Fragmenta Histórica
Fragmenta Histórica
Fragmenta Histórica
1
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
2
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
SUMÁRIO
Imagem
da
capa
:
A
Cruz
de
São
Tomás
de
Aquino
–
um
amuleto
protector
do
século
XIII,
João
Alves
Dias,
p.
5
ESTUDOS
A
chancelaria
régia
de
D.
Dinis:
breves
observações
diplomáticas,
Saul
António
Gomes,
p.
9
O
padroado
régio
na
diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média:
uma
instituição
in
diminuendo,
Mário
Farelo,
p.
39
Um
Fragmento
da
Casa
dos
Contos
e
o
seu
Contributo
para
a
História
Monetária,
António
Castro
Henriques,
p.
109
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
Portuguesa
ao
Mar
Vermelho
(1513),
Roger
Lee
de
Jesus,
p.
121
MONUMENTA
HISTORICA
Nota
introdutória
Regimento
e
ordenança
da
vila
de
Santarém
(1479),
transcrição
de
José
Jorge
Gonçalves,
p.
145
Estimativa
das
receitas
e
despesas
anuais
do
Reino
e
Índia
(c.
1525-‐1526),
transcrição
de
Pedro
Pinto,
p.
153
Folha
de
receita
e
despesa
do
Reino
para
1543,
transcrição
de
Pedro
Pinto,
p.
161
Folha
de
receita
e
despesa
do
Reino
para
1557,
transcrição
de
Pedro
Pinto,
p.
165
Folha
de
receita
e
despesa
do
Reino
para
1563,
transcrição
de
Pedro
Pinto,
p.
169
ÍNDICES
LISBOA
2013
3
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
FICHA
TÉCNICA
Título
Fragmenta
Historica
–
História,
Paleografia
e
Diplomática
ISSN
1647-‐6344
Editor
Centro
de
Estudos
Históricos
(financiado
pela
Fundação
para
a
Ciência
e
Tecnologia)
Director
João
José
Alves
Dias
Conselho
Editorial
João
Costa:
Licenciado,
Mestre
e
Doutorando
em
História
Medieval
pela
FCSH-‐UNL.
José
Jorge
Gonçalves:
Licenciado,
Mestre
e
Doutor
em
História
pela
FCSH-‐UNL.
Pedro
Pinto:
Licenciado
em
História
pela
FCSH-‐UNL.
Conselho
Científico
Fernando
Augusto
de
Figueiredo
(CEH;
CHAM
–
FCSH/NOVA-‐UAc)
Gerhard
Sailler
(Diplomatische
Akademie
Wien)
Helga
Maria
Jüsten
(CEH-‐UNL)
Helmut
Siepmann
(U.
Köln)
Iria
Vicente
Gonçalves
(CEH;
IEM
–
FCSH/Nova)
João
José
Alves
Dias
(CEH;
CHAM
–
FCSH/NOVA-‐UAc)
João
Paulo
Oliveira
e
Costa
(CHAM
-‐
FCSH/NOVA-‐UAc)
Jorge
Pereira
de
Sampaio
(CEH;
CHAM
–
FCSH/NOVA-‐UAc)
José
Jorge
Gonçalves
(CEH;
CHAM
–
FCSH/NOVA-‐UAc)
Julián
Martín
Abad
(Biblioteca
Nacional
de
España)
Maria
Ângela
Godinho
Vieira
Rocha
Beirante
(CEH-‐UNL)
Maria
de
Fátima
Mendes
Vieira
Botão
Salvador
(CEH;
IEM
–
FCSH/Nova)
Paginação
João
Carlos
Oliveira:
Licenciado
em
História;
Especialização
em
Ciências
da
Informação
e
Documentação
pela
FCSH-‐UNL
Índices
João
Costa
e
Pedro
Pinto
Imagem
de
capa
Carmen
figuratum:
Cruz
amuleto
de
São
Tomás
de
Aquino
(Esquema
de
Construção),
Scriptorium
de
Santa
Maria
de
Alcobaça,
séc.
XIII.
Lisboa,
Arquivo
Nacional
da
Torre
do
Tombo,
Mosteiro
de
Santa
Maria
de
Alcobaça,
documentos
particulares,
maço
6,
documento
1
verso
(PT/TT/MSMALC/1DP06/0001)
Imagem
cedida
pelo
ANTT
4
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
IMAGEM
DA
CAPA
A
Cruz
de
São
Tomás
de
Aquino
–
um
amuleto
protector
do
século
XIII
João
Alves
Dias
1
No
verso
de
um
documento
de
doação
de
umas
propriedades
(casas,
vinhas,
moinhos
e
outros
bens
de
raiz),
feito
a
11
de
abril
de
1238,
pelo
cavaleiro
Martim
Vasques
e
sua
mulher,
ao
mosteiro
de
Alcobaça,
encontra-‐se
desenhado
um
amuleto
figurativo
–
uma
cruz
composta
por
276
quadradinhos
–,
preparado
para
a
inscrição
dos
quatros
versos
protectores,
inscrição
essa
que
ficou
apenas
esboçada.
O
diagrama,
quando
completo,
seria
composto
por
276
letras
que
esconderiam
um
poema
figurativo
(carmen
figuratum):
CRUX
DOMINI
MECUM
/
CRUX
EST
QUAM
SEMPER
ADORO
/
CRUX
MIHI
REFUGIUM
/
CRUX
MIHI
CERTA
SALUS
–
a
cruz
do
senhor
acompanha-‐me;
a
cruz
que
eu
sempre
adoro;
a
cruz
é
o
meu
refúgio;
a
cruz
é
a
minha
salvação
segura.
A
leitura
começa
sempre
a
partir
do
centro
do
diagrama,
onde
se
encontra
a
palavra
«CRUX»,
avançando
no
sentido
de
cada
um
dos
quatro
pontos
cardiais.
Embora
a
oração
poética
e
o
diagrama
sejam
anteriores,
a
sua
difusão
generalizou-‐se
como
amuleto,
a
partir
do
século
XIII.
Reza
a
história
que
esta
“poesia
mágica”
protege
o
ser
humano
das
tentações
da
mesma
forma
que
protegeu
São
Tomás
de
Aquino
no
momento
em
que
os
seus
irmãos
introduziram
uma
mulher
nos
seus
aposentos.
Apresentamos
o
esquema
na
sua
forma
completa,
inscrevendo
a
vermelho
as
letras
em
falta.
1
Lisboa,
Arquivo
Nacional
da
Torre
do
Tombo,
Mosteiro
de
Santa
Maria
de
Alcobaça,
documentos
particulares,
maço
6,
documento
1
(PT/TT/MSMALC/1DP06/0001).
5
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
S
V
L
A
L
V
S
L
A
S
A
L
A
S
A
S
A
S
A
T
A
S
A
T
R
T
A
T
R
E
R
T
R
E
C
E
R
E
C
I
C
E
C
I
H
I
C
I
H
I
H
I
H
I
M
I
H
V
I
M
X
M
I
M
I G V F E R I H I M X V X D O M I N I M E C V
G V F E R I H I M X V R V X D O M I N I M E C
V F E R I H I M X V R C R V X D O M I N I M E
G V F E R I H I M X V R V X D O M I N I M E C
I G V F E R I H I E X V X D O M I N I M E C V
V S E X E S N
T
S
E
S
T
Q
T
S
T
Q
V
Q
T
Q
V
A
V
Q
V
A
M
A
V
A
M
S
M
A
M
S
E
S
M
S
E
M
E
S
E
M
P
M
E
M
P
E
P
M
P
E
R
E
P
E
R
A
R
E
R
A
D
A
R
A
D
O
D
A
D
O
R
O
D
O
R
O
R
O
R
O
O
R
O
O
Bibliografia
Boynton,
Susan,
Shaping
a
monastic
identity:
liturgy
and
history
at
the
imperial
Abbey
of
Farfa,
1000-‐1125.
Ithaca,
New
York,
Cornell
University
Press,
2006.
Ernst,
Ulrich,
Carmen
figuratum:
Geschichte
des
Figurengedichts
von
den
antiken
Ursprüngen
bis
zum
Ausgang
des
Mittelalters.
Köln,
Böhlau,
1991.
6
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
EDITORIAL
Uma
nova
Revista
se
apresenta.
Talvez
se
escute,
de
imediato,
uma
ou
outra
voz
a
dizer:
mais
uma!
Sim,
é
mais
uma!
E
esperemos
que
as
parcas
não
estejam
prontas
para
cortar
o
"fio
da
sua
vida"
nos
tempos
imediatos.
Esperemos
que
consiga
singrar.
Fragmenta
Historica,
porque
o
que
temos
são
sempre
fragmentos
de
uma
história.
A
História
que
se
escreve
não
é
a
que
se
viveu.
É
a
História
que
cada
um
consegue
perscrutar
no
conjunto
das
informações
que
colheu.
É
sempre
a
subjetividade
de
cada
investigador,
por
mais
objetivo
que
ele
procure
ser,
que
está
presente.
Só
os
documentos,
sem
interpretações,
podem
ser
encarados
como
Monumenta
Historica
(mas,
por
vezes,
mesmo
esses
podem
constituir
enganos).
O
Centro
de
Estudos
Históricos,
sediado
na
Universidade
Nova
de
Lisboa
(Faculdade
de
Ciências
Sociais
e
Humanas),
ao
longo
das
suas
três
décadas
de
existência,
tem
conjugado
a
maioria
dos
seus
esforços
na
publicação
de
fontes.
Desde
cedo,
alguns
dos
seus
investigadores
desejaram
ter
uma
revista.
Entenderam
os
seus
diretores
que
as
sinergias
(e
esforços
financeiros)
deveriam
ser
canalizadas,
na
sua
maioria,
para
a
produção
dos
Monumenta
Historica.
O
apelo
do
sangue
mais
jovem,
que
continua
a
fazer
sentir
a
falta
de
uma
Revista
que
tenha
como
alicerce
a
Monumenta
Historica,
e
os
meios
hodiernos
mais
económicos
(e
rápidos)
permitem
que
se
ensaie
esta
publicação
de
estudos
fragmentários
da
História.
Mas
a
sua
base
é
(e
procuraremos
que
seja
sempre
a
constante
do
futuro)
o
documento:
puro,
duro,
sólido
e
concreto.
Quanto
à
colaboração,
está
aberta
a
todos,
como
se
prova
com
este
primeiro
número.
Não
se
privilegiaram
os
investigadores
do
Centro
de
Estudos
Históricos.
Atraíram-‐se
antes
investigadores
de
outros
areópagos
que,
tal
como
os
investigadores
do
CEH,
querem
ter
uma
história
que
tente
ser
o
menos
fragmentária
possível.
A
sua
periodicidade
será
anual.
No
fim
de
cada
ano
os
artigos
rececionados
serão
publicados
no
sítio
eletrónico.
Todos
os
artigos
serão
sujeitos
a
arbitragem
científica
externa
-‐
peer
review.
Agradece-‐se
a
todos
os
revisores
e
a
todos
os
colaboradores.
O
corpus
desses
árbitros
científicos
só
será
divulgado
a
partir
do
quarto
ano
de
publicação,
a
fim
de
garantir
a
confidencialidade
da
mesma
arbitragem.
João
Alves
Dias
7
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
8
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
A
CHANCELARIA
RÉGIA
DE
D.
DINIS:
BREVES
OBSERVAÇÕES
DIPLOMÁTICAS2
Saul
António
Gomes
Faculdade
de
Letras
–
Universidade
de
Coimbra
Resumo
Abstract
Neste
artigo,
o
autor
propõe-‐se
refletir
In
this
article,
the
author
focuses
on
the
sobre
a
chancelaria
do
rei
D.
Dinis
chancellery
of
king
D.
Dinis
presenting
apresentando
novas
perspetivas
para
o
new
ideias
for
its
diplomatist
seu
entendimento
do
ponto
de
vista
understanding,
and,
simultaneously,
diplomático,
ao
mesmo
tempo
que
values,
announces
and
publishes
a
set
of
valoriza,
dá
notícia
e
publica
um
documentation,
little
divulged,
that
conjunto
de
documentação,
pouco
allows
for
a
reappraising
of
the
historical
divulgada,
que
permite
reavaliar
a
dimension
and
the
meaning
of
the
dimensão
e
o
significado
históricos
da
documentary
production
from
this
king.
produção
documental
dionisina.
Palavras-‐chave
Keywords
D.
Dinis,
chancelaria
régia,
Portugal,
D.
Dinis,
royal
chancellery,
Portugal,
Idade
Média,
Diplomática
medieval.
Middle
Ages,
Medieval
diplomatics.
Artigo recebido em: 09.02.2013 | Artigo aceite para publicação em: 13.09.2013
© Fragmenta Historica 1 (2013), 9-‐38. Reservados todos os direitos. ISSN 1647-‐6344
2
O
autor
escreve
segundo
as
normas
do
Novo
Acordo
Ortográfico.
9
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
5 6
Na
longa
história
do
documento,
em
território
instituições
eclesiásticas
e
municipais ,
3
português ,
cumpre
evidenciar
que,
desde
o
dominava,
sobre
esse
complexo
e
rico
último
terço
de
Duzentos,
se
multiplicaram
os
universo
de
produção
diplomática
e
do
7
indicadores
que
permitem
reconhecer
o
salto
exercício
da
burocracia ,
a
chancelaria
da
quantitativo
que
as
práticas
escriturísticas
legislativas,
administrativas,
judiciais
e
fiscais,
o
século
XV:
estudo
diplomatístico,
Lisboa,
Faculdade
de
públicas
como
privadas,
então,
conheceram.
Letras
da
Universidade
de
Lisboa,
2011.
5
Estruturada
a
rede
de
notários
públicos
e
Maria
Cristina
Almeida
e
Cunha,
A
Chancelaria
do
4 Arcebispado
de
Braga
(1071-‐1245),
Dissertação
de
privados ,
enraizadas
as
chancelarias
de
Doutoramento
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
do
Porto,
1998;
Maria
do
Rosário
Barbosa
Morujão,
A
Sé
de
Coimbra:
a
Instituição
e
a
Chancelaria
3
Vd.
Maria
José
Azevedo
Santos,
Da
visigótica
à
carolina.
(1080-‐1318),
Lisboa,
Fundação
Calouste
Gulbenkian
e
A
escrita
em
Portugal
de
882
a
1172.
(Aspectos
técnicos
e
Fundação
para
a
Ciência
e
a
Tecnologia,
2011;
Maria
João
culturais),
Lisboa,
Fundação
Calouste
Gulbenkian
–
JNIC,
Oliveira
e
Silva,
Scriptores
et
notatores:
a
produção
1994;
António
Joaquim
Ribeiro
Guerra,
Os
Diplomas
documental
da
Sé
do
Porto
(1113-‐1247),
Porto,
Fio
da
Privados
em
Portugal
dos
Séculos
IX
a
XII.
Gestos
e
Palavra,
2008;
Idem,
A
Escrita
na
Catedral:
a
chancelaria
atitudes
de
rotina
dos
seus
autores
materiais,
Lisboa,
episcopal
do
Porto
na
Idade
Média
(Estudo
Diplomático
e
Centro
de
História
da
Universidade
de
Lisboa,
2003.
Paleográfico),
Dissertação
de
Doutoramento
apresentada
4
Maria
José
Azevedo
Santos,
“A
Evolução
da
Língua
e
da
à
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
do
Porto,
2010;
Escrita”,
in
Portugal
em
Definição
de
Fronteiras.
Do
Saul
A.
Gomes,
In
limine
conscriptionis.
Documentos,
Condado
Portucalense
à
Crise
do
Século
XIV,
coord.
chancelaria
e
cultura
no
Mosteiro
de
Santa
Cruz
de
Maria
Helena
da
Cruz
Coelho
e
Armando
Luís
de
Carvalho
Coimbra.
Século
XII
a
XIV,
Viseu,
Palimage
e
CHSC,
2007;
Homem,
Vol.
III
de
Nova
História
de
Portugal,
dir.
Joel
Anísio
Miguel
de
Sousa
Saraiva,
A
Sé
de
Lamego
na
Serrão
e
A.
H.
de
Oliveira
Marques,
Lisboa,
Editorial
primeira
metade
do
século
XIV
(1296-‐1349),
Leiria,
Presença,
1996,
pp.
604-‐634;
Maria
Cristina
Almeida
e
Edições
Magno,
2003;
Luís
Miguel
Rêpas,
Quando
a
Cunha,
“Tabeliães
bracarenses
no
século
XIII”,
in
IX
nobreza
trajava
de
branco:
a
comunidade
cisterciense
de
Centenário
da
Dedicação
da
Sé
de
Braga:
Congresso
Arouca
durante
o
abadessado
de
D.
Luca
Rodrigues
internacional.
Actas,
1990,
vol.
II/1,
pp.
249-‐265;
(1286-‐1299),
Leiria,
Edições
Magno,
2003;
João
Soalheiro,
Bernardo
de
Sá
Nogueira,
Lourenço
Eanes,
tabelião
de
“Censual
da
Diocese
de
Coimbra
–
século
XIV
(ANTT:
Lisboa
(1301-‐1332).
Reconstituição
e
análise
do
seu
MCO,
Ordem
de
Cristo/Convento
de
Tomar,
liv.
264)”,
in
cartório,
Lisboa,
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Revista
de
História
da
Sociedade
e
da
Cultura,
6,
2006,
Lisboa,
1988;
Idem,
Tabelionado
e
instrumento
público
pp.
51-‐90;
Testamenti
Ecclesiae
Portugaliae
(1071-‐1325),
em
Portugal.
Génese
e
implantação
(1212-‐1279),
Lisboa,
coord.
Maria
do
Rosário
Morujão,
Lisboa,
Centro
de
INCM,
2008;
Idem,
“Tabelionado
e
elites
urbanas
no
Estudos
de
História
Religiosa
da
Universidade
Católica
Portugal
ducentista
(1212-‐1279)”,
in
Elites
e
Redes
Portuguesa,
2010;
Diplomatário
da
Sé
de
Viseu
(1078-‐
Clientelares
na
Idade
Média:
problemas
Metodológicos,
1278),
edição
de
Leontina
Ventura
e
João
da
Cunha
Évora,
2000,
pp.
211-‐220;
Idem,
“Exercício
do
ofício
Matos,
Lisboa,
Instituto
de
Estudos
Medievais,
Centro
de
tabeliónico
por
clérigos
no
Portugal
ducentista
–
História
da
Sociedade
e
da
Cultura
da
Universidade
de
problemas
de
acumulação
e
incompatibilidades”,
in
Coimbra
e
Imprensa
da
Universidade
de
Coimbra,
2010.
6
Lusitania
Sacra,
nova
série,
t.
13-‐14,
2001-‐2002,
pp.
467-‐
Saul
A.
Gomes,
“Ideologia
e
Representação
nas
Práticas
476;
Saul
A.
Gomes,
“O
notariado
medieval
português.
das
Chancelarias
Concelhias
Medievais
Portuguesas”,
in
O
Algumas
notas
de
investigação”,
in
Humanitas,
LII,
2000,
poder
local
em
tempo
de
globalização.
Uma
história
e
um
pp.
467-‐476;
Idem,
“Percepções
em
torno
da
história
do
futuro.
Comunicações,
coord.
Fernando
Taveira
da
tabelionado
medieval
português”,
in
Revista
de
História
Fonseca,
Viseu,
Centro
de
História
da
Sociedade
e
da
da
Sociedade
e
da
Cultura,
5,
2005,
pp.
81-‐100;
Maria
Cultura
e
Palimage
Editores,
2005,
pp.
435-‐496;
Ana
Filipa
José
Azevedo
Santos,
Alguns
aspectos
do
tabelionado
de
Firmino
Sequeira
Pinto
Roldão,
Escrita
e
Poderes
Urbanos
Coimbra
(Séculos
XIV-‐XV),
separata
de
Arquivo
Coimbrão,
nos
Concelhos
de
Coimbra,
Santarém
e
Lisboa
(1179-‐
Vols.
XXXIII-‐XXXIV,
1990-‐1992;
Maria
Helena
da
Cruz
1325),
Dissertação
de
Mestrado
em
Paleografia
e
Coelho,
“Os
tabeliães
em
Portugal:
perfil
profissional
e
Diplomática
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
sócio-‐económico
(séculos
XIV
e
XV)”,
in
Historia.
Universidade
de
Lisboa,
2006;
Idem,
A
memória
da
Instituciones.
Documentos,
23,
1996,
pp.
173-‐211
cidade.
Administração
urbana
e
práticas
de
escrita
em
[Reeditado
em
Estudos
de
Diplomática
Portuguesa,
Évora
(1415-‐1536),
Dissertação
de
Doutoramento
Lisboa,
Colibri
e
Faculdade
de
Letras
de
Coimbra,
2000,
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
pp.
93-‐104];
João
Paulo
Oliveira
Fresco,
O
tabelião
Lisboa,
2011.
7
lisboeta
Afonso
Guterres:
reconstituição
e
análise
Armando
Luís
de
Carvalho
Homem,
O
Desembargo
diplomatística
da
sua
actividade
de
escrituração
(1400-‐ Régio
(1320-‐1433),
Porto,
Instituto
Nacional
de
1441),
Lisboa,
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Investigação
Científica,
1990;
Idem,
Luís
Miguel
Duarte
e
Lisboa,
2006;
Maria
Leonor
Dias
Antunes
Barata
Garcia,
O
Eugénia
Pereira
da
Mota,
“Percursos
na
burocracia
régia
tabelionado
escalabitano
na
transição
do
século
XIV
para
(Séculos
XIII-‐XV)”,
in
Actas
do
Colóquio
A
Memória
da
10
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
cúria
régia,
cujo
estudo
e
edição,
quer
para
os
A
chancelaria
de
D.
Dinis
foi
alvo
de
diversas
8
monarcas
da
Primeira
Dinastia ,
quer
para
os
teses
de
Licenciatura
em
História
nas
quais
se
9
da
Segunda
Dinastia
têm
vindo
a
merecer
a
procedeu
a
breves
estudos
introdutórios,
atenção
dos
investigadores.
geralmente
com
transcrições
parcelares
de
partes
dos
diferentes
livros
de
registos
do
10
monarca .
Deste
monarca,
mereceu
edição
Nação
(Lisboa,
Outubro
de
1987),
Lisboa,
1991,
pp.
403-‐ diplomática
o
livro
quinto
da
sua
chancelaria,
423;
Armando
Luís
de
Carvalho
Homem,
“Para
uma
o
único
manuscrito
original
que
se
conserva
abordagem
da
burocracia
régia:
Portugal,
Séculos
XIII-‐
XV”,
in
Revista
Portuguesa
de
História,
t.
XXXI,
Vol.
1,
1996,
pp.
225-‐242;
Judite
de
Freitas,
"Teemos
por
bem
e
mandamos".
A
Burocracia
Régia
e
os
seus
oficiais
em
Medievais
Portuguesas,
pelo
Centro
de
Estudos
meados
de
Quatrocentos
(1439-‐1460),
2
vols.,
Cascais,
Históricos,
da
Universidade
Nova
de
Lisboa,
sob
a
direção
Patrimonia,
2001.
de
A.
H.
de
Oliveira
Marques
e
de
João
José
Alves
Dias:
D.
8
Rui
Pinto
de
Azevedo,
Documentos
Medievais
Pedro
I
(1357-‐1367),
Lisboa,
INIC-‐CEH/UNL,
1984;
D.
Portugueses
–
Documentos
Régios,
Vol.
I:
Documentos
Afonso
IV,
Vol.
I
(1325-‐1336),
Vol.
II
(1336-‐1340),
Vol.
III
dos
Condes
Portugalenses
e
de
D.
Afonso
Henriques,
A.
D.
(1340-‐1344),
Lisboa,
JNICT-‐CEH/UNL,
1990-‐1992;
D.
João
1095-‐1185,
Tomos
I
e
II,
Lisboa,
Academia
Portuguesa
da
I,
Vol.
I
–
Tomo
1
(1384-‐1385),
Tomo
2
(1385),
Tomo
3
História,
1958
e
1962;
Idem,
“O
livro
de
registo
da
(1384-‐1388);
Vol.
II
–
Tomo
1
((1385-‐1392),
Tomo
2
chancelaria
de
Afonso
II
de
Portugal
(1217-‐1221)”,
in
(1387-‐1402),
Tomo
3
(1391-‐1407);
Vol.
III
–
Tomo
1
(1385-‐
Anuario
de
Estudios
Medievales,
4,
1967,
pp.
35-‐74;
Idem,
1410),
Tomo
2,
(1394-‐1427),
Tomo
3
(1402-‐1418);
Vol.
IV
“Primórdios
da
chancelaria
de
D.
Afonso
Henriques”,
in
–
Tomo
1
(1410-‐1425),
Tomo
2
(1393-‐1433),
Lisboa,
Revista
Portuguesa
de
História,
t.
1,
1967,
pp.
161-‐166;
CEH/UNL,
2004-‐2006;
D.
Duarte.
Vol.
I
–
Tomo
1
(1433-‐
Idem,
“A
chancelaria
régia
portuguesa
nos
séculos
XII
e
1435),
Tomo
2
(1435-‐1438);
Vol.
II
(Livro
da
Casa
dos
XIII”,
in
Revista
da
Universidade
de
Coimbra,
14,
1940,
pp.
Contos),
Vol.
III
(1433-‐1435),
Lisboa,
CEH/UNL,
1998-‐
31-‐80;
Maria
José
de
Azevedo
Santos,
“A
Chancelaria
de
1999.
Às
chancelarias
propriamente
ditas,
juntam-‐se
as
D.
Afonso
II
(1211-‐1223).
Teorias
e
Práticas”,
in
Ler
e
edições
sistemáticas
de
atas
de
Cortes,
pelos
mesmos
Compreender
a
Escrita
na
Idade
Média,
Lisboa,
Edições
diretores
e
coordenadores:
Reinado
de
D.
Afonso
IV
Colibri
e
Faculdade
de
Letras
de
Coimbra,
2000,
pp.
11-‐ (1325-‐1357),
Lisboa,
INIC-‐CEH/UNL,
1982;
Reinado
de
D.
58;
Idem,
“As
chancelarias
das
Rainhas
de
Portugal
na
Pedro
I
(1357-‐1367),
Lisboa,
INIC-‐CEH/UNL,
1986;
Idade
Média
(Breves
notas
de
investigação)”,
in
Os
Reinos
Reinado
de
D.
Fernando
I,
Vol.
I
(1367-‐1380),
Vol.
II
Ibéricos
na
Idade
Média.
Livro
de
Homenagem
ao
(1383),
Lisboa,
JNICT-‐CEH/UNL,
1990-‐193;
Reinado
de
D.
Professor
Doutor
Humberto
Carlos
Baquero
Moreno,
Duarte
(Cortes
de
1436
e
1438),
CEH/UNL,
Lisboa,
2004;
coord.
Luís
Adão
da
Fonseca,
Luís
Carlos
Amaral
e
Maria
Reinado
de
D.
Manuel
(Cortes
de
1498),
Lisboa,
CEH/UNL,
Fernanda
Ferreira
Santos),
Vol.
III,
Porto,
Faculdade
de
2002;
Reinado
de
D.
Manuel
I
(Cortes
de
1499),
Lisboa,
Letras
da
Universidade
do
Porto
e
Livraria
Civilização,
CEH/UNL,
2001;
Reinado
de
D.
Manuel
I
(Cortes
de
1502),
2003,
pp.
1105-‐1109;
Isaías
da
Rosa
Pereira,
Maria
Lisboa,
CEH/UNL,
2001.
10
Helena
da
Cruz
Coelho
e
Armando
Luís
de
Carvalho
Nomeadamente,
e
entre
outros,
as
seguintes
Homem,
Diplomatique
royale
portugaise:
Alphonse
IV
dissertações:
Balbina
Rodrigues
de
Almeida,
D.
Dinis.
(1325-‐1357),
separata
de
Diplomatique
Royale
du
Moyen-‐ Breve
estudo
da
sua
Chancelaria.
[Livro
1].
Folhas
25-‐86v,
e e
Âge,
XIII -‐XIV
siècles,
Actes
du
Colloque,
Porto,
1996;
Coimbra,
FLUC,
1969;
Joaquim
da
Silva
Carmona,
Sandra
Virgínia
Pereira
Gonçalves
Bernardino,
Sancius
Documentos
da
Chancelaria
de
D.
Dinis
(1287-‐1289).
Secundus
Rex
Portugalensis.
A
chancelaria
de
D.
Sancho
Subsídios
para
o
estudo
da
época
dionisina,
Coimbra,
II:
1223-‐1248,
Dissertação
de
Mestrado
apresentada
à
FLUC,
1968;
Alice
Correia
Godinho,
D.
Dinis.
Subsídios
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Coimbra,
2003;
para
o
estudo
da
sua
Chancelaria.
[Livro
1].
Fls.
87v-‐167,
João
António
Mendes
Neves,
A
“Formosa”
Chancelaria
—
Coimbra,
FLUC,
1969;
Laura
Oliva
Correia
Lemos,
Estudo
dos
originais
da
Chancelaria
de
D.
Fernando
Aspectos
do
reinado
de
D.
Dinis
segundo
o
estudo
de
(1367-‐1383),
Dissertação
de
mestrado
apresentada
à
alguns
documentos
da
sua
Chancelaria.
Livro
III,
F.
81v-‐
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Coimbra,
2003;
102v,
Coimbra,
FLUC,
1973;
Maria
Rosa
Ferreira
Chancelaria
de
D.
Afonso
III.
Livro
I,
2
volumes,
edição
por
Marreiros,
A
administração
pública
em
Portugal
no
Leontina
Ventura,
e
António
Resende
de
Oliveira,
reinado
de
D.
Dinis
através
do
estudo
de
alguns
Coimbra,
Imprensa
da
Universidade,
2006;
Chancelaria
de
documentos
da
sua
Chancelaria,
Livro
III,
fls.
63-‐81v,
D.
Afonso
III,
Livros
II
e
III,
edição
por
Leontina
Ventura,
e
Coimbra,
FLUC,
1973;
Agostinho
Amado
Patrício,
Estudo
António
Resende
de
Oliveira,
Coimbra,
Imprensa
da
da
Chancelaria
de
D.
Dinis.
Alguns
aspectos
da
sua
época.
Universidade
de
Coimbra,
2011.
Livro
II,
Folhas
57v-‐109,
Coimbra,
FLUC,
1972;
João
9
Damião
Peres,
O
Livro
de
recebimentos
de
1470
da
Marinho
dos
Santos,
D.
Dinis
(1289-‐1291).
Subsídios
para
Chancelaria
da
Câmara,
Lisboa,
Academia
Portuguesa
da
o
estudo
da
sua
Chancelaria.
Livro
I,
Fls.
252v-‐291v,
História,
1974.
Estão
publicados,
recordemos,
os
Coimbra,
FLUC,
1972;
Luís
Alberto
da
Silva
Sousa,
seguintes
volumes
de
livros
de
registos
de
chancelarias
Subsídios
para
o
estudo
da
Chancelaria
de
D.
Dinis.
Livro
de
monarcas
da
Segunda
Dinastia,
na
série
Chancelarias
II.
Folhas
109v-‐141,
Coimbra,
FLUC,
1969.
11
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
11
desse
reinado ,
tendo
sido
dado
à
estampa,
e
em
livros
de
registos
ou
em
cópias
de
mais
recentemente,
o
livro
segundo
desta
cartulários,
em
públicas-‐formas
ou
inseridos
12
mesma
chancelaria .
noutros
atos
de
confirmação,
de
sentença
ou
em
processos
forenses
ou,
ainda,
por
cópia
D.
Dinis
teve
um
longo
reinado
e
uma
erudita
ou
editados,
total
ou
parcialmente,
de
chancelaria
muito
produtiva.
Não
dispomos
modo
sumário
ou
noticioso,
em
coletâneas
e
de
números
absolutos
que
nos
permitam
16
obras
várias .
apresentar
os
quantitativos
de
atos
redigidos
pela
chancelaria
deste
soberano.
O
Livro
II
da
sua
chancelaria,
já
mencionado,
arrolando
atos
sobremodo
para
os
anos
de
1291
a
1295,
16
Como,
por
meros
exemplos
e
na
impossibilidade
de
posto
que
com
alguns
diplomas
de
anos
tudo
arrolar
aqui,
mas
porque
de
publicações
se
trata
em
anteriores
e
posteriores,
compila
um
total
de
que
se
apresentam,
em
número
significativo,
542
diplomas.
Bernardo
Sá
Nogueira
documentos
de
D.
Dinis,
citemos:,
José
Anastácio
de
referenciou
um
corpo
documental
dionisino,
Figueiredo,
Synopsis
Chronologica
de
Subsidios,
ainda
os
mais
raros,
para
a
Historia
e
Estudo
Critico
da
Legislação
nos
livros
de
registo
da
chancelaria
deste
Portugueza.
Vol.
1.
Desde
1143
até
1549,
Lisboa,
13
monarca,
composto
por
2950
atos .
O
Academia
Real
das
Ciências,
1790;
VIMARANIS
mesmo
autor
contabilizou
1343
Monumenta
Historica
a
saeculo
nono
post
Christum
apresentações
de
clérigos
em
igrejas
de
usque
ad
vicesimum,
Partes
I
a
III,
Guimarães,
1929-‐1931;
14 Corpus
Codicum
Latinorum
et
Portugalensium
eorum
qui
padroado
real
para
os
anos
de
1279
a
1321 .
in
Archivo
Municipali
Portucalensi
asservantur
No
antigo
cartório
do
Mosteiro
de
Santa
Cruz
antiquissimorum
-‐
Diplomata,
Chartae
et
Inquisitiones,
6
de
Coimbra,
hoje
na
Torre
do
Tombo,
de
vols.,
Porto,
Câmara
Municipal,
1891
e
seguintes;
Livro
todos
os
reis
medievais
portugueses,
é
D.
Antigo
de
Cartas
e
Provisões
dos
Senhores
Reis
D.
Afonso
V,
D.
João
II
e
D.
Manuel
I
do
Arquivo
Municipal
do
Porto,
Dinis
o
que
mais
se
documenta
em
número
de
prefácio
e
notas
de
Artur
de
Magalhães
Basto,
Porto,
15
diplomas
subsistentes .
Câmara
Municipal,
s.
d.;
Gabriel
Pereira,
Documentos
Históricos
da
Cidade
de
Évora,
Lisboa,
1998
(edição
Mas
os
medievalistas
portugueses
têm
bem
a
anastática
de
1885-‐1891);
Index
Historico
e
Diplomatico
noção
da
abundância
de
diplomas
pertencentes
do
Cartorio
de
Leça,
ed.
José
Mendes
da
Cunha
Saraiva,
a
este
soberano
e
chegados
até
nós
em
originais
Lisboa,
Arquivo
Histórico
do
Ministério
das
Finanças,
1944;
Subsídios
para
a
História
da
Ordem
de
Malta.
II
Livro
dos
Forais,
Escripturas,
Doações,
Privilegios
e
11
Tido
por
cartulário
para
o
seu
editor
mais
recente.
Vd.
Inquirições,
ed.
José
Mendes
da
Cunha
Saraiva,
vols.
1
a
Livro
das
Lezírias
d’El-‐Rei
Dom
Dinis.
Transcrição,
estudo
3,
Lisboa,
Arquivo
Histórico
do
Ministério
das
Finanças,
introdutório
e
notas
de
Bernardo
de
Sá
Nogueira,
Lisboa,
1946-‐1948;
A.
G.
Rocha
Madahil,
Milenário
de
Aveiro,
Centro
de
História
da
Universidade
de
Lisboa,
2003.
Colectânea
de
Documentos
Históricos,
2
vols.,
Aveiro,
12
Chancelaria
de
D.
Dinis,
Livro
II,
ed.
Rosa
Marreiros,
Câmara
Municipal
de
Aveiro,
1959;
Idem
(ed.),
Livro
Coimbra,
CHSC
e
Palimage,
2012.
Verde
da
Universidade
de
Coimbra
(Cartulário
do
Seculo
13
Bernardo
de
Sá
Nogueira,
“Apontamentos
sobre
os
XV),
Coimbra,
Arquivo
e
Museu
de
Arte
da
Universidade,
livros
de
registo
da
chancelaria
de
D.
Dinis
(1279-‐1325)”,
1940;
Chartularium
Universitatis
Portugalensis,
dir.
A.
in
Clio.
Revista
do
Centro
de
História
da
Universidade
de
Moreira
de
Sá,
Vol.
1,
Lisboa,
1966;
Carlos
Manuel
Baeta
Lisboa,
16/17,
2008,
p.
185.
Neves,
História
florestal,
aquíloca
e
cinegética.
Colecção
14
Bernardo
Sá
Nogueira,
"A
organização
do
padroado
de
documentos
existentes
no
Arquivo
Nacional
da
Torre
régio
durante
o
reinado
de
D.
Dinis
-‐
Lista
das
do
Tombo.
Chancelarias
Reais,
6
vols.,
Lisboa,
Direcção
apresentações
(1279-‐1321)",
in
Arqueologia
do
Estado.
Geral
de
Florestas,
1980-‐1993;
Saul
A.
Gomes,
Comunicações,
Vol.
1,
Lisboa,
História
&
Crítica,
1988,
pp.
Documentos
Medievais
de
Santa
Cruz
de
Coimbra.
I.
421-‐445.
Arquivo
Nacional
da
Torre
do
Tombo,
separata
de
Estudos
15
Saul
Gomes,
In
limine
conscriptionis.
Documentos,
Medievais,
Nº
8,
1988;
Valdevez
Medieval
–
Documentos.
chancelaria
e
cultura
no
Mosteiro
de
Santa
Cruz
de
1:
950-‐1299;
2:
1300-‐1479,
org.
Amélia
Aguiar
Andrade
e
Coimbra,
Viseu,
Ed.
Palimage
e
CHSC,
2007,
p.
427.
Luís
Krus,
Arcos
de
Valdevez,
Câmara
Municipal,
200-‐
Cinquenta
e
dois
diplomas
dionisinos,
oriundos
deste
2001.
Cf.
A
síntese
apresentada
em:
Luís
Carlos
Amaral,
fundo,
foram
publicados
em
Saul
A.
Gomes,
Documentos
“La
edición
de
fuentes
documentales
en
Portugal
en
el
Medievais
de
Santa
Cruz
de
Coimbra.
I
–
Arquivo
Nacional
siglo
XIX”,
in
Codiphis.
Catálogo
de
colecciones
da
Torre
do
Tombo,
separata
de
Estudos
Medievais,
diplomáticas
hispano-‐lusas
de
época
medieval,
dir.
José
Porto,
Centro
de
Estudos
Humanísticos
–
Secretaria
de
Ángel
García
de
Cortázar,
José
Antonio
Munina,
Luis
Estado
da
Cultura
–
Delegação
Regional
do
Norte,
1988,
Javier
Fortún,
Santander,
Fundación
Marcelino
Botin,
pp.
73-‐130.
1999,
pp.
47-‐58.
12
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
13
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
no
castello
de
Lixboa
na
torre
em
que
“Item
se
mostra
por
outro
livro
21
jazem
os
livros
do
tombo.”
delRei
Dom
Dinis
que
tem
a
primeira
carta
Martim
Perez
dicto
Monçom”,
“Item
se
mostra
por
outro
livro
com
ementas
de
cartas
de
anos
entre
delRei
Dom
Dinis
que
tem
a
primeira
1292
e
já
do
tempo
de
após
a
carta
da
doaçam
fecta
ao
moesteiro
26
instituição
da
Ordem
de
Cristo .
de
Caramolos
pelo
qual
jazem
estas
Deve
ter
sido
este
mencionado
livro
doações.
(…)
Estas
igrejas
adeante
que
deu
origem,
mais
tarde,
à
cópia
e
escriptas
se
mostram
que
forom
composição
do
atualmente
dadas
pelo
sobredicto
livro
de
designado
Livro
II
da
Chancelaria
de
Caramolos,
as
quaes
igrejas
forom
D.
Dinis,
que
abre
justamente
com
dadas
a
estas
pessoas
ecresiasticas,
parte
de
uma
carta
de
aforamento
nom
come
a
pessoas
ecresiasticas
feito
a
Martim
Peres
“Moucom”,
mais
come
a
pessoas
leigas,
segundo
22 sendo
que
o
começo
deste
diploma
se
aqui
adiante
segue.”
ficou
lançado
no
atual
Livro
I
da
Chancelaria
de
D.
Dinis,
fólio
291v,
Para
além
desse
livro
dito
de
“Caramollos”,
27
coluna
2,
no
final .
alude-‐se
a
outros
quatro
códices
da
chancelaria
dionisina:
“Item
se
mostra
por
outro
livro
delRei
Dom
Denis
que
tem
a
primeira
“Item
se
mostra
per
outro
livro
carta
que
diz
que
foy
seelada
com
delRei
Dom
Dinis
que
se
começa
na
c seelo
delRei
Dom
James
d
Aragon
e
Era
III
RIII
e
acaba
se
em
LIII
e
tem
com
o
seu
sobre
posturas
que
antre
huum
[sinal]
na
cobertoira,
pelo
qual
sy
poserom”,
inserindo
referências
a
se
mostram
estas
cartas
a
juso
cartas
de
1287,
1292,
1305
e
1306,
escriptas”,
noticiando-‐se,
de
seguida,
entre
outras
sem
informação
de
um
conjunto
de
diplomas
régios
28
data .
Esta
indicação
remeterá
para
promulgados
entre
os
anos
de
1306
e
23 o
atual,
e
único
códice
1323 .
verdadeiramente
original
da
“Item
se
mostra
por
outro
livro
chancelaria
dionisina,
como
se
delRei
Dom
Denis
que
tem
em
referiu,
Livro
5
da
Chancelaria
de
D.
primeira
carta
del
começa
se
foy
Dinis,
o
qual,
efetivamente,
abre
com
dada
ao
moesteiro
de
Bo(i)ro”,
o
traslado
autêntico
da
carta
de
D.
enunciando-‐se
cartas
datadas
de
Jaime
de
Aragão,
de
31
de
agosto
de
24
entre
1283
e
1286 .
Este
primitivo
1305,
pela
qual
se
louva
em
D.
Dinis
códice
corresponderá
certamente
ao
atual
Livro
I
da
Chancelaria
de
D.
Dinis,
no
qual,
no
fólio
1,
se
encontra
por
a
velha
andar
ja
mal
tractada.
E
posto
que
neste
25 faltem
dous
cadernos
do
começo
e
dous
do
numero
CXI
uma
“carta
do
mosteyro
de
Bouro” .
hatee
CXXXV
da
dicta
tavo<a>da
se
podera
saber
quantas
cartas
eram
scpritas
nos
dictos
quatro
cadernos
de
que
has
mais
dellas
sam
dos
bens
que
El
Rey
haa
na
cidade
e
21
Stéphane
Boissellier,
La
construction
administrative
termo
d’Elvas,
pello
que
quando
necessario
for
do
livro
d’un
royaume
:
registres
de
bénéfices
ecclésiastiques
dos
proprios
da
coroa
que
devem
por
boa
razam
d’estar
portugais
(XIII-‐XIVe
siècles),
Lisboa,
Centro
de
Estudos
de
na
dicta
cidade
em
poder
dos
officiãees
da
mesma
coroa
História
Religiosa,
2012,
p.
235.
se
acharam
as
demarquações
e
foros
das
taães
heranças.
22
Stéphane
Boissellier,
Op.
cit.,
p.
245
e
247.
E
quanto
ao
que
falta
na
fim
deste
livro
ha
tavoada
velha
23
Stéphane
Boissellier,
Op.
cit.,
p.
249.
nam
continua[va
com]
isso.
Parece
que
do
tempo
que
se
24
Stéphane
Boissellier,
Op.
cit.,
p.
249.
ella
fez,
que
era
ja
tudo
ho
que
falta
perdido.
(Ass.)
25
Este
atual
Livro
I
da
Chancelaria
de
D.
Dinis
levou,
em
Damiam
de
Goes.”
26
tempos
de
Damião
de
Góis,
uma
nova
tabuada
ou
índice,
Stéphane
Boissellier,
Op.
cit.,
p.
250.
27
como
se
lê
no
fólio
[2]
do
manuscrito:
“Ha
este
livro
Chancelaria
de
D.
Dinis.
Livro
II,
Op.
cit.,
Doc.
1,
p.
51.
28
primeiro
del
Rei
Dom
Denis
mandei
fazer
tavoada
nova,
Stéphane
Boissellier,
Op.
cit.,
pp.
250-‐251.
14
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
como
juiz,
com
o
infante
D.
João
e
o
Aos
diplomas,
originais
ou
em
cópia,
do
bispo
de
Saragoça,
na
demanda
que
monarca,
há
que
juntar
os
vários
cadernos
29
o
opunha
ao
rei
de
Castela .
oriundos
da
administração
dos
direitos
de
34
padroado
do
rei
sobre
igrejas
e
mosteiros ,
O
arquivo
régio
medieval
português
passou
por
sobre
a
nomeação
e
controle
dos
cartórios
momentos
de
reorganização
e
de
renovação
das
35 36
notariais
no
Reino ,
de
atas
de
inquirições
e
escrituras
e
dos
seus
livros
(tombos,
cartulários,
sobre
o
deve
e
haver
da
contabilidade
da
registos…).
Conheceu
uma
progressiva
37
câmara
régia .
Cadernos
esses
geralmente
concentração
e
estabilização
da
documentação
originais,
reunidos
no
fundo
intitulado
Gavetas
na
“Torre
do
Tesouro”,
no
castelo
de
Lisboa,
se
da
Torre
do
Tombo,
tendo
servido
às
bem
que,
ainda
no
reinado
de
D.
Dinis,
a
composições
dos
escribas
que
deram
corpo
à
documentação
real
se
dispersasse
por
diversos
Leitura
Nova
quinhentista
(particularmente
aos
lugares
custodiais,
mormente
mosteiros
e
30 Livros
de
Padroados
e
de
Direitos
Reais),
catedrais .
A
tradição
documental
das
constituindo
todos
eles
uma
fonte
preciosa
para
inquirições
reais
aponta
para
recomposições
dos
respetivos
registos
ao
longo
de
todo
o
século
XIII,
nomeadamente
com
D.
Dinis
e,
mais
Cunha
Saraiva,
Subsídios
para
a
História
da
Ordem
de
substanciais,
como
se
sabe,
depois
dele
e
Malta.
II
Livro
dos
Forais,
Escripturas,
Doações,
Privilegios
particularmente
no
contexto
da
conhecida
e
Inquirições,
vols.
1
a
3,
Lisboa,
Arquivo
Histórico
do
31 Ministério
das
Finanças,
1946-‐1948.
Como,
ainda,
no
Leitura
Nova
dos
alvores
de
Quinhentos .
Arquivo
Municipal
de
Lisboa
ou
no
do
Porto.
Vd.
Livro
I
de
Místicos
de
reis.
Livro
II
dos
reis
D.
Dinis,
D.
Afonso
IV,
D.
Se
do
ponto
de
vista
da
transmissão
dos
livros
Pedro
I.
Documentos
para
a
História
da
Cidade
de
Lisboa,
de
registos
predominam
as
cópias
e
Lisboa,
Câmara
Municipal
de
Lisboa,
1947;
Livros
de
Reis
recomposições
codicológicas
dos
manuscritos
I,
Lisboa,
Câmara
Municipal
de
Lisboa,
1957;
Corpus
da
chancelaria
original
do
monarca,
subsistem
Codicum
Latinorum
et
Portugalensium
eorum
qui
in
Archivo
Municipali
Portucalensi
asservantur
desse
reinado
numerosos
diplomas
reunidos
em
antiquissimorum
-‐
Diplomata,
Chartae
et
Inquisitiones,
6
compilações
como
a
do
Livro
de
Leis
e
vols.,
porto,
Câmara
Municipal,
1891
e
seguintes.
32
Posturas ,
como
ainda
nas
Ordenações
34
Robert
Durand,
“Réflexions
sur
la
féodalité
au
Portugal
33 e e
Afonsinas
e
noutros
registos
e
cartórios .
(X -‐XIII
siècles).
À
propos
d’un
livre
récent”,
in
Revista
Portuguesa
de
História,
t.
21,
1984,
pp.
1-‐12;
Stéphane
Boissellier,
Op.
cit.;
Idem,
“Les
rapport
entre
prélèvement
fiscal
et
mécanismes
économiques:
leurs
représentations
29
O
Livro
das
Lezírias
d’El
rei
Dom
Dinis,
pp.
43-‐46.
dans
les
Cortes
au
Portugal
dans
la
première
moitié
du
30 e
Saul
A.
Gomes,
“Relações
entre
Santa
Cruz
de
Coimbra
XIV
siècle”,
La
fiscalità
nell’economia
europea.
Secc.
XIII-‐
e
Santa
Maria
de
Alcobaça
ao
longo
da
Idade
Média.
XVIII.
Atti
XXXIX
Settimana
di
Studi,
(Ed.
Simonetta
Aspectos
globais
e
particulares”,
in
IX
Centenário
do
Cavaciocchi),
Florença,
2008,
pp.
1083-‐1103;
Idem,
“Le
Nascimento
de
S.
Bernardo,
Encontros
de
Alcobaça
e
plus
ancien
registre
de
la
gestion
patronale
royale
Simpósio
de
Lisboa,
Actas,
Braga,
Universidade
Católica
portugaise
(Afonso
III,
1258)
(édition
des
Gavetas
nº
XIX,
Portuguesa
e
Câmara
Municipal
de
Alcobaça,
1991,
pp.
maço
14,
doc.
2
et
maço
15,
doc.
46)",
in
Media
Aetas.
257-‐303;
Idem,
In
limine
conscriptionis...,
pp.
241
e
Cadernos
de
Estudos
Medievais,
II
série,
Vol.
4,
2009-‐
seguintes;
Maria
José
Azevedo
Santos,
"Remarques
sur
2010,
pp.
117-‐131;
Bernardo
de
Sá
Nogueira,
“A
les
conditions
de
conservation
des
actes
et
des
livres
au
organização
do
padroado
régio
durante
o
reinado
de
D.
Portugal
(XIIe-‐XVe
siècles)",
in
Scriptorium,
t.
L,
1996-‐2,
Dinis.
Lista
das
apresentações
(1279-‐1321)”,
in
pp.
397-‐406.
Veja-‐se
também
Fernanda
Ribeiro,
O
acesso
Arqueologia
do
Estado.
1ªs
Jornadas
sobre
formas
de
à
informação
nos
arquivos,
Lisboa,
Fundação
Calouste
organização
e
exercício
dos
poderes
na
Europa
do
Sul.
Gulbenkian
-‐
Fundação
para
a
Ciência
e
a
Tecnologia,
Séculos
XIII-‐XVIII.
Comunicações.
Vol.
1,
Lisboa,
Faculdade
2003.
de
Letras
da
Universidade
de
Lisboa,
1988,
pp.
421-‐445.
31 35
Vd.
Saul
A.
Gomes,
“Inquirições,
confirmações
e
A.
H.
de
Oliveira
Marques,
“A
População
Portuguesa
registos
da
chancelaria
régia
portuguesa:
notas
para
o
nos
Fins
do
Século
XIII”,
in
Ensaios
de
História
medieval
seu
estudo”,
in
Revista
de
História
da
Sociedade
e
da
Portuguesa,
Lisboa,
Ed.
Vega,
2ª
edição,
1980,
pp.
51-‐92.
36
Cultura,
12,
2012,
pp.
147-‐163.
Vd.
Luís
Krus,
“O
rei
herdeiro
dos
condes:
D.
Dinis
e
a
32
Livro
de
Leis
e
Posturas,
ed.
Nuno
Espinosa
Gomes
da
herança
dos
Sousas”,
in
A
Construção
do
Passado
Silva
e
Graça
Almeida
Rodrigues,
Lisboa,
Faculdade
de
Medieval...,
pp.
59-‐92.
37
Direito
da
Universidade
de
Lisboa,
1971.
Anselmo
Braamcamp
Freire,
“Inventarios
e
contas
da
33
Encontramos
documentação
dionisina,
por
exemplo,
no
casa
de
D.
Dinis
(1278-‐1282)”,
in
Archivo
Historico
antigo
cartório
de
Leça
do
Balio.
Vd.
José
Mendes
da
Portugueza,
Vol.
X,
Lisboa,
1916,
pp.
41-‐59.
15
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
o
conhecimento
do
que
foi
a
chancelaria
deste
cortesãos
confirmantes
e
dos
oficiais
de
escrita
da
39
rei
sábio
e
amante
das
Letras.
Uma
fonte
de
chancelaria .
arquivo,
sublinhe-‐se,
em
que
se
espelham
a
Na
carta
de
nomeação
dos
procuradores
para
tradição
e
as
práticas
arquivísticas
dominadas
assinarem
o
matrimónio
do
monarca
com
D.
por
uma
lógica
de
organização
pautada
pela
Isabel,
em
1282,
por
exemplo,
o
redactor
segue
observação
da
ordem
temporal
e
da
arrumação
um
espírito
noticioso
e
imperativo:
“Noverint
geográfica
por
parte
dos
amanuenses
que
universi
quod
nos
Dionysius
Dei
gratia
rex
exerceram
ofícios
no
campo
da
escrita
e
do
Portugalliae
et
Algarbii
ex
certa
scientia
arquivo
régios.
statuimus,
facimus
seu
ordinamus
vos
(…)
Os
diplomas
que
se
conservam
nos
registos,
vassalos
nostros,
omnes
insimul
et
quemlibet
sobretudo
nos
que
são
cópias
posteriores
ao
vestrum
in
solidum
procuratores
nostros
certos
próprio
reinado
de
D.
Dinis,
pautam-‐se
por
et
speciales
ad
tractandum
cum
Illustri
P.
Dei
40
formulários
objetivos
e
com
austeridade
de
gratia
Rege
Aragon.
(…)” .
Excecional
nesta
fórmulas
ou
de
redação
retórica
dos
atos.
Uma
matéria,
porque
ato
eminentemente
solene,
é
a
das
fórmulas
permanentemente
“eliminada”
carta
e
respetiva
arenga
latina
alusiva
à
fundação
41
pelos
copistas,
por
exemplo,
e
como
se
pode
do
Estudo
Geral
de
1
de
março
de
1290 .
observar
da
leitura
do
Livro
II
da
Chancelaria
de
Na
doação
do
herdamento
do
Barro
(Santarém)
a
D.
Dinis,
recentemente
publicado,
como
se
seu
filho
natural,
Fernão
Sanches,
a
21
de
março
referiu,
é
a
saudação,
que
se
encontra
nos
de
1292,
aparece
uma
arenga,
se
bem
que
pouco
documentos
originais
mas
não,
original
na
apologia
a
que
remete
da
escrita
como
significativamente,
nas
cópias
lançadas
nos
livros
42
guardiã
da
memória
dos
homens ,
bem
como
dos
registos
da
chancelaria.
uma
invocação
dúplice:
“En
nome
de
Deus
e
de
Não
que
D.
Dinis
pareça
ter
sido
um
soberano
sa
madre
Sancta
Maria
amen.
Porque
o
acordo
legislante
apreciador
de
uma
textualidade
dos
homens
non
dura
tanto
por
esso
forom
diplomática
subjetiva
ou
priviligiadora
de
um
achadas
as
escripturas
por
durar
pera
todo
discurso
predominantemente
retórico.
Bem
pelo
sempre
nen
possa
escaecer
e
por
serem
as
contrário,
aliás.
Os
seus
diplomas
seguem
cousas
mays
compridamente
feytas
porem
eu
43
fórmulas
esmagadoramente
objetivas,
breves,
dom
Denis
(…)” ,
seguindo-‐se
a
intitulação
de
imperativas
e
repetitivas.
São
muito
raras
tradição
familiar
com
nomeação
da
esposa
e
dos
44
arengas,
se
bem
que
se
encontrem
num
ou
filhos
Afonso
e
Constança .
Intitulações
noutro
ato
mais
solene,
geralmente
envolvendo
38
destinatários
de
elevada
hierarquia
social .
A
39
Chancelaria
de
D.
Dinis,
Livro
II,
Op.
cit.,
Docs.
218,
222,
tendência
é
para
o
abandono
da
invocação
na
394,
464
e
465,
pp.
243-‐256,
415-‐418,
467-‐470.
abertura
dos
diplomas,
posto
que
subsista
nos
40
D.
António
Caetano
de
Sousa,
Provas
da
Historia
que
respeitam
a
ações
de
maior
escopro
político,
Genealogica
da
Casa
Real
Portuguesa,
Tomo
I,
Lisboa,
1739,
pp.
140-‐142.
privilegiando-‐se
initia
com
a
intitulação
régia,
41
Saul
A.
Gomes,
“As
Metáforas
da
“Sapiência”:
Em
torno
raramente
secundarizada
por
endereço
e
por
das
arengas
diplomáticas
medievais
do
Studium
Generale
notificação,
exceções
estas,
todavia,
presentes,
português”,
in
Biblos,
nova
série,
V,
2007,
pp.
89-‐107.
42
por
exemplo,
em
cartas
de
foral,
as
quais
Saul
A.
Gomes,
“Fida
Memoriae
Custos
Est
Scriptura”.
As
“Arengas
de
Memória”
na
Documentação
Régia
terminam
pela
enunciação
longa
de
bispos
e
Portuguesa
nos
Séculos
XII
e
XIII”,
in
Revista
de
História
das
Ideias,
Vol.
22,
2001,
pp.
9-‐49;
Idem,
“Identidade
e
Memória
na
Chancelaria
Real
Portuguesa
na
Idade
Média”,
in
Raízes
Medievais
do
Brasil
Moderno.
Actas.
2
a
38
Saul
A.
Gomes,
“Testemunhos
de
formulários
régios
5
de
Novembro
2007,
coord.
Margarida
Garcez
e
José
medievais
portugueses”,
in
Os
Reinos
Ibéricos
na
Idade
Varandas,
Lisboa,
Academia
Portuguesa
da
História,
2008,
Média.
Livro
de
Homenagem
ao
Professor
Doutor
pp.
67-‐95.
43
Humberto
Carlos
Baquero
Moreno,
(Coordenação
de
Luís
Chancelaria
de
D.
Dinis,
Livro
II,
Op.
cit.,
Doc.
94,
p.
141.
44
Adão
Fonseca,
Luís
Carlos
Amaral
e
Maria
Fernanda
Sobre
a
intitulação
régia
portuguesa,
e
as
tradições
Ferreira
Santos),
Vol.
III,
Porto,
Faculdade
de
Letras
do
desta
mesma
intitulatio
familiar,
vd.
Maria
João
Peste
Porto
e
Livraria
Civilização,
2003,
pp.
1291-‐1299.
Santos
Guerreiro,
Por
graça
de
Deus,
Rei
dos
Portugueses.
16
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
familiares
coletivas,
“ensembra”,
que
o
monarca
No
estudo
da
chancelaria
del-‐rei
D.
Dinis
há
que
avoca
em
atos
importantes
como
naqueles
que
valorizar
de
modo
substantivo
os
diplomas
estipulam
doações
ao
Mosteiro
de
Odivelas,
por
originais.
Trata-‐se
obviamente
de
um
trabalho
ele
fundado,
em
“remimento
de
nossos
pecados
longo
e
difícil
mas
ingente
e
essencial
para
se
45
e
de
nossos
successores” .
compreender
a
real
dimensão
e
o
significado
histórico
preciso
do
que
foi
a
produção
Arenga
semelhante
à
anteriormente
enunciada
documental
deste
reinado.
Um
reinado
em
que
à
aparece
na
carta
de
doação,
lavrada
em
1295,
do
redação
dos
atos
maioritariamente
em
latim
se
reguengo
de
Camarate
à
Infanta
D.
Constança:
substituiu
a
moda
do
uso
da
língua
vernacular,
“In
o
nome
de
Deus
amen.
Porque
as
vidas
e
a
mudança
que
se
verificou
igualmente
noutras
memoria
dos
homens
se
passam
e
os
feytos
chancelarias
de
instituições
eclesiásticas
ou
mesmo
porem
forom
achadas
as
escripturas
que
as
49
laicas
desse
tempo .
cousas
traspassadas
possam
seer
sabudas
e
46
certas
depoys.
Porem
eu
dom
Denis
(…)” .
Para
além
da
recolha
e
estudo
dos
atos
originais,
há
que
valorizar
os
cadernos
de
registos,
também
Ainda
em
1292,
em
cartas
de
acordo
com
os
eles
originais,
que
nos
chegaram
na
íntegra
ou
bispos
de
Lamego,
de
Viseu
e
da
Guarda,
fragmentários,
produzidos
pelos
oficiais
da
apresenta-‐se
uma
justificação
histórica
chancelaria
dionisina.
São
bem
conhecidas
legitimadora
da
concessão
régia
na
qual
algumas
dessas
peças,
como
se
mencionou
já,
sobressaem
elementos
que
recordam
um
discurso
relativas
a
padroados
e
a
inquirições.
igualmente
adequado
a
uma
arenga,
posto
que,
do
ponto
de
vista
diplomático,
se
deva
entender
No
presente
artigo
valorizamos
justamente
duas
verdadeiramente
como
fórmula
de
expositio:
“A
dessas
peças
originais
provenientes
da
chancelaria
quantos
esta
carta
vyrem
faço
saber
que
como
des
régia
dionisina
muito
relevantes
e
cuja
importância
gram
tempo
ha
fosse
contenda
sobre
muytas
diplomática
efetiva
não
tem
sido
devidamente
cousas
antr’os
Reys
de
Portugal
e
a
eygreja
de
[…]
reconhecida.
aacima
todalas
contendas
e
demandas
que
hy
50
Uma
é
um
bínio
em
pergaminho ,
caderno
esse
foram
antr’eles
e
eram
agora
ata
a
dada
desta
47 em
que
foram
lançados
registos
acerca
das
carta
forom
renuçadas
e
cassadas
(…)” .
colheitas
régias
em
Salzedas
[Doc.
1],
em
Santa
No
testamento
do
soberano,
de
1322,
Comba
e
Lourosa
[Doc.
3],
em
Mafra
[Doc.
4],
em
encontramos
idêntica
contenção
e
despojamento
Linhares
[Doc.
8]
e
em
Cabrela,
Alvalade
e
retórico,
semelhante,
aliás,
à
textualidade
que
se
Panóias,
terras
pertencentes
à
Ordem
de
reiterará
também
nos
testamentos
da
rainha
D.
Santiago
[Docs.
7],
bem
como
sobre
as
dízimas
Isabel:
“Em
nome
de
Deos
Amen.
Eu
D.
Diniz
pela
d’el-‐rei
na
alfândega
do
porto
da
Atouguia
[Doc.
graça
de
Deos
Rey
de
Portugal
e
do
Algarve
6].
Coligem-‐se
e
reproduzem-‐se,
neste
caderno,
temendo
Deos
e
dia
da
minha
morte,
e
consirando
cartas
régias
de
D.
Sancho
I
[Docs.
3
e
9],
D.
o
dia
do
Juizo
de
Deos,
a
que
hey
de
vir
em
minha
Sancho
II
[Doc.
2],
D.
Afonso
III
[Doc.
3]
e
do
saude,
e
com
todo
o
meu
entendimento
próprio
D.
Dinis
relativas
à
problemática
fiscal
em
comprido,
faço
meu
testamento
em
esta
guiza.
causa.
Num
dos
fólios
deste
caderno
foi
lançada
48
Primeiramente
(…)” .
uma
lista
relativa
às
anadarias
dos
besteiros
de
17
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
51
Santarém
e
de
Abrantes
[Doc.
5] .
Por
este
em
algarismos
modernos
que
foram
lançadas
caderno
verificamos
que
o
exercício
da
nos
seus
fólios.
Alguns
desses
fólios
foram
administração
e
da
fiscalidade
obrigava
os
oficiais
renumerados,
como
se
poderá
observar
pelo
régios
da
chancelaria
ao
manuseamento
eficaz
do
quadro
que
se
segue.
Os
fólios
relativos
ao
ano
arquivo
real
especialmente
num
arco
cronológico
de
1308,
por
seu
turno,
encontram-‐se
que
remontava
a
D.
Sancho
I,
ao
avô
do
rei,
D.
deslocados
da
sua
primitiva
ordem,
aparecendo
Afonso
II,
e
aos
reinados
de
seu
tio
e
de
seu
pai.
com
a
numeração
moderna
de
fls.
29
a
30,
posto
que
devessem
entrar,
na
verdade,
após
os
A
segunda
peça
que
cumpre
evidenciar
é
mais
registos
relativos
ao
ano
de
1307,
ou
seja,
entre
ampla.
Trata-‐se
do
“Caderno
em
que
estão
54
os
fls.
46v.º
e
47
atuais .
escritas
varias
apresentações
de
ElRey
D.
Diniz
que
principiou
em
Julho
de
1319,
e
acabou
em
Devem
ter
constituído
elementos
integrantes
52
21
de
Mayo
da
era
de
1359” .
Muito
embora
o
deste
tomus
os
cadernos
de
idêntico
teor
que
se
arquivista
que,
em
Setecentos,
lançou
o
encontram
no
mesmo
fundo
da
Torre
do
mencionado
sumário
na
folha
de
rosto,
Tombo,
a
saber,
Gavetas,
XIX,
Maço
3,
Doc.
47
classifique
este
documento
materialmente
(caderno
com
listas
de
apresentações
de
igrejas
como
um
caderno,
a
verdade
é
que
estamos
de
1279
a
1281),
Maço
1,
Doc.
13
(com
registos
perante
um
tombo
ou
volume
em
pergaminho
de
apresentações
para
os
anos
de
1317
a
1321)
53
com
61
fólios .
A
sua
importância,
antes
de
e
Maço
6,
Doc.
31
(com
registos
dos
anos
de
55
mais,
deriva
de
se
tratar
de
uma
peça
original
1317
a
1319) .
que
nos
permite
ter
um
conhecimento
mais
A
necessidade
de
informar
determinadas
amplo
do
que
foi
o
funcionamento
da
apresentações
de
clérigos
nas
igrejas
do
chancelaria
régia
dionisina.
padroado
real
levou
os
amanuenses
da
Trata-‐se
do
tomus
do
registo
das
cartas
de
chancelaria
régia,
por
vezes,
a
lançarem
na
apresentações
de
clérigos,
pelo
monarca,
entre
íntegra
as
cartas
régias
de
apresentação
dos
1281
e
1321,
nas
igrejas
de
que
era
padroeiro
beneficiados,
sempre
dirigidas
aos
prelados
ou
em
todas
as
dioceses
portuguesas
desse
tempo
aos
administradores
dos
bispados
e
institutos
(Braga,
Porto,
Lamego,
Viseu,
Guarda,
Coimbra,
religiosos,
na
ausência
daqueles,
bem
como
a
Lisboa,
Évora,
Silves,
devendo
mencionar-‐se,
recolherem,
igualmente
na
íntegra,
cartas
também,
a
parte
portuguesa
da
diocese
de
Tuy)
destes,
dirigidas
ao
monarca,
confirmando
a
e,
ainda,
nalgumas
igrejas
do
bispado
de
instituição
do
agraciado
na
posse
do
benefício,
Orense.
assinalando
e
narrando
as
condições
da
apresentação
do
clérigo
e
formalizando,
como
Os
lançamentos
dos
registos
das
cartas
de
escrevemos,
a
respetiva
confirmação
no
apresentação
de
clérigos
são
feitos
com
respeito
benefício
para
que
fora
indigitado.
pela
cronologia,
ano
após
ano,
a
partir
de
1281,
estendendo-‐se
até
ao
ano
de
1321.
Faltam,
todavia,
os
fólios
com
os
registos
relativos
aos
anos
de
1297,
1298,
1317,
1318,
1319
e
1320.
O
ano
de
1321,
nesta
fonte,
está
incompleto.
Primitivamente
este
tombo
contava
com
mais
de
60
fólios.
As
mexidas
e
recomposições
a
que
o
manuscrito
foi
sujeito,
sobretudo
em
Quinhentos,
são
observáveis
pelas
numerações
51 54
ANTT,
Gavetas,
IX,
Maço
10,
Doc.
27.
Apêndice
É
possível
que
os
fólios
em
falta
se
encontrem
nalguma
documental,
Nº
II.
das
Gavetas
da
Torre
do
Tombo.
Só
uma
pesquisa
mais
52
ANTT,
Gavetas,
XIX,
Maço
14,
Nº
3.
Veja-‐se
o
apêndice
exaustiva,
a
que
não
pudemos
proceder
até
ao
momento,
documental,
Nº
I.
todavia,
poderá
ser
conclusiva
nesta
matéria.
53 55
60
fólios
numerados
a
que
se
soma
o
fólio
de
rosto
[Fl.
Bernardo
Sá
Nogueira,
“A
organização
do
padroado
A].
régio
dionisino...”,
cit.,
p.
423.
18
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
Registo
de
cartas
de
apresentação
de
clérigos
em
latim
ou
em
língua
vernacular,
seguindo
em
igrejas
do
padroado
real:
1283
a
1321
fórmulas
estáveis
como
as
seguintes:
ANTT,
Gavetas,
XIX,
Maço
14,
Doc.
3
Ano
Nº
de
registos
fólios
[Fl.
1]
1281
6
1
“In
Era
Mª
CCCª
XXª.
1282
24
1-‐2
Presentauit
dominus
Rex
Johanem
1283
19
2-‐2v.º
Petri
clericum
ad
ecclesiam
sancti
1284
38
2v.º-‐4
1285
40
4-‐5
Mathei
de
Guimarancellis
1286
33
5v-‐6v.º
Bracharensis
diocesis
XXIX
die
julii.
1287
29
7-‐7v.º
Presentavit
dominus
rex
Stephanum
1288
34
8-‐9
Laurencii
suum
clericum
ad
ecclesiam
1289
27
9-‐9v.º
sancti
Michaelis
de
Ermamar
1290
31
10-‐10v.º
Lamecensis
diocesis.
Vltima
die
julii.
1291
45
10v-‐13
(...)
1292
42
13-‐16
1293
44
16-‐20v.º
[Fl.
7]
1294
43
20v.º-‐23
In
Dei
nomine
amen.
Era
Mª
CCCª
1295
26
23v.º-‐25
XXVª.
1296
50
25v.º-‐28v.º
(...)
1297
-‐
-‐
Item
dedit
dominus
Rex
Petro
Pelagii
1298
-‐
-‐
suo
procuratori
capellam
que
1299
23
31-‐32
[antigos
fls.
29-‐30]
uocatur
sancte
Marie
de
Mirleu
de
1300
25
32v.º-‐33v.º
[ex
Guardia
cum
suis
pertinentiis
in
tota
30v.º
-‐31v.º]
vita
sua.
XIIIIª
die
marcii.
1301
40
34-‐36
[ex
32-‐34]
(...)
1302
30
36v.º
-‐38
1303
33
38-‐39v.º
[Fl.
17v]
1304
25
39v.º-‐40v.º
Item
presentauit
domnum
1305
24
40v.º-‐41v.º
Gomecium
Fernandi
decanum
1306
46
41v.º-‐43v.º
Bracharensis
ad
ecclesiam
de
Crasto
1307
58
44-‐46v.º
Roupal
diocesis
Bracharensis.
XXIIIIª
1308
32
29-‐30v.º
[ex
33-‐ die
junii.
Et
predictus
decanus
debet
34v.º]
duscere
confirmationem
ad
1309
21
47-‐47v.º
1310
41
48-‐49v.º
cancellariam
quando
eam
abuerit
1311
37
49v.º-‐51
confirmata.”
1312
23
51-‐52
Muito
embora
apareçam
cartas
1313
53
52v.º-‐54v.º
régias
ou
dos
seus
oficiais,
1314
51
54v.º-‐56v.º
integralmente
lançadas,
em
língua
1315
27
57-‐58
[e
fl.
Av.º]
56
vulgar,
a
partir
de
1291
(fl.
12v) ,
o
1316
31
58v.º-‐59v.º
[e
fl.
Av.º]
1317
-‐
-‐
56
“Sabham
quantos
esto
virem,
que
eu
Francisque
Anes
1318
1
[Fl.
Av.º]
scrivam
del
rey
<Dom
Denis>
vi
hũa
carta
do
muy
onrrado
1319
-‐
-‐
Dom
Johanne
pela
graça
de
Deus
arcebispo
de
Bragaa
1320
-‐
-‐
seelada
de
seu
seelo
pendente,
da
qual
o
teõr
tal
e:
1321
19
60-‐60v.º
J(ohannem)
permissione
divina
Bracharensis
Total
1142
-‐
archiepiscopus.
Omnibus
parrochianis
ecclesie
sancte
Christine
de
Ceruis,
salutem
et
benedicitonem.
Sapiatis
quod
nos
ad
presentationem
domini
regis
confirmamus
Contabilizamos
um
total
de
1142
registos
na
sua
ipsam
ecclesiam
sancte
Christine
Laurentio
Petri
maioria
lançados
em
ementa
ou
em
sumário,
presbitero.
Vnde
mandamus
uobis
quod
recipiatis
eum
in
prelatum
et
pastorem
uestrum
et
faciatis
ei
reuerentiam
et
honorem
sicut
prelato
uestro,
et
deditis
ei
omnes
19
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
20
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
Os
1142
registos
assinalados
para
os
anos
de
em
latim
ou
em
português,
num
formulário
em
entre
1281
e
1321,
na
fonte
que
privilegiamos
que
se
valorizam
as
cláusulas
do
addressio
e
da
neste
estudo,
atestam
a
relevância
que
a
salutatio,
como
nos
exemplos,
“Reuerendo
in
produção
destes
diplomas
conhecia
na
Christo
patri
domno
Tellio
eadem
gratia
chancelaria
régia
dionisina
e
explicam,
em
parte,
archiepiscopo
Bracarensis
uel
vicariis
seu
vicario
terem
merecido
tratamento
burocrático
ejusdem
et
sincere
dilectionis
affectum”,
em
particular,
posto
que
a
singularidade
desta
carta
de
8
de
outubro
de
1286
(fl.
6).
Formulário
esfera
de
produção
documental
se
deva
integrar
esse
retomado
em
carta
dirigida
ao
bispo
de
no
universo
das
dinâmicas
organizacionais
da
Évora,
com
data
de
11
de
agosto
de
1316
(fl.
chancelaria
real
desse
tempo.
Pela
emissão
59v.º)
ou
“Discretis
viris
vicariis
Bracharensis
destas
cartas
de
apresentação,
D.
Dinis
salutem
et
gratiam”,
em
ato
de
28
de
novembro
60
assegurava
direitos
e
privilégios
a
uma
vasta
de
1293
(fl.
20) .
rede
clientelar
de
clérigos,
com
ou
sem
ordens
Este
tipo
de
addressio
solene
manter-‐se-‐á
nas
maiores,
por
vezes
pessoas
de
elevada
posição
cartas
redigidas
em
português
com
maior
ou
no
seio
da
hierarquia
eclesiástica,
dos
quais
menor
recorte
retórico:
“A
vos
vigayros
de
obtinha
lealdade
e
serviço.
Bragáá
saude
e
graça”
(21
de
maio
de
1330)
(fl.
A
integração
deste
setor
documental,
18v.º),
“Ao
onrrado
em
Christo
don
.
.
per
essa
especificamente
dedicado
à
produção,
emissão
méésma
graça
Bispo
de
Evora,
saude
come
e
arquivamento
de
cartas
de
apresentação
de
aaquel
que
mais
amo
e
en
que
muyto
fio”
(12
clérigos
em
igrejas
e
benefícios
do
padroado
de
novembro
de
1295)
(fl.
25),
“Ao
honrrado
em
real,
no
universo
complexo
da
chancelaria
real,
Christo
Dom
Martinho
per
essa
méésma
graça
fica
bem
afirmada
pela
abertura
do
fólio
1,
na
arcebispo
de
Bragáá,
saude
e
amor,
come
qual
se
menciona
a
restituição
dos
selos
do
amygo
que
muyto
amo
e
de
que
muyto
fio”
(20
senhor
rei,
pelo
próprio
soberano
a
Domingos
de
janeiro
de
1296)
(fl.
25v.º)
ou,
ainda,
“Ao
Eanes,
seu
chanceler:
honrrado
en
Christo
Dom
Oanne
per
essa
meesma
graça
bispo
de
Tuy
ou
aos
seus
vigayros
“Era
MªCCCª
XIX.
Sabato.
XIXª
die
julii.
Restituta
saude
e
graça”
(31
de
agosto
de
1310)
(fl.
52v.º).
fuerunt
sigilla
domini
regis
Dionisii,
Dominico
Iohanis,
suo
cancellario,
per
eundem
regem.”
Importa-‐nos
realçar,
neste
breve
estudo,
as
cláusulas
de
endereço
e
de
saudação
dos
atos
O
ato
de
restituição
dos
selos
reais,
por
D.
Dinis,
diplomáticos
dionisinos.
Estas
cláusulas
de
ao
chanceler,
recordado
na
abertura
deste
redação
diplomática
revelam-‐se
antigo
códice,
acautelará,
cremos,
a
particularmente
ricas
nas
cartas
de
legitimidade
da
prática
de
selagem
dos
diplomas
apresentação
de
clérigos
em
benefícios
do
reais,
mormente
das
cartas
de
apresentação
de
padroado
real.
O
discurso
régio
consagrado
nos
clérigos,
consagradas
neste
volume,
diplomas
originais
revela-‐se
sempre
mais
independentemente
de
poder
encerrar,
complexo
e
rico,
ideológico
mesmo,
do
que
enquanto
informação,
algum
dado
ou
quando
se
metamorfoseia,
e
empobrece,
em
acontecimento
político
menos
exposto
que
61
registos
e
cópias
subsequentes .
Cláusulas
que
tenha
justificado,
em
momento
anterior,
a
cassação
dos
selos
e
a
sua
posterior
entrega
à
guarda
do
chanceler.
Detentor
da
guarda
dos
60
selos,
o
chanceler
Domingos
Eanes,
a
partir
Publicamos
estes
documentos
no
apêndice
documental,
Nº
I.
desse
sábado,
dia
19
de
julho
de
1281,
podia
61
Os
atos
diplomáticos
emanados
da
chancelaria
régia
mandar
selar
os
diplomas
reais
que
urgia
validar
dionisina
são
obviamente
portadores
de
noções
e
promulgar
para
a
corrente
administração
do
ideológicas
e
jurídicas
complexas.
A
aparente
reino.
simplicidade
dos
cânones
da
composição
diplomática
redatorial
desses
atos
é,
também
ela,
significativa
do
A
par
dos
registos
sumários
aparecem,
algumas
ponto
de
vista
do
significado
histórico
do
exercício
vezes,
lançamentos
integrais
das
cartas
régias,
administrativo
do
poder
por
D.
Dinis.
Vd.
Armando
Luís
de
Carvalho
Homem,
“Dionisius
et
Alfonsus
Dei
gratia
21
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
62
contrastam,
como
pudemos
referir,
com
a
Apêndice
documental
contida
objetividade
que
predomina
nos
formulários
dos
atos
coligidos,
em
cópia,
nos
Nº
I
livros
de
registo
da
chancelaria
de
D.
Dinis
nos
[1286-‐1316]
quais
é
notória
a
ausência
da
saudação
e
os
endereços
são,
por
norma,
universais,
Exemplos
de
cartas
régias
de
apresentação
de
determinantes
e
imperativos
(v.
g.,
“Sabham
clérigos,
pelo
rei
D.
Dinis,
em
igrejas
do
seu
quantos...”,
“Sabam
todos...”,
“Noverint
padroado.
universi...”).
Investigações
futuras
mais
pormenorizadas
poderão
evidenciar
se
essas
limitações
diplomáticas,
nos
livros
de
registos,
Doc.
1
resultam
de
abreviação
sistemática
dos
copistas
1286,
Coimbra,
Outubro,
8
da
Torre
do
Tombo,
se
traduzem
antes
um
traslado
fiel,
posto
que
nunca
total,
da
D.
Dinis
apresenta
Lourenço
Domingues,
seu
documentação
régia
produzida
no
longo
e
clérigo,
na
igreja
de
Santa
Maria
de
Vale
profícuo
reinado
dionisino.
Benfeito,
na
diocese
de
Braga.
Lisboa,
ANTT,
Gavetas,
XIX,
Maço
14,
Doc.
3,
fl.
6
Domnus
Dionisius
Dei
gratia
rex
Portugaliae
et
Algarbii.
Reuerendo
in
Christo
patri
domno
Tellio
eadem
gratia
archiepiscopo
Bracarensis
uel
vicariis
seu
vicario
ejusdem
et
sincere
dilectionis
affectum.
Ad
ecclesiam
meam
sante
Marie
de
Val
Benfeyto
uestre
diocesis
vobis
Laurentium
Dominici
clericum
prescrito,
vos
rogassem
que
ipsum
in
dicta
ecclesia
62
Seguimos,
grosso
modo,
os
critérios
de
publicação
de
fontes
propostos
por
Avelino
de
Jesus
da
Costa,
Normas
Gerais
de
Transcrição
e
de
Publicação
de
Documentos
Medievais
e
Modernos,
3.ª
ed.,
Coimbra,
Instituto
de
Paleografia
e
Diplomática
da
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Coimbra,
1993.
Temos,
por
isso,
em
atenção
que
há
soluções
diferentes
consoante
se
trate
de
textos
latinos
ou
em
língua
vernacular.
Respeita-‐se
o
texto
documental
sem
adulteração
do
mesmo,
mas
com
aplicação
de
princípios
que
permitam
a
sua
inteligibilidade,
desdobrando
abreviaturas,
atualizando
maiúsculas
e
minúsculas,
o
emprego
de
alguma
pontuação
e
a
abertura
de
alíneas.
As
grafias
de
i
e
j,
em
documentos
latinos,
são
sempre
vocálicas
e
nunca
fricativas,
razão
por
que
as
mantemos
na
transcrição
desses
textos,
normalizando-‐se,
todavia,
o
seu
emprego
nos
textos
em
vernáculo;
o
mesmo
para
as
grafias
u
e
v.
Não
alterámos
a
forma
dos
numerais
com
exceção
do
X'
aspado,
transliterado
da
seguinte
forma:
X(XXXX).
No
caso
das
vogais
duplas,
frequentemente
escritas
nos
documentos
com
sinais
diacríticos
de
geminação,
mantemos
essas
grafias,
algumas
delas,
como
em
éésse
reges
et
communis
utilitatis
gratia
legiferi”,
in
Revista
da
ou
em
méesmo,
com
valor
fonético
medievo
próprio
de
Faculdade
de
Letras,
II
série,
Vol.
XI,
1994,
pp.
11-‐110.
crase
e
não
de
nasal.
22
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
23
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
24
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
25
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
26
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
27
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
28
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
29
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
30
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
31
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
como
dicto
he
mando
e
outorgo
que
o
dicto
Petrus
Alfonsi
conf.
Domnus
Johannes
Fernandi
Concelho
nom
seia
teudo
dar
a
mim
nem
a
prior
Colimbrie
conf.
Petrus
Menendi
dapifer
C
meus
sucessores
mays
que
as
dictas
ij
Lij
regis
conf.
Egeas
Pelagii
testis.
Domnus
Osoreus
libras
meia
nem
meos
outros.
E
o
sobredicto
testis.
Martinus
Bracarensis
archiepiscopus
conf.
procurador
ouve
por
firme
e
por
estavil
Martinus
Portugalensis
episcopus
conf.
todalas
cousas
sobredictas.
En
testemoynho
Johannes
Visensis
episcopus
conf.
Suarius
desta
cousa
dey
ao
dicto
Concelho
esta
carta.
Vlixbonensis
episcopus
conf.
Pelagius
Elborensis
episcopus
conf.
Suarius
Suarii
testis.
Julianus
Dante
en
Trancoso
vinte
dias
de
Mayo.
El
Rey
77
notarius
domini
regis
scripsit.
o
mandou
pelos
contadores.
Joham
Dominguez
a
fez.
Era
de
mil
e
trezentos
e
75
quarenta
e
sex
anos.
//
[Fl.
4]
[Fl.
4v.º]
[Doc.
9]
76
§
Doaçam
de
Tavarede
a
Igreja
de
Coinbra.
In
Dei
nomine.
Hec
est
carta
donationis
et
perpetue
firmitudinis
quam
facio
ego
Sancius
Dei
gratia
Portugalensium
rex
una
cum
uxore
mea
regina
Domna
Dulcia
et
filiis
et
filiabus
meis
Ecclesie
Sancte
Marie
Colimbriensis
de
villa
illa
que
uocatur
Tauaredi
que
sita
est
in
ripa
maris.
Damus
igitur
Ecclesie
memorate
villam
illam
scilicet
quicquid
nos
in
ipsa
habemus
tali
conditione
ut
canonici
Sancte
Marie
habeant
eam
iure
hereditario
in
perpetuum
pro
anniuersario
meo.
Et
mandamus
similiter
ut
nunc
maiordomus
noster
uel
alicuius
vassalli
nostri
habeat
potestate
intrandi
in
eam
uel
aliquid
ibi
faciendi
quod
sit
contra
uoluntatem
canonicorum
sed
canonici
eam
habeant
libere
absque
aliqua
regia
uel
episcopale
exactione.
Et
hoc
facimus
amore
beate
et
gloriose
semper
uirginis
Marie
et
spe
future
remuneratione.
Quicumque
factum
nostrum
ecclesie
Sancte
Marie
integrum
obseruauerit
et
inuiolatum
sit
benedictus
a
Deo
amen.
Qui
uero
illud
infringer
uoluerit
sit
maledictus
et
quicquid
fecerit
totum
o
in
irritum
deducatur.
Facta
carta
testamenti
VI
a a a 77
idus
Nouembris.
In
Era
Mª
CC
xx
Ix .
Nos
Outras
lições,
sendo
que
ao
ato
que
editamos
foi
atribuída
a
classificação
de
D):
B)
ANTT,
Livro
Preto
da
Sé
supranominati
reges
qui
hanc
cartam
fieri
de
Coimbra,
fl.
33,
Doc.
67;
C)
Biblioteca
Nacional
de
mandauimus
coram
testibus
subscriptis
eam
Portugal,
Iluminados,
Nº
98,
fl.
64;
E)
ANTT,
Cabido
da
Sé
roboramus.
Qui
affuerunt
Comes
Domnus
de
Coimbra,
Documentos
Régios,
Maço
1,
Doc.
24
Menendus
maiordomus
curie
conf.
Domnus
(traslado
de
17
de
Julho
de
1360);
refª
e
pub.:
Rui
Pinto
de
Azevedo,
Avelino
de
Jesus
da
Costa
e
Marcelino
Rodrigues
Pereira,
Documentos
de
D.
Sancho
I
(1174-‐
75
Fólio
em
branco.
1211),
Vol.
I,
Coimbra,
Universidade
de
Coimbra,
1979,
76
Mão
quinhentista,
da
Leitura
Nova.
Doc.
55,
pp.
87-‐88.
32
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
33
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
34
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
35
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
récent”,
in
Revista
Portuguesa
de
História,
t.
GOMES,
Saul
A.,
“Testemunhos
de
formulários
21,
1984,
pp.
1-‐12
régios
medievais
portugueses”,
in
Os
Reinos
Ibéricos
na
Idade
Média.
Livro
de
Homenagem
FIGUEIREDO,
José
Anastácio
de
Figueiredo,
ao
Professor
Doutor
Humberto
Carlos
Baquero
Synopsis
Chronologica
de
Subsidios,
ainda
os
Moreno,
(Coordenação
de
Luís
Adão
Fonseca,
mais
raros,
para
a
Historia
e
Estudo
Critico
da
Luís
Carlos
Amaral
e
Maria
Fernanda
Ferreira
Legislação
Portugueza.
Vol.
1.
Desde
1143
até
Santos),
Vol.
III,
Porto,
Faculdade
de
Letras
do
1549,
Lisboa,
Academia
Real
das
Ciências,
1790
Porto
e
Livraria
Civilização,
2003,
pp.
1291-‐
FREITAS,
Judite
de,
"Teemos
por
bem
e
1299
mandamos".
A
Burocracia
Régia
e
os
seus
GOMES,
Saul
A.,
“Ideologia
e
Representação
oficiais
em
meados
de
Quatrocentos
(1439-‐
nas
Práticas
das
Chancelarias
Concelhias
1460),
2
vols.,
Cascais,
Patrimonia,
2001
Medievais
Portuguesas”,
in
O
poder
local
em
FRESCO,
João
Paulo
Oliveira,
O
tabelião
tempo
de
globalização.
Uma
história
e
um
lisboeta
Afonso
Guterres:
reconstituição
e
futuro.
Comunicações,
coord.
Fernando
Taveira
análise
diplomatística
da
sua
actividade
de
da
Fonseca,
Viseu,
Centro
de
História
da
escrituração
(1400-‐1441),
Lisboa,
Faculdade
de
Sociedade
e
da
Cultura
e
Palimage
Editores,
Letras
da
Universidade
de
Lisboa,
2006
2005,
pp.
435-‐496
GARCIA,
Maria
Leonor
Dias
Antunes
Barata,
O
GOMES,
Saul
A.,
“Percepções
em
torno
da
tabelionado
escalabitano
na
transição
do
história
do
tabelionado
medieval
português”,
século
XIV
para
o
século
XV:
estudo
in
Revista
de
História
da
Sociedade
e
da
diplomatístico,
Lisboa,
Faculdade
de
Letras
da
Cultura,
5,
2005,
pp.
81-‐100
Universidade
de
Lisboa,
2011
GOMES,
Saul
A.,
“Chancelarias
medievais
GOMES,
Saul
A.,
Documentos
Medievais
de
portuguesas:
observações
acerca
da
sua
Santa
Cruz
de
Coimbra.
I
–
Arquivo
Nacional
da
produção
documental
latina
e
vernacular”,
in
Torre
do
Tombo,
separata
de
Estudos
Actas
do
IV
Congresso
Internacional
de
Latim
Medievais,
Porto,
Centro
de
Estudos
Medieval
Hispânico
(Lisboa,
12-‐15
de
Outubro
Humanísticos
–
Secretaria
de
Estado
da
Cultura
de
2005),
Lisboa,
Centro
de
Estudos
Clássicos
–
Delegação
Regional
do
Norte,
1988,
pp.
73-‐ da
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
130
Lisboa,
2006,
pp.
545-‐552
GOMES,
Saul
A.,
“Relações
entre
Santa
Cruz
de
GOMES,
Saul
A.,
“As
Metáforas
da
“Sapiência”:
Coimbra
e
Santa
Maria
de
Alcobaça
ao
longo
Em
torno
das
arengas
diplomáticas
medievais
da
Idade
Média.
Aspectos
globais
e
do
Studium
Generale
português”,
in
Biblos,
particulares”,
in
IX
Centenário
do
Nascimento
nova
série,
V,
2007,
pp.
89-‐107
de
S.
Bernardo,
Encontros
de
Alcobaça
e
GOMES,
Saul
A.,
In
limine
conscriptionis.
Simpósio
de
Lisboa,
Actas,
Braga,
Universidade
Documentos,
chancelaria
e
cultura
no
Mosteiro
Católica
Portuguesa
e
Câmara
Municipal
de
de
Santa
Cruz
de
Coimbra.
Século
XII
a
XIV,
Alcobaça,
1991,
pp.
257-‐303
Viseu,
Palimage
e
CHSC,
2007
GOMES,
Saul
A.,
“O
notariado
medieval
GOMES,
Saul
A.,
“Identidade
e
Memória
na
português.
Algumas
notas
de
investigação”,
in
Chancelaria
Real
Portuguesa
na
Idade
Média”,
Humanitas,
LII,
2000,
pp.
467-‐476
in
Raízes
Medievais
do
Brasil
Moderno.
Actas.
2
GOMES,
Saul
A.,
“Fida
Memoriae
Custos
Est
a
5
de
Novembro
2007,
coord.
Margarida
Scriptura”.
As
“Arengas
de
Memória”
na
Garcez
e
José
Varandas,
Lisboa,
Academia
Documentação
Régia
Portuguesa
nos
Séculos
Portuguesa
da
História,
2008,
pp.
67-‐95
XII
e
XIII”,
in
Revista
de
História
das
Ideias,
Vol.
GOMES,
Saul
A.,
“Inquirições,
confirmações
e
22,
2001,
pp.
9-‐49
registos
da
chancelaria
régia
portuguesa:
notas
36
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
para
o
seu
estudo”,
in
Revista
de
História
da
MORUJÃO,
Maria
do
Rosário
Barbosa,
A
Sé
de
Sociedade
e
da
Cultura,
12,
2012,
pp.
147-‐163
Coimbra:
a
Instituição
e
a
Chancelaria
(1080-‐
1318),
Lisboa,
Fundação
Calouste
Gulbenkian
e
GUERRA,
António
Joaquim
Ribeiro,
Os
Fundação
para
a
Ciência
e
a
Tecnologia,
2011
Diplomas
Privados
em
Portugal
dos
Séculos
IX
a
XII.
Gestos
e
atitudes
de
rotina
dos
seus
autores
NEVES,
João
António
Mendes,
A
“Formosa”
materiais,
Lisboa,
Centro
de
História
da
Chancelaria
—
Estudo
dos
originais
da
Universidade
de
Lisboa,
2003
Chancelaria
de
D.
Fernando
(1367-‐1383),
Dissertação
de
mestrado
apresentada
à
GUERREIRO,
Maria
João
Peste
Santos,
Por
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
graça
de
Deus,
Rei
dos
Portugueses.
As
Coimbra,
2003
intitulações
régias
de
D.
Afonso
Henriques
e
D.
Sancho
I,
Lisboa,
Universidade
Aberta,
2010
NOGUEIRA,
Bernardo
de
Sá,
“A
organização
do
padroado
régio
durante
o
reinado
de
D.
Dinis
-‐
HOMEM,
Armando
Luís
de
Carvalho,
O
Lista
das
apresentações
(1279-‐1321)”,
in
Desembargo
Régio
(1320-‐1433),
Porto,
Arqueologia
do
Estado.
Comunicações,
Vol.
1,
Instituto
Nacional
de
Investigação
Científica,
Lisboa,
História
&
Crítica,
1988,
pp.
421-‐445
1990
NOGUEIRA,
Bernardo
de
Sá,
Lourenço
Eanes,
HOMEM,
Armando
Luís
de
Carvalho,
“Dionisius
tabelião
de
Lisboa
(1301-‐1332).
Reconstituição
et
Alfonsus
Dei
gratia
reges
et
communis
e
análise
do
seu
cartório,
Lisboa,
Faculdade
de
utilitatis
gratia
legiferi”,
in
Revista
da
Letras
da
Universidade
de
Lisboa,
1988
Faculdade
de
Letras,
II
série,
Vol.
XI,
1994,
pp.
11-‐110
NOGUEIRA,
Bernardo
de
Sá,
“Tabelionado
e
elites
urbanas
no
Portugal
ducentista
(1212-‐
HOMEM,
Armando
Luís
de
Carvalho,
“Para
1279)”,
in
Elites
e
Redes
Clientelares
na
Idade
uma
abordagem
da
burocracia
régia:
Portugal,
Média:
problemas
Metodológicos,
Évora,
2000,
Séculos
XIII-‐XV”,
in
Revista
Portuguesa
de
pp.
211-‐220
História,
t.
XXXI,
Vol.
1,
1996,
pp.
225-‐242
NOGUEIRA,
Bernardo
de
Sá,
“Exercício
do
HOMEM,
Armando
Luís
de
Carvalho,
DUARTE,
ofício
tabeliónico
por
clérigos
no
Portugal
Luís
Miguel
e
MOTA,
Eugénia
Pereira
da,
ducentista
–
problemas
de
acumulação
e
“Percursos
na
burocracia
régia
(Séculos
XIII-‐
incompatibilidades”,
in
Lusitania
Sacra,
nova
XV)”,
in
Actas
do
Colóquio
A
Memória
da
série,
t.
13-‐14,
2001-‐2002,
pp.
467-‐476
Nação
(Lisboa,
Outubro
de
1987),
Lisboa,
1991,
pp.
403-‐423
NOGUEIRA,
Bernardo
de
Sá,
“Apontamentos
sobre
os
livros
de
registo
da
chancelaria
de
D.
KRUS,
Luís,
"O
rei
herdeiro
dos
condes:
D.
Dinis
Dinis
(1279-‐1325)”,
in
Clio.
Revista
do
Centro
e
a
herança
dos
Sousas",
in
A
Construção
do
de
História
da
Universidade
de
Lisboa,
16/17,
Passado
Medieval.
Textos
inéditos
e
2008,
pp.
181-‐188
publicados,
Lisboa,
Instituto
de
Estudos
Medievais
da
Universidade
Nova
de
Lisboa,
NOGUEIRA,
Bernardo
de
Sá,
Tabelionado
e
2011,
pp.
59-‐92
instrumento
público
em
Portugal.
Génese
e
implantação
(1212-‐1279),
Lisboa,
INCM,
2008
MARQUES,
A.
H.
de
Oliveira,
“A
População
Portuguesa
nos
Fins
do
Século
XIII”,
in
Ensaios
PEREIRA,
Isaías
da
Rosa,
Maria
Helena
da
Cruz
de
História
medieval
Portuguesa,
Lisboa,
Ed.
Coelho
e
Armando
Luís
de
Carvalho
Homem,
Vega,
2ª
edição,
1980,
pp.
51-‐92
Diplomatique
royale
portugaise:
Alphonse
IV
(1325-‐1357),
separata
de
Diplomatique
Royale
MARQUES,
A.
H.
de
Oliveira,
Guia
do
Estudante
e e
du
Moyen-‐Âge,
XIII -‐XIV
siècles,
Actes
du
de
História
Medieval
Portuguesa,
3ª
ed.,
Colloque,
Porto,
1996
Lisboa,
Editorial
Estampa,
1988
37
FRAGMENTA
HISTORICA
A
Chancelaria
Régia
de
D.
Dinis
RÊPAS,
Luís
Miguel,
Quando
a
nobreza
trajava
SANTOS,
Maria
José
Azevedo,
“A
Chancelaria
de
branco:
a
comunidade
cisterciense
de
de
D.
Afonso
II
(1211-‐1223).
Teorias
e
Arouca
durante
o
abadessado
de
D.
Luca
Práticas”,
in
Ler
e
Compreender
a
Escrita
na
Rodrigues
(1286-‐1299),
Leiria,
Edições
Magno,
Idade
Média,
Lisboa,
Edições
Colibri
e
2003
Faculdade
de
Letras
de
Coimbra,
2000,
pp.
11-‐
58
RIBEIRO,
Fernanda,
O
acesso
à
informação
nos
arquivos,
Lisboa,
Fundação
Calouste
SANTOS,
Maria
José
Azevedo,
“As
chancelarias
Gulbenkian
-‐
Fundação
para
a
Ciência
e
a
das
Rainhas
de
Portugal
na
Idade
Média
Tecnologia,
2003
(Breves
notas
de
investigação)”,
in
Os
Reinos
Ibéricos
na
Idade
Média.
Livro
de
Homenagem
ROLDÃO,
Ana
Filipa
Firmino
Sequeira
Pinto,
ao
Professor
Doutor
Humberto
Carlos
Baquero
Escrita
e
Poderes
Urbanos
nos
Concelhos
de
Moreno,
coord.
Luís
Adão
da
Fonseca,
Luís
Coimbra,
Santarém
e
Lisboa
(1179-‐1325),
Carlos
Amaral
e
Maria
Fernanda
Ferreira
Dissertação
de
Mestrado
em
Paleografia
e
Santos),
Vol.
III,
Porto,
Faculdade
de
Letras
da
Diplomática
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
Universidade
do
Porto
e
Livraria
Civilização,
da
Universidade
de
Lisboa,
2006
2003,
pp.
1105-‐1109
ROLDÃO,
Ana
Filipa
Firmino
Sequeira
Pinto,
A
SARAIVA,
Anísio
Miguel
de
Sousa,
A
Sé
de
memória
da
cidade.
Administração
urbana
e
Lamego
na
primeira
metade
do
século
XIV
práticas
de
escrita
em
Évora
(1415-‐1536),
(1296-‐1349),
Leiria,
Edições
Magno,
2003
Dissertação
de
Doutoramento
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Lisboa,
SILVA,
Maria
João
Oliveira
e,
Scriptores
et
2011
notatores:
a
produção
documental
da
Sé
do
Porto
(1113-‐1247),
Porto,
Fio
da
Palavra,
2008
SANTOS,
Maria
José
Azevedo,
Alguns
aspectos
do
tabelionado
de
Coimbra
(Séculos
XIV-‐XV),
SILVA,
Maria
João
Oliveira
e
A
Escrita
na
separata
de
Arquivo
Coimbrão,
Vols.
XXXIII-‐ Catedral:
a
chancelaria
episcopal
do
Porto
na
XXXIV,
1990-‐1992
Idade
Média
(Estudo
Diplomático
e
Paleográfico),
Dissertação
de
Doutoramento
SANTOS,
Maria
José
Azevedo,
Da
visigótica
à
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
carolina.
A
escrita
em
Portugal
de
882
a
1172.
Universidade
do
Porto,
2010
(Aspectos
técnicos
e
culturais),
Lisboa,
Fundação
Calouste
Gulbenkian
–
JNIC,
1994
SOALHEIRO,
João,
“Censual
da
Diocese
de
Coimbra
–
século
XIV
(ANTT:
MCO,
Ordem
de
SANTOS,
Maria
José
Azevedo
Santos,
“A
Cristo/Convento
de
Tomar,
liv.
264)”,
in
Revista
Evolução
da
Língua
e
da
Escrita”,
in
Portugal
de
História
da
Sociedade
e
da
Cultura,
6,
2006,
em
Definição
de
Fronteiras.
Do
Condado
pp.
51-‐90
Portucalense
à
Crise
do
Século
XIV,
coord.
Maria
Helena
da
Cruz
Coelho
e
Armando
Luís
SOTTOMAYOR-‐PIZARRO,
José
Augusto
de,
D.
de
Carvalho
Homem,
Vol.
III
de
Nova
História
Dinis,
Rio
de
Mouro,
Círculo
de
Leitores,
2005
de
Portugal,
dir.
Joel
Serrão
e
A.
H.
de
Oliveira
Marques,
Lisboa,
Editorial
Presença,
1996,
pp.
604-‐634
SANTOS,
Maria
José
Azevedo,
"Remarques
sur
les
conditions
de
conservation
des
actes
et
des
livres
au
Portugal
(XIIe-‐XVe
siècles)",
in
Scriptorium,
t.
L,
1996,
pp.
397-‐406
38
Saul
António
Gomes
FRAGMENTA
HISTORICA
O
PADROADO
RÉGIO
NA
DIOCESE
DE
LISBOA
DURANTE
A
IDADE
MÉDIA:
UMA
INSTITUIÇÃO
IN
DIMINUENDO
Mário
Farelo
IEM/Faculdade
de
Ciências
Sociais
e
Humanas
–
Universidade
Nova
de
Lisboa
;
CEHR/Universidade
Católica
Portuguesa
Resumo
Abstract
Este
trabalho
pretende
caracterizar
a
The
present
paper
aims
at
characterizing
crescente
alienação
do
padrado
régio
na
the
growing
alienation
of
the
royal
diocese
de
Lisboa
no
período
medieval.
patronage
in
the
diocese
of
Lisbon
Um
tal
estudo
é
acompanhado
de
uma
during
the
medieval
period.
This
is
reflexão
sobre
a
definição
de
uma
tal
accompanied
by
a
reflection
on
the
instituição,
da
tipologia
da
definition
of
such
an
institution,
the
documentação
existente
para
o
seu
typology
of
existing
documentation
for
estudo,
assim
como
de
um
conjunto
de
its
study,
as
well
as
a
set
of
attachments
anexos
que
pretendem
recensear
a
intended
to
summarize
the
information
informação
disponível
sobre
o
assunto.
available
on
the
subject.
Palavras-‐chave
Keywords
Diocese
de
Lisboa;
padroado
régio;
Diocese
of
Lisbon;
royal
patronage;
royal
chancelaria
régia;
colegiadas.
chancery;
collegiate.
Artigo recebido em: 04.05.2012 | Artigo aceite para publicação em: 22.04.2013
©
Fragmenta
Historica
1
(2013),
39-‐107.
Reservados
todos
os
direitos.
ISSN
1647-‐6344
39
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
Existe
um
certo
consenso
na
medievística
direito
de
extrema
importância,
uma
vez
que
portuguesa
sobre
a
definição
e
a
permite
uma
«intervenção»
do
padroeiro
na
interpretação
a
dar
ao
conceito
do
padroado
instituição
eclesiástica
pela
via
da
nomeação
usufruído
pelos
monarcas
lusitanos
em
de
indivíduos
ligados
às
suas
clientelas
e
de
diversos
institutos
eclesiásticos
do
seu
um
controlo
sobre
a
sociologia
do
seu
território.
Com
efeito,
desde
os
meados
do
recrutamento.
Talvez
por
esta
razão,
foi
o
século
passado
desenvolveu-‐se
uma
único
dos
direitos
de
padroádigo
submetido
à
importante
corrente
de
estudos
com
o
obrigatoriedade
de
confirmação
episcopal.
propósito
de
analisar
a
referida
instituição.
Por
outro
lado,
os
referidos
investigadores
Historiadores
mais
ligados
ao
esclarecimento
definem
igualmente
o
direito
de
padroado
em
do
fenómeno
eclesiástico
como
Miguel
de
78 79 função
do
exercício
de
prerrogativas
de
Oliveira
e
Fortunato
de
Almeida ,
ou
mais
80 natureza
económica,
consubstanciado
na
distantes,
à
semelhança
de
Gama
Barros ,
possibilidade
do
padroeiro
cobrar
da
procuraram
estabelecer
um
quadro
de
análise
instituição
tutelada
um
conjunto
de
direitos
do
direito
de
padroado
em
termos
das
suas
fiscais
(iura
fruendi).
A
presença
do
padroeiro
origens,
das
suas
justificações
e
das
suas
na
igreja
ou
no
mosteiro
obrigava
que
os
tipologias.
Para
estes
investigadores,
o
direito
respetivos
clérigos
lhe
fornecessem
de
padroado
define-‐se
fundamentalmente
acolhimento
(aposentadoria)
e
alimentação
enquanto
uma
instituição
de
cariz
82
(comedoria,
colheita
ou
jantar) .
Para
além
socioeconómico,
que
se
caracteriza
por
um
disso,
o
detentor
do
direito
de
padroado
conjunto
de
regalias
(padroádigo)
usufruídas
podia
solicitar
nesse
âmbito
uma
ajuda
por
uma
determinada
entidade,
apelidada
de
financeira
para
o
casamento
da(s)
filha(s)
padroeiro,
geralmente
o
fundador
de
uma
81 (direito
de
casamento)
e
para
o
acesso
à
igreja
ou
de
um
mosteiro .
Neste
conjunto
de
cavalaria
do(s)
filho(s)
(cavalaria).
regalias
destaca-‐se
o
direito
de
apresentação,
ou
seja,
a
indigitação
de
uma
pessoa
idónea
Esta
visão
do
padroado
raramente
foi
desafiada
para
ocupar
um
determinado
benefício
ou,
pelo
menos,
complementada,
em
parte
eclesiástico
quando
este
entrasse
em
porque
a
investigação
posterior
–
com
o
vacatura
(ius
praesentandi).
Trata-‐se
de
um
referido
contexto
historiográfico
como
pano
de
fundo
–
centrou-‐se
no
esclarecimento
das
suas
especificações
em
espaços
e
cronologias
78
Pe.
Miguel
de
Oliveira,
As
Paróquias
Rurais
portuguesas
–
sua
origem
e
formação,
Lisboa,
União
Gráfica,
1950,
pp.
136-‐160.
79
Fortunato
de
Almeida,
História
da
Igreja
em
Portugal,
82
ed.
e
dir.
Damião
PERES,
vol.
I,
Porto-‐Lisboa,
Livraria
Para
esta
questão,
veja-‐se
Fortunato
de
Almeida,
Civilização,
1967,
pp.
106-‐108
e
306-‐312.
História
da
Igreja
…,
vol.
I,
p.
191;
São
Payo,
Luiz
de
Mello
80
Henrique
da
Gama
Barros,
História
da
Administração
Vaz
de,
“Os
naturais
(sec.
XIII
e
XIV)”,
in
Raízes
&
Pública
em
Portugal
nos
séculos
XII
a
XV,
T.
III,
dir.
Memórias,
1,
Julho
1987,
pp.
45-‐71.
O
caso
específico
da
Torquato
de
Sousa
Soares,
Lisboa,
Livraria
Sá
da
Costa,
colheita
recebida
pelos
reis
portugueses
aquando
das
1945-‐1954,
2ª
Ed.,
pp.
256-‐260.
suas
deambulações
pelo
reino
foi
estudado
em
vários
81
Este
ideário
foi
posteriormente
seguido
nas
sínteses
trabalhos
de
Iria
Gonçalves:
Iria
Gonçalves,
“Alguns
que
se
foram
produzindo
sobre
a
questão:
Armando
de
aspectos
da
visita
régia
ao
Entre
Cávado
e
Minho,
no
Castro,
“Padroados
(Idade
Média)”,
in
Dicionário
de
século
XIII”,
in
Estudos
Medievais,
10,
1993,
pp.
41-‐46;
História
de
Portugal,
vol.
IV,
dir.
Joel
Serrão,
Porto,
“Colheita”,
Dicionário
de
História
de
Portugal,
vol.
II,
dir.
Livraria
Figueirinhas,
1985,
p.
511;
Manuel
Torres,
Joel
Serrão,
Porto,
Livraria
Figueirinhas,
1990,
pp.
101-‐
“Padroeiros”,
in
Dicionário
da
História
de
Portugal,
vol.
102;
“A
colheita
régia,
padrão
alimentar
de
qualidade
IV,
dir.
Joel
Serrão,
Porto,
Livraria
Figueirinhas,
1985,
pp.
(um
contributo
beirão)”,
in
Revista
da
Faculdade
de
511-‐512.
A
visão
socioeconómica
da
instituição
Ciências
Sociais
e
Humanas
–
Universidade
Nova
de
«padroado»,
desenvolvida
entre
outros
por
Armando
de
Lisboa,
6,
1992-‐1993,
pp.
175-‐189.
Sobre
esta
questão,
Castro,
foi
rebatida
por
Margarida
Garcez
Ventura:
ver
igualmente
Amélia
Aguiar
Andrade,
“Colheita”,
in
Margarida
Ventura,
Igreja
e
Poder
no
séc.
XV.
Dinastia
de
Dictionnaire
de
Fiscalité
Avis
e
Liberdades
Eclesiásticas
(1383-‐1450),
Lisboa,
(http://www.mailxxi.com/fiscalitat/Glossaireview.asp?id=
Colibri,
1997,
p.
177.
1144)
40
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
83
circunscritas
ou
em
trabalhos
de
recorte
mais
É
inegável
que
o
exercício
do
direito
de
84
ou
menos
globalizante
sobre
as
suas
fontes
e
o
padroado
caracterizava-‐se
por
uma
forte
seu
impacto
nas
relações
tecidas
na
componente
socioeconómica,
desde
logo
85
medievalidade
entre
a
Coroa
e
a
Igreja .
através
da
conhecida
retribuição
de
clientelas
Sintomaticamente,
estas
últimas
são
de
padroeiros,
fossem
eles
eclesiásticos
ou
87
geralmente
percecionadas
a
partir
de
uma
privados .
Para
além
disso,
as
exações
fiscais
documentação
que
espelha
o
conflito,
sejam
os
que
os
padroeiros
tinham
o
direito
de
receber
afrontamentos
resultantes
de
disputas
entre
não
parecem
esgotar-‐se
nos
iura
fruendi
padroeiros,
sejam
os
abusos
e
depredações
anteriormente
referidos.
Com
efeito,
apesar
de
perpetrados
por
estes
últimos
nas
instituições
extremamente
mal
conhecidos
e
parcamente
86
tuteladas .
documentados,
vários
indícios
sugerem
uma
realidade
«tributária»
mais
diversificada.
Por
exemplo,
as
Sete
Partidas
prevêem
que
os
83
Maria
Alegria
Fernandes
Marques,
“Alguns
Aspectos
do
padroeiros
pudessem
solicitar
uma
manutenção
88
Padroado
nas
Igrejas
e
Mosteiros
da
Diocese
de
Braga
financeira
em
caso
de
pobreza .
É
provável
que
(Meados
do
Século
XIII)”,
in
Actas
do
IXº
Congresso
a
Coroa
beneficiasse
igualmente
a
esse
título.
Internacional
da
dedicação
da
Sé
de
Braga,
vol.
II/1,
Não
se
deve
deixar
de
reconhecer,
contudo,
o
Braga,
Universidade
Católica
Portuguesa
-‐
Faculdade
de
Teologia
de
Braga
–
Cabido
Metropolitano
e
Primacial
de
quase
total
desconhecimento
sobre
quais
Braga,
1990,
pp.
359-‐387.
seriam
esses
direitos,
o
grau
da
sua
imposição
84
Bernardo
de
Sá
Nogueira,
“A
organização
do
Padroado
ou
a
organização
do
corpo
de
oficiais
Régio
durante
o
reinado
de
D.
Dinis
:
Listas
das
encarregados
de
as
recolher.
A
existência
em
Apresentações
(1279-‐1321)”,
in
Arqueologia
do
Estado.
Primeiras
Jornadas
sobre
formas
de
organização
e
1298,
no
espaço
escalabitano,
de
um
oficial
exercícios
dos
poderes
na
Europa
do
sul:
séculos
XIII-‐XIV:
régio
Afonso
Domingues,
intitulado
como
«seu
Comunicações,
vol.
I,
Lisboa,
História
&
Crítica,
1988,
pp.
[do
rei]
escrivão
e
sacador
das
vintenas
das
suas
421-‐445.
85
Margarida
Garcez
Ventura,
Poder
régio
e
liberdades
eclesiásticas
(1383-‐1450),
2
vols.,
Lisboa,
dissertação
de
historiografia
ibérica,
ainda
que
esta
esteja
sobretudo
doutoramento
em
história
medieval
apresentada
à
focada
na
descrição
tipológica
dos
diversos
tipos
de
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Lisboa,
1993.
padroado,
sobretudo
do
padroado
que
estava
nas
mãos
Este
trabalho
foi
depois
editado
com
o
nome
de
Igreja
e
de
particulares
e
daqueles
que
nasciam
dentro
dos
Poder
no
séc.
XV.
Dinastia
de
Avis
e
Liberdades
limites
paroquiais
dos
referidos
institutos
(igrejas
Eclesiásticas
(1383-‐1450),
Lisboa,
Colibri,
1997,
mas
sem
patrimoniais).
Jesús
Peñalva
Gil,
“Las
Iglesias
os
quadros-‐inventários
das
apresentações
régias
contidas
patrimoniales
en
la
Castilla
Medieval.
La
iglesia
parroquial
na
dissertação
mimeografada;
Cassiano
Malacarne,
A
de
San
Nicolás
de
Burgos:
institución,
ordenanzas
y
regla
prática
do
Direito
no
Direito
adversário:
as
infrações
de
1408”,
in
Anuario
de
Estudios
Medievales,
38/1,
institucionais
de
D.
Dinis
às
leis
canônicas
(1279-‐1325),
Janeiro-‐Junho
2008,
pp.
301-‐366.
Para
além
disso,
é
Porto
Alegre,
dissertação
de
mestrado
em
História
importante
sublinhar
que
o
tema
do
padroado
mediaeval
apresentada
à
Universidade
Federal
do
Rio
Grande
do
se
encontra
ainda
muito
mal
conhecido
para
o
caso
Sul,
2008.
De
igual
modo,
Marina
Cavalcanti
e
Silva
castelhano,
como
refere
Ana
Arranz
Guzmán,
“La
cultura
Neofiti
elegeu
o
impacto
do
direito
de
padroado
sobre
as
en
le
bajo
clero”,
in
Anuario
de
Estudios
Medievales,
21,
relações
entre
a
Coroa
e
o
clero
no
Portugal
de
Duzentos
1991,
p.
593.
Para
o
período
seguinte
dispomos
de
mais
como
tema
específico
da
sua
investigação:
“O
padroado
trabalhos,
como
o
de
Elena
Catalán
Martínez,
“El
derecho
em
Portugal:
perspectivas
historiográfica”,
in
Anais
do
de
patronato
y
el
régimen
beneficial
de
la
Iglesia
Española
XXVI
Simpósio
Nacional
de
História
–
ANPUH,
São
Paulo,
en
la
Edad
Moderna”,
in
Hispania
Sacra,
113,
2004,
pp.
Julho
2011,
pp.
1-‐8,
para
além
da
sua
dissertação
de
135-‐167.
87
mestrado
em
História
Social,
presentemente
em
curso
na
Um
exemplo
do
exercício
clientelar
do
padroado
Faculdade
de
Filosofia,
Letras
e
Ciências
Humanas
da
particular
pode
ser
observado
a
partir
do
caso
da
família
Universidade
de
São
Paulo,
sobre
Os
direitos
de
padroado
dos
Nogueira-‐Brito,
padroeiros
da
colegiada
de
São
régios
em
Portugal
no
século
XIII.
Lourenço
de
Lisboa,
estudado
recentemente
em
Gonçalo
86
Leia-‐se,
por
exemplo,
o
cap.
2
da
terceira
parte
da
obra
Silva,
Espiritualidade
e
Poder
na
Lisboa
dos
Finais
da
de
Miguel
de
Oliveira
relativo
ao
«direito
de
padroado»,
Idade
Média:
a
Colegiada
de
São
Lourenço
e
os
seus
no
qual
encontramos
apartados
sobre
os
«Abusos
dos
Patronos
(1298-‐1515),
Lisboa,
dissertação
de
Mestrado
padroeiros
particulares»
e
sobre
«Os
mosteiros:
vítimas
e
em
História,
especialidade
História
Medieval
apresentada
autores
em
abusos
de
padroado».
Pe.
Miguel
de
Oliveira,
à
Faculdade
de
Ciências
Sociais
e
Humanas
da
As
Paróquias
Rurais
portuguesas…,
pp.
141-‐147.
Esta
Universidade
Nova
de
Lisboa,
2012.
88
temática
é
igualmente
seguida
pela
restante
Cassiano
Malacarne,
A
prática
do
Direito…,
p.
431.
41
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
89
igrejas
do
bispado
de
Lisboa» ,
pode
apontar
legítimo
padroeiro,
por
ser
senhor
dos
castelos
nesse
sentido.
Em
rigor,
no
entanto,
não
é
por
de
Moura
e
de
Serpa.
Com
efeito,
deste
binómio
agora
claro
se
esta
referência
às
vintenas
«posse
de
senhorio
–
padroado»
emanava
o
remete
para
uma
imposição
decorrente
do
direito
de
que
o
rei
dispunha
–
como,
aliás,
os
exercício
do
direito
de
padroado
ou
de
um
outro
seus
antecessores
–
de
receber
os
frutos
das
90
direito
em
favor
da
Coroa .
dízimas
das
ditas
igrejas,
com
a
exceção
do
direito
pontifical,
ou
seja,
dos
direitos
Ainda
assim,
dispomos
de
maiores
certezas
pertencentes
ao
Ordinário
eborense.
sobre
a
cobrança
de
dízimos
que
o
rei
efetuava
enquanto
padroeiro,
uma
consequência
O
documento
acima
referido
ilustra
as
emanada
do
exercício
do
direito
de
padroado
limitações
de
uma
conceção
do
padroado
como
perfeitamente
visível
no
âmbito
de
uma
aquela
pensada
pelos
investigadores
sentença,
emitida
por
um
certo
Pedro
Pais,
supracitados.
Por
um
lado,
porque
as
comissário
do
bispo
de
Évora,
pouco
depois
do
justificações
para
o
seu
usufruto
foram
início
do
reinado
de
D.
Afonso
IV
(10
de
certamente
mais
latas.
Neste
caso
preciso,
a
setembro
de
1328).
Por
esta
última,
sabemos
justificação
tradicional
sobre
quem
fundou
o
que
a
Ordem
de
Avis
ganhou
em
juízo
aos
instituto
eclesiástico
é
subalternizada
em
função
clérigos
de
Serpa
e
de
Moura
o
direito
de
de
quem
beneficia
da
posse
do
solo
–
o
ius
soli
–
92
recolher
e
beneficiar
das
dízimas
das
igrejas
no
qual
assenta
o
respetivo
edifício .
Ou
seja,
o
91
erigidas
nesses
espaços .
Ora,
este
documento
titular
do
padroado
não
é
somente
aquele
que
não
se
destacaria
da
mole
de
tantos
outros
faz
construir
a
igreja,
mas
também
aquele
que
existentes
nos
nossos
arquivos
sobre
processos
possui
o
direito
eminente
sobre
o
espaço
no
relativos
à
perceção
e
propriedade
de
tais
qual
assenta
o
instituto
eclesiástico.
Por
outro
exações,
se
não
fosse
a
argumentação
lado,
este
mesmo
documento
revela
que
a
empregue
pelo
juiz
para
justificar
a
sua
decisão.
componente
fiscal
do
direito
de
padroado
é
Em
vez
de
fazer
radicar
esta
última
numa
mais
variada
e
abrangente,
pois
justifica
a
qualquer
praxis
anterior
ou
em
um
qualquer
perceção
de
direitos
como
a
dízima.
direito
consuetudinário
associado
à
cobrança
de
Nesta
mesma
linha
de
pensamento,
não
será
tais
direitos
eclesiásticos,
o
comissário
justifica
a
impossível
pensar
que
os
abusos
de
padroado,
sua
escolha
pelo
exercício
do
direito
de
tão
presentes
na
documentação,
possam
ter
padroado.
Com
efeito,
Pedro
Pais
atesta
que
D.
induzido
o
historiador
a
desvalorizar
o
carácter
Dinis
havia
doado
os
padroados
das
referidas
positivo
que
uma
tal
instituição
revestiu
à
época
igrejas
à
Ordem
de
Avis,
uma
vez
que
era
seu
para
ambas
as
partes.
Como
vimos,
temos
por
certo
que
o
seu
usufruto
e
a
sua
concessão
89
Arquivo
da
Cúria
Patriarcal
de
Lisboa
[doravante
ACPL],
beneficiavam
em
primeiro
lugar
ao
padroeiro.
Titulo
da
Capela
de
Maria
Esteves,
t.
I,
n.
4.
90
Mas,
a
acreditar
em
algumas
das
cartas
de
O
conceito
de
vintena
é
polissémico,
podendo
doação
de
padroado
existentes,
este
favorecia
qualificar
um
encargo
relativo
à
constituição
de
um
grupo
de
mareantes
que
eram
obrigados
a
servir
nas
também
a
própria
instituição
eclesial.
Com
embarcações
régias,
as
chamadas
vintenas
do
mar
efeito,
o
beneficiário
do
referido
direito
ficava
(António
Caetano
de
Sousa,
Provas
da
História
obrigado
à
proteção
e
defesa
desta
última,
genealógica
da
Casa
Real
Portugueza,
vol.
III,
Lisboa,
Na
podendo
modificar,
com
autorização
episcopal,
Regia
Officina
Sylviana
e
da
Academia
Real,
1745,
pp.
372-‐373).
Em
termos
fiscais,
indicaria
provavelmente
a
composição
beneficial
do
referido
instituto
e
a
uma
exação
que
poderia
valer,
como
o
seu
nome
indica,
distribuição
dos
seus
rendimentos,
de
modo
a
na
ordem
do
1
para
20,
podendo
ser
aplicada
num
incrementar
as
remunerações
de
priores
e
conjunto
variado
de
situações.
Para
além
do
caso
vertente,
aplicar-‐se-‐ia,
por
exemplo,
no
final
do
século
XV
ao
ouro
que
era
retirado
da
fortaleza
de
S.
Jorge
da
Mina
(ANTT,
Colecção
Especial,
cx.
72,
m.
12,
nº
1
(doc.
de
92
1492,
Mai.
8).
Sobre
esta
questão,
veja-‐se
Maria
Alegria
Fernandes
91
ANTT,
Ordem
de
Avis
e
Convento
de
São
Bento
de
Avis,
Marques,
“Alguns
Aspectos
do
Padroado…”,
p.
365;
m.
3,
nº
272
(doc.
de
1328,
Set.
10).
Cassiano
Malacarne,
A
prática
do
Direito…,
p.
408.
42
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
93
raçoeiros .
O
próprio
documento
de
1328
motivada
pela
recompensa
da
fidelidade
e
dos
anteriormente
citado
confirma
tal
acepção,
serviços
prestados,
como
aqueles
que
D.
João
quando
declara
que
o
padroeiro
devia
manter
Martins
de
Soalhães
prestou
a
D.
Dinis
a
partir
um
corpo
de
capelães
nas
igrejas
de
Serpa
e
dos
finais
do
século
XIII
e
que
deram
origem
à
Moura
a
quem
pagaria
anualmente
os
seus
concessão
de
múltiplos
direitos
de
padroado
de
94
salários
(soldadas) .
igrejas
dentro
e
fora
da
diocese
olisiponense.
Na
doação
do
padroado
da
colegiada
de
Sto.
Apesar
das
mais-‐valias
económicas
e
de
Estêvão
de
Alfama
de
Lisboa,
no
dia
21
de
Junho
colocação
de
clientelas,
geralmente
apontadas
de
1295,
o
próprio
monarca
afirma
que
a
como
os
mais
importantes
recursos
emanados
mesma
se
justifica
pela
«pessoa»
do
referido
do
usufruto
do
direito
de
padroado,
cremos
que
prelado,
«pelo
bem
que
lhe
fez
e
pelos
serviços
a
utilização
deste
último
pela
Coroa
deverá
ser
96
prestados» .
Curiosamente,
a
referida
lido
em
termos
mais
latos.
Se
analisarmos
os
concessão
efetuada
a
título
individual
a
D.
João
argumentos
apontados
no
contexto
da
Martins
de
Soalhães
não
terá
deixado
de
causar
transmissão
do
referido
padroado
para
outra
alguma
celeuma,
visto
que
dezassete
dias
mais
entidade,
a
alienação
é
muitas
vezes
qualificada
tarde,
D.
Dinis
repete
a
referida
doação,
desta
como
obra
de
piedade
do
rei.
A
doação
de
feita
ao
bispo
de
Lisboa,
enquanto
ordinário
da
padroado
assume
assim
uma
função
espiritual,
97
diocese
e
a
todos
os
seus
sucessores .
servindo
como
moeda
de
troca
para
a
salvação
das
almas
dos
seus
ascendentes
e
da
sua,
Retribuição
de
fidelidades,
fortalecimento
chegado
o
momento
do
Juízo
Final.
Por
económico
e
promoção
simbólica,
eis
os
exemplo,
quando
D.
Dinis
concede
o
padroado
grandes
argumentos
para
as
alienações
de
da
igreja
de
Benalbergue
aos
Trinitários
de
padroado
régio
na
Lisboa
trecentista
em
favor
Santarém,
fá-‐lo
em
remissão
dos
seus
pecados
e
de
eminentes
privados
régios.
Este
elenco
95
dos
do
seu
pai,
D.
Afonso
III .
Mas,
o
padroado
sugere
assim
uma
dimensão
sociopolítica
do
foi
também
um
mecanismo
político
de
que
a
padroado
régio
que
importa
esclarecer
nas
suas
Coroa
se
serviu
no
âmbito
da
gestão
das
suas
vertentes
tipológicas
e
evolutivas.
Para
esse
relações
com
as
demais
forças
do
reino,
ao
efeito,
iremos
tomar
como
fio
condutor
o
mesmo
título
que
as
doações
de
privilégios,
de
usufruto
do
padroado
régio
num
espaço
restrito
património
ou
tenças.
Dessa
forma,
–
a
diocese
de
Lisboa
–
durante
um
arco
compreende-‐se
a
alienação
de
padroado
régio
cronológico
abrangente
entre
o
início
do
século
XIII
e
os
finais
do
século
XV.
93
Assim
aconteceu,
pelo
menos,
nas
colegiadas
Importaria
em
termos
rigorosos
descrever
com
olisiponenses
de
Sto.
André
pertencentes
ao
padroado
de
Airas
Martins
e
de
S.
Lourenço,
adscrita
ao
padroeiro
detalhe
a
evolução
dos
contornos
geográficos
Miguel
Vivas
(ACPL,
Titulo
da
Capela
de
Maria
Esteves,
t.
deste
espaço
eclesiástico.
No
entanto,
não
nos
I,
n.
17,
publicado
em
Isaías
da
Rosa
Pereira,
“As
obras
de
atardaremos
sobre
esta
questão
precisa,
na
misericórdia
na
Idade
Média:
as
mercearias
de
Maria
medida
em
que
a
mesma
é
conhecida
no
seu
Esteves”,
in
Pobreza
e
a
Assistência
aos
pobres
na
Península
Ibérica
durante
a
Idade
Média.
Actas
das
primeiras
Jornadas
Luso-‐Espanholas
de
História
Medieval,
Lisboa,
Instituto
de
Alta
Cultura,
pp.
737-‐738
(doc.
de
a 96
1333,
Jan.
26
(3
feira);
Mário
Farelo,
“La
vocation
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
2,
fóls.
103v-‐104,
scolaire
de
la
chapelle
de
maître
Pierre
de
Lisbonne
au
108v;
XIX,
m.
14,
nº
5,
fóls.
22v;
Mitra
Patriarcal
de
e
XIV
siècle”,
in
Medievalista,
7,
2009,
pp.
18-‐19
Lisboa,
vol.
18,
nº
37.
Referido
em
Cassiano
Malacarne,
A
[http://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista/MEDIEVALIST prática
do
Direito…,
p.
168
e
História
Ecclesiastica
da
A7/medievalista-‐farelo7.htm];
idem,
“Os
morgadios
dos
Igreia
de
Lisboa.
Vida,
e
acçoens
de
sevs
prelados
&
Nogueiras:
entre
a
estratégia
de
poder
e
a
lógica
varões
eminentes
em
santidade,
que
nella
florecerão.
documental“,
in
Arquivos
de
Família,
séculos
XIII-‐XX:
que
Lisboa,
Manoel
da
Sylva,
1642,
fól.
222.
97
presente,
que
futuro,
ed.
Maria
de
Lurdes
ROSA,
Lisboa,
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
2,
fól.
105;
Cabido
da
IEM/CHAM/Caminhos
Romanos,
2012,
pp.
185-‐203.
Sé.
Sumários
de
Lousada.
Apontamentos
dos
Brandões.
94
Ibidem.
Livro
dos
bens
próprios
dos
Reis
e
Rainhas.
Documentos
95
ANTT,
Convento
da
Trindade
de
Santarém
(Ant.
Col.
para
a
história
da
Cidade
de
Lisboa,
Lisboa,
Câmara
Esp.),
m.
2,
nº
23
(doc.
de
1335).
Municipal
de
Lisboa,
1954,
pp.
185,
295.
43
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
98
essencial,
fruto
de
estudos
globais .
Assim,
a
chancelaria
assentaram
as
apresentações
régias
abordagem
escolhida
privilegia
uma
visão
em
listas,
inventariaram
e
atualizaram
diacrónica
do
exercício
do
padroado
régio
na
regularmente
os
direitos
sob
a
forma
de
listas
diocese
e
posteriormente
arquidiocese
de
de
padroado
compiladas
em
livros
e
registos,
Lisboa,
a
partir
de
um
conjunto
variado
de
alguns
dos
quais
resistiram
mesmo
a
fontes
documentais
que
convém
identificar
e
expurgações
como
aquela
de
que
foram
alvo
os
caracterizar.
A
informação
recolhida
foi
livros
de
Chancelaria
régia
por
Gomes
Eanes
de
100
organizada
por
instituto
eclesiástico
em
quadros
Zuzura .
A
renovação
dos
estudos
sobre
o
que
constam
no
final
do
presente
trabalho
e
padroado
passa
também
pelo
crescente
que
representam
um
repositório
de
interesse
pela
análise
sistemática
destas
fontes
informações
para
investigações
futuras
que
não
em
série,
as
quais,
pela
primeira
vez,
permitem
podem
ser
obviamente
aqui
desenvolvidas.
adicionar
uma
componente
quantitativa
às
Entre
muitas
outras,
destacam-‐se,
por
exemplo,
tradicionais
asserções
baseadas
no
qualitativo
e
101
a
possibilidade
de
elaboração
de
um
inquérito
no
exemplar .
No
entanto,
a
riqueza
deste
mais
fino
à
formação
da
rede
paroquial
acervo
documental
não
pode
de
modo
algum
olisiponense
ou
de
abordagens
de
recorte
esconder
o
carácter
parcial
de
qualquer
prosopográfico
à
sociologia
de
recrutamento
inquérito
sobre
a
questão,
pois
não
convém
das
igrejas
e
colegiadas
do
padroado
régio
na
esquecer
que
este
direito
de
padroado
foi
(arqui)diocese
olisiponense.
muitas
vezes
utilizado
como
moeda
de
troca
em
doações
e
escambos,
pelo
que
o
seu
inventário
revela-‐se
árduo,
se
não
impossível,
numa
As
fontes
de
informação
perspetiva
do
conhecimento
completo
das
suas
As
importantes
questões
de
jurisdição
entre
o
vicissitudes.
poder
eclesiástico
e
o
poder
régio
que
o
direito
de
padroado
suscitava
levaram
a
que
ambos
atribuíssem
uma
grande
atenção
ao
conhecimento,
à
escrita
e
à
conservação
da
100
Avelino
de
Jesus
da
Costa,
“A
Chancelaria
real
99
memória
dos
seus
direitos .
Em
virtude
da
sua
portuguesa
e
os
seus
registos,
de
1217
a
1438”,
in
Revista
da
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
do
Porto.
utilidade,
não
é
assim
de
estranhar
que
a
História,
segunda
série,
XIII,
1996,
pp.
95-‐97;
Luís
Krus,
chancelaria
régia
tenha
procurado
organizar,
“[Recensão
a]
Chancelarias
Portuguesas.
D.
Pedro
I
(1357-‐
preservar
e
proteger
ao
longo
do
tempo
os
1367),
A.
H.
de
Oliveira
Marques
(organização,
documentos
respeitantes
ao
direito
de
transcrição,
revisão),
Iria
Gonçalves
e
Maria
José
Ferro
Tavares
(transcrição),
João
Alves
Dias,
Judite
Cavaleiro
padroado.
Para
isso,
os
membros
da
referida
Paixão
e
Teresa
Ferreira
Rodrigues
(revisão),
Centro
de
Estudos
Históricos
da
Faculdade
de
Ciências
Sociais
e
Humanas
da
Universidade
Nova
de
Lisboa
–
Instituto
98
A
mais
recente,
tributária
de
Bernardo
de
Sá
Nogueira,
Nacional
de
Investigação
Científica,
Lisboa,
1984,
656
é
elaborada
a
partir
da
seguinte
tipologia
de
fontes:
pp.”,
in
Ler
História,
5,
1985,
pp.
143-‐147
reeditado
em
cartulários,
listas
de
igrejas,
listas
do
padroado
régio,
idem,
Passado,
memória
e
poder
na
sociedade
medieval
inquirições
gerais
e
documentação
avulsa
portuguesa.
Estudos,
Redondo,
Patrimonia,
1994,
pp.
(nomeadamente
cartas
de
sentença).
Bernardo
de
Sá
221-‐231
e
idem,
A
construção
do
passado
medieval:
Nogueira,
“O
espaço
eclesiástico
em
território
português
textos
inéditos
e
publicados,
Lisboa,
IEM,
2011,
pp.
189-‐
(1096-‐1415)”,
in
História
Religiosa
de
Portugal,
vol.
I,
Rio
197.
101
de
Mouro,
Círculo
dos
Leitores,
2000,
pp.
142-‐201.
Mais
Neste
particular,
cumpre
destacar
o
trabalho
de
do
que
o
facto
de
essa
tipologia
ser
bastante
idêntica
à
Stéphane
Boissellier
sobre
a
análise
e
a
transcrição
de
nossa,
parece-‐nos
digno
de
nota
que
ambos
os
estudos
várias
destas
fontes
que
permite
novos
enfoques
sobre
a
recorrem
às
mesmas
fontes,
Nessa
perspectiva,
um
escrituração
e
conservação
da
documentação
associada
a
estudo
aprofundado
do
padroado
não
deixará
de
ter
esta
e
outras
temáticas.
Stéphane
Boissellier,
La
reflexos
num
melhor
conhecimento
da
geografia
construction
administrative
d’un
royaume.
Registres
de
e e
eclesiástica,
sobre
a
qual
paira
ainda
um
grande
número
bénéfices
ecclésiastiques
portugais
(XIII -‐XIV
siècles),
de
incertezas.
Lisboa,
Centro
de
Estudos
de
História
Religiosa
–
UCP,
99
Este
conhecimento
passaria
pela
inquirição
de
2012;
idem,
“Sur
quelques
manuscrits
concernant
la
padroados
de
que
o
estudo
já
citado
de
Maria
Alegria
fiscalité
pontificale
au
Portugal”,
in
Archivium
Historiae
Marques
revela
toda
a
riqueza.
Pontificiae,
43,
2005,
pp.
13-‐45.
44
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
1) Cartas
e
listas
de
apresentação
praxis
não
teve
continuidade,
pois
a
partir
do
reinado
de
D.
Pedro
preferiu-‐se
lançar
esta
Em
termos
sucintos,
estas
cartas
são
tipologia
documental
nos
próprios
registos
de
endereçadas
pelo
rei
ao
ordinário
da
diocese
chancelaria
de
cada
monarca,
ainda
que
onde
se
localiza
o
benefício
do
padroado
a
certamente
nem
todas
as
cartas
de
prover,
ou
ao
seu
representante,
solicitando-‐ 104
apresentação
fossem
objeto
desse
registo .
lhes
a
confirmação
do
nome
do
beneficiário
que
Com
todas
estas
lacunas,
tais
cartas
e
listas
de
o
monarca
indigita
nessa
mesma
ocasião.
Até
apresentação
permanecem
documentos
muito
tarde
escritas
em
latim,
elas
continham
a
importantes,
os
quais
mereceram
desde
há
maior
parte
das
vezes,
para
além
do
nome
do
alguns
anos
a
atenção
dos
historiadores
que
apresentado,
a
referência
ao
estatuto
deste
fizeram
deles
a
fonte
privilegiada
para
o
estudo
último,
a
indicação
do
orago
e
da
localização
do
do
padroado
régio
nos
reinados
de
D.
Dinis,
D.
referido
benefício,
o
nome
do
seu
antecessor
e
102 João
I,
D.
Duarte
e
parte
do
reinado
de
D.
a
razão
da
vacatura .
105
Afonso
V .
Como
refere
Stéphane
Boissellier,
o
registo
Paralelamente
a
estas
cartas
e
listas,
os
dados
destas
cartas
obedeceu
a
duas
lógicas
distintas.
para
o
padroado
régio
podem
ser
controlados
Tendo
sido
iniciada
a
sua
elaboração
a
partir
de
pelas
listas
de
padroado
que
a
chancelaria
dos
1260,
a
informação
consignada
nestes
monarcas
portugueses
diligentemente
elaborou
documentos
foi
lançada
até
ao
final
do
reinado
ao
longo
da
sua
existência.
dionisino
em
listas
específicas
elaboradas
pela
chancelaria
régia,
de
modo
a
controlar
e
identificar
os
titulares
das
igrejas
sob
domínio
2) Listas
do
padroado
régio
do
rei,
hoje
conservadas
na
Gaveta
XIX
no
fundo
Estas
listas
compilavam
a
identificação
das
das
Gavetas
da
Torre
do
Tombo
e
em
cópia
nos
103 instituições
eclesiásticas
que,
num
determinado
dois
Livros
de
Padroado
da
Leitura
Nova .
Esta
momento,
eram
de
jurisdição
régia
e
onde
o
rei
102
exercia
o
seu
direito
enquanto
padroeiro.
A
sua
Bernardo
de
Nogueira,
“Organização
do
Padroado
Régio…”,
p.
422
e
Margarida
Garcez
Ventura,
Igreja
e
utilidade
para
o
historiador
não
se
baseia
Poder
no
séc.
XV…,
pp.
188-‐189.
somente
no
facto
de
elas
permitirem
a
deteção
103
Stéphane
Boissellier,
Registres
fiscaux
et
administratifs
das
flutuações
desse
mesmo
padroado
régio,
e
de
bénéfices
ecclésiastiques
du
royaume
portugais,
XIII -‐ mas
também
de
poderem
ser
cruzadas
com
as
e
XIV siècles
(édition
et
présentatio).
Contribuition
à
l’étude
du
phénomène
administratif,
Mémoire
inédit
(I)
présenté
listas
de
apresentações
para
a
busca
de
pour
l’Habilitation
à
diriger
ler
Recherches
à
l’Université
apresentações
abusivas
ou
de
alienação
de
Paris
I
–
Sorbonne,
Paris,
Universitér
Paris
I
–
Sorbonne,
2002,
p.
9.
Para
o
inventário
dessas
listas,
ver
Bernardo
de
Sá
Nogueira,
“Organização
do
Padroado
Régio…”,
pp.
422-‐423.
É
possível
que
a
passagem
do
seu
conteúdo
sob
a
forma
de
lista
tenha
hipotecado
a
sua
conservação
posterior.
Curiosamente,
um
importante
núcleo
de
Contexto
Europeu/The
Church
and
the
Portuguese
Clergy
apresentações
régias
relativas
a
institutos
eclesiásticos
in
the
European
Context,
Lisboa,
Centro
de
Estudos
de
pertencentes
à
igreja
da
arquidiocese
de
Braga
e
da
Historia
Religiosa
–
Universidade
Católica
Portuguesa,
diocese
do
Porto
dos
finais
do
século
XIII
e
início
do
XIV
2005,
pp.
63-‐74.
104
subsiste
em
traslados
nas
respetivas
cartas
de
O
número
pouco
importante
de
cartas
de
confirmação.
A
conservação
«anómala»
deste
conjunto
apresentação
consignadas
nos
livros
de
registo
dos
reis
de
documentação
deve
resultar
de
uma
conjuntura
portugueses
tardo-‐medievais
é
salientado
por
vários
específica
das
relações
entre
a
Coroa
e
os
respetivos
autores
que
se
dedicaram
ao
estudo
da
burocracia
régia
prelados
que
não
foi
ainda
objeto
de
um
estudo
e
de
uma
portuguesa.
Armando
Luís
de
Carvalho
Homem,
O
atenção
específicas.
Provavelmente,
trata-‐se
de
uma
Desembargo
Régio
(1320-‐1433),
Porto,
INIC-‐Centro
de
resposta
ao
processo
de
senhorialização
dos
lugares
de
História
da
Universidade,
1990,
pp.
68-‐69;
Durão,
Maria
culto
que
por
essa
altura
o
episcopado
portuense
Manuela
da
Silva,
1471
-‐
um
ano
«africano»
no
desenvolvia,
como
sublinhado
em
Luís
Carlos
Amaral
e
desembargo
de
D.
Afonso
V,
Porto,
Dissertação
de
André
Evangelista
Marques,
“Pouvoir
épiscopal
et
Mestrado
em
História
Medieval
apresentada
à
Faculdade
e
patrimoine
seigneurial
au
XIII
siècle:
le
cas
de
Santa
de
Letras
da
Universidade
do
Porto,
2002,
p.
34.
105
Maria
de
Campanhã”
in
A
Igreja
e
o
Clero
Português
no
Ver
os
dois
estudos
referidos
na
nota
anterior.
45
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
direitos,
onde
o
cotejo
com
outras
fontes
seja
estavam
apartadas
da
sua
jurisdição
e
se
106
impossível .
concentravam
de
maneira
geral
no
Norte
e
Centro
do
reino.
Essa
necessidade
de
controlo
É
difícil
justificar
as
datas
de
elaboração
destas
produziu
para
as
citadas
regiões
uma
riqueza
de
listas.
Aquelas
contidas
no
fundo
das
Gavetas
na
inquéritos
muito
mais
significativa
do
que
para
a
Torre
do
Tombo
abrangem
um
escopo
região
olisiponense,
onde
as
inquirições
gerais
cronológico
consecutivo
somente
durante
a
não
foram
além
do
património
das
ordens
segunda
metade
do
século
XIII,
correspondente
108
militares .
No
entanto,
a
sua
perpetuação
pelo
a
uma
época
de
endurecimento
da
centralização
período
tardo-‐medieval
com
o
acrescento
dos
régia
à
custa
das
prerrogativas
de
eclesiásticos
e
107 rendimentos
que
as
referidas
igrejas
de
nobres .
Nesse
sentido,
é
possível
que
a
sua
propiciavam,
provam
a
sua
crescente
utilidade,
redação
estivesse
dependente
de
escambos
ou
não
somente
como
mero
registo
do
padroado
de
doações
de
padroado
motivados
por
régio,
mas
sobretudo
como
repositório
das
conjunturas
políticas
e
sociais
que
poderiam
potencialidades
financeiras
de
cada
instituição
tornar
obsoleta
a
lista
em
vigor.
O
que
parece
eclesiástica
a
ele
adscrito.
inegável
é
o
facto
de
a
sua
recorrência
traduzir
uma
constante
necessidade
de
atualização
por
parte
do
rei
do
conhecimento
real
do
seu
3)
Listas
de
igrejas
com
objetivos
fiscais
padroado.
Esta
informação
era
primordial
para
(taxatio,
censuais)
o
conhecimento
das
igrejas
às
quais
o
rei
Paralelamente
às
listas
de
padroado
régio,
as
poderia
de
facto
apresentar,
não
esquecendo
instituições
eclesiásticas
sentiram
também
elas
também
o
seu
valor
enquanto
prova
escrita,
a
necessidade
de
inventariar
os
seus
direitos
e
o
fazendo
fé
em
tribunal,
aquando
de
usurpações
seu
património
em
cartulários
que
permitissem
e
contestações.
Com
efeito,
parece
existir
uma
a
conservação
da
sua
memória.
Desenvolvidas
a
relação
direta,
pelo
menos
nos
alvores
do
século
partir
da
necessidade
pontual
de
conhecer
os
XIII,
entre
a
existência
de
tais
listas
e
as
rendimentos
de
cada
igreja
nacional,
elas
têm
inquirições
promovidas
pelo
rei
para
identificar
como
denominador
comum
o
facto
de
abusos
e
contabilizar
as
terras
imunes
que
recensear
exaustivamente
as
igrejas
de
uma
determinada
região.
Esta
necessidade
foi
106
Contudo,
não
convém
esquecer
que
este
controlo
só
sentida
pelos
poderes
ordinários
das
dioceses
poderá
ser
exercido
no
caso
de
existir
uma
identidade
que
elaboraram
desde
cedo
diversos
cronológica
entre
as
duas.
Teria
havido
um
“livro
de
instrumentos
de
controlo,
dos
quais
se
tombo”
na
torre
do
castelo
de
Lisboa,
onde
estava
109
destacam
os
censuais .
De
igual
modo,
o
contido
o
inventário
das
igrejas
e
mosteiros
do
padroado
régio.
Teria
sido
com
base
nesses
livros
que
no
tempo
de
incremento
da
fiscalidade
apostólica
a
partir
dos
D.
Manuel
se
compilaram
os
Livros
de
Padroado
da
inícios
do
século
XIV
levou
à
constituição
de
Leitura
Nova
segundo
se
depreende
de
um
documento
listas
destinadas
a
conhecer
os
rendimentos
de
24
de
Setembro
de
1426,
escrito
em
Sintra.
Arquivo
eclesiásticos
sobre
os
quais
incidiam
os
Distrital
de
Braga,
Colecção
Cronológica,
pasta
30,
n.
1065
em
Margarida
Garcez
Ventura,
Igreja
e
Poder
no
séc.
montantes
taxados
pela
Câmara
Apostólica.
A
XV…,
p.
183,
nota
16.
Sobre
a
Leitura
Nova,
veja-‐se,
Pedro
mais
conhecida
é,
sem
dúvida,
a
taxatio
A.
de
Azevedo,
António
Baião,
“Códices
de
Leitura
Nova”,
elaborada
em
1320-‐1321
para
avaliar
os
in
O
Arquivo
da
Torre
do
Tombo:
sua
história,
corpos
que
rendimentos
das
igrejas
portuguesas,
sobre
os
o
compõem
e
organização,
Lisboa,
ANTT
e
Livros
Horizonte,
1989,
pp.
106-‐117;
Sylvie
Deswarte,
Leitura
quais
seriam
tributados
os
direitos
pontificais
Nova
de
D.
Manuel
I,
2
vols.,
pref.
Martim
de
que
iriam
ser
doados
durante
um
triénio
a
D.
Albuquerque,
intro.
Maria
José
Mexia
Bigotte
Chorão,
Lisboa,
Edições
INAPA,
1997.
107 108
Sobre
esta
conjuntura,
veja-‐se
Hermínia
Vasconcelos
Bernardo
de
Sá
Nogueira,
“O
espaço
eclesiástico…”,
p.
Vilar,
“O
Rei
e
a
Igreja
–
O
estabelecimento
das
146.
109
concórdias
(1245-‐1383)”,
in
História
Religiosa
de
João
Soalheiro,
“Censual
da
diocese
de
Coimbra
–
Portugal,
vol.
I:
Formação
e
limites
da
Cristandade,
coord.
século
XIV
(ANTT,
MCO,
Ordem
de
Cristo/Convento
de
Ana
Maria
Jorge
e
Ana
Maria
Rodrigues,
Lisboa,
Círculo
Tomar,
liv.
264)”,
in
Revista
da
História
da
Sociedade
e
da
dos
Leitores,
2001,
pp.
318-‐330.
Cultura,
6,
2006,
pp.
51-‐90.
46
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
110
Dinis
pelo
papa
João
XXII .
Particularmente
do
espaço
e
da
população
que
lhes
estavam
importantes
para
o
estudo
da
organização
jurisdicionalmente
adscritas.
Para
o
caso
em
paroquial
em
um
determinado
contexto
apreço,
cabe
chamar
a
atenção
para
a
riqueza
geográfico
e
económico,
tais
fontes
revelam-‐se
informativa
da
visitação
que
o
bispo
D.
Vasco
de
grande
valia
para
o
estudo
do
padroado
Martins
fez
às
igrejas,
aos
priores,
aos
vigários,
episcopal,
capitular
e
mesmo
particular,
quando
aos
raçoeiros,
aos
capelães
e
aos
clérigos
do
cruzadas
com
fontes
de
diversa
natureza.
bispado
de
Lisboa
a
partir
do
dia
13
de
Outubro
de
1342,
menos
de
um
mês
após
ter
sido
111
transferido
da
cátedra
do
Porto
à
de
Lisboa .
4) Outras
fontes
Relação
lançada
no
chamado
Livro
da
Roda,
Para
além
das
fontes
anteriormente
referidas,
antigamente
existente
no
cartório
do
Cabido
da
as
quais
resultam
de
um
trabalho
de
gestão
Sé
de
Lisboa,
dele
subsiste
uma
cópia
que
documental
e
da
informação,
como
sugere
a
identifica
de
forma
mais
ou
menos
exaustiva
o
organização
da
informação
sob
a
forma
de
nome
do
padroeiro
da
maior
parte
das
igrejas
112
listas,
importa
sublinhar
a
importância
da
paroquiais
no
espaço
da
diocese
de
Lisboa .
documentação
avulsa
para
documentar
as
variações
no
usufruto
do
padroado
régio.
Neste
A
evolução
histórica
do
direito
de
padroado
particular,
destacam-‐se
as
cartas
de
sentença
e
régio
na
diocese
olisiponense
de
concórdia,
as
quais
assinalam
problemas
com
a
gestão
desse
direito
e,
não
raras
vezes,
dão
A
génese
do
padroado
régio
na
diocese
de
conta
da
decisão
promulgada
por
um
ou
vários
Lisboa
pode
ter
estado
ligada
à
ação
juízes
em
litígios
sobre
a
posse
do
direito
de
organizadora
do
espaço
eclesiástico
por
parte
padroado
de
uma
igreja
onde
a
Coroa
é
juiz
ou
de
D.
Afonso
Henriques.
Este
encontrou
na
parte.
A
resolução
destes
conflitos
originava
a
Estremadura
–
obtida
por
si
por
direito
de
transmissão
do
referido
padroado,
a
qual
conquista
–
um
território
do
qual
poderia
dispor
113
acabava
por
ser
consagrada
sob
a
forma
de
um
com
maior
à-‐vontade ,
ao
contrário
do
que
se
negócio
jurídico
específico.
Assim,
enquanto
a
passava
no
norte
do
reino,
onde
tinha
que
troca
ou
permuta
de
padroado
entre
a
Coroa
e
temporizar
a
maior
parte
das
vezes
com
os
uma
outra
entidade,
eclesiástica
ou
leiga,
que
direitos
jurisdicionais
dos
detentores
de
terras
e
beneficiasse
desse
direito
daria
origem
a
uma
igrejas
particulares
e
outras
instituições
eclesiais
carta
de
escambo,
a
concessão
perpétua
desse
já
existentes.
Ritmada
pelo
processo
crescente
direito
ocasionava
a
redação
de
uma
carta
de
de
povoamento
do
espaço
olisiponense,
esta
doação.
organização
foi
orientada
pela
dupla
vertente
de
fundação
de
novas
igrejas
e
do
possível
Em
paralelo,
informações
sobre
o
padroado
régio
podem
ser
coligidas
a
partir
da
documentação
normativa
produzida
pelas
111
Para
a
data
de
provimento
de
Vasco
Martins,
ver
autoridades
eclesiásticas
no
decurso
da
gestão
António
Domingues
de
Sousa
Costa,
Monumenta
Portugaliae
Vaticana,
vol.
I,
Braga-‐Roma,
Editorial
Franciscana,
1968,
p.
9,
nota
1.
O
seu
percurso
foi
110
Fortunato
de
Almeida,
História
da
Igreja...,
vol.
IV,
pp.
abordado
de
forma
monográfica
em
Maria
Helena
da
90-‐144;
Hermínia
Vasconcelos
Vilar,
“Réseau
paroissial
et
Cruz
Coelho,
Anísio
Miguel
de
Sousa
Saraiva,
“D.
Vasco
e e
droit
de
patronage
dans
le
diocèse
d’Évora
(XIII -‐XIV
Martins,
vescovo
di
Oporto
e
di
Lisbona:
una
carriera
tra
siècles)”,
in
L’espace
rural
au
Moyen
Âge
:
Portugal,
Portogallo
ed
Avignone
durante
la
prima
meta
del
e e
Espagne,
France
(XII -‐XIV
siècles).
Mélanges
en
l’honneur
Trecento”,
in
A
Igreja
e
o
Clero
Português
no
Contexto
de
Robert
Durand
ed.
Monique
Bourine
Stéphane
Europeu/The
Church
and
the
Portuguese
Clergy
in
the
Boissellier,
Rennes,
Presses
Universitaires
de
Rennes,
European
Context,
Lisboa,
Centro
de
Estudos
de
Historia
2002,
pp.
125-‐139;
Ana
Maria
S.
A.
Rodrigues,
“A
Religiosa
–
Universidade
Católica
Portuguesa,
2005,
pp.
Formação
da
rede
paroquial
no
Portugal
medievo”
in
119-‐136.
112
Estudos
em
homenagem
ao
Professor
Doutor
José
A
relação
dessa
visitação
resume-‐se
à
informação
do
Amadeu
Coelho
Dias,
Porto,
Faculdade
de
Letras
da
detentor
do
padroado
de
cada
igreja.
BNL,
Cod.
Alc.
114,
Universidade
do
Porto,
pp.
71-‐84;
Stéphane
Boissellier,
381v-‐387
publicado
em
Cabido
da
Sé…,
pp.
322-‐328.
113
Registres
fiscaux…,
pp.
69-‐175.
Veja-‐se
o
elenco
das
doações
régias
assinaladas
infra.
47
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
48
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
variados
de
isenção
face
ao
Ordinário,
tais
todo
o
padroado
régio
decretada
pelo
papa
124
doações
produziram
enclaves
de
influência,
de
Honório
III
(1216-‐1227) .
efeitos
duradouros,
que
levaram
na
maior
parte
Desconhecemos
o
resultado
deste
diferendo,
dos
casos
estas
instituições
a
conseguirem
embora
possamos
colocar
como
hipótese
que
juntar
o
direito
de
apresentarem
os
clérigos
das
esta
questão
teria
motivado
o
desenvolvimento
igrejas
e
ermidas
nos
espaços
de
que
eram
da
ideia
de
um
padroado
régio
alargado
a
todas
senhores
às
prerrogativas
que
exerciam
a
nível
as
igrejas
da
diocese,
como
aliás
deixa
administrativo
e
financeiro.
perspetivar
o
título
da
conhecida
lista
datada
125
É
difícil
descortinar
o
usufruto
do
direito
de
criticamente
de
1220-‐1229 .
Partindo
desse
padroado
pelo
rei
na
diocese
de
Lisboa
até
ao
ponto,
seja
ele
verídico
ou
decorrente
de
uma
final
do
primeiro
quartel
do
século
XII.
Se,
por
manobra
protagonizada
pela
chancelaria
régia,
um
lado,
subsistem
as
omnipresentes
limitações
não
deixa
de
ser
verdade
que
a
história
do
documentais
relativas
à
história
eclesiástica
na
padroado
régio
na
diocese
de
Lisboa
no
período
120
segunda
metade
desse
século ,
por
outro
lado,
medieval
se
caracteriza
fundamentalmente
por
não
é
seguro
que
por
esses
tempos
a
prática
uma
sucessão
de
alienações.
Perceber
a
sua
desse
direito
fosse
difundida
nas
futuras
terras
evolução
histórica
e
identificar
os
beneficiados
é
portuguesas,
apesar
das
anteriores
decisões
o
tema
do
presente
trabalho.
conciliares
e
da
política
enérgica
de
Alexandre
III
Se
adotarmos
um
método
de
análise
alicerçado
121
(1159-‐1181)
a
esse
nível .
Aliás,
as
poucas
na
cronologia
dos
reinados,
verificamos
que
a
informações
de
que
dispomos
para
a
então
primeira
etapa
relevante
para
a
questão
em
recentemente
fundada
diocese
de
Lisboa
apreço
tem
lugar
no
tempo
de
D.
Sancho
II
apontam
para
a
subsistência
da
prática,
senão
(1223-‐1247),
especificamente
no
restrito
das
igrejas
próprias,
pelo
menos
do
padroado
período
compreendido
entre
a
segunda
metade
nas
mãos
de
particulares,
como
nos
casos
das
dos
anos
1230
e
o
início
da
década
seguinte.
As
122
igrejas
de
Sintra
em
1154
ou,
trinta
anos
mais
quatro
alienações
postas
em
evidência
pelo
tarde,
no
momento
em
que
D.
Afonso
Gráfico
1
respeitam,
na
realidade,
a
dois
Henriques
faz
doação
a
um
cónego
da
Sé
de
importantes
blocos
de
jurisdição
patronal,
os
Lisboa
das
igrejas
do
castelo
de
Coina,
entre
quais
nunca
foram
recuperados
posteriormente
Palmela
e
Almada,
como
retribuição
do
trabalho
pela
Coroa.
No
primeiro,
o
beneficiado
de
povoamento
que
o
cónego
lhe
fizera
nessa
envolvido
é
a
Ordem
de
Santiago
que
obtém,
123
região .
em
anos
consecutivos,
o
direito
de
padroado
126
Seja
como
for,
a
situação
já
não
era
a
mesma
na
sobre
as
igrejas
de
Palmela
e
Alcácer
(1235) ,
década
de
1220.
Nessa
altura,
a
existência
no
espaço
olisiponense
de
inquirições
ao
padroado
124
Mário
Farelo,
“O
direito
de
padroado…”,
p.
278.
e
ao
património
das
Ordens
–
concomitantes
no
125
«Hee
sunt
ecclesie
totius
episcopatus
Ulixbonensis
tempo
e
na
forma
daquelas
realizadas
pela
unde
dominus
rex
est
patronus».
Stéphane
Boissellier,
mesma
época
no
norte
do
reino
–
demonstra
Registres
fiscaux…,
p.
65.
126
que
existiram
dissensões
sobre
esta
questão,
a
Carta
datada
de
1235,
Out.
1
em
ANTT,
Ordem
de
Santiago,
Documentos
Régios,
m.
1,
nº
7;
Gavetas,
V,
m.
qual
teria
porventura
justificado
a
supressão
de
1,
nº
34.
Para
outras
referências
documentais,
veja-‐se
Mário
Raúl
de
Sousa
Cunha,
A
Ordem
Militar
de
Santiago
120
Maria
João
Branco,
“Reis,
bispos
e
cabidos:
a
diocese
(das
origens
a
1327),
Porto,
Dissertação
de
Mestrado
em
de
Lisboa
durante
o
primeiro
século
da
sua
restauração”,
História
Medieval
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
a
Lusitânia
Sacra,
2
série,
10,
1998,
p.
55.
Universidade
do
Porto,
1991,
p.
71.
Datada
de
1236,
Out.
121
Sobre
esse
assunto,
confira-‐se
Pe.
Miguel
de
Oliveira,
1
em
“Livro
dos
Copos”,
in
Militarium
Ordinum
Analecta.
As
paróquias
rurais..,
pp.
138-‐139.
Fontes
para
o
estudo
das
Ordens
Religioso-‐Militares,
7,
122
Francisco
Costa,
O
foral
de
Sintra
(1154):
sua
originalidade
2006,
p.
241,
nº
125.
Percebe-‐se
assim
a
razão
da
e
sua
expressão
comunitária,
Sintra,
Câmara
Municipal,
1976.
existência
da
bula
de
confirmação
de
Gregório
IX
de
123
Documentos
Medievais
Portugueses.
Vol.
I:
1237,
Nov.
8
relativa
a
essa
doação
dos
padroados
de
Sta.
Documentos
régios,
tomo
I:
Documentos
dos
Condes
Maria
de
Alcácer
e
de
Sta.
Maria
de
Palmela
(“Livro
dos
Portucalenses
e
de
D.
Afonso
Henriques…,
doc.
355.
Copos”,
p.
239),
apesar
de
a
maior
parte
dos
autores
só
49
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
127 128
de
Sesimbra
(1236)
e
de
Almada
(1237) .
Sancho
II
e
o
bispo
de
Lisboa
D.
João
Rol,
na
Estas
doações,
destinadas
a
ordenar
Guarda,
a
15
de
Julho
de
1241.
Entre
as
várias
jurisdicionalmente
o
espaço
eclesiástico
de
questões
então
em
disputa,
destacava-‐se
no
implantação
da
Ordem,
constituíram
caso
em
apreço
a
temática
do
direito
de
provavelmente
uma
forma
de
recompensa
padroado
das
igrejas
paroquiais
constituídas
em
pelos
serviços
então
prestados
por
Paio
Peres
Lisboa,
assim
como
a
questiúncula
relativa
a
Correia
e
os
restantes
freires
de
Santiago
na
quatro
igrejas
que
o
bispo
D.
Soeiro
Viegas
dizia
conquista
algarvia.
Nesta
perspectiva,
o
direito
que
o
rei
distribuíra
no
termo
de
Óbidos
pelos
de
padroado
parece
ser
usado
como
uma
forma
seus
vassalos.
Seria
da
maior
importância
de
consolidar
e
complementar
a
presença
da
conhecer
os
termos
exatos
do
acordo
129
referida
milícia
nesses
territórios .
relativamente
ao
padroado
das
igrejas
de
131
Lisboa .
Ainda
assim,
sabemos
que
o
rei
vai
até
Sensivelmente
pela
mesma
altura,
a
Coroa
certo
ponto
reconhecer
os
abusos
perpetrados,
encontrava-‐se
a
braços
com
um
conflito
mais
ou
através
da
concessão
à
Sé
de
Lisboa
dos
menos
latente
com
o
episcopado
de
Lisboa,
que
padroados
das
igrejas
de
Sta.
Maria
de
Marvila
fazia
do
poder
de
nomeação
a
benefícios
um
de
Santarém,
de
S.
Pedro
e
de
S.
Martinho
de
importante
pomo
de
discórdia.
Este
conflito,
de
130 Sintra
e
de
S.
João
do
Mocharro
em
Óbidos.
Se
a
vicissitudes
complexas ,
teria
o
seu
desfecho
nossa
leitura
dos
vários
resumos
conhecidos
do
por
meio
de
uma
composição
efetuada
entre
D.
referido
acordo
se
revelar
correta,
D.
Sancho
II
aparta
do
seu
padroado,
nessa
mesma
ocasião,
várias
igrejas
reclamadas
pela
mesma
Sé,
a
apontar
a
sua
concessão
em
1237,
aquando
da
carta
de
doação
que
refere
pela
primeira
vez
Almada.
saber,
as
igrejas
de
Sta.
Cruz
de
Lisboa,
de
Sta.
127
Mais
precisamente
Santa
Maria
de
Sesimbra
a
1236,
Maria
de
Loures,
de
Sto.
António
de
Enxara,
de
Fev.
22.
Chancelaria
de
D.
Afonso
III
–
Livro
I,
ed.
Leontina
132
Alhandra
e
de
Sta.
Maria
de
Monte
Agraço .
Ventura
e
António
Resende
de
Oliveira,
Coimbra,
Apesar
do
desconhecimento
que
envolve
ainda
Imprensa
da
Universidade
de
Coimbra,
2007,
nº
729;
ANTT,
Gavetas,
V,
m.
1,
nº
19;
Leitura
Nova.
Livro
dos
a
interpretação
deste
negócio,
o
mesmo
Mestrados,
fóls.
171v-‐172;
José
Augusto
Oliveira,
Na
revelou-‐se
importante
para
o
futuro,
na
medida
Península
de
Setúbal,
em
finais
da
Idade
Média:
em
que
a
Coroa
alienou
de
uma
assentada
o
organização
do
espaço,
aproveitamento
dos
recursos
e
padroado
de
nove
igrejas
que
nunca
mais
exercício
do
poder,
Lisboa,
Tese
de
Doutoramento
em
133
História
Medieval
apresentada
à
Faculdade
de
Ciências
conseguiu
recuperar .
Sociais
e
Humanas
da
Universidade
Nova
de
Lisboa,
2008,
p.
96,
495.
128 131
Certamente
com
o
objetivo
de
confirmar
as
anteriores
Com
efeito,
as
únicas
informações
sobre
este
doações
e
adicionar
agora
Almada,
esta
refere
os
documento
registam-‐se
nos
sumários
publicados
em
padroados
das
igrejas
de
Alcácer,
Palmela
e
Almada
e
Cabido
da
Sé…,
p.
176-‐178,
330.
132
encontra-‐se
datada
de
[1237],
Nov.
4.
ANTT,
Gavetas,
V,
ANTT,
Mitra
de
Lisboa,
vol.
18,
fl.
4-‐7,
8-‐11,
12-‐15;
m.
1,
nº
20;
Leitura
Nova.
Livro
dos
Mestrados,
fl.
172;
Cabido
da
Sé…,
p.
176-‐8,
330;
António
Costa,
Mestre
“Livro
dos
Copos”,
p.
124,
p.
240;
José
Augusto
Oliveira,
Silvestre…,
p.
243,
nota
351
e
Rodrigo
da
Cunha,
Historia
Na
Península…,
p.
495.
Ecclesiastica
da
Igreia
de
Lixboa,
Lisboa,
Na
Officina
de
129
A
doação
à
Ordem
de
Santiago
do
castelo
e
da
vila
de
Manoel
da
Sylva,
1642,
fóls.
153v-‐154.
Sabemos
que
o
Sesimbra
teve
lugar
precisamente
um
ano
antes,
em
bispo
olisiponense
dispunha
já
dessa
altura
de
1236,
Jan.
19.
ANTT,
Leitura
Nova.
Livro
dos
Mestrados,
fl.
prerrogativas
jurisdicionais
pelo
menos
sobre
a
vila
de
171-‐171v;
Gavetas,
V,
m.
1,
nº
18;
Arquivo
Municipal
de
Alhandra,
pelo
que
a
concórdia
agora
efetuada
viria
Sesimbra,
Livro
do
tombo
da
vila
de
Sesimbra,
fl.
14v;
José
porventura
consagrar
o
«domínio»
episcopal
sobre
esses
Augusto
Oliveira,
Na
Península…,
pp.
495,
500.
Sobre
a
espaços.
Sobre
o
caso
alhandrense,
ver
Mário
Farelo,
A
formação
da
rede
paroquial
neste
espaço,
veja-‐se
oligarquia
camarária
de
Lisboa
(1325-‐1433),
Lisboa,
Tese
Francisco
Mendes,
O
nascimento
da
margem
sul.
de
Doutoramento
em
História
Medieval
apresentada
à
Paróquias,
concelhos
e
comendas
(1147-‐1385),
Lisboa,
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Lisboa,
2008,
pp.
Edições
Colibri,
2011.
114-‐115,
nota
696.
130 133
Sobre
este
conflito,
veja-‐se
Maria
João
Branco,
“Reis,
Estas
igrejas
acabaram
nos
anos
subsequentes
por
ser
bispos
e
cabido…”,
pp.
70-‐84;
António
Domingues
de
objeto
de
acordos
entre
a
Sé
e
o
Cabido,
cabendo
à
Sousa
Costa,
Mestre
Silvestre
e
mestre
Vicente,
juristas
da
primeira
a
igreja
de
Sta.
Cruz,
S.
Pedro
de
Sintra,
Sta.
contenda
entre
D.
Afonso
II
e
suas
irmãs,
Braga,
Editorial
Maria
de
Marvila
de
Santarém,
Sta.
Maria
de
Loures,
Franciscana,
1963.
enquanto
o
cabido
ficou
com
o
padroado
das
igrejas
de
S.
50
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
Talvez
por
isso,
o
rei
seguinte
não
manifestou
do
padroado
régio
da
diocese
em
favor
da
prodigalidade
nessa
questão
com
o
episcopado
rainha
D.
Beatriz,
já
em
finais
do
reinado,
todas
de
Lisboa.
Se,
por
um
lado,
a
falta
desta
última
as
transferências
detetadas
desse
direito
no
se
pode
justificar
pelas
más
relações
que
o
tempo
de
D.
Afonso
III
beneficiam
instituições
monarca
manteve
com
o
bispo
D.
Airas
Vasques
eclesiásticas
regulares,
a
começar
em
1255
com
(1244-‐1258)
ao
longo
do
seu
episcopado,
já
a
confirmação
do
padroado
da
margem
sul
aos
134 137
detalhadas
por
Maria
João
Branco ,
a
sintonia
Espatários
e
de
Sta.
Maria
de
Porto
de
Mós
ao
138
que
o
monarca
manteve
com
o
prelado
seguinte
mosteiro
de
Alcobaça .
Na
década
seguinte,
causa
estranheza.
Com
efeito,
D.
Mateus
foi
um
duas
outras
doações
têm
lugar,
desta
feita
por
bispo
que
permaneceu
fiel
à
causa
régia
durante
razões
específicas:
o
padroado
de
Sta.
Maria
de
duas
décadas,
pelo
que
um
tal
relacionamento
Óbidos
aos
cónegos
regrantes
de
Coimbra
em
não
deixaria
de
proporcionar,
à
primeira
vista,
1264,
como
forma
de
compensação
pela
perda
139
um
clima
de
entendimento
entre
as
parte.
da
jurisdição
sobre
o
castelo
de
Arroches
e
o
Provavelmente
para
a
sua
explicação
é
padroado
de
Sta.
Maria
de
Golegã
ao
mosteiro
necessário
introduzir
a
dimensão
mais
geral
das
de
Alcobaça,
três
anos
mais
tarde,
a
pedido
de
relações
entre
a
Monarquia
e
os
bispos
Mestre
Bartolomeu,
capelão
e
médico
do
rei,
portugueses.
Assim,
as
várias
ações
d’O
em
virtude
da
pobreza
da
igreja
e
da
sua
má
140
Bolonhês
no
sentido
do
controlo
da
propriedade
conservação .
Na
realidade,
não
seriam
estas
e
da
justiça
propiciaram,
com
o
tempo,
a
as
únicas
vezes
em
que
as
transferências
de
135
alienação
do
meio
episcopal
português .
Provavelmente
por
esta
razão
e
neste
particular,
«João»).
Acrescente-‐se
a
isto
que
a
igreja
de
S.
João
de
deixa
de
existir
uma
sintonia
de
interesses
entre
Lisboa
era
acompanhada
do
epíteto
«da
Praça»
a
partir
a
Coroa
e
a
hierarquia
eclesiástica
da
diocese,
de
1269
(Rui
de
Azevedo,
“Período
de
formação
em
benefício
de
um
crescente
favorecimento
territorial:
expansão
pela
conquista
e
a
sua
consolidação
pelo
povoamento.
As
terras
doadas.
Agentes
das
principais
ordens
religiosas
implantadas
no
136 colonizadores”,
in
História
da
Expansão
Portuguesa
no
reino .
Na
realidade,
para
além
da
alienação
Mundo,
ed.
António
Baião,
Hernâni
Cidade
e
Manuel
Múrias,
Lisboa,
Editorial
Ática,
1937,
p.
54),
e
que
a
outra
igreja
de
S.
João
sita
em
Lisboa,
a
do
Lumiar,
continuou
a
Martinho
de
Sintra,
de
S.
João
de
Óbidos
e
de
Sta.
Maria
pertencer
durante
o
reinado
dionisino
ao
padroado
régio
de
Monte
Agraço.
Cabido
da
Sé…,
p.
35,
97;
Rodrigo
da
(veja-‐se
o
respetivo
quadro
infra).
137
Cunha,
Historia
Ecclesiastica…,
fól.
164v.
No
âmbito
da
confirmação
do
senhorio
da
Ordem
134
Maria
João
Branco,
“O
bispo
Airas
Vasques
e
o
alegado
sobre
os
castelos
e
vilas
aí
situados.
(Chancelaria
de
D.
discurso
em
prol
de
Sancho
II:
mito
ou
realidade?”,
in
Afonso
III,
vol.
I,
nº
729)
e
da
confirmação
da
doação
dos
Colóquio
internacional.
Discursos
de
legimitação,
ed.
castelos
de
Alcácer,
Palmela,
Almada
e
Arruda
de
1255,
Danielle
Buschinger,
Isabel
de
Barros
Dias,
Maria
João
Mai.
5
com
apresentação
das
cartas
dos
seus
Brancoe
Rosa
Maria
Sequeira,
Lisboa,
Universidade
antecessores
(“Livro
dos
Copos”,
p.
244)
e
sem
essa
Aberta,
2003,
pp.
1-‐23
referência,
mas
somente
com
alusão
a
elas
em
carta
de
[https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/1553]
1255,
Mai-‐Jun.
(Chancelaria
de
D.
Afonso
III,
vol.
I,
nº
(consultado
a
25.11.2011).
745).
135 138
Sobre
esta
questão,
veja-‐se
Hermínia
Vasconcelos
Chancelaria
de
D.
Afonso
III,
vol.
I,
nº
746;
ANTT,
Vilar,
“O
Rei
e
a
Igreja…”,
pp.
319-‐322
e
Maria
Alegria
Mosteiro
de
Alcobaça,
1ª
inc.,
Documentos
Régios,
m.
1,
Fernandes
Marques,
O
Papado
e
Portugal
no
tempo
de
D.
nº
30
e
31;
Leitura
Nova.
Livros
de
Direitos
Reais,
liv.
2,
Afonso
III
(1245-‐1279),
Coimbra,
Dissertação
de
fóls.
81v-‐82;
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fóls.
2
(datada
de
Doutoramento
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
1260).
139
Universidade
de
Coimbra,
1990.
Chancelaria
de
D.
Afonso
III,
vol.
I,
nº
325;
ANTT,
136
Cremos
que
a
doação
ao
cabido
de
Lisboa
do
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
2;
m.
5,
nº
9;
Leitura
Nova.
padroado
das
igrejas
de
S.
João
de
Lisboa
e
de
Santiago
Livros
de
Padroado,
liv.
2,
fóls.
29v-‐30v
(datado
de
1326,
de
Torres
Vedras,
referida
unicamente
pelo
Livro
das
Dez.
5);
XIX,
m.
6,
nº
36
(outorga
dos
crúzios
a
1326,
Nov.
igrejas
e
capelas
do
padroado
dos
reis
de
Portugal
de
29).
A
doação
de
Arronches
havia
sido
outorgada
por
1574
(intro.
Joaquim
Veríssimo
Serrão,
Paris,
Centro
Sancho
II
a
1236,
Jan.
7.
Chancelaria
de
D.
Afonso
III,
vol.
Cultural
Português,
1971,
p.
69),
seja
afinal
uma
I,
nº
98.
140
deturpação
de
uma
doação
posterior
de
D.
Dinis.
Com
Chancelaria
de
D.
Afonso
III,
vol.
I,
nº
378;
ANTT,
a
efeito,
este
último
doa-‐lhe
os
padroados
de
S.
Julião
de
Mosteiro
de
Alcobaça,
1
inc.,
Documentos
Régios,
m.
2,
Lisboa
e
de
Santiago
de
Torres
Vedras.
A
discrepância
nº
3,
4;
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
2v
(datada
de
1271);
dever-‐se-‐á
atribuir
a
uma
leitura
errada
de
«Julião»
em
Leitura
Nova.
Livros
de
Direitos
Reais,
liv.
2,
fól.
120v.
51
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
52
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
novas
cambiantes
que
autoriza
a
ideia
de
que
O
padroado
às
Ordens
religiosas.
Ora,
uma
análise
Lavrador
concebeu
o
direito
de
padroado
como
mais
fina
deixa
entender
que
o
leque
de
um
autêntico
instrumento
de
carácter
social
e
instituições
agraciadas
restringe-‐se
a
um
só
dos
político.
mosteiros
estremenhos
–
mas
com
ligações
à
diocese
olisiponense
–
que
eram
Desde
logo,
este
período
destaca-‐se
pelo
tradicionalmente
objeto
da
magnanimidade
número
elevado
de
alienações
em
comparação
150 régia.
Com
efeito,
deteta-‐se
somente
uma
com
os
restantes
reinados
sob
observação .
doação
de
padroado
a
favor
do
mosteiro
de
De
uma
forma
geral,
a
sua
cronologia
remete,
Alcobaça,
precisamente
em
1298
com
a
como
no
passado,
para
momentos
específicos,
o
transferência
para
mãos
cistercienses
do
que
poderá
indiciar
estratégias
de
ação
que
152
padroado
da
igreja
de
S.
Tomé
de
Lisboa .
As
importa
tentar
apreender.
Assim,
com
a
exceção
restantes
alienações
respeitam
a
uma
outra
da
doação
do
padroado
da
igreja
de
S.
instituição
cisterciense,
precisamente
o
Bartolomeu
de
Lisboa
ao
bispo
de
Évora
D.
mosteiro
que
ele
e
a
rainha
D.
Isabel
fundaram
Domingos
Eanes
Jardo,
cujo
carácter
anómalo
153
em
Odivelas .
Paralelamente
à
dotação
se
explica
pela
justificação
utilitária
da
sua
patrimonial,
a
doação
de
padroado
acabou
por
concessão,
assiste-‐se
na
segunda
metade
da
tornar-‐se
um
dos
facies
do
processo
de
década
de
1290
a
um
importante
constituição
deste
último
mosteiro,
através
da
desenvolvimento
de
doação
e
de
escambos
de
concessão
em
1294
do
padroado
adscrito
às
padroado
régio.
Seria
tentador
ver
nesta
igrejas
de
Sto.
Estêvão
de
Alenquer
e
de
S.
Julião
cronologia
os
efeitos
do
apaziguamento
das
de
Santarém,
posteriormente
ampliado
em
relações
antagónicas
em
torno
das
liberdades
1318
com
o
padroado
das
igrejas
de
S.
João
do
do
clero
que
o
rei
mantém
com
praticamente
154
Lumiar
e
de
S.
Julião
de
Frielas .
todos
os
detentores
de
sés
do
reino,
propiciado
pelas
concórdias
firmadas
em
1289-‐1292,
assim
como
o
advento
de
um
episcopado
agora
mais
152
em
sintonia
com
os
desejos
e
os
objetivos
do
rei
Tratou-‐se
de
uma
situação
anormal,
visto
que
passa
praticamente
ao
mesmo
tempo
para
a
alçada
do
Cabido
(de
cuja
entourage
eram
oriundos
e
a
quem
da
Sé
de
Lisboa,
por
escambo
com
o
padroado
da
igreja
deviam
o
sólio
episcopal
e
um
significativo
de
Muge.
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
3,
fól.
3;
151
poder
económico) .
Certamente
o
estreitar
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
4;
Leitura
Nova.
Livros
dos
das
relações
entre
a
Coroa
e
o
episcopado
Padroados,
liv.
2,
fól.
6;
Mosteiro
de
Alcobaça,
2ª
inc.,
m.
55,
nº
4;
m.
20,
nº
426;
Leitura
Nova.
Livros
de
Direitos
decorrente
deste
novo
clima
não
deixou
de
se
Reais,
liv.
2,
fóls.
53v-‐54,
97-‐97v;
Cabido
da
Sé…,
pp.
185-‐
refletir
na
gestão
do
padroado
por
cada
um
186,
295;
Rodrigo
da
Cunha,
História
Ecclesiastica…,
fól.
desses
poderes,
expresso
nas
sucessivas
242v.
153
alienações
da
referida
década.
Sobre
a
fundação
do
mosteiro
e
os
processos
de
organização
patrimonial
e
social,
veja-‐se
Hermínia
Abordando
mais
uma
vez
mais
a
tipologia
dos
Vasconcelos
Vilar
e
Maria
João
Violante
Branco,
“A
fundação
do
mosteiro
de
Odivelas”,
in
Congreso
beneficiários
e
a
geografia
dos
padroados
então
Internacional
Sobre
San
Bernardo
e
o
Cister
en
Galicia
e
alienados,
verifica-‐se
que
D.
Dinis
manteve
Portugal.
Actas,
vol.
I,
Ourense,
Monte
Cassino,
1992,
pp.
grosso
modo
o
número
das
concessões
de
589-‐601;
Luís
Rêpas,
“Entre
o
mosteiro
e
a
cidade:
o
recrutamento
social
das
“donas”
de
Odivelas”,
in
Lisboa
Medieval.
Os
rostos
da
Cidade,
coord.
Luís
Krus,
Luís
Filipe
150
Veja-‐se
o
gráfico
1.
Oliveira
e
João
Luís
Fontes,
Lisboa,
Livros
Horizonte,
151
Hermínia
Vasconcelos
Vilar,
As
Dimensões
de
um
2007,
pp.
232-‐238;
Giulia
Rossi
Vairo,
“La
tomba
del
re
Poder.
A
Diocese
de
Évora
na
Idade
Média,
Lisboa,
Dinis
a
Odivelas:
nuovi
contributi
e
proposte
di
letture”,
Editorial
Estampa,
1999,
p.
63;
Armando
Luís
de
Carvalho
in
I
Colóquio
internacional.
Cister,
os
Templários
e
a
Homem,
“Perspectivas
sobre
a
prelazia
do
Reino
em
Ordem
de
Cristo.
Da
Ordem
do
Templo
à
Ordem
de
Cristo.
tempos
dionisinos”,
in
Revista
da
Faculdade
de
Letras
da
Os
Anos
da
Transição.
Actas,
ed.
José
Albuquerque
Universidade
do
Porto.
História,
2ª
série,
vol.
XV/2,
1998,
Carreira
e
Giulia
Rossi
Vairo,
Instituto
Politécnico
de
pp.
1469-‐1477;
Hermínia
Vasconcelos
Vilar,
“O
Tomar,
Tomar,
2012,
pp.
209-‐248.
154
episcopado
do
tempo
de
D.
Dinis:
trajectos
pessoais
e
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
3,
fól.
121;
carreiras
eclesiásticas
(1279-‐1325)”,
in
Arquipélago.
Chancelaria
de
D.
João
II,
liv.
8,
fl.
154;
Mosteiro
de
S.
História,
5,
2001,
pp.
581-‐604.
Dinis
de
Odivelas,
liv.
2,
fól.
174;
Leitura
Nova.
Livro
de
53
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
158
A
restrição
da
liberalidade
régia
com
as
Ordens
1295 ,
da
igreja
de
Sto.
André
ao
escrivão
159
regulares
sugerida
por
estes
factos
pode
indiciar
régio
Airas
Martins
em
1296 ,
da
igreja
de
Sta.
problemas
de
relacionamento
com
o
corpo
Marinha
do
Outeiro
ao
seu
tesoureiro
Pedro
160
clerical,
expresso
igualmente
na
legislação
então
Salgado
em
1297
e
da
igreja
de
S.
Tomé
ao
161
promulgada
por
D.
Dinis
com
o
propósito
de
mosteiro
de
Alcobaça
em
1298 .
A
tipologia
limitar
o
desenvolvimento
patrimonial
das
destes
beneficiados
é
igualmente
significativa.
155
instituições
eclesiais
existentes
no
reino .
Para
Pela
primeira
vez,
a
Coroa
abre
o
padroado
de
o
caso
que
nos
importa,
esta
conjuntura
poderá
igrejas
da
cidade
a
leigos
que
lhe
são
próximos.
ter
adjuvado
o
desenvolvimento
de
alienações
a
Para
estes,
tais
doações
constituem
o
prelúdio
outras
entidades.
Com
um
precedente
de
uma
crescente
intervenção
no
espaço
simbolizado
por
D.
Domingos
Eanes
Jardo,
a
paroquial,
seja
pela
ereção
de
elementos
referida
década
aprofunda
a
tendência
para
a
comemorativos
e
de
promoção
simbólica
como
162
concessão
de
partes
do
padroado
olisiponense
a
as
capelas
e
os
morgadios ,
seja
pelo
auxílio
figuras
próximas
do
monarca.
Se
a
concessão
ao
material
à
igreja
e
pelo
desenvolvimento
do
163
seu
irmão
D.
Afonso
em
1293
da
igreja
de
Sta.
domínio
jurisdicional
desta
última .
Por
outro
Maria
da
Lourinhã
denota
a
vontade
em
resolver
um
aparente
conflito
jurisdicional
sobre
158
156
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
2,
fóls.
103v-‐104,
a
referida
vila ,
já
a
concessão
dois
anos
mais
108v;
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
22v;
Mitra
Patriarcal
tarde
dos
direitos
patronais
nas
igrejas
situadas
de
Lisboa,
vol.
18,
nº
37.
159
em
diversos
reguengos
olisiponenses
(Sta.
Maria
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
2;
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
10,
23;
ACPL,
Título
da
Capela
de
Maria
de
Sacavém,
S.
Silvestre
de
Unhos,
S.
Julião
de
Esteves,
T.
I,
nº
1.
Frielas
e
Camarate)
à
infanta
D.
Constança,
160
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
3,
fóls.
1v-‐2;
então
com
cinco
anos
de
idade,
pode
muito
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
4.
161
bem
simbolizar
a
necessidade
de
cercear
esses
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
3,
fól.
3;
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
4;
Leitura
Nova.
Livros
dos
espaços
à
influência
eclesiástica.
Padroados,
liv.
2,
fól.
6;
Mosteiro
de
Alcobaça,
2ª
inc.,
m.
Salvaguardando
a
hipótese
de
constituir
um
55,
nº
4;
m.
20,
nº
426;
Leitura
Nova.
Livros
de
Direitos
mero
exemplo
de
formulário,
cremos
que
não
Reais,
liv.
2,
fóls.
53v-‐54,
97-‐97v;
Cabido
da
Sé…,
pp.
185-‐
deixa
de
ser
significativo
que
a
referida
doação
à
186,
295;
Rodrigo
da
Cunha,
História
Ecclesiastica…,
fól.
242v.
infanta
seja
efetuada
a
título
precário,
ficando
a
162
Veja-‐se
para
ambos
os
casos
Maria
de
Lurdes
Rosa,
O
mesma
impossibilitada
de
transmitir
os
bens
e
Morgadio
em
Portugal,
séculos
XIV-‐XV.
Modelos
e
157
direitos
doados
«a
bispo,
clérigo
ou
Ordem» .
práticas
de
comportamento
linhagístico,
Lisboa,
Editorial
Estampa,
1995;
eadem,
«As
almas
herdeiras».
Fundação
Esta
conjuntura
específica
terá
igualmente
de
capelas
fúnebres
e
afirmação
da
alma
como
sujeiro
de
presidido
à
alienação
que
se
observa
por
essa
direito
(Portugal,
1400-‐1521),
Paris-‐Lisboa,
Dissertação
de
altura
no
próprio
padroado
régio
da
cidade
e
Doutoramento,
EHESS-‐Paris
e
Universidade
Nova
de
Lisboa,
2005.
A
fundação
de
Airas
Martins
e
Maria
constitui
o
lógico
prolongamento
da
praxis
Esteves
encontra-‐se
detalhada
em
Isaías
da
Rosa
Pereira,
iniciada
com
os
infantes
D.
Afonso
e
D.
“As
obras
de
misericórdia…”,
pp.
719-‐759,
enquanto
para
Constança.
Desta
feita,
as
doações
de
padroado
a
de
Pedro
Salgado
é
necessário
consultar
Biblioteca
régio
sucedem-‐se
a
um
ritmo
importante
e
Pública
de
Évora,
Fundo
Mazinola,
Cod.
500,
doc.
3
(1)
(1303,
Nov.
3,
Lisboa);
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Afonso
V,
sustentado:
da
igreja
de
Sto.
Estêvão
de
Alfama
liv.
12,
fól.
50v
(doc.
de
1452,
Fev.
2),
para
além
do
fundo
ao
bispo
D.
João
Martins
de
Soalhães
em
documental
da
Colegiada
de
Sta.
Marinha
do
Outeiro
de
Lisboa
conservado
no
Arquivo
Nacional
da
Torre
do
Tombo.
163
Quando
Maria
Esteves
tem
de
defender,
em
1333,
a
extras,
liv.
3,
fól.
145;
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
14v
sua
posse
do
padroado
da
igreja
de
Sto.
André,
o
qual
(datado
de
1318.10.05).
estava
em
risco
de
ser
revogado,
a
mesma
argumenta
155
Sobre
as
leis
de
desamortização
promulgadas
por
D.
que
«como
essa
igreja
era
pobre
e
«minguada»
e
que
por
Dinis,
veja-‐se
entre
outros,
Fortunato
de
Almeida,
isso
o
prior
não
se
podia
manter»,
ela
e
seu
marido
História
da
Igreja...,
vol.
I,
pp.
11-‐113.
haviam-‐lhe
doado
as
herdades
que
tinham
na
Azóia
e
em
156
D.
Afonso
era
senhor
da
vila
desde
que
o
seu
pai
D.
outros
locais.
De
igual
modo,
por
remissão
dos
seus
Afonso
III
lhe
tinha
feito
mercê
da
mesma
em
1278.
pecados,
haviam
edificado
nessa
herdade
da
Azóia
uma
157
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv
2,
fól.
95v-‐96.
igreja
em
honra
de
Sta.
Iria,
cuja
capela
ficaria
sujeita
a
54
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
lado,
D.
Dinis
favorece,
na
pessoa
de
D.
João
que
por
essa
altura
desenvolvia
contra
o
seu
Martins
Soalhães,
um
dos
seus
privados
mais
irmão.
Para
D.
Dinis,
a
perda
de
uma
fração
do
importantes
que
o
tinha
representado
em
seu
padroado
em
Lisboa
seria,
assim,
um
preço
algumas
das
mais
relevantes
missões
ao
longo
modesto
a
pagar
pela
ajuda
prestada
no
164
do
seu
reinado .
Segundo
esta
linha
de
cerceamento
jurisdicional
e
patrimonial
do
pensamento,
a
alienação
de
padroado
régio
em
infante
D.
Afonso.
A
doação
do
padroado
da
seu
favor
constituiu
uma
das
formas
que
o
igreja
de
Sta.
Maria
de
Alcanede
à
Ordem
de
monarca
encontrou
para
recompensar
os
seus
Santiago
ecoa
essa
realidade,
ao
afirmar
que
se
serviços:
o
padroado
da
igreja
de
Almonda,
de
S.
destinava
a
recompensar
a
milícia
pelos
serviços
165
Paulo
de
Salvaterra
de
Magos ,
além
do
da
prestados,
nomeadamente
no
cerco
de
168
supracitada
igreja
de
Sto.
Estêvão
de
Alfama
de
Arronches .
166
Lisboa .
A
maior
parte
destas
alienações
tiveram
um
Tais
alienações
sugerem
que
o
exercício
do
carácter
precário,
pelo
que,
esgotado
o
seu
padroado
régio
sofria,
por
essa
altura,
uma
objetivo
inicial,
muitos
desses
padroados
profunda
desregulação.
A
lei
promovida
em
acabaram
por
voltar
com
maior
ou
menor
169
1298
por
D.
Dinis
pretende
ser,
nessa
rapidez
para
a
Coroa .
O
sinal
de
que
a
perspetiva,
uma
resposta
aos
abusos
que
então
conjuntura
de
finais
do
século
XIII
que
acabámos
foram
cometidos
e
que
tinham
levado
mesmo
a
de
analisar
era
singular,
depreende-‐se
da
que
o
monarca
delegasse
noutras
pessoas
a
rarefação
das
doações
no
período
seguinte,
capacidade
de
prover
em
igrejas
que
lhe
doravante
enquadradas
na
continuação
das
pertenciam.
Em
termos
específicos,
através
boas
relações
com
a
hierarquia
eclesiástica
desta
lei,
o
rei
revogava
todas
as
cartas
que
secular
da
diocese.
Os
dois
blocos
de
doações
tinham
sido
dadas
a
beneficiados
em
então
observáveis
favorecem
de
novo
o
bispo
expectativa
de
vacatura,
assim
como
aquelas
de
Lisboa
D.
João
Martins
de
Soalhães,
ainda
concedidas
aos
bispos,
cabidos
e
vigários
que
de
forma
distinta.
Relativamente
à
primeira,
diocesanos
com
o
poder
de
proverem
nas
a
concessão
de
padroado
régio
teve
por
167
igrejas
de
padroado
régio .
objetivo
resolver
a
preocupação
que
D.
Dinis
demonstrou
então
pela
ordenação
das
capelas
Esta
aproximação
da
Coroa
às
autoridades
régias
em
Santarém,
Alenquer,
Lisboa
e
Torres
eclesiásticas
da
diocese
e
a
figuras
gradas
do
seu
Vedras
e
que
o
mesmo
resolveu
transferindo
a
oficialato
poderá
ter
como
pano
de
fundo
a
responsabilidade
do
provimento
dos
respetivos
vontade
do
monarca
em
congregar
clérigos
para
o
Cabido
e
para
a
Sé
de
Lisboa.
O
solidariedades
no
âmbito
da
luta
anti-‐senhorial
negócio
foi
operacionalizado
em
torno
de
duas
doações,
datadas
de
6
de
fevereiro
de
1301,
Sto.
André.
ACPL,
Titulo
da
Capela
de
Maria
Esteves,
T.
I,
distintas,
certamente
para
prevenir
dissensões
n.
17
publicado
em
Isaías
da
Rosa
Pereira,
“As
obras
de
futuras
em
torno
da
sua
posse.
Assim,
enquanto
misericórdia…”,
pp.
737-‐738.
o
bispo
D.
João
Martins
de
Soalhães
e
os
seus
164
Mário
Farelo,
André
Evangelista
Marques,
Ana
Filipa
sucessores
obtêm
o
padroado
das
igrejas
de
S.
Roldão,
“Les
clercs
dans
l’administration
dionysienne
(1279-‐1325)”,
in
Carreiras
eclesiásticas
no
Ocidente
Lourenço
de
Santarém
e
de
Santiago
de
Cristão,
Centro
de
Estudos
de
Historia
Religiosa
–
Alenquer,
o
Cabido
da
Sé
usufrui,
a
partir
desse
Universidade
Católica
Portuguesa,
Lisboa,
2007,
p.
304.
momento,
de
idêntico
direito
nas
igrejas
de
S.
165
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
2,
fól.
114;
Gavetas,
Julião
de
Lisboa
e
de
Santiago
de
Torres
Vedras,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
22v;
Mitra
Patriarcal
de
Lisboa,
vol.
18,
nº
43;
Cabido
da
Sé…
pp.
182,
295;
Rodrigo
da
Cunha,
informando
os
autores
dos
documentos
que
se
Historia
Ecclesiastica…,
fóls.
223v-‐224.
A
situação
não
era
inédita,
visto
que
anteriormente
D.
Domingos
Eanes
168
Jardo
havia
obtido
o
padroado
da
igreja
de
S.
Bartolomeu
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
3,
fóls.
9-‐9v;
de
Lisboa.
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
4v.
166 169
Veja-‐se
supra.
Por
exemplo,
a
infanta
D.
Constança
conservava
o
167
Bernardo
de
Sá
Nogueira,
“Organização
do
Padroado
referido
padroado
até
ao
seu
casamento,
o
que
veio
a
Régio…”,
p.
441.
acontecer
em
1302.
55
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
trata
de
uma
doação
pelos
muitos
serviços
Os
dois
reinados
seguintes
representam
um
prestados
ao
casal
régio
e
para
que
os
membros
período
de
profundas
alterações
da
gestão
que
dessas
instituições
façam
oração
a
Deus
por
a
Coroa
faz
do
direito
de
padroado.
Ao
invés
da
170
eles .
A
geografia
de
alienações
seguida
neste
liberalidade
de
D.
Dinis,
o
seu
filho
e
o
seu
neto
caso
é
bastante
simples,
uma
vez
que
é
parecem
ter
hesitado
em
alienar
esse
direito,
escolhido
o
padroado
de
uma
igreja
localizada
uma
vez
que
não
dispomos
de
qualquer
na
cidade
ou
vila
onde
se
situava
a
capela
régia
informação
a
esse
nível
para
D.
Pedro
e
171
objeto
de
reorganização.
recenseámos
somente
quatro
alienações
no
tempo
de
seu
pai.
Estas
últimas
seguem
as
No
que
respeita
ao
segundo
bloco,
o
mesmo
justificações
geralmente
apresentadas:
os
objetivo
utilitarista
esteve
na
origem
nas
serviços
prestados
nas
doações
a
Fernão
doações
posteriores
ao
omnipresente
D.
João
Rodrigues
Redondo
e
sua
mulher
Marinha
Martins
de
Soalhães.
Desta
feita,
a
alienação
de
Afonso
da
igreja
de
S.
Nicolau
de
Santarém
igrejas
do
padroado
destinou-‐se
a
consolidar
a
(1333),
a
Miguel
Vivas
de
S.
Lourenço
de
Lisboa
capela
de
S.
Sebastião
que
o
prelado
queria
(1338)
e,
eventualmente,
a
João
Vicente
do
erigir
na
Sé
de
Lisboa.
Na
realidade,
contudo,
a
174
padroado
de
S.
João
da
Praça
(1335) ;
ou
a
responsabilidade
desta
dotação
acaba
por
ser
salvação
da
alma
do
rei
e
a
remissão
dos
seus
partilhada
entre
o
rei,
que
lhe
concede
então
o
pecados,
expressas
na
concessão
do
padroado
padroado
da
igreja
das
Abitureiras,
e
Maria
de
S.
Miguel
de
Sintra
ao
Cabido
da
Sé
de
Lisboa
Eanes,
filha
do
magnate
afonsino
D.
João
de
175
em
1336 .
Aboim,
que
concede
ao
prelado
o
padroado
da
172
igreja
de
Sto.
André
de
Mafra .
Ao
contrário
Mas,
ao
contrário
das
transferências
anteriores,
deste
último
caso,
não
sabemos
qual
o
destino
estas
doações
não
se
encontram
lançadas
nos
das
doações
régias
posteriores
ao
bispo
D.
João
livros
de
registo
da
chancelaria
afonsina
que
176
Martins,
nomeadamente
do
padroado
sobre
as
chegaram
até
nós .
Este
facto
assinala,
igrejas
do
espaço
escalabitano
de
Sta.
Cruz,
Sta.
porventura,
uma
mudança
na
gestão
da
Iria
e
S.
Martinho
de
Santarém,
e
de
S.
João
de
documentação
patronal
pela
chancelaria
régia
173
Pernes .
que
importa
considerar.
Deste
ponto
de
vista,
torna-‐se
importante
sublinhar
que
as
apresentações
régias,
que
eram,
até
então,
170
objeto
de
um
tratamento
especial
pela
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
3,
fóls.
15v-‐16;
Cabido
da
Sé…,
p.
186.
Os
dois
instrumentos
encontram-‐
chancelaria
régia,
parecem
deixar
de
ser
se
trasladados
em
1305,
Ago.
31
(O
Livro
das
lezírias
d’el
registadas
em
listas
específicas.
Com
efeito,
os
Rei
Dom
Dinis,
ed.
Bernardo
de
Sá
Nogueira,
Lisboa,
Livros
de
Padroado
da
Leitura
Nova
não
Centro
de
História,
2003,
p.
92-‐96
e
Chartularium
consagram
qualquer
lista
de
apresentações
Universitatis
Portugalensis,
vol.
1,
ed.
Artur
Moreira
de
SÁ,
Instituto
de
Alta
Cultura,
Lisboa,
1961,
p.
24,
nº
19).
régias
para
o
reinado
de
D.
Afonso
IV,
ao
passo
No
próprio
dia
das
doações,
D.
Dinis
havia
ordenado
a
que
trasladam
aquelas
elaboradas
no
reinado
Miguel
Martins,
tabelião
régio
em
Santarém,
que
se
anterior.
Provavelmente,
a
partir
dessa
altura,
a
dirigisse
a
Torres
Novas,
a
Ourém
e
a
Lisboa
para
elaborar
informação
sobre
as
apresentações
régias
dois
instrumentos
sobre
o
ordenamento
das
suas
capelas
de
Lisboa,
Alenquer,
Santarém
e
Torres
Vedras.
deixou
de
ser
conservada
sob
a
forma
de
lista
e
171
Posteriormente,
o
cabido
da
Sé
de
Lisboa
escamba
ainda
passou
a
constar
da
cópia
das
cartas
com
D.
Dinis
em
1316
o
padroado
da
igreja
de
Santiago
de
Torres
Vedras,
recebendo
em
troca
o
de
S.
Bartolomeu
de
174
Santarém
(ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
3,
fól.
99;
ANTT,
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
26.
175
Gavetas,
XIX,
m.
9,
nº
25;
Cabido
da
Sé…,
p.
129).
Deste
Chancelarias
Portuguesas:
D.
Afonso
IV,
vol.
2,
org.
de
modo,
consolida-‐se
a
presença
do
episcopado
e
do
Cabido
A.
H.
de
Oliveira
Marques,
Lisboa,
INIC,
1990-‐1992,
pp.
nas
igrejas
do
arcediagado
de
Santarém.
25-‐27,
nº
12;
ANTT,
Gavetas,
I,
m.
5,
nº
11;
XIX,
m.
14,
nº
172
Rodrigo
da
Cunha,
Historia
Ecclesiastica…,
fóls.
227v-‐ 5,
fól.
26v;
Leitura
Nova.
Livros
da
Estremadura,
liv.
2,
228.
fóls.
229,
293v;
Cabido
da
Sé…,
p.
192.
173 176
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
3,
fóls.74v-‐75;
Com
uma
única
exceção,
a
doação
do
padroado
da
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5,
fól.
13;
Mitra
Patriarcal
de
igreja
de
S.
Miguel
de
Sintra
concedida
ao
Cabido
da
Sé
Lisboa,
vol.
19,
nº
12;
Cabido
da
Sé…,
pp.
187,
296.
de
Lisboa.
56
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
57
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
pautar
a
sua
ação
por
uma
aproximação
à
inócua.
O
rei
tinha
optado
por
instituições
que
posição
seguida
por
D.
Pedro
de
conservar
nas
geravam
importantes
rendimentos,
de
modo
a
mãos
da
Coroa
o
padroado
olisiponense
de
que
que
a
Ordem
pudesse
daí
retirar
meios
dispunha.
As
únicas
exceções
que
conseguimos
financeiros
para
suportar
os
seus
encargos
e
as
documentar
respeitam
à
doação
do
padroado
suas
necessidades,
uma
vez
que
os
seus
bens
se
das
igrejas
da
Carvoeira,
de
Sta.
Maria
de
encontravam
delapidados
por
causa
da
guerra.
Cheleiros
e
de
Sta.
Maria
de
Povos
a
Álvaro
A
mesma
justificação
de
necessidades
Peres
de
Castro
em
18
de
maio
de
1368,
a
qual
financeiras
se
encontra
na
alienação
do
tinha
como
justificação
os
serviços
que
o
padroado
de
uma
igreja
da
cidade
de
Lisboa
em
181
mesmo
tinha
prestado
a
ele
e
a
seu
pai .
O
favor
da
Universidade,
a
qual
então
aí
se
184
carácter
utilitário
das
transferências
de
localizava .
padroado
régio
encontra-‐se
igualmente
bem
Na
realidade,
D.
João
I
procurou
sobretudo
patente
neste
reinado
fernandino,
na
medida
consolidar,
através
destas
transferências,
as
em
que
a
«derriba»
da
Sé
da
Guarda
por
alturas
suas
redes
de
fidelidade
recuperando
a
de
1374
é
compensada
pela
doação
à
referida
182 estratégia
afonsina
de
alienar
padroado
na
Obra
do
padroado
das
igrejas
de
Abrantes .
cidade
de
Lisboa
em
favor
de
membros
da
sua
Este
negócio
acaba
por
ser
igualmente
especial
privança.
Esta
matriz
encontra-‐se
bem
visível
pelo
facto
de
constituir
um
dos
raros
casos
em
nas
concessões
efetuadas
no
início
dos
anos
que
a
Coroa
aliena
o
padroado
de
toda
uma
vila
1390,
em
favor
dos
grandes
privados
régios
D.
da
diocese
de
Lisboa
a
favor
de
outra
entidade
Martinho
Afonso
da
Charneca,
então
bispo
de
que
não
as
rainhas
portuguesas.
Coimbra
e
D.
João
Afonso
de
Azambuja,
na
Com
D.
João
I
temos
um
novo
período
de
altura
bispo
do
Porto.
Como
no
tempo
de
D.
alienações,
geralmente
em
favor
de
leigos.
Com
Afonso
IV,
as
motivações
subjacentes
revelam,
efeito,
a
única
doação
registada
a
favor
de
um
para
além
de
qualquer
dúvida,
a
vontade
de
instituto
eclesiástico
respeita
à
Ordem
de
Avis,
prover
às
necessidades
económicas
e
de
que
ganha
da
Coroa,
em
1394,
o
padroado
promoção
simbólica
das
fundações
que
estes
sobre
as
igrejas
bem
dotadas
economicamente
querem
realizar.
Em
termos
concretos,
o
de
Sta.
Maria
de
Alcáçova
de
Santarém,
de
S.
fundador
da
dinastia
de
Avis
concede,
em
1390,
Leonardo
da
Atouguia
e
de
Sta.
Maria
de
o
padroado
da
igreja
de
S.
Cristóvão
ao
bispo
D.
183
Povos .
A
escolha
destas
igrejas
não
era
Martinho
Afonso
da
Charneca,
o
qual
queria
fazer
uma
capela
nesse
espaço
eclesial
e
185
ordenar
um
morgado
de
seus
bens .
A
181
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Fernando,
liv.
1,
fóls.
27v-‐28.
Saliente-‐se
que
Fátima
Regina
Fernandes
situa
estes
bens
no
Minho.
Fátima
Regina
Fernandes,
O
reinado
de
D.
veja-‐se
Stéphane
Boissellier,
Registres
fiscaux…,
pp.
145-‐
Fernando
no
contexto
das
relações
régio-‐nobiliárquicas,
153.
184
Porto,
Tese
de
doutoramento
em
História
Medieval
A
escolha
recaiu
em
1418
sobre
a
colegiada
de
S.
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
do
Tomé,
em
cuja
paróquia
se
localizavam
justamente
as
Porto,
1996,
pp.
39-‐40.
Escolas
gerais.
Posteriormente,
em
1430,
anexou-‐se
a
182
Chancelarias
portuguesas:
D.
Duarte,
vol.
I,
T.
2,
igreja
de
S.
Nicolau
(Chartularium
Universitatis
organização
e
revisão
de
João
José
Alves
Dias,
Lisboa,
Portugalensis,
vol.
III,
nº
637,
710,
926;
Margarida
Garcez
Universidade
Nova-‐Centro
de
Estudos
Históricos,
2002,
p.
Ventura,
Igreja
e
Poder
no
séc.
XV…,
pp.
202-‐203.
Sobre
19-‐24;
Isabel
Maria
Garcia
de
Pina
N.
Baleiras
S.
Campos,
esta
questão,
veja-‐se
Maria
Helena
da
Cruz
Coelho,
“As
Leonor
Teles,
uma
mulher
de
Poder?,
Lisboa,
Dissertação
Finanças”,
in
História
da
Universidade
em
Portugal,
vol.
1,
de
Mestrado
em
História
Medieval
de
Portugal
T.
1:
1290-‐1536,
Coimbra-‐Lisboa,
Universidade
de
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Coimbra
–
Fundação
Calouste
Gulbenkian,
1997,
pp.
49-‐
Lisboa,
2008,
pp.
64,
96.
50.
183 185
Chancelarias
portuguesas:
D.
João
I,
vol.
III,
T.
1,
Chancelarias
portuguesas:
D.
João
I,
vol.
II,
T.
1,
p.
262-‐
organização
e
revisão
de
João
José
Alves
Dias,
Lisboa,
263,
nº
498.
Para
a
biografia
deste
bispo,
veja-‐se
J.
M.
Universidade
Nova-‐Centro
de
Estudos
Históricos,
2004-‐ Cordeiro
de
Sousa,
“A
inscrição
tumular
do
Bispo
D.
2005,
pp.
108-‐111,
nº
203;
Margarida
Ventura,
Poder
Fernando
de
Miranda”
e
“Ainda
a
«capela
dos
Mirandas»
régio…,
vol.
II,
p.
356.
Sobre
uma
avaliação
dos
na
igreja
de
S.
Cristóvão”
in
idem,
Colectânea
rendimentos
dessas
igrejas
a
partir
da
taxatio
de
1320,
olisiponense,
2ª
edição,
vol.
II,
Lisboa,
Câmara
Municipal
58
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
concessão
de
padroado
permitia
que
a
«dita
destacado
no
serviço
do
avô
e
sobretudo
do
pai
187
capela
e
morgado
ser
[sic]
melhor»,
o
que
e
do
irmão
do
monarca .
demonstra
desde
logo
as
implicações
A
mesma
tendência
verifica-‐se
com
as
económicas
do
padroado,
permitindo
que
estas
alienações
posteriores,
as
quais
se
enquadram
instituições
fossem
mais
fortes
do
ponto
de
na
conjuntura
da
guerra
civil
luso-‐castelhana
de
vista
dos
rendimentos
que
geravam.
De
igual
1396-‐1398
e
da
recuperação
de
padroados
que
modo,
«ser
melhor»
implicava
também
ser
mais
serão,
respetivamente,
dados
aos
privados
proeminente
do
ponto
de
vista
simbólico
e
Gonçalo
Peres
[Malafaia]
(igreja
de
Sta.
Maria
jurisdicional,
visto
que
a
concessão
de
padroado
188
de
Belas)
e
Gonçalo
Lourenço,
criado
e
viabilizava
um
maior
controlo
sobre
o
referido
escrivão
da
puridade
do
rei
(de
Sta.
Maria
de
espaço
eclesiástico.
Um
ano
mais
tarde,
o
189
Vila
Verde
dos
Francos) .
Ainda
que
numa
mesmo
desejo
de
ver
ereta
uma
capela
e
um
conjuntura
diferente,
a
recompensa
dos
morgadio
justificou
que
D.
João
I
tenha
serviços
prestados
pode
ser
apontada
para
a
concedido
o
padroado
da
colegiada
de
S.
doação,
em
1402,
dos
padroados
de
Sta.
Maria
Salvador
ao
então
bispo
do
Porto,
D.
João
186 de
Cheleiros
e
de
Sta.
Maria
de
Bucelas
a
Afonso
de
Azambuja .
Desta
feita,
no
entanto,
Gonçalo
Vasques
de
Melo,
cavaleiro,
vassalo
do
os
argumentos
justificativos
são
outros.
Por
um
190
rei
e
membro
do
seu
conselho .
lado,
o
monarca
sublinha
os
serviços
prestados
pelo
beneficiado,
não
somente
como
membro
do
seu
Conselho,
mas
sobretudo
pela
sua
atividade
diplomática
nas
duas
vezes
que
foi
à
187
Sobre
o
percurso
e
a
inserção
familiar
de
João
Esteves,
Cúria
romana
como
seu
embaixador.
apelidado
de
O
Privado,
veja-‐se
Mário
Farelo,
A
Concomitantemente,
D.
João
I
não
esquece
de
oligarquia…,
pp.
706-‐707.
188
mencionar
os
laços
familiares
que
ligavam
D.
Chancelarias
portuguesas:
D.
João
I,
vol.
II,
T.
3,
pp.
55-‐
57,
nº
1138;
Leitura
Nova.
Livros
da
Estremadura,
liv.
5,
João
Afonso
à
referida
igreja.
Com
efeito,
aí
fól.
122v;
Anselmo
Braamcamp
Freire,
Brasões
da
Casa
de
estava
sepultado
um
tio
do
prelado,
João
Sintra,
vol.
2,
Lisboa,
Imprensa
Nacional-‐Casa
da
Moeda,
Esteves,
o
qual,
como
sabemos,
tinha-‐se
1973,
3ª
Ed.,
p.
169.
Esta
concessão
é
efetuada
após
o
exílio
para
Castela
do
anterior
detentor
João
Fernandes
Pacheco.
Sobre
Gonçalo
Peres,
veja-‐se
Armando
Homem,
O
Desembargo…,
p.
375.
189
de
Lisboa,
1982,
pp.
71-‐82,
83-‐84;
Armando
Homem,
O
Chancelarias
portuguesas:
D.
João
I,
vol.
II,
T.
3,
pp.
Desembargo…,
p.
365;
idem,
“Conselho
real
ou
225-‐226,
doc.
1463;
ANTT,
Chancelaria
de
D.
João
III,
liv.
conselheiros
do
Rei?
A
propósito
dos
«Privados»
de
D.
12,
fól.
102;
Chancelaria
de
D.
Manuel,
liv.
20,
fól.
20v,
João
I»”,
in
Revista
da
Faculdade
de
Letras
da
22,
liv.
21,
fól.
48;
Leitura
Nova.
Livro
de
Místicos,
fól.
Universidade
do
Porto,
vol.
II,
4,
1987,
pp.
59-‐60;
165.
Esta
figura
foi
estudada
monograficamente
por
MATOSO,
Inês,
“Um
apontamento
de
Tumulário
Manuela
Santos
Silva,
“Gonçalo
Lourenço
(de
Gomide).
Medieval
–
O
Conjunto
da
Igreja
de
São
Cristóvão
em
Escrivão
da
Puridade
de
D.
João
I,
alcaide
e
senhor
de
Vila
Lisboa”,
in
Arqveologia
e
História,
53,
2001,
pp.
75-‐90;
Verde
dos
Francos:
Trajectória
para
a
constituição
de
um
Mário
Farelo,
A
oligarquia…,
pp.
629,
649;
Carlos
Eduardo
morgado”,
in
Poder
e
Sociedade
(Actas
das
Jornadas
de
Verdier
Graf,
D.
João
Esteves
de
Azambuja:
exemplo
de
Interdisciplinares),
org.
Maria
José
Ferro
Tavares,
Lisboa,
interligação
de
poderes
(séculos
XIV
e
XV),
Porto,
Universidade
Aberta,
1998,
pp.
366-‐379;
eadem,
Dissertação
de
Mestrado
em
História
Medieval
e
do
“Reflexos
das
alterações
políticas
de
finais
do
século
XIV
Renascimento
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
em
concelhos
da
Estremadura
litoral”
in
Estudos
em
Universidade
do
Porto,
2011.
homenagem
ao
Professor
Doutor
José
Marques,
vol.
II,
186
Chancelarias
portuguesas:
D.
João
I,
vol.
II/1,
p.
216-‐ ed.
Natália
Marinho
Alves,
Maria
Cristina
Almeida
e
217,
nº
405,
publicada
igualmente
em
Fr.
Luís
de
Cacega,
Cunha,
Fernanda
Ribeiro,
Porto,
Departamento
de
Fr.
Luís
de
Sousa,
Segunda
parte
da
História
de
S.
Ciências
e
Técnicas
do
Património
e
Departamento
de
Domingos
Particular
do
reino,
e
conquistas
de
Portugal,
História,
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
do
Porto,
Lisboa,
Na
Officina
de
Antonio
Rodrigues
Galhardo,
1767,
2006,
pp.
179-‐185.
Para
um
arrolamento
dos
estudos
p.11.
Para
a
biografia
deste
prelado,
veja-‐se
António
com
elementos
sobre
a
sua
biografia,
veja-‐se
Mário
Domingues
de
Sousa
Costa,
“D.
João
Afonso
de
Farelo,
A
oligarquia…,
p.
430.
190
Azambuja,
cortesão,
bispo,
arcebispo,
cardeal
e
fundador
Chancelarias
portuguesas:
D.
João
I,
vol.
III,
T.
1,
pp.
do
convento
das
dominicanas
do
Salvador
de
Lisboa”,
in
118-‐120,
nº
209;
Leitura
Nova.
Livros
da
Estremadura,
Arquivo
Histórico
Dominicano
Português,
vol.
IV,
2,
1989,
liv.2,
fól.
85v
.
Sobre
o
seu
percurso:
Armando
Homem,
pp.
1-‐150.
“Conselho
real...,
p.
54.
59
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
Como
se
encontra
bem
patente
na
geografia
das
grande
parte
do
padroado
em
torno
da
cidade
doações,
estas
inserem-‐se
em
espaços
de
Lisboa
e
na
zona
oeste
da
diocese
se
senhoriados
pelos
referidos
beneficiários,
encontrava
nas
mãos
dos
Infantes
e
de
oficiais
geralmente
integrados
em
morgadios
régios
que
não
raras
vezes
patrimonializaram
as
constituídos
praticamente
de
forma
coeva.
referidas
concessões.
Um
facto
contra
o
qual
Como
já
referimos
anteriormente,
a
concessão
não
se
podiam
deixar
de
insurgir
as
forças
do
do
padroado
destina-‐se
a
ampliar
o
domínio
reino
que
ficavam
arredadas
dessas
mesmas
195
daqueles
sobre
os
espaços
que
tutelavam.
Algo
alienações .
que
não
vai
ser,
aliás,
estranho
às
doações
em
191 Contra
esta
senhorialização,
as
instituições
fim
de
reinado
aos
infantes .
eclesiásticas
pouco
puderam
fazer,
como
se
O
período
posterior
consagrará
a
crescente
depreende
da
relativa
ausência
de
concessões
senhorialização
desse
direito,
seja
através
de
durante
os
reinados
de
D.
Duarte
e
D.
Afonso
196
doações
na
sequência
de
processos
de
V .
Como
anteriormente,
as
doações
de
192
recuperação ,
seja
através
de
sucessões
padroado
a
esta
tipologia
de
beneficiários
193
hereditárias .
Se
acrescentarmos
a
tudo
isto
a
limitam-‐se
a
institutos
próximos
da
monarquia,
doação
do
Condestável
ao
seu
neto
D.
Afonso,
como
o
convento
de
S.
João
Evangelista
de
194 197
conde
de
Ourém,
em
1422 ,
temos
que
uma
Xabregas
ou
o
mosteiro
de
Alcobaça.
Neste
último,
a
conjuntura
que
se
verifica
a
partir
de
191
Doação
do
padroado
da
vila
e
padroado
de
Sta.
Maria
1472
em
seu
benefício
deve
ser
entendida
à
luz
de
Belas
ao
infante
D.
João
em
1428
(Chancelarias
de
intercâmbios
que
refletem
estratégias
de
portuguesas:
D.
João
I,
vol.
IV,
T.
2,
pp.
97-‐98,
nº
560)
e
reorganização
jurisdicional
e
a
intercessão
de
doação
dos
padroados
da
igreja
de
S.
Paulo
de
Salvaterra
de
Magos
em
1429
e
de
S.
Leonardo
da
Atouguia
em
1432
ao
infante
D.
Fernando
(ANTT,
Gavetas,
XIV,
m.
4,
nº
14);
Abel
Agostinho
Santos
Cruz,
A
Nobreza
Chancelarias
portuguesas:
D.
Duarte,
vol.
I,
T.
1,
pp.
28-‐29
portuguesa
em
Marrocos
no
século
XV
(1415-‐1464),
em
confirmação
de
D.
Duarte
de
1433,
Nov.
24.
195
Porto,
Dissertação
de
Mestrado
apresentada
à
Faculdade
Nas
cortes
de
1481-‐1482/Évora-‐Viana
determinou-‐se
de
Letras
da
Universidade
do
Porto,
1996,
p.
107.
que
as
doações
de
padroado
régio
a
fidalgos
não
fossem
192
Como
a
doação
do
padroado
de
S.
Leonardo
da
confirmadas
e
todos
esses
padroados,
incluindo
os
que
Atouguia,
em
1448,
a
Álvaro
Gonçalves
de
Ataíde,
nas
haviam
sido
tomados
pelos
prelados,
fossem
mesmas
condições
em
que
o
tinha
tido
o
falecido
infante
reincorporados
na
Coroa.
Armindo
de
Sousa,
As
Cortes
D.
Fernando
(Humberto
Baquero
Moreno,
A
Batalha
da
Medievais
Portuguesas,
vol.
II,
Lisboa,
INCM-‐Centro
de
Alfarrobeira.
Antecedentes
e
significado
histórico,
História
da
Universidade
do
Porto,
1990,
p.
473.
Lourenço
Marques,
Universidade
de
Lourenço
Marques,
Relativamente
a
esse
processo
de
senhorialização,
1973,
p.
724).
De
igual
modo,
o
padroado
de
Abrantes,
atente-‐se
que
D.
Afonso
V
privilegia
em
1475,
pelo
recuperado
em
1435
pela
Coroa,
será
alienado
quase
espaço
de
três
anos,
todos
aqueles
que
arrendarem
os
quarenta
anos
mais
tarde,
em
favor
de
Lopo
de
Almeida,
direitos
e
benefícios
do
padroado
régio
que
pertencia
a
vedor
de
D.
Afonso
V
(Chancelarias
portuguesas:
D.
D.
Duarte,
protonotário
do
papa,
o
qual
iria
acompanhar
Duarte,
vol.
I,
T.
2,
p.
22;
vol.
III,
pp.
440-‐445;
ANTT,
nessa
ocasião
o
rei
a
Castela
(ANTT,
Chancelaria
de
D.
Gavetas,
XIX,
m.
8,
nº
31;
Corpo
Cronológico,
Parte
II,
m.
Afonso
V,
liv.
30,
fól.
137).
196
1,
n.º
9;
Cátia
Manuela
Rios
Vieira,
Formas
de
A
exceção
encontrada
foi
a
concessão,
em
1436,
do
organização
social
na
vila
de
Torres
Novas
nos
finais
da
padroado
da
igreja
de
S.
João
do
Cartaxo
à
igreja
de
Sta.
Idade
Média,
vol.
I,
Lisboa,
Dissertação
de
Mestrado
em
Maria
de
Aveiras,
a
qual
pertencia
ao
mosteiro
de
Santos.
História
Medieval
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
Tratava-‐se,
com
efeito,
de
uma
situação
especial,
Universidade
de
Lisboa,
2011,
p.
28).
motivada
pela
necessidade
de
compensar
a
referida
193
O
caso
do
padroado
da
igreja
de
Sta.
Maria
de
Bucelas
igreja
por
ter
perdido
a
sua
sufragânea
de
Sta.
Maria
das
pode
ilustrar
esta
prática.
Doado
em
1450
a
D.
Pedro
Vaz
Virtudes
em
favor
dos
Franciscanos.
Chancelarias
de
Melo,
regedor
da
Casa
do
Cível,
conde
da
Atalaia
e
portuguesas:
D.
Duarte,
vol.
I,
T.
2,
pp.
99-‐101,
doc.
819;
membro
do
Conselho
do
rei,
será
transmitido
em
1481
a
ANTT,
Gavetas,
XXI,
m.
10,
nº
18A;
Mosteiro
de
Santos-‐o-‐
D.
Álvaro
de
Ataíde,
na
forma
em
que
o
trazia
o
referido
Novo,
nº
2053;
Margarida
Garcez
Ventura,
Poder
régio…,
conde
de
Atalaia
(ANTT,
Chancelaria
de
D.
Manuel,
liv.
28,
vol.
II,
p.
362;
197
fól.
102;
Maria
Durão,
1471…,
p.
118
e
Anselmo
Freire,
Este
convento
acabou
por
dispor
de
quatro
igrejas
Brasões…,
vol.
II,
p.
172).
anexas
no
espaço
olisiponense
com
o
consequente
194
Padroado
das
igrejas
nos
reguengos
do
termo
de
direito
de
padroado:
as
de
S.
Leonardo
de
Atouguia,
S.
Lisboa
(Charneca,
Sacavém,
Camarate,
Catujal,
Unhos,
Pedro
de
Alenquer,
S.
Miguel
de
Sintra
e
S.
João
Baptista
Frielas),
Colares,
Rio
Maior,
Ourém,
Porto
de
Mós.
de
Rio
Maior.
60
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
198
Neste
período,
o
mosteiro
de
Alcobaça
obteve
os
seguintes
padroados:
doação
em
1472
da
igreja
de
Santiago
de
Torres
Vedras
em
escambo
pela
granja
e
paúl
da
Ota
e
pela
igreja
de
S.
Bartolomeu
desse
lugar
(ANTT,
Colecção
Especial,
cx.
34,
nº
2);
doação
em
1477
do
padroado
de
S.
Miguel
de
Torres
Vedras
em
escambo
pela
vila
de
Beringel
(Livro
das
Igrejas
e
capelas
do
padroado
dos
Reis
de
Portugal:
1574,
ed.
Joaquim
Veríssimo
Serrão,
Paris,
FCG-‐CCP,
1971,
p.
61);
doação
em
1480
do
padroado
de
Sta.
Justa
de
Lisboa
em
contrapartida
pela
perda
do
de
Santiago
de
Torres
Vedras
(ANTT,
Chancelaria
de
D.
Afonso
V,
liv.
32,
fól.
77).
Sobre
esta
questão,
veja-‐se
Saul
António
Gomes,
“A
congregação
cisterciense
de
Santa
Maria
de
Alcobaça
nos
séculos
XVI
e
XVII:
elementos
para
o
seu
conhecimento”,
in
Lusitania
Sacra,
2ª
série,
18,
2006,
p.
381.
61
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
ANEXOS
Gráfico
1
-‐
Tipologia
dos
beneficiários
das
alienações
de
padroado
régio
(com
excepção
das
doações
às
rainhas)
(1235-‐1495)
D.
Dinis
7 5 3 7 1
Outros
D.
Afonso
III
6
D. Sancho II 1 3
0 5 10 15 20 25
Nº
de
alienações
de
padroado
régio
62
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
199
Tabela
1
–
As
apresentações
às
igrejas
do
padroado
régio
(1260-‐1500)
1.1.Igrejas
em
Lisboa
Santo
André
de
Lisboa
Data
Tipologia
Sumário
Fonte
1292.01.11
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
TT,
Gav.
XIX,
m.14,
nº
3,
régia
Fernão
Martins,
clérigo
fl.
13
1296.08.01
Doação
régia
Doação
do
padroado
desta
igreja
a
Airas
Martins
TT,
ChD,
liv.
2,
fl.
124;
e
sua
mulher
Maria
Esteves
com
o
Gav.
XIX,
m.14,
nº
5,
fl.
consentimento
da
família
régia
e
do
bispo
de
10,
23;
ACPL,
Título
da
Lisboa
Capela
de
Maria
Esteves,
t.
I,
nº
1
199
Abreviaturas:
ACPL
–
Arquivo
da
Cúria
Patriarcal
de
Lisboa;
Boissellier
–
La
construction
administrative
d’un
royaume.
e e
Registres
de
bénéfices
ecclésiastiques
portugais
(XIII -‐XIV
siècles),
Lisboa,
Centro
de
Estudos
de
História
Religiosa
–
UCP,
2012;
Cardoso
-‐
Jorge
Cardoso,
Agiólogo
Lvsitano
dos
sanctos
e
varoens
illvstres
em
virtvde
do
reyno
de
Portugal,
e
svas
conqvistas.
Consagrados
aos
gloriosos
S.
Vicente,
e
S.
Antonio,
insignes
Patronos
desta
inclyta
cidade
de
Lisboa
e
a
sev
illvstre
cabido
sede
vacante.
Lisboa,
Officina
de
Henrique
Valente
d’Oliveira,
1652-‐1666.
3
vols;
CS
–
Cabido
da
Sé.
Sumários
de
Lousada.
Apontamentos
dos
Brandões.
Livro
dos
bens
próprios
dos
Reis
e
Rainhas.
Documentos
para
a
história
da
Cidade
de
Lisboa,
Lisboa,
Câmara
Municipal
de
Lisboa,
1954;
ChAV
–
Chancelaria
de
D.
Afonso
V;
ChD
–
Chancelaria
D.
Dinis;
ChDJII
–
Chancelaria
de
D.
João
II;
ChDu
–
Chancelarias
portuguesas:
D.
Duarte,
organização
e
revisão
de
João
José
Alves
Dias,
Lisboa,
Universidade
Nova-‐Centro
de
Estudos
Históricos,
2002;
ChP
-‐
Chancelarias
Portuguesas.
D.
Pedro
I
(1357-‐1367),
A.
H.
de
Oliveira
Marques
(organização,
transcrição,
revisão),
Iria
Gonçalves
e
Maria
José
Ferro
Tavares
(transcrição),
João
Alves
Dias,
Judite
Cavaleiro
Paixão
e
Teresa
Ferreira
Rodrigues
(revisão),
Centro
de
Estudos
Históricos
da
Faculdade
de
Ciências
Sociais
e
Humanas
da
Universidade
Nova
de
Lisboa
–
Instituto
Nacional
de
Investigação
Científica,
Lisboa,
1984;
Costa
–
António
Domingues
de
Sousa
COSTA,
Mestre
Silvestre
e
mestre
Vicente,
juristas
da
contenda
entre
D.
Afonso
II
e
suas
irmãs.
Braga
Editorial
Franciscana,
1963;
CP
–
«Livro
dos
Copos»,
Militarium
Ordinum
Analecta.
Fontes
para
o
estudo
das
Ordens
Religioso-‐Militares,
7
(2006);
CUPo
–
Chartularium
Universitatis
Portugalensis,
vol.
1,
edição
de
Artur
Moreira
de
SÁ,
Instituto
de
Alta
Cultura,
Lisboa,
1961;
Gav.
–
TT,
Gavetas;
HEIL
–
CUNHA,
Historia
Ecclesiastica
da
Igreia
de
Lixboa,
Lisboa,
Na
Officina
de
Manoel
da
Sylva,
1642;
LD
–
TT,
Mosteiro
de
Alcobaça,
Livros
dos
Dourados;
LDR
–
Leitura
Nova.
Livros
de
Direitos
Reais;
LE
–
Leitura
Nova.
Livros
da
Estremadura;
LIC1574
–
Livro
das
igrejas
e
capelas
do
padroado
dos
reis
de
Portugal
de
1574,
introdução
de
Joaquim
Veríssimo
Serrão,
Paris,
Centro
Cultural
Português,
1971;
LM
–
Leitura
Nova.
Livro
de
Místicos;
LME
–
Leitura
Nova.
Livro
de
Mestrados;
LP
–
Leitura
Nova.
Livro
de
Padroados;
LR
–
Leitura
Nova.
Livro
de
Reis;
Marques
–
Maria
Alegria
Fernandes
Marques,
O
Papado
e
Portugal
no
tempo
de
D.
Afonso
III
(1245-‐1279).
Dissertação
de
Doutoramento,
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Coimbra,
1990;
Pizarro
–
PIZARRO,
José
Augusto
de
Sotto
Mayor.
Linhagens
Medievais
Portuguesas.
Genealogias
e
estratégias
(1279-‐1325).
Porto,
Centro
de
Estudos
de
Genealogia,
Heráldica
e
História
da
Família
da
Universidade
do
Porto,
1999.
3
vols;
TT
–
Arquivo
Nacional
da
Torre
do
Tombo;
Ventura
–
Margarida
Garcez
Ventura,
Poder
régio
e
liberdades
eclesiásticas
(1383-‐1450),
dissertação
de
doutoramento
em
história
medieval,
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Lisboa,
1993.
2
vols.
63
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
64
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
65
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
66
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
67
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
68
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
69
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
70
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
71
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
72
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
73
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
74
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
75
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
76
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
3.2.
Igrejas
no
termo
de
Torres
Vedras
São
Lourenço
da
Aldeia
Galega
Data
Tipologia
Sumário
Fonte
1319.07.10
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
TT,
Gav.
XIX,
m.6,
nº
31
e
régia
Afonso
Domingues,
escrivão
da
cozinha
do
rei
LP,
liv.
2,
fl.
10
1336
(ant.)
Lista
do
Esta
igreja
pertence
ao
padroado
régio
e
vale
TT,
Gav.
XIX,
m.6,
nº
4
edit.
padroado
300
libras
em
Boissellier,
p.
200
1365.12.03
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
João
ChP,
p.
499
régia
Gonçalves,
clérigo
1367.12.09
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
TT,
ChF,
liv.
I,
fl.
21
régia
Vicente
Domingues,
clérigo
1481.08.10
Doação
régia
Alienação
vitalícia
do
padroado
das
vilas
de
TT,
ChAV,
liv.
26,
fl.
123v
Aldeia
Galega
e
Aldeia
Gavinha
e
respetivos
padroados
das
igrejas
em
favor
do
infante
D.
João
4.1.Igrejas
em
Alenquer
Santo
Estêvão
de
Alenquer
Data
Tipologia
Sumário
Fonte
1262.02.09
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
TT,
Gav.
X,
m.
3,
nº
15
e
LP,
régia
Rodrigo
Eanes,
filho
do
rei
D.
Afonso
III
liv.
2,
fl.
3v
1263.05.13
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
TT,
Gav.
X,
m.
3,
nº
15
e
LP,
régia
Fernando
Eanes
[Portocarreiro]
liv.
2,
fl.
4
1295.03.23
Doação
régia
Alienação
do
padroado
régio
das
igrejas
de
Sto.
TT,
Gav.
XIX,
m.14,
nº
5,
fl.
Estêvão
de
Alenquer
e
de
S.
Julião
de
Santarém
18v;
LD,
liv.
2,
fl.
114-‐114v
em
favor
do
mosteiro
de
Odivelas
1326?.05.22
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
HIEL,
fl.
239-‐239v.
Lourenço
Peres
por
D.
Urraca
Pais,
abadessa
do
mosteiro
de
Odivelas
1342
Visitação
O
padroado
desta
igreja
pertence
ao
mosteiro
CS,
p.
324
episcopal
de
Odivelas
77
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
78
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
5.1.Igrejas
em
Óbidos
Santa
Maria
de
Óbidos
Data
Tipologia
Sumário
Fonte
1264.05.18
Doação
régia
Alienação
do
padroado
régio
desta
igreja
em
ChAIII,
liv.
1,
fl.
71-‐72;
Gav.
favor
do
mosteiro
de
Sta.
Cruz
de
Coimbra
XIX,
m.14,
nº
5,
fl.
2
1287.06.27
Doação
régia
O
rei
D.
Dinis
doa
à
rainha
D.
Isabel
as
vilas
de
ChD,
liv.
1,
fl.
201
Óbidos
e
Sintra,
assim
como
os
respectivos
padroados
das
igrejas
situadas
nessas
vilas
e
termos
1326.12.11
Escambo
O
prior
e
mosteiro
de
Sta.
Cruz
de
Coimbra
dão
TT,
Gav.
XIX,
m.5,
nº
9;
LP,
ao
rei
o
padroado
desta
igreja
recebendo
em
liv.
2,
fl.
29v-‐30v
(datado
de
troca
o
padroado
de
S.
Salvador
de
Pena,
no
1326.12.05);
Gav.
XIX,
m.6,
arcebispado
de
Braga
nº
36
(outorga
dos
crúzios
a
1326.11.29)
1366.10.01
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
ChP,
p.
536
régia
Afonso
Eanes,
clérigo
1369.09.10
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
TT,
ChF,
liv.
1,
fl.
45
régia
Gonçalo
Peres,
clérigo
1384.07.01
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
ChJI,
vol.
I/2,
p.
271;
régia
Afonso
Eanes,
clérigo
Ventura,
vol.
II,
p.
290
79
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
80
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
6.1.Igrejas
em
Porto
de
Mós
São
Pedro
de
Porto
de
Mós
Data
Tipologia
Sumário
Fonte
1245
Doação
régia
Doação
do
padroado
desta
igreja
ao
mosteiro
TT,
Gav.
XIX,
m.14,
nº
5,
fl.
de
Alcobaça
2v
1260.09.18
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
João
TT,
Gav.
X,
m.
3,
nº
15;
LP,
régia
Esteves,
clérigo
do
rei
liv.
2,
fl.
3v
1275.10.01
Colação
Colação
do
reitor
dessa
igreja
após
apresentação
do
CS,
p.
104.
rei
1336
(ant.)
Lista
do
Esta
igreja
pertence
ao
padroado
régio
vale
TT,
Gav.
XIX,
m.6,
nº
4
edit.
padroado
mais
de
400
libras
e
está
avaliada
em
300
libras
em
Boissellier,
p.
200
1342
Visitação
O
padroado
desta
igreja
pertence
ao
rei
CS,
p.
327
episcopal
1365.06.25
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
ChP,
p.
482,
nº
1017
régia
Álvaro
Gonçalves,
clérigo
7.1.Igrejas
no
espaço
alcobacense
São
Bartolomeu
da
Ota
Data
Tipologia
Sumário
Fonte
1342
Visitação
O
padroado
desta
igreja
pertence
ao
mosteiro
CS,
p.
324
episcopal
de
Alcobaça
1472.01.07
Escambo
Recuperação
da
granja
e
paul
da
Ota
e
da
igreja
TT,
Colecção
Especial,
cx.
de
S.
Bartolomeu,
dando
em
troca
o
padroado
34,
nº
2
de
Santiago
de
Torres
Vedras
1475.04.26
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
TT,
ChAV,
liv.
30,
fl.
127;
LP,
régia
Francisco
de
Azevedo,
filho
de
Gonçalo
Gomes
liv.
1,
fl.
4-‐4v
de
Azevedo,
fidalgo
da
Casa
do
rei
8.1.Igrejas
em
Santarém
São
Bartolomeu
de
Santarém
Data
Tipologia
Sumário
Fonte
1290.10.24
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
TT,
Gav.
XIX,
m.14,
nº
3,
fl.
régia
Bartolomeu
Leonardes,
clérigo
10;
LP,
liv.
2,
fl.
7v
1296.11.03
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
TT,
Gav.
XIX,
m.14,
nº
3,
fl.
régia
Pedro
Eanes,
clérigo
do
rei
28;
LP,
liv.
2,
fl.
8v-‐9
1311.12.29
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
TT,
Gav.
XIX,
m.14,
nº
3,
fl.
régia
Fernão
Eanes,
clérigo
51;
1312.06.25
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
TT,
Gav.
XIX,
m.14,
nº
3,
fl.
régia
Pedro
Peres,
clérigo
(designado
de
Pedro
Lopes
51v;
LP,
liv.
1,
fl.
32
na
versão
do
LP1)
1316.04.08
Escambo
Alienação
desta
igreja
do
padroado
régio
em
favor
TT,
ChD,
liv.
3,
fl.
99;
Gav.
do
Cabido
da
Sé
de
Lisboa,
dando
em
troca
o
XIX,
m.9,
nº
25;
CS,
p.
129
padroado
da
igreja
de
Santiago
de
Torres
Vedras
1342
Visitação
O
padroado
desta
igreja
pertence
ao
cabido
da
CS,
p.
325
episcopal
Sé
de
Lisboa
1546.10.12
Apresentação
D.
Martim
Vaz
Santoja,
deão
de
Lisboa,
foi
colado
BNP,
Cód.
13145,
fl.
13
capitular
nessa
igreja
após
apresentação
do
cabido
81
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
82
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
83
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
84
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
85
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
86
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
8.2.Igrejas
no
termo
de
Santarém
São
João
do
Cartaxo
Data
Tipologia
Sumário
Fonte
1336
(ant.)
Lista
do
Esta
igreja
pertence
ao
padroado
régio
e
vale
TT,
Gav.
XIX,
m.6,
nº
4
edit.
padroado
80
libras
em
Boissellier,
p.
200
1402.07.26
Apresentação
Apresentação
ao
reitorado
dessa
igreja
de
João
ChJI,
vol.
II/liv.
2,
p.
210;
régia
Álvares,
clérigo
Ventura,
vol.
II,
p.
315.
1436.03.14
Anexação
Pedido
régio
ao
arcebispo
de
Lisboa
para
ChD,
I/1,
p.
100;
Gav.
21,
m.
A
anexação
desta
igreja
no
padroado
da
igreja
de
10,
nº
18 ;
Mosteiro
de
Sta.
Maria
de
Aveiras
pertencente
ao
padroado
Santos-‐o-‐Novo,
nº
2053;
do
mosteiro
de
Santos
em
compensação
pela
Ventura,
vol.
II,
p.
362
doação
aos
Franciscanos
da
igreja
de
Sta.
Maria
das
Virtudes
87
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
88
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
89
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
90
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
91
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
92
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
93
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
94
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
95
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
96
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
97
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
98
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
99
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
Fontes
e
Bibliografia
ANTT,
Mitra
Patriarcal
de
Lisboa,
vol.
18,
nº
37
1.
Fontes
manuscritas
ANTT,
Mitra
Patriarcal
de
Lisboa,
vol.
18,
nº
43
ACPL,
Título
da
Capela
de
Maria
Esteves,
T.
I,
nº
1
ANTT,
Mitra
Patriarcal
de
Lisboa,
vol.
19,
nº
12
ACPL,
Titulo
da
Capela
de
Maria
Esteves,
T.
I,
nº
17
a
ANTT,
Mosteiro
de
Alcobaça,
1
inc.,
Documentos
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Dinis,
liv.
1
a
4
Particulares,
m.
16,
nº
29
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Fernando,
liv.
1
ANTT,
Mosteiro
de
Alcobaça,
1ª
inc.,
Documentos
Régios,
m.
1,
nº
30
e
31
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Afonso
V,
liv.
12,
30
e
32
a
ANTT,
Mosteiro
de
Alcobaça,
1
inc.,
Documentos
ANTT,
Chancelaria
de
D.
João
II,
liv.
8
Régios,
m.
2,
nº
3
ANTT,
Chancelaria
de
D.
João
III,
liv.
12
a
ANTT,
Mosteiro
de
Alcobaça,
1
inc.,
Documentos
ANTT,
Chancelaria
de
D.
Manuel,
liv.
20
e
28
Régios,
m.
2,
nº
4
ANTT,
Colecção
Especial,
cx.
34,
nº
2
ANTT,
Mosteiro
de
Alcobaça,
2ª
inc.,
m.
20,
nº
426
ANTT,
Colecção
Especial,
cx.
72,
m.
12,
nº
1
ANTT,
Mosteiro
de
Alcobaça,
2ª
inc.,
m.
55,
nº
4
ANTT,
Colegiada
de
Sta.
Marinha
do
Outeiro
de
Lisboa
ANTT,
Mosteiro
de
S.
Dinis
de
Odivelas,
liv.
2
ANTT,
Convento
da
Trindade
de
Santarém
(Ant.
ANTT,
Mosteiro
de
Santos-‐o-‐Novo,
nº
2053
Col.
Esp.),
m.
2,
nº
23
ANTT,
Ordem
de
Avis
e
Convento
de
São
Bento
de
ANTT,
Corpo
Cronológico,
Parte
II,
m.
1,
n.º
9
Avis,
m.
3,
nº
272
ANTT,
Gavetas,
I,
m.
5,
nº
11
ANTT,
Ordem
de
Santiago,
Documentos
Régios,
m.
1,
nº
7
ANTT,
Gavetas,
V,
m.
1,
nº
18
Arquivo
Distrital
de
Braga,
Colecção
Cronológica,
ANTT,
Gavetas,
V,
m.
1,
nº
19
pasta
30,
n.
1065
ANTT,
Gavetas,
V,
m.
1,
nº
20
Arquivo
Municipal
de
Sesimbra,
Livro
do
tombo
ANTT,
Gavetas,
V,
m.
1,
nº
34
da
vila
de
Sesimbra
ANTT,
Gavetas,
V,
m.
4,
nº
5
Biblioteca
Pública
de
Évora,
Fundo
Mazinola,
Cod.
500,
doc.
3
ANTT,
Gavetas,
XIV,
m.
4,
nº
14
ANTT,
Gavetas,
XIX,
m.
5,
nº
9
2.
Fontes
impressas
ANTT,
Gavetas,
XIX,
m.
6,
nº
36
Cabido
da
Sé.
Sumários
de
Lousada.
ANTT,
Gavetas,
XIX,
m.
8,
nº
31
Apontamentos
dos
Brandões.
Livro
dos
bens
ANTT,
Gavetas,
XIX,
m.
14,
nº
5
próprios
dos
Reis
e
Rainhas.
Documentos
para
a
história
da
Cidade
de
Lisboa,
Lisboa,
ANTT,
Gavetas,
XXI,
m.
10,
nº
18A
Câmara
Municipal
de
Lisboa,
1954
ANTT,
Leitura
Nova.
Livros
da
Estremadura,
liv.
2
Chancelaria
de
D.
Afonso
III
–
Livro
I,
ed.
ANTT,
Leitura
Nova.
Livro
de
extras,
liv.
3
Leontina
Ventura
e
António
Resende
de
Oliveira,
Coimbra,
Imprensa
da
Universidade
ANTT,
Leitura
Nova.
Livro
dos
Mestrados
de
Coimbra,
2007
ANTT,
Leitura
Nova.
Livros
de
Direitos
Reais,
liv.
1
e
2
Chancelarias
Portuguesas:
D.
Afonso
IV,
vol.
ANTT,
Leitura
Nova.
Livro
de
Místicos
2,
org.
de
A.
H.
de
Oliveira
Marques,
Lisboa,
INIC,
1990-‐1992
ANTT,
Leitura
Nova.
Livros
dos
Padroados,
liv.
2
100
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
Chancelarias
portuguesas:
D.
Duarte,
vol.
I,
T.
ERDMANN,
Carl,
“Papsturkunden
in
1,
organização
e
revisão
de
João
José
Alves
Portugal”,
in
Abhandlung
der
Gesellschaft
der
Dias,
Lisboa,
CEH-‐UNL,
1998
Wissenschaften
zu
Göttingen,
Philologish-‐
historische
klasse
neue
fole,
band
XX,
3,
1927
Chancelarias
portuguesas:
D.
Duarte,
vol.
I,
T.2,
organização
e
revisão
de
João
José
Alves
Hagiografia
de
Santa
Cruz
de
Coimbra:
Vida
Dias,
Lisboa,
CEH-‐UNL,
1998
de
D.
Telo,
Vida
de
D.
Teotónio,
Vida
de
Martinho
de
Soure,
ed.
crítica
de
Aires
A.
Chancelarias
portuguesas:
D.
Duarte,
vol.
III,
Nascimento,
Lisboa,
Colibri,
1998
organização
e
revisão
de
João
José
Alves
Dias,
Lisboa,
CEH-‐UNL,
2002
Livro
das
Igrejas
e
capelas
do
padroado
dos
Reis
de
Portugal:
1574,
ed.
Joaquim
Veríssimo
Chancelarias
portuguesas:
D.
João
I,
vols.
II-‐
Serrão,
Paris,
FCG-‐CCP,
1971
III,
T.
1,
organização
e
revisão
de
João
José
Alves
Dias,
Lisboa,
Universidade
Nova-‐Centro
“Livro
dos
Copos”,
in
Militarium
Ordinum
de
Estudos
Históricos,
2004-‐2005
Analecta.
Fontes
para
o
estudo
das
Ordens
Religioso-‐Militares,
7,
2006
Chancelarias
portuguesas:
D.
João
I,
vol.
II,
T.
3,
organização
e
revisão
de
João
José
Alves
Monumenta
Henricina,
ed.
António
Joaquim
Dias,
Lisboa,
Universidade
Nova-‐Centro
de
Dias
Dinis,
vol.
I,
Lisboa,
Comissão
Executiva
Estudos
Históricos,
2005
das
Comemorações
do
V
Centenário
da
morte
do
Infante
D.
Henrique,
1960
Chancelarias
portuguesas:
D.
João
I,
vol.
III,
T.
1,
organização
e
revisão
de
João
José
Alves
O
Livro
das
lezírias
d’el
Rei
Dom
Dinis,
ed.
Dias,
Lisboa,
Universidade
Nova-‐Centro
de
Bernardo
de
Sá
Nogueira,
Lisboa,
Centro
de
Estudos
Históricos,
2006
História,
2003
Chancelarias
portuguesas:
D.
João
I,
vol.
IV,
T.
SOUSA,
António
Caetano
de,
Provas
da
2,
organização
e
revisão
de
João
José
Alves
História
genealógica
da
Casa
Real
Dias,
Lisboa,
Universidade
Nova-‐Centro
de
Portugueza,
vol.
III,
Lisboa,
Na
Regia
Officina
Estudos
Históricos,
2006
Sylviana
e
da
Academia
Real,
1745
Chartularium
Universitatis
Portugalensis,
vol.
3.
Bibliografia
1,
ed.
Artur
Moreira
de
Sá,
Instituto
de
Alta
ALMEIDA,
Fortunato
de,
História
da
Igreja
em
Cultura,
Lisboa,
1961
Portugal,
ed.
e
dir.
Damião
PERES,
vol.
I,
Cortes
portuguesas.
Reinado
de
D.
Afonso
IV
Porto-‐Lisboa,
Livraria
Civilização,
1967
(1325-‐1357),
ed.
de
A.
H.
de
Oliveira
AMARAL,
Luís
Carlos
e
MARQUES,
André
MARQUES,
Maria
Teresa
Campos
Rodrigues
e
Evangelista,
“Pouvoir
épiscopal
et
patrimoine
Nuno
José
Pizarro
Pinto
Dias,
Lisboa,
INIC,
e
seigneurial
au
XIII
siècle:
le
cas
de
Santa
1982
Maria
de
Campanhã”
in
A
Igreja
e
o
Clero
COSTA,
António
Domingues
de
Sousa,
Português
no
Contexto
Europeu/The
Church
Monumenta
Portugaliae
Vaticana,
vol.
I,
and
the
Portuguese
Clergy
in
the
European
Braga-‐Roma,
Editorial
Franciscana,
1968
Context,
Lisboa,
Centro
de
Estudos
de
Historia
Religiosa
–
Universidade
Católica
Documentos
Medievais
Portugueses.
Vol.
I:
Portuguesa,
2005,
pp.
63-‐74
Documentos
régios,
tomo
I:
Documentos
dos
Condes
Portucalenses
e
de
D.
Afonso
ANDRADE,
Amélia
Aguiar,
“Colheita”,
in
Henriques,
A.D.
1095-‐1185.
Introdução
Dictionnaire
de
Fiscalité
diplomática
e
notas
de
Rui
Pinto
de
Azevedo,
(http://www.mailxxi.com/fiscalitat/Glossairev
Lisboa,
Academia
Portuguesa
de
História,
iew.asp?id=1144)
1958
101
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
ARRANZ
GUZMÁN,
Ana,
“La
cultura
en
le
bajo
BRANCO,
Maria
João,
“Reis,
bispos
e
cabidos:
clero”,
in
Anuario
de
Estudios
Medievales,
21,
a
diocese
de
Lisboa
durante
o
primeiro
século
a
1991
da
sua
restauração”,
Lusitânia
Sacra,
2
série,
10,
1998
AZEVEDO,
Pedro
A.
de,
BAIÃO,
António,
“Códices
de
Leitura
Nova”,
in
O
Arquivo
da
BRANCO,
Maria
João,
“O
bispo
Airas
Vasques
Torre
do
Tombo:
sua
história,
corpos
que
o
e
o
alegado
discurso
em
prol
de
Sancho
II:
compõem
e
organização,
Lisboa,
ANTT
e
mito
ou
realidade?”,
in
Colóquio
Livros
Horizonte,
1989,
pp.
106-‐117
internacional.
Discursos
de
legimitação,
ed.
Danielle
Buschinger,
Isabel
de
Barros
Dias,
AZEVEDO,
Rui
de,
“Período
de
formação
Maria
João
Branco
e
Rosa
Maria
Sequeira,
territorial:
expansão
pela
conquista
e
a
sua
Lisboa,
Universidade
Aberta,
2003,
pp.
1-‐23
consolidação
pelo
povoamento.
As
terras
[https://repositorioaberto.uab.pt/handle/104
doadas.
Agentes
colonizadores”,
in
História
00.2/1553]
(consultado
a
25.11.2011)
da
Expansão
Portuguesa
no
Mundo,
ed.
António
Baião,
Hernâni
Cidade
e
Manuel
CACEGA,
Fr.
Luís
de,
e
SOUSA,
Fr.
Luís
de,
Múrias,
Lisboa,
Editorial
Ática,
1937
Segunda
parte
da
História
de
S.
Domingos
Particular
do
reino,
e
conquistas
de
Portugal,
BARROS,
Henrique
da
Gama,
História
da
Lisboa,
Na
Officina
de
Antonio
Rodrigues
Administração
Pública
em
Portugal
nos
Galhardo,
1767
séculos
XII
a
XV,
T.
III,
dir.
Torquato
de
Sousa
Soares,
Lisboa,
Livraria
Sá
da
Costa,
1945-‐ CAMPOS,
Isabel
Maria
Garcia
de
Pina
N.
1954,
2ª
Ed.
Baleiras
S.,
Leonor
Teles,
uma
mulher
de
Poder?,
Lisboa,
Dissertação
de
Mestrado
em
BOISSELLIER,
Stéphane,
Registres
fiscaux
et
História
Medieval
de
Portugal
apresentada
à
administratifs
de
bénéfices
ecclésiastiques
du
e e
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
royaume
portugais,
XIII -‐XIV siècles
(édition
Lisboa,
2008
et
présentatio).
Contribuition
à
l’étude
du
phénomène
adminsitratif,
Mémoire
inédit
(I)
CARVALHO,
Sérgio
Luís
de,
A
vila
de
Sintra
présenté
pour
l’Habilitation
à
diriger
ler
nos
séculos
XIV
e
XV,
Dissertação
de
Recherches
à
l’Université
Paris
I
–
Sorbonne,
Mestrado
em
História
Medieval
apresentada
Paris,
Universitér
Paris
I
–
Sorbonne,
2002 à
Faculdade
de
Ciências
Sociais
e
Humanas
da
Universidade
Nova
de
Lisboa,
1989
BOISSELLIER,
Stéphane,
“Sur
quelques
manuscrits
concernant
la
fiscalité
pontificale
CASTRO,
Armando
de,
“Padroados
(Idade
au
Portugal”,
in
Archivium
Historiae
Média)”,
in
Dicionário
de
História
de
Portugal,
Pontificiae,
43,
2005,
pp.
13-‐45
vol.
IV,
dir.
Joel
Serrão,
Porto,
Livraria
Figueirinhas,
1985
BOISSELLIER,
Stéphane,
“A
sociedade
rural
da
região
lisboeta
nas
transacções
do
Mosteiro
CATALÁN
MARTÍNEZ,
Elena,
“El
derecho
de
de
s.
Vicente
de
Lisboa
(1147-‐1205)”,
in
patronato
y
el
régimen
beneficial
de
la
Iglesia
Lisboa
Medieval.
Os
rostos
da
Cidade,
coord.
Española
en
la
Edad
Moderna”,
in
Hispania
Luís
Krus,
Luís
Filipe
Oliveira
e
João
Luís
Sacra,
113,
2004,
pp.
135-‐167
Fontes,
Lisboa,
Livros
Horizonte,
2007,
pp.
93-‐
COELHO,
Maria
Helena
da
Cruz,
“As
111
Finanças”,
in
História
da
Universidade
em
BOISSELLIER,
Stéphane,
La
construction
Portugal,
vol.
1,
T.
1:
1290-‐1536,
Coimbra-‐
administrative
d’un
royaume.
Registres
de
Lisboa,
Universidade
de
Coimbra
–
Fundação
e e
bénéfices
ecclésiastiques
portugais
(XIII -‐XIV
Calouste
Gulbenkian,
1997,
pp.
49-‐50
siècles),
Lisboa,
Centro
de
Estudos
de
História
COELHO,
Maria
Helena
da
Cruz,
e
SARAIVA,
Religiosa
–
UCP,
2012
Anísio
Miguel
de
Sousa,
“D.
Vasco
Martins,
vescovo
di
Oporto
e
di
Lisbona:
una
carriera
102
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
tra
Portogallo
ed
Avignone
durante
la
prima
DUFOURCQ,
Charles
E.,
“Les
mozárabes
du
e
meta
del
Trecento”,
in
A
Igreja
e
o
Clero
XII
siècle
et
le
prétendu
“evêque”
de
Português
no
Contexto
Europeu/The
Church
Lisbonne”,
in
Revue
d’histoire
et
de
and
the
Portuguese
Clergy
in
the
European
civilisation
du
Maghreb,
Julho
1968,
pp.
125-‐
Context,
Lisboa,
Centro
de
Estudos
de
130
Historia
Religiosa
–
Universidade
Católica
DURÃO,
Maria
Manuela
da
Silva,
1471
-‐
um
Portuguesa,
2005,
pp.
119-‐136
ano
«africano»
no
desembargo
de
D.
Afonso
COSTA,
António
Domingues
de
Sousa,
Mestre
V,
Porto,
Dissertação
de
Mestrado
em
Silvestre
e
mestre
Vicente,
juristas
da
História
Medieval
apresentada
à
Faculdade
contenda
entre
D.
Afonso
II
e
suas
irmãs,
de
Letras
da
Universidade
do
Porto,
2002
Braga,
Editorial
Franciscana,
1963
FARELO,
Mário,
O
Cabido
da
Sé
de
Lisboa
e
os
COSTA,
António
Domingues
de
Sousa,
“D.
seus
cónegos,
vol.
II,
Lisboa,
Dissertação
de
João
Afonso
de
Azambuja,
cortesão,
bispo,
Mestrado
em
História
Medieval,
Faculdade
arcebispo,
cardeal
e
fundador
do
convento
de
Letras
da
Universidade
de
Lisboa,
2003
das
dominicanas
do
Salvador
de
Lisboa”,
in
FARELO,
Mário,
“O
direito
de
padroado
na
Arquivo
Histórico
Dominicano
Português,
vol.
Lisboa
medieval”,
in
Promontoria,
ano
4,
4,
IV,
2,
1989,
pp.
1-‐150
2006,
pp.
283-‐285
COSTA,
Avelino
de
Jesus
da,
“A
Chancelaria
FARELO,
Mário,
“Ao
serviço
da
Coroa
no
real
portuguesa
e
os
seus
registos,
de
1217
a
século
XIV.
O
Percurso
de
uma
família
de
1438”,
in
Revista
da
Faculdade
de
Letras
da
Lisboa,
os
«Nogueiras»”
in
Lisboa
Medieval.
Universidade
do
Porto.
História,
segunda
Os
rostos
da
Cidade,
coord.
Luís
Krus,
Luís
série,
XIII,
1996
Filipe
Oliveira
e
João
Luís
Fontes,
Lisboa,
COSTA,
Francisco,
O
foral
de
Sintra
(1154):
Livros
Horizonte,
2007
sua
originalidade
e
sua
expressão
FARELO,
Mário,
A
oligarquia
camarária
de
comunitária,
Sintra,
Câmara
Municipal,
1976
Lisboa
(1325-‐1433),
Lisboa,
Tese
de
CRUZ,
Abel
Agostinho
Santos,
A
Nobreza
Doutoramento
em
História
Medieval
portuguesa
em
Marrocos
no
século
XV
(1415-‐ apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
1464),
Porto,
Dissertação
de
Mestrado
Universidade
de
Lisboa,
2008
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
FARELO,
Mário,
“La
vocation
scolaire
de
la
Universidade
do
Porto,
1996
e
chapelle
de
maître
Pierre
de
Lisbonne
au
XIV
CUNHA,
Mário
Raúl
de
Sousa,
A
Ordem
siècle”,
in
Medievalista,
7,
2009
Militar
de
Santiago
(das
origens
a
1327),
[http://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista/
Porto,
Dissertação
de
Mestrado
em
História
MEDIEVALISTA7/medievalista-‐farelo7.htm]
Medieval
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
FARELO,
Mário,
“Os
morgadios
dos
da
Universidade
do
Porto,
1991
Nogueiras:
entre
a
estratégia
de
poder
e
a
CUNHA,
Rodrigo
da
(D.),
História
Ecclesiastica
lógica
documental“,
in
Arquivos
de
Família,
da
Igreia
de
Lisboa.
Vida,
e
acçoens
de
sevs
séculos
XIII-‐XX:
que
presente,
que
futuro,
ed.
prelados
&
varões
eminentes
em
santidade,
Maria
de
Lurdes
Rosa,
Lisboa,
que
nella
florecerão.
Lisboa,
Manoel
da
Sylva,
IEM/CHAM/Caminhos
Romanos,
2012,
pp.
1642
185-‐203
DESWARTE,
Sylvie,
Leitura
Nova
de
D.
Manuel
FARELO,
Mário,
“Les
pouvoirs
du
parvis.
Pour
I,
2
vols.,
pref.
Martim
de
Albuquerque,
intro.
une
comparaison
des
elites
ecclésiastiques
et
Maria
José
Mexia
Bigotte
Chorão,
Lisboa,
municipale
à
Lisbonne
(1325-‐1377)”,
in
Edições
INAPA,
1997
Centros
Periféricos
de
Poder
na
Europa
do
Sul,
103
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
104
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
105
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
João
Luís
Fontes,
Lisboa,
Livros
Horizonte,
Ferreira
de
Almeida
in
memoriam,
Vol.
II,
2007,
pp.
232-‐238
Porto,
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
do
Porto,
1999,
pp.
397-‐407
RODRIGUES,
Ana
Maria
S.
A.,
“A
Formação
da
rede
paroquial
no
Portugal
medievo”
in
SILVA,
Manuela
Santos,
“Reflexos
das
Estudos
em
homenagem
ao
Professor
Doutor
alterações
políticas
de
finais
do
século
XIV
em
José
Amadeu
Coelho
Dias,
Porto,
Faculdade
concelhos
da
Estremadura
litoral”
in
Estudos
de
Letras
da
Universidade
do
Porto,
pp.
71-‐84
em
homenagem
ao
Professor
Doutor
José
Marques,
vol.
II,
ed.
Natália
Marinho
Alves,
ROSA,
Maria
de
Lurdes,
O
Morgadio
em
Maria
Cristina
Almeida
e
Cunha,
e
Fernanda
Portugal,
séculos
XIV-‐XV.
Modelos
e
práticas
Ribeiro,
Porto,
Departamento
de
Ciências
e
de
comportamento
linhagístico,
Lisboa,
Técnicas
do
Património
e
Departamento
de
Editorial
Estampa,
1995
História,
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
ROSA,
Maria
de
Lurdes,
«As
almas
herdeiras».
do
Porto,
2006,
pp.
179-‐185
Fundação
de
capelas
fúnebres
e
afirmação
da
SILVA,
Manuela
Santos,
“Os
primórdios
das
alma
como
sujeiro
de
direito
(Portugal,
1400-‐
Casas
das
rainhas”,
in
Raízes
Medievais
do
1521),
Paris-‐Lisboa,
Dissertação
de
Brasil
Moderno.
Actas.
2
a
5
de
Novembro
Doutoramento,
EHESS-‐Paris
e
Universidade
2007,
coord.
Margarida
Garcez
e
José
Nova
de
Lisboa,
2005
Varandas,
Lisboa,
Academia
Portuguesa
da
SANTOS,
Ana
Paula
Figueira,
e
SARAIVA,
História,
2008
Anísio
Miguel
de
Sousa,
“O
Património
da
Sé
SOALHEIRO,
João,
“Censual
da
diocese
de
de
Viseu
segundo
um
inventário
de
1331”,
in
Coimbra
–
século
XIV
(ANTT:
MCO,
Ordem
de
Revista
Portuguesa
de
História,
T.
XXXII,
Cristo/Convento
de
Tomar,
liv.
264)”,
in
1997-‐1998,
pp.
95-‐148
Revista
da
História
da
Sociedade
e
da
Cultura,
SÃO
PAYO,
Luiz
de
Mello
Vaz
de,
“Os
naturais
6,
2006,
pp.
51-‐90
(sec.
XIII
e
XIV)”,
in
Raízes
&
Memórias,
1,
SOUSA,
Armindo
de,
As
Cortes
Medievais
Julho
1987,
pp.
45-‐71
Portuguesas,
vol.
II,
Lisboa,
INCM-‐Centro
de
SILVA,
Gonçalo,
Espiritualidade
e
Poder
na
História
da
Universidade
do
Porto,
1990
Lisboa
dos
Finais
da
Idade
Média:
a
Colegiada
SOUSA,
J.
M.
Cordeiro
de,
“A
inscrição
de
São
Lourenço
e
os
seus
Patronos
(1298-‐
tumular
do
Bispo
D.
Fernando
de
Miranda”,
1515),
Lisboa,
dissertação
de
Mestrado
em
in
Colectânea
olisiponense,
2ª
edição,
vol.
II,
História,
especialidade
História
Medieval
Lisboa,
Câmara
Municipal
de
Lisboa,
1982,
apresentada
à
Faculdade
de
Ciências
Sociais
e
pp.
71-‐82
Humanas
da
Universidade
Nova
de
Lisboa,
2012
SOUSA,
J.
M.
Cordeiro
de,
“Ainda
a
«capela
dos
Mirandas»
na
igreja
de
S.
Cristóvão”
in
SILVA,
Manuela
Santos,
“Gonçalo
Lourenço
Colectânea
olisiponense,
2ª
edição,
vol.
II,
(de
Gomide).
Escrivão
da
Puridade
de
D.
João
Lisboa,
Câmara
Municipal
de
Lisboa,
1982,
I,
alcaide
e
senhor
de
Vila
Verde
dos
Francos:
pp.
83-‐84
Trajectória
para
a
constituição
de
um
morgado”,
in
Poder
e
Sociedade
(Actas
das
TORRES,
Manuel,
“Padroeiros”,
in
Dicionário
Jornadas
Interdisciplinares),
org.
Maria
José
da
História
de
Portugal,
vol.
IV,
dir.
Joel
Ferro
Tavares,
Lisboa,
Universidade
Aberta,
SERRÃO,
Porto,
Livraria
Figueirinhas,
1985
1998,
pp.
366-‐379
VAIRO,
Giulia
Rossi,
“La
tomba
del
re
Dinis
a
SILVA,
Manuela
Santos,
“Galegos
e
Minhotos
Odivelas:
nuovi
contributi
e
proposte
di
à
conquista
do
litoral
do
centro
de
Portugal.
letture”,
in
I
Colóquio
internacional.
Cister,
os
Vestígios
da
sua
presença
e
acção
na
região
Templários
e
a
Ordem
de
Cristo.
Da
Ordem
do
medieval
de
Óbidos”,
in
Carlos
Alberto
Templo
à
Ordem
de
Cristo.
Os
Anos
da
106
Mário
Farelo
FRAGMENTA
HISTORICA
Transição.
Actas,
ed.
José
Albuquerque
Presses
Universitaires
de
Rennes,
2002,
pp.
Carreira
e
Giulia
Rossi
Vairo,
Instituto
125-‐139
Politécnico
de
Tomar,
Tomar,
2012,
pp.
209-‐
VILAR,
Hermínia
Vasconcelos
e
BRANCO,
248
Maria
João
Violante,
“A
fundação
do
VENTURA,
Leontina,
A
Nobreza
de
corte
de
D.
mosteiro
de
Odivelas”,
in
Congreso
Afonso
III,
Coimbra,
Dissertação
de
Internacional
Sobre
San
Bernardo
e
o
Cister
Doutoramento
em
História
Medieval
en
Galicia
e
Portugal.
Actas,
vol.
I,
Ourense,
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
Monte
Cassino,
1992,
pp.
589-‐601
Universidade
de
Coimbra,
1988
VENTURA,
Margarida
Garcez,
Poder
régio
e
liberdades
eclesiásticas
(1383-‐1450),
2
vols.,
Lisboa,
dissertação
de
doutoramento
em
história
medieval
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Lisboa,
1993
VENTURA,
Margarida
Garcez,
Igreja
e
Poder
no
séc.
XV.
Dinastia
de
Avis
e
Liberdades
Eclesiásticas
(1383-‐1450),
Lisboa,
Colibri,
1997
VIEIRA,
Cátia
Manuela
Rios,
Formas
de
organização
social
na
vila
de
Torres
Novas
nos
finais
da
Idade
Média,
Lisboa,
Dissertação
de
Mestrado
em
História
Medieval
apresentada
à
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Lisboa,
2011
VILAR,
Hermínia
Vasconcelos,
As
Dimensões
de
um
Poder.
A
Diocese
de
Évora
na
Idade
Média,
Lisboa,
Editorial
Estampa,
1999
VILAR,
Hermínia
Vasconcelos,
“O
episcopado
do
tempo
de
D.
Dinis:
trajectos
pessoais
e
carreiras
eclesiásticas
(1279-‐1325)”,
in
Arquipélago.
História,
5,
2001,
pp.
581-‐604
VILAR,
Hermínia
Vasconcelos,
“O
Rei
e
a
Igreja
–
O
estabelecimento
das
concórdias
(1245-‐1383)”,
in
História
Religiosa
de
Portugal,
vol.
I:
Formação
e
limites
da
Cristandade,
coord.
Ana
Maria
Jorge
e
Ana
Maria
Rodrigues,
Lisboa,
Círculo
dos
Leitores,
2001,
pp.
318-‐330
VILAR,
Hermínia
Vasconcelos,
“Réseau
paroissial
et
droit
de
patronage
dans
le
e e
diocèse
d’Évora
(XIII -‐XIV
siècles)”,
in
L’espace
rural
au
Moyen
Âge
:
Portugal,
e e
Espagne,
France
(XII -‐XIV
siècles).
Mélanges
en
l’honneur
de
Robert
Durand,
ed.
Monique
Bourin
e
Stéphane
Boissellier,
Rennes,
107
FRAGMENTA
HISTORICA
O
Padroado
Régio
na
Diocese
de
Lisboa
durante
a
Idade
Média
108
António
Castro
Henriques
FRAGMENTA
HISTORICA
UM
FRAGMENTO
DA
CASA
DOS
CONTOS
E
O
SEU
CONTRIBUTO
PARA
A
HISTÓRIA
MONETÁRIA200
António
Castro
Henriques
Faculdade
de
Economia
–
Universidade
do
Porto
;
Instituto
de
Ciências
Sociais
–
Universidade
de
Lisboa
Resumo
Abstract
O
presente
artigo
interpreta
e
publica
um
The
present
paper
interprets
and
transcribes
importante
fragmento
documental,
an
important
late
fourteenth-‐century
atribuível
a
finais
do
século
XIV.
O
documentary
fragment.
The
original
fragmento,
que
parece
resultar
de
uma
document
was
likely
a
record
of
an
audit
by
tomada
de
contas,
contém
informações
the
royal
officers,
but
its
considerable
sobre
a
prata
utilizada
para
cunhar
um
tipo
importance
lies
in
providing
the
details
of
a
de
moeda
até
agora
desconhecida:
o
pelado.
hitherto
unkwnon
fractional
coin:
the
A
data
desta
cunhagem,
o
seu
contexto
peelado.
The
paper
identifies
the
date,
the
político
e
fiscal,
bem
como
o
principal
political
and
fiscal
contex
and
the
treasurer
interveniente
são
identificados
neste
artigo.
that
organised
the
minting
of
this
coin.
Palavras-‐chave
Keywords
Cunhagem;
fragmento;
moeda;
Portugal.
Coinage;
fragment;
minting;
Portugal.
Artigo recebido em: 08.01.2013 | Artigo aceite para publicação em: 03.04.2013
© Fragmenta Historica 1 (2013), 109-‐120. Reservados todos os direitos. ISSN 1647-‐634
200
O
autor
escreve
segundo
as
normas
no
Novo
Acordo
Ortográfico.
109
FRAGMENTA
HISTORICA
Um
fragmento
da
Casa
dos
Contos
e
o
seu
contributo
para
a
História
Monetária
A
servir
de
guarda
ao
livro
que
contém
o
foral
e,
apesar
de
bem
estudado,
com
aspectos
ainda
201
de
Colos
de
1510
está
um
fólio
em
pouco
conhecidos.
pergaminho
truncado
na
sua
parte
superior
O
fragmento
lista
a
quantidade
e
qualidade
com
uma
escrita
atribuível
paleograficamente
das
ligas
de
prata
fundidas
para
criar
o
aos
finais
do
século
XIV
ou
inícios
do
202 peelado.
Estes
dados
validam
em
grande
seguinte.
Como
indica
a
frase
“Esto
que
medida
as
afirmações
de
Fernão
Lopes
e
as
adeante
segue
en
grosa
per
algarismo
he
o
que
análises
metrológicas
experimentais
feitas
foy
ora
despeso…”
é
o
fragmento
de
uma
por
Gomes
Marques
e
Peixoto
Cabral
para
as
“recadação”,
ou
seja
do
registo
de
uma
204
moedas
fernandinas .
Assim,
confirma-‐se
auditoria
a
um
funcionário,
neste
caso
um
que
a
lei
das
barbudas
e
graves
era
de
três
tesoureiro,
conduzida
pelos
contadores
do
203 dinheiros
(25%
de
prata),
enquanto
os
rei.
Muito
provavelmente
o
fólio
terá
sido
pilartes
eram
da
lei
de
dois
dinheiros
arrancado
de
um
livro
da
Casa
dos
Contos.
(16,(6)%).
Porém,
o
documento
atribui
ao
A
importância
deste
achado
cujo
texto
que
aqui
forte
a
lei
de
quatro
dinheiros
enquanto
o
se
transcreve
(v.
infra)
não
se
esgota
na
resultado
experimental
obtido
para
a
mesma
raridade
do
tipo
documental
“recadação”
ou
na
moeda
é
de
dez
dinheiros,
uma
divergência
205
falta
de
documentação
sobre
a
Casa
dos
difícil
de
explicar.
A
inclusão
dos
gentis,
Contos.
Ao
indicar
a
prata
e
as
moedas
fundidas
uma
moeda
de
ouro,
junto
com
a
prata
e
o
na
cunhagem
de
uma
moeda
de
bilhão,
este
bilhão
é
surpreendente.
Tendo
em
conta
que
fragmento
é
um
testemunho
único
da
o
fragmento
é
relativo
a
uma
operação
de
composição
do
numerário
em
circulação
e
cunhagem
de
moeda
de
bilhão,
a
única
revela
a
existência
de
uma
moeda
até
agora
explicação
para
a
inclusão
dos
gentis
é
que
se
desconhecida
da
bibliografia
numismática
(o
retirou
deles
o
seu
conteúdo
de
prata.
Se
peelado).
assim
foi,
é
pouco
provável
que
a
cunhagem
do
peeelado
se
tenha
feito
apenas
com
as
No
entanto,
a
sua
utilidade
fica
limitada
pela
rotineiras
entregas
de
prata
na
Casa
da
falta
de
datação.
As
moedas
citadas
foram
Moeda.
Com
efeito,
só
circunstâncias
muito
cunhadas
por
Fernando
I,
o
que
indica
que
o
excepcionais
poderiam
aconselhar
aos
documento
só
se
pode
reportar
a
este
reinado
privados
a
entrega
voluntária
de
moeda
de
ou
ao
Interregno
ou,
quando
muito,
aos
inícios
liga
de
ouro
e
prata
e
receber
apenas
o
preço
do
reinado
de
João
I.
Pode-‐se
dizer
com
maior
dos
metais
presentes.
Este
pormenor
tem
rigor
que
os
acontecimentos
a
que
reporta
são
alguma
importância
na
interpretação
desta
posteriores
à
cunhagem
do
pilarte
ou
coroado
operação
como
se
verá
infra.
(1371)
e
à
cunhagem
maciça
dos
reais
de
10
soldos
que
expulsam
da
circulação
as
moedas
Importa
reiterar
que
o
fragmento
apresenta
fernandinas
(um
processo
que
estaria
concluído
um
dado
inteiramente
novo
relativamente
em
1386).
As
páginas
que
se
seguem
procuram
aos
conhecimentos
actuais:
a
moeda
datar
esta
operação
e
integrar
os
dados
deste
designada
como
peelado.
Esta
moeda
é
fragmento
nos
conhecimentos
consolidados
descrita
como
sendo
de
talha
de
20
libras
por
sobre
a
história
monetária
portuguesa
das
marco.
Dito
de
outra
forma,
cada
marco
de
décadas
de
1370
e
1380,
um
período
complexo
liga
(229,5
g)
permitia
obter
um
conjunto
de
moedas
no
valor
nominal
de
20
libras/400
206
soldos.
Tendo
em
conta
que
a
prata
contida
201
ANTT,
Ordem
de
Santiago/Convento
de
Palmela,
Liv.
62.
202 204
Este
fragmento
foi
identificado
por
Pedro
Pinto
Mário
Gomes
Marques
e
João
Manuel
Peixoto
Cabral,
(Centro
de
Estudos
Históricos)
a
quem
agradecemos
a
“Evolução
Cronológica
da
Numária
de
Dom
Fernando”,
in
indicação
e
o
contributo
para
a
correcta
transcrição.
Numismatica,
N.º
35,
Out-‐Dez.
1984,
pp.
17-‐23.
203 205
Note-‐se
que
“recadaçom”
tanto
designa
o
processo
de
Idem,
p.
18.
206
tomada
de
contas
como
o
próprio
registo
oficial
desse
A
talha
era
normalmente
empregue
para
designar
o
processo.
número
de
moedas
por
marco
de
prata
fina
(de
11
d.).
110
António
Castro
Henriques
FRAGMENTA
HISTORICA
na
moeda
era
apenas
da
lei
de
1
dinheiro
e
16
conta
as
emissões
diminutas
de
algumas
das
grãos
(1,(6)
dinheiros
ou
13,33%),
o
conteúdo
moedas
fernandinas,
a
ausência
dos
peelados
argênteo
de
cada
peelado
de
1
soldo
seria,
em
da
documentação
sobrevivente
e
dos
achados
média,
de
0,0765
gramas.
O
peso
desta
moeda
numismáticos
não
seria
demasiado
210
era
de
0,57375
gramas
(13,77
grãos
de
surpreendente.
No
entanto,
há
uma
207
marco).
alternativa
mais
clara:
é
possível
identificar
o
peelado
com
as
frações
do
real
de
dez
soldos
do
As
características
metrológicas
do
peelado
não
reinado
de
João
I
identificadas
por
M.
Gomes
correspondem
a
nenhuma
das
moedas
211
Marques.
Advertindo
embora
que
estas
identificadas
e
descritas
metrologicamente
pela
208 moedas
divisionárias
“nunca
foram
objeto
de
bibliografia ,
onde
tão-‐pouco
se
encontra
209 estudo
metrológico
cuidado”,
este
numismata
referência
ao
termo
peelado.
Tendo
em
sugere
que
uma
delas
se
podia
considerar
como
212
um
“real
de
dois
soldos”.
No
entanto,
neste
caso,
refere-‐se
certamente
ao
valor
Numa
perspectiva
metrológica,
a
intuição
de
monetário
(em
moeda
de
conta)
que
é
possível
produzir
a
partir
de
um
marco
de
prata
de
liga.
Sobre
os
conceitos
Gomes
Marques
é
correta:
a
talha,
a
lei
e
o
de
talha
e
lei,
cf.
Mário
Gomes
Marques,
História
da
conteúdo
argênteo
do
peelado
adequam-‐se
moeda
medieval
portuguesa,
Sintra,
Instituto
de
Sintra,
bem
ao
sistema
dos
primeiros
reais
de
dez
1996,
pp.
19-‐20,
23-‐24.
soldos
joanino
(ver
tabela
1
in
fine).
No
entanto,
207
Sobre
estes
dados:
ver
Tabela
I.
208
Maria
José
Pimenta
Ferro,
Estudos
de
História
a
ausência
de
informação
experimental
das
Monetária
Portuguesa:
1383-‐1438,
Lisboa,
Escola
dos
frações
do
real
impede
que
se
identifique
os
Deficientes
das
Forças
Armadas,
1974;
Mário
Gomes
peelados
com
estas.
A
quantidade
de
prata
por
Marques,
Moedas
de
D.
Fernando,
Lisboa,
1978;
Mário
libra
das
cunhagens
fernandinas
(ver
tabela
1)
Gomes
Marques,
História
da
moeda
medieval
portuguesa,
Sintra,
Instituto
de
Sintra,
1996.
também
permite
conjeturar
que
a
cunhagem
209
Do
ponto
de
vista
estilístico,
do
vasto
conjunto
das
do
peelado
foi
anterior
a
Julho
de
1372,
o
moedas
fernandinas,
a
única
que
cabe
na
designação
momento
da
diminuição
do
valor
nominal
das
peelado
é
a
convencionalmente
chamada
“tornês
de
213
barbudas,
graves
e
coroados.
De
uma
forma
busto”
(Mário
Gomes
Marques,
Moedas
de
D.
Fernando,
Lisboa,
1978).
Como
refere
Fernão
Lopes,
Pedro
I
lavrou
ou
de
outra,
note-‐se
que
o
período
posterior
torneses
em
que
o
anverso
apresentava
“cabeça
ao
“ciclo
da
moeda
febre”
(que
termina
em
dhomem
com
barvas
grandes
e
coroa
em
ella”
(Mário
1372)
é
“do
ponto
de
vista
da
cronologia
Gomes
Marques,
Moedas
de...,
p.
97).
Ora,
nos
torneses
214
monetária
extremamente
obscuro”.
Por
“de
busto”
de
Fernando
I,
a
efígie
coroada
apresenta-‐se
sem
barbas,
ou
seja
pelada.
Contudo,
os
dados
metrológicos
apontados
por
Mário
Gomes
Marques
para
o
“tornês
de
busto”
são
incompatíveis
com
a
informação
no
excerto
acima
transcrito
a
série
do
“tornês
primeiro“
presente
do
fragmento.
Enquanto
o
tornês
“de
busto”
com
o
valor
de
oito
soldos
do
“tornês
petite”.
210
apresenta
uma
lei
de
3
dinheiros
e
um
peso
médio
de
É
o
que
afirma
Fernão
Lopes:
“outras
moedas
que
el-‐
3,61
gramas,
a
presente
moeda
era
de
“leij
de
j
dinheiro
rrei
dom
Ferrnando
fez,
assi
como
fortes
de
prata,
que
xbj
graons”
e
o
seu
peso
médio
inferior
a
um
grama.
Há,
valliam
dez
soldos,
e
outros
de
vinte,
e
torneses
ainda
assim,
um
discreto
argumento
que
permite
inserir
primeiros
d’oito
soldos,
e
torneses
petites,
e
dinheiros
esta
pequena
moeda
no
tipo
tornês:
o
valor
nominal
de
2
novos
alliados
a
oito
grãos,
e
d’outras
leis
e
preços
soldos
que
Teixeira
de
Aragão,
sem
citar
qualquer
fonte,
desvairados
nom
curamos
mais
de
fazer
meençom
por
atribui
ao
tornês
no
final
do
reinado
de
Fernando
I
nom
alongarmos,
desi
porque
sse
lavrou
pouca
d’ella”
(Augusto
Carlos
Teixeira
de
Aragão,
Descrição
geral
e
(Fernão
Lopes,
“Cronica
Delrei
Dom
Ffernando
Primeiro
histórica
das
moedas
cunhadas
em
nome
dos
reis,
Rey
Deste
Nome”,
in
Crónica
de
D.
Fernando,
ed.
Giulano
regentes
e
governadores
de
Portugal,
Vol.
I,
Porto,
Macchi,
Lisboa,
Imprensa
Nacional/Casa
da
Moeda,
Livraria
Fernando
Machado,
1964,
2.ª
Ed.
(1.ª
ed.
1874),
2004,
cap.
LV,
p.
191).
211
p.
191).
Se
assim
for,
talvez
o
peelado
aqui
documentado
Mário
Gomes
Marques,
Moedas
de...,
p.
108,
tipos
'e'
seja
o
“tornês
petite”,
referido
por
Fernão
Lopes.
Nesse
e
'f'.
212
caso,
ao
contrário
do
que
indica
Gomes
Marques
(Mário
Idem,
p.
110.
213
Gomes
Marques,
Moedas
de...,
p.
82;
Mário
Gomes
António
Castro
Henriques,
State
Finance,
War
and
Marques,
História
da
moeda
medieval
portuguesa,
Redistribution
in
Portugal.
1249-‐1527,
University
of
York,
Sintra,
Instituto
de
Sintra,
1996,
p.
91),
o
tornês
petite
2008,
quadro
5.
214
não
seria
o
meio
tornês
mas
sim
um
tipo
de
moeda
Mário
Gomes
Marques
e
João
Manuel
Peixoto
Cabral,
diferente
como,
aliás,
sugere
Fernão
Lopes,
ao
distinguir
“Evolução
Cronológica...”,
p.
18.
111
FRAGMENTA
HISTORICA
Um
fragmento
da
Casa
dos
Contos
e
o
seu
contributo
para
a
História
Monetária
112
António
Castro
Henriques
FRAGMENTA
HISTORICA
218
circulação
(o
real
cunhado
na
sequência
do
de
Dezembro
de
1391
e
ainda
o
exercia
a
pedido)
é
igual
à
do
peelado.
Neste
sentido,
22
de
Março
de
1393
mas
a
sua
ligação
note-‐se
que
a
afirmação
de
Fernão
Lopes
de
conhecida
à
Casa
da
Moeda
datava,
pelo
219
que
o
real
de
1385
fora
cunhado
com
lei
de
menos,
de
1389.
O
cargo
de
tesoureiro
um
dinheiro
é
errada,
visto
que
esta
lei
só
insere-‐se
numa
longa
vida
ativa
na
vereação
217
seria
atingida
em
1392.
do
Porto:
segundo
Francisco
Ferraz,
Domingos
Eanes
participou
na
vereação
Há
dois
pormenores
que
confirmam
a
datação.
portuense
no
reinado
de
Fernando
I
e
foi
à
Como
já
foi
observado,
a
recunhagem
dos
Corte
em
nome
do
concelho
do
Porto
em
gentis,
uma
moeda
de
ouro,
não
faz
sentido
220
1392
e
1393.
Em
1401,
Domingos
Eanes
da
senão
num
contexto
de
imposição.
Um
outro
Maia
recebeu
carta
de
quitação
de
“obra,
aspeto
que
se
adequa
bem
à
datação
de
1385
é
prata,
cizalha
de
desvairadas
leis
e
dinheiros
a
qualidade
da
cisalha
empregue
na
cunhagem.
de
moeda
branca
e
ferro
e
aço
e
outras
As
duas
espécies
de
cisalhas
da
primeira
221
cousas”.
A
sua
carreira
no
serviço
do
rei
operação
tinham
leis
superiores
ao
peelado:
3
e
continuou
depois
deste
ano
mas
já
não
na
1.833
dinheiros,
respetivamente.
Ora,
3
Casa
da
Moeda.
As
referências
seguintes
a
dinheiros
é
precisamente
a
lei
usada
nos
reais
este
indivíduo
reunidas
por
Francisco
Ferraz
de
dez
soldos
cunhados
após
as
Cortes
de
revelam
que
em
1407
era
contador
na
Coimbra
que,
como
referido,
apresentam
a
222
contadoria
do
Porto.
Sabe-‐se
ainda
que
mesma
relação
entre
prata
e
valor
nominal
do
teve
um
filho
ilegítimo,
Luís
Domingues
que
que
os
peelados.
Já
a
segunda
operação
terá
foi
legitimado
em
1403,
sendo
então
era
aproveitado
a
cisalha
da
primeira
(apesar
de
cónego
do
Porto.
Dado
que
se
torna
muito
uma
lei
ligeiramente
inferior).
provável
a
identificação
do
tesoureiro
Uma
terceira
e
última
ordem
de
argumentos
Domingos
Eanes
com
Domingos
Eanes
da
confirma
que
o
peelado
tenha
surgido
já
no
Maia,
o
fragmento
pode
mesmo
ser
datado
reinado
de
João
I:
a
identidade
dos
indivíduos
com
algum
rigor.
De
facto,
o
seu
teor
adequa-‐
envolvidos.
Em
ambas
as
operações
há
dois
se
aos
termos
da
carta
da
quitação
datada
de
agentes
de
recolha:
o
“tesoureiro”
e
24
de
Agosto
de
1401
registada
no
livro
V
de
223
Domingos
Peres.
A
este
último,
como
indica
o
Chancelaria
de
João
I.
Como
tal,
trata-‐se
de
fragmento,
competiu
na
segunda
operação
reunir
a
prata
entregue
pelos
concelhos.
No
218
entanto,
não
foi
possível
identificá-‐lo
entre
os
219
Maria
José
Pimenta
Ferro,
Estudos
de...,
p.
145.
Francisco
Manuel
Teixeira
Ferraz,
A
Casa
da
Moeda
do
vários
contemporâneos
com
este
nome.
No
Porto
nos
finais
da
Idade
Média,
Porto,
Dissertação
de
entanto,
a
frase
que
remata
o
cabeçalho
da
mestrado
apresentada
à
Universidade
do
Porto,
2008,
p.
segunda
operação
(“porque
todo
o
que
em
236.
220
elos
foy
despeso
…
he
posto
em
Reçepta
ao
221
Ibidem.
Maria
José
Pimenta
Ferro,
Estudos
de...,
p.
106.
dicto
domingos
annes
em
esta
Recadaçom”)
222
Francisco
Manuel
Teixeira
Ferraz,
A
Casa
da
Moeda...,
indica
que
o
"tesoureiro”
a
quem
se
tomavam
p.
237.
contas
era
um
certo
Domingos
Eanes.
Trata-‐ 223
“fazemos
saber
que
nos
mandamos
tomar
conta
e
se,
é
certo,
de
um
nome
vulgar.
Contudo,
da
Recado
a
domjng
eannes
da
Maya
thesoureiro
que
ffoy
das
nosas
moedas
da
Cidade
do
porto,
per
Johõn
[sic]
documentação
portuense
e
dos
documentos
steuez
e
Lourenco
viçente
nossos
contadores
do
tenpo
da
Chancelaria
de
João
I
consta
um
tesoureiro
que
asy
ffoy
thesoureiro
das
dictas
moedas.,
E
mostrou
chamado
Domingos
Eanes,
dito
“da
Maia”.
se
pelas
Recadaçoes
que
lhj
dello
forom
ffectas.,
que
Este
Domingos
Eanes
da
Maia
é
aliás
o
ficou
deuedor
d
obra
prata
e
Cizalha
desuairadas
leys
e
dinheiros
E
moeda
branca
e
ferro
e
aço
e
outras
cousas,
E
primeiro
tesoureiro
conhecido
da
Casa
da
per
esas
Recadaçoes
se
mostra
outrossij
que
despendeo
Moeda
do
Porto.
Ocupava
este
cargo
em
29
mais
d
obra
prata
e
cizalha
de
desuairadas
leís
d
algũa
das
suso
dictas
e
doutras
lex
desuairadas
de
dinheiros
e
doutras
cousas”.
ANTT,
Chancelaria
de
D.
João
I,
Livro
5,
fól.
21bis.
Agradecemos
a
Pedro
Pinto
a
transcrição
deste
217
Mário
Gomes
Marques,
Moedas
de...,
p.
109.
documento.
113
FRAGMENTA
HISTORICA
Um
fragmento
da
Casa
dos
Contos
e
o
seu
contributo
para
a
História
Monetária
224
Mário
Gomes
Marques,
Moedas
de...,
p.
110.
114
António
Castro
Henriques
FRAGMENTA
HISTORICA
225
Apêndice
Documental
[c.
1401]
Fragmento
do
registo
de
uma
tomada
de
contas
ao
tesoureiro
Domingos
Eanes
da
Maia,
conduzida
pelos
contadores
do
rei.
Lisboa,
ANTT,
OS/CP,
Livro
62,
folha
de
guarda
d
huũ
soldo
e
de
ij
p
e
[?]
xx
libras
o
Marco
as
ffectas
per
el
dicto
tesoureiro
E
as
º
fectas
226
pelo
dicto
domingos
perez
C
De
pilhartes
de
leij
de
ij
dinheiros
vj xix
Marcos
|grosa|
De
dinheiros
meudos
de
j
dinheiro
Clxxix
Marcos
.v.
onças
Esto
adeante
scripto
em
algarismo
he
De
syzalha
preta
de
leij
de
iij
dinheiros
Rij
Marcos
o
que
todo
foij
despeso
nos
dictos
De
syzalha
preta
de
lej
de
j
dinheiro
xx
graos
ix
Marcos
iij
peelados
fectos
per
o
dicto
domingos
onças
perez
227
Jtem
Deu
e
despendeu
pera
fazijmento
de
peelados
de
leij
de
j
dinheiro
xvj
graos
pera
228 229
moeda
de
j
soldo
e
de
ij
soldos
por
j
xx
libras
o
Marco
/
os
fectos
per
o
dicto
tesoureiro
E
230
os
fectos
per
o
dicto
domingos
perez
em
nome
dos
Conçelhos
que
fazem
por
o
dicto
domjng
eannes
porque
todo
o
que
em
elos
foy
despeso
e
outrosy
em
todalas
outras
ante
escpritas
fectas
per
o
dicto
domingos
perez
he
posto
em
Reçepta
ao
dicto
domingos
annes
em
esta
Recadaçom
|grosa|
De
graues
de
leij
de
iij
dinheiros
Mil
Cxij
Marcos
esto
que
se
adeante
sege
em
grosa
c
De
baruudas
da
dicta
leij
vij
xxviijº
marcos
per
algarismo
he
o
que
foij
despeso
c
De
dinheiros
meudos
de
leij
de
j
dinheiro
iiij
lxiiijº
nos
dictos
peelados
asij
fectos
per
o
marcos
dicto
domingos
perez
C
De
pilhartes
de
leij
de
ij
dinheiros
Mil
vij
lx
Marcos
225
Os
critérios
de
transcrição
adoptados
são
os
propostos
em
João
José
Alves
Dias;
A.
H.
de
Oliveira
Marques,
e
Teresa
Rodrigues,
Álbum
de
paleografia,
Lisboa,
Estampa,
1987.
226
A
secção
superior
desta
linha
foi
cortada,
dificultando
a
leitura.
227
O
copista,
por
lapso,
não
colocou
o
traço
multiplicador
de
milhares.
228
Correção
do
escrivão.
229
O
copista,
por
lapso,
não
colocou
o
traço
multiplicador
de
milhares.
230
O
copista,
por
lapso,
não
colocou
o
traço
multiplicador
de
milhares.
115
FRAGMENTA
HISTORICA
Um
fragmento
da
Casa
dos
Contos
e
o
seu
contributo
para
a
História
Monetária
De
prata
de
xj
dinheiros
meyo
xiiijº
Marcos
ij
onças
xv
231
dinheiros
[sic]
De
fortes
de
iiijº
dinheiros
lxxx
Marcos
De
Jentijs
de
leij
de
iiijº
dinheiros
Rj
Marcos
C
De
syzalha
preta
de
leij
de
j
dinheiro
xvj
graos
iij
Marcos
232
De
prata
de
baijxella
v
onças
ix
dinheiros
[sic]
De
syzalha
branca
de
j
dinheiro
xvj
graos
e
de
xx
libras
em
Marco
L
Marcos
231
Trata-‐se
provavelmente
de
um
erro
do
redator
visto
que,
na
descrição
do
conteúdo
intrínseco,
o
dinheiro
é
sinónimo
de
doze
avos
(1/12)
;
a
medida
correta
seria
grão
(medida
de
peso),
visto
que
15
oitavas
equivale
a
um
valor
superior
a
uma
onça.
232
Cf.
nota
anterior.
116
António
Castro
Henriques
FRAGMENTA
HISTORICA
117
FRAGMENTA
HISTORICA
Um
fragmento
da
Casa
dos
Contos
e
o
seu
contributo
para
a
História
Monetária
Tabela
I
-‐
Emissões
de
moedas
de
prata
e
de
bilhão
entre
1369
e
1391
Ag Ag
Variáveis
L
T
N
P
P
N
Explicação
das
Lei
Talha
Valor
Peso
Peso
da
Peso
da
prata
variáveis
(%
Ag)
(peças/
Nominal
bruto
(em
prata
(em
por
valor
marco
de
(em
g)
g)
nominal
liga;
1
libras)
marco
=
229,5
g)
Ag
B.
Dados
experimentais
ou
indicados
P =
P
L
Cálculos
por
fonte
*
Pelado
de
1
soldo
13,8%
400
0,05
0,57
0,08
1,583
(s.d.)
*
Pelado
de
2
soldos
13,8%
200
0,1
1,15
0,16
1,583
(s.d.)
Dinheiro
fernandino
02,7%
n.d.
0,004166
0,87 0,02
5,606
(1367)
Real
“F”
83,3%
60
0,5
3,83
3,19
6,375
(1367-‐9)
Tornês
de
busto
25,0%
62
0,8
3,70
3,39
4,2414
(1369?)
Barbuda
25,0%
53
1
4,33
1,08
1,0800
(1369)
Pilarte/coroado
16,6%
148
0,25
1,55
0,25
1,0000
(1371)
Pilarte/coroado
16,6%
148
0,029
1,55
0,25
8,6206
(post.
Julho
1372)
Barbuda
25,0%
53
0,7
4,33
1,08
1,5429
(ant.
Julho
1372)
Barbuda
25,0%
53
0,1165
4,33
1,08
9,2704
(post.
Julho
1372)
Forte
91,7%
65
1
3,53
3,24
3,2365
(1372-‐5)
real
FR
83,3%
64
0,5
3,59
2,99
5,9766
1378
(?)
real
de
dez
soldos
I
50,0%
72
0,5
3,19
1,59
3,1875
(Porto,
1385)
real
de
dez
soldos
II
25,0%
75
0,5
3,06
0,77
1,5300
(1385)
real
de
dez
soldos
III
60,0%
75
0,5
3,06
0,51
1,0200
(1386)
real
de
dez
soldos
IV
12,5%
75
0,5
3,06
0,38
0,7650
(1387-‐91)
real
de
dez
soldos
IV
b
12,5%
80
0,5
2,87
0,36
0,7172
(1387-‐91)
real
de
dez
soldos
V
8,33%
90
0,5
2,55
0,21
0,4250
(Évora,
1392)
Fonte:
M.
G.
Marques,
História
da
moeda
medieval
portuguesa,
Sintra,
1996;
excepto
peelados.
118
António
Castro
Henriques
FRAGMENTA
HISTORICA
Notas:
Assumiu-‐se
que
os
marcos
atribuídos
aos
gentis
referem-‐se
ao
conteúdo
em
prata
desta
moeda
de
ouro;
a
lei
da
baixela
foi
arbitrada
em
11
dinheiros
(i.e.
pureza
de
91,67%).
Fonte:
Apêndice
Documental.
119
FRAGMENTA
HISTORICA
Um
fragmento
da
Casa
dos
Contos
e
o
seu
contributo
para
a
História
Monetária
Fontes
e
Bibliografia
1.
Fontes
manuscritas
ANTT,
Chancelaria
de
D.
João
I,
Liv.
5
ANTT,
Ordem
de
Santiago/Convento
de
Palmela,
Liv.
62
2.
Bibliografia
ARAGÃO,
Augusto
Carlos
Teixeira
de,
Descrição
geral
e
histórica
das
moedas
cunhadas
em
nome
dos
reis,
regentes
e
governadores
de
Portugal,
Vol.
I,
Porto,
Livraria
Fernando
Machado,
1964,
2.ª
Ed.
FERRAZ,
Francisco
Manuel
Teixeira,
A
Casa
da
Moeda
do
Porto
nos
finais
da
Idade
Média,
Porto,
Dissertação
de
mestrado
apresentada
à
Universidade
do
Porto,
2008
FERRO,
Maria
José
Pimenta,
Estudos
de
História
Monetária
Portuguesa:
1383-‐1438,
Lisboa,
Escola
dos
Deficientes
das
Forças
Armadas,
1974
HENRIQUES,
António
Castro,
State
Finance,
War
and
Redistribution
in
Portugal.
1249-‐1527,
University
of
York,
2008
LOPES,
Fernão,
“Cronica
Delrei
Dom
Joham
da
Boa
Memoria”,
in
Crónica
de
D.
João
I,
ed.
Artur
de
Magalhães
Basto
e
Humberto
Baquero
Moreno,
Barcelos,
1983
LOPES,
Fernão,
“Cronica
Delrei
Dom
Fernando
Primeiro
Rey
Deste
Nome”,
in
Crónica
de
D.
Fernando,
ed.
Giulano
Macchi,
Lisboa,
Imprensa
Nacional/Casa
da
Moeda,
2004
MARQUES,
Mário
Gomes,
Moedas
de
D.
Fernando,
Lisboa,
1978
MARQUES,
Mário
Gomes,
História
da
moeda
medieval
portuguesa,
Sintra,
Instituto
de
Sintra,
1996
MARQUES,
Mário
Gomes
e
CABRAL,
João
Manuel
Peixoto,
“Evolução
Cronológica
da
Numária
de
Dom
Fernando”,
in
Numismatica,
N.º
35,
Out-‐Dez.
1984,
pp.
17-‐23
120
Roger
Lee
de
Jesus
FRAGMENTA
HISTORICA
AFONSO
DE
ALBUQUERQUE
E
A
PRIMEIRA
EXPEDIÇÃO
PORTUGUESA
AO
MAR
VERMELHO
(1513)*
Roger
Lee
de
Jesus
Doutorando
em
Altos
Estudos
em
História
–
Época
Moderna
na
Universidade
de
Coimbra
;
CHSC
–
UC
;
CHAM
–
FCSH/NOVA-‐UAc
Resumo
Abstract
Este
artigo
pretende
analisar
a
primeira
This
article
aims
to
analyze
the
first
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho,
Portuguese
expedition
to
the
Red
Sea,
led
by
capitaneada
pelo
governador
Afonso
de
the
governor
Afonso
de
Albuquerque
in
Albuquerque,
em
1513.
Quinhentos
anos
1513.
Five
hundred
years
after
this
journey,
depois
desta
viagem,
reavaliamos
a
política
we
reassessed
the
policy
of
king
D.
Manuel
I
manuelina
para
o
Mar
Roxo,
observando
o
for
the
Red
Sea,
observing
the
attack
on
the
ataque
à
cidade
de
Adém
e
a
consecutiva
city
of
Aden
and
the
entry
in
that
sea.
entrada
naquele
mar.
Através
da
Through
correspondence
from
Albuquerque
correspondência
de
Albuquerque
e
da
and
subsequent
chronicles,
we
try
to
cronística
da
época,
tentamos
compreender
understand
the
reasons
for
the
defeat
in
the
os
motivos
da
derrota
no
assalto
àquela
assault
at
that
port
city
and
the
importance
cidade
portuária
e
a
importância
desta
of
this
expedition
in
this
governor’s
action
expedição
na
acção
daquele
governador
e
na
and
in
the
imperial
strategy
of
D.
Manuel
I.
estratégia
imperial
de
D.
Manuel
I.
Palavras-‐chave
Keywords
Afonso
de
Albuquerque;
Armadas
Afonso
de
Albuquerque;
Naval
Warfare,
Portuguesas;
Descobrimentos
Portugueses;
Portuguese
Armadas,
Portuguese
Guerra
Naval;
Mar
Vermelho.
Discoveries;
Red
Sea.
Artigo recebido em: 24.09.2013 | Artigo aceite para publicação em: 27.11.2013
© Fragmenta Historica 1 (2013), 121-‐141. Reservados todos os direitos. ISSN 1647-‐6344
*
O
presente
artigo
tem
por
base
o
trabalho
desenvolvido
no
mestrado
em
História,
da
Faculdade
de
Letras
da
Universidade
de
Coimbra,
no
seminário
“Expansão,
Colonialismo
e
Pós-‐Colonialismo
I”,
orientado
pelo
Prof.
Doutor
João
Gouveia
Monteiro,
a
quem
agradecemos
as
primeiras
sugestões.
A
versão
final
beneficiou
dos
comentários
de
Marta
Santos,
Pedro
Pinto,
Tiago
Machado
de
Castro,
Hélder
Carvalhal
bem
como
dos
avaliadores
externos
desta
revista.
121
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
O
presente
artigo
pretende
seguir
o
percurso
da
conhecimento
do
Mundo
nos
seus
diversos
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
domínios.
Não
foi
apenas
o
culminar
do
processo
Vermelho,
comandada
por
Afonso
de
expansionista
português
mas
também
a
abertura
Albuquerque
(governador
daquilo
que
viria
a
ser
definitiva
da
Europa
a
uma
“nova”
realidade.
conhecido
posteriormente
como
“Estado
da
A
problemática
do
Mar
Vermelho
surge
Índia”,
entre
1509
e
1515),
iniciada
em
Fevereiro
naturalmente
neste
contexto
de
nova
reabertura
de
1513
e
que
terminou
em
Agosto
desse
233 do
mercado
asiático
para
o
europeu:
a
Carreira
mesmo
ano .
Para
além
de
relembrar
os
500
da
Índia,
que
ligaria
Lisboa
a
Cochim/Goa,
anos
deste
feito,
procuramos
analisar
o
funcionaria
em
paralelo
com
a
do
Mar
Roxo,
desenrolar
do
ataque
falhado
à
cidade
de
Adém
mais
antiga
claro,
que
abastecia
o
Cairo
e
os
e
a
consequente
entrada
e
exploração
do
próprios
mercadores
provenientes
da
península
referido
mar.
Seguindo
as
pisadas
de
alguns
italiana.
No
entanto,
a
Coroa
portuguesa
não
se
estudos
centrais
sobre
esta
temática,
como
a
234 encontrava
desligada
desta
situação
(veja-‐se
o
obra
monumental
de
Albert
Kammerer ,
elevado
conhecimento
sobre
a
região
nos
textos
procedemos
sobretudo
à
releitura
de
crónicas
e
portugueses
da
época,
como
a
Suma
Oriental,
de
da
correspondência
de
Albuquerque.
Apesar
da
235 236
Tomé
Pires ,
ou
o
Livro
de
Duarte
Barbosa )
e
dezena
(senão
mais)
de
estudos
dedicados
ao
desde
cedo
procurou
dominar
o
comércio
governo
de
Albuquerque,
pretendemos
florescente
do
Mar
Vermelho
que
via
mais
como
sobretudo
compilar
dados,
interpretá-‐los
através
ameaça
política
e
religiosa
do
que
como
do
cruzamento
de
diversas
fontes
bem
como
237
concorrência
puramente
comercial .
colmatar
a
lacuna
referente
ao
estudo
desta
Efectivamente,
este
mar
era
tido
como
vital
para
expedição.
a
execução
do
grande
plano
imperial
de
D.
Manuel
I
que
visava,
em
última
análise,
a
conquista
de
Jerusalém
e
a
sua
consequente
1.
Os
Portugueses
e
o
Mar
Vermelho
coroação
como
imperador
universal.
A
viagem
encabeçada
por
Vasco
da
Gama
em
Concretamente,
tal
só
poderia
ser
bem-‐sucedido
1497
revolucionou
consideravelmente
o
através
de
uma
acção
concertada
das
forças
portuguesas
na
Europa
e
na
Ásia:
a
asfixia
do
comércio
mameluco
(fechando
a
rota
das
233
Para
uma
visão
de
conjunto
da
acção
veja-‐se
a
especiarias
que
passava,
obrigatoriamente,
pelo
biografia
desta
figura
de
proa
da
presença
portuguesa
na
Ásia:
Geneviève
Bouchon,
Afonso
de
Albuquerque,
Leão
Mar
Vermelho)
debilitaria
o
poder
militar
desta
dos
Mares
da
Ásia.
Lisboa,
Quetzal
Editores,
2000.
Sobre
potência
islâmica,
facilitando
a
conquista
da
esta
expedição
veja-‐se
particularmente
as
pp.
267-‐272.
Terra
Santa
e
a
queda
daquele
sultanato.
Para
Veja-‐se
também
o
interessante
estudo
de
João
Marinho
isso
concorreria
consequentemente
um
dos
Santos,
“Políticas
e
estratégias
nos
primórdios
do
“Estado
da
Índia”,
in
Estudos
sobre
os
descobrimentos
e
a
poderoso
ataque
ao
Cairo,
tendo
como
ponto
de
Expansão
Portuguesa,
Vol.
II,
Coimbra,
Palimage,
2010,
passagem
o
referido
mar,
coadjuvado
por
uma
pp.
151-‐163.
investida
do
mítico
Preste
João,
que
atacaria
o
234
Albert
Kammerer,
La
Mer
Rouge,
L’Abyssinie
et
Egipto
pelo
Sul.
A
grande
cruzada
seria,
claro,
l’Arabie
depuis
l’Antiquité.
Tome
Deuxiême:
Les
Guerres
du
Poivre.
Les
Portugais
dans
l’Océan
Indien
et
la
Mer
completada
por
um
ataque
das
forças
cristãs
Rouge
au
XVIe
Siècle,
Cairo,
Société
Royale
de
Géographie
d’Égypte,
1935,
vol.
I,
pp.
172-‐199.
Cf.
235
também
a
síntese
de
João
Paulo
Oliveira
e
Costa,
e
Vitor
Tomé
Pires,
A
Suma
Oriental
de
Tomé
Pires,
Coimbra,
Luis
Gaspar
Rodrigues,
El
proyecto
indiano
del
rey
Juan,
Por
Ordem
da
Universidade,
1978,
p.
144-‐145.
236
Madrid,
Editorial
Mapfre,
1992,
pp.
99-‐101,
e
os
estudos
Maria
Augusta
da
Veiga
e
Sousa,
O
Livro
de
Duarte
recentes
de
José
Manuel
Malhão
Pereira,
“The
Mighty
Barbosa
(edição
crítica
e
anotada),
Lisboa,
IICT,
1996,
vol.
Red
Sea”,
in
Estudos
de
História
da
Náutica
e
das
I,
p.
104.
237
Navegações
de
Alto-‐Mar,
Lisboa,
Comissão
Cultural
da
Cf.
Sanjay
Subrahmanyam,
“O
mundo
comercial
do
Marinha,
2012,
pp.
3-‐33
e
Ana
Paula
Avelar,
“Do
Mar
oceano
Índico
ocidental,
1546-‐1565:
uma
interpretação
Vermelho
na
Cronística
da
Expansão
Portuguesa
(séc.
política”,
in
Impérios
em
Concorrência.
Histórias
XVI)”,
in
Memórias
da
Academia
de
Marinha,
Lisboa,
conectadas
nos
séculos
XVI
e
XVII,
Lisboa,
Imprensa
de
Academia
de
Marinha,
2003,
vol.
XXXIII,
pp.
355-‐368.
Ciências
Sociais,
2012,
pp.
157,
168-‐174.
122
Roger
Lee
de
Jesus
FRAGMENTA
HISTORICA
238
europeias
através
do
Mediterrâneo .
Como
um
útil
porto
de
reabastecimento
logístico
era
podemos
ver,
esta
era
a
“adaptação”
manuelina
sobretudo
um
entreposto
comercial
que
vigiava
das
diversas
correntes
milenaristas
que
se
faziam
as
entradas
e
as
saídas
do
Mar
Vermelho.
239
então
sentir
na
Europa
(e
não
só) ,
tendo
o
Mar
Rodeada
por
um
anel
semi-‐circular
de
penhascos
242
Vermelho
como
palco
fundamental
deste
ideal.
vulcânicos ,
a
cidade
cresceu
e
afirmou-‐se
pelo
243
comércio,
desde
tempos
medievais ,
não
Assim,
no
regimento
entregue
a
D.
Francisco
de
ficando
desconhecida
aos
olhos
dos
portugueses.
Almeida,
em
1505,
o
monarca
informava
o
Não
esqueçamos
a
sua
proximidade
às
terras
do
primeiro
vice-‐rei
que
«[…]
nos
parece
que
Preste
João,
figura
também
central
no
plano
nenhuuma
cousa
poderya
mais
importar
a
nosso
imperial
manuelino.
Há,
assim,
um
serviço
que
teermos
huuma
fortelleza
na
boqua
conhecimento
concreto
da
realidade
comercial
do
mar
Roixo
ou
perto
delle,
asy
dentro
como
de
asiática,
definindo-‐se
uma
estratégia
consistente
fora
honde
milhor
disposyçam
para
ella
ouvesse,
244
para
o
domínio
destas
águas .
porquanto
por
aquy
se
çarrava
nam
poderem
mais
pasar
nenhuuma
especiara
a
terra
do
No
entanto,
os
portugueses
não
eram
os
únicos
a
soldam
e
todos
os
da
Indya
perderem
a
fantesya
prestar
atenção
a
esta
via.
Tendo
em
conta
o
240
de
mais
poderem
trautar
senam
connosco» .
referido
interesse
económico
desta
rota
e
o
Ao
seu
sucessor
(Afonso
de
Albuquerque)
terá
impacto
da
presença
portuguesa
na
Índia,
exigido
o
mesmo
visto
que
o
governador
afirmou
também
os
mamelucos
do
Egipto
e
os
otomanos
aos
seus
capitães
«que
por
regimento
e
cartas
de
procuraram
combater
a
concorrência
neste
mar.
Vossa
Alteza
me
mandava
que
eu
fosse
a
Adém
e
Relembremos
a
ameaça
mameluca,
concretizada
241
entrasse
o
estreito
de
Meca» .
A
passagem
por
na
batalha
de
Chaul,
em
1508,
e
na
de
Diu,
em
Adém
era
obviamente
obrigatória
tendo
em
1509,
donde
saíram
fortemente
derrotados
245
conta
a
sua
importância
geográfica:
para
além
de
desta
última ,
e
as
diversas
operações
otomanos,
como
a
de
1538,
onde
Sulimão
Paxa
implantou
pela
força
a
soberania
otomana
no
238
Sobre
a
ideia
imperial
manuelina
Cf.
Luís
Filipe
F.
R.
Thomaz,
“L’idée
impériale
manueline”,
in
La
découverte,
le
Portugal
et
l’Europe,
Paris,
Fondation
Calouste
Gulbenkian-‐Centre
Culturel
Portugais,
1990,
p.
35-‐103,
e
a
mais
recente
biografia
do
monarca
por
João
Paulo
242
Oliveira
e
Costa,
D.
Manuel
I.
Um
príncipe
do
A
expressão
é
de
H.
T.
Norris
e
F.
W.
Penhey,
“The
renascimento,
Lisboa,
Temas
e
Debates,
2007,
pp.
255-‐ Historical
Development
of
Aden’s
Defences”,
The
261
Geographical
Journal,
Vol.
121,
N.º
1,
Mar.
1955,
p.
11
–
239
Cf.
por
exemplo
Sanjay
Subrahmanyam,
“O
artigo
já
datado
mas
útil
sobre
o
desenvolvimento
das
milenarismo
do
século
XVI
do
Tejo
ao
Ganges”,
in
estruturas
defensivas
de
Adém.
243
Impérios
em
Concorrência.
Histórias
conectadas...,
Veja-‐se
a
recente
história
da
cidade
de
Roxani
E.
pp.113-‐152.
Margariti,
Aden
and
the
Indian
Ocean
Trade:
150
Years
in
240
“Regimento
de
capitão-‐mor
que
D.
Francisco
de
the
Life
of
a
Medieval
Arabian
Port,
Chapel
Hill,
The
Almeida
levou
para
a
Índia”,
in
Joaquim
Candeias
Silva,
O
University
of
North
Carolina
Press,
2007.
244
fundador
do
“Estado
português
da
Índia”:
D
Francisco
de
Sobre
esta
problemática
do
Mar
Vermelho
veja-‐se
Almeida
1475(?)
-‐
1510,
Lisboa,
INCM,
1996,
p.
284.
Vitorino
Magalhães
Godinho,
Os
Descobrimentos
e
a
241
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
selecção
de
António
Economia
Mundial,
Lisboa,
Editorial
Presença,
1987,
vol.
Baião,
Lisboa,
Sá
da
Costa
Editora,
3ª
ed,
2010,
p
119.
III,
pp.
94-‐121,
a
análise
mais
recente
e
mais
enquadrada
Optámos
por
usar
esta
obra
para
referir
a
longa
missiva
no
espaço
Índico
de
Sanjay
Subrahmanyam,
“O
mundo
de
Albuquerque
a
D.
Manuel
I,
datada
de
4
de
Dezembro
comercial
do
oceano
Índico
ocidental...”,
cit.,
e
“The
de
1513,
por
ser
esta
uma
edição
reeditada
birth-‐pangs
of
Portuguese
Asia:
revisiting
the
fateful
recentemente
e
ser
de
mais
fácil
consulta
para
o
público
‘long
decade’
1498-‐1509”,
Journal
of
Global
History,
3,
em
geral.
Assim,
passaremos
a
citar
esta
obra
apenas
por
2007,
pp.
261-‐280,
bem
como
ainda
Andreu
Martínez
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I.
Para
outra
transcrição
da
d’Alòs-‐Moner,
“Conquistadores,
Mercenaries,
and
referida
carta,
veja-‐se
Cartas
de
Afonso
de
Albuquerque
Missionaries:
The
Failed
Portuguese
Dominion
of
the
Red
seguidas
de
documentos
que
as
elucidam,
dir.
Raimundo
Sea”,
Northeast
African
Studies,
Vol.
12,
N.º
1,
2012,
pp.
António
de
Bulhão
Pato,
Lisboa,
Academia
Real
da
1-‐28.
245
Sciencias
de
Lisboa,
1898,
tomo
I,
pp.
199-‐243
–
obra
Veja-‐se
o
estudo
de
José
Virgílio
Amaro
Pissarra,
Chaul
doravante
referida
como
CAA,
indicando
o
respectivo
e
Diu:
1509
e
1509.
O
domínio
do
Índico,
Lisboa,
Tribuna
volume
e
página.
da
História,
2002.
123
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
Mar
Vermelho
antes
de
se
dirigir
a
Diu,
cercando
2.
De
Goa
ao
Mar
Roxo
246
a
fortaleza
portuguesa
pela
primeira
vez .
2.1
Adém
Não
obstante
as
várias
expedições
ao
Mar
Estando
o
governo
da
Índia
em
relativa
paz,
no
Vermelho,
a
Coroa
optou
sobretudo
pela
criação
início
de
1513,
Afonso
de
Albuquerque
de
uma
esquadra
quase
permanente
na
boca
do
apercebeu-‐se
da
ocasião
para
poder
finalmente
estreito,
de
forma
a
interceptar
os
navios
que
247 organizar
uma
expedição
ao
Mar
Roxo.
A
frota,
utilizassem
essa
rota .
A
criação
de
um
posto
251
composta
por
cerca
de
18
naus ,
parte
de
Goa
avançado
nessa
zona,
como
a
construção
de
uma
252
248 a
18
de
Fevereiro .
As
fontes
apresentam
fortaleza
em
Socotorá ,
mostrou-‐se
pouco
dados
aproximadamente
unânimes
quanto
ao
viável
justificando
assim
a
presença
volátil
nessa
número
de
homens
de
armas:
cerca
de
1700
ilha.
Na
realidade,
e
segundo
Vitorino
Magalhães
253
portugueses
e
entre
800
a
1000
homens
locais
Godinho,
«[…]
quaisquer
que
fossem
os
recursos
(canarins
e
malabares).
financeiros
investidos
jamais
a
rota
do
cabo
de
Boa
Esperança
teria
podido
eliminar
a
primeira
Cruzando
as
diversas
actas
dos
conselhos
por
completo.
A
economia
indiana
não
reunidos
pelo
Governador,
conseguimos
dispensava
os
áureos
sultanis
egípcios-‐sírios,
nem
identificar
as
dezoito
naus
bem
como
(na
maior
os
xerafins
de
Ádem,
nem
o
ópio
cairiota,
o
coral
parte
dos
casos)
os
respectivos
capitães
e
pilotos:
e
o
açafrão
mediterrâneos,
a
ruiva
yemenita
e
tantos
outros
produtos;
não
podia
igualmente
privar-‐se
dessas
escápulas
para
a
sua
produção
249
de
especiarias
e
tecidos» .
Além
desta
necessidade
Sanjay
Subrahmanyam
já
demonstrou
que
a
Carreira
da
Índia
“conviveu”
com
a
via
do
mar
Roxo
durante
todo
o
século
XVI
-‐
na
realidade
esta
última
era
apenas
preferida
pelos
mercadores
de
Veneza
e
Génova
“[...]
na
medida
em
que
os
portugueses
não
conseguiam
250
satisfazer
a
procura
da
Europa
ocidental» .
251
A
obra
de
Fernão
Lopes
de
Castanheda
é
a
única
a
indicar
dezoito
naus
e
uma
caravela
(Fernão
Lopes
de
246
Cf.
Dejanirah
Couto,
“No
rasto
de
Hadim
Suleimão
Castanheda,
História
do
Descobrimento
e
Conquista
da
Pacha:
alguns
aspectos
do
comércio
do
Mar
Vermelho
Índia
pelos
Portugueses,
Coimbra,
Imprensa
da
nos
anos
de
1538-‐1540”,
in
A
Carreira
da
Índia
e
a
Rota
Universidade,
1928,
Livro
III
p.
251
–
obra
doravante
dos
Estreitos,
Angra
do
Heroísmo,
s.e.,
1998,
pp.
484-‐ abreviada
como
História
do
Descobrimento
e
da
508.
Conquista
da
Índia)
enquanto
a
Ásia
de
João
de
Barros
247
Veja-‐se
o
levantamento
das
das
armadas
enviadas
ao
(João
de
Barros,
Ásia.
Segunda
Década,
Lisboa,
INCM,
estreito
em
Andreu
Martínez
d’Alòs-‐Moner,
1988,
p.
342
–
obra
aqui
abreviada
como
Ásia)
e
a
“Conquistadores,
Mercenaries,
and
Missionaries...”,
cit.,
Crónica
de
Damião
de
Góis
(Damião
de
Góis,
Crónica
do
pp.
8-‐9.
Felicíssimo
Rei
D.
Manuel,
Coimbra,
Imprensa
da
248
Sobre
este
assunto
veja-‐se
o
estudo
de
José
Pereira
da
Universidade,
1926,
Parte
III,
p.
149
–
obra
referida
como
Costa,
Socotorá
e
o
domínio
português
no
Oriente,
Crónica
do
Felicíssimo)
nos
falam
de
20
velas.
A
crónica
Coimbra,
Junta
de
Investigações
do
ultramar,
1973,
e
árabe
quinhentista
Kilādat
al-‐Nahr
refere
também
18
mais
recentemente
Zoltán
Biedermann,
“Nas
pegadas
do
navios
(L.
O.
Schuman,
Political
History
of
the
Yemen
at
apóstolo:
Socotorá
nas
fontes
europeias
dos
séculos
XVI
the
Beginning
of
the
16th
Century,
Amsterdam,
e
XVII”,
in
Anais
de
História
de
Além-‐Mar,
1,
2000,
pp.
Djambatan,
1961,
p.
12).
Optámos
por
referir
dezoito
287-‐386.
naus
pelo
facto
de
termos
conseguido
identificar
a
249
Vitorino
Magalhães
Godinho,
“O
Levante
e
a
Rota
do
existência
destes
dezoito
navios
nas
fontes,
como
Cabo”,
in
Mito
e
Mercadoria.
Utopia
e
Prática
de
adiante
referiremos.
252
Navegar,
séculos
XIII-‐XVIII,
Lisboa,
Difel,
1990,
pp.
422-‐
Ásia,
p.
342
e
Crónica
do
Felicíssimo,
p.
149.
253
423
–
é
sempre
necessário
contrapor
a
visão,
por
vezes
Ásia,
p.
342;
História
do
Descobrimento
e
Conquista
contraditória,
de
Magalhães
Godinho
com
os
recentes
da
Índia,
p.
251;
Crónica
do
Felicíssimo,
p.
149;
Brás
de
estudos
de
Sanjay
Subrahmanyam,
já
referidos.
Albuquerque,
Comentários
de
Afonso
de
Albuquerque,
250
Sanjay
Subrahmanyam,
“O
mundo
comercial
do
Lisboa,
INCM,
1973,
t.
II,
parte
IV,
p.
2
–
obra
abreviada
oceano
Índico
ocidental...”,
cit.,
p.
174.
como
Comentários;
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
127.
124
Roger
Lee
de
Jesus
FRAGMENTA
HISTORICA
Fontes:
a)
Acta
de
10
de
Junho
–
CAA,
II,
pp.
23-‐27.
b)
Acta
de
20
de
Junho
–
CAA,
II,
pp.
27-‐31.
c)
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
131.
125
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
257
Observe-‐se,
assim,
a
importância
de
tal
defesas
da
cidade .
O
responsável
pela
expedição
através
deste
elevado
número
de
cidade
terá
até
planeado
atacar
a
armada
homens
de
armas
e
de
navios
–
não
nos
mas
foi
dissuadido
por
alguns
conselheiros
esqueçamos
da
crónica
falta
de
gente
como
que
conheciam
a
superioridade
naval
dos
principal
problema
da
expansão
portuguesa
portugueses,
preferindo
assim
apostar
no
seu
258
na
Ásia.
E
o
objectivo
encontrava-‐se
bem
sistema
defensivo .
definido:
atacar
Adém.
A
acta
do
conselho
Reunido
o
conselho
de
capitães,
decidiu-‐se
reunido
pelo
governador
a
13
de
Março
dividir
as
forças
portuguesas
em
três
alas
e
apresenta
uma
clara
vontade
generalizada
atacar
a
cidade
em
dois
pontos
fundamentais
por
esta
jornada
–
todos
os
questionados
da
muralha.
Sobre
a
divisão
dos
homens,
o
responderam
favoravelmente
à
proposta
de
254 Governador
capitaneou
uma
ala,
D.
Garcia
de
assalto
à
cidade .
Ressalve-‐se,
no
entanto,
Noronha
outra
e
uma
terceira
era
composta
que
este
conselho
serviu
unicamente
para
pelas
gentes
da
Ordenança
comandados
por
«[…]
notificar-‐lhe
[ao
Conselho]
Vossa
259
Rui
Gonçalves
e
João
Fidalgo .
As
crónicas
determinação
e
vontade
[de
D.
Manuel]»
de
falam-‐nos
somente
em
duas
capitanias
–
a
que
«[…]
fosse
a
Adém
e
entrasse
no
estreito
255 ordenança
é
considerada
uma
parte
da
do
de
Meca» ,
e
não
para
colocar
tal
como
governador
–
mas
especificam
os
fidalgos
proposta
do
governador.
presentes
em
cada
ala:
Saindo
de
Goa,
a
armada
dirigiu-‐se
directamente
para
o
estreito.
No
entanto,
por
falta
de
água,
parou
obrigatoriamente
em
Socotorá
onde
capturou
uma
nau
de
Chaul
que
se
dirigia
para
o
estreito,
tomando
o
seu
piloto
mouro
que
conhecia
melhor
a
256
navegação
daqueles
mares .
Com
alguns
contratempos
de
natureza
técnica,
a
frota
chegou
perto
da
cidade
na
noite
de
quinta-‐feira
de
Endoenças,
24
de
Março.
O
ataque
surpresa
tornava-‐se
inviável
pois
a
armada
nunca
atacaria
de
noite,
porquanto
era
necessário
alguma
observação
do
terreno,
da
cidade
e
das
suas
defesas
de
modo
a
planear
correctamente
o
assalto.
Apesar
da
estratégia
proposta
inicialmente
pelo
governador
e
aceite
pelos
capitães
–
atacar
imediatamente
a
cidade
–
impunha-‐se
estabelecer
uma
nova
táctica,
visto
que
o
efeito
surpresa
se
perdera.
Para
tal
a
armada
fixou-‐se
frente
à
cidade
durante
o
dia
seguinte
–
Sexta-‐feira
Santa,
25
de
Março.
Informado
da
chegada
dos
navios
e
observando
aquele
aparato,
o
governador
de
Adém
tentou
negociar
em
vão
com
Albuquerque,
enquanto
aumentava
as
257
Cf.
L.
O.
Schuman,
Political
History
of
the
Yemen...,
cit.,
254
Cf.
CAA,
II,
pp.
18-‐22.
p.
12.
255 258
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
119.
Ibidem.
256 259
Ob.
cit.,
p.
120.
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
122.
126
Roger
Lee
de
Jesus
FRAGMENTA
HISTORICA
260
Ásia,
p.
348.
261
Gaspar
Correia,
Lendas
da
Índia,
Lisboa,
Academia
Real
das
Sciencias,
1860,
Livro
Segundo,
Tomo
II,
p.
341
-‐
obra
aqui
referida
apenas
como
Lendas
da
Índia.
262
História
do
Descobrimento
e
Conquista
da
Índia,
pp.
256-‐257.
127
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
Não
obstante,
nem
todos
os
homens
de
armas
Façamos
um
parêntesis
aqui
quanto
a
um
participaram
no
assalto
«por
míngua
de
elemento
essencial
deste
assalto:
as
escadas.
263
embarcação»
como
nos
diz
o
Governador.
João
de
Barros
diz-‐nos
que
eram
«tam
largas
João
de
Barros
informa-‐nos
que
participaram
per
que
folgadamente
podiam
ir
seys
homens
269
no
assalto
«mil
e
quatrocentos
homens,
mil
juntos» ,
e
Gaspar
Correia
que
tinham
«tres
264
portugueses
e
quatrocentos
malabares» .
A
entenas,
que
podião
sobir
quatro
homens
a
la
ala
de
D.
Garcia
de
Noronha
atacaria
a
porta
par,
que
o
Governador
mandara
fazer
em
270
da
cidade
e,
à
sua
direita,
Afonso
de
Cochym» .
Não
nos
espanta
estas
escadas
Albuquerque
tomaria
a
muralha
de
assalto.
O
largas,
comuns
neste
tipo
de
assaltos.
O
que
capitão-‐mor
esperava
derrotar
e
conquistar
as
Albuquerque
não
contava
era
que
as
escadas
forças
locais
com
pouco
esforço.
fossem
curtas
para
o
tamanho
da
muralha,
«que
com
muyto
trabalho
hum
homem
sobia
No
entanto,
o
plano
não
correu
como
antre
as
ameas,
e
os
que
sobião
davão
mão
esperado.
Ao
raiar
do
sol
de
sábado,
dia
26,
as
271
aos
outros
que
sobião» .
Quando
menos
se
forças
portuguesas
embarcaram
e
dirigiram-‐se
esperava
«[…]
foi
tão
grande
o
peso
das
gente
para
a
cidade.
Provavelmente
por
falta
de
nas
escadas
que
quebraram
as
escadas
informação
e
pela
natureza
do
terreno,
os
272
juntamente
todas» .
Para
tentar
remediar
a
batéis
ficaram
demasiado
longe
da
muralha,
situação
o
governador
mandou
os
seus
obrigando
os
homens
a
desembarcar
dentro
alabardeiros
segurarem
as
escadas
de
forma
a
de
água,
molhando
assim
a
pólvora
das
265 estas
não
partirem,
no
entanto
era
demasiado
espingardas .
tarde:
estas
continuaram
a
quebrar,
trazendo
Num
ataque
anfíbio
desta
natureza,
e
como
morte
horrível
aos
homens
que
caiam
em
cima
Albuquerque
o
tinha
planeado,
era
necessário
das
próprias
alabardas.
dar
boa
ordem
e
agir
de
forma
organizada
e
A
quebra
das
escadas
deu-‐se
efectivamente
ordeira.
Ora,
estando
já
à
frente
do
pano
de
por
excesso
de
peso,
mas
podemos
até
afirmar
muralha
de
Adém,
a
fidalguia
não
quis
esperar
e
que
tenha
sido
pelo
“peso
da
desordem”.
avançou
abruptamente:
«tomaram
suas
Especifiquemos
utilizando
Lopes
de
escadas
mui
prestes
e
pôs
cada
um
a
sua
no
266 Castanheda:
«E
como
os
capitães
eram
os
muro,
e
foram
eles
os
primeiros
da
escada» .
primeiros
que
sobiam
e
a
sua
gente
ficava
sem
Sem
esperar
pela
organização
das
forças
na
quem
os
mandasse,
começa
daver
tamanha
praia
ou
pela
ordem
do
Governador,
os
fidalgos
desordem
no
sobir,
e
carregar
tanta
gente
dispersaram-‐se
e
tentaram
por
si
subir
à
sobre
as
escadas
que
começarão
de
muralha,
granjeando
feitos
de
cavaleiros,
273
quebrar» .
Houve,
portanto,
uma
procura
da
ficando
a
sua
gente
miúda
«logo
267 honra
e
da
fama
esquecendo
a
disciplina
desarranjada» ,
sem
figuras
de
comando.
A
necessária
a
estas
acções
militares.
ala
de
D.
Garcia
de
Noronha,
tinha,
relembremos,
como
missão
atacar
a
porta
da
Não
obstante
estarem,
segundo
Albuquerque,
cidade,
mas
encontrou-‐a
fortemente
defendida
cerca
de
cinquenta
fidalgos
em
cima
do
muro
e
reforçada
avançando
consequentemente
para
quando
as
escadas
se
despedaçaram,
a
luta
já
o
lado
de
Albuquerque
para
tentar
escalar
a
estava
perdida.
A
tentativa
de
restaurar
as
muralha
e
colocar
alguma
ordem
nas
tropas
escadas
para
poder
acometer
novamente
a
268
desorganizadas .
muralha
falhou
visto
que
«foi
tanta
a
gente
na
escada,
que
quis
subir,
que
outra
vez
a
fizeram
263 269
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
127.
Ásia,
p.
348.
264 270
Ásia,
p.
348.
Lendas
da
Índia,
p.
340.
265 271
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
123.
Ob.
cit.,
p.
341.
266 272
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
123.
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
124.
267 273
Ibidem.
História
do
Descobrimento
e
Conquista
da
Índia,
p.
268
Ob.
cit.,
p.
124.
259.
128
Roger
Lee
de
Jesus
FRAGMENTA
HISTORICA
274
em
pedaços» .
Destapada
uma
bombardeira
junção
às
tropas
de
Albuquerque
bem
contra
a
280
que
estava
a
nível
do
solo,
o
governador
sua
vontade .
conseguiu
fazer
entrar
alguns
homens
dentro
Quanto
ao
cubelo
dominado
por
portugueses,
da
cidade
–
especialmente
besteiros
e
a
situação
piorava
a
cada
momento.
Certos
espingardeiros.
Desmotivados
pela
perda
das
dos
portugueses
estarem
em
inferioridade
escadas,
pela
forte
resistência
das
forças
locais
numérica,
os
muçulmanos
começaram
a
e
pela
desordem
criada
pelos
fidalgos,
faltou
incendiar
a
área
envolvente
deste
dispositivo
aos
homens
de
armas
entrarem
de
rompante
defensivo,
tentando
assim
dispersar
o
inimigo
por
essa
abertura
–
um
dos
cronistas
diz-‐nos
281
pelo
calor
e
pelo
fumo
provocado .
até
que
tal
não
aconteceu
porque
«Dom
Albuquerque
procurou
então
salvar
os
poucos
Garcia
[de
Noronha]
não
entrava,
que
homens
que
ainda
se
encontravam
no
dito
mostrava
que
era
capitão-‐mor
e
eles
capitães
cubelo,
através
de
cordas
–
era
impossível
pequenos,
e
ouverão
isto
por
tamanha
282
voltar
a
operar
com
as
escadas .
Inicia-‐se
desonrra
que
não
quiserão
entrar,
e
se
Dom
275 aqui
uma
árdua
luta
de
valores
entre
os
Garcia
entrara,
eles
entrarão» .
próprios
portugueses:
enquanto
alguns
O
contra-‐ataque
muçulmano
dificultou
ainda
fidalgos
desceram
imediatamente,
através
das
mais
o
avanço
português.
Encurralados
num
cordas,
outros
recusaram-‐se
por
tomar
tal
cubelo,
alguns
fidalgos
que
tinham
chegado
ao
como
desonra.
Tomemos
o
exemplo
de
Garcia
topo
da
muralha
desceram
em
direcção
à
de
Sousa:
destacou-‐se
na
defesa
do
cubelo
e
cidade,
mas
esta
encontrava-‐se
nitidamente
tendo
oportunidade
de
descer
recusou
diante
defendida
com
«tranqueyras
nas
bocas
das
da
ordem
de
Albuquerque:
«[…]
Senhor
não
ruas
que
sayão
per
a
serra,
em
que
assentarão
sou
eu
o
homem
pera
descer
senam
como
276
artelharia» .
Apesar
de
optar
por
uma
acção
subi,
e
pois
me
nam
podeis
valer
senam
com
extremamente
defensiva,
a
desorganização
hũa
corda
valha
me
Deos
com
seu
favor
que
283
portuguesa
motivou
o
próprio
governador
de
em
lugar
estou
pera
isso» .
Absteve-‐se
Adém
a
avançar,
atacando
os
portugueses
que
consequentemente
de
descer
e
acabou
por
já
se
encontravam
dentro
das
muralhas
e
morrer
quando
se
lançou
em
direcção
à
284
recorrendo
a
algumas
peças
de
artilharia
para
cidade .
Não
pomos
de
parte
a
explicação
de
277
assustar
e
dispersar
os
invasores .
Lopes
de
Castanheda,
em
que
o
governador
«tão
agastado
de
perder
assi
hũa
cidade,
que
Entretanto
mudemos
o
ângulo
de
visão:
por
desordens
perdera,
que
lhe
nam
Henrique
Homem
encontrava-‐se
com
respondeo
[…]
e
vendo
Garcia
de
Sousa
que
aproximadamente
cem
homens
da
ordenança
lhe
não
respondia
ho
gouvernador,
parecendo
a
escalar
os
contrafortes
naturais
circundantes
lhe
que
nam
tinha
salvação,
quis
antes
morrer
da
cidade,
de
forma
a
entrar
na
cidade.
Sem
285
como
cavaleyro
que
como
desesperado» .
sucesso,
pois
detectados
pelos
muçulmanos
Em
ambas
as
explicações
encontramos
foram
alvos
de
«frechadas
e
galgas
que
278
deitavão
pela
serra
abaixo»
e
«nom
se
achou
por
onde
descer
pera
dentro
nem
hir
280
A
crónica
árabe
já
utilizada
confirma
o
ataque
desta
279
ter
ao
muro» ,
levando
a
nova
descida
e
à
ala
e
a
sua
retirada,
afugentada
pelas
fortes
pedradas
-‐
L.
O.
Schuman,
Political
History
of
the
Yemen...,
cit.,
p.
13.
281
Ásia,
p.
351
e
Lendas
da
Índia,
p.
342
e
L.
O.
Schuman,
274
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
126.
Political
History
of
the
Yemen...,
cit.,
p.
13.
275 282
História
do
Descobrimento
e
Conquista
da
Índia,
p.
O
testemunho
muçulmano
registou
também
a
260.
confusão
que
se
seguiu,
onde
vários
homens
se
atiraram
276
Ob.
cit.,
p.
257
da
muralha
para
o
chão,
de
forma
a
evitar
o
fogo
-‐
L.
O.
277
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
126
e
o
contraponto
Schuman,
Political
History
of
the
Yemen...,
cit.,
p.
13.
283
em
L.
O.
Schuman,
Political
History
of
the
Yemen...,
cit.,
Ásia,
p.
351.
284
p.
13.
Lendas
da
Índia,
p.
343
e
História
do
Descobrimento
e
278
História
do
Descobrimento
e
Conquista
da
Índia,
p.
da
Conquista
da
Índia,
p.
263.
285
261.
História
do
Descobrimento
e
da
Conquista
da
Índia,
p.
279
Lendas
da
Índia,
p.
341.
263.
129
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
presente
a
questão
dos
valores
centrais
como
se
explica
pela
falta
de
informação
quanto
à
“impedimento
moral”
para
se
salvarem.
própria
cidade,
já
o
segundo
é
fruto
da
desordem
que
se
gerou
frente
à
muralha.
«Durou
o
combate
desde
a
hora
que
pusemos
286 Ligamos
portanto
a
logística
com
a
as
escadas
até
quatro
horas
do
dia» .
É
este
organização
militar
e
estratégia
de
acção
mesmo
combate
que
encontramos
adoptada.
Concretizando,
a
obtenção
de
representado
nas
Lendas
da
Índia,
mostrando
informação
era
uma
das
principais
o
desembarque
da
frota
e
o
ataque
às
287 componentes
necessárias
para
um
ataque
muralhas
da
cidade .
O
número
de
mortes
é
deste
tipo.
O
facto
de
as
escadas
serem
difícil
de
apurar,
pois
poucas
fontes
referem
tal
demasiado
curtas
demonstra
o
mau
questão.
Gaspar
Correia
refere
que
se
terão
288 planeamento
na
acção
–
Albuquerque
perdido
pelo
menos
40
homens
(presentes
admitiria
ao
rei
que
«se
tivera
visto
Adém,
que
nas
muralhas
e
já
na
cidade)
enquanto
o
não
cometera
por
onde
o
escalámos»,
pois
algumas
crónicas
árabes
mencionam
entre
100
293
289 «ganhara-‐se
com
pouco
trabalho»
tendo
em
a
200
cristãos .
Uma
carta
enviada
a
partir
do
conta
que
a
cidade
não
possuía
um
número
Egipto
para
Veneza,
registada
por
Sanuto,
294
290 alto
de
efectivos .
O
efeito
surpresa
também
menciona
160
mortes .
Ainda
assim,
não
resultou,
devendo-‐se
tal
à
chegada
tardia
podemos
afirmar
que
o
contingente
português
da
armada
a
Adém,
resultante
de
condições
de
não
foi
severamente
afectado
pois
o
navegabilidade
adversas,
fora
da
fracassado
ataque
não
pôs
em
causa
o
resto
responsabilidade
portuguesa.
A
parca
defesa
da
expedição
planeada
pelo
Governador.
Os
encetada
rapidamente
pelas
forças
locais
portugueses
regressaram
aos
batéis,
sabendo
(entrincheirando-‐se
na
cidade
e
emparedando
Albuquerque
que
nas
gentes
baixas
«como
na
a
porta
da
cidade
por
centro)
foi
suficiente
gente
nobre
ouve
mais
desordem
que
291 para
resistir
ao
ataque
português.
Por
outro
ordenança» .
Correia
conta-‐nos
ainda
que
lado,
a
artilharia
portuguesa
utilizada
foi
era
o
próprio
capitão-‐geral
que
recolhia
os
insuficiente
para
abrir
uma
brecha
na
muralha
homens
com
grande
pressa
de
modo
a
que
que
permitisse
a
entrada
das
forças
de
vissem
«os
mouros
que
vos
faço
embarquar
e
Albuquerque
–
tal
se
deve
à
própria
ineficácia
recolher
per
força,
e
nom
que
himos
295
292 das
bocas-‐de-‐fogo
da
época .
fugindo» .
A
derrota
era,
no
entanto,
visível.
Em
termos
sociais,
torna-‐se
necessário
Os
motivos
deste
falhanço
não
são
fáceis
de
entender
o
conceito
operatório
de
valores
apurar
pois
não
há
uma
resposta
simples
para
centrais
-‐
«o
conjunto
de
valores
esta
situação.
Podemos
afirmar
que
o
(primários/vitais)
que
logram
obter
um
acumular
de
várias
falhas,
sobretudo
a
nível
consenso
alargado
e
intenso
pela
sua
logístico
e
disciplinar,
foi
responsável
por
este
importância,
quer
porque
participam
da
esfera
desastroso
resultado.
No
que
diz
respeito
à
logística,
esta
terá
falhado
na
preparação
das
escadas
por
duas
questões:
pelo
seu
tamanho
293
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
149.
curto
e
pela
sua
quebra
perante
a
subida
294
Ob
cit.,
p.
127.
295
desenfreada
de
homens.
Se
o
primeiro
factor
Sobre
os
problemas
da
artilharia
da
época
veja-‐se,
entre
outros,
Kelly
Devries,
“The
effectiveness
of
fifteenth-‐century
shipboard
artillery”
e
“Catapults
Are
286
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
126.
Not
Atomic
Bombs:
Towards
a
Redefinition
of
287
Lendas
da
Índia,
entre
as
pp.
342-‐343.
‘Effectiveness’
in
Premodern
Military
Technology”
in
288
Lendas
da
Índia,
p.
343.
Guns
and
Men
in
Medieval
Europe,
1200-‐1500 :
Studies
289
R.
B.
Serjeant,
The
Portuguese
off
the
South
Arabian
in
Military
History
and
Technology.
Aldershot:
Ashgate,
Coast.
Hadrami
Chronicles,
Beirut,
Librairie
du
Liban,
2002;
para
o
caso
português
é
imprescindível
o
artigo
1974,
p.
47.
recente
de
José
Virgílio
Pissarra,
“Armamento
Naval”,
in
290
I
Diarii
di
Marino
Sanuto,
vol.
XVII,
Bologna,
Forni
Francisco
Contente
Domingues
(coord.),
História
da
Editore,
1969,
p.
154.
Marinha
Portuguesa.
Navios,
marinheiros
e
arte
de
291
Ásia,
p.
353.
navegar,
1500-‐1668,
Lisboa,
Academia
de
Marinha,
2012,
292
Lendas
da
Índia,
p.
343.
pp.
152-‐177.
130
Roger
Lee
de
Jesus
FRAGMENTA
HISTORICA
131
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
fortificado,
à
entrada
do
Mar
Vermelho,
viria
a
da
Rosa,
que,
com
um
punhado
de
homens,
dispersar
ainda
mais
a
já
vasta
presença
resolveu
atacar
repentinamente
a
pequena
portuguesa
na
Ásia,
aumentando
todavia
a
fortificação,
matando
o
bombardeiro
aí
regulação
do
comércio
pela
Coroa.
Na
presente
e
confiscando
as
peças
de
307
possibilidade
da
cidade
de
Adém
ser
artilharia .
conquistada,
as
finanças
da
Ásia
portuguesa
Apercebidos
da
pouca
capacidade
de
defesa
agravar-‐se-‐iam:
para
além
de
necessitar
de
da
cidade,
era
a
vez
dos
capitães,
fidalgos
e
capitão,
homens
de
armas,
mantimentos
e
cavaleiros
requererem
ao
governador
um
novo
apetrechos
militares,
representaria
um
rude
assalto.
Tarde
demais
pois
a
água
potável
ia
golpe
para
quem
enriquecia
à
custa
da
guerra
esgotando,
os
ventos
para
entrar
no
Mar
Roxo
de
corso
no
estreito
e
do
tráfico
que
visava
o
308
estavam
a
acabar
e
o
desejo
de
Cairo.
Se
as
queixas
à
restrição
das
chamadas
304 Albuquerque
era,
na
realidade,
querer
ir
«[…]
a
“liberdades
da
Índia”
se
faziam
sentir ,
muito
Çuez
e
a
ver
vista
da
armada
do
Soldão
e
mais
seriam
caso
aquele
porto
fosse
tomado.
pelejar
co
ela,
ou
quando
não
ir
a
Maçuâ
pera
Para
a
pequena
nobreza,
habituada
já
a
tratar,
saber
a
verdade
do
Preste,
e
fazer
hi
fortaleza
e
para
os
soldados
que
muitas
vezes
também
se
a
não
podesse
fazer
nas
portas
do
se
dedicavam
a
esta
actividade,
estava
309
estreyto» .
Justificaria
ao
rei
a
sua
entrada
possivelmente
mais
em
causa
a
acção
dos
no
Mar
Roxo
(sem
tomar
parecer
com
os
privados
no
comércio
asiático
e
com
destino
à
restantes
capitães
e
fidalgos)
dizendo
que
«[…]
Europa
do
que
o
próprio
ideal
imperial
310
me
pareceu
por
então
assim
vosso
serviço» .
manuelino.
Este
era,
já
naquele
momento,
desvalorizado
por
alguns
sectores
da
nobreza
No
entanto,
o
governador
não
partiu
de
Adém
no
reino
–
onde
salientamos,
claro,
a
figura
do
sem
antes
destruir
todos
os
navios
305
barão
do
Alvito .
Desta
forma,
a
oposição
a
muçulmanos
que
aí
se
encontravam
e
procurar
Afonso
de
Albuquerque
e
à
sua
aplicação
do
por
mais
informar-‐se
sobre
a
própria
“ilha”
311
ideal
do
rei
poderá
ter,
em
parte,
alguma
culpa
onde
a
cidade
se
encontrava .
Manuel
de
no
fracasso
do
ataque
a
Adém.
Lacerda,
Simão
de
Andrade,
Simão
Velho
e
Pêro
da
Fonseca
foram
ter
ao
porto
de
312
Hujufu ,
atrás
de
Adém,
que
viria
a
revelar-‐se
2.2
Partir
e
regressar
–
a
exploração
do
Mar
importante
na
política
de
fixação
preconizada
Vermelho
por
Albuquerque
para
o
Mar
Vermelho,
como
adiante
veremos.
Recolhidos
os
homens
aos
navios,
era
tempo
de
reunir
pois
os
ataques
aos
portugueses
mantinham-‐se
através
da
artilharia
instalada
307
306
História
do
Descobrimento
e
da
Conquista
da
Índia,
p.
na
cidade .
De
maior
afronta
eram
os
tiros
265.
Sobre
as
peças
tomadas
cf.
Cartas
para
el-‐rei
D.
que
vinham
do
pequeno
monte
da
ilha
de
Cira,
Manuel
I,
p.
126.
frente
a
Adém
–
rapidamente
dominado
pela
308
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
127.
309
acção
de
Álvaro
Marreiro,
mestre
da
nau
Frol
História
do
Descobrimento
e
da
Conquista
da
Índia,
p.
265.
310
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
127.
311
Manuel
I
e
suas
contracorrentes”,
in
De
Ceuta
a
Timor,
Lendas
da
Índia,
p.
344.
Sobre
o
incêndio
dos
navios
Lisboa,
Difel,
1998,
pp.
189-‐206.
muçulmanos
que
aí
estavam
cf.
também
L.
O.
Schuman,
304
Luís
Filipe
F.
R.
Thomaz,
“A
«política
oriental»
de
D.
Political
History
of
the
Yemen...,
cit.,
p.
14.
312
Manuel
I...”,
cit.,
p.
198.
Referido
pelo
Visconde
de
Lagoa
como
Ugufe/Hujaf,
305
Sobre
este
homem
cf.
Alexandra
Pelúcia,
“A
baronia
porto
árabe
situado
na
península
de
Adém,
situado
em
do
Alvito
e
a
expansão
manuelina
no
Oriente
ou
a
12º47’N,
45ºE
–
cf.
Visconde
de
Lagoa,
Glossário
reacção
organizada
à
política
imperialista”,
in
João
Paulo
Toponímico
da
Antiga
Historiografia
Portuguesa
Oliveira
Costa
e
Vítor
Luís
Gaspar
Rodrigues
(eds.),
A
Alta
Ultramarina,
Ministério
do
Ultramar,
1953,
1ª
parte,
vol.
Nobreza
e
a
Fundação
do
Estado
da
Índia.
Actas
do
III,
p.
244.
Segundo
H.
T.
Norris
e
F.
W.
Penhey
deve
Colóquio
Internacional,
Lisboa:
CHAM/IICT,
2004,
pp.
corresponder
actualmente
a
Ras
Hejaf
ou
à
costa
de
279-‐302.
Ma’ala
(“The
Historical
Development
of
Aden's
306
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
127.
Defences”,
cit.,
p.
15).
132
Roger
Lee
de
Jesus
FRAGMENTA
HISTORICA
133
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
332
Meca.
Após
sete
dias
de
reabastecimento,
o
endereçada
por
Deus» .
Mantiveram-‐se
aí
capitão-‐mor
perscrutou
os
ventos
de
forma
a
até
final
de
Maio,
ficando
novamente
sem
preparar
a
partida.
Começando
a
«ventar
água,
regressando
então
a
Camarão.
329
levantes» ,
os
navios
levantaram
âncora
e
Sem
ventos
para
continuar
para
Dgedah,
o
iniciaram
a
sua
demanda
para
Norte,
surgindo
capitão-‐mor
decidiu
manter-‐se
na
ilha
numas
ilhas
imediatamente
acima
do
local
enquanto
podia.
E
assim
esteve
durante
os
anterior.
E
aí
aguardaram
durante
vinte
e
dois
meses
de
Junho
e
Julho.
A
10
de
Junho
reunira
dias
por
ventos
favoráveis
para
prosseguir.
conselho
para
decidir
se
avançasse
para
Findo
este
tempo,
por
falta
de
água
potável
a
333
Dalaca .
Grande
parte
dos
presentes
armada
voltou
para
Camarão
–
supomos
que
votaram
contra,
e
apenas
foi
enviada
a
por
volta
de
meados
de
Maio.
No
entanto,
o
caravela
de
João
Gomes
para
tomar
governador
não
desistia.
Nas
suas
palavras,
informações
acerca
do
local
trazendo
dessa
«tomámos
nossa
água
o
mais
prestes
que
viagem
«[…]
Dalaca
pintada,
ilhas
e
mar,
o
pudemos,
e
volvemos
logo
ao
lugar
que
dito
334
330 melhor
que
ele
pode» .
Sendo
esta
tenho» .
embarcação
mais
leve
e
rápida,
já
Novamente
a
esquadra
estava
em
clima
anteriormente
tinha
sido
enviada
à
ilha
de
335
quente,
árido
e
desesperante.
Foi
neste
Ceibão
para
explorar
as
suas
riquezas
e
ambiente
que
a
armada
testemunhou
aquilo
viabilidades.
que
considerou
ser
um
“milagre”:
estando
a
Durante
esse
tempo
Albuquerque
regista
que
frota
virada
para
a
costa
africana,
surgiu
um
mandou
«fazer
experiencia
de
cal
aos
«[…]
sinal
no
céu
de
uma
cruz
desta
feição,
336
pedreiros
que
trazia
comigo» ,
averiguando
mui
clara
e
resplandecente,
e
veio
uma
nuvem
assim
a
possibilidade
de
construção
de
uma
sobre
ela;
chegando
a
ela,
se
partiu
em
partes,
fortaleza
na
ilha
e
de
fixação
de
população.
O
sem
tocar
na
cruz
nem
lhe
cobrir
sua
331 Governador
chegou
ainda
a
enviar
um
homem
claridade» .
À
guerra
associava-‐se
finalmente
por
terra
a
Portugal,
que
se
dizia
ser
um
o
miraculismo
cruzadístico.
Tal
como
em
337
mouro
convertido
em
Azamor .
Apesar
de
Ourique,
Deus
apresentava
aos
portugueses
a
Gaspar
Correia
o
identificar
como
sendo
cruz
de
Cristo,
indicando-‐lhes
o
caminho.
Fernão
Dias,
pouca
informação
subsiste
sobre
Albuquerque
não
tinha
dúvidas,
e
acreditava
esta
personagem
e
sobre
esta
viagem.
Noutro
que
a
cruz
apontava
para
a
rota
que
a
armada
dia
ainda,
viu-‐se
à
noite
outro
sinal
“divino”,
deveria
tomar,
encetando
relações
com
o
caindo
um
raio
de
fogo
para
os
lados
de
Preste
João.
Derrotado
pela
maioria
–
ou
até
Dgedah
e
Meca,
vindo
da
terra
da
Preste
João,
talvez
pela
sua
vontade
de
chegar
a
Dgedah
–
servindo
de
novo
como
sustento
ideológico
a
frota
não
tomou
essa
direcção,
e
o
para
aquela
viagem.
governador
justificou-‐se
ao
rei
dizendo
que
«[…]
como
homens
de
pouca
fé
não
ousamos
A
estadia
prolongada
esgotara
os
homens,
de
cometer
o
caminho»,
e
que
a
sua
idade
(e
levando-‐os
até
a
protestarem
contra
as
estatuto)
avançada
levava-‐o
a
estar
«vadeado
sucessivas
viagens
falhadas
em
direcção
a
da
condição
e
inclinações
dos
homens»
Dgedah.
Albuquerque
não
refere
esta
porque
na
realidade
o
plano
imperial
manuelino
desenhava-‐se,
e
este
via
«o
feito
da
332
Para
todas
veja-‐se
Ibidem.
333
Índia
levar
um
caminho
como
cousa
CAA,
II,
pp.
23-‐27.
Dahlak,
pequeno
arquipélago
localizado
perto
da
actual
Eritreia
e
do
porto
de
Maçuá,
situado
em
15°37’N,
40°
9’E.
334
referido
por
Jiddah,
Jidá,
Gidá,
Judá
ou
Dgedah
nas
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
135.
335
fontes
portuguesas,
situado
em
21º28’N,
39º11’E
-‐
cf.
Jebel
Teir
(nas
cartas
inglesas),
ilha
situada
próximo
da
Visconde
de
Lagoa,
Glossário
Toponímico...,
cit.,
vol.
II,
p.
costa
árabe
do
mar
Vermelho,
entre
o
Iémen
e
a
Eritreia,
82.
situada
em
15º33’N,
41º50’E
-‐
Visconde
de
Lagoa,
329
Ob.
cit.,
p.
132.
Glossário
Toponímico...,
cit.,
vol.
II,
p.
212.
330 336
Ob.
cit.,
p.
133.
Ob.
cit.,
p.
136.
331 337
Ibidem.
Ob.
cit.,
p.
144.
134
Roger
Lee
de
Jesus
FRAGMENTA
HISTORICA
135
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
2.4.
Do
Mar
Vermelho
para
a
Europa
Camarão,
bem
como
da
preparação
de
uma
353
frota
mameluca
no
Suez .
É,
muito
Não
obstante
o
Governador
ter
redigido
o
seu
provavelmente,
com
base
nas
notícias
relatório
para
o
rei
no
final
de
1513,
as
novas
recolhidas
por
esta
via,
que
D.
Manuel
enviou,
da
expedição
portuguesa
anteciparam-‐se
às
em
Março
de
1514,
antes
da
chegada
das
naus
naus
da
Carreira
da
Índia.
O
efeito
do
ataque
a
da
Índia,
uma
carta
ao
seu
Governador
para
Adém
fez-‐se
sentir
fortemente
no
Cairo,
como
que
este
enviasse
João
Serrão
até
ao
Suez,
comprova
o
relato
de
Ibn
Iyâs.
As
notícias
para
o
reconhecimento
dos
principais
portos
chegaram
aí
a
22
de
Maio,
escassos
meses
daquela
região
–
chegando
até
a
pedir
que
depois
da
entrada
lusa
no
estreito,
através
de
levasse
alguém
que
lhe
«[...]
bem
pyntasse
um
correio
que
partira
de
Meca
com
o
especial
347 todo
o
Mar
Roixo,
asy
como
jaz,
e
as
cousas
propósito
de
avisar
o
sultão
mameluco .
Para
que
nelle
ha,
de
maneira
que
não
ficasse
cousa
além
de
ficar
desgostoso
com
a
informação
354
algũua
delle
que
nos
nã
viese
pintado» .
recebida,
reuniu
rapidamente
um
conselho
de
Vemos
assim
o
rei
a
reforçar
a
necessidade
de
guerra
para
responder
à
ameaça
europeia
que
348 conhecer
aquele
mar,
certamente
para
poder
actuava
no
Índico .
Conhecemos
ainda
vários
continuar
a
planear
a
grande
cruzada
visto
cronistas
árabes
posteriores
que
continuaram
que,
poucos
meses
depois,
em
Setembro,
a
registar
estes
acontecimentos
–
o
ataque
enviou
Estêvão
Rodrigues
Berrio
e
João
falhado
a
Adém
(“onde
Deus
garantiu
a
vitória
349 Rodrigues
numa
missão
de
reconhecimento
a
aos
muçulmanos” )
e
a
entrada
da
frota
até
355
Mamora ,
antevendo
uma
nova
expansão
no
Camarão,
confirmando
assim
o
impacto
deste
350 Norte
de
África,
depois
da
tomada
de
Azamor,
viagem
portuguesa
naquela
região .
Várias
naquele
mesmo
ano
de
1513,
mas
que
viria
a
cartas
foram
escritas
em
Julho
e
Agosto
de
fracassar
em
1515,
depois
da
retirada
forçada
1513,
de
Alexandria
para
Veneza,
onde
351 daquele
local,
com
pesadas
baixas
humanas
e
chegaram
no
início
de
Outubro .
A
356
materiais .
informação
que
estas
continham
demonstra
um
conhecimento
concreto
da
acção
de
***
Albuquerque,
indicando,
por
exemplo,
que
a
Apesar
de
Adém
não
ter
sido
conquistada,
o
armada
portuguesa
era
composta
por
cerca
de
reconhecimento
dos
primeiros
portos
do
Mar
vinte
navios
–
número
que
se
aproxima
do
Roxo
estava
feito.
Para
isso
não
esqueçamos
o
real.
As
cartas
apresentam
a
aflição
que
então
destaque
da
caravela
de
João
Gomes,
enviada,
se
vivia,
pois
como
afirma
uma
das
missivas,
se
sempre
à
frente
da
armada,
a
Ceibão,
Dalaca
e
uma
fortaleza
portuguesa
fosse
construída
no
Zeila.
O
Governador
necessitava
sobretudo
de
estreito,
“non
potria
più
alcun
navilio
de
l’India
informações
e
entendia
que
sem
elas
não
passar
in
queste
bande,
in
modo
che
questo
352 poderia
actuar
nesse
mar.
Em
longa
carta
ao
paese
sarà
disfato
e
ruinato” .
Já
a
rei
informava-‐o
das
rotas
e
dos
senhorios
aí
correspondência
remetida
para
aquela
cidade
existentes
e,
aos
poucos,
delineava-‐lhe
a
italiana
no
final
de
Agosto,
depois
do
regresso
estratégia
que
era
necessária
empreender.
da
frota
ao
Índico,
dá
perfeitamente
conta
dos
avanços
e
recuos
de
Albuquerque
em
353
Ob.
cit.,
p.
156.
354
Francisco
de
Sousa
Viterbo,
Trabalhos
náuticos
dos
347
O
próprio
Albuquerque
avisou
o
rei
de
que
as
notícias
Portugueses:
séculos
XVI
e
XVII,
livro
I,
Lisboa,
INCM,
do
ataque
a
Adém
chegaram
ao
Cairo
em
15
dias
(Cartas
1988,
p
285.
Uma
breve
nota
biográfica
sobre
João
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
150-‐151).
Serrão,
encontra-‐se
entre
as
pp.
284-‐287
da
referida
348
Ibn-‐Iyas,
Journal
d’un
bourgeois
du
Caire,
Paris,
obra
e
a
referida
carta
foi
também
publicada
em
CAA,
Armand
Colin,
1955,
vol.
I,
p.
288.
vol.
III,
pp.
232-‐233.
349 355
Tradução
nossa
de
R.
B.
Serjeant,
The
Portuguese
off
As
instruções
do
rei
a
estes
dois
homens
foram
the
South
Arabian
Coast...,
cit.,
p.
48.
publicadas
por
Sousa
Viterbo
na
obra
referida
350
Ob.
cit.,
pp.
47-‐48.
anteriormente
(Ob.
cit,
p.
52-‐53).
351 356
I
Diarii
di
Marino
Sanuto,
cit.,
pp.
154-‐157.
Cf.
João
Paulo
Oliveira
e
Costa,
D.
Manuel
I...,
cit,
p.
352
Ob.
cit.,
p.
155.
244-‐246.
136
Roger
Lee
de
Jesus
FRAGMENTA
HISTORICA
Afirmava
a
D.
Manuel
que
«[…]
se
vos
fazeis
vela
e
remos,
contrastando
com
o
predomínio
forte
no
Mar
Roxo,
[…]
tendes
toda
a
riqueza
de
navios
de
alto
bordo
que
encontramos
do
mundo
nas
mãos,
porque
todo
ouro
do
nesta
mesma
armada.
Foi
sobretudo
a
partir
Preste
João
está
nas
vossas
mãos,
é
tão
grande
deste
momento
que
Afonso
de
Albuquerque
soma
que
não
ouso
de
falar,
por
especiarias
e
passou
a
usar
armadas
mistas,
incrementando
357
mercadorias
dessas
partes» .
Vislumbrava
a
construção
de
navios
de
pequeno
porte,
cuja
ainda
o
fim
das
rotas
que
alimentavam
o
Cairo
rapidez,
a
facilidade
de
manobra
e
as
e
o
monopólio
português
de
transporte
dos
condições
físicas
do
próprio
Mar
Roxo
360
produtos
orientais,
no
contexto
do
já
referido
justificavam
a
escolha .
plano
imperial
utópico
de
D.
Manuel.
Do
ponto
de
vista
militar,
o
ataque
anfíbio
a
Em
todo
o
caso,
para
se
impôr
naquela
região,
Adém
falhou
por
erros
grosseiros
de
Albuquerque
preconizava
a
construção
de
planeamento
logístico
e
de
disciplina.
A
falta
duas
fortalezas
bem
localizadas
de
informação
condicionou
o
desenrolar
da
geoestrategicamente:
uma
no
porto
de
situação:
o
tamanho
errado
das
escadas
Hujufu,
por
detrás
de
Adém,
e
outra
em
entravou
a
implantação
dos
portugueses
no
Maçuá.
A
primeira
justificava-‐se
pelo
bom
topo
da
muralha
com
a
rapidez
desejada.
Tal
ancoradouro,
fundo
para
as
naus,
e
contendo
questão
está
também
ligada
à
questão
diversos
poços
de
água
para
o
disciplinar:
a
pressa
da
fidalguia
levou
à
quebra
reabastecimento
das
frotas.
O
segundo
lugar
das
escadas
e
à
falta
de
espaço
para
estava
próximo
das
terras
do
Preste
João,
e
Albuquerque
comandar
os
homens.
Apesar
da
apresentava
esta
ilha
como
o
centro
da
pesca
tomada
de
uma
bombardeira,
tal
espaço
foi
do
aljôfar
na
região,
controlando
o
comércio
insuficiente
para
aumentar
a
eficiência
do
358
deste
produto
em
terra
firme .
ataque:
a
incerteza
de
D.
Garcia
de
Noronha
em
utilizar
a
referida
canhoneira
(muito
O
capitão-‐mor
mostrou,
nos
anos
seguintes,
a
provavelmente
por
ter
antevisto
a
derrota)
sua
determinação
em
voltar
a
entrar
nesse
levou
a
que
os
seus
homens
se
recusassem
a
mar.
Veja-‐se
a
carta
escrita
em
Setembro
de
entrar
por
aí.
Segundo
Castanheda,
não
estava
1515,
após
a
conquista
definitiva
de
Ormuz,
apenas
em
causa
a
honra
destes
homens
de
onde
informou
o
rei
de
que
tencionava
armas
perante
o
seu
capitão
mas
também
a
regressr
ao
Mar
Vermelho
nesse
mesmo
ano,
pouca
vontade
em
prosseguir
a
acção
de
caso
tivesse
efectivos
que
o
permitissem.
Garcia
de
Sousa,
no
cimo
da
muralha,
a
quem
Poucos
meses
depois,
à
beira
da
morte,
seria
atribuída
a
fama
de
ter
sido
o
primeiro
a
escreveu
ainda
ao
monarca,
dizendo
que,
após
361
romper
o
sistema
defensivo
da
cidade .
No
as
conquistas
levadas
a
cabo
sob
a
sua
que
diz
respeito
à
motivação
dos
homens
de
governação,
não
ficava
«outra
pendença
armas
e
da
pequena
nobreza,
a
eventual
senam
cerrar-‐se
e
mui
bem
a
porta
do
359 pouca
vontade
em
firmar
a
presença
estreito» .
O
falhanço
de
1513
não
portuguesa
naquela
zona
árida
por
parte
de
representou
a
inversão
do
plano
imperial
alguma
gente
mais
interessada
no
comércio
manuelino
mas
sim
o
atraso
na
concretização
privado
do
que
no
controlo
daquela
rota
pela
de
parte
desse
plano
por
Albuquerque,
que
morreu
acreditando
na
sua
aplicação.
360
Não
obstante
este
recuo,
esta
expedição
Veja-‐se
a
carta
a
D.
Manuel
em
que
recomenda
o
uso
destas
embarcações
(CAA,
I,
pp.
169-‐172).
Sobre
este
serviu
para
redefinir
alguns
aspectos
da
acção
assunto
veja-‐se
Vítor
Luís
Gaspar
Rodrigues,
A
Evolução
do
Governador.
A
nível
do
poder
naval
serviu
da
Arte
da
Guerra
dos
Portugueses
no
Oriente...,
cit.,
p.
para
alertar
para
a
necessidade
de
barcos
de
172-‐174
e
do
mesmo
autor
“O
Reforço
do
Poder
Naval
Português
no
Oriente
com
Afonso
de
Albuquerque
(1510-‐1515):
suas
implicações”,
Anais
de
História
de
357
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
p.
151.
Além-‐Mar,
3,
2002,
p.
155-‐163.
358 361
Ob.
cit.,
p.
152.
História
do
Descobrimento
e
da
Conquista
da
Índia,
p.
359
CAA,
I,
p.
381.
260.
137
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
Coroa,
dificultou
e
até
inviabilizou
a
operação
e
atacar
esse
porto
com
uma
frota
desgastada
364
do
Governador.
Se
é
certo
que
o
ataque
foi
pela
longa
viagem .
mal
planeado,
um
ímpeto
fulgurante
e
bem
Mesmo
depois
dos
muitos
esforços
coordenado
dos
soldados
e
dos
seus
empreendidos
pela
Coroa
para
dominar
e
comandantes,
movidos
pela
fé
e
pela
procura
restringir
o
comércio
do
Mar
Roxo,
este
da
honra,
do
proveito,
da
fama
e
da
glória,
continuou
a
ser
uma
das
principais
vias
poderia
ter
sido
o
suficiente
para
tomar
as
comerciais
entre
o
mundo
Europeu
e
o
mundo
muralhas
e
avançar
para
a
cidade.
Asiático
mediado,
numa
primeira
fase,
pela
Efectivamente,
os
factores
psicológicos
e
presença
mameluca
e
posteriormente
sobretudo
ideológicos
foram
muitas
vezes
otomana,
ambos
inimigos
da
presença
responsáveis
por
actos
que
dificilmente
se
portuguesa
no
Índico
e
do
plano
imperial
de
D.
compreendem
fora
daqueles
contextos,
como
Manuel
que
nunca
viria
a
ser
concretizado.
podemos
ver
em
alguns
combates
navais
ou
na
resistência
em
terra,
como
a
investida
do
Samorim,
em
Cochim
(1504),
ou
até
posteriormente
nos
cercos
de
Diu
(1538
e
1546).
Os
ataques
a
Adém
e
àquela
região
prosseguiram
depois
de
1515,
ano
da
morte
de
Albuquerque.
Acreditou-‐se
que
a
manutenção
de
uma
armada
mais
ou
menos
permanente,
ou
a
possível
construção
de
um
forte
na
região,
poderia
realmente
impedir
o
comércio
muçulmano
das
especiarias
–
algo
praticamente
impossível,
visto
que
o
poder
militar
português,
por
questões
logísticas
e
humanas,
era
incapaz
de
vigiar
eficazmente
o
362
estreito
durante
todos
os
dias
do
ano .
Notemos
ainda
que
as
armadas
que
conseguiram
penetrar
no
Mar
Vermelho
acabaram,
quase
sempre,
por
falhar
os
seus
objectivos
–
veja-‐se,
por
exemplo,
a
malograda
expedição
de
Lopo
Soares
de
Albergaria
a
363
Dgedah,
em
1517 .
Somente
28
anos
depois
da
expedição
de
Afonso
de
Albuquerque,
em
1541,
uma
armada
comandada
por
D.
Estêvão
da
Gama
conseguiu
finalmente
chegar
ao
Suez
364
Conhecemos
perfeitamente
o
percurso
desta
expedição
pelo
famoso
Roteiro
do
Mar
Roxo,
da
autoria
362
Cf.
também
as
conclusões
de
Andreu
Martínez
d’Alòs-‐ de
D.
João
de
Castro
–
Armando
Cortesão
e
Luís
de
Moner,
“Conquistadores,
Mercenaries,
and
Albuquerque
(ed.),
Obras
Completas
de
D.
João
de
Missionaries...”,
cit.,
p.
16.
Castro,
Vol.
II,
Coimbra,
Academia
Internacional
da
363
Para
esta
expedição
veja-‐se
o
estudo
crucial
de
Jean-‐ Cultura
Portuguesa,
1971,
pp.
171-‐403.
Para
a
descrição
Louis
Bacqué-‐Grammont,
e
Anne
Kroell,
Mamlouks,
da
expedição
em
si
veja-‐se,
entre
outros,
a
carta
de
D.
ottomans
et
portugais
en
Mer
Rouge:
l’affaire
de
Djedda
João
de
Castro
a
D.
João
III
em
Armando
Cortesão
e
Luís
en
1517,
Le
Caire,
Institut
français
d’archéologie
de
Albuquerque
(ed.),
Obras
Completas
de
D.
João
de
orientale,
1988,
e
ainda
Jean
Aubin,
Le
latin
et
Castro...,
vol.
III,
1976,
pp.
31-‐41
e
outra
missiva
l’astrolabe,
vol.
III:
Études
inédites
sur
le
règne
de
D.
publicada
por
Elaine
Sanceau,
“Uma
narrativa
da
Manuel:
1495-‐1521,
Fondation
Calouste
Gulbenkian,
expedição
portuguesa
de
1541
ao
Mar
Roxo”,
Studia,
9,
2006,
pp.
399-‐413.
1962,
pp.
199-‐234.
138
Roger
Lee
de
Jesus
FRAGMENTA
HISTORICA
Bibliografia
COSTA,
João
Paulo
Oliveira
e,
D.
Manuel
I.
Um
príncipe
do
renascimento,
Lisboa,
Temas
e
ALBUQUERQUE,
Brás
de,
Comentários
de
Debates,
2007
Afonso
de
Albuquerque,
Lisboa,
INCM,
1973
COSTA,
João
Paulo
Oliveira
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e
RODRIGUES,
AUBIN,
Jean
–
Le
latin
et
l’astrolabe,
vol.
III:
Vítor
Luis
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El
proyecto
indiano
del
rey
Études
inédites
sur
le
règne
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D.
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Juan,
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Editorial
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1992
1495-‐1521.
Fondation
Calouste
Gulbenkian,
2006
COSTA,
José
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Socotorá
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o
domínio
português
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Oriente,
Coimbra,
Junta
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AVELAR,
Ana
Paula,
“Do
Mar
Vermelho
na
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do
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1973
Cronística
da
Expansão
Portuguesa
(séc.
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Memórias
da
Academia
de
Marinha,
COUTO,
Dejanirah,
“No
rasto
de
Hadim
Lisboa,
Academia
de
Marinha,
2003,
vol.
Suleimão
Pacha:
alguns
aspectos
do
comércio
XXXIII,
pp.
355-‐368
do
Mar
Vermelho
nos
anos
de
1538-‐1540”,
in
A
Carreira
da
Índia
e
a
Rota
dos
Estreitos,
BACQUÉ-‐GRAMMONT,
Jean-‐Louis,
e
KROELL,
Angra
do
Heroísmo,
1998,
pp.
484-‐508
Anne,
Mamlouks,
ottomans
et
portugais
en
Mer
Rouge:
l’affaire
de
Djedda
en
1517,
Le
DEVRIES,
Kelly,
Guns
and
Men
in
Medieval
Caire,
Institut
français
d’archéologie
Europe,
1200-‐1500 :
Studies
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Military
orientale,
1988
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and
Technology.
Aldershot:
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2002
BAIÃO,
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(ed.),
Cartas
para
el-‐rei
D.
Manuel
I,
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Sá
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Costa
Editora,
3ª
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GODINHO,
Vitorino
Magalhães,
Os
2010
Descobrimentos
e
a
Economia
Mundial,
Lisboa,
Editorial
Presença,
1987
BARROS,
João
de,
Ásia.
Segunda
Década,
Lisboa,
INCM,
1988
GODINHO,
Vitorino
Magalhães,
Mito
e
Mercadoria.
Utopia
e
Prática
de
Navegar,
BIEDERMANN,
Zoltán,
“Nas
pegadas
do
séculos
XIII
–
XVIII,
Lisboa,
Difel,
1990
apóstolo:
Socotorá
nas
fontes
europeias
dos
séculos
XVI
e
XVII”,
in
Anais
de
História
de
GÓIS,
Damião
de,
Crónica
do
Felicíssimo
Rei
Além-‐Mar,
1,
2000,
pp.
287-‐386
D.
Manuel,
Coimbra,
Imprensa
da
Universidade,
1926
BOUCHON,
Geneviève,
Afonso
de
Albuquerque,
Leão
dos
Mares
da
Ásia.
Lisboa,
GUERREIRO,
Inácio
e
RODRIGUES,
Vítor
Luís
Quetzal
Editores,
2000
Gaspar,
“O
“grupo
de
Cochim”
e
a
oposição
a
Afonso
de
Albuquerque”,
Studia,
51,
1992,
CASTANHEDA,
Fernão
Lopes
de,
História
do
pp.
119-‐144
Descobrimento
e
Conquista
da
Índia
pelos
Portugueses,
Coimbra,
Imprensa
da
I
Diarii
di
Marino
Sanuto,
Vol.
XVII,
Bologna,
Universidade,
1928
Forni
Editore,
1969
CASTRO,
Tiago
Machado
de,
Bombardeiros
na
IBN-‐IYAS,
Journal
d’un
bourgeois
du
Caire,
Índia.
Os
homens
e
as
artes
da
artilharia
Paris,
Armand
Colin,
1955
portuguesa
(1498-‐1557,
Lisboa,
dissertação
KAMMERER,
Albert,
La
Mer
Rouge,
de
mestrado
apresentada
à
FLUL,
2011
L’Abyssinie
et
l’Arabie
depuis
l’Antiquité.
CORREIA,
Gaspar,
Lendas
da
Índia,
Lisboa,
Tome
Deuxiême:
Les
Guerres
du
Poivre.
Les
Academia
Real
das
Sciencias,
1860
Portugais
dans
l’Océan
Indien
et
la
Mer
Rouge
au
XVIe
Siècle,
Cairo,
Société
Royale
de
CORTESÃO,
Armando
e
ALBUQUERQUE,
Luís
Géographie
d’Égypte,
1935
de
(ed.),
Obras
Completas
de
D.
João
de
Castro,
Coimbra,
Academia
Internacional
da
Cultura
Portuguesa,
1971
139
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
140
Roger
Lee
de
Jesus
FRAGMENTA
HISTORICA
141
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
142
NOTA
INTRODUTÓRIA
O
Centro
de
Estudos
Históricos
tem,
à
sua
guarda,
um
vasto
fundo
documental
com
especial
incidência
cronológica
nos
séculos
XV
a
XVII.
Aproveita-‐se
a
oportunidade,
com
surgimento
deste
segmento
denominado
de
Monumenta
Historica,
para
começar
a
sua
divulgação.
Fornecem-‐se,
assim,
novos
instrumentos
de
trabalho
a
todos
os
estudiosos
do
passado
pátrio.
Documentos
de
outros
arquivos,
bibliotecas
e
colecções
poderão
ser
submetidos
para
publicação.
Nos
diferentes
números
da
Fragmenta
Historica
serão
publicados
documentos
inéditos
(tendo
em
conta
quer
a
temática
quer
a
época).
A
transcrição
será
sempre
acompanhada
de
uma
breve
descrição
e
dos
índices
necessários
à
sua
consulta.
143
FRAGMENTA
HISTORICA
Afonso
de
Albuquerque
e
a
primeira
expedição
portuguesa
ao
Mar
Vermelho
144
REGIMENTO
E
ORDENANÇA
DA
VILA
DE
SANTARÉM
(1479)
Transcrição
de
José
Jorge
Gonçalves
CHAM
–
FCSH/UNL
CEH
–
UNL
Resumo
Abstract
1479,
Abril,
18
-‐
Maio,
2
Regimento
pelo
qual
os
moradores
da
vila
de
Regiment
through
which
the
residents
of
the
Santarém
constituem
uma
milícia
para
village
of
Santarém
constitute
a
militia
to
intervir
em
casos
de
crimes
e
malfeitorias
intervene
in
cases
dealing
with
local
crimes
locais.
É
acompanhado
da
aprovação
régia,
and
malfeasances.
It
also
contains
the
royal
da
lista
dos
congregados
e
do
respectivo
approval
of
said
regiment,
a
list
of
the
juramento.
A
série
documental
chegou
aos
persons
convened
at
the
occasion
and
their
nossos
dias
numa
cópia
manuscrita,
respective
oath.
These
documents
arrived
to
composta
de
7
folhas
de
papel,
redigida
nos
our
days
in
a
manuscript
copy,
composed
of
finais
do
século
XVII
ou
inícios
do
XVIII.
7
paper
folios,
copied
in
the
end
of
the
17th
century
or
early
18th
century.
Lisboa,
Centro
de
Estudos
Históricos,
Colecção
Raúl
Rêgo,
Manuscritos,
nº
1
©
Fragmenta
Historica
1
(2013),
145-‐151.
Reservados
todos
os
direitos.ISSN
1647-‐6344
145
FRAGMENTA
HISTORICA
Regimento
e
Ordenança
da
Vila
de
Santarém
[1479]
365
DOCUMENTOS:
quem
por
bem
de
nom
terem
acerca
de
Sy,
os
dittos
Senhores,
nem
elles
por
bem
do
que
o
[I]
ditto
he
//
[fól.
2]
nom
lhe
podem
tão
aginha
[1479,
Santarém,
Abril,
18]
dar
a
ello
ajuda,
provisom,
por
que
em
provizo,
os
malfectores
hajão
castigo,
e
os
Regimento
e
Ordenança
Que
os
boos
homees
outros
que
os
males
fazer
querem
averem
da
Villa
de
Santarem
fezerom,
para
se
temor,
e
se
refrearem
por
Servisso
do
ditto
manterem,
em
governança
de
Justiça.
Senhor
e
seguirem
se
os
preceytos
Porque
o
preceijto
e
Mandamento
de
Nosso
E
aSy
por
Servisso
do
ditto
Senhor
Rey
e
seo
Senhor
Deos
he,,
Amarás
teu
proximo
como
a
filho
a
que
tanto
pertence
por
Sosesom
todo
ty
mesmo,,
e
por
conseguinte
fazeres
como
366 bem,
e
honra
dos
dittos
Regnos,
querendo
queiras
que
te
fezessem
consyrando
os
prover
como
as
couzas
passadas
ate
ora
de
Lyaees
e
boons
home ns
da
muy
Nobre
e
hum
anno
e
dous
em
esta
Villa,
como
se
non
Leal
Villa
de
Santarem
adiante
nomeados,
e
deo
a
elles
remedio,
e
como
por
bem
dello
aSignados,
como
El
Rey
Nosso
Senhor,
e
o
em
cada
hum
dia
em
este
preZente
anno
de
Princepe
Seo
filho
Son
Regedores
defençores
LXXIX,
ellas
ameude
recrecem,
e
se
cauzão
os
destes
Regnos
de
toda
a
gente
popular,
e
367
maleficios
atras
relatados,
sem
se
dar
hy
Republica
em
elles
vivente,
e
moradores,
e
alguma
provizom,
que
pareça
ser
execuçom,
como
per
o
ditto
Senhor
Deos
lhe
Som
e
que
a
ditta
Villa
por
bem
dello,
e
seos
recomen-‐
//
[fól.
1v.º]
recomendados
[sic]
de
368
moradores
se
vaão
aa
perdiçom
....
guiará
os
aver
de
manter
em
direyto,
e
Justiça,
e
a
de
todo
se
aver
de
perder,
asy
os
moradores
cada
hum
por
igualeza
seer
dado
o
que
como
suas
fazendas
direytamente
lhe
comvem
d
aver,
segundo
seo
grão
e
merecimento
de
bem,
e
mal,
e
Por
se
remediar
o
cazo,
e
a
ditta
Villa
Ser
com
os
dittos
Senhores
por
suas
ocupaçõens
manteuda
em
direyto,
e
Justiça,
e
cada
hum
das
guerras
em
que
som
por
provirem,
e
Ser
Senhor
do
Seo,
e
se
fazer
antre
todos
o
defensarem
os
dittos
Regnos
dos
Contrairos
a
Socego,
ordenão,
que
todos
os
aSy
asignados
elles,
e
enteiramente
non
podem
prover,
e
jurem
e
fação
todos
juramento
sobre
os
regestir
os
contraientes
aa
Justiça,
e
que
Santos
Avangelhos,
e
comprometemento,
dessolutamente
se
Lanção
a
destruição
e
que
ouvindo
o
apelido
do
ditto
//
[fól.
2v.º]
daneficão,
e
a
vituperar
os
morantes
nos
Senhor
Rey,
hu
quer
que
elles
dos
asignados
dittos
Regnos,
e
em
especial
nesta
Villa,
onde
estiver,
ou
ouverem
noticia,
que
logo
Sayam
em
cada
hum
dia
se
cauzão,
e
aquaecem
e
acudam,
ora
Seja
de
noyte,
ou
de
dia,
e
a
maLeficios
de
mortes,
roubos,
furtos,
ques
[sic]
oras
com
Suas
armas,
e
com
Sua
torpidades
de
muytos
vicios,
d
estranhar
familia
para
regestar
qualquer
mal
danno
que
palavras
de
enjurias,
vituperios
que
se
dizem
qualquer
dos
da
ditta
Congregaçom
for
feyto,
a
muitos,
de
que
se
cauzão,
e
devem
cauzar
tomando
todos
em
Sy,
e
sobre
Sy
o
caso,
e
os
mais
males
convenientes
aos
de
Suso
com
a
Justiça
da
ditta
Villa
executem,
e
reLatados
requeiram
Logo
em
execuçom
desse
mal
damno
e
enjuria,
vituperio,
que
aSy
for
feito
a
E
porque
os
Juizes
non
o
podem
por
Sy
com
cada
hum
dos
Sobredittos
ou
a
outra
esses
Officiais
que
lhe
Som
ordenados
qualquer
pessoa,
prendendo
e
fazendo
regester,
nem
tão
inteiramente
prover
como
prender
e
arecadar
esse
malfeitor,
e
todos
aos
Cazos
que
se
seguem,
e
podem
Seguir
demandar,
e
pedir
delles
Justiça,
e
non
o
Leyxar
ate
se
dar
final
terminação
de
365
Os
critérios
de
transcrição
adoptados
são
os
execuçom
no
ditto
malfeitor,
e
requerendo
propostos
em
João
José
Alves
Dias;
A.
H.
de
Oliveira
Marques,
e
Teresa
Rodrigues,
Álbum
de
paleografia,
367
Lisboa,
Estampa,
1987.
Inicialmente,
escreveu-‐se
“maletefios”.
366 368
Inicialmente
escreveu:
“fazerem”.
Lacuna
da
cópia.
146
transcrição
de
José
Jorge
Gonçalves
FRAGMENTA
HISTORICA
rigamente,
e
dar
tal
ordem,
e
maneyra,
como
algũns
de
que
nasça
e
pode
receender
prizão,
se
o
cazo
a
cada
hum
pertencese,
e
em
sy
o
e
hy
non
for,
nem
se
asentar
ser
Juis
da
ditta
ouvesse
recebido
athe
a
parte
agravada,
ou
Villa,
ou
outra
Justiça,
e
acodindo
os
Jrmãos
danificada
aver
inteyramente
restituiçom
do
ou
parte
delles
a
ello
para
o
regestir
que
Seo,
e
vingança
do
que
lhe
for
feito,
e
a
devem
prender,
restar,
ter,
ate
o
Juis
vir,
e
o
Justiça
haver
por
conseguinte,
o
fecto
no
que
ouvir,
e
terminar
o
Cazo,
e
que
todos
possão
lhe
convem
de
aver,
non
o
Leyxando
de
fazer
prender
ate
vir
a
Justiça,
para
avir,
porque
todo
o
que
ditto
he,
per
amor
de
nenhuma
acharom
que
melhor
era
prender,
e
reter
ate
pessoa
que
lhe
encomende,
ou
rogue,
se
ver,
e
saber
a
verdade
melhor,
que
Leyxão
mande,
nem
defenda,
ameace,
nem
//
[fól.
3]
hir
Seguir
se
mal
por
modo
reves
que
aja,
e
sendo
lhe
o
ditto
Se
o
cazo
for
pequeno,
en
que
non
deva
aver
no
requerido
por
alguma
pessoa,
de
que
se
prizom,
se
algum
fezer
ofença
aos
Jrmaos
elle
tema
o
que
ditto
he,
esse
o
diga
Logo
aos
aSignados
em
lhe
tomando
seo
aver,
ou
outros
da
congregaçom
ou
a
parte
delles,
desser
palavras
de
injuria
ou
por
outro
para
se
logo
ajuntarem,
e
avisarem,
e
qualquer
modo
de
que
se
elle
sinta
ser
quansarem
o
que
aSy
ameaçar
ou
lhe
cauza
agravado,
injuriado,
e
de
tal
maneyra
afeito
indevida
das
Sobredittas
de
Ser,
Sendo
todos
369 en
sá
vontade,
esse
que
lho
fezer,
non
Sairá
em
ello
Jrmaos
em
animo
graça,
e
fortaleza
das
maos
da
//
[fól.
4]
Justiça,
e
desses
que
o
em
todo
o
que
asy
a
este
Cazo
da
defensom
ouverem
e
teverem
ate
se
se
a
reconciliaçom
da
Justiça
convem
fazer,
e
a
parte
agravada
se
Satisfaça,
e
Que
acontecendo
antre
algum
ou
algũns
dos
entregue
em
maneyra
que
a
parte
agravada
aqui
congregados,
aver
arroydo,
briga
haja
de
todo
inteiramente
Satisfaçom
e
se
o
Contenda
todos
se
trabalhem
de
os
porem
malfeitor
Sentir,
que
o
que
for
he
bem
de
o
em
paz,
e
aSocego,
e
non
podendo
ou
Sendo
fazer,
e
tem
feito,
segundo
o
Cazo
for,
hirá
a
o
caso
em
Sostancia
que
por
direyto,
e
non
prizão,
e
enton
se
faça
direyto
por
a
justiça
por
via
de
ofença
de
poderio
nen
de
sse
por
medida
segundo
a
culpa,
e
merecimento
offensarem
com
ajudas
de
parentela
porque
das
partes
a
taes
como
estes
fazendo
se
onyõens
e
Ordenarom
que
nom
menos
sayão
todos
e
ajuntamentos
de
parte
a
parte
convirá
se
prendam,
e
registem
por
parte
da
Justiça
com
proceder
contra
elles,
como
se
non
fossem
o
Juiz
ou
Sem
elle
a
quaisquer
moradores
Jrmãos,
e
se
poerem
em
prisam
se
convir,
ou
della
e
que
em
ella
forem,
e
esteverem
ou
em
outro
aspero
remedio
ate
aSesegarem,
e
passarem,
a
que
seja
feita
a
ofença,
damno,
averem
recurso
de
direyto,
segundo
os
Cazos
mal,
posto
que
non
sejão
dos
aSignados,
e
da
forem,
e
non
encorrerom
em
o
juramento,
Congregaçom,
porque
non
seria
Justiça
fazendo
se
por
digo
fazendo
se
a
estes
por
a
onesta,
manterem
se
algũns,
e
non
aos
maneyra
ja
ditta
outros
que
a
mester
ham
que
a
pedem
Ordenarom
que
todos
Sahissem
ao
grande
//
devem
pedir
quando
som
agravados,
e
ainda
[fól.
3v.º]
aoroydo
[sic],
e
apelido
como
ao
por
nobreza
da
terra,
lhe
devem
Ser
so
e
pequeno,
e
muito
pequenino
para,
e
logo
a
comodo
e
com
ajuda,
quando
am
mester,
elle
prover,
e
remediar,
e
se
ao
dipois
ao
pois
na
terra
vivem,
e
com
ella
estão
Longe
maes
damno
se
non
fazer,
porque
no
Se
convier,
e
for
necessario
por
alguma
vez
principio,
das
Couzas
compre
o
remedio
para
ou
vezes
de
dia,
ou
de
noyte
os
Congregados
privar,
e
avitar
as
vindouras
ou
aSignados
//
[fól.
4v.º]
ou
parte
delles
Ordenarom
que
acontecendo
que
algum
andarem
com
as
cadrilhas,
ou
Cadrilheyros,
arroydo,
ou
arroydos,
brigas
se
alevantarem
que
ja
som
ordenados
para
a
ditta
Villa,
e
por
fecto,
ou
por
palavra,
ditto
ameaça
antre
Freguezias
della
a
guarda
la,
e
a
prender
e
a
lançar
fora
os
malfeitores,
que
em
ella
Som,
e
369
Escrito,
inicialmente,
com
um
“s”
final.
147
FRAGMENTA
HISTORICA
Regimento
e
Ordenança
da
Vila
de
Santarém
[1479]
andam
doSolutamente
de
que
se
diz
e
Asignaturas
Congregados
do
Salvador.
//
[fól.
prozumem
nascerem,
e
se
fezerem
mortes
5v.º]
furtos,
e
outras
couzas
de
torpidades
de
fornicias,
de
que
a
terra
se
pode
preverter
com
refiaes,
molheres
dezonestas
João
de
Sequeira
Cavaleiro
encarradas,
Rameyras,
e
outras
pessoas
que
Alvaro
Anes
de
almeida
todas
as
boas
vontades
facam,
e
cumprem,
non
Leyxando
nenhum
na
ditta
Villa
que
do
Mem
Cerveira
Cavaleiro
ditto
Mester
huze,
ou
que
se
delle,
ou
della
Ruj
Garcia
Cavaleiro
haja,
ou
possa
haver
ma
enfermação
Fernand
eAnes
Cavaleiro
Bem
asy
homee ns
viventes
com
o
Senhor
Rey
e
Seo
filho,
e
doutros
que
estão
na
ditta
Ruy
Godinho
Villa,
e
se
ajuntão
em
ella,
non
teendo
em
Pedro
Anes
que
foy
Regedor
ella
que
fazer,
ou
porque
em
ella
devam
tanto
d
estar
como
estão,
que
por
Luis
Mendes
Criado
do
Conde
conseguinte
nem
amostrando
tal
cazo
que
convenha
em
ella
estar,
que
os
ponhão
fora
della,
e
se
cumprir
e
forem
culpados
em
Ruy
Besteiro
Comendador
algum
crime
os
prender,
e
todo
com
efeito
Fernand
Alves
Caldeira
dem,
e
fação
dar
a
execucom,
non
leyxando
estar
em
a
ditta
Villa
pessoa
alguma,
de
que
Fernão
Cardozo
se
diga,
ou
prezuma
Sua
fama
vida
non
ser
Gil
Gonçalvez
Cavaleiro
onesta,
nen
de
//
[fól.
5]
tanto
bom
viver,
que
antre
os
bõns
possa
estar,
e
andar
Gil
Alvarez
genro
de
Fernão
Vieira
Para
se
esto
manter,
e
governar,
digo
manter,
Gil
Afonso
Criado
do
Jnfante
Dom
Pedro
e
guardar,
e
cumprir,
que
a
todos
parece
Ser
Jorge
Gomes
do
Princepe
onesto
e
justo,
alem
do
juramento
que
todos,
e
cada
hum
dos
aqui
aSignados
muito
deve
Lopo
Fernandez
Escrivão
do
Almoxarifado
temer,
e
guardar,
o
qual
segundo
adiante
Somos
nomeados,
tomamos,
poemos
pena
de
que
se
aquele
que
depois
do
ditto
Fernão
Vas
Criado
do
Conde
de
Monsanto
juramento
que
fezer
se
arredar
em
parte,
ou
Pedro
de
Castro
Criado
do
Conde
de
Penela
em
todo
non
comprir
estas
condiçõens,
ou
cada
huma
dellas,
as
quais
por
Seos
be ns
se
Pedro
de
Morais
Almoxarife
averom,
e
executarom,
para
as
obras
da
Fernão
Lorenço
Cavaleiro
Piedade
da
ditta
Villa
.s.
de
Sancto
Espirito,
ou
dos
Jnnocentes,
ou
doutras
que
na
ditta
Lopo
Rodriguez
Escrivão
do
Ecleziasteço
Villa
ha
a
que
se
atribua
a
execuçom
dos
Goncalo
de
Azurara
Juizes
della.
Diogo
Vas
Escrivão
dos
Orfaos.
E
pedem
a
El
Rey
Nosso
Senhor,
e
aSy
ao
Senhor
Princepe
Seo
filho
que
queirão
em
esto
prover,
e
no
Lo
confirmem
na
maneyra
De
São
Niculão
que
o
que
teemos
feito
e
acordado,
e
terminado,
e
aSignado,
148
transcrição
de
José
Jorge
Gonçalves
FRAGMENTA
HISTORICA
149
FRAGMENTA
HISTORICA
Regimento
e
Ordenança
da
Vila
de
Santarém
[1479]
Antonio Gonçalvez
Goncalo Mendes
150
transcrição
de
José
Jorge
Gonçalves
FRAGMENTA
HISTORICA
370
O
“a”
inicial
foi
escrito
sobre
um
“R”
maiúsculo.
371
O
“o”
final
foi
escrito
sobre
a
sílaba
“as”.
151
FRAGMENTA
HISTORICA
Regimento
e
Ordenança
da
Vila
de
Santarém
[1479]
152
transcrição
de
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
ESTIMATIVA
DAS
RECEITAS
E
DESPESAS
ANUAIS
DO
REINO
E
ÍNDIA
Transcrição
de
Pedro
Pinto
CHAM
–
FCSH/UNL
CEH
–
UNL
Resumo
Abstract
[1525-‐1526]
Estimativa
das
despesas
e
receitas
anuais
do
Estimate
of
the
annual
State
revenue
and
Reino
e
Índia,
contendo
adicionalmente
expenditure,
including
India.
It
contains
dados
sobre
as
rendas
dos
nobres
de
França.
additional
data
concerning
French
É
um
documento
original
datável
noblemen.
It
is
an
original
document
dated
criticamente
a
partir
da
identificação
dos
critically
from
the
identification
of
French
372
nobres
franceses.
noblemen.
372
É
possível
datá-‐lo
circa
1525-‐1526,
pois
a
primeira
entrada
corresponde
à
Rainha-‐Mãe,
Regente
de
França,
que
será
Louise
de
Savoie,
mãe
de
Francisco
I,
que
assumiu
tal
papel
em
1515
e
em
1526,
durante
as
campanhas
militares
italianas
de
seu
filho
(Samuel
Guichenon,
Histoire
Généalogique
de
la
Royale
Maison
de
Savoie,
Turim,
1780,
T.
IV,
2.ª
P.,
pp.
453-‐
456).
A
data
pode
ser
calibrada
pela
lista
dos
governadores
provinciais,
pois
vários
apenas
podem
corresponder
a
1526,
como
Claude
de
Savoie,
filho
de
René
de
Savoie,
o
“Grande
Bastardo
da
Sabóia”,
que
lhe
sucedeu
na
Provença
em
fins
de
er
Março
de
1525
após
a
sua
morte
(L.
Merlet,
“Lettre
de
François
I
à
sa
mère
après
la
Bataille
de
Pavie
(25
février
1525)”
in
Mémoires
de
la
Société
Archéologique
d'Eure-‐et-‐Loir,
1,
1858,
p.
323);
Francisco
II
de
Bourbon,
conde
de
Saint-‐Poul,
escapado
em
1525
do
cativeiro
após
a
Batalha
de
Pavia
e
a
quem
o
Rei
restabeleceu
como
governador
do
Delfinado
em
Março
de
1526
(Idem,
p.
322);
ou
Philippe
Chabot-‐Brion,
conde
de
Charny
e
almirante
de
França,
governador
da
Borgonha
a
partir
de
Maio
de
1526,
que
sucedeu
a
Louis
de
La
Trémouille,
morto
em
Pavia
(Joseph
Garnier,
Correspondance
de
la
Mairie
de
Dijon:
extraite
des
archives
de
cette
ville,
Dijon,
J.-‐E.
Rabutot,
1868,
p.
336).
153
FRAGMENTA
HISTORICA
Estimativa
das
Receitas
e
Despesas
Anuais
do
Reino
e
Índia
[1525-‐1526]
373
DOCUMENTO:
valia
das
rremdas
do
Reyno
e
despesa
delas
mina E
xxbiijº
comtos
que
vall
o
trato
da
mina
per
orçamemto
alem
das
despesas
que
se
nelle
fazem xxbiij
comtos
/
[fól.
18v.º]
despesas
da
fazemda
d
el
Rey
c
item
valem
as
ordinarias
que
se
pagam
aas
custas
d
el
Rey ij
comtos
ix
xbj
rreaes
375
item
valem
os
asentamentos
d
el
Rey
e
das
senhoras
Reynha
Jmfamte
e
lxbiij
comtos
c
Jnfamtes
e
senhores
que
os
tem
iiij
x
rreaes
373
Os
critérios
de
transcrição
adoptados
são
os
propostos
em
João
José
Alves
Dias;
A.
H.
de
Oliveira
Marques,
e
Teresa
Rodrigues,
Álbum
de
paleografia,
Lisboa,
Estampa,
1987.
374
Em
branco.
375
À
margem:
“deste
asentamemto
d
el
Rey
se
pagam
suas
moradias”.
154
transcrição
de
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
item
valem
os
casamentos
das
pesoas
que
os
tiram
em
cada
hũ
anño
per
orçamemto x
comtos
/
[fól.
18]
despesas
d
el
Rey
item
se
necesario
pera
despesa
do
thesoureyro
d
el
Rey
pera
vestido
de
suas
altezas,
e
outras
despesas
que
se
nele
fazem
e
despacham
alem
de
quatro
comtos
de
rreaes
em
dinheirro
que
tem
de
seu
asemtamemto
ordenado
que
vam
comtados
com
os
asemtamentos
atraz
biij
comtos
item
vall
a
despesa
dos
lugares
d
alem
per
orçamemto
segundo
a
gemte
agora
neles
esta
xxxj
comtos
E
quimze
comtos
que
poderam
custar
cimquo
mjll
moyos
de
trigo
pera
mamtimemto
deles
item
pera
obras
que
se
fazem
aa
custa
d
el
Rey
per
orçamemto
Nam
emtramdo
nelas
as
que
se
pagam
do
dinheirro
das
obras
pias
Nem
obras
bj
comtos
de
belem
e
tomar
Nem
as
que
se
fazem
as
custas
do
Cardeall
item
alem
disto
tem
el
Rey
o
pam
das
Jugadas
de
samtarem
e
leziras
que
ficam
pera
despesa
dos
fornos
de
val
de
zebre
[sic]
E
mais
o
dinheirro
de
huũ
por
cemto
e
obras
pias
pera
esmolas
que
valem
cimquo
comtos
de
rreaes
pouco
mais
ou
menos
afora
arca
da
pyedade
pera
el
Rey
despemder
em
merces
e
todalas
outras
despesas
que
socederem,.
/
[fól.
19]
o
que
se
pode
gastar
d
especiarias
na
casa
da
Jmdia
cada
anno
pouco
155
FRAGMENTA
HISTORICA
Estimativa
das
Receitas
e
Despesas
Anuais
do
Reino
e
Índia
[1525-‐1526]
mais ou menos que fica na comta e valia de sua rremda
item
pode
se
gastar
cada
anño
quimze
mjll
quimtaes
de
pimenta
vallem
Cruzados
c
que
sam ij
iiij
Comtos
de
rreaes
item de gemgibre dous mjll quimtaes a xxbj cruzados o quimtall xx comtos
item
de
brasill
tres
mjll
quimtaes
que
valem
forros
de
frete
e
despesas
delle
dez
mjll
cruzados
iiijº
comtos
item
de
malageta
mjll
quimtães
que
valem
quimze
mjll
cruzados
bj
comtos
c
Soma
ij
lxxxiiij
comtos
de
rreaes
despesas
da
mesma
Jmdia
que
se
fazem
na
Jda
e
vjmda
della
e
asy
nas
cousas
que
se
nela
despemdem
item
de
frete
de
quimtaes
de
pimemta
que
podem
vjr
em
cada
huũ
xxij
comtos
rreaes
anño
a
nouecemtos
rreaes
o
quimtall
item
de
frete
destas
drogas
acima
espritas
que
seram
quimtaes
pouco
mais
ou
menos
a
tres
cruzados
o
quimtall
bj
comtos
/
[fól.
19v.º]
despesas
da
Jmdia
item
de
cabedall
em
dinheirro
pera
cada
armada
huũ
anno
per
outro
sesemta
mjll
Cruzados xxiiij
comtos
376 c
item
de
cobre
pera
cada
armada
ojto
mjll
quimtaes
a
dous
mjll
v
rreaes
o
quimtall xx
comtos
c
item
d
azouge
e
vermelham
ij
quimtaes
que
valem ij
comtos
item de corall laurado e por laurar dez mjll cruzados iiij comtos
376
Raspado:
“vimte
mjll”.
156
transcrição
de
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
item
de
pedra
hume
chumbo
e
outras
mercadorias
alem
do
marfill
que
se
nam
compra
que
vem
do
trato
de
guine
dez
mjll
cruzados iiij
comtos
item de mamtimemto pera eles pera sua viagem iiij comtos
item do ordenado dos capitães e esprivaes e ofiçiaes de cada armada iiij comtos
item
de
cousas
pera
o
mar
que
vam
de
sobresalemte
cada
anno
pera
Jmdia
pera
a
navegamça
dela
e
artelharia
delle biij
comtos
/
[fól.
20]
despesas
da
Jmdia
item
pera
as
obras
de
belem
e
outras
despesas
que
aquy
nam
podem
Jr
declaradas biij
comtos
soma
to
soma
a
estas
despesas
acima
declaradas C
liij
comtos
rreaes
377
tirada
esta
despesa
da
Jmdia
do
que
se
vemde
comumemte
e
pode
vemder
cada
anño
das
mercadorias
e
cousas
acima
ditas
que
vem
da
to
Jmdia
aa
sua
casa
de
lixboa
pera
se
nela
vemderem
ficam
de
sobeJo
C
xxx
comtos
como
agora
parece rreaes
/
[fól.
21]
Remda
dos
primcipaes
sennhores
de
framca
primejramemte
377
À
margem:
“ficada
do
trato
da
Jmdia,.”.
157
FRAGMENTA
HISTORICA
Estimativa
das
Receitas
e
Despesas
Anuais
do
Reino
e
Índia
[1525-‐1526]
El
Rey
de
Nauarra
tem
cem
mjll
cruzados
de
Remda
dos
quaes
tem
em
terra
d
el
Rey
de
framca
os
Cruzados
Momseor de lamtre com as pemsoes que tem d el Rey cruzados
O primcipe de talemonem que agora he senhor de la tremoulhe cruzados
Momeror
de
mudalla
cruzados
Momseor
de
laual
governador
de
bretanha
de
sua
casa
cruzados
e
d
ta
el
Rey
cruzados
/
[fól.
21v.º]
Momeur
chasteam
briay
no
dicto
ducado
de
bretanha
cruzados
378
Riscado:
“ ”.
158
transcrição
de
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
Os gouernadores das provimcias tem cada huũ deles cada anno cruzados
159
FRAGMENTA
HISTORICA
Estimativa
das
Receitas
e
Despesas
Anuais
do
Reino
e
Índia
[1525-‐1526]
160
transcrição
de
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
FOLHA
DE
RECEITA
E
DESPESA
DO
REINO
PARA
1543
Transcrição
de
Pedro
Pinto
CHAM
–
FCSH/UNL
CEH
–
UNL
Resumo
Abstract
[1543]
Folha
de
receira
e
despesa
do
Reino
para
State
revenue
and
expenditure
accounts
for
1543.
É
uma
cópia
coeva
feita
por
Álvaro
the
year
1543.
It
is
a
coeval
copy
made
by
379
Florim.
Álvaro
Florim.
Lisboa,
Torre
do
Tombo,
Mesa
da
Consciência
e
Ordens
/
Convento
de
Tomar,
50,
fól.
16v.º-‐17v.º
©
Fragmenta
Historica
1
(2013),
161-‐164.
Reservados
todos
os
direitos.
ISSN
1647-‐6344
379
Garcês
Teixeira
identifica
o
autor
dos
apontamentos,
associando-‐o
a
um
homónimo
que
detectou
em
documentação
da
Misericórdia
nabantina
(F.
A.
Garcês
Teixeira,
“Inundações
em
Tomar
no
ano
de
1550”,
Arquivo
Histórico
de
Portugal,
1,
1932,
pp.
69-‐77).
161
FRAGMENTA
HISTORICA
Estimativa
de
Receita
e
Despesa
do
Reino
para
1543
380
DOCUMENTO:
381
¶
folha
da
Recepta
E
Despesa
do
Reino
.s.
Do
que
Remdia
E
tinha
De
despesas
No
Ano
de
-‐
1543
-‐
Digo
1543
382
¶
Val
ho
que
Este
Ano
presemte
De
-‐
1543
-‐
Remdeo
ho
Reino
Não
comtamdo
A
Jlha
da
Madeira
Nem
As
Jlhas
Do
[sic]
Açores
comtamdo
ho
hũ
por
cemto
que
Com
o
dicto
Remdimemto
Vai
Metido
E
Asi
os
foros
Das
casas
de
to
383 384
to
c
Lixboa
-‐
C lR
comtos
E
jx
reaes
Digo
cemto
E
novemta
Comtos
E
to
c
Cemto
E
setemta
E
seis
mjl
e
novecemtos
reaes
-‐
digo
–
1543
jx
reaes
385 386
¶
E
com
as
dictas
Jlhas
que
vão
Levadas
Em
vjmte
E
tres
comtos
E
seiscemtos
E
oitemta
E
seis
mjl
reaes
.ss.
As
Jlhas
Da
madeira
por
orçamemto
xb
comtos
¶
E
as
Jlhas
dos
Açores
Com
hũ
por
c ta c
cemto
-‐
biij
comtos
mjl
reaes
Soma
tudo
-‐
ij
xiij
comtos
jx
reaes
c c
ij
xiij
comtos
jx
reaes
c
¶
.ss.
-‐
xx
comtos
-‐
bij
Rij
reaes
A
coMarca
D
amtre
douro
E
Minho
ta
c
¶
E
-‐
xij
comtos
bij
xxxb
reaes
A
comarca
De
tralos
Momtes
comtamdo
D
agiar
E
pena
ta
c ta
¶
xjx
comtos
iiij
L jx
reaes
A
comarca
Da
beira
to ta c ta
E
xxiij
comtos
jx
L bij
reaes
A
comarca
Da
Estremadra
[sic]
Comtamdo
njsto
to ta
c ta
E
xiij
comtos
bj
Lx iiij
reaes
o
Reino
do
Algarve
Levamdo
As
Almadravas
por
orcamemto
ta
Em
bj
comtos
reaes
com
hũ
por
cemto
E
iij
comtos
Em
que
vai
Levado
por
orcamemto
A
chamcelaria
Da
corte
com
hũ
por
çemto
ta
E
Em
que
vão
Levados
por
orçamemto
os
foros
Das
casas
de
Lixboa
ta
E
biij
comtos
Do
ARemdamemto
Das
Jlhas
Dos
Açores
com
hũ
por
çemto
387 388
E
xb
comtos
Que
Remde
A
Jlha
da
Madeira
Da
qual
Jlha
Digo
Da
qual
Jlha
faz
fumdamemto
porque
E
[sic]
dada
pera
As
temças
Do
abito
E
outras
Despesas
Estraordinarias
ta
Nem
outrosi
se
faz
fumdamemto
Dos
-‐
Dos
foros
Das
casas
De
Lixboa
porque
se
Despemdem
No
almazem.,.
omde
se
Reçebem
380
Os
critérios
de
transcrição
adoptados
são
os
propostos
em
João
José
Alves
Dias;
A.
H.
de
Oliveira
Marques,
e
Teresa
Rodrigues,
Álbum
de
paleografia,
Lisboa,
Estampa,
1987.
381
Emendado.
382
Emendado.
383
Emendado.
384
Borrão
ilegível.
385
Na
margem
esquerda:
“23”.
386
Riscado:
“reaes”.
387
Palavras
emendadas.
388
Raspado:
“memção”.
162
transcrição
de
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
to
to
¶
E
tirada
a
dicta
Jlha
E
os
dictos
foros
Das
casas
ficão
pera
se
despemderem
-‐
C lRbiij
comtos
c
jx
reaes
E
porem
segumdo
o
creçimemto
Em
que
vão
agora
Estas
Remdas
Valem
Agora
-‐
iiij
comtos
Que
he
hũ
comto
D
ouro
-‐
j
comto
d
ouro
/
[fól.
17]
¶
Valem
As
Despesas
Que
Estão
Asemtadas
nos
Livros
Da
fazemda
E
outras
que
Mais
Acreçerão
E
ta
c
que
vão
nas
folhas
Dos
Asemtamemtos
-‐
79780842
Lxx ix
comtos
biij
Rij
reaes
c
.ss.
-‐
bij
comtos
jx
Riij
reaes
As
ordinariãs
to
c c ta
E
Rij
comtos
bij
xxx
reaes
Em
temças
Dos
-‐
Riij
comtos
iij
Lxxx
reaes
que
nelas
momta
c ta
porque
os
-‐
j
comto
bj
L
reaes
Aõm
de
Jr
Em
bras
d
arrauJo
por
provisões
c
E
xxiij
comtos
bij
reaes
os
Juros
E
temças
Em
vida
Comprado
A
Retro
E
gracas
por
temças
separadas
c ta
E
iiij
comtos
ij
Lxx reaes
De
outras
Despesas
que
vão
Levadas
nas
folhas
Do
asemtamemto
E
reaes
Que
aJmda
Estão
por
despachar
-‐
ij
comtos
Riij
reaes
que
Estão
nos
c
titolos
Dos
ordenados.,.
no
Livro
Da
fazemda
porque
hos
hũ
comto
biij
biij
reaes
que
faleçem
são
Ja
despachados
nas
folhas
do
Reino
to ta
E
ficãom
C
xbiij
comtos
reaes
Dos
quaes
se
ão
d
emtregar
A
bras
D
arrauJo
Lxxx j comtos
ta
c ta
iiij
L
reaes
pera
as
Despesas
segimtes
389
.ss.
-‐
bj
comtos
pera
o
thesoureiro
-‐
¶
E
-‐
xxb
comtos
As
Moradias
c ta
c
¶
E
-‐
b
comtos
b
reaes
pera
pagamemto
Das
Rolações
.s.
-‐
iij
comtos
iij
390 c 391
reaes
A
Sopricaçãom
E
-‐
j
comto
ij
reaes
A
casa
do
civel
mjl
ta
c 392
E
-‐
ij
reaes
que
Estão
Asemtados
no
Livro
DE
-‐
mjl
reaes
pera
os
Moços
D
estribeira
393
Digo
mjl reaes
E
-‐
bj
comtos
Das
cartas
E
Alvaraes
Jeraes
que
Estão
Asemtadas
no
Livro
De
bras
d
arrauJo
Em
que
Emtrão
-‐
j
comto
reaes
que
Vossa
Alteza
mamda
Dar
A
Senhora
Jfamte
Dona
Jsabel
/
[fól.
17v.º]
ta c ta
E
-‐
j
comto
bij
L
reaes
As
temcas
que
A
De
pagar
bras
D
arrauJo
por
provisoes
389
Riscado:
“pera”.
390
Emendado.
391
Emendado.
392
Emendado.
393
Emendado.
163
FRAGMENTA
HISTORICA
Estimativa
de
Receita
e
Despesa
do
Reino
para
1543
to c
E
tirados
Estes
-‐
81553450
-‐
que
se
momta
nestas
Despesas
Dos
-‐
C
xbiij
comtos
bj
reaes
c ta
ficão
-‐
xxxbij
comtos
b
L
b
reaes
-‐
37000555
reaes
Estes
ficão
Liquidos
A
Sua
Alteza
E
ficara
outro
tamto
que
mais
creçerão
As
sisas
do
Reino
E
Dizimas
¶
E
tem
Mais
que
nesta
Sisa
não
Emtrão
-‐
370000
-‐
Das
Jugadas
De
Coimbra
164
transcrição
de
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
FOLHA
DE
RECEITA
E
DESPESA
DO
REINO
PARA
1557
Transcrição
de
Pedro
Pinto
CHAM
–
FCSH/UNL
CEH
–
UNL
Resumo
Abstract
[1557]
Folha
de
receira
e
despesa
do
Reino
para
State
revenue
and
expenditure
accounts
for
1557.
É
original,
apresentando
dados
the
year
1557.
It
is
an
original
document,
divergentes
da
versão
previamente
which
contains
data
diverging
from
the
394
conhecida.
previously
known
version.
Lisboa,
Torre
do
Tombo,
Mosteiro
de
Alcobaça,
liv.
51,
fól.
515-‐516v.º
© Fragmenta Historica 1 (2013), 165-‐168. Reservados todos os direitos. ISSN 1647-‐6344
394
Na
colecção
das
Gavetas
na
Torre
do
Tombo,
publicada
em
Jacinto
Augusto
de
Santana
e
Vasconcelos,
Relatorio
acerca
dos
impostos
e
outros
rendimentos
publicos
anteriores
ao
anno
de
1832,
Lisboa,
Imprensa
Nacional,
1865,
pp.
15-‐16,
e
em
A.
da
Silva
Rego
(dir.),
As
Gavetas
da
Torre
do
Tombo,
I,
Lisboa,
Centro
de
Estudos
Históricos
Ultramarinos,
1960,
pp.
891-‐
895.
165
FRAGMENTA
HISTORICA
Folha
de
receita
e
despesa
do
Reino
para
1557
395
DOCUMENTO:
c
ffolha
do
que
Rende
o
Reyno
e
despesa
delle
deste
anno
presente
de
b
Lbij
Val
o
Rendimento
destes
Reynos
este
dito
anno
presente
com
o
hum
porçento
não
entrando
as
Jlhas
da
madeyra
e
dos
açores
nem
os
meestrados
trezentos
c
dezaseis
contos
Çento
e
quinze
mil
reaes
Não
entrando
tambem
nesta
soma
as
iij
xbj
contos
Rendas
do
pão
reaes
E
com
as
ditas
Jlhas
que
vam
em
vinte
tres
contos
e
Çem
mil
rreaes
.ss.
xiij
contos
per
que
as
Jlhas
dos
açores
estam
arrendadas
sem
o
hum
porçento
e
c
dez
contos
e
çem
mil
rreaes
per
que
vay
leuada
per
orçamento
a
Jlha
da
iij
xxxix
contos
madeira
val
trezentos
trinta
e
noue
contos
dozentos
e
quinze
mil
reaes
reaes
.ss.
xxxiij
contos
a
comarca
d
antre
douro
e
mynho
com
as
alfandegas
E
xbij
contos
reaes
a
comarca
de
tralos
montes
com
os
portos
dela
E
xxbij
contos
<reaes>
a
comarca
da
beyra
Com
os
portos
della
E
Rbj
contos
reaes
a
comarca
da
estremadura
/
[fól.
515v.º]
to
E
C
xb
contos
reaes
Lixboa
.ss.
Lxbiijº
Contos
reaes
em
que
vay
leuada
a
alfandega
per
orçamento
E
Rbij
contos
reaes
que
vallem
as
Rendas
e
casas
da
dita
çidade
leuando
A
casa
dos
çincos
em
dous
contos
E
reaes
per
orçamento
396
E
reaes
os
foros
da
dita
çidade
E
iiijº
contos
a
chançelaria
da
corte
per
orçamento
E
Lbj
contos
reaes
a
comarca
d
antre
teeJo
e
odiana
com
os
portos
della
e
montado
do
campo
d
ouryque
E
xbij
contos
reaes
o
reyno
do
algarue
leuando
as
almadrauas
em
seis
contos
e
sesenta
mil
reaes
por
orçamento
E
xiij
contos
de
reaes
per
que
estam
arrendadas
as
Jlhas
dos
açores
sem
o
hum
porçento
395
Os
critérios
de
transcrição
adoptados
são
os
propostos
em
João
José
Alves
Dias;
A.
H.
de
Oliveira
Marques,
e
Teresa
Rodrigues,
Álbum
de
paleografia,
Lisboa,
Estampa,
1987.
396
À
margem,
de
mão
quinhentista
diferente:
“Destes
são
vendidos
alguuns”.
166
transcrição
de
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
E
dez
contos
e
çem
mil
reaes
em
que
vay
leuada
per
orçamento
a
Jlha
da
madeira,
os
quais
se
dam
pera
as
tenças
do
abito
da
ordem
de
nosso
senhor
Jesuu
Christo
e
outras
despesas
extraordynaryas
/
[fól.
516]
c
E
tjrando
a
Jlha
da
madeyra
e
foros
de
lixboa
fyCão
por
despender
-‐
trezentos
iij
xxbiijº
contos
vinte
oito
contos
dozentos
setenta
e
çinco
mil
reaes
reaes
Despesa
to
vallem
as
despesas
que
estam
asentadas
nos
Lyuros
da
fazenda,
Çem
contos
-‐
C
contos
c c
bij
reaes
bij
reaes
A
sse
de
entreguar
ao
thesoureyro
moor
pera
paguamento
Das
tenças
e
despesas
que
elle
paguase
senta
[sic]
e
seis
contos
lxbj
contos
Nos
quais
entrão
os
trinta
contos
que
lhe
dão
pera
despesas
extraordinaryas
c
E
não
entrão
nestes
lxbj
contos
os
seis
contos
bj
xiiijº
reaes
que
se
este
anno
am
de
despachar
no
dito
thesoureyro
moor
que
aa
de
daar
ao
thesoureyro
do
senhor
dom
duarte
E
soomente
entra
nelles
o
que
per
dous
aluaras
geraes
paguaua
pera
o
dito
senhor
que
estauam
asentados
em
seu
lyuro,
e
o
que
monta
nas
tenças
dos
Cryados
Do
Jffante
dom
Duarte
que
santa
glorya
aJa
que
este
dito
anno
não
aa
de
paguar
por
Ja
ser
dada
casa
ao
dito
/
[fól.
516v.º]
senhor
-‐
porque
atee
lhe
ser
dada
soomente
se
lhe
auia
de
pagar
a
conthya
dos
ditos
dous
aluaras,
e
as
ditas
terças
E
monta
nas
despesas
De
casamentos
emprestjmos,
arqueações,
e
outras
diuidas
e
tenças
De
triguo
que
am
de
ser
paguas
a
dinheyro
Com
os
dous
contos
e
reaes
que
se
deram
ao
comprador
e
ao
thesoureyro
da
casa
trinta
e
dous
contos
oitoçentos
sesenta
e
seis
mil
reaes
xxxij
contos
397
[
reaes]
to
C
xxbiijº
contos
E
ficam
reaes
Dos
quais
aa
d
auer
o
thesoureyro
da
casa
de
çepta
xxx
contos
E
o
thesoureyro
das
moradias
xx
contos
E
o
thesoureyro
da
casa
biijº
contos
397
Ocultado
por
via
da
encadernação.
167
FRAGMENTA
HISTORICA
Folha
de
receita
e
despesa
do
Reino
para
1557
Lxx
contos
ffycão
reaes
que
am
de
ser
entregues
a
Bastiam
de
moraes
thesoureyro
do
dinheiro
da
casa
da
Jndia
E
desta
conthia
se
ha
tambem
de
descontar
o
que
montar
no
triguo
que
os
contratadores
das
Jlhas
dos
açores
am
de
entreguar
este
anno
presente
que
Sua
Alteza
manda
leuar
aas
partes
D
affryca
168
transcrição
de
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
FOLHA
DE
RECEITA
E
DESPESA
DO
REINO
PARA
1563
Transcrição
de
Pedro
Pinto
CHAM
–
FCSH/UNL
CEH
–
UNL
Resumo
Abstract
[1563]
Folha
de
receira
e
despesa
do
Reino
para
State
revenue
and
expenditure
accounts
for
th
1563.
É
uma
cópia
datável
de
finais
do
the
year
1563.
It
is
a
late
16 -‐century
or
early
398 th
século
XVI
ou
inícios
do
século
XVII.
17 -‐century.
© Fragmenta Historica 1 (2013), 169-‐172. Reservados todos os direitos. ISSN 1647-‐6344
398
O
códice
pertenceu
à
Biblioteca
da
Congregação
do
Oratório,
e
intitula-‐se
“Varias
noticias
de
Portugal,
com
outras
muitas
coriozidades”.
A
marca
de
posse
não
está
completa:
“Este
liuro
he
de
João”.
O
códice
contém
notícias
desde
o
reinado
de
D.
Sebastião
a
D.
Filipe
I
e
é
copiado
pela
mesma
mão,
de
letra
de
finais
do
século
XVI,
inícios
do
século
XVII.
169
FRAGMENTA
HISTORICA
Folha
de
receita
e
despesa
do
Reino
para
1563
399
DOCUMENTO:
folha
da
Receita,
E
despesa
do
Reino
de
portugal
este
anno
de
1563
#
val
o
que
este
ano
rendeo
o
reino
con
o
hum
porcento
nam
contando
as
ilhas
da
madeira,
E
dos
açores,
nem
os
foros
das
casas
desta
cidade
209444$400
#
E
as
dittas
ilhas
e
foros
24310$
—_
=
233754$400
#
A
Comarca
d
antre
douro
E
minho
26377$700
#
A
comarca
de
traslos
montes
16025$900
#
A
comarca
da
Beira
21114$200
#
A
comarca
da
estremadura
26856$200
400
#
Lisboa
leuando
alfandega
en
32320$
reaes
E
a
siza
dos
panos
en
sete
contos
E
setenta
mil
reaes
por
orcamento
67191$400
#
os
foros
das
casas
desta
cidade
820$
—
#
a
chancellaria
da
corte
por
orcamento
3030$
—
#
a
comarca
d
antre
tejo
E
odiana
31839$200
401
#
o
algarue
leuando
as
almadrauas
en
8080$
E
as
alfandegas
en
3636$
reaes
por
orcamento
17659$600
#
As
ilhas
dos
asores
.s.
4800$
reaes
en
dinheiro
E
5500$
reaes
que
montão
en
2200
moyos
de
trigo
a
2600
reaes
o
moyo
10300$
—
#
a
ilha
da
madeira
hum
ano
por
outro
13200$
—
399
Os
critérios
de
transcrição
adoptados
são
os
propostos
em
João
José
Alves
Dias;
A.
H.
de
Oliveira
Marques,
e
Teresa
Rodrigues,
Álbum
de
paleografia,
Lisboa,
Estampa,
1987.
400
À
margem:
“32320$
alfandega
7070$
siza
lixboa
27914$400
67191$400”.
401
À
margem:
“8080$
almadrauas
3636$
alfandegas
_5943$600
17619$600”.
170
transcrição
de
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
/
[p.
64]
E
tirada
a
ditta
ilha
da
madeira,
E
o
que
monta
no
trigo
das
ilhas,
E
os
foros
ficão
214366$300
#
dos
quaes
se
tirão
pera
despesas
nos
liuros
da
fazenda
____76268$900
402
E
Pera
ordinarias
11185$700
+
33825$700
reaes
nos
asentamentos
E
tensas
que
estão
nos
ditos
liuros
403
dos
56767$
que
nelles
monta
porque
os
21117$300
vão
no
thesoureiro
major
os
5660$100
que
nele
estão
asentados,
E
os
15677$200
de
pesoas
que
os
tem
asentados
em
outras
partes
33825$700
+
29163$100
reaes
os
juros
E
gracas
por
tencas
E
tencas
en
Uida
s.
21390$400
reaes
os
juros
E
3327$700
as
gracas
por
tencas,
E
6625$900
as
tensas
em
Uida
são
29163$100
#
monta
no
Hun
porcento
dos
209666$
reaes
que
val
o
reino
_____2094$440
404
E
assi
fiquão
137975$600
dos
quaes
se
Hão
de
entregar
ao
thesoureiro
mor
pera
as
despesas
segintes
106162$500
E
Pera
o
thesouro
6000$
—
E
Pera
as
moradias
2600$
—
E
Pera
as
conpras
2800$
—
E
Pera
a
rainha
nosa
senhora
8936$
—
E
Pera
a
rainha
de
fransa
1723$300
E
Pera
a
guarda
dos
ginetes
1100$
—
E
Pera
os
Cacadores
600$
—
E
Pera
os
mocos
da
estribeira
____600$
—
45759$300
/
[p.
65]
45759$300
402
À
margem:
“a
saber”.
403
Emendado.
Também
se
poderá
ler:
“27117$300”
404
Riscado:
“137975$400”.
171
FRAGMENTA
HISTORICA
Folha
de
receita
e
despesa
do
Reino
para
1563
E
6966$
reaes
pera
os
pagamentos
das
rolacoes
das
casas
da
suplicação
E
do
ciuel
s.
3307$800
reaes
ao
Regedor,
E
45
dezembargadores
da
casa
da
suplicaçam
E
792$
reaes
ao
gouernador,
E
17
dezenbargadores
da
casa
do
ciuel
E
786$200
aos
alcaides,
E
seus
homens
E
guardas
da
cadea,
E
caminheiros
da
casa
do
ciuel
4966$
—
E
Pera
as
tensas
que
estão
asentadas
no
liuro
da
fazenda
do
thesoureiro
mor
5660$
—
E
estão
asentados
no
liuro
das
ordinarias
no
titulo
dos
ordenados
700$
—
E
que
estão
asentados
no
dito
thesoureiro
mor
por
prouisões
geerais
que
estão
registadas
no
liuro
de
sua
despesa
7062$
—
E
doutras
tencas
que
Vossa
Alteza
nelle
manda
pagar
este
anno
alen
das
que
estão
asentadas
no
dito
liuro
da
fazenda
E
seu
titulo
15677$200
Pera
despesas
extraordinarias
___24000$
—
=
106162$500
E
fiquão
ajnda
33812$900
#
de
que
se
hão
de
pagar
se
Vossa
Alteza
ouuer
por
bem
que
estão
asentados
nos
coadernos
das
diuidas
__11927$300
s.
en
casamentos
grandes
5361$
—
s.
en
Casamentos
pequenos
1972$
—
s.
en
diuidas
E
quebras
de
dezenbargos
4596$300
11927$300
E
assi
lhe
fiquão
21870U600
reaes
que
se
deuen
de
Entregar
ao
thesoureiro
mor
21870$600
reaes
172
transcrição
de
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
ÍNDICES
por
João
Costa
e
Pedro
Pinto
173
FRAGMENTA
HISTORICA
Folha
de
receita
e
despesa
do
Reino
para
1563
405
ÍNDICE
CRONOLÓGICO
DOS
DOCUMENTOS
PUBLICADOS
NESTE
NÚMERO
[s/d]
–
27
[s/d]
–
29
[s/d]
–
30
[s/d]
–
30
1119
[E.
1229],
[s/l],
Novembro,
[7]
–
32
1210
[E.
1248],
Santarém,
Dezembro,
25
–
29
1240
[E.
1278],
Coimbra,
Abril,
4
–
28
1255
[E.
1293],
[s/l],
Setembro,
12
–
29
1286
[E.
1324],
Coimbra,
Outubro,
8
–
22
1292
[E.
1330],
Coimbra,
Maio,
21
–
23
1292
[E.
1330],
Coimbra,
Maio,
24
–
24
1293
[E.
1331],
[s/l],
Novembro,
28
–
24
1295
[E.
1333],
Coimbra,
Maio,
12
–
24
1295
[E.
1333],
Moura,
Novembro,
12
–
24
1296
[E.
1334],
Lisboa,
Janeiro,
20
–
25
1296
[E.
1334],
Lisboa,
Janeiro,
28
–
25
1296
[E.
1334],
Lisboa,
Fevereiro,
1
–
25
1300
[E.
1338],
Coimbra,
Fevereiro,
9
–
26
1300
[E.
1338],
Lisboa,
Julho,
16
–
26
1310
[E.
1340],
Lisboa,
Agosto,
31
–
26
1316
[E.
1354],
Lisboa,
Agosto,
10
–
27
1304
[E.
1342],
Lisboa,
Março,
10
–
31
1308
[E.
1346],
Trancoso,
Maio,
20
–
31
[1401]
–
115
[1525-‐1526]
–
154
[1543]
–
162
[1557]
–
166
[1563]
–
170
405
Os
números
dizem
respeito
à
numeração
das
páginas.
174
transcrição
de
Peedro
por
João
Costa
Pinto
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
175
FRAGMENTA
HISTORICA
Índice
Antroponímico
e
Toponímico
176
por
João
Costa
e
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
Azambuja
(João
Esteves
de),
cf.
João
Esteves
de
Brunier
(Roberto),
cf.
Roberto
Brunier.
Azambuja.
Bucelas
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Azambuja
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Bucelas.
Azambuja.
Azamor
–
134,
136
C
Azevedo
(Francisco
de),
cf.
Francisco
de
Azevedo.
Azevedo
(Gonçalo
Gomes
de),
cf.
Gonçalo
Gomes
Cabrela
–
17,
27,
31
de
Azevedo.
Cação
(Diogo),
cf.
Diogo
Cação.
Azóia
–
54
Cacerelhos,
igreja
–
20
Azóia
(Santa
Iria
da),
cf.
Santa
Iria
da
Azóia.
Cadaendo
(?),
igreja
–
20
Azurara
(Gonçalo
de),
cf.
Gonçalo
de
Azurara.
Cadoa
(?)
–
158
Cairo
–
122,
132,
133,
136,
137
B
Caldas
(São
Miguel
de),
cf.
São
Miguel
de
Caldas.
Caldeira
(Fernando
Álvares),
cf.
Fernando
Álvares
Baleal
–
31
Caldeira.
Barbora
–
133
Camarão
–
133-‐136
Barro
–
16
Camarate
–
17,
54,
60,
73,
91,
96
Barros
(Fernando
de),
cf.
Fernando
de
Barros.
Campelo
(Estêvão
Lourenço),
cf.
Estêvão
Lourenço
Bartolomeu
(Mestre)
–
51,
88
Campelo.
Bartolomeu
Gonçalves
–
95
Cantanhede
–
98,
99
Bartolomeu
Leonardes
–
81,
91
Caramulo,
mosteiro
–
13,
14
Bartolomeu
Peres
–
69,
72,
87
Cardoso
(Fernando
Álvares),
cf.
Fernando
Álvares
Bartolomeu
Vasques
–
84
Cardoso.
Basto
(João
de),
cf.
João
de
Basto.
Cardoso
(Fernão),
cf.
Fernão
Cardoso.
Beatriz
(D.)
–
51,
75,
76,
80
Carrazede
(São
Nicolau
de),
cf.
São
Nicolau
de
Beira
–
162,
165,
170
Carrazede.
Beja
(Diogo
Fernandes
de),
cf.
Diogo
Fernandes
de
Cartaxo
(Santa
Maria
do),
cf.
Santa
Maria
do
Beja.
Cartaxo.
Belas
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Belas.
Cartaxo
(São
João
do),
cf.
São
João
do
Cartaxo.
Belém
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Belém.
Carvalho
(Fernão),
cf.
Fernão
Carvalho.
Benalbergue,
igreja
–
43
Carvoeira
–
58,
75,
97
Benavicente
(Pedro
de),
cf.
Pedro
de
Benavicente.
Castela
–
15,
59,
60,
65
Beringel
–
76
Castro
(Álvaro
de),
cf.
Álvaro
de
Castro.
Berrio
(Estêvão
Rodrigues),
cf.
Estêvão
Rodrigues
Castro
(Álvaro
Peres
de),
cf.
Álvaro
Peres
de
Berrio.
Castro.
Besteiro
(Rui),
cf.
Rui
Besteiro.
Castro
(Pedro
de),
cf.
Pedro
de
Castro.
Boa
Esperança,
cabo
–
Castro
(Pero
da
Fonseca
de),
cf.
Pero
da
Fonseca
Borgonha
–
153,
159
de
Castro.
Bornes
(São
Martinho
de),
cf.
São
Martinho
de
Castro
Roupal,
igreja
–
19
Bornes.
Catarina
de
Áustria
(D.)
–
163,
171
Botelho
(Luís),
cf.
Luís
Botelho.
Catujal
–
60
Bourbon
–
158
Ceibão
–
134,
136
Bourbon
(Francisco
II
de),
cf.
Francisco
II
de
Cerveira
(Mem),
cf.
Mem
Cerveira.
Bourbon.
Cervis
(?)
(Santa
Cristina
de),
cf.
Santa
Cristina
de
Bouro,
mosteiro
–
14
Cervis
(?).
Braga
–
18-‐25,
27,
45,
79
Ceuta
–
167
Braga
(Álvaro
de),
cf.
Álvaro
de
Braga.
Chabot-‐Brion
(Philippe),
cf.
Philippe
Chabot-‐Brion.
Bragança
–
20,
23,
24
Chamorro
(Fernão),
cf.
Fernão
Chamorro.
Brás
Afonso
–
78
Charneca
–
60
Brás
de
Araújo
–
163,
164
Charneca
(Martinho
Afonso
da),
cf.
Martinho
Breda
–
158
Afonso
da
Charneca.
Bretanha
–
158,
159
Chastean
Brian
–
158
Brion
–
159
Chaul
–
123,
126
Brito
(João
Afonso
de),
cf.
João
Afonso
de
Brito.
Cheleiros
–
75,
97
177
FRAGMENTA
HISTORICA
Índice
Antroponímico
e
Toponímico
Cheleiros
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Diogo
Martins
–
149
Cheleiros.
Diogo
Mascarenhas
–
149
Cinfães
–
13
Diogo
Mendes
de
Orta
–
127
Cira,
ilha
–
132,
135
Diogo
Salentes
–
150
Claude
de
Savoie
–
153
Diogo
Soares
de
Melo
–
127
Diogo
Tavares
–
149
Cochim
–
122,
128,
138
Diogo
Vaz
–
148
Coimbra
–
18,
20,
23,
24,
26,
28,
30,
51,
58,
68,
72,
Diu
–
123,
124,
135,
138
112,
164
Domingos
(Mestre)
–
23,
64
Coimbra
(Santa
Cruz
de),
cf.
Santa
Cruz
de
Domingos
Domingues
–
71,
82,
86,
99
Coimbra.
Domingos
Eanes
–
21,
25,
65,
82,
113
Coina
–
49
Domingos
Eanes
Jardo
(D.)
–
53-‐55,
57,
64,
89
Coja
–
28
Domingos
Eanes
da
Maia
–
113,
115
Colaço
(Pedro),
cf.
Pedro
Colaço.
Domingos
Fernandes
–
125
Colares
–
60
Domingos
Martins
–
71,
88
Colos
–
110
Domingos
Pais
–
23
Constança
(D.)
–
16,
17,
54,
55,
73,
91,
96
Domingos
Peres
–
23,
90,
93,
94,
113,
115
Coria
(Diogo
de
Coria
Diogo
de
Coria.
Domingos
Vicente
–
29,
64
Correia
(Paio),
cf.
Paio
Correia.
Domingues
(Afonso),
cf.
Afonso
Domingues.
Correia
(Paio
Peres),
cf.
Paio
Peres
Correia.
Domingues
(António),
cf.
António
Domingues.
Correia
(Pero),
cf.
Pero
Correia.
Domingues
(Cristóvão),
cf.
Cristóvão
Domingues.
Costa
(Jorge
da),
cf.
Jorge
da
Costa.
Domingues
(Domingos),
cf.
Domingos
Domingues.
Covas
(São
João
de),
cf.
São
João
de
Covas.
Domingues
(Estêvão),
cf.
Estêvão
Domingues.
Crato
–
20
Domingues
(Francisco),
cf.
Francisco
Domingues.
Cristóvão
Domingues
–
90
Domingues
(Geraldo),
cf.
Geraldo
Domingues.
Cristóvão
Eanes
–
90
Domingues
(Gonçalo),
cf.
Gonçalo
Domingues.
Cunha
(Gil
Vasques
da),
cf.
Gil
Vasques
da
Cunha.
Domingues
(João),
cf.
João
Domingues.
Domingues
(Lourenço),
cf.
Lourenço
Domingues.
D
Domingues
(Luís),
cf.
Luís
Domingues.
Domingues
(Martim),
cf.
Martim
Domingues.
Dalaca
–
134-‐136
Domingues
(Martinho),
cf.
Martinho
Domingues.
Daniel
(Pedro),
cf.
Pedro
Daniel.
Domingues
(Miguel),
cf.
Miguel
Domingues.
Decretais
(Gocius
das),
cf.
Gocius
das
Decretais.
Domingues
(Nicolau),
cf.
Nicolau
Domingues.
Delfinado
–
159
Domingues
(Pedro),
cf.
Pedro
Domingues.
Dgedah
–
133,
134,
138
Domingues
(Rui),
cf.
Rui
Domingues.
Dias
(Álvaro),
cf.
Álvaro
Dias.
Domingues
(Simão),
cf.
Simão
Domingues.
Dias
(Fernão),
cf.
Fernão
Dias.
Domingues
(Tomás),
cf.
Tomás
Domingues.
Dias
(João),
cf.
João
Dias.
Domingues
(Vicente),
cf.
Vicente
Domingues.
Dias
(Lourenço),
cf.
Lourenço
Dias.
Dornelas
–
20
Dias
(Tristão),
cf.
Tristão
Dias.
Duarte
(D.),
infante
–
167
Dias
(Vicente),
cf.
Vicente
Dias.
Duarte
(D.),
rei
–
45,
60,
62
Dinis
(D.)
–
11-‐32,
43,
45,
47,
51-‐56,
61,
62,
64,
79,
Duarte
(D.),
senhor
–
167
80
Duarte
de
Melo
–
125,
127
Dinis
Eanes
–
90
Dulce
(D.)
–
32
Dinis
Fernandes
de
Melo
–
127
Durães
(Estêvão),
cf.
Estêvão
Durães.
Diogo
(João),
cf.
João
Diogo.
Durães
(Vicente),
cf.
Vicente
Durães.
Diogo
Álvares
–
71,
95,
149
Diogo
Cação
–
150
E
Diogo
de
Coria
–
68
Diogo
Eanes
–
92,
95
Eanes
(Afonso),
cf.
Afonso
Eanes.
Diogo
Fernandes
–
82,
149
Eanes
(Álvaro),
cf.
Álvaro
Eanes.
Diogo
Fernandes
de
Beja
–
125,
127
Eanes
(Cristóvão),
cf.
Cristóvão
Eanes.
Diogo
Gomes
–
150
Eanes
(Dinis),
cf.
Dinis
Eanes.
Diogo
Leitão
–
150
Eanes
(Diogo),
cf.
Diogo
Eanes.
Diogo
Lopes
–
150
178
por
João
Costa
e
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
179
FRAGMENTA
HISTORICA
Índice
Antroponímico
e
Toponímico
Fernão
Peres
–
31,
150
Gil
Eanes
–
75,
77,
88,
93
Fernão
Peres
da
Praça
–
149
Gil
Esteves
–
71,
91
Fernão
Remígio
–
78
Gil
Fernandes
–
98
Fernão
Rodrigues
Redondo
–
56,
86
Gil
Gonçalves
–
148
Fernão
Salvaterra
–
92
Gil
Lourenço
–
24,
66
Fernão
Sanches
–
16
Gil
Martins
–
66,
84
Fernão
de
Sequeira
–
150
Gil
Martins
Ratinho
–
149
Fernão
Vaz
–
148
Gil
Peres
–
20
Fernão
Vieira
–
148
Gil
Vasques
–
78
Ferreira
(Pedro),
cf.
Pedro
Ferreira.
Gil
Vasques
da
Cunha
–
95
Fidalgo
(João),
cf.
João
Fidalgo.
Gil
Velho
–
149
Fidalgo
(Manuel),
cf.
Manuel
Fidalgo.
Gilberto
(D.)
–
48
Figueiró
(João
de),
cf.
João
de
Figueiró.
Girão
(Afonso
Rodrigues),
cf.
Afonso
Rodrigues
Filipa
(D.)
–
70
Girão.
Filipe
(Vasco
Esteves),
cf.
Vasco
Esteves
Filipe.
Goa
–
122,
124,
126,
135
Filipe
Eanes
–
71
Gocius
das
Decretais
(Mestre)
–
82
Florim
(Álvaro),
cf.
Álvaro
Florim.
Godinho
(Lopo),
cf.
Lopo
Godinho.
França
–
154,
157-‐159,
171
Godinho
(Rui),
cf.
Rui
Godinho.
Francisco
de
Almeida
(D.)
–
123
Golegã
(Santa
Maria
da),
cf.
Santa
Maria
da
Francisco
de
Azevedo
–
81
Golegã.
Francisco
II
de
Bourbon
–
153
Gomes
(Afonso),
cf.
Afonso
Gomes.
Gomes
(Antão),
cf.
Antão
Gomes.
Francisco
Domingues
–
83,
99,
125
Gomes
(Diogo),
cf.
Diogo
Gomes.
Francisco
Eanes
–
19
Gomes
(Estêvão),
cf.
Estêvão
Gomes.
Francisco
Peres
–
68
Gomes
(Gonçalo),
cf.
Gonçalo
Gomes.
Freitas
(João
Vaz
de),
cf.
João
Vaz
de
Freitas.
Gomes
(João),
cf.
João
Gomes.
Freixianda
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Gomes
(Jorge),
cf.
Jorge
Gomes.
Freixianda.
Gomes
(Lourenço),
cf.
Lourenço
Gomes.
Freixianda
(São
João
de),
cf.
São
João
de
Gomes
(Pedro),
cf.
Pedro
Gomes.
Freixianda.
Gomes
(Rui),
cf.
Rui
Gomes.
Frielas
–
60
Gomes
Eanes
–
84,
149
Frielas
(São
Julião
de),
cf.
São
Julião
de
Frielas.
Gomes
Eanes
de
Zurara
–
44
Froião
(Afonso
Martins),
cf.
Afonso
Martins
Froião.
Gomes
Fernandes
–
19,
24,
125
Gomes
Lourenço
–
150
G
Gomes
Nogueira
–
75
Gomes
Pais
–
66
Gabriel
(Mollem),
cf.
Mollem
Gabriel.
Gomes
Peres
–
65
Galvão
(Rui),
cf.
Rui
Galvão.
Gomes
Ramires
(D.)
–
29
Gama
(Estêvão
da),
cf.
Estêvão
da
Gama.
Gonçalo
(Mestre)
–
68
Gama
(Vasco
da),
cf.
Vasco
da
Gama.
Gonçalo
Afonso
–
75,
94
Garcia
(Rui),
cf.
Rui
Garcia.
Gonçalo
de
Azurara
–
148
Garcia
de
Noronha
(D.)
–
126-‐129,
137
Gonçalo
Domingues
–
70,
94
Garcia
Peres
–
78
Gonçalo
Eanes
–
27,
67,
68,
75,
87,
92,
149
Garcia
de
Sousa
–
127,
129,
137
Gonçalo
Fernandes
–
24,
26,
67,
90
Génova
–
124
Gonçalo
Gomes
–
83
Geraldo
(D.)
–
27,
84,
93,
94
Gonçalo
Gomes
de
Azevedo
–
81
Geraldo
Domingues
–
86
Gonçalo
Gonçalves
do
Hospital
–
149
Gil
(Afonso),
cf.
Afonso
Gil.
Gonçalo
Lourenço
–
59,
97
Gil
(Álvaro),
cf.
Álvaro
Gil.
Gonçalo
Martins
–
74,
76,
94,
97
Gil
(Fernando),
cf.
Fernando
Gil.
Gonçalo
Mendes
–
150
Gil
(João),
cf.
João
Gil.
Gonçalo
Miguéis
–
91
Gil
(Mestre)
–
70
Gonçalo
do
Mirarte
–
91
Gil
(Vasco),
cf.
Vasco
Gil.
Gonçalo
Pereira
–
125
Gil
Afonso
–
148
Gonçalo
Peres
–
79
Gil
Álvares
–
71,
148
180
por
João
Costa
e
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
Gonçalo
Peres
Malafaia
–
59
João
(D.),
bispo
de
Tui
–
20,
26
Gonçalo
de
Refóios
–
149
João
(D.),
infante
–
15,
73
Gonçalo
Rodrigues
–
149
João
(D.),
infante
–
60,
77
Gonçalo
Vasques
de
Melo
–
59,
75,
90
João
(D.),
prior
–
29
Gonçalves
(Afonso),
cf.
Afonso
Gonçalves.
João
(Mestre)
–
24,
84,
96
Gonçalves
(Álvaro),
cf.
Álvaro
Gonçalves.
João
(Preste)
–
123,
132,
134,
137
Gonçalves
(António),
cf.
António
Gonçalves.
João
de
Aboim
(D.)
–
56,
74
Gonçalves
(Bartolomeu),
cf.
Bartolomeu
João
Afonso
–
66,
83,
84,
87,
91
Gonçalves.
João
Afonso
de
Azambuja
(D.)
–
58,
59
Gonçalves
(Fernando),
cf.
Fernando
Gonçalves.
João
Afonso
de
Brito
(D.)
–
74
Gonçalves
(Fernão),
cf.
Fernão
Gonçalves.
João
Aires
–
78
Gonçalves
(Gil),
cf.
Gil
Gonçalves.
João
de
Alprão
–
26
Gonçalves
(João),
cf.
João
Gonçalves.
João
Álvares
–
79,
87
Gonçalves
(Lopo),
cf.
Lopo
Gonçalves.
João
André
–
25
Gonçalves
(Luís),
cf.
Luís
Gonçalves.
João
Aparício
–
92
Gonçalves
(Martim),
cf.
Martim
Gonçalves.
João
Arias
–
78
Gonçalves
(Pedro),
cf.
Pedro
Gonçalves.
João
de
Ataíde
–
125,
127
Gonçalves
(Rui),
cf.
Rui
Gonçalves.
João
de
Basto
–
150
Gregório
IX
–
49
João
Dias
–
71,
72
Guarda
–
17-‐19,
50,
58
João
Dias
da
Rigueira
–
150
Guiana
–
158
João
Diogo
–
80
Guimarães
(São
Mateus
de),
cf.
São
Mateus
de
João
Domingues
–
23,
27,
32,
64,
125
Guimarães.
João
Eanes
–
69,
72,
80,
90,
92-‐95
Guiné
–
154,
156
João
de
Eça
(D.)
–
125,
127
João
Escaz,
cf.
João
Osores.
H
João
Esteves
–
69,
72,
74,
81,
113
João
Esteves
de
Azambuja
(D.)
–
71
Henrique
Homem
–
127,
129
João
Facomelo
–
84
Homem
(Henrique),
cf.
Henrique
Homem.
João
Fernandes
–
74,
89,
125
Honório
III
–
49
João
Fernandes
(D.)
–
32
Hospital
(Gonçalo
Gonçalves
do),
cf.
Gonçalo
João
Fernandes
Pacheco
–
59
Gonçalves
do
Hospital.
João
Fidalgo
–
126,
127
Hujufu
–
132,
137
João
de
Figueiró
–
127
João
Gil
–
72
I
João
Gomes
–
125,
127,
134,
135
João
Gonçalves
–
68,
71,
75,
77,
78,
80,
97
Índia
–
123,
154-‐157,
167
João
das
Leis
(Mestre)
–
66,
73
Infante
(Nuno),
cf.
Nuno
Infante.
João
de
Lima
(D.)
–
125,
127
Isabel
(D.)
–
164
João
Lourenço
–
87,
125
Isabel
de
Aragão
(D.)
–
16,
52-‐53,
69,
79-‐80
João
Lourosa
–
66
Izeda,
igreja
–
20
João
Luís
–
135
João
Martins
–
20,
66,
91,
95
J
João
Martins
de
Soalhães
(D.)
–
19,
23,
24,
43,
54-‐
56,
64,
74,
79,
82,
83,
85,
88,
92,
97,
99
Jácome
(Luís),
cf.
Luís
Jácome.
João
Matela
–
148
Jaime
(D.)
–
76
João
Mateus
–
64,
75
Jaime
de
Aragão
(D.)
–
14
João
Mendes
–
26,
27,
149
Jardo
(Domingos
Eanes),
cf.
Domingos
Eanes
Jardo.
João
Miguéis
–
27,
69,
70
Jerónimo
de
Sousa
–
127
João
Moniz
–
52
Jerusalém
–
122
João
Nunes
–
65,
76
João
I
(D.)
–
45,
58,
61,
62,
111,
112
João
Osores
(D.)
–
31
João
II
(D.)
–
62,
70,
74,
148
João
Peres
–
19,
78,
86,
91
João
–
80
João
Peres
(D.)
–
32
João
(D.)
–
82
João
Peres
Alprão
–
86
181
FRAGMENTA
HISTORICA
Índice
Antroponímico
e
Toponímico
182
por
João
Costa
e
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
Loulé
(São
Clemente
de
Loulé
São
Clemente
de
Maia
(Domingos
Eanes
da),
cf.
Domingos
Eanes
da
Loulé.
Maia.
Louredo
(Martim),
cf.
Martim
Louredo.
Maia
(Martinho
da),
cf.
Martinho
da
Maia.
Louredo
(Martim
Peres),
cf.
Martim
Peres
Louredo.
Maine
–
157
Lourenço
(Egas),
cf.
Egas
Lourenço.
Malaca
–
131
Lourenço
(Estêvão),
cf.
Estêvão
Lourenço.
Malafaia
(Gonçalo
Peres),
cf.
Gonçalo
Peres
Lourenço
(Fernão),
cf.
Fernão
Lourenço.
Malafaia.
Lourenço
(Gil),
cf.
Gil
Lourenço.
Mamora
–
136
Lourenço
(Gomes),
cf.
Gomes
Lourenço.
Manuel
I
(D.)
–
46,
122,
126,
131,
136-‐138
Lourenço
(Gonçalo),
cf.
Gonçalo
Lourenço.
Manuel
Álvares
–
125
Lourenço
(João),
cf.
João
Lourenço.
Manuel
Eanes
–
24,
25,
72,
91,
99
Lourenço
(Martim),
cf.
Martim
Lourenço.
Manuel
Fidalgo
–
127
Lourenço
(Martinho),
cf.
Martinho
Lourenço.
Manuel
de
Lacerda
–
125,
127,
132
Lourenço
(Mateus),
cf.
Mateus
Lourenço.
Mar
Roxo,
cf.
Mar
Vermelho.
Lourenço
(Vasco),
cf.
Vasco
Lourenço.
Mar
Vermelho
–
122-‐138
Lourenço
Afonso
(D.)
–
88
Marachique
–
69
Lourenço
Dias
–
94
Marçom
Eanes
–
23
Lourenço
Domingues
–
22
Maria
Eanes
–
56,
74
Lourenço
Eanes
–
84
Maria
Esteves
–
54,
63
Lourenço
Egas
–
67
Maria
Lima
(D.)
–
74
Lourenço
Gomes
–
68
Marinha
Afonso
–
56,
86
Lourenço
Martins
–
71,
78,
93,
150
Marreiro
(Álvaro),
cf.
Álvaro
Marreiro.
Lourenço
Peres
–
19,
24,
77,
99
Marrocos
–
131,
155
Lourenço
Rodrigues
–
73
Martim
Afonso
–
70,
91
Lourenço
Vasques
–
87
Martim
Aule
–
75
Lourenço
Vicente
–
113
Martim
Domingues
–
86
Loures
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Loures.
Martim
Eanes
–
67,
75,
84,
85,
96
Lourinhã
(Santa
Maria
da),
cf.
Santa
Maria
da
Martim
Esteves
–
67
Lourinhã.
Martim
Fernandes
–
93,
149
Lourosa
(João),
cf.
João
Lourosa.
Martim
Gonçalves
–
69,
80
Lourosa,
couto
–
17,
28,
29
Martim
Louredo
–
75
Luia
–
133
Martim
Lourenço
–
26
Luís
(João),
cf.
João
Luís.
Martim
Peres
–
82,
98
Luís
(Pedro),
cf.
Pedro
Luís.
Martim
Peres
Louredo
–
90
Luís
Afonso
–
80
Martim
Peres
Monção
–
14
Luís
André
–
125
Martim
Peres
Vieira
–
149
Luís
Botelho
–
149
Martim
da
Silva
–
75
Luís
Domingues
–
113
Martim
Vasques
–
5
Luís
Eanes
–
80,
92,
149
Martim
Vaz
–
150
Luís
Gonçalves
–
78,
84
Martim
Vaz
Santoja
–
81
Luís
Jácome
–
149,
150
Martinho
(Fr.)
–
65
Luís
Martins
–
67
Martinho
(Mestre)
–
89
Luís
Mendes
–
148
Martinho
Afonso
da
Charneca
(D.)
–
58,
68
Luís
de
Orta
–
149
Martinho
Domingues
–
93
Luís
Peres
–
73
Martinho
Lourenço
–
26,
83
Lumiar
(São
João
do),
cf.
São
João
do
Lumiar.
Martinho
da
Maia
–
93
Martinho
Martins
–
85
M
Martinho
Peres
–
83,
98
Martinho
Pires
de
Oliveira
(D.)
–
20,
21,
25,
32
Macedo
(Jorge
de),
cf.
Jorge
de
Macedo.
Martinho
Rodrigues
(D.)
–
32
Maçuá
–
132,
135,
137
Martins
(Mestre)
–
76
Madeira,
ilhas
–
154,
162,
165,
166,
170,
171
Martins
(Afonso),
cf.
Afonso
Martins.
Mafra
–
17,
29,
74
Martins
(Aires),
cf.
Aires
Martins.
Mafra
(Santo
André
de),
cf.
Santo
André
de
Mafra.
Martins
(António),
cf.
António
Martins.
183
FRAGMENTA
HISTORICA
Índice
Antroponímico
e
Toponímico
184
por
João
Costa
e
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
185
FRAGMENTA
HISTORICA
Índice
Antroponímico
e
Toponímico
186
por
João
Costa
e
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
Rui
Domingues
–
76,
77,
87,
89,
96
Santa
Maria
de
Belas,
igreja
–
59
Rui
Eanes
–
66
Santa
Maria
de
Belém
–
155,
157
Rui
Galvão
–
125,
127
Santa
Maria
de
Bucelas,
igreja
–
59,
60,
75,
90
Rui
Garcia
–
76,
148
Santa
Maria
do
Cartaxo,
igreja
–
88
Rui
Godinho
–
148
Santa
Maria
de
Cheleiros,
igreja
–
58,
59,
75,
90
Rui
Gomes
–
149
Santa
Maria
de
Freixianda,
igreja
–
93
Rui
Gonçalves
–
126,
127
Santa
Maria
da
Golegã,
igreja
–
51,
87,
88
Rui
Lopes
–
150
Santa
Maria
de
Loures,
igreja
–
50
Rui
Vasques
Ribeiro
–
74
Santa
Maria
da
Lourinhã,
igreja
–
52,
54,
89,
90
Santa
Maria
de
Marvila,
igreja
–
50,
149
S
Santa
Maria
de
Milreu,
igreja
–
19
Santa
Maria
de
Monte
Agraço,
igreja
–
50,
51
Sacavém
–
60
Santa
Maria
de
Moura,
igreja
–
27
Sacavém
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Santa
Maria
de
Óbidos,
igreja
–
51,
78
Sacavém.
Santa
Maria
de
Ourém,
igreja
–
93
Saint-‐Poul
–
159
Santa
Maria
de
Penacova,
igreja
–
20
Sairrado
(Pedro),
cf.
Pedro
Sairrado.
Santa
Maria
de
Pernes,
igreja
–
88
Salentes
(Diogo),
cf.
Diogo
Salentes.
Santa
Maria
de
Porto
de
Mós,
igreja
–
51
Salgado
(Pedro),
cf.
Pedro
Salgado.
Santa
Maria
de
Povos,
igreja
–
58,
68-‐70,
82,
84,
Salvado
(Julião),
cf.
Julião
Salvado.
87,
89,
97,
98
Salvaterra
(Fernão),
cf.
Fernão
Salvaterra.
Santa
Maria
da
Ribeira,
igreja
–
20,
149
Salvaterra
de
Magos
–
92
Santa
Maria
de
Sacavém,
igreja
–
54,
73,
90,
91,
96
Salvaterra
de
Magos
(São
Paulo
de),
cf.
São
Paulo
Santa
Maria
de
Serpa,
igreja
–
27
de
Salvaterra
de
Magos.
Santa
Maria
de
Sintra,
igreja
–
73
Salzedas
–
17,
27
Santa
Maria
de
Torres
Novas,
igreja
–
94
Sampaio
(Lopo
Vaz
de),
cf.
Lopo
Vaz
de
Sampaio.
Santa
Maria
de
Torres
Vedras,
igreja
–
75
Sanches
(Afonso),
cf.
Afonso
Sanches.
Santa
Maria
de
Triana
de
Alenquer,
igreja
–
78
Sanches
(Fernão),
cf.
Fernão
Sanches.
Santa
Maria
de
Valada,
igreja
–
66
Sanches
(João),
cf.
João
Sanches.
Santa
Maria
de
Vale
Benfeito,
igreja
–
22
Sanches
(Pedro),
cf.
Pedro
Sanches.
Santa
Maria
da
Várzea
de
Alenquer,
igreja
–
77
Sancho
I
(D.)
–
17,
18,
32
Santa
Maria
de
Ventosa,
igreja
–
98
Sancho
II
(D.)
–
17,
18,
27-‐29,
49,
50,
62,
64
Santa
Maria
de
Vila
Verde
dos
Francos,
igreja
–
59,
Santa
Comba
–
17,
29
96,
97
Santa
Cristina
de
Cervis
(?),
igreja
–
19
Santa
Maria
das
Virtudes,
igreja
–
60,
87
Santa
Cruz
do
Castelo
de
Lisboa,
igreja
–
50,
64
Santa
Maria
Madalena
de
Lisboa,
igreja
–
68-‐70,
Santa
Cruz
de
Coimbra,
mosteiro
–
12,
29,
32,
48,
82,
87,
98
79
Santa
Marinha
do
Outeiro
de
Lisboa,
igreja
–
52,
Santa
Cruz
de
Santarém,
igreja
–
56,
82,
83,
85,
88
54,
69
Santa
Iria
da
Azóia,
igreja
–
54
Santarém
–
18,
27,
29,
30,
43,
48,
50,
52,
55-‐57,
Santa
Iria
de
Santarém,
igreja
–
52,
56,
82,
83,
85,
146-‐151,
155
88
Santarém
(Santa
Cruz
de),
cf.
Santa
Cruz
de
Santa
Justa
de
Lisboa,
igreja
–
61,
66
Santarém.
Santa
Maria
–
65
Santarém
(Santa
Iria
de),
cf.
Santa
Iria
de
Santa
Maria
de
Abitureiras,
igreja
–
97
Santarém.
Santa
Maria
de
Alcáçova
de
Santarém,
igreja
–
52,
Santarém
(Santa
Maria
de
Alcáçova
de),
cf.
Santa
58,
82-‐84,
89,
97,
149
Maria
de
Alcáçova
de
Santarém.
Santa
Maria
de
Alcamim,
igreja
–
67,
68
Santarém
(Santo
Estêvão
de),
cf.
Santo
Estêvão
de
Santa
Maria
de
Alcanede,
igreja
–
55,
88,
89
Santarém.
Santa
Maria
de
Almonda,
igreja
–
98,
99
Santarém
(São
Bartolomeu
de),
cf.
São
Bartolomeu
Santa
Maria
de
Alpedriz,
igreja
–
91,
92
de
Santarém.
Santa
Maria
de
Asseiceira,
igreja
–
99
Santarém
(São
Francisco
de),
cf.
São
Francisco
de
Santa
Maria
de
Atalaia,
igreja
–
98
Santarém.
Santa
Maria
de
Aveiras,
igreja
–
52,
60,
87
Santarém
(São
João
do
Alfange
de),
cf.
São
João
do
Santa
Maria
de
Azambuja,
igreja
–
96
Alfange
de
Santarém.
187
FRAGMENTA
HISTORICA
Índice
Antroponímico
e
Toponímico
Santarém
(São
Julião
de),
cf.
São
Julião
de
São
João
de
Moura,
igreja
–
27
Santarém.
São
João
de
Óbidos,
igreja
–
51
Santarém
(São
Lourenço
de),
cf.
São
Lourenço
de
São
João
de
Ourém,
igreja
–
92,
93
Santarém.
São
João
de
Pernes,
igreja
–
56,
82,
83,
85,
88
Santarém
(São
Martinho
de),
cf.
São
Martinho
de
São
João
da
Praça
de
Lisboa,
igreja
–
56,
57,
64,
65
Santarém.
São
João
de
Rio
Frio,
igreja
–
26
Santarém
(São
Mateus
de),
cf.
São
Mateus
de
São
João
de
Trabaceiro,
igreja
–
20
Santarém.
São
João
de
Valada,
igreja
–
64,
65
Santarém
(São
Nicolau
de),
cf.
São
Nicolau
de
São
João
Baptista
de
Rio
Maior,
igreja
–
60
Santarém.
São
João
Evangelista
–
72
Santarém
(São
Pedro
de),
cf.
São
Pedro
de
São
João
Evangelista
de
Xabregas,
convento
–
60,
Santarém.
74
Santarém
(São
Salvador
de),
cf.
São
Salvador
de
São
Jorge
de
Lisboa,
igreja
–
64,
65
Santarém.
São
Jorge
da
Mina
–
42,
154
Santarém
(Soeiro
Pais
de),
cf.
Soeiro
Pais
de
São
Julião
de
Frielas,
igreja
–
53,
54,
73,
91,
96
Santarém.
São
Julião
de
Lisboa,
igreja
–
55,
65,
76
Santiago
de
Alenquer,
igreja
–
55,
66,
71,
78,
79,
São
Julião
de
Santarém,
igreja
–
53,
77,
149
85,
98
São
Leonardo
de
Atouguia,
igreja
–
58,
60,
84,
89,
Santiago
de
Lisboa,
igreja
e
colegiada
–
53,
54,
58,
97
71,
72
São
Lourenço
de
Aldeia
Galega,
igreja
–
77
Santiago
de
Óbidos,
igreja
–
80
São
Lourenço
de
Lisboa,
igreja
–
41,
56,
57,
66
Santiago
de
Ourém,
igreja
–
93
São
Lourenço
de
Santarém,
igreja
–
55,
79,
85,
149
Santiago
de
Torres
Novas,
igreja
–
94,
95,
98
São
Mamede
de
Lisboa,
igreja
–
66,
67
Santiago
de
Torres
Vedras,
igreja
–
51,
55,
56,
61,
São
Martinho
de
Bornes,
igreja
–
20
65,
76,
81
São
Martinho
de
Lisboa,
igreja
–
68-‐70,
82,
87,
98
Santo
André
de
Lisboa,
igreja
–
54,
63
São
Martinho
de
Santarém,
igreja
–
56,
82,
83,
85,
Santo
André
de
Mafra,
igreja
–
56,
74
88,
149
Santo
António
de
Enxara,
igreja
–
50
São
Martinho
de
Sintra,
igreja
–
50,
51
Santo
Elói,
hospital
–
64
São
Mateus
–
72
Santo
Emitério,
abade
–
27
São
Mateus
de
Guimarães,
igreja
–
19
Santo
Estêvão
de
Alenquer,
igreja
–
53,
77
São
Mateus
de
Santarém,
igreja
–
85
Santo
Estêvão
de
Alfama,
igreja
e
colegiada
–
43,
São
Miguel
de
Armamar,
igreja
–
19
54,
55,
64,
65
São
Miguel
de
Caldas,
abade
–
23
Santo
Estêvão
de
Santarém,
igreja
–
68-‐70,
82,
87,
São
Miguel
de
Lisboa,
igreja
–
69
98,
149
São
Miguel
de
Sintra,
igreja
–
56,
60,
74
Santo
Ildefonso
de
Montargil,
igreja
–
99
São
Miguel
de
Torres
Vedras,
igreja
–
61,
76
Santoja
(Martim
Vaz),
cf.
Martim
Vaz
Santoja.
São
Miguel
de
Vilarinho,
igreja
–
98,
99
Santos,
mosteiro
–
60,
87
São
Nicolau
de
Carrazede,
igreja
–
20
São
Bartolomeu
de
Lisboa,
igreja
e
colegiada
–
53,
São
Nicolau
de
Lisboa,
igreja
–
58,
68-‐70,
82,
87,
98
55,
57,
63,
64
São
Nicolau
de
Santarém,
igreja
–
56,
86,
148
São
Bartolomeu
da
Ota,
igreja
–
61,
79,
81
São
Paulo
de
Salvaterra
de
Magos,
igreja
–
55,
60,
São
Bartolomeu
de
Santarém,
igreja
–
56,
76,
81
92
São
Cibrão
–
162
São
Pedro
de
Alenquer,
igreja
–
60,
78
São
Cibrão
de
Aveleda,
igreja
–
20
São
Pedro
de
Elvas,
igreja
–
25
São
Clemente
de
Loulé,
igreja
–
69
São
Pedro
de
Lisboa,
igreja
–
70,
71
São
Cristóvão
de
Lisboa,
igreja
–
58,
67,
68
São
Pedro
de
Óbidos,
igreja
–
79,
80
São
Francisco
de
Santarém,
convento
–
150
São
Pedro
de
Ourém,
igreja
–
93
São
João
de
Alcanede,
igreja
–
88
São
Pedro
de
Porto
de
Mós,
igreja
–
81
São
João
do
Alfange
de
Santarém,
igreja
–
84,
85
São
Pedro
de
Santarém,
igreja
–
86
São
João
do
Cartaxo,
igreja
–
60,
87
São
Pedro
de
Segadães,
igreja
–
26
São
João
de
Covas,
igreja
–
20
São
Pedro
de
Sintra,
igreja
–
50
São
João
de
Freixianda,
igreja
–
94
São
Pedro
de
Torres
Novas,
igreja
–
95
São
João
do
Lumiar,
igreja
–
51,
53,
72,
73
São
Pedro
de
Torres
Vedras,
igreja
–
52,
76
São
João
do
Mocharro,
igreja
–
50
São
Salvador
de
Elvas,
igreja
–
24
188
por
João
Costa
e
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
São
Salvador
de
Lisboa,
igreja
e
colegiada
–
59,
71
Soeiro
Miguéis
–
86
São
Salvador
da
Pena,
igreja
–
20,
79
Soeiro
Pais
–
69
São
Salvador
de
Santarém,
igreja
–
68-‐70,
82,
86,
Soeiro
Pais
de
Santarém
–
30
87,
148
Soeiro
Soares
–
32
São
Salvador
de
Serpa,
igreja
–
27
Soeiro
Viegas
(D.)
–
50
São
Salvador
de
Torres
Novas,
igreja
–
95
Soure
(João
de),
cf.
João
de
Soure.
São
Silvestre
de
Unhos,
igreja
–
54,
73,
91,
95,
96
Sousa
(Garcia
de),
cf.
Garcia
de
Sousa.
São
Simão
de
Montesinhos,
igreja
–
23
Sousa
(Jerónimo
de),
cf.
Jerónimo
de
Sousa.
São
Vicente
–
65,
79
Sousa
(João
de),
cf.
João
de
Sousa.
São
Vicente
de
Fora,
mosteiro
–
48,
66
Suez
–
132,
136
Saragoça
–
15
Sulimão
Paxa
–
123
Savoie
(Claude
de),
cf.
Claude
de
Savoie.
T
Savoie
(Louise
de),
cf.
Louise
de
Savoie.
Savoie
(René
de),
cf.
René
de
Savoie.
Tagarro
–
82,
83
Sebastião
Álvares
–
149
Tagilde
–
23
Sebastião
de
Morais
–
167
Talmont
–
158
Segadães
(São
Pedro
de),
cf.
São
Pedro
de
Tavarede
–
29,
32
Segadães.
Tavares
(Diogo),
cf.
Diogo
Tavares.
Seia
(Pedro
de
Seia
Pedro
de
Seia.
Teixeira
(Álvaro),
cf.
Álvaro
Teixeira.
Sequeira
(Fernão
de),
cf.
Fernão
de
Sequeira.
Tejo
–
48
Sequeira
(João
de),
cf.
João
de
Sequeira.
Telo
(D.)
–
21,
22
Serpa
–
42-‐43
Tenreiro
(Vasco),
cf.
Vasco
Tenreiro.
Serpa
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Serpa.
Tentureiro
(Vasco),
cf.
Vasco
Tentureiro.
Serpa
(São
Salvador
de),
cf.
São
Salvador
de
Serpa.
Tiago
Eanes
–
82
Serrão
(João),
cf.
João
Serrão.
Tibúrcio
(D.)
–
28
Sesimbra
–
50,
52
Tinoco
(Nuno
Fernandes),
cf.
Nuno
Fernandes
Setúbal
–
52
Tinoco.
Silva
(Aires
da),
cf.
Aires
da
Silva.
Todos
os
Santos
de
Lisboa,
igreja
–
66
Silva
(Lopo
da),
cf.
Lopo
da
Silva.
Tomar
–
30,
155
Silva
(Martim
da),
cf.
Martim
da
Silva.
Tomás
(Mestre)
–
88
Silva
(Pedro
da),
cf.
Pedro
da
Silva.
Tomás
de
Aquino
–
5
Silveira
(Aires
da),
cf.
Aires
da
Silveira.
Tomás
Domingues
–
83,
90,
95
Silveira
(João
da),
cf.
João
da
Silveira.
Tomé
(Fr.)
–
89
Silveira
(Jorge
da),
cf.
Jorge
da
Silveira.
Tomé
(Mestre)
–
65,
79
Silves
–
18
Tonneville
–
158
Silvestre
Peres
–
82
Torres
Novas
–
30,
52,
56,
76,
80,
94
Simão
de
Andrade
–
125,
127,
132
Torres
Novas
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Simão
Domingues
–
70
Torres
Novas.
Simão
Velho
–
125,
127,
132
Torres
Novas
(Santiago
de),
cf.
Santiago
de
Torres
Sintra
–
46,
48,
49,
72,
79,
80
Novas.
Sintra
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Sintra.
Torres
Novas
(São
Pedro
de),
cf.
São
Pedro
de
Sintra
(São
Martinho
de),
cf.
São
Martinho
de
Torres
Novas.
Sintra.
Torres
Novas
(São
Salvador
de),
cf.
São
Salvador
de
Sintra
(São
Miguel
de),
cf.
São
Miguel
de
Sintra.
Torres
Novas.
Sintra
(São
Pedro
de),
cf.
São
Pedro
de
Sintra.
Torres
Vedras
–
52,
55,
56,
76,
80,
93
Soalhães
(João
Martins
de),
cf.
João
Martins
de
Torres
Vedras
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Soalhães.
Torres
Vedras.
Soares
(Pedro),
cf.
Pedro
Soares.
Torres
Vedras
(Santiago
de),
cf.
Santiago
de
Torres
Soares
(Rodrigo),
cf.
Rodrigo
Soares.
Vedras.
Soares
(Soeiro),
cf.
Soeiro
Soares.
Torres
Vedras
(São
Miguel
de),
cf.
São
Miguel
de
Soares
(Vicente),
cf.
Vicente
Soares.
Torres
Vedras.
Socotorá
–
124,
126
Torres
Vedras
(São
Pedro
de),
cf.
São
Pedro
de
Soeiro
(D.)
–
32
Torres
Vedras.
189
FRAGMENTA
HISTORICA
Índice
Antroponímico
e
Toponímico
Trabaceiro
(São
João
de),
cf.
São
João
de
Vaz
(Fernão),
cf.
Fernão
Vaz.
Trabaceiro.
Vaz
(Martim),
cf.
Martim
Vaz.
Trancoso
–
32
Velho
(Gil),
cf.
Gil
Velho.
Tras
Aceiro
(?),
igreja
–
20
Velho
(Simão),
cf.
Simão
Velho.
Trás-‐os-‐Montes
–
162,
165,
170
Vendôme
–
157,
159
Trémouille
–
158
Veneza
–
124,
130,
136
Tristão
de
Miranda
–
127
Ventosa
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Tristão
Dias
–
149
Ventosa.
Tui
–
18,
26
Vera
Cruz
–
135
Vermuiz
(Pedro),
cf.
Pedro
Vermuiz.
U
Viana
do
Alentejo
–
66
Vicente
(Afonso),
cf.
Afonso
Vicente.
Ulme
–
64,
65
Vicente
(Domingos),
cf.
Domingos
Vicente.
Unhos
–
60
Vicente
(Estêvão),
cf.
Estêvão
Vicente.
Unhos
(São
Silvestre
de),
cf.
São
Silvestre
de
Vicente
(João),
cf.
João
Vicente.
Unhos.
Vicente
(Lourenço),
cf.
Lourenço
Vicente.
Urraca
Pais
(D.)
–
77
Vicente
(Pedro),
cf.
Pedro
Vicente.
Vicente
Dias
–
91
V
Vicente
Domingues
–
77
Vicente
Durães
–
67
Valada
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Vicente
Eanes
–
93,
94
Valada.
Vicente
Martins
–
63
Valada
(São
João
de),
cf.
São
João
de
Valada.
Vicente
Pais
–
67
Vale
(Vasco
do),
cf.
Vasco
do
Vale.
Vicente
Peres
–
66
Vale
Benfeito
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Maria
de
Vicente
Soares
–
71
Vale
Benfeito.
Viegas
(Soeiro),
cf.
Soeiro
Viegas.
Vale
de
Zebro
–
155
Vieira
(Fernão),
cf.
Fernão
Vieira.
Vasco
Afonso
–
67,
96
Vieira
(Martim
Peres),
cf.
Martim
Peres
Vieira.
Vasco
Esteves
Filipe
–
57
Vila
Corça
–
26
Vasco
da
Gama
–
122
Vila
Verde
dos
Francos
(Santa
Maria
de),
cf.
Santa
Vasco
Gil
–
149
Maria
de
Vila
Verde
dos
Francos.
Vasco
Leitão
–
150
Vilarinho
–
20
Vasco
Lourenço
–
92,
94,
150
Vilarinho
(São
Miguel
de),
cf.
São
Miguel
de
Vasco
Martins
–
74,
80
Vilarinho.
Vasco
Martins
(D.)
–
47
Virtudes
(Santa
Maria
das),
cf.
Santa
Maria
das
Vasco
Martins
da
Ribeira
–
76
Virtudes.
Vasco
Miguéis
–
70
Viseu
–
17,
18,
66,
75
Vasco
Rodrigues
–
71
Vivas
(Miguel),
cf.
Miguel
Vivas.
Vasco
Tenreiro
–
95
Viviano
de
Acromonte
–
68
Vasco
Tentureiro
–
95
Vasco
do
Vale
–
150
X
Vasques
(Airas),
cf.
Airas
Vasques.
Vasques
(Álvaro),
cf.
Álvaro
Vasques.
Xabregas
(São
João
Evangelista
de),
cf.
São
João
Vasques
(Bartolomeu),
cf.
Bartolomeu
Vasques.
Evangelista
de
Xabregas.
Vasques
(Gil),
cf.
Gil
Vasques.
Vasques
(João),
cf.
João
Vasques.
Z
Vasques
(Lopo),
cf.
Lopo
Vasques.
Vasques
(Lourenço),
cf.
Lourenço
Vasques.
Zebelçocor,
ilha
–
133
Vasques
(Martim),
cf.
Martim
Vasques.
Zeila
–
133,
135,
136
Vasques
(Pedro),
cf.
Pedro
Vasques.
Zurara
(Gomes
Eanes
de),
cf.
Gomes
Eanes
de
Vaz
(Álvaro),
cf.
Álvaro
Vaz.
Zurara.
Vaz
(Diogo),
cf.
Diogo
Vaz.
190
por
João
Costa
e
Pedro
Pinto
FRAGMENTA
HISTORICA
191
FRAGMENTA
HISTORICA
Índice
Antroponímico
e
Toponímico
192