Fonética e Fonologia Das Linguas Bantu Jobh

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE ENSINO À DISTÂNCIA

FONETICA E FONOLOGIAS DAS LINGUAS BANTU

ALICE SALOMÃO MACHAVA - 708215863

Curso: licenciatura em ensino de português


Disciplina: Introdução àLinguistica descritiva das LB
Ano de frequência: 2ª ano
Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos
Introdução 0.5
Estruturas organizacionai
Discussão 0.5
s
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização (indicação clara
1.0
do problema)
Introdução Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao
2.0
objectivo do trabalho
Articulação e domínio do discurso
Conteúdo
académico (expressão escrita 2.0
Análise e cuidada, coerência/coesão textual
discussão Revisão bibliográfica racional e
2.0
internacional na área de estudo
Exploração dos dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0
Paginação, tipo e tamanho de
Aspectos
Formatação letra, paragrafo, espaçamento 1.0
gerais
entre linhas
Normas APA
Referências
6ª edição em Rigor e coerência das
bibliográfica 4.0
citações e citações/referências bibliográficas.
s
bibliografia

Folha de feedback
Índice
Introdução..................................................................................................................................2
FONETICA E FONOLOGIA DAS LINGUAS BANTU..........................................................3
Diferença da fonética e fonologia..............................................................................................3
Aspectos fonéticos das linguas bantu.........................................................................................3
Tom das linguas Moçambicanas................................................................................................6
Descrição do tom lexical............................................................................................................7
Considerações finais...................................................................................................................8
Referências bibliográficas..........................................................................................................9

Introdução
Neste trabalho debruçar – se -á questão da fonética e fonologia das linguas bantu, onde dar -
se -a entender a diferença existe entre essas duas áreas e os aspectos que lhes caracteriza, para
além destes dois tópicos, abordará – se o tom das linguas bantu e fara – se a descrição do tom
lexical. Estes tópicos permitiram perceber de que forma são escritas e pronunciados as
palavras das linguas bantu, que aspectos apresentam que as tornam diferente em relação as
outras linguas do mundo. É um trabalho feita a partir da pesquisa bibliográfica dos autores:
Ngunga (2014); Mateus (1966); Andrade (1966).

Objectivo Geral

 Compreender como é que se comportam foneticamente e fonologicamente as linguas


bantu

Objectivos específicos

 Distinguir fonética da fonologia


 Debruçar sobre aspectos fonéticos das linguas bantu
 Explicar a cerca dos tons das linguas moçambicanas
 Descrever o tom lexical
FONETICA E FONOLOGIA DAS LINGUAS BANTU

Diferença da fonética e fonologia

"A fonologia tem como objetivos estudar os sistemas de sons de línguas particulares para
explicar o seu funcionamento" (MATEUS, 1996, p. 172) enquanto "a fonética se preocupa
com o estudo científico dos sons da fala humana, desde a sua produção até à sua percepção"
(ANDRADE; VIANA, 1996, p. 115). A fonética tem como objecto de estudo o fone que é a
realização concreta de um fonema em determinado contexto que nos permite distinguir
palavras. A fonética dependendo do objectivo pretendido, compreende três áreas: a fonética
acústica, articulatória, auditiva ou perceptiva, experimental.

Diferentemente da fonética que estuda os sons da fala humana, a fonologia faz o


levantamento dos sons da língua do ponto de vista particular, como também estuda a
estrutura e s regras que regem a combinação. Portanto, este ramo tem como o objecto de
estudo o fonema que nos permite distinguir as palavras e seus respetivos significados. O
outro aspecto é a forma como são representados os sons na fonética e na fonologia, enquanto
a fonética representa os sons em parenteses retos [b], a fonologia apresenta os sons em lindas
paralelas /a/. Enquanto a mudança de um fonema por outro pode causar alterações do
significado da palavra, a troca de um fone, não causa alterações no significado de uma
palavra, apenas vai soar de uma forma estranha a um falante nativo. (Ngunga, 2014)

Aspectos fonéticos das linguas bantu

De acordo com Ngunga (2014) na fonética os sons são produzidos pela anatomia e fisiologia
humanas. Estes sons são produzidos através de ondas sonoras, até serem recebidos pelos
ouvidos para que seja interpretado caso tenham intenção de comunicar.

Modo de Ponto de articulação


articulação Bil. Lab. Dent. Alv. Alveop. Retr. Pal. Labiov. Vel. Uvul. Far. Glot.
Oclus Expl pb t d ɽɖ c ɟ kg
Nasal m ɱ n ɳ ɲ ᵑ
Vibrante mult B r
Vibrante simp ɾ
Fricativa ɸβ fv Ɵð sz ʃƷ xℽ
Fricativa lat ɬɮ
aproximante Ʋ ɻ j w ᶭ
Aproximante l l L
Oclusiva eject Pʼ tʼ k´
Oclusiva impl ƥɓ ɠ

Ngunga afirma que elemento principal que permite na produção dos sons e que não aparece
na tabela fonética é o que cujo o movimento permite a produção de sons implosivos e de sons
explosivos. Os sons implosivos são aqueles que são produzidos a partir do ar que entra pela
boca, dirige – se para os pulmões, podendo encontrar obstáculos ao longo do seu percurso,
em função do ponto onde fluxo do ar encontra obstáculo no aparelho fonador, podendo ter
sons bilabiais (os lábios), alveolares (arcada alveolar), palatais (palato duro), velares (zona
velar), entre outros.

Nem todas as linguas do mundo recorrem ao ar ingressivo no processo de produção dos sons
da fala. Alguma linguas bantu incluindo moçambicanas fazem parte deste grupo que
produzem os sons da fala por essa.

“Os sons explosivos são produzidos através da corrente do ar que parte


dos pulmões em direcçao ao exterior.ao longo do seu percurso, o
fluxo do ar pode sofrer alguma obstrução total ou parcial em algum
ponto do aparelho fonador. Assim sendo, os sons que serão produzidos
serão chamados de obstruentes e podem ser: (se a obstrução for total;
serão fricativos (se a obstrução for parcial); africados (se a obstrução
começar por ser total e terminar como parcial).” (Ngunga, 2014, pp,
66)

Caso em que os articuladores se aproximem e não se tocarem na totalidade ou parcialmente


os sons que serão produzidos chamar – se – aos aproximantes. Se o fluxo do ar progredir
sem nenhuma obstrução nem a simulação de obstrução em todo seu percurso desde a fonte
até ao exterior, os sons produzidos serão vocálicos. Aos pontos onde o fluxo de ar encontrará
obstrução devido ao encontro dos articuladores dará se o nome de ponto de articulação e os
sons produzidos podem ser bilabiais, alveolares, palatais, velares, farringais, entre outros. Os
sons são produzidos pelo fluxo de ar, cujo o seu movimento parte dos pulmões em direção ao
exterior. (Ngunga, 2014).

Ngunga refere o ar que passa dos pulmões antes de chagar a cavidade faringar que do acesso
a cavidade bucal ou cavidade nasal. Quando chega a glote cujo o ar deve passar por interior
estiver fechada, o ar força a sua passagem causando a vibração das cordas vocais que se
situam no interior da glote. E esta vibração vai permitir a produção dos sons vozeados tais
como: vogais, nasais e as consoantes b, d, j, g, z, v, entre outros.

Refere tambem que se passa pela glote e a mesma estiver aberta, isto é, com as cordas vocais
abertas, o ar passará livremente entre as cordas vocais sem lhe dar motivos para vibrar,
permitindo a produção dos sons não vozeados, tais como: as consoantes p, t, c, k, f, entre
outros. Por outro lado, refere que outro fenómeno é a questão da produção dos sons nasais em
contraste a produção dos sons orais.

De acordo com Ngunga (2014), os sons nasais são produzidos quando o ar passa proveniente
dos pulmões, passa pelas fossas nasais, em virtude da úvula ter baixado bloqueando o acesso
à cavidade bucal. E caso encontre a vula levantada, bloqueando o acesso à cavidade nasal, os
sós a serem produzidos são orais.

Para alem de do ponto da articulação o Ngunga também aborda sobre o modo de articulação,
onde que se refere – se ao tipo de obstrução que o ar vai sofre no processo de produção de
sons, esta obstrução pode ser total ou completa. (sons oclusivos: p, b, t, d, k, g, c, ɟ), parcial
(sons fricativos: [f,v,s,z,ʃ, Ʒ, h], total seguida de parcial (sons africados: ([pf, bv, ps, bz, ts,
dz]), intermitente (sons vibrantes: [ɾ,r]), nulos (os sons chamados vogais([a, e, i, o, u]) e
aproximantes que podem ser semivogais tambem chamados de glide ([w, j]); e as
semiconsoantes: (Ʋ).
Tom das linguas Moçambicanas

De acordo com Ngunga (2014), refere que muitas linguas moçambicanas são consideradas
tonias, ou seja, o nucleio da silaba de algumas palavras pode servir para fazer distinção de
significados. Assim sendo, nas linguas moçambicanas podem se encontrar palavras com
mesma sequência de vogais, consoantes, cujos os significados destas diferencem através
variação da altura de algumas silabas.

Ex: Rhg: màvélé ´seios´

màvèlé ´milho´

Yao: cìtùúndù ´cesto´

cìtúùndù ´capoeira´

segundo Ngunga (2014), de acordo com o exemplo acima, as palavras em cada uma das
linguas seriam completamente ambíguas se o tom não tivesse sido marcado. Acabando assim,
estas duas palavras significando uma ou outra coisa. O que faz com nos exemplos acima os
(´) e (`) indicam o tom alto (A) e o tom baixo (B), que este autor revela que são formas
adoptadas para representação dos tons nas linguas moçambicanas. “se o tom mais frequente
numa língua bantu for baixo então haverá predominância do tom baixo, se o tom
predominante for alto em algumas lingas bantu, predominar – se -a o tom alto”. (Ngunga,
2014, pp, 97).

Exemplos do caso de Changana, onde predomina o tom alto.

Chg: nyìmbu ʻavestruzʼ

kwatsi ʻbemʼ

ndùvu ʻfeijão jugoʼ

xìhlòka ʻmachadoʼ

exemplo do caso de Yao que predomina o tom baixo:

Yao: cigaayo ʻmoagemʼ

nguúnda ʻpomboʼ
ditíinji ʻmataʼ

nota – se nos dados acima que o Changana apresenta tom alto, enquanto que o Yao apresenta
o tom baixo.

Contudo, de acordo este autor, refere que discutiu – se diversas tentativas nos seminários
sobre a padronização ortográfica das linguas bantu, com objectivo de reduzir a quantidade de
marcas tonais nos textos elaborados. O que fez com que se sugerisse que se desse a
relevância do tom com base na distinção que faz ele em termos do tom gramatical e o tom
lexical. Onde decidiria a relevância que tanto o tom gramatical assim como o lexical tem e
que pode evitar a ambiguidade que porem não se pode evitar com base no contexto.

Descrição do tom lexical

Para Ngunga (2014), chama o tom lexical aquele que desempenha a função de distinção a
nível do léxico. Ou seja, é um tom lexical aquele que porta consigo o significado lexical. Esta
diferença pode ser vista quando há duas ou mais palavras que apresenta, uma sequência de
segmentos (vogais e consoantes) semelhantes, que porem a sua diferença pode ser vista a
partir da altura de uma ou mais moras de uma ou mais silabas. Portanto, há inclusão no
dicionário de duas palavras que portam sentidos diferentes que sejam diferentes a nível
suprassegmental embora sejam iguais a nível segmental, como o caso de:

Yao: katúundu ʻbagagemʼ

cf. katuúndu ʻcesto pequenoʼ

b. cipaáta ʻdoença entreʼ

cf. cipááta ʻdoença venéreaʼ

Chg: a. Kukhona ʻatarʼ

cf. kukhònà ʻintroduzirʼ

b. kukhapà ʻtransbordarʼ

cf. kukhàpà ʻacompanharʼ


os exemplos acima, mostram que as palavras devem constar no dicionário das respectivas
linguas da maneira como estão escritas para que não induziam o leitor a má interpretação o
membro de cada par uma vez que nenhum dos significados é predizível sem a marca do tom.

Considerações finais

Neste trabalho, pode se considerar que a fonética se preocupa no estudo de sons de forma
geral enquanto que a fonologia preocupa – se no estudo particular dos sons de uma
determinada língua. Estes dois ramos de estudos, são complementares pois, uma force base
para compreensão dos sons em uma determinada língua. No entanto, a fonética e fonologia
das linguas bantu a representação apresenta a tabela de alfabeto fonético diferente, isto
porque alguns sons que estão no alfabeto fonético das linguas bantu que não há na tabela de
alfabeto internacional, como o caso do bʼ e do dʼ. para além disso, a questão tonal das linguas
bantu pode ser representada com intuito de fazer distinção dos significados das palavras
dependo de contexto, portanto, o tom destas linguas podem ser marcadas na penúltima sibala
da palavra.

Em síntese: pode se compreender que o tom nestas linguas está representado de acordo com
frequência, visto que há certas linguas que apresentam com frequência o Tom baixo e outras
que apresentam um Tom alto. Portanto a inserção do tom nestas línguas pode ser marcada
com acentos tais como (´) e (`), e são esses acentos que podem permitir distinguir duas ou
mais palavras que apresentam uma sequência de segmentos de vogais e de consoantes.
Referências bibliográficas

Ngunga. A (2014): elementos da fonética e fonologia. In. Ngunga. A, (2014): introdução à


linguística bantu (pp. 68-91). 2ª edição. Maputo. Impressa universitária da UEM

Mateus. M. (1966). Fonologia. In Faria et al. Introdução à linguística geral e portuguesa.


Lisboa: caminho.

Andrade. A & Viana. A. (1996) fonética. In Faria, et al. Introdução à linguística geral e
portuguesa. Lisboa: caminho.

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