CONTRARRAZOES

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA CÍVEL DA

COMARCA DE MONTE ALTO - SP

TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA – PESSOA IDOSA


PROCESSO Nº 1000160-73.2020.8.26.0368

LIDINEI TEREZINHA AUGUSTO, já qualificado nos autos supra, vêm respeitosamente


à presença de Vossa Excelência, por meio de seu defensor que ao final subscreve, apresentar
suas CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO, para os devidos efeitos.

Requer, nesta oportunidade, que a serventia anote no sistema e-saj que a recorrida é
pessoa idosa que faz jus à tramitação prioritária!

Por fim, requer que as publicações sejam efetuadas exclusivamente em nome de


RAFAEL MIRANDA BIANCHI, OAB/SP 333.513, para que fique constando das publicações de
intimação dos atos e termos do presente feito, sob pena da caracterização de nulidade.

Termos em que,
Pede deferimento.

Monte Alto, 03 de agosto de 2020.

RAFAEL MIRANDA BIANCHI


OAB/SP 333.513
EGRÉGIA TURMA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – SP

RECORRENTE: ITAÚ CONSIGNADO S/A


RECORRIDO: LIDINEI TEREZINHA AUGUSTO TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA – PESSOA
IDOSA

AUTOS Nº: 1000160-73.2020.8.26.0368


ORIGEM: Segunda Vara Cível da Comarca de Monte Alto - SP

CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

COLENDA TURMA

EMÉRITOS JULGADORES

LIDINEI TEREZINHA AUGUSTO, ora recorrido, vem através deste, apresentar às Contrarrazões
de Recurso de Apelaç, para que a R. Decisão do juízo “a quo” seja mantida com seus
fundamentos, pois não é passível de reforma.

Pelos fatos e fundamentos que passa expor:

DA REALIDADE DOS FATOS


Em meados de agosto de 2020, o requerente, ao tentar financiar um veículo, tomou
conhecimento que estava impossibilitado de realizar tal transação, pois havia contra ele
acusações de inadimplência.

 BANCO DO BRASIL
 CONTRATO: 00000000125944105
 VALOR: R$19.284,83 (dezenove mil, duzentos e oitenta e quatro centavos e
oitenta e três centavos).

Inconformado e assustado, o requerente se dirigiu até o BANCO DO BRASIL, onde foi


informado de que as cobranças estavam corretas, pois o requerente havia firmado contrato de
empréstimo para adquirir um terreno, e que o banco nada poderia fazer.

EXCELÊNCIA, O REQUERENTE NÃO POSSUI E NUNCA POSSUIU CONTA OU


QUALQUER VÍNCULO COM A REQUERIDA (BANCO DO BRASIL)!!!!!!

Ademais, sequer lhe foi disponibilizado a cópia do contrato firmado e em qual


agência teria sido realizada essa transação.

A cobrança encaminhada pela parte requerida não detém fundamento legal, ou seja,
não demonstra legitimo ensejo, apenas maneja seus próprios interesses unilaterais.

Além disso, para evitar quaisquer futuras alegações, o requerente nunca perdeu seus
documento pessoais.
No entanto, depois de tentar administrativamente (PESSOALMENTE NA AGÊNCIA
BANCÁRIA) resolver o problema em testilha, não houve solução amigável, devendo a questão
ser submetida ao Poder Judiciário.

O recorrido ingressou com ação de declaração de inexistência de débito cumulado


com pedido de danos morais, tendo em vista que fora surpreendido com um empréstimo
efetuado em seu nome, com descontos mensais na sua aposentadoria.

Tentou administrativamente resolver o problema, mas não logrou êxito.

Pleiteou em juízo os seus direitos, e, com a apresentação do contrato pela instituição


recorrente, requereu a perícia no referido documento.

Pois bem, a perícia foi categórica. Afirmou que a assinatura lançada no documento é
falsa, não saiu do punho da recorrida.
Ato contínuo, fora proferida a sentença de mérito, julgando parcialmente procedente
a demanda e condenando a requerida ao pagamento de danos morais.

Agora, a requerida, ora recorrente, quer ver a decisão supramencionada reformada.

No entanto nenhum fundamento existe a favor da recorrente. A empresa em


momento algum, provou que a recorrida solicitou o empréstimo, tampouco fez seu uso – pelo
contrário -, esta realizou o depósito judicial do empréstimo nestes autos.

A parte recorrente não produziu provas a comprovar a regularidade da contratação e


da cobrança, muito menos demonstrou nos autos a ocorrência de causa excludente de
responsabilidade civil, afirmando, apenas, que a cobrança é regular.

Cumpre arguir sobre a malograda tentativa do apelante em desvirtuar a realidade


dos fatos, por meio de falácias descompassadas, com o fito de descaracterizar direito nítido e
ululante da apelada.

As provas dos autos desmantelam o alegado pelo recorrente.

Com relação ao valor fixado a título de danos morais, esse fora proferido na mais
certeira das argumentações. Vejamos:

No tocante aos danos morais, no caso em apreço, mostram-se in re ipsa, os


quais se presumem, conforme as mais elementares regras da experiência
comum, prescindindo de prova quanto à ocorrência de prejuízo concreto. A
responsabilidade, neste caso, é inerente ao risco do negócio.

Comprovados os descontos indevidos no benefício da autora, causando-lhe


prejuízo, deve o réu indenizar, em especial por se tratar de descontos de
rendimentos provenientes de benefício previdenciário, verba de natureza
alimentar. Além disso, o desconto indevido de valores em benefícios
previdenciários constitui, por si só, fato ensejador de dano moral, conforme
entendimento do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

(...)

Assim, por medida de equidade e para evitar o enriquecimento sem causa


da autora, mas também considerando que demandas deste jaez vem se
avolumando contra o requerido nesta comarca, arbitro os danos morais em
R$ 20.000,00 (vinte mil reais), valor este suficiente para aliviar o sofrimento
psíquico e o desconforto que suportou em razão da conduta ilegal do
requerido Itaú ao consignar descontos indevidos em seu benefício
previdenciário.

Nessa esteira de raciocínio e visando o interesse do recorrido, reitera-se no todo,


os termos da inicial, com a manutenção da r. sentença prolatada.

Excelência, o contencioso de massa foi tão massificado que, após a juntada da


contestação genérica, feita de qualquer forma, verificaram que ela não impugnava nada do
que foi trazido na inicial e, com o objetivo de tentarem se salvar, fazem agora uma petição
autônoma com cunha, EVIDENTEMENTE, de contestação, juntando novas provas e fatos.

No entanto, já precluiu o direito da parte requerida de juntar documentos, a


oportunidade é dada na contestação, pensar de forma diversa é esvaziar por completo o
valor da peça contestatória.

Nos dizeres do Código de Processo Civil:

Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos


documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos
depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos
autos.
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos
formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se
tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à
parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los
anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta
da parte de acordo com o art. 5º.

Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve


comportar-se de acordo com a boa-fé.

Diante desta constatação, caberia à instituição requerida juntar, no momento


oportuno, os documentos que embasem sua defesa.

No entanto, nenhuma prova foi produzida.

A parte requerida não produziu provas a comprovar a regularidade de suas ações,


muito menos demonstrou nos autos a ocorrência de causa excludente de responsabilidade
civil.

Excelência, na contestação a tese defensiva é uma, na petição ora impugnada a


“defesa” é outra. A petição está deturpando a ordem dos fatores, a parte requerida está
usando-a como nova contestação, o que não é permitido na nossa legislação.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – TELEFONIA – INSERÇÃO DE COBRANÇA A


TÍTULO APELAÇÃO CIVIL. RECONHECIMENTO DA REVELIA. CONTESTAÇÃO
COM DEFESA GENÉRICA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DOS FATOS.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. 1- Incumbe ao réu
manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da
petição inicial, presumindo-se verdadeiros os fatos não impugnados, art.
341/CPC15. 2- Contestação genérica não tem o condão de afastar os
efeitos da revelia. 3 - Recurso conhecido e não provido. Sentença mantida.
(TJ-DF 20110112126175 0052407-28.2011.8.07.0001, Relator: JOSAPHA
FRANCISCO DOS SANTOS, Data de Julgamento: 27/07/2016, 5ª TURMA
CÍVEL, Data de Publicação: Publicado no DJE : 09/08/2016 . Pág.: 174/178)

AÇÃO DE COBRANÇA. REVELIA DECRETADA POR AUSÊNCIA DE


IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS FATOS NARRADOS NA INICIAL.
CONTESTAÇÃO GENÉRICA QUE NÃO REBATE OS PONTOS ALEGADOS.
Recurso não provido. (TJ-SP - RI: 10040559020168260462 SP 1004055-
90.2016.8.26.0462, Relator: João Walter Cotrim Machado, Data de
Julgamento: 27/01/2017, 3ª Turma Recursal Cível e Criminal, Data de
Publicação: 13/02/2017)

TELEFONIA. Declaração de inexistência de dívida. Nova inscrição em rol de


inadimplentes após sentença declarando a inexistência da dívida e
condenando ao pagamento de indenização por danos morais. Revelia.
Contestação genérica. Presunção de veracidade de fatos alegados na
petição inicial. Dano moral caracterizado. Dano in re ipsa. Desnecessidade
de prova do dano moral. Valor do dano moral em R$ 12.000,00 (doze mil
reais). Indenização fixada dentro de razoabilidade e proporcionalidade.
Juros de mora. Danos morais. Incidência desde o evento danoso. Súmula nº
54, do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Recurso repetitivo nº
1.114.398/PR, do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Intimação para
cumprimento da sentença. Recurso repetitivo nº 1.134.186/RS, do Egrégio
Superior Tribunal de Justiça. Recurso desprovido, com observação. (TJ-SP -
RI: 00011127320148260176 SP 0001112-73.2014.8.26.0176, Relator: Lucas
Pereira Moraes Garcia, Data de Julgamento: 21/10/2015, 2ª Turma Cível,
Criminal e Fazenda - Itapecerica da Serra, Data de Publicação: 27/10/2015)

Assim, é de rigor a procedência do pedido para reconhecer a inexistência dos


débitos indicado na inicial, bem como a condenação a título de danos morais, DECRETANDO
A REVELIA DA PARTE REQUERIDA.
A parte requerida sequer juntou as cópias do contrato contestado, sequer
demonstrou se o requerente ao menos possui cadastro na instituição. Tais fatos
demonstrariam se houve ou não a possibilidade cobrança, mas assim não o fez.

Pois bem, ainda no tema da suposta impossibilidade cancelamento. Vejamos:

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – TELEFONIA – INSERÇÃO DE COBRANÇA A


TÍTULO APELAÇÃO CIVIL. RECONHECIMENTO DA REVELIA. CONTESTAÇÃO
COM DEFESA GENÉRICA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DOS FATOS.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. 1- Incumbe ao réu
manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da
petição inicial, presumindo-se verdadeiros os fatos não impugnados, art.
341/CPC15. 2- Contestação genérica não tem o condão de afastar os
efeitos da revelia. 3 - Recurso conhecido e não provido. Sentença mantida.
(TJ-DF 20110112126175 0052407-28.2011.8.07.0001, Relator: JOSAPHA
FRANCISCO DOS SANTOS, Data de Julgamento: 27/07/2016, 5ª TURMA
CÍVEL, Data de Publicação: Publicado no DJE : 09/08/2016 . Pág.: 174/178)

AÇÃO DE COBRANÇA. REVELIA DECRETADA POR AUSÊNCIA DE


IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS FATOS NARRADOS NA INICIAL.
CONTESTAÇÃO GENÉRICA QUE NÃO REBATE OS PONTOS ALEGADOS.
Recurso não provido. (TJ-SP - RI: 10040559020168260462 SP 1004055-
90.2016.8.26.0462, Relator: João Walter Cotrim Machado, Data de
Julgamento: 27/01/2017, 3ª Turma Recursal Cível e Criminal, Data de
Publicação: 13/02/2017)

TELEFONIA. Declaração de inexistência de dívida. Nova inscrição em rol de


inadimplentes após sentença declarando a inexistência da dívida e
condenando ao pagamento de indenização por danos morais. Revelia.
Contestação genérica. Presunção de veracidade de fatos alegados na
petição inicial. Dano moral caracterizado. Dano in re ipsa. Desnecessidade
de prova do dano moral. Valor do dano moral em R$ 12.000,00 (doze mil
reais). Indenização fixada dentro de razoabilidade e proporcionalidade.
Juros de mora. Danos morais. Incidência desde o evento danoso. Súmula nº
54, do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Recurso repetitivo nº
1.114.398/PR, do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Intimação para
cumprimento da sentença. Recurso repetitivo nº 1.134.186/RS, do Egrégio
Superior Tribunal de Justiça. Recurso desprovido, com observação. (TJ-SP -
RI: 00011127320148260176 SP 0001112-73.2014.8.26.0176, Relator: Lucas
Pereira Moraes Garcia, Data de Julgamento: 21/10/2015, 2ª Turma Cível,
Criminal e Fazenda - Itapecerica da Serra, Data de Publicação: 27/10/2015)

Nesse passo, tem-se que a assinatura do contrato e vínculo com o banco, do ponto
de vista do autor, é fato negativo e, do ponto de vista do requerido, é fato positivo.

Diante desta constatação, caberia à instituição requerida comprovar nos autos que a
cobrança se deu de forma regular.

No entanto, nenhuma prova foi produzida nesse sentido.

A parte requerida não produziu provas a comprovar a regularidade de suas ações,


muito menos demonstrou nos autos a ocorrência de causa excludente de responsabilidade
civil.

Não se trata de inversão do ônus da prova, mas sim de atribuição do ônus da prova
(artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil), competindo à instituição requerida a prova
da regularidade da cobrança, trazendo aos autos cópia do contrato assinado e comprovação
do vínculo do requerente com o banco.

Assim, é de rigor a procedência do pedido para reconhecer a inexistência dos


débitos indicado na inicial, bem como a condenação a título de danos morais.

De toda sorte, o contestante também não impugnou especificamente as alegações


ofertadas pelo requerente.

Nessa esteira de raciocínio e visando o interesse do requerente, reitera-se no todo,


os termos da inicial, com o fim processual visado na inicial.
DOS PEDIDOS

Como resta comprovado, o MM. Juiz a quo prolatou decisão com tamanha precisão e
justiça, que qualquer tentativa de a alterar reduzir-se-ia ao campo da mera, infundada e
descabida aventura jurídica, não havendo, assim, que se falar na reforma pretendida e
postulada, mantendo-a na íntegra.

Diante do exposto requer que seja negado o provimento ao recurso interposto pelo
recorrente, condenando-lhe ao pagamento dos honorários sucumbenciais que deverão ser
fixados ao máximo.

Termos em que, pede e espera deferimento.


Monte Alto, 03 de agosto de 2020.

RAFAEL MIRANDA BIANCHI


OAB/SP 333.513

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