10 - Doenças Exantemáticas - Nasta

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• O vírus penetra no organismo através da

SARAMPO mucosa do trato respiratório ou da


conjuntiva ocular e migra para os
linfonodos regionais, replicando-se e
EPIDEMIOLOGIA causando intensa hiperplasia linforreticular
➢ viremia primária → dissemina o vírus
• Uma das doenças exantemáticas de maior para todos os órgãos do sistema
morbimortalidade linforreticular
➢ Principalmente se acomete crianças
desnutridas, <1 anos de idade e as que • segunda viremia → propagação do vírus
vivem em país em desenvolvimento para superfícies epiteliais e mucosas

• É uma das doenças infectocontagiosas de • No epitélio respiratório, o vírus do sarampo


notificação compulsória causa:
➢ necrose celular
• Em 2021, até a semana epidemiológica 9, ➢ vasculite de pequenos vasos
foram notificados 557 casos suspeitos de ➢ infiltrado linfocítico
sarampo, sendo 235 casos confirmados. ➢ formação das células gigantes de
➢ Neste mesmo período não ocorreram Warthin-Finkeldey (patognomônicas
óbitos pela doença da doença) → formadas pela fusão de
várias células epiteliais infectadas
ETIOLOGIA • O vírus do sarampo infecta os linfócitos T
CD4+ → pode levar a uma imunodepressão
• Vírus RNA da família Paramyxoviridae da resposta Th1
• Homem como único hospedeiro • O vírus habitualmente provoca maior
• Transmissão por pequenas gotículas de gravidade em desnutridos e crianças
saliva eliminadas pela fala, espirros ou tosse; menores
ou ainda através e aerossóis
➢ Partículas virais podem ficar MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
suspensas e viáveis por até uma hora
• Há 3 fases
• Cerca de 90% das pessoas suscetíveis (que
nunca tiveram a doença e que não foram PERÍODO DE INFECÇÃO
vacinadas) expostas ao vírus do sarampo
desenvolverão a doença. • Fase prodrômica
➢ Febre, tosse, coriza, conjuntivite e
• Bebês de mães vacinadas ou que tiveram a fotofobia
doença recebem anticorpos específicos via
transplacentária → permanecem pelos • 1 a 4 dias antes do exantema desenvolve-se
primeiros 6 meses de idade um enantema → pequenas lesões
➢ Ou seja, a vacinação deve ser feita puntiformes, esbranquiçadas com halo
após esse período → proteção avermelhado na
duradoura através da produção de mucosa jugal na
anticorpos antiproteína H altura dos pré-
(Hemaglutinina) e antiproteína F (fusão) molares →
manchas de
Koplik
PATOGENIA
➢ Pode ser
• Transmissibilidade → 3 dias antes até 4 ou encontrada
6 dias após o aparecimento do exantema também nos
lábios,
➢ Mais intenso nos 2 dias que antecedem
palato
e os 2 dias que sucedem o início da
duro, gengivas, conjuntiva e vagina
erupção
• Fase exantemática → entre 2º e 4º dia da • podemos dividir a doença de outra forma
doença também:
➢ Surge o exantema maculopapular ➢ período de incubação → tempo entre
avermelhado (morbiliforme, ou seja, a entrada do vírus pela superfície
com áreas de pele sã de permeio) mucosa e sua migração para os
➢ Inicialmente na região retroauricular linfonodos; dura de 8 a 12 dias
com disseminação para região frontal ➢ período prodrômico → começa com a
➢ Dissemina-se para o dorso e viremia secundária, disseminação das
extremidades partículas virais para as superfícies
➢ Pode acometer palmas e solas epiteliais e SNC, seguida de necrose
➢ Tende a confluência em face e tronco celular
➢ período exantemático → marca o
• A febre é máxima no pico do exantema início da produção de anticorpos, com
➢ Pode chegar a 40 ou 40,5ºC redução progressiva dos outros
sintomas
• Fácies sarampenta → hiperemia
conjuntival, lacrimejamento, coriza
mucopurulenta e rash facial

• Como o vírus causa uma necrose do epitélio


PERÍODO DE REMISSÃO de toda a árvore traqueobrônquica, são
comuns quadros de laringite, traqueíte,
• Os sintomas constitucionais tendem a se bronquite e pneumonia viral
reduzir ao longo dos dias, e o exantema
resolve-se em 7 dias • SARAMPO INAPARENTE → forma
subclínica da doença desenvolvida em
➢ Torna-se acastanhado e deixa no local
lactentes amamentados, crianças que
uma fina descamação furfurácea
receberam imuno/hemorderivados e
• Tosse é o último sintoma a desaparecer, crianças recém-vacinadas ➔ possuem
podendo levar até 10 dias anticorpos antissarampo
➢ Sinais e sintomas leves e rash pode ser
• A linfadenomegalia cervical e occipital
fugas ou até inexistir
pode ser proeminente, persistindo por
várias semanas
COMPLICAÇÕES
PERÍODO TOXÊMICO
• Fatores associados a maiores riscos de
• marcada pela queda da resistência complicações e mortalidade:
imunológica do hospedeiro e surgimento ➢ Extremos de idade → <5 anos
das complicações → superinfecções (especialmente <1) e maiores de 20
bacterianas e virais anos
➢ mais prevalentes em crianças menores ➢ Desnutrição grave
de 2 anos e nas com desnutrição ➢ Deficiência de vitamina A
➢ Aglomerações
➢ Imunossupressão e gestantes
• Suspeita-se de complicação quando a febre • manifesta-se de 7 a 10 anos da primo-
dura além do 3º, 4º ou 5º dia do exantema, infecção
quando a febre volta após um período sem ➢ a maioria teve a primo-infecção antes
hipertermia ou quando o hemograma dos 4 anos de vida (75%)
revela-se leucocitose
• O vírus do sarampo permanece quiescente
SISTEMA RESPIRATÓRIO nos neurônios por muitos anos, protegido
da imunidade humoral
• Pneumonia: é a principal causa de morte ➢ em um dado momento, começa a
no sarampo. provocar morte celular e inflamação
➢ A pneumonia de células gigantes pode num processo degenerativo
ser provocada diretamente pela progressivo e inexorável
infecção viral ou contar com a
participação da infecção bacteriana • possui 4 estágios:
secundária ➢ fase I → mudanças súbitas de
➢ Principais patógenos envolvidos → S. comportamento, com irritabilidade,
pneumoniae, H. influenze, S. aureus agressividade e desatenção
➢ fase II → mioclonias maciças de
• OMA → complicação bacteriana mais membros e de tronco (relacionada a
frequente do sarampo lesões dos núcleos da base)
➢ fase III → movimentos coreatetoides,
SISTEMA GASTROINTESTINAL
distônicos e rigidez (progressão da
• Náuseas, vômitos e diarreias → ocorrem lesão dos núcleos da base)
por lesão à mucosa do trato ➢ fase IV → perda do controle dos
gastrointestinal, com necrose, vasculite de centros autonômicos do tronco
pequenos vasos e formação das grandes encefálico – p. ex., respiração,
células multinucleadas cardiocirculatório → morte é eminente

• Apendicite → pode ocorrer por obstrução DIAGNÓSTICO LABORATORIAL


da luz do órgão devido à intensa
hiperplasia linfoide • hemograma da fase aguda revelam
leucopenia com linfocitose
SISTEMA NERVOSO
• PCR e VHS estão normais no sarampo sem
• Crise febril → pode ocorrer em pelo menos complicação bacteriana
3% das crianças
• Casos suspeito já requer notificação
• Encefalite → lesão do sistema nervoso
central por ação de mediadores SOROLOGIAS
imunológicos
➢ Principalmente em adolescentes e • A diagnóstico laboratorial pode ser realizado
adultos jovens pela detecção de anticorpos IgM no
➢ Prognóstico desfavorável sangue, na fase aguda da doença, desde os
➢ Manifesta-se durante a fase primeiros dias até 4 semanas após o
exantemática com convulsões, letargia, aparecimento do exantema
coma ou irritabilidade
ISOLAMENTO VIRAL
➢ Líquor com pleocitose linfocítica e
aumento de proteínas • Há sempre a recomendação de coleta de
➢ Cerca de 15% dos pacientes falecem e espécimes clínicos para a identificação viral,
quase metade desenvolve sequelas com o objetivo de:
futuras
➢ identificação do genótipo do vírus
➢ diferenciar um caso autóctone de um
PANENCEFALITE ESCLEROSANTE caso importado
SUBAGUDA (PEES) ➢ diferenciar o vírus selvagem do
• é uma forma crônica de complicação do vacinal
sarampo
TRATAMENTO PÓS-EXPOSIÇÃO

• É feito com sintomáticos para febre • indicada em todos os contactantes íntimos


(antitérmicos), dor (analgésicos), oxigênio suscetíveis
umidificado para os casos de laringite e
• A vacina pode ser empregada até 72 horas
traqueíte que demandem hospitalização
após o contato (vacinação de bloqueio)
• A limpeza ocular deve ser feita com soro
• Esta vacinação de bloqueio poderá ser feita a
fisiológico
partir de 6 meses
➢ se houver desenvolvimento de
➢ Mas não deve ser considerada como
conjuntivite purulenta, usar
dose de rotina; deve-se aplicar
antimicrobianos tópicos
normalmente a vacina no 12º mês
• estimular ingestão de líquidos e dieta livre
• Recomenda-se vacinação de bloqueio
• ATB se infecção secundária seletiva → se houver comprovação vacinal,
não deve haver revacinação
• Crianças hospitalizadas devem ser mantidas
em precaução de transmissão aérea por até
4 dias após início do exantema RUBÉOLA
VITAMINA A
EPIDEMIOLOGIA
• Há redução da mortalidade e morbidade
pelo sarampo em crianças menores de 2 anos • dça exantemática benigna e autolimitada
hospitalizadas com a suplementação de quando adquirida no período pós-natal
altas doses de vitamina A ➢ mas a rubéola congênita é grave,
➢ < 6 meses: 50.000 UI via oral no dia do especialmente se a gestante adquire a
diagnóstico e outra dose no dia primo-infecção no primeiro trimestre
seguinte de gravidez
➢ 6 a 12 meses: 100.000 UI via oral no ➢ pode gerar malformações cardíacas,
dia do dx e outra no dia seguinte. neurológicas, oculares e cocleares;
➢ > 12 meses: 200.000 UI via oral no dia deficiência intelectual, paralisia
do diagnóstico e outra no dia seguinte cerebral, surdez, deficiência visual

PROFILAXIA ETIOPATOGENIA
• vírus de RNA altamente sensível ao calor, pH
PRÉ-EXPOSIÇÃO extremo e a um número variável de agentes
químicos
• As vacinas possuem os vírus vivos
atenuados contra o sarampo • família Togaviridae gênero Rubivirus

CALENDÁRIO VACINAL BÁSICO – MS • humanos são os únicos hospedeiros

• aos 12 meses, a criança deverá receber a • transmitido por gotículas de secreção


vacina tríplice viral (contra sarampo, nasofaríngea das pessoas infectadas
rubéola e caxumba) ➢ penetra no organismo pela mucosa
➢ aos 15 meses, a vacina tetra viral, que respiratória
também traz a vacina contra varicela • período de maior transmissibilidade → vai
• em regiões com circulação do vírus há a desde 5 dias antes até 6 dias após o
dose zero de vacinação contra sarampo → aparecimento do rash
entre 6 a 11 meses de idade • do epitélio respiratório, as partículas virais
➢ evita casos graves de óbitos por migram até os linfodonos regionais, e cerca
sarampo de 14 a 21 dias após (período de incubação)
ocorre a primeira viremia
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS SISTEMA OSTEOARTICULAR

• Após o período de incubação, a criança • Artrite


inicia um quadro de febre baixa, mal-estar, ➢ Acomete mulheres jovens com maior
anorexia, mialgias, dor de garganta e frequência
hiperemia conjuntival ➢ Geralmente uma semana após o
exantema
• Surgem adenomegalias principalmente
localizadas na região suboccipital, SISTEMA NERVOSO
retroauricular e cervical posterior
• Encefalite pós-infecciosa → a mais grave
• Em crianças, muitas vezes a primeira
manifestação vai ser o aparecimento de rash das complicações
→ maculopapular, puntiforme, róseo, com ➢ Se inicia 7 dias após o exantema com
tendência à coalescência que começa na cefaleia, convulsões, confusão, coma
cabeça e pescoço e dissemina-se pelo e manifestações neurológicas focais
tronco, dorso e extremidades ➢ Mortalidade de 20%
➢ Quando
aparece no tronco, DIAGNÓSTICO
geralmente já está
desaparecendo da • O hemograma pode revelar leucopenia,
face neutropenia e trombocitopenia.

• Junto com o • O diagnóstico clínico é difícil, e o


exantema, pode diagnóstico de certeza necessariamente é
surgir lesões obtido pelos exames sorológicos
rosadas – manchas
• A presença de IgM antivírus da rubéola
de Forchheimer – e
usualmente indica infecção recente
petéquias em palato
mole e amígdala • Aumentos significativos nos títulos de IgG
antivírus da rubéola na sorologia pareada
• Exantema
sugerem infecção recente
dura em média 3
dias e desaparece
sem descamar TRATAMENTO
• Poliartralgia e • Não existe tratamento específico, somente o
poliartrite são raras uso de medicação sintomática (analgésicos
em crianças e mais frequentes em e antitérmicos).
adolescentes e adultos, principalmente em
mulheres • Deve-se evitar o contato dos pacientes com
gestantes suscetíveis.
COMPLICAÇÕES
PROFILAXIA
SISTEMA HEMATOLÓGICO
PRÉ-EXPOSIÇÃO
• Trombocitopenia pós-infecciosa
• Vacina de vírus vivo atenuado, cultivado em
➢ Mais comum entre crianças do sexo
células diploides humanas
feminino
➢ Se inicia 2 semanas após início do rash, • Assim como a vacina do sarampo, integra as
com petéquias, epistaxes, vacinas tríplice e tetra viral
sangramento gastrointestinal e
hematúria PÓS-EXPOSIÇÃO
• A vacinação de bloqueio pode se feita com
a vacina administrada em até 72h após
contato
EXANTEMA SÚBITO
• Podem ocorrer crises
febris em até 10% das
crianças infectadas

EPIDEMIOLOGIA • Podem surgir úlceras


no palato mole e
• infecção comum nos lactentes e pré- úvula → manchas de
escolares Nagayama
• pico de maior incidência é dos 6 até os 15 • Febre dura de 3 a 5
meses de vida dias e pode
desaparecer
• aos 3 anos, 95% das crianças já adquiriram
bruscamente (em
a infecção pelo agente responsável, ainda
crise) ou
que nem todas desenvolveram o quadro gradualmente (em lise)
• antes dos 6 meses a doença é incomum →
• Após o
proteção por anticorpos maternos
desaparecimento da
febre, aparece o RASH
ETIOPATOGÊNESE ➢ Róseo, macular,
não pruriginoso
• causada pelo herpevírus humano tipo 6 e 7 ➢ Primeiramente
(HHV) em tronco, com disseminação para
• DNA duplo filamento pescoço, face e extremidades
➢ Máculas podem coalescer
• Pode permanecer em estado latente no
organismo após a primo-infecção • Exantema some em 3 dias

• São excretados pela saliva de adultos


DIAGNÓSTICO
saudáveis portadores e são transmitidos às
crianças pequenas através de pequenas • Clínico
gotículas de secreção
➢ Penetra pela mucosa nasal, oral ou • Hemograma, se solicitado, pode evidenciar
conjuntival leucopenia com linfocitose

• Os principais receptores para o HHV são os • Exames sorológicos pareados, com


CD dos linfócitos T elevação no título de anticorpos superior a
quatro vezes, sugere infecção
• Após a viremia, as partículas tornam-se
latentes nas células mononucleares,
glândulas salivares, rins, pulmão e SNC
TRATAMENTO
• O exantema súbito é uma doença benigna e
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS não requer tratamento específico

• O exantema súbito é uma doença de • Apenas sintomáticos


lactentes e manifesta-se em sua forma
clínica clássica em apenas um percentual
das crianças infectadas pelo HHV 6
ERITEMA
• Pode se iniciar com sintomas prodrômicos
inespecíficos
INFECCIOSO
➢ Rinorreia, hiperemia conjuntival e dor
EPIDEMIOLOGIA
de garganta
• Linfadenomegalia cervical e occipital • Benigna e causada pelo parvovírus B19
discreta podem aparecer • Mais comum na faixa etária dos escolares
• Logo após, instala-se febre alta – 39-40ºC • 70% ocorre entre 5 e 15 anos
ETIOPATOGENIA • 2º → aproximadamente um dia depois do
envolvimento da face, ou de forma
• DNA-vírus pertencente ao gênero concomitante, o exantema se dissemina
Erythrovirus e à família Parvoviridae como manchas vermelhas simetricamente
distribuídas no tronco e parte proximal das
• Transmissão por gotículas de secreção extremidades superiores e inferiores
respiratória, via transplacentária ou ➢ há clareamento central ➔ aparência de
sanguínea rendilha
• Célula alvo → precursores eritroides ➢ esse estágio pode durar dias ou
(próximo ao estágio de pronormoblasto) na semanas
medula óssea → possui o antígeno P, que é ➢ as lesões desaparecem sem descamar
o receptor do parvovírus B19 • 3º → ressurgimento das alterações
➢ Células endoteliais, células cutâneas depois da melhora clínica, após
placentárias e células miocárdicas uma a 3 semanas
também possuem receptores P ➢ Exantema pode reaparecer mediante
alterações ambientais como
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS mudanças de temp. e exposição à luz
solar, exercício, estresse
• pode apresentar-se clinicamente de
diversas formas, na dependência da fase da ARTROPATIA
vida do indivíduo e da higidez do seu sistema
imunológico • O acometimento articular sob a forma de
poliartralgia ou poliartrite pode aparecer
➢ eritema infeccioso é apenas uma das
de forma isolada ou associada a outras
consequências dessa infecção viral
manifestações
ERITEMA INFECCIOSO • As articulações mais afetadas são as das
mãos, punhos, joelhos e tornozelos
• É a manifestação mais comum da infecção
pelo parvovírus B19 INFECÇÃO FETAL
• Febre, mal-estar e rinorreia →
• A primoinfecção materna é especialmente
consequentes do efeito citopático do vírus
perigosa no 2º trimestre de gravidez
• Exantema propriamente dito → fenômeno
• Vírus pode ir para linhagem eritroide do
pós-infeccioso, imune
feto, na medula óssea, fígado e baço →
• O período de incubação da manifestação pode acarretar profunda anemia ➔ há
cutânea é longo, com média de 16 dias. aumento do débito cardíaco

• Pródromos • Casos mais graves culminam com a morte


➢ Febre baixa, cefaleia, rinorreia, fetal intraútero
obstrução nasal
DIAGNÓSTICO
• Há um intervalo de tempo entre os
pródromos e a manifestação cutânea • O hemograma revela redução insignificante
• Exantema evolui em 3 estágios: no nível de hemoglobina na maioria dos
casos de eritema infeccioso.
• 1º →
aparece • O melhor teste para detecção da doença
primeiro na aguda é a sorologia com identificação de
face → fase IgM, que permanece com títulos elevados
esbofeteada por 6 a 8 semanas
• Nos imunocomprometidos, deve-se detectar
DNA viral
• Identificação de infecção fetal é por PCR do
líquido amniótico ou sangue fetal
TRATAMENTO • O VVZ é altamente contagioso, e a
transmissão do vírus para os suscetíveis se
• Em crianças, raramente o tratamento dá através do contato com as secreções das
sintomático é necessário lesões ou com gotículas de secreção
respiratória
• Em pacientes com imunodepressão e
falência medular pode estar indicado o • risco de infecção após contato com herpes-
emprego de imunoglobulina intravenosa zóster é bem menor do que com a varicela
que geralmente, apresenta bons resultados, • Indivíduo infectado elimina o vírus 2 dias
muito embora transitórios. antes do aparecimento do exantema até
cerca de 7 dias após seu início
VARICELA ➢ Cessa transmissão quando todas as
lesões estão em forma de crosta
EPIDEMIOLOGIA • VVZ penetra no organismo através da
mucosa respiratória e tecido tonsilar
• O Vírus Varicela-Zóster (VVZ) é o responsável linfoide
pelo desenvolvimento da varicela e do
herpes-zóster. • Durante a incubação (10-21 dias), há
replicação do vírus no tecido linfoide local
• Na primo-infecção, provoca a catapora → → primeira viremia
dça. exantemática maculopapulovesicular
• Na segunda viremia, vírus se dissemina
➢ Curso benigno
para pele e mucosas → exantema típico por
• Vírus permanece em estado latente nos degeneração e vacuolização celular da
neurônios dos gânglios sensoriais → sua camada espinhosa da epiderme e acúmulo
reativação, cerca de anos depois, resulta de células gigantes multinucleadas
em herpes-zóster
• Após alguns dias, os vírus ascendem através
• A infecção primária, em geral, ocorre das terminações sensitivas axonais da pele
abaixo dos 15 anos até os corpos celulares dos neurônios
ganglionares, permanecendo aí sob a forma
• O vírus é termossenssível, e nas regiões mais latente (silenciosa) por muito tempo.
quentes há uma menor possibilidade de
transmissão do que em regiões mais frias • Fatores como supressão da imunidade,
idade avançada e estresse podem
• De uma forma geral, a varicela é uma doença desencadear a sua reativação, levando ao
exantemática do pré-escolar e do escolar, e desenvolvimento do herpes-zóster
o herpes-zóster é mais frequente nas faixas
etárias após os 45 anos
MANIFETAÇÕES CLÍNICAS
• Herpes-zóster é raro em crianças menores
de 10 anos VARICELA
➢ Se ocorre, geralmente há história de
primoinfecçao antes de 1 ano de • Sintomas prodrômicos, como febre,
idade; e se apresenta de forma mais cefaleia, anorexia, mal-estar e, em alguns
branda, com menos dor aguda e menor pacientes, dor abdominal, podem estar
neuralgia pós-herpética presentes por cerca de 24 a 48h antes do
início do exantema
ETIOPATOGENIA • A febre é moderada, geralmente menor que
39°C, e pode persistir por até 2 ou 4 dias após
• Vírus DNA da família Herpesviridae o início do exantema.
• Varicela é, na maioria das vezes, de curso • Esses sintomas são pouco frequentes em
benigno e boa evolução clínica crianças, sendo mais comuns em
➢ Mas a sorotipos com risco aumentado adolescentes e adultos
para maior gravidade
• Exantema se inicia em couro cabeludo, • logo, todo o recém-nascido de uma mulher
face e pescoço, disseminando-se para que desenvolva a doença de cinco dias
tronco e extremidades antes até dois dias após o parto deve
➢ Distribuição centrípeta → há maior receber a imunoglobulina específica para o
concentração em face e tronco vírus varicela-zóster.

• As lesões aparecem em surtos SÍNDROME DA VARICELA CONGÊNITA


• Inicialmente surgem máculas eritematoses • relacionada a infecção primária da mãe pelo
pruriginosas → evoluem para pápulas → VVZ nas primeiras 20 semanas de gestação.
vesículas de conteúdo claro → pústulas
com umbilicação central → crostas • O feto vai apresentar restrição de
➢ Tempo médio de evolução → 24-48h crescimento intrauterino, hipoplasia de
extremidades, cicatrizes cutâneas,
• Polimorfismo → há coexistência de lesões defeitos oculares (microftalmia,
em vários estágios de desenvolvimento coriorretinite, catarata) e comprometimento
do sistema nervoso central (deficiência
• Número médio de vesículas cutâneas é 300
intelectual, convulsões, atrofia cortical)
• As lesões também podem aparecer na
• A identificação da infecção fetal pode ser
mucosa oral e vaginal, mas nestes locais
feita através da coleta de sangue de cordão
rapidamente sofrem rompimento e se
com realização de técnica de PCR para
transformam em úlceras
detecção do DNA viral
• a pele sobre a crosta pode se tornar ➢ Persistência de IgG positiva após 12
hipopigmentada ou hiperpigmentada, mas meses do nascimento é indicador de
esta alteração é transitória, e apresenta infecção adquirida na fase pré-natal
resolução espontânea em dias ou semanas
• A persistência da febre ou o
reaparecimento de hipertermia após um
período apirético geralmente indica infecção
bacteriana secundária

VARICELA NEONATAL
• pode ser o resultado de uma transmissão
perinatal, pois quando a mulher apresenta
a doença no período próximo ao
nascimento, há passagem transplacentária
do vírus e contaminação do feto
• como mulher ainda não produziu
anticorpos e não passou pela placenta, o
RN pode ter uma forma grave da doença
HERPES ZOSTER • Eritema na base de uma nova vesícula e o
reaparecimento da febre cerca de 3 ou 4
• É a manifestação clínica da reativação do dias após o início do exantema são sinais de
VVZ nos gânglios sensitivos complicação bacteriana secundária

• Principais gânglios acometidos: dorsais, SISTEMA HEMATOLÓGICO


lombares e o 5º par craniano
• A trombocitopenia acontece em 1 a 2% das
• Vírus latente reinicia sua replicação com a crianças com varicela e geralmente se
queda da imunidade do hospedeiro manifesta sob a forma de petéquias isoladas
• Há uma inflamação do neurônio e necrose SISTEMA NERVOSO
→ geram dor aguda – neuralgia
• As partículas virais migram através do • Ataxia cerebelar (1:4000 casos),
axônio até suas terminações próximas à meningoencefalite (1:50000 casos), mielite
pele e, neste local, promovem o transversa, síndrome de Guillain-Barré,
desenvolvimento das vesículas herpéticas síndrome de Reye e neuropatia periférica
➢ Distribuição pelo dermátomo • Podem acontecer em momento precedente,
concomitante ou posterior ao exantema
• Raramente
atravessam a • Síndrome atáxica → marcha de base
linha média alargada, incoordenação, fala escandida e
nistagmo
• As lesões
cutâneas • Meningoencefalite → cefaleia, rigidez
começam como nucal, alteração do nível de consciência e
pápulas convulsões
eritematosas, que
se transformam SISTEMA RESPIRATÓRIO
em vesículas,
pústulas e crostas • A pneumonia viral apresenta-se cerca de 1 a
6 dias após o início do exantema
• A queda das crostas e resolução das lesões ➢ Há alterações radiológicas compatíveis
ocorre em 2 a 3 semanas com infiltrados intersticiais,
• Podem ocorrer cicatrizes definitivas nodulares, presença de derrame
pleural ou mesmo imagem compatível
• Sintomas prodrômicos como febre, mal- com síndrome da angústia respiratória
estar, cefaleia, náuseas, seguidos de
hiperestesia no dermátomo acometido são • Os sintomas mais frequentes são tosse,
mais frequentes em indivíduos mais velhos taquidispneia, cianose, dor pleurítica e
hemoptoicos
COMPLICAÇÕES • A pneumonia, que pode ser bacteriana, é a
principal causa de óbito em crianças com
COMPLICAÇÕES CUTÂNEAS varicela
➢ Manifesta-se com febre persistente
• A infecção bacteriana secundária da pele é após 3 a 4 dias do início do exantema
a complicação mais frequente da varicela com tosse e dispneia
➢ Acomete cerca de 5% das crianças
• Como o exantema variceliforme é DIAGNÓSTICO
pruriginoso, as crianças coçam as lesões e
inoculam bactérias patogênicas na pele → • Geralmente, o exantema típico aliado à
desencadeiam a reação inflamatória no local história epidemiológica de contato é
suficiente para estabelecer o diagnóstico
• Os agentes mais frequentemente envolvidos
são o estreptococo do grupo A (S. • O líquor das crianças com complicações
pyogenes) e o S. auereus neurológicas mostra pleocitose linfocítica e
aumento moderado de proteínas
• enzimas hepáticas estão discretamente ACICLOVIR IV (TTO HOSPITALAR)
elevadas em 75% dos casos
• Imunocomprometidos devem realizar
• Geralmente, os testes laboratoriais não são sempre o aciclovir venoso, mesmo que
utilizados para confirmação ou descarte do passadas 72 horas após o início do rash,
caso, exceto em casos graves para fazer haja visto a grande possibilidade de
diagnóstico diferencial com outras condições disseminação visceral da infecção
patológicas
➢ Sorologias, isolamento viral • Indivíduos em uso de corticoide sistêmico
➢ Citologia das lesões → visualiza-se as em dose imunossupressora
células gigantes e multinucleadas • Qualquer indivíduo com sinais de
acometimento sistêmico da infecção
TRATAMENTO
• Recém-nascidos com quadro de varicela
adquirido no período perinatal
MEDIDAS GERAIS
• Analgésicos e antitérmicos (nunca HERPES-ZÓSTER: ACICLOVIR VO (TTO
salicilatos, pelo risco de síndrome de Reye) AMBULATORIAL)
• Anti-histamínicos para diminuir o prurido e • Adultos saudáveis.
a possibilidade de escoriações cutâneas que ➢ uso em adultos mostra redução da
aumentam o risco de infecção bacteriana duração da doença e redução da
secundária neuralgiapós-herpética
➢ uso de corticoide pode melhorar a
• atb se infecção bacteriana secundária
qualidade de vida em idosos
➢ Pensar em S. pyogenes e/ou S. aureus →
usar penicilina se s. pyogenes e
HERPES-ZÓSTER: ACICLOVIR IV (TTO
oxacilina ou cefalosporina de 1ª
geração na infecção pelo s. aureus HOSPITALAR)

• Afastamento das atividades • Indivíduos imunocomprometidos


acadêmicas/escolares até que todas as
lesões estejam em fase de crostas PROFILAXIA
TERAPIA ANTIVIRAL ESPECÍFICA VACINAÇÃO DE BLOQUEIO
• O aciclovir é a droga de escolha para imunocompetentes maiores de 9 meses,
tratamento específico contra o VVZ. sem contraindicação à vacina, devem
receber a vacina anti-varicela até 5 dias pós
• A maioria dos casos de varicela em crianças
exposição (preferencialmente em 3)
saudáveis não necessita de tratamento,
apenas medidas gerais; mas há indicações IMUNOGLOBULINA HIPERIMUNE
em que se usa aciclovir
• Aplicar Imunoglobulina Humana
ACICLOVIR VO (TTO AMBULATORIAL) Antivaricela-Zóster IM em qualquer idade,
até 96h após o contato com o indivíduo
• Usar até 72h após início do exantema com varicela
• Adolescente > 12 anos. • Indicação quando todos os parâmetros a
• Crianças > 12 meses que tenham: seguir forem atendidos:
➢ Doença cutânea crônica; ➢ Comunicante deve ser suscetível →
➢ Doença pulmonar crônica; pessoa sem história da doença e/ou
➢ Uso de corticoide inalatório (aerossol) vacinação; pessoas com
ou sistêmico em dose não imunossupressão celular grave
imunossupressora; ➢ Contato significativo com vírus
➢ Uso crônico de ácido acetilsalicílico; varicela-zóster → contato domiciliar
➢ 2º caso no mesmo domicílio. contínuo; contato hospitalar
➢ Pessoa com risco especial de varicela • A língua, no primeiro dia da infecção,
grave → crianças ou adultos apresenta-se com aspecto de “morango
imunodeprimidos; grávidas; RN de branco” em função das papilas
mães que varicela surgiu nos últimos 5 hipertrofiadas e saburra branca
dias de gestação ou 48h pós parto; RN
prematuros >28d com mãe que nunca • No 3º dia, a língua adquire um aspecto de
teve varicela; RN prematuro <28d “morango vermelho” ou “framboesa”, pois
a saburra desaparece e as papilas linguais

ESCARLATINA avermelhadas tornam-se evidentes

EPIDEMIOLOGIA
• Doença exantemática mais encontrada em
pré-escolares e escolares na faixa de 5 a 10
anos
• Ocorre mais frequentemente associada à
faringite e, raramente, com piodermite ou
ferida cirúrgica intacta

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• início agudo com febre alta (39 a 40°C),
calafrios, vômitos, cefaleia, prostração,
amigdalite e dor abdominal
• exantema surge após 24 a 48 horas, com DX
aspecto eritematoso e micropapular, →
pele com textura áspera à “lixa”. • O diagnóstico é clínico, especialmente
diante do exantema típico
• O rash se inicia na região superior do tórax
e tronco e se dissemina para os membros, • Nos casos duvidosos, a suspeita de infecção
poupando palmas e plantas pelo S. pyogenes pode ser confirmada por
testes laboratoriais
• Na face, a fronte e as bochechas ficam
hiperemiadas enquanto a região perioral ➢ cultura de orofaringe em meio ágar-
torna-se pálida (sinal de Filatov). chocolate através da realização de swab
é o padrão-ouro para o diagnóstico da
• Nas regiões flexurais, o exantema é mais presença do estreptococo
intenso, levando à formação de linhas ➢ Os testes rápidos de detecção de
transversais (sinal de Pastia). antígeno são mais imediatos, porém
com menor sensibilidade e maior custo
• O rash começa a desaparecer após a 1ª
➢ O aumento nos títulos dos anticorpos
semana, iniciando-se pela face e pescoço,
estreptocócicos (ASO e anti-DNAse B)
deixando uma descamação fina.
entre a fase aguda e a fase de
➢ Os pés e as mãos são os últimos a convalescença também é útil
descamar e o fazem de modo mais
intenso
➢ O processo se completa ao final de 3
TTO
semanas em média
• Objetiva encurtar o tempo da doença,
• As amígdalas frequentemente estão reduzir a probabilidade de transmissão,
edemaciadas, hiperemiadas e recobertas reduzir chances de complicações
por um exsudato supurativas e não supurativas, como febre
➢ A úvula também pode estar reumática → PENICILINA
hiperemiada, com petéquias, e Ze capa god
edemaciada com aspecto gelatinoso.

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