Untitled
Untitled
Untitled
2022
CONSELHEIROS
DIMAS RAMALHO (PRESIDENTE)
SIDNEY ESTANISLAU BERALDO (VICE-PRESIDENTE)
RENATO MARTINS COSTA (CORREGEDOR)
ANTONIO ROQUE CITADINI
EDGARD CAMARGO RODRIGUES
ROBSON MARINHO
CRISTIANA DE CASTRO MORAES
Coordenação
Paulo Massaru Uesugi Sugiura
Diretor Técnico de Departamento – DSF-I
Alexandre Teixeira Carsola
Diretor Técnico de Departamento – DSF–II
Elaboração
Ednéia de Fátima Marques
Rodrigo Corrêa da Costa Oliveira
Sônia Regina Rocco
Atualização
Ednéia de Fátima Marques
Gabriel Marchi da Silva
Rodrigo Corrêa da Costa Oliveira
Colaboração
Antônio José Viveiros
José Márcio Ferreira
Coordenadoria de Comunicação Social – CCS
Escola Paulista de Contas Públicas “Presidente Washington Luís” - EPCP
APRESENTAÇÃO
Dimas Ramalho
Presidente
Guia de Orientação aos Membros do Conselho Municipal de Saúde 6
Sumário
1. INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------------9
1.1 O QUE É “TERCEIRO SETOR”? ------------------------------------------------------------------9
2. ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR ---------------------------------------------------9
2.1 O QUE É UMA ENTIDADE DO TERCEIRO SETOR? ------------------------------------------9
2.2 ASSOCIAÇÃO CIVIL ----------------------------------------------------------------------------------9
2.3 FUNDAÇÕES ------------------------------------------------------------------------------------------ 10
3. TERCEIRO SETOR: TÍTULOS, CERTIFICADOS E QUALIFICAÇÕES
13
3.1 UTILIDADE PÚBLICA FEDERAL ----------------------------------------------------------------- 13
3.2 UTILIDADE PÚBLICA ESTADUAL --------------------------------------------------------------- 13
3.3 CERTIFICADO DE ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - CEBAS
14
3.4 CADASTRO NACIONAL DE ENTIDADES AMBIENTALISTAS ---------------------------- 15
3.5 OUTRAS QUALIFICAÇÕES CONCEDIDAS PELO PODER PÚBLICO -------------------- 15
4. TERCEIRO SETOR: IMUNIDADES, ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS E
BENEFÍCIOS ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 16
5. AÇÃO GOVERNAMENTAL: A FASE DECISÓRIA ---------------------------- 17
5.1 PRINCÍPIOS LEGAIS DA AÇÃO GOVERNAMENTAL---------------------------------------- 18
5.2 ANÁLISES DE PLANEJAMENTO DA AÇÃO GOVERNAMENTAL ------------------------ 20
5.3 SITUAÇÕES FÁTICAS QUE IMPEDEM OS REPASSES AO TERCEIRO SETOR ------- 21
6. REPASSE DE RECURSOS PÚBLICOS AO TERCEIRO SETOR ------- 22
6.1 AUXÍLIOS / SUBVENÇÕES / CONTRIBUIÇÕES ---------------------------------------------- 24
6.1.1 CONCESSÃO DE AUXÍLIOS, SUBVENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ---------------------- 25
6.1.2 AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DOS RECURSOS REPASSADOS -------------------------- 28
6.2 CONVÊNIOS ------------------------------------------------------------------------------------------- 29
6.2.1 O QUE É CONVÊNIO? ------------------------------------------------------------------------------ 29
6.2.2 FORMALIZAÇÃO DE CONVÊNIOS --------------------------------------------------------------- 31
6.2.2.1 CIÊNCIA AO PODER LEGISLATIVO------------------------------------------------------------- 33
6.2.2.2 CONDIÇÕES DE PAGAMENTO ------------------------------------------------------------------- 33
6.2.2.3 CONTROLE FINANCEIRO DOS CONVÊNIOS ------------------------------------------------- 33
6.2.2.4 ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DAS DESPESAS --------------------------------- 34
6.3 CONTRATOS COM PRÉVIA DISPENSA DE LICITAÇÃO ------------------------------------- 34
6.4 CONTRATO DE REPASSE ------------------------------------------------------------------------- 36
6.5 DEMAIS MODELOS DE AJUSTE COM O TERCEIRO SETOR ----------------------------- 37
6.6 CONTRATOS DE GESTÃO ------------------------------------------------------------------------ 38
6.6.1 O QUE É CONTRATO DE GESTÃO E COM QUEM PODE SER CELEBRADO --------- 38
6.6.2 QUALIFICAÇÃO DA ENTIDADE COMO ORGANIZAÇÃO SOCIAL ----------------------- 38
6.6.2.1 REQUISITOS GERAIS PARA A QUALIFICAÇÃO COMO OS ------------------------------ 39
6.6.2.2 REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA A QUALIFICAÇÃO COMO OS ---------------------- 40
6.6.2.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO CONTRATO DE GESTÃO ------------------------------ 43
6.6.3 PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO --------------------------------------------------------- 45
6.6.3.1 CONTEXTO: O PLANO PLURIANUAL ---------------------------------------------------------- 45
6.6.3.2 ESCOPO DO CONTRATO DE GESTÃO: OBJETIVOS E METAS NO PPA------------- 45
6.6.3.3 EXIGÊNCIAS LEGAIS ESPECÍFICAS PARA O CONTRATO DE GESTÃO -------------- 45
6.6.3.4 JUSTIFICATIVAS PARA CELEBRAR O CONTRATO DE GESTÃO ----------------------- 46
6.6.4 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DA CONTRATAÇÃO ---------------------------- 46
6.6.4.1 ESCOLHA DA OS E VERIFICAÇÃO DO REGULAR FUNCIONAMENTO ---------------- 46
6.6.4.2 ELABORAÇÃO DO CONTRATO DE GESTÃO ------------------------------------------------ 48
6.6.4.3 CUIDADOS COM A OPERACIONALIZAÇÃO DA ATIVIDADE GERENCIADA---------- 52
6.6.4.4 AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO AJUSTE ----------------------------------------------------- 53
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 7
6.6.4.5 CONTROLE DIRETO DO CONTRATO DE GESTÃO ----------------------------------------- 55
6.6.4.6 PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL DA ENTIDADE E DO AJUSTE ------------------------ 57
6.6.4.7 AVALIAÇÃO DAS CONTAS: RECOMENDAÇÕES E PENALIDADES --------------------- 58
6.6.5 PUBLICAÇÕES --------------------------------------------------------------------------------------- 58
6.6.5.1 INSTITUCIONAIS: ENTIDADE GERENCIADORA (OS) ------------------------------------- 58
6.6.5.2 RELATIVAS AO CONTRATO DE GESTÃO ---------------------------------------------------- 58
6.6.5.3 RELATIVAS À EXECUÇÃO CONTRATUAL ----------------------------------------------------- 58
6.7 TERMOS DE PARCERIA --------------------------------------------------------------------------- 59
6.7.1 O QUE É TERMO DE PARCERIA E COM QUEM PODE SER CELEBRADO ------------ 59
6.7.2 A QUALIFICAÇÃO DA ENTIDADE DO TERCEIRO SETOR COMO OSCIP----------------------- 59
6.7.2.1 CONCEITO DE QUALIFICAÇÃO COMO OSCIP --------------------------------------------- 60
6.7.2.2 REQUISITOS GERAIS PARA A QUALIFICAÇÃO COMO OSCIP ---------------------------------- 61
6.7.2.3 REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA A QUALIFICAÇÃO COMO OSCIP -------------------------- 61
6.7.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERMODE PARCERIA ----------------------------------- 65
6.7.4 PLANEJAMENTO DA PARCERIA ----------------------------------------------------------------- 66
6.7.4.1 CONTEXTO: O PLANO PLURIANUAL ---------------------------------------------------------- 66
6.7.4.2 ESCOPO: OBJETIVOS E METAS PREVISTOS NO PPA -------------------------------------- 66
6.7.4.3 EXIGÊNCIAS LEGAIS ESPECÍFICAS PARA O TERMO DE PARCERIA ----------------- 67
6.7.4.4 JUSTIFICATIVAS PARA CELEBRAR O TERMO DE PARCERIA -------------------------- 67
6.7.5 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DA CONTRATAÇÃO ------------------------------ 67
6.7.5.1 ESCOLHA DA OSCIP E VERIFICAÇÃO DO SEU REGULAR FUNCIONAMENTO-------- 67
6.7.5.2 ELABORAÇÃO DO TERMO DE PARCERIA --------------------------------------------------- 71
6.7.5.3 CUIDADOS COM A OPERACIONALIZAÇÃO DO OBJETO DA PARCERIA -------------- 74
6.7.6 AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO AJUSTE ----------------------------------------------------- 76
6.7.6.1 RESPONSABILIDADES DOS CELEBRANTES DO TERMO DE PARCERIA------------- 76
6.7.6.2 RESPONSABILIDADE DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO------------------------------------ 77
6.7.6.3 RESPONSABILIDADE LEGAL E DENÚNCIAS ------------------------------------------------- 77
6.7.6.4 DEVER DE PRESTAR CONTAS DO TERMO DE PARCERIA------------------------------- 77
6.7.6.5 CONTROLE DIRETO DO TERMO DE PARCERIA -------------------------------------------- 78
6.7.6.6 PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL DA ENTIDADE E DO AJUSTE ------------------------ 80
6.7.7 AVALIAÇÃO DE CONTAS: RECOMENDAÇÕES E PENALIDADES ----------------------- 81
6.7.8 PUBLICAÇÕES --------------------------------------------------------------------------------------- 81
6.7.8.1 INSTITUCIONAIS: ENTIDADE PARCEIRA (OSCIP) ---------------------------------------- 81
6.7.8.2 RELATIVAS AO TERMO DE PARCERIA ------------------------------------------------------- 82
6.7.8.3 RELATIVAS À EXECUÇÃO DO TERMO DE PARCERIA ------------------------------------ 82
7 TERMO DE COLABORAÇÃO, TERMO DE FOMENTO E ACORDO DE COOPERAÇÃO
82
7.1 ENTIDADES ABRANGIDAS PELA LEI --------------------------------------------------------------- 82
7.2 REQUISITOS DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL - OSC ---------------------- 84
7.3 PLANEJAMENTO DA PARCERIA VOLUNTÁRIA ---------------------------------------------- 87
7.3.1 CONTEXTO: PEÇAS DE PLANEJAMENTO --------------------------------------------------- 87
7.3.2 A CAPACITAÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------ 88
7.3.3 A PARTICIPAÇÃO POPULAR -------------------------------------------------------------------- 89
7.3.4 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DA CONTRATAÇÃO ------------------------------ 89
7.3.4.1 PLANO DE TRABALHO – ETAPA PREPARATÓRIA ----------------------------------------- 89
7.3.5 CHAMAMENTO PÚBLICO ------------------------------------------------------------------------- 90
7.3.6 CARACTERÍSTICAS: TERMOS DE COLABORAÇÃO, FOMENTO E ACORDO DE
COOPERAÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 98
7.3.6.1 ASPECTOS LEGAIS --------------------------------------------------------------------------------- 98
7.3.6.2 CLÁUSULAS ESSENCIAIS ------------------------------------------------------------------------- 98
7.3.6.3 ALTERAÇÕES DO AJUSTE ---------------------------------------------------------------------- 100
7.3.6.4 REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA CELEBRAÇÃO DO AJUSTE ------------------------ 100
7.3.6.5 AS ETAPAS DA CELEBRAÇÃO E FORMALIZAÇÃO DAS PARCERIAS --------------- 101
7.3.6.6 REGIME DE COMPRAS E CONTRATAÇÕES ------------------------------------------------ 103
7.3.6.7 EXECUÇÃO DO AJUSTE ------------------------------------------------------------------------- 103
Guia de Orientação aos Membros do Conselho Municipal de Saúde 8
7.3.6.8 GERENCIAMENTO FINANCEIRO --------------------------------------------------------------- 104
7.3.6.9 ACOMPANHAMENTO ----------------------------------------------------------------------------- 105
7.3.7 TRANSPARÊNCIA---------------------------------------------------------------------------------- 107
7.3.8 PRESTAÇÃO DE CONTAS----------------------------------------------------------------------- 108
7.3.9 RESPONSABILIDADES E SANÇÕES---------------------------------------------------------- 111
8 NORMAS CONTÁBEIS EXPEDIDAS PELO CFC ---------------------------- 113
9 ELEMENTOS DE CONTROLES GOVERNAMENTAIS -------------------- 113
9.1 ESSÊNCIA DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ----------------------------------------- 114
9.2 ECONOMIA, EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE ---------------------------------- 114
9.3 SITUAÇÕES FALÍVEIS NA APLICAÇÃO DE RECURSOS PELO TERCEIRO SETOR -------- 115
9.4 PARECER CONCLUSIVO DO ORDENADOR DA DESPESA ----------------------------- 116
9.5 SISTEMA DE CONTROLE POR CERTIFICAÇÃO DE ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR -- 119
9.6 ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA ---------------- 121
9.7 ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO-------------------------------------------------------- 121
9.8 ATUAÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO ------------------------------- 121
10 A FISCALIZAÇÃO DO TCESP --------------------------------------------------------- 122
11 REFERÊNCIAS LEGAIS ------------------------------------------------------------------ 138
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS------------------------------------------------------------- 149
13 SITES QUE SUBSIDIARAM O CONTEÚDO DESTE MANUAL ---------------------------- 152
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 9
1. INTRODUÇÃO
1.1 O que é “Terceiro Setor”?
2.3 Fundações
Fundação privada é uma pessoa jurídica constituída a partir de um
patrimônio destinado por uma pessoa física ou jurídica de direito privado para
a realização de um fim social e determinado.
O Código Civil e o Código de Processo Civil disciplinam sua criação4, sempre
decorrente de iniciativa de seu instituidor, sob duas formas: escritura pública5 ou
testamento6. Naqueles documentos deve constar a dotação de bens livres, com a
especificação do fim a que se destina, e opcionalmente a maneira de administrá-
la. Sua constituição somente pode estar voltada a fins religiosos, morais, culturais
ou de assistência.
Portanto, as diferenças básicas existentes entre uma Fundação e uma
Associação são anotadas no seguinte quadro comparativo:
4 Artigo 62 (CC).
5 Artigo 62 (CC).
6 Artigos 1857 a 1885 (CC).
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 11
Associados deliberam
livremente quanto à
gestão da entidade.
Guia de Orientação aos Membros do Conselho Municipal de Saúde 12
13 Artigo 24, § 1º, item 4, acrescentado pela E.C. nº 24/2008, com interposição de Ação Direta de
Inconstitucionalidade, em fase de julgamento - ADI 4052 de 17/03/2008.
14 LC 187, de 16/12/2021.
15 Relativo à sua atividade principal.
16 Artigo 36, LC nº 187, de 16/12/2021.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 15
2. COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
3. PIS/PASEP
4. INSS – parte patronal da contribuição previdenciária sobre a folha
de pagamento
IMUNIDADE ISENÇÃO
38 Artigo 31, inciso II c.c. § 4°, do artigo 32, ambos da LF n° 13.019/2014 e alterações.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 25
nas hipóteses descritas na LF nº 13.019/2014 e alterações 39.
Ainda, em relação às transferências voluntárias efetuadas pela
administração pública a favor das organizações da sociedade civil, deverão
ser atendidas as regras estabelecidas pela Lei Federal nº 13.019/2014 e
alterações cujos procedimentos serão comentados neste Manual no item que
trata dos Termos de Colaboração e de Fomento, excluídos os repasses
excepcionados no artigo 3º da LF nº 13.019/2014 e alterações.
Consoante legislação financeira 40, observa-se que a Lei Federal nº
4.320/1964 aplicável ao ente público classificou Auxílios como Despesas de
Capital, Subvenções como Despesas Correntes e Contribuições nas duas
categorias econômicas da Despesa. O Decreto Federal nº 93.872, editado em
23 de dezembro de 198641 atualizou, consolidou a norma existente e
discriminou condicionamentos para cooperação financeira com o Terceiro
Setor, a seguir compilados:
6.1.1 Concessão de Auxílios, Subvenções e Contribuições
Observações:
• entidades como creches, asilos, hospitais, escolas privadas e
outras, para estarem aptas a receber subvenção, devem
protocolar junto ao órgão concessor informações prévias sobre
suas unidades de serviço, tais como o número de vagas e o tipo
de atendimento, o número de consultas-dia e o número de leitos,
o número de vagas para cada série, que podem ser postas à
disposição, para serem atendidas mediante os recursos
provenientes da subvenção social;
• por unidade de serviços deve-se entender a quantidade de
serviços a que as entidades privadas podem atender dentro
do parâmetro de eficiência fixado pelo órgão ou entidade
pública para a concessão da subvenção social;
• a mensuração do valor da subvenção deve estar calcada na
existência de mecanismos adequados e confiáveis para permitir
comparação e avaliações precisas. Idoneidade e
respeitabilidade são atributos complementares a considerar
para decidir no momento em que se tiver que julgar a liberação
ou não de uma subvenção para determinada entidade.
•
Fonte: Cruz, Flávio (Coordenador). Comentários à LF n° 4.320/1964 (artigo 16). Ed. Atlas, 3ª
Ed. 2003.
Observações
• Os órgãos ou entidades públicas responsáveis pela concessão de
Subvenções sociais, ao receberem o pedido das instituições que prestam
serviços essenciais de assistência social, médica e educacional, devem
atender a dois requisitos básicos:
1. efetuar a fiscalização para verificar se as condições de funcionamento são
satisfatórias;
2. atestar que os custos das unidades de serviços a serem prestados ou postos
à disposição são mais econômicos e atendem aos padrões mínimos de
eficiência previamente fixados.
• A regra visa preservar o erário quanto à má utilização dos recursos e à
qualidade dos serviços que serão fornecidos à população por meio de
subvenção. Deve-se evitar, ainda, o intervencionismo, o tutelamento e a
intermediação de parlamentares nos processos de liberação de subvenções
sociais, pois esta prática, aparentemente legítima, aumenta o clientelismo e
deturpa a finalidade das finanças públicas em função da falsa ideia de
patrocínio que transmite aos beneficiários.
Observações:
1. Neste Manual reunimos algumas situações fáticas que impedem a realização
de repasses a entidades sem fins lucrativos;
2. Na gestão contábil desses recursos, atentar, ainda, para a Resolução CFC nº
1409, de 21/09/2012, alterada pela Resolução ITG2002(R1) de 21/09/2015,
que estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de
reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de estruturação das
demonstrações contábeis e as informações mínimas a serem divulgadas em
notas explicativas de entidade sem finalidade de lucro.
Observação:
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo sumulou acerca de achados que
envolvem repasses sob as classificações de Auxílios e Subvenções, a saber:
51 LF n° 9.637, de 15/05/1998.
52 LF n° 9.790, de 23/03/1999 com as alterações introduzidas pelos artigos 85, 85-A, 85-B e 86 LF nº
13.019/2014 e alterações.
53 LF nº 13.019/2014 e alterações.
54 Artigos 3º inciso IV e 84, ambos da LF nº 13.019/2014 com redação dada pela LF nº 13.204/2015.
55 Matéria publicada em “Municípios de São Paulo – Maio/2006” e “Revista do TCESP n° 115 – julho-
agosto/2006”, de autoria dos Drs. Sérgio Ciquera Rossi e Sérgio de Castro Jr., respectivamente, Secretário-
Diretor Geral e Assessor Técnico Procurador do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
56 A partir da vigência da LF 13.019/2014 e alterações, conforme artigo 84, os convênios poderão ser
celebrados entre entes federados. Para as entidades do terceiro setor, os convênios estarão restritos à
participação de forma complementar no Sistema Único de Saúde conforme previsto no § 1º do artigo 199
da CF.
30 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
Não obstante tenha em comum com o Contrato o fato de ser um acordo
de vontades, o Convênio possui características próprias, sendo que o
principal aspecto diferenciador parece ser o concernente aos
interesses que, no Contrato, são opostos e contraditórios, enquanto no
Convênio são recíprocos e confluentes.
No tocante à necessidade da realização de certame licitatório para
firmar Convênios, parece-nos que sua celebração independe de
prévia licitação. De fato, não há obrigações entre cooperados, pelo
menos, não no sentido jurídico da expressão. Por outro lado, é
evidente que os Convênios não podem ser utilizados para contratar
serviços junto à iniciativa privada, os quais, por sua natureza, estariam
sujeitos ao ordinário processo de licitação; não se admite a utilização
da “forma” Convênio para, indevidamente, se evadir da
obrigatoriedade de realização do necessário certame licitatório, sob
pena de infringência à norma constitucional prevista no artigo 37,
inciso XI, da Carta Republicana; se do ajuste resultarem interesses
contrapostos e obrigações recíprocas, ter-se-á Contrato,
independentemente do nomem júris adotado, e, por consectário lógico,
a licitação será obrigatória.
Outra questão de relevante interesse a ser analisada é a concernente
à necessidade de autorização legislativa para que se possa firmar um
Convênio. A redação do § 2°, do artigo 116, da Lei de Licitações, torna
claro que Convênio é matéria estritamente administrativa e que a
Administração, após estabelecê-lo, tão somente dará ciência ao
Legislativo. Ademais, o STF já se pronunciou acerca da matéria e vem
decidindo que é inconstitucional a norma que exige autorização
legislativa para que se firme um Convênio, notadamente, por ferir a
independência dos Poderes (ADI 770, Relatora Ministra Ellen Gracie, DJ
20/09/2002).
Todavia, é de se destacar que, com o advento da Lei Complementar n°
101, de 04/05/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a
destinação de recursos para cobrir necessidades de pessoas físicas ou
déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica,
atendendo às condições estabelecidas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e estar prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA)
ou em seus créditos adicionais; nesse sentido é o artigo 26 do citado
diploma legal. Note-se que o dispositivo em comento regula a
destinação de recursos públicos para a iniciativa privada, nada
mencionando acerca da celebração de convênios, razão pela qual não
conflita com o entendimento sufragado pelo STF; ou seja, a autorização
legal reclamada pela LRF não é exigência para assinatura de Convênio,
mas sim para determinadas espécies de repasses para o setor privado:
aquelas destinadas a cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits
de pessoas jurídicas.
Assim, a destinação de recursos para cobrir necessidades de
pessoas físicas só poderá se concretizar, além da previsão na LDO
e na LOA, mediante lei específica, podendo se viabilizar através de
determinados programas, como o Renda Mínima e o Bolsa Escola; da
mesma forma, a destinação de recursos para cobrir déficit de pessoa
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 31
jurídicas também deverá ser precedida de lei específica, até mesmo
porque não há como prever quando da elaboração da LDO, a
ocorrência ou não de déficit de uma determinada pessoa jurídica,
tampouco sopesar sua quantificação. Nessas situações, a
obrigatoriedade de lei específica mostra-se salutar, por constituir
instrumento de transparência da gestão governamental, em estrita
observância aos princípios da legitimidade, moralidade e publicidade,
evitando-se, assim, que entidades “fantasmas” ou altamente
lucrativas sejam beneficiadas em detrimento de outras sem fins
lucrativos e de caráter filantrópico.
Por outro lado, outras espécies de repasses não alcançadas pelo artigo
26 da LRF parecem prescindir de lei específica, desde que
devidamente previstas na LDO e na LOA: é o caso das destinações de
recursos para entidades de caráter social, cuja atividade é voluntária e
sem finalidade lucrativa, situação em que os repasses estatais
configuram verdadeiro fomento a ações de interesse público.
58 Artigo 116, § 1º e incisos I a VII, LF n° 8666/1993 c/c artigo 2°, IN STN n° 01/97 e suas alterações.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 33
6.2.2.1 Ciência ao Poder Legislativo
66Importa destacar que a LF n° 8.958, de 20/12/1994, em seus artigos 1° a 3°, possibilita às instituições
federais de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica contratar fundações de apoio, de direito
privado sem fins lucrativos sujeitas, entretanto, à legislação trabalhista, a prévio cadastramento e à obrigação
de aplicar os recursos públicos com observância dos princípios constitucionais e das normas para licitações
e contratos da Administração Pública.
36 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento
de mão de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado. (Incluído pela Lei Federal nº 8.883, de 1994);
XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de
produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito
da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em
ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição
destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído
pela Lei nº 12.715, de 2012);
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de
insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por
fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade
apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou
fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento
institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na
gestão administrativa e financeira necessária à execução desses
projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de
produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos
termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse
fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado.” (Incluído
pela Lei Federal nº 13.204, de 2015);
75 Artigo 11, LF n° 9.637/1998. Para a área estadual, vide artigo 13 da LCE n° 846/1998.
76 Artigo 1º, LF n° 9.637/1998.
77 Artigo 1º, LF n° 9.637/1998. Para a área estadual, vide artigo 1° das LCEs n° 846/1998 e nº 1095/2009.
40 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
6.6.2.2 Requisitos específicos para a Qualificação como OS
e. Perda da Qualificação
O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como
Organização Social quando constatado o descumprimento das disposições
contidas no Contrato de Gestão 84.
A desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado
o direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da Organização Social,
individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua
ação ou omissão, o que importará em reversão dos bens cedidos e dos valores
entregues à utilização pela entidade, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
a. Aspectos legais
Esse tipo de ajuste 85 destina-se à formação de parceria entre as partes
para fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas na
Lei.
Nesses contratos, as partes têm fins existenciais comuns, atuando em
convergência para fins específicos em regime de cooperação, não havendo
previsão de ganho econômico por parte da contratada pela prestação de
serviços, que caracteriza o gênero ‘Contrato’, e nem previsão de pagamento do
serviço por parte do usuário, que caracteriza a ‘Concessão’. Demanda
autorização legislativa e atendi- mento ao artigo 116 da Lei Federal nº
8.666/1993.
O prazo máximo do ajuste é de cinco anos 86 e a boa técnica jurídica exige que
b. Cláusulas essenciais
Na elaboração do Contrato de Gestão, além da observação dos princípios
constitucionais, devem ser obedecidos os seguintes preceitos 90:
• especificação do programa de trabalho proposto pela entidade
gerenciadora (OS), a estipulação das metas a serem atingidas e os
respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos
critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados,
mediante indicadores de qualidade e produtividade; e,
• estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e
vantagens de qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e
empregados envolvidos na execução do Contrato de Gestão.
87 Artigo 7º LF n° 9.637/1998.
88 Artigo 8º, LCE n° 846/1998.
89 Artigo 6º, parágrafo único, LF n° 9.637/1998.
90 Artigo 7º, I e II, LF n° 9.637/1998.
91 Artigo 7°, parágrafo único, LF n° 9.637/1998.
92 Com as alterações introduzidas pelas LCEs n° 971, de 10/01/2005, nº 1.095, de 18/09/09 e nº 1131, de
27/12/2010.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 45
c. Partes contratantes
São partes do Contrato de Gestão 93:
96 Artigo7°, LF n° 9.637/1998.
97 Artigo24, XXIV, LF n° 8.666/1993.
98 Atendimento aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade (artigo 7°, LF n°
9.637/1998).
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 47
Estadual nº 64.056.2018.
109 Artigo 3º, VIII, LF n° 9.637/1998.
110 Artigo 14 e §§, LF n° 9.637/1998.
50 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
d. Valores e cláusulas financeiras
O valor total do Contrato de Gestão deve ser criteriosamente calculado111 e,
juntamente com os critérios utilizados, devem ser mantidos em arquivo
permanente pelo Administrador Público contratante. Esse valor deve estar
compatível com os previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei
Orçamentária Anual para a atividade do objeto contratado.
Se o prazo do ajuste ultrapassar um exercício financeiro, devem estar
claramente especificados o seu valor total e o montante referente a cada
exercício. Como o valor do ajuste é baseado no custo da realização das
atividades, deve-se observar perfeita proporcionalidade entre o cronograma de
liberação dos repasses e o volume de atividades a serem realizadas por
período. O fluxo de caixa da execução contratual deve ser rigorosamente
programado e realizado, evitando-se que a OS não disponha de recursos
quando necessário e tampouco que sobrem repasses públicos sem utilização
imediata112. Deve-se evitar a previsão de a entidade gerenciadora recorrer a
empréstimos no sistema financeiro por conta do ajuste, para a não formação
de passivos a serem eventualmente avaliados e assumidos pelo Poder Público.
A liberação de recursos financeiros far-se-á em conta bancária específica113,
a ser aberta em instituição financeira pública114 indicada pelo contratante.
Ressalte-se que a previsão para parcelas de valor variável, condicionada
ao ‘desempenho’ da entidade gerenciadora (OS), é incompatível com a norma
legal que assegura às Organizações Sociais os créditos previstos no
orçamento e as respectivas liberações financeiras115, de acordo com o
cronograma de desembolso do Contrato de Gestão. Tal condicionamento
contraria preliminarmente a técnica de engenharia financeira do ajuste, que
utiliza o custo da atividade como base para o cálculo dessas parcelas.
É recomendável, ainda, que exista uma previsão de alteração dos valores
do Contrato, com regras claras e precisas, para o caso de o volume de
atividades em execução mostrar-se diferente do previsto. Se essa variação
resultar em aumento de valor, é obrigatório que se justifique,
documentalmente, de forma objetiva e detalhada, a razão do aumento no
volume de atividades e o motivo pelo qual esse volume não foi previsto
inicialmente116. Esta documentação deve compor adequadamente o processo
de contratação.
moralidade e eficiência.
114 Artigo 116, § 4º LF nº 8.666/1993.
115 Artigo 12, § 1º, LF n° 9.637/1998.
116 Artigo 6º, caput, c.c. artigo 7º, I e parágrafo único, LF n° 9.637/1998.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 51
e. Regulamento de Compras e Contratações
A entidade gerenciadora (OS) fará publicar, no prazo máximo de noventa
dias contado da assinatura do Contrato de Gestão, regulamento próprio
contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e
serviços 117, bem como para compras com emprego de recursos provenientes
do Poder Público, que deve observar claramente os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade118.
Esses princípios se consubstanciam por procedimentos abertos e
acessíveis ao público, com ampla divulgação e participação de diversos
fornecedores interessados. Quanto maior a abertura e transparência dos
procedimentos de compras e contratações, mais simples e fácil é para a
entidade gerenciadora (OS) comprovar, em qualquer situação, sua adesão aos
princípios constitucionais.
Para que se caracterize a aplicação adequada dos princípios
constitucionais, o regulamento, derivado dos Estatutos, deve prever que a
entidade não mantenha nenhum tipo de relacionamento comercial ou
profissional (contratar serviços, fazer aquisições, contratar funcionários etc.)
com pessoas físicas e jurídicas que se relacionem com dirigentes que
detenham poder decisório.
Observações:
No Estado de São Paulo foram impostas observações importantes às
Organizações Sociais para a elaboração dos regulamentos para compras e
contratações. Além do artigo 19 da LCE n° 846/1998 que o introduziu, por meio
do DE n° 50.611/2006 foi acrescentado o artigo 13-A ao DE n° 43.493/1998
para determinar, entre outros, que além de publicação na imprensa e no
DOE o regulamento próprio de aquisição deve ser mantido em sítio da
internet, local que também deve permitir prévia e ampla divulgação de todas
as compras e contratações a serem realizadas com recursos do Contrato de
Gestão, de forma a possibilitar a oferta pública dos interessados.
f. Indicadores e metas
O resultado da execução do Contrato de Gestão é o elemento que define o
cumprimento ou não do programa de governo para a respectiva área e, portanto,
comprova ou não o acerto da decisão de o Administrador Público terceirizar as
atividades e o emprego adequado dos recursos públicos repassados. Portanto,
a medição correta desse resultado é fundamental na avaliação da execução do
Contrato de Gestão.
Para tanto, a legislação prevê medições por meio de indicadores de
qualidade e produtividade 119, a partir de critérios objetivos de avaliação de
desempenho que atestem a realização das metas previstas, compatíveis com
as existentes no Plano Plurianual da contratante para a respectiva área ou
a. Cuidados gerais
As partes devem demonstrar, documentalmente, preocupação com a
transparência do processo e com o atendimento aos princípios
constitucionais 122.
Deve-se, acima de tudo, evitar situações que possam gerar suspeitas de
favorecimento envolvendo compras, contratações de serviços, contratações
de pessoal, fluxo de caixa inadequado e, ainda, evidenciar a compatibilidade
dos recursos mobilizados com os objetivos a serem atingidos.
b. Cuidados especiais
É prudente evitar a contratação de serviços com objetos genéricos ou pouco
definidos, como “assessoria gerencial/administrativa”; “convênios financeiros
com a própria entidade gerenciadora (OS) 123” etc. ou estabelecer
relacionamentos comerciais com parentes, familiares e amigos, pessoas ou
organizações que já mantenham outros vínculos profissionais com os dirigentes
da entidade.
Além disso, sempre que realizado rateio de despesas administrativas da
Sede da entidade gerenciadora (OS) com recursos públicos, deve-se
demonstrar detalhadamente nas prestações de contas a sua aplicação em
despesas indiretas, absolutamente indispensáveis ao cabal cumprimento do
objeto pactuado, apresentando os critérios de rateio, a memória de cálculo e a
relação de despesas, acompanhada dos respectivos comprovantes.
Observação:
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo sumulou acerca de achados que
envolvem repasses a entidades do terceiro setor, com características de taxa de
administração, a saber:
SÚMULA Nº 41 - Nos repasses de recursos a entidades do terceiro setor não se
admite taxa de administração, de gerência ou de característica similar.
a. Comissão de Avaliação
O relatório final dessa Comissão é peça básica da prestação de contas da
entidade130 e subsidia os pareceres conclusivos a serem emitidos sobre a
comprovação da aplicação dos recursos repassados.
Para que a avaliação possa ser considerada cabal e definitiva, a Comissão
b. Conselho de Administração
Cabe a este colegiado aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da
execução do Contrato de Gestão, os relatórios gerenciais e de atividades da
entidade, elaborados pela Diretoria131. Também é responsável por fiscalizar o
cumprimento das diretrizes e metas definidas e por aprovar os demonstrativos
financeiros, contábeis e as contas anuais da entidade, com o auxílio de auditoria
externa132.
I. Auditoria Independente
A lei prevê a obrigatoriedade da realização de auditoria externa sobre a
aplicação dos recursos objeto do Contrato de Gestão em qualquer caso, que
deverá ser realizada por pessoa física ou jurídica habilitada pelo Conselho
Regional de Contabilidade 133.
c. Poder contratante
I. Arquivo de documentos
O Administrador Público contratante deve ser capaz de, a qualquer tempo,
demonstrar a evolução da legislação e o histórico do ajuste. Para tanto, deve
organizar arquivo permanente, constantemente atualizado, onde se localize
imediatamente, dentre outros, os documentos comprobatórios de:
6.6.5 Publicações
6.6.5.1 Institucionais: Entidade Gerenciadora (OS)
139 Artigo 2º, I, “f” LF n° 9.637/1998, Artigo 2º, 1, “f”, LE nº 846/1998 e atendimento ao princípio da
publicidade.
140 Alterado pelo DF nº 7.568, de 16/09/2011 e pelo Decreto Federal nº 8.726 de 24/04/2016.
141 Lei Federal nº 13.019/2014 e alterações e Lei Federal nº 10.539, de 23/07/2002.
142 Artigo 9º, LF n° 9.790/1999.
143 Alterado pelo DF nº 7.568, de 16/09/2011 e pelo Decreto Federal nº 8.726 de 24/04/2016.
60 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
não deve ser utilizado como substantivo para designar a própria entidade, o que pode com
facilidade levar a erros de interpretação. Neste documento utilizam-se os termos “entidade
parceira” para nomear a entidade do terceiro setor qualificada como OSCIP, e “atividade
gerenciada” para designar o objeto do termo de parceria.
144 Artigo 5º, I a V, LF n° 9.790/1999, com a redação dada pela LF nº 13.019/2014 e alterações.
145 Artigo 3º, LF n° 9.790/1999.
146 Artigo 2º, LF n° 9.790/1999.
147 Artigo 1º, § 2º, LF n° 9.790/1999.
148 Artigo 3º, DF n° 3.100/1999.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 61
Importa destacar que o Ministério da Justiça implementou, em novembro/2006, um
sistema eletrônico, o Cadastro Nacional de Entidades Qualificadas no Ministério da Justiça
– CNEs/MJ, que organiza e simplifica os processos de requerimento de qualificações
concedidas pelo Ministério da Justiça e os processos de renovação das entidades já
qualificadas, possibilitando, inclusive, a impressão da respectiva “certidão de regularidade”
que poderá ser requerida por órgãos públicos concessores de benefícios e vantagens ou
ainda por aqueles interessados em estabelecer Termos de Parceria.
próprios dirigentes, seus cônjuges, companheiros e parentes colaterais e afins até o terceiro grau, bem como
pessoas jurídicas que possuam mais de dez por cento de participação no capital da entidade.
62 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
• possibilidade de instituir remuneração para dirigentes com atuação efetiva na
gestão executiva ou que prestam serviços específicos, pelos valores do mercado
para região/área de atuação;
• normas de prestação de contas determinando, no mínimo, os quesitos detalhados
no texto da Lei; e,
• Outras regulamentações mencionadas na Lei.
Observações:
A entidade não deve manter relacionamento comercial ou profissional (contratar
serviços, fazer aquisições, contratar funcionários etc.) com pessoas físicas e jurídicas
que se relacionem com os seus dirigentes que possuam poder de decisão.
A LF n° 10.539, de 23/09/2002, que dispõe sobre a estruturação de órgãos, cria cargos
em comissão no âmbito do Poder Executivo Federal e dá outras providências,
acrescentou ao artigo 4° da LF n° 9.790/1999 parágrafo único, cuja redação foi alterada
pelo artigo 85-B, da LF nº 13.019/2014 e alterações, que permite a participação de
servidores públicos na composição de Conselho ou Diretoria de OSCIP.
196/198.
159 Artigo 1°, § 6°, IV.
64 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
ambiental e, via de consequência, não poderá ser objeto de Termo de Parceria.
• Sociedades comerciais;
• Sindicatos, associações de classe ou representação de categoria profissional;
• Instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,
práticas e visões devocionais e confessionais;
• Organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas Fundações;
• Entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um
círculo restrito de associados ou sócios;
• Entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
• Instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
• Escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
• Entidades já qualificadas como Organizações Sociais (LF n° 9.637/1998);
• Cooperativas161;
• Fundações públicas;
• Fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão
público ou por fundações públicas; e,
• Organizações creditícias vinculadas ao Sistema Financeiro Nacional162.
b. Perda da Qualificação
A legislação federal prevê que a entidade parceira perde a qualificação como
OSCIP163:
• a seu pedido; e,
• por decisão administrativa ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério
Público.
Qualquer cidadão pode também requerer o cancelamento da qualificação, por via
administrativa ou judicial, com fundadas evidências de erro ou fraude 164.
a. Aspectos legais
Conforme definição contida na Lei n° 9.790/1999165 e alterações, esse tipo de ajuste
forma vínculo de cooperação entre as partes para fomento e execução de atividades
relativas às áreas relacionadas na Lei. Trata-se, portanto, de acordo entre partes que têm
finalidades comuns, atuando em convergência para fins específicos, em regime de
cooperação, não havendo previsão de ganho econômico por parte da contratada pela
prestação de serviços, que caracteriza o gênero ‘Contrato’, e nem previsão de pagamento
do serviço por parte do usuário, que caracteriza a ‘Concessão’. Destinar recursos para
suportar o objeto desses ajustes demanda autorização legislativa e atendimento ao artigo
116 da Lei Federal nº 8666/1993.
O Termo de Parceria poderá ser celebrado por período superior ao exercício fiscal
e a boa técnica jurídica exige que as cláusulas abordem todos os detalhes relevantes da
atividade em si, especificando metas, objetivos, formas de atuação e custos. Essas
cláusulas devem nortear-se pelos princípios constitucionais fundamentais previstos para a
Administração Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, e
ainda pelo princípio da economicidade166.
b. Cláusulas essenciais
A legislação exige que o Termo de Parceria contenha cláusulas dispondo sobre 169:
c. Partes contratantes
São partes do Termo de Parceria170:
✓ o Poder Público contratante, representado por área da Administração Pública
responsável por alguma atividade citada na Lei171; e,
✓ a Entidade parceira, qualificada como OSCIP pelo Ministério da Justiça, que se
dedique a uma ou mais daquelas atividades, desde que comprove172:
• execução direta de projetos, programas ou planos de ações por meio da
doação de recursos físicos, humanos e financeiros; ou ainda a prestação
de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins
lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.
Para poder repassar recursos públicos a terceiros por meio de Termo de Parceria,
o Administrador Público necessita de autorização em lei orçamentária ou em lei específica.
Essa lei deve indicar, dentre outros, o destinatário dos recursos públicos, no caso, a entidade
parceira (OSCIP), o objeto do ajuste, metas e os valores e datas dos repasses.
O Administrador Público deve manter arquivado o histórico da aprovação da Lei
pelo Poder Legislativo, incluindo o projeto de lei e suas justificativas.
Além disso, o Orçamento Anual deve prever valor suficiente no programa de
governo específico para suportar todos os repasses previstos. O empenhamento deve
garantir os recursos necessários para a execução adequada da atividade a ser gerenciada
no período.
b. Concurso de Projetos
O concurso de projetos deve ser preparado com clareza, objetividade e
detalhamento no que tange à especificação técnica do bem, do projeto, da obra ou do serviço
a ser obtido por meio do Termo de Parceria177.
b.1 Edital do Concurso
Do edital do concurso deve constar, no mínimo, informações sobre178:
Federais, o ajuste deve, também, ser divulgado no “Portal de Convênios”, conforme artigo 13, DF nº 6.170, de
25/07/2007, com redação dada pelo Decreto Federal nº 6.619/2008.
180 Artigo, 23, § 3º, DF nº 3.100/1999.
181 Artigos 27 a 31 c.c. 11, § 2º e 19, DF nº 3.100/1999.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 69
• o ajustamento da proposta às especificações técnicas;
nº 8242/1991); Conselho Estadual de Saúde (instituído pela LE nº 8.356/1993); Conselho do Idoso (LF nº
8842/1994).
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 71
Parceria192.
Observações:
1. O Governo Federal editou, em 30/12/2002, a Lei nº 10.637 dispondo, em seu artigo
34, da possibilidade de as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público -
OSCIPs remunerarem seus dirigentes sem perder a isenção do Imposto de Renda e
nem as doações dedutíveis do Imposto de Renda das empresas privadas doadoras. O
parágrafo único do mesmo artigo estabeleceu como limite de remuneração o fixado
para os servidores do Poder Executivo.
2. A não remuneração dos dirigentes é condição para que as entidades de assistência
social tenham imunidade às contribuições ao INSS198. Assim, uma entidade que
pretende a qualificação como OSCIP terá duas opções: continuar a não remunerar os
dirigentes, para não perder os benefícios da imunidade tributária ou passar a
remunerar dirigentes e assumir tais contribuições.
3. A Lei n° 10.539, de 23/09/2002, que dispõe sobre a estruturação de órgãos, cria
cargos em comissão no âmbito do Poder Executivo Federal e dá outras providências,
acrescentou ao artigo 4° da LF n° 9.790/1999, Parágrafo único, cuja redação foi
alterada pelo artigo 85-B, da LF nº 13.019/2014 e alterações, que permite a participação
de servidores públicos na composição de Conselho ou Diretoria 199de OSCIP.
Caso o ajuste contemple aquisição de bens patrimoniais pela OSCIP com recursos
do Termo de Parceria, deve-se prever sistemática para incorporação imediata desses bens
ao patrimônio público e no caso de aquisição de bem imóvel211, o mesmo deverá ser gravado
com cláusula de inalienabilidade.
f. Indicadores e metas
O resultado da execução do Termo de Parceria é o elemento que define o
cumprimento ou não do programa de governo para a respectiva área e comprova ou não o
acerto da decisão do Administrador Público de terceirizar as atividades e o emprego
adequado dos recursos públicos repassados. Portanto, a medição correta desse resultado
é fundamental na avaliação da execução do Termo de Parceria.
Para tanto, a legislação prevê medições por meio de indicadores de resultado 213, a
partir de critérios objetivos de avaliação de desempenho214, que atestem a realização das
metas previstas, compatíveis com as existentes no Plano Plurianual da contratante para a
respectiva área ou atividade e o desempenho da entidade parceira (OSCIP).
É muito importante, também, que o Termo de Parceria preveja procedimentos para
análise periódica da realização das metas e determinação das causas de seus desvios. Essa
análise deve resultar em providências gerenciais e/ou administrativas visando correções e
adequações.
O ajuste também pode prever repactuação de metas em função de alterações de
condições externas, que influenciem na realização dos objetivos e estejam além do controle
da OSCIP.
a. Cuidados gerais
As partes devem demonstrar documentalmente preocupação com a transparência
do processo e com o atendimento aos princípios constitucionais217.
Deve-se, acima de tudo, evitar situações que possam gerar suspeitas de
b. Cuidados especiais
É prudente evitar a contratação de serviços com objetos genéricos ou pouco
definidos, como assessoria gerencial/administrativa, convênios financeiros com a própria
entidade parceira219 etc. ou estabelecer relacionamentos comerciais com parentes,
familiares e amigos, pessoas ou organizações que já mantenham outros vínculos
profissionais com os dirigentes da entidade.
b. Da entidade parceira
Para efeito de responsabilidade legal a OSCIP indicará, para cada Termo de
Parceria, pelo menos um Dirigente que será responsável pela boa administração dos
recursos recebidos, cujo nome será publicado no extrato do ajuste 223.
mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
providências.
227 Estabelece, de acordo com o artigo 14, § 9º da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de
c. Conselho Fiscal
Opina sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil e sobre as
operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da
entidade. Quando for o caso235, deve sugerir realização de auditorias internas ou externas.
I. Auditoria Independente
d. Poder contratante
I. Arquivo de documentos
O Administrador Público contratante deve ser capaz de, a qualquer tempo,
demonstrar a evolução da legislação e o histórico do ajuste. Para tanto, deve organizar
arquivo permanente, constantemente atualizado, onde se localize imediatamente, dentre
outros, os documentos comprobatórios de:
13.204/2015.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 81
• Relatório anual de execução de atividades, contendo especificamente relatório
sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, bem como comparativo entre
as metas propostas e os resultados alcançados;
• Demonstrativo integral da receita e despesa realizadas na execução;
• Extrato da execução física e financeira;
• Demonstração de resultados do exercício;
• Balanço patrimonial;
• Demonstração das origens e das aplicações de recursos;
• Demonstração das mutações do patrimônio social;
• Notas explicativas das demonstrações contábeis, caso necessário;
• Parecer e relatório de auditoria, se for o caso.
6.7.8 Publicações
O extrato do Termo de Parceria deverá ser publicado pelo órgão estatal contratante
no Diário Oficial242, no prazo máximo de 15 dias após sua assinatura, seguindo o modelo
constante no Anexo I do DF n° 3.100/1999. A falta de publicação impede a liberação dos
recursos.
Junto com o extrato do Termo de Parceria serão publicados os nomes dos
dirigentes indicados pela entidade parceira (OSCIP) como responsáveis pela administração
dos recursos recebidos para efeito de responsabilidade legal243. Será publicado, também, o
regulamento próprio contendo os procedimentos da OSCIP para a contratação de obras e
serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público,
observados os princípios constitucionais de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência, e do princípio da economicidade, no prazo máximo de trinta dias,
contado da assinatura do Termo de Parceria244.
242 Artigo 10, § 2º, VI, LF n° 9.790/1999 c/c artigo 10, § 4º, DF n° 3.100/1999.
243 Pelo menos 01 (um), nos termos do artigo 22, DF n° 3.100/1999.
244 Artigo 14, LF n° 9.790/1999 e artigo 21, DF n° 3.100/1999.
245 Artigo 10, § 2º, VI, LF n° 9.790/1999, e artigo 18, DF n° 3.100/1999.
246 Artigo 2º, VII da LF nº 13.019/2014 e alterações.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 83
projetos e eventos inovadores que não estejam definidos nas políticas públicas do governo
e que envolvam transferência de recursos financeiros247;
Acordo de Cooperação: Instrumento por meio do qual são formalizadas parcerias
estabelecidas pela Administração Pública, com organizações da sociedade civil, para
consecução de finalidades de interesse público que não envolvam a transferência de
recursos financeiros248.
Observamos que o Acordo de Cooperação previsto no artigo 29, da LF nº
13.019/2014, envolvendo a celebração de comodato, doação de bens ou outra forma de
compartilhamento de recurso patrimonial, estará sujeito ao chamamento público.
Diante de um cenário, onde os meios legais utilizados para estabelecer e regular
as relações entre as organizações da sociedade civil e o Poder Público eram o convênio ou
os repasses (auxílios, subvenções e contribuições), estes últimos sem formalização de
ajustes, mas por meio de Lei específica ou de previsões genéricas nas leis orçamentárias,
surge a LF nº 13.019/2014 e alterações, com um conjunto de normas, dentre as quais
destaca-se a obrigatoriedade da realização de chamamento público, procedimento não
previsto nas demais legislações regulamentadoras de parcerias com o terceiro setor
(contrato de gestão e termo de parceria); e, um padrão a ser seguido por todas as esferas
de governo, no sentido de dar mais clareza quanto aos critérios de escolha das entidades
parceiras, de monitoramento da execução das parcerias, de transparência, de regras de
prestação de contas, reconhecendo assim que o repasse de recursos tem que visar a
colaboração dessas entidades com políticas públicas como também o fomento às atividades
autônomas das mesmas, voltadas para o interesse público (projetos de inovação,
desenvolvimento de tecnologias sociais, controle social, educação cidadã, participação
social etc.).249
• no mínimo, um, dois ou três anos de existência, com cadastro ativo, comprovados
por meio de documentação emitida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil,
com base no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, conforme,
respectivamente, a parceria seja celebrada no âmbito dos Municípios, do Distrito
Federal ou dos Estados e da União, admitida a redução desses prazos por ato
específico de cada ente na hipótese de nenhuma organização atingi-los;
Em item próprio deste Manual sob o título de “Normas contábeis expedidas pelo
CFC”, citamos os principais atos normativos que disciplinam os procedimentos contábeis e
de demonstração dos resultados contábeis aplicáveis às organizações da sociedade civil.
251 Artigo 33, § 5º c.c. o inciso V, alínea “c” do mesmo artigo da LF nº 13.019/2014 e alterações.
252 Artigos 10 a 12 da LF nº 13.019/2014 e alterações.
253 Artigo 87 da LF nº 13.019/2014 e alterações.
254 Artigo 39, I a VI da LF nº 13.019/2014 e alterações.
86 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
• tenha tido as contas rejeitadas pela administração pública nos últimos cinco
anos, exceto se for sanada a irregularidade que motivou a rejeição e
quitados os débitos eventualmente imputados, se for reconsiderada ou
revista a decisão pela rejeição ou se a apreciação das contas estiver
pendente de decisão sobre recurso com efeito suspensivo;
7.3.2 A capacitação
No intuito de assegurar que a decisão de executar ações por meio das sobreditas
parcerias voluntárias será um sucesso, torna-se imperativo que seja levada em conta a
capacidade operacional da entidade pública no sentido de instituir os processos de escolha
das parceiras.
a. Características
Com este procedimento, privilegia-se a transparência e a isonomia no processo de
seleção e acesso aos recursos públicos, pondo fim a uma das principais polêmicas, a forma
de escolha dos parceiros.
Os procedimentos de seleção deverão ser claros, objetivos, simplificados, que
orientem os interessados e facilitem o acesso direto à administração pública e suas
instâncias decisórias e, sempre que possível, estabelecerá critérios a serem seguidos,
especialmente quanto às seguintes características: objetos, metas, custos e indicadores,
quantitativos e qualitativos de avaliação de resultados.
Busca-se, por meio do chamamento público, a profissionalização da execução das
parcerias, que se dê por organizações da sociedade civil com capacidade técnica e
• o objeto da parceria;
c. Etapa de julgamento
I. Comissão de Seleção
Ficará impedida de participar da comissão a pessoa que nos últimos cinco anos
tenha mantido relação jurídica com ao menos uma das entidades em disputa 271, hipótese
em que deverá ser designado membro substituto com qualificação equivalente à do
impedido.
Artigo 33, inciso V, alíneas “a”, “b” e “c”, com as ressalvas trazidas nos §§ 1º a 3º e 5º e artigo 34, ambos da
273
LF nº 13.019/2014 e alterações.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 95
declarações de conselhos de políticas públicas, secretarias municipais ou estaduais
responsáveis pelo acompanhamento da área objeto da parceria, dentre outras 274.
A capacidade técnica e operacional diz respeito ao conhecimento, ao acervo
técnico e metodologia, quando for exigida, somada à capacidade de realizar o conteúdo do
objeto da parceria.
Caso a entidade selecionada não atenda aos requisitos de habilitação ora definidos,
aquela imediatamente mais bem classificada poderá ser convidada a aceitar a celebração
da parceria nos termos da proposta por ela apresentada e assim, sucessivamente, sujeita
sempre à verificação das condições de habilitação275.
IV. Divulgação dos resultados
A homologação dos resultados do julgamento deverá ser divulgada em página do
sítio oficial da administração pública na Internet, sendo obrigatória justificativa para seleção
de proposta que não seja a mais adequada ao valor de referência constante do chamamento
público. Por último, a homologação não gera direito para a organização da sociedade civil à
celebração da parceria276.
A opção por este tipo de divulgação que se soma a outros instrumentos de
publicidade reflete a realidade dos mecanismos de informação mais efetivos na sociedade
em termos de rapidez e de poder de divulgação, reafirmados na LF nº 13.109/2014 e na Lei
de Acesso à Informação277.
A Lei de Acesso à Informação disciplinou que os sítios oficiais da Internet
contemplem os seguintes dispositivos:
d. Atuação em Rede
A lei abriu a oportunidade para que duas ou mais organizações da sociedade civil
atuem em rede para execução de parcerias, mantida a integral responsabilidade da
organização celebrante do termo de fomento ou termo de colaboração278.
Hipóteses de inexigibilidade:
O livre acesso dos servidores dos órgãos repassadores e dos órgãos de controle
ao acervo, instalações, locais de execução e demais informações que compõem o objeto da
parceria devem estar previstos nos ajustes.
a. Despesas vedadas
A experiência obtida com a execução das parcerias com o terceiro setor, sobretudo
as falhas e apontamentos destacados em prestações de contas analisados pelos órgãos
repassadores e pelos órgãos de controle (interno e externo), permitiram que a legislação, a
exemplo da Lei de Diretrizes e Bases do Ensino (LDB), exemplificassem um rol de despesas
não elegíveis, tais como304:
b. Despesas permitidas
Diante da insegurança jurídica tanto para os gestores, quanto para as organizações
da sociedade civil em função de lacuna jurídica, o tema do pagamento de pessoal da equipe
dimensionada no plano de trabalho, do pessoal próprio da entidade e das despesas
indiretas, a legislação enumera as despesas elegíveis com305:
Quando os custos indiretos forem pagos também por outras fontes, a organização
da sociedade civil deve apresentar a memória de cálculo do rateio da despesa, vedada a
duplicidade ou a sobreposição de fontes de recursos no custeio de uma mesma parcela dos
custos indiretos.
A movimentação financeira dos recursos é tratada com extremo rigor, a iniciar pela
movimentação financeira exclusivamente em instituição financeira pública determinada pela
Administração Pública, em conta específica isenta de tarifa bancária309.
7.3.6.9 Acompanhamento
a. Monitoramento e avaliação
7.3.7 Transparência
• manter, em seu sítio oficial na internet a relação das parcerias celebradas e dos
respectivos planos de trabalho, até cento e oitenta dias após o respectivo
encerramento;
• divulgar pela Internet os meios de representação de denúncia sobre a aplicação
irregular dos recursos envolvidos nas parcerias;
• divulgar amplamente o edital de chamamento em página do sítio oficial na
Internet com antecedência mínima de trinta dias;
• divulgar o resultado do julgamento do chamamento público em página de seu
sítio oficial na internet;
• divulgar o extrato do ajuste em página de seu sítio oficial na internet ou no meio
oficial de publicidade;
• disponibilizar plataforma eletrônica para divulgação da prestação de contas e
documentos da parceria, inclusive para registro das impropriedades que deram
causas às ressalvas ou à rejeição da prestação de contas, com acesso a
qualquer interessado;
• divulgar na Internet as liberações de recursos; e,
• divulgar previamente as alterações nos manuais específicos de orientação da
prestação de contas nos meios oficiais de publicação.
Obrigações da organização da sociedade civil
a. Normas gerais
A prestação de contas observará as regras constantes do instrumento de
parceria e do plano de trabalho e, para fins de orientação, a administração
pública fornecerá manuais específicos às organizações da sociedade civil322.
321 Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que
recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante
subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos
congêneres.
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação
em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles
produzidas ou custodiadas.
[...]
§ 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e
instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de
computadores (internet).
322 Artigo 63, §§ 1º a 3º, da LF nº 13.019/2014 e alterações.
323 Artigo 64, da LF nº 13.019/2014 e alterações.
324 Artigo 66, I e II da LF nº 13.019/2014 e alterações.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 109
civil, contendo as atividades ou projetos desenvolvidos para o
cumprimento do objeto e o comparativo de metas propostas com os
resultados alcançados; e,
• relatório de execução financeira do termo de colaboração ou do termo
de fomento, com a descrição das despesas e receitas efetivamente
realizadas e sua vinculação com a execução do objeto, na hipótese de
descumprimento de metas e resultados estabelecidos no plano de
trabalho.
d. Prazos
Basicamente, dois prazos foram definidos pela lei: um para a organização
da sociedade civil prestar contas e outro para a administração pública
manifestar-se sobre elas.
A organização da sociedade civil deverá prestar contas finais no prazo de
até noventa dias do término da vigência da parceria, podendo ser prorrogado por
trinta dias com a devida justificativa, ou no final de cada exercício, se a duração
da parceria exceder um ano, sendo possível ainda que a administração pública
promova instauração de tomada de contas especial antes do término da
parceria, diante de evidências de irregularidades na execução do objeto331.
O prazo final para prestação de contas será estabelecido de acordo com a
complexidade da parceria332.
A partir da liberação dos recursos financeiros surge o dever de prestação
de contas.
A administração pública manifestar-se-á de forma conclusiva, devendo
dispor alternativamente sobre333:
• aprovação da prestação de contas, quando estas expressam de forma
clara e objetiva, o cumprimento dos objetivos e metas estabelecidos no
plano de trabalho;
• aprovação da prestação de contas com ressalvas: quando estas
evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal
que não resulte em dano ao erário; ou
• rejeição da prestação de contas: quando constatada omissão no dever
de prestar contas, descumprimento injustificado dos objetivos e metas
estabelecidos no plano de trabalho; dano ao erário decorrente de ato de
gestão ilegítimo ou antieconômico; desfalque ou desvio de dinheiro, bens
ou valores públicos, com determinação de imediata instauração de
tomada de contas especial.
VII Congresso Internacional del CLAD sobre la Reforma del estado y de la Administración Pública, Lisboa,
351
Portugal, 8-11/10/2002.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 121
responsabilidade aos participantes da organização. Como os grupos de
interesse são representados na organização e o poder que possuem
para decidir sobre as atividades. Está relacionada com a participação
e o controle dos diversos grupos nas decisões da entidade.
Governança se debruça como as organizações estão estruturadas em
termos de comitês, conselhos e órgãos de poder.
10 A FISCALIZAÇÃO DO TCESP
1 - TAXA DE ADMINISTRAÇÃO
PROCESSO: TC-002617/007/07
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Roseira
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Ao contrário do defendido pela defesa, a Taxa de Administração
fixada em prol da Entidade não é compatível com o instrumento em tela, porque
detém natureza remuneratória, contraprestacional, e não se amolda ao conceito
de convênio, quanto ao mais fixada em percentual sobre os valores do repasse,
descaracterizando o simples pagamento de despesas próprias do Ajuste.
DECISÃO: 12/03/2013 PUBLICAÇÃO: 23/03/2013
PROCESSO: TC-002662/003/07
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Mogi Mirim
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Uma vez previsto ganho econômico por parte da entidade,
deixam de existir interesses comuns entre os partícipes, revelando-se acordo
similar a contrato administrativo, realizado entre partes que se obrigam a
prestações mútuas e equivalentes, em encargos e vantagens. Registro estar
PROCESSO: TC-031701/026/07
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Arujá
ASSUNTO: Convênio
CONCLUSÃO: Assinalo que está sedimentado nesta Corte de Contas
entendimento pela ilegalidade do pagamento de tal tarifa em ajustes firmados entre o
Poder Público e entidades do terceiro setor, porquanto a mesma detém natureza
remuneratória, apartada da
consecução específica do objeto. É cediço que, quando o custeio da atividade
administrativa da beneficiária é amparado pelo dinheiro público mediante pagamento de
taxa específica, significa que a avença vai além da execução do programa e alcança a
própria existência da entidade.
DECISÃO: 07/07/2015 PUBLICAÇÃO: 29/07/2015
PROCESSO: TC-001675/002/08
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Jaú
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: É entendimento consagrado nesta Corte de que o ganho
econômico obtido por meio de taxa de administração cobrada por entidade
do terceiro setor é indevido, pois descaracteriza o vínculo jurídico do instituto
escolhido para formalização da parceria com o Poder Público, que neste caso
foi constituída mediante a celebração de convênio, cuja principal característica
é o interesse recíproco das partes.
DECISÃO: 21/05/2014 PUBLICAÇÃO: 02/07/2014
PROCESSO: TC-027265.989.20
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Mairinque ASSUNTO:
Prestação de Contas – Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Lembro que é ilegal a cobrança de Taxa de Administração nos
repasses ao terceiro setor. A cobrança de Taxa de Administração e as remunerações
congêneres são vedadas pela Súmula nº 41 desta Corte. Neste sentido são os precedentes
jurisprudenciais: TC-910/011/12, TC-1847/002/12, TC-1924/005/07, TC-8678/026/10 e TC-
1166/011/13.
DECISÃO: 22/06/2021 PUBLICAÇÃO: 09/07/2021
PROCESSO: TC-001018/008/10
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Novo Horizonte
ASSUNTO: Convênio
CONCLUSÃO: Vale consignar que a cobrança de taxa de Administração
tem sido sistematicamente repudiada por esta Corte, pois, conforme já se
decidiu no enfrentamento do tema ‘descaracteriza a formação de vínculo de
cooperação entre as partes, configurando ganho econômico não permitido para
126 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
instrumento da espécie.
DECISÃO: 26/05/2015 PUBLICAÇÃO: 20/06/2015
PROCESSO: TC-000618/009/10
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Araçoiaba da Serra
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Os recursos para a execução do objeto já são líquidos e
certos, de acordo com o Plano de Trabalho e Cronograma de Desembolso, de
modo que receitas extras se mostram como uma espécie de ganho, ainda que
convertidas em outras atividades sociais previstas no respectivo Estatuto.
DECISÃO: 12/09/2018 PUBLICAÇÃO: 09/10/2018
PROCESSO: TC-000243/012/11
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Iporanga ASSUNTO:
Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Esta E. Corte já decidiu que a cobrança da referida taxa para
a execução do convênio descaracteriza a formação de vínculo de cooperação
entre as partes, configurando ganho econômico não permitido para instrumentos
desta espécie (TC’s- 2617/007/07 e 1675/002/08, sob a relatoria do Conselheiro
Dimas Eduardo Ramalho).
DECISÃO: 27/08/2013 PUBLICAÇÃO: 11/09/2013
PROCESSO: TC-000441/011/11
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Santa Fé do Sul
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Reafirme-se que é entendimento desta Corte de Contas que
a cobrança de taxa de administração descaracteriza a formação de vínculo de
cooperação entre as partes, configurando ganho econômico não permitido
para instrumento desta espécie (...).
DECISÃO: 18/07/2018 PUBLICAÇÃO: 06/09/2018
PROCESSO: TC-000781/010/12
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Araraquara
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: O Tribunal de Contas do Estado tem criticado a adoção desse
procedimento por entender que, em última análise, proporciona ganho econômico a
entidades que estabelecem liame de cooperação com órgãos da Administração Pública.
Em suma, a percepção de vantagem pecuniária não se amolda aos basilares desígnios
do instituto do convênio, onde deve, fundamentalmente, prevalecer confluência ou
similitude de propósitos. Assim, competia às partes comprovar que a propalada
taxa de administração teve por exclusiva meta suportar custos indiretos
absolutamente indispensáveis ao cabal cumprimento do objeto pactuado.
DECISÃO: 20/05/2015 PUBLICAÇÃO: 24/06/2015
PROCESSO: TC-015533/026/13
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Bertioga ASSUNTO:
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 127
Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: A forma de atribuição dos custos indiretos suportados com
recursos públicos deve ser cautelosa, devem ser criados mecanismos para
acompanhamento e verificação da composição destes gastos. Deste modo, além
da apresentação da demonstração contábil – financeira da despesa operacional
da OSS – matriz, deve ser evidenciada a vinculação, necessidade e
proporcionalidade destas despesas ao objeto do Contrato de Gestão, desde a
formulação do Plano Operacional e durante a execução do ajuste, o que não
restou evidenciado no caso em exame, configurando, portanto, taxa de
administração, em inobservância à Súmula 41 desta Corte.
DECISÃO: 04/12/2018 PUBLICAÇÃO: 24/01/2019
PROCESSO: TC-020473.989.17
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Alambari ASSUNTO:
Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Este Tribunal pacificou entendimento pela irregularidade
de cobrança de taxa de administração, independentemente da modalidade do
repasse, por descaracterizar a formação de vínculo de cooperação entre as
partes, configurando ganho econômico não permitido para instrumento da
espécie, consoante jurisprudência pacificada deste Tribunal de Contas e
vedação prescrita pela Instrução Normativa STN nº 01/97, em seu artigo 8º,
inciso I.
DECISÃO: 23/10/2018 PUBLICAÇÃO: 26/10/2018
2 - PLANO DE TRABALHO
PROCESSO: TC-023324.989.19
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Batatais ASSUNTO:
Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Analisando os documentos acostados, não se sabe qual a
atividade prestada em benefício à sociedade, ou melhor, o próprio convênio foi omisso
em relação ao que seria desenvolvido, visto que o objeto se resumiu ao “(...) pagamento
de encargos financeiros e outros, dos profissionais contratados para execução dos
Projetos: Projovem Adolescente, Equipe Volante e Inclusão Produtiva.” A alínea VII da
cláusula segundo do respectivo acordo faz menção ao Plano de Trabalho, mas sequer
foi juntado aos autos. Falhas dessa natureza, que certamente não são formais, não
podem ser toleradas, pois impactam, objetivamente, na prestação dos serviços.
DECISÃO: 16/06/2020 PUBLICAÇÃO: 10/07/2020
PROCESSO: TC-000781/010/12
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Araraquara
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Aqui mais uma vez, evidencia-se a importância da
elaboração de adequado Plano de Trabalho com discriminação
pormenorizada dos serviços necessários à execução do convênio, respectivos
custos, fixação de metas, definição de indicadores quantitativos e qualitativos,
128 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
capazes de proporcionar subsídios para avaliação dos gastos e resultados
alcançados.
DECISÃO: 20/05/2015 PUBLICAÇÃO: 24/06/2015
PROCESSO: TC-008709/026/14
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Santo André
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: É compromisso da entidade beneficiária a transparência
na aplicação dos recursos repassados, o que preconiza um plano de trabalho
com metas precisas e quantitativos mensuráveis, formalização documental,
rigoroso controle e fiscalização do uso do dinheiro e sua adequação às políticas
públicas em que se inserem.
DECISÃO: 08/03/2016 PUBLICAÇÃO: 24/03/2016
PROCESSO: TC-000357/008/15
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de José Bonifácio
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: A Conveniada deve apresentar o Plano de Trabalho com
maior detalhamento, afastando-se do nível de generalidade constatada pela
Fiscalização desta Casa. Esse detalhamento é fundamental para o exame da
presente prestação de contas, o controle da execução do Convênio e a verificação
do cumprimento dos princípios vinculados à Administração Pública nos termos do
art. 37, caput da Constituição Federal. Menções genéricas no Plano de Trabalho
dificultam a avaliação e o acompanhamento da execução do ajuste, além de afetar
a transparência de seus gastos.
DECISÃO: 29/05/2018 PUBLICAÇÃO: 20/06/2018
PROCESSO: TC-031073/026/15
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Cubatão ASSUNTO:
Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: A ausência de minucioso plano de trabalho, em unidades
físicas e monetárias, restringe sobremaneira o acompanhamento e a avaliação
da execução dos programas com verbas públicas por todos os cidadãos e
também por este Tribunal de Contas.
DECISÃO: 07/01/2019 PUBLICAÇÃO: 10/01/2019
PROCESSO: TC-010636.989.17
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Neves Paulista
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Outro fator que compromete a prestação de contas em
análise, é a impossibilidade da verificação da conformidade entre os recursos
aplicados e os resultados alcançados, tendo em vista o Plano de Trabalho
genérico apresentado pela Entidade. Não deve, este, ser um mero cumprimento
de uma imposição legal, mas sim uma importante ferramenta de transparência na
aplicação dos recursos públicos.
DECISÃO: 04/06/2018 PUBLICAÇÃO: 15/06/2018
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 129
PROCESSO: TC-010306.989.18
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Cerquilho ASSUNTO:
Convênio
CONCLUSÃO: A economicidade do ajuste deve ser comprovada por meio
de um estudo puramente objetivo e no Plano de Trabalho devem constar dados
detalhados, inclusive para que seja possível avaliar as respectivas prestações
de contas.
DECISÃO: 27/11/2018 PUBLICAÇÃO: 31/01/2019
3 - METAS E INDICADORES
PROCESSO: TC-011917/026/10
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Santo André
ASSUNTO: Termo de Parceria
CONCLUSÃO: Além disso, é essencial a existência prévia de estudos que
mapeiem o cenário pretérito e presente, com expressividade de dados
suficientes a indicar a inviabilidade de execução direta frente às necessidades
primárias e as metas pretendidas, assim como a vantagem econômica e de
eficiência na consecução dos resultados a que deve perseguir a Administração
Pública.
DECISÃO: 03/06/2014 PUBLICAÇÃO: 04/07/2014
PROCESSO: TC-000020.989.18
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Cubatão ASSUNTO:
Contrato de Gestão
CONCLUSÃO: Um planejamento sem metas e custos individualizados prejudica a
definição de um valor adequado para o ajuste, bem como a análise dos resultados
alcançados, tendo em vista que ações executadas e recursos aplicados podem se
apresentar insuficientes ou exacerbados, impedindo a verificação da vantagem econômica
e da efetividade do ajuste. Quanto à ausência das cláusulas obrigatórias no contrato de
gestão com a estipulação das metas, os critérios de avaliação de desempenho, e os
indicadores de qualidade e produtividade, restou a mesma conclusão, visto que o item 2.2,
“3” e “8”, da cláusula segunda do contrato, não contempla tais exigências, como defendeu
a Origem.
DECISÃO: 08/06/2021 PUBLICAÇÃO: 29/07/2021
4 – ECONOMICIDADE
PROCESSO: TC-009597/026/17
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Rancharia
ASSUNTO: Prestação de Contas – Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Um planejamento sem metas e custos individualizados prejudica a
definição de um valor adequado para o ajuste, bem como a análise da execução do seu
objeto, tendo em vista que ações executadas e recursos aplicados podem se apresentar
insuficientes ou exacerbados, impedindo a verificação da vantagem econômica do convênio.
130 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
(...) Dessa forma, entendo que houve ofensa ao princípio da transparência, bem como ficou
prejudicada a constatação da economicidade da aplicação dos recursos.
DECISÃO: 04/02/2020 PUBLICAÇÃO: 28/02/2020
PROCESSO: TC-018652.989.20
INTERESSADO: Coordenadoria de Gestão de Contratos de Serviços de Saúde –
CGCSS – Secretaria Estadual da Saúde
ASSUNTO: Contrato de Gestão
CONCLUSÃO: Não há nos autos, contudo, elementos que permitam a verificação do
binômio eficiência e custos, o que era incumbência dos Interessados comprovarem, a fim de
que a economicidade do ajuste pudesse ser aferida. Ausente a demonstração dos custos
unitários e globais de cada procedimento, atividade ou projeto, que evidenciasse o
atingimento das metas descritas no plano de trabalho, além de inexistir parâmetro mínimo
de comparação entre os valores pactuados com os de mercado. Ausentes, também,
informações a respeito da qualidade dos serviços oferecidos à população, dos resultados
alcançados, da oferta dos serviços, etc., inviabilizando, pois, qualquer ponderação que
pudesse ser feita acerca da eficiência da atividade desenvolvida pela Entidade, impedindo
o necessário sopesamento entre custos e qualidade. Com efeito, a Recorrente não
apresentou fatos concretos, nem documentos capazes de comprovar a economicidade da
avença, limitando-se a trazer argumentos genéricos, que não se mostraram aptos a reverter
o decidido pela C. Câmara, conforme atestado pelos Órgãos do Tribunal. À míngua de
elementos capazes de permitir a análise da economicidade do ajuste, acertada a decisão
recorrida, neste ponto, obstaculizando a reforma da decisão recorrida. A economicidade dos
ajustes firmados pela Administração é requisito essencial para validade dos atos, cuja
ausência de sua demonstração leva à inequívoca conclusão de irregularidade do contrato.
DECISÃO: 19/05/2021 PUBLICAÇÃO: 09/07/2021
PROCESSO: TC-000141/006/11
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Jardinópolis
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Ainda que se possa admitir a execução das ações por uma
entidade do Terceiro Setor, a Administração deve buscar parceiros
especializados na área, contando com instalações adequadas, quadro de
pessoal próprio e permanente, cujas atividades sejam condizentes com o objeto
conveniado. É imprescindível que também se exija a otimização dos recursos
financeiros, tecnológicos e profissionais, assim como da qualidade dos serviços
prestados, seja no tocante ao contato humano (pessoal qualificado e atencioso);
à estrutura física (ambiente adequado, equipamentos modernos, medicamentos
e materiais disponíveis etc.), ou ao atendimento (redução das filas e tempo de
espera para consultas, cirurgias e outros procedimentos).
DECISÃO: 24/11/2015 PUBLICAÇÃO: 06/01/2016
PROCESSO: TC-001690/002/13
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Pirajuí
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Observo que o benefício à coletividade não pode ser restrito
às intenções dos convênios, mas é sempre imprescindível a impessoalidade
na condução dos ajustes de Terceiro Setor, com transparência quanto ao
cumpri- mento de seus planos de trabalhos, com metas claras, economicidade
em sua iniciativa e a devida fiscalização pela Administração, pontos não
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 131
evidenciados no arrazoado recursal.
DECISÃO: 07/03/2018 PUBLICAÇÃO: 22/03/2018
PROCESSO: TC-012032/026/14
INTERESSADO: Departamento Regional de Saúde de São João da Boa Vista –
Secretaria Estadual de Saúde
ASSUNTO: Convênio
CONCLUSÃO: Não basta ao Poder Público simplesmente entregar a
Saúde nas mãos do particular, cobrando somente aquilo que ele próprio teria
condições de oferecer, pois, se assim o fizer, estará apenas se desincumbindo
de obrigações típicas do Estado. É imprescindível que, mesmo que em regime
de colaboração, ao transferir suas atribuições constitucionais a um particular,
exija a otimização dos recursos financeiros, tecnológicos e profissionais,
assim como da qualidade dos serviços prestados, seja no tocante ao contato
humano (pessoal qualificado e atencioso); à estrutura física (ambiente
adequado, equipamentos modernos, medica- mentos e materiais disponíveis
etc.), ou ao atendimento (redução das filas e tempo de espera para consultas,
cirurgias e outros procedimentos, por exemplo).
DECISÃO: 06/10/2015 PUBLICAÇÃO: 04/12/2015
PROCESSO: TC-032072/026/15
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Bertioga ASSUNTO:
Prestação de Contas – Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: As planilhas apresentadas com as previsões de custo para o
período não são suficientes para a aferição da economicidade na execução do ajuste, já
que ausente o detalhamento dos custos efetivamente incorridos no exercício de 2014.
DECISÃO: 29/09/2021 PUBLICAÇÃO: 23/10/2021
PROCESSO: TC-009532.989.16
INTERESSADO: Coordenadoria de Gestão Orçamentária e Financeira - Secretaria
de Estado da Saúde
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: É justamente o conhecimento da composição dos custos
unitários e globais das atividades, atreladas à previsão de metas, que permite
analisar as variações ocorridas no exercício e avaliar, sob a premissa da
economicidade, se estão condizentes com os repasses efetuados e aferir se os
recursos públicos foram aplicados com economicidade, eficiência e eficácia.
DECISÃO: 11/04/2017 PUBLICAÇÃO: 22/02/2018
PROCESSO: TC-014742.989.17
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Batatais
ASSUNTO: Prestação de Contas – Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: A prestação de contas deve ser realizada de acordo com o
constante do Plano de Trabalho e conter relatório de execução do objeto
elaborado pela entidade e “contendo as atividades ou projetos desenvolvidos
para o cumprimento do objeto” e o comparativo de metas propostas com os
resultados alcançados e rela- tório de execução financeira “com a descrição das
132 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
despesas e receitas efetivamente realizadas”. Por meio desses instrumentos é
que a Fiscalização pode aferir de forma mais consistente questões
relacionadas à economicidade e à eventual vantagem econômica dos
repasses, em detrimento de sua aplicação direta.
DECISÃO: 23/04/2019 PUBLICAÇÃO: 07/05/2019
PROCESSO: TC-019794.989.19
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Bauru
ASSUNTO: Prestação de Contas – Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Assim, as falhas observadas nesse contexto ultrapassam o aspecto
formal e violam o sistema das parcerias com as Organizações da Sociedade Civil, sistema
esse que, nos termos do artigo 5º, caput e inciso IV, da Lei nº 13.019/2014, tem por requisito
fundamental a transparência, cuja falta justifica o parecer desfavorável do Poder Público
para as contas e o julgamento irregular neste Tribunal.
DECISÃO: 05/05/2020 PUBLICAÇÃO: 27/05/2020
PROCESSO: TC-000748/006/12
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Bebedouro
ASSUNTO: Contrato de Gestão
CONCLUSÃO: A atuação da Administração Pública deve obedecer,
dentre outros, aos princípios da publicidade e da impessoalidade, conforme
disposição da Constituição Federal, o que reflete nas normas que regem as
parcerias do Poder Público com as entidades do Terceiro Setor.
DECISÃO: 27/02/2019 PUBLICAÇÃO: 28/03/2019
PROCESSO: TC-000797/001/13
INTERESSADO: Secretaria de Estado da Saúde
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: O fato de qualquer funcionário, dirigente ou conselheiro da
Organização Social, ou alguém que possua laços de parentesco com estes, ser
proprietário de pessoa jurídica contratada por essa Entidade afronta o
princípio da moralidade e da impessoalidade e frustra a busca pela melhor
proposta.
DECISÃO: 05/02/2019 PUBLICAÇÃO: 20/02/2019
PROCESSO: TC-000023/016/14
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Ribeirão Grande
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Ademais, a prática do uso de recursos públicos para
contratação de pessoal por entidades do terceiro setor em atividades inerentes
à Administração Pública evidencia burla ao art. 37, inciso II, da Constituição
Federal, haja vista o recrutamento de pessoal com recursos públicos através de
intermediação de pessoa jurídica de direito privado.
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 133
DECISÃO: 26/05/2015 PUBLICAÇÃO: 03/06/2015
PROCESSO: TC-000131/002/15
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Botucatu ASSUNTO:
Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Os repasses encontram-se desprovidos de interesse
público, caracterizando ofensa os princípios da impessoalidade e da
moralidade estabelecidos no caput do art. 37 da Constituição Federal,
envolvendo a aplicação das verbas municipais em benefício de um grupo
particular, fechado e determinado.
DECISÃO: 25/08/2015 PUBLICAÇÃO: 04/09/2015
PROCESSO: TC-014859/026/15
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Mauá
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Considerando-se que os princípios da transparência e da
publicidade devem ser observados pelas entidades do Terceiro Setor,
DETERMINO ao Centro de Educação Estudos e Pesquisas que dê ampla
publicidade à aplicação dos recursos públicos recebidos e a suas respectivas
destinações, no mínimo por categorias de despesas, sem prejuízo das prestações
de contas a que esteja legalmente obrigado, nos moldes da Lei Federal nº
12.527/2011, Lei de Acesso a Informações, notadamente em seu artigo 2º.
Recomendo, por fim, a imediata reativação de seu site.
DECISÃO: 30/10/2018 PUBLICAÇÃO: 18/12/2018
PROCESSO: TC-039342/026/15
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: RECOMENDO à Prefeitura Municipal de São Bernardo do
Campo que cumpra, com rigor, as disposições da Lei de Acesso às
Informações, especialmente em seu art. 6º, I, da Lei Federal nº 12.527/2011,e no
inciso II, do art. 176 das Instruções nº 02/2016 deste Tribunal, no sentido de
propiciar amplo acesso às informações e assegurar uma gestão transparente de
informação, devendo divulgar em sítio oficial do poder público na internet as
informações relativas aos repasses financeiros efetuados às entidades do
terceiro setor.
DECISÃO: 17/04/2018 PUBLICAÇÃO: 19/07/2018
PROCESSO: TC-012867.989.17
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Guaimbê ASSUNTO:
Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Considerando-se que os princípios da transparência e da
publicidade devem ser observados pelas entidades do Terceiro Setor, determino
à Maternidade de Guaimbê – Hospital Geral que se dê ampla publicidade em sítio
eletrônico, à aplicação dos recursos públicos recebidos e a sua respectiva
destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que esteja legalmente
obrigada, nos moldes previstos pela Lei Federal nº 12.527/2011, Lei de Acesso a
134 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
Informações, notadamente em seu artigo 2º, tendo em vista que não consta site da
entidade dispondo de tais informações.
DECISÃO: 26/02/2019 PUBLICAÇÃO: 24/04/2019
6 - TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS
PROCESSO: TC-011229.989.16
INTERESSADO: Serviço de Assistência Médica de Francisco Morato
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: O principal obstáculo encontra-se no próprio objeto do Convênio -
contratação de Agentes Comunitários de Saúde (para integrarem o Programa de Saúde da
Família). Sendo o repasse de recursos financeiros destinado, exclusivamente, para o
pagamento dos Agentes contratados (Cláusulas 1ª e 5ª do Convênio), em contrariedade à
Lei nº 11.350/06 e à Emenda Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro de 2006. Nos termos
da Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006 (conversão da MPv nº 297, de 09/06/2006, DOU
12.06.06), regra há muito vigente por ocasião do ajuste em tela, os Agentes Comunitários
de Saúde devem ser admitidos após aprovação em concurso público/processo seletivo e
pertencerem ao quadro de servidores do Ente Público. Importa, ainda, destacar a vedação
de terceirização desses profissionais, imposta pelo art. 16 da citada lei.
DECISÃO: 11/02/2020 PUBLICAÇÃO: 11/03/2020
PROCESSO: TC-001952/009/09
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Apiaí
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor CONCLUSÃO:
As subvenções devem suplementar os recursos de origem privada aplicados na
prestação de serviços essenciais de assistência médica, social e educacional,
conforme estabelecido no artigo 16 da Lei Federal nº 4.320/64 enquanto, no caso
concreto, o repasse foi destinado ao pagamento de pessoal, cujos cargos são de
caráter permanente e inerentes à administração pública. Não obstante, determino à
Prefeitura de Apiaí que não mais conceda auxílios/subvenções, ou quaisquer
transferências, à conta de dotações destinadas à aplicação no ensino e para os fins
ora considerados irregulares.
DECISÃO: 13/07/2012 PUBLICAÇÃO: 17/07/2012
PROCESSO: TC-000515.989.16
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Registro ASSUNTO:
Convênio
CONCLUSÃO: Este Tribunal sempre considerou a possibilidade de
terceirização da Estratégia da Saúde da Família, mas desde que a contratação
dos Agentes Comunitários de Saúde seja feita a teor das disposições contidas
na Lei Federal nº 11.350/06, ou seja, pertencerão ao quadro permanente de
pessoal do Poder Público e, em cláusulas específicas dos ajustes, poderá ser
pactuada a cessão de tais servidores para a consecução do objeto do
Convênio.
DECISÃO: 13/11/2018 PUBLICAÇÃO: 16/01/2019
PROCESSO: TC-010726.989.17
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Oriente
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 135
CONCLUSÃO: A contratação de entidades do terceiro setor para prestação
de serviços relacionados ao Programa Saúde da Família e Agente
Comunitário de Saúde, não deve, em hipótese alguma, servir de burla ao
disposto no inciso II, do artigo 37 da Constituição Federal, tampouco afrontar
a Emenda Constitucional nº 51/06 e os termos da Lei Federal nº
11.350/2006, como foi verificado nesta prestação de contas. O
procedimento adotado pela Administração – terceirização de mão de obra,
inclusive agentes comunitários de saúde, em vez da contratação direta –
configura inobservância ao artigo 37, II, da Constituição Federal, na medida
em que os profissionais deveriam ter sido admitidos pelo Poder Público,
mediante concurso público, observados os princípios da isonomia e
impessoalidade.
DECISÃO: 19/02/2019 PUBLICAÇÃO: 24/04/2019
PROCESSO: TC-11466.989.17
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Rinópolis
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Como asseverado pelo i. julgador a quo, o gerenciamento do
Programa de Saúde da Família por entidade do terceiro setor constitui
mácula por reverberar ofensa ao mandamento constitucional previsto no
artigo 37, IX.
DECISÃO: 24/04/2018 PUBLICAÇÃO: 12/05/2018
PROCESSO: TC-011011.989.20
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Itararé
ASSUNTO: Prestação de Contas – Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Registro, por derradeiro, que a apresentação do relatório anual de
execução das atividades (pela entidade), bem como do relatório governamental da
análise da execução do convênio (pela prefeitura), demonstrando que a parceria
permanece a melhor opção para a Administração Pública, não pode ser
suprida/substituída, respectivamente, por declaração atestando a prestação dos serviços
e pelo parecer conclusivo, conforme sustentado no arrazoado. Trata-se de documentos
exigidos pelas Instruções desta Corte, cada qual com a sua finalidade, devendo constar
das prestações de contas apresentadas. É o que DETERMINO.
SESSÃO: 04/02/2021 PUBLICAÇÃO: 06/02/2021
PROCESSO: TC-001935/009/04
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Tapiraí
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Recomendo ao Município de Tapiraí que promova a
adequação dos repasses ao terceiro setor à legislação vigente e às Instruções
Consolidadas desta Corte.
DECISÃO: 29/06/2012 PUBLICAÇÃO: 20/07/2012
136 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
PROCESSO: TC-031768/026/13
INTERESSADO: Serviço de Assistência Médica de Francisco Morato
ASSUNTO: Prestação de Contas – Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Não obstante, recomendo que os partícipes observem e procurem
dar pleno atendimento às Instruções Consolidadas deste Tribunal de Contas.
SESSÃO: 12/11/2019 PUBLICAÇÃO: 22/01/2020
PROCESSO: TC-000110/007/10
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de São Sebastião
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Recomendo, contudo, que, doravante, o Órgão Concessor
proceda ao exame das comprovações das despesas decorrentes dos recursos
repassados, bem como emita os respectivos pareceres conclusivos, no prazo
estabelecido nas Instruções nº 02/08 desta Corte, e exija do Beneficiário, quanto
à elaboração do demonstrativo integral das receitas e despesas, o cumprimento
do disposto no inciso V, do artigo 29 (termo de parceria), e do disposto no inciso
V, do artigo 37 (convênio), das referidas Instruções.
DECISÃO: 25/06/2012 PUBLICAÇÃO: 29/06/2012
PROCESSO: TC-000150/016/10
INTERESSADO: Diretoria de Ensino - Região de Piraju – Secretaria Estadual da
Educação
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Recomendo ao atual responsável pela Diretoria Regional de
Ensino – Região de Piraju que promova rigorosa adequação das prestações de
contas de novos repasses às Instruções nº 1/08 deste Tribunal. O não atendimento
ensejará imposição de multa aos Responsáveis, nos termos do inciso VI do artigo
104 da Lei Complementar estadual nº 709/93.
DECISÃO: 04/06/2012 PUBLICAÇÃO: 14/06/2012
PROCESSO: TC-015781/026/11
INTERESSADO: Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude - SELJ
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Recomendo ao Órgão Concessor e a Entidade Beneficiária
para que observem com rigor as disposições contidas nas Instruções vigentes,
relativas aos documentos e prazos estabelecidos aos repasses da espécie.
DECISÃO: 12/06/2012 PUBLICAÇÃO: 19/06/2012
PROCESSO: TC-000202/014/12
INTERESSADO: Departamento Regional de Saúde de Taubaté – DRS XVII –
Secretaria Estadual de Saúde
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Recomendo ao Órgão concessor que adote medidas
administrativas adequadas na gestão das informações disponibilizadas à
população e observe com rigor o prazo para emissão do parecer conclusivo da
prestação de contas dos futuros repasses, nos termos do artigo 72, inciso VI
das Instruções nº 1/08 deste Tribunal. A reincidência poderá ensejar aplicação
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 137
de pena pecuniária, a teor da regra do artigo 104, inciso VI, da Lei complementar
estadual nº 709/93.
DECISÃO: 18/06/2012 PUBLICAÇÃO: 23/06/2012
PROCESSO: TC-003458/026/18
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Barueri
ASSUNTO: Prestação de contas - Repasses ao Terceiro Setor CONCLUSÃO:
Apesar da falta de emissão de parecer do Controle Interno da Prefeitura, das
declarações exigidas no art. 49, XXI e XXII das Instruções nº 01/2016 e do parecer
a que se refere o art. 149, XIX das Instruções nº 02/2016, considero que essas falhas
podem ser, neste caso específico, relevadas e, dessa forma, ADVIRTO que sejam
apresentadas pelas Partes nas futuras prestações de contas.
DECISÃO: 23/10/2018 PUBLICAÇÃO: 07/12/2018
PROCESSO: TC-008428/989/18
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Valparaíso
ASSUNTO: Prestação de contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Não obstante, recomendo que a Prefeitura Municipal de
Valparaíso observe e procure dar pleno atendimento às Instruções Consolidadas
deste Tribunal de Contas.
DECISÃO: 05/02/2019 PUBLICAÇÃO: 26/02/2019
PROCESSO: TC-005981.989.20
INTERESSADO: Coordenadoria de Gestão Orçamentária e Financeira –
Secretaria Estadual da Saúde
ASSUNTO: Prestação de Contas - Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Não obstante, recomendo que os interessados observem e procurem
dar pleno atendimento às Instruções Consolidadas deste Tribunal, notadamente no que se
refere à remessa dos documentos dentro do prazo estabelecido.
DECISÃO: 01/12/2020 PUBLICAÇÃO: 12/01/2021
PROCESSO: TC-017267.989.18
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Pirajuí
ASSUNTO: Repasses ao Terceiro Setor
CONCLUSÃO: Também proponho recomendação para que os
interessados observem e procurem dar pleno atendimento às Instruções
Consolidadas deste Tribunal de Contas, principalmente no que se refere à
denominação do ajuste, aprimorar o Plano de Trabalho fazendo incluir metas
quantitativas, e, ainda, publicar tempestivamente os extratos dos ajustes
firmados.
DECISÃO: 09/04/2019 PUBLICAÇÃO: 08/05/2019
138 Repasses Públicos ao Terceiro Setor
11 REFERÊNCIAS LEGAIS
Área Federal
Lei Federal nº 4.320, de 17/03/1964
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle
dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal.
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para
licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.
e dá outras providências.
Área Estadual – SP
12 Referências Bibliográficas
Salomon, Marta. Ongs ‘ineptas’ recebem 54% dos repasses ao setor, diz
TCU. Folha de São Paulo, 12/11/2006 (Brasil, A4).
www.tce.sp.gov.br
www.abong.org.br
www.abrasco.org.br
www.bndes.gov.br
www.cfc.org.br
www.comunitas.org.br
www.crcsp.org.br
www.direitosocial.com.br
www.ecos.org.br
www.fehosp.com.br
www.filantropia.org.br
www.fundata.org.br
www.ibge.gov.br
www.irtdpjbrasil.com.br
www.gov.br/mj/pt-br
www.mpsp.mp.br
www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br
www.gov.br/planalto/pt-br
www.polis.org.br
www.gov.br/receitafederal/pt-br
www.ongsbrasil.com.br
www.tcu.gov.br
www.tce.sp.gov.br
A versão eletrônica deste Manual
de Orientação está na página do
TCESP
Redes Sociais
facebook.com/tcesp
youtube.com/tcespoficia
l flickr.com/tcesp
twitter.com/tcesp
instagram.com/tcesp
linkedin.com/company/tcespoficial