Pancreatite Aguda e Crônica
Pancreatite Aguda e Crônica
Pancreatite Aguda e Crônica
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PANCREATITE:
PANCREATITE AGUDA:
- Etiologia: litíase biliar (pedras pequenas < 5 mm), álcool (tende a ser mais grave que a biliar),
hipertrigliceridemia (acima de 500 mg/dL por definição, mas na pratica > 1000 mg/dL), drogas,
autoimune, iatrogênica (CPRE)
Quando pancreatite biliar, a dça progride após impactação da pedra, mas esta pode se
deslocar e mesmo assim, progredir a doença uma vez que os eventos iniciais já foram
desencadeados
Como a pancreatite biliar é a mais comum, o quadro pode se manifestar como um ep.
de cólica biliar (colelitíase) com história de dores em andar superior do abdome /
epigástrio / HCD, mas que dessa vez iniciaram e irradiaram pro dorso e evoluíram com
N/V
- Clínica:
Dor epimesogástrica (dor em andar superior de abdome) que irradia para o dorso tendo
em vista que o pâncreas e um órgão retroperitoneal e faz parte do intestino anterior (na
embriologia, é a primeira porção a ser formada) dor em faixa
N/V
- EF:
- Dx (2/3 critérios):
Labs: amilase ou lipase > 3X LSN se precisar escolher 1, escolha a LIPASE‼ É mais
específica do pâncreas e permanece aumentada no soro do pcte por mais tempo amilase
tbm é produzida pelas parótidas, estando aumentada quando parotidites
Nem a lipase nem a amilase são específicas do pâncreas, ainda que a lipase seja mais
específica em relação a amilase
Nenhuma delas traduz gravidade / prognóstico do quadro pcte com amilase de
1.000 não é mais grave que outro pcte com 500
Imagem: imagem sugestiva
USG de abdome: é o exame inicial a ser solicitado, sendo capaz de definir a etiologia se
pancreatite biliar com cálculo presente USG não vai ver o pâncreas, mas para
procurar litíase na vesícula
TC de abdome com contraste: é o melhor exame para avaliar o pâncreas propriamente
dito e PRINCIPALMENTE para avaliar complicações: edema ou necrose‼ idealmente,
deve ser solicitada 48h após o início dos sintomas, mas pode ser solicitada de forma
imediata quando:
o Pcte grave
o Piora importante do quadro repentinamente
o Em dúvida‼ (pcte sedado não sendo possível examinar clinicamente)
Leve (80-90% dos casos): ausência de falência orgânica e de complicações Gaso, Ht, U, Cr,
lactato todas normais
Tendo em vista que as principais complicações são edema e necrose, estes puxam
líquido (somado ao fato dos vômitos que já desidratam o pcte), levando a um quadro
de desidratação com IRA pré-renal
Grave: mesmos critérios da moderadamente grave, mas que não responde a terapia inicial‼
falência persistente‼
- Critérios de Ranson (publicado em 1974 em uma revista de GO): mnemônico LEGAL? FECHOU
(admissão e após 48h, respectivamente) critérios ≥ 3 é um pcte grave
ADMISSÃO:
L: leucocitose > 16.000-18.000/mm3. usar 16.000 como critério quando o pcte apresenta
maior potencial de ser grave: pancreatite alcoólica
NVO (por 24h ou até volta da fome e controle da dor que é o melhor parâmetro e após
retomar com dieta hipolipídicas) ou suporte nutricional (pancreatite grave) em casos graves,
o organismo direciona o sangue para os órgãos nobres, tirando o sangue do intestino e fazendo
vasoconstricção esplâncnica, podendo evoluir com necrose da parede do intestino,
translocação bacteriana (até pq não haverá peristalse e eliminação das bactérias sem dieta
enteral) e consequente infecção de parênquima pancreático
CVL antes da alta‼ se esqueceu ou não foi necessário solicitar USG, pode ser feito agora
para determinação da etiologia e se presença de cálculos na vesícula fazer CVL
Na grande maioria das vezes, o cálculo que obstruiu o esfíncter de Oddi ou a ampola de
Vater já foi expelido no TGI até por isso que na maioria das vezes o quadro é leve, pois o
insulto já foi embora
Se litíase impactada no esfíncter de Oddi, fazer CPRE o insulto que iniciou o quadro
continua‼ Podendo complicar com colangite icterícia ou colangite ou via biliar dilatada ao
USG (sinal de obstrução distal da via biliar) tbm indicam CPRE
Coleção fluida infectada: msm coisa que a fluida simples, mas aqui está infectada, formando
exsudato heterogêneo com diversos pontos pretos (gases) no exsudato
Necrose (morte do parênquima pancreático): invasão de imagem cinza escura homogêneo
no tecido pancreático
WON infectada: punção guiada + ATBC (imipenem) se punção positiva + necrosectomia após
4-6 semanas
PANCREATITE CRÔNICA:
- Etiologia: álcool (80% dos casos, sendo a principal) e fibrose cística (crianças principalmente)
- Clínica:
Dor crônica: igual a dor da pancreatite aguda a dor é desencadeada pela ativação
pancreática após ingesta de alimentos ricos m gordura principalmente dor após refeição
o pcte pode parar de comer com medo de sentir dor emagrecimento (pode estar associado
a esteatorreia como sd disabsortiva)
- Dx:
Clínica compatível
- Dxd: CA de pâncreas
- Tto: não existe tto, o que pode ser feito é evitar complicações e progressão do quadro
Dor: IBP + fracionamento das refeições a secreção pancreática apresenta pro enzimas e
bicarbonato, sendo este responsável por tamponar o conteúdo ácido do estômago, mas
também potencializa a ação da enzima pancreática. Logo, o IBP diminui a secreção pancreática
de bicarbonato e por consequência uma maior ativação das enzimas pancreáticas
CPRE deve ser feita somente quanto tto junto do dx‼ fazer somente se obstrução e fazer
esfincterotomia ou passagem de stent apresenta bons resultados quando obstrução em
cabeça de pâncreas ou em vias biliares distais não adianta para vias proximais cx de
Puestow se dor refratária (Wirsung > 7-9mm)
CA DE PÂNCREAS:
Icterícia
Sinal de Courvoisier: vesícula palpável e indolor, decorrente do acúmulo de bile nas vias
biliares e dilatação lenta da vesícula
- Dx:
Não é possível fazer biópsia‼ Vai levar a extravasamento de células para o peritônio,
havendo a chance de espalha a dça
USG de abdome dificilmente vai ser capaz de avaliar pâncreas. Contudo, é o PRIMEIRO
exame a ser solicito, pois muito provavelmente o pcte estará ictérico e é preciso descartar a
presença de cálculos nas vias biliares por estes constituírem a principal causa
adenocarcinoma ductal de cabeça de pâncreas deve ser a primeira hipótese na suspeita de TU
periampular
Marcadores tumorais são muito bons para acompanhamento da dça, mas não para dx
vigiar recidiva de dça CA 199 é o mais associado ao CA de pâncreas, devendo ser solicitado
no momento do dx para acompanhamento posterior (ter um nível basal)
- Estadiamento:
T (TU e sua extensão): avaliar invasão de tronco celíaco e seus ramos diretos a. mesentérica
superior ambos vasos irressecáveis envolvimento > 180 graus contraindica o tto cx por
ser uma alteração irressecável
M (metástase)
- Tto:
Sem invasão vascular: TU não invade tronco celíaco / ramos ou a. mesentérica superior
Tto paliativo
- Sua incidência tem aumentado, principalmente devido aos exames solicitados sem critério
- Um TU que tem em comum (todos os tipos) o conteúdo / componente cístico que pode ser
isolado ou misto (cisto + outro componente que não o cístico)
Imagem: microcístos de septos finos em aspecto de favo de mel (são septos finos e
delicados)
Amilase da punção do TU: ausente/nl
CEA: ausente/nl
Tto: cx
Amilase da punção do TU: está aumentada! Como é a única que acomete diretamente o
ducto, acumula maior quantidade de amilase e a retem
Tto: cx
Clínica: dor é o principal sintoma, também podendo gerar sintomas de efeito em massa,
como saciedade precoce, plenitude prandial
Tto: cx
CX PANCREÁTICAS:
Feita incisão logo abaixo de estômago (abaixo dos vasos gastroepiplóicos), acessando a
região de retroperitônio onde se encontra o pâncreas
- Cx de Puestow-Patington-Rochelle:
Técnica utilizada para TU de cabeça de pâncreas principalmente, mas tbm pode ser utilizada
quando não se consegue diferenciar uma pancreatite crônica de um CA de pâncreas
Retira-se a parte distal do estômago + duodeno + cabeça do pâncreas + via biliar distal
(que faz parte da cabeça do pâncreas)
3 anastomoses:
o Pancreatojejunostomia laterolateral
o Anastomose bileodigestiva (colédoco jejunostomia)
o Gastrojejunostomia
Também é
chamada de alça
única de Child
ANATOMIA DO PÂNCREAS:
- Pode ser dividido em: cabeça, corpo e calda a divisão da cabeça com o corpo é feia através
do colo do pâncreas o colo pancreático está localizado no mesmo eixo em que passam os
vasos mesentéricos a veia está colada atrás do colo pancreático e a artéria logo atrás
Cabeça: está intimamente ligado com a flexura do cólon direito e a v. cava inferior
- Manobra de Warren ou Whipple: passar o dedo ou uma veia entre a cabeça do pâncreas e os
vasos mesentéricos se o dedo passar, não há aderência tumoral aos vasos mesentéricos (na
imagem abaixo mostra a v. mesentérica superior (lembrar que primeiro vem a veia e depois a
artéria)