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Acentuação Gráfica
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E-book460 páginas3 horas

Acentuação Gráfica

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Sobre este e-book

Texto didático bastante detalhado, com muitos exercícios, que mostra as 16 regras oficiais de acentuação, mais várias observações oficiais e deduzidas de gramáticas e dicionários, além de um método que ensina a acentuação gráfica com apenas uma regra lógica.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de abr. de 2011
Acentuação Gráfica

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    Acentuação Gráfica - Claudionor Aparecido Ritondale

    Claudionor Aparecido Ritondale

    Acentuação gráfica

    pelo método lógico

    de apenas uma regra

    São Paulo

    2009

    Claudionor Aparecido Ritondale

    Acentuação gráfica

    pelo método lógico

    de apenas uma regra

    São Paulo

    2009

    Sumário

    ADVERTÊNCIAS INICIAIS

    17

    MÓDULO I

    19

    PRIMEIRA AULA

    21

    Regra 1

    21

    OBSERVAÇÃO À REGRA 1

    21

    SEGUNDA AULA

    23

    Regra 2

    23

    OBSERVAÇÕES À REGRA 2

    23

    Observação 1ª.

    23

    Observação 2ª.

    24

    TERCEIRA AULA

    25

    Regra 3

    25

    4

    OBSERVAÇÕES À REGRA 3

    25

    Observação 1a.

    25

    Observação 2ª.

    25

    Observação 3ª.

    26

    QUARTA AULA

    27

    Regra 4

    27

    OBSERVAÇÕES À REGRA 4

    27

    Observação 1a.

    27

    Observação 2a.

    28

    Observação 3a.

    28

    Observação 4ª.

    28

    Observação 5ª.

    28

    Observação 6ª.

    29

    EXERCÍCIOS DO MÓDULO I

    30

    Exercícios comentados

    30

    EXERCÍCIOS PROPOSTOS

    38

    5

    MÓDULO II

    51

    QUINTA AULA

    53

    Regra 5

    53

    Observações à regra 5

    54

    Observação 1ª.

    54

    Observação 2ª.

    54

    Observação 3ª.

    55

    Observação 4ª.

    55

    SEXTA AULA

    57

    Regra 6

    57

    OBSERVAÇÕES À REGRA 6

    58

    Observação 1a.

    58

    Observação 2a.

    59

    SÉTIMA AULA

    61

    Regra 7

    61

    6

    OBSERVAÇÕES À REGRA 7

    61

    Observação 1a.

    61

    Observação 2a.

    61

    Observação 3a.

    62

    OITAVA AULA

    63

    Regra 8

    63

    OBSERVAÇÕES À REGRA 8

    63

    Observação 1a.

    63

    Observação 2a.

    63

    Observação 3a.

    64

    Observação 4a.

    65

    EXERCÍCIOS DO MÓDULO II

    66

    Exercícios comentados

    66

    EXERCÍCIOS PROPOSTOS

    71

    MÓDULO III

    83

    7

    NONA AULA

    85

    Regra 9

    85

    OBSERVAÇÃO À REGRA 9

    85

    DÉCIMA AULA

    87

    Regra 10

    87

    Observação à regra 10

    87

    DÉCIMA PRIMEIRA AULA

    89

    Regra 11

    89

    Observação à regra 11

    89

    DÉCIMA SEGUNDA AULA

    91

    Regra 12

    91

    Observações à regra 12

    91

    Observação 1ª

    91

    Observação 2a.

    92

    Observação 3ª.

    92

    8

    Observação 4ª.

    92

    EXERCÍCIOS DO MÓDULO III

    94

    Exercícios comentados

    94

    EXERCÍCIOS PROPOSTOS

    102

    MÓDULO IV

    115

    DÉCIMA TERCEIRA AULA

    117

    Regra 13

    117

    Observação à regra 13

    117

    DÉCIMA QUARTA AULA

    119

    Regra 14

    119

    Observações à regra 14

    120

    Observação 1ª.

    120

    Observação 2ª.

    122

    DÉCIMA QUINTA AULA

    125

    Regra 15

    125

    9

    Observações à regra 15

    127

    Observação 1a.

    127

    Observação 2a.

    128

    DÉCIMA SEXTA AULA

    129

    Regra 16

    129

    Observações à regra 16

    129

    Observação 1ª.

    129

    Observação 2ª.

    130

    DÉCIMA SÉTIMA AULA

    131

    Cinco Observações gerais (para todas as regras)

    131

    EXERCÍCIOS DO MÓDULO IV

    133

    Exercícios comentados

    133

    EXERCÍCIOS PROPOSTOS

    142

    MÓDULO V

    163

    DÉCIMA OITAVA AULA: CONCLUSÕES

    165

    10

    1. A arte de tentar assimilar o oficial

    165

    2. Da necessidade de um padrão

    167

    3. As muitas confusões (oficiais ou não)

    170

    4. Será que ninguém mais sabe o idioma?

    190

    5. Sugestões

    192

    6. Conselhos a professores e estudantes

    194

    DÉCIMA NONA AULA: UMA POSSÍVEL REGRA

    ÚNICA DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA É POSSÍVEL? 197

    Generalidades: as leis da Ortografia e uma enunciação inicial da

    regra única

    197

    Analisando as vogais

    200

    Posição das vogais, terminações fracas e o primeiro motivo de

    desvio determinante da acentuação gráfica

    205

    QUADRO SINÓTICO DAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

    210

    Resumo do Módulo V

    214

    EXERCÍCIOS DO MÓDULO V

    217

    Exercícios comentados

    217

    11

    EXERCÍCIOS PROPOSTOS

    219

    MÓDULO VI

    225

    VIGÉSIMA AULA: SIMPLIFICAÇÃO DE REGRAS I 227

    Desvio de tonicidade e um ex-caso de clareza gráfica.

    227

    O dilema do trema

    246

    Desvio de timbre

    247

    Abolida a ideia de diferença por clareza gráfica

    249

    VIGÉSIMA PRIMEIRA AULA:

    251

    SIMPLIFICAÇÃO DE REGRAS II

    251

    Nasalização e tonicidade pelo til.

    251

    Diferenciais

    252

    Marca morfossintática da crase.

    255

    Conclusão: Regra única

    257

    Resumo do Módulo VI

    263

    EXERCÍCIOS DO MÓDULO VI

    267

    12

    Exercícios comentados com base na regra única

    267

    Exercícios propostos com base na regra única

    274

    Explicação importante para os próximos exercícios

    278

    EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

    283

    CRUZADAS COM ACENTO GRÁFICO

    285

    BIBLIOGRAFIA COMENTADA

    287

    AVALIAÇÃO FINAL

    295

    GABARITOS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS

    313

    Módulo I

    313

    Módulo II

    323

    Módulo III

    333

    Módulo IV

    341

    Módulo V

    348

    Módulo VI

    351

    EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

    356

    13

    CRUZADAS COM ACENTO GRÁFICO

    357

    GABARITO DA AVALIAÇÃO FINAL

    358

    GLOSSÁRIO

    359

    APÊNDICE

    379

    COMO É TRATADA A ACENTUAÇÃO GRÁFICA, O TIL

    E O TREMA NO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

    (TRANSCRIÇÃO LITERAL DO TEXTO DO ACORDO)

    381

    Base VIII

    381

    Da acentuação gráfica das palavras oxítonas

    381

    Base IX

    383

    Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas

    383

    Base X

    389

    Da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das

    palavras oxítonas e paroxítonas

    389

    Base XI

    392

    Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas

    392

    14

    Base XII

    394

    Do emprego do acento grave

    394

    Base XIII

    394

    Da supressão dos acentos em palavras derivadas

    394

    Base XIV

    395

    Do trema

    395

    UM POUCO DO AUTOR E DA OBRA

    397

    PEQUENA APRESENTAÇÃO DE MEUS LIVROS

    PUBLICADOS

    405

    15

    16

    Advertências iniciais

    Antes do texto do Novo Acordo Ortográfico, assinado

    por representantes dos oito países que têm o português como

    língua oficial (Portugal, Brasil, a República de São Tomé e

    Príncipe, mais Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau

    e Timor-Leste), o Formulário Ortográfico da Academia

    Brasileira de Letras determinava 16 regras oficiais para a

    acentuação gráfica em Português. Com o texto do Novo Acordo,

    as antigas regras foram tratadas de outra forma, com artigos

    apresentados em capítulos chamados de bases. Preferimos

    preservar a antiga estrutura de 16 regras, nelas inserindo as partes

    do Novo Acordo que dizem respeito à acentuação gráfica em

    português, já que um novo formulário ortográfico oficial da

    Academia Brasileira de Letras ainda não foi proposto.

    O Acordo não simplifica muito a questão, porque traz

    27 artigos, em 7 bases (grupos de artigos), que têm subdivisões e

    observações – que perfazem 30 itens no total.

    O texto deste curso está escrito segundo as regras

    vigentes a partir do Novo Acordo Ortográfico, assinado em 30

    de setembro de 2008 pelos oito países acima citados.

    17

    18

    MÓDULO I

    19

    20

    PRIMEIRA AULA

    Regra 1

    Assinalam-se com o acento agudo os vocábulos

    oxítonos que terminam em a, e, o abertos, e com o acento

    circunflexo os que acabam em e, o fechados, seguidos, ou

    não, de s. Exemplos da regra 1: Cajá, hás, jacaré, pés,

    seridó, sós; dendê, lês, pôs, trisavô; etc.

    OBSERVAÇÃO À REGRA 1

    Nesta regra se incluem as formas verbais em que,

    depois de a, e, o, se assimilaram r, s, z ao l do pronome lo, la, los, las, caindo depois o primeiro l:

    dá-lo, contá-la, fá-lo-á,

    fê-los, movê-las-ia,

    pô-los, qué-los,

    sabê-lo-emos, trá-lo-ás, etc.

    Para saber como são os termos que deram origem a

    estas combinações, devem-se separar os verbos, nos

    tempos originais, dos pronomes lo, la, los, las; Por

    exemplo: dá-lo é o mesmo que dar mais lo; movê-las-ia é o

    mesmo que moveria mais las (neste último caso, o

    pronome está em mesóclise); assim por diante.

    21

    22

    SEGUNDA AULA

    Regra 2

    Todas as palavras proparoxítonas devem ser

    acentuadas graficamente. Exemplos da regra 2:árabe,

    exército, gótico, límpido, louvaríamos, lêmures, pêndula,

    quilômetro, recôndito, etc.

    OBSERVAÇÕES À REGRA 2

    Observação 1ª.

    Incluem-se aqui os vocábulos terminados em

    encontros vocálicos que podem ser pronunciados como

    ditongos crescentes (proparoxítonas aparentes): área,

    espontâneo, ignorância, imundície, lírio, mágoa, régua,

    tênue, vácuo, etc.

    Note-se que há um sério problema de descrição,

    ainda não resolvido pelas instituições de Portugal e Brasil

    que cuidam da ortografia oficialmente: o de afirmar que

    temos casos de ditongos crescentes com palavras chamadas

    de proparoxítonas. Para que sejam proparoxítonas, temos

    23

    que ter no mínimo três sílabas nas palavras, o que não

    ocorre com as palavras exemplificadas, a não ser que

    consideremos que os encontros vocálicos sejam hiatos, não

    ditongos. Como o texto oficial, mantido no Novo Acordo,

    mantém o conceito de ditongo, o problema persistirá.

    Observação 2ª.

    Há exceções para latinismos ainda não

    aportuguesados ( honoris causa; sui generis).

    24

    TERCEIRA AULA

    Regra 3

    São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas

    em i ou u:, seguidos ou não de s e as palavras paroxítonas

    terminadas em um, uns, à exceção dos prefixos paroxítonos

    terminados em i.

    Exemplos da regra 3: beribéri, dândi, júri, íris, lápis,

    miosótis, tênis, câmu-câmu, jiu-jítsu, meinácu, bônus,

    Vênus, ônus, lótus; álbum; fóruns, etc.

    OBSERVAÇÕES À REGRA 3

    Observação 1a.

    A rigor, o acento gráfico em médium não poderia,

    por exemplo, ser justificado por esta regra, já que se trata

    de ditongo nasal, não de uma simples terminação um.

    Observação 2ª.

    Não se acentuam os prefixos paroxítonos acabados

    em i: semi-histórico, anti-higiênico, arqui-inimigo, etc.

    Note-se que o i se encontra destacado, para

    assinalar que o prefixo termina em i, mas a sílaba anterior

    não foi acentuada, porque, embora a palavra termine em i,

    não se acentua por constituir-se em prefixo, que é

    formador de outra palavra, fazendo com que o acento

    25

    principal desloque-se para a palavra toda; por este motivo,

    os prefixos paroxítonos terminados em i não promovem a

    acentuação: eles não são palavras em si, mas, digamos

    assim, pedaços de palavras.

    Observação 3ª.

    Não se acentuam vários latinismos paroxítonos

    como statu quo, pari passu, lato sensu, ex-libris, habeas-corpus,

    mutatis mutandis, modus vivendi, a posteriori, a priori, ipsis verbis, in

    totum, exempli gratia, enquanto outros estão dicionarizados

    de acordo com as regras de acentuação vigentes, em nome

    de um aportuguesamento ainda não explicado: ônus, árum,

    sérum, vade-mécum, factótum, in-fólio. Um dos casos mais

    estranhos (no Vocabulário Ortográfico da Língua

    Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, o VOLP, que

    é o vocabulário oficial do português no Brasil) é a presença

    de superávit – que recebe o acento gráfico, sem nenhuma

    regra a explicitá-lo – e déficit – que não consta do VOLP;

    sendo que déficit teria a justificativa de poder ser

    proparoxítona em português; já superávit seria uma

    paroxítona terminada em it, algo não previsto em

    nenhuma regra.

    26

    QUARTA AULA

    Regra 4

    Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que não

    formam ditongo com a vogal anterior, considerando-se

    nesta regra as formas verbais com pronomes lo, la, los, las,

    após o i quando segunda vogal do hiato e também se i e u

    forem seguidos de s na sílaba:

    Exemplos da regra 4: aí, cafeína, heroína, juízo, saía,

    contraí-la, distribuí-lo, destruí-las, instruí-los, Piauí, caís,

    país, egoísta, faísca; saúde, saúva, viúva, viúvo, Jaú,

    balaústre, etc.

    OBSERVAÇÕES À REGRA 4

    Observação 1a.

    Não se coloca o acento agudo no i e no u quando

    seguidos de l, m, n, r, ou z, que não iniciam sílabas e, ainda,

    nh: Abigail, contribuinte, demiurgo, juiz, paul, retribuirdes,

    ruim, tainha, ventoinha, etc.

    27

    Observação 2a.

    Também não se assinala com acento agudo a base

    dos ditongos tônicos iu e ui, quando precedidos de vogal:

    atraiu, contribuiu, pauis (plural de paul), Rauis, etc.

    Observação 3a.

    Se o i ou o u tônicos que estiverem sozinhos na

    sílaba ou seguidos de s formarem hiato com uma vogal

    anterior idêntica, em palavras paroxítonas, dispensar-se-á o

    acento: xiita, mandriice, vadiice, paracuuba, sucuuba, juuna.

    Nas oxítonas, entretanto, há acento: Taií (marca do

    banco Itaú) – com U duplicado em oxítonas, não há

    ocorrência em Português; e obviamente há acento gráfico

    nas proparoxítonas: duúnviro, iídiche.

    Observação 4ª.

    Prescinde-se do acento agudo nas vogais tônicas

    grafadas i e u das palavras paroxítonas, quando elas estão

    precedidas de ditongo: baiuca, boiuno, cauila (var. cauira,

    sinônimo de avarento), cheiinho (de cheio), saiinha (de

    saia), feiura.

    Observação 5ª.

    Levam, porém, acento agudo as vogais tônicas

    grafadas i e u quando, precedidas de ditongo, pertencem a

    28

    palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s.

    Se, neste caso, a consoante final for diferente de s, tais

    vogais dispensam o acento agudo:Piauí, teiú, teiús, tuiuiú,

    tuiuiús, cauí (mesmo que cauim). Mas: cauim.

    Observação 6ª.

    Ditongos UI de origem latina podem virar hiatos

    em derivados: fluido (fluídico, fluidez), gratuito

    (gratuidade). Quando se enquadrarem na regra da segunda

    vogal do hiato (tônicas, sozinha na sílaba, não duplicadas

    em paroxítonas, etc.), receberam acento gráfico: fluídico.

    29

    EXERCÍCIOS DO MÓDULO I

    Exercícios comentados

    A. Verifique se as palavras grifadas devem ser

    acentuadas; acentue as que forem monossílabas

    tônicas terminadas em a(s), e(s), o(s):

    1. Não foi ele quem pos os livros em cima da mesa,

    fui eu que pus.

    Solução: Pôs – é um monossílabo terminado em os; pelo

    fato de ter pronúncia forte da vogal, não se apoiando em

    outra palavra, é um monossílabo tônico. Isso faz com que

    receba o acento, que deve ser o circunflexo, por ser

    fechado o o;

    Pus – é um monossílabo tônico, mas termina em u. A

    regra das oxítonas (e monossílabos tônicos) não menciona

    as terminadas em u. O u é tratado na regra 4, que fala

    do u como segunda vogal do hiato, mas não é o caso,

    aqui, uma vez que, antes do u, há a consoante p – o

    hiato é caracterizado pela ocorrência de duas vogais em

    sílabas vizinhas (contíguas), e aqui temos apenas uma vogal,

    que é o u. Assim sendo, não há razão por que acentuar

    pus, que já é naturalmente forte. É palavra semelhante a

    30

    nus, que também não leva acento gráfico, uma vez que a

    terminação (us) já é forte na oxítona. .

    2. Eram tres as refeições; numa delas, um dos pratos

    estava cru.

    Solução: Três – é um monossílabo terminado em es; tem

    pronúncia forte, não apoiada em nenhuma outra palavra;

    ou seja, é tônico. Se é monossílabo tônico, é uma oxítona,

    para efeito da primeira regra de acentuação gráfica. Assim,

    temos o caso de uma oxítona terminada em es. Deve,

    portanto ser acentuado. Receberá o circunflexo por ser

    fechado o e;

    Cru – embora monossílabo tônico, não leva acento gráfico,

    porque a terminação é u. A regra não prevê acento para

    oxítonas (nas quais se enquadram os monossílabos tônicos)

    terminadas em u. Também não se pode verificar a

    ocorrência do u como segunda vogal do hiato, porque

    não há outra vogal na palavra – o que vem antes do u é

    uma consoante. Assim, não há acento gráfico. É caso

    semelhante a qualquer oxítona terminada em u que às

    vezes é erroneamente grafada com acento, como tu.

    3. O caminhoneiro ficou nu, depois de ter sido

    assaltado na estrada.

    Explicação: Não há acento em nu, a frase já está correta.

    É o caso das oxítonas terminadas em u em que não se

    verifica a presença de hiato. Trata-se de caso semelhante a

    tu, cru, Itu, tatu.

    31

    4. O rapaz tinha posto os bandidos a correr. E dizia

    em português castiço: pu-los para correr.

    Explicação: A observação da primeira regra fala nas formas

    em lo, la, los, las. Ela diz que são acentuadas as

    formas oxítonas terminadas em a, e, o". Aqui temos

    o caso de uma forma em u, sem que haja ocorrência de

    hiato (tratado na regra quatro). Isolando-se o primeiro

    termo (antes do hífen), temos pu, um monossílabo

    tônico terminado em u – repetimos: sem ocorrência do

    u como segunda vogal do hiato. Então, semelhantemente

    a nu e tu", não leva acento gráfico. Trata-se aqui de

    forma pouco usual do verbo pôr. O exemplo justifica o

    pouco uso quando fala do português castiço. Note-se

    que há a ocorrência de uma oxítona terminada em es

    (português), mas o exercício não a traz grifada, porque

    está tratando de monossílabos (português possui mais de

    uma sílaba).

    5. Eu ri muito quando ele disse que ha dois dias um

    fulano lhe disse: Has de ganhar na loteria!

    Solução: Ri não recebe acento gráfico. Pela regra, não se

    justifica (é terminado em i). Que não é tônico, não

    recebe acento gráfico, portanto. deve ser acentuado,

    porque é monossílabo tônico terminado em a. Lhe não

    recebe acento gráfico porque é átono, mesmo que termine

    em e. Hás recebe acento porque é monossílabo tônico

    terminado em as. De é preposição átona, não recebe

    acento gráfico. Na é átono, não recebe acento tônico.

    Concluindo: a transcrição correta do enunciado é: Eu ri

    32

    muito quando ele disse que há dois dias um fulano lhe

    disse: Hás de ganhar na loteria!

    B. Verifique nas palavras terminadas em a(s), e(s),

    o(s), em(ens) abaixo as que devem receber acento

    gráfico. Acentue-as:

    1. A personagem curiosa no livro vivia muitos anos.

    Solução: Não há ocorrência de nenhuma palavra que

    mereça acento gráfico. A e no, os únicos

    monossílabos, são átonos.

    2. O campeão de motocros era da cidade de Bauru.

    Solução: Motocrós, se for escrito em português, deve

    receber acento gráfico, por ser oxítona terminada em os.

    Uma outra palavra que poderia suscitar dúvida é Bauru,

    mas não há acento gráfico, por ser oxítona terminada em

    u.

    3. A pequenez do atrevido não era problema.

    Solução: Não há nenhuma palavra que deva receber acento

    gráfico. Pequenez, por exemplo, termina em ez, não

    em es; apesar de oxítona, não recebe acento, porque a

    terminação ez já é forte, conferindo à sílaba a tonicidade

    natural, que faz com que não haja necessidade de acento

    gráfico.

    4. O cão da raça pequines atacou a menina no parque

    do centro de Itu.

    33

    Solução: A palavra pequinês deve ser acentuada, por ser

    oxítona terminada em es. Itu não leva acento gráfico

    (termina em u).

    5. Cada uma das colunas estruturais formadoras de

    um conjunto que sustenta uma construção, deixando

    livre, ou quase livre, o pavimento térreo, chama-se

    piloti. Não se esqueça de desenhar os pilotis no seu

    projeto.

    Solução: Nem piloti nem pilotis são acentuados

    graficamente. Elas terminam em i e is, que não são

    terminações que indicam acento gráfico em oxítonas.

    C. Acentue as paroxítonas que devam

    necessariamente receber acento:

    1. A esposa não lhe permitiu ir ao desfile das modelos

    com biquinis.

    Solução: Biquínis tem acento gráfico por ser paroxítona

    terminada em is.

    2. Não houve quorum para aprovar a votação em

    Menfis.

    Solução: Quórum tem acento gráfico por ser paroxítona

    terminada em um; Mênfis recebe acento por ser

    paroxítona terminada em is.

    3. Ficamos com o onus da partilha dos bens.

    34

    Solução: Ônus tem acento gráfico por ser paroxítona

    terminada em us.

    4. Participou do safari.

    Solução: Safári é paroxítona terminada em i, portanto,

    deve receber acento gráfico, de acordo com a regra número

    3.

    5. O lutador de jiu-jitsu, antes da luta, comeu uma

    fruta chamada camu-camu.

    Solução: Jiu-jítsu leva acento por ser paroxítona

    terminada em u, assim como câmu-câmu.

    D. Acentue as proparoxítonas:

    1. Não hesito em dizer que o estampido partiu daquele

    lugar.

    Solução: Não há nenhuma palavra proparoxítona na frase

    acima. Hesito e estampido, que, talvez, pudessem

    suscitar dúvidas, são paroxítonas.

    2. O exito da missão dependia do discurso.

    Solução: Êxito é proparoxítona – deve ser acentuada.

    3. Os povos iberos habitaram Portugal durante muitos

    seculos.

    35

    Solução: Ibero não é acentuada, é paroxítona (o e é a

    vogal tônica). Séculos é proparoxítona – deve ser

    acentuada.

    4. O jogo foi recorde de audiencia.

    Solução: Recorde é palavra paroxítona (o o é a vogal

    tônica). Audiência está naqueles casos de palavras que,

    segundo a regra 2, terminam por ditongo crescente. A regra

    considera-as proparoxítonas. Portanto, audiência tem

    acento gráfico.

    5. A palavra oxitona é uma palavra proparoxitona,

    não uma paroxitona.

    Solução: Oxítona, paroxítona e proparoxítona são

    palavras proparoxítonas. Elas recebem acento gráfico,

    portanto.

    E. Acentue o I ou o U sempre que necessário:

    1. O jesuita descobriu que o feiticeiro tupi era o

    Caraiba: assim estava escrito nas ruinas do forte

    antigo, uma das raizes do conhecimento que ele nutria

    daquela civilização.

    Solução: Jesuíta leva acento gráfico porque o i é

    segunda vogal do hiato sem nenhum acompanhamento na

    sílaba. Caraíba também leva acento pelo mesmo motivo,

    assim como ruínas e raízes.

    2. A raiz do descontentamento foi ele cair após

    tropeçar na casca de amendoim.

    36

    Solução: Raiz não leva acento gráfico porque o i é

    segunda vogal do hiato, mas tem acompanhamento na

    sílaba de z. Cair também não leva acento gráfico

    porque o i é segunda vogal do hiato mas tem

    acompanhamento na sílaba de r. Amendoim também

    não leva acento gráfico porque o i é segunda vogal do

    hiato mas tem acompanhamento na sílaba de m.

    3. O problema do carro era a ventoinha que não

    funcionava.

    Solução: Ventoinha não leva acento gráfico, pois, mesmo

    sendo o i segunda vogal do hiato, ele vem acompanhado

    de nh na pronúncia da sílaba.

    4. O heroismo da gauchinha foi grande.

    Solução: Heroísmo leva acento gráfico. O

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