Síndrome Dispéptica - 17.02.2016
Síndrome Dispéptica - 17.02.2016
Síndrome Dispéptica - 17.02.2016
17.02.2016
Síndrome Dispéptica
Para que a Síndrome Dispéptica seja caracterizada, é necessário pelo menos 01 dessas características:
Dor/queimação epigástrica
Plenitude pós-prandial
Saciedade precoce
1. Refluxo
2. Úlcera Péptica
3. Câncer
4. Doença Biliar
5. Dispepsia Funcional
Indicações iniciais de EDA no paciente com Síndrome Dispéptica são características que aumentam a
chance de doença maligna (câncer):
CASO 6:
Todas as pessoas apresentam refluxo, entretanto, na maioria das vezes é FISIOLÓGICO. Para a ocorrência
de DRGE é necessário a ocorre a perda dos seguintes mecanismos antirrefluxo:
o Quadro Clínico:
1. Esofagiano:
A acidez do estômago é refluída para o esôfago, causando lesão mucosa, o que gera diferentes
sintomatologias e complicações: Pirose, regurgitação SINTOMAS TÍPICOS.
Complicações (só se encontram presentes em 50% dos pacientes): Esofagite, úlcera, estenose péptica
(disfagia), esôfago de Barret.
2. Extra-esofagiano:
o Diagnóstico:
É apenas realizado para excluir complicações da DRGE, principalmente o câncer. Sempre indicado nas
seguintes situações:
o Tratamento:
Medidas Comportamentais Antirrefluxo:
Atualmente, as principais medidas são INDIVIDUALIZADAS. O paciente tem que evitar alimentos que
desencadeiam seu refluxo e elevar a cabeceira caso os sintomas ocorram principalmente à noite. Algumas
medidas ainda universais são: Perder peso, evitar comer 2-3 horas antes de deitar e refeições fracionadas.
Tratamento Farmacológico:
1. Prócinético: Aceleram o transito intestinal, diminuindo o conteúdo gástrico. Mas NÃO possui
beneficio comprovado, logo não é mais utilizado. Exemplo: Domperidona, Plasil.
2. Inibidor de Bomba de Próton (IBP) em “dose plena”: Omeprazol 20mg, Pantoprazol 40 mg,
Esomeprazol 40 mg e Lansoprazol 30 mg. O ideal é ser prescrito em jejum pela manhã, 30 minutos
antes das refeições.
Caso haja recorrência após o término da medicação IBP “sob demanda” (quando o paciente se
tornar mais sintomático, voltar a utilizar o medicamento) ou crônico (menos utilizado).
Sem melhora IBP “dose dobrada” 2x ao dia.
Tratamento Cirúrgico:
o Indicações:
Refratariedade (sintoma mesmo com IBP 2x)
Alternativa ao uso crônico
Complicações: Estenose | Úlcera (Barret NÃO é indicação consensual para cirurgia)
Assim, nestes pacientes em que são diagnosticados tais alterações pela esofagomanometria, são utilizadas
Fundoplicaturas Parciais, que podem ser anteriores (Dor|Thal) ou posteriores (Thoupet|Lind).
Metaplasia intestinal Displasia de Baixo Grau Displasia de Alto Grau (CA in situ) Adenocarcinoma
Invasivo.
ÚLCERA PÉPTICA
Quadro Clínico:
Se for Úlcera Gástrica devemos SEMPRE biopsiar e realizar controle de cura (nova EDA) após o tratamento,
pois a biópsia pode não pegar o CA.
o Fisiopatologia:
A principal formação do ácido é no Fundo Gástrico, onde há maior concentração das Células Parietais, que
são as responsáveis pela produção do ácido.
No antro, existem as células G que são produtoras de Gastrina responsáveis por estimular as Células
Parietais. No antro e no corpo, existem as Células D que produzem Somatostatina, responsável por inibir a
produção de Gastrina pela Cél. G. Além da gastrina, a histamina, produzida pela Célula ECL, e a acetilcolina
também são importantes na estimulação da Célula Parietal.
Tipos de AINES:
Inibidores não-seletivos: Inibem tanto a COX-1 quanto a COX-2.
Inibidores seletivos da COX-2: Podem causar agregação plaquetária, pó isso seu uso é limitado.
O H. pylori também é capaz de estimular aos Linfócitos B, favorecendo o aparecimento do Linfoma MALT,
logo o tratamento inicial se baseia na erradicação da bactéria.
Diagnóstico:
Por endoscopia (Testes invasivos): Teste da Urease na biópsia | Histologia | Cultura.
Sem endoscopia (Testes não-invasivos): Teste da Ureia Respiratória | Ag fecal | Sorologia (esta NÃO
pode ser utilizada como controle de cura da infecção, pois o anticorpo pode permanecer positivo
durante meses, anos ou para sempre).
Tratamento:
o Indicações de erradicação da bactéria:
Úlcera péptica
Linfoma MALT
Dispepsia Funcional
Prevenção de Adenocarcinoma Gástrico: Pós-gastrectomia por CA, Metaplasia intestinal do
estômago, Parente de primeiro grau com CA
Uso crônico de AAS/AINES e alto risco de úlcera
o Controle de Cura:
É realizado após 4 semanas do fim do tratamento através de QUALQUER exame dos citados anteriormente,
exceto a sorologia.
Síndrome de Zollinger-Ellison
É um tumor gástrico produtor de gastrina, causando úlceras pépticas refratárias, sem associação com AINES
ou com o H. pylori, temos que pensar no Gastrinoma.
Resumo:
Dispepsia por úlcera > 45 anos OU sinais de alarme Diagnóstico por EDA + Pesquisa de H. pylori
(Invasivo) Tratamento da úlcera (IBP por 4-8 semanas) e da bactéria se presente Controle de Cura de
H. pylori e da Úlcera Gástrica com nova EDA.
Dispepsia por úlcera < 45 anos e SEM sinais de alarme Diagnóstico presuntivo + Pesquisa de H. pylori
(Não-invasivo) Tratamento da úlcera (IBP por 4-8 semanas) e da bactéria se presente Controle de
Cura de H. pylori e da Úlcera Gástrica com nova EDA.
CASO 8:
1) Não. Sorologia não serve para controle da erradicação. Teste respiratório negativo comprova a
erradicação.
2) Sim. Indicações: Refratariedade/recidiva, perfuração, hemorragia refratária e obstrução.
3) Vagotomia Superseletiva: Possui menos complicações, mas mais recidiva.
Vagotomia troncular + piloroplastia: Intermediária.
Vagotomia Troncular + antrectomia: Possui mais complicações, mas menos recidiva
Duodenal
Se a úlcera péptica estiver no cenário de hipercloridria, a cirurgia deve contemplar NO MÍNIMO Vagotomia,
associada ou não há Antrectomia.
Na cirurgia da Úlcera Gástrica devemos retirar a área gástrica que contempla a úlcera.
Úlcera Duodenal
1. Vagotomia Troncular + Piloroplastia: O nervo Vago no estômago estimula a acidez gástrica e possui
função motora, por contrair o antro. A conseqüência dessa secção é o NÃO esvaziamento gástrico.
Logo, é importante a associação com a Piloroplastia (permanentemente relaxado).
2. Vagotomia Troncular + Antrectomia: Esta cirurgia possui aumento do aporte cirúrgico, mas como
retira o Antro que possui as células produtoras de gastrina, há uma redução MUITO maior da acidez
gástrica. Possui maior chance de complicação, mas apresenta menos recidiva. É necessária a
reconstrução do trânsito através de:
Billroth I: Gastroduodenostomia
Billroth II: Gastrojejunostomia + alça aferente
3. Vagotomia Superseletiva (Gástrica Proximal): É mantida a inervação vagal que vai até o piloro, logo
não é preciso estimular o esvaziamento gástrico. Apresenta menos complicações, mas mais
recidiva.
Úlcera Gástrica:
CASO 9:
o Complicações Cirúrgicas:
1. Síndrome de Dumping: Perde a barreira pilórica Alimento é derramado diretamente no
duodenal.
Dumping Precoce: Há distensão intestinal precoce 15-20 minutos após a alimentação, com
sintomas gastrointestinais (dor, náusea, diarreia) e vasomotores (taquicardia, palpitação e
rubor).
Dumping Tardio: O pâncreas inicia uma liberação exacerbada de insulina, estimulada pelo
alimento que chega ao intestino de forma rápida. Como a glicose inicialmente também está
elevada, o paciente só apresenta sintomas de hipoglicemia após 2-3 horas após a
alimentação.
Tratamento: Dietético. Deitar logo após a alimentação e fracionar as refeições.
2. Gastrite Alcalina (ou Gastropatia por Refluxo Biliar): Ocorre por um refluxo de conteúdo biliar e
pancreático para o estômago, irritando e inflamando o órgão. As duas formas de Billroth podem
complicar com essa gastrite, entretanto é mais comum em Billroth II, pois o trânsito da bile passa
de forma fisiológica ao lado do estômago.
Clínica: Dor CONTÍNUA (o estômago está constantemente inflamado), sem melhora ao vômito
bilioso.
Tratamento: Reopera através da técnica em Y de Roux. Pode ser utilizado a colestiramina para
atenuar os sintomas, pois é capaz de inativar a bile por ser um quelante de sal biliar, entretanto a
agressão gástrica pelo suco pancreático permanece.
3. Síndrome da Alça Aferente: Está presente EXCLUSIVAMENTE em Billroth II. A alça aferente pode
sofrer uma angulação, com semi-obstrução.
Sintoma: Vômito bilioso em jato (a angulação é resolvida de repente) que leva a melhora da dor, e
pode piorar no período pós-prandial.
Tratamento: Reoperar através da técnica em Y de Roux.
Essas complicações são RARAS, logo não há necessidade de realização de forma inicial da técnica em Y de
Roux. Além disso, possui uma anastomose a mais do que as outras técnicas cirúrgicas, aumentando a
chance de complicação.
CASO 10:
1) NEM-1 (Síndrome de Wermer). SEMPRE que estiver ulcera péptica refratária, temos que pensar em
GASTRINOMA. A diarréia poderia ser causada por prolactinoma. E o hiperparatireoidismo poderia
ser a causa de osteoporose e da nefrolitíase. Para conferir o NEM-1, TEMOS que ter acometimento
dos 3 órgãos:
Pâncreas: Por exemplo, Gastrinoma (principal localização na parede do duodeno),
insulinoma.
Pituitária: Por exemplo, Prolactinoma.
Paratireoide: Por exemplo, Hiperparatireoidismo.
2) Síndrome de Zollinger-Ellison (gastrinomas). Confirmação através da gastrinemia (>1000pg/ml), pH
gástrico (<2,5), Teste da secretina (aumento de gastrinemia).
3) Terapia antissecretora intensa e localizar e extrair o tumor.
4) Pneumoperitônio, causada pó úlcera péptica perfurada.