Papper Mesa Redonda
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O Estado como autor das leis e detentor de um discurso a ser seguido (compulsoriamente?)
Como a legislação é afetada pelos autores que compõem o estado e como o social é afetado
por esse discurso
Neste texto, apresenta-se uma análise da autoria das leis a partir da perspectiva de Michel
Foucault na obra “O que é um autor?” a fim de estabelecer a função de autoria do Estado no
que diz respeito à produção legislativa e em que afeta o social a partir dos discursos que emite.
Inicialmente, faz-se necessário recapitular alguns pontos do texto que são fundamentais para o
desenvolvimento do raciocínio que aqui se apresenta. Imperioso destacar que o Foucault
sinaliza como objetivo principal não uma análise histórica ou sociológica da autoria, mas sim a
análise da relação do texto com o autor e maneira como o texto revela esta figura, a medida
em que se dá o seu apagamento.
Foucault traz dois princípios éticos da escrita contemporânea uma “indiferença”, quem implica
na questão de a escrita identificar-se com a sua própria exterioridade manifesta, sem
necessariamente aprisionar-se em sua forma exterior, seguidamente da semelhança da escrita
com a morte, onde, em nossa cultura, subverte-se a imortalidade da narrativa, como se fazia
nas epopeias gregas.
A segunda é a multiplicidade de maneiras em que se exerce a função-autor. Isso que dizer que
ela muda em relação aos discursos, épocas e civilizações. Em certos momentos, alguns
discursos circulam sem necessariamente recorrer a um autor.
quarta e última característica apresentada por Foucault, nos mostra que a função-autor não
remete pura e simplesmente a um indivíduo real, pode dar lugar simultaneamente a vários
“eus”. Todos os discursos que são providos da função-autor comportam uma pluralidade de
“eus”19. O sujeito que fala no prefácio de um tratado de matemática não é o mesmo
que fala no percurso de uma demonstração ou o que fala das dificuldades e obstáculos que
encontrou no decorrer do seu trabalho.
SA