Cuidador de Idosos
Cuidador de Idosos
Cuidador de Idosos
GRUPO INE-RJ
Rua Evaristo da Veiga 21 Sobreloja Centro – Rio de Janeiro
telefones: 22203863 – 22624158 – 22620376
WHATSAP: 987054837 (Marcos)
Ocuidadordeidosos
O
treinamento
de
pessoas
para
o cuidado
faz-se
necessário,
face
à situação
de
desamparo
em
que se encontram os idosos, no sentido de facilitar o atendimento imediato às suas
necessidadesbásicasquandodoentesfragilizados.
Tendo em vista o aumento progressivo da população idosa, o resgate do papel dos
"cuidadores" é uma questão a ser pensada. Entretanto,
em
razão
da
complexidade
cada
vez
maior na organização das sociedades, enfatiza-se a necessidade de preparo e aprendizado
específicosparaexerceropapelde"cuidador".
Para cuidar de idosos, espera-se que haja alguém capaz de desenvolver ações de ajuda
naquilo
que
estes
não
podem
mais
fazer
por
si
só;
essa
pessoa
assume
a responsabilidade
de
dar apoio e ajuda para satisfazer às suas necessidades, visando a melhoria da condição
de
vida.
Não se pode esquecer que, em muitas situações, o "cuidador" nem sempre é um ente da
família, e que introduzir pessoas externas ao
contexto
familiar
implica
em
reconhecer
valores
derespeitoediscrição,paranãointerferirnadinâmicafamiliar.
Princípiosorientadores
O preparo de cuidadores exige a definição de uma base conceitual norteador dos valores e
princípios filosóficos, que podem ser reconhecidos pelos pressupostos de Gonçalves e col
(1997):
1.
O cuidado
humano
ou
"cuidar
de
si"
representa
a essência
do
viver
humano;
assim,
exercer
o autocuidado é uma condição humana. E ainda "cuidar do outro" sempre representa uma
condição temporária e circunstancial, na medida em que o "outro" está impossibilitado
de
se
cuidar.
2.
O "cuidador"
é uma
pessoa,
envolvida
no
processo
de
"cuidar
do
outro"
- o idoso,
com
quem
vivencia uma experiência contínua de aprendizagem e que resulta na descoberta de
potencialidades mútuas: É nesta relação íntima e humana que
se
revelam
potenciais,
muitas
vezes
encobertos,
do
idoso
e do
cuidador.
O idoso
se
sentirá
capaz
de
se
cuidar
e reconhecerá
suasreaiscapacidades;
3.
O cuidador
é um
ser
humano
de
qualidades
especiais,
expressas
pelo
forte
traço
de
amor
à
humanidade, de solidariedade e de
doação.
Costuma
doar-se
ou
voluntariar-se
para
as
áreas
de sua vocação ou inclinação. Seus préstimos têm sempre um cunho de ajuda e apoio
humanos,comrelaçõesafetivasecompromissospositivos.
Funções - Ajudar nas atividades da vida diária; administrar medicamentos por via oral
prescritos pelo especialista; auxiliar na deambulação e mobilidade; cuidados com a
organização do ambiente protetor e seguro, acesso a dispositivos de
ajuda
( equipamentos
)
para a atenção ao idoso; propiciar conforto físico e psíquico; estimular o relacionamento e
contato
com
a realidade
e levar
o idoso
a participar
de
atividades
recreativas
e sociais.
Conferir
sinais vitais, reconhecer sinais de alterações (alerta) e prestar socorro em situações de
urgência(osprimeiros).
CuidadorProfissional
Conceito - O cuidador profissional é a pessoa que possui educação formal com diploma
conferido por instituição de ensino reconhecida em organismos oficiais, e que presta
assistênciaprofissionalaoidoso,famíliaecomunidade.
Perfil - Ter cursado Ensino Médio ou Superior e tido treinamento específico em cuidado do
idoso,eminstituiçõesoficialmentereconhecidas.
Destacam-seashabilidadesequalidadespessoaisparaocuidado.
Os cuidadores "informais" e "formais" devem desenvolver algumas habilidades e qualidades
paraprestarcuidado,especificadasaseguir:
Qualidades éticas e morais: São atributos necessários para permitir relações de confiança,
dignidade, respeito e ser capaz de assumir responsabilidades com
iniciativa.
Quando
não
for
parente,
deve
procurar
adaptar-se
aos
hábitos
familiares,
respeitar
a intimidade,
a organização
ecrençasdafamília,evitandointerferência.
Qualidades emocionais: Deve possuir domínio e equilíbrio emocional, facilidade de
relacionamento
humano,
capacidade
de
compreender
os
momentos
difíceis
vividos
pelo
idoso,
adaptação às mudanças sofridas por ele e família, tolerância ante situações de frustração
pessoal.
Qualidades físicas e intelectuais: Deve possuir saúde física, incluindo força e energia,
condições essenciais
nas
situações
em
que
há
necessidade
de
carregar
o idoso
ou
dar
apoio
para vestir-se e cuidar da higiene pessoal. Ser capaz de avaliar e administrar situações
que
envolvemaçõesetomadadedecisões.
Motivação: É condição fundamental a empatia por idosos. Valorizá-los como grupo social,
considerando que o "cuidado" deve ser um compromisso prioritário, pessoal e também da
sociedade.
O cuidador de idosos dependentes deve organizar suas tarefas de cuidado de modo a ter
oportunidades
de
se
autocuidar.
Muitas
vezes,
o cuidador
se
sobrecarrega
nas
suas
atividades
e
se
esquece
de
que
é uma
pessoa
que
também
necessita
de
cuidados.
A família
deve
avaliar
esse trabalho, em conjunto com profissionais e planejar atividades
para
idosos
e cuidadores.
Cursos são necessários, visando a orientação aos cuidadores do cuidado com o outro e
consigomesmo.
Fonte: BRASIL, Presidência Social. Idosos: Problemas e cuidados básicos. Brasília:
MPAS/SAS,1999.
O
cuidado,
com
frequência,
começa
em
forma
gradual.
Provavelmente
você
já
está
ajudando
a
alguéma:
● LevaraoMédico;
● Fazerascomprasnosupermercado;
● Pagarascontas;
● Lavararoupaoulimparacasaou
● Cozinhar.
Com o tempo, você poderia oferecer maiores cuidados. Quem sabe compartilhe a
responsabilidade
com
outros
membros
da
família
ou
com
amigos,
ou
quem
sabe
se
encarregue
de tudo você mesmo, inclusive até dedicar às 24 horas do dia ao cuidado dessa pessoa. É
provávelqueocuidadodeoutrapessoacompreenda:
● Alimentá-laoudar-lhebanho;
● Ajudá-laausarobanheiro;
● Supervisionarohoráriodetomarasmedicações;
● Contrataraoutraspessoasqueacuidem;
● Programartodooatendimentomédicoou;
● Administrartodososseusassuntoseconômicoselegais.
SE VOCÊ
REALIZA
ALGUMA
DESTAS
TAREFAS
POR
OUTRA
PESSOA,
ENTÃO
VOCÊ
É
UMCUIDADOR!
REFLEXÃO
RespeitoeDignidade
É
muito
fácil
cair
numa
atitude
“protetora”
quando
se
cuida
de
outra
pessoa,
especialmente
se
tratar de um membro da família. Mas precisamos compreender que a não ser que
a pessoa
esteja
passando
por
um
transtorno
cognitivo
(Distúrbio
cerebral
devido
a um
derrame
cerebral,
demência ou
outro
problema
de
saúde),
ELE,
entretanto
toma
as
decisões
sobre
sua
vida.
Às
vezes, a pessoa
poderia
tomar
decisões
que
você
não
tomaria,
mas
é sua
decisão.
Isto
pode
ser difícil para você, como cuidador, mas deve ter cuidado e estar alerta para não cair na
superproteção.
Uma das necessidades humanas mais importantes é o respeito e a dignidade e essa
necessidade não muda quando a pessoa adoece e fica incapacitada, de fato, esta poderia
inclusiveacentuar-semais.
Existem
muitas
coisas
que
você
pode
fazer
para
se
assegurar
que
a pessoa
sob
seus
cuidados
recebarespeitoedignidade,direitobásicosdetodoserhumano.
Respeitarsuaprivacidadefísicaeemocional.
● Fecharaportaquandooajudaavestir-seouusarobanheiro;
● Bateraportaantesdeentrar;
● Nãocomentarinformaçãoprivadacomoutraspessoas,mesmoqueestassejam
membrosdafamília,semsuapermissão.
Respeitarseudireitodeescolher.
● Aotomardecisões,sentimoscertocontrolesobrenossavida.Porexemplo,seapessoa
podefazê-lo,permitaquedecidaoqueequandocomer;
● Seapessoatemproblemascognoscitivos,ofereça-lheo pçõessobreoquecomer,
quandocomereoqueusar.
● Seapessoainsisteemusaramesmacamisatodososdias,useumatoalhacomo
proteçãoquandocomaelavearoupadenoite.
● Sepensarqueéumadecisãobobaoudepoucaimportância,tratedeverporqueissoé
importanteparaapessoa.
● Seapessoasenegaatomarseusmedicamentosoutomardecisõesquepossamser
perigosas,tratadenegociarumapossívelsolução.Ofereça-lheoscomprimidoscom
seusucofavorito(seareceitapermite),aceitedar-lhebanhocomafreqüência
absolutamentenecessária,planejetempoparaquealguémaleveacaminharcomele
senãoéseguroqueofaçasozinho.
Trate-ocomdignidade.
● Ouçasuaspreocupações;
● Peçasuaopiniãoefaça-osaberqueestaéimportanteparavocê;
● Faça-oparticipardetantasdecisõesquantopossível;
● Inclua-onaconversação.Nãofaledelecomosenãotivessepresente.
Conversecomelecomoumadulto,mesmoquevocênãoestejacertodoquantoeleentende.
Filosofiadevidaindependente
A filosofia de vida independente é um conceito que tem surgido do desejo natural que as
pessoas incapacitadas têm de exercer o controle sobre sua vida. Em uma visão mais
abrangente,
esta
filosofia
afirma
que
todos,
incapacitados
ou
não,
têm
direito
e oportunidade
de
seguir um curso de ação em particular e isto implica na liberdade de aprender de nossas
experiências,incluindonossoserros.
HigienePessoal
BANHO
Tomar
banho
pode
ser
uma
atividade
agradável
durante
o dia.
Depois
do
banho
nos
sentimos
bem, limpos e relaxados. Se você cuida de alguém que precisa de ajuda para
tomar
banho,
façacomqueaocasiãosejaamaisagradávelpossível.Depois,ambossesentirãomelhor.
Quandotomarbanhoforumproblema...
Tentaridentificara(s)causa(as)darecusaéumbomcomeço.
O
idoso
pode
estar
com
dificuldade
para
caminhar,
ter
medo
da
água,
medo
de
cair,
pode
estar
deprimido;
com
infecções
que
geram
mal-estar,
dor,
tontura
ou
mesmo
sentir-se
envergonhado
porexporseucorpodiantedeumcuidadorestranho,especialmentesefordosexooposto.
ADAPTANDOOAMBIENTE
● Todasasadaptaçõesdeverãoserfeitasmedianteograudedependênciaapresentado;
● MantenhaopisosecoenointeriordoBoxutilizetapetesantiderrapantes
(emborrachados)paraevitarquedas;
● Acolocaçãodebarrasdesegurançanaparede(semelhanteàquelasutilizadasem
academiasdebalé)édegrandeajuda,poispermitemqueopacienteseapóienelas
duranteobanho,fazendo-osentir-semaisseguro;
● Sefordifícilparaelemanter-seempépormuitotempo,pensequetalvezumacadeira
debanhováauxiliá-loepermitirmaiorconforto.
RESPEITESEUSHÁBITOS
● Osqueapresentamdependêncialevedevemterseushábitosdehigienerespeitados
como:horáriodobanho,marcadosabonete,xampu,etc.
● Nãohárazãoparase“obrigar”opacienteabanhar-sepelamanhãseéseuhábito
fazê-loàtarde;
● Éinteressantesecriarumarotinaparaaquelesqueapresentamdependênciasseveras,
istofacilitaotrabalhodocuidadorecriaumhábitoparaopaciente;
● Mesmoosacamadosdevemserlevadosaobanheiroparaquesejarealizadoobanho
dechuveiro,estaéumaótimaoportunidadedemobilização;
● Banhosnoleitodevemserevitados,sendoindicadosapenasparaaquelespacientes
comprescriçãoderepousorigorosonoleito.
INDOPARAOBANHEIRO
● Prepareobanheiropreviamenteeleveparalátodososobjetosnecessáriosàhigiene;
● Eliminecorrentesdearfechandoportasejanelas;
● Separeasroupaspessoaisantecipadamente;
● Reguleatemperaturadaáguaquedevesermorna;
● Sepossível,opacientedeveserdespejadonoquartoeconduzidoaobanheiro
protegidoporumroupão,nestemomento,evitefixarosolhosemseucorpo(istopode
constrangê-lo),observe-osutilmente.
OBANHOPROPRIAMENTEDITO
● Oriente-oparainiciarobanhoeauxilie-o,senecessário;
● Não faça por ele. Estimule, oriente, supervisione, auxilie. Apenas nos estágios mais
avançadosdadoençaocuidadordeveassumiraresponsabilidadededarobanho;
● Aproveite a oportunidade para massagear suavemente a sua pele, isto favorece a
circulaçãosanguíneaeproduzgrandeconforto;
● Não utilize buchas de banho, lembre-se que a pele é muito sensível e você pode
provocarlesões;
● Lave
a cabeça
no
mínimo
3 X por
semana,
utilize
xampu
neutro,
observe
se
há
lesões
nocourocabeludo.Mantenhasepossível,oscabeloscurtos;
● Observe
se
há
necessidade
de
cortar
as
unhas
das
mãos
e dos
pés,
em
caso
positivo,
posteriormente, corte-as retas com todo cuidado especialmente nos pacientes
diabéticos;
● Após o banho, seque bem o corpo, principalmente as regiões de genitais, articulares
(dobradejoelho,cotovelos,axilas)einterdigitais(entreosdedos).
CUIDANDODAPELE
A
pele
merece
atenção
especial
e o momento
do
banho
é o mais
apropriado
para
se
observar
a
presença de hematomas (manchas roxas), hiperemia (vermelhidão), pruridos (coceiras),
assaduras ou qualquer outro tipo de lesão, as quais se tratadas adequadamente e a tempo
evitamcomplicaçõeseprevinemaocorrênciadeúlcerasporpressão(escaras).
● Manterahigienedapeleédesumaimportância,poissetratadeumabarreiranatural
dequedispõeoorganismocontrainfecções,portanto,trabalheparamantersua
integridade;
● Idososapresentamfragilidadedevasoscapilares,queserompemcomfacilidade,
causandomanchasavermelhadasnapele.Aumenteaofertadealimentosricosem
vitaminaC,elamelhoraaresistênciadosvasoscapilares;
● Aoseguraropacientepelosbraçosoumãos,nãoexerçademasiadapressão,
lembre-se,asuapeleéfrágil,emuitasvezes,rompe-secomumasimplespressão;
● Manterapelehidratadaédefundamentalimportância,existemnomercadobons
cremeshidratantes,deperfumesuave,queumidificamadequadamente,evitandoseu
ressecamento;
● Mantenhaopacientehidratado,ofereçalíquidosàvontade;
● Eviteaexposiçãoàluzsolarapósas9horasdamanhã(10nohoráriodeverão);
● Pruridos(coceiras)podemsercausadosporvestuárioconfeccionadocomtecidos
sintéticos,dêpreferênciaàsroupasdealgodãooutecidosantialérgicos;
● Assaduraspodemsurgirdevidoamáhigienizaçãooualongapermanênciacomfraldas
molhadas;
● Apóseliminaçõesurináriasouintestinais,deve-seprovidenciarumahigieneíntima;
● Pacientesincontinentesdevemtersuasfraldastrocadasde3/3horasouantesse
necessário;
● Evitecosméticoscomperfumeforte,elescostumamproduziralergiasrespiratórias;
● Nãousetalcos,seaspiradosinadvertidamentepodemproduziralergiasrespiratórias;
● Evitebanhosmuitoquentes,elesprovocamoressecamento,alémdecausar
queimadurasempelesmuitosensíveis.
HIGIENEORAL
A Higiene Oral é um hábito saudável e agradável que deve ser mantido ao longo de toda
a
vida.
Alterações
da
mucosa
oral,
perda
de
dentes,
próteses
mal
ajustadas,
gengivite
(inflamação
das
gengivas),
diminuição
do
fluxo
salivar,
são
fatores
que
podem
ocasionar
infecções
na
cavidade
oral.
● AHigieneOraldeveserrealizadaapóscadarefeiçãoounummínimode3Xaodia;
● Abocadeveserinspecionadaimediatamenteapóscadarefeição,paraquedessa
forma,possaserremovidotodoequalquerresíduoalimentar;
● Utilizarescovasdedentesdecerdasmacias,massageandoasgengivasverticalmente
comsuavidade;
● Pode-seutilizarapóscadaescovaçãoantissépticosorais,mantendoassimumhálito
agradável;
● Algumasvezesémuitodifícilfazercomqueopacienteabraabocaparasefazera
higieneoral.Tenteintroduzirdelicadamenteumaespátulaentreosdentesefaçaum
movimentorotatório,casonãosejapossível,utilizeoprópriodedoindicadorenvoltoem
gazeparaquesejapossívelahigienização.
ALÍNGUA
ALínguadevesermassageadacomescovamacia,pararemoçãodesujidades.
Em caso de haver presença de uma crosta branca sobre a língua – saburra – removê-la
utilizando uma solução de bicarbonato de sódio, na proporção de 1 colher de café de
bicarbonato em 1 copo de água. Para executar a limpeza da língua, molhar na solução a
escova de dentes, ou uma espátula envolvida em gaze, ou mesmo o próprio dedo
indicador
envolto em gaze e proceder a limpeza. Esta deve ser feita com movimentos suaves, sem
esfregar.
OQUEOBSERVAR
Deve-se
observar
cuidadosamente
a presença
de
lesões
na
cavidade
oral
– manchas
brancas,
vermelhas, pequenos ferimentos que sangram e não cicatrizam – e nesse caso, alertar o
médicoresponsável.
CUIDEBEMDASPRÓTESES
Nem sempre alimentar o portador da doença de Alzheimer é tarefa fácil. Horários
regulares,
ambiente tranquilo, especialmente muita calma
e paciência,
da
parte
do
cuidador,
são
fatores
imprescindíveisparaqueaalimentaçãosejabemaceitapelopaciente.
● Opacientedeveráestarsentadoconfortavelmenteparareceberaalimentação;
● Oambientedeverásercalmo,livrederuídos;
● Jamaisofereçaalimentosaopacientequandoesteestiverdeitado;
● Os pacientes que ainda conservam a independência para alimentarem-se sozinhos
devem continuar a receber estímulos para esta ação, não importando o tempo que
levemparafazê-lo;
● OCuidadornuncadeverácriticarouapressaropacienteduranteasrefeições.
● Asinstruçõespassadasaopacientedeverãoserclaraseocomandosuave;
● Para aqueles pacientes que demoram
a alimentar-se,
o uso
de
baixelas
térmicas,
que
mantémoalimentoaquecidopormaistempo,ébastanteútil.
● Independentemente da apresentação da dieta – sólida, pastosa ou líquida – deve-se,
sempre que possível, respeitar as preferências do paciente. Uma
pessoa
que
sempre
gostou
de
comer
carne,
mas
que
já
não
consegue
deglutir
pequenos
pedaços
deve
ter
a
carne liquidificada e servida em consistência de purê. O mesmo artifício deve ser
utilizadoparaosoutrosalimentos.
● O convívio com a família é de extrema importância. Sempre que possível, deve-se
permitirqueopacientealimente-seemcompanhiadeseusfamiliares.
● A vida social deve ser mantida enquanto possível. Se for hábito do paciente almoçar
fora,osrestaurantesdevemserselecionadoseaopçãoporumlocaltranquiloéaideal.
● Os utensílios utilizados durante a refeição
devem
ser
preferencialmente
lisos
e claros.
As estampas – de pratos, por exemplo – podem distraí-lo
e reduzir
sua
concentração
naquiloquelheéexplicadonomomento(mastigaçãoedeglutição).
● Aqueles
que
apresentam
dependência
severa
devem
ser
alimentados
com
colheres,
em
lugardegarfos.
● Osalimentoscrusesecosdevemserevitados,poisoperigodeengasgamentoémaior.
● Doces
e salgados
serão
permitidos,
desde
que
não
haja
restrição
médica.
Os
temperos
devemsersuaveseosmolhospicantesevitados.
● Caso haja engasgamento, mantenha a calma, coloque-se imediatamente atrás do
paciente e abraçando-o com as duas mãos juntas, comprima o abdome, fazendo
pressãosobreodiafragma.
● Após cada refeição, a higiene
oral
é indispensável
e deve
ser
realizada
uma
inspeção
cuidadosadaboca,afimdequepossaserremovidotodoequalquerresíduoalimentar.
NUTRIÇÃO
Nutrição não deve ser confundida com alimentação, na maioria dos casos as pessoas bem
alimentadasestãomalnutridas.
Os
idosos
podem
necessitar
de
uma
maior
oferta
de
proteínas
(carnes
brancas,
como
peixes
e
aves; carnes
vermelhas,
desde
que
sem
gordura;
leite
desnatado;
queijo
fresco
etc.);
além
de
carboidratos
(açúcares,
massas)
e reguladores,
fontes
de
vitaminas
e minerais
(vegetais,
frutas
elegumes).
No entanto, a nutrição adequada a cada paciente deve ser orientada por profissional
competente,umanutricionista.
● Lembrarqueosuprimentodasnecessidadesnutricionaiséumfatorquedeveser
analisadoclinicamente,considerando-sehábitosegastoenergéticoindividuais,sendo
queessesfatoresvariamdeindivíduoaindivíduo.
● Asrefeiçõesdevemconterpelomenosumalimentodecadagrupo,asaber:
construtores(proteínas),energéticos(carboidratos)ereguladores(frutas,legumese
vegetais).
● Éimportanteanalisarhábitosantigosdopacienteemantê-los,desdequenãohaja
prejuízonutricionalparaele.
● Algunspacientesmudamseushábitosalimentarescomaevoluçãodadoença,dando
preferênciaapequenoslanchinhosouguloseimasquealimentam,porémnãonutrem.
Tenteincrementaresteslanchesgarantindoqueelerecebaquantidadesadequadasde
proteínas,carboidratosereguladores.
● Éimportantechamaraatençãodocuidadorparaqueasinformaçõesdecomonutriro
pacientedeveadvirdeprofissionaiscapacitados(nutricionista),queapósavaliação
terãocondiçõesdeprescreverumadietaadequadaacadapacienteindividualmente.
● Rotineiramenteopacientedeve(soborientaçãomédica),realizarexameslaboratoriais
paraquesejaanalisadoseuestadonutricional.Afreqüênciadestesexamesirávariar
deacordocomoquadroclínicoapresentado.
● Apresençadeedemas(inchaços)pode,emalgunscasos,significardesnutrição.É
convenienteconsultarummédico.
● Atençãoparaperdadeapetitepodeestarrelacionadaaváriascausasquedevemser
investigadasetratadas.Lesãodaboca,infecções,doençascrônicasourefeiçõesque
nãoestejamdoagradodopacientesãoalgunsexemplos.
● Deve-seaumentaraofertadenutrientescomoproteínas,vitaminaseminerais,quando
empresençadeinfecções,permitindoassim,umareabilitaçãoprecoce.
● Ocontroledopesocorporaldeveserfeitomensalmente,alteraçõessúbitas(ganhoou
perdaponderal),mereceminvestigaçãoclínica.
HIDRATAÇÃO
Queixas de hipotensão (pressão baixa), acúmulo de secreções bronco-pulmonares (catarro),
obstipação intestinal (prisão de ventre), são algumas das complicações que na maioria das
vezes estão relacionadas a quadros de desidratação, que nos pacientes idosos pode dar
origemacomplicaçõesclínicassériasededifícilmanejo.
● Oferecerlíquidosédeextremaimportância,nãosedeveesquecerqueelescolaboram
paraoequilíbriodetodosossistemasorgânicos.
● Deve-seoferecerumaquantidadedelíquidosequivalentea2litrospordia,naformade
água,chás,sucos,vitaminasetc.
● Ovolumeindicadodeveserfracionadoempequenoasdosesqueaofimdodiadevem
somar2000ml.
● Deve-segarantirqueaquantidadedelíquidosingeridasejamaisoumenosigualàs
perdas(urina,suor,lágrimas,saliva).
● Oferecercoposcheiosdeáguacausaumasensaçãodeplenitudegástrica
desconfortávelparaopaciente,ofereçapequenasquantidades,váriasvezesaodia.
● Lembrarqueamaioriadosidososingerepoucaquantidadedeáguapura.Colocar
sabornaáguacomoossucos,refrescosetc.éumaestratégiaeficaz.
● Aingestãoadequadadelíquidostambémédeextremaimportânciaparaamanutenção
doadequadoturgorcutâneo(elasticidadedapele),melhorandoconsequentementea
resistênciadapele.
● Pacientesdiabéticosdevemreceberlíquidosadoçadosartificialmente.
● Aquelesquepossuemrestriçãodelíquidosprescritapormédicodevemrespeitá-lacom
rigor.
● Idososacumulamfacilmentesecreçõesbroncopulmonares,aofertaadequadade
líquidospossibilitaumaexpectoraçãomaisrápida,prevenindoinfecções.
● Nasfasesmaisavançadas,devemserservidossucosespessos–comovitaminas,ou
engrossadoscomgelatina,porexemplo–elesreduzemosriscosdeengasgamentos.
● Jamaisofereçalíquidoscomopacientedeitado,estedeveestaremposiçãosentadaou
recostadaemtravesseiros.Estamedidareduzoriscodeaspiraçõeseotites(dorde
ouvido).
● Atenção!Quedasdepressãoarterial,diureseconcentrada(urinaescura)ebaixodébito
urinário(poucovolumedeurina)podemestarassociadosàbaixaingestãodelíquidos.
● Aobstipaçãointestinal(intestinopreso)éoutraqueixacomumquetambémpodeestar
associadaabaixaingestadelíquidos,imobilidadeedietainadequada.
● Lembre-sedequeocoração(assimcomoumabombad’água)necessitadevolume
paratrabalharadequadamente.Afaltadelíquidospodetrazerconsequênciasgraves
paraopaciente.
● Pacientesqueapresentamdificuldadeparadigeriralimentos(disfagia)devemreceber
alimentaçãoespecífica,orientadasporprofissionaisespecializados(fonoaudiólogose
nutricionistas).
Em
determinados
momentos
da
evolução
da
doença
pode
haver
necessidade
da
colocação
de
sondasparaalimentaçãoeespecialmenteparahidratação.
CUIDANDODAROUPA
Manter um vestuário simples e confortável, criando sempre que possível a oportunidade de
escolha
pelo
próprio
paciente
é de
fundamental
importância;
essa
rotina
permite
a preservação
dapersonalidadeelevandoaautoestimaeaindependência.
● Estimularaindependênciaéfundamental;
● Asroupasdevemsersimples,confeccionadascomtecidosprópriosaoclima;
● O paciente pode ter perdido a capacidade de expressar sensações de frio ou calor,
dessa forma, nunca esquecer de tirar ou colocar agasalhos, conforme a variação da
temperatura;
● O cuidador deve, ao falar com o paciente, colocar-se no seu campo visual, ou seja,
diantedele,orientando-ocalmamenteegesticulando,senecessário;
● Deve-se
estimular
o ato
de
vestir-se
sozinho,
dando
instruções
com
palavras
fáceis
de
serementendidas;
● Dê a ele a oportunidade de optar pelo tipo de vestuário e as cores que mais lhe
agradem. Apenas supervisione, pois pode ser que haja necessidade de auxiliá-lo na
combinaçãodecores;
● Tenhacalmaepaciência,nãooapresseenquantoeleexecutasuarotinadevestir-se;
● Para que
ele
mesmo
possa
procurar
suas
roupas,
nos
armários,
cole
fotos
de
peças
e
ou objetos pessoais na parte externa da gaveta ou guarda-roupas. Isso o ajudará a
encontrarrapidamenteoqueprocura;
● Roupas como blusas, camisas ou suéteres, deverão
ser
preferencialmente
abertas
na
partedafrente,parafacilitaracolocaçãoouretirada;
● Evite roupas com botões, zíperes e presilhas, elas dificultam o trabalho do paciente
paraabri-losoufechá-los.Depreferênciaàsroupascomelásticoouvelcro;
● Nas fases mais avançadas da doença, deve-se dar preferência aos conjuntos
do
tipo
moletom,emfunçãodesuapraticidade;
● Pacientes limitados à cadeira de rodas ou poltronas, o critério para a escolha do
vestuário é ainda mais rigoroso. Deve-se optar por roupas confortáveis, largas,
especialmentenosquadris;
● O uso de objetos
pessoais
(acessórios),
pode
ser
mantido,
porém,
com
a evolução
da
doença,asjóiasdeverãosersubstituídasporbijuterias;
● Na
medida
do
possível,
deve-se
providenciar
um
roupão,
para
que
o paciente
possa
se
despirnoquartoe,protegido,serconduzidoaobanho;
● Deve-seevitarousodechinelos,poiselesfacilitamasquedas;
● Todos os tipos de sapatos devem ser providos por solados antiderrapantes, os mais
indicados são aqueles que possuem elástico na parte superior, pois além de serem
fáceis de tirar e colocar, evitam que o paciente tropece e caia, caso o cadarço se
desamarre.
MedicamentoseEnvelhecimento
Com
o envelhecimento,
aumenta
a probabilidade
de
ocorrência
de
doenças
crônicas;
por
isso,
as
pessoas
idosas
em
geral
tomam
mais
medicamentos
que
os
adultos
jovens.
Em
média,
uma
pessoa
idosa
toma
quatro
ou
cinco
medicamentos
de
receita
obrigatória
e dois
de
venda
livre.
Os idosos são duas vezes mais suscetíveis a reações medicamentosas adversas que os
adultos jovens. Também a probabilidade de reações adversas serem mais severas é maior
paraosidosos.
À medida que as pessoas vão envelhecendo, a quantidade de água no organismo diminui.
Como muitas drogas
se
dissolvem
na
água
e há
menos
água
disponível
para
sua
dissolução,
essas
drogas
atingem
níveis
mais
elevados
de
concentração
nas
pessoas
idosas.
Além
disso,
os
rins
tornam-se
menos
capazes
de
excretar
as
drogas
na
urina,
e o fígado,
menos
capaz
de
metabolizar muitas delas. Por essas razões, muitos medicamentos tendem a permanecer
no
corpo das pessoas idosas durante um tempo muito maior do que ocorreria no
organismo
de
umapessoamaisjovem.
Em
decorrência
disso,
os
médicos
devem
prescrever
doses
menores
de
muitos
medicamentos
para
pacientes
idosos
ou
um
menor
número
de
doses
diárias.
O organismo
do
idoso
também
é
mais
sensível
aos
efeitos
de
muitos
medicamentos.
Por
exemplo,
as
pessoas
idosas
tendem
a
ficar mais sonolentas e apresentam maior possibilidade de ficar confusas ao tomar drogas
ansiolíticasouindutoresdosono.
Medicamentos que baixam a pressão arterial por meio do relaxamento das artérias e de
redução
da
tensão
sobre
o coração
tendem
a baixar
a pressão
de
forma
muito
mais
acentuada
nos idosos que nas pessoas jovens. Cérebro, olhos, coração, vasos sangüíneos, bexiga e
intestinos tornam-se consideravelmente mais sensíveis aos efeitos colaterais anticolinérgicos
de
alguns
medicamentos
de
uso
frequente.
As
drogas
com
efeitos
anticolinérgicos
bloqueiam
a
açãonormaldapartedosistemanervoso,denominadasistemanervosocolinérgico.
DrogasqueRepresentamAumentodeRiscoemPessoasIdosas.
Analgésicos
O
propoxifeno
não
oferece
maior
alívio
da
dor
que
o acetaminofeno
e provoca
efeitos
colaterais
narcóticos. Pode causar constipação, tontura,
confusão
e (raramente)
respiração
lenta.
Como
os outros narcóticos (opióides), essa substância pode causar dependência. Entre todas as
drogas antiinflamatórias não esteróides, a indometacina é a que mais afeta o cérebro. Às
vezes, essa
substância
provoca
confusão
mental
ou
tontura.
Quando
injetada,
a meperidina
é
um
analgésico
potente,
mas,
quando
administrada
por
via
oral,
não
é muito
eficaz
contra
a dor
efreqüentementeproduzconfusãomental.
A pentazocina é um analgésico narcótico que apresenta maior possibilidade de provocar
confusãomentalealucinações,emcomparaçãocomoutrosnarcóticos.
SubstânciasAnticoagulantes
No idoso, o dipiridamol pode provocar tontura quando o indivíduo se levanta (hipotensão
ortostática). Para a maioria das pessoas, essa substância oferece pouca vantagem, em
comparaçãocomaaspirina,naprevençãodaformaçãodecoágulossangüíneos.
Para a maioria das pessoas, a ticlopidina não é mais eficaz que a aspirina
na
prevenção
de
coágulos sangüíneos, sendo consideravelmente mais tóxica. A ticlopidina pode ter utilidade
comoalternativaparapessoasquenãopodemtomaraspirina.
DrogasAntiulcerosas
Doses usuais de alguns bloqueadores da histamina (em especial de cimetidina e, até certo
ponto, de ranitidina, nizatidina e famotidina) podem causar efeitos adversos, principalmente
confusãomental.
Antidepressivos
Em razão de suas fortes propriedades anticolinérgicas e sedativas, a amitriptilina
geralmente
não é o melhor antidepressivo para pessoas idosas. A doxepina também é um potente
anticolinérgico.
MedicamentoscontraNáusea(antieméticos)
A trimetobenzamida é uma das drogas menos eficazes contra a náusea e pode provocar
efeitosadversos,comomovimentosanormaisdosbraços,daspernasedocorpo.
Anti-histamínicos
Todos os anti-histamínicos de venda livre e muitos de receita obrigatória produzem efeitos
anticolinérgicos potentes. As drogas incluem: clorfeniramina, difenidramina, hidroxizina,
ciproeptadina, prometazina, tripelenamina, dexclorfeniramina e medicamentos combinados
contra resfriado. Mesmo que possam ser úteis no
tratamento
de
reações
alérgicas
e alergias
sazonais, em geral os anti-histamínicos não
são
apropriados
para
combater
a coriza
e outros
sintomas de infecção viral. Nos casos em que há necessidade de anti-histamínicos, dá-se
preferência aos que não produzem efeitos anticolinérgicos (loratadina e astemizol).
Normalmente
os
medicamentos
contra
tosse
e resfriado
que
não
incluem
anti-histamínicos
em
suasfórmulassãomaissegurosparapessoasidosas.
Anti-hipertensivos
A metildopa, isoladamente ou em combinação com outros medicamentos, pode reduzir os
batimentos
cardíacos
e agravar
a depressão.
O uso
de
reserpina
é arriscado,
pois
pode
induzir
àdepressão,impotência,sedaçãoetonturaquandoapessoaselevanta.
Antipsicóticos
AntiespasmódicosGastrintestinais
DrogasAntidiabéticas(hipoglicemiantes)
A clorpropamida tem efeitos prolongados, que são exagerados nas pessoas
idosas
e podem
causar longos períodos de
baixos
níveis
de
açúcar
no
sangue
(hipoglicemia).
Por
promover
a
retençãodeáguapeloorganismo,aclorpropamidatambémdiminuioníveldesódionosangue.
SuplementosdeFerro
Doses de sulfato ferroso que excedem 325 miligramas diários não melhoram muito sua
absorçãoepodemcausarconstipação.
RelaxantesMusculareseAntiespasmódicos
Quase
todos
os
relaxantes
musculares
e antiespasmódicos,
como
metocarbamol,
carisoprodol,
oxibutinina, clorzoxazona metaxalona e ciclobenzaprina provocam efeitos colaterais
anticolinérgicos, sedação e debilidade. É questionável a utilidade de todos os relaxantes
musculareseantiespasmódicosnasbaixasdosestoleradaspelosidosos.
Sedativos,AnsiolíticoseIndutoresdoSono
O meprobamato, além de não oferecer vantagens em relação aos benzodiazepínicos,
apresentamuitasdesvantagens.
Clordiazepóxido, diazepam e flurazepam – benzodiazepínicos utilizados no tratamento da
ansiedade e insônia – têm efeitos
extremamente
prolongados
nos
idosos
(em
geral,
por
mais
de 96 horas). Essas drogas, isoladamente ou em combinação com outras, podem causar
sonolênciaprolongadaeaumentamoriscodequedasefraturas.
A
difenidramina,
um
anti-histamínico,
é o ingrediente
ativo
em
muitos
sedativos
de
venda
livre.
Masadifenidraminaproduzefeitosanticolinérgicospotentes.
Barbitúricos,
como
o secobarbital
e o fenobarbital,
produzem
mais
efeitos
adversos
que
outras
drogas utilizadas no tratamento da ansiedade e da insônia. Também interagem com muitas
outras
substâncias.
Em
geral,
os
idosos
devem
evitar
os
barbitúricos,
exceto
para
o tratamento
dedistúrbiosconvulsivos.
Anticolinérgico:OQueIssoSignifica?
A acetilcolina é um dos muitos neurotransmissores do organismo. Neurotransmissor é uma
substância química utilizada pelas células nervosas para a intercomunicação e para a
comunicação
com
os
músculos
e com
muitas
glândulas.
Diz-se
que
as
drogas
que
bloqueiam
a
ação do neurotransmissor acetilcolina têm efeitos anticolinérgicos. A maioria dessas
substâncias, no entanto, não foi projetada para bloquear a acetilcolina; seus efeitos
anticolinérgicos
são
efeitos
colaterais.
Pessoas
idosas
são
particularmente
sensíveis
às
drogas
com
efeitos
anticolinérgicos
porque,
com
a idade,
diminui
tanto
a quantidade
de
acetilcolina
no
organismo quanto a capacidade orgânica de utilização da acetilcolina existente no corpo.
Drogas com efeitos anticolinérgicos podem provocar confusão mental, turvamento da vista,
constipação,bocaseca,tonturaedificuldadedemicçãoouperdadocontroledabexiga.
PrevençãoeManejodeQuedasnoIdoso
Queda é um evento frequente e limitante, sendo considerado um marcador de fragilidade,
morte,institucionalizaçãoededeclínionasaúdedeidosos.
O risco de cair aumenta significativamente com o avançar da idade, o que coloca esta
síndrome geriátrica como um dos grandes problemas de saúde pública devido ao aumento
expressivo do número de idosos na população e à sua maior longevidade, competindo por
recursosjáescassoseaumentandoademandaporcuidadosdelongaduração.
Diversos fatores de risco e múltiplas causas interagem como agentes determinantes e
predisponentes, tanto para quedas acidentais quanto para quedas recorrentes, impondo aos
profissionais de saúde, especialmente ao médico o grande
desafio
de
identificar
os
possíveis
fatoresderiscomodificáveisetratarosfatoresetiológicosecomorbidadespresentes.
As intervenções mais eficazes baseiam-se na identificação precoce dos idosos com maior
chance de sofrerem quedas e particularmente, aqueles que além do risco de queda
apresentemtambémumriscoaumentadodesofreremlesõesgravesdecorrentesdamesma.
Geralmente, idosos
tendem
a sub-relatar
quedas.
Além
disso,
credita
à idade
seus
problemas
de
equilíbrio
e marcha,
fazendo
com
que
com
que
estas
dificuldades
de
mobilidade
não
sejam
detectadas,atéqueumaquedacomumaconsequênciagraveocorra.
Evitar o evento de queda é considerado hoje uma conduta de boa prática
geriátrico-gerontológica, tanto em hospitais quanto em instituições de longa permanência,
sendo considerado um dos indicadores de qualidade de serviços para idosos. Além disso,
constitui-se em política pública indispensável, não só porque afeta de maneira desastrosa a
vida dos idosos e de suas famílias, como também drena montantes
expressivos
de
recursos
econômicosnotratamentodesuasconsequências,comoafraturadequadril.
Cenáriodoproblema
No Brasil, cerca de 29% dos idosos caem ao menos uma
vez
ao
ano
e 13%
caem
de
forma
recorrente, sendo que somente 52% dos idosos não relataram nenhum evento de queda
duranteumseguimentodedoisanos(39%).
A incidência de quedas em idosos residentes na comunidade varia de 0,2 a 1,6 quedas/por
pessoa/por ano, com uma média de aproximadamente 0,7 quedas por ano. Em idosos
hospitalizados a média é de
1,4
quedas/por
leito/por
ano,
variando
de
0,5
a 2,7
quedas
e em
idosos institucionalizados a prevalência é consideravelmente maior chegando até 75%, com
uma incidência de 0,2 a 3,6 quedas/por leito/por ano devido a maior vulnerabilidade desta
populaçãoeamaioracurácianasnotificaçõesdoseventos(44%).
A
maior
suscetibilidade
dos
idosos
a sofrerem
lesões
decorrentes
de
uma
queda
se
deve
a alta
prevalência de comorbidades presentes nesta população, associado ao declínio funcional
decorrente
do
processo
de
envelhecimento,
como
o aumento
do
tempo
reação
e diminuição
da
eficácia
das
estratégias
motoras
do
equilíbrio
corporal,
fazendo
de
uma
queda
leve
um
evento
potencialmenteperigoso.
Cerca de 90% das fraturas de quadril são causadas por
quedas
e o custo
atual
estimado
do
tratamento das fraturas de
quadril
é da
ordem
de
10
bilhões
de
dólares.
Entre
1988
e 1996
a
taxa de hospitalização por fratura de quadril em mulheres acima de 65 anos nos EUA
aumentou23%(7,8%).
Além
da
alta
mortalidade,
destacam-se
ainda
como
consequências
relevantes
o fato
da
queda
causar
restrição
de
mobilidade,
incapacidade
funcional,
isolamento
social,
insegurança
e medo,
detonando um mecanismo cumulativo e em efeito dominó de eventos prejudiciais a saúde e
qualidadedevidadosidosos.
Em
um
estudo
populacional
multicêntrico,
a razão
de
chance
bruta
de
idosos
com
dependência
em
quatro
ou
mais
atividades
de
vida
diária
ou
prática
ter
experimentado
ao
menos
uma
queda
noanoanteriorfoi1,9vezachancequandocomparadosaosidososindependentes.
Entre as pessoas que caíram e foram atendidas em unidades de
emergência,
cerca
de
40%
tiveram dor contínua ou incapacidade funcional por dois meses
e 16%
tiveram
queixa
de
dor
porcercade7mesesapósoevento.
Definiçãoeclassificação
Queda é uma mudança de posição inesperada, não intencional que faz
com
que
o indivíduo
permaneça
em
um
nível
inferior,
por
exemplo,
sobre
o mobiliário
ou
no
chão.
Este
evento
não
é
consequênciadeumaparalisiasúbita,ataqueepiléticoouforçaexternaextrema.
Podem ser classificadas a partir da frequência com que ocorrem e do tipo de consequência
advinda do evento. A queda acidental é aquele evento único que dificilmente voltará a se
repetir e é decorrente de uma causa extrínseca ao indivíduo, em geral
pela
presença
de
um
fator de risco ambiental danoso, como um piso escorregadio, um degrau sem
sinalização
ou
devido
à atitudes
de
risco
como
por
exemplo,subir
em
banquinhos.
Em
contrapartida,
a queda
recorrente,
expressa
a presença
de
fatores
etiológicos
intrínsecos
como
doenças
crônicas,
poli
farmácia,distúrbiosdoequilíbriocorporal,déficitssensoriais,dentreoutros.
A
queda
pode
ainda
ser
dividida
de
acordo
com
a presença
ou
não
de
lesões.
As
quedas
com
lesões graves são consideradas aquelas cuja consequência é uma fratura, trauma
crânio-encefálico ou luxação. Abrasões, cortes, escoriações e hematomas são considerados
lesõesleves.
Há ainda, a classificação de acordo com o tempo de permanência no chão. A queda
prolongada no chão é aquela em que
o idoso
permanece
caído
por
mais
de
15
a 20
minutos
por incapacidade de levantar-se sem
ajuda.
Os
idosos
que
são
mais
predispostos
a sofrerem
quedas prolongadas são os idosos com 80 anos ou mais, com dificuldade em atividades de
vida
diária,
que
têm
disfunções
em
membros
inferiores,
tomam
sedativos
e moram
sozinhos
ou
permanecemporlongosperíodosdodiaounoitedesacompanhados.
Hoje, busca-se não só identificar o perfil dos idosos mais vulneráveis a cair, como também
procura-se distinguir
quais
terão
maior
suscetibilidade
a sofrerem
uma
lesão
grave
decorrente
deste evento ou que têm uma maior propensão a experimentarem
quedas
recorrentes
o que
aumenta a probabilidade de perda de capacidade funcional, seja
ela
decorrente
de
um
único
evento
grave
ou
da
perda
de
confiança
e do
senso
de
auto-eficácia
o que
com
o tempo
acaba
por provocar uma restrição de atividades e um declínio na mobilidade,
expondo
este
idoso
a
ummaiorriscodetornar-sefrágil.
FatoresderiscoeCausas
Hánecessidadedesedividirosfatoresdeterminantesdequedasemidososemdoisgrupos:
Fatores de risco ou fatores predisponentes: são aqueles que impõem aos idosos uma
maior
chance de experimentarem quedas. O levantamento
destes
fatores
permite
a identificação
de
idosos com maior suscetibilidade a caírem. A estratificação do risco possibilita a
implementação de estratégias de prevenção definidas para cada grupo - alto, médio e baixo
risco.
Fatores
causais:
são
aqueles
agentes
etiológicos
presentes
na
determinação
da
ocorrência
de
um evento de queda
específico.
Constituem-se
nas
razões
que
levaram
aquele
idoso
a cair
e
sãopotencializadaspelapresençadefatoresderiscointrínsecoseextrínsecos.
Os fatores de risco são derivados de estudos populacionais tipo caso-controle ou estudos
longitudinais.
Embora
existam
uma
séries
de
questões
metodológicas
a serem
consideradas
na
análise destes fatores,
a aplicabilidade
clínica
é imediata,
no
que
tange
ao
fato
de
que
há
um
aumento significativo do risco com o aumento do número de fatores de risco individuais
presentes. Além disso, o levantamento da existência de fatores que
possam
ser
modificados
por meio de intervenções específicas é essencial tanto na prevenção de futuros episódios,
comotambémnomanejodoprocessodereabilitação.
O
Quadro
, abaixo,
lista
os
fatores
de
risco
encontrados
em
estudos
populacionais,
com
idosos
da comunidade. Os fatores foram classificados de acordo com peso da sua evidência e se
estãorelacionadosaquedasacidentais,quedasrecorrentesouquedascomlesão
O
peso
da
evidência
foi
construído
a partir
da
frequência
com
que
o fator
aparece
nos
estudos
analisados. Salienta-se que não há uma homogeneidade quanto aos fatores de risco
apontados
nos
estudos.
Trata-se
apenas
de
um
guia
para
que
se
possa
valorizar
com
maior
ou
menorintensidadedeterminadosfatores.
Os fatores de risco considerados de peso alto, ou seja, apontados na maioria dos estudos
como fatores determinantes
de
quedas
foram:
idade
igual
ou
maior
a 75
anos,
sexo
feminino,
presença de declínio cognitivo, de inatividade, de fraqueza muscular e de distúrbios do
equilíbrio corporal, marcha ou
de
mobilidade,
história
prévia
de
acidente
vascular
cerebral,
de
quedas
anteriores
e de
fraturas,
comprometimento
na
capacidade
de
realizar
atividades
de
vida
diária
e o uso
de
medicações
psicotrópicas,
em
especial
os
benzodiazepínicos,
assim
como
o
usodeváriasmedicaçõesconcomitantes.
Dentre estes estudos, destaca-se o realizado no município de São Paulo
que
aponta
que
os
idosos
que
caíram
de
forma
recorrente
tiveram
sua
chance
aumentada
em
1,6
vezes
(95%
IC
1,00-2,52)
por
serem
viúvos,
separados
ou
desquitados,
em
1,5
vezes
por
não
terem
o hábito
de ler como atividade de lazer (95%IC 1,03-2,37), em 4,6
vezes
por
terem
história
de
fratura
(95% CI
2,23-9,69)
e em
2,37
vezes
por
apresentarem
comprometimento
em
1 a 3 atividades
de
vida
diária
(95%
CI
1,49-3,78),
em
3,31
vezes
a chance
por
apresentarem
dificuldade
em
4
ou mais atividades de vida diária
(95%CI
1,58-6,93)
e em
1,53
vezes
a chance
por
relatarem
ter visão ruim
ou
péssima
(95%CI
1,00-2,34)
quando
comparados
aos
idosos
que
tinham
boa
percepçãosubjetivadevisão.Estemodeloexplicou73%doseventos.
Rubenstein
e Josephson
analisando
16
estudos
de
idosos
vivendo
na
comunidade
e de
idosos
institucionalizados, apontam um aumento do risco
com
a presença
dos
seguintes
fatores,
por
ordem
de
importância:
presença
de
fraqueza
muscular,
história
de
quedas,
déficit
de
marcha
e
de
equilíbrio,
uso
de
dispositivo
de
auxílio
à marcha,
déficit
visual,
artrite,
comprometimento
em
atividadesdevidadiária,depressão,declíniocognitivoeidadeigualousuperiora80anos.
Em uma
revisão
sistemática
de
11
estudos
de
coorte
ou
casos-controle
acerca
dos
fatores
de
risco para quedas em ambiente hospitalar foram levantados como os mais freqüentes:
alteração do estado mental, em especial os estados de confusão e desorientação , uso de
medicações como sedativos, tranqüilizantes e benzodiazepínicos , limitações de mobilidade,
como distúrbios de marcha, equilíbrio e fraqueza muscular , história
de
quedas,
necessidade
especial
com
toalete
ou
eliminações
, idade
avançada
, necessidade
de
dispositivos
de
auxílio
à
mobilidade e fraqueza
geral,
tontura,
depressão
e tempo
maior
de
hospitalização
. Os
fatores
de
menor
relevância
foram
mês
da
internação,
ter
tido
três
ou
mais
transferências
de
unidade,
sonolência, abuso de drogas, terapia endovenosa, condições médicas gerais, anemias,
condições pós-operatórias, evidência de estado confusional
agudo,
dentre
outros.
Os
autores
concluem que as intervenções a serem priorizadas nos idosos hospitalizados são aquelas
direcionadas a identificar
e tratar
as
limitações
relacionadas
ao
estado
mental
e às
alterações
demobilidade.
As principais causas de quedas estão dispostas no Quadro 2. Há, no entanto, uma grande
dificuldade
em
estabelecer
uma
única
causa,
visto
que
a etiologia
das
quedas
nos
idosos
é em
geral multifatorial, particularmente nos idosos frágeis. Mas, a busca ativa de causas que
levaramoidosoacairéfundamentalparaqueumaintervençãoapropriadasejarealizada.
Quadro - Fatores de risco, classificados de acordo com o peso da evidência, além da
classificaçãodeacordocomotipodequeda.
FatoresSócio-demográficosPesodaevidênciaetipodequeda
SexofemininoAlto(acidentais,recorrentesecomlesõessérias)
Idade≥75anosAlto(acidentais,recorrentesecomlesõessérias)
AusênciadeCônjugeBaixo(recorrentes)
RaçaBrancaBaixo(comlesõessérias)
BaixaRendaBaixo(acidentais)
MorarsóBaixo(comlesõessérias)
Psico-Cognitivos
DeclínioCognitivoAlto(acidentais,recorrentes)
DepressãoBaixo(acidentais)
MedodeCairBaixo(recorrentes)
Condiçõesdesaúde/DoençasCrônicas
AVCprévioAlto(acidentais,recorrentes)
DiabetesBaixo(acidentais)
QueixadeTonturaMédio(acidentaiserecorrentes)
HipotensãoPosturalBaixo(recorrentes)
BaixoÍndicedemassacorpóreoMédio(acidentais,comlesõessérias)
AnemiaBaixo(comlesõessérias)
InsôniaBaixo(recorrentes,comlesõessérias)
IncontinênciaouurgênciamiccionalMédio(recorrentes,comlesõessérias)
Artrite/osteoartroseBaixo(acidentais)
HistóriapréviadequedasAlto(recorrentes,comlesõessérias)
HistóriapréviadefraturaAlto(recorrentes,comlesõessérias)
NeuropatiaBaixo(comlesõessérias)
Funcionalidade
ComprometimentoemAVDAlto(acidentais,recorrentes,comlesõessérias)
NecessidadededispositivodeauxílioàmarchaBaixo(acidentais)
InatividadeAlto(acidentais,recorrentes,comlesõessérias)
Comprometimentosensorial
ComprometimentovisualModerado(acidentais,recorrentes,comlesõessérias)
Equilíbriocorporal,marchaemobilidadeAlto(acidentais,recorrentes,comlesõessérias)
Distúrbioneuromuscular
FraquezamusculardeMMIIAlto(acidentais,recorrentes)
FraquezamusculardepreensãoAlto(acidentais,recorrentes,comlesõessérias)
DiminuiçãodereflexosBaixo(acidentais)
DoremjoelhoouquadrilBaixo(acidentais)
ProblemasnospésBaixo(acidentais)
TempodereaçãoBaixo(comlesõessérias)
Usodemedicações
Psicotrópicas:BenzodiazepínicosAlto(recorrentes,comlesõessérias)
BloqueadoresdecanaldecálcioBaixo(comlesõessérias)
AnalgésicosBaixo(comlesõessérias)
NúmerodemedicaçõesAlto(recorrentes,comlesõessérias)
Condiçãomédicaprévia
HospitalizaçõesBaixo(acidentais)
(sealta:fatorpresentenamaioriadosestudos,semoderada:fatorpresenteemboapartedos
estudos,masnãonamaioriaeseabaixa:fatorpresenteemumoudoisestudosapenas)
Quadro2–Causasdequedasemidosos:resumode12estudoslevantadosporRubenstein,
Josephson,2002.
AcidentaisourelacionadasaoambienteDistúrbiosdoequilíbrioemarcha
FraquezamuscularTonturaevertigem
ArtriteDoençasagudas
EpilepsiaDor
MedicamentosÁlcool
“dropattack”ConfusãoouDelirium
HipotensãoPosturalDistúrbiosvisuais
Quedadacama
Síncope
Para que este levantamento sobre as causas possa ser realizado de forma sistematizada,
faz-se
necessário
identificar
todo
o contexto,
como
mecanismo
da
queda,
atividade
que
estava
sendo realizada no momento do evento, hora do dia ou noite, tipo de calçado, local onde
ocorreu a queda, e qualquer sinal ou sintoma pré
ou
pós-evento
que
possa
ter
relevância
na
determinação do mesmo. Aspectos como se houve ou não perda da consciência ou
escurecimentodavisãopodemdescartarsíncopes.
Outros mecanismos envolvidos, como falseamento dos joelhos pode estar relacionado à
fraqueza
muscular,
osteoartrose
de
joelhos
e ao
drop
attack;
a sensação
de
tontura
relacionada
à posição da cabeça ou a movimentos do corpo pode estar associada à presença de
disfunções vestibulares. O roteiro apresenta as principais perguntas a serem realizadas na
investigação do evento de queda. A queda pode ser o reflexo de uma doença aguda como
infecção urinária ou respiratória, arritmia cardíaca, acidente vascular encefálico, delirium,
dentre
outras.
A mesma
pessoa
pode
cair
em
diferentes
momentos
por
várias
razões.
A queda
de causa desconhecida deve ser amplamente investigada até que um fator
ou
vários
fatores
sejamapontadoscomoagentesetiológicosouprecipitantesdoevento.
Nunca, especialmente, nos idosos que caem recorrentemente deve-se assumir como causa
aquela relacionada a um evento anterior. A busca
sistematizada
de
fatores
causais
permite
o
adequado
manejo,
previne
novos
eventos
e trata
doenças
associadas,
evitando
comorbidades
eoescalonamentodeincapacidades.
Roteirosugeridoparainvestigaçãodoeventodequeda:
● QuantasvezesoSr.(a)caiunoúltimoano?
● Houvealgumaconsequênciacomofratura,luxação,traumacranianoouescoriação,
contusão,corte?
● Houvenecessidadedeprocurarummédicoouserviçodeemergênciaemumhospital?
● OSr.(a)restringiusuasatividadeshabituaisporcausadaqueda?
● Sesim,oSr.(a)ofezpordor,insegurança,medo,dificuldadeparaandar,dentreoutros.
● Agoravamosfalarsobresuaúltimaqueda.
● OSr.(a)sabeprecisarquandoelaocorreu?
● Aquedaaconteceudediaoudenoite?
● Oeventoocorreuapósarefeição?
● Emquelugaraconteceuaqueda?
● Houveperdadaconsciência?
● QuemovimentosoSr.(a)estavafazendonomomentodaqueda?Andando,
levantando-sedacadeira,inclinando-se,virando-se,etc.
● QueatividadeoSr.(a)estavarealizandonomomentodaqueda?Tomandobanho,
andandoatéobanheiro,voltandoparaoquarto,subindonobanquinho,calçandoo
chinelo,descendodoônibus,dentreoutras.
● Comoaquedaocorreu?Desequilibrou-se,osjoelhosfalharam,sentiu-sefraco
subitamente,sentiu-setonto?
● Quepartedocorpobateuprimeironochãoounomobiliário?
● Estavausandoóculosouaparelhoauditivo(quandoseaplica)?
● Comoestavasesentindoantesdecair(nasemanaprévia)?Houvealgumamodificação
nasuasaúde?Comofraquezageneralizada,cansaço,apatia,faltadear,problemasde
memória,febre,taquicardia,dornopeito,etc.
● Houvealgumamodificaçãonamedicaçãousadahabitualmente?Algummedicamento
novofoiintroduzidoouretirado?Fezusodealgumamedicaçãoporcontaprópria?
● Noúltimoano,oSr.(a)estevehospitalizado?
● OSr.(a)diriaquetemtidomaiordificuldadeparaandardentrodecasa,vestir-se,tomar
banho,andarforadecasa,iraobanheiroemtempo,tomarremédiosnahoracerta?
Com o objetivo de facilitar a exclusão de fatores causais foi proposto o algoritmo descrito
abaixo
como
um
modelo
para
tomada
de
decisão
clínica
em
relação
ao
diagnóstico.
Levar
em
conta
a presença
de
fatores
extrínsecos
precipitantes.
O crédito
do
evento
a um
fator
ambiental
deve ser vastamente pesquisado. A exclusão de outros fatores intrínsecos pode
classificar
o
eventocomotipicamenteacidental.
Avaliaçãodoriscoparaquedasetestesdeequilíbrioemarcha
Um screening de risco para quedas é um instrumento eficaz na identificação de idosos com
maior chance de sofrerem um evento no futuro. Deve ser realizado em todos os idosos
admitidos
em
hospitais,
em
assistência
domiciliar,
centro
de
reabilitação,
instituições
de
longa
e
curtapermanênciaeemunidadesdeacompanhamentoambulatorial.
Nenhum instrumento aplicado de forma isolada é capaz de identificar idosos de risco para
quedas,
assim
como
estratificar
este
risco.
Uma
combinação
de
instrumentos
em
geral
contidos
na avaliação geriátrico-gerontológica abrangente deve ser utilizada como rastreio para maior
vulnerabilidadeaquedas.
É
consenso
que
quanto
maior
o número
de
fatores
de
risco
presentes
maior
será
a chance
de
queda. A queixa de dificuldade de equilíbrio e marcha, assim como as histórias prévias de
quedastêmsidoapontadascomofatoresderiscoparaidososquevivemnacomunidade.
Vários
testes
têm
sido
desenvolvidos
com
o objetivo
de
avaliar
funcionalmente
o equilíbrio
e a
marcha
e busca
estabelecer
parâmetros
para
identificação
de
idosos
com
maior
suscetibilidade
a
cair.
Dentre
estes,
destacam-se:
Timed
Up
& Go
Test
(PODSIADLO
& RICHARDSON
(1991),
a
escala
de
Equilíbrio
de
Berg
- Berg
Functional
Balance
Scale
(BERG
et
al.,
1992),
o POMA
-–
Performance-Oreinted Assessement of Mobility (TINETTI, 1986,1988)
o Functional
Reach
e o
DynamicGaitIndex(SHUMWAY-COOKetal.(1997).
As escalas de Berg, o POMA e o Dynamic Gait Index são testes funcionais
de
avaliação
do
equilíbrio e da
marcha
que
contém
um
maior
número
de
tarefas
motoras
e necessitam
de
um
maior treinamento e expertise na sua aplicação. Em geral, são aplicados por fisioterapeutas
dentro de um espectro maior de avaliação físico-funcional de idosos. Todos têm sido
largamente apontados na literatura internacional como instrumentos válidos na determinação
deidososcommaiorchancedequedas.
O POMA consiste de nove itens como contra-reação ao desequilíbrio aplicado ao esterno,
passar
de
sentado
para
de
pé,
virar
360
graus,
os
quais
são
categorizados
em
uma
escala
de
três pontos. A Berg
Balance
Scale
foi
desenvolvida
para
monitorar
o desempenho
dos
idosos
quanto à tarefas motoras de equilíbrio em idosos, para identificar indivíduos que se
beneficiariam de um encaminhamento para fisioterapia e para prever quedas em idosos da
comunidade
e institucionalizados
. A escala
consiste
de
14
tarefas,
categorizadas
numa
escala
ordinal
de
cinco
pontos,
que
vai
desde
0 - incapaz
de
realizar
a tarefa,
até
5 - realiza
de
forma
independente, baseada na qualidade e necessidade de assistência para realizar a tarefa de
forma
assim
como,
no
tempo
para
completar
a prova.
Os
escores
dos
14
itens
são
combinados
em um
escore
total
que
vai
de
0 a 56
pontos,
com
um
escore
maior
relacionado
a um
melhor
desempenho. Os elementos do teste são representativos de atividades do dia a dia como
sentar, levantar, inclinar-se à frente, virar-se, dentre outros. BERG et al.,1992 demonstraram
que o escore de 45 ou menos foi preditivo de quedas recorrentes em um estudo de
meta-análisecom110sujeitos.
O Índice dinâmico da marcha é composto por oito tarefas de deambulação que avaliam
velocidade e instabilidade na marcha durante o acelerar e desacelerar, em movimento de
rotação e flexo-extensão da cabeça, em movimentos de rotação axial do corpo, em
movimentos de ultrapassar e circundar obstáculos e em subir e descer degraus. Uma
pontuação de 19 ou menos foi associada a quedas em idosos na comunidade . Assim,
estratégias compensatórias devem ser elucidadas com objetivo de avaliar se são as mais
indicadas para o paciente no seu contexto funcional diário. Assim, os fisioterapeutas devem
perguntar se seus pacientes estão utilizando as melhores estratégias dada suas limitações
primárias e se uma intervenção terapêutica poderia melhorar os mecanismos de controle
postural.
O Timed up & go test é bastante simples e não exige nenhuma expertise específica,
necessitando
apenas
de
um
procedimento
sistematizado
que
consiste
em
medir
o tempo
gasto
na
tarefa
de
levantar-se
de
uma
cadeira
(a
partir
da
posição
encostada),
andar
3 metros
até
um
demarcador
no
solo,
girar
e voltar
andando
no
mesmo
percurso,
sentando-se
novamente
com
as
costas
apoiadas
no
encosto
da
cadeira.
a instrução
dada
é que
o idoso
execute
a tarefa
de
forma
segura
e o mais
rapidamente
possível.
Os
autores
admitiram
como
tempo
normal
para
a
realização
da
tarefa
por
adultos
saudáveis,
um
tempo
de
10
segundos;
considera-se
que
11
a
20 segundos sejam os
limites
normais
de
tempo
para
idosos
frágeis
ou
pacientes
deficientes;
mais de 20 segundos na execução da atividade é considerado um valor indicativo da
necessidadedeintervençãoadequada.