Uma Análise Da Cerimônia de Apoteose Do Imperador Septímio Severo
Uma Análise Da Cerimônia de Apoteose Do Imperador Septímio Severo
Uma Análise Da Cerimônia de Apoteose Do Imperador Septímio Severo
Abstract
Our aim is to analyze the deification ceremony of the ·
emperor Lucius Septmius Severus, which occurred aftr.r his
death, as defined by the Roman tradition. Furthermor'e, we
intend to analyze what were the symbolic fun ctions of this
apotheosis and what were the political objectives of his sons
and successo rs, Geta and Caracalla, when they realized it.
The ce remony is described in detail in Herodianus ' work,
"History ofthe Roman Empire after Marcus Aurelius".
"Logo que vêem que está morto, os membros mais nobres da or-
dem eqüestre e jovens escolhidos da ordem senatorial levantam o
leito, levam-no pela Via Sacra, e o expõe no foro antigo, no lugar
onde os magistrados romanos renunciam a seus cargos (a rostra).
Em ambos os lados se levantam estrados; de um lado se encontra
um coro de crianças de famílias nobres e patrícias; do outro lado
há um coro de mulheres de alta posição social. Cada coro entoa
hinos e cânticos em honra do morto(.,.)"
Note-se que o sucessor não acendia o fogo sozinho. Ele apenas inicia
o processo. Elementos das ordens eqüestre e senatorial e do exército au xi-
liavam o novo soberano a homenagear o imperador morto, e com isso refor-
çavam os laços de patronato, fidelidade e amizade que passavam a uni-los a
partir de·então.
Apesar de Herodiano não citar, era comum também se fazer um corte-
jo de imagens enquanto o corpo imperial queimava. Entre estas imagens
aparecia o próprio defunto representado em diversas atitudes de sua vida
(como legislador, como general) e as de seus antepassados.
A presença do sucessor/herdeiro imediatamente atrás do leito fune-
rário constitui-se num costume habitual e era um gesto político de afirma-
ção da legitimidade da sucessão. Septímio, Caracala e Geta acompanha-
ram o féretro de seus antecessores (DION CÁSSIO, 75.4,1 - Septímio no
de Pertinax; IV.1 ,3 Geta e Caracala no de Septímio). A partir desta ceri-
mônia, eles se transformavam em herdeiros de um divus, aumentando a
sua legitimidade, garantindo sua auctoritas e reconstruindo laços de
patronado e de amizade.
Com relação à águia, Dion Cássio também narra a sua soltura nos
funerais de Pertinax (DION CÁSSIO, 56.42,3). Parece ser uma característi-
ca original da passagem do século segundo para o terceiro d.C., pois apesar
I das águias aparecerem em muitos relevos fúnebres de altares e sarcófagos,
I
Bibliografia