O Ensino Da Geometria Plana: Uma Ação Pedagogica Por Meio Do Lúdico (Animes)

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O ENSINO DA GEOMETRIA PLANA: UMA AÇÃO

PEDAGOGICA POR MEIO DO LÚDICO (ANIMES)


Anna Karollyna Lima Araújo; Camila Rochana de Aguiar Barbosa;
Fernanda dos Santos Nascimento; Maria da Conceição Vieira Fernandes;
Rosemary Gomes Fernandes

Universidade Estadual da Paraíba; [email protected]. Universidade Estadual da Paraíba


;[email protected]. Universidade Estadual da Paraíba; [email protected]. Universidade
Estadual da Paraíba; [email protected]. Universidade Estadual da Paraíba;
[email protected].

Resumo

Este trabalho relata uma experiência vivenciada juntamente com os alunos bolsistas do Programa
Institucional com Bolsa de Iniciação a Docência da Universidade Estadual da Paraíba (PIBID/UEPB) e
alunos do 6° ano (A e B), da E.E.E.F. Augusto dos Anjos, na cidade de Campina Grande – PB, em 2017. O
projeto “O Ensino Da Geometria Plana: Uma Ação Pedagógica Por Meio Do Lúdico (Animes)”, visa
trabalhar o estudo da geometria plana, diante das dificuldades de entender os conceitos e aplicações que
envolvem áreas das figuras planas como: o quadrado, círculo, triangulo, retângulo, losango, trapézio, de
forma que possam descobrir as formas e as representações a partir do processo de construção geométrica,
utilizando o desenho geométrico dos animes, como recurso didático, tornando mais significativa e presente a
matemática no cotidiano. Nessa perspectiva, pretendemos alcançar novos métodos de ensino que melhorem e
auxilie a capacidade de raciocínio dos alunos, ao agregar novos meios e métodos de adquirir o conhecimento
de forma mais contextualizada. Consideramos que o desenho geométrico pode ser uma boa estratégia para
auxiliar na aprendizagem significativa da geometria, pois, de forma geral, aborda problemas que necessitam
de conhecimentos prévios, levando o aluno a investigar e analisar de forma mais crítica, auxiliando no
processo de ensino aprendizagem da geometria. Os alunos apresentaram algumas dificuldades tanto na
construção dos desenhos, quanto na utilização dos instrumentos e também no conteúdo de polígonos, porém
percebemos que os alunos aprenderam a trabalhar coletivamente, fazendo a interação entre os conceitos
aprendidos em diferentes disciplinas e desenvolveram a capacidade de argumentar e organizar as
informações.

Palavras-chave: Geometria plana, Desenho dos animes, Aprendizagem por meio do lúdico.

Introdução

A importância da geometria é inquestionável tanto sob o ponto de vista de suas aplicações


práticas, quanto do aspecto do desenvolvimento de diferentes competências e habilidades
necessárias à formação de qualquer indivíduo. Ela é uma poderosa ferramenta para a compreensão,
descrição e inter-relação com o espaço em que vivemos, sempre estará presente em nosso cotidiano.
Está presente nos desenhos infantis e juvenil, através dos filmes e revistas em quadrinho, onde
podemos visualizar inúmeras formas geométricas planas. Ao andarmos pela cidade observando os
prédios, casas, monumentos, comércios, entre outros, estaremos visualizando inúmeras formas
geométricas planas, mesmo em sala de aula encontramos tais figuras, como o assento da cadeira, o

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quadro, alguns materiais escolares, entre outros. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais o
estudo da geometria deve proporcionar ao aluno:

Uma das possibilidades mais fascinantes do ensino de Geometria consiste em levar o


aluno a perceber e valorizar sua presença em elementos da natureza e em criações do
homem. Isso pode ocorrer por meio de atividades em que ele possa explorar formas
como as de flores, elementos marinhos, casa de abelha, teia de aranha, ou formas em
obras de arte, esculturas, pinturas, arquitetura, ou ainda em desenhos feitos em
tecidos, vasos, papéis decorativos, mosaicos, pisos, etc. (BRASIL, 1997, p.82).

Os desenhos geométricos estão presentes em diversos locais, constituindo vários objetos. Se


olharmos ao nosso redor, verificamos que as formas encontradas são classificadas pela Geometria
em relação aos modelos conhecidos. A esse respeito concordamos com as perspectivas teóricas
indicadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, quanto ao estudo da geometria a partir das
formas geométricas:

Usar as formas geométricas para representar ou visualizar partes do mundo real é


uma capacidade importante para a compreensão e construção de modelos para
resolução de questões da Matemática e de outras disciplinas. Como parte integrante
deste tema, o aluno poderá desenvolver habilidades de visualização, de desenho, de
argumentação lógica e de aplicação na busca de solução para problemas. (BRASIL,
2002, p.123).

Por mais que seja importante estudar o desenho geométrico, Nascimento (2010) afirma que
o ensino do desenho geométrico está ‘caindo no esquecimento’ quando se diz respeito à educação
no ensino fundamental, ocorrendo uma falha para o ensino atual, pois, o ensino do desenho
geométrico é indispensável para a formação de indivíduos capazes de superar os desafios e o mundo
cada vez mais desenvolvido.
Machado (2005, p.4) enfatiza que, “o desenho é uma importante forma de expressão da
criança. Ela se revela antes mesmo das competências linguísticas e logico-matemática. Depois,
justamente por valorizar essas ultimas habilidades, a escola abandona a atividade”.
Por sua vez, Souza e Pataro (2010) afirmam que, a escola tem papel fundamental no
desenvolvimento de habilidades que permitam ao aluno analisar, interpretar e modificar situações
de seu dia a dia, ao abordar aspectos interdisciplinares envolvendo a Matemática, sendo utilizada
como instrumento de apoio na construção de desenhos geométricos, na resolução de problemas, que
envolvam os mais variados assuntos.
Na escola, uma postura interdisciplinar traz algumas contribuições, porque os alunos
começam a estabelecer um relacionamento de parceria e colaboração com a equipe escolar, bem
como com a comunidade onde a escola está inserida.

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A interlocução entre professores de diversas disciplinas poderia ser um caminho para
o desenvolvimento de ações sistemáticas de levantar aspectos comuns de sua prática
com a de outro professor que trabalha com o mesmo grupo de alunos como uma
alternativa para potencializar as oportunidades de interdisciplinaridade em sala de
aula. A exploração das articulações esporádicas que são feitas tanto pelos professores
quanto pelos alunos deve ser incorporada como uma prática escolar mais sistemática.
(TOMAZ e DAVID, 2008, p. 130).

Dessa forma, é importante o ensino do desenho através de suas relações interdisciplinares


como um instrumento facilitador na construção do conhecimento, pois a abordagem de conteúdos
explorando os recursos visuais estimula a visão geométrica dos alunos, facilitando o processo de
ensino aprendizagem.
No Guia Nacional dos Livros Didáticos (PNLD, 2014) recomenda o estudo das formas
geométricas para exercitar as capacidades de visualização dos alunos. Nesse guia, percebemos que
alguns conteúdos do ensino fundamental não têm contribuído de modo desejável para o
aperfeiçoamento das habilidades de desenho e de visualização de objetos geométricos. Nesse
sentido, seria importante explorar diferentes perspectivas, projeções, cortes, planificações, entre
outros recursos de representação dos objetos. Dessa forma, o ensino fundamental estará cumprindo
seu papel de ampliação, aprofundamento e organização dos conhecimentos matemáticos adquiridos
na primeira fase, fase esta em que predominam, na abordagem da Matemática, os procedimentos
indutivos e informais.
O ensino de geometria plana na escola deve contemplar também o cálculo de áreas de
polígonos; resolver e representar situações-problema, utilizando conceitos de áreas de figuras
planas; desenvolver o conceito de razão entre áreas de figuras planas, utilizando semelhança de
figuras; resolver situações-problema envolvendo medidas de superfície.
Nessa perspectiva, pretendemos alcançar novos métodos de ensino que melhorem e auxilie a
capacidade de raciocínio dos alunos, ao agregar novos meios e métodos de adquirir o conhecimento
de forma mais lúdica. Consideramos que o desenho geométrico pode ser uma boa estratégia para
auxiliar na aprendizagem significativa da geometria, pois, de forma geral, aborda problemas que
necessitam de conhecimentos prévios, levando o aluno a investigar e analisar de forma mais crítica,
auxiliando no processo de ensino aprendizagem da geometria.
Com base nessas considerações, e com o intuito de levar os alunos a compreender conceitos
matemáticos de uma forma lúdica e prática despertando um pensamento lógico matemático de
forma motivadora, apresentamos neste artigo os resultados de uma atividade desenvolvida em 2017,
sob a forma de um minicurso, de uma oficina e da música, com os alunos bolsistas do PIBID/UEPB

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e alunos da E.E.E.F. Augusto dos Anjos, na cidade de Campina Grande – PB, envolvendo o assunto
“Geometria Plana”.

Metodologia

Esse projeto foi desenvolvido com 40 alunos do 6° ano (A e B) do Ensino Fundamental II,
onde através dos conceitos teóricos e práticos, foi aplicado a geometria plana de formas diferente,
por meio de desenhos, “os animes” e de música. O trabalho foi dividido em sete momentos:

1º Momento: De início, antes de introduzir o assunto sobre geometria plana, a professora indaga os
alunos para que eles digam, com suas palavras, o que eles acham que é a geometria plana e
identificar onde eles a encontram. Os alunos então começam a buscar na própria sala de aula
objetos que representam a geometria, buscando a partir daí seus próprios conceitos sobre geometria
plana, despertando assim a curiosidade sobre o assunto. Foi proposto que os alunos pesquisassem
na internet sobre o processo de criação e os esboços dos Animes, envolvendo geometria plana.
Basicamente, Animes são os desenhos animados produzidos no Japão. Para os japoneses, os
Animes são todos os desenhos animados, independente da sua origem, nacional ou estrangeira. Para
o mundo ocidental, os Animes são apenas os desenhos animados do Japão.

2º Momento: Ao pesquisarem sobre as formas geométricas dos Animes, foi pedido para que os
alunos pudessem esboçar algum desenho de algum Anime que eles pesquisaram. Ao iniciarem a
atividade, percebemos que os alunos gostam de temas do interesse deles, que nesse caso, são os
Animes que são animações japonesas, que faz muito sucesso no mundo juvenil. Com acesso ao
material que eles tinham pesquisado, começaram a desenhar o corpo de um personagem de Anime,
tanto feminino quanto masculino. Desenharam um círculo para a cabeça, círculos pequenos para as
articulações e triângulos pequenos para as mãos e pés. Desenharam um retângulo curvo para criar o
tronco. Todas as formas geométricas citadas estavam sendo conectadas por linhas para criar o
esboço do corpo. Continuando, desenharam os membros e, depois, os detalhes do cabelo e das
roupas.

3º Momento: Este momento foi dividido em duas partes: na primeira parte, foi ministrado um
minicurso para os alunos do 6° ano (A e B), onde abordamos a definição da geometria plana, suas

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aplicações, conceitos de algumas figuras geométricas, tais como: área (quadrado, retângulo,
losango, círculo, triângulo e trapézio). Observamos que os alunos tinham dificuldades no conteúdo
de alguns polígonos citados acima. No andamento da exposição do minicurso, os alunos tiveram
um bom comportamento, onde os mesmos participaram ativamente da aula. Assim, a aula tornou-se
interativa e prazerosa. Com isso, percebemos o quão produtivo foi para educadores e educandos.

Fig.1 e 2 - Alunos durante o minicurso.

Fonte: Arquivo pessoal (2017).

Na segunda parte, foi ministrada uma oficina com os alunos. Trabalhamos a


interdisciplinaridade da geometria com o desenho geométrico, a partir das formas geométricas.
Como os alunos estavam iniciando os conceitos da geometria plana, em sala de aula, optamos por
trabalhar com eles o Paper Toy. Os Paper Toys são brinquedos de papel em formatos geométricos,
que representam personagens de desenhos animados, carros, casas, barcos e os mais diversos tipos
de objetos que podemos imaginar.

Fig.3 e 4 - Alunos durante a oficina de Paper Toys.

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4º Momento: Atendendo a um dos temas de ação pedagógica na escola, proposto pela Secretaria de
Estado da Educação (SEE), “O fim dos vilões”, foi realizado um cinema na escola, onde exibimos o
filme, “Meu Malvado Favorito”, que demonstra através dos desenhos, que o bem e o amor,
prevalecem sobre o mal, demonstrando assim o tema proposto, onde alunos também perceberam as
figuras geométricas, por eles estudados, na animação. Neste momento foi distribuído pipoca e suco,
para que os alunos se sentissem realmente em um cinema.

5º Momento: Para melhorar e facilitar a aprendizagem das áreas das figuras planas foi passado aos
alunos uma paródia da música Asa Branca, Áreas das figuras planas, de autoria do Professor
Negreiro. Ao final, foi realizada uma apresentação no pátio da escola, para todos os alunos, onde
foi exposto todo material construído e trabalhado no decorrer do projeto, juntamente com um coral,
formado por 15 alunos, todos vestidos a caráter, cantando a paródia que aprenderam.

Fig.3 e 4 - Alunos na apresentação no pátio da escola.

Fonte: Arquivo pessoal (2017).

6º Momento: Após a aplicação do minicurso, da oficina e da apresentação da paródia da música


Asa Branca, Áreas das figuras planas, aplicamos um questionário contendo as seguintes questões:

1. O que você achou de estudar geometria plana com os animes e a paródia Áreas de Figuras Planas
(Professor Negreiros)?

2. Para você a forma como o conteúdo geometria plano foi apresentado com o auxílio dos animes e
a paródia, ficou mais divertido?

3. Conte como foi sua experiência em estudar geometria plana?

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4. Você achou fácil ou difícil estudar geometria plana com a paródia e os animes?

5. O que você achou da oficina de Parpe Toy (brinquedo de papel)? E do minicurso de geometria
plana?

Esse questionário teve como objetivo analisar o que os alunos tinham achado de aprender
geometria plana de uma forma diferente e lúdica. Diante das respostas, percebemos a aceitação dos
alunos em relação à geometria plana. Desta forma, o aluno deixa de ser passivo, e se torna ativo,
onde interage e participa se apropriando do conhecimento. Pelas respostas e relatos dos alunos
observamos que o trabalho feito com eles foi satisfatório, todos responderam que gostaram muito de
ter estudado geometria plana com os animes e a parodia. Como pode ser observado nas fotos
abaixo:

Fig.5 e 6 – Respostas dos questionários

Fonte: Arquivo pessoal (2017).

7º Momento: Participação dos Alunos da Escola Augusto dos Anjos na Semana Nacional de
Ciências e tecnologias. Os alunos apresentaram como foi aprendido a geometria plana com os
Animes.

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Fig.7 e 8 – Semana Nacional de Ciências e Tecnologias.

Fonte: Arquivo pessoal (2017).

Resultados e discussões

Notamos que alguns alunos tiveram pouco contato com o desenho geométrico, conheciam
algumas formas geométricas, porém não as identificavam pelo nome, antes de iniciarmos o projeto
com os mesmos. No decorrer do projeto, alguns alunos conseguiram destacar e relacionar o estudo
do desenho geométrico a partir das formas geométricas seja na ilustração, no esboço ou na
resolução de algum problema.
Alguns alunos, de início, encontraram dificuldades na realização da construção de desenhos,
ao usar instrumentos como esquadros, compasso, transferidor e régua, onde o uso destes materiais
serviria para que o aluno tivesse base na representação da projeção dos esboços dos Animes, no
processo de construção dos personagens. Nota-se que estes alunos possuem dificuldade na
instrumentalização, ou seja, no uso de instrumentos de desenho para a realização do mesmo. Por
mais que seja importante estudar o desenho geométrico, Nascimento (2010) afirma que o ensino do
desenho geométrico está ‘caindo no esquecimento’ quando se diz respeito à educação no ensino
fundamental, ocorrendo uma falha para o ensino atual, pois, o ensino do desenho geométrico é
indispensável para a formação de indivíduos capazes de superar os desafios e o mundo cada vez
mais desenvolvido.
Nesse projeto, foram utilizadas estratégias, de modo que fosse possível relacionar a
disciplina com materiais que despertasse no aluno novas possibilidades de conhecimento.
No momento da oficina, quando fomos ensinar o passo a passo para o processo de criação
do Paper Toy, alguns alunos fizeram suas construções usando folha A4 branca, régua, cola, tesoura,
lápis e borracha. Foi bastante curioso à forma com que eles estavam fazendo suas referidas
construções, querendo-as tornar o mais perfeito possível. A cada passo que dávamos, íamos

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explicando algumas noções no processo de construção geométrica. Nessa atividade trabalharmos
noções de construções geométricas envolvendo figuras planas. Uma das possibilidades mais
fascinantes do ensino de Geometria consiste em levar o aluno a perceber e valorizar sua presença
em elementos da natureza e em criações do homem. Ao término dessa atividade de construção na
oficina, distribuímos alguns Paper Toys prontos que imprimimos a partir de pesquisas na internet.
Dessa forma, os alunos escolheram os desenhos e Animes que mais gostavam e começaram a
recortar o respectivo Paper Toy.
Para fazermos uma avaliação dos alunos após a aplicação do minicurso e da oficina,
aplicamos um questionário onde os alunos responderam o que o projeto proporcionou e melhorou
na visão deles sobre o conhecimento matemático, como afirma um aluno: “achei super importante,
porque lá tinham várias coisas que eu não sabia”. Já outra aluna, afirmou a importância da
interdisciplinaridade da matemática: “esse minicurso fez com que tivéssemos uma visão de outra
forma e mais estratégias de se fazer desenhos utilizando formas geométricas e que possamos
enxergar mais das formas geométricas no nosso dia a dia”. Outro aluno falou da importância de se
trabalhar com a Matemática na prática: “pode-se considerar o minicurso um elemento de
complemento e de extrema importância do projeto como um todo, trazendo maior entendimento aos
alunos participantes”.
Ao término da análise do questionário, conseguimos avaliar que todos os alunos que
participaram do decorrer do projeto, houve uma aprendizagem motivadora e significativa, capaz de
proporcionar uma nova visão da matemática ao relacionar o componente curricular com o seu
cotidiano, utilizando os conceitos de geometria em situações do dia a dia.
Foi uma experiência de grande riqueza que, certamente foi muito significante para os alunos
que ficaram motivados com técnicas inovadoras de se estudar geometria plana a partir da
interdisciplinaridade com temas do seu cotidiano. Houve muita satisfação tanto da parte dos
bolsistas, quanto da parte dos alunos pelo trabalho realizado.

Conclusão

No presente trabalho tratou-se do ensino e estudo da geometria plana, em turmas do 6° ano


(A e B) do Ensino Fundamental II, abordando os conceitos, propriedades, construção e visualização
das formas geométricas a partir do desenho geométrico, tendo como intuito a melhoria no ensino-
aprendizagem da geometria plana.

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Percebemos que, a partir da interdisciplinaridade, podemos relacionar temas que relacione o
cotidiano do aluno, como afirma Souza (2013):

A interdisciplinaridade permite uma nova postura diante do conhecimento –


deixando de concebê-lo como algo estanque – e também uma mudança de atitude em
busca de diferentes contextos para garantir a construção de um conhecimento
globalizado, que rompa os limites das disciplinas. (SOUZA, 2013, p. 23

A postura interdisciplinar é uma atitude de busca pelo conhecimento, que traz contribuições
para os alunos e os professores. Percebemos que os alunos aprendem a trabalhar coletivamente,
fazem a interação entre os conceitos aprendidos em diferentes disciplinas e desenvolvem a
capacidade de argumentar e organizar as informações. Perante o envolvimento dos alunos nessa
atividade, sentimos que os mesmos tem desejo de ampliar seus conhecimentos e fortalecer suas
relações com os conteúdos de outras disciplinas. Dessa forma, o estudo das formas geométricas a
partir do desenho poderá auxiliar o aluno na formação do cidadão que tenha criatividade e
percepção visual, através das características próprias do desenho e necessárias no mundo atual.
Nesse contexto, entendemos que a escola tem a função de promover o desenvolvimento de
habilidades que permitam ao aluno analisar, interpretar e, quando necessário, fazer intervenções no
meio em que vive. Em nosso trabalho, procuramos, por meio de atividades contextualizadas,
abordar aspectos interdisciplinares que envolvam a Matemática, permitindo uma nova postura
diante do conhecimento e, também, uma mudança de atitude em busca de diferentes contextos para
garantir a construção de um conhecimento que rompa os limites das disciplinas.
Esse estudo nos demonstra como os alunos consideram a disciplina de Matemática como
parte importante do currículo, e que a mesma contribui para a sua formação, tanto no aprendizado
de outras disciplinas quanto no aprendizado da Matemática em si, transcendendo assim, a
interdisciplinaridade.
De um modo geral, a partir dos questionários que foram analisados e do envolvimento dos
alunos nas atividades, mostram um envolvimento significativo dos alunos, os quais tendem a
assumir um papel mais ativo e mais autônomo nas aulas de Matemática, dando maior ênfase ao
raciocínio e aos processos de pensamento em atividades de investigação matemática na sala de aula.
Essa experiência confirmou que a geometria é uma área propícia a realização de
investigações por parte dos alunos e que os mesmos se envolvem em interessantes explorações e
investigações geométricas, contribuindo para seu potencial na disciplina de Matemática e para
outros conteúdos de outras disciplinas no âmbito escolar.

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Espera-se que este trabalho sirva como um estudo que busca levantar questionamentos sobre
o tema, promovendo mudanças na realidade de ensino, ao implantar projetos que desenvolvam
melhorias e propostas atrativas tanto na formação dos professores quanto ao incentivar os alunos a
estudarem a Matemática, servindo como base para que o mesmo professor possa convidar o aluno a
participar de forma efetiva na construção do próprio saber e, principalmente, que possa servir como
início para que novas pesquisas sejam realizadas ampliando o conhecimento sobre o assunto
abordado, permitindo assim, novas descobertas.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Orientações


educacionais complementares aos parâmetros curriculares nacionais (Ensino Médio). Brasília,
[s.d.]. p. 123. Disponível em: <http: //portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciasnatureza.pdf>.
Acesso em: 15 jun. 2017.

Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : matemática /


Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, MEC/SEF, 1997. p. 82. Dísponivel em:<
http://www.portaleducacaopi.com.br/wp-content/uploads/2014/10/volume03-matematica.pdf>
Acesso em: 21 jun. 2017.

BRASIL. Guia de livros didáticos – PNLD 2015: matemática/ ensino médio. Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica, 2014.
MACHADO, N. O conjunto de habilidades humanas. Revista Nova Escola, São Paulo, n.105, set.,
1997. Disponível em: <http://novaescola.abril.com.br/ed/105_set97/html/pedagogia.htm>. Acesso
em: 21 jun. 2017.
NASCIMENTO, R. A. Desenho Geométrico sob o enfoque da geração e organização da forma.
Disponível em: <http://portal.faac.unesp.br/posgraduacao/design/textos_alcarria/texto11.pdf>.
Acesso em: 21 jun. 2017.
SOUZA, J. R. Novo olhar matemática: 2. 2. ed. São Paulo: FTD, 2013.
SOUZA, J. R.; PATARO, P. R. M. FTD sistema de ensino: matemática (9º ano). – 1. ed. São Paulo:
FTD, 2010. (Coleção FTD sistema de ensino).
TOMAZ, V. S.; DAVID, M. M. S. Interdisciplinaridade e aprendizagem da Matemática em sala de
aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. (Tendências em Educação Matemática).

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