Matemática - Fascículo 05
Matemática - Fascículo 05
Matemática - Fascículo 05
Secretaria de Secretaria de
Educação Ciência, Tecnologia
e Inovação
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Governador em Exercício
Cláudio Castro
Secretária de Estado
Maria Isabel de Castro
Secretário de Estado
Comte Bittencourt
FUNDAÇÃO CECIERJ
Presidente
Gláucio José Marafon
Seja bem-vindo a uma nova etapa da sua formação. Estamos aqui para auxiliá-lo numa jornada rumo ao
aprendizado e conhecimento.
Você está recebendo o material didático impresso para acompanhamento de seus estudos, contendo as
informações necessárias para seu aprendizado e avaliação, exercício de desenvolvimento e fixação dos conteúdos.
Além dele, disponibilizamos também, na sala de disciplina do CEJA Virtual, outros materiais que podem
site da internet onde é possível encontrar diversos tipos de materiais como vídeos, animações, textos, listas de
exercício, exercícios interativos, simuladores, etc. Além disso, também existem algumas ferramentas de comunica-
Você também pode postar as suas dúvidas nos fóruns de dúvida. Lembre-se que o fórum não é uma ferra-
menta síncrona, ou seja, seu professor pode não estar online no momento em que você postar seu questionamen-
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pondente a ele.
Bons estudos!
Função Polinomial
do 1º grau – Parte 1
Fascículo 5
Unidade 14
Função
Polinomial do
1º grau – Parte 1
Para início de conversa...
podem ajudar você a lidar com muitas situações com as quais se depara comu-
Você acha que é possível prever quanto gastarei para encher o tanque
do meu carro sem precisar, de fato, enchê-lo? E será que o dinheiro que tenho é
saber quanto custará a “corrida de táxi” até lá? E quantas unidades de um pro-
duto um vendedor precisa vender para que o salário recebido dê conta das
Bandeirada
Valor fixo que se paga em uma corrida de táxi independente da distância percorrida.
8
Seção 1
Reconhecendo a função afim
Vamos apresentar a seguir quatro problemas. É muito importante para o bom desenrolar desta aula que você
tente resolvê-los do seu jeito – e quando falamos do seu jeito, realmente queremos dizer isso: procure encontrar a
resposta para os problemas da mesma maneira que você faria, se tivesse de resolvê-los numa situação cotidiana. Con-
vidamos você a só fazer a leitura da nossa solução depois de pensar bem direitinho em como faria a sua, ok?
São Leopoldo – Ontem, dependendo do posto de combustível selecionado para abastecer, alguns motoristas
conseguiram economizar. No centro, em um posto localizado na BR-116, o preço da gasolina comum caiu de 2,65 para
2,59 reais, mesmo valor registrado por um outro posto da rodovia federal, na altura do bairro Rio dos Sinos.
Por exemplo, imagine que o litro da gasolina custe R$ 2,59. Será que é possível prever quanto custa encher o
tanque de combustível completamente vazio do seu carro, sem precisar de fato enchê-lo? E, se for possível, como
Pensou em como resolveria o problema do seu jeito? Pensou mesmo? Ótimo! Dê agora uma olhada nas nossas
soluções. Esperamos que alguma delas - ou uma combinação delas – seja muito parecida com a sua.
frente, existem muitas soluções. Uma delas seria a multiplicação direta: se um litro custa R$ 2,59, o número de litros
do tanque cheio vai custar 2,59 vezes esse número; então, se a capacidade total do tanque for de 30 litros, o custo
total do tanque cheio vai ser 2,59 x 30; se tiver 40 litros, o custo total vai ser 2,59 x 40, e assim por diante desde que
É comum também abastecer o veículo, não a partir do número de litros de combustível, mas do valor a ser
pago. É comum pedir ao frentista que “coloque 20 reais de combustível” ou “que complete o tanque”. Enquanto no
primeiro caso o valor em reais já estaria dado por você, a priori, no segundo caso você também poderia alegar – e aí
com bastante razão – que 2,59 é um número bem desagradável de multiplicar, ainda mais nas situações em que você
estivesse colocando 17 litros de gasolina, sem uma calculadora por perto. Vem daqui, então, uma outra solução para
a questão: fazer uma tabela com os valores. Ela seria mais ou menos como a que está abaixo e iria de 1 litro até o valor
do tanque cheio.
Litros 1 2 3 4 5 6 7 ...
Esse tipo de tabela é bastante comum em locais que trabalham com grande volume de vendas de uma mesma
unidade – como lojas em que se fazem cópias xerox. Da próxima vez em que for a uma loja dessas, veja se encontra
uma tabela dessas por lá. De qualquer forma, é importante destacar o processo de formação dessa tabela: um litro
custa uma vez o valor do litro, dois litros custam duas vezes o valor do litro, três litros custam três vezes o valor do
litro – e assim por diante. Mantenha isso em mente ao longo desta nossa conversa, ok?
Muito bem, vamos agora ao problema seguinte: Ana quer comemorar o aniversário de sua filha com um buffet
que cobra por uma festa infantil R$ 500,00 fixos + R$ 30,00 por pessoa. Ana tem 80 convidados e fez uma reserva de R$
3.200,00 para gastar com o buffet. Ana pode contratar esse buffet? Aliás, com esse valor, qual a quantidade máxima de
pessoas que ela pode convidar? Novamente, vale aquela recomendação: faça do seu jeito, como se estivesse lidando
com esse problema no seu dia-a-dia. Só depois dê uma olhada no que propomos como solução.
Podemos apresentar a solução? Muito bem! Uma maneira bastante comum de fazer o problema é simples-
mente ir somando: como cada convidado custa 30 reais, 80 convidados custarão 80x30 = 2400 reais. Como o custo
total é a soma do custo fixo (500 reais) com o custo dos convidados, teremos que o custo total da festa para os 80
convidados é de 500 + 2400 = 2900 reais. Como Ana tem 3200 reais guardados, poderá contratar o buffet e ainda
10
Para responder à segunda parte da pergunta, poderíamos proceder de duas maneiras: a primeira seria descon-
tar, do que ela tem reservado, os 500 reais do custo fixo (3200 – 500 = 2700) e, em seguida, dividir os 2700 reais que
resultaram dessa operação pelo custo de cada convidado, 30 reais. Neste caso, teríamos 2700/30 = 90 convidados. A
outra maneira seria ver que os 300 reais que sobrariam, caso Ana contratasse festa para 80 convidados, poderiam ser
usados para contratar festa para mais convidados. Como cada convidado custa 30 reais, 300 reais seriam suficientes
para chamar mais 10 convidados – além dos 80 contratados na primeira leva. Assim, seria possível contratar um má-
ximo de 90 convidados.
Podemos expressar o valor P pago por Ana em função do número x de convidados: P = 30.x + 500.
Aqui, temos algumas ideias a destacar. A primeira delas é a de que o dinheiro guardado por Ana deu para
contratar o buffet – o que teria acontecido, se Ana tivesse guardado, digamos, R$ 3210? Vá pensando nisso, que
responderemos mais adiante. A outra ideia é a de que este problema tem algo muito importante em comum com o
anterior: o custo total varia em função de uma determinada quantidade – e da mesma maneira. No caso do tanque,
um litro custa R$ 2,59; dois litros custam duas vezes R$ 2,59, etc. No caso no buffet, um convidado custa R$ 30,00, dois
convidados custam duas vezes R$ 30,00 etc. A diferença entre os exemplo está no fato de haver um custo fixo inicial
para a festa e não haver um custo fixo inicial para o preenchimento do tanque. Uma festa para zero convidado custaria
R$ 500, enquanto um tanque vazio custaria zero reais. Vá prestando atenção nisso ao longo da leitura dos próximos
problemas, ok?
Agora observe os exemplos de Paulo e Sílvio e tente resolvê-los da sua maneira. Caso tenha dificuldades, uma
Na cidade em que a irmã de Paulo, Patrícia, mora, a corrida de táxi é calculada da seguinte maneira: R$ 5,20
de bandeirada e R$ 1,05 por quilômetro rodado. Paulo chegou hoje à cidade para visitar sua irmã e desembarcou na
rodoviária, que fica a 35 km da casa de Patrícia. Se Paulo pegar um táxi da rodoviária à casa de sua irmã, quanto ele
vai gastar?
Você consegue ajudar Paulo a saber quanto ele vai gastar nesse trajeto? Pensou? Veja então se sua ideia foi
Como cada quilômetro custa R$ 1,05, temos que: 1 km custa R$ 1,05; 2 km custam R$ 2,10 (2x1,05); 3 km cus-
tam R$ 3,15 (3x1,05) e assim por diante. Como o trajeto de Paulo tem 35 km, temos que multiplicar 1,05 por 35 e en-
contraremos 36,75 (1,05x 35 = 36,75). Não podemos esquecer que ao entrar no táxi o passageiro paga, independente
dos quilômetros rodados, um valor fixo, chamado bandeirada, nesse caso, no valor de R$ 5,20. Assim, o valor total do
trajeto será de 36,75 (pelos quilômetros rodados) mais 5,20 (da bandeirada), que resulta em R$ 41,95.
Como expressar o valor V a ser pago em função da distância x percorrida em quilômetros? V = 1,05.x + 5,20.
seguinte conta para calcular seu salário: uma parte fixa de R$ 1.000,00 e R$ 60,00 por cada colchão vendido.
Nesse mês, a despesa mensal prevista por Sílvio será de R$ 3840,00. Quantos colchões, no mínimo, Sílvio deve-
rá vender para que seu salário do mês cubra sua previsão de despesas?
E aí, descobriu qual a quantidade de colchões? Sim? Então observe como pensamos:
A despesa de Silvio, prevista nesse mês é de R$ 3840,00. Sabemos que ele ganha um salário fixo de R$ 1000,00.
Assim, ainda faltam R$ 2840,00 (3840 – 1000) para que ele cubra suas despesas. Como ele ganha R$ 60,00 por colchão,
uma maneira de descobrir quantos colchões ele deve vender para cobrir essa despesa é dividir o valor restante da
despesa de R$2840 por 60 e encontraremos 47,333... (2480:60 = 47,333...). Como não é possível vender essa quantida-
O salário S de Sílvio pode ser expresso em função da quantidade x de colchões vendidas por ele: S = 60.x + 1000.
Na próxima unidade, veremos como podemos representar esses problemas por meio de gráficos.
Será que você conseguiu perceber o que estes quatro problemas têm em comum? Ficou claro para você que
um valor está sempre relacionado com outro? Ou melhor, que um valor varia sempre em função de outro?
Vamos relembrar: o valor gasto no posto ocorre em função da quantidade de combustível colocado, o valor
do buffet varia em função do número de convidados, o valor a pagar na corrida do táxi se modifica em função dos
quilômetros percorridos e o salário de Silvio varia em função da quantidade de colchões vendidos. Além disso, você
percebeu que, em alguns casos, essa função pode ser composta de uma parte fixa mais um valor que varia sempre
f(x) = ax + b, em que a e b são números reais e o coeficiente a deve ser diferente de zero. Uma função desse tipo
é chamada de função polinomial do 1º grau ou função afim.
Não esqueça que os chamados coeficientes são números reais; portanto, os exemplos abaixo representam
g(t) = 6t onde a = 6 e b = 0
3
h(x) = 3 × -7,5 onde a = e b = -7,5
8 8
v(s) = s + 3 onde a = 1e b = 3
12
O coeficiente de x (nessa explicação, representado por a) é chamado de taxa de variação da função
polinomial do 1º grau. Nos exemplos anteriores é fácil perceber que o coeficiente a determina como
variam os valores da função: para cada novo convidado da festa de Ana, o valor do buffet aumenta
R$30,00; para cada quilômetro rodado de táxi, o valor a ser pago aumenta R$1,05; para cada colchão
vendido, o salário de Silvio aumenta R$60,00.
Analise se as funções abaixo são afins (do tipo f(x) = ax + b, a, b ∈ e a≠0) e, em caso
afirmativo, se os coeficientes estão nomeados corretamente.
a) f(x) = -1 + 6x a = -1 b=6
−4 × −4
b) f(x) = -8 a= b = -8
7 7
c) f(x) = 9 a = 9 b=0
Seção 2
Modelando e encontrando os valores da
função afim
Você já conseguiu perceber como essa Matemática mais formal se aplica aos problemas da primeira seção? Se
já conseguiu perceber, ótimo! Leia as próximas páginas atentamente para verificar se sua percepção coincide com a
nossa. Se não conseguiu perceber, não tem problema! Explicamos tudo nas páginas seguintes. Vamos lá?
Ana quer comemorar o aniversário de sua filha com um buffet que cobra por uma festa infantil R$ 500,00 fixos
e R$ 30,00 por pessoa. Ana tem 80 convidados e fez uma reserva de R$ 3 200,00 para gastar com o buffet. Ana pode
Vejamos:
x: número de convidados
Como, por cada convidado, ela paga R$ 30, devemos multiplicar x por 30, então, a por ser o número que mul-
a = 30
Além de cobrar por pessoa, o buffet cobra um valor que não varia, ou seja, constante de R$ 500. Então, deve-
mos substituir o valor constante, nesse caso b, por 500.
b = 500
Assim:
f(x) = 30 . x + 500
f(x) = a . x + b
O valor cobrado vai variar em função do número de convidados. Essa relação será uma função do tipo f(x) = ax
+ b, a, b ∈ e a≠0
f(80) = 30 . 80 + 500
f(80) = 2900
Após realizar essas contas, você descobre que, se contratar esse buffet, Ana vai gastar R$ 2.900,00. Como Ana
reservou R$ 3 200,00 para gastos com o buffet, ela poderá contratar esse serviço com tranquilidade.
14
Voltando ao problema do posto, vamos representar:
Como cada litro de combustível custa R$2,59, devemos multiplicar por 2,59 a quantidade de combustível,
representada por c.
a = 2,59
Como não há um valor fixo, ou seja, só há cobrança se você colocar alguma quantidade de gasolina significa
b=0
Desta maneira, nosso problema pode ser representado pela seguinte função:
V(c) = 2,59 . c + 0
f(x) = a . x + b
Lembra o problema do Paulo que tem de pegar o táxi da rodoviária até a casa da sua irmã? Então vamos
modelá-lo:
Modelando:
Além de cobrar por quilômetro, o taxista cobra um valor que não varia, chamado bandeirada, que custa R$ 5,20.
Assim:
f(x) = a . x + b
V(35) = 41,95
Então, Paulo vai gastar R$ 41,95 no trajeto de táxi da rodoviária até a casa de sua irmã.
Modelando:
Como Sílvio ganha R$ 60 por colchão vendido, devemos multiplicar c por 60.
Além da comissão com a venda dos colchões, Sílvio ganha 1000 reais fixos.
Logo:
S(c) = 60 . c + 1000
f(x) = a . x + b
Após fazer essa correspondência, é possível perceber que essa situação também pode ser modelada por uma
função afim.
Como Sílvio precisa de R$ 3.840 para cobrir suas despesas, substituiremos S(c) por 3840; logo:
3840 - 1000 = 60 c
2840 = 60c
2840
c=
60
c = 47,333...
16
Uma vez que não é possível vender 47,333... colchões, Sílvio precisa então vender, pelo menos, 48 colchões.
E aqui já respondemos à pergunta que fizemos quando falamos do problema da Ana. Lembra qual era? Cons-
tatamos que o valor que ela tinha guardado, R$ 3200, era o valor exato para contratar uma festa para 90 pessoas. Per-
guntamos o que aconteceria se ela tivesse guardado 3210 reais. Com esse valor, ela poderia contratar uma quantida-
de fracionária de pessoas – o que não existe no mundo real. Assim, com 3210 reais, ela continuaria podendo contratar
uma festa para, no máximo, 90 pessoas. A diferença é que sobrariam 10 reais. Se ela juntasse mais 20 reais a estes 10
que sobraram, poderia convidar mais uma pessoa – a de número 91 - para a festa.
Brasil, por exemplo, e graus Fahrenheit (o F), como nos países de língua inglesa.
Então, você saberia dizer em quantos graus Celsius ficou a temperatura em Nova
Em uma cidade turística, duas empresas de aluguel de carros praticam as seguintes taxas:
18
Seção 3
Zero ou Raiz da função afim
Há alguns meses, Carla abriu seu próprio negócio para vender salgadinhos. Logo no início, Carla vendeu uma
média de 1200 salgadinhos por mês. Empolgada com o sucesso do negócio, pediu para seu irmão, Antônio, descobrir
quantos salgadinhos ela deveria vender por mês para continuar tendo lucro.
Para resolver o problema, Antônio modelou o lucro da venda de salgados da sua irmã e obteve a função L(s) =
Com a função que Antônio obteve, você consegue ajudar Carla a descobrir essa informação?
Lucro
Ganho, vantagem ou benefício que se obtém de alguma coisa,ou com uma atividade qualquer.
Antônio explicou à sua irmã as contas feitas para resolver o problema. Acompanhe a resolução e veja se seus
Ele explicou à Carla que ao descobrir a quantidade necessária que ela deve vender para cobrir seus custos, ou
seja, não ter lucro nem prejuízo, toda venda a partir dessa quantidade será lucrativa. Lembrando que para não ter
lucro nem prejuízo, o valor de L deve ser de zero Real. Assim, descobrindo a quantidade s de salgadinhos que preci-
sam ser vendidos para que o “lucro” seja zero, L(s) = 0, ao vender qualquer quantidade maior que essa encontrada, ela
terá lucro.
Prejuízo
Retomando a função encontrada por ele: L(s) = 4s – 2340 e com a informação que L(s) deve ser zero, teremos:
L(s) = 4s – 2340
0 = 4s – 2340
4s = 2340
2340
s=
4
s = 585
Em linguagem Matemática, dizemos que nessa função L(s) = 4s – 2340, s = 585 é o zero ou a raiz da função, pois
O valor da variável que torna o valor da função f(x) igual a zero, é chamado de zero ou raiz da função.
Encontrando a raiz
20
Física e função afim
Em uma experiência, a posição (S) de uma partícula varia em função do tempo (t) e
S (t) = 20 + 5t
a. Encontre o valor de t para que se tenha S(t) = 0.
b. Analise o resultado encontrado no item a e a situação problema proposta e veja
se são compatíveis.
Seção 4
Função linear, um caso particular
Celso é motorista de caminhão. Suponha que, em uma rodovia bem conservada, Celso consegue manter a
velocidade constante de 85 km/h. Em quanto tempo Celso percorrerá os 510 km dessa rodovia?
Tempo (horas) 1 2 3 4 5 6
Distância
85 170 255 340 425 510
(quilômetros)
Nesse caso, com o auxílio da tabela, você pode rapidamente identificar que Celso levará 6 horas para percorrer
os 510 km da rodovia, a uma velocidade de 85 km/h. Mas, nem sempre esse resultado vem de maneira tão rápida.
Então, uma maneira de encontrar esse tempo sem o auxílio da tabela é modelar esse caso como uma função linear.
Como a velocidade foi constante, de 85 km/h, significa que, a cada hora, Celso percorrerá 85 km.
f(x) = 85x
510 = 85x
510
x=
85
x=6h
Assim como na tabela, o tempo para que Celso percorra 510 km, a essa velocidade constante, é de 6 h.
Note que esse problema poderia ser resolvido de outra forma. Nesse caso, por se tratarem de grandezas dire-
1 hora → 85 km
x horas → 510 km
. Direta: enquanto uma grandeza é multiplicada por um fator k, a outra também é multiplicada pelo
mesmo fator k;
. Inversa: enquanto uma grandeza é multiplicada por um fator k, a outra é multiplicada pelo inverso
de k (ou seja, 1/k).
Quando temos situações que envolvem proporcionalidade direta, é sempre possível resolvê-las, modelando-
22
Um bom exemplo de modelagem por função linear é o nosso problema do posto. Veja só:
V(c) = 2,59 . c
onde:
Em geral, os tanques dos carros têm capacidade para 50 litros de combustível. Vamos supor que o tanque está vazio.
Assim, temos:
c = 50 litros
logo:
V(50) = 2,59 . 50
Para encher um tanque vazio com capacidade de 50 litros, com cada litro custando R$ 2,59, você vai precisar
de R$ 129,50.
No salão de beleza
Ana é cabeleireira. Para realizar um tratamento em 5 clientes, com cabelos médios,
ela gasta 3 potes de creme. Quantos potes desse mesmo creme ela vai gastar para fazer o
Como foi possível observar ao longo dessa unidade, tanto função afim como a função linear (caso particular
de função afim) são grandes aliadas na modelagem de situações para resolução de inúmeros problemas do
dia a dia. Após esse estudo, estamos prontos para calcular valores, muitas vezes encontrados de maneira
intuitiva, de uma função afim o que nos permite de uma maneira mais formal encontrar e prever resultados
importantes em diversas situações. Também vimos exemplos da utilização do zero da função afim e desta
maneira foi possível entender sua aplicabilidade.
Outros campos, além da Matemática, fazem uso da função afim, como a Física, a Economia, etc. Ou seja,
esse é um tema interdisciplinar.
Portanto, aproveite todas as ferramentas e os conhecimentos adquiridos nessa unidade para facilitar seu
cotidiano e para, quem sabe, elaborar teorias ousadas.
Resumo
y = ax + b ou f(x) = ax + b, a, b ∈ a ≠ 0
Função linear
f(x) = ax, a ∈ , a ≠ 0, b = 0
Valor da função
Basta substituir na função o valor da variável desejado (nesse caso, o x que está sendo utilizado como a letra
que representa a variável, como definido no tópico acima)
ax + b=0 a, b ∈ e a≠0
24
Veja Ainda
Uma opção interessante de atividade, envolvendo função afim, é essa sugestão de bingo dada por Ariana Cos-
ta Silva e Ana Paula Florencio Ferreira, em um artigo publicado no VI Encontro Paraibano de Educação Matemática,
realizado em 2010. Você pode encontrar o passo a passo, as regras e os objetivos desse bingo diferente, acessando:
http://www.sbempb.com.br/anais/arquivos/trabalhos/re-17498113.pdf
http://www.mundoeducacao.com.br/matematica/funcao-afim-aplicada-cinematica.htm e acompanhar um
Referências
Livros
ALMEIDA, Nilze de; DEGENSZAJN, David; DOLCE, Osvaldo; IEZZI, Gelson; PÉRIGO, Roberto. Matemática Ci-
ência e Aplicações 1. Segunda Edição. São Paulo: Atual Editora, 2004.157p.
BOYER, Carl B. História da Matemática. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1996.
CARVALHO, Paulo Cezar Pinto; LIMA, Elon Lages; MORGADO, Augusto César; WAGNER, Eduardo. Temas e
Problemas. Terceira Edição. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2001. 193 p.
______________________. A Matemática do Ensino Médio Volume 1. Sétima Edição. Rio de Janeiro: So-
ciedade Brasileira de Matemática, 2004. 237 p.
DANTE, Luiz Roberto. Matemática Contexo e Aplicações Volume 1. Primeira Edição. São Paulo: Editora
Ática, 2011. 240p.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa.
Quinta Edição. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999. 2128 p.
Imagens
• http://www.sxc.hu/photo/475767
• http://www.sxc.hu/photo/517386
• http://www.sxc.hu/985516_96035528
Na seleção para as vagas deste anúncio, feita por telefone ou correio eletrônico, propunha-se aos candidatos
uma questão a ser resolvida na hora. Deveriam calcular seu salário no primeiro mês, se vendessem 500m de tecido,
com largura de 1,40 m, e, no segundo mês, se vendessem o dobro. Foram bem sucedidos os jovens que responderam,
respectivamente,
a) R$ 300,00 e R$ 500,00.
b) R$ 550,00 e R$ 850,00.
c) R$ 650,00 e R$ 1000,00.
d) R$ 650,00 e R$ 1300,00.
e) R$ 950,00 e R$ 1900,00.
Resposta: Letra c
Comentários:
Para calcular quantos metros quadrados foram vendidos, devemos multiplicar a largura pelo comprimento:
Salário: 650
Salário: 1000
Observe que, dobrando a venda, não dobramos o salário. Qual deveria ser a venda, então, para dobrar
o salário do 1º mês?
Atividade 1
28
Atividade 2
Como a relação é
F = 1,8C + 32
8 = 1,8C + 32
1,8C = 8 – 32
1,8C = -24
C = -13,333...
Atividade 3
a) Modelando:
A(q) = 3,40q + 35
b) Modelando:
B(q) = 2,70q + 55
c) Calculando
A(45) = 3,4.45 + 35
A(45) = 153 + 35
A(45) = 188
B(45) = 2,7.45 + 55
B(45) = 121,5 + 55
3,40q + 35 = 2,70q + 55
0,70q = 20
Atividade 4
a) 5r - 9 = 0
5r = 9
9
r=
5
3
b) x=0
4
x=0
c)6 + 4t = 0
4t = -6
-6
t=
4
n -1
e) =0
2
n – 1 = 0.2
n–1=0
n=1
Atividade 5
a) 20 + 5t = 0
5t = -20
30
t = -20/5
t = -4
b) Como o zero da função é negativo, ele não é compatível com a situação proble-
Atividade 6
Modelando o problema
3c
P(c) =
5
p - representa o número de potes de creme
P(8) = 3 . 8
5
P(8) = 24/5
P(8) = 4,8
Exercício 1
Um vendedor possui um gasto mensal de R$ 550,00 e cada produto é vendido por R$ 5,00. Sua renda é variável
Exercício 2
O salário mensal dos empregados de uma empresa é constituído de uma parte fixa de R$ 700,00 e uma parte
variável correspondente a produtividade.
Exercício 3
A lucratividade de uma empresa é representada pela função L(v) = 3v – 300, sendo v o número de produtos
vendidos.
Qual o número mínimo de produtos vendidos para que a empresa não tenha prejuízo?
A posição de uma partícula é dada pela função S(t) = 15 – 3t, sendo t o tempo gasto dessa partícula em segundos.
Exercício 5
A lucratividade de uma imobiliária é representado pela função f (x) = 30x – 600, sendo x o número de terrenos
vendidos. Qual a quantidade mínima de terrenos que essa imobiliária tem que vender para ter lucro?
Exercício 6
Um veículo mantém uma velocidade constante de 105 km/h. Qual o tempo gasto por esse veículo após
Exercício 7
Um posto de combustível oferece um preço promocional de R$ 1,99 por litro, se o cliente abastecer a partir de
30 litros. Qual o valor pago por um cliente que abasteceu 50 litros de combustível?
Exercício 8
O proprietário de uma fábrica de chinelos verificou que, quando se produziam 600 pares de chinelos por mês,
o custo total da empresa era de R$14000,00 e quando se produziam 900 pares o custo era de R$15.800,00. O gráfico
que representa a relação entre o custo mensal (C) e o número de chinelos produzidos por mês (x) é formado por pon-
34
Qual o valor do custo máximo mensal, em reais, se a capacidade máxima de produção da empresa for de 1.200
chinelos/mês?
Exercício 9
Uma grande empresa recebeu 5750 currículos de profissionais interessados em participar do processo de se-
leção para preenchimento de vagas de estágios. O departamento de Recursos Humanos (RH) da empresa é capaz
de, por meio de uma triagem, descartar 300 currículos por semana, até que sobrem 50 nomes de candidatos que
Exercício 10
Qual será o ‘‘peso’’ desse atleta após uma semana desse treinamento?
Exercício 11
Em uma cidade, a empresa de telefone está promovendo a linha econômica. Sua assinatura é R$ 20,00, in-
cluindo 100 minutos a serem gastos em ligações locais para telefone fixo. O tempo de ligação excedente é tarifado
em R$ 0,10 por minuto. Qual a lei da função que representa o valor (V) mensal da conta?
Exercício 12
Uma locadora possui um custo mensal de R$ 540,00 e o preço do aluguel dos DVDs é de R$ 4,50. Quantos DVDs
alugados serão necessários para que essa locadora não tenha prejuízo?
O rendimento mensal, em reais, de uma aplicação financeira é expressada pela função f (x) = 2x + 20, sendo x
a quantidade de meses da aplicação. Quantos meses serão necessários para que o rendimento seja igual a 36 reais?
Exercício 14
Os preços dos produtos de um mercado sofrerão aumentos de 2% nesse mês e mais R$ 0,14 no próximo mês.
Qual a expressão que representa os preços dos produtos ao final desse período?
Exercício 15
A lucratividade de uma empresa é dada pela função L(x) = 750x –10510, sendo x a quantidade de meses.
Quantos meses, no mínimo, serão necessários para que essa empresa tenha lucro?
36
Gabarito
Exercício 1
A B C D
Exercício 2
A B C D
Exercício 3
A B C D
Exercício 4
A B C D
Exercício 5
A B C D
Exercício 6
A B C D
Exercício 8
A B C D
Exercício 9
A B C D
Exercício 10
A B C D
Exercício 11
V(x) = 20 + 0,1x.
Exercício 12
120 DVD’s.
Exercício 13
8 meses.
38
Exercício 14
Exercício 15
14 meses.
timos 30 anos
10 de fevereiro de 2011
rativo que revela como a população do planeta ganhou peso nos últimos 30 anos.
É possível inclusive ver a situação do Brasil. Basta selecionar o país numa lista
que fica no canto direito. Homens e mulheres brasileiros hoje estão com sobrepeso.
Fonte: http://saude.abril.com.br/blogs/emagreca-com-saude/2011/02/10/grafico-de-jor-
nal-americano-mostra-como-o-mundo-engordou-nos-ultimos-30-anos/
Você já reparou que todos os dias nos deparamos com inúmeras informa-
Basta abrir um jornal, uma revista ou pesquisar na Internet que você per-
ceberá que está imerso em um mundo rodeado de informações que são transmi-
Na matéria do site que aparece no início desta unidade, ao clicar em gráfico interativo você pode fazer a simu-
lação do índice de massa corporal de homens e mulheres do mundo inteiro de 1980 até 2008.
Em 1980 Em 2008
IMC
(Índice de Massa Corporal) – fator para a avaliação do peso ideal dos indivíduos. É calculado através do quociente (divisão) entre
a massa do indivíduo (em quilogramas) e o quadrado da sua altura (em metros). No site http://dab.saude.gov.br/nutricao/ , é
possível calcular o seu IMC e saber se o seu peso é ou não ideal.
44
Ao analisar esses dados, o que você pode concluir?
Atividade
Nesta unidade, continuaremos estudando as funções afins, entendendo como é possível representá-las por
meio de gráficos.
Objetivos de Aprendizagem
No estudo das funções e da Matemática em geral, é sempre interessante que o estudante associe os conceitos
estudados em sala com o seu cotidiano. A vivência de situações práticas constitui um importante apoio no processo
ensino-aprendizagem, sendo facilitadora da assimilação de conteúdos. Por exemplo, imagine que você foi ao merca-
do comprar carne, que está em oferta, e decide comprar alcatra que está custando R$9,00 o quilo. Como determinar
uma maneira de se calcular o valor a ser pago por uma quantidade qualquer de alcatra?
Como vimos na unidade anterior, esse tipo de problemática é resolvido através da função afim. Você já conse-
gue facilmente perceber que ao multiplicarmos o preço da carne (R$9,00) pela quantidade de carne (em quilogramas)
Desta maneira, podemos escrever f(x) = 9x como a função que representa a situação descrita no problema: o
valor total a ser pago f(x) em função da quantidade x (em quilograma) de alcatra cujo quilograma custa 9 reais.
Você percebeu que estamos representando de duas formas distintas uma mesma situação real? Na primeira vez,
descrevemos a situação em linguagem natural e na segunda, na forma de linguagem algébrica (através da função afim).
Além dessas duas maneiras, podemos também representar essa mesma situação, através da tabela de valores
e através de gráfico.
46
x f(x) = 9x
1 kg R$ 9,00
3,5 kg R$ 31,50
5,25 kg R$ 47,25
Para construirmos uma tabela, basta escolhermos um valor para uma das variáveis (x ou f(x)) e determinarmos
o valor da outra variável através da sua lei de formação (nesse caso f(x) = 9x). No nosso exemplo, analisando a 1ª linha
temos: Se compramos 3,5 kg pagamos R$31,50 (9x3,5) pela carne ou, se pagamos R$31,50 pela carne significa que esta-
mos comprando 3,5 kg (31,50÷9). Já se comprarmos 5,25 kg de carne, pagaremos R$ 47,25 (5,25x9) e assim por diante.
Podemos exibir as informações contidas na tabela acima no plano cartesiano, marcando pontos da forma (x,f(x)).
A escolha de outros valores para x implica em marcarmos novos pontos do plano cartesiano. Veremos mais
adiante que os pontos da forma (x, f(x)), com f(x) = ax + b (uma função polinomial do 1º grau), estão alinhados.
No exemplo a seguir, vamos entender melhor como podemos interpretar dados em um gráfico.
Exemplo: O gráfico representado na Figura 1 demonstra a evolução de casos da influenza A (vírus H1N1).
Observe que são dois eixos: um vertical que descreve o número de casos e um horizontal que relata as semanas
de acompanhamento da epidemia.
48
Analisando a 34a semana, percebemos que o número de casos gira em torno de 900, ou seja,no acompanha-
Analisando novamente o gráfico da Figura 1, vemos que o número de casos é praticamente zero na 36a semana.
50
Atividade 2
O gráfico a seguir relaciona a taxa de inatividade (%) e a renda familiar (em Reais)
a. Considere uma função real dada por f(x) = x + 2. Vamos escolher três valores
para x: 1, 2 e 3. Determine f(1), f(2) e f(3). Preencha a seguinte tabela com esses
valores:
Ponto x f(x)
A 1
B 2
C 3
Mostre que esses três pontos estão alinhados. Para isso, mostre que a distância de A
52
Será que foi uma coincidência os valores escolhidos na atividade anterior nos fornecerem
pontos alinhados através da função? No link http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view.
php?id=131066&chapterid=30720 (Acesso em 17/02-13) você pode encontrar uma demonstração de
que os pontos que pertencem ao gráfico de uma função polinomial do 1º grau estão alinhados.
Seção 2
Crescente ou decrescente?
Observe novamente os gráficos da seção anterior e tente descobrir alguma diferença entre eles.
Figura 2: (a) Relação entre idade e largura de um órgão. (b) Relação entre semanas de acompanhamento da epidemia do
vírus H1N1 e o número de casos.
A diferença existe porque alguns são gráficos de funções crescentes como no exemplo ao lado. Veja que à
Note que no gráfico da Figura 4 à medida que o valor de x aumenta, o valor de y vai diminuindo.
Será que você já pode dizer se as funções a seguir são crescentes ou decrescentes, apenas observando sua
representação gráfica? Confira seu entendimento a esse respeito, fazendo a próxima atividade.
54
Atividade 4
b. y = -2x + 5
d. y=x
56
e. y = x + 0,5
f. y = -4x – 3,2
Uma função f é crescente se, dados dois valores x1 e x2 do seu domínio tais que x1< x2, temos que f(x1) <
f(x2).
A função f será decrescente se, dados dois valores x1 e x2 do seu domínio tais que x1< x2, temos que f(x1)
> f(x2).
Em certos problemas, estamos interessados em saber se uma função assume valores positivos ou ne-
gativos. Estudar o sinal de uma função significa dizer quais são os valores de x que tornam f(x) > 0, f(x)
= 0 ou f(x) < 0.
Graficamente, é possível estudar o sinal de uma função. A parte do gráfico que se encontra acima do
eixo x é formada por pontos cujas ordenadas são positivas, isto é, para valores de x que são abscissas
de pontos situados acima do eixo x a função assume valores positivos. Analogamente, a parte do gráfi-
co que se encontra abaixo do eixo x é formada por pontos cujas ordenadas são negativas.
y>0, se x>2
y<0, se x<2
58
Analisando o sinal da função, você consegue saber que valores são positivos, nulo ou negativos, o
que pode auxiliá-lo a resolver muitos problemas principalmente os relacionados à inequação. Você vai
estudar esse assunto mais adiante.
Até agora, aprendemos a identificar, interpretar e determinar algumas características do gráfico da função afim.
Considere a função real definida por f(x) = 3x – 6. Vamos construir o seu gráfico, seguindo o seguinte roteiro:
A função é f(x) = 3x - 6. Logo, a taxa de variação é igual a 3. Como o valor da taxa de variação é positivo, ou seja,
PASSO 2: Como o gráfico da função afim é uma reta, precisamos descobrir apenas dois pontos, uma vez que
Neste exemplo, vamos encontrar o valor da função para x = 0 e para x = 2. Você poderia escolher outros valores.
1. A função é crescente
60
No plano cartesiano, cada ponto do plano está associado a dois números reais. O primeiro representará
o valor do eixo das abscissas (x) e o segundo, o valor do eixo das ordenadas (y), determinando, dessa
forma, um ponto nesse plano.
PASSO 4: Para construímos a representação gráfica de uma função, primeiro devemos traçar os eixos das abs-
PASSO 6: E para finalizar unimos os pontos marcados, construindo uma reta que passa por eles.
Mas será que sempre devemos traçar uma reta ligando os dois pontos? Depende da situação-problema proposta.
62
Para avançamos em nosso estudo de gráficos, convido você a relembrar um exemplo que vimos na unidade
anterior a essa. O Buffet que Ana contratou para o aniversário de sua filha. Relembre o caso conosco.
Ana quer comemorar o aniversário de sua filha com um buffet que cobra por uma festa infantil R$ 500,00 fixos e R$
30,00 por pessoa. Ana tem 80 convidados e fez uma reserva de R$ 3.200,00 para gastar com o buffet. Ana pode contratar
esse buffet? Aliás, com esse valor, qual a quantidade máxima de pessoas que ela pode convidar? (...)
Imagine, então, que você é dono desse buffet e para facilitar a visualização de seus clientes, você resolve cons-
truir um gráfico que mostra como o orçamento da festa varia de acordo com a quantidade de pessoas. Como você
Vamos construir o gráfico da função f(x) = 30x + 500, que representa, como já vimos, o valor da festa infantil,
A função é f(x) = 30x + 500. Logo, a taxa de variação: é igual a 30. Como o valor da taxa de variação é positivo,
Neste exemplo, vamos encontrar o valor da função, quando x = 0 e quando x =80 que são valores importantes
buffet é de R$ 500,00.
Quando x= 80 (número de convidados de Ana), temos que f(80) = 30(80) + 500 = 2.900. Com esse resultado,
podemos concluir que o buffet cobra R$ 2.900,00 para realizar uma festa infantil para 80 convidados.
Note que, nesse exemplo, x assume somente valores inteiros maiores ou iguais a zero, uma vez que representa
o número de convidados. Nesse caso, teríamos um conjunto discreto de pontos alinhados. Não teríamos uma reta
Os pontos que fazem parte do gráfico dessa função seriam: (0,500), (1,530), (2,560), (3,590), ...
Dessa forma, vemos que observar o conjunto de valores que x pode assumir é importante para a construção
Dispondo dessa representação gráfica, você como dono do buffet, pode auxiliar seus clientes de modo rápido
Agora é sua vez de construir o gráfico de um outro problema, visto na unidade anterior. Mãos à obra!
64
Lembra-se do Silvio que conhecemos na unidade anterior? O vendedor de uma loja de
colchões e cujo salário é de 1000 reais fixos mais uma comissão de 60 reais por colchão vendido?
Imagine que você é gerente do Sílvio e quer construir o gráfico que representa o sa- 6
lário de Silvio para incentivá-lo a vender mais. Lembre-se o salário de Sílvio é dado por S(c)
= 1000 + 60c, e que o número de colchões vendidos deverá ser representado por um nú-
mero inteiro, maior ou igual a zero, e por isso, os pontos obtidos não poderão ser ligados!
Seção 4
Observando gráficos. Enxergando funções.
Nesta seção, vamos percorrer o sentido inverso ao que tomamos durante as seções anteriores, onde partimos
da função afim para a interpretação, classificação e construção de seu gráfico. Agora vamos verificar que a partir da
análise cuidadosa das informações apresentadas em um gráfico, é possível chegar a várias conclusões. Uma delas é
rar o dinheiro, seu gerente entregou um gráfico (Figura 9), representando o valor devido ao longo dos meses que o
66
Uma maneira para resolver esse problema, é descobrir a função que determina esse gráfico. Veja o passo a
PASSO 1: Identificar dois pontos que pertençam ao gráfico e por consequência à função que o determina:
Basta encontrar dois pontos, pois assim teremos apenas duas incógnitas para encontrar.
Substituindo os valores dos pontos (x1,y1) e (x2, y2) encontrados no gráfico, teremos de encontrar os
valores de a e b, para determinar a função afim f(x) = ax + b.
PASSO 2: Montar um sistema de equações, substituindo os valores dos pontos na função, ou seja, em f(x) = ax + b.
Considerando o primeiro ponto que identificamos no gráfico, temos que, quando o tempo é zero (ou
seja, antes de completar 1 mês de empréstimo), o valor do empréstimo é de 100 reais (valor inicial). Substi-
f(x) = ax + b,
f(0) = a(0) +b
100 = a(0) + b
Da mesma forma, considerando o segundo ponto que reconhecemos no gráfico, temos que quando o
tempo é igual a 1 mês o valor cobrado pelo empréstimo passa a ser igual a 110 reais. Substituindo os valores
f(x) = ax + b,
f(1) = a(1) +b
100 = a(1) + b
100 = 0.a+ b
então:
100 = 0 + b
b = 100
Com esse resultado, encontramos o valor do coeficiente linear da função (b). Esse coeficiente represen-
ta o valor numérico por onde a reta passa no eixo das ordenadas.
110 = 1.a + b
110 = a + 100
110 – 100 = a
a = 10
PASSO 4: Montar a função que representa a variação do valor empréstimo (f(t)) em relação ao tempo (t).
f(t) = at + b
Figura 9.
Agora que conseguimos descrever a função que fundamenta o gráfico, podemos responder à pergunta feita
inicialmente: “De quanto será a dívida, se você permanecer com o dinheiro durante 8 meses?”
PASSO 5: Para encontrar o valor que será cobrado pelo empréstimo, após 8 meses, basta substituirmos o valor
68
f(t) = 10t + 100
Com auxílio desses passos, você pode concluir que no 8o mês a dívida será de 180 Reais.
Agora, para terminarmos, algumas perguntinhas para você sobre a reportagem do início da unidade:
Conseguiu perceber que a população no Brasil estava com peso normal em 1980 e em 2008 a população es-
Resumo
Seguindo apenas cinco passos simples, podemos construir o gráfico de uma função afim. Veja a seguir.
PASSO 1: Analisar a taxa de variação (valor do coeficiente a) e identificar se a função é crescente ou decrescente;
Veja a seguir o passo a passo para determinar a lei que determina o gráfico de uma função afim.
PASSO 1: Identificar dois pontos que pertençam ao gráfico e por consequência à função que o determina;
Veja ainda
O winplot é uma ferramenta importante e pode ser útil quando você precisar construir gráficos e puder utilizar
o computador.
Referências
Livros
ALMEIDA, Nilze de; DEGENSZAJN, David; DOLCE, Osvaldo; IEZZI, Gelson; PÉRIGO, Roberto. Matemática Ciên-
BOYER, Carl B. História da Matemática. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1996.
CARVALHO, Paulo Cezar Pinto; LIMA, Elon Lages; MORGADO, Augusto César; WAGNER, Eduardo. Temas e Pro-
blemas. Terceira Edição. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2001. 193 p
_______A Matemática do Ensino Médio Volume 1. Sétima Edição. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de
DANTE, Luiz Roberto. Matemática Contexo e Aplicações Volume 1. Primeira Edição. São Paulo: Editora Ática,
2011. 240p.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. Quinta
70
Imagens
• http://www.sxc.hu/photo/475767.
• http://www.sxc.hu/photo/1094969.
• http://www.sxc.hu/photo/737301.
• http://www.sxc.hu/photo/801548.
• http://h1n1bioestatufrj.blogspot.com.br/2010/12/h1n1-no-brasil.html
• http://www.sxc.hu/photo/958658.
• http://www.cultura.ufpa.br/dicas/open/calc-ret1.htm
• http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-63512009000200004&script=sci_arttext
• http://www.sxc.hu/photo/13202
• http://www.sxc.hu/photo/937589
• http://www.sxc.hu/photo/59943
• http://www.sxc.hu/photo/517386
• http://www.sxc.hu/985516_96035528
Atividade 2
a. Feminino
b. Os gráficos são representados por retas.
c. Homens 30% e mulheres 50% aproximadamente
Atividade 3
a.
Ponto X f(x)
A 1 3
B 2 4
C 3 5
b.
72
Atividade 4
a. crescente
b. decrescente
c. decrescente
d. crescente
e. crescente
f. decrescente
Atividade 5
f(x) = 0 è 2x – 4 = 0 è x = 2
Atividade 6
PASSO 1:
Taxa de variação: 60
C S(c)
0 60.0 + 1000 = 0 + 1000 = 1000
10 60.10 + 1000 = 600 + 1000 = 1600
PASSO 3:
A função é crescente
ao gráfico.
PASSO 4:
74
PASSO 5:
Marcamos os pontos
(0,1000) e (10,1600)
Atividade 7
Resposta pessoal
(UERJ)
Em uma partida, Vasco e Flamengo levaram ao Maracanã 90.000 torcedores. Três portões foram abertos às 12
horas e até às 15 horas entrou um número constante de pessoas por minuto. A partir desse horário, abriram-se mais
3 portões e o fluxo constante de pessoas aumentou. Os pontos que definem o número de pessoas dentro do estádio
(A) 20 min
(B) 30 min
(C) 40 min
(D) 50 min
Resposta: Letra B
PASSO 1:
PASSO 2:
PASSO 3:
90.000 = 17a+ b
-30.000 = 15a - b
60000 = 2a
a = 30000
30000 = 15.30000 + b
30000 = 450000 + b
b = 30000 – 450000
b = - 420000
PASSO 4:
f(x) = ax + b
PASSO 5:
465000 = 30000x
x = 15,5
O número de torcedores atingiu 45000, quando o relógio atingiu 15,5h (15h + 0,5h), ou seja, 15 e 30 minut0s.
78
Atividade extra
Exercício 1
O preço do litro da gasolina no Estado do Rio de Janeiro custa, em média R$ 2,90. Uma pessoa deseja abastecer
Exercício 2
Em janeiro de 2013 João estava recebendo um salário de R$ 650,00. Pediu um aumento ao seu patrão e o mes-
mo disse que poderia aumentar, todo mês durante, dois anos, R$ 15,00 no salário de João.
Exercício 4
80
A lei de formação de representa essa função é:
Exercício 5
(a) (–∞, –1] (b) (–∞, –1) (c) [–1, ∞) (d) (–1, ∞)
Exercício 6
O gráfico a seguir representa a posição p(t) de um carro em movimento numa estrada, com velocidade cons-
Exercício 7
Um estudo identificou que o consumo de energia elétrica de uma fábrica é dado pela equação C(t) = 400t,
Quantos dias são necessários para que o consumo atinja 6000 KWh?
Um comerciante teve uma despesa de R$ 460,00 na compra de 1000 unidades de uma certa mercadoria. Como
vai vender cada unidade por R$ 10,00 o lucro final L(x) será dado em função das x unidades vendidas, cuja equação é
Qual o número mínimo de unidades devem ser vendidas para que a função lucro seja maior do que zero?
Exercício 9
O preço do pão francês em uma padaria custa R$ 0,50 a unidade. Relacionando o preço pago (P) por uma
quantidade x de pães, obtemos a relação P(x) = 0,50x. Um cliente gastou R$ 7,00 na compra dos pães. Quantos pães
ele comprou?
Exercício 10
82
Exercício 11
Verifique se esses pontos pertencem à mesma função do primeiro grau. Justifique suas respostas.
Exercício 12
Dois carros partem de pontos diferentes de uma estrada e seguem no mesmo sentido. O carro A parte do Km
100 e segue com velocidade constante de 80 km/h. O carro B parte do km 50 estrada e segue com velocidade cons-
tante de 90 km/h. A posição de ambos os automóveis é dada por uma função linear, dependente do tempo.
Exercício 13
−3 x + 2
Considere a função f : → , definida por f ( x ) = .
5
Desenhe o gráfico dessa função.
Exercício 14
O valor de um carro popular decresce linearmente com o tempo, devido ao desgaste. Sabendo-se que o preço
de fábrica é R$ 20.500,00 e que, depois de 6 anos de uso, é R$ 14.500,00.
Qual seu valor, em reais, desse carro popular após 4 anos de uso?
Exercício 15
Uma fábrica produz peças para automóveis para montadoras de motores automotivos. A empresa possui um
custo fixo mensal de R$ 2950,00 que inclui conta de energia elétrica, de água, impostos, salários e etc. Existe também
um custo variável que depende da quantidade de peças produzidas, sendo a unidade R$ 41,00. O valor de cada uma
dessas peças no mercado é equivalente a R$ 120,00. A Função Custo total mensal da fábrica é dado pela lei de forma-
ção C(x) = 2950 + 41x. A Função Receita que determina o valor arrecadado pela fábrica com a venda das peças é dada
pela lei de formação R(x) = 120x.
Exercício 1
A B C D
Exercício 2
A B C D
Exercício 3
A B C D
Exercício 4
A B C D
Exercício 5
A B C D
Exercício 6
A B C D
84
Exercício 7
A B C D
Exercício 8
A B C D
Exercício 9
A B C D
Exercício 10
A B C D
Exercício 11
Primeiro calculemos a equação da reta que passa pelos pontos (0, 3) e (2, 5).
0 a + b =3
2a + b =5
Da primeira equação obtem-se b = 3. Substituindo esse valor na segunda, tem-se 2a + 3 = 5, daí 2a = 2, logo
a = 1. Portanto, os pontos (0, 3) e (2, 5) pertencem a função cuja lei de formação é f (x) = x + 3. Vamos verificar se
Como o movimento é uma função linear do tempo então as funções que determinam a posição dos mesmos
FB(t) = 50 + 90t
O carro B alcançará o carro A quando FA = FB. Assim, temos 100 + 80t = 50 + 90t 50 = 10t.
Exercício 13
Basta escolher dois valores para x, calcular os correspondentes valores para y, marcar os pontos resultates no
plano cartesiano e traçar uma reta por esses pontos. O resultado é o gráfico solicitado.
Exercício 14
Como a função tem decrescimento linear, basta achar a expressão da função linear que passa pelos pontos (0,
20.500) e (6; 14.500) e calcular f (4), esse valor é a resposta. Considerando a lei de formação de uma função linear
Logo, f (x) = –1000x + 20500. Logo f (4) = –4 ∙1000 + 20500. Portanto o preço do carro após quatro anos de
uso é de R$ 16500,00.
86
Exercício 15
x > 2950/79
situações cotidianas como foi visto em unidades anteriores. Um tipo de função mui-
Objetivos de aprendizagem
Consolidar conhecimentos obtidos no Ensino Fundamental II, como resolver equações do 2° grau.
92
Seção 1
Modelando um problema
É importante para uma indústria, empresa, fábrica etc. saber modelar alguns problemas que lhes informem
sobre custo mínimo, receita máxima, lucro máximo, formato de objetos que devem ser produzidos, dentre outras
Situação Problema
iguais a: 10x10 cm, 15x15 cm, 20x20 cm, 25x25 cm, 30x30 cm
destas ripas? Após alguns cálculos, Marlise chegou a seguinte conclusão: “As ripas de madeira devem ter os seguintes
comprimentos: 50 cm, 70 cm, 90 cm, 110 cm, 130 cm e 150 cm, respectivamente”.
Mas como Marlise chegou a esta conclusão? Ficou curioso? Resolveremos este problema mais tarde. Antes
Seção 2
Revendo equações do 2° grau
É importante lembrarmos como se determinam as raízes de uma equação do 2° grau, ou seja, uma equação
do tipo ax 2 +=
bx + c 0, com a ≠ 0 .
Está confuso com tantas letras? Vamos dar um exemplo, para você entender.
Exemplo 2.1: x ² − 8 x + 15 =
0
8± 4 8±2
=x = , ou seja, as raízes são x1 = 5 e x2 = 3.
2 ⋅1 2
Exemplo 2.2: x2 + 3x + 1 = 0
2º grau completas.
No entanto, algumas equações do 2° grau são da forma incompleta, ou seja, apresentam o coeficiente b = 0
ou o coeficiente c = 0. Neste caso, podemos resolver estas equações sem utilizar a fórmula descrita anteriormente.
Exemplo 2.3: x2 – 5x = 0
x (x – 5) = 0
Repare que conseguimos reescrever o primeiro membro como produto de dois fatores (o fator x está multiplicando
o fator x–5). Como este produto é igual a zero, isto significa que o 1° fator é zero ou o 2° fator é zero. Assim temos:
x = 0 ou x – 5 = 0
Observação: Devemos tomar muito cuidado ao resolver esta equação, pois não podemos proceder da seguinte
forma:
94
Ao dividirmos os membros por x, estamos dividindo os membros dessa equação por zero (já que zero é uma
Notemos que neste caso o que queremos descobrir é um número x tal que seu quadrado menos quatro
unidades é igual a zero. Primeiro, qual é o número x2 que subtraído de quatro unidades é igual a zero? Este número
é quatro, ou seja, x2=4. Agora devemos encontrar o número x que elevado ao quadrado é igual a quatro. Temos duas
Poderíamos resolver de outra forma. A equação x2–4=0 poderia ser escrita da forma (x–2)(x+2)=0 (fatoramos
o polinômio do 1º membro). Dessa forma, repetindo o raciocínio do exemplo 2.3, chegamos às mesmas raízes x1=2
ou x2=–2.
Vejamos mais alguns exemplos de equações em que não precisamos usar a Fórmula de Bhaskara:
Uma pessoa que olhasse apressadamente para esta equação, desenvolveria a diferença de dois quadrados nos
3x2 – 2x – 16 = 0.
2 ± 196 2 ± 14 8
=x = , isto é, as raízes são x1 = e x2 = –2.
2⋅3 6 3
Essa resolução está correta. No entanto, não precisamos de fórmula para resolver esta equação. De maneira
geral, os quadrados de dois números são iguais, quando estes dois números são iguais ou quando estes números são
simétricos. Veja um exemplo: (2)2 = (–2)2, pois tanto o quadrado de 2 quanto o quadrado de –2 são iguais a 4. Além
disso, é evidente que (2)2 = (2)2.
Assim, para resolver a equação (x – 5)2 = (2x – 3)2, temos que considerar duas possibilidades:
1ª possibilidade: as expressões que estão elevadas ao quadrado representam números que são iguais. Logo:
x – 5 = 2x – 3
Resolvendo, temos x = –2
Assim, escrevemos:
8
x − 5 =−(2 x − 3) ⇒ x − 5 =−2 x + 3 ⇒ x + 2 x =3 + 5 ⇒ 3 x =8 ⇒ x = .
3
8
Concluímos que as raízes desta equação são x1 = e x1 = −2 .
3
Observação: Alguém poderia tentar extrair a raiz quadrada dos dois lados da equação, mas x ² = x só é
verdadeira para x ≥ 0 . Fazendo desta forma (errada) encontraríamos x – 5 = 2x – 3, o que resulta em x = – 2. Ou seja,
Repare que se desenvolvermos o quadrado da diferença de dois termos e depois aplicarmos a propriedade
distributiva, isto resultaria em uma equação de 3° grau. Poderíamos usar o mesmo raciocínio empregado no Exemplo
2.3, isto é, o produto de dois números é zero, quando pelo menos um dos fatores é igual a zero. Assim, temos duas
possibilidades:
1ª possibilidade
(x – 3)2 = 0
x – 3 = 0.
2ª possibilidade:
x–5=0
A outra raiz é x = 5.
Neste caso, não precisamos desenvolver o produto notável. Existem dois números cujo quadrado é 36: 6 e -6.
3x − 5 =6 ou 3 x − 5 =−6
11 1
x= x= −
3 3
11 1
Logo, as raízes são: x = e x= − .
3 3
96
Agora é sua vez! Tente resolver os exercícios a seguir.
Resolva as equações:
g. 4x2 – 25 = 0
a. (2x – 4)2 = (7x + 17)2
h. (5x + 2)2 = 9
b. 2x2 – 3x = 0
i. x2 + 6x + 9 = 0
c. (x – 7)(3x + 6)2 = 0
j. x(x + 3)(2x – 3)2 = 0
d. x2 + 4x + 1 = 0
k. 3x2 + 12 = 0
e. (7 – 2x)2 = 25
l. (x + 5)2 (3x – 4)2 = 0
f. x2 – 6x + 10 = 0
Seção 3
Fórmulas de função do 2° grau no cotidiano
maneira: sejam C1, C2, ..., C19 e C20 os clubes participantes, para
C2 é o clube da casa. Assim, para determinar o número de jogos, temos de decidir quem será o time da casa e quem será
o time desafiante. Para o time da casa, temos 20 escolhas possíveis, escolhido o time da casa agora temos de escolher o
time visitante, o que podemos fazer de 19 maneiras. Logo, o total de jogos é igual a 20 x 19 = 380.
em dois turnos, de que forma podemos fazer isto? Usaremos o mesmo raciocínio utilizado no exemplo anterior. Para
determinar o número de jogos, temos de decidir quem será o time da casa e quem será o time desafiante. Para o
time da casa, temos x escolhas possíveis. Escolhido o time da casa, agora temos de escolher o time visitante, o que
podemos fazer de (x – 1) maneiras. Logo, o total de jogos é y = x(x – 1). Ou seja, o número de jogos é obtido a partir
De maneira geral, uma função polinomial do 2° grau é toda função do tipo f(x) = ax² + bx + c, com a ≠ 0.
Na seção 1, tínhamos a seguinte situação problema: “Marlise precisa de ripas para fazer molduras para quadros
de medidas iguais a: 10x10 cm, 15x15 cm, 20x20 cm, 25x25 cm, 30x30 cm e 35x35 cm. Além disso, ela deseja que as
molduras tenham 2 cm de largura, ou seja, quer que as ripas de madeira tenham 2 cm de largura. Quais devem ser os
Para resolvermos este problema, primeiro devemos notar que as ripas devem ser cortadas em formas de trapézio
(de base maior A e base menor B), e, para que aproveitemos o máximo da madeira, devemos fazer cortes de 45° como
mostrado na figura abaixo, onde x é a medida do comprimento de cada ripa e y a medida da largura (2 cm no caso).
98
No nosso exemplo, as ripas têm 2 cm de largura, assim temos a seguinte figura:
x −2
A + B = (*)
2
A – B = 4 (**)
Resolvendo o sistema formado pelas equações (*) e (**), chegamos aos seguintes resultados:
x +6 x − 10
=A = e B
4 4
2
x − 10 1 2 5 25
S= = x − x+ (função do 2º grau)
4 16 4 4
Dessa forma, se for pedido à Marlise uma moldura para um quadro 10 cm x 10 cm, ela terá de substituir S por
100 na função acima, pois é a área de um quadrado de lado 10. Substituindo, temos:
2
x − 10
= 100
4
Lembra como resolvemos este tipo de equação? Queremos calcular um “número” que elevado ao quadrado dê
100. Que número é este? Os possíveis números são 10 e –10. Assim, temos:
x − 10 x − 10
= 10 ou = −10
4 4
x = 50 x = −30 (não serve)
Logo, a ripa deve ter 50 cm de comprimento. E aí, o que achou? Tente fazer o mesmo para quadros de tamanhos
100
Você sabia que os Antigos Babilônios já sabiam resolver equações do 2° grau há mais de 4 mil anos?
É verdade! Eles usavam um sistema sexagesimal e não o nosso sistema atual que é decimal. Eis um
exemplo (no nosso sistema decimal) que data de 1800 a.C., aproximadamente, encontrado numa tá-
bula de Strasburgo: “Uma área A, que consiste na soma de dois quadrados, é 1000. O lado de um dos
quadrados é 10 a menos que 2/3 do lado do outro quadrado. Quais os lados dos quadrados?” Fica este
exercício como desafio para você resolver.
Fonte: EVES, Howard. Introdução à história da matemática. Ed Unicamp.
Um grupo deseja fretar um ônibus para fazer uma excursão. O ônibus possui 40
c. Um grupo que pagou 2100 reais pelo passeio deixou quantos lugares vazios no
ônibus.
mostra a figura abaixo. Note que os segmentos AE, BF, CG e DH têm comprimento x.
Resumo
A forma tradicional de resolver uma equação do segundo grau é usando a Fórmula de Bhaskara:
−b ± ∆
x= , onde ∆= b2 − 4 ac .
2a
Muitas equações do segundo grau podem ser resolvidas sem recorrer a esta fórmula. Como, por exemplo,
as equações do segundo grau que têm c=0 ou b = 0.
102
Veja ainda
http://www.somatematica.com.br
http://www.passeiospelamatematica.net/dia-a-dia/matdi.htm
Referências
Livros
Lima, E.L., Carvalho, P.C.P., Wagner, E., Morgado, A.C. A matemática do Ensino médio, vol.1, SBM.
Iezzi, G., Dolce, O., Degenszajn, D., Périgo, R., de Almeida, N. Matemática ciência e aplicações, vol.1, Ed
Saraiva.
Lozada, Cláudia de Oliveira; Araújo, Mauro Sérgio Teixeira de; Morrone Wagner; Amaral, Luiz Henrique, Uni-
versidade Cruzeiro do Sul ( UNICSUL), SP. A modelagem matemática aplicada ao ensino de Física no Ensi-
no Médio, Revista Logos, n° 14, 2006.
Imagens
• http://www.sxc.hu/photo/475767.
• http://fisicamoderna.blog.uol.com.br/images/diego_hyp_corpo.jpg.
• http://www.vestibulandoweb.com.br/fisica/teoria/fundamentos-cinematica-8.gif.
• http://www.electrospace.com.br/vitrine/Antenas/slides/Antenas%20Parabolicas%2001.jpg.
• http://www.viladoartesao.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/02/corte_ripas.jpg.
• http://www.sxc.hu/photo/1295183.
• http://www.sxc.hu/photo/517386
• http://www.sxc.hu/985516_96035528
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1024076
Atividade 3
a. 70 reais.
b. V = – 2x2 + 30x + 2000
c. 5 ou 10.
104
O que perguntam por aí?
(ENEM – 2009)
Um posto de combustível vende 10.000 litros de álcool por dia a R$ 1,50 cada litro. Seu proprietário percebeu
que, para cada centavo de desconto que concedia por litro, eram vendidos 100 litros a mais por dia. Por exemplo, no
dia em que o preço do álcool foi R$ 1,48, foram vendidos 10.200 litros. Considerando x o valor, em centavos, do des-
conto dado no preço de cada litro, e V o valor, em R$, arrecadado por dia com a venda do álcool, então a expressão
que relaciona V e x é:
a. V = 10.000 + 50x – x2
b. V = 10.000 + 50x + x2
c. V = 15.000 – 50x – x2
d. V = 15.000 + 50x – x2
e. V = 15.000 – 50x + x2
Solução:
106
Atividade extra
Exercício 1 (FAAP-SP)
Uma indústria produz, por dia, x unidades de determinado produto, e pode vender sua produção a um preço
de R$100,00 a unidade. O custo total, em reais, da produção diária é igual a x2 + 20x + 700.
Qual deve ser o número de unidades produzidas e vendidas por dia para que a indústria tenha lucro diário de
R$ 900,00?
Exercício 2 (PUC-SP)
Uma bola é largada do alto de um edifício e cai em direção ao solo. Sua altura h em relação ao solo, t segundos
após o lançamento, é dada pela expressão h = –25t2 + 625.
Exercício 3
Um fabricante vende mensalmente c unidades de um determinado artigo por V(x) = x2 – x, sendo o custo da
Quantas unidades devem ser vendidas mensalmente, de modo que se obtenha o lucro máximo?
x2 x
A trajetória de um projétil foi representada no plano cartesiano por y =
− + , com uma unidade repre-
64 16
sentando um quilômetro.
Um posto de combustível vende 10.000 litros de álcool por dia a R$ 1,50 cada litro. Seu proprietário percebeu
que, para cada centavo de desconto que concedia por litro, eram vendidos 100 litros a mais por dia. Por exemplo, no
dia em que o preço do álcool foi R$ 1,48, foram vendidos 10.200 litros.
Qual a expressão que representa as vendas V em função do valor x , em centavos, do desconto dado no preço
de cada litro?
Exercício 6
Uma loja de departamentos compra cartuchos para uma determinada impressora jato de tinta a R$ 28,00 a
unidade e prevê que, se cada cartucho for vendido a x reais, serão vendidos 200 – 2x cartuchos por mês.
Qual deve ser o preço de venda x de cada cartucho para que o lucro seja máximo?
Exercício 7
Um vidraceiro tem um pedaço de espelho, na forma de um triângulo retângulo cujos lados medem 60cm,
80cm e 1m e quer cortar um espelho retangular cujo tamanho seja o maior possível. Para ganhar tempo, ele quer que
108
Quais as medidas desses dois lados do retângulo que o vidraceiro deverá cortar?
Exercício 8
Uma bola é lançada verticalmente para cima com uma velocidade inicial de 35m/s, a partir do solo. Sendo a
Exercício 9
Uma bola de futebol é lançada de um ponto 0 e, em seguida, toca o solo nos pontos A e B, conforme represen-
Durante sua trajetória, a bola descreve duas parábolas com vértices C e D. A equação de uma dessas parábolas
x2 2x
é y( x ) =− +
75 5
Qual a distância do ponto 0 ao ponto B, em metros?
Qual é o valor de k.
Exercício 11
Uma projétil é lançada ao ar. Sua altura h, em metros, t segundos após o lançamento é h =–t2 + 4t + 5.
Exercício 12
A figura ilustra uma ponte suspensa por estruturas metálicas em forma de arco de parábola.
110
Os pontos A, B, C, D e E estão nomesmonível da estrada e a distância entre quaisquer dois consecutivos é 25m.
Os elementos de sustentação são todos perpendiculares ao plano da estrada e a altura do elemento central CG é 20m.
Exercício 13
Um pequeno pomar com 40 árvores plantadas produz 25 cestas de frutas por árvores. Devido à disputa de
nutrientes no solo, a cada árvore que é plantada a mais, cada uma das árvores produz 1/4 de cestas a menos.
Qual o número de árvores que devem estar no pomar para que a produção seja máxima?
Exercício 14
Um jogador de futebol se encontra a uma distância de 20m da trave do gol adversário, quando chuta uma bola
que vai bater exatamente sobre essa trave, de altura 2 m. A equação da trajetória da bola em relação ao sistema de
y = ax2 + (1 – 2a)x
Exercício 15
Uma indústria de refrigerantes tem sua produção diária P, em garrafas, variando com o número de operadores
em serviço n, de acordo com a função P(n) = n2 + 50n + 20000. Qual o número de operadores necessários para produ-
Exercício 1
A B C D
Exercício 2
A B C D
Exercício 3
A B C D
Exercício 4
A B C D
Exercício 5
A B C D
Exercício 6
A B C D
112
Exercício 7
A B C D
Exercício 8
A B C D
Exercício 9
A B C D
Exercício 10
A B C D
Exercício 11
5 segundos.
Exercício 12
15 m.
Exercício 13
70 arvores.
6,05 m.
Exercício 15
70 operadores.
114
Função Polinomial
do 2º grau – Parte 2
Fascículo 5
Unidade 17
Função
Polinomial do 2º
grau – Parte 2
Para início de conversa...
Embora para você a caneta só vá para cima e para baixo, quem está de
fora do ônibus consegue ver a caneta fazer um movimento de parábola, com
concavidade para baixo. Nessa situação, temos dois movimentos distintos, pois,
além de a caneta ir para cima, o ônibus movimenta-se para frente. Esse exemplo
riado etc.; na Biologia, estudando o processo de fotossíntese das plantas, entre outros.
grau (estudo iniciado na unidade anterior a esta), mas agora trabalharemos com
118
Seção 1
Entendendo as parábolas
A parábola é o gráfico da função polinomial do 2° grau f(x) = ax² + bx + c, em que a ≠ 0. Isso significa que a união
de todos os pontos (x , f(x)) formam uma figura chamada de parábola, o que vale para toda função do 2° grau. Os
elementos principais de uma parábola são a concavidade, os pontos onde cortam os eixos coordenados e o vértice.
Os pontos (–1, 0) e (3,0) são os pontos de interseção com o eixo x. O ponto (0, –3) é o ponto de interseção com
o eixo y. E o ponto (1, –4) é chamado vértice da parábola. O vértice é o ponto em que a parábola começa a mudar
sua direção. Note que até x = 1 a função é decrescente e após x = 1 esta passa a ser crescente. A concavidade desta
parábola está voltada para cima. Neste caso, dizemos que a parábola tem um ponto de mínimo (vértice), pois nenhum
outro ponto da parábola possui um valor para a ordenada (coordenada y do ponto) menor que –4.
Como você pode ver, podemos retirar muitas informações de um gráfico que representa uma função quadrá-
Vamos começar falando a respeito da concavidade. Ela ora está voltada para cima, ora está voltada para baixo.
A concavidade da parábola será voltada para cima, se o valor do coeficiente a for positivo e será voltada para
Como o valor do coeficiente a é positivo (a = 2), a concavidade da parábola está voltada para cima. Podemos
concluir também que a parábola possui um valor mínimo, sem precisarmos olhar o gráfico, já que a concavidade da
120
Como o valor do coeficiente a é negativo (a = –2), a concavidade da parábola está voltada para baixo. Podemos
concluir também que a parábola possui um valor máximo, sem precisarmos olhar o gráfico, já que a concavidade da
das para baixo ou para cima e determine se possui um valor máximo ou mínimo.
Podemos destacar, em uma parábola, pontos notáveis, com os quais poderemos construir com mais facilidade
o gráfico de uma função quadrática. Eles se dividem em:
c. Vértice da parábola.
Os zeros ou raízes de uma função são os valores de x tais que f(x) = 0, isto é, são os valores de x cuja imagem é
igual a zero. Graficamente, isso significa que são os valores das coordenadas x dos pontos de interseção da parábola
com o eixo x (lembre-se de que todos os pontos que pertencem ao eixo x têm ordenada igual a zero, ou seja, y = 0).
Para ajudá-lo a identificar as raízes de uma função do 2º grau, desenvolvemos três bons exemplos. Eles mostram que
sui nenhuma raiz real. Ao fazermos f(x) = 0, recaímos em uma equação do 2° grau que, como vimos na unidade
anterior, pode ser resolvida, dentre outras formas, utilizando a fórmula conhecida como “Fórmula de Bhaskara”.
O hábito de dar o nome de Bhaskara para a fórmula de resolução da equação do segundo grau esta-
beleceu-se no Brasil, por volta de 1960. Esse costume, aparentemente só brasileiro (não se encontra o
nome Bhaskara para essa fórmula na literatura internacional), não é adequado, pois:
Problemas que recaem em uma equação do segundo grau já apareciam, há quase quatro mil anos,
em textos escritos pelos babilônios. Nesses textos, o que se tinha era uma receita (escrita, sem uso
de símbolos) que ensinava como proceder para determinar as raízes em exemplos concretos com
coeficientes numéricos.
Bhaskara nasceu na Índia, em 1114, e viveu até cerca de 1185. Foi um dos mais importantes ma-
temáticos do século XII. As duas coleções de seus trabalhos mais conhecidas são Lilavati (“bela”) e
Vijaganita (“extração de raízes”), que tratam de Aritmética e Álgebra, respectivamente, e contêm
numerosos problemas sobre equações lineares e quadráticas (resolvidas também com receita sem
prosa), progressões aritméticas e geométricas, radicais, tríadas pitagóricas e outros.
Até o fim do século XVI não se usava uma fórmula para obter as raízes de uma equação do segundo
grau, simplesmente porque não se representavam por letras os coeficientes de uma equação. Isso
começou a ser feito com François Viète, matemático francês que viveu de 1540 a 1603.
Embora não se deva negar a importância e a riqueza da obra de Bhaskara, não é correto atribuir a ele a
conhecida fórmula de resolução da equação do 2º grau.
Fonte: Revista do Professor de Matemática (RPM), 39, p. 54.
Exemplo 1: f (x) = x2 – 3x + 2
i. O gráfico de f é uma parábola com a concavidade voltada para cima (pois o coeficiente a é positivo);
ii. Um ponto sobre o eixo y tem coordenada x = 0. Dessa forma, o ponto de intersecção do gráfico de f com
o eixo y é (0, f (0)). No exemplo apresentado, o gráfico intersecta o eixo y no ponto de coordenadas (0,2);
−( −3) ± 1
Utilizando a Fórmula de Bhaskara teremos que ∆ = ( −3)2 − 4 ⋅ 1⋅ 2 = 9 − 8 = 1 , e x = , donde teremos
3 −1 3 +1 2 ⋅1
que=
x1 =1 e= x2 = 2 .
2 2
O gráfico de f é mostrado a seguir. Observe nele as informações que acabamos de obter através da lei da função.
122
Exemplo 2: g(x) = – x2 + 2x – 1
i. Os coeficientes dessa função são a = –1, b = 2 e c = – 1. Assim, o gráfico de g é uma parábola com a conca-
vidade voltada para baixo (pois o coeficiente a é negativo);
Nesse caso, o gráfico de h é uma parábola com concavidade voltada para cima e passa pelo ponto (0,2). Contu-
do, ao resolvermos a equação x2 – 2x + 2=0 para encontrarmos as raízes de h, temos que ∆ = ( −2)2 − 4 ⋅ 1⋅ 2 = 4 − 8 = −4 .
Como ∆ < 0 , as raízes obtidas pela Fórmula de Bhaskara não são números reais. Neste caso, o gráfico da função
h não intersecta o eixo x. Veja a representação gráfica de h a seguir.
124
b. g(x) = x² – 4
c. h(x) = – x² + x + 2
e. r(x) = x² + 6x + 9
126
O vértice de uma parábola
O vértice de uma parábola é o ponto desta em que a função assume seu valor máximo ou mínimo, dependen-
do da direção de sua concavidade. A reta paralela ao eixo y e que passa pelo vértice da parábola é chamada de eixo de
simetria da parábola, pois os pontos da parábola são simétricos em relação a esta reta, ou seja, a distância de um pon-
to da parábola até o eixo de simetria é a mesma do seu ponto simétrico (em relação a esta reta) até o eixo de simetria.
Para melhor entendimento, vejamos o gráfico a seguir, que mostra uma parábola, seu vértice e seu eixo de simetria.
Simetria
Correspondência, em grandeza, forma e posição relativa, de partes situadas em lados opostos de uma linha ou ponto médio
Repare que V(3, – 4) é o vértice da parábola e a reta, que passa por este ponto e é paralela ao eixo y, é o eixo
de simetria. Os pontos A e B são simétricos em relação ao eixo de simetria, ou seja, a distância do ponto A até o eixo
é igual à distância do ponto B até o eixo. Neste caso, a distância é igual a 2. O mesmo ocorre para os pontos C e D:
são simétricos em relação ao eixo de simetria e neste caso a distância é 1. Podemos ainda notar que os pontos E e F
também estão a uma mesma distância do eixo de simetria da parábola, que neste caso é igual 3.
Seção 2
Como construir o gráfico de uma função do
2° grau?
Vimos como identificar os elementos do gráfico da função do 2° grau, mas como podemos construí-lo? Para
responder a esta pergunta, precisamos aprender a calcular cada um dos elementos da parábola, vistos na seção ante-
Como você já sabe, as raízes da função do 2º grau f(x) = ax2 + bx + c, a ≠ 0 , são os números reais x que obtemos ao
tomarmos f(x) = 0. Elas são as soluções da equação do 2º grau ax2 + bx + c = 0, as quais são dadas pela Fórmula de Bhaskara:
−b ± b2 − 4 ac
x=
2a
A quantidade de raízes reais de uma função do 2º grau depende do valor obtido para o radicando
∆= b2 − 4 ac , chamado discriminante, a saber:
128
Passo 2: Coordenadas do vértice
xv = − e yv = − , em que ∆ = b − 4 ac .
2a 4a
Também podemos obter a coordenada x do vértice calculando a média aritmética das raízes. De
−b − ∆ −b + ∆
=
fato, as raízes dadas pela Fórmula de Bhaskara são x1 = e x2 , cuja média aritmética é
2a 2a
−b − ∆ −b + ∆ −2b
+
x1 + x 2 2a 2a b
= = 2a = − .
2 2 2 2a
b
Também podemos obter a coordenada y do vértice, calculando a imagem de x = − pela função f.
2a
Vejamos:
2
b b b ab2 b2 b2 − 2b2 + 4 ac −b2 + 4 ac −∆
f − = a − + b − + c = − + c = = =
2a 2a 2a 4 a 2 2a 4a 4a 4a
Vale lembrar que o vértice indica o valor mínimo (se a > 0) ou máximo (se a< 0) da parábola e que
a reta que passa pelo vértice e é paralela ao eixo dos y é o eixo de simetria da parábola.
Para sabermos qual é o ponto em que o gráfico intersecta o eixo y, basta anularmos a coordenada x.
Então, o par ordenado (0, c) é o ponto em que a parábola intersecta o eixo dos y.
Antes de construirmos o gráfico de uma função quadrática f(x) = ax2 + bx + c, além do cálculo das raízes, das
coordenadas do vértice e do ponto de intersecção com o eixo y, é necessário sempre estar atento à concavidade da
Resumindo...
Para construir o gráfico de uma função quadrática sem montar a tabela de pares ordenados (x,y), basta
levar em consideração as cinco informações a seguir.
Exemplo:
1. As raízes da função
Para determinar as raízes, façamos f(x) = 0, ou seja, x² – 2x – 3 = 0. Podemos resolver esta equação, usando a
X = (2 ±4)/2, logo x1 = –1 e x2 = 3.
Outra maneira de encontrar as raízes é usando soma e produto das raízes. A fórmula da soma das raízes é S =
-b/a, e o produto das raízes é P = c/a. Assim, devemos pensar em dois números cuja soma S = 2 e o produto é P = –3.
130
b ∆
2. As coordenadas do vértice − , −
2 a 4 a
( −2)
Calculando a coordenada x do vértice, temos x v = − = 1 . Neste caso, poderíamos calcular xv através da
2 ⋅1
−1+ 3
=
média aritmética das raízes: xv = 1 .
2
16
Calculando a coordenada y do vértice, temos ∆ = ( −2)2 − 4 ⋅ 1⋅ ( −3) = 16 e, assim, y v =
− =
−4 .
4 ⋅1
Poderíamos determinar o valor de yv calculando a imagem de xv pela função f, isto é, yv = f (xv) = 12 – 2 . 1 – 3 = – 4.
Para isso, usamos o valor de c, que neste caso é – 3. Logo, o ponto é (0,– 3).
4. A concavidade da parábola
A concavidade está voltada para cima, pois a = 1, ou seja, é positivo. Portanto, o vértice será um ponto de mí-
Como sabemos que a concavidade está voltada para cima, devemos unir os pontos desenhando uma parábo-
a) f(x) = x² – 2x – 8
b) g(x) = –x² – 2x – 1
c) h(x) = x² + 2x + 3
132
Seção 3
Aplicações da função quadrática
Veremos agora algumas aplicações da função quadrática e como todos esses conceitos que acabamos de es-
tudar podem ser utilizados para resolvermos problemas práticos. Para isso, apresentaremos três exemplos com suas
respectivas resoluções.
Exemplo 1:
5. É possível observar graficamente a variação dessa área em função de x. Construa um gráfico que dá a área
do canteiro (no eixo y) em função do valor de x.
Como o jardim tem formato quadrado de área 36 m², temos que o lado deste é igual a 6 m. Para calcularmos a
área do canteiro (A), devemos subtrair da área do jardim as áreas dos retângulos A1 e A2 indicadas na figura a seguir.
ou seja,
A = – 4x² + 18x
Logo, a área desse canteiro é expressa por uma função do 2º grau. Vamos responder aos itens do enunciado
desse exemplo.
2. A expressão A = – 4x² + 18x mostra que o valor de A depende do valor de x, isto é, ao variarmos o valor de
x, variamos também do valor de A.
3. Note que a função quadrática que dá o valor de A em função de x possui coeficiente a negativo. Dessa for-
∆
ma, A possui um valor máximo dado pela fórmula − e o valor de x para que tal fato ocorra é dado pela
4a
b −18
fórmula − . Assim, x= max = 2,25 .
2a −8
∆
4. Utilizando a fórmula − , temos que =
∆ 324 − 4 ⋅ ( −4)=
⋅ 0 324 e que a área máxima do canteiro é
4a
−324
=
Amax = 20,25m2 .
−16
5. Vamos construir o gráfico que dá a variação da área em função do comprimento x. Note que x não pode
assumir qualquer valor real, mas apenas valores entre 0 e 3.
134
Exemplo 2 (adaptado da U.F. Santa Maria – RS):
Algumas placas de advertência para o trânsito têm a forma de um quadrado de lado 1m, que possui no seu
Solução:
Os lados do retângulo são x 2 e (1− x ) 2 , pois são hipotenusas dos triângulos retângulos isósceles, como
mostra a figura:
Logo, todos os lados do retângulo medem 0,5 2 m e a área máxima do retângulo é de 0,5 m².
Na figura a seguir, os pontos A e B estão sobre o gráfico da função do 2° grau f(x) = ax² +bx + c. O ponto A é o
136
Solução:
Como a distância do ponto A até o eixo de simetria é igual à distância do ponto B até o eixo de simetria, en-
tão o comprimento do segmento AB é o dobro desta distância. Sabemos que a distância do ponto A até o eixo de
b
simetria é igual à coordenada x do vértice da parábola, ou seja, − . Logo, o comprimento do segmento AB é igual a
2a
b b
2 ⋅ − =− .
2a a
Agora, sugerimos duas atividades, relacionadas a problemas reais. Para isso, apresentaremos situação-proble-
de. Dessa forma, quanto ele deve cobrar pela diária para
Uma pedra é atirada para cima e sua altura h, em metros, é dada pela função
h(t) = at² +12t, em que t é medido em segundos. Se a pedra atingiu a altura máxima no
b.
138
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gem de Matemática e Estatística. Explore os elementos gráficos
de uma função do 2° grau na “Anatomia de uma função quadrá-
tica”.
Visite: http://www.uff.br/cdme/fqa/fqa-html/fqa-br.html
Nesta unidade, vimos a importância do estudo de funções polinomiais do 2° grau e foram apresentadas várias
aplicações práticas. Entendemos também que podemos tomar decisões importantes por meio de um estudo deta-
lhado, obtido pela análise da lei de formação de funções do 2° grau. Além disso, aprendemos a fazer uma leitura e
Resumo
Função polinomial do 2º grau (também chamada de função quadrática) é toda função do tipo f(x) = ax² +
bx + c, em que a ≠ 0.
O gráfico de uma função do 2º grau é uma parábola. Essa curva tem concavidade voltada para cima, quan-
do a>0 e para baixo, quando a < 0.
O vértice V (xv, yv) da parábola é obtido pelas fórmulas xv = –b/2a e yv = – ∆ /4a, onde ∆ = b² –4ac.
O vértice de uma parábola será um ponto de máximo, quando a concavidade estiver voltada para baixo, e
será um ponto de mínimo, quando estiver voltada para cima.
Os zeros ou raízes da função do 2° grau são obtidos ao tomarmos f(x) = 0 e podem ser calculados pela fórmula
−b ± ∆
x= .
2a
Para entender como se demonstram as fórmulas contidas nesta unidade e para conhecer um pouco mais sobre
http://matematizando-gabriel.blogspot.com.br/2011/05/aqui-esta-deducao-da-formula-da.html (dedu-
ção da fórmula das coordenadas do vértice).
http://www.mais.mat.br/wiki/Fun%C3%A7%C3%A3o_quadr%C3%A1tica (aplicações).
Referências
Livros
HOLANDA FERREIRA, A. B. de. Minidicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
IEZZI, G.; DOLCE, O.; DEGENSZAJN, D.; PÉRIGO, R.; ALMEIDA, N. de. Matemática: ciência e aplicações, Sarai-
va, vol.1.
LIMA, E.L.; CARVALHO, P.C.P.; WAGNER, E.; MORGADO, A.C. A matemática do Ensino Médio, vol.1, SBM.
Imagens
• http://www.sxc.hu/photo/475767
• http://www.sxc.hu/photo/1118070
• http://www.sxc.hu/photo/1341162
• http://www.sxc.hu/photo/1382166
• http://www.sxc.hu/photo/517386
140
Atividade 1
Atividade 2
a. A raiz é 2
b. As raízes são –2 e 2
c. As raízes são –1 e 2
e. A raiz é –3
Atividade 3
a.
c.
Atividade 4
A receita é dada pela fórmula R(x) = -2x² + 60x + 2000. Logo, o preço para que a re-
Atividade 5
Atividade 6
a. f(x)=x2+4x
b. f(x)=-x2+2x-1
142
O que perguntam por aí?
Um boato tem um público-alvo e alastra-se com determinada rapidez. Em geral, essa rapidez é diretamente
proporcional ao número de pessoas desse público que conhecem o boato e diretamente proporcional também ao
número de pessoas que não o conhecem. Em outras palavras, sendo R a rapidez de propagação, P o público-alvo e x
Comentário: A rapidez de propagação de um boato é dada pela função do 2° grau R(x) = k.x.(P – x), ou seja, R(x)
= kPx – kx² . Como uma função do 2° grau é descrita como f(x) = ax² + bx +c, podemos dizer que, neste caso, a = –k, b =
kP e c = 0. Como k é positivo, então o valor de a é negativo, podemos então afirmar que a concavidade da parábola está
voltada para baixo. Como a única alternativa em que a parábola tem concavidade voltada para baixo é a letra E, então
esta é a alternativa correta. Observe ainda que quando x = 0, R = 0 também, o que confere com o gráfico.
Questão 2
Considerando o modelo acima descrito, se o público-alvo é de 44.000 pessoas, então a máxima rapidez de
propagação ocorrerá quando o boato for conhecido por um número de pessoas igual a:
a. 11.000
b. 22.000
c. 33.000
d. 38.000
e. 44.000
Resposta: Letra B
Comentário: A máxima rapidez de propagação (Rmax) ocorre quando o número de pessoas que conhece o
boato for máxima (xmax). Devemos, assim, calcular o x do vértice (xv) da parábola, mostrada anteriormente. Para isso,
usaremos a fórmula xv = – b/2a. Temos, então, xv = –kP/2·(– k). Como o público-alvo é de 44.000 pessoas, temos que P
= 44000. Substituindo na fórmula do x do vértice, temos: xv = 44000/2, ou seja, xv = 22000. Logo, a alternativa correta
é a letra b.
Questão 3 (Faap-SP)
Uma companhia estima que pode vender mensalmente q milhares de unidades de seu produto ao preço de
p reais por unidade. A receita mensal das vendas é igual ao produto do preço pela quantidade vendida. Supondo
p= –0,5q + 10, quantos milhares de unidades deve vender mensalmente para que a receita seja a máxima possível?
a. 18
b. 20
c. 5
144
d. 10
e. 7
Resposta: Letra D
Comentário: Como a receita mensal das vendas é o produto do preço pela quantidade vendida, então se cha-
mamos de R a receita, temos: R = p · q, e substituindo p pela expressão fornecida na questão, obtemos R = (–0,5q +
10)q. Assim, chegamos à função do 2° grau R = –0,5q² + 10q. Para determinarmos quantos milhares de unidades deve
vender mensalmente para que a receita seja a máxima possível, devemos determinar o valor de q dado pela fórmula
–b/2a. Logo, qmax = –10/2·(–0,5)= –10/–1=10. Logo, deve vender 10 mil unidades para que a receita seja máxima. A
resposta é a alternativa d.
Exercício 1
Uma bola quando chutada por um jogador de futebol descreve uma parábola de equação h(t) = –40t2 + 200t,
Exercício 2
Em uma empresa o custo c(x) para produzir x unidades de um determinado produto, é dado pela equação
Exercício 3
(a) Toca o eixo x em apenas um ponto, pois possui duas raízes reais e iguais.
(b) Toca o eixo x em dois pontos distintos, pois possui duas raízes reais e diferentes.
(d) Toca o eixo x em dois pontos distintos, pois tem duas raízes reais e iguais.
−2 x 2 + 6 x + 8
(b) f ( x ) =
(c) f ( x ) = x 2 − 3 x − 4
x2 3x
(d) f ( x ) =
− + +2
2 2
Exercício 5
A função h(t) = –t2 + 16t + 24, nos dá a altura de uma pedra h(t) quando lançada, em função do tempo (t) em
segundos.
148
Exercício 6
(a) x = 4 e x = –5 (c) x = 4 e x = 5
(b) x = –4 e x = 5 (d) x = –4 e x = –5
Exercício 7
Um automóvel tem a sua posição p(t) (em metros) em função do tempo (t) dada pela função p(t) = 3t2 + 10t + 3.
(a) 555 metros (b) 595 metros (c) 575 metros (d) 587 metros
Exercício 8
O transporte aéreo de pessoas entre duas cidades A e B é feito por uma única companhia aérea, em um único
vôo diário. Oavião utilizado tem 180 lugares, e o preço da passagem p(x) relaciona-se com o número x de passageiros
por dia pela relação p(x) = 300 – 0,75x. A função receita, que é o valor arrecadado de acordo com o número x de pas-
Exercício 10
(a) 256 cm2 (b) 32 cm2 (c) 512 cm2 (d) 64 cm2
Exercício 11
Considere a função do segundo grau f (x) = x2 + 5x + 6. Esboce seu gráfico e identifique nele as raízes da função.
Exercício 12
O lucro L(x), em reais, de uma fábrica na venda de determinado produto é dado pela função L(x) = –5x2+100x –80,
150
Exercício 13
Um trapézio possui área medindo 576 cm2. Temos que a medida da altura é o triplo da medida da base menor,
Exercício 14
O gráfico representa os pontos que obedecem à uma função do segundo grau, cuja lei de formação é do tipo
f (x) = ax2 + bx + c.
Exercício 15
Um motorista está viajando de carro em uma estrada a uma velocidade constante, quando percebe um cavalo a
sua frente e resolve frear. A velocidade v(t) do carro após o acionamento dos freios é dada pela função v(t) = –5t2 + 50t,
Exercício 1
A B C D
Exercício 2
A B C D
Exercício 3
A B C D
Exercício 4
A B C D
Exercício 5
A B C D
Exercício 6
A B C D
152
Exercício 7
A B C D
Exercício 8
A B C D
Exercício 9
A B C D
Exercício 10
A B C D
Exercício 11
Como o lucro é dado por uma função do segundo grau o valor máximo é o vértice da parábola descrita por esta
b 100
função. Neste caso sabemos que o valor máximo ocorre em x = − . Logo x = − ⇒x= 10 .
2a 2.( −5)
Portanto, devem ser vendidos 10 para obtenção do lucro máximo.
Exercício 13
Sabemos que
(B + b )h
=
A e=
A 576 ⇒
2
(3 x + x )3 x
= 576 ⇒ x= 4 6
2
Exercício 14
−b
Como a parábola tem concavidade para baixo a < 0. No gráfico dado, o termo está a direita do eixo
2a
−b
y, logo é positivo, portanto, > 0. Como a < 0, então –b < 0, logo, b > 0. O gráfico intercepta o eixo y acima
2a
do eixo x, logo c > 0.
Exercício 15
t = 0 ou t = 10.
154