Resumo de Penal
Resumo de Penal
Resumo de Penal
OAB 2 FASE
DIREITO PENAL
1
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
NDICE
12 EXTORSO ..............................................................................................................................141
13 EXTORSO MEDIANTE SEQUESTRO ..........................................................................................143
14 DANO ......................................................................................................................................146
15 APROPRIAO INDBITA .........................................................................................................148
16 ESTELIONATO..........................................................................................................................150
17 RECEPTAO ...........................................................................................................................153
18 ESCUSAS ABSOLUTRIAS .........................................................................................................154
19 ESTUPRO .................................................................................................................................157
20 ESTUPRO DE VULNERVEL .......................................................................................................159
21 AO PENAL ............................................................................................................................161
22 PECULATO ...............................................................................................................................162
23 CONCUSSO ............................................................................................................................165
24 EXCESSO DE EXAO ...............................................................................................................166
25 CORRUPO PASSIVA ..............................................................................................................167
26 PREVARICAO .......................................................................................................................169
27 CORRUPO ATIVA ..................................................................................................................170
28 DENUNCIAO CALUNIOSA ......................................................................................................172
3
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
01 NOTA INTRODUTRIA
13
TEORIA DO CRIME
De acordo com o seu conceito analtico, o crime constitui um fato tpico, antijurdico
(ilcito) e culpvel.
FATO
ILCITO CULPVEL CRIME
TPICO
Nesse sentido, para fins de 2 fase da OAB, focaremos o estudo nas causas
excludentes da tipicidade, ilicitude e culpabilidade, destacando, ainda, causas de extino da punibilidade.
4
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
AUSNCIA DE DOLO E
CULPA
COAO FSICA
IRRESISTVEL
QUANTO
CONDUTA
MOVIMENTOS
REFLEXOS
ESTADO DE
INCONSCINCIA
ALGUMAS CAUSAS
EXCLUDENTES
CRIME IMPOSSVEL
DE TIPICIDADE
ERRO DE TIPO
ESSENCIAL
PRINCPIO DA
INSIGNIFICNCIA
SMULA VINCULANTE
24
5
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
ESTADO DE
NECESSIDADE
LEGTIMA DEFESA
ALGUMAS CAUSAS
EXCLUDENTES DE
ILICITUDE
ESTRITO
CUMPRIMENTO DO
DEVER LEGAL
EXERCCIO
REGULAR DO
DIREITO
6
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Doena mental ou
desenvolvimento mental
completo ou retardado
(art. 26 CP)
Embriaguez completa e
acidental decorrente de
caso fortuito ou fora
maior (art. 28, 1 CP)
INIMPUTABILIDADE
Dependncia ou
intoxicao involuntria
decorrente de uso de
drogas (art. 45 Lei
11343/2006)
Menoridade (art. 27 CP e
228 CF/88)
ALGUMAS CAUSAS
EXCLUDENTES DE
CULPABILIDADE FALTA DE
POTENCIAL Erro de Proibio (art.
CONSCINCIA DA 21 CP)
ILICITUDE
Coao Moral
Irresistvel (art. 22
CP)
INEXIGIBILIDADE
DE CONDUTA
DIVERSA
Obedincia
Hierrquica (art. 22
CP)
7
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Art. 107 CP
8
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
CONDUTA
ELEMENTOS
TIPICIDADE DO FATO RESULTADO
TPICO
NEXO DE
CAUSALIDADE
1.1) CONDUTA
A) CONCEITO
B) AUSNCIA DE CONDUTA
9
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
VONTADE o querer ativo, apto a levar o ser humano a praticar um ato livremente.
O ato voluntrio deve ser espontneo, isto , mediante um proceder por vontade prpria; caso contrrio, ser
ato coagido e forado, levando excluso do crime.
Pode-se dizer que h ausncia de conduta nos seguintes casos, por exemplo:
Em sntese:
10
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Sujeito ameaado
Sujeito forado Sujeito ameaado
ou intimidado a
fisicamente a ou intimidado a
praticar o fato tpico,
praticar o fato tpico praticar o fato tpico
mas poderia resistir
CAUSA DE CAUSA DE
ATENUANTE (ART.
EXCLUSO DA EXCLUSO DA
65, III, "C", CP)
TIPICIDADE CULPABILIDADE
b) Movimentos reflexos
c) Estados de inconscincia
11
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Os crimes omissivos podem ser prprios ou imprprios (ou comissivos por omisso).
Art. 135 - Deixar de prestar assistncia, quando possvel faz-lo sem risco pessoal,
criana abandonada ou extraviada, ou pessoa invlida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
perigo; ou no pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pblica:
Pena - deteno, de um a seis meses, ou multa.
Pargrafo nico - A pena aumentada de metade, se da omisso resulta leso
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistncia do cnjuge, ou de filho
menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente invlido ou maior de 60 (sessenta)
anos, no lhes proporcionando os recursos necessrios ou faltando ao pagamento de penso alimentcia
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente,
gravemente enfermo:
Pena - deteno, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior
salrio mnimo vigente no Pas.
12
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
DEVER DE AGIR
PODE CONFIGURAR
NO TEM O DEVER DE NO RESPONDE PELO EX: ART. 135,
CRIMES OMISSIVOS
MAJORANTE ou
IMPEDIR O RESULTADO RESULTADO QUALIFICADORA PARGRAFO NICO, CP
PRPRIOS
NO ADMITE
TENTATIVA
CONDUTA
ART. 13, 2 CP RESULTADO
OMISSIVA
Ou seja, se o agente que tinha o dever de agir para evitar o resultado mantm-se
inerte, omisso, responder pelo resultado gerado.
13
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
De fato, para que algum responda por crime comissivo por omisso
preciso que tenha o dever jurdico de impedir o resultado, previsto no artigo 13, 2:
Nesse caso, por expressa imposio da lei, o agente estar obrigado a agir para
evitar o resultado. Assim, se o agente se omitir, ou seja, deixar de agir, quando lhe era possvel, responder
pelo resultado gerado.
o caso, por exemplo, dos pais em relao aos filhos (art. 1634 e 1566, IV, ambos
do Cdigo Civil), ao dever de mtuo assistncia entre os cnjuges (art. 1566 do Cdigo Civil).
Ex: Me que deixa de alimentar o filho, que, por conta da sua negligncia, acaba
morrendo por inanio. Essa me dever responder pelo resultado gerado, qual seja, homicdio culposo. Se,
de outro lado, a me desejou a morte do filho ou assumiu o risco de produzi-la, responder por homicdio
doloso.
A doutrina no fala mais em dever contratual, uma vez que a posio de garantidor
pode advir de situaes em que no existe relao jurdica entre as partes. O importante que o sujeito
se coloque em posio de garante no sentido de que o resultado no ocorrer.
Aqui a obrigao de agir para evitar o resultado no decorre de lei, mas do fato de
o agente ter assumido a responsabilidade de impedi-lo.
Ex: bab que, por negligncia, deixa de cumprir corretamente sua obrigao de
cuidar da criana, que acaba caindo na piscina e, por isso, morre afogada. Nesse caso, responder pelo
resultado gerado, qual seja, homicdio culposo. Se, de outro lado, desejou a morte da criana ou assumiu o
risco de produzi-la, responder por homicdio doloso.
14
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Aluno veterano, por ocasio de um trote acadmico, sabendo que a vtima no sabe
nadar, joga o incauto calouro na piscina. Nesse caso, contrai o dever jurdico de agir para evitar o resultado,
sob pena de responder por homicdio.
15
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
CRIMES
OMISSIVOS
IMPRPRIOS
(Art. 13, 2, CP)
O DEVER DE AGIR
INCUMBE A QUEM
(Art. 13, 2 CP)
c) com seu
b) de outra forma,
a) tenha por lei comportamento
assumiu a
obrigao de anterior, criou o
responsabilidade
cuidado, proteo risco da
de impedir o
ou vigilncia ocorrncia do
resultado
resultado.
16
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Dever de Descreve
conduta
agir omissiva
Norma penal
especfica
Mandamental
Crime de
CRIME mera
OMISSIVO conduta
PRPRIO
No admite
tentativa
Qualificadora
No responde
pelo resultado
Majorante
AO
CONDUTA
OMISSO
No h norma
especfica
descrevendo a
omisso
a) Lei
Dever de agir
CRIME b)
+ Art. 13,
OMISSIVO Garantidor
impedir o 2 CP
IMPRPRIO resultado
c) Criao
do Risco
Responde pelo
resultado
17
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
18
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
ABSOLUTAMENTE
No teve
origem na
conduta
CONCAUSA INDEPENDENTE
RELATIVAMENTE
DEPENDENTE
Teve origem
na conduta
PREEXISTENTE
ABSOLUTAMENTE CONCOMITANTE
INDEPENDENTE
No teve SUPERVENIENTE
origem na
conduta
PREEXISTENTE
RELATIVAMENTE CONCOMITANTE
INDEPENDENTE
Teve origem
SUPERVENIENTE
na conduta
19
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Pela prpria denominao (nexo causal) possvel perceber que consiste no vnculo
ou liame de causa e efeito entre a ao e o resultado do crime.
Todavia, pode ocorrer que, aliada conduta do agente, outra causa contribua para
o resultado. a chamada concausa.
I) CONCEITO
Em sntese, por serem independentes, tais causas atuam como se tivessem por si
ss produzido o resultado, situando-se fora da linha de desdobramento causal da conduta.
a) Preexistentes
Ex: O agente desfere um disparo de arma de fogo contra a vtima, que, no entanto,
vem a falecer pouco depois, no em consequncia dos ferimentos recebidos, mas porque antes ingerira veneno
com a inteno de suicidar.
Nesse caso, h a conduta do agente (efetuar o disparo), mas o que gerou o resultado
morte foi outra causa (o veneno). Essa outra causa independente da conduta do agente (porque por si s
produziu o resultado). absolutamente independente (porque no teve origem na conduta do agente, pois
tendo ou no efetuado o disparo o resultado ainda assim se produziria). preexistente porque essa outra
causa (veneno) j existia antes da ao do agente.
20
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
b) Concomitantes
Ex: A desfere golpe de faca contra B no exato momento em que este vem a
falecer exclusivamente por fora de um ataque cardaco.
Nesse caso, h a conduta do agente (desferir o golpe de faca), mas o que gerou o
resultado morte foi outra causa (o ataque cardaco). O ataque cardaco se trata de causa independente da
conduta do agente (porque por si s produziu o resultado). absolutamente independente (porque no
teve origem na conduta do agente, pois tendo ou no efetuado desferido o golpe o resultado ainda assim se
produziria). concomitante porque essa outra causa (ataque cardaco) ocorreu exatamente no momento
da ao do agente.
c) Supervenientes
So causas que atuam aps a conduta. Ou seja, que surgem depois da conduta
desenvolvida pelo agente.
Nesse caso, h a conduta do agente (ministrar veneno), mas o que gerou o resultado
morte foi outra causa (desabamento ou incndio). O desabamento ou incndio tratam-se de causas
independente da conduta do agente (porque por si s produziram o resultado). absolutamente
independente (porque no teve origem na conduta do agente, pois tendo ou no ministrado o veneno o
resultado ainda assim se produziria). superveniente porque essa outra causa (desabamento ou incndio)
ocorreu depois da conduta do agente.
21
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
produo. Isso porque ocorreu quebra do nexo causal. Assim, se o dolo era de matar, o agente responderia
por tentativa de homicdio.
I) CONCEITO
Aqui no h, de regra, uma quebra do nexo causal, mas uma soma entre as causas,
que, ao final, conduzem ao resultado lesivo.
a) Preexistentes
22
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Nesse caso, como h uma soma de causas e no quebra do nexo causal, o agente
responde pelo resultado pretendido. No caso, homicdio consumado, a menos que no tenha concorrido para
ele com dolo ou culpa.
b) Concomitantes
Ex: considera-se o ataque vtima, por meio de faca, que, no exato momento da
agresso, sofre ataque cardaco, vindo a falecer, apurando-se que a soma desses fatores (causas) produziu a
morte, j que a agresso e o ataque cardaco, considerados isoladamente, no teriam o condo do produzir o
resultado morte.
Nesse caso, como h uma soma de causas e no quebra do nexo causal, o agente
responde pelo resultado pretendido. No caso, homicdio consumado, a menos que no tenha concorrido para
ele com dolo ou culpa.
23
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
c) Supervenientes
Ex. O agente desfere um golpe de faca contra a vtima, com a inteno de mat-la.
Ferida, a vtima levada ao hospital e sofre acidente no trajeto, vindo, por esse motivo, a falecer. A causa
independente, porque a morte foi provocada pelo acidente e no pela facada, mas essa independncia
relativa, j que, se no fosse o ataque, a vtima no estaria na ambulncia acidentada e no morreria. Tendo
atuado posteriormente conduta, denomina-se causa superveniente.
Assim, o agente no responde pelo resultado ocorrido, mas somente pelos atos
anteriores, que, no caso, foi tentativa de homicdio.
24
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Durante uma grave discusso, ocorrida no servio, Licurgo Moicano agrediu Coitinho Lelo com uma paulada
na cabea, com a inteno de mat-lo. Atendido com rapidez, Coitinho Lelo foi colocado dentro de uma
ambulncia que rumou para o Pronto Socorro Municipal. No trajeto, a ambulncia capotou, vindo Coitinho Lelo
a falecer em razo do acidente. Diante do fato e luz do ordenamento jurdico penal, responda se Licurgo
Moicano deve ser responsabilizado penalmente? Em caso afirmativo, indique qual o crime, empregando os
argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.
25
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) DOLO DIRETO
Ex: o agente desfere golpes de faca na vtima com inteno de mat-la. O dolo se
projeta de forma direta no resultado morte.
Ocorre o dolo eventual quando o sujeito assume o risco de produzir o resultado, isto
, admite e aceita o risco de produzi-lo.
I) CONCEITO
Extrai-se do artigo 18, inciso II, do Cdigo Penal, que, no crime culposo, o agente
desenvolve uma conduta voluntria, produzindo, no entanto, um resultado involuntrio (no querido ou aceito
pelo agente), mas que lhe era previsvel (culpa inconsciente) ou excepcionalmente previsto (culpa consciente)
e poderia ser evitado se empregasse a cautela necessria.
26
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
De outro lado, se o resultado no era previsvel sob a tica de uma pessoa com
discernimento, que no teria condies de antever que da sua conduta poderia resultar um delito, o fato ser
atpico.
a) Imprudncia
b) Negligncia
c) Impercia
27
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ex. mdico que deixa de tomar as cautelas devidas de assepsia em uma sala de
cirurgia, demonstrando sua ntida inaptido para o exerccio profissional, situao que provoca a morte do
paciente.
QUESTO 4 - 2010-03
Caio, professor do curso de segurana no trnsito, motorista extremamente qualificado, guiava seu automvel
tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal comea a discutir
asperamente, o que faz com que Caio empreenda altssima velocidade ao automvel. Muito assustada,
Madalena pede insistentemente para Caio reduzir a marcha do veculo, pois quela velocidade no seria
possvel controlar o automvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em direo e
refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o automvel atinge um buraco e, em
razo da velocidade empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar trs pessoas que estavam na
calada, vitimando-as fatalmente. Realizada percia de local, que constatou o excesso de velocidade, e ouvidos
Caio e Madalena, que relataram autoridade policial o dilogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo
Ministrio Pblico pela prtica do crime de homicdio na modalidade de dolo eventual, trs vezes em concurso
formal. Recebida a denncia pelo magistrado da vara criminal vinculada ao Tribunal do Jri da localidade e
colhida a prova, o Ministrio Pblico pugnou pela pronncia de Caio, nos exatos termos da inicial. Na qualidade
de advogado de Caio, chamado aos debates orais, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos
jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.
a) Qual(is) argumento(s) poderia(m) ser deduzidos em favor de seu constituinte? (Valor: 0,4)
b) Qual pedido deveria ser realizado? (Valor: 0,3)
c) Caso Caio fosse pronunciado, qual recurso poderia ser interposto e a quem a pea de interposio deveria
ser dirigida? (Valor: 0,3)
28
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
04 DA CONSUMAO E TENTATIVA
13
4.1) DA CONSUMAO Art. 14, I, CP
I) CONCEITO
o tipo penal integralmente realizado, ou seja, quando o fato praticado pelo agente
se enquadra no tipo abstrato.
Portanto, o Iter criminis o conjunto de fases pelas quais passa o delito. o caminho
do crime. Compe-se das seguintes etapas:
a) COGITAO
b) ATOS PREPARATRIOS
c) EXECUO
d) CONSUMAO
a) Cogitao
b) Atos preparatrios
29
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ex. aquele que, desejando cometer uma falsidade, fabrica aparelho prprio para
isso, responde pelo crime do art. 291 (petrechos para falsificao de moeda). punido no porque realizou
ato preparatrio (a fabricao do instrumento) da falsidade futura, mas porque realizou a conduta descrita no
dispositivo citado.
c) Execuo
d) Consumao
30
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) CONCEITO
So elementos da tentativa:
Ex: Desferir disparo contra a vtima, com a inteno de matar, que submetida a
uma interveno cirrgica exitosa e sobrevive. Trata-se de tentativa de homicdio.
Agente ingressa numa residncia para subtrair objetos, mas soa o alarme e, por
conta disso, empreende fuga. Trata-se de tentativa de furto.
31
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Nos termos do artigo 14, pargrafo nico, do Cdigo Penal, a tentativa nada mais
do que uma causa de reduo da pena, em que se considera a pena do crime consumada e diminui-se em
1/3 a 2/3.
Quanto mais prximo o agente chegar consumao, menor dever ser a reduo;
quanto mais distante o agente chegar consumao, maior dever ser a reduo.
32
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
5.1) CONCEITO
O agente, nesse caso, j fez tudo o que podia para atingir o resultado, mas
resolve interferir para evitar a sua consumao.
Ex: se estava tentando matar A, esgota toda sua potencialidade lesiva e depois
leva a vtima ao hospital, que, submetida a uma interveno cirrgica, acaba sobrevivendo, responder
unicamente pelas leses corporais causadas.
5.2) CONSEQUNCIA
33
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
TENTATIVA
NO CONSUMAO POR
VONTADE PRPRIA
34
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
QUESTO 3 XX EXAME
Andy, jovem de 25 anos, possui uma condenao definitiva pela prtica de contraveno penal. Em momento
posterior, resolve praticar um crime de estelionato e, para tanto, decide que ir at o porto da residncia de
Josefa e, a, solicitar a entrega de um computador, afirmando que tal requerimento era fruto de um pedido
do prprio filho de Josefa, pois tinha conhecimento que este trabalhava no setor de informtica de determinada
sociedade. Ao chegar ao porto da casa, afirma para Josefa que fora sua residncia buscar o computador
da casa a pedido do filho dela, com quem trabalhava. Josefa pede para o marido entregar o computador a
Andy, que ficara aguardando no porto. Quando o marido de Josefa aparece com o aparelho, Andy se
surpreende, pois ele lembrava seu falecido pai. Em razo disso, apesar de j ter empregado a fraude, vai
embora sem levar o bem. O Ministrio Pblico ofereceu denncia pela prtica de tentativa de estelionato,
sendo Andy condenado nos termos da denncia. Como advogado de Andy, com base apenas nas informaes
narradas, responda aos itens a seguir.
A) Qual tese jurdica de direito material deve ser alegada, em sede de recurso de apelao, para evitar a
punio de Andy? Justifique. (Valor: 0,65)
B) H vedao legal expressa concesso do benefcio da suspenso condicional do processo a Andy?
Justifique. (Valor: 0,60)
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas.
A mera citao do dispositivo legal no confere pontuao.
QUESTO 2 - IX EXAME
Wilson, extremamente embriagado, discute com seu amigo Junior na calada de um bar j vazio pelo avanado
da hora. A discusso torna-se acalorada e, com inteno de matar, Wilson desfere quinze facadas em Junior,
todas na altura do abdmen. Todavia, ao ver o amigo gritando de dor e esvaindo-se em sangue, Wilson,
desesperado, pega um taxi para levar Junior ao hospital. L chegando, o socorro eficiente e Junior consegue
recuperar-se das graves leses sofridas.
Analise o caso narrado e, com base apenas nas informaes dadas, responda, fundamentadamente, aos itens
a seguir.
A) cabvel responsabilizar Wilson por tentativa de homicdio? (Valor: 0,65)
B) Caso Junior, mesmo tendo sido socorrido, no se recuperasse das leses e viesse a falecer no dia seguinte
aos fatos, qual seria a responsabilidade jurdico-penal de Wilson? (Valor: 0,60)
35
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
II) REQUISITOS
36
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
a reparao do dano ou restituio da coisa, maior ser a reduo da pena; quanto mais distante do fato a
reparao do dano ou restituio da coisa e menos sincera, menor ser a reduo da pena.
a) Peculato culposo
Nos termos do artigo 69 da Lei 11.941/2009; art. 83, 4, da Lei 9430/96; art. 9,
2, da Lei 10.684/2003, extingue-se a punibilidade dos crimes previstos nos arts. 1 e 2 da Lei n 8.137,
de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168-A e 337-A, do Cdigo Penal, quando h o pagamento integral
dos dbitos oriundos de tributos e contribuies sociais, inclusive acessrios, que tiverem sido objeto de
concesso de parcelamento.
37
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
CRIME IMPOSSVEL
FATO ATPICO
7.1) CONCEITO
NO CONSTITUI CRIME
Ocorre quando o meio empregado pelo agente, pela sua prpria natureza,
absolutamente incapaz de produzir o resultado.
38
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ex: uma poro de acar ineficaz para matar uma pessoa normal, mas apta a
eliminar um diabtico.
Ocorre quando inexiste o objeto material sobre o qual deveria recair a conduta,
ou quando, pela sua situao ou condio, torna impossvel a produo do resultado visado pelo agente.
Ex: A, pensando que seu desafeto est a dormir, desfere punhaladas, vindo a
provar-se que j estava morto ao tempo da ao.
Obs: a impropriedade no pode ser relativa, pois nesse caso haver tentativa.
Ex: o agente dispara tiros de revlver no leito da vtima, que dele sara segundos
antes.
QUESTO 3 IX EXAME
Mrio est sendo processado por tentativa de homicdio uma vez que injetou substncia venenosa em Luciano,
com o objetivo de mat-lo. No curso do processo, uma amostra da referida substncia foi recolhida para
anlise e enviada ao Instituto de Criminalstica, ficando comprovado que, pelas condies de armazenamento
e acondicionamento, a substncia no fora hbil para produzir os efeitos a que estava destinada. Mesmo
assim, arguindo que o magistrado no estava adstrito ao laudo, o Ministrio Pblico pugnou pela pronncia
de Mrio nos exatos termos da denncia.
Com base apenas nos fatos apresentados, responda justificadamente.
A) O magistrado deveria pronunciar Mrio, impronunci-lo ou absolv-lo sumariamente? (Valor: 0,65)
B) Caso Mrio fosse pronunciado, qual seria o recurso cabvel, o prazo de interposio e a quem deveria ser
endereado? (Valor: 0,60)
39
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
DOLO
Excluso FATO
ATPICO
CULPA
Invencvel
Essencial
EXCLUSO DO DOLO
Vencvel
RESPONDE POR
CULPA, SE TIVER
PREVISO LEGAL
ERRO DE
TIPO
Erro do Objeto
Aberratio Criminis
art. 74, CP
40
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
8.1) CONCEITO
Ex: No crime de leso corporal seguida de aborto, o sujeito no responde por este
crime se desconhecia o estado de gravidez da vtima. que neste caso ele supe inexistente uma circunstncia
do crime (o estado de gravidez da vtima), subsistindo o tipo fundamental doloso (leso corporal leve).
Da no nome erro essencial: incide sobre situao de tal importncia para o tipo que,
se o erro no existisse, o agente no teria cometido o crime, ou, pelo menos, no naquelas circunstncias.
Ocorre quando no pode ser evitado pela normal diligncia. Qualquer pessoa,
empregando a diligncia ordinria exigida pelo ordenamento jurdico, nas condies em que se viu o sujeito,
incidiria em erro.
41
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ocorre quando pode ser evitado pela diligncia ordinria, resultando de imprudncia
ou negligncia. Qualquer pessoa, empregando a prudncia normal exigida pela ordem jurdica, no cometeria
o erro em que incidiu o sujeito.
Ex. Suponha-se que o agente v caar em mata prxima a zona urbana, onde
costumam passar pessoas, e efetua um disparo de arma de fogo contra um vulto pensando ser um animal,
atingindo, na verdade, uma pessoa que passava pelo local, matando-a. No caso, no obstante ter se verificado
o erro de tipo, o erro, pelas circunstncias, no era plenamente justificvel, porquanto o agente agiu com
imprudncia, sem o devido cuidado objetivo, devendo responder por homicdio culposo.
O erro de tipo essencial vencvel exclui o dolo, mas no a culpa, desde que
previsto em lei o crime culposo.
42
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
QUESTO 1 - V EXAME
Antnio, pai de um jovem hipossuficiente preso em flagrante delito, recebe de um serventurio do Poder
Judicirio Estadual a informao de que Jorge, defensor pblico criminal com atribuio para representar o
seu filho, solicitara a quantia de dois mil reais para defend-lo adequadamente. Indignado, Antnio, sem
averiguar a fundo a informao, mas confiando na palavra do serventurio, escreve um texto reproduzindo a
acusao e o entrega ao juiz titular da vara criminal em que Jorge funciona como defensor pblico. Ao tomar
conhecimento do ocorrido, Jorge apresenta uma gravao em vdeo da entrevista que fizera com o filho de
Antnio, na qual fica evidenciado que jamais solicitara qualquer quantia para defend-lo, e representa
criminalmente pelo fato. O Ministrio Pblico oferece denncia perante o Juizado Especial Criminal, atribuindo
a Antnio o cometimento do crime de calnia, praticado contra funcionrio pblico em razo de suas funes,
nada mencionando acerca dos benefcios previstos na Lei 9.099/95. Designada Audincia de Instruo e
Julgamento, recebida a denncia, ouvidas as testemunhas, interrogado o ru e apresentadas as alegaes
orais pelo Ministrio Pblico, na qual pugnou pela condenao na forma da inicial, o magistrado concede a
palavra a Vossa Senhoria para apresentar alegaes finais orais.
Em relao situao acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados
e a fundamentao legal pertinente ao caso.
a) O Juizado Especial Criminal competente para apreciar o fato em tela? (Valor: 0,30)
b) Antnio faz jus a algum benefcio da Lei 9.099/95? Em caso afirmativo, qual(is)? (Valor: 0,30)
c) Antnio praticou crime? Em caso afirmativo, qual? Em caso negativo, por que razo? (Valor: 0,65)
43
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
9.1) CONCEITO
Logo, possvel que o sujeito, por erro plenamente justificado pelas circunstncias
do caso concreto, suponha encontrar-se em estado de necessidade, legtima defesa, estrito cumprimento do
dever legal ou em exerccio regular do direito. Quando isso ocorre, aplica-se o disposto no art. 20, 1, 1
parte.
9.2) ESPCIES
a) LEGTIMA DEFESA
b) ESTADO DE NECESSIDADE
Assim, por exemplo, se o agente praticar uma conduta supondo estar diante de uma
agresso injusta, mas, que na verdade, no existe. Trata-se de legtima defesa putativa.
O agente pratica uma conduta supondo estar numa situao de perigo, que, na
verdade, no existe. Trata-se de estado de necessidade putativo.
44
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Assim, se o erro for vencvel, o agente responde por crime culposo, j que o dolo
ser excludo, da mesma forma como sucede com o erro de tipo propriamente dito; se o erro for inevitvel,
excluir-se-o o dolo e a culpa e no haver crime.
O agente tem perfeita noo de tudo o que est ocorrendo. No h qualquer engano
acerca da realidade. No h erro sobre a situao de fato. Ele supe que est diante da causa que exclui o
crime, porque avalia equivocadamente a norma: pensa que esta permite, quando, na verdade, ela probe;
imagina que age certo, quando est errado; supe que o injusto justo.
Ex: uma pessoa de idade avanada recebe um violento tapa em seu rosto, desferido
por um jovem atrevido. O idoso tem perfeita noo do que est acontecendo, sabe que seu agressor est
desarmado e que o ataque cessou. No existe, portanto, qualquer equvoco sobre a realidade concreta. Nessa
situao, no entanto, imagina-se equivocadamente autorizado pelo ordenamento jurdico a matar aquele que
o humilhou, atuando, assim, em legtima defesa de sua honra.
45
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
9.3) CONSEQUNCIAS
Nosso CP, tendo adotado a teoria limitada da culpabilidade (Ver exposio de motivo
n 17 e 19 do Cdigo Penal), disciplina o tema da seguinte forma:
46
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Existe o erro provocado quando o sujeito a ele induzido por conduta de terceiro.
A provocao pode ser dolosa ou culposa.
Erro sobre
o objeto
Resultado
diverso do ERRO DE Erro sobre a
pretendido
(Aberratio TIPO pessoa
Art. 20, 3
Criminis)
Art. 74 CP ACIDENTAL CP
Erro na
execuo
(Aberratio
Ictus)
Art. 73 CP
47
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Exs:
48
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
ERRO DE TIPO
ACIDENTAL
O ERRO NO INFLUENCIA NA
ESSNCIA DO CRIME, POIS
MERAMENTE ACIDENTAL
49
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Muitas vezes, condutas que coincidem com o tipo, do ponto de vista formal, no
apresentam a menor relevncia material. So condutas de pouco ou escasso significado lesivo, de forma que,
nesses casos, tem aplicao o princpio da insignificncia, pelo qual se permite excluir, de pronto, a tipicidade
formal, porque, na realidade, o bem jurdico chegou a ser agravado e, portanto, no h injusto a ser
desconsiderado.
Ex: furto de produtos de higiene pessoal avaliados em R$ 2,65. Tentar subtrair uma
caixinha de ovos. Subtrair apenas uma lata de sardinha, ou, ainda, na subtrao, em supermercado, de simples
escova de dentes o de um pano de prato, balas, doces, bombons ou pequenos enfeites de natal.
MNIMA OFENSIVIDADE DA
CONDUTA DO AGENTE
NENHUMA PERICULOSIDADE
SOCIAL
REDUZIDO GRAU DE
REPROVABILIDADE DA
CONDUTA
INEXPRESSIVIDADE DA LESO
JURDICA PROVOCADA
50
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
QUESTO 4 XI EXAME
O Ministrio Pblico ofereceu denncia contra Lucile, imputando-lhe a prtica da conduta descrita no Art. 155,
caput, do CP. Narrou, a inicial acusatria, que no dia 18/10/2012 Lucile subtraiu, sem violncia ou grave
ameaa, de um grande estabelecimento comercial do ramo de venda de alimentos, dois litros de leite e uma
sacola de verduras, o que totalizou a quantia de R$10,00 (dez reais). Todas as exigncias legais foram
satisfeitas: a denncia foi recebida, foi oferecida suspenso condicional do processo e foi apresentada resposta
acusao. O magistrado, entretanto, aps convencer-se pelas razes invocadas na referida resposta
acusao, entende que a fato atpico. Nesse sentido, tendo como base apenas as informaes contidas no
enunciado, responda, justificadamente, aos itens a seguir.
A) O que o magistrado deve fazer? Aps indicar a soluo, d o correto fundamento legal. (Valor: 0,65)
B) Qual o elemento ausente que justifica a alegada atipicidade? (Valor: 0,60)
Utilize os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.
A simples meno ou transcrio do dispositivo legal no pontua.
Limite de Limite de
R$20.000,00 R$10.000,00
At o valor de At o valor de
R$20.000,00, o STF R$10.000,00, o STJ
admite o princpio da admite o princpio da
insignificncia no crime insignificncia no crime
de descaminho de descaminho
51
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
SMULA VINCULANTE N 24
SMULA
VINCULANTE
N 24
ANTES do APS
lanamento lanamento
do tributo do tributo
FATO FATO
ATPICO TPICO
QUESTO 3 XV EXAME
A Receita Federal identificou que Raquel possivelmente sonegou Imposto sobre a Renda, causando prejuzo ao
errio no valor de R$27.000,00 (vinte e sete mil reais). Foi instaurado, ento, procedimento administrativo, no
havendo, at o presente momento, lanamento definitivo do crdito tributrio. Ao mesmo tempo, a Receita
Federal expediu ofcio informando tais fatos ao Ministrio Pblico Federal, que, considerando a autonomia das
instncias, ofereceu denncia em face de Raquel pela prtica do crime previsto no Art. 1, inciso I, da Lei n
8.137/90.
Assustada com a ratificao do recebimento da denncia aps a apresentao de resposta acusao pela
Defensoria Pblica, Raquel o procura para, na condio de advogado, tomar as medidas cabveis.
Diante disso, responda aos itens a seguir.
A) Qual a medida jurdica a ser adotada de imediato para impedir o prosseguimento da ao penal? (Valor: 0,60)
B) Qual a principal tese jurdica a ser apresentada? (Valor: 0,65)
O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citao do dispositivo legal no confere pontuao.
52
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
a) Estado de necessidade;
b) legtima defesa;
c) estrito cumprimento do dever legal
d) exerccio regular de direito.
53
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) CONCEITO
Tem como fundamento um estado de perigo para certo interesse jurdico, que
somente pode ser resguardado mediante a leso de outro.
II) REQUISITOS
54
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
O CP determina que s pode alegar estado de necessidade quem pratica o fato para
salvar de perigo atual direito prprio ou alheio que no provocou por sua vontade.
Ex: Tcio mora no 3 andar de prdio de sua propriedade. Com ele reside colega de
escritrio. Com a inteno de receber seguro, Tcio ateia fogo no edifcio. O incndio, porm, assume
rapidamente propores inesperadas e bloqueia praticamente todas as sadas. Tcio, neste momento,
percebendo que o colega usa uma corda para descer pela janela mata o companheiro para pegar a corda e
salvar-se. O homicdio do companheiro de escritrio no encontra no estado de necessidade causa de
justificao, uma vez que Tcio criara o perigo que ensejou a situao aflitiva.
Determina o art. 24, 1, que No pode alegar estado de necessidade quem tinha
o dever legal de enfrentar o perigo. Assim, indispensvel que o sujeito no tenha, em face das circunstncias
em que se conduz, o dever imposto por lei, de sofrer o risco de sacrificar o prprio interesse jurdico.
Sempre que a lei impuser ao agente o dever de enfrentar o perigo, deve ele tentar
salvar o bem ameaado sem destruir qualquer outro, mesmo que para isso tenha de correr os riscos inerentes
sua funo.
Ex: o bombeiro no pode deixar de subir a um edifcio incendiado invocando a possibilidade de sofrer
queimaduras.
55
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Significa que o agente no tem outro meio de evitar o perigo ao bem jurdico prprio
ou de terceiro que no praticar o fato necessitado. inevitvel a realizao do comportamento lesivo em face
da inevitabilidade do perigo de forma diversa.
Se o perigo pode ser afastado por uma conduta menos lesiva, a prtica do
comportamento mais lesivo no configura a excludente.
Ex. algum se v atacado por um cachorro feroz, embora possa se salvar fechando
um porto, mata o co. No pode alegar estado de necessidade, porquanto havia outra forma de impedir a
leso ao seu bem jurdico (fechando o porto).
Nos termos do 2 do art. 24, Embora seja razovel exigir-se o sacrifcio do direito
ameaado, a pena poder ser reduzida de um a dois teros.
56
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Significa que, embora reconhea que o sujeito estava obrigado a uma conduta
diferente, pelo que no h estado de necessidade e deve responder pelo crime, o juiz deve reduzir a pena.
IV) EXCESSO
a) danos materiais produzidos em propriedade alheia para extinguir um incndio e salvar pessoas.
d) Subtrao de alimentos para salvar algum da morte por inanio (furto famlico).
57
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
2.1) CONCEITO
uma causa de excluso da ilicitude que consiste em repelir injusta agresso, atual
ou iminente, a direito prprio ou alheio, usando moderadamente dos meios necessrios.
2.2) REQUISITOS
* Agresso injusta:
Ponto de partida para anlise dos requisitos da legtima defesa ser a existncia de
uma agresso injusta, que legitimar a pronta reao. Somente aps constatada a injustia da agresso
passar-se- anlise de sua atualidade ou iminncia, uma vez que no ter a menor importncia a constatao
deste ltimo requisito se se tratar de agresso justa, isto , legtima. Injusta ser a agresso que no estiver
protegida por uma norma jurdica, isto , no for autorizada pelo ordenamento jurdico.
58
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Iminente a que est prestes a ocorrer. Nesse caso, a leso ainda no comeou
a ser produzida, mas deve iniciar a qualquer tempo. Admite-se a repulsa desde logo, pois ningum est
obrigado a esperar at que seja atingido por um golpe.
b.1) legtima defesa prpria: ocorre quando o autor da repulsa o prprio titular do bem jurdico atacado ou
ameaado.
b.2) legtima defesa de terceiro: ocorre quando a repulsa visa a defender interesse de terceiro.
Qualquer bem jurdico pode ser protegido atravs da ofensa legtima, no se fazendo
distino entre bens pessoais ou impessoais (vida, incolumidade pessoal, honra, pudor, liberdade, patrimnio,
tranquilidade domstica, etc.).
Ex: algum bate no suicida para impedir que ponha fim prpria vida.
59
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ex: se o sujeito tem um pedao de pau a seu alcance e com ele pode tranquilamente
conter a agresso, o emprego de arma de fogo revela-se desnecessrio.
d) moderao na repulsa
Encontrado o meio necessrio para repelir a injusta agresso, o sujeito deve agir
com moderao, isto , no empregar o meio alm do que preciso para evitar a leso do bem jurdico ou de
terceiro. Caso contrrio, desaparecer a legtima defesa ou aparecer o excesso.
A par dos requisitos de ordem objetiva, previstos no art. 25 do CP, a legtima defesa
exige requisitos de ordem subjetiva: preciso que o sujeito tenha conhecimento da situao de agresso
injusta e da necessidade da defesa.
Aquele que se defende tem de conhecer a agresso atual e ter vontade de defesa.
A falta dos requisitos de ordem subjetiva leva ilicitude da repulsa (fica excluda a legtima defesa).
60
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) EXCESSO DOLOSO
Ex: para defender-se de um tapa, o sujeito mata a tiros o agressor ou, ento, aps
o primeiro tiro que fere e imobiliza o agressor, prossegue na reao at a sua morte.
Ex: aquele que mata quando bastava to-somente a leso responde por homicdio
doloso.
61
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
ATUAL
AGRESSO
INJUSTA
IMINENTE
PRPRIO
AGRESSO A
DIREITO
LEGTIMA DE TERCEIRO
DEFESA
REPULSA COM OS
MEIOS
NECESSRIOS
EXCESSO EXCESSO
DOLOSO CULPOSO MODERAO NA
REPULSA
CONHECIMENTO
DA SITUAO DE
AGRESSO
RESPONDE PELO
RESPONDE PELO ELEMENTO
EXCESSO A TTULO
EXCESSO DOLOSO SUBJETIVO
DE CULPA
CONHECIMENTO
DA NECESSIDADE
DE DEFESA
62
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
QUESTO 2 - VI OAB
Hugo inimigo de longa data de Jos e h muitos anos deseja mat-lo. Para conseguir seu intento, Hugo
induz o prprio Jos a matar Luiz, afirmando falsamente que Luiz estava se insinuando para a esposa de Jos.
Ocorre que Hugo sabia que Luiz pessoa de pouca pacincia e que sempre anda armado. Cego de dio, Jos
espera Luiz sair do trabalho e, ao v-lo, corre em direo dele com um faco em punho, mirando na altura da
cabea. Luiz, assustado e sem saber o motivo daquela injusta agresso, rapidamente saca sua arma e atira
justamente no corao de Jos, que morre instantaneamente. Instaurado inqurito policial para apurar as
circunstncias da morte de Jos, ao final das investigaes, o Ministrio Pblico formou sua opinio no seguinte
sentido: Luiz deve responder pelo excesso doloso em sua conduta, ou seja, deve responder por homicdio
doloso; Hugo por sua vez, deve responder como partcipe de tal homicdio. A denncia foi oferecida e recebida.
Considerando que voc o advogado de Hugo e Luiz, responda:
a) Qual pea dever ser oferecida, em que prazo e endereada a quem? (Valor: 0,3)
b) Qual a tese defensiva aplicvel a Luiz? (Valor: 0,5)
c) Qual a tese defensiva aplicvel a Hugo? (Valor: 0,45)
63
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) CONCEITO
Esta excludente dirige-se aos funcionrios ou agentes pblicos que agem por ordem
da lei.
No fica excludo, contudo, o particular que exerce funo pblica (jurado, mesria
da Justia Eleitoral, etc).
64
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) CONCEITO
Regular ser o exerccio que se contiver nos limites objetivos e subjetivos, formais e
materiais impostos pelos prprios fins do Direito. Fora desses limites, haver o abuso de direito e estar,
portanto, excluda essa causa de justificao.
Deve-se ter, no entanto, presente que a ningum permitido fazer justia pelas
prprias mos, salvo quando a lei permite (art. 345 CP).
II) ALCANCE
A CF reza que ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno
em virtude de lei (art. 5, II, CF). Disso resulta que se exclui a ilicitude nas hipteses em que o sujeito est
autorizado a esse comportamento. Ex: priso em flagrante por particular.
O prprio Cdigo Penal prev casos especficos de exerccio regular de direito, como
a imunidade judiciria (art. 142, I) e a coao para evitar suicdio ou para a prtica de interveno cirrgica
(art. 146, 3).
65
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
c
a) A imputabilidade do sujeito;
EXCLUDENTES DE
CULPABILIDADE
INIMPUTABILIDADE INEXIGIBILIDADE DE
CONDUTA DIVERSA
FALTA DE POTENCIAL
CONSCINCIA DA
Doena ILICITUDE
Coao
Mental art. 21, CP Moral
art. 26, CP Irresistvel
art. 22, CP
Embriaguez completa e
acidental ERRO DE
PROIBIO Obedincia
art. 28, 1, CP Hierrquica
art. 22, CP
66
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
01 INIMPUTABILIDADE
Para que seja considerado inimputvel no basta que o agente seja portador de
doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado. necessrio que, em consequncia
desses estados, seja inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento (no momento da conduta).
Nos casos do pargrafo nico do art. 26, ingressam as doenas mentais que
no retiram do sujeito a capacidade intelectiva ou volitiva, MAS DIMINUEM essa capacidade, e
outras anormalidades psquicas que, diminuindo o entendimento e a vontade, no constituem doenas
mentais.
I) CONCEITO
67
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
pena atenuada, desde que haja reduo de sua capacidade intelectiva ou volitiva. A sentena
condenatria. Aplica-se o disposto no art. 28, 2.
INIMPUTABILIDADE
DOENA MENTAL
art. 26, CP
MENORIDADE PENAL
art. 27, CP
DOENA MENTAL
Internao
Trat. ambulatorial
Completa
Acidental
68
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) CONCEITO
Surge o erro de proibio: O erro de proibio o erro que incide sobre a ilicitude
do fato. O sujeito, diante do erro, supe lcito o fato por ele cometido. Ele sabe o que faz, mas supe inexistir
a regra de proibio.
A) ESCUSVEL OU INEVITVEL:
Ex. um jornal de grande circulao, por engano, divulga que o novo CP foi aprovado,
trazendo como excludente de ilicitude a eutansia. Um leitor apressa a morte de um parente, crendo agir
sob o manto da causa de justificao inexistente. Trata-se de erro escusvel.
B) INESCUSVEL OU EVITVEL:
69
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
ERRO DE
PROIBIO
ESCUSVEL Reduo de
Iseno de INESCUSVEL
ou pena de
pena ou EVITVEL
INEVITVEL 1/6 a 1/3
Erro
Erro poderia
impossvel de
ser evitado
ser evitado
No erro de tipo essencial, previsto no artigo 20 do CP, o agente erra sobre um dos
elementos constitutivos do tipo (que nada mais so do que as expresses que integram o artigo que define o
crime.
Ex: Art. 121 matar algum: essas duas expresses so elementos que constituem o
tipo penal que define o delito de homicdio).
Aqui o agente age mediante uma falsa percepo da realidade. Ou seja, nas
circunstncias do caso concreto, ele no sabe o que faz. Se soubesse, no incorreria no erro, porque tem
cincia da ilicitude da conduta.
Ex: rapaz mantm conjuno carnal com menina menor de 14 anos de idade,
supondo ser ela maior de idade. Errou sobre um elemento que constitui o artigo 217-A do CP, qual seja,
menor de 14 anos de idade.
70
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
a) Agente que porta arma de fogo verdadeira, supondo ser de brinquedo (eis a falsa
percepo da realidade). H erro de tipo, mais especificamente em relao ao elemento arma de fogo, que
constitui o tipo penal que define o delito de porte ilegal de arma de fogo, previsto no artigo 14 da Lei n
10.826/2003. O agente no sabe o que faz (portar arma de fogo verdadeira, pois supe ser de brinquedo).
Se soubesse, no incorreria em erro, porque sabe ou deveria saber que se trata de conduta ilcita.
Se o erro de tipo for invencvel, exclui-se o dolo e a culpa e o fato ser atpico; se o
erro de tipo for vencvel, exclui-se o dolo e o sujeito responde pelo delito na modalidade culposa, se tiver
previso legal, conforme prev o artigo 20 do CP. Como, no caso, no existe delito de porte ilegal de arma de
fogo na modalidade culposa, o fato ser atpico.
b) Cidado americano, em visita ao Brasil, porta uma arma de fogo, supondo ser
conduta lcita, j que nos Estados Unidos, especificamente na regio em que reside, tal conduta permitida.
Trata-se de erro de proibio, uma vez que o agente sabe exatamente o que est fazendo (portar arma de
fogo verdadeira), mas supe que sua conduta permitida pelo direito, quando, na verdade, ilcita. Se o erro
de proibio for inevitvel, haver iseno de pena e, por consequncia, excluso da culpabilidade; se for
evitvel, o agente responde pelo delito previsto no artigo 14 da Lei n 10.826/2003, com reduo da pena de
1/6 a 1/3, nos termos do artigo 21 do Cdigo Penal.
71
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
CIDADO AMERICANO
PORTAR ARMA DE FOGO
PORTAR ARMA DE FOGO
VERDADEIRA, SUPONDO
NO BRASIL SUPONDO SER
SER DE BRINQUEDO
CONDUTA LCITA
SE SOUBESSE, NO
INCORRERIA EM ERRO, SUPE QUE SUA CONDUTA
POIS SABE SER CONDUTA LCITA
ILCITA
SE O ERRO FOR
SE ERRO FOR VENCVEL, EXCLUI
INVENCVEL, O DOLO E O SE ERRO FOR
AGENTE SE ERRO FOR
EXCLUI O EVITVEL, H
RESPONDE POR INEVITVEL,
DOLO E A REDUO DA
CULPA SE A H ISENO
CULPA E O CONDUTA TIVER PENA DE 1/6 A
DE PENA
FATO SER PREVISO NA 1/3
ATPICO MODALIDADE
CULPOSA
72
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Quando o sujeito pratica o fato sob coao fsica irresistvel, no praticar crime
por ausncia de conduta, aplicando-se o disposto no art. 13, caput, do CP. Trata-se de causa excludente da
tipicidade.
73
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Obedincia Hierrquica
art. 22, CP
74
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ex: art. 312, 3, art. 342, 2, art. 168-A, 2, todos do Cdigo Penal. Art. 34 da
Lei 9249/95
75
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
A decadncia pode ocorrer por conta da perda do prazo para representao nos
casos de ao penal pblica condicionada representao ou para o oferecimento da queixa-crime nos casos
de ao penal privada.
I) CONCEITO
aquela cujo exerccio se subordina a uma condio. Essa condio tanto pode ser
a manifestao de vontade do ofendido ou de ser representante legal (representao), como tambm a
requisio do Ministro da Justia. o que dispe o art. 100, 1, do CP.
76
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
77
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
02 DA RENNCIA E DO PERDO
2.1) DA RENNCIA
78
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
O perdo pode ser concedido por procurador com poderes especiais (arts. 50 e 56
do CPP).
Assim, havendo dois rus, o perdo aceito por um produz efeito de extinguir a
punibilidade tambm em relao ao outro, SALVO SE OCORRE RECUSA. Neste caso, a ao penal continua
em relao ao querelado que o recusou.
79
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
EXCLUSO DE UM
OFENSOR IMPORTA O PERDO CONCEDIDO A
UM OFENSOR SE ESTENDE SE RECUSADO PELO
RENNCIA TCITA, QUERELADO, O PERDO
ESTENDENDO-SE AOS A TODOS, SALVO SE
DEMAIS OFENSORES HOUVER RECUSA NO PRODUZ EFEITOS
80
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
03 DA PRESCRIO (IMPORTANTSSIMO)
I) CONCEITO
Em regra, a prescrio alcana todas as infraes penais. Nos termos da CF, porm,
no se aplica aos CRIMES DE RACISMO (art. 5, XLII; Lei 7716/89, com alteraes da Lei 9459/97) e aos
referentes AO DE GRUPOS ARMADOS, CIVIS OU MILITARES, CONTRA A ORDEM CONSTITUCIONAL E O
ESTADO DEMOCRTICO (XLIV). De modo que o decurso do tempo no extingue a prescrio em qualquer de
suas formas.
81
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Exemplo: Supe-se que o agente tenha sido condenado a 01 ano pela prtica do
crime de furto, sendo a pena privativa de liberdade substituda por uma prestao de servios comunidade.
Essa pena prescrever em 04 anos.
III) REDUO DOS PRAZOS DE PRESCRIO EM FACE DA IDADE DO SUJEITO Art. 115
Ex., Suponha-se que um sujeito cometa um crime de leso corporal leve (pena de
03 meses a 01 ano), no se descobrindo a autoria. Se o Estado, dentro de 04 anos, no exercer o direito de
punir, opera-se a extino da punibilidade pela prescrio da pretenso punitiva. Aplica-se o disposto no art.
109.
Ex. calnia (art. 138). Mximo da pena abstrata: 02 anos. Prazo prescricional da
pretenso punitiva: 04 anos (art. 109, V).
82
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Existe uma ressalva no texto legal, segundo a qual a prescrio comear a correr
antes de a vtima completar 18 anos se a esse tempo j tiver sido proposta ao penal para apurar a infrao
penal. Ex: crime contra criana de 10 anos em que a vtima conta o ocorrido aos pais e o Ministrio Pblico
oferece denncia quando ela tem 15 anos. O prazo prescricional neste caso comear a correr da propositura
da ao penal, e no da data do crime; se at o oferecimento da denncia a prescrio no estava ocorrendo,
o termo inicial o da propositura da ao, no retroagindo data do fato. (ESTEFAM; GONALVES, 2013, p.
704).
83
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
04 anos (pena mxima do delito em comento) Enquadra no inciso do artigo 109, do CP.
+ de 08 anos
05 PPPA 10
04 05
2000 2008
+ de 08 anos
05 06 PPPA 08
04 03 05
2000 2002 2010
RECOMEA
CONTAGEM
05 06 05
04 06
03 04
2000 03
2002 2006
2010
+ de 08 anos
RECOMEA
CONTAGEM
84 PPPA
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
85
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
04 anos (pena mxima do delito em comento) Enquadra no inciso do artigo 109, do CP.
a) Sentena condenatria
b) No PPPA
c) Transitou em julgado MP (No pode reformatio in pejus)
d) Pena aplicada (DADO CONCRETO) Novo parmetro para calcular prescrio.
05 06 07 TJMP
04 05 08
(MP no recorreu)
PPPR
05 06 07 TJMP
04 05 08
(MP no recorreu)
PPPR
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Como visto, nos termos do que dispe o art. 109, caput, do CP, a prescrio da
pretenso punitiva, salvo a exceo do 1 do art. 110, regulada pelo mximo da sano privativa de
liberdade.
87
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
SUPERVENIENTE
04 anos (pena mxima do delito em comento) Enquadra no inciso do artigo 109, do CP.
a) Sentena condenatria
b) No PPPA
c) Transitou em julgado MP (No pode reformatio in pejus)
d) Pena aplicada (DADO CONCRETO) Novo parmetro para calcular prescrio.
e) No PPPR
05 06 07 TJMP 07
04 05 08 (MP no recorreu) 08
2000 2002 2004 2008
+ de 04 anos
PPPS
88
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ex. suponha-se que o agente tenha sido condenado irrecorrivelmente a quatro anos
de recluso pela prtica do delito de roubo simples (art. 157 do CP). O prazo prescricional, considerando a
pena aplicada, ser de 08 anos (art. 109, IV, do CP). Nesse caso, se o Estado no iniciar a execuo da pena
dentro de 08 anos, opera-se a extino da punibilidade pela prescrio da pretenso executria. Aplica-se o
disposto no art. 110 do CP.
89
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ex. suponha-se que o detento fuja faltando 02 anos para o cumprimento da pena.
A partir da data da fuga comea a correr a prescrio da pretenso executria (art. 112, II, 1 parte),
ocorrendo em 04 anos (art. 109, V, CP). Ou seja, se nesse perodo de 04 anos o apenado no for localizado
para dar continuidade ao cumprimento da pena, ocorrer a prescrio da pretenso executria.
90
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
04 anos (pena mxima do delito em comento) Enquadra no inciso do artigo 109, do CP.
TJMP TJSPC
05 06 07 15 10 15
04 05 08 08 09 08
2000 2002 2004 2004 2006 2008
+ de 04 anos
PPE
91
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
A incidncia das causas do art. 117, salvo a do inciso V, faz com que seja extinto o
prazo decorrido antes da interrupo, recomeando a correr a prescrio por inteiro ( 2).
II - PELA PRONNCIA
A pronncia tambm interrompe a prescrio (art. 117, II). A deciso do juiz tem
fora de interromper a prescrio, ainda que o ru venha a ser absolvido no Jri.
VI - PELA REINCIDNCIA.
92
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
QUESTO 4 XV EXAME
No dia 06/07/2010, Jlia, nascida em 06/04/1991, aproveitando-se de um momento de distrao de Ricardo,
subtraiu-lhe a carteira. Aps recebimento da denncia, em 11/08/2011, e regular processamento do feito,
Jlia foi condenada a uma pena privativa de liberdade de 01 ano de recluso, em sentena publicada em
08/10/2014. Nem o Ministrio Pblico nem a defesa de Jlia interpuseram recurso, tendo o feito transitado
em julgado em 22/10/2014.
A) Diante do trnsito em julgado, qual a tese defensiva a ser alegada em favor de Jlia para impedir o
cumprimento da pena? (Valor: 0,75)
O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citao do dispositivo legal no confere pontuao.
93
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
A) Est extinta a punibilidade do ru pela prescrio? Em caso positivo, indique a espcie; em caso negativo,
indique o motivo. (Valor: 0,75)
94
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Com base somente nas informaes de que dispe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima,
redija, na qualidade de advogado de Eliete, com data para o ltimo dia do prazo legal, o recurso cabvel
hiptese, invocando todas as questes de direito pertinentes, mesmo que em carter eventual.
(Valor: 5,0)
Com base nos dados acima descritos, bem como atento s informaes a seguir expostas, responda
fundamentadamente:
a) Suponha que a acusao tenha se conformado com a sentena, tendo o trnsito em julgado para esta
ocorrido em 24/10/2006. A defesa, por sua vez, interps apelao no prazo legal. Todavia, em virtude de
sucessivas greves, adiamentos e at mesmo perda dos autos, at a data de 20/10/2010, o recurso da defesa
no tinha sido julgado. Nesse sentido, o que voc, como advogado, deve fazer? (Valor: 0,60)
b) A situao seria diferente se ambas as partes tivessem se conformado com o decreto condenatrio, de
modo que o trnsito em julgado definitivo teria ocorrido em 24/10/2006, mas Jaime, temeroso de ficar mais
uma vez preso, tivesse se evadido to logo teve cincia do contedo da sentena, somente tendo sido
capturado em 25/10/2010? (Valor: 0,65)
95
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
QUESTO 1 - 2010/03
Caio, na qualidade de diretor financeiro de uma conhecida empresa de fornecimento de material de
informtica, se apropriou das contribuies previdencirias devidas dos empregados da empresa e por esta
descontadas, utilizando o dinheiro para financiar um automvel de luxo. A partir de comunicao feita por
Adolfo, empregado da referida empresa, tal fato chegou ao conhecimento da Polcia Federal, dando ensejo
instaurao de inqurito para apurar o crime previsto no artigo 168-A do Cdigo Penal. No curso do aludido
procedimento investigatrio, a autoridade policial apurou que Caio tambm havia praticado o crime de
sonegao fiscal, uma vez que deixara de recolher ICMS relativamente s operaes da mesma empresa. Ao
final do inqurito policial, os fatos ficaram comprovados, tambm pela confisso de Caio em sede policial.
Nessa ocasio, ele afirmou estar arrependido e apresentou comprovante de pagamento exclusivamente das
contribuies previdencirias devidas ao INSS, pagamento realizado aps a instaurao da investigao,
ficando no paga a dvida relativa ao ICMS. Assim, o delegado encaminhou os autos ao Ministrio Pblico
Federal, que denunciou Caio pelos crimes previstos nos artigos 168-A do Cdigo Penal e 1, I, da Lei 8.137/90,
tendo a inicial acusatria sido recebida pelo juiz da vara federal da localidade. Aps analisar a resposta
acusao apresentada pelo advogado de Caio, o aludido magistrado entendeu no ser o caso de absolvio
sumria, tendo designado audincia de instruo e julgamento.
Com base nos fatos narrados no enunciado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos
apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.
a) Qual o meio de impugnao cabvel deciso do Magistrado que no o absolvera sumariamente? (Valor:
0,2)
b) A quem a impugnao deve ser endereada? (Valor: 0,2)
c) Quais fundamentos devem ser utilizados? (Valor: 0,6)
96
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Aps buscar identificar eventual tese absolutria, deve o candidato buscar extrair do
enunciado alguma tese subsidiria, ou seja, aquela que, na hiptese de condenao, amenizar a situao do
condenado em termos de pena, regime carcerrio e/ou eventuais benefcios, tais como substituio da pena
privativa de liberdade em restritiva de direitos e sursis.
b) Quantificar a pena;
INCISOS Artigo 59 do CP
I PPL
V* SURSIS Artigo 77 do CP
97
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
01 DA FIXAO DA PENA
O juiz deve, nesta fase, observar rigorosamente os limites legais (mnimo e mximo).
No caso do furto simples (art. 155 do CP), por exemplo, o juiz deve aplicar a pena-base entre os limites de 01
a 04 anos de recluso, considerando as circunstncias judiciais previstas no artigo 59 do Cdigo Penal.
Para fins de 2 fase da OAB, merece destaque a circunstncia judicial voltada aos
antecedentes criminais, sobretudo no que se pode considerar fatos desfavorveis ao ru.
Por antecedentes, deve-se entender os fatos anteriores praticados pelo ru, que
podem ser bons ou maus.
A Smula 444 do STJ informa o que no pode ser considerado como maus
antecedentes.
ANTECEDENTES CRIMINAIS
No pode:
Inqurito Policial
98
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
AGRAVANTES ATENUANTES
Artigo 61 e 62 do CP Artigo 65 e 66 do CP
AFASTAR APONTAR
ROL TAXATIVO
Ex: se o sujeito pratica homicdio por motivo ftil (art. 121, 2, II), no incide a
agravante do art. 61, II, a, 1 figura (ter sido o crime cometido por motivo ftil), pois a circunstncia genrica
funciona como qualificadora do homicdio (qualifica o delito).
99
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) CONCEITO
100
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
NO
CONTR. CRIME REINCIDENTE
101
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Se o agente vier a cometer novo crime depois de cinco anos da extino da primeira
pena, a anterior sentena condenatria no ter fora de gerar a agravao da pena, uma vez que o ru no
ser considerado reincidente.
Nos termos do art. 64, inciso I, o termo a quo do prazo de 05 anos a data:
a) do cumprimento da pena;
QUESTO 03 - XI EXAME
Ricardo cometeu um delito de roubo no dia 10/11/2007, pelo qual foi condenado no dia 29/08/2009, sendo
certo que o trnsito em julgado definitivo de referida sentena apenas ocorreu em 15/05/2010. Ricardo
tambm cometeu, no dia 10/09/2009, um delito de extorso. A sentena condenatria relativa ao delito de
extorso foi prolatada em 18/10/2010, tendo transitado definitivamente em julgado no dia 07/04/2011.
Ricardo tambm praticou, no dia 12/03/2010, um delito de estelionato, tendo sido condenado em 25/05/2011.
Tal sentena apenas transitou em julgado no dia 27/07/2013.
Nesse sentido, tendo por base apenas as informaes contidas no enunciado, responda aos itens a seguir.
A) O juiz, na sentena relativa ao crime de roubo, deve considerar Ricardo portador de bons ou maus
antecedentes? (Valor: 0,25)
B) O juiz, na sentena relativa ao crime de extorso, deve considerar Ricardo portador de bons ou maus
antecedentes? Na hiptese, incide a circunstncia agravante da reincidncia ou Ricardo ainda pode ser
considerado ru primrio? (Valor: 0,50)
C) O juiz, na sentena relativa ao crime de estelionato, deve considerar Ricardo portador de bons ou maus
antecedentes? Na hiptese, incide a circunstncia agravante da reincidncia ou Ricardo ainda pode ser
considerado ru primrio? (Valor: 0,50)
Utilize os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso. A simples meno ou
transcrio do dispositivo legal no pontua.
102
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
a) ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentena
b) o desconhecimento da lei
c) ter o agente cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral
d) ter o agente procurado, por sua espontnea vontade e com eficincia, logo aps o crime, evitar-lhe ou
minorar-lhe as consequncias, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano
e) ter o agente cometido o crime sob coao a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade
superior, ou sob a influncia de violenta emoo, provocada por ato injusto da vtima
PENA
CAUSAS DE
CAUSAS DE AUMENTO
DIMINUIO DA
DA PENA/MAJORANTES
PENA/MINORANTES
AFASTAR APONTAR
103
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
QUANTIDADE PENA
SISTEMA TRIFSICO
1 FASE PENA-BASE
Artigo 59 do CP
ATENUANTES Artigo 65 e 66 do CP
104
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Fechado
RECLUSO Semiaberto
Aberto
Semiaberto
DETENO
Aberto
a) Quantidade da pena
105
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Nesse ponto, merecem, ainda, destaque as smulas 719 do STF e 440 do STJ.
106
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ocorre, contudo, que, no dia 27 de junho de 2012, o STF, por oito votos contra trs,
declarou inconstitucional tal dispositivo, por considerar que a obrigatoriedade do regime inicial fechado
viola o princpio constitucional da individualizao da pena (HC 111.840/ES e Informativo 670).
Assim, mesmo para crimes hediondos, trfico ilcito de drogas, terrorismo e tortura,
o regime inicial s poder ser o fechado (quando a pena fixada no for maior do que 8 anos) se o acusado
for reincidente ou se as circunstncias do caso concreto indicarem uma gravidade diferenciada daquele crime
especfico, o que dever constar expressamente da fundamentao da sentena. (ESTEFAM; GONALVES,
2013, p. 474).
A) Cabe ao advogado de defesa a impugnao da fixao do regime inicial fechado, fixado exclusivamente
com base no artigo 2, 1, da Lei n 8.072/90? (Valor: 0,60)
B) Com relao ao trfico-privilegiado, previsto na Lei n 11.343/06, artigo 33, 4, possvel a converso
da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos? (Valor: 0,65)
O examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples meno ou transcrio do dispositivo
legal no pontua.
107
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Para alguns autores, embora cometidos com violncia ou grave ameaa, os crimes
de leso corporal leve (art. 129), de constrangimento ilegal (art. 146) e de ameaa (art. 147) admitem a
substituio por pena restritiva de direitos, pois se tratam de infraes de menor potencial ofensivo, as quais
comportam transao penal e imposio consensual de pena no privativa de liberdade.
Assim, se, antes mesmo de instaurada a relao processual, tais infraes penais
beneficiam-se de medidas penais alternativas, no h razo para impedi-las na sentena final, quando
transcorrido todo o processo. No se aplica, portanto, o requisito da no-violncia ou da ausncia de grave
ameaa, sendo possvel a imposio de pena alternativa.
108
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Convm notar que esses requisitos constituem uma repetio das circunstncias
constantes do art. 59, caput, do CP, salvo duas: comportamento da vtima e consequncias do crime,
coincidentemente as nicas de natureza objetiva. Assim, o art. 44, III, do CP somente levou em conta as
circunstncias subjetivas do mencionado art. 59.
PENAS RESTRITIVAS DE
DIREITO
REQUISITOS SUBJETIVOS
QUALQUER QUE SEJA A CRIME COMETIDO SEM
PENA AT 4 ANOS SE O RU NO REINCIDENTE DO ART. 59 CP
PENA SE O CRIME FOR VIOLNCIA OU GRAVE
CRIME FOR DOLOSO EM CRIME DOLOSO FAVORVEIS
CULPOSO AMEAA PESSOA
SUBSTITUIO
109
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
QUESTO 01 XX EXAME
Fausto, ao completar 18 anos de idade, mesmo sem ser habilitado legalmente, resolveu sair com o carro do
seu genitor sem o conhecimento do mesmo. No cruzamento de uma avenida de intenso movimento, no tendo
atentado para a sinalizao existente, veio a atropelar Ldia e suas 05 filhas adolescentes, que estavam na
calada, causando-lhes diversas leses que acarretaram a morte das seis. Denunciado pela prtica de seis
crimes do Art. 302, 1, incisos I e II, da Lei n 9503/97, foi condenado nos termos do pedido inicial, ficando
a pena final acomodada em 04 anos e 06 meses de deteno em regime semiaberto, alm de ficar impedido
de obter habilitao para dirigir veculo pelo prazo de 02 anos. A pena privativa de liberdade no foi substituda
por restritivas de direitos sob o fundamento exclusivo de que o seu quantum ultrapassava o limite de 04 anos.
No momento da sentena, unicamente com o fundamento de que o acusado, devidamente intimado, deixou
de comparecer espontaneamente a ltima audincia designada, que seria exclusivamente para o seu
interrogatrio, o juiz decretou a priso cautelar e no permitiu o apelo em liberdade, por fora da revelia.
Apesar de Fausto estar sendo assistido pela Defensoria Pblica, seu genitor o procura, para que voc, na
condio de advogado(a), preste assistncia jurdica. Diante da situao narrada, como advogado(a),
responda aos seguintes questionamentos formulados pela famlia de Fausto:
A) Mantida a pena aplicada, possvel a substituio da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos?
Justifique. (Valor: 0,65)
B) Em caso de sua contratao para atuar no processo, o que poder ser alegado para combater,
especificamente, o fundamento da deciso que decretou a priso cautelar? (Valor: 0,60)
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas.
A mera citao do dispositivo legal no confere pontuao.
RESOLUO N 5, DE 2012.
DECLARADA
INCONSTITUCIONAL
TRFICO ILCITO DE VEDAO SUBSTITUIO POR PELO STF
ENTORPECENTES PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
RESOLUO N 5 DO
SENADO FEDERAL
111
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
4.1) CONCEITO
4.2) REQUISITOS
I) REQUISITOS OBJETIVOS
a) Qualidade da pena
b) Quantidade da pena
112
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
SURSIS
(art. 77 CP)
IMPOSSIBILIDADE DE SUBSTITUIO
POR PENAS RESTRITIVAS DE
DIREITO
RU NO REINCIDENTE EM CRIME
DOLOSO
CIRCUNSTNCIAS JUDICIAIS
FAVORVEIS (art. 59 CP)
113
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
X
SUSPENSO SUSPENSO
CONDICIONAL DA CONDICIONAL DO
PENA PROCESSO
SUSPENSO DO
SUSPENSO DA
CURSO DO
EXECUO DA PENA
PROCESSO POR UM
POR UM PERODO
PERODO
DETERMINADO
DETERMINADO
NO TEVE SENTENA
J TEVE SENTENA AINDA, TAMPOUCO
CONDENATRIA INSTRUO
PROCESSUAL
CUMPRIDOS OS CUMPRIDOS OS
REQUISITOS, SER REQUISITOS, SER
JULGADA EXTINTA A JULGADO EXTINTO O
PENA PROCESSO
114
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
01) HOMICDIO
I) CONCEITO
O crime de homicdio por ser praticado por ao ou omisso, como, por exemplo,
no caso da me que deixa de alimentar o filho, causando-lhe a morte.
Ex: o agente buscar ceifar a vida da vtima com simulacro de arma de fogo (arma
de brinquedo); se a percia constatar que a arma era totalmente inapta a desferir disparos por algum defeito;
arma descarregada, sem que haja munio para carreg-la ao alcance do agente.
De outro lado, se o revlver estava carregado com balas velhas ou que falham, que
podem ou no disparar, o meio utilizado relativamente ineficaz para produzir o resultado, podendo, nesse
caso, caracterizar a tentativa de homicdio.
Ex: pai desesperado pelo vcio que impregna seu filho e vrios outros alunos, mata
um traficante que distribui drogas num colgio, sem qualquer ao eficaz da polcia para cont-lo.
115
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ser motivo de relevante valor moral aquele que, em si mesmo, aprovado pela
ordem moral, pela moral prtica, como, por exemplo, a compaixo ou piedade ante o irremedivel sofrimento
da vtima.
A ltima figura tpica privilegiada descreve o homicdio cometido pelo sujeito sob o
domnio de violenta emoo, logo em seguida a injusta provocao do ofendido.
O texto legal exige, ainda, que o impulso emocional e o ato dele resultante sigam-
se imediatamente provocao da vtima, ou seja, tem de haver a imediatidade entre a provocao injusta e
a conduta do sujeito.
B) MOTIVO FTIL
A) Conceito
um tipo penal aberto, que depende, pois, da interpretao do juiz para poder ser
aplicado. A culpa, conforme o artigo 18, II, do CP, constituda de imprudncia, negligncia ou impercia.
Portanto, matar algum por imprudncia, negligncia ou impercia concretiza o tipo penal incriminador do
homicdio culposo.
a) Imprudncia
b) Negligncia
117
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ex. deixar criana de tenra idade no interior de um veculo, que, algum tempo
depois, morre asfixiada.
c) Impercia
Ex: Engenheiro que constri um prdio cujo material de baixa qualidade, vindo
este a desabar e a provocar a morte dos moradores.
Somente ao autor do homicdio culposo pode-se aplicar a clemncia, desde que ele
tenha sofrido com o crime praticado uma consequncia to sria e grave que a sano penal se torne
desnecessria.
Ex. o pai que provoca a morte do prprio filho, num acidente fruto de sua
imprudncia, j teve punio mais do que severa. A dor por ele experimentada mais forte do que qualquer
pena que se lhe pudesse aplicar. Por isso, surge a hiptese do perdo. O crime existiu, mas a punibilidade
afastada.
Para que haja o delito de participao em suicdio necessrio que a vtima tenha
capacidade de resistncia. TRATANDO-SE DE ALIENADO MENTAL E CRIANA, A AUSNCIA DE VONTADE
VLIDA FAZ COM QUE O DELITO SEJA DE HOMICDIO.
118
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ex: o caso, por exemplo, de o sujeito induzir a vtima a suicidar-se para ficar com
a herana.
b) Se a vtima menor
Em segundo lugar, a pena agravada quando a vtima menor. Qual a idade para
efeito da qualificadora?
119
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Por fim, de ressaltar que o suicida com RESISTNCIA NULA, pelos abalos ou
situaes supramencionadas, incluindo-se a idade inferior a 14 anos, vtima de HOMICDIO, e no de
induzimento, instigao ou auxlio a suicdio.
I) CONCEITO
AO NO PARTO
DURANTE LOGO
E INFANTICDIO
APS
ANTES
INICIADO/
NO
ABORTO
INICIADO
120
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Admite-se a forma omissiva, visto que a me tem o dever legal de proteo, cuidado
e vigilncia em relao ao filho.
Ex: Me, sob influncia do estado puerperal, percebe que o filho est morrendo
sufocado com o leite materno e nada faz para impedir o resultado morte. Incide, no caso, o disposto no artigo
13, 2, do CP.
a) Sujeito ativo
121
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
O tipo penal exige qualidade especial do sujeito ativo. Entretanto, isso no impede
que terceiro responda por infanticdio diante do concurso de agentes.
b) Sujeito passivo
Trata-se de crime material. Diante disso, admite-se a tentativa, desde que a morte
no ocorra por circunstncias alheias vontade da autora.
Ex: a genitora, ao tentar sufocar a criana com um travesseiro, tem a sua conduta
impedida por terceiros.
04) ABORTO
Em tese, a gestante e o terceiro deveriam responder pelo delito do art. 124. Contudo,
o CP prev uma modalidade especial de crime para aquele que provoca o aborto com o consentimento da
gestante (art. 126).
a) DISSENTIMENTO PRESUMIDO
b) DISSENTIMENTO REAL
Para que se caracterize a figura do aborto consentido (art. 126), necessrio que o
consentimento da gestante seja vlido, isto , que ela tenha capacidade para consentir. Ausente essa
capacidade, o delito poder ser outro (art. 125).
123
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
124
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
b) PERIGO DE VIDA
Portanto, o tipo s admite o preterdolo, uma vez que, se houver dolo quanto ao
perigo de vida, o agente responder por tentativa de homicdio.
No se exige que seja uma debilidade perptua, bastando que tenha longa durao.
Ex. perda de um dos dedos (membro); perder a viso num dos olhos (sentido);
perda de um dos rins debilidade permanente e no perda de funo, pois se trata de rgo duplo.
d) ACELERAO DE PARTO:
Se, em virtude da leso corporal praticada contra a me, a criana nascer morta,
ter havido leso corporal gravssima (art. 129, 2, V).
b) ENFERMIDADE INCURVEL
125
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
d) DEFORMIDADE PERMANENTE
e) ABORTO:
Nesta hiptese, o agente, ao lesionar a vtima, no quer nem mesmo assume o risco
do advento do resultado agravador aborto.
O evento morte no deve ser querido nem eventualmente, ou seja, no deve ser
compreendido pelo dolo do agente, seno ser de homicdio.
126
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
A lei exige expressamente que o fato atribudo seja definido como crime. O fato
criminoso deve ser determinado, ou seja, um caso concreto, no sendo necessrio, contudo, descrev-lo de
forma pormenorizada, detalhada, como, por exemplo, apontar dia, hora, local.
J a calnia escrita admite a tentativa. Ex. o sujeito remete uma carta caluniosa e
ela se extravia. O crime no atinge a consumao, por intermdio do conhecimento do destinatrio, por
circunstncias alheias vontade do sujeito.
Dizer que uma pessoa caloteira configura uma injria, ao passo que espalhar o
fato de que ela no pagou aos credores A, B e C, quando as dvidas X, Y e Z venceram configura a
difamao.
127
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Trata-se de crime formal. O crime se consuma quando o sujeito passivo toma cincia
da imputao ofensiva, independentemente de o ofendido sentir-se ou no atingido em sua honra subjetiva,
sendo suficiente, to-s, que o ato seja revestido de idoneidade ofensiva.
A injria, quando cometida por escrito, admite a tentativa; quando por meio verbal,
no.
QUESTO 4 XX EXAME
Joana trabalha em uma padaria na cidade de Curitiba. Em um domingo pela manh, Patrcia, freguesa da
padaria, acreditando no estar sendo bem atendida por Joana, aps com ela discutir, a chama de macaca
em razo da cor de sua pele. Inconformados com o ocorrido, outros fregueses acionam policiais que efetuam
a priso em flagrante de Patrcia por crime de racismo (Lei n 7.716/89 Lei do Preconceito Racial), apesar
de Joana dizer que no quer ia que fosse tomada qualquer providncia em desfavor da pessoa detida. A
autoridade policial lavra o flagrante respectivo, independente da vontade da ofendida, asseverando que os
crimes da Lei n 7.716/89 so de ao penal pblica incondicionada. O Ministrio Pblico opina pela liberdade
de Patrcia porque ainda existiam diligncias a serem cumpridas em sede policial. Patrcia, sete meses aps o
ocorrido, procura seu advogado para obter esclarecimentos, informando que a vtima foi ouvida em sede
policial e confirmou o ocorrido, bem como o desinteresse em ver a autora dos fatos responsabilizada
criminalmente. Na condio de advogado de Patrcia, esclarea:
A) Agiu corretamente a autoridade policial ao indiciar Patrcia pela prtica do crime de racismo? Justifique.
(Valor: 0,65)
B) Existe algum argumento defensivo para garantir, de imediato, o arquivamento do inqurito policial?
Justifique. (Valor: 0,60)
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citao do dispositivo legal no confere
pontuao.
128
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
a) IMUNIDADE JUDICIRIA
Exige-se que haja uma relao processual instaurada, pois esse o significado da
expresso irrogada em juzo, alm do que o autor da ofensa precisa situar-se em local prprio para o debate
processual.
Esta causa de excluso diz respeito liberdade de expresso nos campos literrio,
artstico e cientfico, permitindo que haja crtica acerca de livros, obras de arte ou produes cientficas de
toda ordem, ainda que sejam pareceres ou conceitos negativos.
c) IMUNIDADE FUNCIONAL
a) Regra
b) Excees
b.1) Resultando na vtima leso fsica (injria real com leso corporal), apura-se o crime mediante ao penal
pblica incondicionada. No entanto, com o advento da Lei 9.099/95, alguns autores entendem que se trata de
ao penal pblica condicionada a representao, j que a prevista para os crimes de leso corporal leve.
b.2) Ser penal pblica condicionada representao no caso de o delito ser cometido contra funcionrio
pblico, no exerccio das funes (art. 141, II) e condicionada requisio do Ministro da Justia no caso do
n I do art. 141 (contra o Presidente da Repblica ou Chefe de Governo Estrangeiro).
129
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
IMPUTAR
FALSAMENTE
CALNIA
Art. 138 CP
FATO
CRIME
DIFAMAR
FATO
DIFAMAO
Art. 139 CP
OFENSIVO REPUTAO
EXCEO VERDADE
MORAIS
DIGNIDADE
INTELECTUAIS
DECORO E FSICOS
INJRIA
Art. 140 CP
EXPRESSO NEGATIVA
Em uma discusso de futebol, Rubens e Enrico, em comunho de aes e desgnios, chamaram Eduardo de
ladro e estelionatrio, razo pela qual Eduardo formulou uma queixa-crime em face de ambos. No curso
da ao penal, porm, Rubens procurou Eduardo para pedir desculpas pelos seus atos, razo pela qual
Eduardo expressamente concedeu perdo do ofendido em seu favor, sendo esse prontamente aceito e,
consequentemente, extinta a punibilidade de Rubens. Eduardo, contudo, se recusou a conceder o perdo para
Enrico, pois disse que no era a primeira vez que o querelado tinha esse tipo de atitude.
Considerando apenas as informaes narradas, responda aos itens a seguir.
A) Qual o crime praticado, em tese, por Rubens e Enrico? (Valor: 0,60)
B) Que argumento poder ser formulado pelo advogado de Enrico para evitar sua punio? (Valor: 0,65)
130
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) CONCEITO
CONSUMAO
INVERSO DA POSSE
131
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
132
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
* abuso de confiana
* Mediante fraude
o ardil, artifcio, meio enganoso empregado pelo agente para diminuir, iludir a
vigilncia da vtima e realizar a subtrao. So exemplos de fraude: agente que se disfara de empregado de
empresa telefnica e logra entrar em residncia alheia para furtar, ou agente que, a pretexto de realizar
compras em uma loja, distrai a vendedora, de modo a lograr apoderar-se dos objetos.
* Mediante escalada
Escalada, que em direito penal tem sentido prprio, a penetrao no local do furto
por meio anormal, artificial ou imprprio, que demanda esforo incomum. Escalada no implica,
necessariamente, subida, pois tanto escalada galgar alturas quanto saltar fossos, rampas ou mesmo
subterrneos, desde que o faa para vencer obstculos.
* Mediante destreza
133
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Chave falsa qualquer instrumento de que se sirva o agente para abrir fechaduras,
tendo ou no formato de chave.
134
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
135
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Violncia
Grave ameaa
I) AO NUCLEAR
b) Grave ameaa
Ameaa grave (violncia moral) aquela capaz de atemorizar a vtima, viciando sua
vontade e impossibilitando sua capacidade de resistncia. A grave ameaa objetiva criar na vtima o fundado
receio de iminente e grave mal, fsico ou moral, tanto a si quanto as pessoas que lhes so caras. irrelevante
a justia ou injustia do mal ameaado, na medida em que, utilizada para a prtica de crime, torna-se
antijurdica.
136
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
AGRESSO
DEPOIS
SUBTRAO
IMPRPRIO
a) Roubo prprio
b) Roubo imprprio
137
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
A arma de brinquedo no serve para majorar a pena, uma vez que no causa
vtima maior potencialidade lesiva. Pode, no entanto, gerar grave ameaa e, justamente por isso, servir para
configurar o tipo penal do roubo, na figura simples.
Pode haver concurso material entre roubo majorado e quadrilha armada, pois os
bens jurdicos so diversos. Enquanto o tipo penal de roubo protege o patrimnio, o tipo da quadrilha ou
bando guarnece a paz pblica.
A pena agravada se a vtima, regra geral por dever de ofcio (caixeiro viajante,
empresa de segurana especialmente contratada para o transporte de valores), realiza servio de transporte
de valores (dinheiro, joia, etc).
uma das hipteses de delito qualificado pelo resultado, que se configura pela
presena de dolo na conduta antecedente (roubo) e dolo ou culpa na conduta subsequente (leses corporais
graves).
O roubo qualificado pelas leses corporais de natureza grave no se inclui no rol dos
crimes hediondos, ao contrrio do crime de latrocnio.
139
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Ruth voltava para sua casa falando ao celular, na cidade de Santos, quando foi abordada por Antnio, que
afirmou: Isso um assalto! Passa o celular ou ver as consequncias!. Diante da grave ameaa, Ruth
entregou o telefone e o agente fugiu em sua motocicleta em direo cidade de Mogi das Cruzes, consumando
o crime. Nervosa, Ruth narrou o ocorrido para o genro Thiago, que saiu em seu carro, junto com um policial
militar, procura de Antnio. Com base na placa da motocicleta anotada por Ruth, Thiago localizou Antnio,
j em Mogi das Cruzes, ainda na posse do celular da vtima e tambm com uma faca em sua cintura, tendo o
policial efetuado a priso em flagrante. Em razo dos fatos, Antnio foi denunciado pela prtica do crime
previsto no Art. 157, 2, inciso I, do Cdigo Penal, perante uma Vara Criminal da comarca de Mogi das
Cruzes, ficando os familiares do ru preocupados, porque todos da regio sabem que o magistrado, em
atuao naquela Vara, extremamente severo. A defesa foi intimada a apresentar resposta acusao.
Considerando que o flagrante foi regular e que os fatos so verdadeiros, responda, na qualidade de
advogado(a) de Antnio, aos itens a seguir.
A) Que medida processual poderia ser adotada para evitar o julgamento perante a Vara Criminal de Mogi das
Cruzes? Justifique. (Valor: 0,65)
B) No mrito, caso Antnio confesse os fatos durante a instruo, qual argumento de direito material poderia
ser formulado para garantir uma punio mais branda do que a pleiteada na denncia? Justifique. (Valor:
0,60)
140
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
A) AO NUCLEAR
B) CONSUMAO E TENTATIVA
142
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
O fato definido como sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem como condio ou preo de resgate.
crime hediondo.
II) CONSUMAO
143
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
A regra, repetindo, que, nesses crimes, o resultado agravador seja sempre produto
de culpa. Contudo, na hiptese em apreo, a extrema gravidade das sanes cominadas uniu o entendimento
doutrinrio que passou a admitir a possibilidade, indistintamente, de o resultado agravador poder decorrer
tanto de culpa quanto de dolo, direto ou eventual.
b) se resulta morte
A Lei 8.072/90, que instituiu os crimes hediondos, houve por bem criar, no Brasil, a
delao premiada, que significa a possibilidade de se reduzir a pena do criminoso que entregar o(s)
comparsa(s) a qualquer autoridade capaz de levar o caso soluo almejada, causando a liberao da vtima
(delegado, juiz, promotor, entre outros).
144
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
CONSUMAO SE
CRIME PERMANENTE
PROLONGA NO TEMPO
INDEPENDE DA
CRIME FORMAL OBTENO DA
VANTAGEM
ART. 159, 1:
SEQUESTRO POR
MAIS DE 24 HORAS
ART. 159, 1:
EXTORSO MEDIANTE SEQUESTRO DE
SEQUESTRO MENOR DE 18 OU
MAIOR DE 60 ANOS
ART. 159, 1:
SEQUESTRO
FORMAS
PRATICADO POR
QUALIFICADAS
BANDO OU
QUADRILHA
ART. 159, 2: SE
RESULTA LESO
CORPORAL GRAVE
ART. 159, 3: SE
RESULTA MORTE
ART. 159, 4:
HIPTESE DE
DELAO
REDUO DE PENA
PREMIADA
DE UM A DOIS
TEROS.
145
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) AO NUCLEAR
Destruir quer dizer arruinar, extinguir ou eliminar. Inutilizar significa tornar intil ou
imprestvel alguma coisa aos fins para os quais se destina. Deteriorar a conduta de quem estraga ou
corrompe alguma coisa parcialmente.
II) COM EMPREGO DE SUBSTNCIA INFLAMVEL OU EXPLOSIVA, SE O FATO NO CONSTITUI CRIME MAIS
GRAVE
De acordo com o art. 167, a ao penal privada cabvel no crime de dano simples
(caput) e qualificado (somente na hiptese do inciso IV do pargrafo nico).
146
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Deteriorar
DANO
Destruir FINALIDADE ECONMICA
Danificar
EXCEO: AO
PENAL PBLICA
INCONDICIONADA
ART. 163, P..,
INCISOS I, II, III
Joo e Maria iniciaram uma paquera no Bar X na noite de 17 de janeiro de 2011. No dia 19 de janeiro do
corrente ano, o casal teve uma sria discusso, e Maria, nitidamente enciumada, investiu contra o carro de
Joo, que j no se encontrava em bom estado de conservao, com trs exerccios de IPVA inadimplentes,
a saber: 2008, 2009 e 2010. Alm disso, Maria proferiu diversos insultos contra Joo no dia de sua festa de
formatura, perante seu amigo Paulo, afirmando ser ele covarde, corno e frouxo. A requerimento de Joo,
os fatos foram registrados perante a Delegacia Policial, onde a testemunha foi ouvida. Joo comparece ao seu
escritrio e contrata seus servios profissionais, a fim de serem tomadas as medidas legais cabveis. Voc,
como profissional diligente, aps verificar no ter passado o prazo decadencial, interpe Queixa-Crime ao juzo
competente no dia 18/7/11.
O magistrado ao qual foi distribuda a pea processual profere deciso rejeitando-a, afirmando tratar-se de
clara decadncia, confundindo-se com relao contagem do prazo legal. A deciso foi publicada dia 25 de
julho de 2011.
Com base somente nas informaes acima, responda:
a) Qual o recurso cabvel contra essa deciso? (0,30)
b) Qual o prazo para a interposio do recurso? (0,30)
c) A quem deve ser endereado o recurso? (0,30)
d) Qual a tese defendida? (0,35)
147
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
O ncleo do tipo o verbo apropriar-se, que significa fazer sua a coisa alheia.
Tendo o sujeito a posse ou a deteno do objeto material, em dado momento faz mudar o ttulo da posse ou
da deteno, comportando-se como se dono fosse.
a) EM DEPSITO NECESSRIO;
148
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
POSSE DO
OBJETO
DESVIGIADA
APROPRIAO
INDBITA
POSSE
APROPRIAR-SE
DE OBJETO INICIALMENTE
LCITA
DETENO
149
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) AO NUCLEAR
150
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
C) Consumao
Se, por outro lado, o agente arrepender-se somente aps a consumao do crime,
ou seja, aps a recusa do pagamento pelo banco sacado, incidir a Smula 554 do STF: O pagamento de
cheque emitido sem proviso de fundos, aps o recebimento da denncia, no obsta ao prosseguimento da
ao penal.
ESTELIONATO OBTER
Art. 171, CP
VANTAGEM INDEVIDA
PREJUZO VTIMA
INDUZIR
FRAUDE ERRO
MANTER
151
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Vara Criminal da comarca. Tal magistrado, aps o recebimento da inicial acusatria, ordenou a citao da r,
bem como a intimao para apresentar resposta acusao.
Nesse sentido, atento(a) apenas s informaes contidas no enunciado, responda de maneira fundamentada,
e levando em conta o entendimento dos Tribunais Superiores, o que pode ser arguido em favor de Carolina.
(Valor: 1,25)
I) CONCEITO
Nos termos do artigo 180, caput, do CP, a receptao o fato de adquirir, receber,
transportar, conduzir ou ocultar, em proveito prprio ou alheio coisa que sabe ser produto de crime, ou influir
para que terceiro, de boa f, a adquira, receba ou oculte.
receber, ocultar etc, em proveito prprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime (art. 180, caput, 1
parte).
caput, 2 parte. Constitui o fato de o sujeito influir para que terceiro, de boa f, adquira, receba ou oculte
coisa produto de crime.
A receptao culposa constitui o fato de o sujeito adquirir ou receber coisa que, por
sua natureza ou pela desproporo entre o valor e o preo, ou pela condio de quem a oferece, deve
presumir-se obtida por meio criminoso (art. 180, 3).
Forma culposa - 3: O cdigo refere coisa que, pela sua natureza, deve presumir-
se obtida por meio criminoso. A expresso deve presumir-se indicativo de culpa na modalidade
imprudncia.
153
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
154
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I- do cnjuge, na constncia da
sociedade conjugal
ABSOLUTAS (ART. 181 CP)
Causas de ISENO de penas II- de ascendente ou
descendente, seja o parentesco
legtimo ou ilegtimo, seja civil
ou natural.
IMUNIDADES
ESCUSAS ABSOLUTRIAS
I- do cnjuge desquitado ou
judicialmente separado;
I- se o crime de roubo ou de
extorso, ou, em geral, quando
haja emprego de grave ameaa
ou violncia pessoa;
155
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
QUESTO 2 - 2010/03
Caio, residente no municpio de So Paulo, convidado por seu pai, morador da cidade de Belo Horizonte,
para visit-lo. Ao dirigir-se at Minas Gerais em seu carro, Caio d carona a Maria, jovem belssima que
conhecera na estrada e que, ao saber do destino de Caio, o convence a subtrair pertences da casa do genitor
do rapaz, chegando a sugerir que ele aguardasse o repouso noturno de seu pai para efetuar a subtrao. Ao
chegar ao local, Caio janta com o pai e o espera adormecer, quando ento subtrai da residncia uma televiso
de plasma, um aparelho de som e dois mil reais. Aps encontrar-se com Maria no veculo, ambos se evadem
do local e so presos quando chegavam ao municpio de So Paulo.
Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados
e a fundamentao legal pertinente ao caso.
a) Caio pode ser punido pela conduta praticada e provada? (Valor: 0,4)
b) Maria pode ser punida pela referida conduta? (Valor: 0,4)
c) Em caso de oferecimento de denncia, qual ser o juzo competente para processamento da ao penal?
(Valor: 0,2)
156
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Com a lei nova, outra inovao substancial diz respeito ao sujeito passivo.
Anteriormente reforma, o sujeito passivo do crime de estupro era apenas a mulher. Atualmente, o estupro
poder ter como sujeito passivo homens ou mulheres, quando constrangidos prtica de atos libidinosos de
qualquer natureza.
Atinente ao sujeito ativo, por sua vez, pode ser homem ou mulher,
indistintamente.
MESMO
CONTEXTO CRIME NICO
CONJUNO FTICO
CARNAL/
OUTRO ATO
LIBIDINOSO CONTEXTOS
CRIME
FTICOS
CONTINUADO
DISTINTOS
Quanto s leses graves (ou gravssimas), devem ocorrer da conduta. Com isso,
deixou claro o legislador que tais resultados devem decorrer da conduta, portanto da violncia ou grave
ameaa empregadas contra a vtima.
O pargrafo 2 do artigo 213, por sua vez, prev o resultado qualificador morte,
tambm decorrente da conduta. Neste particular, houve reduo da pena mxima, que anteriormente era de
25 anos, passando para 20 anos de recluso.
SE RESULTA LESO
CORPORAL GRAVE
OU GRAVSSIMA
(ART. 213, 1)
SE A VTIMA
FORMAS MENOR DE 18 OU PRETERDOLOSOS
QUALIFICADAS MAIOR DE 14 ANOS
(ART. 213, 1)
SE RESULTA MORTE
(ART. 213, 2)
158
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) SUJEITOS DO CRIME
A vtima, por sua vez, s pode ser pessoa com menos de 14 anos (caput) ou
portadora de enfermidade ou deficincia mental ou incapaz de discernimento para a prtica do ato, ou que,
por qualquer outra causa, sem condies de oferecer resistncia ( 1).
O crime punido a ttulo de dolo, devendo o agente ter cincia de que age em face
de pessoa vulnervel.
159
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
VTIMA MENOR DE 14
ANOS
VTIMA COM
CONJUNO CARNAL ENFERMIDADE OU
DEFICINCIA MENTAL OU
/ OUTRO ATO INCAPAZ DE
LIBIDINOSO DISCERNIMENTO PARA A
PRTICA DO ATO
VTIMA NO TEM
CONDIES DE OFERECER
ESTUPRO DE RESISTNCIA
VULNERVEL
SE RESULTA LESO
CORPORAL DE NATUREZA
GRAVE OU GRAVSSIMA
(ART. 217-A, 3)
FORMAS
QUALIFICADAS
160
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Primeira delas foi a eliminao da ao penal privada em delitos dessa natureza, que
antes era a regra.
Veja-se que o estupro com resultado leses graves (gravssimas) ou morte passou
a ser delito de ao penal pblica condicionada representao. Ora, total impropriedade cometeu o
legislador. Imagine-se aludido delito com resultado morte da vtima.
AO PENAL
REGRA
EXCEO
(ART. 225, CAPUT,
(ART. 225, P.., CP)
CP)
AO PENAL
AO PENAL
PBLICA
PBLICA
CONDICIONADA
INCONDICIONADA
REPRESENTAO
161
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) CONCEITO
A) PECULATO-APROPRIAO:
B) PECULATO-DESVIO:
O agente tem a posse da coisa e lhe d destinao diversa da exigida por lei, agindo
em proveito prprio ou de terceiro.
162
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Estamos agora diante de um crime de furto, s que praticado por funcionrio pblico,
o qual se vale dessa qualidade para comet-lo. Aqui o agente no tem a posse ou deteno do bem como no
peculato-apropriao ou desvio, mas se vale da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionrio
pblico para realizar a subtrao.
PECULATO
APROPRIAO
POSSE
LEGTIMA
DESVIO
SUBTRAO/FURTO
Art. 312, 2 NO TEM
POSSE
163
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
O funcionrio para ser punido insere-se na figura do garante, prevista no art. 13,
2. Assim, tem ele o dever de agir, impedindo o resultado de ao delituosa de outrem. No o fazendo,
responde por peculato culposo.
A reparao do dano, para dar causa extino da punibilidade, deve ser anterior
ao trnsito em julgado da sentena criminal.
Extino
CABE REPARAO DANO
IMPRUDNCIA
DEPOIS SENTENA
IRRECORRVEL
IMPERCIA REDUO
pena metade
164
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) AO NUCLEAR
Ex. carcereiro que exige dinheiro dos presos sob sua custdia. Na hiptese, o
simples fato de os presos encontrarem-se sob a guarda daquele gera neles o temor de eventuais represlias.
Contudo, no pratica esse delito, mas o de extorso ou roubo, por exemplo, o policial
militar que exige vantagem indevida da vtima utilizando-se de violncia, ou ameaando-a gravemente de
sequestrar seu filho.
CONCUSSO EXIGIR
Art. 316, CP
VANTAGEM INDEVIDA
MEDO REPRESLIA
CRIME VTIMA CEDENDO
FORMAL
165
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) MODALIDADES
* EXIGNCIA INDEVIDA:
A) EXIGNCIA INDEVIDA: Aqui o delito se consuma no momento em que feita a exigncia do tributo ou
contribuio social.
A tentativa possvel.
166
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) AO NUCLEAR
a) SOLICITAR: pedir, manifestar que deseja algo. No h o emprego de qualquer ameaa explcita ou
implcita. O funcionrio solicita vantagem, e a vtima cede por deliberada vontade.
b) RECEBER: aceitar, entrar na posse. Significa obter, direta ou indiretamente, para si ou para outrem,
vantagem indevida.
c) ACEITAR A PROMESSA DE RECEB-LA: Nessa modalidade tpica basta que o funcionrio concorde com
o recebimento da vantagem. No h o efetivo recebimento dela. Deve haver necessariamente uma proposta
formulada por terceiros, qual adere o funcionrio, mediante a aceitao de receber a vantagem.
II) CLASSIFICAO
167
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
Trata-se de crime prprio . Portanto, o delito s pode ser cometido por funcionrio
pblico em razo da funo (ainda que esteja fora dela ou antes de assumi-la)
CORRUPO SOLICITAR
PASSIVA
Art. 317, CP
RECEBER
CRIME
FORMAL
ACEITAR PROMESSA
168
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
A) RETARDAR: atrasar, adiar, protelar, procrastinar, no praticar o ato de ofcio dentro do prazo
estabelecido (crime omissivo).
Ex. atendente de cartrio judicial que, devendo expedir alvar de soltura, por no
simpatizar com o advogado, deixa de faz-lo com a brevidade que a medida exige.
B) DEIXAR DE PRATICAR: trata-se de mais uma modalidade omissiva do crime em estudo. Aqui, no
entanto, ao contrrio da conduta precedente, h o nimo definitivo de no praticar o ato de ofcio.
C) PRATICAR (contra disposio expressa de lei): cuida-se aqui de conduta comissiva, em que o agente
efetivamente executa o ato, s que de forma contrria lei.
A) se o ato praticado, retardado ou omitido tiver sido objeto de acordo anterior entre
o funcionrio e o particular, visando aquele indevida vantagem, o crime passar a ser outro: corrupo passiva;
* sentimento pessoal:
PREVARICAO RETARDAR
Art. 319, CP
DEIXAR DE PRATICAR
CRIME
FORMAL
PRATICAR
169
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) AO NUCLEAR
OFERECER vantagem indevida, ou seja, propor ou apresentar para que seja aceita;
Trata-se de crime formal, uma vez que a consumao se d com a simples oferta
ou promessa de vantagem indevida por parte do agente ao funcionrio pblico, isto , independentemente de
ele aceit-la ou recus-la. Tambm no necessrio que o funcionrio pratique, retarde ou omita o ato de
ofcio de sua competncia.
A tentativa possvel.
CORRUPO OFERECER
ATIVA
Art. 333, CP
PROMETER
CRIME
FORMAL PRATICAR
170
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
171
DIREITO PENAL OAB
Prof. Nidal Ahmad 2 Fase
I) AO NUCLEAR
II) CONSUMAO
Trata-se de crime formal , ou seja, delito que no exige, para sua consumao,
172