Ação de Reintegração de Posse e Tutela de Urgência

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA

CÍVEL DA COMARCA DE CUIABÁ – MATO GROSSO

AUTOR, brasileiro, solteiro, profissão, portador da Cédula de


Identidade nº, inscrito no CPF sob nº, residente e domiciliado na, que não possui endereço
eletrônico, por intermédio de sua Advogada infra-assinada, em que recebe intimações no
endereço profissional indicado em rodapé, com procuração anexa, com fulcro nos artigos 555,
558, 560 e 563 do CPC, e conforme o pedido de liminar disposto no artigo 300 do CPC, vem,
respeitosamente, à ilustre presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, COM PERDAS E DANOS E COM PEDIDO


DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face de FULANO, brasileira, técnica de enfermagem, portadora da Cédula de


Identidade n°, inscrita no CPF sob o nº, atualmente reside na, com endereço eletrônico
desconhecido. E CICLANO, brasileiro, portador da Cédula de Identidade n°, inscrito no CPF
sob o n°, residente e domiciliado, com endereço eletrônico desconhecido, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

1. PRELIMINARMENTE

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1.1 – DA JUSTIÇA GRATUITA

Nos termos dos arts. 98 e 99 do Código de Processo Civil, o Requerente declara para os
devidos fins e direitos sob as penas da lei, ser hipossuficiente na acepção jurídica do termo, e por
não possuir condições de pagar as custas processuais, as despesas do processo, honorários
advocatícios, peritos e demais gastos, sem prejuízo próprio e de sua família, conforme declaração
de hipossuficiência e carteira de trabalho anexas [DOC. 04 e 05].

Além disto, em conformidade a Carteira de Trabalho apresentada em anexo, o Requerente


trabalha como profissão, e vem sendo remunerado com o montante total de, evidenciando assim
sua hipossuficiência.

Nesse sentido, torna-se necessário apresentar o art. 99, § 2º do Código de Processo


Civil, o qual preconizam:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na


petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro
no processo ou em recurso.

§2º. O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos


elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a
concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

Assim, o Requerente requer a CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS


DA JUSTIÇA GRATUITA INTEGRAL nos termos do art. 5º, LXXIV da CF, e dos arts. 98 e
99 do CPC, haja vista ser medida essencial para assegurar suas Garantias Constitucionais de
Acesso à Justiça.

2. DOS FATOS

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Primeiramente devemos apresentar a Prova da Posse do Autor, que advém do contrato
celebrado com a do imóvel, inscrito na Matrícula nº, registrada no Cartório de Registro de
Imóveis de Cidade. Imóvel em que fica situado na Avenida, local em que tornou seu domicílio
pelo período de, caracterizando assim a prova documental incontestável da posse do Requerente.

Em sequência o Autor celebrou Contrato de Compromisso de Compra e Venda do


apartamento com o Requerido, contrato este que estipulou o seguinte acordo de pagamento:

Com isso, totaliza-se o valor venal do apartamento o montante de reais.

É valido informar além das provas documentais, os pormenores que ocorreram ao


decorrer dos fatos.

Ocorre que ambos os Requeridos em suas responsabilidades, não liquidaram todos os


valores acordados, sendo que acerca do valor parcelado entre as partes.

Adiante estes eventos, o Requerido e o Requerente decidiram por celebrar o Distrato do


Contrato de Compra e Venda, que veio a ocorrer em.

Conforme disposto no Distrato, acordaram as partes que os valores já pagos seriam


abatidos no valor das dívidas advindas com o contrato de compra e venda.

É precioso dispor as dívidas advindas do tempo em que os Requeridos ocupavam o


imóvel, que se acumulam e estão em escala astronômica, e merecem ser pontuadas.

Com o Distrato em mãos e devidamente assinado, agindo de boa-fé, notificou a Requerida


a fim que esta desocupasse o imóvel IMEDIATAMENTE, tentativa esta que restou frustrada, já
que a requerida se reusou a sair.

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Neste ponto em especial, precisamos esclarecer acerca da posse nova e a posse velha, para
que venha determinar o procedimento processual que esta causa se enquadrará.
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração
de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for
proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado
na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o
procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.

Com a ilustre demonstração do Código de Processo Civil, podemos verificar que a


propositura da ação se dará dentro de um ano e dia do esbulho. E por este fato é primordial
mencionar que anteriormente ao distrato contratual a posse dos Requeridos era legítima, uma vez
que o contrato de compra e venda se encontrava vigente.

Com isso, o prazo que foi estipulado e sabido pelas partes, para a desocupação, qual seja,
é determinável para data do esbulho, fato que em verdade, a Requerida se recusou a sair do
imóvel, assim agindo de má-fé.

A Prova documental que apresenta a data da ocorrência do Esbulho, se dá com o prazo


estipulado no distrato para a desocupação do apartamento, novamente informando, até o dia.

Visto que a Requerida se recusa a sair do apartamento que não é dela, CONFIGURA
NA DATA DE O ESBULHO DA POSSE DO IMÓVEL.

Após este marco processual, devemos sinalizar a continuação dos fatos, em virtude do
Esbulho da Requerida.

É demonstrada a boa-fé do autor, que mesmo com todos os documentos comprobatórios


de quebra de contrato, distrato do contrato, contas vencidas e direitos adquiridos de
ressarcimento, ainda, propôs acordo com a Requerida para que pudesse permanecer no imóvel,

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todavia, não progrediu a conciliação pela dificuldade de entendimento. Uma vez que esta não
apresentava contraproposta justa.

Desde este fato, o autor vem tentando impossibilitar a estadia da Ré no imóvel, todos os
feitos permaneceram ineficazes. Não restando alternativa a não ser ingressar com a presente
Ação de Reintegração de Posse.

Vislumbra-se, portanto, que os documentos em anexo comprovam cristalinamente a


posse do Autor.

Esta é a síntese dos fatos que merece relato, sendo que não restou outra alternativa a não
ser a busca da tutela jurisdicional para garantir ao Requerente os seus direitos possessórios.

3. DO CABIMENTO E DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA A AÇÃO


POSSESSÓRIA

Seguindo uma linha contínua de raciocínio da posse, primeiramente trazemos o


significado de possuidor, que está disposto no artigo 1.196 e o 1.210 do Código Civil, os quais
apontam que o possuidor é aquele que tem o exercício, poder ou propriedade, bem como tem o
direito de ser mantido, assegurado de violência, turbação e restituído em caso de esbulho.

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o


exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade.
[...]
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso
de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência
iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

Também devemos apresentar a premissa a respeito da proteção da posse, pois no caso


apresentado, é evidente que a o possuidor teve o seu bem sofrido esbulho. E é sabido que é

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necessário que haja comprovação, por parte do autor dos requisitos que o Código de Processo
Civil preceitua o seguinte em seus Artigos 560 e 561:

“Art. 560. O POSSUIDOR TEM DIREITO A SER mantido na


posse em caso de turbação e REINTEGRADO NO DE
ESBULHO.
[...]
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I – a sua posse;
II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III – a data da turbação ou do esbulho;
IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de
manutenção; a perda da posse na ação de reintegração.”

Ressaltando o que foi acima mencionado, e classificando de acordo com o artigo 561 do
CPP:

I - A posse do Autor se dá através da Matrícula, adquirido através do contrato de, lavrado no


Registro de Imóvel da Terceira Circunscrição Imobiliária;
II - O esbulho está caracterizado pela recusa da Requerida em sair do imóvel após o Distrato
do Contrato de Compra e Venda, constituída por prova de testemunha e conversas via
aplicativo de mensagem instantânea;

III - A data do Esbulho se deu com o fim do prazo para saída imediata do
apartamento, ou seja;

IV - A perda da posse vem ocorrendo a meses.

Em casos análogos, a orientação deste MM Juízo é a seguinte, conforme contido nas


decisões dos processos acima expostos:

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 45844460 - RAI 1001536-
51.2020.8.11.0000
EMBARGANTE: GERALDO ANTONIO MENDES DA SILVA
EMBARGADO: IMOBILIARIA E CONSTRUTORA GEORGIA
MIRELA LTDA
E M E NTA
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO – AÇÃO DECLARATÓRIA DE RESCISÃO
CONTRATUAL C/C CANCELAMENTO DE REGISTRO,
REINTEGRAÇÃO DE POSSE E COBRANÇA – LIMINAR
PARCIALMENTE DEFERIDA – COMPRA E VENDA DE
IMÓVEIS – ALEGAÇÃO DE DESFAZIMENTO DO NEGÓCIO
EM RAZÃO DA INADIMPLÊNCIA DO COMPRADOR –
PEDIDO DE RESCISÃO CONTRATUAL COM LIBERAÇÃO
DOS IMÓVEIS PARA QUE DELES A AUTORA POSSA DISPOR
– PROVIMENTO – OMISSÃO – INOCORRÊNCIA – ARTIGO
1.022 DO CPC/15 – REDISCUSSÃO DA MATÉRIA E
PREQUESTIONAMENTO – EMBARGOS REJEITADOS.
Devem ser rejeitados os embargos de declaração, quando ausente a
omissão apontada pela parte embargante e pretende rediscutir a
matéria, consistente na concessão da tutela para liberação dos
apartamentos objeto do contrato de compra e venda firmado entre
as partes, diante dos fortes indícios de inadimplência do
adquirente/embargante.
Mesmo nos embargos de declaração com o fim específico de
prequestionamento, é necessário observar os limites previstos no
artigo 1.022 do CPC/15, impondo-se sua rejeição quando não se
verificarem os vícios nele elencados.-
(N.U 1001536-51.2020.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS
CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, MARILSEN ANDRADE

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ADDARIO, Vice-Presidência, Julgado em 15/07/2020, Publicado
no DJE 27/07/2020)

Em caso muito semelhante a presente discussão, o Tribunal do Estado de Mato Grosso


entende a configuração da má-fé, a inadimplência, além dos danos morais configurados. Caso
este que equivalem as alegações aqui dispostas.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL


C/C REINTEGRAÇÃO DE POSSE – NULIDADE DA
SENTENÇA – PRINCÍPIO DA NÃO SURPRESA – ARTIGO 10
DO CPC – INOCORRÊNCIA – INADIMPLÊNCIA
DEMONSTRADA – DISTRATO TÁCITO – PROCEDÊNCIA –
REINTEGRAÇÃO DE POSSE – TERCEIRO QUE HABITA O
IMÓVEL E RECALCITRA A ENTREGÁ-LO – ASPECTO QUE
VAI ALÉM DO ABORRECIMENTO COTIDIANO – DANOS
MORAIS CONFIGURADOS – VALOR RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE – MANUTENÇÃO – RETENÇÃO
POR BENFEITORIAS – POSSE DE MÁ FÉ – CLÁUSULA
CONTRATUAL CONTRÁRIA – DEVOLUÇÃO DE VALOR DE
IMPOSTOS PAGOS – INOVAÇÃO RECURSAL – NÃO
CONHECIMENTO DO RECURSO NESTA PARTE –
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – MAJORAÇÃO. Recurso
conhecido em parte e desprovido.
(1) – O fato de o magistrado julgar antecipadamente a lide,
entendendo a existência de causa madura, dentro da dicção do art.
355, I e II do CPC, não viola o princípio da não surpresa instituído
pelo art. 10 do mesmo comando processual civil. É um direito que
lhe assiste por imposição legal prescrita no Código de Ritos
Processuais. Preliminar rejeitada.
(2) – Comprovando a autora a inadimplência da requerida, somado
ao fato da aceitação tácita da pretensão vez que não contestou a

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lide, tornando-se revel, correta a decisão de piso que, acatando o
pleito inicial, julga procedente o pedido e rescinde o contrato.
(3) - Os aborrecimentos e infortúnios criados por terceiro no
imóvel, ex-companheiro da contratante, em devolvê-lo, não se trata
de mero aborrecimento do que ordinariamente acontece. Traduz
dano moral ‘in ré ipsa’ que se caracteriza pelo ato ilícito em relação
àquela ocupação indevida e as consequências de perturbação ao
proprietário.
(4) – Estando o valor (R$ 10.000,00) dentro da razoabilidade e da
proporcionalidade e em sintonia com julgados precedentes, não há
como albergar pretensão de exclusão dos danos morais.
(5) – Não reside a possibilidade de retenção por benfeitorias porque
estas não foram demonstradas nos autos, porque se trata de posse de
má fé e porque existe cláusula contratual de perdimento, no caso de
rescisão contratual.
(6) – Não conhece do recurso na parte em que pretende a requerida
o reembolso de impostos pagos durante a ocupação do imóvel em
face de que esta questão não foi tratada em sede de contestação.
Qualquer incursão do Tribunal neste aspecto violaria o duplo grau
de jurisdição.
(7) – Conhecido e desprovido o recurso, impõe-se a majoração dos
honorários advocatícios, os alcunhados recursais (§ 11, art. 85,
CPC).
(N.U 1006819-51.2017.8.11.0003, CÂMARAS ISOLADAS
CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, SEBASTIAO DE MORAES
FILHO, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em
12/08/2020, Publicado no DJE 18/08/2020)

O Esbulho é o ato de usurpar coisa de que tenha propriedade ou posse, semelhante ao um


roubo, um desvio do bem. Caso pelo qual caracteriza pela perda da posse da coisa por ato de
terceiro, que não tem nenhum direito sobre o bem.

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No presente caso os documentos juntados justificam e são suficientes para demonstrar que
a Requerida adentrou o apartamento de má-fé para esbulhar a posse do Requerente, e permanece
no imóvel sem qualquer direito que a legitime, uma vez que não existe nenhum contrato, com isto
impede o exercício de direito do Requerente na faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o
direito de reavê-la de quem quer que a possua ou detenha.

Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo


expedir mandado de manutenção ou de reintegração.

Neste prisma, todos os requisitos (quais sejam: a posse, o esbulho, a


data do esbulho e a perda da posse) desta ação possessória restam devidamente demonstrados,
impondo-se, assim, a sua procedência.

Ainda mais pela posse injusta, não resta alternativa a não ser requerer judicialmente a
REINTEGRAÇÃO DA POSSE, fundamento nos fatos jurídicos de direito.

1. DA CONCESSÃO DE LIMINAR, INAUDITA ALTERA PARTES, PARA A


REINTEGRAÇÃO DE POSSE

A legislação pátria processual prevê a possibilidade de concessão de


liminar para a reintegração da posse em seu Artigo 562, in verbis:

Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz


deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de
manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o
autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para
comparecer à audiência que for designada.

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Infere-se, pois, que para a concessão da liminar possessória basta que a
prova seja SATISFATÓRIA, não havendo necessidade de prova irrefutável, desde que, estejam
presentes os requisitos do Artigo 561 do Código de Processo Civil.

Em outras palavras, a análise nesse momento deve ser


PERFUNCTÓRIA, NÃO havendo que se falar em prova exauriente do esbulho, porque o juízo
de probabilidade aqui realizado se acomoda ao caráter provisório da medida requerida.

O Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso tem entendimento


que, demonstrados os requisitos constantes no Artigo 561, do Código de Processo Civil, há que
se deferir a liminar para reintegração de posse, como segue:

AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO


DE POSSE – LIMINAR DEFERIDA NA ORIGEM – PRESENÇA
DOS REQUISITOS AUTORIZADORES – DECISUM MANTIDO
– RECURSO NÃO PROVIDO.
Demonstrada a posse dos autores sobre o imóvel objeto da lide,
assim como o esbulho da parte requerida e a sua ocorrência a menos
de ano e dia, requisitos previstos no art. 561 do CPC, deve ser
mantida a decisão atacada que, depois da audiência de justificação,
deferiu a liminar pleiteada.
(N.U 1007229-45.2022.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS
CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, RUBENS DE OLIVEIRA
SANTOS FILHO, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em
06/07/2022, Publicado no DJE 07/07/2022)
EMENTA
RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE
REINTEGRAÇÃO DE POSSE – LIMINAR DEFERIDA –
PRESENÇA DOS REQUISITOS LEGAIS DO ART. 561 DO
CPC/15 – ÔNUS DA PROVA DO AUTOR – ART. 371, I, DO
CPC/15 – DECISÃO MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO.

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Na ação de reintegração de posse, incumbe ao autor provar: “a sua
posse; o esbulho praticado pelo réu; a data do esbulho; a perda da
posse”, nos termos do art. 561 do CPC/15.
Se em juízo superficial se verifica a prova da posse do autor sobre o
imóvel em discussão, bem como o esbulho por parte do requerido e
a sua ocorrência em menos de ano e dia, se tem preenchidos os
requisitos legais a ensejar a concessão de liminar possessória.-
(N.U 1005357-92.2022.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS
CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, MARILSEN ANDRADE
ADDARIO, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em
15/06/2022, Publicado no DJE 20/06/2022)

In casu, tem-se que os documentos que ora se colaciona comprovam


tudo o que é exigido pelo dispositivo alhures citado (562, CPC), senão vejamos:
1) A posse do Requerente restou devidamente demonstrada mediante
os documentos anexados à presente, especialmente os Docs.;

2) O esbulho (Art. 561, II, CPC) ocorrido há menos de ano e dia (Art.
568, § único, CPC) encontra-se clarividente, conforme comprova o Distrato do Contrato de
Compra e Venda [DOC. 12], A Tentativa de Notificação Extrajudicial [DOC. 13] O Boletim de
Ocorrência [DOC. 14], e as conversas com a Requerida [DOC. 21]; e

3) O acúmulo e aumento das dívidas do imóvel adquiridas pelos


Requeridos que estão em nome do autor.

2. DA TUTELA DE URGÊNCIA

Neste diapasão, Excelência, não há dúvidas quanto à necessidade de


alcançar a Tutela Provisória de Urgência no vertente caso, pois a posse mansa e pacífica do Autor

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e o esbulho praticado pelos Requeridos estão provados, e as exigências legais para a reintegração
de sua posse foram atendidas, com a fundamentação jurisdicional descrita no art. 300 do CPC.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o


caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os
danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após


justificação prévia.

§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida


quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

No que diz respeito ao fumus boni iuris, o mesmo se constitui no fato


de que o Artigo 560 do CPC confere ao Autor o direito de ser reintegrado na sua posse, pois a
posse mansa e pacífica do autor é vislumbrada pelos documentos acostados, em que há Matrícula
Registrada em seu nome, bem como a posse foi exercida no referido apartamento, sem prejuízo
de terceiros, obedecendo aos ditames legais, consoante comprovam os documentos ora coligidos.

Quanto ao periculum in mora, o tempo corre em desfavor do


Requerente, já que, caso a invasora permaneça na posse do imóvel, lesando o autor, pois o
acumulo de dívidas advindas do compromisso entre as partes contratantes, e o do imóvel vem só
aumentando, acumulando juros e correção monetária, o autor não consegue exercer o direito de
possuidor, é impedido de usufruir o imóvel de sua posse de forma plena e satisfatória.

Uma vez que o autor é hipossuficiente, não tem condições de arcar


com as dívidas acumuladas, não chance de ser prejudicado financeiramente pela Requerida, que

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age de má-fé, que ao esbulho vem lhe maleficiando moralmente, o perigo da demora é um fato de
debilitando da condição do apartamento e da moral do autor.

O artigo 301 do Código de Processo Civil, que declara as seguintes


premissas:

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser


efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro
de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea
para asseguração do direito.

No que diz respeito aos prejuízos econômicos, eles decorrem do fato


de que o esbulho praticado pela Requerida que vem tolhendo o imóvel do Autor.

O Requerente faz jus a medida cautelar, vez que provado a posse, o


esbulho e sua data, e assim deve, independentemente de oitiva preliminar do autor e suas
testemunhas, uma vez que a prova documental se faz suficiente para o consentimento da medida,
para que reintegre o imóvel ao autor, a ser cumprida pelo senhor oficial de justiça, facultando a
força policial e ordem de arrombamento.

Diante desses fatos, infere-se que é patente o periculum in mora no


caso em conflito.

Dessa forma, impõe-se a concessão da Tutela Antecipada de


Urgência para a reintegração de posse em favor do Autor.

3. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

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1) O deferimento dos benefícios Gratuidade da Justiça, para todos os atos
processuais, conforme prescreve o artigo 98, caput e § 1º, § 5º e artigo 99 do CPC, em que é
comprovada pela declaração de Hipossuficiência e Carteira de Trabalho anexos;

2) Que seja concedida o pedido de TUTELA DE URGÊNCIA, para a


Reintegração de Posse em favor do Autor, com a expedição de mandado para tal finalidade, eis
que atendido os requisitos do artigo 561 do CPC, em caso de não concessão da liminar
pretendida, que seja determinada a realização de audiência de Justificação em favor de ouvir o
Autor e o momento que apresentará rol de testemunhas, segundo o artigo 562 do CPC;

3) Determinar a citação dos Requeridos no endereço constante no preâmbulo desta


para, querendo, contestar a presente, sob pena de confissão e revelia;

4) Requer que seja concedida a produção de todos os meios de provas admitidos em


lei, em especial a prova testemunhal, pericial, depoimento pessoal, os documentos arrolados no
processo, e quaisquer outras que se fizerem necessárias ao deslinde da presente causa,
consoante o art. 319, VI do CPC;

5) A Condenação dos Requeridos ao pagamento das dívidas acima aprofundadas,


em fundamento as perdas e danos, descritos no art. 555, incisos I e II, do Novo Código de
Processo Civil;

6) Em caso de não consentimento aos pedidos acima expostos, apresenta intenção


de boa-fé, para que seja determinada a ocorrência de audiência de Mediação ou Conciliação,
que dispõe o artigo 319, VII do CPC;

7) Que seja reconhecida a posse ilegítima e ilegal da Requerida, a decretação da


posse definitiva do imóvel ao Requerente, e para que conceda, desde já, reforço policial caso
haja necessidade para o cumprimento da liminar acima requerida, em caso de resistência à
desocupação, a contar da intimação para desocupar o apartamento, em que prescreve o Código
de Processo Civil em seu artigo 212;

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8) Condenar os Requeridos ao pagamento de custas processuais e honorários
advocatícios a serem arbitrados por Vossa Excelência, no termo do artigo 85, § 2º do CPC;

9) NO MÉRITO, julgar totalmente procedente esta ação para REINTEGRAR A


POSSE DO AUTOR do imóvel acima especificado, e para que sejam restituídos os valores de
perdas e danos, sobre as dívidas vencidas.

Dá-se a presente causa o valor de, corresponde ao valor integral do


imóvel conjuntamente com a quantia acumulada de dívidas advindas do apartamento devido ao
esbulho.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Cidade/UF, data.

ADVOGADO
OAB Nº

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