Acentuação Gráfica
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Acentuação Gráfica - Claudionor Aparecido Ritondale
Claudionor Aparecido Ritondale
Acentuação gráfica
pelo método lógico
de apenas uma regra
São Paulo
2009
Claudionor Aparecido Ritondale
Acentuação gráfica
pelo método lógico
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São Paulo
2009
Sumário
ADVERTÊNCIAS INICIAIS
17
MÓDULO I
19
PRIMEIRA AULA
21
Regra 1
21
OBSERVAÇÃO À REGRA 1
21
SEGUNDA AULA
23
Regra 2
23
OBSERVAÇÕES À REGRA 2
23
Observação 1ª.
23
Observação 2ª.
24
TERCEIRA AULA
25
Regra 3
25
4
OBSERVAÇÕES À REGRA 3
25
Observação 1a.
25
Observação 2ª.
25
Observação 3ª.
26
QUARTA AULA
27
Regra 4
27
OBSERVAÇÕES À REGRA 4
27
Observação 1a.
27
Observação 2a.
28
Observação 3a.
28
Observação 4ª.
28
Observação 5ª.
28
Observação 6ª.
29
EXERCÍCIOS DO MÓDULO I
30
Exercícios comentados
30
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
38
5
MÓDULO II
51
QUINTA AULA
53
Regra 5
53
Observações à regra 5
54
Observação 1ª.
54
Observação 2ª.
54
Observação 3ª.
55
Observação 4ª.
55
SEXTA AULA
57
Regra 6
57
OBSERVAÇÕES À REGRA 6
58
Observação 1a.
58
Observação 2a.
59
SÉTIMA AULA
61
Regra 7
61
6
OBSERVAÇÕES À REGRA 7
61
Observação 1a.
61
Observação 2a.
61
Observação 3a.
62
OITAVA AULA
63
Regra 8
63
OBSERVAÇÕES À REGRA 8
63
Observação 1a.
63
Observação 2a.
63
Observação 3a.
64
Observação 4a.
65
EXERCÍCIOS DO MÓDULO II
66
Exercícios comentados
66
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
71
MÓDULO III
83
7
NONA AULA
85
Regra 9
85
OBSERVAÇÃO À REGRA 9
85
DÉCIMA AULA
87
Regra 10
87
Observação à regra 10
87
DÉCIMA PRIMEIRA AULA
89
Regra 11
89
Observação à regra 11
89
DÉCIMA SEGUNDA AULA
91
Regra 12
91
Observações à regra 12
91
Observação 1ª
91
Observação 2a.
92
Observação 3ª.
92
8
Observação 4ª.
92
EXERCÍCIOS DO MÓDULO III
94
Exercícios comentados
94
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
102
MÓDULO IV
115
DÉCIMA TERCEIRA AULA
117
Regra 13
117
Observação à regra 13
117
DÉCIMA QUARTA AULA
119
Regra 14
119
Observações à regra 14
120
Observação 1ª.
120
Observação 2ª.
122
DÉCIMA QUINTA AULA
125
Regra 15
125
9
Observações à regra 15
127
Observação 1a.
127
Observação 2a.
128
DÉCIMA SEXTA AULA
129
Regra 16
129
Observações à regra 16
129
Observação 1ª.
129
Observação 2ª.
130
DÉCIMA SÉTIMA AULA
131
Cinco Observações gerais (para todas as regras)
131
EXERCÍCIOS DO MÓDULO IV
133
Exercícios comentados
133
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
142
MÓDULO V
163
DÉCIMA OITAVA AULA: CONCLUSÕES
165
10
1. A arte de tentar assimilar o oficial
165
2. Da necessidade de um padrão
167
3. As muitas confusões (oficiais ou não)
170
4. Será que ninguém mais sabe o idioma?
190
5. Sugestões
192
6. Conselhos a professores e estudantes
194
DÉCIMA NONA AULA: UMA POSSÍVEL REGRA
ÚNICA DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA É POSSÍVEL? 197
Generalidades: as leis da Ortografia e uma enunciação inicial da
regra única
197
Analisando as vogais
200
Posição das vogais, terminações fracas e o primeiro motivo de
desvio determinante da acentuação gráfica
205
QUADRO SINÓTICO DAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA
210
Resumo do Módulo V
214
EXERCÍCIOS DO MÓDULO V
217
Exercícios comentados
217
11
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
219
MÓDULO VI
225
VIGÉSIMA AULA: SIMPLIFICAÇÃO DE REGRAS I 227
Desvio de tonicidade e um ex-caso de clareza gráfica.
227
O dilema do trema
246
Desvio de timbre
247
Abolida a ideia de diferença por clareza gráfica
249
VIGÉSIMA PRIMEIRA AULA:
251
SIMPLIFICAÇÃO DE REGRAS II
251
Nasalização e tonicidade pelo til.
251
Diferenciais
252
Marca morfossintática da crase.
255
Conclusão: Regra única
257
Resumo do Módulo VI
263
EXERCÍCIOS DO MÓDULO VI
267
12
Exercícios comentados com base na regra única
267
Exercícios propostos com base na regra única
274
Explicação importante para os próximos exercícios
278
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
283
CRUZADAS COM ACENTO GRÁFICO
285
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
287
AVALIAÇÃO FINAL
295
GABARITOS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS
313
Módulo I
313
Módulo II
323
Módulo III
333
Módulo IV
341
Módulo V
348
Módulo VI
351
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
356
13
CRUZADAS COM ACENTO GRÁFICO
357
GABARITO DA AVALIAÇÃO FINAL
358
GLOSSÁRIO
359
APÊNDICE
379
COMO É TRATADA A ACENTUAÇÃO GRÁFICA, O TIL
E O TREMA NO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
(TRANSCRIÇÃO LITERAL DO TEXTO DO ACORDO)
381
Base VIII
381
Da acentuação gráfica das palavras oxítonas
381
Base IX
383
Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas
383
Base X
389
Da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das
palavras oxítonas e paroxítonas
389
Base XI
392
Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas
392
14
Base XII
394
Do emprego do acento grave
394
Base XIII
394
Da supressão dos acentos em palavras derivadas
394
Base XIV
395
Do trema
395
UM POUCO DO AUTOR E DA OBRA
397
PEQUENA APRESENTAÇÃO DE MEUS LIVROS
PUBLICADOS
405
15
16
Advertências iniciais
Antes do texto do Novo Acordo Ortográfico, assinado
por representantes dos oito países que têm o português como
língua oficial (Portugal, Brasil, a República de São Tomé e
Príncipe, mais Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau
e Timor-Leste), o Formulário Ortográfico da Academia
Brasileira de Letras determinava 16 regras oficiais para a
acentuação gráfica em Português. Com o texto do Novo Acordo,
as antigas regras foram tratadas de outra forma, com artigos
apresentados em capítulos chamados de bases. Preferimos
preservar a antiga estrutura de 16 regras, nelas inserindo as partes
do Novo Acordo que dizem respeito à acentuação gráfica em
português, já que um novo formulário ortográfico oficial da
Academia Brasileira de Letras ainda não foi proposto.
O Acordo não simplifica muito a questão, porque traz
27 artigos, em 7 bases (grupos de artigos), que têm subdivisões e
observações – que perfazem 30 itens no total.
O texto deste curso está escrito segundo as regras
vigentes a partir do Novo Acordo Ortográfico, assinado em 30
de setembro de 2008 pelos oito países acima citados.
17
18
MÓDULO I
19
20
PRIMEIRA AULA
Regra 1
Assinalam-se com o acento agudo os vocábulos
oxítonos que terminam em a, e, o abertos, e com o acento
circunflexo os que acabam em e, o fechados, seguidos, ou
não, de s. Exemplos da regra 1: Cajá, hás, jacaré, pés,
seridó, sós; dendê, lês, pôs, trisavô; etc.
OBSERVAÇÃO À REGRA 1
Nesta regra se incluem as formas verbais em que,
depois de a, e, o, se assimilaram r, s, z ao l do pronome lo, la, los, las, caindo depois o primeiro l:
dá-lo, contá-la, fá-lo-á,
fê-los, movê-las-ia,
pô-los, qué-los,
sabê-lo-emos, trá-lo-ás, etc.
Para saber como são os termos que deram origem a
estas combinações, devem-se separar os verbos, nos
tempos originais, dos pronomes lo, la, los, las; Por
exemplo: dá-lo é o mesmo que dar mais lo; movê-las-ia é o
mesmo que moveria mais las (neste último caso, o
pronome está em mesóclise); assim por diante.
21
22
SEGUNDA AULA
Regra 2
Todas as palavras proparoxítonas devem ser
acentuadas graficamente. Exemplos da regra 2:árabe,
exército, gótico, límpido, louvaríamos, lêmures, pêndula,
quilômetro, recôndito, etc.
OBSERVAÇÕES À REGRA 2
Observação 1ª.
Incluem-se aqui os vocábulos terminados em
encontros vocálicos que podem ser pronunciados como
ditongos crescentes (proparoxítonas aparentes): área,
espontâneo, ignorância, imundície, lírio, mágoa, régua,
tênue, vácuo, etc.
Note-se que há um sério problema de descrição,
ainda não resolvido pelas instituições de Portugal e Brasil
que cuidam da ortografia oficialmente: o de afirmar que
temos casos de ditongos crescentes com palavras chamadas
de proparoxítonas. Para que sejam proparoxítonas, temos
23
que ter no mínimo três sílabas nas palavras, o que não
ocorre com as palavras exemplificadas, a não ser que
consideremos que os encontros vocálicos sejam hiatos, não
ditongos. Como o texto oficial, mantido no Novo Acordo,
mantém o conceito de ditongo, o problema persistirá.
Observação 2ª.
Há exceções para latinismos ainda não
aportuguesados ( honoris causa; sui generis).
24
TERCEIRA AULA
Regra 3
São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas
em i ou u:, seguidos ou não de s e as palavras paroxítonas
terminadas em um, uns, à exceção dos prefixos paroxítonos
terminados em i.
Exemplos da regra 3: beribéri, dândi, júri, íris, lápis,
miosótis, tênis, câmu-câmu, jiu-jítsu, meinácu, bônus,
Vênus, ônus, lótus; álbum; fóruns, etc.
OBSERVAÇÕES À REGRA 3
Observação 1a.
A rigor, o acento gráfico em médium não poderia,
por exemplo, ser justificado por esta regra, já que se trata
de ditongo nasal, não de uma simples terminação um.
Observação 2ª.
Não se acentuam os prefixos paroxítonos acabados
em i: semi-histórico, anti-higiênico, arqui-inimigo, etc.
Note-se que o i se encontra destacado, para
assinalar que o prefixo termina em i, mas a sílaba anterior
não foi acentuada, porque, embora a palavra termine em i,
não se acentua por constituir-se em prefixo, que é
formador de outra palavra, fazendo com que o acento
25
principal desloque-se para a palavra toda; por este motivo,
os prefixos paroxítonos terminados em i não promovem a
acentuação: eles não são palavras em si, mas, digamos
assim, pedaços
de palavras.
Observação 3ª.
Não se acentuam vários latinismos paroxítonos
como statu quo, pari passu, lato sensu, ex-libris, habeas-corpus,
mutatis mutandis, modus vivendi, a posteriori, a priori, ipsis verbis, in
totum, exempli gratia, enquanto outros estão dicionarizados
de acordo com as regras de acentuação vigentes, em nome
de um aportuguesamento
ainda não explicado: ônus, árum,
sérum, vade-mécum, factótum, in-fólio. Um dos casos mais
estranhos (no Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, o VOLP, que
é o vocabulário oficial do português no Brasil) é a presença
de superávit – que recebe o acento gráfico, sem nenhuma
regra a explicitá-lo – e déficit – que não consta do VOLP;
sendo que déficit teria a justificativa de poder ser
proparoxítona em português; já superávit seria uma
paroxítona terminada em it
, algo não previsto em
nenhuma regra.
26
QUARTA AULA
Regra 4
Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que não
formam ditongo com a vogal anterior, considerando-se
nesta regra as formas verbais com pronomes lo, la, los, las,
após o i quando segunda vogal do hiato e também se i e u
forem seguidos de s na sílaba:
Exemplos da regra 4: aí, cafeína, heroína, juízo, saía,
contraí-la, distribuí-lo, destruí-las, instruí-los, Piauí, caís,
país, egoísta, faísca; saúde, saúva, viúva, viúvo, Jaú,
balaústre, etc.
OBSERVAÇÕES À REGRA 4
Observação 1a.
Não se coloca o acento agudo no i e no u quando
seguidos de l, m, n, r, ou z, que não iniciam sílabas e, ainda,
nh: Abigail, contribuinte, demiurgo, juiz, paul, retribuirdes,
ruim, tainha, ventoinha, etc.
27
Observação 2a.
Também não se assinala com acento agudo a base
dos ditongos tônicos iu e ui, quando precedidos de vogal:
atraiu, contribuiu, pauis (plural de paul), Rauis, etc.
Observação 3a.
Se o i ou o u tônicos que estiverem sozinhos na
sílaba ou seguidos de s formarem hiato com uma vogal
anterior idêntica, em palavras paroxítonas, dispensar-se-á o
acento: xiita, mandriice, vadiice, paracuuba, sucuuba, juuna.
Nas oxítonas, entretanto, há acento: Taií (marca do
banco Itaú) – com U duplicado em oxítonas, não há
ocorrência em Português; e obviamente há acento gráfico
nas proparoxítonas: duúnviro, iídiche.
Observação 4ª.
Prescinde-se do acento agudo nas vogais tônicas
grafadas i e u das palavras paroxítonas, quando elas estão
precedidas de ditongo: baiuca, boiuno, cauila (var. cauira,
sinônimo de avarento), cheiinho (de cheio), saiinha (de
saia), feiura.
Observação 5ª.
Levam, porém, acento agudo as vogais tônicas
grafadas i e u quando, precedidas de ditongo, pertencem a
28
palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s.
Se, neste caso, a consoante final for diferente de s, tais
vogais dispensam o acento agudo:Piauí, teiú, teiús, tuiuiú,
tuiuiús, cauí (mesmo que cauim). Mas: cauim.
Observação 6ª.
Ditongos UI de origem latina podem virar hiatos
em derivados: fluido (fluídico, fluidez), gratuito
(gratuidade). Quando se enquadrarem na regra da segunda
vogal do hiato (tônicas, sozinha na sílaba, não duplicadas
em paroxítonas, etc.), receberam acento gráfico: fluídico.
29
EXERCÍCIOS DO MÓDULO I
Exercícios comentados
A. Verifique se as palavras grifadas devem ser
acentuadas; acentue as que forem monossílabas
tônicas terminadas em a(s), e(s), o(s):
1. Não foi ele quem pos os livros em cima da mesa,
fui eu que pus.
Solução: Pôs – é um monossílabo terminado em os
; pelo
fato de ter pronúncia forte da vogal, não se apoiando em
outra palavra, é um monossílabo tônico. Isso faz com que
receba o acento, que deve ser o circunflexo, por ser
fechado o o
;
Pus – é um monossílabo tônico, mas termina em u
. A
regra das oxítonas (e monossílabos tônicos) não menciona
as terminadas em u
. O u
é tratado na regra 4, que fala
do u
como segunda vogal do hiato, mas não é o caso,
aqui, uma vez que, antes do u
, há a consoante p
– o
hiato é caracterizado pela ocorrência de duas vogais em
sílabas vizinhas (contíguas), e aqui temos apenas uma vogal,
que é o u
. Assim sendo, não há razão por que acentuar
pus
, que já é naturalmente forte. É palavra semelhante a
30
nus
, que também não leva acento gráfico, uma vez que a
terminação (us
) já é forte na oxítona. .
2. Eram tres as refeições; numa delas, um dos pratos
estava cru.
Solução: Três – é um monossílabo terminado em es
; tem
pronúncia forte, não apoiada em nenhuma outra palavra;
ou seja, é tônico. Se é monossílabo tônico, é uma oxítona,
para efeito da primeira regra de acentuação gráfica. Assim,
temos o caso de uma oxítona terminada em es
. Deve,
portanto ser acentuado. Receberá o circunflexo por ser
fechado o e
;
Cru – embora monossílabo tônico, não leva acento gráfico,
porque a terminação é u
. A regra não prevê acento para
oxítonas (nas quais se enquadram os monossílabos tônicos)
terminadas em u
. Também não se pode verificar a
ocorrência do u
como segunda vogal do hiato, porque
não há outra vogal na palavra – o que vem antes do u
é
uma consoante. Assim, não há acento gráfico. É caso
semelhante a qualquer oxítona terminada em u
que às
vezes é erroneamente grafada com acento, como tu
.
3. O caminhoneiro ficou nu, depois de ter sido
assaltado na estrada.
Explicação: Não há acento em nu
, a frase já está correta.
É o caso das oxítonas terminadas em u
em que não se
verifica a presença de hiato. Trata-se de caso semelhante a
tu
, cru
, Itu
, tatu
.
31
4. O rapaz tinha posto os bandidos a correr. E dizia
em português castiço: pu-los para correr.
Explicação: A observação da primeira regra fala nas formas
em lo
, la
, los
, las
. Ela diz que são acentuadas as
formas oxítonas terminadas em a
, e,
o". Aqui temos
o caso de uma forma em u
, sem que haja ocorrência de
hiato (tratado na regra quatro). Isolando-se o primeiro
termo (antes do hífen), temos pu
, um monossílabo
tônico terminado em u
– repetimos: sem ocorrência do
u
como segunda vogal do hiato. Então, semelhantemente
a nu
e tu", não leva acento gráfico. Trata-se aqui de
forma pouco usual do verbo pôr. O exemplo justifica o
pouco uso quando fala do português castiço
. Note-se
que há a ocorrência de uma oxítona terminada em es
(português
), mas o exercício não a traz grifada, porque
está tratando de monossílabos (português
possui mais de
uma sílaba).
5. Eu ri muito quando ele disse que ha dois dias um
fulano lhe disse: Has de ganhar na loteria!
Solução: Ri
não recebe acento gráfico. Pela regra, não se
justifica (é terminado em i
). Que
não é tônico, não
recebe acento gráfico, portanto. Há
deve ser acentuado,
porque é monossílabo tônico terminado em a
. Lhe
não
recebe acento gráfico porque é átono, mesmo que termine
em e
. Hás
recebe acento porque é monossílabo tônico
terminado em as
. De
é preposição átona, não recebe
acento gráfico. Na
é átono, não recebe acento tônico.
Concluindo: a transcrição correta do enunciado é: Eu ri
32
muito quando ele disse que há dois dias um fulano lhe
disse: Hás de ganhar na loteria!
B. Verifique nas palavras terminadas em a(s), e(s),
o(s), em(ens) abaixo as que devem receber acento
gráfico. Acentue-as:
1. A personagem curiosa no livro vivia muitos anos.
Solução: Não há ocorrência de nenhuma palavra que
mereça acento gráfico. A
e no
, os únicos
monossílabos, são átonos.
2. O campeão de motocros era da cidade de Bauru.
Solução: Motocrós
, se for escrito em português, deve
receber acento gráfico, por ser oxítona terminada em os
.
Uma outra palavra que poderia suscitar dúvida é Bauru
,
mas não há acento gráfico, por ser oxítona terminada em
u
.
3. A pequenez do atrevido não era problema.
Solução: Não há nenhuma palavra que deva receber acento
gráfico. Pequenez
, por exemplo, termina em ez
, não
em es
; apesar de oxítona, não recebe acento, porque a
terminação ez
já é forte, conferindo à sílaba a tonicidade
natural, que faz com que não haja necessidade de acento
gráfico.
4. O cão da raça pequines atacou a menina no parque
do centro de Itu.
33
Solução: A palavra pequinês
deve ser acentuada, por ser
oxítona terminada em es
. Itu
não leva acento gráfico
(termina em u
).
5. Cada uma das colunas estruturais formadoras de
um conjunto que sustenta uma construção, deixando
livre, ou quase livre, o pavimento térreo, chama-se
piloti. Não se esqueça de desenhar os pilotis no seu
projeto.
Solução: Nem piloti
nem pilotis
são acentuados
graficamente. Elas terminam em i
e is
, que não são
terminações que indicam acento gráfico em oxítonas.
C. Acentue as paroxítonas que devam
necessariamente receber acento:
1. A esposa não lhe permitiu ir ao desfile das modelos
com biquinis.
Solução: Biquínis
tem acento gráfico por ser paroxítona
terminada em is
.
2. Não houve quorum para aprovar a votação em
Menfis.
Solução: Quórum
tem acento gráfico por ser paroxítona
terminada em um
; Mênfis
recebe acento por ser
paroxítona terminada em is
.
3. Ficamos com o onus da partilha dos bens.
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Solução: Ônus
tem acento gráfico por ser paroxítona
terminada em us
.
4. Participou do safari.
Solução: Safári
é paroxítona terminada em i
, portanto,
deve receber acento gráfico, de acordo com a regra número
3.
5. O lutador de jiu-jitsu, antes da luta, comeu uma
fruta chamada camu-camu.
Solução: Jiu-jítsu
leva acento por ser paroxítona
terminada em u
, assim como câmu-câmu
.
D. Acentue as proparoxítonas:
1. Não hesito em dizer que o estampido partiu daquele
lugar.
Solução: Não há nenhuma palavra proparoxítona na frase
acima. Hesito
e estampido
, que, talvez, pudessem
suscitar dúvidas, são paroxítonas.
2. O exito da missão dependia do discurso.
Solução: Êxito
é proparoxítona – deve ser acentuada.
3. Os povos iberos habitaram Portugal durante muitos
seculos.
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Solução: Ibero
não é acentuada, é paroxítona (o e
é a
vogal tônica). Séculos
é proparoxítona – deve ser
acentuada.
4. O jogo foi recorde de audiencia.
Solução: Recorde
é palavra paroxítona (o o
é a vogal
tônica). Audiência
está naqueles casos de palavras que,
segundo a regra 2, terminam por ditongo crescente. A regra
considera-as proparoxítonas. Portanto, audiência
tem
acento gráfico.
5. A palavra oxitona
é uma palavra proparoxitona,
não uma paroxitona.
Solução: Oxítona
, paroxítona
e proparoxítona
são
palavras proparoxítonas. Elas recebem acento gráfico,
portanto.
E. Acentue o I ou o U sempre que necessário:
1. O jesuita descobriu que o feiticeiro tupi era o
Caraiba: assim estava escrito nas ruinas do forte
antigo, uma das raizes do conhecimento que ele nutria
daquela civilização.
Solução: Jesuíta
leva acento gráfico porque o i
é
segunda vogal do hiato sem nenhum acompanhamento na
sílaba. Caraíba
também leva acento pelo mesmo motivo,
assim como ruínas
e raízes
.
2. A raiz do descontentamento foi ele cair após
tropeçar na casca de amendoim.
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Solução: Raiz
não leva acento gráfico porque o i
é
segunda vogal do hiato, mas tem acompanhamento na
sílaba de z
. Cair
também não leva acento gráfico
porque o i
é segunda vogal do hiato mas tem
acompanhamento na sílaba de r
. Amendoim
também
não leva acento gráfico porque o i
é segunda vogal do
hiato mas tem acompanhamento na sílaba de m
.
3. O problema do carro era a ventoinha que não
funcionava.
Solução: Ventoinha
não leva acento gráfico, pois, mesmo
sendo o i
segunda vogal do hiato, ele vem acompanhado
de nh
na pronúncia da sílaba.
4. O heroismo da gauchinha foi grande.
Solução: Heroísmo
leva acento gráfico. O