TL4 Biol 2b
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Resumo
No mundo que nos rodeia há uma grande quantidade e variedade de
microrganismos. Como tal é importante estudar os vários microrganismos que nos
rodeiam, para que os possamos compreender e aos seus mecanismos.
Um dos objetivos desta experiência foi analisar as possíveis morfologias de colónias
microbianas ao nível das suas formas, margens e superfícies. Para tal, inocularam-se
12 placas de Petri, duas com uma amostra recolhida de uma bancada com recurso a
um cotonete, e as restantes com uma amostra proveniente de solo.
O outro objetivo foi estudar o efeito de agentes antimicrobianos no crescimento das
colónias de fungos e bactérias. Com esse propósito, utilizaram-se antibiogramas para
estudar a suscetibilidade e resistência de microrganismos aos antibióticos ampicilina e
gentamicina, ao antifúngico fluconazol e ao etanol.
Como não é possível contar o número de microrganismos presentes numa amostra,
foi necessário diluir a amostra inicial, através de diluições em série, e, em seguida,
determinar, não o número de indivíduos, mas o número de CFUs (Unidades formadoras
de colónias). As CFUs permitem calcular aproximadamente a quantidade de
microrganismos numa amostra inicial. Com a realização dos cálculos necessários, foi
possível chegar à conclusão que, na amostra inicial, havia 655000 CFUs/ml de solo, e
chegar ao seu real significado.
Um dos grandes desafios que se enfrenta nos dias de hoje é relativo à resistência
que bactérias e fungos desenvolvem aos agentes antimicrobianos. Nesse sentido, foram
realizados os cálculos necessários para encontrar as MICs 50 para dois tipos de
antifúngicos, o Caspofungina e Fluconazol. A partir desses cálculos foi possível concluir
que a nível clínico nenhum dos antifúngicos é adequado para o tratamento da infeção
causada pelas estirpes de C.glabrata.
Introdução
A microbiologia é a ciência que estuda os microrganismos, isto é, organismos que
apenas podem ser visualizados com recurso a ferramentas de ampliação, como o
microscópio. Os microrganismos podem ser agrupados em vírus, bactérias, fungos,
protozoários e algas. Atualmente, estes estão envolvidos em processos de produção de
fármacos, sendo utilizados na produção de vacinas e medicamentos. As atividades e
interações bióticas dos microrganismos podem causar alterações químicas no meio.
Discussão e resultados
Na placa com o meio TSA (agar triptona de soja) (Figura 1.2), registou-se o
crescimento de colónias irregulares com margens irregulares, mais concretamente,
lobadas e, também colónias punctiformes com margens suaves. Quanto à superfície
das colónias, esta pode ser considerada suave em ambos os casos.
Nas placas de Petri inoculadas com a amostra obtida com o cotonete (Figura 2) não
se registou o crescimento de quaisquer colónias de microrganismos. Estes resultados
podem ser devidos a uma má técnica na recolha da amostra, ou a erros durante a
repicagem, nomeadamente a sua incorreta realização ou a não asseguração das
condições de assepsia durante o processo.
1.1 1.2
Nas placas da suspensão inicial B (Figura 3.2) e B1 (Figura 4.1) no meio TSA foi
registado o crescimento de colónias bacterianas. Este crescimento foi mais acentuado
na placa da suspensão inicial B (Figura 3.2), o que era de esperar visto que a placa B1
(Figura 4.1) foi inoculada com uma diluição (1:10) da primeira placa. A ampicilina e a
gentamicina são antibióticos pelo que era previsível o não crescimento de bactérias à
volta destes discos. De facto, verificou-se a formação de um halo de inibição na zona
do disco de gentamicina. Porém em torno do disco de ampicilina tal não se verificou,
talvez por este antibiótico não ser muito eficaz contra as bactérias em estudo, ou a
concentração do mesmo não ter sido suficiente. Do mesmo modo, era provável que o
etanol impedisse o crescimento das colónias. Como tal não aconteceu, é possível que
o etanol não seja eficaz contra os microrganismos em estudo nestas placas, ou que o
álcool, responsável pela ação antimicrobiana, tenha evaporado. Relativamente ao disco
de fluconazol, verificou-se que o antifúngico não teve efeito antibacteriano, como era
suposto, visto que este composto inibe o crescimento de fungos e não de bactérias.
Nas placas de TSA com as diluições 1:100 (Figura 4.2) e 1:1000 (Figura 4.3) não se
registou um crescimento microbiano substancial, não permitindo a análise dos efeitos
dos agentes antimicrobianos.
3.1 3.2
Figura 3: PDA+CT e suspensão inicial B (3.1) e TSA e suspensão inicial B (3.2)
4.1 4.2 4.3
Figura 4: TSA + diluição 1:10 (4.1); TSA + diluição 1:100 (4.2); TSA + diluição 1:1000 (4.3)
Cálculo CFUs
Pretendemos calcular o crescimento de bactérias nos meios de PDA+CT e TSA a
diferentes diluições, sem a atuação de substâncias inibidoras de crescimento, as quais
se encontram nos antibiogramas. CFUs corresponde ao número de colónias que se
formam por ml do meio de cultura, multiplicado pelo fator de diluição (Equação 1). Não
foi possível utilizar todas as placas para o cálculo de CFUs, sendo usada apenas a placa
TSA diluição 1:100 (Figura 5.2). Nesta foi possível contabilizar o número de colónias
que se encontravam dentro do intervalo desejado (de 30 a 300). As placas PDA+CT
sem diluição, TSA sem diluição (Figura 2.2) e TSA diluição 1:1000 (Figura 5.3) não
apresentaram crescimento, indicando que a técnica não foi realizada de forma correta.
Além disso, PDA+CT é um meio de cultura bastante seletivo o que pode vir a indicar
que a presença de fungos na amostra seria bastante reduzida. Nas placas de TSA sem
diluição (Figura 2.2) e TSA diluição 1:1000 (Figura 5.3), como o meio TSA não se revela
seletivo, seria de esperar o crescimento microbiano. No entanto, este não foi observado,
o que indica que não foram mantidas as condições de assepsia durante o procedimento.
A placa de TSA diluição 1:10 (Figura 5.1) apresentou crescimento, mas devido à
incorreta agitação feita com as esferas, o crescimento não foi uniforme por toda a placa,
tornando os microrganismos incontáveis.
Cálculo de CFUs
1. TSA diluição 1:100
131 ∗ 100
= 262000 𝐶𝐹𝑈⁄𝑚𝑙
0,05
Cálculo MICs50
O valor calculado para MIC 50 irá corresponder à concentração mínima a partir
da qual 50% do crescimento de população microbiana é inibido. O cálculo das MICs 50
para as diferentes estirpes de C.glabrata, com atuação de diferentes concentrações de
antifúngicos, irá permitir que tiremos conclusões no que diz respeito à eficácia do
antifúngico para o combate da infeção.
Para efetuarmos o cálculo das MIC 50, teremos de ter em conta o valor da
densidade ótica (DO) medida sem a atuação do antifúngico, que corresponde ao
crescimento fúngico sem a atuação do inibidor, coluna RPMI. A DO da coluna RPMI foi
dividida por 2, permitindo obter a DO que corresponde a metade do crescimento do
antifúngico. Posteriormente, este valor foi comparado com os valores obtidos nos poços
que contém antifúngico em diferentes concentrações. Sendo que, a menor
concentração que se registar uma DO menor ou igual ao valor calculado, corresponde
à MIC 50.
Na tabela 2 encontra-se o resumo das observações que realizamos em relação
à atuação do antifúngico Fluconazol nas diferentes estirpes de C.glabrata. Levando-nos
à conclusão, que a estirpe A apresenta resistência ao antifúngico Fluconazol, sendo que
a MIC 50 é 64 mg/L que é o valor break-point. Também as estirpe B e D serão
resistentes, pois a MIC 50 será para um valor superior a 64 mg/L. A estirpe C de
C.glabrata apresenta um valor de MIC50 de 16 mg/L tendo uma resistência intermédia
ao Fluconazol. C.glabrata apresenta elevada tolerância ao Fluconazol, sendo que a
classificação mínima tabelada é a intermédia.
Concentração
Estirpe de
mínima inibidora de MIC 50
C.glabrata
50% do crescimento
1,605
A = 0,803 64 mg/L
2
nenhuma concentração terá
1,556
B = 0,778 uma inibição de crescimento
2 de 50% ou mais
1,420
C = 0,710 16 mg/L
2
nenhuma concentração terá
1,390
D = 0,695 uma inibição de crescimento
2 de 50% ou mais
Tabela 2: Resumo da comparação dos valores das densidades óticas dos poços com
diferentes concentrações de antifúngico e a concentração mínima inibidora de 50% do
crescimento, para determinar a MIC 50.
Concentração
Estirpe de
mínima inibidora de MIC 50
C.glabrata
50% do crescimento
1,687
A = 0,844 0,5 mg/L
2
1,430
B = 0,715 0,5 mg/L
2
1,183
C = 0,592 0,5 mg/L
2
D 1,360
= 0,680 0,5 mg/L
2
Tabela 3: Resumo da comparação dos valores das densidades óticas dos poços com diferentes
concentrações de antifúngico e a concentração mínima inibidora de 50% do crescimento, para
determinar a MIC 50.