Aula 7
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Reta Final
Sumário
2 - A Empresa ............................................................................................................................................. 5
Empresário ............................................................................................................................................... 12
4.Direito Administrativo................................................................................................................................... 31
Desapropriação ........................................................................................................................................ 32
3 - Expropriação ........................................................................................................................................... 34
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Reta Final
1 - Conceito .................................................................................................................................................. 59
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Reta Final
Aqui no Estratégia OAB, bem como no Estratégia Carreiras Jurídicas, sou idealizadora e
coordenadora dos nossos cursos Reta Final em PDF. Assim, desde já, coloco-me à
disposição para sanar eventuais dúvidas quanto ao curso, bem como para receber
sugestões de vocês, nossas alunas e nossos alunos!
E-mail: [email protected]
Instagram: @profaisabellapires
Espero que tenham conseguido ter aproveitado bastante as ferramentas disponíveis na nossa plataforma,
para que continuemos avançando em direção à aprovação!
Direito
Empresarial
Empresa -Incidência altíssima.
Empresário Individual;
EIRELI.
Direito
Processual
Ação civil "ex delicto" Incidência alta.
Penal
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Reta Final
Direito
Administrativo
Desapropriação; -Incidência altíssima!
Como vocês já sabem, nosso projeto conjuga os nossos PDF’s com a revisão dos temas em
videoaulas!
Para facilitar o acesso às aulas e a organização do estudo de vocês, seguem os links das
aulas em vídeo, correspondentes aos temas aqui estudados!!
DIREITO EMPRESARIAL:
https://www.youtube.com/watch?v=w9OUTchX2Oc&list=PL_R-F0SJS63-p-
DnEhA54gjZg7gwlPlxx
https://www.youtube.com/watch?v=4IZYRLtCMwU&list=PL_R-
F0SJS639jbE5DJQgfLnxYR_PMRY87
DIREITO ADMINISTRATIVO:
https://www.youtube.com/watch?v=PeGofGrGZsQ&list=PL_R-
F0SJS63_MYRvVteuNbSaR2glxOMHx
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Reta Final
2.DIREITO EMPRESARIAL
Nosso estudo se concentrará nos seguintes temas:
- Empresa
-Empresário Individual;
-EIRELI.
Profa. Isabella: Os temas escolhidos para dar início ao nosso estudo em Direito Empresarial
levaram em conta a alta incidência dos temas nas últimas provas, estando entre os pontos
mais cobrados na matéria!
Assim, mãos à obra e vamos avançar rumo à aprovação!
>Questões Comentadas.
Profa. Isabella Pires: As explanações a seguir tomam por base a aula 00 do Curso Regular
de Empresarial ministrada pelo Professor Alessandro Sanchez, para a qual vocês deverão
se encaminhar, caso sintam a necessidade de complementação do estudo com os demais
temas relacionados.
2 - A Empresa
Em primeiro lugar, vamos afastar uma dúvida que costuma ser persistente: o Código Civil brasileiro vigente,
editado no ano de 2002, trouxe a base legislativa do Direito Civil e do Direito Empresarial no mesmo
Código, mas não unificou as disciplinas. Deste modo, a unificação é meramente legislativa, o que não
significou a perda de autonomia do Direito Empresarial, que se mantém intacta, com princípios e regras
próprias.
A disciplina da matéria empresarial no Código Civil não afeta em absolutamente em nada a sua autonomia,
não havendo nenhuma razão para a inserção de seu conteúdo como parte de obras de Direito Civil ou nos
editais como tópicos de Direito Civil.
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Reta Final
A área empresarial possui princípios próprios, por se tratar de uma atividade profissional que exige
eficiência técnica em sua organização, e elementos que definem a empresa como principal item para a
construção da economia.
O Direito Empresarial, ao mesmo passo, também tem características muito próprias, como o dinamismo e
o internacionalismo, como veremos a seguir.
Tal evolução inseriu na legislação de nosso país a relevância da empresa como atividade econômica
organizada, e o empresário como aquele que a exerce, individualmente, por uma pessoa natural, o que
chamamos de empresário individual ou, ainda, uma pessoa jurídica. Para explicitar esse último caso, são
exemplos de Pessoas Jurídicas exercentes da Empresa, a EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade
Limitada e as Sociedades Empresárias.
Vale o alerta de que não é razoável chamar sócios de empresários, pois a empresa é uma
atividade explorada por uma pessoa natural ou pessoa jurídica. No primeiro caso, o
exercente da atividade econômica se chama empresário individual e, no caso das Pessoas
Jurídicas a figura Empresária será a própria Empresa Individual de Responsabilidade
Limitada – EIRELI ou Sociedade Empresária.
Além disso, deve afastar de vossas mentes a ideia de que Silvio Santos, Antônio Ermírio de Moraes,
Roberto Justus, João Doria ou Eike Batista são empresários, pois eles não são, muito embora sejam sócios
de extrema relevância nas empresas em que são integrantes do quadro societário.
Em vista de tudo isso, quais os requisitos relevantes para a Empresa? Vamos lá! O principal elemento de
empresa é a Organização, mas existem outros dois também muito importantes, sejam a profissionalidade
e busca de lucro.
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3 - Elemento(s) De Empresa
Neste momento você pode estar se perguntando: O art. 966, CC realmente merece todo esse tratamento? A
resposta é direta. Trata-se do mais importante e questionado dispositivo, quando o assunto é o Direito de
Empresa, e principalmente, Direito de Empresa em concursos públicos. Uma vez mais colacionarei o
dispositivo aqui, como segue:
Já sabemos que uma mera atividade de produção ou de comércio não é e não pode ser considerada
empresária, do contrário, qualquer pessoa que vendesse um automóvel usado ou produzisse o almoço do
final de semana seria considerado empresário. O ato de produção ou comércio devem conter os elementos
presentes no dispositivo de lei acima. Quais requisitos são esses?
Organização
Requisitos
Busca de lucro
3.1 - Organização
Vamos ao exemplo da estrutura do Estratégia Concursos como uma sociedade empresária, a seguir:
Trata-se de uma estrutura que depende não somente do capital, mas da boa alocação do capital, bem como
a aquisição de insumos como os equipamentos para gravação (câmeras, computadores, entre mais), além
de organizar e bem dirigir os trabalhadores. Até aqui está claro que a “ORGANIZAÇÃO” é o grande elemento
de empresa, pois o Empresário ou a Sociedade empresária devem gerir o capital, trabalho, insumos, mas
também a tecnologia. Vamos entender agora a tecnologia.
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Reta Final
A tecnologia não tem relação com eletrônica ou engenharia, mas a tecnologia utilizada pelo Empresário
para produzir ou comercializar bens, ou serviços. Continuamos no exemplo do Estratégia Concursos.
A estrutura do Estratégia prevê a necessidade de Capital, trabalho, insumos e uma tecnologia sobre como
produzir e comercializar serviços. Nesse caso, o Estratégia é o pioneiro em uma tecnologia que entrega uma
parte de seu produto de forma gratuita no “YouTube” e outra parte como resultado de uma atividade
econômica em sua plataforma. A forma de entrega é a tecnologia.
Em conclusão, a “ORGANIZAÇÃO” nada mais é do que a expertise para aplicar bem o capital, inclusive na
aquisição de insumos, fazer uma boa direção dos trabalhadores e criar uma tecnologia para realizar uma
boa entrega dos bens e serviços aos seus destinatários.
Gostou da explicação? Espero que sim, mas agora vai uma dica matadora.
A organização, tanto é o elemento mais importante, pois nas passagens em que o Código Civil utiliza a
expressão “ELEMENTO DE EMPRESA”, pode considerar, sem medo de errar, que estamos diante do
elemento “ORGANIZAÇÃO”. Você vai perceber isso ao longo de seus estudos ainda neste material.
Sanchez, o Código Civil trata tais elementos como sinônimos? Exatamente isso! A ausência do elemento
organização torna impossível retratar qualquer que seja a atividade realizada como empresária. Os outros
dois requisitos são facilmente explicados, a seguir:
É explicada pela pessoalidade e habitualidade. A pessoalidade nada mais é do que a pessoal assunção de
responsabilidade pela atividade praticada. A habitualidade é facilmente explicada pela frequência na
atividade empresarial praticada de forma reiterada e em nome próprio.
A atividade que visa ao lucro por intermédio da produção ou comercialização de bens, ou serviços. É sempre
importante lembrar que basta o objetivo de lucrar, e não necessariamente o lucro propriamente dito, caso
contrário, todas as empresas precisariam ser positivas para que assim fossem consideradas.
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EMPRESA
4 - A Atividade Intelectual
As atividades intelectuais são excluídas, justamente por levar em conta, o fato de que tais atividades, não
tem no elemento da organização um fator de grande relevância. No parágrafo seguinte a exemplificação.
O próprio parágrafo único do art. 966, CC, traz as espécies intelectuais, classificando-as como as de natureza
científica (médico, contadores ou advogados), literária (escritores) ou artística (pintor de quadros). O que
caracteriza um intelectual não é o seu talento na gestão dos fatores de produção e comércio, mas o próprio
talento intelectual.
É importante ressaltar que o parágrafo único do art. 966, CC é no sentido de que em regra, tais atividades
não são consideradas empresárias, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores.
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Reta Final
O médico pediatra em seu consultório não desempenha uma atividade empresária, já que a organização é
secundária e insuficiente para o conceito de empresa, ainda que tenha uma telefonista ou estagiários.
Agora vem a pergunta: Sanchez, a atividade intelectual jamais será considerada empresária? A regra do
parágrafo único, art. 966, CC, guarda uma exceção. Vamos a isso!
Intelectuais
Advogado/
Atores/Cantores Escritores
médico
O parágrafo único, art. 966, CC traça uma regra em que as atividades dispostas no quadro, em regra, não
são consideradas empresárias, no entanto, o mesmo dispositivo coloca uma ressalva: “salvo quando o
exercício da atividade constituir elemento de empresa”.
A primeira atitude de sua mente é procurar por um exemplo. Vamos lá! Existem casos em que a atividade-
fim de uma estrutura organizada é intelectual, o que nos coloca ao mesmo tempo, frente a uma estrutura
tanto intelectual, quanto empresária. É o caso de um Hospital ou uma Editora de livros jurídicos.
Em conclusão, quando a atividade intelectual for absorvida pelo elemento de empresa – como sinônimo
de organização - a atividade exercida será considerada empresarial.
O médico pediatra “A” que exerce medicina, portanto, profissão intelectual, resolve locar um espaço maior,
contratando diversos empregados da atividade-meio (limpeza e segurança) e da atividade-fim (médicos), de
maneira que a sua atividade pessoal deixa de ser referência, para que agora a referência seja a própria
estrutura empresarial, transformando-se em uma grande clínica médica que absorve aquela atividade
primária.
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Reta Final
O titular de uma atividade intelectual transforma-se em empresário quando desenvolve uma atividade de
acordo com a organização e finalidade empresarial, que são os elementos mais fortes na caracterização da
atividade empresarial.
Assim, passou a ser considerada atividade empresarial toda atividade econômica organizada com o intuito
de lucro, exceto atividade intelectual que não configure elemento de empresa. O elemento de empresa
caracterizador ou não da atividade, repisamos, é a organização.
Em conclusão, os intelectuais não são empresários; no entanto, quando a atividade intelectual for absorvida
pelo elemento de empresa (organização), a atividade intelectual será considerada empresarial, como no
exemplo do consultório médico que se transforma em hospital. Perceba agora como a análise do dispositivo
de lei se torna palatável com uma simples leitura. Esse dispositivo guiará todo o seu estudo dentro da
disciplina.
Dessa forma:
• Natureza científica,
Atividade literária ou artística
Intelectual • TALENTO
Elementos de • Organização/Estrutura
Empresa empresarial
• Atividade organizacional
Atividade com práticas empresariais
Empresarial que absorvam a
intelectualidade
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Advogado
A figura do advogado naturalmente exercente de atividade intelectual não poderá ser considerada
empresária, ainda que o exercício da profissão seja absorvido pela empresa, já que consta proibição
no Estatuto do Advogado, a Lei n. 8.906/1994.
Empresário
1 - Empresário Individual
O empresário individual é aquele que exerce a empresa, utilizando-se da personalidade jurídica de pessoa
natural, a mesma que adquiriu no nascimento com vida.
Estamos diante de uma pessoa natural que não pretende constituir uma Pessoa Jurídica para a empresa,
pois não se importa que seus bens pessoais e empresariais integrem o mesmo patrimônio. Nesse caso, a
empresa faz parte de seu patrimônio pessoal, e os bens pessoais e os bens empresariais se confundem.
Empresário individual
- Utiliza "Firma"
- Nome empresarial presente no ato constitutivo;
- Título do estabelecimento presente na "Fachada".
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Reta Final
Para tanto, devemos nos socorrer do Código Civil, que, em seu art. 3.º, classifica os absolutamente
incapazes. Nessa condição, estão os menores de 16 anos, que devem ser representados, sob pena de
nulidade absoluta de seus atos. Diante disso, aqueles que estejam em uma das condições acima não
poderão constituir empresa como Empresário Individual.
Art. 3.o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os
menores de 16 (dezesseis) anos.
O art. 4.º do Código Civil classifica os relativamente incapazes como os maiores de 16 e menores de 18
anos; os ébrios habituais; os viciados em tóxicos ou aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
puderem exprimir a sua vontade, além dos pródigos. Os relativamente incapazes devem ser assistidos. Os
relativamente incapazes também não poderão constituir empresa.
O menor emancipado, antes de completar 18 anos, nos termos do art. 5.º, parágrafo único, do Código
Civil, estará apto a exercer a atividade empresarial. A incapacidade cessará nos seguintes casos:
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, alterou recentemente, o sistema das incapacidades, existente nos
artigos 3.º e 4.º do Código Civil. A alteração afastou o deficiente mental do rol das incapacidades. A partir
de então, ao menos por regra, aquele que possuir deficiência mental poderá iniciar empresa, por não ser
considerado incapaz.
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Incapazes
• Menores de 16 anos.
• Devem ser representados, sob pena de nulidade absouta de seus atos.
Relativamente incapazes
• Maiores de 16 e menores de 18 anos, os ébrios habituais, os viciados
em tóxicos ou aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
puderem exprimir a sua vontade, os pródigos.
• Devem ser assistidos, sob pena de anulabilidade de seus atos.
Menor emancipado
• Estará apto a exercer a atividade empresarial.
Se, por um lado, tratamos da capacidade, por outro, estabelece o art. 973 do Código Civil que “a pessoa
legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas
obrigações contraídas”.
Os casos de impedimento encontram-se em diversas leis esparsas. Podemos citar os servidores públicos na
lei 8.112/90; assim como os militares do Exército, Marinha ou Aeronáutica em seus estatutos específicos;
bem como os auxiliares do empresário e o falido não reabilitado.
Uma hipótese que costuma frequentar a prova tem relação com o fato de que o ato praticado pelo impedido
é válido e gostaria que você ficasse atento para essa informação.
O art. 974 do Código Civil admite que o incapaz, devidamente representado ou assistido, continue a exercer
a atividade empresarial em duas situações:
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar
a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
Incapacidade superveniente
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Reta Final
O juiz considerará a função social da empresa, analisando critérios como a importância da produção para a
economia legal e o número de empregados para preservar a fonte de produção e manutenção do emprego
dos trabalhadores. Essa autorização poderá ser revogada a qualquer momento.
974, § 1.o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das
circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la,
podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes
legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
Além da autorização judicial, deverá o juiz separar os bens que o incapaz possuía, no momento da
interdição, ou da sucessão, destinados ao exercício da atividade empresarial. O objetivo é diminuir os riscos
para o incapaz.
O Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das juntas comerciais, deverá registrar contratos ou
alterações contratuais da sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, conjuntamente, os
seguintes pressupostos:
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei,
não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais
gerentes.
§ 1.o Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender
ser conveniente.
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Reta Final
Finalmente, o art. 976, CC, é para explicar que nos casos de empresário que tenha adquirido a capacidade
em vista da emancipação ou mesmo o empresário incapaz que tenham em seu favor um alvará judicial
para continuar a empresa devem também inscrever e averbá-las no Registro Público de Empresas
Mercantis, como segue.
Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a
de eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas
Mercantis.
De tempos em tempos, alunos pedem uma lista para que em provas e concursos encontrem maior facilidade
ao solucionar “cases” que participem figuras impedidas, já que as proibições estão elencadas em diversas
legislações, como o próprio Código Civil, a nossa Carta Magna e leis extravagantes.
O rol abaixo foi criado levando em conta as questões das principais bancas examinadoras (CESPE, VUNESP,
FCC e ESAF) e chegamos nos seguintes exemplos:
(a) a CF traz o impedimento dos deputados e senadores, desde a posse no art. 54, II, a;
(c) os que incorrerem na prática dos crimes conforme o §1.º do art. 1.011 do Código Civil,
exemplificando prevaricação, concussão, peculato, crimes contra a economia popular,
crimes contra o sistema financeiro, defesa da concorrência, crimes falimentares, entre
outros;
(d) membros do Poder Executivo, Militares, Magistrados, entre outros, conforme seus
estatutos.
O art. 973 do Código Civil deixa claro, repiso, que a pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria
de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas com seus bens pessoais.
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Reta Final
2 - Pequenos empresários
O art. 970 do Código Civil oferece uma disposição em forma de mandamento para que a legislação ofereça
tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário,
inclusive quanto à inscrição empresarial, mas é válido ressaltar que o legislador de nosso Código Civil apenas
reproduziu o que a nossa constituição federal já havia tratado, e naturalmente, faremos a comparação. Em
primeiro plano, a art. 970, a seguir:
Você poderá notar por meio da transcrição do texto constitucional que a inovação do Código Civil é trazer
a ideia de tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural, pois os pequenos
empresários já haviam sido inclusive definidor pela constituição federal, até aquele momento às
microempresas e empresas de pequeno porte, como segue:
O texto constitucional vigente reconhece que a nossa economia é movimentada principalmente pelo
exercício empresarial de micro e pequeno capital, a começar pelas microempresas e empresas de pequeno
porte. A nossa Constituição Federal dependeu de legislação complementar para a regulação do tratamento
jurídico diferenciado e simplificado.
Note que o seu edital não trouxe as figuras das microempresas e empresas de pequeno porte, mas como o
art. 970 de nosso Código Civil menciona os pequenos empresários, é importante que você tenha
conhecimentos conceituais e não aprofundados das modalidades, principalmente levando em conta que
você provavelmente passará por tais conceitos em outras matérias a serem estudadas conforme o seu edital.
A Lei Complementar 123/06 compreende como microempresários todos os empresários individuais, EIRELI
ou Sociedades Limitadas que se movimentem de acordo com uma receita bruta anual não superior a R$
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e que requeiram o tratamento perante o órgão competente.
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Reta Final
A mesma legislação citada no parágrafo anterior, alterada pela Lei Complementar 155/2016 reconhece como
Empresário de Pequeno Porte todo Empresário Individual, EIRELI e Sociedade Empresária que se
movimentem de acordo com uma receita bruta anual entre 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e
4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).
É de extrema importância esclarecer que o termo empresa é utilizado pelo legislador constitucional e
infraconstitucional de modo impróprio, já́ que tal tratamento diferenciado, é também atribuído aos
exercentes de outras atividades econômicas não empresárias, como é o caso do intelectual de modo
individual ou por intermédio de uma sociedade simples.
Importa delimitar-se, segundo a própria Lei Complementar n.º 123/2006, qual o conceito de microempresas
e de empresas de pequeno porte:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Ainda no raciocínio das microempresas e empresas de pequeno porte, o tratamento especial se deu para a
simplificação de rotinas tributárias, acesso a crédito, assim como benefícios para que o poder público fosse
obrigado a contratar preferencialmente as micro e pequenas empresas.
Vale considerar, que de existência um pouco mais recente, temos o microempreendedor individual criado
pela Lei Complementar 128/2008, que altera o texto da Lei Complementar 123/2006, alterada pela também
Lei Complementar 155/2016, incentivando a regularização da vida do empresário que não tenha uma
receita bruta anual superior a R$ 81.000,00 (oitenta e um mil reais), para oferecer acesso a crédito e
tratamento fiscal, diferenciados.
Além do reduzido faturamento frisado no parágrafo anterior, para tal tratamento é necessário o
cumprimento dos seguintes requisitos:
O microempreendedor individual deverá ser empresário individual, não sendo possível o tratamento
favorecido, diferenciado e simplificado do legislador a um empresário que tenha se constituído na forma de
EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada ou Sociedades Empresárias.
O Código Civil contribui com o microempreendedor na medida que simplifica o processo de abertura de
empresa, inscrição, alteração e baixa do microempreendedor, inclusive para a previsão preferencial para
o trâmite eletrônico na forma disciplinada pelo comitê de gestão REDESIM – Rede Nacional de Simplificação
do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios – CGSIM – Comitê Gestor para a Simplificação do
Registro e da Legalização de empresas e negócios, tudo conforme os §§ 4.º e 5.º de seu artigo 968, como
segue:
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Reta Final
disciplinada pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e
da Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM, de que trata o inciso III do art. 2.º da
mesma Lei.
Ainda como parte da simplificação, o §5.º do artigo 968 do Código Civil prevê a dispensa de determinadas
exigências diretamente relacionadas pelas informações prestadas com as devidas comprovações como a
dispensa do uso da firma com assinatura autografa, bastando a menção e outras, como a seguir:
§5º Para fins do disposto no §4º, poderão ser dispensados o uso da firma, com a respectiva
assinatura autografa, o capital, requerimentos, demais assinaturas, informações relativas
à nacionalidade, estado civil e regime de bens, bem como remessa de documentos, na
forma estabelecida pelo CGSIM.
3 - Empresário casado
O Código Civil estabeleceu algumas regras para o Empresário casado, já que o próprio casamento, a
separação ou o ato de reconciliação mudam a forma como os bens são dispostos perante a empresa.
A primeira regra de que tratou o Código Civil tem maior relação com a figura da sociedade empresária do
que o empresário individual em si, já que desautoriza que cônjuges sejam sócios caso o regime adotado
seja o da comunhão universal dos bens e tudo tem uma explicação.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que
não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação
obrigatória.
A sociedade deve nascer da união de capital, e no caso dos cônjuges casados no regime da comunhão
universal, os bens do casal se confundem, o que descaracteriza os objetivos da sociedade segundo o
legislador.
Na minha opinião esse dispositivo é inconstitucional, mas nada disso chegou ao Supremo Tribunal Federal, o
que significa que o tema é cobrado deliberadamente nos diversos concursos e deve ser estudado conforme a
linha de pensamento acima.
Além disso, o art. 977 do CC também impede os cônjuges que estejam casados no regime da separação
obrigatória de bens de constituir sociedade. A ideia do legislador, é a de acompanhar a regra de direito de
família, pois já que marido e mulher na situação em que um dos cônjuges é considerado idoso devem
manter separação patrimonial, tanto quanto não podem unir capital para a constituição de uma
sociedade.
Ainda, vale ressaltar que o art. 978 do Código Civil esclarece que o empresário regularmente inscrito pode
alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa.
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que
seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-
los de ônus real.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Sanchez, manda uma palhinha sobre outorga conjugal e ônus real? Claro que sim! O dispositivo visa explicar
que o Empresário(a) não precisa de autorização do cônjuge para transferir o imóvel ou os imóveis da
empresa, ou mesmo colocar o bem como garantia de um financiamento.
Além do registro civil o empresário deve arquivar e averbar no Registro Público de Empresas Mercantis, os
pactos e declarações antenupciais do empresário, que nada mais são do que as escolhas que os noivos
eventualmente façam acerca do casamento, como seria o caso da escolha do regime de bens ou declaração
de que determinados bens pessoais não se comunicarão entre o casal, assim como devem arquivar e averbar
eventuais títulos de doação, herança, ou legado em testamento.
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de
Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de
doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou
inalienabilidade.
Por fim, caso haja a separação judicial do empresário declarado por sentença ou mesmo um ato de
conciliação, qualquer uma dessas hipóteses não terão nenhum valor em relação a terceiros, a não ser que
estejam devidamente arquivados no registro público de empresas mercantis, pois o ato registral torna a
ato formalmente público e qualquer pessoa pode ter acesso com uma simples pesquisa no órgão
competente.
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato
de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no
Registro Público de Empresas Mercantis.
O exercente de atividade rural poderá requerer a sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis
da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário
sujeito a registro.
O texto do art. 971, CC, ao utilizar a expressão “poderá” faz claro que o exercente de atividade rural poderá
optar pela forma empresarial ou não, seja de forma individual ou societária.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode,
observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição
no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de
inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Assim, em regra, aquele que exerce atividade econômica rural não está sujeito ao regime jurídico
empresarial, salvo se expressamente fizer opção, mediante registro na Junta Comercial (onde se registram
os empresários). A mesma regra se aplica para o exercente de atividade rural de modo societário, conforme
art. 984, CC, a seguir:
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário
rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade
empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada,
para todos os efeitos, à sociedade empresária.
1. (FGV - EXAME UNIFICADO DA OAB - XXIX EXAME - 2019). Luzia Betim pretende iniciar uma sociedade
empresária em nome próprio. Para tanto, procura assessoria jurídica quanto à necessidade de inscrição no
Registro Empresarial para regularidade de exercício da empresa.
Na condição de consultor(a), você responderá que a inscrição do empresário individual é
a) dispensada até o primeiro ano de início da atividade, sendo obrigatória a partir de então.
b) obrigatória antes do início da atividade.
c) dispensada, caso haja opção pelo enquadramento como microempreendedor individual.
d) obrigatória, se não houver enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte.
Comentários
A Alternativa “B” está correta.
A obrigatoriedade de inscrição prévia no Registro Público de Empresas Mercantis é uma exigência para
a regularidade do empresário, a qual está prevista no Código Civil: “Art. 967. É obrigatória a inscrição do
empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.”
Nos termos do art. 968 do Código Civil, “a inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que
contenha: I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; II - a firma,
com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substituída pela assinatura autenticada com
certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I
do § 1;III - o capital; IV - o objeto e a sede da empresa.”
2. (FGV - EXAME UNIFICADO DA OAB - XXVII EXAME - 2018). Roberto desligou-se de seu emprego e decidiu
investir na construção de uma hospedagem do tipo pousada no terreno que possuía em Matinhos. Roberto
contratou um arquiteto para mobiliar a pousada, fez cursos de hotelaria e, com os ensinamentos recebidos,
contratou empregados e os treinou. Ele também contratou um desenvolvedor de sites de Internet e um
profissional de marketing para divulgar sua pousada.
Desde então, Roberto dedica-se exclusivamente à pousada, e os resultados são promissores. A pousada está
sempre cheia de hóspedes, renovando suas estratégias de fidelização; em breve, será ampliada em sua
capacidade.
Considerando a descrição da atividade econômica explorada por Roberto, assinale a afirmativa correta.
a) A atividade não pode ser considerada empresa em razão da falta tanto de profissionalismo de seu titular
quanto de produção de bens.
b) A atividade não pode ser considerada empresa em razão de a prestação de serviços não ser um ato de
empresa.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
c) A atividade pode ser considerada empresa, mas seu titular somente será empresário a partir do registro
na Junta Comercial.
d) A atividade pode ser considerada empresa e seu titular, empresário, independentemente de registro na
Junta Comercial.
Comentários
A Alternativa “D” está correta.
O Código Civil adotou a teoria da empresa, sendo assim podemos conceituar empresa como a atividade
econômica e empresário é quem exerce essa atividade. O próprio Código Civil estabelece as características
que definem um empresário: “Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”
Vejamos, a atividade de Roberto é econômica, exercida de maneira profissional, ou seja, com de forma
habitual, além disso está organizada, pois o empresário organizou os fatores de produção. Por fim, podemos
dizer que essa atividade está sendo feita em forma de serviços a serem produzidos para o público.
Sendo assim, trata-se de uma atividade econômica do tipo empresarial e Roberto é sim considerado
empresário, mesmo que não faça o registro na Junta Comercial. Já que o registro é requisito delineador da
regularidade do empresário e não de sua caracterização.
3. (FGV - EXAME UNIFICADO DA OAB - XX EXAME - 2016). O engenheiro agrônomo Zacarias é proprietário
de quatro fazendas onde ele realiza, em nome próprio, a exploração de culturas de soja e milho, bem como
criação intensiva de gado. A atividade em todas as fazendas é voltada para exportação, com emprego intenso
de tecnologia e insumos de alto custo. Zacarias não está registrado na Junta Comercial.
Com base nessas informações, é correto afirmar que
a) Zacarias, por exercer empresa em caráter profissional, é considerado empresário independentemente de
ter ou não registro na Junta Comercial.
b) Zacarias, mesmo que exerça uma empresa, não será considerado empresário pelo fato de não ter
realizado seu registro na Junta Comercial.
c) Zacarias não pode ser registrado como empresário, porque, sendo engenheiro agrônomo, exerce profissão
intelectual de natureza científica, com auxílio de colaboradores.
d) Zacarias é um empresário de fato, por não ter realizado seu registro na Junta Comercial antes do início de
sua atividade, descumprindo obrigação legal.
Comentários
A Alternativa “B” está correta.
A atividade de produtor rural, independentemente do tamanho, está sujeita a um regime jurídico específico,
esse regime para o produtor rural segue a regra de que, se o produtor rural fizer o seu registro na Junta
Comercial, será considerado empresário, e se não fizer o registro não será considerado empresário, ou seja,
Zacarias, como não tem registro na Junta Comercial, não será considerado empresário, mesmo que a
atividade seja empresarial, nos termos do art. 971 do Código Civil: “O empresário, cuja atividade rural
constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em
que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.”
4. (FGV - EXAME UNIFICADO DA OAB - XVII EXAME - 2015). Assinale a alternativa correta em relação aos
conceitos de empresa e empresário no Direito Empresarial.
a) Empresa é a sociedade com ou sem personalidade jurídica; empresário é o sócio da empresa, pessoa
natural ou jurídica com responsabilidade limitada ao valor das quotas integralizadas.
b) Empresa é qualquer atividade econômica destinada à produção de bens; empresário é a pessoa natural
que exerce profissionalmente a empresa e tenha receita bruta anual de até R$ 100.000,00 (cem mil reais).
c) Empresa é a atividade econômica organizada para a produção e/ou a circulação de bens e de serviços;
empresário é o titular da empresa, quem a exerce em caráter profissional.
d) Empresa é a repetição profissional dos atos de comércio ou mercancia; empresário é a pessoa natural ou
jurídica que pratica de modo habitual tais atos de comércio.
Comentários
A Alternativa “C” está correta.
A alternativa “A” esta incorreta, uma vez que empresa não é a sociedade ou pessoa jurídica, empresa é a
atividade econômica. Empresário não é o sócio da empresa, empresário é quem exerce a empresa, se for
pessoa física o empresário é chamado de empresário individual, se for pessoa jurídica empresário não será
a pessoa do sócio e sim a sociedade empresária que, como pessoa jurídica, tem direitos e obrigações.
A alternativa “B” esta incorreta, uma vez que empresa é a atividade econômica destina a produção de bens
ao mercado. Empresário é a pessoa natural que exerce profissionalmente a empresa, porém, não há uma
receita bruta definida para que alguém seja considerado empresário. A receita bruta máxima de R$
60.000,00 por ano é a que caracteriza o MEI e não o empresário individual de maneira geral.
A alternativa “C” esta correta, uma vez que a alternativa apenas reproduziu o que eu já expliquei e que
coaduna também com o que está previsto no artigo 966 do Código Civil. Empresa é a atividade econômica
organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços exercida pelo empresário de maneira
profissional, esse empresário é o titular da empresa.
A alternativa “D” esta incorreta, uma vez que os atos de comércio eram atos elencados pela lei na época
em que o direito empresarial era chamado de direito comercial e aplicado apenas aos comerciantes.
Empresa é o novo conceito trazido pela teoria da empresa e que consiste no exercício da atividade
econômica. O conceito de empresa vai além do que o de atos de comércio que ficava limitado à atividade
exercida dentre aquelas elencadas no rol da lei. Então, empresa não é a repetição profissional dos atos de
comércio ou mercancia; e empresário é a pessoa natural ou jurídica que pratica de modo habitual a empresa
e não apenas os atos de comércio.
5. (FGV - EXAME UNIFICADO DA OAB - XV EXAME - 2014). Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional,
atividade intelectual de natureza literária, com a colaboração de auxiliares. O exercício da profissão constitui
elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de Alfredo Chaves em nenhum órgão público.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Com base nessas informações e nas disposições do Código Civil, assinale a afirmativa correta.
a) Alfredo Chaves não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza literária.
b) Alfredo Chaves não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão público.
c) Alfredo Chaves é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta Comercial.
d) Alfredo Chaves é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter profissional.
Comentários
A Alternativa “C” está correta.
Como sabemos o legislador instituiu que algumas atividades não seriam consideradas como empresárias,
apesar de serem atividades que buscam o lucro, nos termos do art. 966, parágrafo único: “Não se considera
empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.”
O profissional intelectual que exerça atividade de natureza científica, literária ou artística não será
empresário mesmo que ele não trabalhe sozinho, ou seja, que tenha algumas pessoas que ajudem na
atividade, por exemplo: um dentista que tenha no seu consultório uma secretária e uma assistente, exercerá
a sua atividade com a ajuda desses auxiliares, mas mesmo assim não será considerado empresário.
Contudo, a legislação determina que se a atividade intelectual for apenas um elemento dentro dos diversos
elementos que compõem uma empresa, então, ele poderá ser considerado empresário.
Veja que no caso em discussão, Alfredo exerce uma atividade intelectual, porém essa sua profissão constitui
um elemento de empresa e por isso ele será considerado empresário.
O enunciado diz que Alfredo não fez nenhum registro, contudo o registro do empresário é requisito
delineador de sua regularidade e não de sua caracterização, ou seja, se a pessoa exerce atividade que se
enquadra nos parâmetros para ser empresário ela será caracterizado com empresário por causa do exercício
da atividade econômica independente do registro.
Portanto Alfredo é empresário, mesmo que não faça o devido registro na Junta Comercial.
O tema em estudo é de incidência alta no Exame de Ordem, ocupando o ranking de temas mais cobrados na
matéria, razão pela qual trouxe para compor nosso estudo na aula de hoje! Além disso, tem um grande
Outro ponto importante a se destacar, é que das últimas vezes em que cobrado, a banca utilizou abordagem
legalista, explorando os dispositivos legais pertinentes, razão pela qual no nosso estudo contaremos com:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
>Questões comentadas.
Vamos começar?
Profa. Isabella Pires: ressalto para vocês que as considerações a seguir foram extraídas da
Aula 03 do Curso Regular de Direito Processual Penal ministrado pelo Professor Ivan
Marques.
1 - Conceito
Quem causa danos (morais ou materiais) a outrem, em virtude de ato ilícito, tem a obrigação de repará-los,
de indenizá-los (art. 927 do Código Civil).
Quando esses danos são resultado da prática de uma infração penal, ou seja, quando são relacionados com
o cometimento de um ilícito criminal, a vítima ou seu representante legal têm autorização legal para
ingressar com um pedido de indenização da esfera civil.
b) ou aguarda a atuação do Ministério Público na esfera penal, com a utilização do aparato instrutório
estatal, para, apenas em seguida à condenação criminal, utilizar o título formado para ingressar com a
execução do título judicial penal (ou, ainda, ingressar na fase de liquidação de sentença).
No segundo caso, pode-se ingressar com a denominada ação civil ex delicto, que é, assim, a ação que visa a
obtenção de uma indenização em razão dos danos causados por um delito.
No Capítulo VI, do Código Penal, temos os efeitos da condenação criminal. Tais efeitos podem ser genéricos
e específicos. O importante para nós, nesse momento, está no inciso I do artigo 91 do CP: “Art. 91 - São
efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.
Logo, existindo a possibilidade de quantificar qualquer dano decorrente da prática de uma infração penal,
deve o juiz criminal estar atento para a sua fixação na sentença condenatória (art. 387, IV, CPP).
A ação civil ex delicto pode ser proposta contra o autor do crime ou contra o seu responsável civil (Código
de Processo Penal, art. 64).
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
No caso de posterior morte do autor do fato criminoso, a ação pode ser intentada contra os seus sucessores,
que respondem civilmente pelos danos, mas sempre limitados aos valores da herança.
No caso de falecimento da vítima, seus sucessores poderão ingressar com a ação civil ex delicto.
Por estarmos no campo do direito processual civil, imprescindível que essa ação seja proposta por quem
possui capacidade postulatória, ou seja, advogado regularmente constituído ou, no caso de réu
hipossuficiente, pela Defensoria Pública.
Quando a vítima for pobre, ou seja, não possuir condições financeiras de custear a ação civil ex delicto sem
prejuízo próprio ou de sua família, deve receber tratamento diferenciado.
Tal hipótese foi palco de discussão na doutrina e no próprio Supremo Tribunal Federal.
O problema foi originado na redação do art. 68 do Código de Processo Penal, que reza:
“Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1.º e 2.º),
a execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a
seu requerimento, pelo Ministério Público”.
Essa redação data de 1941, data da aprovação do texto do Código de Processo Penal.
O art. 68 traz questão de substituição processual para o Ministério Público que irá representar a vítima ou
seu representante legal em nome alheio.
Entretanto, tal função de defesa e representação processual dos hipossuficientes, após a Constituição da
República de 1988, foi destinado à Defensoria Pública, e não ao Ministério Público.
Desta forma, não haveria mais espaço para a atuação do Ministério Público nesse caso.
Como exemplo mais recente, na ADI 3892, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional o
artigo 104 da Constituição de Santa Catarina e a Lei 155/97, que determinam que a Defensoria Pública seja
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
exercida por advogados dativos e determinou o prazo de 12 meses para que o governo crie e instale a
Defensoria Pública no estado, sob pena de proposição de ação de improbidade e de crime de
responsabilidade contra o governador do Estado.
Segue importante trecho do julgado: “Enquanto não criada por Lei, organizada - e, portanto, preenchidos os
cargos próprios, na unidade da Federação - a Defensoria Pública, permanece em vigor o artigo 68 do Código
de Processo Penal, estando o Ministério Público legitimado para a ação de ressarcimento nele prevista.
Irrelevância de a assistência vir sendo prestada por órgão da Procuradoria Geral do Estado, em face de não
lhe competir, constitucionalmente, a defesa daqueles que não possam demandar, contratando diretamente
profissional da advocacia, sem prejuízo do próprio sustento.
Tal inconstitucionalidade trata da seguinte situação: ela vai tendo seus limites ampliados conforme as
defensorias forem sendo criadas e melhor estruturadas, com o passar do tempo. Enquanto isso não
acontece, o Ministério Público continua legitimado a ingressar com as ações civis ex delicto.
Logo, é possível a representação do ofendido ou seu representante legal pelo MP quando a vítima for pobre
e assim o requerer.
O MP será substituto processual aqui (fala em nome próprio, mas defende interesse alheio).
Inconstitucionalidade progressiva: a representação pelo Ministério Público nos locais onde já exista
Defensoria Pública é inconstitucional e seus atos serão nulos de pleno direito.
“Art. 64. (...) Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender
o curso desta, até o julgamento definitivo daquela”.
Logo, as duas ações podem tramitar concomitantemente. Mas o juiz civilista pode suspender por um ano a
ação civil, em razão do risco de conflito de decisões. Trata-se de decisão prudente, pois uma decisão penal
que afirme inexistir o fato faz coisa julgada na esfera civil (Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no
juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a
inexistência material do fato).
Uma decisão que reconheça ter o agente agido acobertado por uma excludente de ilicitude, ecoa seus
efeitos na esfera da ação civil, da mesma forma. Nesses termos, a literalidade do art. 65 do CPP não deixa
dúvidas: “Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular
de direito”.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Importante ampliarmos a discussão dos efeitos da decisão criminal na esfera civil, para identificarmos as
hipóteses em que a decisão em uma instância não impede a indenização na outra.
Em caso de extinção da punibilidade, nada impede a ação civil (Código de Processo Penal, art. 67, II).
Cuidado: Aqui temos uma exceção. Reparação dos danos no peculato culposo, antes da sentença final (CP,
art. 312).
O arquivamento do inquérito policial ou de peças informativas, como a investigação direta feita pelo
Ministério Público ou de relatório de Comissão Parlamentar de Inquérito, não impedem a vítima de ingressar
com ação civil autônoma.
A absolvição do acusado no âmbito criminal impede a ação civil? Em regra, não, salvo:
a) quando o juiz criminal reconhecer a inexistência material do fato (Código de Processo Penal, art. 66);
b) quando o juiz criminal reconhecer que o acusado não participou dos fatos;
c) quando o juiz criminal reconhecer uma causa de exclusão da ilicitude ou antijuridicidade (legítima defesa,
estado de necessidade etc.), salvo:
* o estado de necessidade agressivo, quando se lesa terceiro inocente. Tem que indenizá-lo, mas tem ação
regressiva contra aquele que ocasionou o perigo: cf. arts. 929 e 930 do novo Código civil (que se
correspondem aos arts. 1519 e 1520 do Código civil anterior).
Há estado de necessidade defensivo quando é lesado direito de quem causou o perigo – não tem que
indenizar. Há estado de necessidade agressivo quando se lesa direito de um inocente. No primeiro não tem
indenização, no segundo é pertinente a indenização (embora absolvido no âmbito criminal).
* legítima defesa real com aberractio ictus: o agente é absolvido no crime, mas vai ter que indenizar.
Exemplo: agindo em legítima defesa real, “A” dispara contra “B”, mas acerta e mata “C”. Tem que indenizar
(embora não tenha responsabilidade no âmbito criminal).
* legítima defesa putativa: o sujeito pensa que há agressão, mas não há, matando o pseudo agressor. Cabe
indenização civil. A legítima defesa putativa só exclui a culpabilidade, mas não a injustiça da agressão. Afasta
a responsabilidade penal, não a civil.
* Excesso doloso ou culposo ou exculpante na legítima defesa: há obrigação de indenizar (porque o excesso
é injusto).
4 - Execução civil
Há 5 pontos de extrema relevância e complexidade que ainda precisam ser abordados no tema da execução
civil da condenação criminal.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
A sentença penal condenatória irrecorrível constitui título executivo judicial, podendo ser executada no
âmbito civil (art. 63 do Código de Processo Penal; CPC, art. 475-N, II) pelo ofendido, seu representante legal
ou seus herdeiros.
A sentença constituía título certo (cria a obrigação de indenizar), porém ilíquido, antes da reforma processual
penal de 2008. Assim, antes da execução civil, necessariamente a sentença condenatória penal definitiva
tinha de ser liquidada na esfera civil. Ao réu, não cabia discutir se era devedor de alguma quantia, suas
alegações ficavam restritas somente ao valor a ser indenizado.
Agora, o próprio juiz criminal fixa na decisão condenatória um valor a ser ressarcido civilmente. A vítima já
ingressa no juízo cível com um valor pré-fixado pelo juiz criminal, mostrando-se desnecessária a fase de
liquidação da sentença penal no civil.
Há casos em que o valor da indenização decorrente do fato criminal é de fácil quantificação (ex. furto de um
telefone celular) e o valor a ser indenizado é fixado na própria sentença penal condenatória do réu.
Defendemos, em 2008, texto que ainda merece destaque: “A redação do parágrafo único deixou em aberto
para o juiz da Vara Cível, corretamente em nossa opinião, a oportunidade de efetuar nova avaliação ou outra
liquidação da sentença criminal em busca do valor real, efetivamente sofrido pela vítima. Ou seja, a fixação
pelo juiz criminal do valor pode ser revista sem problemas na esfera civil” (MARQUES, Reforma... p. 16).
4.2 - Legitimidade recursal do Ministério Público para recorrer do valor mínimo fixado na
sentença penal condenatória
Além dos três legitimados - vítima, representante legal e herdeiros - há outro para os casos de
hipossuficiência: a Defensoria Pública.
O art. 68 do Código de Processo Penal atribui tal função ao Ministério Público, porém, a Constituição da
República diz que tal atribuição é da Defensoria Pública.
Esse artigo do Código de Processo Penal era vigente e válido antes da regra constitucional ser respeitada
pela União e pelos Estados da Federação.
O MP possuía tal atribuição exclusiva, mas, após 1988, continuou representando as vítimas nas ações civis
ex delicto apenas pelo fato de não existir a estrutura ideal de defensoria pública em todos os Estados da
Federação. E sem defensor, sem tutela dos hipossuficientes, inclusive para a ação civil ex delicto, o que
obriga o MP a continuar atuando.
Essa foi a conclusão a que o Supremo Tribunal Federal chegou: onde houver Defensoria, ela atua. Onde não
houver, o MP cuida (RE 341.717-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 5-8-2003, Segunda Turma, DJE 05.03.2010).
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Só pode recorrer, ou seja, só possui legitimidade recursal aquele que tem interesse jurídico na alteração do
conteúdo da sentença.
O direito a um valor justo é interesse de natureza privado, estando fora do campo de atuação do Parquet. E
por força da declaração de inconstitucionalidade progressiva do art. 68, do Código de Processo Penal, nem
mesmo quando ainda estiver legitimado para executar o título executivo penal no âmbito civil deve recorrer
da sentença penal, e utilizar o valor mínimo, sempre respeitando os limites e interesses de seu representado,
titular exclusivo do direito discutido.
4.3 - Sentença que fixa medida de segurança pode ser executada no cível
Como fica a execução de sentença criminal que absolve impropriamente o réu por força de sua condição de
inimputável?
Depende:
b) se se trata de totalmente inimputável, a sentença é absolutória imprópria. Nesse caso, a sentença penal
não poderá ser executada diretamente no juízo cível, que só admite, como título executivo judicial, a
sentença penal condenatória.
Nesse caso, os legitimados (vítima, seu representante legal ou sucessores) poderão ingressar com ação civil
de conhecimento, para buscar condenação no juízo cível e, posteriormente, executar a sentença civil
condenatória.
Se a natureza jurídica do perdão judicial deixa clara a inexistência de qualquer efeito condenatório, não há
como caracterizar essa decisão como penal condenatória.
Entretanto, ainda resta para a vítima e outros legitimados buscar, via ação civil e somente na justiça cível,
eventual ressarcimento por danos praticados.
4.DIREITO ADMINISTRATIVO
Nosso estudo se concentrará nos seguintes temas:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
-Desapropriação
Profa. Isabella: Os temas escolhidos para dar início ao nosso estudo em Direito
Administrativo levaram em conta a alta incidência dos temas nas últimas provas, estando
entre os pontos mais cobrados na matéria!
Assim, mãos à obra e vamos avançar rumo à aprovação!
>Questões Comentadas.
Profa. Isabella Pires: As explanações a seguir tomam por base a aula 02 do Curso Regular
de Direito Administrativo ministrada pelo Professor Igor Maciel, para a qual vocês deverão
se encaminhar, caso sintam a necessidade de complementação do estudo com os demais
temas relacionados.
Desapropriação
A desapropriação consiste na forma mais drástica de intervenção do Estado na propriedade, que afeta o
próprio caráter perpétuo e irrevogável do direito de propriedade.
Por meio dela, o poder público toma o domínio da propriedade de seu titular para o fim de
vinculá-la a algum interesse público, consistente em necessidade ou utilidade pública, bem
ainda em interesse social. Trata-se de forma de aquisição originária de propriedade.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
1 - Desapropriações ordinárias
São aquelas realizadas por necessidade ou utilidade pública ou por interesse social, sendo exigida a prévia
indenização em dinheiro:
CF. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
2 - Desapropriações extraordinárias
Já as desapropriações extraordinárias são aquelas que decorrem do inadequado aproveitamento do solo
urbano (artigo 182, CF) e da improdutividade do imóvel rural (artigo 184, CF):
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização
em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob
pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
legais.
(...)
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária,
o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa
indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real,
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja
utilização será definida em lei.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
3 - Expropriação
Por fim, o artigo 243, da CF, trata não de uma modalidade de desapropriação, mas de expropriação, uma vez
que a União não indeniza o proprietário da terra. Este simplesmente perde o bem em razão de penalidade
constitucionalmente prevista.
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na
forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação
popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será
confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
A Lei 14.273, de 23 de dezembro de 2021, incluiu os parágrafos 4º e 5º ao artigo 5º, da Lei 3.365/41 e
estabeleceu a possibilidade de os bens desapropriados para fins de utilidade pública e os direitos
decorrentes da respectiva imissão ser alienados a terceiros, locados, cedidos, arrendados, outorgados em
regimes de concessão de direito real de uso, de concessão comum ou de parceria público-privada e ainda
transferidos como integralização de fundos de investimento ou sociedades de propósito específico.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Já a desapropriação por interesse social será cabível, nos termos da Lei 4.132/62, artigo 2º:
Percebam que o interesse social está voltado à regularização fundiária da população de baixa renda em
alguns de seus dispositivos. De acordo com o artigo 5º da Lei 4.132/62 temos que:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Art. 5º No que esta lei for omissa aplicam-se as normas legais que regulam a
desapropriação por unidade pública, inclusive no tocante ao processo e à justa indenização
devida ao proprietário.
Assim, tanto a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, quanto a desapropriação por interesse
social serão regidas pelas disposições do Decreto-Lei 3.365/41.
A desapropriação segundo referido Decreto-Lei divide-se em duas fases muito bem definidas:
Trata-se de ato discricionário do Administrador Público que poderá segundo seu juízo de conveniência e
oportunidade eleger o imóvel que pretende desapropriar para a finalidade pública que pretende.
Passado o prazo de cinco anos após o decreto expropriatório, acaso a Administração Pública
permaneça omissa em intentar a ação de desapropriação, o decreto caducará e o mesmo bem somente
poderá ser objeto de nova declaração após decorrido o prazo de um ano. Quanto ao interesse social:
Interesse Social
Lei 4.132/62. Art. 3º O expropriante tem o prazo de 2 (dois) anos, a partir da decretação
da desapropriação por interesse social, para efetivar a aludida desapropriação e iniciar as
providências de aproveitamento do bem expropriado.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
É de dois anos o prazo decadencial para propositura da demanda de desapropriação por interesse social e
de cinco anos o prazo para propositura de demanda por necessidade ou utilidade pública.
Repita-se que tal prazo é decadencial – não se suspende ou interrompe, nos termos do artigo 207, do Código
Civil:
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que
impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Em ambos os casos, caduco o decreto expropriatório, novo decreto relacionado ao mesmo bem apenas
poderá ser editado somente depois de um ano. Aplica-se este prazo também à desapropriação por
interesse social, em razão do disposto no artigo 5º, da Lei 4.132/62, acima transcrito.
Em verdade, não.
Inexiste nesta etapa qualquer transferência do bem para o Poder Público. Em verdade, o bem permanece
com o proprietário, com todos os poderes inerentes ao direito de propriedade.
Sendo assim, não assiste direito de indenização ao proprietário pela mera declaração de necessidade ou
utilidade pública do bem a ser desapropriado.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Antes, porém, gostaria de destacar a recente alteração trazida pela Lei 13.867/2019:
Assim, o poder público deverá notificar o proprietário com a oferta de indenização e o proprietário irá dizer
se aceita ou não estes valores. Aceitos os valores, a desapropriação efetivar-se-á por acordo na esfera
administrativa.
Rejeitada a oferta, ou transcorrido o prazo sem manifestação, o poder público procederá ao ajuizamento de
ação de desapropriação na forma do artigo 11 do DL 3.365/41, conforme será visto adiante.
A lei permite ainda que o particular opte por uma mediação ou pela via arbitral:
Art. 10-B. Feita a opção pela mediação ou pela via arbitral, o particular indicará um dos
órgãos ou instituições especializados em mediação ou arbitragem previamente
cadastrados pelo órgão responsável pela desapropriação.
§ 1º A mediação seguirá as normas da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015, e,
subsidiariamente, os regulamentos do órgão ou instituição responsável.
§ 2º Poderá ser eleita câmara de mediação criada pelo poder público, nos termos do art.
32 da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015.
§ 4º A arbitragem seguirá as normas da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, e,
subsidiariamente, os regulamentos do órgão ou instituição responsável.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Apenas juízes estaduais ou federais podem processar a demanda, sendo certo não haver hipótese de
competência delegada, ou seja, se o bem não estiver situado na cidade sede de Justiça Federal e a ação de
desapropriação for de competência desta, deverá a demanda ser proposta na Seção Judiciária da Justiça
Federal com competência para aquela região (BARROS, 2015, pg. 445).
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Contudo, se da justiça comum estadual a competência, caberá ao juiz da vara da situação do bem a análise
e processamento da demanda. Assim, a depender das partes, a competência restará assim definida:
Há que se analisar, ainda, se na comarca em análise haverá vara especializada na matéria, a exemplo de Vara
da Fazenda Pública, que possuirá competência para processar a demanda.
Ressalte-se que o disposto no artigo 12, do Decreto-Lei 3.365/41 não foi recepcionado pela Constituição
Federal de 1988, sendo certo que todos os magistrados (recém empossados ou vitalícios) são considerados
da mesma forma pela nova ordem constitucional.
o legitimado ativo é o ente público que edita o decreto expropriatório – União, Estado,
Distrito Federal ou Município. Além disso, a desapropriação pode ser proposta pela
concessionária de serviço público no exercício da função delegada, mediante autorização
expressa em lei ou contrato.
A Lei 14.273/2021 alterou a redação do artigo 3º do Decreto-Lei 3.365/41 que estendeu o rol dos legitimados
que podem promover a desapropriação, mediante autorização expressa constante de lei ou contrato.
Vejamos:
1CF, Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe: I - processar e julgar, originariamente: (...) f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a
União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração
indireta;
2
CF, Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública
federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
3
Competência residual.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Além disso, em que pese ato típico do Poder Executivo, poderá o Poder Legislativo iniciar o procedimento
de desapropriação, nos termos do artigo 8º, do Decreto-Lei 3.365/41:
Já o polo passivo da demanda será ocupado pelo proprietário do bem, sendo certo que os entes públicos
maiores poderão desapropriar bens dos entes menores, não sendo a recíproca verdadeira.
Conforme pontuado, o Município não poderá desapropriar bens dos entes maiores:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
(FGV/OAB-VII Exame - 2012) A empresa pública federal X, que atua no setor de pesquisas petroquímicas,
necessita ampliar sua estrutura, para a construção de dois galpões industriais. Para tanto, decide
incorporar terrenos contíguos a sua atual unidade de processamento, mediante regular processo de
desapropriação. A própria empresa pública declara aqueles terrenos como de utilidade pública e inicia as
tratativas com os proprietários dos terrenos – que, entretanto, não aceitam o preço oferecido por aquela
entidade. Nesse caso,
a) se o expropriante alegar urgência e depositar a quantia arbitrada de conformidade com a lei, terá direito
a imitir-se provisoriamente na posse dos terrenos.
b) a desapropriação não poderá consumar-se, tendo em vista que não houve concordância dos titulares dos
terrenos.
c) a desapropriação demandará a propositura de uma ação judicial e, por não haver concordância dos
proprietários, a contestação poderá versar sobre qualquer matéria.
d) os proprietários poderão opor-se à desapropriação, ao fundamento de que a empresa pública não é
competente para declarar um bem como de utilidade pública.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Comentários
Gabarito, letra D.
A questão versa sobre a competência na desapropriação, mais precisamente da Competência Declaratória:
declarar a utilidade pública ou o interesse social. Esta competência é concorrente da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios, conforme art. 2º do Decreto-Lei 3.365/41:
"Art. 2º Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União,
pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios."
Este ato é afeto ao Poder Público. Ao rol dos legitimados artigo 3º do Decreto-Lei 3.365/41 cabe tão somente
executar os atos materiais da desapropriação.
FGV/OAB-XX Exame - 2016) O Estado Beta pretende estabelecer ligação viária entre dois municípios
contíguos em seu território. Para tanto, mostra-se necessária a desapropriação, por utilidade pública, de
bem de propriedade de um dos municípios beneficiários da obra. Quanto à competência do Estado Beta
para desapropriar bem público, assinale a afirmativa correta.
a) O Estado Beta não tem competência para desapropriar, por utilidade pública, bem municipal.
b) O Estado Beta não tem competência para desapropriar bens públicos.
c) O Estado Beta poderá desapropriar sem qualquer providência preliminar.
d) O Estado Beta poderá desapropriar mediante a respectiva autorização legislativa.
Comentários
Gabarito, letra D.
O Estado Beta tem competência para desapropriar bem do Município, no entanto, necessita da respectiva
autorização legislativa. Esta afirmação decorre do art. 2º, §2º do Decreto-lei 3.365/41:
"Art. 2º Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União,
pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
(...)
§ 2o Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados
pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização
legislativa."
(FGV/OAB-IX Exame - 2012) Acerca do Instituto da Desapropriação, assinale a afirmativa correta.
a) A desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando de sua utilização
resultar prejuízo patrimonial do proprietário do solo.
b) Em casos de urgência, é possível a imissão provisória do expropriante na posse dos bens, não sendo
exigível o seu registro junto ao registro de imóveis competente, muito menos o depósito de valores.
c) Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções
delegadas de poder público poderão promover desapropriações, por decreto do Presidente da República.
d) Os bens expropriados, incorporados à Fazenda Pública, podem ser objeto de reivindicação, desde que
fundada em nulidade do processo de desapropriação.
Comentários
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Gabarito, letra A.
A questão exige o conhecimento da literalidade do disposto no art.2º do Decreto-lei 3.365/41. Vejamos:
"Art. 2º Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União,
pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
§ 1oA desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando de sua utilização
resultar prejuízo patrimonial do proprietário do solo."
2.3 - Citação
De acordo com o artigo 16, do Decreto 3.365/41, no processo de desapropriação a citação do marido
dispensa a da mulher:
Art. 16. A citação far-se-á por mandado na pessoa do proprietário dos bens; a do marido
dispensa a dá mulher; a de um sócio, ou administrador, a dos demais, quando o bem
pertencer a sociedade; a do administrador da coisa no caso de condomínio, exceto o de
edifício de apartamento constituindo cada um propriedade autônoma, a dos demais
condôminos e a do inventariante, e, se não houver, a do cônjuge, herdeiro, ou legatário,
detentor da herança, a dos demais interessados, quando o bem pertencer a espólio.
Parágrafo único. Quando não encontrar o citando, mas ciente de que se encontra no
território da jurisdição do juiz, o oficial portador do mandado marcará desde logo hora
certa para a citação, ao fim de 48 horas, independentemente de nova diligência ou
despacho.
essa regra não foi recepcionada pela Constituição Federal, por ofender a garantia do
devido processo legal, deixando de conferir à parte um processo justo, com resultado
efetivo.
Até porque assim dispõe o artigo 73, do CPC sobre as ações que versem sobre direitos reais:
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse
sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta
de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação
absoluta de bens;
Destaco, contudo, que há um julgado recente do STJ dispondo tratar-se referida norma de regra específica
e, portanto, passível de aplicação:
Assim, tendo em vista que o mérito da contestação é de cognição limitada, podendo abranger apenas
eventual vício no processo judicial ou o valor da indenização, incabível a propositura de reconvenção.
Isto porque o próprio dispositivo legal estabelece que qualquer outra questão – à exceção do vício no
processo judicial ou o valor da indenização – deverá ser discutida por meio de ação direta.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
O contestante poderá postular o direito de extensão, entendido como o direito que assiste ao particular de,
impugnando o valor ofertado pelo Poder Público, pleitear a extensão da desapropriação, para que esta
alcance a parte remanescente do bem que se tornaria inútil ou de difícil utilização, caso o bem fosse
desapropriado apenas parcialmente.
O pedido de extensão formulado na contestação não ofende o artigo 20, do Decreto 3.365/41, segundo o
qual a contestação somente pode versar sobre “vício do processo judicial ou impugnação do preço”.
Neste sentido:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
(FGV/OAB-XII Exame - 2013) O Município de Barra Alta realizou a desapropriação de grande parcela do
imóvel de Manoel Silva e deixou uma parcela inaproveitável para o proprietário. No caso descrito, o
proprietário obterá êxito se pleitear
a) a reintegração de posse de todo o imóvel em função da má-fé do Município.
b) o direito de extensão da desapropriação em relação à área inaproveitável.
c) a anulação da desapropriação em relação à parcela do imóvel suficiente para tornar a área restante
economicamente aproveitável.
d) a anulação integral da desapropriação, pois a mesma foi ilegal.
Comentários
Gabarito, letra B.
O contestante poderá postular o direito de extensão, entendido como o direito que assiste ao particular de,
impugnando o valor ofertado pelo Poder Público, pleitear a extensão da desapropriação, para que esta
alcance a parte remanescente do bem que se tornaria inútil ou de difícil utilização, caso o bem fosse
desapropriado apenas parcialmente.
O pedido de extensão formulado na contestação não ofende o artigo 20, do Decreto 3.365/41, segundo o
qual a contestação somente pode versar sobre “vício do processo judicial ou impugnação do preço”;
(FGV/OAB-II Exame - 2010) Nas hipóteses de desapropriação, em regra geral, os requisitos constitucionais
a serem observados pela Administração Pública são os seguintes:
a) comprovação da necessidade ou utilidade pública ou de interesse social; pagamento de indenização prévia
ao ato de imissão na posse pelo Poder Público, e que seja justa e em dinheiro; e observância de ato
administrativo, sem contraditório por parte do proprietário.
b) comprovação da necessidade ou utilidade pública ou de interesse social; pagamento de indenização
prévia ao ato de imissão na posse pelo Poder Público, e que seja justa e em dinheiro; e observância de
procedimento administrativo, com respeito ao contraditório e ampla defesa por parte do proprietário.
c) comprovação da necessidade ou utilidade pública ou de interesse social; pagamento de indenização prévia
ao ato de imissão na posse pelo Poder Público, e que seja justa e em títulos da dívida pública ou quaisquer
outros títulos públicos, negociáveis no mercado financeiro; e observância de procedimento administrativo,
com respeito ao contraditório e ampla defesa por parte do proprietário.
d) comprovação da necessidade ou utilidade pública ou de interesse social; pagamento de indenização,
posteriormente ao ato de imissão na posse pelo Poder Público, e que seja justa e em dinheiro; e observância
de procedimento administrativo, com respeito ao contraditório e ampla defesa por parte do proprietário.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Comentários
Gabarito, letra B.
Para que a desapropriação seja legítima, devem estar presentes os pressupostos de utilidade pública,
necessidade pública, ou interesse social.
Vejamos o disposto na Constituição Federal:
"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;"
Art. 20. A contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial ou impugnação do
preço; qualquer outra questão deverá ser decidida por ação direta.
Já a revelia, no âmbito do processo expropriatório, não induz a presunção sobre o valor ofertado pelo Poder
Público, sendo necessária a realização de perícia, em razão do princípio da justa indenização. É que o artigo
23 exige a concordância expressa do Réu com o preço do valor ofertado:
Art. 23. Findo o prazo para a contestação e não havendo concordância expressa quanto
ao preço, o perito apresentará o laudo em cartório até cinco dias, pelo menos, antes da
audiência de instrução e julgamento.
a perícia técnica somente será dispensada em caso de aceitação expressa do réu dos
valores discriminados e ofertados pelo Poder Público na petição inicial. A perícia poderá
ser determinada inclusive de ofício, haja vista a intenção do processo de buscar o valor da
justa indenização a que faz o jus o particular.
Exatamente por isto, o juiz não está adstrito ao valor da causa na ação de desapropriação, podendo,
inclusive, a sentença acolher valor menor do que o indicado na petição inicial, conforme já decidiu o STJ:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
A imissão provisória na posse do imóvel pelo Poder Público difere em razão do tipo do imóvel. É que a imissão
provisória na posse do imóvel rural pode ocorrer acaso alegue o expropriante urgência e deposite em juízo
a quantia que entende devida pelo imóvel, podendo o proprietário levantar 80% do valor depositado.
O juiz poderá, então, deferir a imissão provisória na posse do imóvel, independente da citação do réu.
Confira-se os dispositivos legais abaixo transcritos acerca do cálculo do valor do depósito:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Para o STJ, só é possível a imissão provisória na posse após a realização de laudo de avaliação judicial e o
depósito prévio de tal valor.
Contudo, para o Supremo Tribunal Federal o laudo particular é útil para a imissão provisória na posse, sendo
necessário o laudo judicial apenas para definição do justo preço e consequente transmissão da propriedade
de forma definitiva.
Neste sentido:
Súmula 652 - STF. Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Dec.-lei 3.365/1941 (Lei
da Desapropriação por utilidade pública).
Já a imissão provisória na posse de imóvel residencial urbano sujeito a desapropriação segue o disposto no
Decreto-Lei 1.075/70:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Parágrafo único. O perito, quando designado, deverá apresentar o laudo no prazo máximo
de cinco dias.
Art 3º Quando o valor arbitrado for superior à oferta, o juiz só autorizará a imissão
provisória na posse do imóvel, se o expropriante complementar o depósito para que este
atinja a metade do valor arbitrado.
Art 4º No caso do artigo anterior, fica, porém, fixado em 2.300 (dois mil e trezentos)
salários-mínimos vigentes na região, e máximo do depósito a que será obrigado o
expropriante.
Art 5º O expropriado observadas as cautelas previstas no artigo 34 do Decreto-lei nº 3.365,
de 21 de junho de 1941, poderá levantar toda a importância depositada e complementada
nos termos do artigo 3º.
Parágrafo único. Quando o valor arbitrado for inferior ou igual ao dobro do preço
oferecido, é lícito ao expropriado optar entre o levantamento de 80% (oitenta por cento)
do preço oferecido ou da metade do valor arbitrado.
Art 6º O disposto neste Decreto-lei só se aplica à desapropriação de prédio residencial
urbano, habitado pelo proprietário ou compromissário comprador, cuja promessa de
compra esteja devidamente inscrita no Registro de Imóveis.
Assim, alegada a urgência e depositado o preço ofertado, antes da concessão da liminar, deverá o juiz intimar
o réu para se manifestar sobre o preço no prazo de 5 dias.
Impugnado o valor ofertado – antes da imissão provisória – será necessária a realização de perícia prévia,
que poderá resultar na necessidade do ente público complementar o valor ofertado.
Percebe-se, portanto, que a sistemática da imissão provisória na posse de imóvel residencial urbano é
diferente do imóvel rural.
Notem, ainda, que quanto às desapropriações ordinárias de imóveis urbanos, a Constituição Federal de 1988
estabeleceu que:
Art. 182.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização
em dinheiro.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Tendo por fundamento o poder da autotutela, possível a desistência da ação de desapropriação através da
revogação do decreto expropriatório.
Para o STJ, possível a desistência a qualquer tempo da ação de desapropriação desde que ainda não tenha
sido pago integralmente o valor da indenização ao particular.
Assim, mesmo que iniciado o pagamento, a desistência será viável, se não concluído, restituindo-se o bem
ao particular no mesmo estado que recebido.
Neste sentido:
O artigo 27, do Decreto-Lei 3.365/41 disciplina em seu parágrafo 1º o pagamento de honorários advocatícios
em ações de desapropriação:
Art. 27. O juiz indicará na sentença os fatos que motivaram o seu convencimento e deverá
atender, especialmente, à estimação dos bens para efeitos fiscais; ao preço de aquisição e
interesse que deles aufere o proprietário; à sua situação, estado de conservação e
segurança; ao valor venal dos da mesma espécie, nos últimos cinco anos, e à valorização
ou depreciação de área remanescente, pertencente ao réu.
§ 1º A sentença que fixar o valor da indenização quando este for superior ao preço
oferecido condenará o desapropriante a pagar honorários do advogado, que serão fixados
entre meio e cinco por cento do valor da diferença, observado o disposto no § 4º do art.
20 do Código de Processo Civil, não podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00
(cento e cinquenta e um mil reais).(Redação dada Medida Provisória nº 2.183-56, de
2001) (Vide ADIN nº 2.332-2)
§ 2º A transmissão da propriedade, decorrente de desapropriação amigável ou judicial, não
ficará sujeita ao imposto de lucro imobiliário.
§ 3º O disposto no § 1º deste artigo se aplica:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Nos termos da ADIN 2.332-2, decidiu o Supremo Tribunal Federal que a limitação prevista em lei com relação
ao valor dos honorários advocatícios (R$. 151.000,00) seria inconstitucional. Ademais, vide as súmulas do
STJ e STF:
Súmula 131, STJ: Nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo da verba advocatícia
as parcelas relativas aos juros compensatórios e moratórios, devidamente corrigidas.
Súmula 141, STJ: Os honorários de advogado em desapropriação direta são calculados
sobre a diferença entre a indenização e a oferta, corrigidas monetariamente.
Súmula 617, STF: A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a
diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente.
Assim, a base de cálculo dos honorários advocatícios é a diferença entre a oferta e a indenização, além dos
valores devidos a título de juros compensatórios e moratórios, tudo corrigido monetariamente. Sobre este
valor, incide o percentual de 0,5% a 5%, a título de honorários advocatícios, sem limitação de teto.
Art. 30. As custas serão pagas pelo autor se o réu aceitar o preço oferecido; em caso
contrário, pelo vencido, ou em proporção, na forma da lei.
Art. 28. Da sentença que fixar o preço da indenização caberá apelação com efeito
simplesmente devolutivo, quando interposta pelo expropriado, e com ambos os efeitos,
quando o for pelo expropriante.
§ 1 º A sentença que condenar a Fazenda Pública em quantia superior ao dobro da
oferecida fica sujeita ao duplo grau de jurisdição.
Assim, da sentença que julga o pedido de desapropriação caberá recurso de apelação pelo particular (apenas
no efeito devolutivo) e pelo ente público (no duplo efeito).
Além disso, o reexame necessário é exigido quando o valor fixado na sentença é superior
ao dobro do preço inicialmente ofertado pelo ente público.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
A sentença no processo de desapropriação deve fixar o valor da justa indenização a ser paga pelo
expropriante, fixando também a incidência de juros e correção monetária.
Os juros compensatórios são devidos para compensar a perda da posse do imóvel pelo particular. É dizer:
os juros compensatórios são devidos a partir da imissão provisória da posse pelo ente público, pois este é o
momento em que o particular perde a possibilidade de usufruir do bem (BARROS, 2015, pg. 453).
Ademais, os juros compensatórios são devidos ainda que o imóvel seja improdutivo, eis que eventual
improdutividade do imóvel não afastaria o direito a tais, pois estes compensam não só o que o expropriado
deixou de ganhar com a perda antecipada, mas também o óbice do uso e gozo econômico do bem.
Neste sentido:
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Considerando que o Poder Público expropriou efetivamente a área integral e que haverá
de pagar por ela, é devida indenização relativa a toda essa área. Entretanto, é também
certo que a indenização sobre a diferença entre a área medida e a registrada deverá
permanecer em juízo até que se identifique o real proprietário, nos termos do art. 34,
parágrafo único, do DL 3.365/1941.
6. A jurisprudência do STJ está firmada, pelo menos desde 2002, no sentido de que a
recuperação da Área de Preservação Permanente e da Reserva Legal, assim como outras
incumbências incidentes sobre o imóvel e decorrentes da função ecológica da propriedade,
constitui obrigação propter rem; portanto, parte inseparável do título imobiliário,
inexistindo, no ordenamento jurídico brasileiro, direito adquirido a degradar ou poluir, ou
a desmatamento realizado.(...)
7. Recurso Especial parcialmente provido.
(REsp 1307026/BA, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
16/06/2015, DJe 17/11/2015)
Na visão do STJ, os juros compensatórios somente não serão pagos se o imóvel for
impassível de qualquer exploração econômica.
Quanto aos juros moratórios, estes são devidos em razão da mora do ente público em pagar o valor da
indenização constante na sentença judicial. Tal mora, em razão do regime de precatório constante no artigo
100, da Constituição Federal, apenas dá-se com o não pagamento do precatório no prazo constitucional.
Art. 15-B Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios destinam-se a recompor
a perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final
de mérito, e somente serão devidos à razão de até seis por cento ao ano, a partir de 1º de
janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do
art. 100 da Constituição.
Assim, se o precatório for pago dentro do prazo previsto no artigo 100, da Constituição Federal, não há que
se falar em pagamento de juros moratórios. Este o entendimento consubstanciado na Súmula Vinculante 17
do Supremo Tribunal Federal:
Assim, os juros compensatórios incidem até a data de expedição do precatório original, enquanto os juros
moratórios somente incidirão acaso o precatório expedido não seja pago no prazo constitucional.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Ressalte-se que na desapropriação não constitui anatocismo vedado em lei a incidência de juros moratórios
sobre juros compensatórios, eis que em desapropriação são cumuláveis juros compensatórios e moratórios4.
Em relação à correção monetária, cujo objetivo é a recomposição do valor real da dívida, esta é sempre
devida:
Súmula 561 – STF - Em desapropriação, é devida a correção monetária até a data do efetivo
pagamento da indenização, devendo proceder-se à atualização do cálculo, ainda que por
mais de uma vez.
(CESPE/OAB-I Exame - 2010) Acerca da desapropriação e dos institutos a ela relacionados, assinale a opção
correta.
a) Tratando-se de desapropriação por utilidade pública para a realização de obra, as áreas contíguas
necessárias à execução da obra poderão ser abrangidas pela desapropriação, independentemente da
inclusão dessas áreas na declaração de utilidade pública.
b) A fase declaratória, durante a qual o poder público manifesta sua vontade na futura desapropriação, é
iniciada com a declaração expropriatória e formalizada por meio de ato exclusivo do chefe do Poder
Executivo federal, estadual ou municipal; por isso, não pode o dirigente máximo de autarquia ou de agência
reguladora, por exemplo, expedir declaração expropriatória.
c) O decreto expropriatório caduca no prazo de cinco anos caso a desapropriação por utilidade pública não
seja efetivada mediante acordo ou judicialmente, sendo o termo final desse prazo, para as desapropriações
que correrem na via judicial, o do trânsito em julgado da ação de desapropriação.
d) No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública e interesse
social, havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem, os juros moratórios destinam-
se a recompor a perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na sentença; desse
modo, só serão devidos esses juros se o pagamento não for feito até 1.º de janeiro do exercício seguinte
àquele em que o pagamento deveria ter sido feito.
Comentários
Gabarito, letra D.
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STJ, Súmula 102. A incidência dos juros moratórios sobre os compensatórios, nas ações expropriatórias, não constitui anatocismo
vedado em lei. STJ, Súmula 12. Em desapropriação, são cumuláveis juros compensatórios e moratórios.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Sabemos que a imissão provisória na posse é decorrente da alegação de urgência por parte do expropriante.
A presente questão é solucionada através dos artigos 15-A e 15-B do Decreto-lei 3.365/41. Vejamos:
"Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública e
interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço ofertado em juízo
e o valor do bem, fixado na sentença, expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios de até seis
por cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a contar da imissão na posse, vedado
o cálculo de juros compostos.
(...)
Art. 15-B Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios destinam-se a recompor a perda
decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final de mérito, e somente
serão devidos à razão de até seis por cento ao ano, a partir de 1 o de janeiro do exercício seguinte àquele
em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição."
Desapropriação Indireta
1 - Conceito
Trata-se, pois, de desapropriação sem o atendimento das formalidades legais, correspondendo a um esbulho
estatal e ocorre quando o Poder Público interfere na propriedade do particular e lá pratica atos de domínio,
sem prévia ação ou título.
Se o bem expropriado ainda não está sendo utilizado em nenhuma finalidade pública, poderá o particular
propor ação possessória visando a manter ou retomar a posse do bem.
Acaso o bem expropriado já esteja afetado em alguma finalidade pública, considera-se que houve fato
consumado e somente restará ao particular ajuizar “ação de desapropriação indireta”, visando receber
indenização, nos termos do artigo 35, do Decreto 3.365/41:
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser
objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação.
Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Segundo decidiu o STJ, a ação de desapropriação indireta possui natureza real e pode ser proposta pelo
particular prejudicado enquanto não tiver transcorrido o prazo para que o Poder Público adquira a
propriedade do bem por meio da usucapião, aplicando-se por analogia o prazo da usucapião extraordinária.
O artigo 1.238, do Código Civil atual estabelece que o prazo prescricional da usucapião é de 15 anos, podendo
ser reduzido para 10 anos se o possuidor tiver realizado obras ou serviços de caráter produtivo no local
(parágrafo único do artigo 1.238).
Como na desapropriação indireta pressupõe-se que o Poder Público tenha realizado obras no local ou tenha
dado ao imóvel uma utilidade pública ou de interesse social, entende-se que a situação se enquadraria no
parágrafo único do artigo 1.238 do Código Civil, de sorte que o prazo para usucapião seria de 10 anos:
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu
um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro
no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor
houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços
de caráter produtivo.
Em recente julgado, o STJ estabeleceu que se o ente público não fizer nenhuma obra de caráter produtivo
no imóvel, o prazo da desapropriação indireta será o do caput do artigo 1.238, do Código Civil (15 anos).
Vigora na desapropriação o princípio da justa indenização e exatamente por isso inexiste vinculação entre
o valor estimado pelo autor na ação de desapropriação direta ou indireta e a fixação da justa indenização
pelo magistrado acatando laudo pericial imparcial. Isto porque o valor fixado pelo autor na ação de
desapropriação é meramente estimativo.
Ademais, o promissário comprador do imóvel tem direito de receber indenização no caso deste imóvel ter
sofrido desapropriação indireta, ainda que esta promessa não esteja registrada no Cartório de Registro de
Imóveis.
Por fim, consoante entendimento firmado pelo STJ, “os limites percentuais estabelecidos no artigo 27,
parágrafos 1º e 2º, do DL 3.365/41, relativos a honorários advocatícios (percentuais entre 0,5 e 5%), aplicam-
se às desapropriações indiretas”.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
(FGV/OAB-XXV Exame - 2018) Em novembro de 2014, Josué decidiu gozar um período sabático e passou,
a partir de então, quatro anos viajando pelo mundo. Ao retornar ao Brasil, foi surpreendido pelo fato de
que um terreno de sua propriedade havia sido invadido, em setembro de 2015, pelo Município Beta, que
nele construiu uma estação de tratamento de água e esgoto. Em razão disso, Josué procurou você para,
na qualidade de advogado(a), traçar a orientação jurídica adequada, em consonância com o ordenamento
vigente.
A) Deve ser ajuizada uma ação possessória, diante do esbulho cometido pelo Poder Público municipal.
B) Não cabe qualquer providência em Juízo, considerando que a pretensão de Josué está prescrita.
C) Impõe-se que Josué aguarde que o bem venha a ser destinado pelo Município a uma finalidade alheia ao
interesse público, para que, somente então, possa pleitear uma indenização em Juízo.
D) É pertinente o ajuizamento de uma ação indenizatória, com base na desapropriação indireta, diante da
incorporação do bem ao patrimônio público pela afetação.
Comentários
Alternativa correta, Letra D.
Amigos, esta questão foi bem inteligente.
A pergunta é: o imóvel já foi incorporado ao patrimônio do Município?
Sim, inclusive o município já afetou o bem a uma destinação pública específica.
Assim, não cabe mais qualquer ação possessória a ser manejada pelo proprietário do imóvel que deverá, nos
termos do artigo 35, do Decreto-lei 3.365/41, ajuizar ação de desapropriação indireta:
"Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de
reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada
procedente, resolver-se-á em perdas e danos."
(FGV/OAB-XXXIII Exame - 2021) Luciano, proprietário de um terreno localizado no Município Ômega,
viajou para o exterior, pelo período de 8 meses, para realizar curso de especialização profissional. Quando
retornou de viagem, verificou que o Município, sem expedir qualquer notificação, de forma irregular e
ilícita, invadiu sua propriedade e construiu uma escola, em verdadeiro apossamento administrativo. As
aulas na nova escola municipal já se iniciaram há dois meses e verifica-se a evidente impossibilidade de se
reverter a situação sem ensejar prejuízos aos interesses da coletividade.
Ao buscar assistência jurídica junto a conhecido escritório de advocacia, foi manejada em favor de Luciano
ação de
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
A) indenização por retrocessão, por abuso de poder da municipalidade, que gera direito à justa e imediata
indenização, exigível quando do trânsito em julgado da ação.
B) indenização por desapropriação indireta, que visa à justa e posterior indenização, a ser paga por meio de
precatório.
C) reintegração de posse por tredestinação ilícita, por desvio de finalidade, que visa à justa e posterior
indenização, a ser paga por meio de precatório.
D) interdito proibitório por desvio de finalidade, que gera direito à justa e imediata indenização, exigível
quando do trânsito em julgado da ação.
Comentários
Alternativa correta, Letra B.
Trata-se de desapropriação indireta, que acarreta no pagamento de indenização ao particular desapossado.
Por se tratar de valor a ser recebido através de demanda judicial, deve ser observada a técnica de pagamento
via precatórios, na forma do art. 100 da CF/88.
Já a limitação administrativa não se confunde com a desapropriação, visto que ocorre tão somente restrição
ao uso da propriedade imposta genericamente a todos os proprietários, via de regra, sem qualquer direito
a indenização.
Pontue-se, portanto, que enquanto a ação de desapropriação indireta possui natureza real e prazo
prescricional decenal, nos termos do parágrafo único do artigo 1.238, do Código Civil, a ação reparatória em
virtude das perdas ocasionadas por limitações administrativas, terá natureza pessoal e por isso prescrição
quinquenal.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu
um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro
no Cartório de Registro de Imóveis.
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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor
houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços
de caráter produtivo.
Isto porque o parágrafo único do artigo 10, do Decreto Lei 3.365/41 é expresso:
Assim, as restrições ao direito de propriedade impostas por normas ambientais, ainda que esvaziem o
conteúdo econômico do bem, não constituem desapropriação indireta, mas sim limitações administrativas,
cujos prejuízos causados devem ser indenizados por meio de uma ação de direito pessoal, e não de direito
real, como é o caso da ação contra desapropriação indireta.
Caracteriza-se, pois, a aplicação do prazo prescricional quinquenal, eis que não há desapropriação indireta
sem que haja o efetivo apossamento da propriedade pelo Poder Público.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Profa. Isabella Pires:
Com isso, me despeço de vocês por hoje! Voltaremos amanhã para dar continuidade ao
nosso projeto rumo à aprovação!
Aproveito para, mais uma vez, deixar meus contatos caso tenham dúvidas, críticas,
sugestões!
Vocês podem entrar em contato pelo fórum do curso ou ainda:
E-mail: [email protected]
Instagram: @profaisabellapires
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