Exercicios Enem - Portugues - Unidade 5

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Exercícios - Enem

PORTUGUÊS
UNIDADE 5
Módulo 4: Sintaxe da língua portuguesa (1)
Conteúdos: Os termos da oração, sintaxe do período simples, sintaxe do
período composto, a sintaxe da vírgula
1. (Enem 2020) O ouro do século 21

Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário, térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de
nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de futebol, que ainda teria no
banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais, chamados
de terras-raras, fazem parte da vida de quase todos os humanos do planeta. Chamados por muitos de “ouro
do século 21”, “elementos do futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles estão nos materiais usados na
fabricação de lâmpadas, telas de computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e até
turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil, dono da segunda maior reserva do mundo desses
metais, parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em retomar sua exploração.

SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).

As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas intencionalmente pelo autor do texto para
a) imprimir um tom irônico à reportagem.
b) incorporar citações de especialistas à reportagem.
c) atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
d) esclarecer termos científicos empregados na reportagem.
e) marcar a apropriação de termos de outra ciência pela reportagem.

2. (Enem 2020)

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A frase, título do filme, reproduz uma variedade linguística recorrente na fala de muitos brasileiros. Essa
estrutura caracteriza-se pelo(a)
a) uso de uma marcação temporal.
b) imprecisão do referente de pessoa.
c) organização interrogativa da frase.
d) utilização de um verbo de ação.
e) apagamento de uma preposição.

3. (Enem 2017) O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é você, Não sou daqui, Anda à procura de
comida, Sim, há quatro dias que não comemos, E como sabe que são quatro dias, É um cálculo, Está sozinha,
Estou com o meu marido e uns companheiros, Quantos são, Ao todo, sete; Se estão a pensar em ficar conosco,
tirem daí o sentido, já somos muitos, Só estamos de passagem, Donde vêm, Estivemos internados desde que a
cegueira começou, Ah, sim, a quarentena, não serviu de nada. Porque diz isso, Deixaram-nos sair, Houve um
incêndio e nesse momento percebemos que os soldados que nos vigiavam tinham desaparecido, E saíram,
Sim, Os vossos soldados devem ter sido dos últimos a cegar, toda a gente está cega, Toda a gente, a cidade
toda, o país,

SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras. 1995.

A cena retrata as experiências das personagens em um país atingido por uma epidemia. No diálogo, a violação
de determinadas regras de pontuação
a) revela uma incompatibilidade entre o sistema de pontuação convencional e a produção do gênero romance.
b) provoca uma leitura equivocada das frases interrogativas e prejudica a verossimilhança.
c) singulariza o estilo do autor e auxilia na representação do ambiente caótico.
d) representa uma exceção às regras do sistema de pontuação canônica.
e) colabora para a construção da identidade do narrador pouco escolarizado.

4. (Enem 2016) L.J.C.

— 5 tiros?
— É.
— Brincando de pegador?
— É. O PM pensou que...
— Hoje?
— Cedinho.

COELHO, M ln: FREIRE, M. (Org). Os cem menores contos brasileiros do século.


São Paulo: Ateliê Editorial. 2004.

Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse miniconto,
as reticências foram utilizadas para indicar
a) uma fala hesitante.
b) uma informação implícita.
c) uma situação incoerente.
d) a eliminação de uma ideia.
e) a interrupção de uma ação.

5. (Enem 2016) Quem procura a essência de um conto no espaço que fica entre a obra e seu autor comete um
erro: é muito melhor procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno
que fica entre o texto e seu leitor.
OZ, A. De amor e trevas.

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São Paulo: Cia. das Letras. 2005 (fragmento).

A progressão temática de um texto pode ser estruturada por meio de diferentes recursos coesivos, entre os
quais se destaca a pontuação. Nesse texto, o emprego dos dois pontos caracteriza uma operação textual
realizada com a finalidade de
a) comparar elementos opostos.
b) relacionar informações gradativas.
c) intensificar um problema conceitual.
d) introduzir um argumento esclarecedor.
e) assinalar uma consequência hipotética.

6. (Enem 2016) O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não é verdade?

Não. O riso básico – o da brincadeira, da diversão, da expressão física do riso, do movimento da face e da
vocalização – nós compartilhamos com diversos animais. Em ratos, já foram observadas vocalizações
ultrassônicas – que nós não somos capazes de perceber – e que eles emitem quando estão brincando de “rolar
no chão”. Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro, o rato deixa de
fazer essa vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está sendo atacado. O que
nos diferencia dos animais é que não temos apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído.
Os animais têm o senso de brincadeira, como nós, mas não têm senso de humor. O córtex, a parte superficial
do cérebro deles, não é tão evoluído como o nosso. Temos mecanismos corticais que nos permitem, por
exemplo, interpretar uma piada.

Disponível em: http://globonews.globo.com.


Acesso em: 31 mai. 2012 (adaptado).

A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho
“Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro”, verifica-se que ele
estabelece com a oração seguinte uma relação de
a) finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por finalidade provocar a falta de vocalização dos
ratos.
b) oposição, visto que o dano causado em um local específico no cérebro é contrário à vocalização dos ratos.
c) condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no cérebro para que não haja vocalização dos ratos.
d) consequência, uma vez que o motivo de não haver mais vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro.
e) proporção, já que a medida que se lesiona o cérebro não é mais possível que haja vocalização dos ratos.

7. (Enem 2014) Tarefa

Morder o fruto amargo e não cuspir


Mas avisar aos outros quanto é amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder
Mas avisar aos outros quanto é falso
Dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a não pulsar
– do amargo e injusto e falso por mudar –
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.

CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

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Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função sintática,
a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes.
b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis.
c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência.
d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório.
e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo.

8. (Enem 2013) Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de
contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além do
vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo
derivado do latim medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era
apenas a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento
como o vírus se apossa do organismo infectado.

RODRIGUES, S. “Sobre palavras”. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.

Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus
elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo por outro e
pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:
a) “[…] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.”
b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe […]”.
c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos astros sobre
os homens’.”
d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper […]”.
e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”

9. (Enem 2013)

Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado pelo(a)
a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final.
b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações.
c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos
d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho em relação à “mãe”.
e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações.

10. (Enem 2012)

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As palavras e as expressões são mediadoras dos sentidos produzidos nos textos. Na fala de Hagar, a expressão
“é como se” ajuda a conduzir o conteúdo enunciado para o campo da
a) conformidade, pois as condições meteorológicas evidenciam um acontecimento ruim.
b) reflexibilidade, pois o personagem se refere aos tubarões usando um pronome reflexivo.
c) condicionalidade, pois a atenção dos personagens é a condição necessária para a sua sobrevivência.
d) possibilidade, pois a proximidade dos tubarões leva à suposição do perigo iminente para os homens.
e) impessoalidade, pois o personagem usa a terceira pessoa para expressar o distanciamento dos fatos.

11. (Enem 2011)

O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de
pronome oblíquo. De acordo com a norma padrão da língua, esse uso é inadequado, pois
a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.
c) gera inadequação na concordância com o verbo.
d) gera ambiguidade na leitura do texto.
e) apresenta dupla marcação de sujeito.

12. (Enem 2011) Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de
infarto, mas também como de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma
alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver
vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de
glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados,
reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é
altamente recomendável.

ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.

As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A
esse respeito, identifica-se, no fragmento, que
a) A expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.
b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.
c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.
d) o termo “Também” exprime uma justificativa.
e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”.

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13. (Enem 2010) O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte
marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros.
Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar a área alvinegra
por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área.
No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra
rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro
Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em cima
da linha: Flamengo 1 a 0.

Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).

O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém
vários conectivos, sendo que
a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de
cabeça.
b) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem
aplicadas no jogo.
c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem
cronológica de ocorrência.
d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo
naturalmente esperado.
e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o
Botafogo a fazer um bloqueio.

14. (Enem 2010) Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho,
exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão
enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento
batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa,
olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas
essas apenas.

LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da
organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas
a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto.
b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase.
c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.
d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor.
e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas

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por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)

15. (Enem 2004) No trecho "Montes Claros cresceu tanto, / (...),/ QUE já tem cinco favelas", a palavra QUE
contribui para estabelecer uma relação de consequência. Dos seguintes versos, todos de Carlos Drummond de
Andrade, apresentam esse mesmo tipo de relação:
a) "Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias QUE eu não era Deus / se sabias que eu era fraco."
b) "No meio-dia branco de luz uma voz QUE aprendeu / a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu /
chamava para o café."
c) "Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais QUE a mão de uma criança."
d) "A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, / QUE rio e
danço e invento exclamações alegres."
e) "Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas QUE esperam ser escritos."

16. (Enem 2002) A crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da sociedade em
que vivemos.

"Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo
dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora.
Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente divide.
Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá
outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto
segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. (...) Na verdade não existem
meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá.
Os meninos não vão sozinhos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também
são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê."
(COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.)

No terceiro parágrafo em "... não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua.", a troca de De pelo Na
determina que a relação de sentido entre "menino" e "rua" seja
a) de localização e não de qualidade.
b) de origem e não de posse.
c) de origem e não de localização.
d) de qualidade e não de origem.
e) de posse e não de localização.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o
uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa
convida-o a ler o texto "Aí, Galera", de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de
discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte.

AÍ, GALERA
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de
futebol dizendo "estereotipação"? E, no entanto, por que não?
- Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
- Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus
lares.
- Como é?
- Aí galera.
- Quais são as instruções do técnico?
- Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona

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de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo
com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema
oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
- Ahn?
- É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
- Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
- Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma
pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
- Pode.
- Uma saudação para a minha progenitora.
- Como é?
- Alô, mamãe!
- Estou vendo que você é um, um...
- Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser
algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
- Estereoquê?
- Um chato?
- Isso.

(Correio Braziliense, 13/05/1998)

17. (Enem 1998) A expressão "pegá eles sem calça" poderia ser substituída, sem comprometimento de
sentido, em língua culta, formal, por:
a) pegá-los na mentira.
b) pegá-los desprevenidos.
c) pegá-los em flagrante.
d) pegá-los rapidamente.
e) pegá-los momentaneamente.

18. (Enem PPL 2020) Como ocorrem os eclipses solares?

Quando a Lua passa exatamente entre a Terra e o Sol, o astro que ilumina nosso planeta some por
alguns minutos. O espetáculo só ocorre durante a lua nova e apenas nas ocasiões em que a sombra projetada
pelo satélite atinge algum ponto da superfície do planeta. Aliás, é o tamanho dessa sombra que vai determinar
se o desaparecimento do astro será total, parcial ou anular. Geralmente, ocorrem ao menos dois eclipses
solares por ano. Um eclipse solar é uma excelente oportunidade para estudar melhor o Sol.

Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 21 ago. 2017 (adaptado).

Nesse texto, a palavra “aliás” cumpre a função de


a) promover uma conclusão de ideias valendo-se das informações da frase anterior.
b) indicar uma mudança de assunto e de foco no tema desenvolvido.
c) conectar a informação da frase anterior com a da posterior.
d) conferir um caráter mais coloquial à reportagem.
e) salientar a negação expressa na frase posterior.

19. (Enem PPL 2019) Slow Food

A favor da alimentação com prazer e da responsabilidade socioambiental, o slow food é um movimento que
vai contra o ritmo acelerado de vida da maioria das pessoas hoje: o ritmo fast-food, que valoriza a rapidez e
não a qualidade. Traduzido na alimentação, o fast-food está nos produtos artificiais, que, apesar de práticos,

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são péssimos à saúde: muito processados e muito distantes da sua natureza – como os lanches cheios de
gorduras, os salgadinhos e biscoitos convencionais etc. etc.
Agora, vamos deixar de lado o fast e entender melhor o slow food. Segundo esse movimento, o alimento deve
ser:
- bom: tão gostoso que merece ser saboreado com calma, fazendo de cada refeição uma pausa especial do dia;
- limpo: bom à saúde do consumidor e dos produtores, sem prejudicar o meio ambiente nem os animais;
- justo: produzido com transparência e honestidade social e, de preferência, de produtores locais.

Deu pra ver que o slow food traz muita coisa interessante para o nosso dia a dia. Ele resgata valores tão
importantes, mas que muitas vezes passam despercebidos. Não é à toa que ele já está contagiando o mundo
todo, inclusive o nosso país.

Disponível em: www.maeterra.com.br. Acesso em: 5 ago. 2017.

Algumas palavras funcionam como marcadores textuais, atuando na organização dos textos e fazendo-os
progredir. No segundo parágrafo desse texto, o marcador “agora”
a) define o momento em que se realiza o fato descrito na frase.
b) sinaliza a mudança de foco no tema que se vinha discutindo.
c) promove uma comparação que se dá entre dois elementos do texto.
d) indica uma oposição que se verifica entre o trecho anterior e o seguinte.
e) delimita o resultado de uma ação que foi apresentada no trecho anterior.

20. (Enem PPL 2018) Física com a boca

Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?

Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na
frente dele, as ondas da voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente
da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica – diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o
desencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distorção da voz, pelo fato de ser uma
vibração que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propagação das
ondas contribuem para distorcer sua bela voz.

Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da
mensagem. No texto, o sentido não é alterado em caso de substituição dos travessões por
a) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte.
b) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
c) reticências, para deixar subentendida a formação do especialista.
d) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
e) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.

21. (Enem PPL 2017) Fazer 70 anos

Fazer 70 anos não é simples.


A vida exige, para o conseguirmos,
perdas e perdas no íntimo do ser,
como, em volta do ser, mil outras perdas.
[...]
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!
Nós o conseguimos...

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E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço?
Quem jamais o saberá?

ANDRADE, C. D. Amar se aprende amando. São Paulo: Círculo do Livro, 1992 (fragmento).

O pronome oblíquo “o”, nos versos “A vida exige, para o conseguirmos” e “Nós o conseguimos”, garante a
progressão temática e o encadeamento textual, recuperando o segmento
a) “Ó José Carlos”.
b) “perdas e perdas”.
c) “A vida exige”.
d) “Fazer 70 anos”.
e) “irmão-sem-Escorpião”.

22. (Enem PPL 2016) Argumento

Tá legal
Eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim

Sem preconceito
Ou mania de passado
Sem querer ficar do lado
De quem não quer navegar
Faça como o velho marinheiro
Que durante o nevoeiro
Leva o barco devagar.

PAULINHO DA VIOLA. Disponível em: www.paulinhodaviola.com.br. Acesso em: 6 dez. 2012.

Na letra da canção, percebe-se uma interlocução. A posição do emissor é conciliatória entre as tradições do
samba e os movimentos inovadores desse ritmo. A estratégia argumentativa de concessão, nesse cenário, é
marcada no trecho
a) "Mas não me altere o samba tanto assim".
b) "Olha que a rapaziada está sentindo a falta".
c) "Sem preconceito / Ou mania de passado".
d) "Sem querer ficar do lado / De quem não quer navega".
e) "Leva o barco devagar".

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[C]

As aspas são usadas para delimitar uma citação, título ou, como no caso das usadas pelo autor do artigo,
realçar certas palavras ou expressões. “Ouro do século 21”, “elementos do futuro” e “vitaminas da indústria”
constituem metáforas que enfatizam e, por isso, atribuem maior valor aos metais, como se afirma em [C].

Resposta da questão 2:
[E]

A frase “Que horas ela volta?” omite a preposição “a”, obrigatória pela regência do verbo voltar. Segundo as
normas da gramática normativa, a frase deveria ter a seguinte configuração: A que horas ela volta? Assim, é
correta a opção [E].

Resposta da questão 3:
[C]

O prémio Nobel da Literatura português inovou na maneira como utiliza o ponto final e a vírgula (que ele
prefere chamar de sinais de pausa) marcando a frase com outro ritmo dado pela oralidade, um ritmo
prosódico que é típico de quem fala a língua. No excerto do enunciado, o início da fala de cada personagem é
assinalado apenas por uma capitular, formando diálogos dispostos em sequência acelerada coerente com o
ambiente caótico em que decorre a narrativa. Assim, é correta a opção [C].

Resposta da questão 4:
[B]

O miniconto caracteriza-se por ser uma narração com o mínimo de palavras possíveis, de maneira a que todo o
contexto seja mais sugerido do que narrado. As elipses deixam ao leitor a tarefa de “preencher” essas
sugestões e entender a história por trás da história escrita. No texto de Marcelo Coelho, as reticências indicam
uma informação de conhecimento do contexto social e dos personagens, o que explicaria a ação do policial ao
desferir os cinco tiros que mataram o menino que brincava de “pega-ladrão”: o policial pensou que L.J.C. era
um bandido, estava armado e oferecia perigo. Assim, é correta a opção [B].

Resposta da questão 5:
[D]

O emprego dos dois-pontos marca o início de um aposto que visa a esclarecer o leitor sobre o posicionamento
do autor enunciado anteriormente, utilizando-o também como argumento. Assim, é correta a opção [D].

Resposta da questão 6:
[C]

O trecho “Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro” estabelece uma
relação de condição com a oração “o rato deixa de fazer essa vocalização”. Assim, é correta a opção [C], pois,
segundo o autor, os ratos só deixarão de fazer a vocalização se os cientistas causarem um dano nos seus
cérebros.

Resposta da questão 7:
[C]

[A] A conjunção mas não tem esta função sintática de ligar verbos, mas orações ou ideias contrárias.

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[B] A conjunção vai ligar ideias opostas, mas em nenhum momento, neste caso, inconciliáveis, pelo contrário.
[C] Correta. A conjunção mas liga um verso que expressa uma fatalidade, algo que pode acontecer na história
de vida de qualquer pessoa, com outro verso que vai expressar o que deve ser feito o que pode ser feito,
qual a tarefa que deve ser realizada a fim de melhorar o mundo em que se vive.
[D] Não há enunciado introdutório no poema.
[E] A conjunção não liga a intensidade dos problemas do mundo, nem seria esta sua função sintática.

Resposta da questão 8:
[E]

Na frase da opção [E], existe elipse do sujeito na oração “que fizesse referência ao modo violento” para evitar
a repetição do segmento anterior a que se refere: “a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”.

Resposta da questão 9:
[A]

É correta a opção [A], pois a conjunção coordenativa adversativa “mas” expressa oposição ao que é enunciado
na oração principal, em que Filipe discorre sobre o fato de a preguiça ser a mãe (origem) de todos os defeitos.
Ao contrário, do que se esperava, o personagem subverte o significado do termo naquele contexto para
justificar a sua preguiça.

Resposta da questão 10:


[D]

É correta a opção [D], pois a presença dos tubarões seguindo a embarcação permite que Hagar infira a
possibilidade de perigo iminente e expresse essa suposição na frase “é como se eles soubessem que algo ruim
vai acontecer”.

Resposta da questão 11:


[B]

No segundo quadro, o pronome pessoal “eles” é inadequado, pois deve ser usado para desempenhar função
de sujeito. Como o verbo “arrasar” é transitivo, o pronome deveria ser substituído pelo pronome oblíquo “os”
em função de objeto direto. Segundo a norma padrão da língua, a frase deveria ser substituída por “Vamos
arrasá-los!”.

Resposta da questão 12:


[A]

A expressão “além disso” acrescenta informações (“é importante para o controle da pressão arterial, dos
níveis de colesterol e de glicose no sangue”) ao que havia sido anteriormente sobre as atitudes recomendáveis
para se ter um estilo de vida benéfico à saúde (“manter uma alimentação saudável e praticar atividade física
regularmente”).

Resposta da questão 13:


[D]

A conjunção subordinativa “mesmo” indica concessão, pois estabelece uma relação de oposição ao que seria
esperado. Apesar de o Flamengo ter maior posse de bola, tinha dificuldade em chegar à área alvinegra.
“Mesmo” ser substituído por “embora” ou “ainda que”. “Após” e “enquanto” estabelecem circunstância de
tempo, “no entanto”, adversidade e “por causa de”, causa, o que invalida as outras opções.

Resposta da questão 14:

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[E]

Na primeira ocorrência, a conjunção subordinativa “mas” expressa oposição (“O calor era forte...”, ‘ O vento
batendo nas cortinas...lembrava-lhe que se quisesse podia parar”). Na segunda, a palavra enfatiza, realça a
ideia de que são “essas apenas” e “não outras” que “ela plantara”, sendo usada como partícula expletiva ou de
realce.

Resposta da questão 15:


[D]

A opção D apresenta a conjunção subordinativa consecutiva “que”, pois o fato de a “ausência” fazer parte
essencial do eu lírico tem como consequência a sensação de companhia e pertencimento. Nas demais opções,
o vocábulo “que” tem o valor de conjunção integrante, pronome relativo, conjunção subordinativa
comparativa e pronome relativo, respectivamente.

Resposta da questão 16:


[A]

A substituição da preposição “de” por “em” transforma o adjunto adnominal “de rua”, que caracteriza o
menino, em adjunto adverbial de lugar, “na rua”, ou seja, indica a localização e não a qualidade.

Resposta da questão 17:


[B]

A expressão “pegá eles sem calça” sugere a situação de surpresa que a estratégia de jogo produziria sobre o
adversário, o que, em língua formal, poderia ser substituído por “pegá-los desprevenidos”.

Resposta da questão 18:


[C]

A palavra “aliás” conecta a informação apresentada no período anterior (de como o eclipse é formado a partir
de um jogo de sombra) à informação apresentada em seguida (de que é o tamanho da sombra que determina
se é eclipse total ou não).

Resposta da questão 19:


[B]

No âmbito da coesão interfrásica, a função do conector “agora” assegura o nexo entre o foco do primeiro
segmento do texto, o fast-food, e o segundo que, na sequência, sinaliza a mudança de foco ao abordar as
vantagens do slow food. Assim, é correta a opção [B].

Resposta da questão 20:


[B]

É correta a opção [B], pois o segmento “presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica”, que se
encontra intercalado entre dois travessões, poderia ser colocado entre vírgulas, exercendo, assim, a função de
aposto explicativo relativamente ao termo a que se refere: David Akkerman.

Resposta da questão 21:


[D]

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É correta a opção [D], pois o pronome oblíquo “o”, nos versos “A vida exige, para o conseguirmos” e “Nós o
conseguimos”, recupera o segmento “Fazer 70 anos”: para conseguirmos fazer 70 anos, Nós conseguimos
fazer 70 anos.

Resposta da questão 22:


[A]

O trecho da opção [A], "Mas não me altere o samba tanto assim", é reveladora da posição conciliatória do
emissor, que, embora aceitasse os argumentos dos que defendiam a inovação do ritmo, não desejava renegar
as tradições do samba de forma radical.

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