Questões Contratualistas

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Questões contratualistas

1. Enem - 2020
O fim último, causa final e desígnio dos homens, ao introduzir uma restrição sobre si
mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação
e com uma vida mais satisfeita; quer dizer, o desejo de sair da mísera condição de guerra
que é a consequência necessária das paixões naturais dos homens, como o orgulho, a
vingança e coisas semelhantes. É necessário um poder visível capaz de mantê-los em
respeito, forçando os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito
às leis, que são contrárias a nossas paixões naturais.
HOBBES, T. M. Leviatã. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).
Para o autor, o surgimento do estado civil estabelece as condições para o ser humano:

A) internalizar os princípios morais, objetivando a satisfação da vontade individual.


B) aderir à organização política, almejando o estabelecimento do despotismo.
C) aprofundar sua religiosidade, contribuindo para o fortalecimento da Igreja.
D) assegurar o exercício do poder, com o resgate da sua autonomia.
E) obter a situação de paz, com a garantia legal do seu bem-estar.

2. ENEM – 2020

A sociedade como um sistema justo de cooperação social consiste em uma das ideias
familiares fundamentais, que dá estrutura e organização à justiça como equidade. A
cooperação social guia-se por regras e procedimentos publicamente reconhecidos e
aceitos por aqueles que cooperam como sendo apropriados para regular a sua conduta.
Diz-se que a cooperação é justa porque seus termos são tais que todos os participantes
podem razoavelmente aceitar, desde que todos os demais também o aceitem.
FERES JR. J, POGREBINSCH1, T. Teoria política contemporânea uma introdução. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2010.

No contexto do pensamento político, a ideia apresentada mostra-se consoante o(a):

A) ideal republicano de governo.


B) corrente tripartite dos poderes.
C) posicionamento crítico do socialismo.
D) legitimidade do absolutismo monárquico.
E) entendimento do contratualismo moderno.

3. ENEM 2016

A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em


suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para
exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e
vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que
possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna
o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que
pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas
nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra.

RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo:WMF, 2012


(adaptado).

O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como

A) alienação ideológica.
B) microfísica do poder.
C) estado de natureza.
D) contrato social.
E) vontade geral.

4. ENEM 2016

A justiça e a conformidade ao contrato consistem em algo com que a maioria dos homens
parece concordar. Constitui um princípio julgado estender-se até os esconderijos dos
ladrões e às confederações dos maiores vilões; até os que se afastaram a tal ponto da
própria humanidade conservam entre si a fé e as regras da justiça.

LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 2000
(adaptado).

De acordo com Locke, até a mais precária coletividade depende de uma noção de justiça,
pois tal noção

A) identifica indivíduos despreparados para a vida em comum.


B) contribui com a manutenção da ordem e do equilíbrio social.
C) estabelece um conjunto de regras para a formação da sociedade.
D) determina o que é certo ou errado num contexto de interesses conflitantes.
E) representa os interesses da coletividade, expressos pela vontade da maioria.

5. ENEM 2016

TEXTO I

Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a
submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual
comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo
41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei
dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar.
HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

TEXTO II

Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as


inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os
homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão
injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela
mesma ofensa.

LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil . Petrópolis: Vozes, 1994.

Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos


ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke,
entende o estado de natureza como um(a):

A) condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo


da morte violenta.
B) organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos
naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade.
C) capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para
que o homem possa constituir o Estado civil.
D) situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são
feridos em sua livre decisão pelo pecado original.
E) estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que
perturba as relações sociais e violenta a humanidade.

6. ENEM – 2014

Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser
expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar
consentimento. A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à
liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com
outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segurança,
conforto e paz umas com as outras, gozando garantidamente das propriedades que tiverem
e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não faça parte dela. LOCKE, J.
Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978.

Segundo a Teoria da Formação do Estado, de John Locke, para viver em sociedade, cada
cidadão deve:

A) manter a liberdade do estado de natureza, direito inalienável.


B) abrir mão de seus direitos individuais em prol do bem comum.
C) abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais forte.
D) concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade.
E) renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à sua independência.

Gabarito:

1. E
2. E
3. C
4. B
5. A
6. D

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