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Mande bem na redação do Enem
Mande bem na redação do Enem
Mande bem na redação do Enem
E-book88 páginas1 hora

Mande bem na redação do Enem

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Sobre este e-book

Vai fazer o Enem? Tem uma redação no caminho! Por isso, muita gente busca fórmulas "prontas" para fazer a redação na hora do Enem… Os resultados? Decepcionam: textos muito previsíveis e notas baixas, muito baixas para milhões de redações avaliadas a cada exame… Então: se você acha que basta o conceito de introdução, desenvolvimento e conclusão… Que uma contextualizaçãozinha aqui, uma citaçãozinha filosófica ali, usada como "frase matadora" ao final são suficientes para fazer a "mágica"… Enganou-se! Agora, se procura um diferencial, este livro pode ajudar. Ele explora um ponto frágil observado nas redações do Enem: a proposta de intervenção para o problema abordado. E orienta como fazer dessa proposta, mais que uma estratégia textual, um roteiro seguro para uma redação Nota 1000.
IdiomaPortuguês
EditoraArtigo A
Data de lançamento10 de ago. de 2020
ISBN9786586421347
Mande bem na redação do Enem

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    Mande bem na redação do Enem - Juarez Nogueira

    Bibliográficas

    Sem dúvida, sobram criatividade e disposição da galera para fazer memes do Enem ou para tratar de assuntos que não mereceriam nem meia mal traçada linha de texto na internet ou fora dela…

    Apesar de o exame ganhar maior relevância a cada ano e abranger milhões de pessoas a cada edição, os resultados não acompanham a mesma tendência para melhor.

    A nota no exame tem peso! É utilizada como critério de seleção pela maioria das instituições de ensino superior e programas como Sisu, ProUni, Fies. Para muitos, é a porta de entrada para uma carreira profissional e um futuro promissor.

    Um exemplo: caso o inscrito utilize o Prouni (Programa Universidade para Todos) para ingressar na universidade, a redação pode ter um peso de até 50% no processo seletivo.

    Mas os resultados do Ministério da Educação (MEC) mostram que o desempenho médio, com algumas variáveis ano a ano, está longe do ideal.

    Na redação, então, que pode ser o diferencial para o participante, a média geral varia entre 500 e 600 do total de 1.000 pontos. A nota 500 é baixa, fica no limite da reprovação.

    Em 2012, com o tema Movimento imigratório no Brasil, foram corrigidos mais de 4,1 milhões de textos. Deste total, 72 mil tiraram zero, enquanto 25% receberam notas entre 400 e 499 pontos. Outros 24,6% conseguiram entre 500 e 599 pontos. Apenas 1% dos concorrentes passou dos 900 pontos. E poucos chegaram às redações nota 1.000.

    Em 2013, o MEC ainda tornou a correção das provas mais rigorosa.

    Em 2014, houve mais de 8 milhões de inscritos. Com o tema Publicidade infantil no Brasil, 250 candidatos tiveram nota 1.000, enquanto 529 mil zeraram a redação porque fugiram ao tema ou entregaram a prova em branco.

    Em 2015, o tema da redação foi A persistência da violência contra a mulher e 5,7 milhões fizeram as provas. Mais de 53 mil participantes tiveram nota zero. Apenas 104 receberam nota total, 1.000 pontos.

    Os resultados podem não ser conclusivos e sobre eles pesam fatores como a motivação e a preparação dos estudantes, bem como as condições da prova, considerada por muitos como uma prova de resistência.

    Quanto à redação, vamos conversar: ninguém aprende a redigir só por causa do Enem, não é mesmo? Se for assim e só por isso, é melhor ir tirando o cavalinho da chuva, porque existe vida além do Enem, cara pálida.

    Também não se pode restringir a avaliação do desenvolvimento das habilidades linguísticas com base nos resultados divulgados pelo MEC e com foco no exame apenas. Mas este, certamente, é um termômetro da educação do país e dá uma visão do perfil selecionado para compor os quadros estudantis nas melhores (ou não…) universidades.

    Os organizadores das provas do Enem – e isso vale para a redação – assumem que os conhecimentos adquiridos ao longo da formação possibilitam aos estudantes: dominar diferentes linguagens, compreender fenômenos, ser capazes de enfrentar problemas, construir argumentos consistentes e elaborar propostas de intervenção responsáveis e bem fundamentadas.

    É esse conjunto de habilidades que você terá de demonstrar na elaboração de seu texto e é com essa expectativa que vão ler sua redação.

    Então, vai encarar?

    Vai fazer o Enem?

    "No meio do caminho tinha uma pedra

    Tinha uma pedra no meio do caminho."

    Carlos Drummond de Andrade

    Se você vai fazer o Enem, tem uma redação no meio do caminho.

    Não, não tem como fugir.

    Quer dizer: tem. Você pode fugir do tema, do tipo de texto e… POW! BANG! BUM! zerar a redação.

    Acho que você vai preferir bombar de outro jeito, com aquela nota, tipo assim… UAU! MITO!

    OK. Não tem receita, fórmula, simpatia, reza braba nem samba da mistura maluca e mameluca que dê jeito.

    O que tem é trabalho. Com as competências e habilidades linguísticas (isto é, saber ler, escrever, selecionar informações e expor com clareza o raciocínio). Ou seja, fazer aquilo que pessoas bem (in)formadas fazem ao se relacionarem e se comunicarem umas com as outras, ao agir socialmente no uso da língua.

    Ih, pegou pesado! É assim?

    É, e às vezes, com uma boa pitada de talento.

    Na verdade, mais esforço do que talento.

    Agora, segure essa: talento sem trabalho nada resolve. No texto, o que resolve são os argumentos. Bons argumentos.

    Isso te interessa? Vai encarar?

    Ou prefere continuar aí, fechado na sua conchinha umbilical perdido num mar de bobagens?

    Ah, você quer escrever melhor? Então, navegar é preciso. Não, não é navegar só nas redes sociais pra ficar trocando as figurinhas carimbadas dos memes.

    É navegar na onda da língua, sem surfar na maionese.

    Não gostou?

    Pode fechar este livro e ir fazer outra coisa.

    O seu concorrente agradece!…

    Ah, você se tocou?

    Então:

    Siga em frente.

    O Enem pede um texto dissertativo-argumentativo.

    Beleza, e daí?

    O que os avaliadores esperam de você é a defesa de um ponto

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