Vertigem Cervicogênica: Considerações Sobre o Diagnóstico Funcional e A Fisioterapia Labiríntica
Vertigem Cervicogênica: Considerações Sobre o Diagnóstico Funcional e A Fisioterapia Labiríntica
Vertigem Cervicogênica: Considerações Sobre o Diagnóstico Funcional e A Fisioterapia Labiríntica
a Fisioterapia Labiríntica
André Luís Santos Silva*, Marco Antônio Guimarães da Silva**, João Santos
Pereira***
Resumo
Although some peolple in the medical community accept the premise that the vertigo
complaint can present the cervical region as generating source of the symptoms, exists
other causes to justify the phenomenon. A myriad of problems, that are not the cervical
disfunction, can cause symptoms of dizziness and disequilibrium, as the peripheral
vestibular patology, drug interactions, orthostatic hypotension, transitory ischemic attacks,
migraine and panic syndrome, for example. The aim of this work is to revise the anatomic
and physiological findings of the cervicogenic vertigo, to present the arguments practised in
literature and to debate on available the diagnostic and therapeutical possibilities, under the
optics of the labyrinthine physical therapy. In accordance with the carried through
qualitative revision, the obtained data suggest that the determination of etiologic and
functional diagnosis on the cervicogenic vertigo does not possess endorsement of definitive
and unequivocal clinical test.
Introdução
Em Fisioterapia, uma das queixas mais comuns é a tontura. Ganança et al (1999), citam que
aproximadamente 85% das tonturas são causadas por disfunção do sistema vestibular
periférico (labirinto e/ou nervo vestíbulo –coclear) ou central (núcleos e vias no sistema
nervoso central – SNC) e ambas podem ou não estar relacionadas com distúrbios em outras
partes do corpo. A vertigem é o sintoma mais comum do mundo, sendo a terceira queixa
mais freqüente [3]. Acomete mais de 33% das pessoas em alguma época de suas vidas; a
sétima queixa mais encontrada nas mulheres, afligindo 61% dessas com mais de 70 anos;
presente em 50% a 60% dos idosos que vivem em suas casas ou 81% a 91% dos idosos
atendidos em ambulatórios geriátricos [3,5,6].
Como tontura, entende-se uma queixa não segura do paciente (não há uma ilusão clara de
movimento) e está geralmente relacionada a alterações da microcirculação cerebral.
Sensação desagradável de relação perturbada com os objetos circundantes no espaço; difere
da vertigem pelo fato de não haver nenhuma vivência de que o paciente ou o mundo
externo estejam em movimento [4,5,6,7,13,14].
1) Sistema vestibular (tanto periférico: labirinto e nervo VII como centrais: os 4 núcleos
vestibulares situados no bulbo e suas conexões).
2) Sistema visual
3) Cerebelo
4) Cordão Posterior da medula
5) Fascículo Longitudinal Medial (fibras que comunicam os núcleos vestibulares com
alguns dos núcleos dos pares cranianos motores e com a formação reticular)
Três situações, todas elas não completamente destituídas de controvérsia, têm sido
consideradas como podendo determinar a vertigem cervicogênica [2,7,12].
Argumentos para Insuficiência Vértebro-basilar:
A insuficiência vértebro-basilar (IVB), por compressão das artérias vertebrais devido aos
osteófitos osteoartríticos ou por instabilidade atlanto-occiptal, se encontra como uma das
três possíveis causas de vertigem cervicogênica [1,2,12]. Durante um movimento de
rotação e extensão da cabeça ou uma manipulação da coluna cervical, as artérias vertebrais
podem ser comprimidas. Em indivíduos normais, as artérias carótidas fornecem uma
circulação colateral suficiente para evitar os sintomas. Na vigência de doença
aterosclerótica, a circulação cérebro-vascular pode ser comprometida até que a compressão
das artérias vertebrais provoque uma IVB [4]. A IVB inicia repentinamente, curta duração,
e pode vir isolada ou acompanhada de náusea e vômito. Quando associada à cefaléia, pode
estar relacionada a vasoespasmos transitórios do sistema vértebro-basilar [4,7]. Geralmente
vem associada a sintomas de alucinações visuais, queda, fraqueza, defeitos no campo
visual, diplopia e cefaléias, que representam isquemia em outras áreas supridas pelo
território posterior [7]. Para se testar a IVB (Teste da compressão da artéria vertebral),
deve-se posicionar o paciente em decúbito dorsal e realizar uma rotação com extensão
cervical (Posição de Rosé) [5,7,16]. Deve-se observar que a posição é a mesma da manobra
de Dix-Hallpike, usada para avaliar a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) [20].
O breve episódio de vertigem (menor que 01 minuto), com nistagmo vertical e rotacional
combinado e associado ao movimento da manobra, são mais provavelmente devido à VPPB
do que à IVB. Para diferenciá-las e isolar uma atribuição à IVB, basta fazer com que o
paciente sentado, flexione o tronco para a frente – ao nível do quadril – e ao mesmo tempo
estenda e gire o pescoço. Assim, o paciente ficará na mesma posição da cabeça como no
teste anterior, no entanto a cabeça permanecerá na vertical. Esta posição previne que os
sintomas da VPPB ocorram, em virtude da gravidade [3,7,12,14,17].
Discussão
Embora a queixa de vertigem possa apresentar a região cervical como fonte geradora dos
sintomas, existem outras causas para justificar o fenômeno [3,7], uma miríade de
problemas, que não sejam as disfunções cervicais, podem causar sintomas de tontura e
desequilíbrio [7,12,13,16,18,21]. Nesse sentido, o diagnóstico deve ser baseado nos sinais e
sintomas individuais e, também, na ausência de causas otoneurológicas [2,5,7,11]. Na
suposição de vertigem cervicogênica, uma avaliação pormenorizada do quadrante superior
deve ser realizada, com análise da amplitude de movimento ativa e passiva, palpação, força,
sensibilidade, reflexos e testes segmentares de mobilidade cervical, além da investigação do
equilíbrio corporal [7,14,21]. Frente esse contexto de sinais e sintomas, o tratamento pela
Fisioterapia Labiríntica objetiva concentrar-se na mobilidade limitada, no aumento de
tônus, no combate aos pontos-gatilhos por síndrome miofascial paralela e correção postural,
frente à oscilação aumentada do corpo [7,12]. Resumidamente, a abordagem pode incluir a
mobilização cervical, cinesioterapia ativa para amplitude e fortalecimento, técnicas de
mobilização de tecidos moles, agentes térmicos e eletroterápicos [7,12,13,19]. Dentre as
inúmeras técnicas disponíveis para ganhar arco de movimento, citaremos duas com o
paciente em decúbito dorsal: a distração atlanto-occiptal e a mobilização em rotação de C1-
C2 com flexão, esta última associando o recurso semelhante á técnica de contrair/relaxar
[12,13,19,21]. Na seqüência, a cinesioterapia ativa deve ser estimulada com atividades de
movimento óculo-cefálico, de posicionamento, de habituação, equilíbrio e marcha, como
aplicado nos pacientes vestibulopatas [7,10,12,14,19],.
Conclusão
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