Foca No Resumo - Concurso de Pessoas PDF
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DIREITO PENAL
Clber Masson + Rogrio Sanches + Rogrio Greco
ASPECTOS GERAIS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade.
1 - Se a participao for de menor importncia, a pena pode ser diminuda de 1/6 a 1/3.
2 - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe- aplicada a
pena deste; essa pena ser aumentada at a metade, na hiptese de ter sido previsvel o
resultado mais grave.
REQUISITOS
DO CONCURSO
PLURISSUBJETIVOS
EVENTUALMENTE
PLURISSUBJETIVOS
Geralmente so praticados por uma
pessoa, mas tm a PENA
AUMENTADA quando praticados em
concurso.
(PSEUDOCONCURSO, CONCURSO
IMPRPRIO OU APARENTE).
BASTA QUE UM SEJA CULPVEL.
Prescindem da norma de extenso
do art. 29.
2) Conduta relevante de qualquer modo deve ser compreendida como uma contribuio
pessoal, fsica ou moral direta ou indireta, comissiva ou omissiva, ANTERIOR OU SIMULTNEA
EXECUO (ANTERIOR CONSUMAO).
ANTES DA CONSUMAO
CONCURSO DE PESSOAS
APS A CONSUMAO
CRIME AUTNOMO
depois de matar C. Ser partcipe. Contudo, se somente depois da morte de C se dispuser a ajud-lo a
subtrair-se da ao da autoridade pblica, no ser partcipe do homicdio, mas autor do crime de
favorecimento pessoal.
3) Vnculo subjetivo os agentes devem ser ligados entre si por um nexo psicolgico, ou ento
haver vrios crimes simultneos, e no concurso de pessoas.
- Os agentes devem revelar VONTADE HOMOGNEA, visando a produo do mesmo resultado
(princpio da convergncia). Logo, NO POSSVEL A CONTRIBUIO DOLOSA PARA UM CRIME
CULPOSO, NEM A CONTRIBUIO CULPOSA PARA UM CRIME DOLOSO. Sem isso, teremos autoria
colateral (2 crimes autnomos).
- O VNCULO SUBJETIVO NO DEPENDE DE PRVIO AJUSTE (pactum sceleris). Basta a cincia por
parte de um agente no tocante ao fato de concorrer para a conduta de outrem (consciente e
voluntria cooperao, vontade de participar, adeso vontade de outrem). Ex.: A liga pra um
amigo e diz que vai matar B. C, desafeto de B, ouve a conversa. A ataca B, que consegue fugir, at
que C, que estava por perto, derruba B dolosamente, que acaba sendo morto por A. C ser partcipe
do homicdio praticado por A.
4) Unidade de infrao penal para todos os agentes quem, de qualquer modo, concorre para o
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Os agentes devem
praticar a mesma infrao penal.
- O art. 29 adotou a TEORIA UNITRIA, IGUALITRIA ou MONISTA: todos os que concorrem para o
mesmo crime devem receber tratamento igualitrio no que diz respeito CLASSIFICAO JURDICA
desse fato. H unidade de crime e pluralidade de agentes.
- Abstratamente, autor e partcipe incorrem na mesma pena pois, em virtude do art. 29, todos os que
concorrem para o crime incidem nas penas a este cominadas. A aplicao correta da pena, todavia,
variar tanto sobre os coautores quanto sobre os partcipes em virtude da culpabilidade
demonstrada por cada um. A identidade de crime no importa automaticamente em identidade de
penas (na medida de sua culpabilidade), que devem ser individualizadas no caso concreto.
- O autor nem sempre ser punido mais gravemente do que um partcipe. Ex.: um autor intelectual
(partcipe) deve ser punido de forma mais severa do que o autor do delito, pois sem a sua vontade o
crime no ocorreria. O art. 62, I, indica que essa circunstncia uma agravante genrica.
- Luiz Regis Prado diz que o CP adotou a TEORIA MONISTA TEMPERADA, por conta dos pargrafos do
art. 29 que determinam a punibilidade diferenciada da participao.
- Principais excees pluralsticas:
a) Crime de corrupo ativa (art. 333 do CP) e passiva (art. 317 do CP);
b) Crime de falso testemunho (art. 342 do CP) e corrupo de testemunha (art. 343 do CP);
c) Crime de aborto cometido pela gestante (art. 124 do CP) e aquele cometido por terceiro
com o consentimento da gestante (art. 126 do CP).
d) Crime de corrupo ativa pelo particular que oferece ou promete vantagem indevida ao
funcionrio pblico para que este deixe de lanar ou cobrar tributo (art. 333 do CP) e crime
contra a ordem tributria para o funcionrio pblico (art. 3, II, da Lei 8.137/90).
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AUTORIA
TEORIA OBJETIVOMATERIAL
TEORIA EXTENSIVA
TEORIA DO DOMNIO
DO FATO DE WELZEL
(TEORIA OBJETIVOSUBJETIVA)
- Assertiva correta (CESPE): a teoria do domnio do fato aplicvel para a delimitao de coautoria
e participao, sendo coautor aquele que presta contribuio independente e essencial prtica
do delito, mas no obrigatoriamente sua execuo. Exemplo disso autor intelectual, que presta
contribuio essencial prtica do crime mas no o executa. Autor, segundo essa teoria, no s
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quem executa a ao tpica, como tambm aquele que utiliza outrem, como instrumento, para a
execuo do crime (inclui o autor mediato).
- Assertiva correta (CESPE): A TEORIA DO DOMNIO DO FATO NO SE APLICA AOS CRIMES
OMISSIVOS (PRPRIOS OU IMPRPRIOS), E DEVE SER SUBSTITUDA PELO CRITRIO DA
INFRINGNCIA DO DEVER DE AGIR. O omitente autor no em razo de possuir o domnio do fato,
mas sim porque descumpre o mandamento de atuar para evitar a afetao do objeto jurdico
(infringe o dever de agir). Se no age, no pode dirigir o curso da conduta. Falta domnio do fato
tanto para quem tem o dever geral de agir (omissivo prprio) como para o garante (omissivo
imprprio).
- Coautoria parcial ou funcional os diversos autores praticam ATOS DE EXECUO DIVERSOS, OS
QUAIS, SOMADOS, PRODUZEM O RESULTADO. Ex.: A segura a vtima e B a esfaqueia.
- O STJ decidiu que o motorista que aguarda a execuo do crime para auxiliar a fuga no
partcipe, coautor funcional: o motorista que, combinando a prtica do roubo com arma de fogo
contra caminhoneiro, leva os coautores ao local do delito e, ali, os aguarda para fazer as vezes de
batedor ou, ento, para auxiliar na eventual fuga, realiza com a sua conduta o quadro que, na dico
da doutrina hodierna, se denomina de coautoria funcional (STJ HC 20819).
- O acusado que, na diviso de trabalho, tinha o domnio funcional do fato (a saber, fuga do local
do crime), coautor, e no mero partcipe, pois seu papel era previamente definido, importante e
necessrio para a realizao da infrao penal (STJ HC 30503).
- Coautoria direta ou material todos os autores efetuam igual conduta criminosa. Ex.: A e B
efetuam disparos contra C.
- Crimes prprios ou especiais so aqueles em que o tipo penal exige uma situao ftica ou jurdica
diferenciada por parte do sujeito ativo. ADMITEM COAUTORIA E PARTICIPAO. Ex.: o peculato s
pode ser praticado por funcionrio pblico, mas 2 funcionrios pblicos juntos podem subtrair bens
pertencentes Administrao Pblica. Nada impede tambm que uma terceira pessoa, que no seja
funcionria pblica, participe do delito (partcipe).
- Crimes de mo prpria, de atuao pessoal ou de conduta infungvel s podem ser praticados pela
pessoa expressamente indicada no tipo penal. Tais crimes NO ADMITEM COAUTORIA, MAS
ADMITEM PARTICIPAO. Ex.: falso testemunho (se o advogado incitar a testemunha a mentir, ele
ser partcipe do crime, e no coautor, pois o crime de atuao pessoal da testemunha). Ateno:
o STF, na contramo, entende que possvel, em tese, atribuir a advogado a coautoria pelo crime
de falso testemunho.
- Exceo: crime de falsa percia (crime de mo prpria cometido em coautoria por 2 ou mais
peritos).
CRIMES PRPRIOS
PARTICIPAO
COAUTORIA
CRIMES DE MO PRPRIA
PARTICIPAO
- Autoria mediata ALGUM SE UTILIZA, PARA A EXECUO DO CRIME, DE UMA PESSOA SEM
CULPABILIDADE (MENOR DE IDADE, DOENTE MENTAL, COAO MORAL IRRESISTVEL OU
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CRIMES DE MO PRPRIA
NO POSSVEL AUTORIA MEDIATA,
porque a conduta s pode ser praticada pela
pessoa diretamente indicada pelo tipo penal.
Ex.: no falso testemunho, a testemunha no
poderia colocar terceira pessoa para negar a
verdade em seu lugar.
Tampouco partcipe, pois lhe falta o injusto alheio em que cooperar ou a que determinar (Rogrio
Greco citando Pierangeli e Zaffaroni). A mulher no ser punida como autora de estupro, mas lhe
ser aplicada a pena deste crime por haver cometido o delito de determinar para o estupro.
- Autoria de escritrio autor de escritrio o agente que transmite a ordem a ser executada por
outro autor direto, dotado de culpabilidade e passvel de ser substitudo a qualquer momento por
outra pessoa, no mbito de uma organizao ilcita de poder. Ex.: o lder do PCC d as ordens a
serem seguidas por seus comandados. ele o autor de escritrio, com poder hierrquico sobre seus
soldados. Cuida-se de categoria de autoria mediata particular ou especial.
- Autoria por convico o agente conhece efetivamente a norma, mas a descumpre por razes de
conscincia, que pode ser poltica, religiosa, filosfica, etc. Ex.: uma me, por convico religiosa, no
permitir a realizao de transfuso de sangue indicada por equipe mdica para salvar a vida de sua
filha, mesmo ciente da imprescindibilidade desse procedimento.
- Autoria colateral ou coautoria imprpria ou autoria aparelha DUAS OU MAIS PESSOAS
INTERVM NA EXECUO DE UM CRIME, BUSCANDO IGUAL RESULTADO, EMBORA CADA UMA
DELAS IGNORE A CONDUTA ALHEIA. NO H CONCURSO DE PESSOAS, ANTE A AUSNCIA DE
VNCULO SUBJETIVO. CADA UM DOS AGENTES RESPONDE PELO CRIME A QUE DEU CAUSA.
- Ex.: A, portanto um revlver, e B, portando uma espingarda, escondem-se atrs de rvores, um do
lado direito e outro do lado esquerdo. Quando C, inimigo de ambos, por ali passa, ambos os agentes
contra ele efetuam disparos de armas de fogo. C morre, revelando o exame necroscpico terem sido
os ferimentos letais produzidos pelos disparos originrios da arma de A. A responde por homicdio
consumado e B responde por tentativa de homicdio.
- Se ficasse demonstrado que os tiros de B atingiram o corpo de C quando j estava morto, B ficaria
impune (crime impossvel).
- Se A e B tivessem agido unidos pelo vnculo subjetivo, haveria concurso de agentes e seria
irrelevante saber quem teria conseguido causar a morte da vtima: ambos seriam responsabilizados
por homicdio consumado.
- Autoria incerta surge no campo da autoria colateral, quando MAIS DE UMA PESSOA INDICADA
COMO AUTORA DO CRIME, MAS NO SE APURA COM PRECISO QUAL FOI A CONDUTA QUE
EFETIVAMENTE PRODUZIU O RESULTADO. Ex.: A e B, com armas de fogo e munies idnticas
escondem-se atrs de rvores para eliminar a vida de C. Quando este passa pelo local, A e B atiram e
C morre por conta de um nico disparo, contudo, no se sabe se foi de A ou de B. H dois crimes: um
homicdio consumado e um homicdio tentado. Como no h concurso de pessoas, AMBOS DEVEM
RESPONDER POR TENTATIVA DE HOMICDIO. No se pode responsabilizar um deles pelo homicdio
consumado (in dubio pro reo).
- E se houver um crime consumado e um crime impossvel (um matou, mas o outro nada fez por
ineficcia absoluta do meio)? Como no h concurso de pessoas, por ausncia do vnculo subjetivo,
ambas devem ser beneficiadas pela dvida. Assim, se na autoria incerta todos os envolvidos
praticaram atos de execuo, devem responder pela tentativa do crime. Mas, se um deles incidiu em
crime impossvel, a causa de atipicidade a todos se estende.
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- Se A e B efetuassem disparos com acordo entre eles (vnculo subjetivo), haveria concurso de
agentes e, mesmo que no se soubesse quem foi o autor do disparo fatal, ambos responderiam por
homicdio doloso (coautoria com resultado incerto).
- Autoria incerta autoria desconhecida, em que no se consegue identificar quem foi o autor da
conduta.
- Questo: Alfredo, querendo matar Epaminondas, sobe at o terrao de um prdio portando um
rifle de alta preciso, com silencioso e mira telescpica. Sem ser visto, constata a presena de
Gildenis, outro atirador, em prdio vizinho, armado com uma escopeta, tambm preparado para
matar a mesma vtima, tendo Alfredo percebido sua inteno. Quando Epaminondas atravessa a
rua, ambos comeam a atirar, vindo a vtima a morrer em face, unicamente, dos disparos efetuados
por Gildenis AMBOS SO AUTORES DIRETOS E RESPONDEM POR HOMICDIO CONSUMADO,
inobstante o disparo fatal ter sido produzido unicamente pela arma de Gildenis. O caso no se
trata de autoria colateral incerta, uma vez que o enunciado da questo diz quem foi o autor do
disparo fatal. A AUTORIA DE GILDENIS FOI COLATERAL EM RELAO DE ALFREDO, UMA VEZ QUE
IGNORAVA SUA CONDUTA. J ALFREDO AGIRA COMO COAUTOR, NA MEDIDA EM QUE CONHECIA
A CONDUTA DE GILDENIS E ADERIU A ELA. Gildenis foi o autor do disparo mortal e Alfredo estava
subjetivamente ligado conduta daquele.
PARTICIPAO
PARTICIPAO MATERIAL
- A conduta do sujeito consiste em prestar
auxlio ao autor da infrao. O partcipe
que presta auxlio chamado de cmplice.
- Auxiliar consiste em facilitar, viabilizar
materialmente a execuo da infrao
penal, sem realizar a conduta descrita pelo
ncleo do tipo. O auxlio pode ser
efetuado durante os atos preparatrios
ou executrios, mas nunca aps a
consumao, salvo se ajustado
previamente.
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FATO TPICO
FATO TPICO
+
ILCITO
FATO TPICO
+
ILCITO
+
AGENTE CULPVEL
FATO TPICO
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suficiente que o autor tenha praticado um fato tpico, ilcito, seja culpvel e
efetivamente punido no caso concreto.
Ex.: se A contratou B para matar C, no que foi atendido, mas o executor, logo aps o
crime, suicidou-se, no h falar em participao, em decorrncia da aplicao da causa
de extino de punibilidade (art. 107, I).
+
ILCITO
+
AGENTE CULPVEL
+
PUNIO EFETIVA
- Assertiva incorreta (CESPE): Gildo e Jair foram denunciados pelo MP. Segundo a inicial acusatria,
Gildo teria sido partcipe do crime, pois teria dirigido veculo em fuga, enquanto Jair desferia dez
disparos de arma de fogo em direo a Eduardo. Por circunstncias alheias vontade dos agentes,
consistente no erro de pontaria de Jair, Eduardo no faleceu. Entretanto, Jair foi absolvido pelo jri,
tendo os jurados decidido, por maioria, que ele no produziu os disparos mencionados na denncia.
Nessa situao hipottica, vlida a condenao de Gildo em jri posterior, tendo em vista que o CP
adotou, quanto ao concurso de agentes, a teoria da acessoriedade limitada se Jair foi absolvido
pelo jri, tendo os jurados decidido, por maioria, que ele no produziu os disparos mencionados na
denncia, significa que Jair no cometeu um fato tpico e antijurdico. Como o CP adotou a teoria da
acessoriedade limitada, o partcipe s pode ser punido se a conduta principal for tpica e antijurdica.
Se o autor for absolvido, no h crime para ele. Se no existe crime para ele no existe tambm
para o partcipe (Gildo).
- Participao impunvel CAUSA DE ATIPICIDADE da conduta do partcipe que decorre do art. 31 e
do CARTER ACESSRIO DA PARTICIPAO: O COMPORTAMENTO DO PARTCIPE S ADQUIRE
RELEVNCIA PENAL SE O AUTOR INICIAR A EXECUO DO CRIME (TENTATIVA). Ex.: no punvel o
simples ato de contratar um pistoleiro para matar algum. A conduta do partcipe somente ser
punvel se o contratado praticar atos de execuo do homicdio, pois, caso contrrio, estar
configurado o quase crime.
- Salvo disposio expressa em contrrio porque em situaes taxativamente previstas em lei,
possvel a punio do ajuste, da determinao, da instigao e do auxlio como crime autnomo.
Ex.: incitao ao crime e quadrilha ou bando.
- Participao de menor importncia causa geral de diminuio de pena (3 fase).
Art. 29, 1 - Se a participao for de menor importncia, a pena pode ser diminuda de 1/6 a
1/3.
- Trata-se de direito subjetivo do ru, a discricionariedade do juiz reserva-se ao montante da
reduo.
- A diminuio da pena relaciona-se participao, isto , ao comportamento adotado pelo sujeito, e
no sua pessoa.
- A diminuio de pena no pode se aplicar ao coautor e ao autor intelectual (embora seja
partcipe), dada a relevncia de seus papeis (no so de menor importncia).
- Participao de menor importncia incua, que penalmente irrelevante.
- Obviamente, a participao de menor importncia s se aplica participao, no se aplicando
coautoria: toda atuao do coautor importante.
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CIRCUNSTNCIAS INCOMUNICVEIS
Art. 30 - No se comunicam as circunstncias e condies de carter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
ELEMENTAR
um DADO ESSENCIAL da figura tpica/bsica, cuja
ausncia pode produzir uma atipicidade absoluta (a
conduta no crime) ou relativa (desclassificao).
CIRCUNSTNCIA
um DADO PERIFRICO que gravita ao redor da
figura tpica/bsica. Interfere na pena, mas no no
tipo bsico do delito. Ex.: qualificadoras, causas de
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ELEMENTARES
(SUBJETIVAS OU
OBJETIVAS)
NO SE COMUNICAM!
Ex.: B estuprou a filha de A, que, ento, contrata o pistoleiro C para matar B.
A responde por homicdio privilegiado (o relevante valor moral circunstncia
pessoal de A) e C responde por homicdio qualificado pelo motivo torpe.
COMUNICAM-SE, DESDE QUE OS OUTROS AGENTES TENHAM
CONHECIMENTO DELAS (evita a responsabilidade penal objetiva).
A contrata B para matar C. B informa a A que far uso de meio cruel, e A
concorda. Ambos respondem por homicdio qualificado por meio cruel.
Contudo, se B fizesse uso de meio cruel sem a cincia de A, somente a ele seria
imputada a qualificadora, sob pena de caracterizao da responsabilidade
penal objetiva.
COMUNICAM-SE, DESDE QUE OS OUTROS AGENTES TENHAM
CONHECIMENTO DELAS (evita a responsabilidade penal objetiva).
A, funcionrio pblico, convida B para em concurso subtrarem um computador
da repartio pblica. Ambos respondem por peculato-furto ou peculato
imprprio (art. 312, 1), pois a elementar funcionrio pblico transmite-se
a B. Se B no conhecesse a condio funcional de A, responderia por furto.
CRIMES MULTITUDINRIOS
Art. 65, III, e - So circunstncias que sempre atenuam a pena: ter o agente cometido o crime
sob a influncia de multido em tumulto, se no o provocou.
Art. 62, I - A pena ser ainda agravada em relao ao agente que promove, ou organiza a
cooperao no crime ou dirige a atividade dos demais agentes.
- QUEM PROVOCA O TUMULTO TEM A PENA AGRAVADA, ENQUANTO QUEM AGE SOB O INFLUXO
DA MULTIDO, SE NO A INICIOU, TEM A PENA ATENUADA.
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jurisprudncia vislumbra coautoria podem ser solucionadas com o auxlio do instituto da autoria
colateral.
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