Introducao A Astronomia
Introducao A Astronomia
Introducao A Astronomia
Introdução à
Astronomia
Sérgio Mascarello Bisch
Vitória
2012
U NI V E R S ID A D E F E D E RA L D O E S P Í RI TO S A N TO
Laboratório de Design Instrucional Bisch, Sérgio Mascarello.
LDI coordenação B621i Introdução à astronomia / Sérgio Mascarello Bisch. - Vitória : UFES,
Heliana Pacheco Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2012.
José Octavio Lobo Name 112 p. : il. ; 28 cm
Letícia Pedruzzi
Ricardo Esteves Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-60312-65-8
Gerência
Daniel Dutra
11. Astronomia. I. Título.
Editoração
Heinrich Kohler
CDU: 52
Capa
Heinrich Kohler
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indicando-se o nome do autor e a origem da obra). Toda reprodução foi realizada com amparo legal do regime geral de
direito de autor no Brasil.
Índice
Introdução------------------------------------------------------------------------ 6
1.5 Questões----------------------------------------------------------------------68
Introdução à Astronomia 3
2.3 De que são feitos os astros do sistema solar?--------------------------------- 81
2.4 O Sol-------------------------------------------------------------------------83
Referências----------------------------------------------------------------------108
4 Introdução à Astronomia
Introdução à Astronomia 5
Introdução
6 Introdução à Astronomia
Desta forma, percebemos que é extremamente pertinente e adequada a inclusão de
uma disciplina de introdução à Astronomia no currículo de cursos de licenciatura em
Física, como forma de propiciar ao licenciando uma formação básica que lhe permita
um domínio mínimo de conteúdos de Astronomia, e/ou outros conteúdos a ela asso-
ciados, bem como o uso de boas referências, bibliográficas e da internet, que sirvam
como fontes confiáveis e atuais para pesquisas, aprofundamentos de estudos e atuali-
zação acerca das novidades e avanços na área – e eles não faltam, pelo contrário: com
o avanço das tecnologias de exploração do espaço, tanto baseadas em observatórios
situados na superfície da Terra, como em observatórios e telescópios espaciais, novas
descobertas, como a de inúmeros planetas extra-solares, vêm se sucedendo num ritmo
cada vez mais intenso. .
Introdução à Astronomia 7
Os Movimentos dos Astros
e a Astronomia de Posição
8 Introdução à Astronomia
1.1 Movimentos dos astros: qual a sua importância?
2
Segundo dados do dia 28/02/2012, já há 760 planetas extra-solares com
descoberta confirmada (fonte: Enciclopédia dos Planetas Extra-Solares,
<http://exoplanet.eu/index.php>, acesso em 28 fev 2012).
10 Introdução à Astronomia
cimento que se tinha até então, devido à ação da gravidade – uma
força sempre atrativa, gerada pela massa dos objetos que compõe o
universo – era de se esperar que a expansão estivesse sendo freada,
não acelerada.
3
Podemos considerar o software Stellarium, como um planetário virtual.
12 Introdução à Astronomia
portantes da Astronomia de Posição, que apresentaremos a seguir,
juntamente com o também útil e histórico conceito de “constelação”,
usado no mapeamento do céu.
1.2.1.1 As Origens
Fonte:<http://commons.
wikimedia.org/wiki/
File:Ptolemaicsystem-small.png>.
4
Aristarco de Samos, filósofo grego do século II a.C., já havia proposto um
modelo heliocêntrico de universo, contudo esta sua idéia teve pouca acei-
tação entre seus contemporâneos.
5
O tema das constelações concebidas em diversas culturas, antigas e mo-
dernas, é abordado dentro da grande área de estudos chamada Astronomia
Cultural e, mais especificamente, dentro das áreas da Arqueoastronomia e
Etnoastronomia. Com relação às constelações de culturas indígenas brasi-
leiras ver, p. ex., Afonso (acesso em 23 jan 2012, acesso em 20 fev 2012).
14 Introdução à Astronomia
por vários povos indígenas brasileiros para marcar o início de um
novo ano6.
6
Na cultura ocidental as Plêiades não são consideradas propriamente uma
constelação, mas um asterismo (grupo de estrelas que formam um padrão
facilmente reconhecível, dentro de uma mesma constelação, ou reunindo
estrelas de mais de uma constelação), fazendo elas parte da constelação do
Touro. Sobre o significado do nascer helíaco das Plêiades para os índios
brasileiros, veja o artigo de Afonso (acesso em 25 fev 2012).
Neste ponto, cabe fazer uma importante pergunta: afinal, por que os
antigos consideravam que as estrelas permaneciam fixas, umas em
relação às outras7? Será que, efetivamente, elas permanecem paradas
no espaço, umas em relação às outras? E se isso não fosse verdade e
elas se movessem, como se explicaria que as constelações não mu-
dam de forma, mesmo com o passar de séculos?
7
Mas não em relação ao horizonte, conforme mostrado no figura 1.2.
16 Introdução à Astronomia
Muito bem, mas nossa questão principal era: por que as estrelas,
além de parecerem situadas a uma mesma distância, também pare-
cem fixas umas em relação às outras? Mais uma vez, o que explica
esta sensação é não apenas o nosso tamanho ínfimo, quando com-
parado à Terra, aos demais astros e suas distâncias, mas o tamanho
diminuto da própria Terra, bem como de sua órbita em torno do Sol,
quando comparado à imensa distância que nos separa das estrelas.
Em verdade, nada no universo está parado. Se usarmos como refe-
rência o Sol, todas as estrelas mais próximas movem-se, em relação
a ele, com uma velocidade da ordem de dezenas de quilômetros por
segundo. As mais distantes se movem a velocidades ainda maiores.
Por que então elas aparentam estar paradas? O que acontece é que,
devido à imensa distância a que estão situadas, mesmo que o des-
locamento que elas sofram, digamos em um ano, seja de alguns bi-
lhões de quilômetros, como a distância das estrelas, mesmo as mais
próximas, é da ordem de dezenas de trilhões de quilômetros8, em
termos de deslocamento angular, isso significará, no máximo, um
deslocamento de apenas alguns poucos segundos de arco por ano,
quando a estrela é observada da Terra9. Algo imperceptível a olho nu.
Ou seja, mesmo que a velocidade linear das estrelas em relação a nós
seja grande, seu afastamento de nós é tão grande que sua velocidade
angular, para um observador situado na Terra, é muito pequena, pra-
ticamente imperceptível a olho nu. Razão pela qual elas nos parecem
fixas, umas em relação às outras. É claro que, atualmente, com o uso
dos telescópios, o chamado “movimento próprio”, que é definido pe-
los astrônomos como o sendo o deslocamento angular por unidade
de tempo, na direção transversal à nossa linha de visada, geralmente
expresso em segundos de arco por ano, é perfeitamente perceptível
no caso das estrelas mais próximas. Porém, a olho nu, ele é imper-
ceptível, e é nesta nossa incapacidade de perceber pequeníssimos
deslocamentos angulares, consequência da imensa distância a que se
encontram as estrelas, que reside o fundamento para a crença de que
as estrelas permanecem fixas umas em relação às outras, ocupando,
8
Até alfa do Centauro, a estrela mais próxima de nós, a distância é de cerca
de 40 trilhões de quilômetros (4,3 anos-luz).
9
Supondo ainda que esse deslocamento seja na direção transversal à linha
de visada, pois se ele fosse na direção radial, não perceberíamos qualquer
deslocamento angular.
Fonte: <en.wikipedia.org/wiki/
File:Motion-of-Alpha-Cen.jpg>.
18 Introdução à Astronomia
1.2.1.3 Os conceitos atuais de esfera celeste e constelação
Por estranho que pareça, embora atualmente saibamos que uma es-
fera celeste cristalina, onde estariam incrustadas e fixas as estrelas,
como acreditavam os antigos, não existe, ela deu origem a uma
concepção puramente abstrata e conceitual, muito utilizada e impor-
tante na Astronomia de Posição. O conceito atual de esfera celeste é:
Fonte: <http://astro.if.ufrgs.br/
esf.htm>
Fonte: <www.aao.gov.au/ima-
ges/captions/aat006.html>.
20 Introdução à Astronomia
A imagem, tirada junto ao Siding Spring Observatory, na Austrália,
foi obtida a noite, deixando-se uma máquina fotográfica parada, so-
bre um tripé, apontando na direção sul e mantendo o seu obturador
aberto durante várias horas, captando a luz da paisagem para a qual
estava apontada, junto ao horizonte sul.
Fonte: <www.aao.gov.au/images/
captions/misc018.html>.
esfera celeste, ficando situado a 90º dos pólos (veja figura 1.4). O
equador celeste divide a esfera celeste em dois hemisférios: o hemis-
fério celeste norte e o hemisférico celeste sul. Desta forma ficam de-
finidas referências na esfera celeste, a partir das quais será definido
o sistema equatorial de coordenadas celestes, que será precisamente
definido no item 1.2.2.2.
22 Introdução à Astronomia
Constelação: uma dada região da esfera celeste com limites bem defi-
nidos, sendo a posição dos limites indicada por meio de coordenadas
celestes (figura 1.7).
Fonte: <www.iau.org/static/pu-
blic/constellations/gif/ORI.gif>.
10
Veja a página da IAU indicada nas referências (IAU, acesso em 26 fev 2012).
24 Introdução à Astronomia
uma semi-circunferência denominada circunferência vertical, que de-
fine um semi-círculo chamado círculo vertical. (BOCZKO, 1984).
Fonte: <http://www.if.ufrgs.
br/oei/santiago/fis2005/livro_
v1.pdf>.
Fonte: <http://www.if.ufrgs.
br/oei/santiago/fis2005/livro_
v1.pdf>.
11
Conforme definido no ítem 1.2.1.2.
12
A linha eclíptica corresponde à trajetória anual seguida pelo Sol na esfera
celeste, como veremos mais detalhadamente no item 1.3.4.
26 Introdução à Astronomia
Introduzidas essas definições, podemos definir as duas coordenadas
utilizadas no sistema equatorial:
13
No caso de Vitória, as coordenadas aproximadas são: latitude: 20º Sul (S);
longitude: 40º Oeste (W).
28 Introdução à Astronomia
Comece explorando as funções básicas do programa quanto ao
campo de visão e informações sobre os astros:
• Você também pode fazer zoom in/out num objeto que já esteja
marcado usando, respectivamente, as teclas / e \. Experimente
fazer isso, p. ex., com a Lua ou com um planeta. Depois de
fazer zoom in num planeta, como Júpiter ou Saturno, que pos-
suem várias luas, também é interessante fazer zoom in sobre
uma de suas luas, para vê-la de perto. Experimente.
14
Que correspondem aos sistemas que definimos nos itens 1.2.2.2 e 1.2.2.1,
sendo que o sistema chamado de “azimutal” (azimuthal) no Stellarium cor-
responde ao sistema que denominamos “horizontal local”, no qual uma das
coordenadas é o azimute.
15
O Stellarium é um software do tipo “planetário”, ou seja, tem recursos e
permite visualizações semelhantes às obtidas nos planetários reais.
30 Introdução à Astronomia
1.3.2 Movimento das estrelas
Sem alterar mais nada, apenas volte agora sua visão para o hori-
zonte sul, movendo o seu campo de visão para a direita, apertando
a tecla →, ou arrastando a paisagem com o mouse (clicando com o
botão esquerdo do mouse e arrastando). Compare o que você vê com
a imagem da figura 1.5. Como a grade equatorial está ligada, você
pode visualizar perfeitamente, no Stellarium, o pólo sul celeste. Note
como todas as estrelas giram em torno dele, ou seja toda a esfera
celeste, indicada pela grade equatorial, gira em torno de um eixo que
nada mais é do que o prolongamento do eixo de rotação da Terra. A
origem deste movimento das estrelas e da esfera celeste, conforme
já discutimos no item 1.2.1.3, nada mais é do que a rotação da Terra
no sentido contrário. O movimento que você está visualizando no
Stellarium é o chamado movimento diário das estrelas, cujo período,
chamado dia sideral, é de cerca de 23 horas e 56 minutos, que cor-
responde ao período real de rotação da Terra em torno de seu próprio
eixo. Ele é cerca de 4 minutos menor que as 24 horas de duração do
dia solar. Essa diferença ocorre devido ao fato de o Sol, observado
da superfície da Terra, não apenas se movimentar com relação ao
32 Introdução à Astronomia
horizonte, mas também com relação às estrelas, atrasando-se cerca
de 4 minutos por dia em relação a elas. Isso ocorre devido ao mo-
vimento de translação da Terra em torno do Sol, como veremos em
mais detalhe na atividade 1.3.
34 Introdução à Astronomia
Figura 1.10: O plano do horizon-
te limita a visibilidade da esfera
celeste de maneira distinta em
locais situados em latitudes dife-
rentes na superfície da Terra.
Fonte: <http://www.if.ufrgs.
br/oei/santiago/fis2005/livro_
v1.pdf>.
36 Introdução à Astronomia
Por fim, vamos viajar ao hemisfério norte. Aperte na tecla K para a
que a taxa de passagem do tempo volte ao normal. Volte sua visão
para o horizonte norte, abra a janela de localização, tecle ↑ e vá
aumentando a latitude norte de um em um grau. Você verá a altura
do pólo norte celeste aumentando gradualmente. Perceba a Estrela
Polar praticamente em cima do pólo norte celeste. Isso facilita tre-
mendamente a orientação com base nas estrelas, para quem vive
no hemisfério norte. Continue a viagem até chegar ao pólo norte,
na latitude 90º. Novamente você estará exatamente em cima de um
dos pólos da Terra e o pólo celeste norte estará bem na vertical, no
zênite. Acione agora a tecla L uma três vezes e observe o movimento
das estrelas. Novamente elas descreverão trajetórias paralelas ao ho-
rizonte e jamais nascerão nem irão se pôr. Todas as estrelas visíveis
serão circumpolares, mas você não verá nenhuma estrela do hemis-
fério sul celeste. Mais uma vez o equador celeste ficará exatamente
em cima do horizonte. E quanto ao sentido de giro das estrelas em
torno do pólo norte celeste? É anti-horário, exatamente o contrário
do que ocorre em torno do pólo sul celeste.
16
O conceito de altura, aqui e nas próximas páginas, é usado no sentido
preciso definido no item 1.2.2.1, como uma das coordenadas do sistema
horizontal local, veja a figura 1.8.
17
Veja a definição de meridiano local no item 1.2.2.1.
38 Introdução à Astronomia
equivalentemente, usando as estrelas como referência, percebemos
que o Sol se moveu, com relação a elas, no sentido contrário, de
oeste para leste18.
18
Não confunda este pequeno movimento do Sol em relação às estrelas em
um dia, no sentido de oeste para leste, com o seu movimento diário em
relação ao horizonte devido à rotação da Terra, que é muito mais rápido e
sempre ocorre no sentido de leste para oeste.
19
Veja a definição de paralelo celeste no item 1.2.2.2.
Vimos, antes, que o movimento diário das estrelas é explicado pela ro-
tação da Terra em torno de seu próprio eixo e, neste ponto, cabe fazer
uma outra pergunta que, possivelmente, você já se fez e talvez até já
tenha respondido: esse curioso movimento cíclico que o Sol descreve
na esfera celeste quando observado da Terra (referencial geocêntrico),
movendo-se sempre para o leste, mas também para o sul e o norte,
ao longo da eclíptica, está relacionado a qual movimento da Terra,
quando observada desde um referencial heliocêntrico?
40 Introdução à Astronomia
É uma consequência do fato de o eixo de rotação da Terra ser incli-
nado em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol. Note que
dizer “acima e abaixo do equador celeste” é o mesmo que dizer “aci-
ma e abaixo do plano do equador da Terra” – lembre que o equador
celeste nada mais é do que a projeção do equador da Terra no céu/
esfera celeste –, portanto, como o eixo terrestre é inclinado cerca de
23,5º em relação à direção perpendicular ao plano de sua órbita e a
orientação deste eixo se mantém constante (sempre paralela à mes-
ma direção) enquanto a Terra gira em torno do Sol, isto faz com que,
durante cerca de metade do ano, o Sol esteja ao norte deste plano
(ao norte do equador celeste), enquanto que, na outra metade, estará
ao sul (ao sul do equador celeste). Em dois instantes, o centro do Sol
ficará sobre o plano do equador da Terra (sobre o equador celeste) –
estes instantes serão os equinócios.
20
Mais uma vez, não confunda estes movimentos da Lua e do Sol em re-
lação às estrelas, que ocorrem no sentido de oeste para leste, como o mo-
vimento diário, muito mais rápido, que descrevem no sentido de leste para
oeste em relação ao horizonte, juntamente com as estrelas, todos os dias
nascendo a leste e se pondo a oeste, devido à rotação da Terra.
42 Introdução à Astronomia
angular aproximadamente igual ao seu próprio diâmetro angular. Você
pode observar isso perfeitamente numa noite em que a Lua esteja vi-
sível, quando ela estiver passando próximo a alguma estrela brilhante
ou constelação de fácil reconhecimento: marque a posição que a Lua
ocupava com relação às estrelas num dado instante. Depois de cerca de
uma hora volte a observá-la novamente. Será fácil perceber que ela se
deslocou cerca de um diâmetro lunar durante este tempo.
21
Como foi dito antes, a Lua se move muito rápido, está sempre mudando
de posição. Seus horários de nascimento e ocaso variam todo dia. Somente
se você já tivesse em mãos uma informação sobre a fase em que ela se en-
contra, seria possível conhecer estes horários e, a partir deles, ter uma idéia
da sua posição. P. ex., se o dia fosse de Lua Cheia, ela nasceria em torno
das 18 h e se poria por voltas das 6 h, ficando a noite inteira no céu, mas
isso só acontece na Lua Cheia.
44 Introdução à Astronomia
passa, até que desaparecerá atrás do horizonte e não será mais visível às
20:00 h. É fácil verificar isso com o Stellarium.
Mas voltemos nossa atenção para a Lua. Em qual sentido ela se desloca
com relação às estrelas? Como você está observando o horizonte oeste e
a Lua, de um dia para o outro, aparece cada vez mais alta, se afastando
deste horizonte, concluímos que ela está se movendo no sentido de oeste
para leste. Comece na posição em que a Lua está junto ao horizonte oeste
e tecle = mais de uma vez, para avançar mais de uma dia. Provavelmente
na terceira vez que você teclar a Lua já sairá de seu campo de visão, tão
grande é o seu deslocamento para leste. Note que este sentido, de oeste
para leste, é o mesmo em que o Sol também se movimenta em relação
à esfera celeste. O tempo que a Lua leva para completar um ciclo nesse
movimento, dando uma volta completa na esfera celeste, é denominado
período sideral da Lua, ou mês sideral, e tem uma duração aproximada
de 27,3 dias. Ele corresponde ao período de translação da Lua em sua
órbita em torno da Terra.
Não é o que devemos esperar, pois, como dissemos no início da seção 1.2,
a Física nos ensina que todo o movimento sempre é relativo, ou seja, de-
pende do referencial usado para observá-lo. Se adotarmos a superfície da
Terra como referência (somos forçados a isso, pois estamos presos a ela),
e não o Sol, o que veremos? Primeiramente, assim como no caso do Sol
e da Lua, veremos que os planetas compartilham do movimento diário
da esfera celeste, nascendo a leste e se pondo o oeste, devido à rotação
da Terra, mas, como o Sol e a Lua, eles também apresentam movimentos
com relação às estrelas, e bem mais complicados! Eles são astros errantes.
Como já dissemos anteriormente, a palavra “planeta” em sua origem gre-
ga, significa “errante”, “que vaga”. Mais uma vez, usaremos o Stellarium
para visualizar quais são suas trajetórias na esfera celeste.
22
Como vimos, a eclíptica, definida como sendo o caminho do Sol na esfera
celeste, corresponde também à linha de intersecção entre o plano da órbita
da Terra e a esfera celeste, ou seja, podemos encará-la como sendo a proje-
ção da órbita da Terra na esfera celeste.
46 Introdução à Astronomia
►►Atividade 1.5: O movimento enigmático dos planetas
23
Na mitologia greco-romana Mercúrio é o deus mensageiro, muito veloz.
24
Se não estiver, marque-a clicando com o botão esquerdo do mouse sobre ela e te-
clando a barra de espaço para nela centralizar o campo. Ela será a nossa referência.
Note que a Lua (Moon) está por perto, à direita de Mercúrio e próxima
ao Sol. Em que fase ela está, já que a estamos vendo quase alinhada
ao Sol? Pense... Já sabe a resposta? Vamos conferir: marque a Lua,
clicando nela com o botão esquerdo do mouse, e faça um zoom in te-
clando / . Acertou a resposta? A Lua está na fase de Lua Nova. Como
ela está quase alinhada e à frente do Sol, a face dela voltada para nós
é justamente a sua face que está na sombra, portanto, Lua Nova.
Vamos agora dar uma olhada nas constelações: clique nas opções
Constellation art e Constellation labels da barra de menu inferior, ou
simplesmente tecle R e V, que surgirão no campo de visão os desenhos
das figuras mitológicas associadas às constelações e seus respectivos
nomes, em latim. Veja que Mercúrio e a Lua estão na constelação de
Gêmeos e Procyon na constelação do Cão Menor. A direita temos
Órion, o gigante caçador, com três estrelas alinhadas, popularmente
chamadas “As Três Marias” marcando sua cintura. As estrelas bri-
lhantes Betelgeuse e Rigel marcam o ombro direito e o pé esquerdo
de Órion. Outras duas estrelas, um pouco menos brilhantes, indicam
o ombro esquerdo e o pé direito do gigante, ajudando a definir, junto
com Betelgeuse e Rigel, um quadrilátero que contém as Três Marias
em seu centro. Órion é tida como a constelação mais bela do céu, sen-
do uma constelação típica do céu de verão no hemisfério sul. Tente
identificá-la no céu no início de uma noite de verão, usando as Três
Marias e o quadrilátero de estrelas como referência. Não é difícil.
48 Introdução à Astronomia
outros planetas você poderá verificar que também eles se mantém
próximos à eclíptica, sempre percorrendo o céu na faixa do zodíaco.
Qual a razão para que isso aconteça? Lembre que a linha da eclíptica
também corresponde à projeção da órbita da Terra na esfera celeste:
é a intersecção do plano da órbita da Terra, também chamado “plano
da eclíptica”, com a esfera celeste. Se as trajetórias de todos os demais
planetas, bem como a da Lua, na esfera celeste se situam sempre pró-
ximas a essa linha, forçosamente isso significa que as órbitas de todos
os demais planetas e da Lua situam-se em planos bem próximos ao
plano da eclíptica. De fato, essa é um das características mais marcan-
tes do arranjo espacial dos planetas do nosso sistema solar: as órbitas
de todos os planetas são praticamente coplanares, isto é, situam-se,
todas elas, muito próximas do mesmo plano, muito próximas do
plano da eclíptica, que costuma ser usado como referência. Este im-
portante dado observacional é uma forte evidência a favor da teoria
de formação dos planetas a partir de um disco de matéria (gás e
poeira) que girava em torno do Sol primitivo: como se formaram a
partir de um mesmo disco, situado num plano bem definido, todos
os planetas mantiveram sua órbitas aproximadamente sobre este
mesmo plano.
25
Note que o leste e o oeste parecem invertidos em relação ao que vemos
em mapas da Terra. A diferença é que este não é um mapa (imagem) da
Terra, mas do céu e, quando olhamos para o alto, se o norte estiver, p. ex.,
nas nossas costas, o sul estará na nossa frente, o leste à esquerda, o oeste
à direita. Verifique.
26
Note que a data e a hora sempre aparecem indicadas bem embaixo na
janela do Stellarium.
50 Introdução à Astronomia
Como dissemos antes, não é só Mercúrio que realiza este tipo de
movimento, todos os demais planetas também o fazem! As vezes
eles não chegam a fechar a laçada, mas fazem um ziguezague (mo-
vimento em forma de Z) no céu, durante o movimento retrógrado27.
Como explicar esse estranhíssimo movimento apresentado pelo pla-
netas? Ainda mais se considerarmos que a duração e a forma exata
da trajetória descrita durante o movimento retrógrado, laçada ou zi-
guezague, é bastante variável? Você percebe o imenso trabalho que
este enigma deu aos astrônomos, durante séculos, para desvendá-lo?
27
Mais uma vez chamamos a atenção para não confundir este movimento
que é descrito com relação às estrelas, ao longo de vários dias, com o mo-
vimento diário do astros, que é muito mais rápido e sempre ocorre de leste
para oeste. Jamais veremos um movimento retrógrado, uma laçada ou um
Z no céu descritos por um planeta numa única noite. No Stellarium esta-
mos usando o artifício de aumentar o tempo um dia inteiro de cada vez,
deixando a esfera celeste parada. No movimento em relação ao horizonte, o
planeta e a esfera celeste já teriam dado uma volta completa num dia solar.
Fonte: <http://www.luispontes.
com/ast_e.html#epiciclos>
52 Introdução à Astronomia
modelo, como se explicam as laçadas ou ziguezagues feitos pelos
planetas em seus movimentos retrógrados?
28
Copérnico apresentou seu modelo heliocêntrico de universo em sua obra Fonte: <www.luispontes.com/
De revolutionibus orbium coelestium (“Da revolução das esferas celestes”), ast_r.html#retrogradacao>.
publicada no ano de sua morte, em 1543.
29
Nas atividades complementares será indicada mais uma interessante ati-
vidade com o Stellarium, envolvendo simulações de eclipses.
54 Introdução à Astronomia
1.4 Atividades Complementares
56 Introdução à Astronomia
• Professor, a Lua não tem quatro fases! – neste texto é bem
discutida e esclarecida a questão das fases da Lua e de que
elas, contrariamente ao que o senso comum concebe, não são
apenas quatro, mas infinitas, já que a Lua está continuamente
mudando de aspecto. A leitura deste texto é especialmente
recomendada antes da realização da atividade sobre eclipses,
a seguir.
Fonte: <http://www.luispontes.
com/ast_e.html#eclipse>.
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/ Dissemos que a Lua necessariamente tem que estar na fase de Lua
wiki/Ficheiro:Eclipse_lunar.svg>. Nova, para que ocorra um eclipse solar, e na de Lua Cheia, para que
ocorra um eclipse lunar, pois é só nestas fases da Lua que ocorre um
alinhamento entre o Sol, a Terra e a Lua, mas, se estes astros ficam
alinhados, não deveríamos ter eclipses em toda a Lua Nova e em
toda Lua Cheia? Por que isso não acontece?
30
Na exposição que segue, utilizamos os termos “fase de Lua Nova” e “fase
de Lua Cheia” nos referindo ao momento exato em que a Lua fica, respecti-
vamente, em conjunção com o Sol e em oposição ao Sol, o que significa, no
primeiro caso, que ela está no mesmo meridiano celeste que o Sol (mesma
ascensão reta) e, no segundo, que está no meridiano oposto ao Sol, ou seja
a 180o do meridiano celeste em que se encontra o Sol. Sobre a noção de
fases da Lua é fortemente aconselhável a leitura do texto “Professor, a Lua
não tem quatro fases!”, de Rodrigo Moura na apostila de Canalle (acesso em
26 fev 2012), indicada nas referências e disponível on-line.
58 Introdução à Astronomia
esta está na Lua Cheia (figura 1.16, pontos A e C). Somente quando
a Lua estiver cruzando o plano da eclíptica (plano da órbita da Terra)
na fase de Lua Nova ou Lua Cheia é que o alinhamento será perfeito e
ocorrerá um eclipse (figura 1.16, pontos B e D). Aliás é por isso que o
plano e a linha da eclíptica levam este nome, pois só ocorrem eclipses
quando a Lua estiver justamente cruzando por eles, quando na fase de
Lua Nova ou Lua Cheia. Observando a figura 1.16 também podemos
concluir que os eclipses só podem ocorrer quando a chamada “linha
dos nodos”, que corresponde à linha de intersecção entre os planos
das órbitas de Terra e da Lua, estiver passando pelo Sol, como nos
pontos B e D, o que só ocorrerá duas vezes em cada volta da Terra em
torno do Sol, ou seja, só duas vezes por ano haverá alguma chance
de ocorrer um eclipse. Note também que, para que de fato ocorra um
eclipse, além de a linha dos nodos ter que estar passando pelo Sol, é
necessário que, quando isto ocorrer, a Lua também esteja passando
pelo ponto de sua trajetória em que fica em conjunção, ou oposição
ao Sol, ou seja, que ela esteja na sua fase de Lua Nova ou Lua Cheia.
Por este motivo os eclipses não são tão frequentes. Figura 1.16: Os plano da ór-
bita da Lua em torno da Terra
B
apresenta um pequena inclina-
ção de 5,2º em relação ao plano
da órbita da Terra em torno do
A C Sol (plano da eclíptica), o que
faz com que na maioria das
Luas Novas ou Cheias o cone de
sombra da Lua não atinja a Ter-
ra, nem o da Terra atinja a Lua.
D
Fonte: <http://astro.if.ufrgs.br/
1.4.3.2 A visibilidade dos eclipses eclipses/eclipse.htm>.
Um fato curioso que ocorre num eclipse lunar total é que, contrariamente
ao que poderíamos imaginar, a Lua não fica totalmente escura. Pelo con-
trário, em geral ela apresenta uma coloração avermelhada e permanece
perfeitamente visível no céu (figura 1.17). Como isso se explica?
60 Introdução à Astronomia
crepúsculos e auroras ocorrendo ao redor de toda a Terra. É essa
luz que incide sobre a Lua durante o eclipse total, produzindo a sua
coloração vermelho-alaranjada. Se a Terra não possuísse atmosfera,
não teríamos este efeito. Cada eclipse lunar total é único e diferente
dos outros. A coloração exata que a Lua apresenta nestas ocasiões é
variável, dependendo do tipo e quantidade de poeira existente na
alta atmosfera da Terra e das nuvens nas regiões onde ocorrem as
auroras e crepúsculos no instante do eclipse. A luz da Lua, durante o
eclipse, nos informa não sobre ela, mas sobre a atmosfera da Terra. Figura 1.18: A luz branca do Sol
é uma mistura de todas as cores
Após essas considerações sobre os eclipses, vamos à atividades com do arco-íris. Quando um raio
o Stellarium. de luz solar “branca” incide na
atmosfera da Terra, as moléculas
do nosso ar espalham a luz azul
em todas as direções (por isso
o céu da Terra é azul!...). A luz
avermelhada que restou após a
“filtragem” do azul é desviada
(refratada) para dentro do cone
►►Atividade 1.6: Eclipses lunares e solares de sombra da Terra, iluminando
a Lua e produzindo a sua típica
Primeiramente, consulte um bom site que informe sobre datas, horá- coloração avermelhada durante
rios e locais, na superfície da Terra de onde os eclipses, seja lunares um eclipse total.
ou solares, serão visíveis. Sugestão: consulte o website da NASA,
<http://eclipse.gsfc.nasa.gov/eclipse.html>, que parece ser o melhor Imagem: Tony Phillips, NASA.
e mais completo do mundo sobre o assunto31.
31
Nele há informações precisas sobre eclipses solares desde 1851 até 2100 e
de lunares durante 5 milênios, desde 1999 A.C. até 3.000 D.C
32
Um eclipse penumbral ocorre quando a Lua não penetra a umbra, mas
apenas a penumbra (veja figura 1.15). Esse tipo de eclipse é praticamente
imperceptível a olho nu.
33
Note o espaçamento de quase seis meses entre uma data e outra. Isso se
deve ao fato de que decorrerão cerca de seis meses entre duas ocasiões em
que a linha dos nodos passe pelo Sol, que ocorrem em pontos opostos da
órbita da Terra (pontos B e D na figura 1.16).
34
Conforme informanos antes, a passagem da Lua pela penumbra é pratica-
mente imperceptível a olho nu.
62 Introdução à Astronomia
(menos três horas), ou seja nossa hora legal acha-se atrasada de 3
horas em relação à hora de Greenwich (pois estamos situados a oeste
de Greenwich), portanto, se o início do eclipse (início da penetração
da Lua na umbra) ocorre às 5 horas e 58 minutos UT, ele ocorrerá às
2 horas e 58 minutos da hora legal de Brasília, no dia 15 de abril de
2014. Pronto, temos a informação que precisávamos para simular o
eclipse no Stellarium! O eclipse iniciará na madrugada da noite de
14/15 de abril de 2014 e, portanto, será visível de Vitória, desde que
o céu não esteja encoberto por nuvens, evidentemente.
35
No fundo, a razão é que a Terra é maior que a Lua. Consequentemente, o
cone de sombra da Terra é maior que o cone de sombra da Lua. O primeiro
é quem produz o eclipse lunar, o segundo, o solar.
36
Spica é a estrela mais brilhante da constelação da Virgem, é a α (alfa) da
Virgem, seu nome significa espiga, pois indica a posição da espiga de trigo
segurada pela virgem, como pode ser visto usando o recurso do Stellarium
de exibir as figuras mitológicas associadas às constelações (Constellation
art), disponível no menu inferior, ou teclando R.
37
Lembre que você pode usar o botão de rolamento do seu mouse, as teclas
Ctrl+↑ ou Ctrl+↓, ou ainda Page Up/Down, para fazer zoom in/out e ampliar
ou reduzir o campo de visão.
38
Como dissemos antes, esta coloração é variada, pois depende das condi-
ções da atmosfera da Terra no momento. Alguns eclipses podem ser mais
acinzentados, outros mais avermelhados.
64 Introdução à Astronomia
gle2001.html>, onde, numa grande tabela encontraremos uma linha
referente ao eclipse de 13 de novembro de 2012. Nesta linha clique
na palavra Total (que indica que o eclipse é total) que você será
encaminhado à página: <http://eclipse.gsfc.nasa.gov/SEgoogle/SE-
google2001/SE2012Nov13Tgoogle.html>,onde aparecerá um Google
Map da região do eclipse, no qual você poderá fazer um zoom sobre
a região do nordeste da Austrália por onde passará a faixa de totali-
dade. Nela você poderá verificar que a única cidade maior próximo
ao centro da faixa é a cidade de Cairns. Ela para lá que iremos!
39
No balão aparecem as letras GE, sigla para Greatest Eclipse, que significa
“eclipse máximo”.
66 Introdução à Astronomia
Note que a medida que o eclipse avança, o Stellarium consegue si-
mular o escurecimento do céu e o surgimento de estrelas à volta do
Sol. Para observar melhor este efeito, faça um zoom out suficiente
para ver um pedaço do horizonte e os astros que “surgirão” a volta
do Sol. Aos poucos aparecerão os planetas Saturno e Mercúrio e,
quando o Sol finalmente ficar todo encoberto, várias estrelas. Li-
gue as opções que mostram as linhas da constelações, seus nomes
e figuras mitológicas a elas associadas. Você verá que o eclipse está
ocorrendo na constelação da Libra, que fica à frente da do Escorpião.
Ligue também a linha da eclíptica, teclando , (virgula) e verifique
que o eclipse está ocorrendo exatamente em cima desta linha.
Se quiser, você pode simular estes dois eclipses que acima citamos, ou
outro qualquer, lunar ou solar, utilizando os ótimos dados informa-
dos no website da NASA, o Stellarium, seguindo os mesmos passos
que utilizamos nos dois exemplos que trabalhamos. Esperamos que a
realização desta atividade sobre eclipses, além de promover a apren-
dizagem de vários conceitos de Astronomia, também tenha lhe pro-
porcionado suficiente autonomia para isso. Nossa intenção foi essa.
68 Introdução à Astronomia
9. Há, para o observador situado no(s) lugar(es) indicado(s) no item
7, estrelas que nunca são visíveis? De que região do céu?
• (a) o observador está situado num local muito plano (num mar
calmo, ou num deserto);
40
Denominado “eixo do mundo” por Caniato (1993).
70 Introdução à Astronomia
14. Imagine o plano vertical que passa pelo observador e contém a
direção leste-oeste. Ao observar um certa estrela, um observador
nota que, antes de atingir o ponto mais próximo “do alto de sua
cabeça”, ou seja, do zênite, a estrela corta este plano vertical
vindo do Sul para o Norte. Em que hemisfério da Terra esse ob-
servador se encontra? Explique. (Sugestão, não deixe de utilizar
o modelo de esfera celeste feito com balão de vidro ou o softwa-
re Stellarium para uma simulação do movimento desta estrela.)
19. Em que época (ou épocas) do ano o dia e a noite têm igual duração?
20. Em que época do ano os dias são mais longos? Quando são mais
curtos?
25. Qual é cidade em que você mora? Nesta sua cidade, quantas
horas tem o dia mais longo e o mais curto? (Sugestão: use o sof-
tware Stellarium para simular a duração do dia claro (Sol acima
do horizonte), na época certa, para obter a resposta à questão.)
28. Por que a Lua é o mais rápido dos astros em seu movimento na
esfera celeste?
72 Introdução à Astronomia
O SISTEMA SOLAR
O Sistema Solar 73
2.1 O que é o sistema solar?
Imagem: NASA
74 Introdução à Astronomia
suas luas e anéis, planetas anões41, uma miríade de corpos me-
nores, tais como asteróides, cometas, objetos transnetunianos e
meteoróides, e ainda o meio interplanetário, composto de poeira e
gás. Embora todos esses demais corpos juntos representem menos
de 1% da massa do sistema solar, eles apresentam uma imensa di-
versidade de aspectos, ambientes, condições físicas e composição
química, tais como tamanhos que vão desde milhares de quilô-
metros, no caso dos planetas, até grãos microscópicos da poeira
interplanetária; temperaturas que vão desde centenas de graus
Celsius até próximo ao zero absoluto; alguns apresentam for-
te gravidade e atmosfera, outros não; alguns são essencialmente
rochosos, enquanto outros são gasosos ou compostos por gelos.
41
Cinco astros já foram incluídos nesta categoria, inclusive Plutão, e há
vários outros candidatos. Muito provavelmente algumas centenas, ou mes-
mo milhares, de planetas anões ainda serão descobertos nas regiões mais
remotas do sistema solar, além da órbita de Netuno.
42
Em homenagem aos 400 anos destas primeiras observações telescópicas
feitas por Galileu, o ano de 2009 foi decretado pela ONU como o Ano In-
ternacional da Astronomia. Veja, p. ex., <www.astronomia2009.org.br/>.
O Sistema Solar 75
Figura 2.1: Três gerações de robôs
enviados a Marte pela NASA,
mostrando sua evolução tanto
em tamanho como em recursos e
quantidade de equipamentos. Na
imagem são mostradas réplicas do
Sojourner (o menor), pousado em
Marte em 1997, do Spirit e Oppor-
tunity (à esquerda), que chegaram
a Marte em 200443, e do Curiosity
(o maior), que deverá pousar em
Marte no dia 06/08/12.
Um dos grandes temas científicos na exploração do sistema solar
Fonte: NASA, <www.nasa.gov/ vem sendo a busca e investigação de locais, além da Terra, onde
multimedia/ possa existir ou já ter existido vida. O grande objetivo da missão
imagegallery/image_featu- Mars Science Laboratory, p. ex., será investigar se Marte apresenta,
re_2154.html>. ou já apresentou condições favoráveis à vida microbiana e descobrir
pistas, em suas rochas, sobre a possível ocorrência de vida no pas-
sado deste planeta.
43
De acordo com o planejamento inicial da missão, era esperado que os ro-
bôs gêmeos funcionassem durante 3 meses, mas, surpreendentemente, am-
bos foram muito além: o Spirit funcionou até 2010 e o Opportunity, até o
momento da redação deste texto, ainda continua ativo, explorando Marte.
44
International Astronomical Union (União Astronômica Internacional):
associação internacional que congrega os astrônomos profissionais e é a
maior responsável pela nomenclatura e padronização de termos, conceitos
e definições utilizados em Astronomia.
76 Introdução à Astronomia
exposição, usaremos como fio condutor a distribuição espacial dos
diversos componentes desse sistema, numa sequência que vai desde
as regiões mais próximas ao Sol até as mais remotas, começando
pelo próprio astro rei45. Acreditamos que esta forma de abordar o
tema contribui para uma melhor compreensão da estrutura e orga-
nização dos astros do sistema solar, de nossa posição dentro dele,
bem como das perspectivas com relação a futuros estudos, avanços
e descobertas a serem feitos na exploração deste sistema do qual
fazemos parte.
45
A expressão “astro rei” costuma ser utilizada, com propriedade, para fazer
referência ao Sol, considerando que ele é, sem sombra de dúvida, o astro
dominante do sistema.
O Sistema Solar 77
e massa foram feitas, especialmente após a descoberta de sua lua
Caronte, em 1978, demonstrando que seu diâmetro era de apenas
cerca de 2.300 km e sua massa correspondendo a apenas 0,2% da
massa da Terra. De fato Plutão é muito pequeno quando comparado
aos demais planetas e até a algumas de suas luas. Por exemplo: seu
tamanho é menor que o da nossa Lua, cujo diâmetro mede 3.475 km,
e sua massa é cerca de 6 vezes menor que a do nosso satélite natu-
ral. Com tão pouca massa, Plutão não consegue exercer influência
gravitacional suficiente para perturbar as órbitas de Urano e Netuno
conforme se supunha.
46
Unidades Astronômicas. 1 UA corresponde à distância média entre a Terra
e o Sol.
78 Introdução à Astronomia
Cinturão de Kuiper, assim chamado em homenagem ao astrônomo
Gerard Kuiper, um dos primeiros a especular sobre sua existência, em
artigo científico publicado em 1951 (WIKIPEDIA.ORG, acesso em 12
mar 2012).
47
Estima-se que devam existir centenas de milhares de objetos com diâmetro
acima de 100 km no cinturão de Kuiper (NASA, acesso em 06 fev 2012)
O Sistema Solar 79
a) está em órbita em torno do Sol,
d) não é um satélite.
“Os oito planetas são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno,
Urano e Netuno.”
48
A chance de existência de um novo astro, ainda não descoberto, que
atenda aos critérios definidos na resolução e possa ser considerado um
planeta é considerada remotíssima.
80 Introdução à Astronomia
trabalho encarregado da nomenclatura do sistema planetário, incluiu
oficialmente mais dois astros na categoria de planeta anão: Haumea
e Makemake, ambos da região transnetuniana, com nomes derivados
das mitologias dos povos nativos do Havaí e da Ilha da Páscoa, res-
pectivamente.
O Sistema Solar 81
presentes nesta nuvem primordial eram principalmente hidrogênio
e hélio – os mais abundantes no universo – e quantidades bem me-
nores de outros elementos mais pesados, principalmente oxigênio,
carbono, neônio, ferro, nitrogênio, silício, magnésio, enxôfre, cálcio
e níquel. Isso acontece devido ao fato de as nuvens do disco de
nossa galáxia acharem-se “contaminadas” por elementos mais pe-
sados formados no interior de estrelas das primeiras gerações que se
formaram em nosso galáxia e em explosões de supernovas49. Esses
elementos e as moléculas mais simples formadas pela sua combi-
nação, como o hidrogênio molecular (H2), a água (H2O), o metano
(CH4), a (H2), a água (H2O), o metano (CH4), a amônia (NH3), silica-
tos (compostos envolvendo silício, oxigênio, metais e hidrogênio), o
sulfeto de hidrogênio (SH2), o gás carbônico (CO2), são os principais
constituintes dos corpos do nosso sistema solar.
49
Segundo a teoria padrão de formação do universo, conhecida como Teo-
ria do Big Bang, apenas hidrogênio, hélio e pequenos traços de Lítio foram
formados na nucleossíntese primordial, alguns minutos após a “Grande
Explosão” (Big Bang) que originou o universo. Todos os elementos mais pe-
sados foram formados posteriomente, por meio de reações termonucleares
que ocorrem no núcleo das estrelas, ou em explosão de supernovas.
50
A pressão de vapor é uma medida da tendência de evaporação de um
líquido: quanto maior sua pressão de vapor, mais volátil é o líquido.
82 Introdução à Astronomia
• gelos – para designar compostos como a água, metano, amônia,
sulfeto de hidrogênio e gás carbônico, que tem ponto de fusão
de algumas poucas centenas de Kelvins e cujo estado depende
das condições de pressão e temperatura do ambiente, sendo en-
contrados nos três estados sólido (gelo), líquido ou gasoso em
diversos locais do sistema solar.
2.4 O Sol
Fonte: <www.spaceweather.
com>.
O Sistema Solar 83
solar: a “unidade astronômica”, abreviada como “UA”, ou “AU”
(em inglês)51.
Essa energia liberada pelo Sol ilumina e aquece os demais astros que
compõem o sistema solar, e, chegando à Terra, constitui a grande
fonte de energia necessária ao sustento da vida em nosso planeta.
51
Mais precisamente, 1 AU = 1,4959789 x 1011m, que corresponde à distân-
cia média da Terra ao Sol.
52
Gás de partículas ionizadas.
84 Introdução à Astronomia
O Sol apresenta seis camadas principais: núcleo, onde ocorrem as
reações termonucleares de geração de energia a partir da matéria;
zona radiativa, na qual a energia é transportada principalmente por
meio da radiação; zona convectiva, onde a energia é predominan-
temente transportada por convecção; fotosfera; cromosfera e coroa
(figura 2.4).
Fonte: <http://astro.if.ufrgs.br/
esol/esol.htm>
O Sistema Solar 85
O Sol tem um raio de aproximadamente 6,96 x 105 km ≈ 700.000
km – bem maior que o radio da órbita da Lua em torno da Terra (≈
380.000 km) – sendo cerca de 110 vezes maior que o terrestre, o que
significa que seu volume é mais de um milhão de vezes maior que o
da Terra (V ∞ R3). Por sua vez, sua massa, de 2,0 x 1030 kg, é cerca
de 300.000 vezes maior que a terrestre.
86 Introdução à Astronomia
Figura 2.6: Planetas do sistema
solar interior: Mercúrio, Vênus,
Terra e Marte, na mesma escala
de tamanho.
Fonte: <http://en.wikipedia.
org/wiki/File:Terrestrial_pla-
net_size_comparisons.jpg>
2.5.2 Os Asteróides
53
Vale a pena notar que ainda acha-se em aberto a possibilidade de pre-
sença de vida microscópica em Marte, sobretudo porque foram descobertas
fortes evidências de que já houve água liquida em sua superfície e que ela
continua existindo ainda hoje em alguns locais de seu subsolo (WIKIPEDIA.
ORG, acesso em 27 mar 2012). A investigação sobre a possível presença de
vida em Marte, e em outros astros do sistema solar, é um dos principais
temas de interesse na exploração do sistema solar.
O Sistema Solar 87
metro, recentemente, em 2006, foi classificado como planeta anão
pelo fato de possuir autogravidade suficiente para assumir uma for-
ma esférica. Quase todos os demais possuem formas irregulares, com
grande quantidade de crateras em suas superfícies (figura 2.7). A
grande maioria fica situada entre as órbitas de Marte e Júpiter, entre
2,3 a 3,3 AU, contudo alguns possuem órbitas mais excêntricas e
cruzam a região onde ficam situados os planetas do sistema solar
interior, havendo risco de colisão, inclusive com a Terra. Por esse
motivo, aqueles cujas órbitas interceptam a da Terra, denominados
NEOs (Near Earth Objects) vem sendo monitorados para se avalie
com antecedência a possível ameaça que possam trazer. Acredita-se
que colisões com asteróides de grande tamanho, ocorridas no pas-
sado, tenham desempenhado um papel crucial na evolução da vida
na Terra, promovendo a extinção de diversas espécies, como as dos
dinossauros, há 65 milhões de anos atrás.
88 Introdução à Astronomia
atual massa total dos asteróides é pequena. Mesmo que juntássemos
todos eles, a massa total seria menor que a da nossa Lua.
O Sistema Solar 89
2.9). Quando o Sol começou a brilhar com mais intensidade, devido
ao início das reações termonucleares de fusão de hidrogênio em hélio
em seu núcleo, a intensa radiação luminosa, o vento solar54 e a alta
temperatura varreram os elementos e substâncias mais voláteis da
região central do disco, onde se formaram os planetas terrestres e os
planetesimais55 que originaram os asteróides, fazendo com que a ma-
téria que se agregou e os formou nesta região – o atual sistema solar
interior – fosse constituída primordialmente por rochas e metais. A
distâncias maiores do Sol, a partir da atual órbita de Júpiter, os gases
mais leves e abundantes, como o hidrogênio, o hélio e outros mate-
riais voláteis, como o metano, a amônia e a água, não foram varridos
e se acumularam, originando os planetas gigantes e suas luas.
54
O vento solar é formado por partículas, principalmente prótons
e elétrons, constantemente emitidas pelo Sol, bem como por outras
estrelas, sendo então chamado vento estelar.
53
Segundo a teoria de formação dos planetas por acreção de matéria
a partir de um disco protoplanetário, diversos corpos, denominados
planetesimais, com tamanho da ordem de alguns quilômetros, se
formaram por aglutinação de matéria e corpos menores deste disco.
A aglomeração e fusão de planetesimais por atração gravitacional,
por sua vez, teria originado os protoplanetas e os asteróides maiores.
Os asteróides menores teriam se originado de colisões fortes entre
planetesimais, induzidas por Júpiter, nas quais o resultado, em vez de
aglutinação, foi de fragmentação.
90 Introdução à Astronomia
2.5.4 A Terra e a Lua: uma comparação
Como ela gira em torno da Terra, ela é um satélite de nosso plane- Figura 2.11: Sistema Terra-Lua
ta − o único satélite natural da Terra −, embora alguns astrônomos visto em escala correta de ta-
atuais prefiram considerá-la não mais como apenas um satélite, mas manhos e distância. A distância
como um verdadeiro planeta irmão da Terra. Isso porque seu tama- entre elas corresponde a cerca de
nho é menor que o do nosso planeta, mas não muito: seu 30 vezes o diâmetro da Terra.
diâmetro, que é de 3.476 km, é cerca de 4 vezes menor que o da
Terra, cujo diâmetro mede 12.756 km, e sua massa é cerca de 80 Fonte: Wikipedia, <http://
vezes menor que a do nosso planeta. Comparando-se esta proporção en.wikipedia.org/wiki/File:Earth_
de tamanhos com a que existe no caso de outros planetas do sistema Moon_Scale.jpg>.
solar e seus satélites, constatamos que ela é uma exceção: em geral
os planetas são muito maiores que suas respectivas luas. Por isso
alguns astrônomos, atualmente, preferem pensar na Terra e na Lua
como se fossem um sistema de dois planetas, ou seja um “planeta
O Sistema Solar 91
duplo” (figura 2.10). De fato, a nossa Lua é maior que Plutão – atu-
almente classificado como planeta anão – e apenas um pouco menor
que Mercúrio, o menor dos planetas do sistema solar. É interessante
notar também que, rigorosamente, devido à proporção que há entre
suas massas, a Lua não gira em torno do centro da Terra, mas sim
Terra e Lua giram em torno de um ponto que, em Física, é de-
nominado “centro de massa” do sistema (Terra-Lua), o qual se situa
sempre abaixo da superfície da Terra (cerca de 1.700 km), mas não
coincide exatamente com o seu centro.
92 Introdução à Astronomia
dade seja cerca de 6 vezes menor que a terrestre, e também com que
o núcleo da Lua já tenha esfriado, há bilhões de anos atrás, enquanto
que o da Terra até hoje permanece aquecido, há uma temperatura de
cerca de 5.000 ºC.
O Sistema Solar 93
2.6 O sistema Solar Exterior
94 Introdução à Astronomia
2.6.1 Os planetas gigantes
O Sistema Solar 95
Saturno tem massa 95 vezes maior que a terrestre e tem como ca-
racterística mais marcante a presença de um extenso e complexo
sistema de anéis (figura 2.15), constituído de fragmentos de gelos e
rochas, principalmente gelo de água, que orbitam o planeta como se
fossem pequenas luas, ou seja, os discos não apresentam uma estru-
tura sólida, ou contínua, mas sim são feitos de inúmeros fragmentos
que orbitam o planeta. Os tamanhos desses fragmentos variam desde
mícrons até alguns metros. Os anéis se estendem por centenas de mi-
lhares de quilômetros, mas são extremamente finos, apresentando,
em geral, um espessura da ordem de apenas uma dezena de metros
(NASA, acesso em 6 fev 2012). Todos os demais gigantes também
apresentam anéis, porém muito menores e menos notáveis que os
de Saturno.
96 Introdução à Astronomia
Figura 2.16: Netuno em imagem
obtida pela astronave Voyager
II, a única que passou próxi-
mo a ele, em 1989. No centro,
bem visível, a chamada grande
mancha escura de Netuno, um
grande ciclone, do tamanho da
Terra, com ventos de até 1.200
km/h, que havia na atmosfera do
planeta na ocasião desta passa-
gem da Voyager II. Atualmente
essa mancha não existe mais,
mas outras manchas similares já
surgiram e desapareceram.
56
Ver item 2.5.3.
O Sistema Solar 97
A órbita dos cometas, tipicamente, é uma elipse com grande ex-
centricidade (grande achatamento), cujo ponto de maior apro-
ximação ao Sol, denominado periélio, acha-se no sistema solar
interior. Ao se aproximarem do periélio, o aquecimento do núcleo
cometário produzido pela radiação solar mais intensa faz com
que os gelos em sua superfície sublimem, passando para o estado
gasoso, carregando consigo poeira e formando, em torno do nú-
cleo, uma imensa e tênue atmosfera, chamada cabeleira (coma).
Os gases e poeira da cabeleira são empurrados pela pressão da
radiação e pelo vento solar no sentido contrário ao que se encon-
tra o Sol, formando uma imensa cauda, que pode se estender por
milhões de quilômetros, mas é extremamente rarefeita (figuras
2.18 e 2.19).
Figura 2.18: Cometa NEAT, des-
coberto em 2001 pelo sistema de
monitoramento Near Earth Aste-
roid Tracking (NEAT). Na imagem
é possível perceber as principais
partes de um cometa: núcleo,
coma e cauda.
98 Introdução à Astronomia
Os cometas são divididos em cometas de período curto, que demo-
ram menos de 200 anos para completar uma volta em torno do Sol,
como o Halley, que demora cerca de 76 anos57, e os de período lon-
go, que podem levar milhares ou milhões de anos para retornar. Há
ainda cometas com trajetórias hiperbólicas, cuja órbita deve ter sido
perturbada por algum planeta, e que jamais retornam ao sistema
solar interior, sendo ejetados do sistema solar.
57
Sua última passagem pelo periélio ocorreu no início de 1986. A próxima
deverá ocorrer em 2061.
58
Veja item 2.7.1.
59
Veja item 2.7.3.
60
A idade do sistema solar é estimada em 4,5 bilhões de anos.
O Sistema Solar 99
gumas das crateras lunares situadas nas regiões polares, conforme
evidências recentemente obtidas (NASA, acesso em 27 mar 2012).
2.6.3 Centauros
61
O prefixo “trans” significa “além de” ou “para além de”, o significado de
“região transnetuniana” é, portanto, literalmente “região que fica além de
Netuno”.
62
Veja seção 2.3.
63
Ponto da órbita mais próximo ao Sol.
64
Ponto da órbita mais distante do Sol.
65
O que contribuiu fortemente para a reclassificação de Plutão como pla-
neta anão (veja seção 2.3).
2.7.4 Sedna
67
Veja, por exemplo, artigos sobre o chamado Modelo de Nice (WIKIPEDIA.
ORG, acesso em 30 mar 2012; GOLDMAN, acesso em 30 mar 2012; MORBI-
DELLI, acesso em 30 mar 2012).
Figura 2.24: Regiões do sistema A figura 2.24, a seguir, que visa localizar a órbita de Sedna no contexto
solar em escalas de distância do sistema solar, com quatro quadros em diferentes escalas de distância,
cada vez maiores, situando a evidenciando o quanto se deve ampliar a escala de distâncias quando
órbita de Sedna. A partir do topo, passamos de cada uma regiões mais internas para a região seguinte,
à esquerda, no sentido horário: mais externa, representa uma boa síntese da estrutura espacial do siste-
sistema solar interior; sistema so- ma solar que apresentamos neste capítulo.
lar exterior e cinturão de Kuiper,
com indicação da atual posição Após a figura, como fechamento do capítulo, visando complementar
de Sedna, perto de seu periélio, a e aprofundar o estudo do conteúdo nele abordado, apresentamos duas
uma distância do Sol maior que sugestões de atividades.
duas vezes o raio da órbita de
Netuno; órbita elíptica de Sedna,
bastante excêntrica, que vai mui-
to além do cinturão de Kuiper;
órbita de Sedna em comparação
com a região mais interna da
nuvem de Oort. A sucessão de
quadros apresentados têm lados
medindo, respectivamente, cerca
de 10 UA, 100 UA, 1000 UA e
20.000 UA. Acredita-se que a
região mais externa da nuvem do
Oort tenha um raio de 100.000
UA. Para mostrá-la seria neces-
sário mais um quadro com escala
de distâncias 10 vezes maior que
a do último.
Fonte: <http://commons.wikime-
dia.org/wiki/File:Oort_cloud_Sed-
na_orbit.jpg>.
www.neaad.ufes.br
(27) 4009 2208