este relato traz um olhar à
necessidade de integração entre empresários/gestores, arquitetos e clientes para que a inovação
seja obtida no sentido de entregar valor ao cliente. Grande parte do que foi compreendido como
inovação do setor são melhoria incrementais (apesar de sua importância) e sem levar em conta
o cliente final. O marketing digital, ferramenta essencial para as empresas do setor, deve ser
explorada ao máximo no sentido de se obter dados e análises sobre comportamento do
consumidor, não apenas como canal de divulgação de produtos.

12
Referências

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Re-engineering Construction. Building Research & Informatoin, 31(2), 107-118.

i
O Mapa das Construtechs e Proptechs é disponibilizado pela Terracotta Ventures, uma empresa de venture capital
que busca investir em startups nos setores da construção civil e imobiliário. O mapa de Construtechs e Proptechs
se tornou a maior cobertura do ecossistema de startups do segmento no Brasil.. Disponível em
https://www.terracotta.ventures/mapa-de-startups-2021 Acesso em 09/11/2021.
ii
Residência equipada com computação e tecnologia da informação que antecipa e responde às necessidades de
seus ocupantes, operando para promover seu conforto, conveniência, segurança e entretenimento via gestão da
tecnologia dentro de casa e conexões com o exterior (Aldrich, 2003).
iii
Em 1990 foi editada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a primeira
edição do Manual de Oslo - Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação
Tecnológica, que tem como objetivo orientar e padronizar conceitos, metodologias e construção de estatísticas e
indicadores de pesquisa de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) de países industrializados.
iv
O Inovacon (Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil) apoiado pela Coopercon-CE e Sinduscon-
CE é um evento em que gestores da construção civil se encontram para a troca de experiências, levantando as
melhores práticas que abrangem diferentes domínios do gerenciamento da construção, agrupadas em três
categorias: projeto, planejamento e controle de construção, logística, processos e sistemas construtivos.

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