DEDICACAO DELTA - PRE EDITAL - CE - Turma 2 - SEMANA 01 Ok

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SEMANA 01 - GRATUITA

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

SUMÁRIO
SUMÁRIO ........................................................................................................................................... 2
META 01 ............................................................................................................................................. 4
Direito penal: Noções iniciais e princípios .............................................................................................................. 4
QUESTÕES SOBRE O TEMA ........................................................................................................................................ 65

META 02 ........................................................................................................................................... 76
Direito Processual Penal: Princípios, Aplicação Da Lei Processual No Tempo, No Espaço e em
Relação Às Pessoas ........................................................................................................................................................ 76
QUESTÕES SOBRE O TEMA ..................................................................................................................................... 113

META 03 ......................................................................................................................................... 126


Direito Administrativo: Atos administrativos .................................................................................................... 126
QUESTÕES SOBRE O TEMA ..................................................................................................................................... 173

META 04 ......................................................................................................................................... 183


Direito Civil: Lei de introdução às normas do direito brasileiros (LINDB) e Das pessoas ................. 183
QUESTÕES SOBRE O TEMA ..................................................................................................................................... 214
Direito administrativo: Princípio da Administração Pública ......................................................................... 224
QUESTÕES SOBRE O TEMA ..................................................................................................................................... 235

META 05 ......................................................................................................................................... 248


Direito constitucional: Direitos e garantias fundamentais ........................................................................... 248
QUESTÕES SOBRE O TEMA ..................................................................................................................................... 280

META 06 - ASSERTIVAS CORRETAS ........................................................................................ 296


DIREITO PENAL – Teoria e Princípio ..................................................................................................................... 296
DIREITO PROCESSUAL PENAL - Princípios, aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em
relação às pessoas ...................................................................................................................................................... 302
DIREITO ADMINISTRATIVO: Atos Administrativos .......................................................................................... 309
DIREITO CIVIL: Lei de introdução às normas do direito brasileiros (LINDB) e Das pessoas ............. 314
DIREITO ADMINISTRATIVO - Princípios do direito administrativo ........................................................... 320
DIREITO CONSTITUCIONAL – Direitos e Garantias Fundamentais ............................................................ 326

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SEM. META DATA DIA TEMA DO DIA


1 02/03 SEG [Direito Penal] Noções Iniciais e Princípios
[Direito Processual Penal] Aplicação Da Lei Processual No Tempo, No
2 03/03 TER
Espaço e em Relação Às Pessoas
3 04/03 QUA [Direito Administrativo] Atos Administrativos
1 [Direito Civil] Lei de introdução às normas do direito brasileiros (LINDB)
4 05/03 QUI e Das pessoas
[Direito Administrativo] Princípios da Administração Pública
5 06/03 SEX [Direito Constitucional] Direitos e garantias fundamentais
[Assertivas Corretas]
6 07,08/03 SÁB/DOM

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Vamos Juntos!

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META 01
Direito penal: Noções iniciais e princípios

1. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, OBJETO, FUNÇÕES E DIVISÕES


DO DIREITO PENAL:

A) CONCEITO:

Conjunto de normas que objetiva definir os crimes, proibindo ou impondo condutas, sob
a ameaça de imposição de pena ou medida de segurança, e também a criar normas de
aplicação geral.

Segundo Cleber Masson (2017, p. 3) é “o conjunto de princípios e regras destinados a


combater o crime e a contravenção penal, mediante a imposição de sanção penal”.

Importa salientar que “sanção penal” é gênero, do qual são espécies as penas e as medidas
de segurança.

#CAIEMPROVA: Diz-se que a pena é a 1ª via do direito penal, a medida de segurança é


a 2ª e a reparação do dano é a 3ª.

É um ramo do Direito Público, vez que suas normas são indisponíveis, impostas e
dirigidas a todas as pessoas.

Além disso, o Estado é o titular do direito de punir e por isso sempre figura como sujeito

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passivo das infrações penais, ainda que de forma mediata.

Ainda sobre o conceito de direito penal:

 Aspecto Formal: O direito penal é um conjunto de normas que qualifica certos


comportamentos humanos como infrações penais, define os seus agentes e fixa
as sanções as lhe serem aplicadas.

 Aspecto Material: O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados


altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos
indispensáveis à própria conservação e progresso da sociedade.

 Aspecto Sociológico: O direito penal é mais um instrumento do controle social


de comportamentos desviados, visando a assegurar a necessária disciplina
social.

B) CARACTERÍSTICAS:

De acordo com Cleber Masson (2017, p. 5), o Direito Penal é uma ciência cultural,
normativa, valorativa, finalista, de natureza predominantemente sancionatória, e
fragmentária.

I – Ciência: Suas regras estão contidas em normas e princípios, que por sua vez, formam
a dogmática jurídico-penal.

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II – Cultural: o Direito Penal é uma ciência do “dever ser”, ao contrário das ciências
naturais, que cultuam o “ser”;

III – Normativa: o objeto principal é o estudo da lei penal (Direito positivo);

IV – Valorativa: sua aplicação não está pautada em regras matemáticas de certo ou errado,
mas sim em uma escala de valores que são sopesados a partir de critérios e princípios
próprios do Direito Penal. Dessa forma, esse ramo do direito valoriza hierarquicamente
as suas normas;

V – Finalista: o objetivo do direito penal é a proteção de bens jurídicos fundamentais, o


que torna a sua missão prática, e não simplesmente teórica;

VI – Sancionatória: o Direito Penal é predominantemente sancionador porque não cria


bens jurídicos, mas acrescenta proteção penal aos bens jurídicos disciplinados por outros
ramos do Direito. No entanto, é possível que ele seja também constitutivo, quando
protege interesses não regulados por outras áreas do Direito, como o uso indevido de
drogas;

VII – Fragmentária: o Direito Penal não tutela todos os valores ou interesses, mas
somente os mais importantes para a manutenção e o desenvolvimento dos indivíduos e
da sociedade.

C) OBJETO DE PROTEÇÃO:

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Bens Jurídicos penais: “é a coisa, o valor, o atributo espiritual ou intelectual cujo


usufruto e gozo são reconhecidos como significativamente relevantes. Primeiro, para o
efetivo desenvolvimento pessoal de seu titular e, depois e em consequência, para todo o
corpo social, de que é exemplo o meio ambiente ecologicamente equilibrado” (PACELLI,
2017, p. 61). O legislador seleciona os bens jurídicos a serem defendidos pelo Direito
Penal. No entanto, NÃO se pode falar em discricionariedade ampla e irrestrita, pois os
bens jurídicos mais importantes são tratados na Constituição. Logo, a Constituição possui
a seguinte missão:

 Orienta o legislador, ao eleger valores considerados indispensáveis à manutenção


da sociedade;

 Impede que o legislador viole direitos fundamentais atribuídos a toda pessoa


humana (Visão Garantista Do Direito Penal).

D) FUNÇÕES DO DIREITO PENAL:

Aqui, é necessário lembrarmos do funcionalismo penal, que trará as duas correntes de


mais destaque acerca do tema (anote esses nomes na testa):

 Funcionalismo teleológico (moderado) – Claus Roxin (Predomina)

- Proteção dos bens jurídicos mais relevantes;

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- Se a proteção de determinado bem jurídico não é indispensável ao indivíduo e à


manutenção da sociedade, não deve incidir o direito penal, mas outros ramos do
direito;

- Para Roxin, o DP não veio para trazer valores éticos, morais;

- Ele entende que essa seria a função exclusiva;

- É chamado teleológico porque busca a finalidade do direito penal.

 Funcionalismo sistêmico (radical) – Günter Jakobs

- Assegurar a vigência do sistema, protegendo o império da norma.

- Ele discorda de Roxin por entender que, quando o indivíduo é punido pela
infração penal praticada, o bem jurídico já foi violado, ou seja, não está protegido,
não sendo esta, portanto, a função do direito penal. Sua função seria demonstrar
que a norma continua vigorando e deve ser obedecida.

- Assim, “o bem não deve ser representado como um objeto físico ou algo do
gênero, e sim, como norma, como expectativa garantida”. (Direito Penal e
Funcionalismo, 2005, p.33-34)

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- E ainda, entende ele que quem deliberada e reiteradamente viola a lei penal, de
forma grave e duradoura, deve ser tratado como “não-cidadão”, como inimigo
da sociedade, por não cumprir sua função no corpo social, não fazendo jus às
garantias previstas pela norma a qual tal sujeito infringe.

- Ao delinquente-cidadão, seria aplicado o direito penal do cidadão, ao passo que


ao delinquente inimigo, seria aplicado o Direito Penal do Inimigo (tópico
específico mais à frente)

#APROFUNDANDO: Vamos a uma tabelinha com mais características das duas


vertentes do funcionalismo para fixarmos as diferenças?

FUNCIONALISMO PENAL

 Finalidade do Direito Penal: proteção


FUNCIONALISMO
de bens jurídicos indispensáveis. Não
TELEOLÓGICO
veio para trazer valores éticos, morais.
(Características:
 Moderado: o direito penal tem limites
Moderado, dualista,
impostos pelo próprio direito penal e
de política criminal ou
demais ramos do direito.
racional teleológico)
 Dualista: convive em harmonia com os
ROXIN
demais ramos do Direito. Reconhece o
sistema jurídico em geral.

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 De política criminal: aplica a lei de


acordo com os anseios da sociedade. Se
adapta à sociedade em que ele se insere.
 Racional teleológico: movido pela razão
e em busca de sua finalidade.

 Finalidade do Direito Penal: é a


proteção das normas penais, assegurar o
império da norma. É punir. Aplicar a lei.
FUNCIONALISMO
 A sociedade que deve se ajustar ao Direito
SISTÊMICO
Penal.
(Características:
 Para ele, o Direito Penal é:
Radical, monista e
- Radical: só reconhece os limites
sistêmico)
impostos por ele mesmo;
JAKOBS
- Monista: é um sistema próprio de regras
Direito Penal do
e de valores que independe dos demais.
Inimigo
- Sistêmico: é autônomo (independe dos
demais ramos), autorreferente (todas as
referências e conceitos que precisa busca
do próprio direito penal) e se autoproduz.

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 Quem viola reiterada e deliberadamente a


norma = não-cidadão / inimigo = não
tem direitos.

Outras funções do Direito Penal (Masson):

 Instrumento de controle social ou de preservação da paz pública. Papel intimidador;

 Garantia dos cidadãos contra o arbítrio estatal, vez que só podem ser punidos por
atos previstos como infração penal e por pena também determinada em lei;

- Para Franz Von Liszt “o Código Penal é a Magna Carta do delinquente”;

 Função criadora ou modificadora de costumes. Disseminação ético-social de


valores. Efeito “moralizador”. Visa garantir o mínimo ético que deve existir em
toda coletividade;

- É uma função educativa, que visa estimular os cidadãos a se conscientizarem e


protegerem bens que ainda não foram tidos pela sociedade como fundamentais (ex:
crimes contra o meio ambiente).

- Esta função é bastante discutida, pelo fato de a doutrina divergir se o estado


deveria ou não se utilizar do direito penal como meio de educação. Há quem
entenda que tal objetivo deve ser alcançado pela interação social e não por coação.

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 Simbólica – não produz efeitos externos, mas somente na mente dos cidadãos e
governantes, sendo uma função inerente a todas as leis, não apenas ao Direito
Penal;

- Enquanto os governados pensam que a contenção da criminalidade e as medidas


necessárias para tanto estão sob o controle das autoridades, os governantes ficam
com a sensação de terem feito algo e adiam a efetiva resolução do problema,
retirando, ao longo do tempo, a credibilidade do direito penal.

- Geralmente é manifestada pelo “direito penal do terror”, que se apresenta de


duas formas:

* Inflação legislativa (direito penal de emergência) – em que são criados


tipos penais desnecessários para dar resposta a qualquer tipo de problema;

* Hipertrofia do Direito Penal – aumentando desproporcional e


injustificadamente as penas em casos pontuais, como se isso, por si só, fosse
impedir a prática do crime.

 Motivadora de comportamento conforme a norma – a ameaça de imposição de


sanções motiva os indivíduos a se comportarem de acordo com a lei, para que não
sofram suas penalidades;

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 Redução da violência estatal – pois, embora legítima e necessária, a pena não deixa
de ser uma agressão ao indivíduo, devendo, portanto, restringir-se aos casos
necessários e legais.

 Promocional de transformação social – auxiliando em mudanças que garantirão a


evolução da comunidade.

E) DIVISÕES DO DIREITO PENAL:

I – Direito Penal Fundamental (Primário): é o conjunto de normas e princípios do


Direito Penal aplicáveis genericamente, inclusive às leis penais especiais. É composto pelas
normas da Parte Geral do Código Penal e, excepcionalmente, algumas normas de
amplo conteúdo previstas na Parte Especial, como os conceitos de domicílio (art. 150,
§§4º e 5º) e funcionário público (art. 327);

II – Direito Penal Complementar (Secundário): corresponde à legislação penal


extravagante.

III – Direito Penal Comum: é o conjunto de normas penais aplicável indistintamente a


todas as pessoas, como o Código Penal;

IV – Direito Penal Especial: é o conjunto de normas penais aplicável apenas a pessoas


determinadas que preencham certas condições legais. São exemplos o Código Penal Militar
e o Decreto-lei nº 201/1967 (crimes de responsabilidade dos prefeitos);

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V – Direito Penal Geral: é o conjunto de normas penais aplicáveis em todo o território


nacional. Essas normas são produzidas privativamente pela União (art. 22, I, da CF);

VI – Direito Penal Local: é o conjunto de normas penais aplicáveis somente a


determinada parte do território nacional. A existência dessas normas somente é possível
se houver autorização da União por lei complementar para que os Estados legislem sobre questões
específicas de Direito Penal (art. 22, parágrafo único, da CF);

VII – Direito Penal Objetivo: é o conjunto de leis penais em vigor;

VIII – Direito Penal Subjetivo: é o direito de punir (ius puniendi), que pertence
exclusivamente ao Estado e nasce quando uma lei penal é violada;

IX – Direito Penal Substantivo: é o direito penal material, propriamente dito. É o que


consta no Código Penal.

X – Direito Penal Adjetivo: também chamado de “formal” (grave as nomenclaturas), é


o direito processual penal.

#SELIGA: Direito Penal de Intervenção

Abordado por Hassemer. Segundo ele, o direito penal deve se preocupar apenas com os
bens jurídicos individuais, tais como a vida, patrimônio, propriedade, etc., bem como de
infrações penais que causem perigo concreto.

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Por outro lado, se o intuito da previsão da infração é proteger apenas bem jurídico difuso,
coletivo ou de natureza abstrata, não deveria ser considerada uma infração penal. Deveria
ser regulada por um sistema jurídico diverso, com sanções mais brandas que as do direito
penal, sem risco de privação da liberdade do infrator, mas aplicadas também por uma
autoridade judiciária, de forma mais célere e ampla, podendo ser até mais efetiva, para não
tornar o direito penal inócuo e simbólico. Exemplo no BR: Lei 8429/92.

Este seria o direito de intervenção.

O direito de intervenção estaria acima do direito administrativo, mas abaixo do direito


penal.

Para o autor, de um lado, o Direito Penal, dada sua gravidade, não pode ser utilizado para
a tutela de bens jurídicos difusos, coletivos, transindividuais etc. Lado outro, sabe-se que
as autoridades administrativas não possuem a independência necessária para a aplicação
das penalidades. Por isso, propõe o Direito de Intervenção.

Há críticas acerca de tal posicionamento na doutrina, pela dúvida de como seria a


legitimidade e como atuaria o direito de intervenção, bem como se tais sanções seriam
suficientes para tutelar bens importantes que se caracterizam como coletivos, difusos ou
de natureza abstrata.

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2. ENCICLOPÉDIA DAS CIÊNCIAS PENAIS

O estudo do crime, do criminoso e da sanção penal é o objeto de várias ciências, tendo


sido chamadas por José Cerezo Mir de “enciclopédia de ciências penais”.

A doutrina não é uníssona acerca de quantas ou quais exatamente seriam elas, mas, para o
nosso estudo, as mais importantes são a dogmática, a criminologia e a política criminal.

I – DOGMÁTICA PENAL: tem por objetivo interpretar de forma sistemática o direito


penal, entendendo o sentido das normas e aplicando-o de forma lógico-racional (não
emocional).

Obs.: Dogmática ≠ Dogmatismo: Dogmatismo é a aceitação cega de verdades tidas


como absolutas e imutáveis (deve ser desprezado). Se opõe à ideia de ciência, que admite
flexibilização, na qual estaria enquadrada a dogmática.

II – CRIMINOLOGIA: A criminologia, de acordo com Luiz Flávio Gomes e Antônio


Molina, é uma ciência empírica (estuda o que “é”, ao contrário do direito penal, que
estuda o que “deve ser” – caracterizando-se como uma ciência valorativa e normativa) e
interdisciplinar (observa diversos fatores: econômicos, políticos, sociais, religiosos etc),
a qual estuda o crime, a vítima, o criminoso e o controle social. Suas constatações se dão
a partir da observação daquilo que acontece na realidade social, na experiência.

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Ps.: Gravando as palavras-chave sobre as características da criminologia, que são diversas


das do direito penal, vocês já matam várias questões!

III – POLÍTICA CRIMINAL: trabalha com estratégias e mecanismos de controle social


da criminalidade, para que os bens jurídicos relevantes sejam protegidos. Possui a
característica de vanguarda, pois orienta a criação e a reforma das leis, a partir de uma
análise crítica acerca destas estarem ou não cumprindo os fins a que se propõem,
considerando dados obtidos por outros ramos (como a criminologia).

Funciona como “filtro” entre a letra fria da lei e a realidade social. Revela as leis que
“pegam” e as que não.

2.1. DIREITO PENAL X CRIMINOLOGIA X POLÍTICA CRIMINAL

O ponto mais cobrado desse tópico é, sem dúvidas, a diferença entre direito penal,
criminologia e política criminal.

POLÍTICA
DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA
CRIMINAL

Ciência normativa e Trabalha as estratégias e


Ciência empírica e meios de controle social
valorativa, que analisa os
interdisciplinar, que da criminalidade.
fatos humanos indesejados e
estuda o crime, o
define quais devem ser

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tipificados como crime ou criminoso, a vítima e o


contravenção. controle social.

Ocupa-se do crime enquanto Ocupa-se do crime Ocupa-se do crime


norma. enquanto fato. enquanto valor.

Ex: Quais fatores Ex: Estuda como


Ex: Define o crime de roubo. contribuem para o crime de diminuir os casos de
roubo. roubo.

* #NÃOCUSTALEMBRAR:

Vitimologia: é o estudo da vítima em seus diversos planos. Inicialmente, a análise era


quanto às formas de contribuição da vítima para a prática dos crimes. Modernamente, tal
estudo preocupa-se também com a proteção destas no momento posterior à prática do
crime, como por exemplo com a sua reinserção na sociedade. No direito brasileiro, temos
o exemplo da composição dos danos civis (art. 74, parágrafo único, Lei 9.099/95)
#TERCEIRAVIA

Ademais, uma das circunstâncias judiciais que deve ser considerada na fixação da pena
base é o comportamento da vítima (art. 59, CP).

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2.2. SELETIVIDADE - CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA


(ZAFFARONI):

Sobre a seletividade, define Zaffaroni:

“Ao menos em boa medida, o sistema penal seleciona pessoas ou ações, como
também criminaliza certas pessoas segundo sua classe e posição social. [...] Há
uma clara demonstração de que não somos todos igualmente ‘vulneráveis’ ao sistema
penal, que costuma orientar-se por ‘estereótipos’ que recolhem os caracteres dos
setores marginalizados e humildes, que a criminalização gera fenômeno de rejeição
do etiquetado como também daquele que se solidariza ou contata com ele, de forma
que a segregação se mantém na sociedade livre. A posterior perseguição por parte
das autoridades com rol de suspeitos permanentes, incrementa a estigmatização social
do criminalizado (ZAFFARONI;PIERANGELI, 2011, p. 73).” (Guarda relação
com o movimento do labeling approach / teoria da reação social / da rotulação social
/ do etiquetamento social – tema que deve ser estudado de modo mais aprofundado
na matéria de criminologia.)

Nesse contexto, o processo de criminalização pode ser dividido em dois:

 Criminalização primária: É a elaboração e sanção das leis penais, introduzindo


formalmente no ordenamento jurídico a tipificação de determinadas condutas.

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 Criminalização secundária: É a ação punitiva que recai sobre pessoas concretas.


Quando recai sobre o indivíduo a persecução penal após ser a ele atribuída a prática
de um ato primariamente criminalizado. É praticada pela Polícia e Poder Judiciário.

* ATENÇÃO: Além do momento da elaboração e aplicação da norma, a seletividade


também vai se mostrar presente no momento da execução da pena.

#SELIGA: Você sabe o que é Direito Penal Subterrâneo e Direito Penal Paralelo?
Referem-se aos sistemas penais paralelos e subterrâneos.

De acordo com Zaffaroni, “sistema penal é o conjunto das agências que operam a
criminalização primária e a criminalização secundária ou que convergem na sua
produção”.

Direito Penal Paralelo: Como o sistema penal formal do Estado não obtêm êxito em
grande parte da aplicação e exercício do poder punitivo, outras agências apropriam-se
desse espaço e o exercem de modo paralelo ao estado (criando sistemas penais paralelos).
Ex.: médico que aprisiona doentes mentais; institucionalização pelas autoridades
assistenciais dos morados de rua etc).

Direito Penal Subterrâneo: ocorre quando as instituições oficiais atuam com poder
punitivo ilegal, acarretando abuso de poder. Ex.: institucionalização de pena de morte
(execução sem processo), desaparecimentos, torturas, extradições mediante sequestro,
grupos especiais de inteligência que atuam fora da lei etc.

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3. DIREITO PENAL DO AUTOR E DIREITO PENAL DO FATO

- O Direito Penal do autor consiste na punição do indivíduo baseada em seus


pensamentos, desejos e estilo de vida. Está atrelado ao Princípio da exteriorização ou
materialização do fato, pelo qual o Estado só pode incriminar condutas humanas
voluntárias (fatos). Assim, ninguém pode ser castigado por seus pensamentos, desejos ou
meras cogitações ou estilo de vida.

- O ordenamento penal brasileiro adotou o Direito Penal do fato, mas que considera
circunstâncias relacionadas ao autor, especificamente quando da análise da pena. Ex: art.
59 do CP; Reincidência.

- O princípio da exteriorização serviu para o legislador acabar com as infrações penais que
desconsideravam esse mandamento. Ex: Mendicância (art. 60 L.C.P. – abolido), pois era
direito penal do autor.

4. GARANTISMO PENAL (FERRAJOLI)

4.1. Conceito: Para Ferrajoli, “o garantismo é entendido no sentido do ESTADO


CONSTITUCIONAL DE DIREITO, isto é, aquele conjunto de vínculos e de regras
racionais impostos a todos os poderes na tutela dos direitos de todos, representa o único
remédio para os poderes selvagens”.

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4.2. Garantias primárias e secundárias: O autor distingue as garantias em duas grandes


classes: as garantias primárias e as garantias secundárias:

 Garantias primárias – limites e vínculos normativos: Consistem nas proibições


e obrigações, formais e substanciais, impostos na tutela dos direitos, ao exercício de
qualquer poder;

 Garantias secundárias – diversas formas de reparação: Subsequentes às


violações das garantias primárias, diz respeito à anulabilidade dos atos inválidos e a
responsabilidade pelos atos ilícitos.

- Ex: a CF prevê como garantia primária que não haverá pena de banimento. O
legislador não a observa e comina tal pena a determinado crime. Neste caso, será
utilizado o controle de constitucionalidade, previsto na própria constituição como
garantia secundária, julgando o ato nulo.

* ATENÇÃO: Para o garantismo de Ferrajoli, o juiz não é um mero aplicador da lei, um


mero executor da vontade do legislador ordinário. Ele é, antes de tudo, o guardião de
direitos fundamentais.

4.3. Máximas do garantismo:

 Nulla poena sine crimine: somente será possível a aplicação de pena quando
houver, efetivamente, a prática de determinada infração penal;

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 Nullum crimen sine lege: a infração penal deverá sempre estar expressamente
prevista na lei penal;

 Nulla lex (poenalis) sine necessitate: a lei penal somente poderá proibir ou
impor determinados comportamentos, sob a ameaça de sanção, se houver
absoluta necessidade de proteger determinados bens, tidos como fundamentais
ao nosso convívio em sociedade, (direito penal mínimo);

 Nulla necessitas sine injuria: as condutas tipificadas na lei penal devem,


obrigatoriamente, ultrapassar a sua pessoa, isto é, não poderão se restringir à sua
esfera pessoa, à sua intimidade, ou ao seu particular modo de ser, somente
havendo possibilidade de proibição de comportamentos quando estes vierem a
atingir bens de terceiros;

 Nulla injuria sine actione: as condutas tipificadas só podem ser exteriorizadas


mediante a ação do agente, ou omissão, quando previsto em lei;

 Nulla actio sine culpa: somente as ações culpáveis podem ser reprovadas;

 Nulla culpa sine judicio: é necessário adoção de um sistema nitidamente


acusatório, com a presença de um juiz imparcial e competente para o julgamento
da causa;

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 Nullum judicium sine accusatione: o juiz que julga não pode ser responsável
pela acusação;

 Nulla accusatio sine probatione: fica a cargo do acusador todo o ônus


probatório, que não poderá ser transferido para o acusado da prática de
determinada infração penal;

 Nulla accusatio sine defensione: deve ser assegurada ao acusado a ampla


defesa, com todos os recursos a ela inerentes.

#ATENÇÃO! Em que consiste o garantismo penal integral?

O Direito penal deve se prestar a garantir não somente os direitos e garantias dos acusados,
mas todos os direitos e deveres previstos na Constituição. Em que pese não se possa
tolerar violações arbitrárias e desproporcionais aos direitos daquele sob o qual recai o jus
puniendi estatal, não se pode também deixar de proteger outros bens que também são
juridicamente relevantes para a sociedade.

Tudo isso deve passar pelo crivo da proporcionalidade.

Desse modo, o garantismo divide-se em:

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a) Garantismo negativo: visa limitar a função punitiva do Estado, que deve ser aplicada
estritamente aos casos necessários e em medida adequada, consistindo na proibição de
excesso.

b) Garantismo positivo: busca evitar a impunidade e garantir que os bens jurídicos


relevantes à sociedade sejam efetivamente protegidos, caracterizando-se pela proibição
da proteção insuficiente.

Quando apenas o garantismo negativo é observado, surge o chamado “garantismo


hiperbólico monocular” (grave este nome). Hiperbólico: por ser aplicado de modo
desproporcional e exagerado. Monocular: por enxergar apenas um lado, opondo-se ao
garantismo integral.

5. DIREITO PENAL DO INIMIGO

Conceito: Aquele que viola o sistema deve ser considerado e tratado como inimigo. O
delinquente, autor de determinados crimes, não é ou não deve ser considerado como
cidadão, mas como um “cancro societário”, que deve ser extirpado (Munhoz Conde).

- Jakobs fomenta o Direito Penal do inimigo para o terrorista, traficante de drogas, de


armas e de seres humanos e para os membros de organizações criminosas transnacionais
(vide lei 12.850/2013).

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- Destaque-se que nem todo criminoso é inimigo, apenas uma parcela reduzida de
criminosos é que entra neste rol.

Características do direito penal do inimigo:

 Antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios: O


legislador é impaciente, não aguarda o início da execução para punir o agente);

 É um direito penal prospectivo e não retrospectivo, na medida em que se pune o


inimigo pelo o que ele poderá fazer, em razão do perigo que representa;

 O inimigo não é visto como um sujeito de direitos, pois perdeu seu status de
cidadão;

 Pune-se o inimigo pela sua periculosidade e não pela sua culpabilidade, como é
no direito penal comum;

 Criação de tipos de mera conduta;

 Previsão de crimes de perigo abstrato: normalmente, pode haver crimes de perigo


abstrato, mas sem abusos, flexibilização o princípio da lesividade;

 As garantias processuais aplicadas ao inimigo são relativizadas ou até mesmo


suprimidas.

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 Flexibilização do Princípio da Legalidade: é a descrição vaga dos crimes e das


penas. A descrição genérica de um crime permite a punição de mais
condutas/comportamentos;

 Inobservância dos Princípios da Ofensividade: relação com a criação de crimes


de perigo abstrato) e da Exteriorização do Fato (relação com o direito penal do
autor;

 Preponderância do Direito Penal do autor: Flexibilização do princípio da


exteriorização do fato;

 Desproporcionalidade das penas;

 Surgimento das chamadas “leis de luta ou de combate”: Exemplo - Lei 8.072/90


e Lei 11.830/2013. Alguns doutrinadores sustentam que tais leis têm predicados de
direito penal do inimigo;

 Endurecimento da Execução Penal: O regime disciplinar diferenciado é um


resquício do direito penal do inimigo;

*ATENÇÃO: O Direito Penal do inimigo também é conhecido como a “terceira


velocidade do Direito Penal”. Isto porque se aplica a pena de prisão e também por ser
extremamente célere, já que suprime direitos e garantias.

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5.1 Velocidades do Direito Penal (Jesús-Maria Silva Sánchez)

Segundo, Cleber Masson (2017, p. 111) a teoria das velocidades do direito penal “parte do
pressuposto de que o Direito Penal, no interior de sua unidade substancial, contém dois
grandes blocos, distintos, de ilícitos: o primeiro das infrações penais às quais são
cominadas penas de prisão (direito penal nuclear), e o segundo, daqueles que se vinculam
aos gêneros diversos de sanções penais (direito penal periférico)”.

 Primeira velocidade: Direito Penal “da prisão”, aplicando-se penas privativas de


liberdade como resposta aos crimes praticados, com a rígida observância das
garantias constitucionais e processuais. Aplicada a delitos graves.

 Segunda velocidade: Direito penal reparador. São aplicadas aqui penas


alternativas à prisão, como restritivas de direitos ou pecuniárias, de forma mais
rápida, sendo admissível, para tanto, uma flexibilização proporcional dos princípios
e regras processuais. Aplicável a delitos de menor gravidade.

 Terceira velocidade: Novamente temos aqui a prisão por excelência. Contudo,


difere-se da primeira por permitir a flexibilização e até a supressão de determinadas
garantias. Aplicada aos delitos de maior gravidade.

Remete ao direto penal do inimigo, já explicado acima.

Também poderiam constituir exemplos a Lei de Crimes Hediondos e a Lei de

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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Organizações Criminosas na legislação pátria.

 Quarta velocidade: Neopunitivismo. Ligada ao direito internacional. É o


processamento e julgamento pelo TPI de chefes de Estado que violarem tratados e
convenções internacionais de tutela de Direitos Humanos e praticarem crimes de
lesa-humanidade, de modo que, por esta razão, se tornarão réus perante o referido
tribunal e terão, dentro do contexto, suas garantias penais e processuais penais
diminuídas.

 Quinta velocidade: hodiernamente, já se fala em Direito Penal de 5ª (quinta)


velocidade, que trata de uma sociedade com maior assiduidade do controle
policial, o Estado com a presença maciça de policiais na rua, no cenário onde o
Direito Penal tem o escopo de responsabilizar os autores, diante da agressividade
presente em nossa sociedade de relações complexas e, muitas vezes, (in)
compreensíveis. #PERTINÊNCIATEMÁTICA

6. FONTES DO DIREITO PENAL

São as formas pelas quais o direito penal é criado e, posteriormente, manifestado.

a) Fonte Material: Diz respeito à criação do Direito Penal. Via de regra, é a União, art.22,
I, da CF/88, pois “compete privativamente à União legislar sobre direito civil, comercial,
penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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*Atenção: O artigo 22, parágrafo único, CF/88, prevê que “Lei Complementar poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas relacionadas neste artigo”, o que
permite entender que abarca, inclusive, o Direito Penal.

b) Fonte Formal: Diz respeito à aplicação do Direito Penal. Esse ponto varia um pouco
de doutrinador para doutrinador.

DOUTRINA CLÁSSICA DOUTRINA MODERNA

Imediata: Imediata:

 Lei (Desdobramento do  Lei

princípio da reserva legal,  Constituição Federal

que prevê a criação de  Tratados Internacionais de Direitos


crime e cominação de Humanos
penas como um  Jurisprudência
monopólio da lei. Aqui,
 Princípios
estamos falando em lei
 Atos administrativos (complementos de
ordinária).
normas penais em branco).

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*Porém, até mesmo aqui, a única fonte formal que

pode criar tipos penais e culminar penas é a lei

(reserva legal). O restante é fonte não-incriminadora.

Mediatas: Mediatas:

 Costumes  Doutrina

 Princípios gerais do

Direito

 *Alguns colocam atos

administrativos.

Fonte informal:

 Costumes

#DETALHANDO:

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O que é costume? Costume é a repetição de um comportamento (elemento objetivo)


em face da crença na sua obrigatoriedade (elemento subjetivo).

≠ de hábito, que consiste na mera repetição de comportamento (elemento objetivo),


mas sem a crença na sua obrigatoriedade.

Costume não cria crime, não comina pena, só a Lei (veda-se o costume incriminador).

Espécies de costumes:

• Costume secundum legem (costume interpretativo): possui a função de auxiliar


o interprete a entender o conteúdo da lei. Por exemplo, ato obsceno (art. 233 do CP).
Vai depender do ambiente em que o ato foi praticado e dos costumes locais para que
ele seja assim considerado ou não.

• Costume contra legem (costume negativo): é chamado de DESUETUDO. É


aquele que contraria uma lei, mas não a revoga.

Ex.: Venda de CDs piratas.

• Costume praeter legem (costume integrativo): é aquele usado para suprir as


lacunas da lei. É válido, mas só pode ser usado no campo das normas penais não
incriminadoras e apenas para favorecer o agente.

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Ex.: a circuncisão em meninos de determinadas religiões não é considerada crime.

#SELIGA: Existe costume abolicionista?

 1ª Corrente: Admite-se o costume abolicionista, aplicado nos casos em que a


infração penal não mais contraria o interesse social. Ex. Para esta corrente, o
jogo do bicho não é mais contravenção penal.

 2ª Corrente: Diz que não existe costume abolicionista. Quando o fato já não é
mais indesejado pela sociedade, o juiz não deve aplicar a lei. Ex: Para esta
corrente, o jogo do bicho permanece formalmente típico, porém não aplicável,
sem eficácia social (não tem tipicidade material).

 3ª Corrente: Entende que não existe costume abolicionista. Enquanto não


revogada por outra lei, a norma tem plena eficácia. É a que prevalece e está de
acordo com a lei de introdução às normas do direito brasileiro. Ex. Jogo do
bicho continua tipificado como contravenção penal, sendo aplicável no caso
concreto. (PREVALECE)

* ATENÇÃO: Para aqueles que não adotam a tese do costume abolicionista, é possível
o uso do costume segundo a lei (costume interpretativo), que vai servir para aclarar
o significado de uma palavra, de um texto.

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* ATENÇÃO: Para alguns autores, a doutrina não é fonte do direito penal por não ter
força cogente, ou seja, não ser revestida de obrigatoriedade. Os tratados internacionais
podem ser classificados como fonte do direito penal apenas quando incorporados ao
direito interno. Se versar sobre direitos humanos e for aprovado seguindo o rito de
emendas constitucionais, terá força normativa de emendas constitucionais (art. 5º, §3°,
CF). Caso não siga tal rito, terá força de norma supralegal.

7. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL:

Princípios são os valores fundamentais que inspiram a criação e a manutenção do


sistema jurídico.

No caso dos princípios penais, eles vão orientar a atuação do legislador na elaboração da
legislação penal e do operador do direito em sua aplicação.

Além das questões de concursos que tratam diretamente dos princípios, o simples fato de
entender os valores que eles trazem nos orientam muito no raciocínio necessário para a
solução de muitas outras, por isso é um tema que não pode ser negligenciado, ok?

7. 1. PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM A MISSÃO FUNDAMENTAL DO


DIREITO PENAL:
7.1.1. PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS:

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O Direito Penal deve servir apenas e tão somente para proteger bens jurídicos relevantes
(Roxin). Ademais, nenhuma criminalização é legítima se não busca evitar a lesão ou o
perigo de lesão a um bem juridicamente determinado. Impede que o Estado utilize o
Direito Penal para a proteção de bens ilegítimos.

* ATENÇÃO: A espiritualização dos bens jurídicos no Direito Penal (Roxin) revela


uma evolução quanto à proteção dos bens jurídicos dentro do Direito Penal. Em um
momento inicial, apenas os crimes de dano contra bens jurídicos individuais possuíam
relevância no âmbito penal. Modernamente, o Direito Penal antecipou a tutela, assumindo
um papel preventivo, passando a punir os crimes de perigo contra bens supraindividuais
(como por exemplo, a tipificação de crimes ambientais).

- Parcela da doutrina critica essa expansão da tutela penal na proteção de bens jurídicos de
caráter difuso ou coletivo. Argumenta-se que tais bens são formulados de modo vago e
impreciso, bem como, que não seria esse o papel do direito penal, que deve ser utilizado
apenas como última ratio, havendo outras searas que poderiam solucionar tais questões,
em razão dos princípios que estudaremos a seguir.

7.1.2. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA:

O direito penal só deve ser aplicado quando a criminalização de um fato é estritamente


necessária à proteção de determinado bem ou interesse, não sendo suficientemente
tutelado por outras searas do direito. O direito penal é o último grau de proteção jurídica.

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ILÍCITOS EM
GERAL

ILÍCITOS
PENAIS

Como na figura, nem tudo o que é ilícito caracteriza um ilícito penal, mas apenas uma
pequena parcela. Porém, todo ilícito penal será também ilícito perante as demais searas do
direito.

Ex.: se um funcionário público pratica crime, isso sempre configurará também uma
infração administrativa. Porém, a recíproca não é verdadeira. Nem toda infração
administrativa encontrará uma correspondente tipificação penal.

Do princípio da intervenção mínima decorrem dois outros princípios:

7.1.2.1. FRAGMENTARIEDADE

Somente devem ser tutelados pelo direito penal os casos de relevante lesão ou perigo de
lesão aos bens jurídicos fundamentais para a manutenção e o progresso do ser humano e
da sociedade.

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Direciona-se ao legislador, ao plano abstrato, quando da eleição de condutas que devem


ou não ser tipificadas.

#SELIGA: Em que consiste a fragmentariedade às avessas? Ocorre nas situações


em que o direito penal perde o interesse em uma determinada conduta, inicialmente tida
por criminosa, por entende-la desnecessária, com a evolução da sociedade e modificação
de seus valores, ocorrendo a abolitio criminis, sem prejuízo de sua tutela pelos demais ramos
do direito. É um juízo negativo, o crime existia e deixa de existir.

Ex.: Adultério, que era crime tipificado no art. 240 do CP e deixou de ser em 2005, quando
a Lei nº 11.106 revogou o tipo penal.

7.1.2.2. SUBSIDIARIEDADE

A intervenção penal fica condicionada ao fracasso dos demais ramos do direito,


funcionando como um soldado de reserva.

Direciona-se ao aplicador do direito, no plano concreto, devendo ser aplicado apenas


quando todos os demais ramos se revelarem impotentes.

STJ (HC 197.601/RJ) O Direito Penal deve ser encarado de acordo com a principiologia
constitucional. Dentre os princípios constitucionais implícitos figura o da
subsidiariedade, por meio do qual a intervenção penal somente é admissível quando os
demais ramos do direito não conseguem bem equacionar os conflitos sociais.

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7.1.3. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU DA BAGATELA

Decorre da fragmentariedade, pelo qual o Direito Penal só vai intervir nos casos de
relevante lesão.

O STF expressamente reconhece como finalidade desse princípio a “interpretação


restritiva da lei penal” (olha que termo bonito para aparecer na sua prova), ou seja, o
princípio da insignificância deve diminuir a intervenção penal, no sentido de ignorar as
condutas irrisórias que não se revelam capazes de ofender o bem jurídico tutelado pelo
tipo penal.

Natureza Jurídica: Causa de Exclusão da tipicidade (atipicidade) material.

#TRADUZINDO: TIPICIDADE PENAL = tipicidade formal + tipicidade material.

Tipicidade formal: juízo de adequação do fato à norma (analisa se o fato praticado na


vida real, se amolda, se encaixa ao modelo de crime descrito na lei penal).

Ex.: Sujeito subtrai um iogurte de um hipermercado. Como subtraiu coisa alheia móvel, o
fato se adequa ao tipo penal de furto.

Tipicidade material: é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido.

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No exemplo acima, em que pese tenha havido a tipicidade formal, o ato praticado não foi
capaz de causar lesão relevante ao bem protegido, vez que o valor de um iogurte não faria
a menor diferença no patrimônio de um hipermercado, não havendo, portanto, tipicidade
material.

Mas atenção: NÃO É SÓ O VALOR que deve ser analisado para que seja reconhecida
a insignificância da conduta! Existem outros requisitos que devem ser observados,
conforme jurisprudência consolidada da Suprema Corte.

Ademais, valor insignificante e pequeno valor não são necessariamente sinônimos. Por
vezes, em casos de furto, por exemplo, a questão apresenta um bem de um valor baixo,
mas não irrisório/insignificante, que servirá apenas para caracterizar a causa de diminuição
de pena do furto privilegiado, mas não excluirá a tipicidade material, seja pelo fato de o
valor ser pequeno, mas não irrisório, seja por não preencher algum outro requisito. Então
fique de olho!

Sobre os valores, não há nenhuma tese fixa sobre. É necessário analisar o contexto. Porém,
analisando as decisões proferidas, o STF tem aceito como insignificantes normalmente
valores que que giram em torno de 10% do salário mínimo, com variações para mais e
para menos (é só uma ideia). Já como pequeno valor, para o privilégio, admite-se o valor
de até 1 salário mínimo integral (raciocínio aplicável aos demais delitos que admitem o
privilégio).

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o REQUISITOS PARA O RECONHECIMENTO DA INSIGNIFICÂNCIA


(de acordo com STF) –

REQUISITOS OBJETIVOS

(DICA DE MEMORIZAÇÃO: MARI):

 Mínima Ofensividade da conduta do agente;

 Ausência de Periculosidade social da ação;

 Reduzido grau de Reprovabilidade do comportamento;

 Inexpressividade da Lesão jurídica provocada.

REQUISITOS SUBJETIVOS

 Condições pessoais do agente

 Condição da vítima

#ATENÇÃO: Delegado pode aplicar o princípio da insignificância?

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Para o STJ NÃO! Apenas o juiz pode. HC 154.949/MG. Assim, a autoridade policial
estaria obrigada a efetuar a prisão em flagrante, submetendo a questão à análise de
autoridade judiciária.

No entanto, parte da doutrina, a exemplo de Cleber Masson, posiciona-se contra tal


entendimento, pelo fato de tratar a insignificância de afastamento da tipicidade do fato. E
ora, se o fato não é típico para o juiz, também não será para delegado!

Para esta segunda corrente, principalmente na análise da legalidade da prisão em flagrante,


o delegado não só poderia, como DEVERIA analisar a presença dos elementos que
traduzem a insignificância, vez que não seria razoável ratificar a prisão de quem subtraiu
um pão de queijo de uma padaria, por exemplo, sob pena de inobservância de vários
princípios, como lesividade, proporcionalidade, subsidiariedade, intervenção mínima.

No estado de São Paulo, por exemplo, no Seminário Integrado de Polícia Judiciária,


foram aprovadas súmulas que orientam a atuação dos delegados nesse sentido.

A solução para que você, caro aluno, resolva a questão, é analisar a forma como isso está
sendo questionado. Se a pergunta for sobre o STJ, delegado não pode. Se a questão afirmar
de forma mais próxima ao entendimento doutrinário, for de um estado como o de São
Paulo que já se posicionou sobre o tema ou for silente sobre a fonte e essa opção “parecer
a mais certa”, tome partido da carreira e marque a que permite a análise pelo delegado.

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PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – ENTENDIMENTOS


JURISPRUDENCIAIS:

1. STF/STJ: para aplicação do princípio da insignificância, considera-se a


capacidade econômica da vítima (STJ-Resp. 1.224.795).

2. STF/STJ: admitem a aplicação a atos infracionais.

3. STF: O princípio da insignificância pode ser reconhecido mesmo após o trânsito


em julgado da sentença condenatória (STF-HC 95570).

4. “Flanelinha” e exercício da profissão sem registro competente: STF admite a


aplicação (Info. 699).

5. STF/STJ NÃO admitem o princípio da insignificância nos crimes contra a fé


pública, mais precisamente, nos crimes de moeda falsa (STF-HC105.829).

6. STF/STJ: Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados em


situação de violência doméstica (STJ-HC 33195/MS; STF-RHC 133043/MT).

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7. STF/STJ: Ao Tráfico internacional de armas e munições não se aplica o princípio


da insignificância (STF-HC 97777), de igual modo é inaplicável aos crimes de
posse e porte de arma de fogo (STJ-HC 338153/RS).

Obs.: É atípica a conduta daquele que porta, na forma de pingente, munição


desacompanhada de arma. (STF - HC 133984/MG)

8. Crimes contra a vida, lesões corporais, crimes praticados com violência ou grave
ameaça à pessoa, crimes sexuais, tráfico de drogas – nenhum admite.

#QUESTÃODEPROVA: Delta ES – 2019: Foi considerada correta a seguinte


afirmativa: “ainda que com pouca quantidade de droga o princípio da
insignificância não incide no crime de tráfico de drogas, não sendo fundamento
para recomendação de arquivamento do inquérito policial por atipicidade”.

9. Porte de drogas para uso (art. 28 da LD) – Majoritariamente, o STF e o STJ não
aplicam a insignificância, nem mesmo em se tratando de quantidades ínfimas,
pelo fato de ser crime de perigo presumido e o bem tutelado ser a saúde pública.
No entanto, há um antigo julgado isolado do STF permitindo a aplicação.

10. Violação de direito autoral – não se aplica.

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11. REINCIDÊNCIA X INSIGNIFICÂNCIA - A maioria dos julgados do STF


e do STJ nega o princípio da insignificância para reincidente ou portador de maus
antecedentes (STF-HC 107.674; STJ-Resp. 1.277.340).

- Porém, há entendimentos mais recentes de que se deve analisar o caso


concreto, não afastando a aplicação pelo simples fato da reincidência (STF-HC
135164/MT).

- É possível a aplicação ao réu reincidente quando o crime anterior tutelava bem


jurídico distinto patrimônio, é o que o STF chamou de TEORIA DA
REITERAÇÃO NÃO CUMULATIVA DE CONDUTAS DE GÊNEROS
DISTINTOS (*termo de prova).

- Ao criminoso habitual, tanto o STF como o STJ, costumam negar a aplicação.

- #SELIGA - STF: Em regra, o reconhecimento do princípio da insignificância


gera a absolvição do réu pela atipicidade material. Em outras palavras, o
agente não responde por nada. Em um caso concreto, contudo, o STF
reconheceu o princípio da insignificância, mas, como o réu era reincidente, em
vez de absolvê-lo, o Tribunal utilizou esse reconhecimento para conceder a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, afastando o
óbice do art. 44, II, do CP. (HC 137217/MG)

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#PENSANDONADISCURSIVA - Justificativas

A favor da aplicação da insignificância ao reincidente: se a natureza jurídica


é de causa de exclusão de tipicidade, deve ser analisado o FATO e não os
atributos do agente, sob pena de se utilizar o direito penal do autor. O fato não
poderia ser típico para uma pessoa e atípico para outra. Ou é típico ou não é. O
momento de analisar as condições pessoais do agente é apenas em eventual e
futura fixação de pena.

Contra a aplicação da insignificância ao reincidente: Se o agente é infrator


contumaz, com personalidade voltada a práticas delitivas, fazer uso da
insignificância seria incentivá-lo ao contínuo descumprimento da norma, fazendo
do crime um meio de vida. O valor de um bem, isoladamente, até poderia ser
insignificante, mas o “todo” não seria e isso caracterizaria reprovabilidade e
ofensividade. O intuito do princípio não é legitimar esse tipo de conduta, mas
afastar do campo de incidência do direito penal, desvios mínimos e isolados.

12. STF/STJ: Via de regra, entendem não ser possível a aplicação do princípio da
insignificância no furto qualificado, pois falta o requisito do reduzido grau de
reprovabilidade do comportamento.

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No entanto, recentemente, o Plenário do STF analisou a questão e entendeu que


não há como fixar tese sobre isso, que também deve ser analisado caso a caso.
(STF-HC 123108/MG).

(Sim, amigo concurseiro, nem o STF se entende! Você não está sozinho nessa!
Mas a você, cabe entender a situação e analisar a melhor alternativa, a forma como
cada uma está descrita, na hora de marcar. Se for prova discursiva ou oral,
exponha ambos posicionamentos.)

13. Apropriação indébita previdenciária:

STJ aplica, desde que o total dos valores retidos não ultrapasse o valor utilizado
pela Fazenda Público como limite mínimo para que sejam ajuizadas as execuções
fiscais (20 mil reais).

STF não aplica, pois o bem jurídico tutelado é a subsistência financeira da


Previdência Social, não preenchendo, portanto, o requisito de reduzido grau de
reprovabilidade da conduta.

14. Crimes ambientais:

STJ:

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- É possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes ambientais,


devendo ser analisadas as circunstâncias específicas do caso concreto para se
verificar a atipicidade da conduta em exame (STJ AgRg no AREsp 654.321/SC).

STF:

- Já negou em situação de pesca ilegal, a um indivíduo flagrado junto a outras três


pessoas, POR TRÊS VEZES CONSECUTIVAS, em embarcação motorizada,
praticando pesca em local proibido e com redes de arrasto de fundo (HC 137652).

- Já negou em caso de realização de pesca de 7kg de camarão em período de


defeso com o uso de método não permitido (HC 122560/SC).

- A partir do caso acima, publicou a seguinte redação no Info 891: O princípio


da bagatela não se aplica ao crime previsto no art. 34, caput c/c parágrafo único,
II, da Lei 9.605/98 (pesca ilegal).

- No entanto, existem julgados tanto do STF como do STJ aplicando,


excepcionalmente, o princípio da insignificância para este delito. Atente-se ao
comando da questão!

15. É possível aplicar o princípio da insignificância para a conduta de manter


rádio clandestina? Para o STJ NÃO, mesmo que seja de baixa potência, por

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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ser crime formal de perigo abstrato. Para o STF SIM, em situações excepcionais,
se for operada em baixa frequência.

16. Súmula 606-STJ: não se aplica o princípio da insignificância aos casos de


transmissão clandestina de sinal de internet via radiofrequência que caracterizam
o fato típico previsto no artigo 183 da lei 9.472/97. (O STF tem um julgado
publicado em informativo em sentido contrário, ou seja, aplicando, mas a maioria
das decisões é no mesmo sentido do STJ.)

17. Crimes conta a administração pública:

STF - Antes não admitia, mas possui decisões recentes admitindo, como por
exemplo, em caso de peculato.

STJ – Possui entendimento sumulado negando a aplicação (súmula 599).

Porém, STF e STJ admitem nos crimes contra a Administração Pública


praticados por particulares, a exemplo do descaminho, que, topograficamente,
estão inseridos no título dos Crimes contra a Administração Pública, então
cuidado em prova!

#QUESTÃODEPROVA: Na prova de Delta ES – 2019, foi considerada


incorreta a seguinte alternativa: “Segundo o STJ, nenhum dos crimes contra a
administração pública admite a incidência do princípio da insignificância”. A

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questão foi objeto de vários recursos e a banca não anulou justamente por ter
utilizado a palavra “nenhum” e ser aplicável ao descaminho. Além disso, tinha
outra que era “mais certa” que essa. É como já havíamos falado. Tem que pensar
na mais certa! Fique de olho nas palavras-chave ou se a banca pediu o
entendimento sumulado.

18. Crimes tributários e descaminho:

Qual é o valor máximo considerado insignificante no caso de crimes


tributários e descaminho? 1

20 mil reais (e agora, tanto para o STF como para o STJ).

Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de


descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$
20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002,
com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério
da Fazenda.

¹ Extraído do site http://www.dizerodireito.com.br/2018/03/qual-e-o-valor-maximo-


considerado.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+com%2FrviB+
%28Dizer+o+Direito%29 – Se você não conhece a antiga divergência, vale a leitura completa pelo menos
para uma discursiva.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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MAS SE LIGUE: AO CONTRABANDO NÃO SE APLICA!!!

STJ. 3ª Seção. REsp 1688878-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
28/02/2018 (recurso repetitivo).

STF. 1ª Turma. HC 137595 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em


07/05/2018.

STF. 2ª Turma. HC 155347/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em 17/4/2018


(Info 898).

Para finalizar o estudo deste princípio, precisamos ainda fazer uma última diferenciação:
BAGATELA PRÓPRIA X BAGATELA IMPRÓPRIA2, o que faremos com a ajuda
do Dizer o Direito.

INFRAÇÃO BAGATELAR PRÓPRIA INFRAÇÃO BAGATELAR


= PRINCÍPIO DA IMPRÓPRIA
INSIGNIFICÂNCIA = PRINCÍPIO DA IRRELEVÂNCIA
PENAL DO FATO
A situação já nasce atípica.

2
Fonte: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2015/01/ebook-princc3adpio-da-
insignificc3a2ncia-vf.pdf

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

O fato é atípico por atipicidade A situação nasce penalmente


material. relevante. O fato é típico do ponto vista
formal e material.
Em virtude de circunstâncias envolvendo
o fato e o seu autor, consta-se que a pena
se tornou desnecessária.

O agente tem que ser processado (a


ação penal deve ser iniciada) e somente
O agente não deveria nem mesmo ser
após a análise das peculiaridades do
processado já que o fato é atípico.
caso concreto, o juiz poderia reconhecer
a desnecessidade da pena.

Não tem previsão legal no direito Está previsto no art. 59 do CP,


brasileiro. conforme a doutrina.

Enquanto para a infração bagatelar própria já nasce irrelevante por se tratar de


conduta materialmente atípica, “a infração bagatelar imprópria é aquela que nasce
relevante para o Direito penal, mas depois se verifica que a aplicação de qualquer pena no
caso concreto apresenta-se totalmente desnecessária” (GOMES, Luiz Flávio; Antonio
Garcia-Pablos de Molina. Direito Penal Vol. 2, São Paulo: RT, 2009, p.305)”.

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Em outras palavras, o fato é típico, tanto do ponto de vista formal como material.
No entanto, em um momento posterior à sua prática, percebe-se que não é necessária a
aplicação da pena. Logo, a reprimenda não deve ser imposta, deve ser relevada
(assemelhando-se ao perdão judicial.

Porém, ao contrário do instituto mencionado, as situações em que a bagatela


imprópria é aplicável não estão expressamente previstas.

Segundo LFG, este instituto possui fundamento legal no direito brasileiro (porém,
de forma implícita e “genérica” – termos nossos). Trata-se do art. 59 do CP que prevê que
o juiz deverá aplicar a pena “conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime”.

Dessa forma, se a pena não for mais necessária, ela não deverá ser imposta
(princípio da desnecessidade da pena conjugado com o princípio da irrelevância penal do
fato).

A bagatela imprópria foi acolhida pela 5ª Turma do STJ, confirmando decisão da


1ª e 2ª instâncias judiciais no AgRg no AREsp 1423492 / RN (decisão publicada
29/05/2019)

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL. POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO
DE USO PERMITIDO. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. CRIME SEM
VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. DELITO COMETIDO
HÁ MAIS DE 12 ANOS. INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA
BAGATELA IMPRÓPRIA. REQUISITOS PREENCHIDOS.

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DESNECESSIDADE DA PENA. REEXAME DO CONJUNTO


PROBATÓRIO. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 7 DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – STJ. AGRAVO
REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Entendo as instâncias
ordinárias ser desnecessária a punição do acusado, porque presentes
os requisitos para a aplicação do princípio da bagatela imprópria, para
se concluir de forma diversa, seria imprescindível o reexame do
conjunto probatório dos autos, o que não é viável em recurso
especial. Incidente a Súmula n. 7/STJ. 2. Agravo regimental
desprovido.

7. 2. PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM O FATO DO AGENTE


7.2.1. PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE/LESIVIDADE
Para que ocorra o delito, é imprescindível a efetiva lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico
tutelado. O direito penal não deve se ocupar de questões éticas, morais, religiosas,
políticas, filosóficas.

Em razão do princípio da lesividade, PROÍBE-SE:

- A criminalização de pensamentos e cogitações (direito à perversão)

- A criminalização de condutas que não tenham caráter transcendental (vedação à


autolesão)

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- A criminalização de meros estados existenciais (criminalização da pessoa pelo que


ela é – ex: revogação da contravenção de mendicância).

7.2.2. PRINCÍPIO DA ALTERIDADE

Subprincípio do princípio da lesividade. Dispõe que a conduta deve necessariamente


atingir, ou ameaçar atingir, bem jurídico de terceiro para ser criminalizada. Deve
transcender a esfera do próprio agente. Por isso, o direito penal não pune a autolesão.

Ex.: o artigo 28 do CP NÃO tipifica o USO de drogas porque apenas afetaria o usuário.
Tipifica o porte ou similares (guardar, ter em depósito, transportar etc).

7.2.3. PRINCÍPIO DA EXTERIORIZAÇÃO OU MATERIALIZAÇÃO DO


FATO

O Estado só pode incriminar condutas humanas voluntárias, fatos, atos lesivos. Ninguém
pode ser castigado por seus pensamentos, desejos ou meras cogitações ou estilo de vida.
Esse princípio busca impedir o direito penal do autor. Decorrência do princípio da
lesividade.

7.2.4. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESTRITA OU RESERVA LEGAL

Encontra previsão no art. 5º, XXXIX da CFRB/88 e no art. 1º do CP: “Não há crime sem
lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Assim, a lei em sentido
estrito tem o monopólio na criação de crimes e cominação de penas – que só serão

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aplicados a condutas posteriores à sua vigência, não podendo haver criação de crimes e
penas por costumes ou analogias, tampouco tipificação de condutas genéricas.

Ademais, a lei precisa ser anterior, escrita, estrita, certa (taxativa) e necessária.

A legalidade subdivide-se em:

o Legalidade formal: corresponde à obediência aos trâmites procedimentais


previstos pela CF para que determinado diploma legal possa vir a fazer parte
do ordenamento jurídico.

o Legalidade material: pressupõe não apenas a observância das formas e


procedimentos impostos pela CF, mas também, e principalmente, o seu
conteúdo, respeitando-se as suas proibições e imposições para a garantia
dos direitos fundamentais por ela previstos.

FUNDAMENTOS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:

o Político: vinculação do executivo e do judiciário às leis, o que impede o


exercício do poder punitivo com base no livre arbítrio.

o Democrático: o parlamento, escolhido pelo povo, que é responsável pela


criação dos tipos definidores dos crimes.

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o Jurídico: a lei deve ser prévia e clara, pois produz efeito intimidativo.

* ATENÇÃO: Medida provisória não pode criar crimes nem penas, mas STF admite para
favorecer o réu (RE 254818/PR).

* ATENÇÃO²: os princípios da reserva legal (estrita legalidade) e o da legalidade são


considerados como sinônimos por parte da doutrina, enquanto outra corrente defende
que se diferenciam nos seguintes aspectos:

RESERVA LEGAL (estrita LEGALIDADE


legalidade)

Art. 5°, XXXIX, CF, “não há crime Art. 5, II, CF, “ninguém será obrigado
sem lei anterior que o defina, nem a fazer ou deixar de fazer alguma
pena sem prévia cominação legal”. coisa senão em virtude de lei”.

Exige lei em sentido estrito (no caso Exige lei em sentido amplo (abrange
do direito penal, lei ordinária) - a lei qualquer espécie normativa, ou seja,
deve ser criada de acordo com o lei delegada, medida provisória,
processo legislativo previsto na CF e decreto, etc.).
deve tratar de matéria

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constitucionalmente reservada à lei

7.2.4.1. MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO E RESERVA LEGAL

Em que pese a criação de crimes e cominação de penas seja exclusiva da lei em sentido
estrito, a Constituição Federal estabelece mandados explícitos e implícitos de
criminalização, ou seja, situações em que é obrigatória a intervenção do legislador
penal.

Conforme já afirmado pelo STF, “A Constituição de 1988 contém significativo elenco de


normas que, em princípio, não outorgam direitos, mas que, antes, determinam a
criminalização de condutas (CF, art. 5º, XLI, XLII, XLIII, XLIV; art. 7º, X; art. 227, §
4º)” (HC 102.087/MG).

Podem ser de duas espécies:

MANDADOS DE MANDADOS DE
CRIMINALIZAÇÃO EXPRESSOS CRIMINALIZAÇÃO
IMPLÍCITOS/TÁCITOS

A ordem está explícita no texto A ordem está implícita no texto


constitucional. constitucional. É retirada da do “espírito”

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do texto da CF, de sua interpretação


sistemática.

Ex.: Art. 5º, XLII: “a prática do racismo Ex: combate à corrupção no poder
constitui crime inafiançável e público.
imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
Embora a CF não tenha determinado
nos termos da lei”.
expressamente a criminalização dessa
conduta, isso pode ser extraído dos
valores que ela traz, como por exemplo,
do artigo 1º (por ser República, que
significa “coisa pública”) e do art. 37, dos
princípios da Adm. Pública (LIMPE).

Tema recente: Até 2016, o crime de terrorismo ainda não tinha sido concretizado na
legislação brasileira. Pela Lei 13.260/16, houve o cumprimento desse mandado de
criminalização.

#VAICAIR: O que seria mandado de criminalização por omissão? Consiste na


hipótese do art. 5º, XLIII da CF, que determina que a omissão, nos casos de crimes
hediondos e equiparados, deve ser punida.

A título de conhecimento, há ainda os “mandados internacionais de criminalização”,


que também podem ser expressos, quando essa “ordem” está presente em tratados de

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direitos humanos ratificados pelo Brasil, e implícitos, quando advém de uma


decisão/sentença de tribunal internacional.

7.2.5. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

Exteriorizado nos mesmos dispositivos que podemos extrair o princípio da reserva


legal.

De acordo com o princípio da anterioridade, a lei penal apenas se aplica a fatos


praticados após a sua entrada em vigor.

Daí, por consequência lógica, deriva a sua irretroatividade, não se aplicando a fatos
pretéritos, nem mesmo os praticados durante a vacatio legis, SALVO se benéfica ao
acusado.

Nesse sentido, temos o art. 5º XL da CF, dispondo que “a lei penal não retroagirá,
salvo para beneficiar o réu”.

7.2.6. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO BIS IN IDEM


Tem previsão no art. 8º, 4 do Pacto de São José da Costa Rica, incorporado ao
nosso ordenamento jurídico pelo Dec. 678/1992.

Proíbe que o agente seja punido duas vezes pelo mesmo fato, inclusive sopesando
a mesma situação ou circunstância para agravar a pena em mais de um momento da

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dosimetria. Como exemplo, temos a Súmula 242 do STJ proíbe o uso de uma única
reincidência como circunstancia judicial desfavorável e como agravante, pois haveria
violação a este princípio.

7.2.7. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL


Idealizado por Hans Welzel, este princípio traz a ideia de que ainda que uma
conduta seja formal e materialmente típica, não poderá ser considerada típica, caso ela seja
socialmente adequada, ou seja, não afronte o sentimento social de justiça.

Comporta duas vertentes, reduzindo a abrangência do tipo penal.

1. Se o fato está de acordo com a norma, mas não está de acordo com o interesse
social, a conduta deverá ser tida como atípica.

2. Também deve ser direcionado ao legislador. Isso porque, se a conduta está de


acordo com a sociedade, o legislador não pode criminalizar esta conduta, orientando o
parlamentar a como proceder na definição dos bens jurídicos a ser tutelados.

De acordo com Toledo, "a adequação social exclui desde logo a conduta em exame
do âmbito de incidência do tipo, situando-a entre os comportamentos normalmente
permitidos, isto é, materialmente atípicos". O autor cita o exemplo de lesões corporais
causadas por um pontapé em partidas de futebol.

Há forte crítica na doutrina acerca deste princípio, pelo fato de adotar um critério
impreciso, inseguro e relativo.

Importante saber que, segundo o STJ, o princípio da adequação social não afasta a
tipicidade da conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas, como se verifica do

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enunciado da Súmula 502 do STJ: "Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica,


em relação ao crime previsto no art. 184, § 2°, do CP, a conduta de expor à venda CDs e
DVDs piratas".

7. 3. PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM O AGENTE DO FATO

7.3.1. PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL / DA


PESSOALIDADE / DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA

Proíbe-se o castigo penal pelo fato de outrem. Somente o condenado é que terá de
se submeter à sanção que lhe foi aplicada pelo Estado.

No entanto, efeitos secundários extrapenais da sentença penal condenatória


(obrigação de reparar o dano e decretação de perdimento de bens), podem se estender aos
sucessores até o limite da herança.

Art. 5º, XLV da CF – “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo


a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido”.

Desse princípio decorre:

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o OBRIGATORIEDADE DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA ACUSAÇÃO:


É proibida a denúncia genérica, vaga ou evasiva, embora nos Crimes
Societários, os Tribunais flexibilizam essa obrigatoriedade;

o OBRIGATORIEDADE DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA.

7.3.2. PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA

Não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente, o agente somente pode
ser responsabilizado se o fato tiver sido querido, assumido ou previsto. Não há
responsabilidade penal sem dolo ou culpa.

7.3.3. PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE

Só pode o Estado impor sanção penal ao agente imputável (penalmente capaz),


com potencial consciência da ilicitude (possibilidade de conhecer o caráter ilícito do
comportamento), quando dele exigível conduta diversa (podendo agir de outra forma).

7.3.4. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

Exige que se faça um juízo de ponderação sobre a relação existente entre o bem
que é lesionado ou posto em perigo (gravidade do fato) e o bem de que alguém pode ser
privado (gravidade da pena). Toda vez que, nessa relação, houver um desequilíbrio
acentuado, haverá desproporção. Ou seja, a pena deve ser proporcional à gravidade do
fato. O presente princípio apresenta uma dupla face, pois de um lado proíbe o excesso

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(garantismo negativo), enquanto que de outro lado não admite a proteção insuficiente
(garantismo positivo) – já estudamos também no tópico do garantismo.

STJ (AI no HC 239.363/PR): A intervenção estatal por meio do Direito Penal


deve ser sempre guiada pelo princípio da proporcionalidade, incumbindo
também ao legislador o dever de observar esse princípio como proibição de
excesso e como proibição de proteção insuficiente.

7.3.5. PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DAS PENAS OU DA HUMANIDADE

Está atrelado ao princípio da dignidade da pessoa humana. Assim, a CF prevê, em


seu art. 5º, XLVII, que não haverá penas de morte (salvo em caso de guerra declarada), de
caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento ou cruéis.

7.2.6. PRINCÍPIO DA CONFIANÇA

O princípio da confiança, abordado por parte da doutrina, surgiu na Espanha, com


aplicação inicial aos crimes de trânsito. Segundo este princípio, quem atua observando as
regras de trânsito, possui o direito acreditar que as demais pessoas irão agir também de
acordo com as normas. Assim, quando aquele que continua avançando no sinal verde e
acaba colidindo com outro veículo que avançou no sinal vermelho, agiu amparado pelo
princípio da confiança, não tendo culpa, já que dirigia na expectativa de que os demais
respeitariam as regras de sinalização.

Atualmente é aplicado no Brasil para os crimes em geral.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- Direito Penal – Parte Geral – Volume 1 – 13ª edição – Cleber Masson;
- Sinopse nº1 – Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Alexandre Salim e Marcelo André
de Azevedo;
- Dizer o Direito (https://www.dizerodireito.com.br/);

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QUESTÕES SOBRE O TEMA

01 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia


Tício, morador do Rio de Janeiro, começou a namorar Gabriela, uma jovem moradora da cidade de São
Paulo. Com o passar do tempo e os efeitos da distância, Tício, motivado por ciúmes, resolveu tirar a vida
de Gabriela. Pôs-se então a planejar a prática do crime em sua casa, no Rio de Janeiro, tendo adquirido
uma faca, instrumento com o qual planejou executar o crime. No dia em que seguiu para São Paulo para
encontrar Gabriela, que lhe o esperava na rodoviária, Tício combinou com a jovem uma viagem a passeio
para o Espírito Santo. Ao ingressarem no ônibus que os levaria de São Paulo para o Espírito Santo, Tício
afirmou para Gabriela que iria matá-la. Todavia, dada a calma de Tício, a jovem achou que se tratava de
uma brincadeira. Durante o trajeto, Tício, ofereceu a ela uma bebida contendo substância que causava a
perda dos sentidos. Após Gabriela beber e dormir, sob efeito da substância, enquanto passavam pela BR-
101, no Rio de Janeiro, Tício passou a desferir golpes com a faca no peito da jovem. Quando chegou ao
destino, Tício se entregou para polícia, e Gabriela, embora tenha sido socorrida, veio a óbito ao chegar
ao Hospital.
O crime descrito no texto foi praticado, de acordo com a lei penal, no momento

a)da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Trata-se, portanto, do momento
em que Tício desferiu os golpes em Gabriela.
b)em que o agente se prepara para a promoção da conduta criminosa. Ou seja, trata-se do momento em
que Tício planejou e adquiriu as ferramentas necessárias ao cometimento do crime.
c)em que a autoridade policial toma conhecimento do crime. Ou seja, quando Tício se entregou para a
polícia.
d)em que é alcançada a consumação do crime. Trata-se, portanto, do momento da morte de Gabriela,
que ocorreu no hospital.
e)da ação ou omissão, se este for concomitante ao resultado. Não sendo possível determiná-lo, no
presente caso, em razão da separação temporal entre a conduta e o resultado.

02 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia

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O sistema penal é composto por órgãos de naturezas jurídicas distintas com funções, dentre outras, de
caráter investigativo, repressivo, jurisdicional e prisional. É sabido que os números de letalidade no
exercício de tais funções, tanto de civis quanto de agentes do sistema penal têm aumentado nos últimos
anos. Por conta dessa informação, será preciso promover uma política pública em âmbito penal que
reverbere na diminuição de tal letalidade. (BATISTA, Nilo. Introdução Crítica ao Direito Penal Brasileiro.
11. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007)

Identifique a alternativa correta que contenha os princípios que fundamentam o Direito Penal, e que
mostrem que sua observância se torna importante para o embasamento da referida política pública.

a)Mínima letalidade/ letalidade controlada/ tutela civil e tutela penal/ livre iniciativa.
b)Mínimo proporcional/ reserva do possível/ humanidade/ lesividade.
c)Legalidade / proporcionalidade / penalidade / legítima defesa.
d)Intervenção mínima/ legalidade / lesividade / adequação social.
e)Devido processo legal/ contraditório e ampla defesa/ proximidade de jurisdição / proporcionalidade.

03 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia


João Carlos, 30 anos, brasileiro, com residência transitória na Argentina, aproveitando-se da aquisição de
material descartado por uma indústria gráfica falida, passou a fabricar moeda brasileira em território
argentino. Para garantir a diversidade da moeda falsificada, João imprimia notas de 50 e de 100 reais. Ao
entrar em território brasileiro João foi revistado por policiais que encontraram as notas falsificadas em
meio a sua bagagem. João foi acusado da prática do crime previsto no artigo 289 do Código Penal.

De acordo com as teorias que informam a aplicação da lei penal brasileira no espaço, é correto dizer que,
nesse caso, cabe a aplicação

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a)da lei argentina, em atenção à regra da territorialidade, uma vez que o crime fora praticado na Argentina.
b) incondicionada da lei brasileira, uma vez que o crime cometido atenta contra a fé pública.
c)condicionada da lei brasileira, pelo fato de a conduta ter sido cometida em território argentino.
d)condicionada da lei brasileira, já que a conduta integra dois ordenamentos jurídicos.
e)da lógica da extraterritorialidade, já que o fato ocorreu em território argentino.

04 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia


“Chamamos de extra-atividade a capacidade que tem a lei penal de se movimentar no tempo regulando
fatos ocorridos durante sua vigência, mesmo depois de ter sido revogada, ou de retroagir no tempo, a
fim de regular situações ocorridas anteriormente à sua vigência”. (GRECO, Rogério. Curso de Direito
Penal: parte geral. vol. 1. 17. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2015, p.159). Segundo esse autor a extra-
atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-atividade e a retroatividade.

Leia as afirmativas a seguir e marque a alternativa correta:

a)A garantia penal positivada na Constituição Federal brasileira (1988) promove a retroatividade da lei
penal mais benéfica quando o condenado, por uma conduta típica, apresenta residência fixa, após
cometimento do ilícito penal.
b)A lei penal possui ultra-atividade, nos casos em que, mesmo após sua revogação por lei mais gravosa,
continua sendo válida em relação aos efeitos penais mais brandos da lei que era vigente no momento da
prática delitiva.
c)A aplicação da irretroatividade em direito penal funciona como garantia legal do ius puniendi que
pretende auferir a punição mais gravosa ao condenado.
d)A ultra-atividade da lei penal funciona como mecanismo de endurecimento da norma penal, ao passo
que funciona como técnica de resolução de conflito para aplicação de um direito penal punitivo.

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e)A figura da ultra-atividade da norma penal realiza o objetivo de garantir a condenação do réu pela
norma penal vigente na prática da conduta delitiva, com o principal objetivo de promover a segurança
jurídica em âmbito penal.

05 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias constitucionais.

O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
razão pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não alcançarão parentes do autor do delito.

( ) Certo ( ) Errado

06 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias constitucionais.

Em razão do princípio da legalidade penal, a tipificação de conduta como crime deve ser feita por meio
de lei em sentido material, não se exigindo, em regra, a lei em sentido formal.

( ) Certo ( ) Errado

07 - 2018 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


Em cada item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com
base na legislação de regência e na jurisprudência dos tribunais superiores a respeito de execução penal,
lei penal no tempo, concurso de crimes, crime impossível e arrependimento posterior.

Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, esse tipo penal foi
formalmente revogado, mas a conduta de Manoel foi inserida em outro tipo penal. Nessa situação,
Manoel responderá pelo crime praticado, pois não ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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( ) Certo ( ) Errado

08 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


“Ciência ou a arte de selecionar os bens (ou direitos), que devem ser tutelados jurídica e penalmente, e
escolher os caminhos para efetivar tal tutela, o que iniludivelmente implica a crítica dos valores e
caminhos já eleitos.” (ZAFFARONI, E. R.; PIERANGELI, J. H. Manual de Direito Penal Brasileiro. 12.
ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2018. p. 128)

A descrição apresentada acima se refere a um conceito de

a)criminologia.
b)teoria do delito.
c)política criminal.
d)abolicionismo penal.
e)direito penal do inimigo.

09 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


Sobre a lei penal, tem-se o seguinte:

a)A jurisprudência atual do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal admite a
aplicação combinada das partes benéficas de leis penais distintas (lex tertia).
b)A ultratividade da lei penal temporária, prevista no artigo 3º do Código Penal, constitui exceção legal à
regra do tempus regit actum.
c)Não se aplica a lex gravior ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da permanência
d)A retroatividade de lei penal benéfica ao réu é expressamente prevista na Convenção Americana sobre
Direitos Humanos.
e)Admite-se a aplicação da analogia in malam partem no Direito Penal.

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10 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Prescreve o art. 327 do CP: “considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.”
Tal norma traduz exemplo de interpretação

a)científica.
b)autêntica.
c)extensiva.
d)doutrinária.
e)analógica.

11 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


João comete um crime no estrangeiro e lá é condenado a 4 anos de prisão, integralmente cumpridos. Pelo
mesmo crime, João é condenado no Brasil à pena de 8 anos de prisão. João

a)cumprirá 8 anos de prisão no Brasil, uma vez que para essa quantidade de pena não se reconhece o
cumprimento no estrangeiro.
b)não cumprirá pena alguma no Brasil caso de trate de país com o qual o Brasil tem acordo bilateral para
reconhecer cumprimento de pena.
c)não cumprirá pena alguma no Brasil, uma vez já punido no país em que o crime foi cometido.
d)cumprirá 8 anos de prisão no Brasil, uma vez que o Brasil não reconhece pena cumprida no estrangeiro.
e)ainda deverá cumprir 4 anos de prisão no Brasil.

12 - 2018 - FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia


Acerca dos princípios que limitam e informam o Direito Penal, é CORRETO afirmar:

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a)A responsabilidade pela indenização do prejuízo que foi causado pelo crime imputado ao agente não
pode ser estendida aos seus herdeiros sem que haja violação do princípio da personalidade da pena.
b)Conforme o princípio da culpabilidade, a responsabilidade penal é subjetiva, pelo que nenhum
resultado penalmente relevante pode ser atribuído a quem não o tenha produzido por dolo ou culpa,
elementos finalisticamente localizados na culpabilidade.
c)O princípio da insignificância funciona como causa de exclusão da culpabilidade, sendo requisitos de
sua aplicação para o STF a ofensividade da conduta, a ausência de periculosidade social da ação e a
inexpressividade da lesão jurídica.
d)O princípio da legalidade, do qual decorre a reserva legal, veda o uso dos costumes e da analogia para
criar tipos penais incriminadores ou agravar as infrações existentes, embora permita a interpretação
analógica da norma penal.

13 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Em relação à aplicação da lei penal é CORRETO afirmar que:

a)ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes cometidos contra a vida ou
o patrimônio do Presidente da República;
b)ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes praticados por brasileiro;
mesmo que o fato não seja punível também no país em que foi praticado;
c)ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra o patrimônio ou a fé
pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública,
sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
d)para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves
brasileiras, de natureza privada onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras mercantes, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar;
e)é aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de
propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou em alto-mar.

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14 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Caio cometeu no dia 01 de janeiro de 2016 um fato criminoso punível com pena privativa de liberdade
previsto em lei temporária, sendo no dia 05 de dezembro de 2016 condenado a 5 (cinco) anos de reclusão.
No ano seguinte decorreu o período de sua duração, findando-se a citada lei no dia 31 de dezembro de
2017. Em relação à aplicação da lei penal indique a opção CORRETA.

a)Caio deve ser preso e cumprir a pena estabelecida de cinco anos, aplicando-se ao fato criminoso a lei
temporária.
b)Ninguém pode ser punido por fato que medida provisória posterior deixa de considerar crime.
c)Deve continuar a execução da pena de Caio até o dia 31 de dezembro de 2017.
d)A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplica aos fatos anteriores, ainda que
decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
e)Caio deve ser imediatamente solto.

15 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


A respeito da Teoria das Penas, assinale a alternativa correta.

a)A finalidade da pena, na teoria relativa, é prevenir o crime. Na vertente preventiva-geral, o criminoso é
punido a fim de impedir que ele volte a praticar novos crimes.
b)A finalidade da pena, na teoria relativa, é prevenir o crime. Na vertente preventiva especial, de
acentuado caráter intimatório, o criminoso é punido para servir de exemplo aos demais cidadãos.
c)A finalidade da pena, na teoria absoluta, é castigar o criminoso, pelo mal praticado. O mérito dessa
teoria foi introduzir, no Direito Penal, o princípio da proporcionalidade de pena ao delito praticado.
d)A finalidade da pena, para a teoria eclética, é ressocializar o criminoso. O mérito dessa teoria foi
humanizar as penas impostas, impedindo as cruéis e humilhantes.
e)O ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria absoluta, tendo a pena apenas o fim de ressocializar o
criminoso.

72
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

16 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


Acerca do direito penal e do poder punitivo, assinale a opção correta.

a)O garantismo penal impede a intervenção punitiva do Estado, o qual deverá exercer função
exclusivamente preventiva e garantidora das liberdades individuais.
b)O direito penal do autor poderá servir de fundamento para a redução da pena quando existirem
circunstâncias pessoais favoráveis ao acusado.
c)O direito penal do ato tem como característica a ampliação da tipicidade do crime para atingir também
os atos preparatórios e os de tentativa.
d)No direito penal do inimigo, a sanção penal é aplicada com extremo rigor e objetiva punir o inimigo
de modo exemplar por atos cometidos, sem, contudo, relativizar ou suprimir garantias processuais.
e)A criminalização secundária tem como características a igualdade e a abstração, uma vez que a lei penal
é genérica e a todos dirigida.
17 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia
No direito penal, a analogia

a)é uma forma de autointegração da norma penal para suprir as lacunas porventura existentes.
b)é uma fonte formal imediata do direito penal.
c)utiliza, na modalidade jurídica, preceitos legais existentes para solucionar hipóteses não previstas em lei.
d)corresponde a uma interpretação extensiva da norma penal.
e)é uma fonte formal mediata, tal como o costume e os princípios gerais do direito.

18 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


Com relação a lugar do crime e territorialidade e extraterritorialidade da lei penal, conforme previstos no
CP, assinale a opção correta.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a)Nos crimes tentados, o lugar do crime será onde o agente pretendia que tivesse ocorrido a consumação
do delito.
b)Nos crimes conexos, não se aplica a teoria da ubiquidade, devendo cada crime ser julgado pela legislação
penal do país em que for cometido.
c)No concurso de pessoas, o lugar do crime será somente aquele em que ocorrerem os atos de
participação ou coautoria, independentemente do local do resultado.
d)No crime continuado, somente será aplicada a lei nacional quando todos os fatos constitutivos tiverem
sido praticados em território brasileiro, por se tratar de delito unitário.
e)Nos crimes complexos, não se aplica a teoria da ubiquidade, mesmo que o delito-meio tenha sido
cometido em território brasileiro.

19 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


Em relação à lei penal no tempo e à irretroatividade da lei penal, é correto afirmar que à lei penal mais

a)severa aplica-se o princípio da ultra-atividade.


b)benigna aplica-se o princípio da extra-atividade.
c)severa aplica-se o princípio da retroatividade mitigada.
d)severa aplica-se o princípio da extra-atividade.
e)benigna aplica-se o princípio da não ultra-atividade.

20 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


A respeito das teorias que tratam das funções da pena, assinale a opção correta.

a)A teoria correcionalista considera que a pena se esgota na ideia da retribuição como resposta ao mal
causado pelo autor do crime.
b)A teoria preventiva geral positiva considera que a pena tem a função de inibir comportamentos
antissociais e moldar comportamentos socialmente aceitos.
c)A teoria absoluta considera que a pena possui caráter retributivo, preventivo e ressocializador.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d)A teoria preventiva geral considera a pena como um meio para prevenir a reincidência do indivíduo.
e)A teoria preventiva especial considera a pena como um meio para intimidar os potenciais praticantes
de condutas delituosas.

Respostas 01: A 02: D 03: B 04: B 05: E 06: E 07: C 08: C 09: D 10: B 11: E 12:
D 13: C 14: A 15: C 16: B 17: A 18: B 19: B 20: B

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

META 02

Direito Processual Penal: Princípios, Aplicação Da Lei Processual No Tempo, No


Espaço e em Relação Às Pessoas

1. Processo Penal Constitucional: O processo penal brasileiro deve observância às


normas previstas na Carta Magna. Nesse sentido, é possível falar em algumas
características decorrentes da constitucionalização:

 O juiz não pode requisitar provas, depois da manifestação pelo arquivamento feita
pelo MP (STF);
 O juiz não pode substituir o MP em sua função probatória, em que pese, a liberdade
de produção conferida ao juiz pelo CPP;
 O interrogatório do réu deve perder a sua característica de prova, passando a ser
exclusivamente meio de defesa;

Se a perspectiva teórica do Código de Processo Penal era nitidamente autoritária,


prevalecendo sempre a preocupação com a segurança pública, como se o Direito Penal
constituísse verdadeira política pública, a Constituição da República de 1988 caminhou em
direção diametralmente oposta.

Enquanto a legislação codificada pautava-se pelo princípio da culpabilidade e da


periculosidade do agente, o texto constitucional instituiu um sistema de amplas garantias

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

individuais, a começar pela afirmação da situação jurídica de quem ainda não tiver
reconhecida a sua responsabilidade penal por sentença condenatória passada em julgado:

“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal


condenatória” (art. 5º, LVII, CF).

Nesse sentido, a constituição deve passar a ser a pré-compreensão valorativa do intérprete


o dever ser normativo do mundo real, que é o ser. Nesta direção é o que o professor
Rubens Casara propõe a interpretação prospectiva do processo penal, ou seja, toda a
interpretação deve ter pro objetivo a construção do projeto constitucional, deve buscar a
radical e incansavelmente, a realização de valores consagrados na constituição.

- Como decorrência da interpretação prospectiva do processo penal, há uma preocupação


com a tutela de direitos fundamentais, o que dá espaço ao garantismo penal. Princípios do
sistema garantista:

 Jurisdicionalidade - Nulla poena, nulla culpa sine iudicio: Representa a


exclusividade do poder jurisdicional, direito ao juiz natural, independência da
magistratura e exclusiva submissão à lei.
 Inderrogabilidade do juízo: No sentido de infungibilidade e indeclinabilidade da
jurisdição.
 Separação das atividades de julgar e acusar - Nullum iudicium sine
accusatione;

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

 Presunção de inocência;
 Contradição - Nulla probatio sine defensione: É um método de confrontação
da prova e comprovação da verdade: a acusação x a defesa

2. Finalidades do processo penal:

 Pacificação social obtida com a solução do conflito.


 Viabilizar a aplicação do direito penal.
 Garantir ao acusado, presumidamente inocente, meios de defesa diante de uma
acusação.

3. Sistemas do processo penal:

- “A estrutura do processo penal variou ao longo dos séculos, conforme o predomínio da


ideologia punitiva ou libertária. Goldschmidt afirma que a estrutura do processo penal de
um país funciona como um termômetro dos elementos democráticos ou autoritários de
sua Constituição” (LOPES, 2018, p. 27).

De modo geral, a doutrina costuma separar o sistema processual inquisitório do modelo


acusatório pela titularidade atribuída ao órgão da acusação: inquisitorial seria o sistema em
que as funções de acusação e de julgamento estariam reunidas em uma só pessoa (ou
órgão), enquanto o acusatório seria aquele em que tais papéis estariam reservados a
pessoas (ou órgãos) distintos.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a) inquisitório: as funções de acusar e julgar estão concentradas em um mesmo sujeito


processual, razão pela qual, não raramente, havia perda da imparcialidade. O lado maléfico
do sistema inquisitório é o eventual abuso de poder (crítica), além da prejudicialidade da
imparcialidade do magistrado, o qual, simultaneamente exerce todas as funções (acusa,
defende e julga). É característica também do sistema inquisitório a inexistência de
contraditório. A gestão da prova será feita pelo juiz, podendo fazê-lo tanto na fase
inquisitorial quanto na fase do processo.

Características do Sistema Inquisidor:

a. A função de acusar, defender e julgar encontram-se concentrados em uma única pessoa,


que assume assim as vestes de um juiz acusador, chamado de juiz inquisidor;

b. Não há que se falar em contraditório, o qual nem sequer seria concebível em virtude da
falta de contraposição entre acusação e defesa. (Não existe contraditório).

c. O juiz inquisidor é dotado de ampla iniciativa probatória, tendo como liberdade para
determinar de ofício a colheita de provas, seja no curso das investigações, seja no curso do
processo penal, independentemente de sua proposição pela acusação ou pelo acusado. A
gestão das provas estava concentrada, assim, nas mãos do juiz, que, a partir da prova do

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

fato e tomando como parâmetro a lei, podia chegar à conclusão que desejasse. (Ampla
iniciativa probatória).

d. Princípio da verdade real – em decorrência de sua admissibilidade, o acusado não era


considerado sujeito de direito, sendo tratado, em verdade, como mero objeto do processo,
daí por que se admite inclusive a tortura como meio de se obter a verdade absoluta.

Na atualidade, a concentração de poderes nas mãos do juiz e a iniciativa probatória dela


decorrente é incompatível com a garantia da imparcialidade (CADH, art. 8º §1º) e com o
princípio do devido processo legal.

Com a reforma (13964/19), ao menos em tese, o juiz não possuirá mais a iniciativa
probatória que antes era prevista no CPP (Art. 3º-A do CPP).

b) acusatório: as funções serão exercidas por partes distintas. As funções de acusar,


defender e julgar são atribuídas a pessoas diversas. No referido sistema haverá respeito ao
contraditório. O acusado deixa de ser considerado mero objeto e passa a configurar como
sujeito de direitos. A gestão da prova, em um sistema acusatório puro, o juiz não poderia
produzir prova de ofício. Por outro lado, a outra parte da doutrina aduz que o juiz pode
produzir prova de ofício na fase processual. Assim, na fase investigatória não é dada ao
juiz produzir prova de ofício, porém, na fase processual lhe é permitido, desde que atue
de forma residual.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Características do Sistema Acusatório:

a. Caracteriza-se pela presença de partes distintas, contrapondo-se acusação e defesa em


igualdade de condições e ambas se sobrepondo um juiz, de maneira equidistante e
imparcial. Aqui, há uma separação das funções de acusar, defender e julgar. O processo
caracteriza-se, assim, como legítimo actum trium personarum.

b. A gestão da prova recai precipuamente sobre as partes. Na fase investigatória, o juiz só


deve intervir quando provocado. O pacote anticrime retirou do juiz a iniciativa
probatória (Art.3º-A do CPP), entregando ao juiz de garantias a competência para decidir
sobre a produção de provas cautelares durante a investigação.
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da
legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos
individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do
Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente:
[...]
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas
consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório
e a ampla defesa em audiência pública e oral;

c. O princípio da verdade real é substituído pelo princípio da busca da verdade, devendo


a prova ser produzida com fiel observância ao contraditório e a ampla defesa;

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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d. A separação das funções e a iniciativa probatória residual à fase judicial preserva a


equidistância que o magistrado deve tomar quanto ao interesse das partes, sendo
compatível com a garantia da imparcialidade e com o princípio do devido processo legal.

e. O sistema acusatório é o adotado pela Constituição Federal:

CF - Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

A função de acusar nas ações penais públicas é do Ministério Público, sendo assim o
sistema acusatório, não é a outra a conclusão que poderíamos ter, haja vista que a CF
outorgou a titularidade da persecução penal ao referido órgão, por excelência.

c) Misto ou acusatório formal: pro há duas fases distintas – uma primeira fase
inquisitorial, destinada a investigação preliminar, e em seguida, teria uma segunda fase,
essa última de viés mais de sistema acusatório.

 Investigação preliminar: polícia judiciária;


 Instrução preparatória: juiz de instrução;
 Julgamento: apenas nesta última fase há contraditório e ampla defesa.

Sistema adotado no Brasil: A doutrina diverge. A maioria da doutrina afirma que, após
a promulgação da Constituição de 1988, o processo penal no Brasil se enquadra como
acusatório (art.129, I CF/88), ou seja, as funções acusatórias e julgadoras não se

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

concentrariam no mesmo órgão. Entretanto, alguns doutrinadores discordam de tal


posicionamento, apontando que em razão da atual legislação infraconstitucional brasileira
o sistema processual penal não poderia ser classificado como acusatório puro, mas sim
inquisitivo garantista.

Atenção: A posição do STF é no sentido de que o sistema processual adotado no Brasil


é o acusatório.

A Constituição Brasileira de 1988 consagrou, em matéria de processo penal, o


sistema acusatório, atribuindo a órgãos diferentes as funções de acusação e
julgamento. A norma impugnada, como visto, estatui que, havendo indício de prática de
crime por magistrado, concluídas as investigações, os autos sejam postos em julgamento
no âmbito do Poder Judiciário, que poderá, se concluir pela inconsistência da imputação,
determinar, desde logo, o arquivamento dos autos em relação ao Magistrado,
independentemente de qualquer ciência, análise ou manifestação prévia do titular da ação
penal pública – Ministério Público – nesse sentido.
Em juízo de cognição sumária, tenho que o preceito em questão não condiz com o
sistema acusatório, ao atribuir ao Tribunal de Justiça a formação da opinio delicti,
afrontando a regra constitucional do art. 129, I, da Constituição Federal. Este é,
inclusive, o pacífico entendimento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ao
reconhecer que, em regra, em virtude da titularidade exclusiva da ação penal pública pelo
Ministério Público, expressamente prevista no citado art. 129, I, da Constituição Federal,
o ordenamento jurídico não possibilita o arquivamento ex officio de investigações
criminais pela autoridade judicial (Inq 4.045 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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Turma, DJe de 19/6/2017; HC 93.921 AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Segunda
Turma, DJe de 1/2/2017; RHC 120.379 ED, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe
de 16/9/2016), como está previsto no regimento interno ora impugnado.

L. 13964/19 – Pacote ANTICRIME

Com o pacote anticrime (L.13964/19) o legislador inseriu no Código de Processo


Penal o que já estava previsto na Constituição (Art.129, I), que o sistema processual
brasileiro é um sistema acusatório. Para isso, tentou, ao menos, retirar das mãos do juiz a
gestão da prova (Art.3º-A do CPP).

“Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a


iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação
probatória do órgão de acusação. ”

Para isso, criou o juiz de garantias, acabando com o contato do juiz da instrução e
julgamento com os atos de investigação e buscou acabar com a possibilidade do juiz
determinar a produção de provas. Todas essas alterações serão estudadas detalhadamente
ao longo do nosso curso.

Apenas uma dica de nomenclatura: as vezes as provas chamam o sistema acusatório


de princípio acusatório. O conceito é o mesmo.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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4. Princípios
 Princípios constitucionais explícitos:
I. Princípio da presunção da inocência: Ninguém será culpado até o trânsito em julgado
da sentença penal condenatória.
Também chamado de estado de inocência ou de presunção de não culpabilidade, o ideal
é utilizar todas as denominações como sinônimas.

Segundo o Prof. Renato Brasileiro, o princípio da presunção de inocência: “consiste no


direito de não ser declarado culpado, senão após o transito em julgado de sentença penal
condenatória (ou, na visão do STF – HC 126.292, ADC 44 e 43 e ARE 964.246 RG/SP -
, após a prolação de acordão condenatório por Tribunal de Segunda instância), ao término
do devido processo legal, em que o acusado tenha se utilizado de todos os meios de prova
pertinentes para a sua defesa (ampla defesa) e para a destruição da credibilidade das provas
apresentadas pela acusação (contraditório)”.

- Segue Renato Brasileiro: “No ordenamento pátrio, até a entrada em vigor da Constituição
de 1988, esse princípio somente existia de forma implícita, como decorrência da cláusula
do devido processo legal. Com a Constituição Federal de 1988, o princípio da presunção
de não culpabilidade passou a constar expressamente do inciso LVII do art. 5º” (LIMA,
2017, p. 43).
- O princípio da presunção de inocência (ou presunção de não culpabilidade) compreende
duas regras fundamentais:

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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I- Regra probatória (in dubio pro reo): a parte acusadora tem o ônus de demonstrar a
culpabilidade do acusado além de qualquer dúvida razoável. Não é o acusado que deve
comprovar sua inocência;
II- Regra de tratamento: o Poder Público está impedido de agir e de se comportar em
relação ao acusado como se ele já houvesse sido condenado.
Previsão Legal: O princípio da presunção de inocência encontra-se previsto tanto na CF
quanto na CADH.

Convenção Americana de Direitos Constituição Federal


Humanos

Presunção de inocência: Presunção de não culpabilidade:

Art. 8º (...), §2º: Toda pessoa acusada de um Art. 5º (...), LVII – ninguém será
delito tem direito a que se presuma sua considerado culpado até o trânsito em
inocência, enquanto não for legalmente julgado de sentença penal condenatória.
comprovada a sua culpa.

OBSERVAÇÕES:
• CADH possui status normativo supralegal. Ou seja, está abaixo da CF, mas acima da
legislação infraconstitucional.
• A decisão do STF, citada no conceito, como se verá abaixo, causou estranheza, tendo
em vista que a CF é clara ao prever “ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado (...)”, não havendo margens para outra interpretação.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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• Para a CADH, a pessoa é considerada inocente até que se comprove sua culpa.
Interpretando-se a Convenção de forma sistemática, que assegura o direito ao duplo grau
de jurisdição, a culpa seria comprovada após o exercício deste direito.

Foi assim que o STF decidiu no HC 126.292, exercido o direito ao duplo grau de
jurisdição, havendo a condenação, a pena pode ser executada, mesmo na pendência de
REsp ou RE.
- Consequências:
 Ônus da prova: em regra da acusação.
 Prisões cautelares. A privação cautelar da liberdade de locomoção somete se justifica
em hipóteses estritas, ou seja, a regra é que o acusado permaneça em liberdade
durante o processo, enquanto que a imposição de medidas cautelares pessoais é a
exceção.

ATENÇÃO: Houve overruling e o STF decidiu que o cumprimento da pena


somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos. Portanto,
atualmente, é proibida a execução provisória da pena.

No dia 07/11/2019, o STF, ao julgar as ADCs 43, 44 e 54 (Rel. Min. Marco Aurélio),
retornou para a sua posição antiga e afirmou que o cumprimento da pena somente pode
ter início com o esgotamento de todos os recursos.
Assim, é proibida a execução provisória da pena.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Vale ressaltar que é possível que o réu seja preso antes do trânsito em julgado (antes do
esgotamento de todos os recursos), no entanto, para isso, é necessário que seja proferida
uma decisão judicial individualmente fundamentada, na qual o magistrado demonstre que
estão presentes os requisitos para a prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP.

Dessa forma, o réu até pode ficar preso antes do trânsito em julgado, mas cautelarmente
(preventivamente), e não como execução provisória da pena.

Principais argumentos:

• O art. 283 do CPP, com redação dada pela Lei nº 12.403/2011, prevê que “ninguém
poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em
julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou
prisão preventiva.”. Esse artigo é plenamente compatível com a Constituição em vigor.

• O inciso LVII do art. 5º da CF/88, segundo o qual “ninguém será considerado culpado
até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, não deixa margem a dúvidas
ou a controvérsias de interpretação.

• É infundada a interpretação de que a defesa do princípio da presunção de inocência pode


obstruir as atividades investigatórias e persecutórias do Estado. A repressão a crimes não
pode desrespeitar e transgredir a ordem jurídica e os direitos e garantias fundamentais dos
investigados.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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• A Constituição não pode se submeter à vontade dos poderes constituídos nem o Poder
Judiciário embasar suas decisões no clamor público.

A nova decisão do STF é vinculante? SIM. A decisão do STF foi proferida em ADC, que
declarou a constitucionalidade do art. 283 do CPP.

II. Princípio da igualdade processual ou paridade de armas: As partes devem ter em


juízo as mesmas oportunidades. Segundo Norberto Avena (2017, p. 53): “As partes, em
juízo, devem contar com as mesmas oportunidades e ser tratadas de forma igualitária. Tal
princípio constitui-se desdobramento da garantia constitucional assegurada no art. 5.º,
caput, da Constituição Federal, ao dispor que todas as pessoas serão iguais perante a lei em
direitos e obrigações. Não obstante o sistema constitucional vigente seja proibitivo de
discriminações, em determinadas hipóteses é flexibilizado o princípio da igualdade”.
III. Princípio da ampla defesa: Segundo Renato Brasileiro (2017, p. 54), a ampla defesa
pode ser vista como um direito sob a ótica de que privilegia o interesse do acusado; todavia,
sob o enfoque publicístico, no qual prepondera o interesse geral de um processo justo, é
vista como garantia.
- Art. 5º, LV, da CF: “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes”.
- “O direito de defesa está ligado diretamente ao princípio do contraditório. A defesa
garante o contraditório e por ele se manifesta” (LIMA, 2017, p. 54).
- Divide-se em:

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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 Autodefesa: é aquela exercida pelo próprio acusado, em momentos cruciais do


processo. Compreende:
1. Direito de audiência: É o direito de ser ouvido no processo;
2. Direito de presença: Direito de estar presente nos atos processuais.
 Defesa Técnica: Direito de ser representado por advogado.
- A defesa técnica é indisponível e irrenunciável. Mesmo que o acusado, desprovido de
capacidade postulatória, queira ser processado sem defesa técnica, e ainda que seja revel,
deve o juiz providenciar a nomeação de defensor.
- Art. 261 do CPP: Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou
julgado sem defensor.

- Aspectos da ampla defesa:


 Positivo: representa a efetiva utilização dos instrumentos, dos meios e modos de
produção, esclarecimento ou confrontação de elementos de prova relacionados à
materialidade da infração criminal e à autoria;
 Negativo: impede a produção de elementos probatórios de elevado risco ou com
potencialidade danosa à defesa do réu.

- Súmula 523, STF: no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas
a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
- Súmula 707, STF: constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer
contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação
do defensor dativo.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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- Súmula 708, STF: é nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos
da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.

STF: Inexiste nulidade na ausência do preso em audiência de oitiva de testemunha por


precatória, se ele não manifestou expressamente o interesse em participar da audiência.
STJ: A ausência do réu à audiência de oitiva de testemunha NÃO gera nulidade, se o seu
defensor estava presente ao ato e não foi demonstrado prejuízo.

Consequências da ampla defesa:


o Apenas o réu tem direito à revisão criminal, nunca a sociedade;
o O juiz deve sempre fiscalizar a eficiência da defesa do réu.

IV. Princípio da plenitude da defesa: Aplicado especificamente ao Tribunal do Juri.


 A atenção do juiz com a efetividade da defesa do réu deve ser ainda maior;
 É possível apresentar nova tese na tréplica;
 Ampliação do tempo de defesa nos debates sem que igual direito seja concedido ao
MP.

V. Princípio do in dubio pro reo: Se houver dúvida na interpretação de determinado


artigo de lei processual penal, deve privilegiar a interpretação que beneficie o réu.
STJ: O princípio NÃO tem aplicação nas fases de oferecimento da denúncia e na prolação
de decisão de pronúncia do Tribunal do Júri, em que prevalece o princípio do in dubio pro
societate.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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OBS: Apesar de recente decisão do STJ (REsp 1.740.921-GO, julgado em 06/11/2018 -


Info 638), prevalece neste Tribunal que é possível a pronúncia do acusado baseada
exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase inquisitorial, já que na
pronúncia opera o princípio in dubio pro societate, porque é a favor da sociedade que se
resolvem as dúvidas quanto à prova, pelo Juízo natural da causa (HC 435.977/RS, julgado
em 15/05/2018 e REsp 1458386/PA, julgado em 04/10/2018).

VI. Princípio do contraditório ou bilateralidade da audiência: É o direito de ser


intimado e se manifestar sobre fatos e provas.
- Art. 5º, LV, da CF: “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes”.

- Elementos
 Direito à informação;
 Direito de participação.

- Espécies:
 Contraditório para a prova (contraditório real): é o contraditório feito na formação
do elemento de prova, sendo indispensável que sua produção ocorra na presença
do órgão julgador e das partes;
 Contraditório sobre a prova (contraditório diferido/postergado): é a atuação do
contraditório após a formação da prova.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

VII. Princípio da publicidade: Vide art. 792, §1º, do CPP.

- Divisão:
o Publicidade ampla (é a regra, permitindo a todos o acesso ao processo e não apenas
às partes e aos procuradores);
o Publicidade restrita (caso haja necessidade de proteção da intimidade ou do
interesse social, os processos poderão correr em segredo de justiça). Pode ser uma
restrição ao público em geral (art. 234-B, CPP) ou apenas às próprias partes (art. 93,
IX, CF).

*ATENÇÃO: na visão dos tribunais superiores esse segredo de justiça está dentro da
cláusula de reserva de jurisdição (STF: MS 27.483/DF).

VIII. Princípio da vedação das provas ilícitas: É vedado o uso de provas ilícitas no
processo.
- Art. 5º, LVI, da CF: São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.

* Atenção: O STF começou a admitir, excepcionalmente, a utilização da prova ilícita em


benefício do réu inocente que produziu prova para a sua absolvição.

IX. Princípio da economia processual, celeridade processual e duração razoável do


processo: Apresentam algumas consequências:
 As prisões cautelares devem persistir por tempo razoável, enquanto presentes as
necessidades;

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 Possibilidade de utilizar a carta precatória itinerante;


 A suspensão do processo, havendo questão prejudicial, só deve ser feita quando há
caso de difícil solução.

X. Princípio do devido processo legal: “o devido processo legal é o estabelecido em lei,


devendo traduzir-se em sinônimo de garantia, atendendo assim aos ditames
constitucionais. Com isto, consagra-se a necessidade do processo tipificado, sem a
supressão e/ou desvirtuamento de atos essenciais” (TÁVORA, 2017, p. 68).
Subdividido em:
 Aspecto material ou substancial: Ninguém será processado, senão por crime
previsto em lei;
 Aspecto processual ou procedimental: Atrelado à possibilidade de produzir
provas

b) Princípios constitucionais implícitos:

I. Princípio de que ninguém está obrigado a produzir prova contra si: também
denominado “nemo tenetur se detegere”, seu conteúdo revela que ninguém é obrigado a
produzir prova contra si mesmo.

PREVISÃO LEGAL
Está previsto na CADH (art. 8º, 2., g), na CF (art. 5º, LXIII).

Artigo 8º - Garantias judiciais

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2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto
não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito,
em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: g) direito de não ser obrigada a depor
contra si mesma, nem a confessar-se culpada; e

Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

- É uma espécie de autodefesa passiva.

- Desdobramentos do direito de não produzir prova contra si mesmo:


I- Direito ao silêncio;
II- Direito de não ser constrangido a confessar a prática de ilícito penal;
III- Inexigibilidade de dizer a verdade;
IV- Direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa gerar incriminação;
V- Direito de não produzir nenhuma prova incriminadora invasiva;

 Titulares: A CF faz referência ao preso, mas como se trata de um direito


fundamental, a interpretação deve ser feita de maneira extensiva. Desta forma,
o titular é o indivíduo suspeito, investigado, indiciado pela autoridade policial bem
como o acusado pelo MP, pouco importa se está preso ou solto.
 abrange o suspeito, investigado, indiciado ou o acusado. A testemunha tem a
obrigação de dizer a verdade, sob pena de responder pelo crime de falso

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testemunho. Entretanto, se das perguntas a ela formuladas puder resultar uma


autoincriminação, também poderá invocar este princípio (informativo 754 STF);
 O imputado deve ser advertido acerca do direito de não produzir prova contra si
mesmo, sob pena de ilicitude das provas obtidas.

* Art. 5º, LXIII, da CF: O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.

* Aviso de Miranda: é uma construção do direito norte-americano, em que o policial, no


momento da prisão, deve ler para o preso os seus direitos, sob pena de invalidação do que
por ele for dito. Conforme leciona Renato Brasileiro (2017, p. 71), os Miranda Warnings
têm origem no julgamento Miranda V. Arizona, em que a Suprema Corte americana
firmou o entendimento de que nenhuma validade pode ser conferida às declarações feitas
pela pessoa à polícia, a não ser que antes tenha sido claramente informada de:
I- que tem o direito de não responder;
II- que tudo o que disser pode vir a ser utilizado contra ela;
III- que tem o direito à assistência de defensor escolhido ou nomeado.

* O art. 2º, §6º, da Lei nº 7.960/89 (prisão temporária) prevê que, efetuada a prisão, a
autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5º da Constituição
Federal, por meio de uma nota de ciência.

- Entendimentos do STF:

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a) O acusado não está obrigado a fornecer padrões vocais necessários a subsidiar prova
pericial de verificação de interlocutor (HC 83.096/RJ);
b) O acusado não está obrigado a fornecer material para exame grafotécnico (HC
77135/SP);
c) Configura constrangimento ilegal a decretação de prisão preventiva de indiciados diante
da recusa destes em participarem de reconstituição do crime (HC 99.245/RJ).

Vamos aprofundar o assunto:

Há na jurisprudência diversas manifestações acerca do dever de advertência. Como


exemplo, os casos em policiais gravaram conversa informal com o preso, sem que lhe
fosse avisado acerca do seu direito ao silêncio. Vejamos:

STF: “(...) Gravação clandestina de “conversa informal” do indiciado com policiais.


Ilicitude decorrente - quando não da evidência de estar o suspeito, na ocasião, ilegalmente
preso ou da falta de prova idônea do seu assentimento à gravação ambiental - de constituir,
dita “conversa informal”, modalidade de “interrogatório” sub- reptício, o qual - além de
realizar-se sem as formalidades legais do interrogatório no inquérito policial (CPP, art. 6º,
V) -, se faz sem que o indiciado seja advertido do seu direito ao silêncio. O privilégio
contra a autoincriminação - nemo tenetur se detegere -, erigido em garantia fundamental
pela Constituição - além da inconstitucionalidade superveniente da parte final do art. 186
CPP. - Importou compelir o inquiridor, na polícia ou em juízo, ao dever de advertir o
interrogado do seu direito ao silêncio: a falta da advertência - e da sua documentação
formal - faz ilícita a prova que, contra si mesmo, forneça o indiciado ou acusado no

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interrogatório formal e, com mais razão, em “conversa informal” gravada,


clandestinamente ou não. (...)”. (STF, 1ª Turma, HC 80.949/RJ, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, DJ 14/12/2001).

Em relação à imprensa, podemos citar duas correntes:

1ªC: há doutrinadores que afirmam que este dever de advertência vale para todos, inclusive
para os particulares, seria a aplicação da eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
Portanto, a imprensa teria a obrigação de advertir o agente acerca do seu direito de
permanecer calado.

2ºC: STF, no entanto, não adota tal posicionamento. Assim, o dever de advertência vale
apenas para o Estado. Nesse sentindo, STF HC 99.558/ES:

STF: “(...) Alegação de ilicitude da prova, consistente em entrevista concedida pelo


paciente ao jornal “A Tribuna”, na qual narra o modus operandi de dois homicídios
perpetrados no Estado do Espírito Santo, na medida em que não teria sido advertido do
direito de permanecer calado. Entrevista concedida de forma espontânea.
Constrangimento ilegal não caracterizado. Ordem denegada”. (STF, 2ª Turma, HC
99.558/ES, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 14/12/2010).

DESDOBRAMENTO DO PRINCÍPIO

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 Direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa incriminá-


lo.
Por força do direito de não produzir prova contra si mesmo, doutrina e jurisprudência têm
adotado o entendimento de que não se pode exigir um comportamento ativo do acusado.

Por comportamento ativo, entende-se um “fazer” por parte do acusado, a exemplo do


fornecimento do padrão vocal para realização de exame de espectrograma; fornecimento
de material escrito para exame grafotécnico; exame de bafômetro.

Nesse sentindo, HC 83.096/RJ: STF: “(...) O privilégio contra a autoincriminação,


garantia constitucional, permite ao paciente o exercício do direito de silêncio, não
estando, por essa razão, obrigado a fornecer os padrões vocais necessários a
subsidiar prova pericial que entende lhe ser desfavorável. Ordem deferida, em
parte, apenas para, confirmando a medida liminar, assegurar ao paciente o
exercício do direito de silêncio, do qual deverá ser formalmente advertido e
documentado pela autoridade designada para a realização da perícia”. (STF, 2ª
Turma, HC 83.096/RJ, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 12/12/2003 p. 89).

Atualmente, há teste de bafômetro ativo (não é obrigado a realizar, pois pode


acarretar autoincriminação) e teste de bafômetro passivo, em que é colocado um
objeto próximo ao agente, capaz de captar, por meio da respiração, o teor
alcoólico. Este último, por não demandar qualquer comportamento do agente,
pode ser realizado, mesmo contra sua vontade.

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Tratando-se de comportamentos passivos, em que o agente se sujeita a prova, não


há proteção do referido princípio, a exemplo do reconhecimento de pessoas e
coisas.

 Direito de não produzir nenhuma prova incriminadora invasiva.

Prova invasiva, protegida pelo princípio estudado, implica na penetração do organismo


humano e na extração de uma parte dele. Como exemplo, podemos citar: coleta de sangue,
soprar bafômetro.

Prova não invasiva, sem proteção do referido princípio, é aquela em que não há
penetração no organismo humano. Admite-se a coleta, mas não deve ser retirada do corpo.
Por exemplo, o fio de cabelo coletado de um pente, o mesmo vale para a coleta de lixo,
de placenta descartada (Glória Trevi).

STF: “(...) Coleta de material biológico da placenta, com propósito de se fazer exame de
DNA, para averiguação de paternidade do nascituro, embora a oposição da extraditanda.
(....) Mantida a determinação ao Diretor do Hospital Regional da Asa Norte, quanto à
realização da coleta da placenta do filho da extraditanda. (...) Bens jurídicos constitucionais
como “moralidade administrativa”, “persecução penal pública” e “segurança pública” que
se acrescem, - como bens da comunidade, na expressão de Canotilho, - ao direito
fundamental à honra (CF, art. 5°, X), bem assim direito à honra e à imagem de policiais
federais acusados de estupro da extraditanda, nas dependências da Polícia Federal, e direito
à imagem da própria instituição, em confronto com o alegado direito da reclamante à

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intimidade e a preservar a identidade do pai de seu filho. (...) Mérito do pedido do


Ministério Público Federal julgado, desde logo, e deferido, em parte, para autorizar a
realização do exame de DNA do filho da reclamante, com a utilização da placenta
recolhida, sendo, entretanto, indeferida a súplica de entrega à Polícia Federal do
“prontuário médico” da reclamante”. (STF, Tribunal Pleno, Rcl-QO 2.040/DF, Rel. Min.
Néri da Silveira, DJ 27/06/2003 p. 31).

Ressalta-se que o raio-x, segundo o STJ (HC 149.146/SP), é considerado prova não
invasiva. Logo, poderá ser realizado mesmo contra a vontade do indivíduo.

STJ: “(...) A Constituição Federal, na esteira da Convenção Americana de Direitos


Humanos e do Pacto de São José da Costa Rica, consagrou, em seu art. 5º, inciso
LXIII, o princípio de que ninguém pode ser compelido a produzir prova contra si.
Não há, nos autos, qualquer comprovação de que tenha havido abuso por parte
dos policiais na obtenção da prova que ora se impugna. Ao contrário, verifica-se
que os pacientes assumiram a ingestão da droga, narrando, inclusive, detalhes da
ação que culminaria no tráfico internacional da cocaína apreendida para a Angola,
o que denota cooperação com a atividade policial, refutando qualquer alegação de
coação na colheita da prova. Ademais, é sabido que a ingestão de cápsulas de
cocaína causa risco de morte, motivo pelo qual a constatação do transporte da
droga no organismo humano, com o posterior procedimento apto a expeli-la,
traduz em verdadeira intervenção estatal em favor da integridade física e, mais
ainda, da vida, bens jurídicos estes largamente tutelados pelo ordenamento.
Mesmo não fossem realizadas as radiografias abdominais, o próprio organismo,

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se o pior não ocorresse, expeliria naturalmente as cápsulas ingeridas, de forma a


permitir a comprovação da ocorrência do crime de tráfico de entorpecentes. (...)
Ordem denegada”. (STJ, 6ª Turma, HC 149.146/SP, Rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 05/04/2011).

II. Princípio da iniciativa das partes;

III. Duplo grau de jurisdição: NÃO é princípio constitucional expresso, embora exista
doutrina que defenda ser decorrência da ampla defesa;

IV. Juiz imparcial/natural: consiste no direito que cada cidadão possui de conhecer
antecipadamente a autoridade jurisdicional que o processará e o julgará.
 Só podem exercer jurisdição os órgãos instituídos pela Constituição;
 Ninguém pode ser julgado por órgão instituído após o fato;
 Entre os juízes pré-constituídos vigoram regras de competência que excluem
qualquer tipo de discricionariedade.

V. Indisponibilidade da ação penal pública;

VI. Oficialidade: A atividade de persecução criminal deve ocorrer por órgão oficial.
Aplicável à ação penal pública;

VII. Oficiosidade: As autoridades incumbidas da persecução penal devem agir de ofício;

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VIII. Intranscendência ou pessoalidade das penas: As penas devem ser cumpridas


pelo indivíduo efetivamente condenado;

IX. Vedação ao bis in idem: O indivíduo não pode ser condenado, nem cumprir pena
pelo mesmo crime mais de uma vez;

c) Outros princípios do processo penal

I. Princípio da busca da verdade real ou material: Com o pacote anticrime


(L.13964/19): tal princípio deixa de fazer sentido em nosso sistema. Segundo o princípio
da verdade real, o magistrado deve buscar provas, tanto quanto as partes, não se
contentando com o que lhe é apresentado. Segundo Nestor Távora (2017, p. 60) “o
processo penal não se conforma com ilações fictícias ou afastadas da realidade. O
magistrado pauta o seu trabalho na reconstrução da verdade dos fatos, superando eventual
desídia das partes na colheita probatória, como forma de exarar um provimento
jurisdicional mais próximo possível do ideal de justiça”.
Portanto, com a reforma, o juiz perde essa iniciativa probatória e a possibilidade de buscar
provas em nome da verdade real. O sistema acusatório impõe ao juiz um verdadeiro estado
de alheamento.

II. Princípio da oralidade: A prova oral prevalece sobre a escrita. Desse princípio
decorre:
 Princípio da concentração: Toda a colheita de prova e julgamento devem ocorrer
em uma única audiência;

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 Princípio da imediaticidade: O magistrado deve ter contato direto com a prova


produzida;
 Princípio da identidade física do juiz: O juiz que instrui o processo deve julgá-
lo.

III. Indivisibilidade da ação penal privada: NÃO pode o ofendido escolher contra
qual agente ofertará a ação penal privada.

* ATENÇÃO: Para o STF, a ação penal pública é divisível, pois o MP pode, até sentença
final, incluir novos agentes por aditamento à denúncia ou oferecer nova ação penal, caso
já prolatada sentença no feito. Todavia, para doutrina majoritária, prevalece a
indivisibilidade.

IV. Comunhão da prova: A prova pertence ao processo;


V. Impulso oficial: Atrelado aos princípios da obrigatoriedade e indeclinabilidade da ação
penal.

5. Aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas

a) Lei processual no tempo: Pelo princípio do efeito imediato, a lei processual penal
aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos praticados sob a vigência da lei
anterior (art. 2º, CPP) – tempus regit actum. Como consequência, a lei processual penal será
aplicada de imediato, seja benéfica ou maléfica (não se aplica o princípio da retroatividade
da lei benéfica, como ocorre no Direito Penal).

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LEI PROCESSUAL NO TEMPO E LEIS HÍBRIDAS


Leis híbridas: Lei com preceitos de direito processual e direito penal.
Aplicação da lei: Não pode haver cisão, e, segundo STF, deve prevalecer o aspecto
material, razão pela qual:
 Se o aspecto penal for benéfico: prevalece o aspecto penal, e a lei retroage por
completo;
 Se o aspecto penal for maléfico: a lei NÃO retroage

*ATENÇÃO: normas processuais heterotópicas são aquelas em que apesar de seu


conteúdo conferir-lhe uma determinada natureza, encontra-se prevista em diploma de
natureza distinta. Ex: o direito ao silêncio do acusado em interrogatório apesar de estar
previsto no Código de Processo Penal possui conteúdo material.

b) Lei processual no espaço: “Ao contrário do que ocorre no Direito Penal, onde se
trava longa e complexa discussão sobre a extraterritorialidade da lei penal, no processo
penal a situação é mais simples. Aqui vige o princípio da territorialidade. As normas
processuais penais brasileiras só se aplicam no território nacional, não tendo qualquer
possibilidade de eficácia extraterritorial” (LOPES, 2018. p. 72).

Pelo art. 1º, CPP, há o princípio da territorialidade absoluta, decorrência da soberania,


razão pela qual o CPP vale em todo território nacional, SALVO nas hipóteses excludentes
da jurisdição criminal brasileira, casos em que o CPP possui aplicação subsidiária:

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Art. 1º - O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código,
ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de
Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade;
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial;
V - os processos por crimes de imprensa.
Parágrafo único - Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos
nºs. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.

c) Lei processual em relação às pessoas: Conforme art. 1º, do CPP, é possível que
sejam instituídas imunidades da lei processual penal, seja em virtude de tratados
internacionais (imunidade diplomáticas e de chefes de governos estrangeiros) ou por
regras constitucionais (imunidades e regras de competência).

I. Imunidades Diplomáticas: Objetivam garantir o livre exercício dos representantes


diplomáticos, e são atribuídas em função do cargo, e não da pessoa. O Tratado de Viena
assegura a imunidade de jurisdição penal do diplomata e seus familiares, para que se
sujeitem à jurisdição do Estado que representa. Abrangência:
 Chefes de governo ou Estado estrangeiro, sua família e membros de sua comitiva;
 Embaixador e família: Imunidade absoluta;
 Funcionários das organizações internacionais (ONU) quando em serviço.

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 Atenção: Se agentes consulares, são imunes apenas quanto aos crimes


relacionados com a sua função

* ATENÇÃO:

 A imunidade não subtrai o diplomata da investigação, mas do processo e


julgamento em território brasileiro.
 As embaixadas NÃO são extensão do território que representam, mas são
invioláveis.
- É possível ao país renunciar à imunidade do agente diplomático, mas o agente não pode
renunciar por iniciativa pessoal, já que a imunidade fundamenta-se no interesse da função.

II. Imunidades parlamentares: É uma prerrogativa para o desempenho das funções de


deputados e senadores de legislar e fiscalizar o Poder Executivo. Podem ser absolutas ou
relativas:

 Imunidade Absoluta (material, substancial, real, inviolabilidade ou


indenidade): Prevê o art. 53, da CF/88, que deputados e senadores são invioláveis,
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
1. Para STF, a imunidade é causa de atipicidade.
2. A abrangência dessa imunidade deve ser analisada:

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1. Se ofensa proferida nas dependências da casa legislativa: O nexo


funcional é presumido, há imunidade3;
2. Se a ofensa é proferida fora das dependências da casa legislativa: O
nexo funcional NÃO é presumido, deve ter relação com o exercício
do mandato e o ofendido deve comprovar a inexistência de nexo com
o mandato.
 Imunidade Relativa ou formal: É possível subdividi-la:
1. Para a prisão: Relacionada à prisão dos parlamentares e ao processo. Os
parlamentares passam a ter imunidade formal para a prisão a partir do
momento em que são diplomados pela Justiça Eleitoral (antes da posse),
configurando o termo inicial para a atribuição de imunidade formal
para a prisão.
- Os parlamentares só poderão ser cautelarmente presos nas hipóteses
de flagrante de crime inafiançável (“ESTADO DE RELATIVA
INCOERCIBILIDADE PESSOAL DOS CONGRESSITAS” – Celso
de Melo). => Nesse caso, os autos deverão ser encaminhados a Casa
Parlamentar respectiva, no prazo de 24 hrs para que, pelo voto (ABERTO)
da maioria absoluta de seus membros, resolva sobre a prisão.

3
Sobre a presunção da imunidade por palavras e expressões proferidas dentro da Casa Parlamentar, o
STF, no Inq 3932/DF e Pet 5243/DF, de Relatoria do Min. Luiz Fux, julgado em 21/06/2016 (INF 831),
recebeu denúncia contra o Dep. Jair Bolsonaro, pela incitação ao crime, ao pronunciar, em acalorada
discussão no plenário, que a também Dep. Federal Maria do Rosário “não merecia ser estuprada”. Para
melhor compreensão de interessante julgado, sugerimos a leitura:
http://www.dizerodireito.com.br/2016/07/entenda-decisao-do-stf-que-recebeu.html

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- Nota-se que a aprovação pela Casa é condição necessária para a


manutenção da prisão em flagrante delito de crime inafiançável. Logo, há
duas hipóteses:

 Se a Casa decidir pela não manutenção do cárcere, a prisão deverá ser


imediatamente relaxada;
 Se a Casa mantiver a prisão em flagrante, os autos deverão ser
encaminhados, no prazo de 24 hrs, ao STF.

 Para o processo: Oferecida denúncia, o Ministro do STF NÃO poderá


recebe-la sem prévia licença da Casa Parlamentar. Após o recebimento
da denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o STF dará ciência a Casa respectiva que, por iniciativa de
partido político nela representado e pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, decidirá sustar o andamento da ação.
- O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo
improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela mesa diretora, e a
sustação do processo suspende a prescrição enquanto durar o
mandato.

* ATENÇÃO: NÃO há mais imunidade material para crimes


praticados ANTES DA DIPLOMAÇÃO.

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 Prerrogativa de foro: Desde a expedição de diploma, deputados e senadores


serão julgados pelo STF pela prática de qualquer tipo de crime. Casos:
 Infração cometida durante o exercício da função parlamentar:
A competência será do STF, sendo desnecessário pedir autorização a
Casa respectiva, bastando dar ciência ao Legislativo, que poderá sustar
o andamento da ação;
 ATENÇÃO: Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente
cometidos pelo Deputado Federal não se relacionam ao exercício do
mandato, a competência para julgá-los não é do STF, mas sim do juízo
de 1ª instância.
 Isso porque o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos
crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às
funções desempenhadas (STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 03/05/2018).

STF. 1ª Turma. Inq 4619 AgR-segundo/DF, Rel. Min. Luiz Fux,


julgado em 19/2/2019 (Info 931).

 Delito cometido APÓS o encerramento do mandato: NÃO há


foro por prerrogativa de função.
As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por
prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se

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apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em
razão dele.
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado
como Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser
julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal.

Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no
mandato, se o delito não apresentar relação direta com as funções exercidas,
também não haverá foro privilegiado.
Foi fixada, portanto, a seguinte tese:

O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante
o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018.

* ATENÇÃO - Ciranda de Processos: Questiona-se se o ato de renúncia parlamentar


constitui gesto legítimo para afastar a prerrogativa de foro. No caso de Natan Donadon,
entendeu-se que a renúncia ao cargo, para que haja prescrição, seria fraude processual
inaceitável, frustrando a atuação jurisdicional do Estado, razão pela qual NÃO haveria a
problema em ser julgado pelo STF.

ESQUEMA SOBRE IMUNIDADES:

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PARLAMENTAR IMUNIDADE JULGAMENTO

Deputados Federais e Imunidade absoluta e Julgados pelo STF,


Senadores relativa inclusive nos crimes
dolosos contra a vida

Deputados estaduais Imunidade absoluta e Julgados pelo TJ,


relativa inclusive nos crimes
dolosos contra a vida

Vereadores Só possuem imunidade Julgados pelo Juiz ou TJ


absoluta, e o foro (a depender da
especial depende de Constituição Estadual),
previsão na CE mas nos crimes dolosos
contra a vida são
submetidos a Júri
popular.

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QUESTÕES SOBRE O TEMA

01 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Tício está sendo processado pela prática de crime de roubo. Durante o trâmite do inquérito policial, entra
em vigor determinada lei, reduzindo o número de testemunhas possíveis de serem arroladas pelas partes
no procedimento ordinário.
A respeito do caso descrito, é correto que

a)não se aplica a lei nova ao processo de Tício em razão do princípio da anterioridade.


b)a lei que irá reger o processo é a lei do momento em que foi praticado o crime, à vista do princípio
tempus regit actum.
c)em razão do sistema da unidade processual, pelo qual uma única lei deve reger todo o processo, a lei
velha continua ultra-ativa e, por isso, não se aplica a nova lei, mormente por ser esta prejudicial em relação
aos interesses do acusado.
d)não se aplica a lei revogada ao processo de Tício em razão do princípio da reserva legal.
e)não se aplica a lei revogada porque a instrução ainda não se iniciara quando da entrada em vigor da
nova lei.

02 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - Delegado de Polícia


Considerando a disciplina da aplicação de lei processual penal e os tratados e convenções internacionais,
assinale a alternativa correta.

a)A lei processual penal aplica-se desde logo, conformando um complexo de princípios e regras
processuais penais próprios, vedada a suplementação pelos princípios gerais de direito.
b)A superveniência de lei processual penal que modifique determinado procedimento determina a
renovação dos atos já praticados.
c)A lei processual penal não admite interpretação extensiva, ainda que admita aplicação analógica.

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d)Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra
autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo
razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo.
e)Em caso de superveniência de leis processuais penais híbridas, prevalece o aspecto instrumental da
norma.

03 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


De acordo com a jurisprudência sumulada do Supremo Tribunal Federal,

a)a imunidade parlamentar estende-se ao corréu sem essa prerrogativa (Súmula 245).
b)para requerer revisão criminal, o condenado deve recolher-se à prisão (Súmula 393).
c)só é licito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou perigo à integridade
física própria ou alheia, por parte do preso ou terceiros, sem, contudo, necessidade de a autoridade policial
justificar a utilização por escrito (Súmula Vinculante 11).
d)é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciá-
ria, digam respeito ao exercício do direito de defesa (Súmula Vinculante 14).
e)a homologação da transação penal prevista no art. 76 da Lei no 9.099/95 faz coisa julgada material e,
descumpridas suas cláusulas, retorna-se à situação anterior, possibilitando ao Ministério Público a
continuidade da persecução penal (Súmula Vinculante 35).

04 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


Aplicar-se-á a lei processual penal, nos estritos termos dos arts. 1o , 2o e 3o do CPP,

a)aos processos de competência da Justiça Militar.


b)ultrativamente, mas apenas quando favorecer o acusado.
c)retroativamente, mas apenas quando favorecer o acusado.
d)desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

114
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

e)com o suplemento dos princípios gerais de direito sem admitir, contudo, interpretação extensiva e
aplicação analógica.

05 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


O MP de determinado estado ofereceu denúncia contra um indivíduo, imputando-lhe a prática de roubo
qualificado, mas a defesa do acusado negou a autoria. Ao proferir a sentença, o juízo do feito constatou
a insuficiência de provas capazes de justificar a condenação do acusado.
Nessa situação hipotética, para fundamentar a decisão absolutória, o juízo deveria aplicar o princípio do

a)estado de inocência.
b)contraditório.
c)promotor natural.
d)ne eat judex ultra petita partium.
e)favor rei.

06 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


No que se refere às provas no processo penal, julgue os itens a seguir.

I Em atendimento ao princípio da legalidade, no processo penal brasileiro são inadmissíveis provas não
previstas expressamente no CPP.
II Caso a infração tenha deixado vestígio, a confissão do acusado não acarretará a dispensa da prova
pericial.
III Havendo evidências da participação do indiciado em organização criminosa, a autoridade policial
poderá determinar a quebra do sigilo da sua comunicação telefônica como forma de instruir investigação
criminal.
IV A prova obtida por meios ilícitos não constitui suporte jurídico capaz de ensejar sentença
condenatória, ainda que corroborada pela confissão do acusado.

115
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Estão certos apenas os itens

a)I e II.
b)l e III.
c)II e IV.
d)I, III e IV.
e)II, III e IV.

07 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


Na esfera da legislação processual penal, a repristinação

a)somente se aplicará por força de decisão judicial fundamentada.


b)é aplicável somente nos processos de competência originária dos tribunais.
c)somente se aplicará se houver expressa determinação legal.
d)é inaplicável, por suas características.
e)somente se aplicará se apresentar manifesta vantagem para o réu.

08 - 2017 - CESPE - PJC-MT - Delegado de Polícia


O princípio da paridade de armas (par condicio)

a)não é aplicável ao processo penal brasileiro em face do sistema acusatório.


b)se aplica ao processo penal de forma absoluta.
c)é também denominado princípio do contraditório.
d)é exercido sem restrições no âmbito do inquérito policial.
e)é mitigado na ação penal pública pelo princípio da oficialidade.

09 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia

116
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Com relação às regras da lei processual no espaço e no tempo, o Código de Processo Penal vigente adota,
respectivamente, os princípios da lex fori e da aplicação imediata. Com base nessa informação, é correto
afirmar que

a)as normas do Código de Processo Penal vigente são inaplicáveis, ainda que subsidiariamente, no âmbito
da Justiça Militar e aos processos da competência do tribunal especial.
b)delegado de polícia estadual, que é informado , sobre a prática de crime cometido por promotor de
justiça estadual, está autorizado expressamente por lei, a instaurar inquérito policial para a apuração dos
fatos.
c)é possível a prisão em flagrante de magistrado estadual por delegado de polícia estadual, quando se
tratar de crime inafiançável, sendo obrigatória apenas a comunicação ao presidente do tribunal de justiça
a que estiver vinculado para evitar vício do ato.
d)a lei processual penal tem aplicação aos processos em trâmite no território brasileiro, contudo, uma
hipótese de exclusão da jurisdição pátria é a imunidade dos agentes diplomáticos e seus familiares que
com eles vivam.
e)a lei processual penal atende a regra do tempus reígit actum, porém a repetição de atos processuais
anteriores é exigida por lei em observância da interpretação constitucional, além disso, não é possível
alcançar os processos que apuram condutas delitivas consumadas antes da sua vigência.

10 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


A Constituição Federal de 1988, no artigo 5°, inciso LVI, prevê expressamente a inadmissibilidade da
utilização no processo de provas obtidas por meios ilícitos. De acordo com as teorias adotadas pelo
legislador brasileiro e recente entendimento jurisprudencial, descarta-se a ilicitude da prova na seguinte
situação.

a)Juca está sendo acusado de crime, porém alega que é inocente e tudo não passa de um plano vingativo
elaborado por seu desafeto político. No intuito de provar sua inocência, Juca contrata investigador
particular, o qual instala sistema de captação de imagem e som clandestinamente no escritório do seu

117
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

desafeto. Por meio das imagens e som gravados, Juca consegue extrair conversa que prova
indubitavelmente não ser ele autor do crime denunciado e faz a juntada nos autos do processo judicial.
b)Um grupo de policiais civis estava executando operação contra o tráfico na cidade de Campo Grande-
MS, quando suspeitou que Arnolgildo estaria filmando toda ação policial. Por esse motivo, Arnolgildo
foi então abordado pelos policiais civis, os quais, sem a existência de mandado judicial, efetuaram uma
busca na sua residência e localizaram 9 gramas de crack e 0,4 gramas de cocaína. Arnolgildo foi preso em
flagrante pela acusação de tráfico de drogas.
c)Autorizada interceptação telefônica em face de Diná Sabino de acordo com os ditames legais, ao
término, é extraída prova da prática de delito por esta. No entanto, as conversas de cunho probatório são
aquelas que haviam sido realizadas entre Diná Sabino e seu advogado, quando a primeira confessa a
prática de crimes e requer orientação de como proceder para ser inocentada.
d)Ao cumprir mandado de busca e apreensão em investigação de crime de homicídio, os policiais acessam
os computadores da residência do investigado e levantam diversos dados que demonstram a coautoria
do vizinho. Dessa forma, os policiais estendem informalmente o mandado judicial e cumprem a
diligência, também, na residência do vizinho, em observância ao princípio da celeridade processual.
e)Chegou ao conhecimento da autoridade policial que determinado caminhão estava transportando alta
quantidade de drogas. Em cumprimento de mandado judicial, foram realizadas busca e apreensão do
veículo, confirmando-se o fato. No decorrer do processo judicial, constatou-se que o crime havia sido
descoberto no 16° dia do início de interceptação telefônica, deferida judicialmente pelo prazo inicial de
30 dias. Verificou-se, ainda, que houve pedido de prorrogação após um dia do término do prazo inicial.

11 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


No que tange aos princípios processuais penais constitucionais, assinale a alternativa correta.

a)O princípio da ampla defesa se desdobra na defesa técnica e na autodefesa. A primeira indisponível,
ainda que acusado seja ausente ou foragido; e a segunda quando realizada de forma negativa implica no
silêncio do acusado ou omissão, sendo irrenunciável, pois do contrário poderia acarretar prejuízo ao réu.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

b)Nos casos de prisão em flagrante, é obrigatória a comunicação de advogado indicado pelo preso e a
presença desse profissional no interrogatório do indiciado, em observância ao princípio do contraditório
e sob pena de nulidade absoluta de eventual processo judicial.
c)O princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade está previsto na Constituição Federal e
impõe o dever de tratamento do réu como inocente apenas na dimensão interna do processo, ou seja,
atribui ao acusador demonstrar a culpabilidade do acusado e não este sua inocência.
d)O princípio do juiz natural não é violado com a previsão de órgão colegiado em primeiro grau de
jurisdição para o processo e julgamento dos crimes praticados por organizações criminosas, nem com a
convocação de juízes de primeiro grau para compor órgão julgador do respectivo Tribunal, na apreciação
de recursos em segundo grau de jurisdição.
e)O princípio da motivação das decisões judiciais é corolário do sistema acusatório e deve ser observado
em todas as fases processuais, por isso é firme o entendimento dos Tribunais que rechaça a motivação
per relationem na decretação da prisão preventiva.

12 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


Com base na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre direitos e garantias fundamentais,
assinale a alternativa correta.

a)O fato de o réu estar sendo processado por outros crimes e respondendo a outros inquéritos policiais
é suficiente para justificar a manutenção da constrição cautelar.
b)A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando
amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa
ocorre situação de flagrante delito.
c)É nulo o inquérito policial instaurado a partir da prisão em flagrante dos acusados, quando a autoridade
policial tenha tomado conhecimento prévio dos fatos por meio de denúncia anônima.
d)Ante o princípio constitucional da não culpabilidade, existência de inquéritos policiais ou de ações
penais sem trânsito em julgado pode ser considerada como mau antecedentes criminais para fins de
dosimetria da pena.

119
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

e)A constatação de situação de flagrância, posterior ao ingresso, justifica a entrada forçada em domicílio
sem determinação judicial, sendo desnecessário o controle judicial posterior à execução da medida.

13 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


A cláusula constitucional do due process of law - que se destina a garantir a pessoa do acusado contra
ações eventualmente abusivas do Poder Público tem, no dogma da inadmissibilidade das provas ilícitas
ou ilegítimas, uma de suas projeções concretizadoras mais expressivas, na medida em que o réu tem o
impostergável direito de não ser denunciado, de não ser julgado e de não ser condenado com base em
elementos instrutórios obtidos ou produzidos com desrespeito aos limites impostos pelo ordenamento
jurídico ao poder persecutório e ao poder investigatório do Estado.
(STF, HC 69912, Min. Celso de Mello).
A par de tal orientação jurisprudencial é possível afirmar corretamente:

a)As provas ilícitas são inadmissíveis e a ilicitude só poderá ser excluída, excepcionalmente, em razão da
boa fé do agente, nos casos de organização criminosa e tráfico.
b)As provas ilícitas são inadmissíveis, sendo a doutrina pacífica no sentido de que não podem servir nem
mesmo quando forem as únicas capazes de demonstrar a inocência do réu.
c)As informações colhidas na fase do inquérito que dão esteio à acusação devem guardar perfeita
obediência ao princípio da legalidade sobre pena de refletir na rejeição da denúncia por falta de justa
causa produzida licitamente.
d)As provas derivadas das ilícitas não são alcançadas pela inadmissibilidade.
e)Em nenhuma hipótese os vícios do inquérito policial serão considerados, uma vez que se trata de fase
administrativa que não contamina o processo penal.

14 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


Sobre princípio de processo penal, assinale a alternativa correta.

120
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a)Não se inclui na garantia da ampla defesa, como consectário desta o direito à inviolabilidade da pessoa,
dos documentos e do local de trabalho do defensor técnico.
b)O contraditório é a organização dialética do processo através de tese e antítese legitimadoras da síntese,
é a afirmação e negação. Ou seja, os atos processuais se desenvolvem de forma unilateral, o que se chama
unilateralidade dos atos processuais.
c)No processo penal brasileiro, apesar de inúmeros princípios que lhe emprestam um caráter
democrático, não vigora o princípio da identidade física do juiz.
d)A teoria dos cinco componentes, ao proteger a integridade física e espiritual do homem, bem como a
Fórmula Objeto de Dürig, ao dizer que a dignidade humana é violada sempre que o homem for
coisificado, são importantes contribuições teóricas para a compreensão das dimensões da dignidade e sua
repercussão sobre o processo penal, notadamente no que diz respeito às provas.
e)Para a teoria do não prazo, a duração razoável do processo deve ser definida pelo legislador, inclusive
em atenção ao princípio da legalidade. Esta inclusive é a orientação do Tribunal Europeu de Direitos
Humanos e da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

15 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


Relativamente à aplicação da lei processual penal no tempo e no espaço e aos princípios processuais
penais constitucionais, assinale a opção correta.

a)O Código de Processo Penal normatiza o processamento das relações processuais penais em curso
perante todos os juízos e tribunais brasileiros, aplicando-se, em caráter subsidiário, as normas
procedimentais que versem sobre matérias especiais.
b)Segundo entendimento expendido pelo STF, a atração por continência ou conexão do processo do
corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados constitui violação das garantias do juiz
natural e da ampla defesa.
c)A gravação ambiental por meio de fita magnética, de conversa entre presentes, feita por um dos
interlocutores sem o conhecimento do outro é considerada prova ilícita, pois viola preceito
constitucional.

121
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d)O princípio da extraterritorialidade adotado pelo direito processual penal brasileiro não ofende a
soberania de outros Estados, já que os ordenamentos jurídicos de todas as nações convergem para o
combate às condutas delitivas.
e)A lei processual penal tem aplicação imediata e é aplicável tanto nos processos que se iniciarem após a
sua vigência, quanto nos processos que já estiverem em curso no ato da sua vigência, e até mesmo nos
processos que apurarem condutas delitivas ocorridas antes da sua vigência.

16 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


No que tange ao procedimento criminal e seus princípios e ao instituto da liberdade provisória, assinale
a opção correta.

a)O descumprimento de medida cautelar imposta ao acusado para não manter contato com pessoa
determinada é motivo suficiente para o juiz determinar a substituição da medida por prisão preventiva,
já que a aplicação de outra medida representaria ofensa ao poder imperativo do Estado além de ser
incompatível com o instituto das medidas cautelares.
b)Concedida ao acusado a liberdade provisória mediante fiança, será inaplicável a sua cumulação com
outra medida cautelar tal como a proibição de ausentar-se da comarca ou o monitoramento eletrônico.
c)Compete ao juiz e não ao delegado a concessão de liberdade provisória, mediante pagamento de fiança,
a acusado de crime hediondo ou tráfico ilícito de entorpecente.
d)Caso, após sentença condenatória, advenha a prescrição da pretensão punitiva e seja declarada extinta
a punibilidade por essa razão, os valores recolhidos a título de fiança serão integralmente restituídos
àquele que a prestou.
e)Ofenderá o princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório a defesa que, firmada por
advogado dativo, se apresentar deficiente e resultar em prejuízo comprovado para o acusado.

17 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Considerando os princípios constitucionais que regem o processo penal, assinale a alternativa correta.

122
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a)Sobre a duração razoável do processo, duas teorias buscam reger sua aplicação, a saber: a teoria do não
prazo e a teoria do prazo fixo.
b)O princípio da dignidade da pessoa humana é um conceito vago e indeterminado e idéias kantianas de
autonomia não contribuem para sua determinação.
c)A duração razoável do processo é uma norma programática e por isso não possui qualquer eficácia
imediata, dependendo totalmente de norma regulamentadora.
d)O princípio Nemo tenetur se detegere tal qual expresso na jurisprudência do STF traduz-se,
exclusivamente, no direito ao silêncio.
e)Para o STF, o princípio da presunção de inocência não possui eficácia irradiante.

18 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Leia as frases a seguir e a partir dos respectivos conteúdos responda.

1. “Esse princípio fundamental de civilidade representa o fruto de uma opção garantista a favor da tutela
da imunidade dos inocentes” (Luigi Ferrajoli).
2. “Basta ao corpo social que os culpados sejam geralmente punidos, pois é seu maior interesse que todos
os inocentes sem exceção sejam protegidos" (Lauzé di Peret).
3. “A metafísica do direito penal propriamente dita é destinada a proteger os culpados dos excessos da
autoridade social; a metafísica do direito processual tem por missão proteger dos abusos e dos erros da
autoridade todos os cidadãos inocentes e honestos" (Francesco Carrara).

Qual princípio a seguir melhor sintetiza o conteúdo, as idéias e as preocupações acima expostas?

a)Princípio da verdade real


b)Devido processo penal
c)Ampla defesa contraditório
d)Nemo tenetur se detegere
e)Presunção de inocência

123
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

19 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Leia as afirmativas a seguir.
I. o nemo tenetur se detegere traduz-se na vedação da autoincriminação coercitiva. A jurisprudência do
STF tem extraído deste princípio inúmeras limitações em matéria de produção de prova, como por
exemplo, a garantia de ninguém ser obrigado a fornecer padrões grafotécnicos para perícia.
II. As intervenções corporais coercitivas no processo penal, quando invasivas, violam a dignidade
humana, destacadamente quando se pensa na fórmula-objeto de Dürig. Já as leves ou não invasivas,
mesmo quando coercitivas, em razão da insignificância das mesmas, são toleradas e admissíveis, pois não
há nada no ordenamento que justifique sua inadmissão.
III. Dos cinco componentes da dignidade humana indicados pela doutrina alemã, a integridade física e
espiritual tem especial relevância para o processo penal, em razão das limitações que impõe a colheita de
provas, vedando, por exemplo, não só a tortura, como também a utilização de meios como soro da
verdade e hipnose.
IV. A busca da verdade real é princípio inquestionável e fundamental no processo penal. Sendo assim,
eventualmente é possível admitir uma prova ilícita desde que haja uma ponderação e observância da
razoabilidade, sendo a segurança pública elemento justificador da utilização da prova produzida
ilicitamente quando esta for necessária para combater, por exemplo, o tráfico de drogas e o crime
organizado.
Está correto apenas o que se afirma em:

a)I e II.
b)I, II e III.
c)I e III.
d)III e IV.
e)I, II e IV.

20 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Leia as alternativas a seguir e assinale a correta.


a)A audiência de custódia e o duplo grau de jurisdição, embora previstos em tratados internacionais, não
podem ser considerados direitos fundamentais nos termos da Constituição, pois o artigo 5º da CRF/88
estabelece um rol taxativo de direitos fundamentais.
b)O princípio do juiz natural tem tripla dimensão formal. A primeira veda os tribunais pos facto, a
segunda proscreve a escolha de juiz. Para parte da doutrina, referido princípio apresenta, ainda, uma
terceira dimensão formal, consiste no princípio da identidade física do juiz.
c)A cláusula do devido processo traduz-se totalmente na garantia de um procedimento previsto em lei e
não em um conjunto de princípios.
d)O princípio da presunção de inocência funciona como uma regra de tratamento, sendo referência
axiológica para o regime das prisões cautelares; e uma regra de julgamento, distribuindo o ônus da prova
no processo penal, cabendo ao Ministério Público provar a tipicidade e à defesa provar as excludentes de
ilicitude que alegar.
e)São inadmissíveis no processo penal as provas ilícitas. Assim, estas não estão sob o regime das
nulidades, que inclusive se submetem a discussão sobre sanatória . A sanção constitucional de
inadmissibilidade é uma categoria mais rigorosa.

Respostas 01: E 02: D 03: D 04: D 05: E 06: C 07: C 08: E 09: D 10: A 11: D
12: B 13: C 14: D 15: E 16: E 17: A 18: E 19: C 20: E

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

META 03

Direito Administrativo: Atos administrativos

1) Necessária Distinção

a) Fato - é todo e qualquer acontecimento, seja decorrente de condutas humanas ou


simples sucessão de eventos alheios à atuação das pessoas;

b) Fato Jurídico – Quando os fatos interferem nas relações travadas entre pessoas e, por
isso, precisam de regulamentação por meio de normas jurídicas. Podem se subdividir em:
b.1. Fatos da Natureza (fatos jurídicos strictu sensu) – ex: Nascimento e morte
b.2. Fatos de Pessoas (atos jurídicos) – Ato humano que manifesta vontade de
forma a interferir no direito.

FATO – Acontecimento
ATO – Manifestação de Vontade

2) Atos Administrativos x Atos da Administração

- Nem todo ato praticado pela Administração Pública é ato administrativo, sendo o ato
da administração mais amplo do que a noção de ato administrativo, uma vez que
este é espécie daquele, podendo ser divididos em:

126
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a) Atos Políticos ou de governo – Quando há exercício da função política e podem


exercê-la os membros do Legislativo, Judiciário e do Executivo. Na prática, não são
sequer considerados atos da Administração, pois são exercidos pelo Estado no
exercício de função política. O controle jurisdicional será admitido somente
quando houver prejuízo específico à esfera individual de particulares.

JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO entende que esses atos NÃO
seriam propriamente administrativos, mas atos de governo, já que seu fundamento
de encontra na CF e, por isso, inexistiriam parâmetros prévios de controle. Por
outro lado, são esses os atos que permitem a condução das políticas, diretrizes e
estratégias do governo, comportando tais atos maior discricionariedade para os
governantes.

b) Atos Privados – São os atos da Administração Pública regidos pelo direito privado,
em que a Administração atua sem prerrogativas, como se particular fosse.

c) Atos Materiais – Também chamados de FATOS ADMINISTRATIVOS, já que não


manifestam a vontade do Estado, sendo atos de mera execução de atividade. Ex: ato de
determina a demolição de um prédio => a demolição em si é mero ato material.

DI PIETRO entende que os atos materiais da Administração NÃO contem


manifestação de vontade, mas envolvem apenas a execução.

127
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d) Atos Administrativos – Atos por meio dos quais a Administração atua por meio da
função administrativa, sob o regime de direito público e ensejando a manifestação do
Estado ou de quem lhe faça as vezes. Podem ser praticados ou não pela Administração
Pública, haja vista que podem ser delegados.

3) Atos Administrativos

- São atos jurídicos decorrentes da manifestação de vontade humana que repercute na


esfera dos cidadãos, devendo ser emanado por agente público.

- Inexistem, na esfera do Direito Administrativo, atuações totalmente discricionárias, haja


vista a definição legal com critérios objetivos de determinados elementos dos atos
administrativos, mesmo nos discricionários. Até mesmo os elementos do ato
administrativo que podem ter feição discricionária (como o motivo e objeto),
quando devidamente regulamentados ou discriminados pela Lei, passam a ser
vinculados, perdendo o caráter discricionário.

- ATOS VINCULADOS - Se preenchidos os requisitos objetivamente definidos no texto


legal, o ato administrativo deve ser praticado pelo Poder Público, não havendo qualquer
possibilidade e emissão de juízo de valor pela autoridade estatal, de modo que a simples
ocorrência de previsão legal enseja direito adquirido a particulares.

- ATOS DISCRICIONÁRIOS – É aquele ato determinado em lei, em que o dispositivo


confere margem de escolha ao administrador público mediante análise das razões de

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

oportunidade e conveniência. A discricionariedade NÃO se confunde com


arbitrariedade, somente sendo exercida dentro dos limites definidos pela
legislação aplicável.

4) Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo


DICA: COM FI FOR M OB
 Competência
 Finalidade
 Forma
 Motivo
 Objeto

4.1. COMPETÊNCIA

a) Disposições Gerais

- Definido em lei ou atos administrativos gerais, e em algumas situações decorrem da


previsão da CF e não pode ser alterado por vontades das partes ou do administrador
público.

- MARÇAL JUSTEN – defende que a competência administrativa é a atribuição


normativa da legitimação para a prática de um ato administrativo.

QUAIS SÃO AS FONTES DE COMPETÊNCIA?

129
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

A doutrina identifica duas fontes de competência:


 Fonte primária - é quem define no primeiro plano a
competência, ou seja, lei em sentido amplo (englobando o texto
constitucional);
 Fonte secundária - é quem define no plano interno do órgão, ou
seja, para apontar exatamente quem é o sujeito, que será
previsto em ato administrativo.

- A atuação administrativa é um poder-dever conferido ao Poder Público e distribuído


entre os seus agentes e órgãos internos.

- É elemento vinculado do ato!

- A competência administrativa decorre SEMPRE da lei, mas a avocação e a


delegação podem ocorrer por atos infralegais:
 AVOCAÇÃO: Decorre da hierarquia;
 DELEGAÇÃO: No âmbito federal, NÃO se exige hierarquia. No âmbito da
Administração Paulista, a hierarquia (subordinação) é exigida, conforme
artigo 19 da Lei nº 10.177/1998.

b) Características da competência

- IMPRESCRITÍVEL – Não se extingue com a inércia do agente;

130
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

- IMPRORROGÁVEL – Não pode ser atribuída ao agente público pelo fato de ter
praticado o ato para o qual não tinha atribuição, sem que houvesse objeção por parte de
terceiros, devendo o agente público manter a sua competência originária;

- IRRENUNCIÁVEL (= inderrogável) – Em função do princípio da indisponibilidade


do interesse público, não se pode renunciar total ou parcialmente os poderes ou
competências, salvo autorização em lei.

c) Delegação e Avocação de Competência

* DELEGAÇÃO: É extensão de competência, de forma temporária, para outro ente de


mesma hierarquia ou de nível hierárquico inferior, para o exercício de determinados atos
especificados no instrumento de delegação.

- No ato de delegação, deve se definir o tempo e a matéria delegada de forma específica,


estabelecendo os limites de atuação do agente delegado, já que os atos de delegação
genérica são NULOS, devendo ainda ser publicado.

- Cláusula de Reserva – Como regra geral, o agente delegante NÃO transfere a


competência, mas apenas a amplia, mantendo-se competente após a delegação com o
agente delegado.

SÚMULA 510 STF – PRATICADO ATO POR AUTORIDADE, NO EXERCÍCIO


DE COMPETÊNCIA DELEGADA, CONTRA ELE CABE MS OU A MEDIDA

131
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

JUDICIAL => Esse entendimento se respalda no fato de que o ato praticado por
delegação deve ser considerado praticado pelo agente delegado.

- Vedação à delegação de competência :


* Dica para decorar: ANO RAD EX
 Competência exclusiva, definida em lei – No entanto, é admitida a delegação
para a prática de atos decorrentes de competências privativas de determinado
agente público;
 Para a decisão de recurso hierárquico;
 Para a edição de atos normativos – No entanto, o art. 84 CF permite a delegação
de algumas atribuições do Presidente da República aos Ministros de Estado, AGU
e PGR.

* AVOCAÇÃO: Ocorre quando o agente chama para si a competência de outro agente,


devendo haver a subordinação, sendo alteração de competência de caráter temporário e
restrito, possuindo como objetivo evitar decisões contraditórias.

- STF: É legítima a delegação de competência pelo Governador de Estado a secretário


estadual para a aplicação da pena de demissão a servidores público.

- DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA X DELEGAÇÃO DE ASSINATURA – Na


delegação de competência, há efetiva transferência de competência e da responsabilidade
pela função que será exercida pelo delegatário; na segunda hipótese, o delegatário apenas
assina atos administrativos em nome do delegante, sem assumir qualquer responsabilidade

132
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

pelo respectivo conteúdo. A delegação de assinaturas é comum no cotidiano da


Administração e tem por objetivo desafogar os trabalhos e garantir celeridade
administrativa.

- RENÚNCIA DA COMPETÊNCIA X DELEGAÇÃO – Na renúncia, o agente de


recusa a exercer a função administrativa, denotando completa omissão administrativa, que
deve ser punida disciplinarmente. Na delegação, o agente transfere a competência para
outro agente para que a função administrativa seja efetivamente exercida.

QUAIS SÃO OS VÍCIOS QUE PODEM ATACAR O ELEMENTO


COMPETÊNCIA DO ATO?
O elemento competência pode ser viciado por incompetência e por
incapacidade.
a) Por incompetência: ocorre por excesso de poder, usurpação de função ou
função de fato.
 Ocorre excesso de poder quando o agente atua fora ou além de sua esfera
de competências, estabelecida em lei. Trata-se de espécie do gênero abuso
de poder. Assim, abuso de poder é o gênero, do qual são espécies o excesso
de poder (vício de competência) e o desvio de poder (vício no elemento finalidade
dos atos administrativos).
 Tanto o excesso como o desvio de poder podem configurar crime
de abuso de autoridade (Lei 13.869/19), hipótese em que ficará
sujeito à responsabilidade administrativa e à penal, podendo ainda

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responder civilmente, se de seu ato resultarem danos patrimoniais


e morais.
 O vício de competência (excesso de poder) admite convalidação,
salvo se se tratar de competência em razão da matéria ou de
competência exclusiva. Nestes dois últimos casos, o excesso de
poder gera um ato nulo.
A usurpação da função é crime (art. 328 do CP) cometido por alguém que
não foi por nenhuma forma investido no cargo, emprego ou função
pública. O agente não tem nenhuma espécie de vinculo funcional com a
administração (DI PIETRO). Neste caso, a maioria da doutrina considera
o ato inexistente.
Ocorre a função de fato quando a pessoa foi investida no cargo, emprego
ou função pública, mas há alguma ilegalidade em sua investidura ou
impedimento para a prática do ato. Em função da teoria da aparência (para
os administrados, a situação tem total aparência de legalidade, de
regularidade), o ato é considerado válido, ou pelo menos o são os efeitos
dele decorrentes.
b) Por incapacidade: A Lei 9.784/99 prevê, em seu art. 18, os casos de
impedimento, e no art. 20, os casos de suspeição de autoridade ou servidor
público, praticamente nos mesmos moldes do CPC. Cumpre salientar, porém
que, no Direito Administrativo, ambas as hipóteses se enquadram como atos
anuláveis, passíveis de convalidação por autoridade que não esteja na mesma
situação de impedimento ou suspeição.

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4.2. FINALIDADE

- É escopo do ato, sendo tudo aquilo que se busca proteger com a prática do ato.

- Para a doutrina, todo ato administrativo possui DUAS FINALIDADES:


I – Finalidade Genérica: Presente em todos os atos, é o atendimento ao interesse
público;
II –Finalidade Específica: É definida em lei e estabelece qual a finalidade de cada
ato especificamente.

OBS: Em determinadas situações, o ato é praticado no interesse público, mas com desvio
da finalidade específica, a exemplo de quando se exonera um servidor público com a
intenção de puni-lo. Assim, sendo violada a finalidade específica, mesmo que o agente
esteja buscando o interesse público, há o desvio de finalidade.

- Ainda que o Administrador Público NÃO atue com a intenção de satisfazer interesses
pessoais, a prática do ato com a intenção de alcançar finalidade diversa da expressamente
imposta na regra que a definiu configura vício, por desvio de poder, SALVO nos casos de
tredestinação lícita, na desapropriação.

- A finalidade é SEMPRE elemento vinculado do ato quanto à finalidade


específica, podendo ser discricionário se analisada a finalidade genérica que é o
interesse público (conceito jurídico indeterminado).

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- ABUSO DE PODER – Subdivide-se em:


 Desvio de poder ( = desvio de finalidade): Ocorre quando o agente público
pratica ato visando fim diverso do previsto.
 Excesso de poder ( = vício de competência): Ocorre quando o agente público
excede os limites da sua competência.

4.3. FORMA

- É a exteriorização do ato, determinada por lei, decorrente do PRINCÍPIO DA


SOLENIDADE. A ausência de forma importa a inexistência do ato administrativo,
já que a forma é instrumento de projeção do ato.

- Não basta a manifestação de vontade, mas a formalização deve respeitar os critérios


previamente definidos em lei, sob pena de irregularidade da conduta. Nesse caso, o
desrespeito às finalidades específicas NÃO gera a inexistência do ato, mas a sua
ilegalidade, devendo ser anulado.

- A declaração de ilegalidade poderá ser feita pela própria Administração Pública, no


exercício da autotutela estatal, ou mediante decisão judicial fundamentada.

- Os atos administrativos devem ser praticados por escrito, em língua portuguesa, salvo
em algumas exceções.

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- A forma NÃO configura a essência do ato – finalidade estatal -, mas tão somente
o instrumento necessário para que a conduta administrativa alcance os seus
objetivos.

- SILÊNCIO ADMINISTRATIVO – O silêncio administrativo, diante de determinada


situação, NÃO produz qualquer efeito, salvo as hipóteses previstas no próprio texto legal.
A ausência de conduta NÃO configura um ato administrativo, mas somente um
fato da administração.

É POSSÍVEL A RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO


DECORRENTE DO SILÊNCIO ADMINISTRATIVO?
Caso a omissão da Administração Pública venha a resultar em um dano
jurídico, tal omissão poderá ensejar responsabilização patrimonial do
Estado, bem como a do próprio servidor, nos casos de dolo ou culpa (art.
37, §6° da CF/88).
As hipóteses de responsabilização não se restringem à ausência de
resposta pelo exercente da função administrativa, devendo ser também
aplicáveis às situações em que a resposta surja quando já superado o
tempo razoável para aquela manifestação (direito à razoável duração do
processo - inciso LXXVIII, do artigo 5º da Carta Magna).
Nas hipóteses de não haver previsão legal específica de prazo para a oferta
de resposta pela Administração, deve-se aplicar, subsidiariamente, o
lapso de 30 dias previsto na Lei 9.784/99 (arts. 49 e 59, § 1º), responsável
pela regulação do processo administrativo no âmbito federal.

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Diante de provocação feita pelo particular, a inércia administrativa é ilicitude


sanável por meio de provocação do Poder Judiciário, o qual pode determinar que o agente
público pratique o ato, cessando a ilegalidade que decorria da omissão estatal, não
configurando invasão no mérito administrativo, desde que o Judiciário NÃO interfira no
conteúdo da conduta a ser praticada.

- O vício de forma é sanável quando não gerar prejuízo ao interesse público nem a
terceiros, devendo ser mantido o ato viciado. No entanto, em algumas situações, o
vício de forma é insanável, por atingir diretamente o próprio conteúdo do ato.

- De modo geral, a forma é sempre elemento vinculado, mesmo nos atos


administrativos discricionários, SALVO se a lei estabelecer mais de uma forma
possível para o ato ou for silente quanto à forma a ser obedecida para a prática de
determinado ato, quando então será discricionária.

4.4. MOTIVO

- São as razões de fato e de direito que justificam a prática do ato.

- Para que o motivo do ato seja válido, e consequentemente não haja irregularidades, exige-
se que o fato narrado no ato praticado seja real e efetivamente tenha ocorrido da forma
como descrita na conduta estatal, bem como a situação fática perpetrada pelo particular

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deve corresponder exatamente à situação disposta em lei como justificadora do ato


administrativo (subsunção da norma à situação de fato).

- O motivo é elemento do ato administrativo que pode ser discricionário.

- Deve haver adequação entre o motivo que deu ensejo à prática do ato e o resultado a ser
obtido pela atuação estatal propriamente dita (para alguns doutrinadores, isso seria a
causa do ato administrativo, configurando-se pressuposto de validade da
conduta).

MOTIVO X MÓVEL X MOTIVAÇÃO


 Motivo – É a situação prevista em lei que ocorre, de fato,
justificando a prática do ato administrativo;
 Motivação é a exteriorização dos motivos, sua explanação, é a
justificação do ato administrativo
 Móvel – É a real intenção do agente público quando pratica a
conduta estatal.

- Teoria dos motivos determinantes -> Os motivos que determinaram a prática do ato,
vinculam esse ato. Uma vez apresentados os motivos do ato, devem eles ser
verdadeiros, devem possuir consonância com a realidade. Tem incidência mesmo nos
casos em que a motivação não seja obrigatória, mas o administrador opte por apontá-la.

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- O direito administrativo brasileiro admite a motivação aliunde, que consiste na


possibilidade de se adotar a motivação de outro ato administrativo. Na motivação do ato
que se pratica, remete-se a outro ato. Ex.: estou anulando o contrato em razão dos
motivos apontados no parecer A.

- O vício consistente na falta de motivação é vício de forma e pode ser convalidado


mediante a exposição, em momento posterior, dos motivos idôneos e preexistentes que
justificaram o ato. (Info 529/STJ)

4.5. OBJETO

- É aquilo que o ato dispõe, é o efeito causado pelo ato administrativo no mundo jurídico,
em virtude de sua prática.

- Para a doutrina majoritária, objeto e conteúdo são expressões sinônimas, representando


a disposição do ato administrativo. Todavia, há quem defenda que o conteúdo seria a
disposição do ato, enquanto o objeto seria o bem ou a relação jurídica sobre a qual o ato
administrativo incide.

- Para que o ato administrativo seja válido, o objeto deve ser lícito, possível e determinável
ou determinado.

- Pode possuir feição discricionária nos atos administrativos discricionários.

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ELEMENTOS DO ATO E ANÁLISE DE DISCRICIONARIEDADE OU


VINCULAÇÃO

ELEMENTOS DISCRICIONÁRIOS OU VINCULADOS


Competência Vinculado
Finalidade - Em regra Vinculado
- Discricionário sempre que for analisada no seu aspecto
genérico, que corresponde à busca pelo interesse público
Forma - Em regra Vinculado
- Discricionário sempre que não houver forma definida em
lei para a prática do ato, ou quando o texto legal estipular
mais de uma forma possível.
Motivo Discricionário
Objeto Discricionário

 Para MOTIVO E OBJETO, por serem discricionários, não pode haver controle
pelo Judiciário, conforme maioria da doutrina, já que se refere à conveniência e
oportunidade do administrador público. Logo, o Poder Judiciário pode controlar a
legalidade, mas não o mérito dos atos administrativos discricionários.

5) Elementos e pressupostos do ato administrativo segundo Celso Antônio


Bandeira de Mello:

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- Seriam ELEMENTOS do ato administrativo, intrínsecos ao próprio ato e cuja ausência


de algum deles implicaria a ausência do próprio ato:
a) Conteúdo – corresponde à disposição do ato;
b) Forma do ato – É a exteriorização da vontade do ato administrativo praticado.

- Seriam PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA, sem os quais a conduta NÃO se


efetivará:
a) Objeto – Coisa ou relação jurídica sobre a qual o ato incidirá;
b) Pertinência da função administrativa – Para que a conduta do estado exista,
enquanto ato administrativo, deve ser praticada no exercício de função
administrativa e não na execução das demais atividades do Estado.

Seriam PRESSUPOSTOS DE VALIDADE dos atos administrativos:

Sujeito Competente – o ato administrativo deve ser praticado por alguém com
legitimação;

Motivo

Causa – Correlação lógica entre o motivo e o conteúdo do ato administrativo


no exercício da finalidade pública.

Finalidade ou pressuposto teleológico do ato administrativo

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Formalização ou pressuposto formalístico – É o meio pelo qual o agente


deve exteriorizar a sua vontade, NÃO se confundindo com a forma, pressuposto
de validade definida como condição formal para a expedição do ato.

Requisitos procedimentais – presente em alguns atos que, para serem


regularmente expedidos, devem respeitar a existência de procedimentos
anteriores.

6) Atributos do Ato Administrativo

- São prerrogativas de Poder Público presentes no ato administrativo em decorrência do


princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.

a) Presunção de Veracidade – Prerrogativa presente em todos os atos administrativos,


de modo que até prova em contrário, o ato administrativo goza de fé pública e os atos
presumem-se verdadeiros (presunção juris tantum). Diz respeito a fatos e causa a inversão
do ônus da prova dos fatos alegados pelo particular.

b) Presunção de Legitimidade – Trata-se de presunção jurídica, de modo que até prova


em contrário presume-se que o ato foi editado em conformidade com a lei e o
ordenamento jurídico (presunção juris tantum). Esse atributo NÃO diz respeito a fatos, mas
à adequação da conduta com a norma jurídica posta. – É atributo de TODOS os atos da
administração, inclusive os de direito privado, dada a prerrogativa inerente aos atos
praticados pelos agentes integrantes da estrutura do Estado.

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c) Imperatividade – Todo ato administrativo que cria obrigação ao particular encerra um


poder dados à Administração de, unilateralmente, estabelecer obrigação aos particulares,
desde que dentro dos limites da Lei. Trata-se de característica presente apenas nos atos
que dispõem acerca de obrigações e deveres aos particulares, ao passo em que os atos que
definem direitos e vantagens NÃO são imperativos.

- A imperatividade está presente mesmo diante de atos administrativos reputados como


inválidos pelo particular, em decorrência da presunção de legitimidade da qual essa atuação
se reveste.

- Poder Extroverso – seria o atributo a imperatividade nos atos administrativos


restritivos, em que as determinações impostas pelo poder público devem ser cumpridas.
– NÃO incide para atos negociáveis e enunciativos.

- A imperatividade é atributo presente apenas nos atos administrativos que imponham


restrições de direitos, NÃO se aplicando aos atos ampliativos de direito.

d) Exigibilidade – Não sendo cumprida a obrigação imposta pelo ato administrativo, o


poder público terá que, valendo-se de meios indiretos de coação, executar
imediatamente o ato desrespeitado. O exercício desse atributo não dispensa o respeito ao
devido processo legal, com contraditório e ampla defesa.

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=> VIDE SÚMULA 312 STJ: No processo administrativo para a imposição de multa de
trânsito, são necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente da
infração.

e) Executoriedade ou autoexecutoriedade – Aplicação de meio diretos de execução


dos atos administrativos, em que o Estado executa o ato administrativo diretamente, frente
ao descumprimento pelo particular, sem que haja participação deste e auxílio do Poder
Judiciário =>CONTRADITÓRIO DIFERIDO!

- A executoriedade afasta o controle judicial prévio dos atos administrativos, sendo


possível apenas a posteriori.

- Não está presente em todos os atos administrativos, dependendo sempre de previsão


legal ou de uma situação de urgência em que a prática do ato de imponha à garantia do
interesse público.

f) Tipicidade (Di Pietro) – Seria a exigência de que todo ato administrativo esteja
previsto em lei. Em verdade, não é prerrogativa concedida ao ente estatal, mas limitação
para a prática de atos não previamente estipulados por lei.

7) Fases de constituição do ato administrativo

7.1. Perfeição (ou existência)

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- Decorre do cumprimento das etapas previstas em lei, necessárias à formação do ato. Isso
ocorre pois todo ato administrativo é formalizado por procedimento administrativo
prévio.

- O ato perfeito NÃO é retratável, mas pode ser revisado ou anulado (princípio da
autotutela).

- Ato imperfeito – é aquele que ainda está em formação.

7.2. Validade (ou regularidade)

- Aferida quando todas as etapas realizadas estiverem de acordo com a Lei. A validade é a
compatibilidade entre o ato jurídico e o disposto na norma legal

- É segundo plano de análise dos atos administrativos, só podendo ser analisado de o ato
for ao menos existente (perfeito).

7.3. Eficácia

- Aptidão para a produção de efeitos concedida ao ato administrativo. Alguns têm eficácia
imediata, logo após a publicação, mas outros podem ter sido editados com previsão de
termos iniciais ou condições suspensivas, sendo atos ineficazes enquanto a situação de
pendência não for resolvida.

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JOSÉ DOS SANTOS CARVAHO FILHO discorda, ao entender que o ato que
completou o seu ciclo de formação é eficaz, ainda que depende de termo ou
condição futuros para ser executado, posto que, no seu entender, termo e condição
podem ser óbices à imperatividade do ato, mas nem por isso descaracterizariam a
sua eficácia => Ocorre que o autor diferencia eficácia de exequibilidade,
considerando que esta pode ser obstada por previsão no próprio ato, opinião da
qual discorda a doutrina majoritária.

- Atos Administrativos Pendentes: São os atos perfeitos e válidos que ainda não estão
aptos a produzir efeitos em decorrência da pendência de alguma condição ou termo.

EFEITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


a) Próprios – Efeitos típicos do ato, configurando o objeto ou conteúdo
da conduta estatal;
b) Impróprios (atípicos) – Decorrem, de forma indireta, da prática do ato
administrativo, embora não esteja estipulado em sua redação nem seja
sua intenção inicial. Podem ser:
I – Efeito Reflexo: atingem uma relação jurídica estranha à tratada no
bojo da conduta estatal, gerando consequências a terceiros não previstos
diretamente no ato praticado.
Ex: Locatário de um imóvel desapropriado/ Reintegração de servidor
público, para o que será reconduzido.
II – Efeito Prodrômico (efeito preliminar): Efeito por meio do qual se
impõe uma nova atuação administrativa diante do início do ato praticado.

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- Alguns atos administrativos somente estarão perfeitos após a


manifestação de vontade de mais de uma autoridade pública, como os
atos administrativos compostos e complexos. Logo, quando o primeiro
órgão manifesta a sua vontade, dando início à formação do ato
administrativo, esta conduta tem como efeito impróprio obrigar a
manifestação de vontade do segundo órgão. O efeito prodrômico
determina a quebra da inércia administrativa quando, estando o ato em
formação, a vontade que dá início à sua perfeição é manifestada.

7.4. Atos após a formação

a) Ato perfeito, válido e eficaz – Quando o ato cumpre todas as etapas de sua formação
e a conduta é praticada dentro dos limites definidos pela lei;

b) Perfeito, válido e ineficaz – O ato cumpriu todas as etapas de formação e foi expedido
em conformidade com a Lei, mas não está apto a produzir efeitos por depender de termo
ou condição, ou ainda de publicidade = >ATOS ADMINISTRATIVOS
PENDENTES

c) Perfeito, inválido e eficaz – Não corresponde às normas legais definidas para a sua
prática, no entanto produzirá efeitos até que seja declarada a irregularidade.

d) Perfeito, inválido e ineficaz – Sempre que a ilegalidade do ato for demonstrada, NÃO
poderá produzir efeitos contrários àqueles definidos na legislação que trata da sua edição.

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8) Classificação dos Atos Administrativos

8.1. Quanto ao grau de liberdade

- Atos Vinculados: Definidos em lei que não confere ao agente público qualquer margem
de escolha.

- Atos Discricionários: Não obstante regulamentados por lei, admitem uma análise de
pressupostos subjetivos pelo ente estatal. A lei confere ao Administrador uma margem de
atuação, dentro dos limites estipulados pela Legislação.

8.2. Quanto à Formação

- Ato Simples: Para a sua formação depende de uma única manifestação de vontade;

- Ato Composto: Para a sua perfeição depende de mais de uma manifestação de vontade,
sendo compostos por uma vontade principal ( ato principal) + vontade que ratifica esta
(ato acessório). Composto de dois atos, geralmente do mesmo órgão público, em mesmo
patamar de igualdade. – Ato composto é formado pela manifestação de vontade de um
único órgão, sendo apenas ratificado por outra autoridade.
Ex: Atos administrativos que dependem de visto/ homologação da autoridade revisora.

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- Ato Complexo: Formado pela soma de vontades de órgãos públicos independentes, em


mesmo nível hierárquico, de forma que tenham a mesma força, não se podendo imaginar
a dependência de uma em relação à outra.

ATOS COMPOSTOS X ATOS COMPLEXOS


A diferença entre os atos complexos e compostos decorre do fato de que,
a despeito de serem atos que dependem de mais de uma vontade para a
sua formação, no ato complexo estas vontades são expedidas por órgãos
independentes para a formação de um ato, enquanto que no ato
composto, haverá manifestação de autoridades diversas, dentro de uma
mesma estrutura orgânica (mesmo ente), sendo que uma das condutas é
meramente ratificadora e acessória da outra.

- É majoritário o entendimento de que a aposentadoria de servidor público é ato


complexo, por depender da atuação do órgão a que o agente é subordinado e da
aprovação do Tribunal de Contas. Inclusive, a não aprovação pelo Tribunal de Contas do
ato de aposentadoria NÃO é considerado novo ato, mas sim impedimento da perfeição
do ato de aposentadoria, não dependendo sequer da garantia de contraditório. => VIDE
SÚMULA VINCULANTE 03.

8.3. Quanto aos destinatários

- Ato Gerais – Se referem a quantidade indeterminada de pessoas, com caráter abstrato e


impessoal.

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- Atos Individuais - Se referem a determinados indivíduos, especificados no próprio ato.


Se subdividem em:
* Atos Múltiplos – Se referem a mais de um destinatário;
* Atos Singulares – Se destinam a um único sujeito descrito na conduta.

8.4. Quanto ao objeto

- Atos de império – Aqueles nos quais a Administração atua com prerrogativa de Poder
Público, valendo-se da supremacia do interesse público sobre o privado;

- Atos de Gestão – Executados pelo Poder Público sem as prerrogativas de Estado,


atuando a Administração em situação de igualdade com o particular;

- Atos de Expediente – Praticados como forma de dar andamento à atividade


administrativa, sem configurar uma manifestação de vontade do Estado, mas a execução
de condutas previamente definidas.

8.5. Quanto à estrutura

- Atos Concretos – Praticados com a finalidade de resolver uma situações específica,


exaurindo os seus efeitos em uma única aplicação, não perdurando após a prática e a
execução. Ex: Multa de trânsito, aplicação de penalidade de demissão a servidor faltoso.

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- Atos abstratos – Definem regra genérica que deverá ser aplicada sempre que a situação
descrita no ato ocorrer de fato.

8.6. Quanto aos efeitos

- Atos constitutivos – Criam uma situação jurídica nova, previamente inexistente,


mediante a criação de novos direitos ou a extinção de prerrogativas anteriormente
estabelecidas.

- Atos declaratórios – afirmam um direito preexistente, mediante o reconhecimento de


situação jurídica previamente constituída. Ex: Certidão e atestado.

- Ato modificativo – Altera situação já existente, sem que seja extinta, NÃO retirando
direitos e obrigações. Ex: alterar horário de atendimento.

8.7. Quanto aos resultados na esfera jurídica

- Atos ampliativos – Atribuem direitos e vantagens aos seus destinatários, normalmente,


concedendo vantagens previamente requeridas pelo interessado.

- Atos Restritivos – Atos que impõem obrigações ou aplica penalidades aos destinatários,
sempre dentro dos limites da lei, como uma multa de trânsito.

8.8. Quanto ao alcance

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- Atos Internos – Produzem efeito dentro da estrutura da administração pública


responsável por sua edição, não atingindo pessoas estranhas à organização administrativa
interna;

- Atos Externos – Produzem efeito em relação aos administrados, estranhos à estrutura


da administração pública, dependendo de publicação em órgão oficial, podendo ser
divididos em bilaterais e unilaterais.

8.9 Quanto ao conteúdo

- Ato administrativo em sentido formal são aqueles que possuem a forma de ato
administrativo, mas são dotados dos atributos de abstração e generalidade, tais como
as instruções normativas e regulamentos.

- Ato administrativo em sentido material são aqueles voltados para uma situação
determinada, individualizada, ainda que inclua mais de uma pessoa.

8.10 Quanto às manifestações de vontade envolvidas

- Atos simples -> é aquele que está perfeito e acabado com a manifestação de vontade de
um único órgão;

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- Atos compostos -> dependem de mais de uma manifestação de vontade, havendo


umavontade principal e uma vontade secundária, meramente acessória da primeira,
que se limita a ratificá-la (visto, homologação, ratificação, etc.). Nessa situação o ato já
existe, é válido e eficaz, de modo que falta mera condição de exiquibilidade. A
homologação do ato, decorrente de uma vontade secundária, é condição de exequibilidade
do ato.

- Atos complexos -> dependem de mais de uma manifestação de vontade, havendo a


soma de vontades independentes para a prática de um único ato. Nesse caso a própria
existência do ato depende de duas ou mais vontades. Ex.: nomeação de Ministro do STF,
nomeação do PGR, aposentadoria dos servidores públicos.

- Outro exemplo clássico de ato complexo é a aposentadoria do servidor público, que


depende da aprovação do Tribunal de Contas. Se o TC não aprova o ato de aposentadoria,
não está anulando-o, mas simplesmente impedindo que se aperfeiçoe. É
exatamente por isso que tal ato não depende de contraditório.

SV 3/STF -> Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se


o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou
revogação de ato Administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, já que nesse caso não há anulação ou revogação, mas simples obstáculo à
perfeição de ato administrativo complexo.

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9. Espécies de Atos Administrativos

9.1. Atos Normativos

- São atos gerais e abstratos que geram obrigações a uma quantidade indeterminada de
pessoas.

- Enseja a produção de normas gerais, sempre inferiores aos comandos legais, NÃO
podendo inovar no OJ.

I – Regulamento – Ato Normativo privativo do chefe do poder executivo, apresentado


por um DECRETO. Podem ser:
Regulamentos executivos – Editados para a fiel execução da lei. Caso inove,
viola o princípio da legalidade;
Regulamentos Autônomos – atuam substituindo a lei e inovam o OJ,
determinando normas sobre matérias não disciplinadas mediante previsão
legislativa. São admissíveis apenas para as situações previstas no art. 84, VI da
CF.

II –Aviso – Ato normativo expedido pelos órgãos auxiliares direto do Poder Executivo
(Ministérios ou Secretarias), a fim de dar conhecimento à sociedade de determinado
assunto ligado à atividade fim daquele Órgão. Para alguns doutrinadores, seria espécie de
ato ordinatório.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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III – Instruções Normativas – Atos expedidos por quaisquer autoridades públicas ou


órgãos públicos com atribuição legal para a execução de decretos e regulamentos.

IV – Regimento – Ato normativo para definição de normas internas, estabelecendo as


regras para o regular funcionamento de órgãos colegiados.

V – Deliberações – Ato normativo expedido pelos órgãos colegiados como


representação de vontade da maioria dos agentes que o representam.

VI – Resolução – atos normativos dos órgãos colegiados, usados pelos Poderes


legislativo e Judiciário, e Agências Reguladoras, para disciplinar matéria de sua
competência específica.

As agências reguladoras possuem poder normativo que se restringe ao


âmbito técnico da prestação do serviço e expedem os atos por meio de
manifestação de seu conselho diretivo.

9.2. Atos Ordinatórios

- Atos de ordenação e organização interna que decorrem do poder hierárquico, destinados


a produzir efeitos apenas no âmbito da Administração Pública.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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- ATOS INTERNOS NÃO GERAM DIREITOS ADQUIRIDOS AOS SEUS


DESTINATÁRIOS, PODENDO SER REVOGADO A QUALQUER TEMPO
POR QUEM OS EXPEDIU.

I – Portaria – Ato administrativo individual que estipula ordens e determinações internas


e estabelece normas que geram direitos ou obrigações internas a indivíduos específicos.

II – Circular - Expedido para a edição de normas uniformes a todos os servidores


subordinados a determinados órgãos. Define regras gerais dentro da atividade
administrativa.

III – Ordem de Serviço – Conduta estatal com a finalidade de distribuir e ordenar o


serviço interno do órgão, escalonando entre os setores e servidores vinculados àquela
entidade.

IV – Despacho – Ato administrativo por meio do qual as autoridades públicas proferem


decisões acerca de determinadas situações específicas, de sua responsabilidade funcional.

V – Memorando – Ato de comunicação interna para melhor executar a atividade pública.

VI – Ofícios – Ato emanado para garantir a comunicação entre autoridades públicas ou


entre estas e particulares, destinadas a comunicações externas.

9.3. Atos Negociais

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- Direito outorgado ao Estado, em virtude de requerimento formulado pelo cidadão.

- NÃO se trata de contrato administrativo, por emanar de vontade unilateral do


poder público, mesmo que em situação de interesse do destinatário; e NÃO goza
de imperatividade ou coercibilidade, por NÃO estabelecer obrigações ou aplicar
penalidades, mas garante a concessão de um benefício nos limites da Lei.

- É ato administrativo ampliativo, acrescentando na esfera jurídica do sujeito.

I – Autorização – Ato discricionário e precário por meio do qual a Administração


autoriza o uso de bem público por um particular de forma anormal ou privativa, no
interesse eminentemente do beneficiário. Podem ser:
Autorização de uso de bem público – Para uso anormal e privativo de
determinado bem público por um particular, quando não viola o interesse
coletivo de utilização normal deste bem. Para uso normal, não precisa de
autorização.
Autorização de Polícia – Necessário para que o particular exerça atividades
fiscalizadas pelo Estado.
 Em ambas as situações, a autorização é ato discricionário e precário,
podendo ser desfeito a qualquer momento SEM direito à indenização, não
gerando direito adquirido aos beneficiários.

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SEMANA 01/12

II – Permissão – Ato unilateral, discricionário e precário e é veiculada para conceder ao


particular o uso de determinado bem público de forma anormal ou privativa. – É ato que
faculta a utilização privativa de bem público, no qual a administração autolimita o seu
poder de revogar unilateralmente o ato.

AUTORIZAÇÃO X PERMISSÃO
A) Doutrina Tradicional
* Autorização de uso – Ato adequado para o uso de bem público em
situações mais transitórias, como no caso de fechar uma rua para festa
ocasional;
* Permissão – Caráter mais permanente ou duradouro que a autorização.
Ex: Banca de Revistas a ser colocada em determinada calçada.

B) Doutrina Moderna
* Autorização de uso – Concedida no interesse particular.
* Permissão – Sempre concedida no interesse público. Apesar de ser ato
discricionário, deve ser precedida de licitação sempre que houver mais de
um interessado em usufruir do benefício.

 Em determinadas situações, a permissão de uso é concedida por


prazo determinado, situação na qual estará mitigada a
precariedade, sendo impedido o Poder Público de revogar esse ano
sem a devida indenização ao particular beneficiado.

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III – Licença – Ato de polícia através do qual o Poder Público permite a realização de
determinada atividade sujeita à fiscalização do Estado.

- É ato vinculado, e caso o particular preencha os requisitos legais, adquire o direito


subjetivo à concessão da licença para o exercício de atividade profissional.

- A licença é ato vinculado e NÃO pode ser revogada nem pela administração, nem pelo
judiciário.

- ATENÇÃO: O alvará é o instrumento da licença ou da autorização, sendo a FORMA


(revestimento exterior do ato), enquanto a licença e autorização são conteúdo do ato.
 Licença: Conteúdo;
 Alvará: Forma.

- Se for licença para construção e reforma, a jurisprudência entende ser possível a sua
revogação, desde que justificada por razões e interesse público superveniente, caso em que
o ente estatal deverá indenizar o particular pelos prejuízos comprovados.

IV – Admissão – Ato unilateral e vinculado pelo qual o poder público permite que o
particular usufrua de determinado serviço público, mediante a inclusão em um
estabelecimento público. Ex: admissão em hospitais públicos.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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V – Aprovação – Ato administrativo discricionário para o controle da atividade


administrativa, com base na legalidade de ato anterior, além dos critérios de oportunidade
e conveniência do agente que executou a conduta.

VI – Homologação – Ato vinculado de controle de legalidade de ato anteriormente


expedido pela própria Administração Pública, sendo possível haver o controle de mérito
na atuação estatal. – É ato vinculado e unilateral pelo qual a administração reconhece a
legalidade de um ato jurídico. Se realiza a posteriori e examina apenas a legalidade.

9.4. Atos Enunciativos – NÃO produzem efeitos e NÃO podem ser revogados.
Certificam ou atestam uma situação existente, NÃO contendo manifestação de vontade
da Administração. Por isso, NÃO produzem efeitos e NÃO podem ser revogados.

I – Atestado: Quando o Poder Público tem de comprovar, mediante verificação de


determinada situação de fato, para então proferir ato que ateste aquela ocorrência fática.

II – Certidão – É ato por meio do qual a Administração Pública certifica um determinado


fato que já se encontra previamente registrado no Órgão.

III – Apostila ou Averbação – Ato administrativo pelo qual o ente estatal acrescenta
informações constantes em registro público.

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IV – Parecer – ato administrativo por meio do qual se emite opinião de órgão consultivo
do Poder Público sobre assunto de sua competência, assuntos técnicos ou de natureza
jurídica.

- O parecer pode ser facultativo, nas situações em que não é obrigatória a sua
emissão para a prática regular do ato administrativo, sendo obrigatório nas
hipóteses em que a apresentação do ato opinativo é indispensável à regularidade
do ato, casos em que a ausência do parecer enseja a nulidade do ato por vício de
forma.

- Mesmo quando obrigatório, o parecer NÃO tem natureza vinculante, sendo somente
ato que manifesta opinião técnica sobre determinado assunto de interesse da
Administração Pública => A conclusão NÃO obriga a administração pública.

- Para a doutrina majoritária, só haverá responsabilidade do emissor do parecer se ele tiver


atuado de forma dolosa ou com erro grosseiro ao emanar ato de opinião.

9.5. Atos Punitivos

- Atos por meio dos quais o Poder Público determina a aplicação de sanções em face do
cometimento de infrações administrativas pelos servidores públicos ou particulares.

10. Extinção dos Atos Administrativos

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

10.1. Extinção Natural – Ocorre quando o ato já cumpriu todos os efeitos nele dispostos
ou pelo advento do termo final ou prazo ou ainda mediante o esgotamento do conteúdo
jurídica desta conduta.

- O cumprimento dos efeitos decorre da execução material da situação apresentada no


ato administrativo, ex: término do prazo da construção, a licença para construir se
extingue.

- Advento do termo final ou da condição resolutiva extingue os atos sujeitos a prazo


determinado ou que dependam da ocorrência de evento futuro e incerto para que deixe
de produzir efeitos, Ex: autorização por porte de armas concedida por 01 ano que se
extingue após expirado esse prazo.

- Esgotamento do conteúdo jurídico é a extinção natural.

10.2. Renúncia – É forma de extinção que se aplica somente para atos ampliativos, que
geram direitos a particulares, por não ser possível renunciar a obrigações.

10.3. Desaparecimento da pessoa ou coisa sobre a qual o ato recai – Situação na qual
o desfazimento do ato decorre do desaparecimento do seu objeto ou do sujeito ao qual
ele se destina.

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10.4. Retirada – Extinção de uma determinada conduta estatal, mediante a edição de ato
concreto que a desfaça. É forma de extinção precoce do ato administrativo.

- Para alguns doutrinadores, é chamada de TEORIA DAS NULIDADES

10.5. Anulação

TEORIA DAS NULIDADES NO DIREITO ADMINISTRATIVO


Direito Privado - Sistema dicotômico (arts. 166 e 171 do CC):
 Atos nulos
 Atos anuláveis
Direito Administrativo
Teoria Monista: NÃO é possível reconhecer atos anuláveis (Hely
Lopes Meireles);
Teoria Dualista: Há atos anuláveis e nulo (Celso Antônio + José dos
Santos)
* A diferença fundamental entre nulidade e anulabilidade baseia-se, quase
que exclusivamente, na possibilidade de convalidação:
 Ato absolutamente nulo: Impossível a convalidação;
 Ato anulável: Pode ser saneado pela Administração.
- Atos sanáveis:
 Forma – salvo se exigida como condição do ato
 Competência – salvo se competência exclusiva.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

- É a retirada do ato administrativo por motivo de ilegalidade, operando efeitos ex-


tunc, ressalvados os direitos adquiridos de terceiros de boa-fé.

- NÃO existe direito adquirido à manutenção de ato nulo no ordenamento jurídico, mas
tão somente a manutenção de determinados efeitos deste ato.

- Os atos expedidos em desconformidade à lei podem ser divididos em 04 espécies:


I – Atos inexistentes – estão fora do ordenamento jurídico em virtude da violação
a princípios básicos que norteiam a atuação das pessoas dentro de determinada
sociedade.
II – Atos Nulos – Decorre do desrespeito à lei em alguns de seus requisitos,
ensejando a impossibilidade de convalidação por não admitir conserto.
III – Atos Anuláveis – Possuem vícios que admitem consertos, não obstante
editados em desacordo com a legislação aplicável.
IV – Atos Irregulares – Sofrem vício material relevante, não ensejando a nulidade,
mas responsabilizando o agente público que o praticou. Esse vício NÃO atinge a
esfera jurídica dos destinatários do ato.

- STF: A Administração pode anular seus próprios atos, quando ilegais (autotutela).
Porém, se a invalidação desses atos repercute em interesses individuais, será necessária a
instauração de procedimento administrativo que assegure o devido processo legal e a
ampla defesa.

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- TEORIA DA APARÊNCIA – A nomeação de servidor sem concurso público é nula,


mas os atos praticados são válidos, em atenção ao princípio da segurança jurídica.
Ademais, não há devolução dos salários, sob pena de enriquecimento ilícito da
Administração Pública. Embora o ato administrativo não produza efeitos, os direitos
adquiridos por terceiros de boa-fé são resguardados, não podendo ser atingidos pela
anulação de ato que ensejava benefícios aos seus destinatários. A anulação poderá ser feita
pela própria Administração pública ou pelo Poder Judiciário.

- O Poder Judiciário, além da própria Administração, também pode anular os atos


administrativos com vícios de ilegalidade, desde que o faça mediante provocação,
possuindo a administração o prazo decadencial de 05 (cinco) anos para anular atos
administrativos ampliativos, salvo no caso de má-fé do beneficiário.

- Na anulação, NÃO há o efeito repristinatório.

CONVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO


- Se o interesse público exigir, o ato administrativo pode ser convalidado
em razão da oportunidade e conveniência, desde que:
(i) a convalidação NÃO cause prejuízos a terceiros;
(ii) o vício for sanável.
- Vícios de forma e competência devem ser corrigidos, se for mais
interessante ao interesse público e causar menos prejuízo do que a sua
anulação. Nesses casos, a convalidação opera efeitos ex-tunc, retroagindo

166
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à data de edição do ato para que sejam resguardados os efeitos pretéritos


desta conduta.
- CONFIRMAÇÃO – Se a convalidação for feita pela mesma autoridade
que havia praticado o ato originariamente.
- RATIFICAÇÃO – Quando a convalidação é efetivada por ato de outra
autoridade.
- A convalidação NÃO se aplica aos casos de atos discricionários que
sofram vício de incompetência, haja vista que nesses casos a autoridade
deva exercer uma margem de escolha acerca da manutenção ou não do
ato.
- CONVALIDAÇÃO X CONVERSÃO – Na conversão, o ato
administrativo que sofre de um vício de forma pode ser convertido em
outro mais simples, praticado para a produção dos mesmos efeitos
jurídicos.
- São passíveis de convalidação os atos com defeito na competência ou na
forma. Defeitos no objeto, motivo ou finalidade são insanáveis, obrigando
a anulação do ato.
ATENÇÃO:
- Vício de competência quanto à matéria: NÃO se convalida;
- Vício de competência em relação à pessoa: Se convalida.
- São convalidáveis tanto os atos administrativos vinculados quanto os
discricionários.

MANUTENÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS INVÁLIDOS

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- É a possibilidade reconhecida pela doutrina e jurisprudência e ocorre


quando o prejuízo resultante da anulação for maior do que o decorrente
da manutenção de ato ilegal. Nesse caso, o interesse público norteará a
decisão.
- Deve se considerar:
 Aspecto objetivo (estabilidade das relações jurídicas): princípios do
interesse público e segurança jurídica;
 Aspecto subjetivo: proteção à confiança e boa-fé.

10.6. Revogação – É competência exclusiva da Administração Pública.

- Extinção do ato administrativo por motivo de oportunidade e conveniência (razões de


mérito), produzindo efeitos ex-nunc e mantendo os atos já produzidos.

- O Judiciário NÃO possui competência para examinar o mérito do ato administrativo.

- NÃO há previsão de limite temporal para a revogação dos atos administrativos.

- Tanto na anulação quanto na revogação NÃO há o efeito repristinatório.

- NÃO SE ADMITE REVOGAÇÃO:


* Dica para memorizar: V C Po De Da R
I – De atos consumados;

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II – Atos Irrevogáveis;
III – Atos que geram direitos adquiridos;
IV – Atos Vinculados – Pois NÃO admitem análise de oportunidade e
conveniência.
V – Atos Enunciativos;
VI – Atos de Controle;
VII – Atos Complexos

Como o tema foi cobrado (CESPE/2018/PC-SE/Delegado de Polícia):

A respeito da extinção de atos administrativos, julgue o próximo item.

Tanto a anulação como a revogação retiram do mundo jurídico atos com


defeitos e produzem efeitos prospectivos.

Resposta: Errado.
Fundamentação:
Como visto, apenas a revogação produz efeitos prospectivos (ex nunc).
A anulação, via de regram, produz efeitos retrospectivos (ex tunc).

10.7. Cassação

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- Ocorre quando o beneficiário do ato deixa de cumprir os requisitos de quando teve o


ato deferido. É hipótese de ilegalidade superveniente por culpa do beneficiário.

Como o tema foi cobrado (CESPE/2018/PC-SE/Delegado de Polícia):

A respeito da extinção de atos administrativos, julgue o próximo item.


A anulação de ato administrativo fundamenta-se na ilegalidade do ato, enquanto
a revogação funciona como uma espécie de sanção para aqueles que deixaram
de cumprir as condições determinadas pelo ato.

Resposta: Errado.
Fundamentação:
A primeira parte da assertiva, que trata da anulação, está correta.
Entretanto, como visto, a cassação é a forma de extinção do ato
administrativo decorrente do descumprimento das condições do ato. Já
a revogação ocorre por razões de conveniência e oportunidade.

10.8. Caducidade

- Trata-se da extinção do ato administrativo por lei superveniente que impede a


manutenção do ato inicialmente válido. Trata-se de ilegalidade superveniente
decorrente de alteração legislativa.

10.9. Contraposição (derrubada)

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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- Ocorre nas situações em que um ato administrativo novo se contrapõe a um ato anterior
extinguindo seus efeitos. Não de trata de ilegalidade originária, mas da impossibilidade de
manutenção do ato, por colidir com ato novo que trata da matéria.

11. Estabilização dos efeitos do ato

- A estabilização é instituto criado para garantir a preservação da boa-fé e segurança


jurídica. Nesse sentido, nenhum princípio poderá ser considerado de forma absoluta,
inclusive a legalidade, que deve admitir ponderação para a garantia dos demais princípios.

Em determinadas situações, a retirada do ato com efeito retroativos, ante a uma


ilegalidade, enseja prejuízos aos cidadãos de boa-fé, razão pela qual em algumas situações
devem ser mantidos os efeitos produzidos pelo ato ou, ainda, o próprio ato deve ser
mantido no OJ em que pese a sua ilegalidade.

No instituto da estabilização dos efeitos, não há convalidação do ato


administrativo, não havendo conserto dos seus vícios. O ato continua com os vícios
que levariam à sua invalidação, mas por questão de segurança jurídica e boa-fé,
ele permanece aplicável no OJ e seus efeitos se estabilizam.

O que ocorre com a estabilização é que tais efeitos passam a ser vistos como se
decorrentes de ato legal fossem. Ex: TEORIA DO FUNCIONÁRIO DE FATO
( São válidos os efeitos dos atos praticados por agentes públicos regularmente

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

investidos, por se revestirem de aparência de legalidade) e a MODULAÇÃO DOS


EFEITOS EM ADI.

Em algumas situações, a estabilização de efeitos decorre do decurso do tempo,


consolidando uma legítima expectativa aos destinatários do ato.

ESTABILIZAÇÃO DOS EFEITOS DO ATO X TEORIA DO FATO


CONSUMADO
- A Teoria do Fato consumado garante de forma automática a manutenção do
ato pelo simples fato de a situação concreta já ter se realizado, NÃO sendo
possível retornar ao status quo ante.
- Na estabilização é preciso que a retirada do ato comprometa outros princípios
de ordem jurídica, causando prejuízos sérios que justifiquem a manutenção da
situação.

Referências bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Diogo de Figueiredo Moreira Neto. Curso de Direito Administrativo.
José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo.

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QUESTÕES SOBRE O TEMA

01 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


A respeito da extinção de atos administrativos, julgue o próximo item.

A anulação de ato administrativo fundamenta-se na ilegalidade do ato, enquanto a


revogação funciona como uma espécie de sanção para aqueles que deixaram de cumprir
as condições determinadas pelo ato.

( ) Certo ( ) Errado

02 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


A respeito da extinção de atos administrativos, julgue o próximo item.

A cassação de um ato administrativo corresponde a extingui-lo por descumprimento dos


requisitos estabelecidos para a sua execução.

( ) Certo ( ) Errado

03 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


A respeito da extinção de atos administrativos, julgue o próximo item.

Tanto a anulação como a revogação retiram do mundo jurídico atos com defeitos e
produzem efeitos prospectivos.

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( ) Certo ( ) Errado

04 - 2018 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


No que se refere aos servidores públicos e aos atos administrativos, julgue o item que se
segue.

Situação hipotética: Um servidor público efetivo em exercício de cargo em comissão foi


exonerado ad nutum em razão de supostamente ter cometido crime de peculato.
Posteriormente, a administração reconheceu a inexistência da prática do ilícito, mas
manteve a exoneração do servidor, por se tratar de ato administrativo discricionário.
Assertiva: Nessa situação, o ato de exoneração é válido, pois a teoria dos motivos
determinantes não se aplica a situações que configurem crime.

( ) Certo ( ) Errado

05 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Suponha que a concessão de uma determinada permissão de instalação de
empreendimento em um imóvel dependa, conforme determinado em lei, da assinatura da
autoridade administrativa em dois formulários distintos e que, em determinado caso
específico, em que pese o processo administrativo ter sido adequadamente instruído, a
autoridade competente firmou apenas um dos formulários, ordenando a publicação da
autorização, apesar do vício, o qual era desconhecido no momento da publicação.
Identificado o vício após dois meses da publicação, a autoridade administrativa deverá

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a) converter a permissão em autorização, por ser esta última ato precário para o qual se
exige o atendimento a um número menor de condições.
b) evitar realizar qualquer ato adicional relativo a esse processo até que se encerre a
apuração preliminar que deverá, necessariamente, ser aberta para apurar eventual dolo na
conduta da autoridade.
c) anular a autorização concedida anteriormente, pois o ato jurídico de autorização será
não existente.
d) convalidar o ato, corrigindo o defeito sanável contido no ato anterior, garantindo, assim,
a estabilidade das relações já constituídas.
e) anular a autorização concedida anteriormente, pois o ato jurídico de autorização será
inexistente, em face da ausência de atendimento estrito ao previsto na legislação.

06 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Um servidor público federal, Diretor administrativo de um órgão, concedeu, mediante
processo administrativo, uma licença para tratar de assunto de interesse particular a um
subordinado, pelo prazo de 30 (trinta) dias. Ocorre que no último dia da licença, o referido
diretor decide revogá-la por motivos de oportunidade e conveniência. Em razão dos fatos,
é CORRETO afirmar que:

a) é possível, desde que haja a concordância expressa do servidor;


b) não é possível, pois apenas o superior do chefe poderia assim o fazer;
c) é possível, em razão da discricionariedade administrativa e da possibilidade de ocorrer
com efeitos ex tunc;
d) não é possível, pois o ato já exauriu seus efeitos;

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

e) não é possível, pois somente caberia o instituto da revogação se houvesse algum vício
no ato administrativo.

07 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - Delegado de Polícia


Acerca dos temas “atos administrativos” e “poderes administrativos’, assinale a alternativa
INCORRETA:

a) Porque submetidos ao regime jurídico de direito público, os atos administrativos não


podem ser praticados por pessoas que não integram a Administração Pública em sentido
formal ou subjetivo.
b) Embora se distingam quanto ao grau de liberdade conferido pela lei ao administrador
para a prática de determinado ato administrativo, tanto o poder vinculado como o poder
discricionário estão sujeitos ao controle jurisdicional.
c) A exigência de prévia autorização judicial para a quebra da inviolabilidade da
comunicação telefônica constitui exemplo de exceção ao atributo da autoexecutoriedade
do ato administrativo.
d) Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o contraditório e
a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão.
e) A prerrogativa de aplicar sanções pelo descumprimento de determinadas normas
administrativas, presente no poder de polícia administrativa, inexiste no poder de polícia
judiciária, uma vez que o campo de atuação desta última diz respeito à apuração de

176
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

infrações penais e à execução de medidas que garantam a efetividade da atividade


jurisdicional.

08 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


A imperatividade é o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade para seu
cumprimento ou execução. Dispensam esse atributo os atos administrativos

a) enunciativos.
b) normativos.
c) punitivos.
d) ordinatórios.
e) vinculados.

09 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


É possível a convalidação de atos administrativos quando apresentarem defeitos relativos
aos elementos

a) objeto e finalidade.
b) motivo e competência.
c) motivo e objeto.
d) competência e forma.
e) finalidade e forma.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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10 - 2017 - CESPE - PJC-MT - Delegado de Polícia


Em março de 2017, o governo de determinado estado da Federação declarou nulo ato
que, de boa-fé, havia concedido vantagem pecuniária indevida aos ocupantes de
determinado cargo a partir de janeiro de 2011.

Nessa situação hipotética,

a) o ato de anulação do ato que havia concedido vantagem pecuniária ofendeu diretamente
o princípio da proporcionalidade.
b) o ato de anulação foi legal, pois atendeu a todos os preceitos legais e jurisprudenciais
sobre a extinção dos atos administrativos.
c) o correto seria a revogação do ato, e não a sua anulação.
d) a declaração de nulidade do ato é nula de pleno direito, pois ocorreu a decadência do
direito.
e) o princípio da autotutela da administração pública protege o ato de anulação
determinado pelo governo.

11 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


Após o término de estágio probatório, a administração reprovou servidor público e editou
ato de exoneração, no qual declarou que esta se dera por inassiduidade. Posteriormente, o
servidor demonstrou que nunca havia faltado ao serviço ou se atrasado para nele chegar.

Nessa situação hipotética, o ato administrativo de exoneração é


a) nulo por ausência de finalidade.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

b) anulável por ausência de objeto.


c) anulável por ausência de forma.
d) anulável por ausência de motivação.
e) nulo por ausência de motivo.

12 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Quanto aos requisitos do ato administrativo, responda a alternativa correta.

a) A forma é elemento vinculado do ato administrativo, decorrente do princípio da


solenidade, podendo ser exteriorizado de forma escrita, que é a regra, por sinal luminoso
e mesmo por sons e gestos.
b) A lei deverá determinado a forma de exteriorização do ato, podendo prever mais de
uma forma, sendo que a ausência de forma do ato administrativo importa na sua ineficácia,
embora seja perfeito ou existente e válido.
c) A forma é elemento essencial ao ato, uma vez sendo desrespeitada a forma prescrita em
lei o ato é inexistente.
d) A forma do ato administrativo decorre do princípio da liberdade das formas, trazido do
direito civil.
e) A forma é elemento não essencial ao ato administrativo, sendo o seu vício sempre
insanável.

13 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia

179
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Acerca da disciplina dos atos administrativos, especificamente os seus atributos, assinale a


opção correta.

a) A exigibilidade dos atos administrativos ocorre quando, por meios da coação direta, a
administração pública executa diretamente o ato desrespeitado, fundamentadamente em
nome da supremacia do interesse público e da indisponibilidade deste interesse.
b) Os atos administrativos devem ser editados conforme disposições legais, a chamada
presunção de veracidade. Esta presunção é absoluta, júris tantum. O ato goza de fé pública,
devendo o particular lesado fazer provas de negativa dos fatos.
c) Os atos administrativos possuem a presunção de serem verdadeiros, a chamada
presunção de veracidade, sendo essa presunção absoluta, juris et jure. O ato goza de fé
pública, devendo o particular lesado fazer provas de negativa dos fatos.
d) Todos os atos administrativos são imperativos, ou seja, obrigam de forma unilateral o
particular, encontrando limite na legalidade em sentido estrito. A exceção ao atributo da
imperatividade são os atos ilícitos, que não devem ser cumpridos pelo administrado,
prescindindo de manifestação judicial.
e) O poder público poderá executar atos administrativos diretamente ante a inexecução
de obrigação pelo particular, atributo que recebe o nome de autoexecutoriedade, que
prescinde da participação do poder judiciário.

14 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia

180
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Quanto ao assunto da delegação e avocação, explicitamente relacionado ao elemento


competência dos atos administrativos, assinale a opção correta, conforme o preceito legal.

a) Em caso de impetração de mandado de segurança em face de ato praticado por


delegação, o agente delegante deverá figurar como autoridade coatora, uma vez que a
delegação não implica em renúncia de competência.
b) É possível ato de delegação de competência genérico, desde que o órgão delegado seja
hierarquicamente subordinado ao órgão delegante.
c) A avocação de competência, que consiste na regra, é permitida a órgão hierarquicamente
inferior, prescindindo de justificação quanto à relevância dos motivos que levaram a
autoridade superior à prática de tal ato.
d) Um órgão colegiado poderá delegar parte de sua competência a seu presidente quanto
for conveniente, em razão de circunstâncias de índole jurídica, em não havendo
impedimento legal.
e) A avocação de competência, assim como a delegação, são espécies de alteração de
competência superveniente, de caráter temporário, sendo possível quando não houver
impedimento legal. Em caso de renúncia de competência de subordinado, o superior
hierárquico se torna automaticamente competente para a prática do ato, por expressa
determinação legal.

15 - 2016 - CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia


Acerca dos atos do poder público, assinale a opção correta.

181
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a) A convalidação implica o refazimento de ato, de modo válido. Em se tratando de atos


nulos, os efeitos da convalidação serão retroativos; para atos anuláveis ou inexistentes tais
efeitos não poderão retroagir.
b) A teoria dos motivos determinantes não se aplica aos atos vinculados, mesmo que o
gestor tenha adotado como fundamento um fato inexistente.
c) Atos complexos resultam da manifestação de um único órgão colegiado, em que a
vontade de seus membros é heterogênea. Nesse caso, não há identidade de conteúdo nem
de fins.
d) Atos gerais de caráter normativo não são passíveis de revogação, eles podem ser
somente anulados.
e) Atos compostos resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, quando a vontade
de um é instrumental em relação à do outro. Nesse caso, praticam-se dois atos: um
principal e outro acessório.

Respostas: 01:E 02:C 03:E 04:E 05:D 06:D 07:A 08:A 09:D 10:D 11:E
12:A 13:E 14:D 15:E

182
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

META 04

Direito Civil: Lei de introdução às normas do direito brasileiros (LINDB) e Das


pessoas

1. Lei de introdução às normas do direito brasileiro

A LINDB disciplina o âmbito de aplicação das normas jurídicas, e possui natureza de


norma de sobredireito ou de apoio, consistente no conjunto de regras cujo objetivo é
disciplinar as próprias normas jurídicas, isto é, disciplina a emissão e aplicação de outras
normas jurídicas. (=postulados normativos).

1 Vigência, aplicação, obrigatoriedade, interpretação e integração das leis

a) VIGÊNCIA: É critério puramente temporal da norma. Trata-se do lapso temporal


em que a norma tem força obrigatória. O início da vigência marca o começo de sua
exigibilidade.

ATENÇÃO - VACATIO LEGIS: É o período entre a publicação e o início de vigência


da norma. Pode ser definido como o tempo necessário para que o texto normativo se
torne efetivamente conhecido, e variará de acordo com a repercussão social da matéria.

Decreto-Lei nº 4.657/42 (LINDB): Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa


a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

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§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida,


se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

Como o tema foi cobrado (CESPE/2018/PC-SE/Delegado de Polícia):

Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes regulada por outra norma,
foi publicada oficialmente sem estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem
prever prazo de sua vigência. Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi
ajuizada uma ação em que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o
assunto objeto das referidas normas.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item, com base na
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
No momento do ajuizamento da ação, a nova lei já estava em vigor.

Resposta: Correto

b) Obrigatoriedade: Uma vez publicada a lei, presume-se o conhecimento geral, razão


pela qual ninguém pode descumpri-la alegando que não a conhece:

Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

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c) Interpretação: “Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma jurídica”


(Maria Helena Diniz).

I. Classificação quanto ao agente:


 Autêntica ou pública: Apresentada pela via legislativa;
 Judicial: Realizada pelos juízes e tribunais na atividade judicante, ao aplicar a lei
na solução aos casos em julgamento.
 Doutrinária: Proveniente das obras de juristas, a partir de trabalhos teóricos ou
pareceres.
 Administrativa, manifestada pelos órgãos da administração pública, ao editar
atos normativos ou julgar processo administrativo.

II. Classificação quanto à natureza:


 Literal ou gramatical: É a extração do sentido da norma através das regras
linguísticas;
 Lógica ou racional: É a compreensão da norma por meio de raciocínios
lógicos, analisando as leis e comparando-as com outros trechos, de forma a
alcançar a perfeita compatibilidade;
 Sistemática: Proveniente da consideração do sistema em que se encontra a
norma, relacionando-a com outras concernentes ao mesmo objeto;
 Histórica: Decorrente da análise do processo histórico em que surgiu a lei;
 Teleológica objetiva ou sociológica: É a compreensão da norma com o
intuito de adaptar a sua finalidade às novas exigências sociais. Possui substrato
legal, o art. 5º da LINDB.

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III. Classificação quanto à extensão:


 Extensiva ou ampliativa: Forma de interpretação que amplia o sentido da norma
além do que indicam os seus termos;
 Restritiva: Redução da amplitude do preceito, com o objetivo de dar àquela norma
aplicação razoável e justa;
 Declarativa: Extração do sentido da lei sem a necessidade de expansão ou retração
do alcance do enunciado normativo.

d) Integração: Utilização de mecanismos para suprir as lacunas da lei, quando inexiste


norma aplicável diretamente ao caso concreto. De acordo com os arts. 4º da LINDB,
são formas de integração da lei:
 ANALOGIA;
 COSTUMES;
 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO.

Artigo 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia,
os costumes e os princípios gerais de direito.

* Importante ressaltar que a EQUIDADE não se encontra nestes artigos, mas alguns
doutrinadores, como Maria Helena Diniz, a inclui nas formas de integração da lei. No
Direito Tributário, é expressa a equidade como forma de integração da lei no
art. 108, inciso IV, do CTN.

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ATENÇÃO: A interpretação pode ocorrer sempre, mesmo que a lei seja clara. Em
contrapartida, a integração depende da existência de LACUNAS que, por sua vez, podem
ser:
 AUTÊNTICAS (PRÓPRIAS) – ocorrem quando o legislador não identificou
uma hipótese.
 NÃO-AUTÊNTICAS (IMPRÓPRIAS) – o legislador previu, mas preferiu não
tratar sobre o assunto.

OBS.: Silêncio Eloquente = Opção do legislador em excluir, intencionalmente,


certo fato do comando legal (DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico. 3ª Ed.
São Paulo: Saraiva, 2008). É o contrário de lacuna da lei, pois nessas hipóteses não
se pode fazer analogia (RE 130522, DJ 28.6.1991, pág. 529)

I. Analogia: É a utilização de uma norma próxima ou semelhante para regular uma


situação que não foi regulamentada pelo direito. Pode ser dividida em:
 Analogia legal – a relação da semelhança toma por base outra lei;
 Analogia iuris – a relação de semelhança é estabelecida com base em outro caso
concreto.

ATENÇÃO: ANALOGIA X INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA - Na analogia


rompe-se com os limites do que está previsto na norma, havendo integração da norma
jurídica. Na interpretação extensiva apenas amplia-se o seu sentido.

187
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II. Costumes: São as práticas e usos reiterados, de conteúdo lícito e com relevância
jurídica. Podem ser:
 Costume segundo a lei (secundum legem: Incide quando há referência expressa ao
costume no texto legal.
 Costume na falta da lei (praeter legem): É aplicado quando a lei for omissa, sendo
denominado de costume integrativo.
 Costume contra a lei (contra legem): É a aplicação do costume contraria a lei. Nesse
caso, há abuso de direito.

III. Princípios gerais do Direito: São as ideias centrais do sistema, estabelecendo suas
diretrizes e dando um conteúdo harmonioso, lógico e racional.

1.2. Antinomias
São o choques de duas normas jurídicas emanadas de autoridade competente.
Para a solução desses conflitos, utilizam-se três critérios:
 Cronológico: norma posterior prevalece sobre norma anterior;
 Especialidade: norma especial prevalece sobre norma geral;
 Hierárquico: norma superior prevalece sobre norma inferior.

Atenção: Quanto aos critérios de colisão, as antinomias podem ser classificas em:
 De primeiro grau: o choque envolve apenas um dos critérios de solução de
conflito;
 De segundo grau: o choque envolve dois critérios de solução de conflito.

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Já quanto à possibilidade ou não de solução do conflito, classificam-se em:


 Aparente: quando, de acordo com os três critérios de solução, há possibilidade
de resolução do conflito;
 Real: não se consegue resolver o conflito.

ATENÇÃO:
 Se houver
conflitos de segundo grau envolvendo os critérios cronológico e da
especialidade: prevalecerá o da especialidade – Conflito aparente;
 Se houver conflitos entre os critérios cronológico e hierárquico: prevalecerá o
hierárquico – Conflito aparente;
 Se houver conflito de segundo grau, envolvendo os critérios da especialidade
e hierárquico: haverá conflito real, pois a doutrina aponta o critério hierárquico
como mais forte e, ao seu turno, o critério da especialidade está na CF/88
(princípio da isonomia). caso de conflito real Maria Helena aponta duas soluções:
o Legislativa: A edição de uma terceira norma para estabelecer qual
prevalecerá;
o Judicial: O aplicador do direito escolherá uma das duas normas, tendo
como base os art. 4º e 5º da LINDB – analogia, princípios gerais do direito
e função social da norma.

1.3. Aplicação temporal das normas

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A irretroatividade é a regra prevista na LINDB. No entanto, para ser possível, não


pode prejudicar direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. Adota-se a ideia do
tempus regit actum, ou seja, a lei nova não atinge os fatos anteriores ao início de sua vigência.
Em consequência, os fatos anteriores à vigência da lei nova regulam-se não por ela, mas
pela lei do tempo em que foram praticados.
Porém, podem existir hipóteses que se afastem dessa regra, impondo a retroatividade
da lei nova, para alcançar fatos pretéritos ou os seus efeitos. Assim, a doutrina faz uma
distinção entre retroatividade máxima, média e mínima:
 Retroatividade máxima ou restitutória: a lei alcança a coisa julgada (sentença
irrecorrível) ou os fatos jurídicos consumados
 Retroatividade média: a lei nova atinge efeitos pendentes de atos jurídicos
verificados antes dela. A lei nova atinge os direitos exigíveis mas não realizados
antes de sua vigência;
 Retroatividade mínima, temperada ou mitigada: a lei nova atinge apenas os
efeitos dos fatos anteriores verificados após a data em que ela entra em vigor.
Logo, alcança apenas as prestações futuras de negócios firmados antes do advento
de nova lei.

Como o tema foi cobrado (CESPE/2018/PC-SE/Delegado de Polícia):

Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes regulada por outra norma,
foi publicada oficialmente sem estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem
prever prazo de sua vigência. Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi
ajuizada uma ação em que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o

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assunto objeto das referidas normas.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item, com base na
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

Apesar de a nova lei ter revogado integralmente a anterior, ela não se aplica ao
contrato objeto da ação.

Resposta: Correto
Fundamentação: Conforme prevê o art. 6º da LINDB, a Lei em vigor terá efeito
imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada.

1.4. Revogação das leis: É a perda de vigência de uma lei em razão do surgimento de
outra lei no ordenamento, incompatível com a primeira. A revogação pode ser:
 Total (abrogação);
 Parcial (derrogação);
 Expressa: Expressamente exclui lei anterior do ordenamento jurídico;
 Tácita: A nova lei é absolutamente incompatível com a anterior;
 Global: A nova lei disciplina totalmente a matéria disciplinada pela lei anterior;

O QUE É REPRISTINAÇÃO? É POSSÍVEL SUA OCORRÊNCIA?


Repristinação é a restauração da vigência de uma lei anteriormente
revogada em virtude da revogação da lei revogadora. Segundo o art. 2º,

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§3º, da LINDB, salvo disposição em contrário, a lei revogada NÃO se


restaura por ter a lei revogadora perdido sua vigência

Atenção: Novidade legislativa importante! Lei Federal nº 13.655/2018.

LEI Nº 13.655, DE 25 DE ABRIL DE 2018.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas


do Direito Brasileiro), passa a vigorar acrescido dos seguintes artigos:

“Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com
base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências
práticas da decisão.

Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da


medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas.”

“Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial,


decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa
deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas.

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Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for
o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional
e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos
sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso,
sejam anormais ou excessivos.”

“Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os


obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas
a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.

§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste,


processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas
que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente.

§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da


infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.

§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das


demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.”

“Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer


interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado,

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impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de


transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de
direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo
aos interesses gerais.

Parágrafo único. (VETADO).”

“Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à


validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção
já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo
vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem
inválidas situações plenamente constituídas.

Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e


especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência
judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática
administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.”

“Art. 25. (VETADO).”

“Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa


na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a
autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o
caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse

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geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável,


o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.

§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo:

I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os


interesses gerais;

II – (VETADO);

III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento


de direito reconhecidos por orientação geral;

IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu
cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento.

§ 2º (VETADO).”

“Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou


judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos
anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.

§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes


sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor.

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§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso


processual entre os envolvidos.”

“Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.

§ 1º (VETADO).

§ 2º (VETADO).

§ 3º (VETADO).”

“Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade
administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de
consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio
eletrônico, a qual será considerada na decisão. Vigência

§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais


condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares
específicas, se houver.

§ 2º (VETADO).”

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“Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica
na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas
administrativas e respostas a consultas.

Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter


vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior
revisão.”

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, salvo quanto ao art. 29
acrescido à Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro), pelo art. 1º desta Lei, que entrará em vigor após decorridos
180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.

Brasília, 25 de abril de 2018; 197º da Independência e 130o da República.

MICHEL TEMER

1.5. Aplicação do direito público: A Lei nº 13.655/2018 incluiu diversos artigos na


Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro que cuidam de regras sobre segurança
jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público. São normas aplicadas
nas esferas administrativa (como nos processos administrativos), controladora (como o
Tribunal de Contas) e judicial (como nos processos que tramitam perante o Poder
Judiciário).

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Nesses âmbitos, o art. 20 da LINDB prevê que não se decidirá com base em valores
jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão,
sendo que a motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou
da invalidação do ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em
face das possíveis alternativas.

Desse modo, a decisão administrativa, judicial ou do órgão controlador pode ser


fundamentada em valores jurídicos abstratos, como os princípios constitucionais da
isonomia e da dignidade da pessoa humana, porém o julgador deve esclarecer suas
considerações quanto às consequências práticas da decisão, como, por exemplo, as
repercussões econômicas da medida.
Constata-se, ainda, que a norma legal trata expressamente dos corolários do princípio da
proporcionalidade, quais sejam a necessidade e adequação. Assim, a medida deve ser
necessária, não excedendo os limites indispensáveis à conservação do direito, e adequada,
mostrando-se efetivamente apta a alcançar os objetivos pretendidos.

O art. 21 dispõe que:

Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar
a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar
de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o
caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e
equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais
ou excessivos.

Busca-se, assim, uma reflexão aprofundada do julgador sobre as consequências jurídicas


e administrativas de sua decisão, que - ao invalidar ato, contratos, ajuste, processo ou
norma administrativa – atingirá, direta ou indiretamente, a coletividade. Nesse sentido,
sendo possível a regularização, a decisão deverá indicar os meios para tanto, de modo
proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais.

No tocante à interpretação das normas sobre gestão pública, o art. 22 estabelece que
serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das
políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos administrados. Dessa maneira, as normas
de gestão pública devem ser interpretadas considerando as peculiaridades de cada ente
público, especialmente, por exemplo, dos Municípios – na maioria das vezes menores e
localizados no interior do Estado – onde a estrutura administrativa e técnica é precária.

Além disso, os parágrafos do art. 22 dispõem que, em decisão sobre regularidade de


conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão
consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou
condicionado a ação do agente. Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza
e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração
pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente, sendo
que as sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais
sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.

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O art. 23 prevê uma espécie de modulação de efeitos ao prescrever que a decisão


administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova
sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo
condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável
para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo
proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.

Dispõe o art. 24 que:

Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à


validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já
se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado
que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas
situações plenamente constituídas.
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações
contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou
administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e
de amplo conhecimento público.

Cuida-se de previsão que busca garantir a segurança jurídica às situações constituídas à


luz de um entendimento geral válido.
O art. 26 estabelece que para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação
contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a

200
RETA FINAL – DELEGADO CE
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autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso,
após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral,
celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só
produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.

Esse compromisso tem por escopo buscar solução jurídica proporcional, equânime,
eficiente e compatível com os interesses gerais, não podendo conferir desoneração
permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral
e deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e
as sanções aplicáveis em caso de descumprimento.

Consoante o art. 27:

Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial,


poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou
injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes
sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor.
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso
processual entre os envolvidos.

Com relação à responsabilidade civil do agente público, o art. 28 prevê que o mesmo
responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou
erro grosseiro. Ressalta-se, contudo, que essa previsão se afasta da regulamentação

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constitucional que estabelece a responsabilidade do agente público, somente de forma


regressiva, quando tiver agido com dolo ou culpa. Ademais, o Código de Processo Civil
(arts. 143, 181, 184 e 187) possui dispositivos específicos que tratam da responsabilidade
dos magistrados e dos membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da
Advocacia Pública, o que afastaria a aplicação do art. 28 da LINDB.

O art. 29 estabelece que em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por
autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida
de consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio
eletrônico, a qual será considerada na decisão. A convocação conterá a minuta do ato
normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as
normas legais e regulamentares específicas, se houver. Ressalva-se, apenas, que apenas
esse dispositivo (art. 29) entrará em vigor após decorridos 180 dias de sua publicação
oficial, que ocorreu em 25/04/2018.

Por fim, o art. 30 dispõe que as autoridades públicas devem atuar para aumentar a
segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas
administrativas e respostas a consultas, sendo que esses instrumentos terão caráter
vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.

Sugerimos também a leitura dos comentários do Dizer o Direito a respeito da Lei


nº 13.655/2018, que podem ser acessados gratuitamente em
http://www.dizerodireito.com.br/2018/04/comentarios-lei-136552018-que-
alterou.html

202
RETA FINAL – DELEGADO CE
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1. Pessoas Naturais
Pessoa é o ser humano ou entidade com personalidade e aptidão para a titularidade
de direitos e deveres. Nesse sentido, em relação à pessoa natural, é necessário distinguir:

 CAPACIDADE DE DIREITOOU DE GOZO: Necessária para o indivíduo


ser sujeito de direitos e deveres na ordem privada. Todas as pessoas têm esta
capacidade, sem distinção.
 CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO: Aptidão para pessoalmente
praticar atos da vida civil.
 CAPACIDADE CIVIL PLENA: É a reunião das capacidades de direito e de
fato em relação a uma pessoa.

A capacidade NÃO se confunde com personalidade:

“Enquanto a personalidade tende ao exercício de relações existenciais, a capacidade


diz respeito ao exercício de relações patrimoniais. Exemplificando, ter
personalidade é titularizar os direitos da personalidade, enquanto ter
capacidade é poder concretizar relações obrigacionais, como o crédito e o
débito. (Nelson Rosenvald)

Personalidade: Está atrelada à tutela e promoção da dignidade da pessoa humana, pela


qual se deve reconhecer ao ser humano um conjunto mínimo de atributos, direitos e
garantias sem as quais não será possível a vida com dignidade. A AQUISIÇÃO DE

203
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PERSONALIDADE, nos termos do art. 2º do CC, ocorre com o nascimento com


vida, quando há a separação do ventre materno e o ar entra nos pulmões.
* A extinção da personalidade ocorre com a morte, conforme art. 6º, do CC/02.

1.1. Incapacidade: É a ausência da capacidade de fato (e não a capacidade de direito)


gera a incapacidade civil. Pode ser desdobrada em:
Esta incapacidade civil é também desdobrável em incapacidade civil absoluta e relativa.
Com a lei 13.146/2015, o Código Civil foi alterado em seus arts. 3º e 4º. Assim, temos:
 Absolutamente incapazes:Atualmente, apenas os menos de 16 (dezesseis anos)
são absolutamente incapazes. Foi retirada a previsão daqueles que, por causa
transitória, não puderem exprimir a sua vontade, e os que, por deficiência mental,
não tiverem o discernimento para a prática dos atos.
 Relativamente incapazes: Com a lei acima aludida, passam a ser:
o Maiores de 16 e menores de 18 anos - previsão originária;
o Ébrios habituais e viciados em tóxicos - previsão originária;
o Aqueles que, por causa transitória ou permanente, NÃO puderem exprimir
a sua vontade;
o Os pródigos – previsão originária.
* Os atos praticados pelos absolutamente incapazes são NULOS, não podendo ser
ratificados, pois tal vício não convalesce, podendo o juiz assim declará-los de ofício.
Protege-se, entretanto, a boa-fé de terceiros. Os atos civis de seu interesse deverão ser
exercidos por seus representantes – pais, tutores ou curadores.
* Absolutamente incapazes devem ser REPRESENTADOS por quem de direito.

204
RETA FINAL – DELEGADO CE
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* Mesmo em se cuidando de pessoas absolutamente incapazes, a ordem jurídica


reconhece a possibilidade de que sua vontade seja considerada, nos casos em que
envolvidas escolhas existenciais.
* A vontade dos relativamente capazes tem relevância jurídica, o que possibilita sua
atuação direta nos atos civis, desde que acompanhados de ASSISTENTE, com algumas
exceções (ser mandatário, testemunhar). É causa de anulabilidade dos atos jurídicos.

1.2. Personalidade: Compreende o conjunto de atributos físicos, psíquicos e morais da


pessoa em si e em suas projeções sociais, com o fim de proteger a essência e a
existência do ser humano.

* ATENÇÃO: Embora existam divergências, prevalece o entendimento de que pessoa


jurídica possui direitos da personalidade:

SÚMULA 227 STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

a) Características:
 ABSOLUTO: São oponíveis erga omnes, o que NÃO significa que são
ilimitáveis. Nesse aspecto, são relativos, devendo ser ponderados em caso de
colisão.
 GERAIS: Outorgados a todas as pessoas.
 EXTRAPATRIMONIAIS: Ausência de conteúdo patrimonial direto, aferível
objetivamente, a exemplo dos danos morais.

205
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 INDISPONÍVEIS: Abrangem tanto a INTRANSMISSIBILIDADE (não se


admite a cessão do direito de um sujeito para outro) como a
IRRENUNCIABILIDADE (ninguém pode dispor de sua vida, sua intimidade,
sua imagem).
ATENÇÃO: A indisponibilidade é relativa, pois o Código Civil admite restrição
voluntária, desde que não seja permanente, genérica e não viole a dignidade do
titular.
 IMPENHORÁVEL: O direito da personalidade não pode ser penhorado, mas
o crédito dele decorrente sim.
 VITALICIEDADE: Os direitos da personalidade se extinguem com a morte.
 IMPRESCRITÍVEIS: Não existe prazo para seu exercício, não se extinguindo
pelo não-uso.

b) Temas Atuais

I. Consenso afirmativo: Direito da pessoa dispor gratuitamente do seu corpo, no todo


ou em parte, para depois de sua morte, com objetivo científico ou terapêutico.

II. Consentimento Informado: Prevê que só pode haver a diminuição permanente da


integridade física se houver exigência médica, que pode ser por motivo de saúde física
ou psíquica, o que abrange as cirurgias plásticas e cirurgias de transgenitalização.
Inclusive, especificamente no tocante à submissão a tratamento médico, o paciente tem
direito de saber qual é o tratamento ou a cirurgia e quais as suas consequências. Conclui-

206
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

se, portanto, que a responsabilidade do médico é TÉCNICA + DEVER DE


INFORMAÇÃO.

III. Direito ao esquecimento: É o direito que uma pessoa possui de não permitir que
um fato, ainda que verídico, ocorrido em determinado momento de sua vida, seja
exposto ao público em geral, causando-lhe sofrimento ou transtornos. Há um conflito
entre a privacidade, honra e intimidade x informação. O STJ possui julgados entendendo
que o ordenamento jurídico tutela o direito ao esquecimento.
* Curiosidade: O caso paradigma do direito ao esquecimento ocorreu na Alemanha,
“Caso Lebach” - Um assassino de soldados alemães, quando estava próximo a ser
libertado, propôs ação para impedir a divulgação de um documentário sobre o crime. O
Tribunal Constitucional Alemão impediu a exibição do documentário, sob o
fundamento de que não havia interesse atual naquela informação, pois o crime já estava
solucionado e julgado, bem como a divulgação causaria prejuízos à ressocialização do
preso que já havia cumprido a pena e pago sua dívida com a sociedade.

IV. Direito à imagem:


Informativo 549 STJ: Configura dano moral indenizável a divulgação não autorizada
da imagem de alguém em material impresso de propaganda político-eleitoral,
independentemente da comprovação de prejuízo.
Informativo 546 STJ: Configura dano moral a divulgação não autorizada de foto de
pessoa física em campanha publicitária promovida por sociedade empresária com o fim
de, mediante o incentivo à manutenção da limpeza urbana, incrementar a sua imagem
empresarial perante a população, ainda que a fotografia tenha sido capturada em local

207
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

público e sem nenhuma conotação ofensiva ou vexaminosa. O dano moral decorre do


simples uso não autorizado da imagem.

V. Direito ao nome: É o direito à individualização da pessoa. Subdivide-se em:


 Prenome: Identifica a pessoa e pode ser simples ou composto. Ex: José ou José
Maria.
 Sobrenome (ou patronímico) – identifica a origem ancestral, familiar. Ex: Silva.
 Agnome: Partícula diferenciadora que serve para distinguir pessoas pertencentes
à mesma família e com o mesmo nome: Júnior, Filho, Neto, Sobrinho;
 Hipocorístico: É um apelido, uma alcunha que designa alguém pessoal e
profissionalmente. Ex: Xuxa. Não é elemento do nome, embora mereça
proteção.
 Pseudônimo: É o nome que identifica alguém tão-somente em sua esfera
profissional. Ex: Bruna Marquezine, embora seu nome verdadeiro seja Bruna Reis
Maia. Pelo art. 19 do CC, o pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da
proteção que se dá ao nome. Não é elemento do nome, embora mereça
proteção.
1.3. Nascituro: É o ser já concebido, mas que ainda se encontra no ventre materno.
Algumas teorias tentam explicar a proteção jurídica do nascituro:

NATALISTA PERSONALIDADE CONCEPCIONISTA


CONDICIONAL
- A personalidade só inicia - A personalidade civil se - A personalidade jurídica
com o nascimento; inicia com o nascimento se inicia com a concepção,

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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- O nascituro NÃO pode com vida, mas o nascituro embora alguns direitos só
ser considerado pessoa, titulariza direitos sejam exercitáveis com o
pois só é considerado submetidos à condição nascimento.
pessoa quem nasce com suspensiva (ou direitos - O nascituro é pessoa
vida. eventuais). desde o momento em que
- O nascituro possui é concebido (o nascituro é
direitos sob condição sujeito de direitos).
auspensiva.

* Qual teoria prevalece?


O CC/02 não deixou clara a teoria adotada, pois o art. 2º menciona tanto o termo
“nascimento”, quanto “concepção”. Porém a teoria concepcionista, que guarda maior
compatibilidade a partir de uma interpretação sistemática e vem sendo adotada pela
Jurisprudência, a exemplo da lei de alimentos gravídicos e de recentes decisões do STJ
que admitiram o dano moral ao nascituro e até mesmo pagamento de DPVAT pela
morte de nascituro.

1.4. Emancipação: É uma antecipação da capacidade de fato e NÃO da maioridade,


pela qual um relativamente incapaz torna-se plenamente capaz. Pode ser:
VOLUNTÁRIA: Decorre de ato unilateral dos pais, ou de um deles na falta do outro,
sendo ato irrevogável. Nessa hipótese, os pais continuam respondendo pelos atos ilícitos
dos filhos.
JUDICIAL: Concedida pelo juiz, ouvido o tutor, desde que o menor tenha pelo menos

209
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

16 anos completos.
LEGAL: Decorre de previsão legal:
Casamento: Divórcio, morte do cônjuge ou a anulação do casamento, para o cônjuge de
boa-fé, não geram retorno à menoridade;
Exercício de cargo ou emprego público efetivo;
Colação de grau em curso de ensino superior;
Estabelecimento civil ou comercial ou existência de relação de emprego do maior de 16
anos que gerem economia própria.

1.5. Morte Presumida e ausência

a) Morte Presumida: Ocorre nas seguintes hipóteses:


 Ausência, nas ocasiões em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva (art.
6º), e;
 Se for extremamente provável a morte para quem estava em perigo de vida e, se
alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até
dois anos após o término da guerra (art. 7º).

ATENÇÃO - COMORIÊNCIA: Se não for possível precisar a ordem cronológica das


mortes dos comorientes (pessoas que morreram em uma mesma situação), a lei prevê a
presunção de haverem falecido no mesmo instante. Se forem parentes, NÃO sucedem
um ao outro, abrindo-se cadeias sucessórias distintas.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

b) Ausência: É o desaparecimento de uma pessoa de seu domicílio, sem dar notícias de


onde se encontra, sem deixar procurador para administrar seus bens. Necessita de
declaração judicial. Quanto à tutela dos bens, possui três fases:

 1ª Fase - Curadoria dos bens do ausente: inicia-se com a petição inicial de


qualquer interessado ou do MP. O juiz deverá arrecadar os bens abandonados e
nomear curador.
- O curador será, em primeiro lugar, o cônjuge do ausente, desde que não separado
judicialmente ou de fato, por mais dois anos. Subsidiariamente, serão nomeados os
ascendentes e, em seguida, os descendentes.
- Se não houver nenhuma dessas pessoas, o juiz escolherá um curador, responsável
pela administração e conservação do patrimônio do ausente.

 2ª Fase - Sucessão provisória: Ocorre após 01 ano da arrecadação ou, caso o


ausente tenha deixado procurador, passados 03 anos. Consiste em uma
administração para preservar os bens do ausente.
- Depende de pedido dos interessados.
- Se não houver interessados, o MP pode requerer a sucessão provisória.
- A sentença que a determina produz efeitos depois de 180 dias de sua publicação,
mas tão logo transite em julgado, ocorre a abertura do testamento e do inventário,
como se o ausente fosse falecido.
- Se o herdeiro ou interessado não pleitear a abertura do inventário, após 30 dias do
trânsito em julgado, a massa de bens do ausente será considerada como herança
jacente.

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- Os herdeiros que se imitirem na posse dos bens devem prestar garantia


pignoratícia ou hipotecária, com exceção do cônjuge, dos ascendentes e dos
descendentes.
- Reaparecendo o ausente e provado que a ausência foi injustificada e voluntária,
ele perderá os frutos em favor do sucessor. Não se poderá alienar os imóveis do
ausente.

 3ª Fase - Sucessão definitiva: Ocorre após 10 anos do trânsito em julgado da


sentença que concedeu a abertura da sucessão provisória. Na mesma oportunidade,
levantam-se as garantias prestadas.
- Pode ocorrer em menor prazo, se o ausente tinha 80 anos e o seu desaparecimento
tenha ocorrido há pelo menos cinco anos.
- Após o trânsito em julgado da sentença que concede a sucessão definitiva dos
bens, declara-se a morte presumida.
- Retornando o desaparecido ou algum de seus descendentes ou ascendentes, nos
10 anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, receberá os bens no estado em
que se encontrarem, os sub-rogados em seu lugar ou o preço que os herdeiros
houverem recebido.

1.6. Domicílio: Lugar onde a pessoa se fixa com ânimo definitivo.

Moradia, residência e domicílio: Necessária distinção:


 Moradia: Lugar em que a pessoa física se estabelece temporariamente.

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 Residência: Lugar onde a pessoa física se estabelece com habitualidade.


Uma pessoa pode ter mais de uma residência.
 Domicílio é o lugar em que a pessoa física fixa residência com ânimo
definitivo, transformando-o em centro de sua vida jurídica e social. O que
diferencia domicílio de residência é o ânimo de permanência, a
definitividade.

a) Espécies de domicílio:
 CONVENCIONAL: É aquele que se fixa por ato de vontade própria, ou seja, a
pessoa fixa por ato de vontade, ao se mudar.
 LEGAL OU NECESSÁRIO: Determinado por lei e previsto no art. 76:
o Incapaz: Domicílio de seu representante ou assistente;
o Preso: Onde cumpre pena;
o Servidor público: Onde exerce permanentemente as suas funções;
o Militar: Onde está servindo;
o Marítimo: Local da matrícula do navio.
 DE ELEIÇÃO OU ESPECIAL (art. 78, CC): É o domicílio previsto em um
contrato.

Referências Bibliográficas:
Flávio Tartuce. Manual de Direito Civil.
Nelson Rosenvald. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB.
André Santa Cruz Ramos. Direito Empresarial Esquematizado.

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QUESTÕES SOBRE O TEMA

01 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes regulada por outra norma, foi
publicada oficialmente sem estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever
prazo de sua vigência. Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada
uma ação em que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto
objeto das referidas normas.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item, com base na Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

Apesar de a nova lei ter revogado integralmente a anterior, ela não se aplica ao contrato
objeto da ação.

( ) Certo ( ) Errado

02 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes regulada por outra norma, foi
publicada oficialmente sem estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever
prazo de sua vigência. Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada
uma ação em que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto
objeto das referidas normas.

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Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item, com base na Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

No momento do ajuizamento da ação, a nova lei já estava em vigor.

( ) Certo ( ) Errado

03 - 2018 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


Diante da existência de normas gerais sobre determinado assunto, publicou-se
oficialmente nova lei que estabelece disposições especiais acerca desse assunto. Nada ficou
estabelecido acerca da data em que essa nova lei entraria em vigor nem do prazo de sua
vigência. Seis meses depois da publicação oficial da nova lei, um juiz recebeu um processo
em que as partes discutiam um contrato firmado anos antes.

A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, considerando o disposto na Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

A nova lei começou a vigorar no país quarenta e cinco dias depois de oficialmente
publicada e permanecerá em vigor até que outra lei a modifique ou a revogue.

( ) Certo ( ) Errado

04 - 2018 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Diante da existência de normas gerais sobre determinado assunto, publicou-se


oficialmente nova lei que estabelece disposições especiais acerca desse assunto. Nada ficou
estabelecido acerca da data em que essa nova lei entraria em vigor nem do prazo de sua
vigência. Seis meses depois da publicação oficial da nova lei, um juiz recebeu um processo
em que as partes discutiam um contrato firmado anos antes.

A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, considerando o disposto na Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

O caso hipotético configura repristinação, devendo o julgador, por isso, diante de eventual
conflito de normas, aplicar a lei mais nova e específica.

( ) Certo ( ) Errado

05 - 2018 - FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia


Amanda tem 15 anos de idade. Mateus, por deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática pessoal dos atos da vida civil. Tício é excepcional, sem
desenvolvimento mental completo.
De acordo com o Código Civil e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, considera(m)-se
absolutamente incapaz(es) de exercer, pessoalmente, os atos da vida civil:

a) Amanda e Mateus.
b) Amanda.
c) Mateus e Tício.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d) Mateus.

06 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Fernando, atualmente, com 17 (dezessete) anos de idade, nasceu sem o movimento das
pernas. Quanto a personalidade e capacidade de Fernando, podemos afirmar:

a) que Fernando possui incapacidade absoluta, o que acarreta a proibição total do exercício
dos atos da vida civil, por si só;
b) a personalidade jurídica e capacidade de fato de Fernando tiveram início no dia que este
nasceu com vida;
c) possui incapacidade relativa apenas em razão do critério etário;
d) sendo Fernando uma pessoa moral passou a ter personalidade jurídica no dia do registro
no cartório que confeccionou sua Certidão de Nascimento;
e) possui incapacidade absoluta em virtude de ser pessoa com deficiência.

07 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Com base na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, marque a alternativa
CORRETA.

a) O período de vacatio legis de uma lei de direito material é diferente quando se trata de
norma de direito processual.
b) As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as
fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

c) Dependendo da importância da lei, o legislador deve estabelecer um período de vacatio


legis mais extenso, de 1 (um) ano para os Códigos e Leis Complementares.
d) Uma lei nova não modifica a anterior se for com ela incompatível ou tratar sobre a
mesma matéria.
e) A equidade é sempre uma forma de integração quando houver omissão da lei.

08 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - Delegado de Polícia


Pela leitura dos enunciados normativos do Código Civil brasileiro, assinale a alternativa
INCORRETA.

a) Com exceção dos casos previstos em lei, o exercício dos direitos de personalidade não
pode sofrer, voluntariamente, limitações, observada a característica da irrenunciabilidade
de tais direitos.
b) Além da possibilidade legal de realização de transplantes e exceto por determinação
médica, é defeso o ato de disposição sobre o próprio corpo quando importar diminuição
permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
c) Não se pode usar o nome de outrem em propaganda comercial sem a devida
autorização.
d) Salvo se necessária à manutenção da ordem pública, a utilização da imagem de uma
pessoa falecida poderá ser proibida, exclusivamente a requerimento de seus ascendentes
ou descendentes, se se destinar a fins comerciais.
e) A intimidade da pessoa natural é inviolável, e o juiz adotará as providências para fazer
cessar ato contrário a esta norma.

218
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

09 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


O início da personalidade civil das pessoas físicas e das pessoas jurídicas de direito privado
ocorre, respectivamente, com

a) o nascimento com vida e com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,


precedida de autorização ou aprovação do Poder Executivo, quando necessária.
b) o registro civil do nascido com vida e com a inscrição do ato constitutivo no respectivo
registro, precedida de autorização ou aprovação do Poder Executivo, quando necessária.
c) a concepção do nascituro e com a autorização ou aprovação do Poder Executivo,
quando necessária.
d) o registro civil do nascido com vida e com a autorização ou aprovação do Poder
Executivo.
e) a concepção do nascituro e com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,
precedida de autorização ou aprovação do Poder Executivo, quando necessária.

10 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


De acordo com a LINDB, no tocante ao fenômeno da repristinação, salvo disposição em
contrário, a lei

a) nova que estabeleça disposições gerais a respeito de outras já existentes não revogará
leis anteriores.
b) revogada voltará a vigorar se a lei que a revogou for declarada inconstitucional em
controle difuso.
c) revogada não se restaurará se a lei revogadora perder a vigência.

219
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d) nova que estabeleça disposições especiais a respeito de outras já existentes não revogará
leis anteriores.
e) nova revogará a anterior se regular inteiramente a mesma matéria.

11 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


No que se refere à pessoa natural, é correto afirmar que

a) o incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Não obstante a regra
da responsabilidade solidária entre os pais, emanada do inciso I, do artigo 932 do Código
Civil, o Superior Tribunal de Justiça já decidiu que a mãe que, à época do acidente
provocado por seu filho menor de idade, residia permanentemente em local distinto
daquele no qual morava o menor - sobre quem apenas o pai exercia autoridade de fato -,
não pode ser responsabilizada pela reparação civil advinda do ato ilícito, mesmo
considerando que ela não deixou de deter o poder familiar sobre o filho.
b) o artigo 2° do Código Civil disciplina a tutela jurídica do nascituro. Por consenso da
doutrina jurídica, citado dispositivo legal, é perfeitamente aplicável ao embrião.
c) são absolutamente incapazes de exercerem pessoalmente os atos da vida civil aqueles
que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade. Nessa
hipótese legal, a incapacidade opera-se automaticamente, sendo desnecessário o processo
de interdição.
d) o Código Civil estabelece que a pessoa com deficiência não poderá testemunhar, salvo
se assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.

220
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

e) o nascituro não tem direito a compensação por danos morais decorrentes da morte de
seu genitor vítima de acidente de trabalho. Aliás, esse entendimento adotado pelo Superior
Tribunal de Justiça coincide com a teoria natalista, adotada pelo Código Civil e pelo
ministro relator da ADI n° 3.510/DF [Lei da Biossegurança].

12 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a afirmativa correta.

a) A revogação de lei anterior por lei posterior só ocorre nos casos em que expressamente
declarada.
b) A lei revogada é automaticamente restaurada se a lei revogadora tiver perdido a vigência.
c) O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou
consulares do país de apenas um dos nubentes.
d) Salvo disposição em contrário, uma lei começa a vigorar no Brasil sessenta dias depois
de oficialmente publicada.
e) As regras sobre os direitos de família são determinadas pela lei do país em que a pessoa
for domiciliada.

13 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


A Lei n.º XX/XXXX, composta por quinze artigos, elaborada pelo Congresso Nacional,
foi sancionada, promulgada e publicada.
A respeito dessa situação, assinale a opção correta, de acordo com a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a) Se algum dos artigos da lei sofrer alteração antes de ela entrar em vigor, será contado
um novo período de vacância para o dispositivo alterado.
b) Caso essa lei tenha revogado dispositivo da legislação anterior, automaticamente
ocorrerá o efeito repristinatório se nela não houver disposição em contrário.
c) A lei irá revogar a legislação anterior caso estabeleça disposições gerais sobre assunto
tratado nessa legislação.
d) Não havendo referência ao período de vacância, a nova lei entra em vigor
imediatamente, sendo eventuais correções em seu texto consideradas nova lei.
e) Não havendo referência ao período de vacância, a lei entrará em vigor, em todo o
território nacional, três meses após sua publicação.

14 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


No que concerne à pessoa natural, à pessoa jurídica e ao domicílio, assinale a opção
correta.

a) Sendo o domicílio o local em que a pessoa permanece com ânimo definitivo ou o


decorrente de imposição normativa, como ocorre com os militares, o domicílio contratual
é incompatível com a ordem jurídica brasileira.
b) Conforme a teoria natalista, o nascituro é pessoa humana titular de direitos, de modo
que mesmo o natimorto possui proteção no que concerne aos direitos da personalidade.
c) De acordo com o Código Civil, deve ser considerado absolutamente incapaz aquele que,
por enfermidade ou deficiência mental, não possuir discernimento para a prática de seus
atos.

222
RETA FINAL – DELEGADO CE
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d) A ocorrência de grave e injusta ofensa à dignidade da pessoa humana configura o dano


moral, sendo desnecessária a comprovação de dor e sofrimento para o recebimento de
indenização por esse tipo de dano
e) Na hipótese de desaparecimento do corpo de pessoa em situação de grave risco de
morte, como, por exemplo, no caso de desastre marítimo, o reconhecimento do óbito
depende de prévia declaração de ausência.

Respostas: 01:C 02:C 03:C 04:E 05:B 06:C 07:B 08:D 09:A 10:C 11:A
12:E 13:A 14:D

223
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Direito administrativo: Princípio da Administração Pública

1. Regime jurídico-administrativo

É o conjunto de regras e princípios que regem a Administração Pública. Celso Antônio


Bandeira de Mello defende a existência de verdadeiras “PEDRAS DE TOQUE” no
Direito Administrativo, quais sejam:
 Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado: Os interesses
coletivos devem prevalecer ao interesse particular;
 Princípio da indisponibilidade do interesse público: O interesse público não
se encontra à livre disposição do administrador.

2. Princípios x regras

a) Princípios:

- Possuem grau de abstração maior do que as regras, pois admitem uma série indefinida
de aplicações.

- São mandamentos de otimização, que determinam a realização de algo na maior medida


possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes, admitindo aplicação
gradativa.

- Colisão de princípios: ponderação de interesses no caso concreto.

224
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

- Condensam os valores fundamentais da ordem jurídica, e se irradiam sobre todo o


sistema jurídico, garantindo-lhe harmonia e coerência.

- Categorias:
 Princípios fundamentais: Representam decisões políticas estruturais do Estado,
servindo de matriz para todas as demais normas constitucionais.
 Princípios gerais: Em regra, são importantes especificações dos princípios
fundamentais, possuindo menor grau de abstração e irradiando-se sobre todo
ordenamento jurídico. Ex: Princípio da isonomia e da legalidade.
 Princípios setoriais ou especiais: Se aplicam a determinado tema, capítulo ou
título da Constituição. Ex: L.I.M.P.E – Art. 37 CF (princípios explícitos da
Constituição/88).

b) Regras:

- Direcionam-se a situações determinadas.

- O conflito de regras é resolvido na dimensão da validade (“tudo ou nada”), ou seja, a


regra é válida ou inválida, a partir dos critérios de especialidade, hierarquia e cronológico
(Dworkin).

- Em alguns casos, o conflito entre regras pode ser resolvido pela dimensão do peso e,
não necessariamente, pelo critério de validade. Ex: vedação à concessão de liminar contra
a Fazenda que esgote o objeto do litígio.

225
RETA FINAL – DELEGADO CE
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2.1) Princípios Explícitos do Direito Administrativo: Assim denominados pois


constam expressamente no art. 37 da CF/88. São eles:
 Legalidade
 Impessoalidade
 Moralidade
 Publicidade
 Eficiência

a) Legalidade (juridicidade)

- Comporta dois desdobramentos:


I. Supremacia da lei: A lei prevalece e tem preferência sobre os atos da
Administração.
- Relaciona-se com a doutrina da NEGATIVE BINDUNG (VINCULAÇÃO
NEGATIVA), segundo a qual a lei representa uma limitação à vontade do
Administrador.
II. Reserva de lei: o tratamento de certas matérias deve ser formalizado
necessariamente pela legislação.
- Relaciona-se com a POSITIVE BINDUNG (VINCULAÇÃO POSITIVA),
condiciona a validade da atuação dos agentes públicos à prévia autorização legal.
* Atualmente, prevalece a ideia da vinculação positiva da Administração à lei, ou seja, a
atuação do administrador depende de prévia habilitação legal para ser legítima.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

- A legalidade deve ser reinterpretada a partir da constitucionalização do Direito


Administrativo.

- A legalidade encontra-se inserida no denominado PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE,


que exige a submissão da atuação administrativa à lei e ao Direito => Exige-se
compatibilidade com o BLOCO DE LEGALIDADE. Pelo princípio da juridicidade,
deve se respeitar, inclusive, a noção de legitimidade do Direito.

ATENÇÃO AOS CONCEITOS:


I) Juridicidade: Compatibilidade com todo ordenamento jurídico;
II) Legalidade: Verificar se o ato se compatibiliza com as exigências
formais ou padrões materiais da lei;
III) Legitimidade: É o ato que observa não só as formalidades prescritas
ou não defesas em lei, mas se há adequação aos princípios da boa
administração, dentro de padrões razoáveis, morais e dos princípios
constitucionalmente reconhecidos;
IV) Economicidade: Foco no binômio custo/benefício em face do meio
utilizado para satisfação social, junto ao controle de eficiência da
gestão financeira, para atingir melhor índice de resultado.

O QUE É O PRINCÍPIO DA RESPONSIVIDADE?


Consoante entendimento de Diogo de Figueiredo, a responsividade é
um dos princípios modernos que norteia a atuação da Administração
Pública. Prevê que, ao atuar, a Administração não obedeça apenas à

227
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

legalidade, mas também à legitimidade e ao princípio democrático, ou


seja, que atue de modo a atender os anseios da população. É um dever
jurídico autônomo dos agentes do Poder Público para, ao perfazerem suas
escolhas discricionárias, observarem os anseios da sociedade.

b) Princípio da impessoalidade
- Possui duas acepções:
i. Igualdade ou isonomia: A Administração deve dispensar tratamento impessoal e
isonômico aos particulares para atender a finalidade pública;
ii. Proibição de promoção pessoal: Vedação do exercício da máquina pública para
atingir interesses particulares.

c) Princípio da moralidade – Atuação segundo padrões éticos de probidade e decoro.

d) Princípio da publicidade – Impõe a divulgação e exteriorização dos atos do poder


público, guardando relação com o princípio democrático, ao possibilitar o controle social
sobre os atos públicos. É possível restringir a publicidade em casos excepcionais,
conforme Artigo 5º, LX, CF:
“Artigo 5º, CF: “LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”.

- Frise-se que a Lei nº 12. 527/11 (Lei de Acesso à informação) prevê a possibilidade de
restrição ao fornecimento de informações, se imprescindíveis à segurança da sociedade
ou do Estado.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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- STF (Info 782): É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela
Administração Pública, dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes
vencimentos e vantagens pecuniárias. A divulgação dos vencimentos dos servidores, a ser
realizada oficialmente, constitui informação de interesse público que não viola a
intimidade e a segurança deles, uma vez que esses dados dizem respeito a agentes públicos
em exercício nessa qualidade.

e) Princípio da eficiência – Inserido pela EC 19/98, para substituir a Administração


Pública burocrática pela gerencial.

- Relacionada com a necessidade de efetivação célere das finalidades públicas elencadas no


ordenamento jurídico.

- A concretização dos resultados deve ser realizada por:


i. Planejamento: plano de ação, orçamento e prioridades;
ii. Execução: medidas concretas para satisfação dos resultados;
iii. Controle: órgãos controladores não devem se restringir à legalidade formal na
análise da juridicidade da ação administrativa, devendo levar em conta os demais
princípios e alcance dos resultados.

2.2) Outros princípios administrativos

229
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a) Princípio da razoabilidade e proporcionalidade – prevalece a tese de fungibilidade


dos princípios.

- Subdivide-se em 03 subprincípios:
i. Adequação ou idoneidade: o ato estatal deverá contribuir para a realização do
resultado pretendido.
ii. Necessidade ou exigibilidade: caso existam duas medidas adequadas para
alcançar o fim perseguido, o Poder Público deve adotar a medida menos gravosa
aos direitos fundamentais.
iii. Proporcionalidade em sentido estrito: é a ponderação, no caso concreto, entre
o ônus imposto pela atuação estatal e o benefício por ela produzido, razão pela qual
a restrição ao direito fundamental deve ser justificada pela importância do princípio
ou direito.

b) Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado (princípio da


finalidade pública) – O interesse público divide-se em (doutrina italiana):
i. Interesse público primário: Necessidade de satisfação das necessidades coletivas.
É o interesse com as necessidades sociais;
ii. Interesse público secundário: É o interesse do próprio Estado, enquanto sujeito
de direitos e obrigações, ligando-se à noção de interesse do erário. É o interesse do
Estado com si próprio, como pessoa jurídica de direito público que é.

Assim, pelo princípio, há uma primazia de soluções e decisões que atendam ao interesse
coletivo, em detrimento do interesse de um único indivíduo ou grupo seleto de indivíduos.

230
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

c) Princípio da autotutela: Poder-dever da Administração rever os seus próprios atos,


seja para anulá-los ou revogá-los.

Súmula 346 STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus
próprios atos.
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

A Administração Pública deve observar algum requisito quando for anular


atos ilegais?
O princípio da autotutela administrativa preleciona que a
Administração Pública possui o poder-dever de rever os seus próprios
atos, seja para anulá-los por vício de legalidade, seja para revogá-los
por questões de conveniência e de oportunidade conforme art. 53 da
Lei 9.784/99 e Súmulas 346 e 473 do STF.
O STF possui entendimento, contudo, no sentido de que, a
despeito deste poder-dever de anular os atos ilegais, se a invalidação
do ato administrativo repercutir no campo de interesses individuais,
faz-se necessária a instauração de processo administrativo que
assegure o devido processo legal e a ampla defesa (Informativo 763 do
STF).

231
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Além disso, o art. 54 da lei 9.784/99 estipula que o direito da


Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis aos destinatários decai em 5 anos, contados da data
em que foram praticados, salvo comprovada má fé.
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao
interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.

AUTOTUTELA X AUTOEXECUTORIEDADE
 Autotutela: Designa o poder-dever de corrigir ilegalidades e de garantir o interesse
público dos atos editados pela própria Administração;
 Autoexecutoriedade: Prerrogativa de imposição da vontade administrativa,
independente de recurso ao Poder Judiciário.

d) Princípio da segurança jurídica e legítima confiança

- Segurança jurídica: abarca dois sentidos:


 Objetivo: estabilização do ordenamento jurídico;
 Subjetivo: proteção a confiança das pessoas em relação às expectativas geradas por
promessas e atos estatais. É princípio autônomo.

- Segurança jurídica x legítima confiança


 Segurança jurídica: possui caráter amplo, aplicado às relações públicas e privadas;

232
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

 Legítima confiança: tutela apenas a esfera jurídica do particular, protegendo-o da


atuação arbitrária do Estado.

- A noção de proteção da confiança legítima aparece como uma reação à utilização abusiva
de normas jurídicas ou atos administrativos que surpreendam bruscamente o seu
destinatário. Um exemplo de aplicação do princípio da legítima confiança diz respeito à
impossibilidade de devolução de valores recebidos de boa-fé por servidores públicos, em
virtude de errônea interpretação de lei pela Administração:
Súmula 34 da AGU: Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-
fé pelo servidor público, em decorrência de errônea ou inadequada interpretação
da lei por parte da Administração Pública.
Súmula 249 TCU: É dispensada a reposição de importâncias indevidamente
percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude
de erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte
de autoridade legalmente investida em função de orientação e supervisão, à vista
da presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das
parcelas salariais.

- STJ (Info 579): Os herdeiros devem restituir os proventos que, por erro operacional da
Administração Pública, continuaram sendo depositados em conta de servidor público
após o seu falecimento. Não se analisa aqui se o herdeiro estava ou não de boa-fé. O
herdeiro é obrigado a devolver porque ele não tem qualquer razão jurídica para ficar com
aquele dinheiro em prejuízo da Administração Pública. Não havia nenhuma relação

233
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

jurídica entre o herdeiro e o Estado. O fundamento aqui é o princípio que veda o


enriquecimento sem causa (art. 884 do CC).

- Requisitos para configurar a confiança legítima:


 Ato da administração suficientemente conclusivo para gerar no administrado
confiança:
o De que a Administração atuou corretamente;
o De que a conduta do afetado é lícita na relação jurídica que mantém com a
Administração;
o Confiança do afetado de que as suas expectativas são razoáveis.
 Presença de signos externos que orientam o cidadão a adotar determinada conduta;
 Ato da administração que reconhece ou constitui uma situação jurídica
individualizada, cuja durabilidade é confiável;
 Causa idônea para provocar a confiança do afetado;
 Cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obrigações no caso.
- Quando NÃO se aplica o princípio da confiança legítima:
 Hipóteses de má-fé do administrado;
 Não pode existir mera expectativa de direitos pelo interessado.

Referências bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo

234
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

QUESTÕES SOBRE O TEMA

01 – 2018 – VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Os princípios administrativos podem ser utilizados para fins de controle de
constitucionalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário, sendo o que se observa
na alternativa a seguir:

a) a nomeação de cônjuge da autoridade nomeante para o exercício de cargo em comissão


ou de confiança na Administração Pública do Estado viola a Constituição Federal.
b) o ato administrativo eivado de ilegalidade deverá ser revogado pelo administrador
público, em obediência ao princípio administrativo da discricionariedade.
c) ao titular do cargo de procurador de autarquia exige-se a apresentação de instrumento
de mandato para representá-la em juízo.
d) não é possível a autotutela sobre os atos administrativos após a sua impugnação no
Poder Judiciário.
e) o princípio da pessoalidade é corolário da isonomia e da legalidade, sendo centrais à
ação administrativa.

02 – 2018 – FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia


Sobre os princípios da Administração Pública, é CORRETO afirmar que:

a) a efetivação de pagamento de precatório em desobediência à ordem cronológica traduz


violação ao princípio da impessoalidade, à luz do qual é vedada a atuação administrativa
dissociada da moral, dos princípios éticos, da boa-fé e da lealdade.
b) em consonância com o princípio da legalidade, estatuído no artigo 37, caput, da CR/88,

235
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a Administração Pública pode fazer tudo o que a lei não proíbe.


c) não são oponíveis às Sociedades de Economia Mista, haja vista que essas sociedades
são regidas pelo regime de direito privado.
d) o princípio da supremacia do interesse público não se radica em dispositivo específico
da CR/88, ainda que inúmeros aludam ou impliquem manifestações concretas dele.

03 – 2018 – FUNDATEC - PC-RS - Delegado de Polícia


Sobre os princípios da Administração Pública, analise as seguintes assertivas:

I. A prisão em flagrante delito de um indivíduo, sob o enfoque de não depender de prévia


manifestação do poder judiciário, é uma manifestação concreta do princípio da autotutela
administrativa.
II. O uso moderado e progressivo da força, modulador da ação policial, encontra
fundamento no princípio da proporcionalidade, que tem por objetivo evitar que a
atividade coercitiva do Estado seja exercida em intensidade superior à estritamente
necessária para restabelecer a ordem e a segurança pública.
III. No âmbito administrativo, o acesso à informação, por se tratar de um direito público
subjetivo de envergadura constitucional, derivado do princípio da publicidade e da
transparência, não comporta sigilo como exceção.
IV. A utilização, por parte do servidor público, para fins privados, de um bem
regularmente apreendido no âmbito de uma investigação criminal caracteriza violação ao
princípio da impessoalidade, sob o enfoque da finalidade, impondo o enquadramento de
tal conduta em ato de improbidade administrativa.

236
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas III e IV.
e) Apenas II, III e IV.

04 – 2017 – FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


De acordo com o texto a seguir o direito público tem como objetivo primordial o
atendimento ao bem-estar coletivo.

[...] em primeiro lugar, as normas de direito público, embora protejam reflexamente o


interesse individual, têm o objetivo primordial de atender ao interesse público, ao bem-
estar coletivo. Além disso, pode-se dizer que o direito público somente começou a se
desenvolver quando, depois de superados o primado do Direito Civil (que durou muitos
séculos) e o individualismo que tomou conta dos vários setores da ciência, inclusive a do
Direito, substituiu-se a ideia do homem como fim único do direito (própria do
individualismo) pelo princípio que hoje serve de fundamento para todo o direito público
e que vincula a Administração em todas as suas decisões [...].
Dl PIETRO, Maria Sylvia Zaretla. Direito Administrativo. 30.ed. Sao Paulo: Atlas, 2017,
p 96.

Diante disso, as "pedras de toque" do regime jurídico-administrativo são

237
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a) a supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a impessoalidade do


interesse público.
b) a supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a indisponibilidade do
interesse público.
c) a indisponibilidade do interesse público e o princípio da legalidade.
d) a supremacia da ordem pública e o princípio da legalidade..
e) a supremacia do interesse público e o interesse privado e o princípio da legalidade.

05 – 2017 – IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


Acerca dos princípios que informam o Direito Administrativo Brasileiro, é correto afirmar
que a(o):

a) nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,


até o quarto grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo
em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública
direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.
b) Supremo Tribunal Federal já possui pacífica jurisprudência no sentido de que o Chefe
do Poder Executivo Estadual pode nomear parentes em linha reta, a exemplo de uma
filha, para o cargo de Secretária de Estado, porque se trata de uma escolha política e o fato
do cargo de Secretário de Estado ser de natureza política torna esta nomeação insuscetível

238
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

de controle.
c) princípio da publicidade considera-se atendido sempre que houver a publicação de atos
no Diário Oficial, sendo, por conseguinte, desnecessária qualquer medida adicional por
parte da Administração Pública.
d) princípio da legalidade tem idêntica aplicação para os particulares e para a
Administração Pública, significando a possibilidade de realização de atos que não sejam
vedados pelo ordenamento jurídico.
e) Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de que vedar o acesso de
qualquer cidadão a cargo público tão somente em razão da existência de relação de
parentesco com servidor público que não tenha competência para o selecionar ou o
nomear para o cargo de chefia, direção ou assessoramento, ou que não exerça ascendência
hierárquica sobre aquele que possua essa competência é, em alguma medida, negar um dos
princípios constitucionais a que se pretendeu conferir efetividade com a edição da Súmula
Vinculante n° 13, qual seja, o princípio da impessoalidade.

06 – 2017 – FCC - DPE-PR - Defensor Público


Sobre Agentes Públicos e Princípios e Regime Jurídico Administrativo, é correto afirmar:

a) O princípio da impessoalidade destina-se a proteger simultaneamente o interesse


público e o interesse privado, pautando-se pela igualdade de tratamento a todos
administrados, independentemente de quaisquer preferências pessoais.
b) São entes da Administração Indireta as autarquias, as fundações públicas, as empresas
públicas, as sociedades de economia mista, e as subsidiárias destas duas últimas. As
subsidiárias não dependem de autorização legislativa justamente por integrarem a

239
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Administração Pública Indireta.


c) As contas bancárias de entes públicos que contenham recursos de origem pública
prescindem de autorização específica para fins do exercício do controle externo.
d) Os atos punitivos são os atos por meio dos quais o Poder Público aplica sanções por
infrações administrativas pelos servidores públicos. Trata-se de exercício de Poder de
Polícia com base na hierarquia.
e) A licença não é classificada como ato negocial, pois se trata de ato vinculado, concedida
desde que cumpridos os requisitos objetivamente definidos em lei.

07 – 2016 – UFMT - DPE-MT - Defensor Público


Em relação aos princípios constitucionais do direito administrativo brasileiro, numere a
coluna da direita de acordo com a da esquerda.

1 - Razoabilidade
2 - Segurança jurídica
3 - Impessoalidade
4 - Finalidade

( ) O princípio em causa é uma faceta da isonomia e sua aplicação concreta está presente
em situações diversas previstas no regime jurídico administrativo, a exemplo da exigência
de concurso público para provimento de cargos públicos.
( ) Segundo este princípio, a Administração, ao atuar no exercício de discrição, deve
adotar a medida que, em cada situação, seja mais prudente e sensata nos limites admitidos
pela lei.

240
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

( ) Por força deste princípio, as orientações firmadas pela Administração Pública não
podem, sem prévia publicidade, ser modificadas em casos concretos para agravar a
situação dos administrados ou negar-lhes direitos.
( ) A raiz constitucional deste princípio é encontrada no próprio princípio da legalidade,
pois corresponde à aplicação da lei sem desvirtuamentos.

Marque a sequência correta.

a) 2, 4, 1, 3
b) 4, 1, 2, 3
c) 3, 1, 2, 4
d) 3, 2, 1, 4
e) 1, 4, 3, 2

08 – 2015 – VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia


Em grandes centros urbanos brasileiros, observa-se um desafio na questão da mobilidade
urbana, ou seja, uma constante tensão entre o transporte de caráter individual e o
transporte coletivo. Diante dos congestionamentos crescentes, por qual dos princípios
implícitos da Administração Pública o administrador público deve se guiar para constituir
uma política que privilegie o transporte coletivo em detrimento do transporte individual?

a) Pelo princípio da Inteligibilidade.


b) Pelo princípio da Razoabilidade.
c) Pelo princípio do Interesse Público.

241
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d) Pelo princípio da Eficiência.


e) Pelo princípio da Alocação.

09 – 2014 – VUNESP - DPE-MS - Defensor Público


A expressão regime jurídico-administrativo é utilizada para designar

a) os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a


Administração Pública.
b) o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração Pública e
que não se encontram nas relações entre particulares.
c) as restrições a que está sujeita a Administração Pública, sob pena de nulidade do ato
administrativo, excluindo-se de seu âmbito as prerrogativas da Administração.
d) as prerrogativas que colocam a Administração Pública em posição de supremacia
perante o particular, excluindo-se de seu âmbito as restrições impostas à Administração.

10 – 2014 - CS-UFG - DPE-GO - Defensor Público


A charge faz uma crítica à desobediência de um artigo da Constituição Federal. Tal
desobediência fere princípios básicos da administração pública, que dizem respeito à:

a) eficiência e especialização dos serviços públicos.


b) publicidade e notoriedade dos atos públicos.
c) razoabilidade e à proporcionalidade.
d) impessoalidade e à moralidade.
e) liquidez e exequibilidade das obrigações jurídicas.

242
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

11 – 2014 - CS-UFG - DPE-GO - Defensor Público


Os princípios administrativos são postulados orientadores essenciais que inspiram toda
conduta dos integrantes da Administração Pública. Nesse contexto,

a) em obediência aos princípios da legalidade e da segurança jurídica, no âmbito do regime


jurídico-administrativo, é inadmissível à Administração Pública alterar unilateralmente
relações jurídicas já estabelecidas, constituindo o administrado em obrigações por meio de
atos unilaterais.
b) em atenção ao princípio da publicidade decorre a proibição de constar nome, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em
divulgação de atos, programas ou campanhas de órgãos públicos.
c) pelo princípio da supremacia do interesse público advém a regra de que o direito da
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para
os destinatários decai em cinco anos, contados da data de sua ciência, salvo comprovada
má-fé.
d) em consagração os princípios do contraditório e ampla defesa, no âmbito do processo
administrativo os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com
antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.
e) pelo princípio da eficiência, a Administração Pública, na execução dos atos
administrativos, tem o dever de alcançar a finalidade normativa, pois se trata de princípio
diretamente vinculado ao princípio da legalidade e da supremacia do interesse público.

12 – 2013 – CESPE - DPE-TO - Defensor Público

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Em relação aos princípios do direito administrativo, assinale a opção correta.

a) A personalização do direito administrativo é consequência da aplicação do princípio


democrático e dos direitos fundamentais em todas as atividades da administração pública.
b) Não se qualifica a violação aos princípios da administração pública como modalidade
autônoma de ato que enseja improbidade administrativa.
c) O princípio da impessoalidade limita-se ao dever de isonomia da administração pública.
d) A disponibilização de informações de interesse coletivo pela administração pública
constitui obrigação constitucional a ser observada até mesmo nos casos em que as
informações envolvam a intimidade das pessoas.
e) O princípio da eficiência administrativa funda-se na subordinação da atividade
administrativa à racionalidade econômica.

13 – 2012 – CESPE - DPE-ES - Defensor Público


Julgue os itens a seguir, referentes aos princípios do direito administrativo.

Como o direito administrativo disciplina, além da atividade do Poder Executivo, as


atividades administrativas do Poder Judiciário e do Poder Legislativo, os princípios que
regem a administração pública, previstos na CF, aplicam-se aos três poderes da República.

Certo ( ) / Errado ( )

14 – 2012 – CESPE - DPE-ES - Defensor Público


O interesse do Estado ou dos governantes deve coincidir necessariamente com o bem

244
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

geral da coletividade, pois, ao tomarem suas decisões, os governantes devem atender ao


real interesse da comunidade.

Certo ( ) / Errado ( )

15 – 2012 – FUNCAB - PC-RJ - Delegado de Polícia


Para a doutrina contemporânea do Direito Administrativo, levando em conta a eficácia
normativa da Constituição, deve a Administração Pública evitar que suas ações estejam
inspiradas na:

a) imperatividade.
b) subsidiariedade.
c) consensualidade.
d) promoção dos direitos fundamentais.
e) aproximação coma sociedade civil.

16 – 2011 - INSTITUTO CIDADES - DPE-AM - Defensor Público


No campo do Direito Administrativo, a relação jurídico-administrativa:

a) É regida pelo princípio do pacta sunt servanda, não havendo casos em que a
Administração Pública pode modificar, unilateralmente, um contrato previamente
assinado entre as partes.
b) Submete a Administração Pública à vontade exclusiva dos governantes, pois cabe a
estes apontar os rumos que a Administração Pública deve seguir.

245
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

c) Deve sempre estar vinculada à finalidade pública, à vontade do administrador e à


vontade das pessoas públicas.
d) Implica em uma predominância da propriedade pública sobre a propriedade privada,
ainda que a propriedade privada esteja a serviço de um interesse público.
e) Implica em atuação de oficio na consecução e proteção dos interesses públicos contidos
na esfera de competências atribuídas pela lei ao administrador.

17 – 2008 – CESPE - PC-TO - Delegado de Polícia


A administração pública é orientada por princípios de índole constitucional, cuja
observância proporciona aos administrados a sensação de respeito à coisa pública. A
respeito desse tema,
julgue os itens que se seguem.

O princípio da vinculação política ao bem comum é, entre os princípios constitucionais


que norteiam a administração pública, o mais importante.

Certo ( ) / Errado ( )

Respostas: 01:A 02:D 03:C 04:B 05:E 06:C 07:C 08:C 09:B 10:D 11:D
12:A 13:C 14:E 15:A 16:E 17:E

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

247
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

META 05

Direito constitucional: Direitos e garantias fundamentais

1. Princípios Constitucionais: São decididos antes da elaboração do texto, no momento


de construção das normas. Têm natureza de vetores interpretativos que imprimem coesão,
harmonia e unidade ao sistema.

O que é o preâmbulo e qual a sua natureza jurídica?


O preâmbulo é a parte precedente da CF. Segundo o STF, é mero vetor
interpretativo do que se acha inscrito no texto constitucional. Não possui
força normativa, logo, não pode ser parâmetro nem objeto de controle de
constitucionalidade.

“Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da


proteção de Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na
Constituição estadual, não tendo força normativa.” (ADI 2.076, Rel. Min.
Carlos Velloso, julgamento em 15-8-2002, Plenário, DJ de 8-8-2003.)

* ATENÇÃO – PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES


INTERNACIONAIS (ART. 4º):
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;

248
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

III - autodeterminação dos povos;


IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.

OUTROS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

- Os Princípios Constitucionais estão presentes não só no art. 5º, mas em diversos


dispositivos, a exemplo dos princípios tributários, previstos no art. 150, e dos princípios
expressos da Administração Pública (art. 37). Assim, atentem-se brevemente aos
princípios da dignidade da pessoa humana, legalidade e isonomia, sem prejuízo dos demais
que se inserem na Carta Magna – e serão tratados nas matérias específicas:

a) Dignidade da pessoa humana: Define Luis Roberto Barroso que o “princípio da


dignidade humana expressa um conjunto de valores civilizatórios que se pode considerar
incorporado ao patrimônio da humanidade. Dele
se extrai o sentido mais nuclear dos direitos fundamentais, para tutela do mínimo

249
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

existencial e da personalidade humana, tanto na dimensão física como na moral”. Pode-


se acrescentar também que a dignidade humana possui um enfoque moral, consistente na
máxima de Kant segundo a qual o homem é um fim em si mesmo, e um enfoque material,
relativo à manutenção do mínimo existencial. Decorre do aludido princípio, por exemplo,
a impenhorabilidade do bem de família.
b) Legalidade: O princípio da legalidade significa que ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer algo que não esteja previamente estabelecido na própria CR e nas normas
jurídicas dela derivadas. O princípio da legalidade, desta forma, se converte em princípio da
constitucionalidade (Canotilho), subordinando toda atividade estatal e privada à força da
Constituição.
I. Legalidade x Reserva Legal: O princípio da reserva legal é um desdobramento da
legalidade, que impõe e vincula a regulação de determinadas matérias constantes na
constituição à fonte formal do tipo lei.
II. Acepções do princípio da legalidade:
 Para particulares: Somente a lei pode criar obrigações, de forma que a inexistência de lei
proibitiva de determinada conduta implica ser ela permitida.
 Para a Administração Pública: O Estado se sujeita às leis, e deve atuar em
conformidade à previsão legal.

c) Isonomia: Segundo bem definiu Rui Barbosa, “ a regra da igualdade não consiste senão
em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta
desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei
da igualdade (...). Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria
desigualdade flagrante, e não igualdade real”. Logo, é possível extrair:

250
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

 Isonomia formal: Igualdade perante a lei;


 Isonomia Materiais: Tratar os iguais na medida de sua desigualdade.

É possível estabelecer critérios diferenciadores para admissão de


candidato em concursos públicos?
A jurisprudência vem admitindo algumas hipóteses de discriminação,
podendo ocorrer em relação à idade, sexo, altura, etc, desde que sejam
observados dois requisitos:
 Previsão legal anterior definindo os critérios de admissão para o cargo; e
 Razoabilidade da exigência, decorrente da natureza das atribuições do
cargo a ser preenchido.

A candidata que esteja gestante no dia do teste físico possui o direito de


fazer a prova em uma nova data no futuro.
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que
esteja grávida à época de sua realização, independentemente da previsão
expressa em edital do concurso público.
STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
21/11/2018 (repercussão geral).

Sob o pretexto da observância do princípio constitucional da isonomia, é


possível ao Poder Judiciário estender benefício fiscal a contribuinte não
alcançado pela norma concessiva?

251
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Não. Porque sob o pretexto de concretizar a isonomia tributária, não


pode o judiciário estender benefício fiscal sem que haja previsão legal
específica. Caso pudesse, o judiciário estar-se-á imiscuindo em função
típica do legislativo, isto é, estaria o judiciário atuando como legislador
positivo.

Ações Afirmativas
A Carta Magna busca a igualdade material. Para aplicação do princípio
da isonomia, são necessárias as ações afirmativas, a exemplo: mercado de
trabalho da mulher, cotas de vagas sem serviços públicos, cotas em
universidades, cotas para afrodescendentes.

2. Direitos e garantias fundamentais4


2.1. Direitos x Garantias x Remédios Constitucionais:
 Direitos: São normas de conteúdo declaratório da existência de um interesse, de uma
vantagem. Ex: direito à vida, à propriedade;
 Garantias: normas de conteúdo assecuratório, que servem para assegurar o direito
declarado. As garantias são estabelecidas pelo texto constitucional como instrumento de
proteção dos direitos fundamentais e writs constitucionais. São também chamadas de
instrumentos de tutela das liberdades e ações constitucionais.

4
Para aprofundamento no assunto, consultar:
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joao_trindadade__teoria_geral_d
os_direitos_fundamentais.pdf

252
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 Remédios Constitucionais: Embora todo remédio constitucional seja uma garantia,


nem toda garantia é um remédio constitucional, porque este é um instrumento
processual que tem por objetivo assegurar o exercício de um direito. Ex: Habeas
Corpus, Mandado de Segurança.

ATENÇÃO: Alguns dispositivos constitucionais contêm direitos e garantias no mesmo


enunciado. O art. 5º, X, estabelece a inviolabilidade do direito à intimidade, vida privada,
honra e imagem das pessoas, assegurando, em seguida, o direito à indenização em caso
de dano material ou moral provocado pela sua violação.

2.2. Direitos Fundamentais x Direitos Humanos: Embora materialmente ambos


objetivem a proteção e a promoção da dignidade da pessoa humana, não se confundem:
 Direitos Humanos: são direitos reconhecidos no âmbito internacional.
 Direitos fundamentais: são direitos reconhecidos no plano interno de um determinado
Estado. Preferencialmente, positivados na CF.

Como se classificam as normas constitucionais de direitos fundamentais


quanto à eficácia e aplicabilidade?
Pela classificação de José Afonso da Silva e considerando não haver
direito fundamental absoluto, as normas não possuem eficácia plena,
podendo apresentar, conforme a hipótese, eficácia contida (ou
restringível) ou limitada. Nesse sentido, a doutrina majoritária defende
que a maioria das normas seriam de eficácia contida, enquanto que a
maior parte daquelas que reconhecem os direitos sociais seriam de

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eficácia limitada.

2.3. Geração dos direitos fundamentais:

 Direitos de primeira geração (individuais ou negativos): Relacionados à luta pela


liberdade e segurança diante do Estado. Trata-se de impor ao Estado obrigações de não-
fazer e se relacionam às pessoas, individualmente. Ex: propriedade, igualdade formal
(perante a lei), liberdade de crença, de manifestação de pensamento, direito à vida etc.
 Direitos de segunda geração (sociais, econômicos e culturais ou direitos
positivos): São os direitos de grupos sociais menos favorecidos, e que impõem ao Estado
uma obrigação de fazer, de prestar (por isso são chamados de direitos prestacionais). Ex:
direitos positivos, como saúde, educação, moradia, segurança pública.
* Observação: A teoria da reserva do possível é uma limitação fática e jurídica oponível à
realização dos direitos fundamentais, sobretudo os de cunho prestacional. Como é cediço,
o Estado não possui recursos materiais ilimitados, o que leva os administradores a
realizarem escolhas trágicas, alocando esses recursos em ações prioritárias. O limite da
reserva do possível é o mínimo existencial, núcleo da dignidade da pessoa humana.
- Nesse contexto, a reserva do possível deve ser analisada sob três aspectos:

I- Disponibilidade fática dos recursos para efetivação dos direitos fundamentais.


II- Disposibilidade jurídica dos recursos, mediante autorização orçamentária.
III- Razoabilidade e proporcionalidade da prestação, levando-se em consideração a
universalização da demanda, não apenas o indivíduo. Nesse sentido, não se pode exigir

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judicialmente do Estado uma prestação que não possa ser concedida a todos os indivíduos
que se encontrem em situação idêntica, sob pena de violação do princípio da isonomia.

 Direitos de terceira geração (difusos e coletivos): São direitos transindividuais, isto é,


direitos que são de várias pessoas, mas não pertencem a ninguém isoladamente.
Transcendem o indivíduo isoladamente considerado. São também conhecidos como
direitos metaindividuais (estão além do indivíduo) ou supraindividuais (estão acima do
indivíduo isoladamente considerado).
 Direitos de quarta geração: Há autores que se referem a essa categoria, mas ainda não
há consenso na doutrina sobre qual o conteúdo desse tipo de direitos. Há quem diga
tratarem-se dos direitos de engenharia genética (Norberto Bobbio), enquanto outros
referem-nos à luta pela participação democrática (Paulo Bonavides).
 Direitos de quinta geração: Direito à paz.

2.4. Características dos direitos fundamentais:


 Historicidade: o que se entende por direitos fundamentais varia de acordo com o
momento histórico, não são conceitos herméticos e fechados. Há uma variação no
tempo e no espaço.
 Inalienabilidade: são direitos sem conteúdo econômico patrimonial, não podem ser
comercializados ou permutados.
 Imprescritibilidade: são sempre exigíveis, ainda que não exercidos;
 Irrenunciabilidade: o indivíduo pode não exercer os seus direitos, mas não pode
renunciá-los, de modo geral.
 Relatividade: não são direitos absolutos. Se houver um choque entre os direitos

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fundamentais, serão resolvidos por um juízo de ponderação ou pela aplicação do


princípio da proporcionalidade.

TEORIA DA RESTRIÇÃO DAS RESTRIÇÕES (= LIMITAÇÃO DAS


LIMITAÇÕES)
- É teoria alemã, adotada no Brasil pelo STF;
- Uma das características dos direitos fundamentais é que eles são
relativos, ou seja, podem sofrer limitações. Porém, essas restrições
devem ser feitas com critérios e de forma excepcional a não esvaziar o
seu núcleo essencial. Conclusão: Pode haver restrições aos direitos
fundamentais, mas essas restrições devem ser restritas.
- Só podem ser impostas restrições se obedecerem aos seguintes
requisitos:
 Requisito formal: Os direitos fundamentais só podem ser restringidos
em caráter geral por meio de normas elaboradas por órgãos dotados de
atribuição legiferante conferido pela CF/88. A restrição deve estar
expressa ou implicitamente autorizada.
 Requisitos materiais: para a restrição ser válida, deve observar aos
princípios:
o Não retroatividade;
o Proporcionalidade;
o Generalidade e abstração;
o Proteção do núcleo essencial.

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 Personalidade: não se transmitem.


 Concorrência e cumulatividade: são direitos que podem ser exercidos ao mesmo
tempo.
 Universalidade: são universais, independentemente, de as nações terem assinado a
declaração, devem ser reconhecidos em todo o planeta, independentemente, da cultura,
política e sociedade.
 Proibição de retrocesso: não se pode retroceder nos avanços históricos conquistados.
2.4. Dimensão dos Direitos Fundamentais
 Dimensão subjetiva: Os direitos fundamentais conferem aos seus titulares o poder de
exigir algo, seja ação ou omissão;
 Dimensão objetiva: Os direitos fundamentais encarnam valores que permeiam toda a
ordem jurídica, condicionam e inspiram a interpretação e aplicação de outras normas
(EFICÁCIA IRRADIANTE) e criam dever geral de proteção sobre os bens
salvaguardados.

2.5. Eficácia dos direitos fundamentais:


 Vertical: Aplica-se à tradicional ideia de limitação de poder do Estado e respeito aos
direitos dos indivíduos, conferindo direitos básicos e garantias aos indivíduos. Há um
poder superior (Estado), em face do indivíduo, em posições diferentes (ESTADO X
PARTICULAR);

TEORIA DOS QUATRO STATUS DE JELLINECK


São as possíveis relações do indivíduo com o Estado:

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 Passivo: O indivíduo encontra-se em posição de subordinação com


relação aos poderes públicos;
 Ativo: É o poder do indivíduo de interferir na formação da vontade do
Estado, sobretudo através do voto;
 Negativo: O indivíduo pode agir livre da atuação do Estado, podendo
autodeterminar-se sem ingerência estatal (abstenção estatal);
 Positivo: É a possibilidade do indivíduo exigir atuações positivas do
Estado em seu favor.

 Horizontal: Com a evolução da teoria dos direitos fundamentais, atualmente é


reconhecida a incidência também na relação entre particulares, em igualdade de armas.
Logo, pode se definir a incidência e necessidade de observância de todos os direitos
fundamentais nas relações privadas (PARTICULAR X PARTICULAR). O STF já
reconheceu a aludida eficácia;
 Diagonal: Teoria desenvolvida por Sérgio Gamonal, e consiste na incidência e
observância dos direitos fundamentais nas relações privadas marcadas por desigualdade
de forças, ante a vulnerabilidade de uma das partes. Na hipótese, embora as partes
teoricamente estejam em posição equivalente (PARTICULAR X PARTICULAR), na
prática há império do poder econômico, a exemplo de demandas consumeristas e
trabalhistas. O TST já adotou a eficácia diagonal em alguns julgados, inclusive.

2.6. Direitos individuais implícitos e explícitos: Os direitos individuais podem ser


explícitos ou implícitos.
 Explícitos: são aqueles previstos expressamente no texto da Constituição Federal.

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Como exemplo, os contidos no art. 5° da CF. e seus incisos, em especial os previstos no


caput do mencionado artigo, como a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade.
 Implícitos: O reconhecimento decorre de interpretação do texto da Lei das Leis. Isto
se evidencia pela leitura do art. 5º, parágrafo 2º, que reconhece a existência de outros
direitos individuais "decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais de que a República Federativa do Brasil seja parte".

2.7. Tema interessante: eventual novo direito individual criado por meio de emenda
constitucional é considerado cláusula pétrea?
- NÃO. Segundo Gilmar Mendes, devemos ter em mente que as cláusulas pétreas “se
fundamentam na superioridade do poder constituinte originário sobre o de reforma”, de maneira que
somente o primeiro pode criar obstáculos à atuação do segundo. Não faria sentido,
do ponto de vista lógico, permitir que o poder reformador crie limites invencíveis a si
mesmo.
- Assim, conclui Gilmar Mendes que “não é cabível que o poder de reforma crie
cláusulas pétreas. Apenas o poder constituinte originário pode fazê-lo”. Caso EC
crie um novo direito fundamental, este não será cláusula pétrea.
- É preciso distinguir, contudo, a situação em que uma EC apenas especifica, detalha
ou incrementa um direito fundamental já criado, sem inovar no rol de direitos. Nesse
caso, ainda que introduzida por EC, a novidade é considerada cláusula pétrea. Para
Gilmar Mendes “é o que se deu, por exemplo, com o direito à prestação jurisdicional célere somado ao
rol do art. 5º da Constituição pela EC 45/04. Esse direito já existia, como elemento necessário do direito

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de acesso à justiça – que há de ser ágil para ser efetiva – e do princípio do devido processo legal, ambos
assentados pelo constituinte originário”.

Classificação dos direitos individuais explícitos:

 Direitos individuais e coletivos: direitos ligados ao conceito de pessoa humana e sua


própria personalidade, com, por exemplo, vida, dignidade da pessoa humana, honra,
liberdade, etc. Estão espalhados pela CF, mas uma grande parte consta no art. 5º, CF/88;
 Direitos sociais: Caracterizam-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância
obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria das condições
de vida aos hipossuficientes;
 Direitos de nacionalidade: nacionalidade é o vínculo jurídico político que se liga a um
indivíduo acerto e determinado Estado fazendo deste individuo um componente do povo,
da dimensão pessoal deste Estado, capacitando - o a exigir sua proteção e sujeitando - o
ao cumprimento de deveres impostos;
 Direitos políticos: conjunto de regras que disciplina as formas de atuação da soberania
popular. São direitos públicos subjetivos que permitem ao indivíduo o exercício concreto
da liberdade de participação nos negócios políticos do Estado;
 Direitos relacionados à existência, organização e participação em partidos
políticos: a Constituição Federal regulamentou os partidos políticos como instrumentos
necessários e importantes para preservação do Estado Democrático de Direito,
assegurando-lhes autonomia e plena liberdade de atuação, para concretizar o sistema
representativo.

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2.8. Destinatários: Os destinatários das normas dos direitos individuais, que são os
direitos fundamentais, são os brasileiros e os estrangeiros residentes no Brasil. Grande
parte da doutrina entende que esses direitos devem estender-se a toda e qualquer pessoa,
mesmo àquelas que se encontrem apenas em trânsito no solo nacional.

2.9. Não taxatividade dos direitos fundamentais e tratados de direitos humanos: O


ordenamento jurídico brasileirou adotou um sistema aberto de direitos fundamentais no
Brasil, não se podendo considerar taxativo o rol do artigo 5º. Inclusive, o art. 5°, §3°, da
CF/88, reconhece que nos tratados internacionais sobre direitos humanos passam a gozar
de status de emenda constitucional, se forem aprovados nas duas casas, em dois turnos,
pelo quórum de 3/5.
- Caso não sejam aprovados pelo quórum constitucional, os tratados em direitos humanos
revestem-se de supralegalidade. Sem alterar a constituição, bloqueiam a legislação federal
que lhes seja contrária. Se o tratado não versar sobre direitos humanos, mantém a sua
hierarquia infraconstitucional e equivalente à lei ordinária.

CONCLUSÃO:
 Tratado internacional sobre direitos humanos, aprovado no rito da EC: Status de
EC;
 Tratado internacional sobre direitos humanos, aprovado com quórum diverso das
emendas: Supralegalidade;
 Tratados Internacionais diversos: Status de lei ordinária, desde que haja o processo de
incorporação.

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2.10. Alguns direitos constitucionais

a) Direito à vida: está relacionado à existência física de um ser humano. O art. 5º, caput,
da CF assegura a inviolabilidade do direito à vida em relação ao Estado e em relação aos
demais indivíduos.
- Inviolabilidade difere de irrenunciabilidade: a inviolabilidade diz respeito à proteção de
um direito em face de outras pessoas, enquanto que a irrenunciabilidade diz respeito à
proteção de um direito em face do próprio titular.
- O direito à vida compreende o direito ao mínimo necessário a uma existência digna, que
abrange:
I- Direito à integridade física: direito à saúde, vedação de pena de morte, proibição do
aborto, etc;
II- Direito a condições materiais e espirituais mínimas necessárias a uma existência digna.
- Dupla acepção do direito à vida (NOVELINO, 2017, p. 325):
I- Acepção positiva: está associada ao direito à existência digna, que assegura o acesso a
bens e utilidades indispensáveis para isso. Ela não se limita ao mínimo existencial, pois
garante também pretensões de caráter material e jurídico, de modo que os poderes
públicos devem adotar medidas positivas de proteção da vida, de amparo material e de
emissão de normas protetivas;
II- Acepção negativa: é o direito assegurado a todo e qualquer ser humano de permanecer
vivo. É um direito de defesa e um pressuposto elementar para o exercício de todos os
demais direitos. Uma decorrência dessa acepção é a proibição da pena de morte (art. 5º,
XLVII, “a”, da CF).

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b) Direito à igualdade: está previsto no art. 5º, caput, da CF:


- “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)”.
- Concepções da igualdade:
I- Concepção formal: é a igualdade perante a lei e perante o Estado. Por essa concepção,
a igualdade impede que os indivíduos sejam tratados pelos poderes públicos de maneira
diversa. Trata-se de uma concepção estática e negativa, insuficiente para solucionar as
desigualdades sociais;
II- Concepção material: representa o tratamento igual dos iguais e o tratamento desigual
daqueles em situações desiguais. Por essa concepção, a igualdade deve adotar critérios
distintivos justos e razoáveis, de modo que os poderes públicos devem adotar medidas
concretas para reduzir ou compensar desigualdades.
- Dimensões da igualdade (NOVELINO, 2017, p. 340):
I- Dimensão objetiva: é a igualdade compreendida como princípio material estruturante
do Estado brasileiro que impõe o tratamento igual para os iguais e desigual para os
desiguais, bem como ações voltadas à redução das desigualdades sociais e regionais;
II- Dimensão subjetiva: confere a indivíduos e grupos posições jurídicas de caráter
negativo (proteção contra diferenciações ou igualizações arbitrárias) e de caráter positivo
(direito a exigir determinadas prestações materiais e jurídicas destinadas à redução de
desigualdades).

c) Direito à dignidade: É um valor, um princípio, servindo como parâmetro para a


definição dos direitos formal e materialmente fundamentais.

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ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL5


Inspiração: Corte Constitucional Colombiana.
Definição: Quadro insuportável de violação massiva de direitos
fundamentais, agravado pela inércia continuada das autoridades.
Pressupostos:
Violação generalizada e sistemática de direitos fundamentais;
Inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas
em modificar a conjuntura;
Situação que exige a atuação de uma pluralidade de autoridades
públicas.
Análise pelo STF em ADPF (PSOL X União e Estados) – Concessão
parcial de liminar para:
 Obrigar a União a liberar o saldo acumulado no FUNPEN;
 Implementação pelos juízes e Tribunais da audiência de custódia, no
máximo em 90 (noventa) dias;
 Responsabilidade dos três poderes e de todos os entes Federativos.
ATENÇÃO: No julgado, entendeu-se que incumbiria ao STF retirar os
demais poderes da inércia, coordenando ações para resolver os
problemas e monitorar resultados. Porém, NÃO cabe ao Judiciário
definir o conteúdo dessas políticas públicas (Ex: Medidas judiciais para
abater o tempo de prisão).

5
Para aprofundamento do julgado: http://www.dizerodireito.com.br/2015/09/entenda-decisao-do-
stf-sobre-o-sistema.html

264
RETA FINAL – DELEGADO CE
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d) Direito à integridade: A Carta Magna proíbe a prática lesões, psíquica e moral


(provocação de dor interna e sofrimento). Ademais, veda a prática da tortura, bem como
qualquer tipo de comercialização de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de
transplante, pesquisa e tratamento (art. 199, §4º).

e) Proibição da tortura: ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano


ou degradante (art. 5º, III, da CF).
- Uso de algemas: “o uso legítimo de algemas não é arbitrário, sendo de natureza
excepcional, a ser adotado nos casos e com as finalidades de impedir, prevenir ou
dificultar a fuga ou reação indevida do preso, desde que haja fundada suspeita ou
justificado receio de que tanto venha a ocorrer, e para evitar agressão do preso contra os
próprios policiais, contra terceiros ou contra si mesmo. O emprego dessa medida tem
como balizamento jurídico necessário os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade” (HC 89.429, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 22.08.2006, DJ de 02.02.2007).
- Súmula Vinculante nº 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da
prisão ou do ato processo a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do
Estado.

f) Direito à privacidade - Dimensões:


 Intimidade: é o direito de estar só;

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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 Vida privada: é o direito do indivíduo de ser do modo que quiser, sem a intervenção de
outrem.
 Honra: Ligada à honra objetiva (visão da sociedade) e honra subjetiva (visão da própria
pessoa).
 Imagem: É a representação da pessoa, por meio de desenhos, fotografias.
Privacidade e Sigilo bancário e fiscal: O STF admite a quebra do sigilo pelo Judiciário
ou por CPI (federal ou estadual, mas não municipal), mas resiste a que o MP possa
requisita-la diretamente, por falta de autorização legal específica, salvo a hipótese de
existir procedimento administrativo investigando utilização indevida de patrimônio
público.

LC 105/2001 E QUEBRA DE SIGILO PELA ADMINISTRAÇÃO


TRIBUTÁRIA6
- A Lei Complementar n.º 105/2001 atribui a agentes tributários, no
exercício do poder de fiscalização, o poder de requisitar informações
referentes a operação e serviços das instituições financeiras,
independente de autorização judicial. Inicialmente, nos autos do RE
389808, o STF entendeu NÃO ser possível o afastamento do sigilo.
- Recentemente, o STF entendeu possível o repasse das informações dos
bancos para o Fisco, pelos seguintes argumentos, pois as informações
são remetidas ao Fisco em caráter sigiloso e permanecem de forma

6
Para aprofundamento, sugerimos leitura do julgado comentado pelo Dizer o Direito:
http://www.dizerodireito.com.br/2016/02/a-receita-pode-requisitar-das.html

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sigilosa na Administração Tributária, inacessível a terceiros, não pode


ser considerado violação do sigilo.

Dados obtidos com a quebra de sigilo bancário não podem ser divulgados
abertamente em site oficial.
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem
ser mantidos sob reserva.
Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por
meio da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI).
STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899).
Fonte: Dizer o direito.

II) Privacidade e inviolabilidade de domicílio: A casa é asilo inviolável do indivíduo,


ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial.
- O conceito de domicílio, segundo o STF, abrange todo lugar privativo, ocupado por
alguém, com direito próprio e de maneira exclusiva, mesmo sem caráter definitivo ou
habitual. A abrangência do conceito alcança o escritório de trabalho, o estabelecimento
industrial e clube recreativo.
* ATENÇÃO - Exceções ao direito à inviolabilidade do domicílio:
 Em caso de flagrante delito, a qualquer momento;
 Em caso de desastre ou para prestar socorro;
 Através de autorização judicial, durante o dia.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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g) Direito às liberdades: Abrange as liberdades física, de pensamento, de locomoção,


 Liberdade de consciência: foro íntimo. Subdivide-se em:
o Liberdade de crença: é a liberdade de pensamento de foro íntimo em questões de
natureza religiosa, incluindo o direito de professar ou não uma religião, de acreditar
ou não na existência de um, em nenhum ou em vários deuses (art. 5º, VI); e
o Liberdade de consciência em sentido estrito: é a liberdade de pensamento de
foro íntimo em questões não religiosas.
Obs.: o art. 5º, VII, da CF também assegura, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva.

 Liberdade de exteriorização de pensamento:


o Liberdade de culto: A CF assegura ampla liberdade de crença;
o Liberdade de informação jornalística: Essa liberdade NÃO é ampla e irrestrita,
a exemplo do DIREITO AO ESQUECIMENTO. Deve ser exercida de forma
compatível com a intimidade e da honra das pessoas.

Violam a CF/88 os atos de busca e apreensão de materiais de cunho eleitoral e


a suspensão de atividades de divulgação de ideias em universidades públicas e
privadas.
São inconstitucionais os atos judiciais ou administrativos que determinem ou
promovam:
• o ingresso de agentes públicos em universidades públicas e privadas;
• o recolhimento de documentos (ex: panfletos);

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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• a interrupção de aulas, debates ou manifestações de docentes e discentes universitários;


• a realização de atividade disciplinar docente e discente e a coleta irregular de
depoimentos desses cidadãos pela prática de manifestação livre de ideias e divulgação
do pensamento nos ambientes universitários ou em equipamentos sob a administração
de universidades públicas e privadas.
STF. Plenário. ADPF 548 MC-Ref/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
31/10/2018 (Info 922).

É inconstitucional norma que proíbe proselitismo em rádios comunitárias.


É inconstitucional o § 1º do art. 4º da Lei nº 9.612/98. Esse dispositivo proíbe, no
âmbito da programação das emissoras de radiodifusão comunitária, a prática de
proselitismo, ou seja, a transmissão de conteúdo tendente a converter pessoas a uma
doutrina, sistema, religião, seita ou ideologia.
O STF entendeu que essa proibição afronta os arts. 5º, IV, VI e IX, e 220, da
Constituição Federal.
A liberdade de pensamento inclui o discurso persuasivo, o uso de argumentos críticos,
o consenso e o debate público informado e pressupõe a livre troca de ideias e não apenas
a divulgação de informações.
STF. Plenário. ADI 2566/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min.
Edson Fachin, julgado em 16/5/2018 (Info 902).
Fonte: Dizer o direito.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS7


O STF entendeu na ADI 4815 que, para ser publicada uma biografia, NÃO
é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das demais
pessoas retratadas, nem de seus familiares, porque a autorização prévia
seria uma forma de censura, incompatível com a liberdade de expressão
consagrada pela CF/88.
Se o biografado ou qualquer outra pessoa retratada entenda ter os seus
direitos violados, terá direito à reparação, não apenas por meio de
indenização pecuniária, mas também por outras formas, a exemplo da
publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de
resposta etc.

DIREITO AO ESQUECIMENTO8
É o direito que uma pessoa possui de não permitir que um fato, ainda
que verídico, ocorrido em determinado momento de sua vida, seja
exposto ao público em geral, causando-lhe sofrimento ou transtornos.
Há um conflito entre a privacidade, honra e intimidade x informação.

7
Para aprofundamento do julgado, recomendamos a leitura: http://www.dizerodireito.com.br/2015/06/para-
que-seja-publicada-uma-biografia.html

8
Para aprofundamento do julgado, recomendamos a
leitura:http://www.dizerodireito.com.br/2013/11/direito-ao-esquecimento.html

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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O STJ possui julgados entendendo que o ordenamento jurídico tutela o


direito ao esquecimento.

 Liberdade de expressão: É o direito de se exprimir, não se expressar, de calar e de não


se informar.
* ATENÇÃO: Em virtude do aludido direito, o STF afastou a exigência de diploma de
jornalista para o exercício da profissão e entendeu inconstitucional a disciplina da lei de
imprensa.
 Liberdade artística e os veículos de comunicação social: É ampla liberdade na
produção da arte.
* ATENÇÃO: Embora exista a liberdade artística, o Poder Público poderá estabelecer
faixas etárias recomendadas, locais e horários para a apresentação. Ao mesmo tempo, lei
federal deverá estabelecer meios para que qualquer pessoa ou família possa defender-se de
programações de rádio e televisão que atentem contra os valores éticos vigentes (art. 220,
§3º, I e II).
 Liberdade de locomoção: É o direito de ir e vir.
 Liberdade de reunião: É o agrupamento organizado de pessoas de caráter transitório, com
uma determinada finalidade.
o Se em locais abertos ao público (art. 5º, XVI, da CF/88):
 Reunião pacífica;
 Sem armas;
 Fins lícitos;
 Deve ocorrer um aviso prévio à autoridade competente.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
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Liberdade de associação: Agrupamento de pessoas, organizado e permanente, para fins


lícitos. Abrange:
Direito de associar-se a outras pessoas para a formação de uma entidade;
Aderir a uma associação já formada;
Desligar-se da associação;
Autodissolução das associações.
Liberdade de ação profissional: É o direito de cada indivíduo exercer qualquer atividade
profissional. Esse direito está previsto no art. 5º, inciso XIII, da CF: é livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer. Vale ressaltar que essa é uma norma de eficácia contida.
* ATENÇÃO: O STF entendeu desnecessária a exigência de diploma de jornalista
(RE 70563), bem como a exigência de inscrição em Conselho Profissional, como
condição ao exercício de profissão artística de músico (RE 635023).

h) Direito de propriedade: é garantido pela Constituição, mas não é absoluto, uma vez
que a propriedade poderá ser desapropriada. É necessário também a propriedade cumpra
sua função social, atendendo aos interesses da coletividade e não apenas do proprietário.
- É garantido o direito de propriedade (art. 5º, XXII).
- A propriedade atenderá a sua função social (art. 5º, XXIII).
- A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos na Constituição (art. 5º, XXIV).

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

- No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de


propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano
(art. 5º, XXV).

i) Impenhorabilidade da pequena propriedade rural.


- Dispõe o art. 5º, XXVI que “a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento”
- Quanto ao tema, decidiu o STJ que a pequena propriedade rural é impenhorável mesmo
que o imóvel não sirva de moradia ao executado e a sua família. Ou seja, o devedor não
precisa morar lá, bastando que sua família ali labore. Tal impenhorabilidade se presta não
apenas a garantir o direito à moradia, mas também tem por objetivo assegurar o direito
fundamental de acesso aos meios geradores de renda, porquanto a pequena propriedade
- Ademais, também entendeu-se que a pequena propriedade é impenhorável, mesmo que
a dívida executada não seja oriunda da atividade produtiva do imóvel. Se o sujeito
usar o dinheiro para comprar um carro ou financiar outra atividade, anda assim permanece
a impenhorabilidade. Entendeu o Tribunal que, por se tratar de direito fundamental,
deve ser dada a interpretação que garanta a máxima efetividade do direito discutido.
Se a CF não permite a penhora para dívidas oriundas da própria atividade produtiva, com
mais razão também será impenhorável com débitos de outra natureza (REsp 1.591.298/RJ
– 2015).

j) Direito de petição e de obtenção de certidões: Assegura-se a todos,


independentemente do pagamento de taxas:

273
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

I- o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou


abuso de poder;
II- a obtenção de certições em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal.
- Caso o pedido de certidão não seja atendido, o remédio constitucional cabível será o
mandado de segurança e não o habeas data.
- O direito de certidão não é absoluto, pois pode ser negado em caso de o sigilo ser
imprescindível à segurança da sociedade ou do Estado.

k) Inafastabilidade da jurisdição: A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário


lesão ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV, da CF).
- Não se confunde com o direito de petição, já que este consiste em um direito de
participação política que não demanda a demonstração de interesse processual ou lesão a
direito pessoal.
- Exceção à regra da inafastabilidade da jurisdição: O Poder Judiciário só admitirá ações
relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da
justiça desportiva, regulada em lei (art. 217, §1º, da CF).

l) Irretroatividade da lei: A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito
e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI, da CF).
- Conceitos (art. 6º da LINDB):
I- Direito adquirido: direito que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como
aquele cujo começo do exercício tenha termo prefixo ou condição preestabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem;

274
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

II- Ato jurídico perfeito: ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetuou;
III- Coisa julgada: decisão judicial de que não caiba mais recurso.

m) Princípio da pessoalidade: nenhuma pena passará da pessoa do condenado,


podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido (art. 5º XLV, da CF).
- O princípio da pessoalidade tem duas dimensões:
I- Dimensão negativa: impede que sanções de natureza penal extrapolem o âmbito
estritamente pessoal do infrator, vedando a imposição de pena a terceiros;
II- Dimensão positiva: impõe o dever de expor circunstancialmente as condutas
responsáveis pelo ilícito, bem como de narrar com clareza o grau de participação dos
acusados.

n) Princípio da individualização da pena: a lei regulará a individualização da pena e


adotará, ente outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens;
c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos.
- A aplicação do princípio ocorre em três âmbitos:
I- Plano legislativo: dirige-se ao legislador no momento da fixação dos limites mínimos e
máximos da pena, do regime de cumprimento e dos benefícios que podem ser concedidos
ao infrator;
II- Plano judicial: o magistrado, ao aplicar a pena, deve definir, fundamentadamente, a sua
quantidade conforme os parâmetros legais, o regime inicial e os benefícios aplicáveis;

275
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

III- Plano executório: no momento da execução penal, deverá ser definido o


estabelecimento prisional de cumprimento da pena, tendo em conta a natureza do delito,
a idade e o sexo do apenado (art. 5º, XLVIII, da CF).
* Obs.: Súmula Vinculante nº 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza
a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar,
nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.

Direitos Sociais
São direitos de 2ª geração. A Constituição define no art. 6º quais são os direitos sociais:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância,
a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

- Direitos dos trabalhadores: Os direitos relativos aos trabalhadores são de duas ordens:
 Direitos dos trabalhadores nas suas relações individuais de trabalho: São os direitos
dos trabalhadores do art. 7º da CF, cujo dispositivo recomendamos leitura atenta. Dentre
esses direitos, destacamos:
o Direito ao trabalho: Infere-se do valor social do trabalho como fundamento da
República (art. 2º) e demais dispositivos constitucionais;
o Garantia do emprego: É a proteção da relação de emprego contra despedida
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
indenização compensatória, entre outros direitos, impedindo-se, dessa forma, a
dispensa injustificada, sem motivo socialmente relevante. É norma de eficácia
contida.

276
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

ATENÇÃO: A EC 72/2013 ampliou os direitos dos empregados domésticos!

É POSSÍVEL A EFETIVAÇÃO DE DIREITOS SOCIAIS PELO


PODER JUDICIÁRIO?
STF: Embora seja prerrogativa dos Poderes Legislativo e Executivo
formular e executar políticas públicas, o STF entende possível a efetivação
de direitos sociais via Poder Judiciário, excepcionalmente, sobretudo nas
hipóteses de políticas públicas definidas pela própria Constituição.

PRAZO PRESCRICIONAL PARA COBRANÇA EM JUIZO DO FGTS


- A jurisprudência entendia que o prazo prescricional era de 30 anos,
conforme súmula 362 do TST:
Súmula 362-TST: É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra
o não-recolhimento da contribuição para o FGTS, observado o prazo de 2
(dois) anos após o término do contrato de trabalho.
- No entanto, em 2014, o STF alterou o seu posicionamento e passou a
adotar o prazo prescricional de 05 (cinco) anos, ao reconhecer a natureza
trabalhista da verba, pelo art. 7º, XXIX:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
(...)

277
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,


com prazo prescricional de CINCO anos para os trabalhadores urbanos e
rurais, até o limite de DOIS anos após a extinção do contrato de trabalho;

 Direitos coletivos dos trabalhadores: Exercidos pelos trabalhadores coletivamente ou


no interesse de uma coletividade deles, previstos nos arts. 8-11. Destacamos:
o Organização sindical: O art. 8º, da CF/88 institui ampla autonomia coletiva para
a fundação e direção desse ente associativo, não podendo o Estado intervir ou
condicionar o exercício desse direito. Pode, contudo, ser exigida a inscrição do
sindicato em órgão próprio (Ministério do Trabalho), bem como admite-se que a
lei disponha genericamente sobre regras básicas de organização sindical.
o Direito de substituição processual: A CF/88 previu a possibilidade de os
sindicatos ingressar em juízo na defesa de direitos e interesses coletivos e individuais
da categoria, em hipótese de substituição processual, pois o sindicato ingressa em
nome próprio na defesa de interesses alheios.
o Greve: Previsto no art. 9º, cabe aos trabalhadores decidir a oportunidade de exercê-
lo e os interesses que devam por meio dele defender. Outrossim, prevê que a lei
definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade, inclusive responsabilizando os abusos
cometidos.

ATENÇÃO - Para servidores públicos civis: Como não existe lei específica sobre o
assunto para servidores públicos civis, o STF conferiu efeitos concretos aos Mandados de
Injunção ajuizados pelos Sindicatos de Servidores Civis. Por maioria, conheceu dos

278
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

mandados de injunção e propôs a solução para a omissão legislativa com a aplicação, no


que couber, da Lei 7.783/89, que dispõe sobre o exercício do direito de greve na iniciativa
privada.

Referência Bibliográficas:
Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.
Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional.
Dirley da Cunha Junior. Curso de Direito Constitucional.
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direitos Constitucional Descomplicado
João Trindade. Teoria Geral dos Direitos Fundamentais. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joa
o_trindadade__teoria_geral_dos_direitos_fundamentais.pdf
Julgados comentados do site Dizer o Direito. http://www.dizerodireito.com.br/

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

QUESTÕES SOBRE O TEMA

01 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias
constitucionais.

Em caso de perigo à integridade física do preso, admite-se o uso de algemas, desde que
essa medida, de caráter excepcional, seja justificada por escrito.

( ) Certo ( ) Errado

02 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias
constitucionais.

Conforme texto constitucional vigente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se


encontra terão de ser comunicados em até vinte e quatro horas ao juiz competente e à
família do preso ou a pessoa por ele indicada.

( ) Certo ( ) Errado

03 - 2018 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


A respeito dos direitos fundamentais e do controle de constitucionalidade, julgue o item
que se segue.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

De acordo com o STF, é inconstitucional proibir que emissoras de rádio e TV difundam


áudios ou vídeos que ridicularizem candidato ou partido político durante o período
eleitoral.

( ) Certo ( ) Errado

04 - 2018 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


A respeito dos direitos fundamentais e do controle de constitucionalidade, julgue o item
que se segue.

Segundo o STF, é inconstitucional a definição de critérios, além da autodeclaração, como


forma de identificação dos beneficiários da política de cotas nos concursos públicos.

( ) Certo ( ) Errado

05 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


Sobre os direitos fundamentais garantidos na Constituição (CRFB), segundo o Supremo
Tribunal Federal (STF),

a) o Estado, ao lançar mão de ações afirmativas, como as cotas raciais, desafia os princípios
da igualdade, da moralidade e da eficiência, além de fomentar o preconceito.
b) como não há direito absoluto, o direito à liberdade é incompatível com a produção de
biografias não autorizadas ou com a veiculação de charges, sátiras e paródias sobre
candidatos em programas humorísticos durante o período eleitoral.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

c) a interrupção voluntária da gestação até o segundo trimestre de gravidez deixou de


configurar o crime de aborto.
d) o direito de o preso não ser submetido a tratamento desumano ou degradante cede
quando em confronto com o direito à segurança da sociedade, inclusive porque é do Poder
Executivo estadual a responsabilidade pelo estado de coisas inconstitucional do sistema
prisional.
e) o transgênero, pessoa que não se identifica psiquicamente com seu gênero biológico, se
assim o desejar, pode, independentemente da cirurgia de redesignação sexual ou da
realização de tratamentos hormonais, solicitar a alteração de seu prenome e de seu gênero
(sexo) diretamente no registro civil.

06 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


A polícia pode entrar em domicílio à noite sem o consentimento do morador, segundo a
Constituição (CRFB), o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça
(STJ), se

a) fundadas razões, formalmente justificadas a posteriori, indicarem a ocorrência de crime


permanente.
b) houver determinação judicial de prisão do morador.
c) passadas as 18 horas, o crepúsculo ainda não tiver acontecido, em virtude do horário
de verão.
d) o morador não reivindicar verbalmente a inviolabilidade do domicílio ou estiver em um
quarto de hotel.

282
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

e) a intuição da autoridade policial apontar para possível ocorrência de tráfico de drogas


no interior da residência, o que configura flagrante delito.

07 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


O racismo e os crimes hediondos constituem, segundo a Constituição (CRFB),

a) ambos crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia.


b) crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, o primeiro, e crimes inafiançáveis
e imprescritíveis, os segundos.
c) ambos crimes inafiançáveis e imprescritíveis.
d) crime inafiançável e imprescritível, o primeiro, e crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia, os segundos.
e) ambos crimes inafiançáveis, mas prescritíveis, pois o ordenamento constitucional não
admite a ideia de imprescritibilidade.

08 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


A Constituição (CRFB) admite como possível a pena de

a) interdição de direitos, ainda que de caráter perpétuo.


b) prestação social alternativa, na modalidade de trabalho forçado.
c) morte em caso de guerra declarada.
d) banimento, considerada suspensão ou interdição de direitos.
e) privação da liberdade, independentemente de assegurar-se ao preso o respeito à sua
integridade física e moral.

283
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

09 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


O sigilo bancário pode ser levantado independentemente de autorização judicial, mas de
forma devidamente regulamentada,

a) pela Receita Federal, pelo Fisco Estadual e pela CPI federal, estadual ou distrital.
b) pelo Delegado de Polícia, pelo membro do Ministério Público e pela CPI municipal.
c) pelo Delegado de Polícia, pela Receita Federal e pelo membro do Ministério Público.
d) pelo Delegado de Polícia, pelo Fisco Estadual e pela CPI federal, estadual ou distrital.
e) pelo Tribunal de Contas da União, pela Receita Federal e pela CPI federal, estadual,
distrital ou municipal.

10 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Ao dispor sobre os direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal de 1988
dispõe que

a) após o registro dos filiados, as entidades associativas têm legitimidade automática para
representá-los judicial ou extrajudicialmente.
b) a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em títulos da dívida
pública, ressalvados os casos previstos na Constituição.
c) as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

284
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d) é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que o respectivo órgão de classe estabelecer.
e) os tratados internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados por maioria
absoluta em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, serão equivalentes às
emendas constitucionais.

11 - 2018 - FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia


A partir de julgamentos de mandados de injunção coletivos, em 2007, entre eles o MI 708,
o Supremo Tribunal Federal alterou seu entendimento acerca dos efeitos e da abrangência
da decisão. Corresponde a essa mudança:

a) O Supremo Tribunal Federal manteve seu entendimento, consolidado desde a


promulgação da Constituição Federal, de se conceder a ordem injuncional, afirmando a
competência do Judiciário para regulamentar, no caso concreto, a falta da norma
regulamentadora.
b) O Supremo Tribunal Federal manteve seu entendimento, segundo a maioria dos
Ministros, de não se conceder a ordem injuncional, afirmando que compete ao Judiciário
apenas cientificar o órgão competente para a elaboração da norma regulamentadora, sem
obrigá-lo.
c) O Supremo Tribunal Federal passou a aplicar, no entendimento da maioria dos
Ministros, a teoria concretista, afirmando a competência do Judiciário para regulamentar,
no caso concreto, a falta da norma regulamentadora.

285
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d) O Supremo Tribunal Federal passou a aplicar, no entendimento da maioria dos


Ministros, a teoria não concretista, afirmando a impossibilidade de o Judiciário
regulamentar, no caso concreto, a falta da norma regulamentadora.

12 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Sabe-se que o Mandado de Segurança é uma ação judicial capaz de proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público. Pode-se afirmar, ainda acerca deste importante
remédio constitucional:

a) O Mandado de Segurança, diferentemente, do Habeas Corpus, que prevê a impetração


de forma preventiva e repressiva, somente ocorre depois da prática do ato ou da omissão
da autoridade que se pretende impugnar.
b) Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado
de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade
comprovada, devendo o texto original da petição inicial ser apresentado nos 3 (três) dias
úteis seguintes.
c) Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da
qual emane a ordem para a sua prática, assim como o agente subordinado que cumpre a
ordem por dever hierárquico.
d) Incabível o Mandado de Segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de
concessionárias de serviço público.

286
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

e) Sempre que possível, havendo direito líquido e certo, o juiz concederá a medida liminar
no Mandado de Segurança, que tenha por objeto a compensação de créditos tributários
ou entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior.

13 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


A Constituição Federal de 1988 garantiu a inviolabilidade do direito ao sigilo, sendo
possível, contudo, a quebra do sigilo bancário

a) mediante requisição de informações bancárias, efetuada no âmbito de procedimento


administrativo-fiscal.
b) desde que haja a oitiva do investigado em contraditório, ou seja, não sendo cabível na
fase inquisitorial do processo.
c) mediante ordem judicial, amparada em elementos probatórios que permitam
individualizar o investigado e o objeto da investigação.
d) excepcionalmente, nas hipóteses previstas no Código Civil e no Código Tributário
Nacional.
e) no âmbito da justiça federal, tão somente, excluída a competência da justiça comum
estadual, face à natureza dos estabelecimentos bancários.

14 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


A Lei no 9.507, de 12 de novembro de 1997, disciplina o rito processual do habeas data,
nos seguintes termos:
a) o seu pedido não poderá ser renovado, em caso de decisão denegatória.

287
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

b) o seu processo terá prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto mandado de
segurança e injunção.
c) o impetrante fará jus à gratuidade de Justiça, tendo ou não recursos financeiros para
arcar com as custas e as despesas processuais.
d) ao despachar a inicial, se o juiz verificar que não é caso de habeas data, intimará o
impetrante para que adite o seu pedido, convertendo-o em mandado de segurança.
e) quando for hipótese de sentença concessiva, o recurso de apelação interposto terá efeito
devolutivo e suspensivo.

15 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


De acordo com o entendimento do STF, a polícia judiciária não pode, por afrontar direitos
assegurados pela CF, invadir domicílio alheio com o objetivo de apreender, durante o
período diurno e sem ordem judicial, quaisquer objetos que possam interessar ao poder
público. Essa determinação consagra o princípio do(a)

a) legalidade.
b) reserva da jurisdição.
c) ampla defesa.
d) contraditório.
e) direito ao sigilo.

16 - 2017 - CESPE - PJC-MT - Delegado de Polícia


Com referência ao habeas corpus e ao mandado de segurança, julgue os itens seguintes,
de acordo com o entendimento do STF.

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RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

I Não caberá habeas corpus nem contra decisão que condene a multa nem em processo
penal em curso no qual a pena pecuniária seja a única imposta ao infrator.

II O habeas corpus é o remédio processual adequado para garantir a proteção do direito


de visita a menor cuja guarda se encontre sob disputa judicial.
III Nos casos em que a pena privativa de liberdade já estiver extinta, não será possível
ajuizar ação de habeas corpus.
IV O mandado de segurança impetrado por entidade de classe não terá legitimidade se a
pretensão nele veiculada interessar a apenas parte dos membros da categoria profissional
representada por essa entidade.

Estão certos apenas os itens

a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

17 - 2017 - FCC - PC-AP - Delegado de Polícia


De acordo com o regime constitucional de proteção dos direitos fundamentais,

289
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a) o direito à inviolabilidade de domicílio abrange a casa em que o indivíduo mantém


residência, mas não impede que a autoridade policial ingresse em estabelecimento
profissional de acesso privativo, contra a vontade de seu proprietário, sendo desnecessária
ordem judicial nesse caso.
b) o sigilo bancário e o sigilo fiscal não podem ser afastados por ato de comissões
parlamentares de inquérito, mas apenas por atos praticados por autoridades judiciais.
c) as comissões parlamentares de inquérito podem determinar a interceptação telefônica
de conversas mantidas entre pessoas por elas investigadas, desde que seja demonstrada a
existência concreta de causa provável que legitime a medida excepcional, justificando a
necessidade de sua efetivação, sem prejuízo de ulterior controle jurisdicional.
d) é constitucional lei que autorize as autoridades e os agentes fiscais tributários examinar
documentos, livros e registros de instituições financeiras, quando houver processo
administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso, se tais exames forem
considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.
e) a omissão do dever de informar o preso, no momento oportuno, do direito de ficar
calado, gera mera irregularidade, não se impondo a decretação de nulidade e a
desconsideração das informações incriminatórias dele obtidas.

18 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


O habeas corpus é uma ação constitucional de grande importância na história jurídico-
constitucional do Brasil. Sob a vigência da Constituição de 1891, por exemplo, segundo
MENDES e BRANCO (2017),

290
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

[...] a formulação ampla do texto constitucional deu ensejo a uma interpretação que
permitia o uso do habeas corpus para anular até mesmo ato administrativo que
determinara o cancelamento de matrícula de aluno em escola pública, para garantir a
realização de comícios eleitorais, o exercício da profissão, dentre outras possibilidades.
MENDES, Gilmar; BRANCO, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 12a. ed. São
Paulo: Saraiva, 2017, p. 431

Hoje, o Supremo Tribunal Federal detém importante papel na definição do seu cabimento.
Assim, afirma-se que

a) o Supremo Tribunal Federal não admite habeas corpus para questionamento de razoável
duração do processo.
b) é cabível mesmo que não haja, nem por via reflexa, constrangimento à liberdade de
locomoção.
c) cabe habeas corpus contra a aplicação de pena de multa.
d) segundo o Supremo Tribunal Federal, cabe habeas corpus contra pena pecuniária
passível de conversão em privativa de liberdade.
e) segundo a Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal, aplicada rigorosamente pela Corte,
o habeas corpus não é cabível contra decisão de relator em tribunal superior que indefere
a liminar.

19 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


Sobre a eficácia dos direitos fundamentais, analise as afirmativas a seguir.

291
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

I- A eficácia vertical dos direitos fundamentais foi desenvolvida para proteger os


particulares contra o arbítrio do Estado, de modo a dedicar direitos em favor das pessoas
privadas, limitando os poderes estatais.
II- A eficácia horizontal trata da aplicação dos direitos fundamentais entre os particulares,
tendo na constitucionalização do direito privado a sua gênese.
III- A eficácia diagonal trata da aplicação dos direitos fundamentais entre os particulares
nas hipóteses em que se configuram desigualdades fáticas.

Está correto o que se afirma em

a) III, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, lI e III.

20 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


No que se refere aos direitos e garantias fundamentais, assinale a alternativa correta.

a) Para os idealistas, os direitos do homem são faculdades outorgadas pela lei e reguladas
por ela.
b) Os direitos fundamentais são irrestritos, tendo em vista a proibição pelo poder
constituinte originário de reserva legal no âmbito dos direitos e garantias fundamentais.

292
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

c) A teoria da eficácia diagonal dos direitos fundamentais consiste na incidência e


observância dos direitos fundamentais nas relações entre o Estado e o particular
hípossuficiente.
d) O reconhecimento da validade jurídica das uniões homoafetivas pelo STF acarretou o
crescimento de vozes favoráveis, na via política, ao Estatuto da Família. Tal fenômeno é
ligado ao efeito backlash.
e) O princípio da proibição de proteção deficiente, é uma das vertentes do princípio da
proporcionalidade e remete à ideia de que os direitos fundamentais são meros direitos
subjetivos negativos.

21 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


A cerca dos instrumentos de tutela das liberdades, previstos na CRFB/88, afirma-se
corretamente:

a) Direito de petição e direito de ação são expressões sinônimas, segundo o entendimento


do STF.
b) O pagamento de custas judiciais e do ônus da sucumbência é devido em sede de habeas
corpus.
c) A repartição pública que obstruir o direito de certidão deverá ser compelida, mediante
habeas data, a concedê-lo, sob pena de os seus titulares serem responsabilizados civil e
criminalmente.
d) O mandado de injunção pode ser ajuizado coletivamente, embora inexista previsão
expressa na CRFB/88.

293
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

e) Os brasileiros naturalizados não possuem legitimidade ativa para propor ação popular,
direito este resguardado somente aos brasileiros natos.

22 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


Leia a assertiva a seguir sobre o tema “liberdade de expressão” e responda.

“A crítica jornalística, quando inspirada pelo interesse público, dirigida a figuras públicas,
com alto grau de responsabilidade na condução dos negócios do Estado, não se revela
suscetível, em situações de caráter ordinário, à possibilidade de sofrer qualquer repressão
estatal”.

(CHEQUER, Cláudio. A liberdade de expressão como direito fundamental preferenciai


prima facie. Ed. Lumen Júris, 2011).
A afirmação acima reflete a(o):

a) interpretação do STF em reiteradas oportunidades.


b) entendimento da doutrina majoritária brasileira, mas não do STF.
c) posição da doutrina minoritária brasileira, não albergada pelo STF.
d) interpretação do STJ. em alguns julgados. com base na teoria interna dos limites dos
direitos fundamentais.
e) posição da doutrina estrangeira, não recepcionada pelo Direito Constitucional
Brasileiro.

23 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia

294
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Considerando a jurisprudência do STF, assinale a opção correta com relação aos remédios
do direito constitucional.

a) É cabível habeas corpus contra decisão monocrática de ministro de tribunal.


b) Em habeas corpus é inadmissível a alegação do princípio da insignificância no caso de
delito de lesão corporal cometido em âmbito de violência doméstica contra a mulher.
c) No mandado de segurança coletivo, o fato de haver o envolvimento de direito apenas
de certa parte do quadro social afasta a legitimação da associação.
d) O prazo para impetração do mandado de segurança é de cento e vinte dias, a contar da
data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser impugnado, havendo
decadência se o mandado tiver sido protocolado a tempo perante juízo incompetente.
e) O habeas corpus é o instrumento adequado para pleitear trancamento de processo de
impeachment.

Respostas: 01: C 02: E 03: C 04: E 05: E 06: A 07: D 08: C 09: A 10: C 11: C
12: D 13: C 14: C 15: B 16: B 17: D 18: D 19: E 20: D 21: D 22: A 23: B

295
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

META 06 - ASSERTIVAS CORRETAS

DIREITO PENAL – Teoria e Princípio

01 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia


Tício, morador do Rio de Janeiro, começou a namorar Gabriela, uma jovem moradora da cidade de São
Paulo. Com o passar do tempo e os efeitos da distância, Tício, motivado por ciúmes, resolveu tirar a vida
de Gabriela. Pôs-se então a planejar a prática do crime em sua casa, no Rio de Janeiro, tendo adquirido
uma faca, instrumento com o qual planejou executar o crime. No dia em que seguiu para São Paulo para
encontrar Gabriela, que lhe o esperava na rodoviária, Tício combinou com a jovem uma viagem a passeio
para o Espírito Santo. Ao ingressarem no ônibus que os levaria de São Paulo para o Espírito Santo, Tício
afirmou para Gabriela que iria matá-la. Todavia, dada a calma de Tício, a jovem achou que se tratava de
uma brincadeira. Durante o trajeto, Tício, ofereceu a ela uma bebida contendo substância que causava a
perda dos sentidos. Após Gabriela beber e dormir, sob efeito da substância, enquanto passavam pela BR-
101, no Rio de Janeiro, Tício passou a desferir golpes com a faca no peito da jovem. Quando chegou ao
destino, Tício se entregou para polícia, e Gabriela, embora tenha sido socorrida, veio a óbito ao chegar
ao Hospital.
O crime descrito no texto foi praticado, de acordo com a lei penal, no momento

a)da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Trata-se, portanto, do momento
em que Tício desferiu os golpes em Gabriela.

02 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia


O sistema penal é composto por órgãos de naturezas jurídicas distintas com funções, dentre outras, de
caráter investigativo, repressivo, jurisdicional e prisional. É sabido que os números de letalidade no
exercício de tais funções, tanto de civis quanto de agentes do sistema penal têm aumentado nos últimos
anos. Por conta dessa informação, será preciso promover uma política pública em âmbito penal que

296
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

reverbere na diminuição de tal letalidade. (BATISTA, Nilo. Introdução Crítica ao Direito Penal Brasileiro.
11. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007)

Identifique a alternativa correta que contenha os princípios que fundamentam o Direito Penal, e que
mostrem que sua observância se torna importante para o embasamento da referida política pública.

d)Intervenção mínima/ legalidade / lesividade / adequação social.

03 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia


João Carlos, 30 anos, brasileiro, com residência transitória na Argentina, aproveitando-se da aquisição de
material descartado por uma indústria gráfica falida, passou a fabricar moeda brasileira em território
argentino. Para garantir a diversidade da moeda falsificada, João imprimia notas de 50 e de 100 reais. Ao
entrar em território brasileiro João foi revistado por policiais que encontraram as notas falsificadas em
meio a sua bagagem. João foi acusado da prática do crime previsto no artigo 289 do Código Penal.

De acordo com as teorias que informam a aplicação da lei penal brasileira no espaço, é correto dizer que,
nesse caso, cabe a aplicação

b) incondicionada da lei brasileira, uma vez que o crime cometido atenta contra a fé pública.

04 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia


“Chamamos de extra-atividade a capacidade que tem a lei penal de se movimentar no tempo regulando
fatos ocorridos durante sua vigência, mesmo depois de ter sido revogada, ou de retroagir no tempo, a
fim de regular situações ocorridas anteriormente à sua vigência”. (GRECO, Rogério. Curso de Direito
Penal: parte geral. vol. 1. 17. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2015, p.159). Segundo esse autor a extra-
atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-atividade e a retroatividade.

Leia as afirmativas a seguir e marque a alternativa correta:

297
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

b)A lei penal possui ultra-atividade, nos casos em que, mesmo após sua revogação por lei mais gravosa,
continua sendo válida em relação aos efeitos penais mais brandos da lei que era vigente no momento da
prática delitiva.

07 - 2018 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


Em cada item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com
base na legislação de regência e na jurisprudência dos tribunais superiores a respeito de execução penal,
lei penal no tempo, concurso de crimes, crime impossível e arrependimento posterior.

Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, esse tipo penal foi
formalmente revogado, mas a conduta de Manoel foi inserida em outro tipo penal. Nessa situação,
Manoel responderá pelo crime praticado, pois não ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei.

08 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


“Ciência ou a arte de selecionar os bens (ou direitos), que devem ser tutelados jurídica e penalmente, e
escolher os caminhos para efetivar tal tutela, o que iniludivelmente implica a crítica dos valores e
caminhos já eleitos.” (ZAFFARONI, E. R.; PIERANGELI, J. H. Manual de Direito Penal Brasileiro. 12.
ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2018. p. 128)

A descrição apresentada acima se refere a um conceito de

c)política criminal.

09 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


Sobre a lei penal, tem-se o seguinte:

298
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d)A retroatividade de lei penal benéfica ao réu é expressamente prevista na Convenção Americana sobre
Direitos Humanos.

10 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Prescreve o art. 327 do CP: “considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.”
Tal norma traduz exemplo de interpretação

b)autêntica.

11 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


João comete um crime no estrangeiro e lá é condenado a 4 anos de prisão, integralmente cumpridos. Pelo
mesmo crime, João é condenado no Brasil à pena de 8 anos de prisão. João

e)ainda deverá cumprir 4 anos de prisão no Brasil.

12 - 2018 - FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia


Acerca dos princípios que limitam e informam o Direito Penal, é CORRETO afirmar:

d)O princípio da legalidade, do qual decorre a reserva legal, veda o uso dos costumes e da analogia para
criar tipos penais incriminadores ou agravar as infrações existentes, embora permita a interpretação
analógica da norma penal.

13 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Em relação à aplicação da lei penal é CORRETO afirmar que:

299
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

c)ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra o patrimônio ou a fé
pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública,
sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;

14 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Caio cometeu no dia 01 de janeiro de 2016 um fato criminoso punível com pena privativa de liberdade
previsto em lei temporária, sendo no dia 05 de dezembro de 2016 condenado a 5 (cinco) anos de reclusão.
No ano seguinte decorreu o período de sua duração, findando-se a citada lei no dia 31 de dezembro de
2017. Em relação à aplicação da lei penal indique a opção CORRETA.

a)Caio deve ser preso e cumprir a pena estabelecida de cinco anos, aplicando-se ao fato criminoso a lei
temporária.

15 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


A respeito da Teoria das Penas, assinale a alternativa correta.

c)A finalidade da pena, na teoria absoluta, é castigar o criminoso, pelo mal praticado. O mérito dessa
teoria foi introduzir, no Direito Penal, o princípio da proporcionalidade de pena ao delito praticado.

16 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


Acerca do direito penal e do poder punitivo, assinale a opção correta.

b)O direito penal do autor poderá servir de fundamento para a redução da pena quando existirem
circunstâncias pessoais favoráveis ao acusado.

17 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


No direito penal, a analogia

300
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

a)é uma forma de autointegração da norma penal para suprir as lacunas porventura existentes.

18 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


Com relação a lugar do crime e territorialidade e extraterritorialidade da lei penal, conforme previstos no
CP, assinale a opção correta.

b)Nos crimes conexos, não se aplica a teoria da ubiquidade, devendo cada crime ser julgado pela legislação
penal do país em que for cometido.

19 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


Em relação à lei penal no tempo e à irretroatividade da lei penal, é correto afirmar que à lei penal mais

b)benigna aplica-se o princípio da extra-atividade.

20 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


A respeito das teorias que tratam das funções da pena, assinale a opção correta.

b)A teoria preventiva geral positiva considera que a pena tem a função de inibir comportamentos
antissociais e moldar comportamentos socialmente aceitos.

301
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

DIREITO PROCESSUAL PENAL - Princípios, aplicação da lei processual no


tempo, no espaço e em relação às pessoas

01 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Tício está sendo processado pela prática de crime de roubo. Durante o trâmite do inquérito policial, entra
em vigor determinada lei, reduzindo o número de testemunhas possíveis de serem arroladas pelas partes
no procedimento ordinário.
A respeito do caso descrito, é correto que

e)não se aplica a lei revogada porque a instrução ainda não se iniciara quando da entrada em vigor da
nova lei.

02 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - Delegado de Polícia


Considerando a disciplina da aplicação de lei processual penal e os tratados e convenções internacionais,
assinale a alternativa correta.

d)Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra
autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo
razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo.

03 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


De acordo com a jurisprudência sumulada do Supremo Tribunal Federal,

d)é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa (Súmula Vinculante 14).

04 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


Aplicar-se-á a lei processual penal, nos estritos termos dos arts. 1o , 2o e 3o do CPP,

302
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d)desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

05 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


O MP de determinado estado ofereceu denúncia contra um indivíduo, imputando-lhe a prática de roubo
qualificado, mas a defesa do acusado negou a autoria. Ao proferir a sentença, o juízo do feito constatou
a insuficiência de provas capazes de justificar a condenação do acusado.
Nessa situação hipotética, para fundamentar a decisão absolutória, o juízo deveria aplicar o princípio do

e)favor rei.

06 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


No que se refere às provas no processo penal, julgue os itens a seguir.

I Em atendimento ao princípio da legalidade, no processo penal brasileiro são inadmissíveis provas não
previstas expressamente no CPP.
II Caso a infração tenha deixado vestígio, a confissão do acusado não acarretará a dispensa da prova
pericial.
III Havendo evidências da participação do indiciado em organização criminosa, a autoridade policial
poderá determinar a quebra do sigilo da sua comunicação telefônica como forma de instruir investigação
criminal.
IV A prova obtida por meios ilícitos não constitui suporte jurídico capaz de ensejar sentença
condenatória, ainda que corroborada pela confissão do acusado.

Estão certos apenas os itens

c)II e IV.

303
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

07 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


Na esfera da legislação processual penal, a repristinação

c)somente se aplicará se houver expressa determinação legal.

08 - 2017 - CESPE - PJC-MT - Delegado de Polícia


O princípio da paridade de armas (par condicio)

e)é mitigado na ação penal pública pelo princípio da oficialidade.

09 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


Com relação às regras da lei processual no espaço e no tempo, o Código de Processo Penal vigente adota,
respectivamente, os princípios da lex fori e da aplicação imediata. Com base nessa informação, é correto
afirmar que

d)a lei processual penal tem aplicação aos processos em trâmite no território brasileiro, contudo, uma
hipótese de exclusão da jurisdição pátria é a imunidade dos agentes diplomáticos e seus familiares que
com eles vivam.

10 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


A Constituição Federal de 1988, no artigo 5°, inciso LVI, prevê expressamente a inadmissibilidade da
utilização no processo de provas obtidas por meios ilícitos. De acordo com as teorias adotadas pelo
legislador brasileiro e recente entendimento jurisprudencial, descarta-se a ilicitude da prova na seguinte
situação.

a)Juca está sendo acusado de crime, porém alega que é inocente e tudo não passa de um plano vingativo
elaborado por seu desafeto político. No intuito de provar sua inocência, Juca contrata investigador
particular, o qual instala sistema de captação de imagem e som clandestinamente no escritório do seu

304
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

desafeto. Por meio das imagens e som gravados, Juca consegue extrair conversa que prova
indubitavelmente não ser ele autor do crime denunciado e faz a juntada nos autos do processo judicial.

11 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


No que tange aos princípios processuais penais constitucionais, assinale a alternativa correta.

d)O princípio do juiz natural não é violado com a previsão de órgão colegiado em primeiro grau de
jurisdição para o processo e julgamento dos crimes praticados por organizações criminosas, nem com a
convocação de juízes de primeiro grau para compor órgão julgador do respectivo Tribunal, na apreciação
de recursos em segundo grau de jurisdição.

12 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


Com base na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre direitos e garantias fundamentais,
assinale a alternativa correta.

b)A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando
amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa
ocorre situação de flagrante delito.

13 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


A cláusula constitucional do due process of law - que se destina a garantir a pessoa do acusado contra
ações eventualmente abusivas do Poder Público tem, no dogma da inadmissibilidade das provas ilícitas
ou ilegítimas, uma de suas projeções concretizadoras mais expressivas, na medida em que o réu tem o
impostergável direito de não ser denunciado, de não ser julgado e de não ser condenado com base em
elementos instrutórios obtidos ou produzidos com desrespeito aos limites impostos pelo ordenamento
jurídico ao poder persecutório e ao poder investigatório do Estado.
(STF, HC 69912, Min. Celso de Mello).
A par de tal orientação jurisprudencial é possível afirmar corretamente:

305
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

c)As informações colhidas na fase do inquérito que dão esteio à acusação devem guardar perfeita
obediência ao princípio da legalidade sobre pena de refletir na rejeição da denúncia por falta de justa
causa produzida licitamente.

14 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


Sobre princípio de processo penal, assinale a alternativa correta.

d)A teoria dos cinco componentes, ao proteger a integridade física e espiritual do homem, bem como a
Fórmula Objeto de Dürig, ao dizer que a dignidade humana é violada sempre que o homem for
coisificado, são importantes contribuições teóricas para a compreensão das dimensões da dignidade e sua
repercussão sobre o processo penal, notadamente no que diz respeito às provas.

15 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


Relativamente à aplicação da lei processual penal no tempo e no espaço e aos princípios processuais
penais constitucionais, assinale a opção correta.

e)A lei processual penal tem aplicação imediata e é aplicável tanto nos processos que se iniciarem após a
sua vigência, quanto nos processos que já estiverem em curso no ato da sua vigência, e até mesmo nos
processos que apurarem condutas delitivas ocorridas antes da sua vigência.

16 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


No que tange ao procedimento criminal e seus princípios e ao instituto da liberdade provisória, assinale
a opção correta.

e)Ofenderá o princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório a defesa que, firmada por
advogado dativo, se apresentar deficiente e resultar em prejuízo comprovado para o acusado.

306
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

17 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Considerando os princípios constitucionais que regem o processo penal, assinale a alternativa correta.

a)Sobre a duração razoável do processo, duas teorias buscam reger sua aplicação, a saber: a teoria do não
prazo e a teoria do prazo fixo.

18 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Leia as frases a seguir e a partir dos respectivos conteúdos responda.

1. “Esse princípio fundamental de civilidade representa o fruto de uma opção garantista a favor da tutela
da imunidade dos inocentes” (Luigi Ferrajoli).
2. “Basta ao corpo social que os culpados sejam geralmente punidos, pois é seu maior interesse que todos
os inocentes sem exceção sejam protegidos" (Lauzé di Peret).
3. “A metafísica do direito penal propriamente dita é destinada a proteger os culpados dos excessos da
autoridade social; a metafísica do direito processual tem por missão proteger dos abusos e dos erros da
autoridade todos os cidadãos inocentes e honestos" (Francesco Carrara).

Qual princípio a seguir melhor sintetiza o conteúdo, as idéias e as preocupações acima expostas?

e)Presunção de inocência

19 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Leia as afirmativas a seguir.
I. o nemo tenetur se detegere traduz-se na vedação da autoincriminação coercitiva. A jurisprudência do
STF tem extraído deste princípio inúmeras limitações em matéria de produção de prova, como por
exemplo, a garantia de ninguém ser obrigado a fornecer padrões grafotécnicos para perícia.
II. As intervenções corporais coercitivas no processo penal, quando invasivas, violam a dignidade
humana, destacadamente quando se pensa na fórmula-objeto de Dürig. Já as leves ou não invasivas,

307
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

mesmo quando coercitivas, em razão da insignificância das mesmas, são toleradas e admissíveis, pois não
há nada no ordenamento que justifique sua inadmissão.
III. Dos cinco componentes da dignidade humana indicados pela doutrina alemã, a integridade física e
espiritual tem especial relevância para o processo penal, em razão das limitações que impõe a colheita de
provas, vedando, por exemplo, não só a tortura, como também a utilização de meios como soro da
verdade e hipnose.
IV. A busca da verdade real é princípio inquestionável e fundamental no processo penal. Sendo assim,
eventualmente é possível admitir uma prova ilícita desde que haja uma ponderação e observância da
razoabilidade, sendo a segurança pública elemento justificador da utilização da prova produzida
ilicitamente quando esta for necessária para combater, por exemplo, o tráfico de drogas e o crime
organizado.
Está correto apenas o que se afirma em:

c)I e III.

20 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Leia as alternativas a seguir e assinale a correta.

e)São inadmissíveis no processo penal as provas ilícitas. Assim, estas não estão sob o regime das
nulidades, que inclusive se submetem a discussão sobre sanatória . A sanção constitucional de
inadmissibilidade é uma categoria mais rigorosa.

308
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

DIREITO ADMINISTRATIVO: Atos Administrativos

02 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


A respeito da extinção de atos administrativos, julgue o próximo item.

A cassação de um ato administrativo corresponde a extingui-lo por descumprimento dos


requisitos estabelecidos para a sua execução.

( ) Certo ( ) Errado

05 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Suponha que a concessão de uma determinada permissão de instalação de
empreendimento em um imóvel dependa, conforme determinado em lei, da assinatura da
autoridade administrativa em dois formulários distintos e que, em determinado caso
específico, em que pese o processo administrativo ter sido adequadamente instruído, a
autoridade competente firmou apenas um dos formulários, ordenando a publicação da
autorização, apesar do vício, o qual era desconhecido no momento da publicação.
Identificado o vício após dois meses da publicação, a autoridade administrativa deverá

d) convalidar o ato, corrigindo o defeito sanável contido no ato anterior, garantindo, assim,
a estabilidade das relações já constituídas.

06 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia

309
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Um servidor público federal, Diretor administrativo de um órgão, concedeu, mediante


processo administrativo, uma licença para tratar de assunto de interesse particular a um
subordinado, pelo prazo de 30 (trinta) dias. Ocorre que no último dia da licença, o referido
diretor decide revogá-la por motivos de oportunidade e conveniência. Em razão dos fatos,
é CORRETO afirmar que:

d) não é possível, pois o ato já exauriu seus efeitos;

07 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - Delegado de Polícia


Acerca dos temas “atos administrativos” e “poderes administrativos’, assinale a alternativa
INCORRETA:

a) Porque submetidos ao regime jurídico de direito público, os atos administrativos não


podem ser praticados por pessoas que não integram a Administração Pública em sentido
formal ou subjetivo.

08 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


A imperatividade é o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade para seu
cumprimento ou execução. Dispensam esse atributo os atos administrativos

a) enunciativos.

09 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia

310
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

É possível a convalidação de atos administrativos quando apresentarem defeitos relativos


aos elementos

d) competência e forma.

10 - 2017 - CESPE - PJC-MT - Delegado de Polícia


Em março de 2017, o governo de determinado estado da Federação declarou nulo ato
que, de boa-fé, havia concedido vantagem pecuniária indevida aos ocupantes de
determinado cargo a partir de janeiro de 2011.

Nessa situação hipotética,

d) a declaração de nulidade do ato é nula de pleno direito, pois ocorreu a decadência do


direito.

11 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


Após o término de estágio probatório, a administração reprovou servidor público e editou
ato de exoneração, no qual declarou que esta se dera por inassiduidade. Posteriormente, o
servidor demonstrou que nunca havia faltado ao serviço ou se atrasado para nele chegar.

Nessa situação hipotética, o ato administrativo de exoneração é

e) nulo por ausência de motivo.

311
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

12 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Quanto aos requisitos do ato administrativo, responda a alternativa correta.

a) A forma é elemento vinculado do ato administrativo, decorrente do princípio da


solenidade, podendo ser exteriorizado de forma escrita, que é a regra, por sinal luminoso
e mesmo por sons e gestos.

13 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Acerca da disciplina dos atos administrativos, especificamente os seus atributos, assinale a
opção correta.

e) O poder público poderá executar atos administrativos diretamente ante a inexecução


de obrigação pelo particular, atributo que recebe o nome de autoexecutoriedade, que
prescinde da participação do poder judiciário.

14 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Quanto ao assunto da delegação e avocação, explicitamente relacionado ao elemento
competência dos atos administrativos, assinale a opção correta, conforme o preceito legal.

d) Um órgão colegiado poderá delegar parte de sua competência a seu presidente quanto
for conveniente, em razão de circunstâncias de índole jurídica, em não havendo
impedimento legal.

15 - 2016 - CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia

312
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Acerca dos atos do poder público, assinale a opção correta.

e) Atos compostos resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, quando a vontade


de um é instrumental em relação à do outro. Nesse caso, praticam-se dois atos: um
principal e outro acessório.

313
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

DIREITO CIVIL: Lei de introdução às normas do direito brasileiros (LINDB) e


Das pessoas

01 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes regulada por outra norma, foi
publicada oficialmente sem estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever
prazo de sua vigência. Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada
uma ação em que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto
objeto das referidas normas.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item, com base na Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

Apesar de a nova lei ter revogado integralmente a anterior, ela não se aplica ao contrato
objeto da ação.

( ) Certo ( ) Errado

02 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes regulada por outra norma, foi
publicada oficialmente sem estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever
prazo de sua vigência. Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada
uma ação em que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto
objeto das referidas normas.

314
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item, com base na Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

No momento do ajuizamento da ação, a nova lei já estava em vigor.

( ) Certo ( ) Errado

03 - 2018 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


Diante da existência de normas gerais sobre determinado assunto, publicou-se
oficialmente nova lei que estabelece disposições especiais acerca desse assunto. Nada ficou
estabelecido acerca da data em que essa nova lei entraria em vigor nem do prazo de sua
vigência. Seis meses depois da publicação oficial da nova lei, um juiz recebeu um processo
em que as partes discutiam um contrato firmado anos antes.

A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, considerando o disposto na Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

A nova lei começou a vigorar no país quarenta e cinco dias depois de oficialmente
publicada e permanecerá em vigor até que outra lei a modifique ou a revogue.

( ) Certo ( ) Errado

05 - 2018 - FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia

315
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Amanda tem 15 anos de idade. Mateus, por deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática pessoal dos atos da vida civil. Tício é excepcional, sem
desenvolvimento mental completo.
De acordo com o Código Civil e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, considera(m)-se
absolutamente incapaz(es) de exercer, pessoalmente, os atos da vida civil:

b) Amanda.

06 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Fernando, atualmente, com 17 (dezessete) anos de idade, nasceu sem o movimento das
pernas. Quanto a personalidade e capacidade de Fernando, podemos afirmar:

c) possui incapacidade relativa apenas em razão do critério etário;

07 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Com base na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, marque a alternativa
CORRETA.

b) As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as


fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.

08 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - Delegado de Polícia


Pela leitura dos enunciados normativos do Código Civil brasileiro, assinale a alternativa
INCORRETA.

316
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d) Salvo se necessária à manutenção da ordem pública, a utilização da imagem de uma


pessoa falecida poderá ser proibida, exclusivamente a requerimento de seus ascendentes
ou descendentes, se se destinar a fins comerciais.

09 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


O início da personalidade civil das pessoas físicas e das pessoas jurídicas de direito privado
ocorre, respectivamente, com

a) o nascimento com vida e com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,


precedida de autorização ou aprovação do Poder Executivo, quando necessária.

10 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


De acordo com a LINDB, no tocante ao fenômeno da repristinação, salvo disposição em
contrário, a lei

c) revogada não se restaurará se a lei revogadora perder a vigência.

11 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


No que se refere à pessoa natural, é correto afirmar que

a) o incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Não obstante a regra
da responsabilidade solidária entre os pais, emanada do inciso I, do artigo 932 do Código

317
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Civil, o Superior Tribunal de Justiça já decidiu que a mãe que, à época do acidente
provocado por seu filho menor de idade, residia permanentemente em local distinto
daquele no qual morava o menor - sobre quem apenas o pai exercia autoridade de fato -,
não pode ser responsabilizada pela reparação civil advinda do ato ilícito, mesmo
considerando que ela não deixou de deter o poder familiar sobre o filho.

12 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a afirmativa correta.

e) As regras sobre os direitos de família são determinadas pela lei do país em que a pessoa
for domiciliada.

13 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


A Lei n.º XX/XXXX, composta por quinze artigos, elaborada pelo Congresso Nacional,
foi sancionada, promulgada e publicada.
A respeito dessa situação, assinale a opção correta, de acordo com a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro.

a) Se algum dos artigos da lei sofrer alteração antes de ela entrar em vigor, será contado
um novo período de vacância para o dispositivo alterado.

14 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


No que concerne à pessoa natural, à pessoa jurídica e ao domicílio, assinale a opção
correta.

318
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d) A ocorrência de grave e injusta ofensa à dignidade da pessoa humana configura o dano


moral, sendo desnecessária a comprovação de dor e sofrimento para o recebimento de
indenização por esse tipo de dano

319
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

DIREITO ADMINISTRATIVO - Princípios do direito administrativo

01 – 2018 – VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Os princípios administrativos podem ser utilizados para fins de controle de
constitucionalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário, sendo o que se observa
na alternativa a seguir:

a) a nomeação de cônjuge da autoridade nomeante para o exercício de cargo em comissão


ou de confiança na Administração Pública do Estado viola a Constituição Federal.

02 – 2018 – FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia


Sobre os princípios da Administração Pública, é CORRETO afirmar que:

d) o princípio da supremacia do interesse público não se radica em dispositivo específico


da CR/88, ainda que inúmeros aludam ou impliquem manifestações concretas dele.

03 – 2018 – FUNDATEC - PC-RS - Delegado de Polícia


Sobre os princípios da Administração Pública, analise as seguintes assertivas:

I. A prisão em flagrante delito de um indivíduo, sob o enfoque de não depender de prévia


manifestação do poder judiciário, é uma manifestação concreta do princípio da autotutela
administrativa.
II. O uso moderado e progressivo da força, modulador da ação policial, encontra
fundamento no princípio da proporcionalidade, que tem por objetivo evitar que a
atividade coercitiva do Estado seja exercida em intensidade superior à estritamente

320
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

necessária para restabelecer a ordem e a segurança pública.


III. No âmbito administrativo, o acesso à informação, por se tratar de um direito público
subjetivo de envergadura constitucional, derivado do princípio da publicidade e da
transparência, não comporta sigilo como exceção.
IV. A utilização, por parte do servidor público, para fins privados, de um bem
regularmente apreendido no âmbito de uma investigação criminal caracteriza violação ao
princípio da impessoalidade, sob o enfoque da finalidade, impondo o enquadramento de
tal conduta em ato de improbidade administrativa.

Quais estão corretas?

c) Apenas II e IV.

04 – 2017 – FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


De acordo com o texto a seguir o direito público tem como objetivo primordial o
atendimento ao bem-estar coletivo.

[...] em primeiro lugar, as normas de direito público, embora protejam reflexamente o


interesse individual, têm o objetivo primordial de atender ao interesse público, ao bem-
estar coletivo. Além disso, pode-se dizer que o direito público somente começou a se
desenvolver quando, depois de superados o primado do Direito Civil (que durou muitos
séculos) e o individualismo que tomou conta dos vários setores da ciência, inclusive a do
Direito, substituiu-se a ideia do homem como fim único do direito (própria do
individualismo) pelo princípio que hoje serve de fundamento para todo o direito público

321
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

e que vincula a Administração em todas as suas decisões [...].


Dl PIETRO, Maria Sylvia Zaretla. Direito Administrativo. 30.ed. Sao Paulo: Atlas, 2017,
p 96.

Diante disso, as "pedras de toque" do regime jurídico-administrativo são

b) a supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a indisponibilidade do


interesse público.

05 – 2017 – IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


Acerca dos princípios que informam o Direito Administrativo Brasileiro, é correto afirmar
que a(o):

e) Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de que vedar o acesso de


qualquer cidadão a cargo público tão somente em razão da existência de relação de
parentesco com servidor público que não tenha competência para o selecionar ou o
nomear para o cargo de chefia, direção ou assessoramento, ou que não exerça ascendência
hierárquica sobre aquele que possua essa competência é, em alguma medida, negar um dos
princípios constitucionais a que se pretendeu conferir efetividade com a edição da Súmula
Vinculante n° 13, qual seja, o princípio da impessoalidade.

06 – 2017 – FCC - DPE-PR - Defensor Público


Sobre Agentes Públicos e Princípios e Regime Jurídico Administrativo, é correto afirmar:

322
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

c) As contas bancárias de entes públicos que contenham recursos de origem pública


prescindem de autorização específica para fins do exercício do controle externo.

07 – 2016 – UFMT - DPE-MT - Defensor Público


Em relação aos princípios constitucionais do direito administrativo brasileiro, numere a
coluna da direita de acordo com a da esquerda.

1 - Razoabilidade
2 - Segurança jurídica
3 - Impessoalidade
4 - Finalidade

( ) O princípio em causa é uma faceta da isonomia e sua aplicação concreta está presente
em situações diversas previstas no regime jurídico administrativo, a exemplo da exigência
de concurso público para provimento de cargos públicos.

( ) Segundo este princípio, a Administração, ao atuar no exercício de discrição, deve


adotar a medida que, em cada situação, seja mais prudente e sensata nos limites admitidos
pela lei.
( ) Por força deste princípio, as orientações firmadas pela Administração Pública não
podem, sem prévia publicidade, ser modificadas em casos concretos para agravar a
situação dos administrados ou negar-lhes direitos.
( ) A raiz constitucional deste princípio é encontrada no próprio princípio da legalidade,
pois corresponde à aplicação da lei sem desvirtuamentos.

323
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Marque a sequência correta.

c) 3, 1, 2, 4

08 – 2015 – VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia


Em grandes centros urbanos brasileiros, observa-se um desafio na questão da mobilidade
urbana, ou seja, uma constante tensão entre o transporte de caráter individual e o
transporte coletivo. Diante dos congestionamentos crescentes, por qual dos princípios
implícitos da Administração Pública o administrador público deve se guiar para constituir
uma política que privilegie o transporte coletivo em detrimento do transporte individual?

c) Pelo princípio do Interesse Público.

09 – 2014 – VUNESP - DPE-MS - Defensor Público


A expressão regime jurídico-administrativo é utilizada para designar

b) o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração Pública e


que não se encontram nas relações entre particulares.

10 – 2014 - CS-UFG - DPE-GO - Defensor Público


A charge faz uma crítica à desobediência de um artigo da Constituição Federal. Tal
desobediência fere princípios básicos da administração pública, que dizem respeito à:

324
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d) impessoalidade e à moralidade.

11 – 2014 - CS-UFG - DPE-GO - Defensor Público


Os princípios administrativos são postulados orientadores essenciais que inspiram toda
conduta dos integrantes da Administração Pública. Nesse contexto,

d) em consagração os princípios do contraditório e ampla defesa, no âmbito do processo


administrativo os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com
antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.

12 – 2013 – CESPE - DPE-TO - Defensor Público


Em relação aos princípios do direito administrativo, assinale a opção correta.

a) A personalização do direito administrativo é consequência da aplicação do princípio


democrático e dos direitos fundamentais em todas as atividades da administração pública.

13 – 2012 – CESPE - DPE-ES - Defensor Público


Julgue os itens a seguir, referentes aos princípios do direito administrativo.

Como o direito administrativo disciplina, além da atividade do Poder Executivo, as


atividades administrativas do Poder Judiciário e do Poder Legislativo, os princípios que
regem a administração pública, previstos na CF, aplicam-se aos três poderes da República.

15 – 2012 – FUNCAB - PC-RJ - Delegado de Polícia

325
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

Para a doutrina contemporânea do Direito Administrativo, levando em conta a eficácia


normativa da Constituição, deve a Administração Pública evitar que suas ações estejam
inspiradas na:

a) imperatividade.

16 – 2011 - INSTITUTO CIDADES - DPE-AM - Defensor Público


No campo do Direito Administrativo, a relação jurídico-administrativa:

e) Implica em atuação de oficio na consecução e proteção dos interesses públicos


contidos na esfera de competências atribuídas pela lei ao administrador.

DIREITO CONSTITUCIONAL – Direitos e Garantias Fundamentais

01 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias
constitucionais.

Em caso de perigo à integridade física do preso, admite-se o uso de algemas, desde que
essa medida, de caráter excepcional, seja justificada por escrito.

03 - 2018 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


A respeito dos direitos fundamentais e do controle de constitucionalidade, julgue o item
que se segue.

326
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

De acordo com o STF, é inconstitucional proibir que emissoras de rádio e TV difundam


áudios ou vídeos que ridicularizem candidato ou partido político durante o período
eleitoral.

05 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


Sobre os direitos fundamentais garantidos na Constituição (CRFB), segundo o Supremo
Tribunal Federal (STF),

e) o transgênero, pessoa que não se identifica psiquicamente com seu gênero biológico, se
assim o desejar, pode, independentemente da cirurgia de redesignação sexual ou da
realização de tratamentos hormonais, solicitar a alteração de seu prenome e de seu gênero
(sexo) diretamente no registro civil.

06 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


A polícia pode entrar em domicílio à noite sem o consentimento do morador, segundo a
Constituição (CRFB), o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça
(STJ), se

a) fundadas razões, formalmente justificadas a posteriori, indicarem a ocorrência de crime


permanente.

07 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


O racismo e os crimes hediondos constituem, segundo a Constituição (CRFB),

327
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

d) crime inafiançável e imprescritível, o primeiro, e crimes inafiançáveis e insuscetíveis de


graça ou anistia, os segundos.

08 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


A Constituição (CRFB) admite como possível a pena de

c) morte em caso de guerra declarada.

09 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


O sigilo bancário pode ser levantado independentemente de autorização judicial, mas de
forma devidamente regulamentada,

a) pela Receita Federal, pelo Fisco Estadual e pela CPI federal, estadual ou distrital.

10 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Ao dispor sobre os direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal de 1988
dispõe que

c) as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades


suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

11 - 2018 - FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia

328
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

A partir de julgamentos de mandados de injunção coletivos, em 2007, entre eles o MI 708,


o Supremo Tribunal Federal alterou seu entendimento acerca dos efeitos e da abrangência
da decisão. Corresponde a essa mudança:

c) O Supremo Tribunal Federal passou a aplicar, no entendimento da maioria dos


Ministros, a teoria concretista, afirmando a competência do Judiciário para regulamentar,
no caso concreto, a falta da norma regulamentadora.

12 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Sabe-se que o Mandado de Segurança é uma ação judicial capaz de proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público. Pode-se afirmar, ainda acerca deste importante
remédio constitucional:

d) Incabível o Mandado de Segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos


administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de
concessionárias de serviço público.

13 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


A Constituição Federal de 1988 garantiu a inviolabilidade do direito ao sigilo, sendo
possível, contudo, a quebra do sigilo bancário

329
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

c) mediante ordem judicial, amparada em elementos probatórios que permitam


individualizar o investigado e o objeto da investigação.

14 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


A Lei no 9.507, de 12 de novembro de 1997, disciplina o rito processual do habeas data,
nos seguintes termos:
c) o impetrante fará jus à gratuidade de Justiça, tendo ou não recursos financeiros para
arcar com as custas e as despesas processuais.

15 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


De acordo com o entendimento do STF, a polícia judiciária não pode, por afrontar direitos
assegurados pela CF, invadir domicílio alheio com o objetivo de apreender, durante o
período diurno e sem ordem judicial, quaisquer objetos que possam interessar ao poder
público. Essa determinação consagra o princípio do(a)

b) reserva da jurisdição.

16 - 2017 - CESPE - PJC-MT - Delegado de Polícia


Com referência ao habeas corpus e ao mandado de segurança, julgue os itens seguintes,
de acordo com o entendimento do STF.

I - Não caberá habeas corpus nem contra decisão que condene a multa nem em processo
penal em curso no qual a pena pecuniária seja a única imposta ao infrator.

330
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

III - Nos casos em que a pena privativa de liberdade já estiver extinta, não será possível
ajuizar ação de habeas corpus.

Estão certos apenas os itens

b) I e III.

17 - 2017 - FCC - PC-AP - Delegado de Polícia


De acordo com o regime constitucional de proteção dos direitos fundamentais,

d) é constitucional lei que autorize as autoridades e os agentes fiscais tributários examinar


documentos, livros e registros de instituições financeiras, quando houver processo
administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso, se tais exames forem
considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.

18 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


O habeas corpus é uma ação constitucional de grande importância na história jurídico-
constitucional do Brasil. Sob a vigência da Constituição de 1891, por exemplo, segundo
MENDES e BRANCO (2017),

[...] a formulação ampla do texto constitucional deu ensejo a uma interpretação que
permitia o uso do habeas corpus para anular até mesmo ato administrativo que
determinara o cancelamento de matrícula de aluno em escola pública, para garantir a
realização de comícios eleitorais, o exercício da profissão, dentre outras possibilidades.

331
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

MENDES, Gilmar; BRANCO, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 12a. ed. São
Paulo: Saraiva, 2017, p. 431

Hoje, o Supremo Tribunal Federal detém importante papel na definição do seu cabimento.
Assim, afirma-se que

d) segundo o Supremo Tribunal Federal, cabe habeas corpus contra pena pecuniária
passível de conversão em privativa de liberdade.

19 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


Sobre a eficácia dos direitos fundamentais, analise as afirmativas a seguir.

I- A eficácia vertical dos direitos fundamentais foi desenvolvida para proteger os


particulares contra o arbítrio do Estado, de modo a dedicar direitos em favor das pessoas
privadas, limitando os poderes estatais.
II- A eficácia horizontal trata da aplicação dos direitos fundamentais entre os particulares,
tendo na constitucionalização do direito privado a sua gênese.
III- A eficácia diagonal trata da aplicação dos direitos fundamentais entre os particulares
nas hipóteses em que se configuram desigualdades fáticas.

Está correto o que se afirma em

e) I, lI e III.

332
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

20 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


No que se refere aos direitos e garantias fundamentais, assinale a alternativa correta.

d) O reconhecimento da validade jurídica das uniões homoafetivas pelo STF acarretou o


crescimento de vozes favoráveis, na via política, ao Estatuto da Família. Tal fenômeno é
ligado ao efeito backlash.

21 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


A cerca dos instrumentos de tutela das liberdades, previstos na CRFB/88, afirma-se
corretamente:

d) O mandado de injunção pode ser ajuizado coletivamente, embora inexista previsão


expressa na CRFB/88.

22 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


Leia a assertiva a seguir sobre o tema “liberdade de expressão” e responda.

“A crítica jornalística, quando inspirada pelo interesse público, dirigida a figuras públicas,
com alto grau de responsabilidade na condução dos negócios do Estado, não se revela
suscetível, em situações de caráter ordinário, à possibilidade de sofrer qualquer repressão
estatal”.

(CHEQUER, Cláudio. A liberdade de expressão como direito fundamental preferenciai


prima facie. Ed. Lumen Júris, 2011).

333
RETA FINAL – DELEGADO CE
SEMANA 01/12

A afirmação acima reflete a(o):

a) interpretação do STF em reiteradas oportunidades.

23 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


Considerando a jurisprudência do STF, assinale a opção correta com relação aos remédios
do direito constitucional.

b) Em habeas corpus é inadmissível a alegação do princípio da insignificância no caso de


delito de lesão corporal cometido em âmbito de violência doméstica contra a mulher.

334

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