Princípios e Concepções Da Educação Profissional e Tecnológica: Realidade Ou Utopia?

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Princípios e Concepções da Educação Profissional e Tecnológica: realidade ou

utopia?

Andressa Torinelli
Mestre em Educação Profissional e Tecnológica [email protected]
Simone Gardin
Especialista em TIC aplicadas à Educação. [email protected]

RESUMO

Como são pautadas as ações dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia?
Devem ser voltadas ao mercado de trabalho, à formação de simples trabalhadores e
mantenedores do modelo societário vigente (desigualdades sociais, econômicas, violência,
etc.), ou cidadãos autônomos e críticos que busquem a transformação da sociedade, além de
seu crescimento pessoal e profissional, mas sempre com vistas à melhoria para todos? Por
meio da análise documental das leis, decretos e documentos que regem os Institutos Federais,
a presente pesquisa tem por objetivo verificar se os servidores do Instituto Federal
Catarinense - campus São Bento do Sul - têm o conhecimento de toda a legislação que pauta
suas ações acadêmicas e administrativas. Através de uma pesquisa-ação, realizada por
questionário on-line no Google Forms, verificou-se o nível de conhecimento dos princípios e
conceitos da Educação Profissional e Tecnológica de seus servidores, para então propor,
através de um fluxograma, um método difusão deste conhecimento dentre os mesmos.

Palavras-chave: Princípios. Concepções. Institutos Federais.

ABSTRACT

How are the actions of the Federal Institutes of Education, Science and Technology based? It
should be focused on the job market, the formation of simple workers and maintainers of the
current society model (social, economic inequalities, violence, etc.), or autonomous and
critical citizens who seek the transformation of society, as well as their personal and
professional growth. but always with a view to improvement for all? Through the
documentary analysis of the laws, decrees and documents that govern the Federal Institutes,
this research aims to verify if the public servers of the Federal Institute of Santa Catarina -
São Bento do Sul campus - have knowledge of all the legislation that guides their academic
and administrative actions. Through an action research, conducted by online questionnaire in
Google Forms, it was verified the level of knowledge of the principles and concepts of
Professional and Technological Education of its public servers, to then propose, by a
flowchart, a method of spreading this knowledge among all them.

Keywords: Principles. Conceptions. Federal Institutes.


1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) foi influenciada


historicamente por diversas concepções de formação; como exemplo tem-se a concepção de
uma formação voltada para atender aos anseios mercadológicos, dos arranjos produtivos, ao
modelo de desenvolvimento econômico, formando assim um profissional tecnicista,
pragmático. Outra é a formação profissional com viés humanista, integral ou politécnico,
formando um trabalhador inteiro, com todas suas lateralidades desenvolvidas politecnia, com
foco na formação integral do trabalhador (AFONSO; GONZALEZ, 2016, p. 719). A história
da EPT é cheia de contradições, mas conforme os estudiosos sobre o tema, a legislação e
documentação vigente sobre o tema defende uma educação pautada na formação humana,
integral e politécnica (RODRIGUES, 2009; OLIVEIRA e MACHADO, 2013).
A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica tem 110 anos,
iniciando com o Decreto n. 7.566, criando as Escolas de Aprendizes e Artífices, em 1909,
passando por 2008, com a criação da Lei n. 11.892, dos Institutos Federais de Educação,
Ciência e Tecnologia (IFs) e, atualmente, em 2019, conta com 381 Institutos Federais,
presentes em todos os estados brasileiros, oferecendo cursos de qualificação profissional,
ensino médio (nas modalidades concomitante, integrado e subsequente), cursos superiores de
tecnologia, bacharelados e licenciaturas.
Das leis/documentos/regimentos que regem os IFs atualmente, estudou-se, neste
trabalho, as seguintes: Lei n. 11.892/2008 e suas alterações, Decreto n. 5.154/2004 e suas
alterações, Plano de Desenvolvimento Institucional do Instituto Federal Catarinense 2014-
2018, Documento Base, Estatuto do IFC, Regimento Geral do IFC.
O presente trabalho buscou verificar qual o nível de conhecimento dos princípios e
concepções da educação profissional que os servidores do Instituto Federal Catarinense -
campus São Bento do Sul, tem sobre as leis que regem o ensino, a pesquisa e a extensão.
Os servidores do campus São Bento do Sul conhecem os princípios e concepções da
EPT? Eis o problema desta pesquisa. Não se tem realizado estudos sobre tal temática no
campus, tampouco na instituição como um todo. As deficiências que se apresentam sobre a
temática é que, sem este conhecimento, a atuação dos servidores pode estar deixando a
desejar, deixando de lado muitos conceitos e práticas importantes na educação profissional e
tecnológica, os conceitos que fundam tais instituições de ensino. O objetivo é mostrar a

1
Disponível em <http://redefederal.mec.gov.br/expansao-da-rede-federal>, última atualização em 21 set. 2018.
Acesso em 23 ago. 2019.
importância de se conhecer a legislação e documentação que regem o IFC.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Breve contexto do IFC e Campus São Bento do Sul

O Instituto Federal Catarinense (IFC) foi criado pela Lei Federal n. 11.892, de 29 de
dezembro de 2008, e originou-se da integração das escolas agrotécnicas de Concórdia, Rio do
Sul e Sombrio e dos colégios agrícolas de Araquari e Camboriú, que eram vinculados à
Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente, a trajetória formativa do IFC se integra
às demandas sociais e aos arranjos produtivas locais/regionais com cursos da educação
profissional e tecnológica: qualificação profissional, educação profissional técnica de nível
médio, graduação e pós-graduação – lato e stricto sensu (IFC, 2019).
A instituição é vinculada ao Ministério da Educação, possui natureza jurídica de
autarquia, sendo detentor de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-
pedagógica e disciplinar. Atualmente, o IFC possui 15 campi, distribuídos nas cidades de
Abelardo Luz, Araquari, Blumenau, Brusque, Camboriú, Concórdia, Fraiburgo, Ibirama,
Luzerna, Rio do Sul, Santa Rosa do Sul, São Bento do Sul, São Francisco do Sul, Sombrio e
Videira, e a Reitoria, instalada na cidade de Blumenau.
O campus São Bento do Sul, local da pesquisa, foi planejado a partir da união do
poder público, da comunidade e por diversas entidades organizadas da região. A instalação
do campus iniciou em 2012, e em 2014 deu-se o início das obras do campus, com modelo de
projeto arquitetônico utilizado na construção desenvolvido pela equipe da Coordenação de
Desenvolvimento de Projeto do Fundo de Desenvolvimento da Educação, chamado Programa
Brasil Profissionalizado. A obra foi concluída e entregue no primeiro semestre de 2016, tendo
sido inaugurada no dia 9 de maio do mesmo ano. As atividades letivas iniciaram em agosto
de 2016 (IFC, 2019).
Por meio de audiências públicas realizadas na comunidade, verificou-se o perfil
econômico da região, e também, baseados no estudo técnico através de indicadores
econômicos da região do Planalto Norte Catarinense, descobriu-se três eixos tecnológicos:
Controle de Processos Industriais, Gestão e Negócios e Segurança. Dentro destas linhas, são
ofertados os cursos de: educação técnica profissional de nível médio em Automação
Industrial, Segurança do Trabalho e Informática, técnico subsequente em Logística, em
Qualidade e em Defesa Civil e na educação superior, os Bacharelados em Engenharia de
Controle e Automação e Engenharia de Computação (IFC, 2014).

2.2 Princípios e concepções da Educação Profissional e Tecnológica

Neste item, verificou-se nos documentos estudados, o que diz respeito à forma de
trabalho, princípios e concepções em que se baseiam as instituições de EPT
(preferencialmente, os documentos do IFC).
Primeiramente, analisou-se o texto da Lei n. 11.892/2008, artigos 6 e 7:

Art. 6o Os Institutos Federais têm por finalidades e características:


I - ofertar educação profissional e tecnológica, em todos os seus níveis e
modalidades, formando e qualificando cidadãos com vistas na atuação profissional
nos diversos setores da economia, com ênfase no desenvolvimento socioeconômico
local, regional e nacional;
II - desenvolver a educação profissional e tecnológica como processo educativo e
investigativo de geração e adaptação de soluções técnicas e tecnológicas às
demandas sociais e peculiaridades regionais;
III - promover a integração e a verticalização da educação básica à educação
profissional e educação superior, otimizando a infra-estrutura física, os quadros de
pessoal e os recursos de gestão;
IV - orientar sua oferta formativa em benefício da consolidação e fortalecimento
dos arranjos produtivos, sociais e culturais locais, identificados com base no
mapeamento das potencialidades de desenvolvimento socioeconômico e cultural no
âmbito de atuação do Instituto Federal;
V - constituir-se em centro de excelência na oferta do ensino de ciências, em geral,
e de ciências aplicadas, em particular, estimulando o desenvolvimento de espírito
crítico, voltado à investigação empírica;
VI - qualificar-se como centro de referência no apoio à oferta do ensino de ciências
nas instituições públicas de ensino, oferecendo capacitação técnica e atualização
pedagógica aos docentes das redes públicas de ensino;
VII - desenvolver programas de extensão e de divulgação científica e tecnológica;
VIII - realizar e estimular a pesquisa aplicada, a produção cultural, o
empreendedorismo, o cooperativismo e o desenvolvimento científico e tecnológico;
IX - promover a produção, o desenvolvimento e a transferência de tecnologias
sociais, notadamente as voltadas à preservação do meio ambiente.

Art. 7o Observadas as finalidades e características definidas no art. 6 o desta Lei, são


objetivos dos Institutos Federais:
I - ministrar educação profissional técnica de nível médio, prioritariamente na
forma de cursos integrados, para os concluintes do ensino fundamental e para o
público da educação de jovens e adultos;
II - ministrar cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores, objetivando
a capacitação, o aperfeiçoamento, a especialização e a atualização de profissionais,
em todos os níveis de escolaridade, nas áreas da educação profissional e
tecnológica;
III - realizar pesquisas aplicadas, estimulando o desenvolvimento de soluções
técnicas e tecnológicas, estendendo seus benefícios à comunidade;
IV - desenvolver atividades de extensão de acordo com os princípios e finalidades
da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do
trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, desenvolvimento e
difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos;
V - estimular e apoiar processos educativos que levem à geração de trabalho e
renda e à emancipação do cidadão na perspectiva do desenvolvimento
socioeconômico local e regional; e
VI - ministrar em nível de educação superior: [...] (grifos nossos).

Entende-se que a Lei traz que as atividades dos institutos federais devem se valer dos
princípios e finalidades da EPT, visando articulação do mundo do trabalho e os segmentos
sociais, bem como o estímulo dos processos educativos que gerem trabalho e renda, e
principalmente, a emancipação do cidadão.
De acordo com Vidor, Pacheco e Pereira (2009, p. 38), o artigo 6 trata sobre itens
importantes, como a formação do cidadão, como sujeito de direitos e deveres, sempre
preparando-o para sua atuação profissional no desenvolvimento econômico da região, bem
desenvolvendo sua cidadania e participação na sociedade. Os autores também colocam que a
pesquisa, como princípio educativo, faz nascer a criatividade e o espírito crítico no aluno,
bem como a busca por soluções sobre problemas no meio social em que ele está inserido. O
inciso IV traz o assunto do desenvolvimento do território, onde devem-se descobrir as
potencialidades locais e viabilizar oferta educacional para o desenvolvimento e apoio destas
áreas, fortalecendo a organização social já existente (VIDOR, PACHECO e PEREIRA, 2009,
p. 39). Os cursos e itinerários formativos devem ser criados de acordo com as forças
econômicas e culturais de onde a instituição se insere. Por exemplo, na cidade de São Bento
do Sul, segundo o Panorama Socioeconômico de 2018 (p. 122), as áreas que mais empregam
são: metalmecânica (Tuper), têxtil e confecções (Fiação São Bento e Buddmeyer), higiene e
limpeza (Condor) e móveis (Artefama e Rudnick); dessa forma, o itinerário formativo do
campus deve ser voltado para o desenvolvimento de profissionais para estas áreas, como
também fortalecer o crescimento das mesmas.
Ainda no artigo 6 se fala de empreendedorismo, que, segundo Martins e Rostas (2014,
p. 01) não é apenas empreendedor quem cria uma empresa e a mantém, mas sim o
empreendedorismo é um fenômeno social e cultural, além de econômico, e que o crescimento
do ensino dessa matéria pode causar mudanças sociais reais. Então não se pode entender o
empreendedorismo como competição e individualidade, mas sim como cooperação e criação
de soluções para problemas coletivos, através de um comportamento pró-ativo. O que busca
um Instituto Federal é a ligação com a sociedade, visando sua transformação e crescimento,
através do ensino, pesquisa e extensão.
O artigo 7 traz a concepção de uma instituição que, através da formação de
profissionais emancipados e críticos, possa contribuir com a construção de uma sociedade
voltada ao bem da maioria, com transformações positivas nas esferas econômica, social e
cultural (VIDOR, PACHECO e PEREIRA, 2009, p. 42).
Segundo o Estatuto do IFC (2018, p. 6), em seu Capítulo II, “Dos princípios, das
finalidades e características e dos objetivos”, artigo 3 afirma:

O IFC, em sua atuação, observa os seguintes princípios norteadores:


I – compromisso com a justiça social, a equidade, a cidadania, a ética, o meio
ambiente, a transparência e a gestão democrática;
II – natureza pública e gratuita do ensino, sob a responsabilidade da União;
III – compromisso com uma administração sistêmica e, quando possível,
descentralizada em suas ações, de forma que seja preservada e respeitada a
singularidade de cada campus, observada sempre a atuação coordenada, sistêmica e
planejada do IFC enquanto autarquia federal;
IV – verticalização do ensino e sua integração com a pesquisa e a extensão, em
consonância com a comunidade e as políticas públicas;
V – eficácia nas respostas de formação profissional, difusão do conhecimento
científico e tecnológico e suporte aos arranjos produtivos locais, sociais e culturais
VI – garantia ao acesso e à permanência de pessoas com necessidades educacionais
específicas (grifos nossos).

Neste artigo fala-se do compromisso com a justiça social, equidade, cidadania e ética,
princípios que devem ser repassados e vividos junto aos alunos da instituição através das
práticas diárias dos servidores e da instituição; também o foco na integração da pesquisa e da
extensão, trazendo a comunidade externa para dentro do IFC e fortalecer a articulação com as
políticas públicas2. Sua ligação com a comunidade e as políticas públicas devem trazer à tona
que a educação, além de gerar benefícios para quem estuda, deve gerar benefícios para todos
a sua volta: para o bairro onde está inserida, para a cidade, para o país, sempre consoante ao
desenvolvimento social.
No Regimento Geral do IFC, Título VI, Capítulo II, do Ensino, no artigo 140, tem-se:
O ensino no IFC fundamenta-se em bases filosóficas, epistemológicas,
metodológicas, socioculturais e legais expressas no seu Projeto Político-Pedagógico
Institucional (PPI) e é norteado pelos seguintes princípios: igualdade de condições
para o acesso e permanência na escola; educação como processo de formação na
vida e para a vida; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
respeito à liberdade e apreço à tolerância; garantia à diversidade; valorização da
experiência extraescolar; vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as
práticas sociais; trabalho como princípio educativo, integrado à ciência, à
tecnologia e à cultura; indissociabilidade entre teoria e prática; contextualização,
flexibilidade e interdisciplinaridade (IFC, 2018, p. 64-65) (grifos nossos).

O mesmo artigo acima encontra-se também no Estatuto do IFC (2018, p. 20). O


2
As políticas públicas e sociais são uma resposta do Estado às exigências do enfrentamento das questões e
problemas sociais, devem ser criados mecanismos que incluam as pessoas que se encontram em vulnerabilidade,
que viabilizem o acesso aos direitos e à cidadania (SILVA e LOPES, 2009, p. 93).
trabalho como princípio educativo, integrado à ciência, à tecnologia e à cultura é um dos
pilares da EPT, conforme vê-se no Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI.
Também de acordo com o PDI, a missão e visão do IFC são as seguintes,
respectivamente (IFC, 2018, p. 34):
O Instituto Federal tem como missão: proporcionar educação profissional, atuando
no ensino, pesquisa e extensão, comprometida com a formação cidadã, a inclusão
social, a inovação e o desenvolvimento regional.
A visão é: ser referência nacional em educação profissional, científica e tecnológica,
para o mundo do trabalho, por meio da formação cidadã.

Pode-se ver, a partir da missão e visão, que o IFC pretende ser uma referência na
oferta de uma educação, preocupada com a cidadania e com o mundo do trabalho, diferente
do “mercado de trabalho”, onde as pessoas são simples engrenagens na produção humana.
O Documento Base (2007, p. 41-52) traz outros princípios e concepções do ensino
médio integrado (EMI):
1. Formação humana integral: esta formação deve superar a divisão social do
trabalho, formando o aluno em sua totalidade, o fazer e o pensar juntos, formar
um cidadão que tenha consciência do seu valor e seja crítico, autônomo,
preparado para o trabalho manual e intelectual, para somar na sociedade;
2. Trabalho, ciência, tecnologia e cultura como categorias indissociáveis da
formação humana: o trabalho é visto como a mediação de primeira ordem no
processo de existência e produção humana, é ontológico ao ser humano; a
ciência é o conhecimento (forças naturais que sempre existiram, mas, ao serem
apropriadas pelo homem, tornam-se conhecimentos) melhor sistematizado e é
expresso na forma de conceitos que representam relações que foram
apreendidas da realidade - a ciência permite que os conceitos sejam passados
de geração em geração; a tecnologia é a extensão das capacidades humanas, é
a mediação entre ciência e produção e, finalmente, a cultura, é o modo de vida
de uma sociedade, a expressão política-econômica da mesma, conjunto de
representações e comportamentos dessa sociedade;
3. O trabalho como princípio educativo: o trabalho é ontológico (práxis humana,
forma pela qual o homem produz sua existência, é o que nos faz diferentes dos
outros seres vivos) e histórico (se molda nos diferentes tipos de sociedade - na
capitalista, é trabalho assalariado). O trabalho como princípio educativo é
proporcionar o entendimento das dinâmicas da sociedade, entender que o ser
humano é manual e intelectual, e formar os alunos com olhar crítico e
transformador;
4. A pesquisa como princípio educativo: a pesquisa está ligada intimamente ao
trabalho como princípio educativo, pois ela instiga ao aluno buscar outras
visões de mundo, não aprender os “pacotes fechados” que lhe são
transmitidos, mas sim desenvolve no aluno a vontade de investigar e buscar
respostas aos mais diversos problemas da sociedade;
5. A relação parte-totalidade na proposta curricular: é a integração dos
conhecimentos gerais com os específicos, é proporcionar compreensão global
e total da realidade estudada, é estudar um fenômeno por todas suas
dimensões: sociais, econômicas, ambientais, políticas, técnicas, culturais, etc.
Conforme falado no PDI (IFC, 2019, p. 34), a visão do IFC traz o conceito de “[…]
mundo do trabalho, por meio da formação cidadã3”. O que entende-se por mundo do
trabalho? A partir do conceito de Hobsbawn (1987), inclui as atividades materiais, produtivas
e os processos de criação cultural que são gerados em torno da reprodução da vida. Para
Ciavatta (2005), o mundo do trabalho se diferencia do mercado de trabalho, pois o mercado
foca na venda da força de trabalho, e não considera todas as relações que se permeiam através
do trabalho; para Frigotto (2004, p. 67) o mercado de trabalho se constitui por relações de
força e poder interligadas aos interesses dos grupos econômicos e frações de classes sociais.
No Documento Base da EPT (2007), existem duas concepções de educação: a trazida
pelo Decreto n. 2.208/97, que separava o ensino médio da educação profissional, com um
viés conservador, que não permitia a formação humana integral e omnilateral do aluno, e a do
Decreto n. 5.154/2004, permitindo a integração entre o ensino médio e profissional, “[…]
onde o ensino médio seja a consolidação da formação básica unitária e politécnica, centrada
no trabalho, na ciência e na cultura, numa relação mediata com a formação profissional
específica que se consolida em outros níveis e modalidades de ensino (FRIGOTTO,
CIAVATTA e RAMOS, 2005, p. 15)”.
Cita o Decreto n. 5.154/2004:
Art. 2º A educação profissional observará as seguintes premissas:
I - organização, por áreas profissionais, em função da estrutura sócio-ocupacional e
tecnológica;
II - articulação de esforços das áreas da educação, do trabalho e emprego, e da
ciência e tecnologia; III - a centralidade do trabalho como princípio educativo; e
IV - a indissociabilidade entre teoria e prática. [...]

3
Formação cidadã significa “fomentar a construção do saber, a formação de professores competentes e
comprometidos socialmente, de modo a ampliar a sua capacidade de perceber os problemas contemporâneos e
de se posicionar criticamente. Por meio da formação cidadã, proporcionar ao educando autonomia intelectual e
visão integrada do contexto, levando-o à emancipação” (IFC, 2019, p. 35).
Art. 4o A educação profissional técnica de nível médio, nos termos dispostos no §
2o do art. 36, art. 40 e parágrafo único do art. 41 da Lei n o 9.394, de 1996, será
desenvolvida de forma articulada com o ensino médio, observados:
I - os objetivos contidos nas diretrizes curriculares nacionais definidas pelo
Conselho Nacional de Educação;
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; e
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu projeto
pedagógico.
§ 1o A articulação entre a educação profissional técnica de nível médio e o ensino
médio dar-se-á de forma:
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental,
sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional
técnica de nível médio, na mesma instituição de ensino, contando com matrícula
única para cada aluno; (grifos nossos).

O Decreto supracitado acabou formalmente com a divisão entre ensino propedêutico e


ensino profissional, visando a centralidade do trabalho como princípio educativo. Frigotto,
Ciavatta e Ramos (2005) afirmam que a etapa do ensino médio é onde se revela com mais
evidência a contradição entre capital e trabalho, a formação para a elite (ensino propedêutico,
cultural, social) e a formação para as classes inferiores (mão de obra para o mercado,
atividade manual, ensino profissionalizante, aligeirado).
Após breve análise das leis, decretos e documentos que regem os IFs, pôde-se
verificar que a educação profissional e tecnológica visa a formação humana, integral e
omnilateral de seus alunos, tanto no ensino médio quanto no superior.

2.3 Formação universitária brasileira: Concepções e influências

As universidades, desde os primórdios, sempre tiveram a influência ou do Estado ou


da Igreja, e vêm durante sua história tentando conseguir sua autonomia acadêmica, didática,
administrativa, pedagógica (PAULA, 2009, p. 2).
Schwartzman (2006, p. 168) escreveu sobre a formação dos pensadores brasileiros,
que em sua maioria estudaram na USP - Universidade de São Paulo. O autor traz em sua
pesquisa que os alunos da USP representam menos de 5% da procura pelo ensino superior no
estado de São Paulo (isto datado de 2006). Ele questiona o papel da instituição (lembrando
que é pública, oferecida pelo Governo Federal): seria este papel expressado pelos desejos e
ideais dos seus fundadores (a grande elite paulista de 1930, conservadora e burguesa; que
tinha como exemplo a atuação de universidades internacionais renomadas); ou facilitar o
acesso às camadas inferiores da população, deixando de lado seu viés elitista, que se
apresenta como uma instituição onde apenas filhos da classe alta possam estudar?
Hoje, a educação é um mercado crescente (a partir da educação básica até a pós
graduação), estando inserida no contexto da sociedade capitalista. E este mercado tem uma
forte pressão sobre o perfil dos cursos oferecidos pelas universidades, sobre as quais pode-se
perguntar: qual a missão universitária hoje? Bottoni, Sardano e Filho (2013, p. 21) se
perguntam se é a produção de conhecimento, formação de mão de obra, ou reprodução de
ideologias.
De acordo com Mansor (2005, p. 16), a aprendizagem, que por muito tempo escolheu
os métodos “certos”, “simples” e “previsíveis”, onde a prioridade era a memorização e
repetição para então alcançar-se o conhecimento, e desta forma as inteligências eram medidas
pela quantidade de conhecimento “recebido” e “inquestionável”; foi-se evoluindo e dando
lugar a uma nova concepção de aprendizagem, a qual deveria ser construída durante o
processo de ensino-aprendizagem, de forma a estimular, a investigar, a não engessar a
realidade, mas sim contextualizá-la de forma a ser entendida nas ações do dia a dia, da
realidade.
Em contrapartida, Patrão e Feres (2009, p. 10) trazem que a concepção que pauta os
processos educacionais das instituições da EPT e que, consequentemente, definem seus
currículos, objetiva a formação do jovem, do trabalhador, na perspectiva deste, enquanto
sujeito ativo, ético e contextualizado, capaz de compreender a realidade e superá-la, para
então transformar seu meio de forma política, econômica, cultural e social, questões
necessárias para a construção de um outro mundo possível.
Analisando brevemente os estudiosos sobre o tema, consegue-se entender que a
universidade, desde sua criação, sempre procurou atender às ideologias e demandas
dominantes de cada época, não focando justamente na formação dos alunos, como por
exemplo: a formação de um professor em Pedagogia, no processo de formar um professor
que buscasse tão somente a mera transmissão de conteúdos, mas sim a formação integral do
aluno, integral e humana. Saviani (2005) coloca que a educação brasileira sofreu fortes
influências do positivismo e do tecnicismo, visando a formação de cidadãos para atender aos
anseios do capitalismo, mesmo que o tardio, como no caso do Brasil. A pergunta que se faz é:
como que os servidores (docentes e técnicos) do instituto federal de educação podem fornecer
uma educação emancipadora, crítica e autônoma para seus alunos, se suas formações foram
no método conservador e tradicional? Este fato mostra que para que se consiga educar da
forma como preveem os documentos e leis que regem a EPT, deve-se primeiro formar os seus
servidores, para que conheçam todos estes preceitos e possam então agir como tal.
Por meio da leitura das leis, decretos e normativas e estudiosos citados até o
momento, entende-se que o ensino médio é uma etapa importante na vida da pessoa, onde ela
consegue compreender o mundo a sua volta, consegue inserir-se no processo de cidadania,
retira os véus que cobrem a visão de ser humano com divisão social e intelectual, abre os
olhos para um mundo com capacidade de atuar nele, de exercer a cidadania, a transformação.
Como pode-se ter certeza de que os institutos federais oferecem esse tipo de formação
humana, politécnica e omnilateral preconizada em tais documentos? Dessa forma, buscou-se
neste trabalho verificar quais os conhecimentos sobre os princípios e concepções da EPT
(avaliados através do questionário da pesquisa) - importantes conceitos que os servidores do
IFC - campus São Bento do Sul têm.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A epistemologia que se seguiu neste trabalho baseia-se no materialismo histórico


dialético: o mundo não pode ser considerado um complexo de coisas acabadas, mas sim um
processo de complexos. O mundo e suas representações trazem conceitos que estão sempre
em mudanças; Sanfelice (2008) nos traz que a dialética de Marx se fundamenta no
movimento, tanto do mundo exterior como do pensamento humano. Desta forma, só existe
dialética se existe movimento, e o movimento só existe se existir processo histórico. Entende-
se então que a realidade vista a partir da concepção materialista traz em si que todas as
transformações, conflitos e contradições provam que as ideias são reflexos do mundo exterior
e não o contrário, como pregava Hegel (TROTTA, 2009).
Esta pesquisa tem característica de pesquisa-ação, que, de acordo com Tripp (2005),
segue o seguinte ciclo: identificação do problema, planejamento de uma solução, sua
implementação, monitoramento e avaliação de sua eficácia.
A forma escolhida de coleta de dados foi por questionário, em formato de formulário,
gerado pela ferramenta Google Forms. Os questionários foram enviados na data de oito de
outubro de 2019, aceitando respostas até dez de outubro de 2019; foram enviados para os
servidores (total de 58 servidores, estando 03 deles afastados para qualificação) do Instituto
Federal Catarinense, campus São Bento do Sul, para que respondam sobre seu conhecimento
dos princípios e concepções da EPT. A análise dos resultados será por meio de análise
interpretativa.
O público pesquisado serão os servidores do campus São Bento do Sul - docentes e
técnicos administrativos. São 58 servidores no total.
A seguir, vê-se os resultados do questionário e a discussão.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O foco desta análise e discussão se respalda na descrição das respostas do


questionário aplicado juntos aos servidores Instituto Federal Catarinense - campus São Bento
do Sul. Nossa análise perpassa pela construção da trajetória das respostas que obtivemos
nessa pesquisa e são descritas a seguir.
O total de servidores do campus São Bento do Sul é de 58 pessoas, sendo que 03 estão
em afastamento. O questionário foi enviado para os 55 servidores que estão em exercício.

Quadro 1 - Número de servidores que responderam a pesquisa


Técnicos Adm. Docentes Total
Número Servidores 20 35 55
Total respostas 13 14 27
% respostas 23,63 25,45 49,08
Fonte: as autoras (2019).

De acordo com o Quadro 1, 49,08% dos servidores responderam a pesquisa, sendo 13


técnicos administrativos e 14 docentes; 50,92% dos servidores não participaram.
Quanto à idade dos servidores:

Quadro 2 - Faixa etária dos servidores


Idade Número servidores
18 anos a 29 anos 4
30 anos a 39 anos 16
40 anos a 49 anos 6
50 anos ou mais 1
Total 27
Fonte: as autoras (2019).

Como pode-se ver no quadro 2, a maioria dos servidores que responderam a pesquisa
tem de 30 a 39 anos, seguido por 7 servidores com idade acima de 40 anos e 4 com 18 a 29
anos.
A pergunta 3 foi sobre a missão do IFC, que de acordo com seu PDI (IFC, 2019) é:
“Proporcionar formação profissional atuando em ensino, pesquisa e extensão, comprometida
com a formação cidadã, a inclusão social, a inovação e desenvolvimento regional”, com o
seguinte resultado:

Quadro 3 - Você conhece a missão do IFC?


Sobre a missão do IFC Técnicos Adm Docentes
Resposta correta 11 14
Resposta incorreta 2 0
Fonte: as autoras (2019).

De acordo com as respostas, 27 participantes (49,08% dos servidores do campus),


apenas 2 técnicos administrativos escolheram a resposta errada (3,63% dos pesquisados).
Já a pergunta 4 foi sobre a visão da instituição, que é “Ser referência nacional em
educação profissional, científica e tecnológica, para o mundo do trabalho, por meio da
formação cidadã” (IFC, 2019), as respostas foram:

Quadro 4 - Você conhece a visão do IFC?


Sobre a visão do IFC Técnicos Adm Docentes
Resposta correta 10 13
Resposta incorreta 3 1
Fonte: as autoras (2019).

Conforme o quadro acima, a maioria dos servidores entende qual a visão da


instituição. Apenas 4 responderam o que seria a missão.
A pergunta 5 foi “Você conhece os princípios da educação profissional e tecnológica?
Explique”. As respostas estão no quadro abaixo:

Quadro 5 - Conhece os princípios da EPT?


Sim Não
Técnicos adm. 8 5
Docentes 5 9
% 23,63 25,45
Fonte: as autoras (2019).

O resultado mostra que 13 servidores conhecem brevemente sobre o assunto,


conforme pode ser visto abaixo:
É proporcionar formação profissional de forma indissociada da formação básica,
numa perspectiva omnilateral (Técnico Administrativo 1);

Sim, acredito que sejam relacionados ao trabalho, ciência, cultura e tecnologia


(Técnico Administrativo 10);

Sim. Está prevista na LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação) e tem como
objetivo a preparação para inserção no mundo do trabalho e na sociedade (Docente
7);

Em parte sim, esses princípios estão alinhados com o trabalho como instrumento de
ensino, a formação humanística, a pesquisa como princípio formativo…(Docente
9).

Entende-se, a partir das respostas, que existe um breve conhecimento, que já ouviram
falar sobre o tema em algum momento, mas ele não está claro para todos, como deveria ser
pois, o exercer de um profissional da educação deve estar pautado na legislação que sua
atividade está embasada.
A pergunta 6 foi: “O que você entende por formação humana integral?”. Todas as
respostas foram exatamente a correta: “É a formação do ser humano em todas as lateralidades
da vida, formação para a vida e para o mundo do trabalho”. A questão era de múltipla
escolha, o que pode ter levado a uma predisposição em escolher a correta (?). Aqui vê-se que
os servidores entenderam o tipo de formação que o IFC deve prover aos seus alunos, esta
afirmação - formação em todas as lateralidades da vida - remete à formação omnilateral,
conceito tão presente na documentação estudada e nos estudiosos sobre a EPT.
Da mesma forma ocorreu com a pergunta 7: Você acha que o ensino médio integrado
tem ligação com o trabalho? Vinte e seis servidores responderam corretamente: “Sim, é o
trabalho que forma o homem e, desta forma, deve ser tratado como um princípio educativo”,
e apenas 1 respondeu que o trabalho tem apenas ligação com o mercado de trabalho. Estudou-
se neste trabalho que existem diferenças entre mundo e mercado de trabalho, e que nos
Institutos Federais a formação deve estar voltada para o mundo do trabalho 4 - o que parece
estar claro para a maioria dos pesquisados, corroborando com a teoria demonstrada no
decorrer da pesquisa.
A pergunta 8 foi: “Você acha que seu trabalho como servidor contribui para a
formação dos alunos do IFC São Bento do Sul? De que forma?”. Esta pergunta foi feita para
verificar, de forma sucinta, qual a visão do servidor sobre seu papel na educação, sendo ele
técnico administrativo ou docente; algumas das respostas podem ser vistas abaixo:
4
Vide Ciavatta (2005).
Sim, pois apesar de não atuar na atividade-fim, as atividades desenvolvidas no setor
que atuo contribuem para a manutenção do campus, fazendo dele um espaço
adequado (seguro, limpo, equipado) para os alunos permanecerem e desenvolverem
suas atividades educativas (TÉCNICO 3);

Sim, todos os servidores e colaboradores de uma instituição de ensino contribuem


direta ou indiretamente para a formação dos alunos (TÉCNICO 2);

Sim. A partir da construção do conhecimento técnico, das ações de pesquisa,


extensão, dos princípios de igualdade, inclusão social, ética para a formação integral
do aluno (DOCENTE 4);

Sim. Conscientizando para a construção do conhecimento técnico e social e


fomentando o pensamento crítico (DOCENTE 12);

Sim. Como docente, sempre procuro mostrar as relações entre a disciplina que
ministro e a vida dos estudantes. Também tento mostrar a eles que os conteúdos vão
muito além do que está nos livros didáticos (DOCENTE 13);

Toda ação humana é formativa. Independente da atuação, nossas práticas e atitudes


influenciam no meio em que estamos inseridos (para o bem e para o mal). Nesse
sentido, conhecer os princípios da EPT e atuar na perspectiva da missão
institucional, favorece que sejam atingidas as metas propostas pela visão
(DOCENTE 7);

Sim, especialmente com os ensinamentos para o mercado de trabalho bem como os


temas transversais trabalhados eventualmente em sala (DOCENTE 10).

O número total de respostas (27 servidores) foi positiva, todos os pesquisados


afirmam que seu trabalho é indispensável para a formação dos alunos, cada um dentro de suas
especificidades. No caso dos técnicos administrativos, eles contribuem mais de forma
“indireta”, ou seja: trabalhando nos setores de secretaria acadêmica, atendimento estudantil,
tecnologia da informação, compras, licitações, setor pedagógico, auxiliando no processo de
ensino-aprendizagem, cada um na sua área. Por exemplo, no atendimento estudantil, os
técnicos atendem as demandas dos alunos nas questões de atrasos, indisciplinas, faltas,
achados e perdidos, acompanhamento de aluno em atividades fora da sala, entre outros. A
secretaria acadêmica atende as demandas sobre certificação, matrícula, pesquisa institucional,
arquivo de documentação. No caso dos docentes, eles têm um contato no dia a dia dos alunos,
atuando de forma a repassar os conhecimentos teóricos e práticos de cada disciplina,
buscando sempre a construção da autonomia do aluno. Suas respostas, conforme citado
acima, contribuem para a construção de conhecimento, seja no ensino, pesquisa e extensão,
fazem relação entre as disciplinas estudadas e a vida real dos alunos, mostrando que os
conteúdos estão muito além do que se mostram no ambiente escolar.
Ainda em algumas respostas aparecem o conceito de “mercado de trabalho”. No
instituto federal, deve-se buscar a formação para o “mundo do trabalho” (conforme o que foi
estudado na fundamentação teórica), conceitos já discutidos anteriormente neste texto. Estes
termos ainda não estão muito difusos no cotidiano da instituição, pelo que se percebeu nas
respostas. Mas todos entendem que qualquer servidor envolvido com educação representa um
exemplo para os alunos, seja no seu atuar na profissão, seja na sua conduta diária.
A nona e última pergunta feita aos servidores foi: “9 - Na sua visão, os cursos
atualmente oferecidos (fic, técnicos e superior) pelo campus São Bento do Sul atendem aos
interesses da comunidade local (bairro e região), bem como os projetos de pesquisa e
extensão? Explique”. Algumas respostas seguem conforme abaixo:

Não tenho o conhecimento para poder opinar (TÉCNICO 1);

Mais ou menos. Os cursos de EMI atendem às demandas visto que a região precisa
de profissionais de automação industrial, informática e segurança do trabalho.
Entretanto, como a probabilidade desses alunos seguirem nessa carreira quando
terminarem o Ensino Médio é baixa, pois a tendência é que entrem na graduação,
seria interessante oferecer alguns desses cursos também na modalidade
subsequente. Em relação ao ensino superior, sugiro a criação de um curso de
licenciatura em Ciências Exatas, no intuito de que se supra a demanda de
professores de Matemática, Física e Química na região. Quanto aos projetos de
pesquisa, o campus precisa evoluir consideravelmente, pois com status de
universidade, todo instituto federal deve contribuir para a sociedade dentro dessa
vertente. Já os projetos de extensão e cursos de qualificação profissional têm sido
bem atuantes, trazendo benefícios à região e tornando o IFC SBS mais conhecido
(DOCENTE 13);

Em parte. Penso que é muito restrito, ou seja, atende apenas uma categoria
profissional (industrial) (TÉCNICO 10);

Não, eles acabam por atender a uma parte muito pequena dos educandos e a
comunidade local sequer é observada suas demandas. A grande maioria dos cursos
ofertados visa o preenchimento imediato ao mercado de trabalho do município de
São Bento do Sul e são para uma parte já muito bem letrada, ou seja, busca-se
alunos com algum conhecimento prévio já mesmo sendo tais cursos "ofertados" a
TODA comunidade de São Bento do Sul. Os projetos de pesquisa e extensão
também tem mais cunho para atender as grandes empresas da região e poucos
destinam-se a comunidades menos favorecidas pelo capital (TÉCNICO 9);

Acredito que com relação aos cursos integrados de ensino médio e superior atende,
visto a demanda da região no que diz respeito a futuros empregos a estes alunos.
Mas com relação aos FIC's atende parcialmente, visto o pouco número de inscritos
nos cursos ofertados, sendo que muitas vezes não chega a fechar turma. Talvez o
problema esteja na divulgação e não na relação interesse da comunidade local
versus cursos ofertados. Os FIC's muitas vezes são a porta de entrada para os outros
cursos regulares ofertados pela instituição, entendo ser de extrema importância
ajustar esta situação. Com relação aos projetos de pesquisa e extensão
desenvolvidos no campus, acredito estarem em alinhamento aos interesses da
comunidade local, mas acredito que poderíamos ter mais projetos, voltados ao
bairro e região (TÉCNICO 6);

Acho que não há uma relação tão estreita como poderia, uma vez que há pouca
interação com a comunidade de entorno do IFC. Poderia ter uma mostra científica
onde os alunos pudessem mostrar os trabalhos como mostram no ENIT (docente 5);

Sim, pois são cursos que passaram por consulta pública, e estão dentro do eixo
tecnológico e econômico da região, porém há necessidade de que surjam novos
cursos em outras áreas (TÉCNICO 2);

Parcialmente. Estamos estruturando a nossa instituição, temos oportunidades de


melhoria, tanto na infraestrutura, como no planejamento e na organização didático-
pedagógica. Temos que nos aproximar mais dos órgãos representativos da
comunidade regional para nortear a oferta de cursos. Acredito que temos áreas que
os cursos FIC e técnicos não estão atendendo e por se tratarem de cursos de curta e
média duração, podem atender os anseios da comunidade e gerar impactos sociais,
que possibilitam uma ascensão social significativa para as camadas mais
necessitadas (DOCENTE 6);

Atendem insuficientemente. A região necessita também de cursos das áreas de


humanas e saúde, e não somente das exatas (TÉCNICO 13).

O total de respostas foi o seguinte:

Quadro 6 - Os cursos e atividades do IFC atendem a demanda da sociedade local?


Parcialmente
Sim, atende Não atende atende
9 respostas 5 respostas 13 respostas
Fonte: as autoras (2019).

As respostas positivas colocam que os cursos de qualificação, técnicos integrados e


graduação atendem, pois foram feitas audiências públicas onde a sociedade local se
posicionou sobre a demanda de cursos. Na percepção destes 9 servidores, o instituto está
cumprindo seu papel perante a sociedade.
Já para 5 servidores, a instituição não atende seu papel: uns gostariam que tivesse
cursos nas áreas sociais e humanas, o que não é possível devido à escolha de um itinerário
formativo, isso ocorre no momento das audiências públicas e pelo perfil socioeconômico da
região. O itinerário formativo permite que exista uma verticalização do ensino, ou seja,
começa-se no técnico integrado, depois a graduação e enfim a pós-graduação lato e stricto
sensu na mesma área, para que o estudante não tenha que deslocar-se por outras instituições
para que se forme na área escolhida (SILVA, VIDOR e PACHECO, 2009). Essas respostas
demonstram que o conhecimento dos servidores neste assunto é pequeno, e é um ponto que
está na Lei de criação dos IFs n. 11.892/2008.
Para 13 servidores, o IFC atende parcialmente a demanda da região. Alguns
comentam que, na maioria dos casos, os alunos dos técnicos integrados não atuarão no
mercado em que se formarão, mas sim vão em busca do ensino superior - desta forma, para a
formação de profissionais visando atender a demanda de Automação Industrial, Segurança do
Trabalho e Informática poderia ser dirigida a cursos na modalidade subsequente, já que são
cursos para pessoas que já concluíram o ensino médio. Comentam também que os cursos de
qualificação (formação inicial e continuada - conhecidos como FIC) muitas vezes não são
formulados pensando em novos públicos, mas sim na mesma sequência dos itinerários
formativos, ou não tem muita divulgação no local/bairro onde se encontra o campus, ou
exigem qualificação elevada (exemplo nestes editais5), ou não tem muita procura (exemplo
lista de inscritos6). Aqui pode-se pensar em quais os motivos que alguns cursos não tem a
quantidade mínima para que sejam abertos: é falta de divulgação? São cursos que não
despertam a atenção da comunidade? São voltados a um público que já têm formação o
bastante? Ou a pessoas que não chegam nem a saber que eles existem? Seria um assunto para
outra pesquisa, mas deve ser pensado sobre isso, pois uma das funções do instituto é a
inclusão de pessoas que estão fora da escola, fora do mundo do trabalho, e estes resultados
mostram que não está ocorrendo.
Outro comentário traz que talvez falte uma aproximação com lideranças ou grupos
comunitários, um melhor estudo do que ocorre no entorno da instituição, para que então se
desenvolvam as demandas, a partir dessa ligação. Muitas vezes o que pode ocorrer é, que os
servidores, muito fechados em cumprir seus trabalhos, não conseguem visualizar novas
oportunidades no contato com a comunidade, criando então cursos de qualificação para as
pessoas que já estão inseridas no IF.
No caso dos projetos de pesquisa e extensão, o que pode ter peso negativo é o fato de
pouco recurso/orçamento ser dedicado a estas áreas, diminuindo então o potencial criativo de
ambas. Sem recurso, os projetos não conseguem sair da escola, atingir o público externo.
O que se pode entender com os resultados desta pesquisa? Que os princípios e
concepções da educação profissional e tecnológica não estão bem disseminados entre os
trabalhadores da instituição. O conhecimento é pouco e deveria ser melhor divulgado. Esta
questão será tratada no seguinte tópico do trabalho.
5
Disponível em <http://editais.saobentodosul.ifc.edu.br/wp-content/uploads/sites/3/2016/08/EDITAL-003-2016-
CURSOS-FIC-prt1.pdf>; <http://editais.saobentodosul.ifc.edu.br/wp-content/uploads/sites/3/2016/10/EDITAL-
CURSOS-FIC-004-2016.pdf>. Acesso em 25 out. 2019.
6
Disponível em <http://saobentodosul.ifc.edu.br/wp-content/uploads/2019/04/RESULTADO-FINAL-INSCRI
%C3%87%C3%95ES_CQP2019.pdf>; <http://noticias.saobentodosul.ifc.edu.br/wp-content/uploads/sites/
2/2017/03/RELA%C3%87%C3%83O-DE-HOMOLOGADOS-CURSOS-QUALIFICA%C3%87%C3%83O-
PROFISSIONAL-PDF-1.pdf>; <http://editais.saobentodosul.ifc.edu.br/wp-content/uploads/sites/3/2019/08/
Resultado-final-Promo%C3%A7%C3%A3o-da-Igualdade.pdf>; <http://editais.saobentodosul.ifc.edu.br/wp-
content/uploads/sites/3/2019/08/Resultado-final-Teoria-e-Percep%C3%A7%C3%A3o-Musical.pdf>. Acesso em
25 out. 2019.
5 DELIBERAÇÕES DO ESTUDO

O que se viu com esta pesquisa? Notou-se que são muitos os princípios e concepções
que fundam a EPT, conceitos um pouco difíceis de serem estudados de forma rápida; é
preciso tempo e estudo, leitura e compreensão do que querem dizer. Pôde-se notar também
que os servidores do campus estudado não possuem um conhecimento aprofundado sobre o
assunto, a ponto de explicar em detalhes o que seria a função da EPT.
A ferramenta escolhida para representar uma sugestão à gestão da instituição sobre
como tratar do assunto estudado com os servidores, foi um fluxograma. De acordo com
Oliveira (2013), o fluxograma é uma ferramenta que, através de representação gráfica,
apresenta a sequência de um trabalho de forma analítica, demonstrando assim as operações,
seus responsáveis e unidades envolvidas. É a sequência de operações do processo
representada através de símbolos geométricos. Abaixo segue figura do fluxograma elaborado.

Figura 1: Fluxograma do processo de capacitação dos servidores

Fonte: as autoras (2019).

Entende-se que este fluxograma deve ser melhor detalhado, em cada processo
(retângulo), a criação de um curso de capacitação para os servidores deve ser feita
cuidadosamente, para que a apreensão dos conceitos seja eficaz. No passo em que se pede ao
servidor a apresentação de um trabalho sobre os conceitos apreendidos, pode ser substituído
por qualquer outra forma de avaliação para mensurar o conhecimento obtido pelos
participantes. O servidor deve estar apto a entender tudo o que permeia a instituição em que
está inserido.
Este processo deve ser contínuo, poderia ser previsto pela Diretoria de Gestão de
Pessoas da instituição, para que a cada tempo, todos os servidores entrem em contato com as
leis, regimentos e normativas que deveriam guiar o trabalho de cada um, sempre buscando o
atendimento de todas as demandas da sociedade. Este é o fim público.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve por objetivo verificar qual o nível de conhecimento dos servidores
acerca dos documentos que regem um Instituto Federal de Educação. Iniciou-se buscando,
nestes documentos oficiais, os princípios e concepções sob os quais deveriam se basear a
atuação de seu corpo de trabalho técnico e docente. Pesquisou-se também como foi o início
da formação universitária no Brasil, e que esta formação foi e pode ser ainda diferente do que
a ideia proposta atualmente pelos IFs, de uma educação crítica e emancipatória. Então foi
enviado a pesquisa para os 54 servidores do campus São Bento do Sul, dos quais 27
responderam. Sentiu-se uma baixa adesão de servidores na pesquisa. Talvez, pelo pouco
tempo de aplicação da pesquisa, devido aos prazos curtos. Através das respostas, pôde-se
notar que nem todos conhecem de forma satisfatória os conceitos da EPT.
Desta forma, propôs-se uma capacitação, demonstrada brevemente através de um
fluxograma, onde cada servidor deveria passar, para então, atingir-se os objetivos de toda
ação pública: atender a população que chega ao IFC de forma emancipatória, crítica e
integral.
As opiniões dos servidores, também tratadas no texto, deveriam ter a devida
importância pois, é através destas opiniões que o trabalho pode ser melhorado, revitalizado,
desburocratizado. Mas deve haver espaço para que tais opiniões sejam ditas e ouvidas.
Esta pesquisa busca também contribuir para que a gestão da instituição possa verificar
as opiniões do seu corpo de trabalho, levando em conta que, na especificidade do trabalho de
cada um, muitos processos e fluxos podem ser melhorados, a partir da experiência diária no
dia a dia escolar. Sabe-se que não é a educação quem vai salvar o país das infinitas
problemáticas vividas atualmente, mas é um caminho para que os cidadãos busquem sua
autonomia no mundo do trabalho e no mundo da vida.

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APÊNDICE 1

Questionário aplicado aos servidores

1 - Qual seu vínculo com o IFC São Bento do Sul?


( ) docente
( ) técnico administrativo
2 - Qual sua idade?
( ) 18 anos a 29 anos
( ) 30 anos a 39 anos
( ) 40 anos a 49 anos
( ) 50 anos ou mais

3 - Você conhece a missão do IFC?


( ) Proporcionar formação profissional atuando em ensino, pesquisa e extensão,
comprometida com a formação cidadã, a inclusão social, a inovação e desenvolvimento
regional
( ) Ser referência nacional em educação profissional, científica e tecnológica, para o mundo
do trabalho, por meio da formação cidadã
( ) Fortalecer a inovação e a transferência de conhecimento e de tecnologia
( ) Aperfeiçoar diretrizes educacionais, com foco na formação profissional e tecnológica

4 - Você conhece a visão do IFC?


( ) Ser referência nacional em educação profissional, científica e tecnológica, para o mundo
do trabalho, por meio da formação cidadã
( ) Proporcionar formação profissional atuando em ensino, pesquisa e extensão,
comprometida com a formação cidadã, a inclusão social, a inovação e desenvolvimento
regional
( ) Ser uma instituição que forme um grande número de profissionais para a sociedade
( ) Expandir a rede de educação profissional e tecnológica em mais pontos do estado de
Santa Catarina

5 - Você conhece os princípios da educação profissional e tecnológica? Explique.

6 - O que você entende por formação humana integral?


( ) É a formação para o mercado de trabalho, para que o aluno encontre emprego a partir de
sua formação técnica
( ) É a formação do ser humano em todas as lateralidades da vida, formação para a vida e
para o mundo do trabalho
( ) É a formação que forma o aluno para se integrar na sociedade, encontrando um emprego
e vivendo sem grandes mudanças na sua vida

7 - Você acha que o ensino médio integrado tem ligação com o trabalho? Explique.
( ) Não, é apenas uma etapa que deve-se passar para chegar à graduação
( ) Sim, é apenas uma etapa que se deve cumprir para futuramente conseguir
trabalho/emprego
( ) Sim, é o trabalho que forma o homem e, desta forma, deve ser tratado como um princípio
educativo
( ) Não, pois é uma etapa dos estudos que deve ser cumprida por ser obrigatória
8 - Você acha que seu trabalho como servidor contribui para a formação dos alunos do IFC
São Bento do Sul? De que forma?

9 - Na sua visão, os curso atualmente oferecidos (fic, técnicos e superior) pelo campus São
Bento do Sul atendem aos interesses da comunidade local (bairro e região), bem como os
projetos de pesquisa e extensão? Explique.

10 - Qual tipo de formação você acredita ser mais satisfatória para o desenvolvimento social
e econômico do bairro e região em que o campus São Bento do Sul poderia oferecer?

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