jl089-17 - Esfcex - Curso de Forma o de Oficiais 256 Pgs Capa

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Escola de Formação Complementar do Exército

EsFCEX
Curso de Formação de Oficiais
De acordo com o Edital de Abertura

JL089-2017
DADOS DA OBRA

Título da obra: Escola de Formação Complementar do Exército - EsFCEX

Cargo: Curso de Formação de Oficiais

(Baseado de acordo com o Edital de Abertura)

• Geografia do Brasil
• História do Brasil
• Língua Portuguesa
• Língua Inglesa
• Língua Espanhola

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Suelen Domenica Pereira

Capa
Natália Maio

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno

Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Geografia do Brasil

1. A Organização do Espaço Brasileiro .....................................................................................................................................................................01


a) A integração brasileira ao processo de internacionalização da economia; o desenvolvimento econômico e social; e os
indicadores sociais do Brasil. ...................................................................................................................................................................................01
b) O processo de industrialização brasileira, os fatores de localização e as suas repercussões: econômicas, ambientais e
urbanas. ............................................................................................................................................................................................................................02
c) A rede de transportes brasileira e sua estrutura e evolução. ...............................................................................................................03
d) A questão urbana brasileira: processos e estruturas. ..............................................................................................................................07
e) A agropecuária, a estrutura fundiária e problemas sociais rurais no Brasil, dinâmica das fronteiras agrícolas e sua
expansão para o Centro-Oeste e para a Amazônia. .....................................................................................................................................07
f) A população brasileira: evolução, estrutura e dinâmica. ........................................................................................................................08
g) A distribuição dos efetivos demográficos e os movimentos migratórios internos: reflexos sociais e espaciais. .........09
h) A divisão regional do trabalho: o Centro-Sul como pólo dinâmico da economia nacional. .................................................10
2. A Questão Regional no Brasil ..................................................................................................................................................................................13
a) A regionalização do país: sua justificativa sócio-econômica e critérios adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE); as regiões e as políticas públicas para fins de planejamento. ..........................................................................13
b) As regiões brasileiras: especializações territoriais, produtivas e características sociais e econômicas. ............................13
3. O Espaço Natural Brasileiro: seu aproveitamento econômico e o meio ambiente ..........................................................................16
a) Geomorfologia do território Brasileiro: O território brasileiro e a placa sulamericana; as bases geológicas do Brasil; as
feições do relevo; os domínios naturais e as classificações do relevo brasileiro. ............................................................................16
b) A questão ambiental no Brasil. .........................................................................................................................................................................16
c) Os recursos minerais. .............................................................................................................................................................................................16
d) As fontes de energia e os recursos hídricos. ...............................................................................................................................................16
e) A biosfera e os climas do Brasil..........................................................................................................................................................................16

História do Brasil

1. Brasil Colônia: administração, economia, cultura e sociedade .................................................................................................................01


a. As Capitanias Hereditárias e Governos Gerais. ...........................................................................................................................................01
b. As atividades econômicas e a expansão colonial: agricultura, pecuária, comércio e mineração. .......................................02
c. Os povos indígenas; aldeamentos; ação jesuítica. ....................................................................................................................................03
d. As camadas senhoriais, os escravos e outros trabalhadores. ..............................................................................................................04
e. A conquista dos sertões; entradas e bandeiras. .........................................................................................................................................05
f. O exclusivo comercial português. ......................................................................................................................................................................06
g. Os conflitos coloniais e os movimentos rebeldes de livres e de escravos do final do século XVIII e início do
século XIX. ......................................................................................................................................................................................................................06
h. A transferência da Corte portuguesa para o Brasil e seus efeitos; o período joanino no Brasil. .........................................07
2. O Brasil Monárquico ....................................................................................................................................................................................................09
a. A independência do Brasil e o Primeiro Reinado. .....................................................................................................................................09
b. A Constituição de 1824. .......................................................................................................................................................................................11
c. Militares: a Guarda Nacional e o Exército. .....................................................................................................................................................12
d. A fase regencial (1831-1840). ............................................................................................................................................................................12
e. O Ato Adicional de 1834. .....................................................................................................................................................................................13
f. As revoltas políticas e sociais das primeiras décadas do Império. ......................................................................................................14
g. Centralização x descentralização. .....................................................................................................................................................................14
h. A consolidação da ordem interna: o fim das rebeliões, os partidos, a legislação, o fortalecimento do Estado, a econo-
mia cafeeira, a tributação. ........................................................................................................................................................................................14
i. Modernização: economia e cultura na sociedade imperial. ...................................................................................................................15
j. A escravidão, as lutas escravas pela liberdade, o movimento abolicionista e a abolição. ........................................................15
k. A introdução do trabalho livre. ..........................................................................................................................................................................15
l. Política externa: as questões platinas, a Guerra do Paraguai e o Exército. ......................................................................................16
m. O movimento republicano e o advento da República. ..........................................................................................................................17
SUMÁRIO

3. A República brasileira ..................................................................................................................................................................................................18


a. A Constituição de 1891, os militares e a consolidação da República. ..............................................................................................19
b. A “Política dos governadores”. ..........................................................................................................................................................................19
c. O coronelismo e o sistema eleitoral. ...............................................................................................................................................................20
d. O movimento operário. ........................................................................................................................................................................................20
e. O tenentismo. ............................................................................................................................................................................................................20
f. A Revolução de 1930. ..............................................................................................................................................................................................21
g. O período Vargas (1930-1945): economia, sociedade, política e cultura. O Brasil na II Guerra Mundial. ........................22
h. A crise do Estado Novo e a sua superação. .................................................................................................................................................27
i. O período democrático (1945-1964): economia, sociedade, política e cultura. ...........................................................................28
j. A intervenção militar, sua natureza e transformações entre 1964 e 1985. As mudanças institucionais durante o
período. .............................................................................................................................................................................................................29
k. O “milagre econômico”. ........................................................................................................................................................................................31
l. A redemocratização. ................................................................................................................................................................................................32
m. Os movimentos sociais nas décadas de 1970 e 1980: estudantes, operários e demais setores da sociedade. ...........33
n. A campanha pelas eleições diretas. .................................................................................................................................................................33
o. A Constituição de 1988. .......................................................................................................................................................................................34
p. Brasil pós Constituição de 1988 a 201: governos de Collor, Itamar, Fernando Henrique Cardoso e Lula.........................36

Língua Portuguesa

1. Ortografia..........................................................................................................................................................................................................................01
2. Acentuação........................................................................................................................................................................................................................05
3. Classe, estrutura e formação das palavras (morfossemântica)..................................................................................................................08
4. A oração e seus termos (morfossintaxe)..............................................................................................................................................................30
5. Concordância verbal e nominal................................................................................................................................................................................39
6. Regência verbal, regência nominal e emprego de crase..............................................................................................................................44
7. Texto, vocabulário e a construção de sentidos..................................................................................................................................................55
8. Coerência e coesão........................................................................................................................................................................................................59
9. Emprego dos tempos, modos verbais e vozes verbais..................................................................................................................................62
10. Pontuação.......................................................................................................................................................................................................................77
11. Fenômenos semânticos (metáfora, metonímia, sinonímia, antonímia, eufemismo, hiponímia, hiperonímia, ambiguida-
de, vaguidade, polissemia, homonímia, paráfrase)..............................................................................................................................................80
12. Argumentação e pragmática (atos de fala, implicitação, dêixis, máximas conversacionais)......................................................90

Língua Inglesa

1. Pronouns: subject, object, possessive, interrogative, demonstrative, indefinite.................................................................................01


2. Verb tenses: simple present, simple past (regular and irregular verbs), present continuous, past continuous and future
(will and going to), present perfect, past perfect..................................................................................................................................................01
3. Modals: can, could, will, would, should and must............................................................................................................................................01
4. Adjectives: comparative and superlative forms.................................................................................................................................................01
5. Adverbs: time, position of adverbs, manner and frequency........................................................................................................................01
6. Prepositions: time, place and location..................................................................................................................................................................01
7. Articles: definite and indefinite.................................................................................................................................................................................01
8. Quantifiers: many, much, (a) few, (a) little, a lot and some, any.................................................................................................................01
9. Sentences: affirmative, negative and interrogative..........................................................................................................................................01
10. Coordination and subordination...........................................................................................................................................................................01
11. Reading comprehension...........................................................................................................................................................................................01
12. Relative clauses.............................................................................................................................................................................................................01
SUMÁRIO

Língua Espanhola
1. Lectura e interpretación textual...............................................................................................................................................................................01
2. Acentuación de la palabras/Tonicidad..................................................................................................................................................................01
3. Artículos determinados (contracciones AL y DEL) e indeterminados; demostrativos; posesivos; indefinidos; el uso del
NEUTRO LO............................................................................................................................................................................................................................01
4. Numerales: cardinales y ordinales...........................................................................................................................................................................01
5. Sustantivos: género ; número...................................................................................................................................................................................01
6. Adjetivos: género y número.......................................................................................................................................................................................01
7. Pronombres personales: tónicos y átonos..........................................................................................................................................................01
8. Preposiciones...................................................................................................................................................................................................................01
9. Conjunciones....................................................................................................................................................................................................................01
10. Adverbios.........................................................................................................................................................................................................................01
11. Verbos regulares e irregulares: tiempos simples y compuestos.............................................................................................................01
12. Sinonímia y antonímia...............................................................................................................................................................................................01
13. Semántica: divergencias léxicas entre el portugués y el español.- heterotónicos/heterogenéricos.......................................01
14. Los falsos cognatos.....................................................................................................................................................................................................01
15. Comprensión e interpretación de textos...........................................................................................................................................................01
16. Lectura e interpretación de imágenes................................................................................................................................................................01
GEOGRAFIA DO BRASIL

1. A Organização do Espaço Brasileiro .....................................................................................................................................................................01


a) A integração brasileira ao processo de internacionalização da economia; o desenvolvimento econômico e social; e os
indicadores sociais do Brasil. ...................................................................................................................................................................................01
b) O processo de industrialização brasileira, os fatores de localização e as suas repercussões: econômicas, ambientais e
urbanas. ............................................................................................................................................................................................................................02
c) A rede de transportes brasileira e sua estrutura e evolução. ...............................................................................................................03
d) A questão urbana brasileira: processos e estruturas. ..............................................................................................................................07
e) A agropecuária, a estrutura fundiária e problemas sociais rurais no Brasil, dinâmica das fronteiras agrícolas e sua
expansão para o Centro-Oeste e para a Amazônia. .....................................................................................................................................07
f) A população brasileira: evolução, estrutura e dinâmica. ........................................................................................................................08
g) A distribuição dos efetivos demográficos e os movimentos migratórios internos: reflexos sociais e espaciais. .........09
h) A divisão regional do trabalho: o Centro-Sul como pólo dinâmico da economia nacional. .................................................10
2. A Questão Regional no Brasil ..................................................................................................................................................................................13
a) A regionalização do país: sua justificativa sócio-econômica e critérios adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE); as regiões e as políticas públicas para fins de planejamento. ..........................................................................13
b) As regiões brasileiras: especializações territoriais, produtivas e características sociais e econômicas. ............................13
3. O Espaço Natural Brasileiro: seu aproveitamento econômico e o meio ambiente ..........................................................................16
a) Geomorfologia do território Brasileiro: O território brasileiro e a placa sulamericana; as bases geológicas do Brasil; as
feições do relevo; os domínios naturais e as classificações do relevo brasileiro. ............................................................................16
b) A questão ambiental no Brasil. .........................................................................................................................................................................16
c) Os recursos minerais. .............................................................................................................................................................................................16
d) As fontes de energia e os recursos hídricos. ...............................................................................................................................................16
e) A biosfera e os climas do Brasil..........................................................................................................................................................................16
GEOGRAFIA DO BRASIL

Nos últimos 50 anos, as chamadas economias em de-


1. A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO senvolvimento alcançaram níveis expressivos de industria-
A) A INTEGRAÇÃO BRASILEIRA AO lização e urbanização, formando uma burguesia nacional e
PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO uma classe média de assalariados com renda relativamente
elevada. Esse momento pode ser compreendido através de
DA ECONOMIA; O DESENVOLVIMENTO
dois pressupostos: a participação do Estado como empre-
ECONÔMICO E SOCIAL; E OS INDICADORES sário e a atração de empresas transnacionais.
SOCIAIS DO BRASIL. Após a década de 1950, ocorreu no Brasil o processo
de internacionalização da economia, com grande partici-
pação do Estado como empresário e no desenvolvimento
de infraestrutura (transportes, energia, portos) e políticas
Os indicadores sociais e econômicos são instrumen- de incentivos fiscais. Todos esses fatores, aliados à dispo-
tos que buscam revelar dados sobre fatores tipicamente nibilidade de mão-de-obra barata, mercado consumidor
abstratos, como o desenvolvimento social e econômico de emergente e acesso a matérias-primas e fontes de energia,
alguma região. As finalidades atendem tanto a pesquisas atraíram empresas transnacionais para o território brasi-
quanto a formulação de programas de políticas públicas. leiro. Houve uma grande ampliação do parque industrial,
Famosos indicadores como o IDH (Índice de Desenvol- principalmente indústrias de bens de consumo duráveis
vimento Humano) e o Metas do Milênio permitem compa- (automóveis e eletrodomésticos).
rar dados de diferentes populações ao redor do mundo. O país conheceu a sua industrialização tardia e adotou
Esses números ajudam a orientar ações de auxílio interna- plenamente o Fordismo, um sistema produtivo tradicional
cional aos países mais pobres, por exemplo. Dentro desses que considerava a capacidade de produção e os grandes
indicadores amplos, os critérios para a classificação são es- parques industriais como fundamentos para a atividade in-
tabelecidos por organizações internacionais. dustrial. Esse padrão concretizado com o governo de Jus-
celino Kubitschek (1956-1961) foi ampliado pela ditadura
Os diferentes tipos de indicadores são caracterizados militar (1964-1985). Os militares criaram obras estruturais
em diferentes regiões brasileiras, a destacar as usinas hi-
de acordo com os fatores abordados, podendo ser analí-
drelétricas e as rodovias. Muitos municípios do interior do
ticos ou sintéticos. Os primeiros estão relacionados a uma
estado de São Paulo começaram a desenvolver seus distri-
única variável, como a alfabetização. Já os indicadores sin-
tos industriais. Durante a década de 1970, ocorreu o “mila-
téticos são compostos por mais de uma variável, como no
gre econômico brasileiro”, que elevou o país à posição de
caso do IDH.
8ª economia mundial no ano de 1973, com taxas anuais de
crescimento em torno de 10%.
Outros bons exemplos de indicadores são o IBGE
No caso brasileiro, o modelo fordista trouxe cresci-
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o PNUD mento econômico para o país, mas não foi capaz de pro-
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). mover o desenvolvimento econômico regional. O aumen-
Ambos são sintéticos, pois são compostos por diversas va- to de renda per capita de um país nem sempre representa
riáveis, como Educação, Saúde e Renda. avanços na qualidade de vida. O crescimento que o Brasil
O IBGE é um dos principais indicadores utilizados como obteve, principalmente durante o período correspondente
referência para pesquisas no país, sendo que este instru- ao regime militar, construiu um arcabouço técnico e logís-
mento engloba as seguintes variáveis: População, Saúde, tico para o desenvolvimento, mas não o privilegiou.
Educação, Atividade Econômica, Renda, Patrimônio, Uso A partir da década de 1980, ocorreu o esgotamento
do Tempo, Segurança Pública, Mobilidade Social e Cultura. da capacidade do Estado em promover o desenvolvimento
O indicador Metas do Milênio possui como diferencial a industrial - fim do Estado empresário - devido às políticas
classificação de fatores como Mercado de Trabalho, Meio econômicas mal sucedidas que aumentaram a dívida ex-
Ambiente e Cooperação Internacional.  terna e a inflação. No plano externo, os países desenvol-
vidos começaram a adotar medidas neoliberais, reduzindo
Nessa comparação chama a atenção o fator da Mor- o papel do Estado na sua participação em determinados
talidade Infantil, que no Nordeste é mais de duas vezes e setores econômicos.
meia maior do que na região Sul. Fora a questão das re- O Brasil iniciou, a partir da década de 1990, um ace-
giões, as áreas rurais e urbanas também apresentam gran- lerado programa de abertura econômica conduzido pelo
de disparidade. O analfabetismo, por exemplo, costuma ser governo Collor. Através da redução de alíquotas de impor-
três vezes maior nas áreas rurais. Outras diferenças seme- tações, desregulamentação do Estado, privatizações das
lhantes são encontradas quando a população geral é divida empresas estatais e diminuição de subsídios, mudanças
por nível de renda. As famílias que vivem com rendimento profundas foram implementadas na estrutura industrial
mensal abaixo de um salário mínimo apresentam um alto do país. Apesar de estimular a competitividade, muitas
índice de analfabetismo, enquanto o índice entre as famí- pequenas e médias empresas não tiveram suporte técni-
lias com renda superior a dois salários mínimos é muito co e financeiro para se adaptarem a essas transformações.
baixo. Até os dias atuais, a principal dificuldade enfrentada pelos
Fonte: http://economia.culturamix.com/banco/indica- pequenos e médios empreendedores no Brasil é que os
dores-sociais-e-economicos investimentos em tecnologia e o crédito necessário para a

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GEOGRAFIA DO BRASIL

efetuação de qualquer base de estruturação produtiva ain- plo). Outros países apresentam crescimento de sua indus-
da dependem do resguardo estatal. Enfim, o país abraçou o trialização, como o Brasil, México e Argentina, sobretudo
neoliberalismo econômico como política de Estado. pelo aumento do consumo interno. Isso tudo está asso-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/resu- ciado à atual fase da Globalização, na qual as empresas
mo-historico-economico-brasil-internacionalizacao-eco- procuram vantagens competitivas. Daí as grandes empre-
nomia.htm sas transnacionais possuírem filiais espalhadas por grande
parte do planeta.
Na sequência do material serão apresentadas diversas
considerações sobre a industrialização no Brasil.
B) O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO
BRASILEIRA, OS FATORES DE LOCALIZAÇÃO O Brasil é considerado um país emergente ou em de-
senvolvimento. Apesar disso, está quase um século atrasa-
E AS SUAS REPERCUSSÕES: ECONÔMICAS,
do industrialmente e tecnologicamente em relação às na-
AMBIENTAIS E URBANAS. ções que ingressaram no processo de industrialização no
momento em que a Primeira Revolução Industrial entrou
em vigor, como Inglaterra, Alemanha, França, Estados Uni-
dos, Japão e outros.
A Industrialização é um processo de modernização As indústrias no Brasil se desenvolveram a partir de
pelo qual passam os meios de produção de uma determi- mudanças estruturais de caráter econômico, social e polí-
nada sociedade. É pautada pela ampliação de tecnologias e tico, que ocorreram principalmente nos últimos trinta anos
pelo desenvolvimento da economia de modo geral. do século XIX.
O processo de evolução da indústria, como ela é co- O conjunto de mudanças aconteceu especialmente
nhecida atualmente, demandou um longo período. O pri- nas relações de trabalho, com a expansão do emprego
mórdios de uma industrialização efetiva ocorreram na In- remunerado que resultou em aumento do consumo de
glaterra. Isso porque a indústria altera não só os modos mercadorias, a abolição do trabalho escravo e o ingresso
de se produzir, mas são impactantes também nas relações de estrangeiros no Brasil como italianos, alemães, japone-
sociais. ses, dentre muitas outras nacionalidades, que vieram para
No século XVIII ocorre a chamada Primeira Revolução compor a mão de obra, além de contribuir no povoamen-
Industrial, quando a Inglaterra baseia seu desenvolvimento to do país, como ocorreu na região Sul. Um dos maiores
econômico nas indústrias, promovendo o cercamento dos acontecimentos no campo político foi a proclamação da
campos (enclosures) e empurrando os trabalhadores para República. Diante desses acontecimentos históricos, o pro-
as áreas que se urbanizavam através da produção indus- cesso industrial brasileiro passou por quatro etapas.
trial. Ao mesmo tempo, esse processo libera mão-de-obra • Primeira etapa:  essa ocorreu entre 1500 e 1808,
em abundância, amplia o mercado consumidor e dispo- quando o país ainda era colônia. Dessa forma, a metrópole
nibiliza terras à produção capitalista. A Industrialização não aceitava a implantação de indústrias (salvo em casos
promove mudanças que vão muito além da utilização de especiais, como os engenhos) e a produção tinha regime
máquinas, pois representa novas formas de organização artesanal.
social, sobretudo com a forte divisão entre detentores dos • Segunda etapa: corresponde a uma fase que se de-
meios de produção e o proletariado, ou seja, aquele que senvolveu entre 1808 a 1930, que ficou marcada pela che-
vende sua força de trabalho. gada da família real portuguesa em 1808. Nesse período
Na Primeira Revolução Industrial, destaca-se, ainda, o foi concedida a permissão para a implantação de indús-
uso do ferro como matéria prima e do carvão mineral como tria no país a partir de vários requisitos, dentre muitos, a
principal fonte energética. criação, em 1828, de um tributo com taxas de 15% para
A Segunda Revolução Industrial aumentou significati- mercadorias importadas e, em 1844, a taxa tributária foi
vamente a quantidade de países participantes da evolução para 60%, denominada de tarifa Alves Branco. Outro fator
industrial. É uma fase marcada pelo uso do aço, do petró- determinante nesse sentido foi o declínio do café, momen-
leo e da energia elétrica. Países como EUA, Alemanha, Itália, to em que muitos fazendeiros deixaram as atividades do
Japão e mesmo a Inglaterra passaram a produzir em larga campo e, com seus recursos, entraram no setor industrial,
escala, ampliando sua participação no comércio mundial. que prometia grandes perspectivas de prosperidade. As
Já a Terceira Revolução Industrial é marcada pelo avan- primeiras empresas limitavam-se à produção de alimentos,
ço da eletrônica, da informática, da robotização etc. O Ja- de tecidos, além de velas e sabão. Em suma, tratava-se de
pão foi um dos precursores, mas outras economias tam- produtos sem grandes tecnologias empregadas.
bém vivem esse estágio. • Terceira etapa: período que ocorreu entre 1930 e
Vale destacar que, no mundo atual, a industrialização 1955, momento em que a indústria recebeu muitos investi-
se distribui por inúmeras áreas do planeta, expandindo a mentos dos ex-cafeicultores e também em logística. Assim,
produção para além dos centros industriais tradicionais. houve a construção de vias de circulação de mercadorias,
Áreas como os Tigres Asiáticos, por exemplo, se consoli- matérias-primas e pessoas, proveniente das evoluções
dam como grandes espaços de produção, por oferecerem nos meios de transporte que facilitaram a distribuição de
vantagens competitivas às empresas que ali se instalam produtos para várias regiões do país (muitas ferrovias que
(mão de obra barata, qualificada e disciplinada, por exem- anteriormente transportavam café, nessa etapa passaram

2
GEOGRAFIA DO BRASIL

a servir os interesses industriais). Foi instalada no país a técnicas industriais e energéticas, e expansão dos meios de
Companhia Siderúrgica Nacional, construída entre os anos comunicação.
de 1942 e 1947, empresa de extrema importância no siste- Fase Antecedente à 2ª Guerra Mundial (1939–1945)
ma produtivo industrial, uma vez que abastecia as indús-  A locomotiva a vapor
trias com matéria-prima, principalmente metais. No ano Um dos desenvolvimentos muito significativo para o
de 1953, foi instituída uma das mais promissoras empresas transporte terrestre, foi o surgimento da locomotiva a va-
estatais: a PETROBRAS. por de George Stephenson, no início do século XIX — que
• Quarta etapa:  teve início em 1955, e segue até os ampliou a rede de estradas de ferro. Em 1825 uma de suas
dias de hoje. Essa fase foi promovida inicialmente pelo pre- locomotivas tornou-se o primeiro trem de passageiros —
sidente Juscelino Kubitschek, que promoveu a abertura da atingia 24 km/h e ligava Stockton a Darlington. Conseguin-
economia e das fronteiras produtivas, permitindo a entra- te, foi desenvolvida pela mesma pessoa, em 1829, outra
da de recursos em forma de empréstimos e também em locomotiva chamada de Rocket — atingia 60 km/h —, que
investimentos com a instalação de empresas multinacio- inaugurou a construção de uma estrada de ferro de 64 km
nais. Com o ingresso dos militares no governo do país, no entre Liverpool e Manchester.  Essa locomotiva constituía-
ano de 1964, as medidas produtivas tiveram novos rumos, se basicamente por um vagão de combustível, um tanque
como a intensificação da entrada de empresas e capitais de d’água e uma cadeira tubular. As primeiras ferrovias foram
origem estrangeira comprometendo o crescimento autô- construídas na Inglaterra, Estado Unidos, Alemanha e Bél-
nomo do país, que resultou no incremento da dependência gica. Esse desenvolvimento facilitou a distribuição de mer-
econômica, industrial e tecnológica em relação aos países cadorias que se tornou mais rápida, barata e eficiente —
de economias consolidadas. No fim do século XX houve esse último deve-se ao transporte de cargas muito mais
um razoável crescimento econômico no país, promovendo pesadas
uma melhoria na qualidade de vida da população brasilei- O automóvel
ra, além de maior acesso ao consumo. Houve também a
estabilidade da moeda, além de outros fatores que foram Outro importante transporte terrestre foi a construção
determinantes para o progresso gradativo do país. do primeiro automóvel pelo engenheiro belga Étienne Le-
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra- noir, em 1863. Ele instalou sobre uma carreta de três rodas
um motor de combustão interna (seu funcionamento deve-
fia/a-industrializacao-brasileira.htm
se à queima de combustível no interior de vários cilindros).
Esse rudimentar automóvel tomou uma forma mais pareci-
da com os de hoje a partir da construção do Ford modelo
T, por Henry Ford. Este foi a transformação da carreta a
C) A REDE DE TRANSPORTES BRASILEIRA E motor de Lenoir para um automóvel teria como método de
SUA ESTRUTURA E EVOLUÇÃO. fabricação a produção em série, revolucionando a maneira
de se fabricar carros, e implicando numa venda de mais
de 15 milhões de modelos vendidos, em 1930. O carro era
montado a partir de um conjunto de peças padronizadas.
Posteriormente, surgiria o carro mais popular e mais ven-
A Revolução Industrial é a característica marcante des- dido de todos os tempos: o Fusca. Ele foi projetado na dé-
se período contemporâneo. Ela teve início, porém, nos cada de 1930, pelo engenheiro alemão Ferdinand Porsche,
tempos modernos, mas foi principalmente a partir desta e conseguiu ter mais de 20 milhões de unidades vendidas
época que se difundiu. A Revolução Industrial divide-se da A Primeira Guerra Mundial (1914–1918) foi essen-
seguinte maneira: cial para acelerar o desenvolvimento dos aviões — que
• 1ª Revolução Industrial: de 1760 a 1850, pratica- tinham fins militares. Em 1918 já existia aeroplanos
mente restrita à Inglaterra. Os principais aperfeiçoamentos muito mais rápidos e seguros. Além disso, Jornais ofe-
foram no ramo de tecelagem, tendo também a introdução reciam prêmios àqueles que fizessem façanhas aéreas.
da força a vapor. Assim, em 1919, foi realizado pelos britânicos John Al-
• 2ª Revolução Industrial: de 1850 a 1900, com di- cock e Arthur Brown a primeira travessia transatlântica
fusão pela Europa (Bélgica, França, Alemanha, Itália e, no sem escalas, realizada em 16 horas e meia. Outra faça-
final do século, Rússia), América (Estados Unidos) e Ásia nha foi a travessia transatlântica realizada por um só
(Japão — a partir de 1868). Agora, surgem novas formas de homem, Charles Lindbergh, em 1927.
energia elétrica — como a hidrelétrica —, novos derivados
do petróleo — como a gasolina, sendo utilizada posterior- Os meios de comunicação
mente pelos motores a explosão. Houve também grande Os meios de comunicação teve como precursor o
desenvolvimento do transporte marítimo e terrestre — telégrafo, que através de fios permitia enviar mensa-
como, respectivamente, barcos e locomotivas a vapor. gens por sinais elétricos codificados. O primeiro des-
• 3ª Revolução Industrial: de 1900 até os tempos se aparelho foi inventado por dois ingleses em 1837:
atuais, com a sua expansão pelo mundo inteiro. Compreen- C. Wheatstone e W. Cooke. Mas foi em 1838 que seria
de o aperfeiçoamento dos inventos, tendo principalmente inventado por Samuel Morse o código mais famoso: o
a explosão do processo evolutivo. Assim, apresenta novas código morse. Neste, as letras são representadas por

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GEOGRAFIA DO BRASIL

um código binário (traços e pontos). Então, em 1876, As redes de comunicação e transportes


foi inventado pelo americano Alexander Graham Bell,
o telefone. E, em 1884, através da Companhia Telefô- Os transportes são imprescindíveis nas sociedades
nica Bell, instalou-se a primeira linha telefônica de lon- atuais e encontram-se em constante evolução.
ga distância — entre Nova Iorque e Boston; o primeiro Transporte é sinônimo de uma atividade que visa levar
cabo a cruzar o oceano atlântico é de 1956, fazendo algo através do espaço, ou seja, de um lugar para outro.
somente 36 chamadas por vez. Os diferentes modos de transporte possuem uma rede
Telégrafo de Morse. (conjunto de estradas, vias-férreas, rios navegáveis, canais,
Interior de um tubo de vidro). Baseando-se nesse in- oleodutos e gasodutos que se interligam, formando uma
vento, tem-se a televisão eletrônica moderna, que aparece malha mais ou menos densa) própria.
em 1936. O primeiro serviço público de tevê foi iniciado A rede rodoviária é constituída pelas auto-estradas e
pela BBC (British Broadcasting Corporation) de Londres; as estradas, a rede ferroviária é composta pelas linhas férreas,
transmissões regulares começaram em 1941, nos Estados etc. As redes de transporte organiza-se em «nós» (as es-
Unidos; e a primeira transmissão à cores foi feita em 1953, tações ferroviárias, os portos marítimos e os aeroportos).
pela rede americana CBS. A diversidade dos modos de transporte e a desi-
gualdade espacial das redes
  Transistores e semi-condutores  Uma grande evo- A grande flexibilidade e mobilidade dos transportes
lução foram as invenções do transistor e do semicondu- terrestres permitiram o maior distanciamento entre as
tor. Estes substituíram as válvulas a vácuo. Os físicos nor- áreas de residência e as áreas de trabalho, levando à ex-
te-americanos  John Bardeen,  Walter Brattain  e  William pansão das cidades. Os transportes são muito importantes
Shockley inventaram os transistores em 1947, sendo estes para o desenvolvimento das regiões. O aumento da mo-
baseado nas propriedades dos semicondutores — para a bilidade permitiu desenvolver o comércio e, consequente-
fabricação tanto de rádios quanto de circuitos eletrônicos mente, as atividades produtivas, quer a nível regional, quer
de computadores. Estes semicondutores são um material a nível internacional, diminuir as assimetrias regionais e a
menos isolante que o vidro e mais que os metais: silício melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da população.
ou germânio. Em 1958 é criado o circuito integrado, que Ao mesmo tempo, ajudou à expansão de novas formas de
permite a redução cada vez maior dos aparelhos eletrôni- organização do espaço, referindo-se a titulo de exemplo o
cos. Atualmente, é possível a reunião de mais de três mi- crescimento dos subúrbios nas grandes cidades, à redistri-
lhões de transistores em 1 cm² de material semicondutor. buição espacial da população, como a eclosão e intensifi-
cação de movimentos migratórios, assim como à massifi-
A fibra óptica cação de fenômenos sociais, culturais e econômicos, como
A fibra óptica é inventada em 1952, mas torna-se co- é o caso do turismo.
mercialmente interessante apenas na década de 1970 e Papel dos Transportes no desenvolvimento econô-
1980 , quando os sistemas de telecomunicação — que uti- mico e social das regiões.
lizam então linhas telefônicas comuns — começam a ficar As infraestruturas de transportes como estradas, pon-
deficientes devido ao crescimento da transmissão de dados tes, túneis, vias férreas, aeroportos, portos marítimos e flu-
via computadores desde a década de 60. Essa nova rede de viais têm contribuído para reduzir as distâncias, permitindo
telecomunicação conduz sinais luminosos em alta veloci- ultrapassar barreiras físicas como rios e montanhas, condi-
dade, ao contrário dos cabos tradicionais que transmitem cionando a acessibilidade das regiões e, por isso, o seu de-
dados por ondas eletromagnéticas ou impulsos elétricos. O senvolvimento econômico e social.
cabo de fibra óptica é constituído essencialmente por uma Atualmente, os transportes:
pequena barra de vidro central revestida por material ópti- · São responsáveis pela crescente mobilidade das pes-
co que reflete a luz que se desvia do vidro de volta a este, soas para os empregos, nas deslocações quotidianas, nas
e isto envolto por uma capa de polietileno protetora. Esses viagens de turismo, promovem o aproveitamento dos re-
cabos têm a capacidade de transmitirem sinais digitais ou cursos endógenos (exploração dos recursos locais). etc.;
analógicos, de vídeo e áudio (televisão, Internet) ou áudio · Facilitam o desenvolvimento do comércio e das ativi-
(telefone, rádio). Para sua transmissão, é necessário um dis- dades produtivas, ;
positivo transmissor e outro receptor, sendo que a princi- · Permitem a difusão de ideias, de culturas e de técni-
pal diferença entre a transmissão de sinais digitais para os cas;
analógicos, o seguinte: o primeiro precisa de apenas dois · Estruturam o espaço urbano (cidades que crescem,
tipos de sinais luminosos — isso pois o digital consiste em serviços, comércio, industriais e urbanas que se expandem,
um sistema binário constituído pelos números 0 e 1 —, já etc.);
o segundo é necessário uma infinidade de sinais luminosos · Promovem a troca de produtos, bens, pessoas, infor-
de diferentes intensidades de luz.desenvolvido pela Micro- mação (integração espacial) entre as diversas regiões den-
soft um programa para computadores PC que rodava no tro do país e entre os diferentes povos do mundo;
sistema operacional MS-DOS, e que simulava um sistema · Promovem as atividades econômicas e sociais, permi-
operacional: o Windows. Porém, foi somente em 1995, que tindo a implantação da indústria, o alargamento dos mer-
foi lançado um verdadeiro sistema operacional para PC: o cados (intensificam as trocas comerciais) e o aumento da
Windows 95. produção;

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· Geram uma multiplicidade de serviços e de comércio por modelos de metal aerodinâmicos, na década de 1920.
e atividades produtivas; Sendo, por um alemão em 1939, desenvolvido o primeiro
·Criam emprego; avião a jato, chamado de He 178. Atualmente, existem ja-
· Facilitam a divisão internacional do trabalho; tos — como o Boeing 747 — que pode carregar mais de
- Os transportes rodoviários são os mais indicados, 400 passageiros e executar uma viagem de mais de 12.000
no transporte intracontinental, para transportar pessoas e quilômetros.
mercadorias a curtas distâncias. O primeiro rádio.
- Os transportes ferroviários são os mais indicados, Os meios de comunicação começavam a surgir. Em
no transporte intracontinental, para transportar muitas 1895, é inventado o telégrafo sem fio (precursor do rádio)
pessoas e grandes cargas a médias e a longas distâncias. pelo engenheiro italiano Guglielmo Marconi,  que obteve
- Os transportes marítimos são os mais adequados, apoio de outro cientista descobridor das ondas de rádio —
no transporte intercontinental, de grandes cargas a lon- o alemão Heinrich Hertz . Assim, em 1901, Marconi enviou
gas distâncias. a primeira mensagem transatlântica por rádio, sendo trans-
- Os transportes aéreos são os mais rápidos (chegam mitida por código morse,  e em 1906, data-se a primeira
mais longe em menos tempo), mas são caros, poluentes e transmissão sonora transatlântica. Os programas de rádio
têm um consumo elevado de combustível, sendo preferido tornaram-se regulares na década de 1920. Os primeiros rá-
nas deslocações a médias e longas distâncias no tráfego de dios eram grandes, mas com a invenção dos transistores,
passageiros devido à sua velocidade, conforto e rapidez. em 1947, reduziu-se seu tamanho.
A transmissão sonora via rádio deve-se à invenção da
Informação do mundo globalizado válvula a vácuo, que constituía o componente básico dos
Antes da Revolução Industrial, as comunicações e os circuitos eletrônicos dos primeiros aparelhos de rádio. Pri-
transportes eram lentos e pouco seguros. Os fluxos comer- meiramente, constitui-se as válvulas diodo, sendo em 1906
ciais, as viagens e o conhecimento de outros lugares eram introduzida a válvula triodo, que possibilitou transmitir,
muito limitados. A evolução dos transportes e das comu- receber e amplificar sinais de rádio, transformando-os em
nicações tem sido tão rápida que quase podemos afirmar sons compreensíveis — como a voz.
que o ser humano vence distâncias, dando-nos a a sen- A captura de imagens e sua reprodução, ou seja, a
sação de que a distância física diminuiu, “encolhendo” o invenção da fotografia, o cinema e a televisão, respecti-
Mundo vamente, ocorreram da seguinte maneira. Na década de
1870, Eadweard Muybridge obteve o efeito de movimen-
 Os barcos a vapor to através de fotos sucessivas de movimentos humanos
Nos transportes marítimos, foi essencial a navegação e animais, tiradas com um aparelho de alta velocidade.
que utilizava força a vapor, sendo os primeiros barcos des- Apesar de já na década de 1830 o francês Louis-Jacques
se tipo foram utilizados para transportar passageiros nos Daguerre ter criado um processo fotográfico que utilizava
rios dos Estados Unidos. Esses barcos, através da força do placas de cobre cobertas com prata e iodo — simulando o
vapor, eram movidos por imensas rodas equipadas com movimento —, este era muito precário pois produzia uma
pás — um exemplo é Delta Queen, de 1826. Assim, em cópia de cada fotografia. Um pouco mais tarde, o inglês
1843, o britânico Isambard Kingdom Brunel, desenvolveu William Fox Talbot inventou um processo que utilizava
o Great Britain, provido de um gigantesco casco de ferro uma imagem negativa, permitindo um número ilimitado
e propulsor a hélice — este, respectivamente, possibilitava de cópias positivas da mesma fotografia. Surgia, então, a
maior segurança e transporte de mais carga, além de atin- câmera fotográfica, que utilizava este último processo de
gir-se maior velocidade. revelação de imagens. Esta consistia de uma caixa escura,
Além disso, houve o desenvolvimento de novos instru- com um orifício de um lado, por onde entra a imagem do
mentos de navegação, que possibilitaram aos cartógrafos exterior e a reproduz sobre a parede oposta da câmera. Ela
desenharem mapas com mais exatidão métrica. Assim, te- foi aperfeiçoada colocando-se uma lente em seu orifício, e
mos o sextante (no século XIX) — um aperfeiçoamento do assim obtendo uma imagem mais nítida. Posteriormente,
astrolábio —, que permitiu a localização precisa do nave- em 1826, conseguiu obter o primeiro registro de uma ima-
gador no globo terrestre, a partir de medições dos ângulos gem permanente, através de uma chapa de estanho cober-
entre as estrelas conhecidas e a linha do horizonte (obser- ta com betume sensível à luz. Então, finalmente inventa-se
vava-se no telescópio, e então fazia-se a leitura da escala). a fotografia, retirando a placa e tratando a fotografia qui-
micamente.
 Os aviões Consequentemente à criação da fotografia, surge o
A partir deste século, há a introdução de um novo meio cinema. Para isso, foi inventado a câmera cinematográfi-
de locomoção, o transporte aéreo. O primeiro voo foi feito ca, por Étienne-Jules Marey, capaz de tirar doze fotos por
pelos irmãos americanos Orville e Wilbur Wright, em 1903; segundo. Após nove anos foi inventado, por Thomas Edi-
porém, o primeiro voo devidamente homologado foi reali- son, o cinetoscópio (exibia uma série de imagens a certa
zado pelo brasileiro Alberto Santos Dumont, em 1908. As- velocidade, produzindo assim um efeito de movimento).
sim, em seguida, o engenheiro francês Louis Blériot voou, Posteriormente, em 1895, os irmãos franceses Louis e Au-
em 1909, de França à Inglaterra — compreendendo 42 qui- guste Lumière, usaram um dispositivo semelhante a este
lômetros. Esses primeiros aviões eram de madeira e tecido, descrito para a primeira exibição pública cinematográfica.
com suportes de ferro. Foram aperfeiçoados e substituídos Este dispositivo usava uma tira contínua de filme, rodada

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GEOGRAFIA DO BRASIL

à mão num projetor de imagens à tela. Então, na década IBM 5100, o primeiro computador próximo do pessoal.
de 1920, teve-se a invenção de filmes sonoros; em 1932, O  primeiro computador pessoal (ou PC — do inglês,
da produção de filmes coloridos, pelo sistema Technicolor. personal computer) produzido em larga escala foi o  IBM
Em 1926 teve-se a invenção da televisão, pelo escocês 5100, lançado em 1975.  Então, em 1983, foi construído
John Logie Baird. Esse aparelho é concebido a partir da in- pela IBM, o PC XT: compreendia um microprocessador
venção, de Vladimir Zworykin, do iconoscópio (dispositivo 8088 e um disco rígido (dispositivo com certa capacidade
eletrônico que por protetora. Esses cabos têm a capacida- de armazenamento de dados de um computador). Sub-
de de transmitirem sinais digitais ou analógicos, de vídeo sequente, temos o desenvolvimento de outros micropro-
e áudio (televisão, Internet) ou áudio (telefone, rádio). Para cessadores mais avançados, sendo que estes caracterizam
sua transmissão, é necessário um dispositivo transmissor os nomes dos computadores: 286, 386, 486 (cada um com
e outro receptor, sendo que a principal diferença entre a diversos tipos, como o 486 SX e 486 DX) 
transmissão de sinais digitais para os analógicos, o seguin- A Interface Gráfica é a utilização do computador por
te: o primeiro precisa de apenas dois tipos de sinais lumi- meios gráficos, que por meio de ícones (símbolo gráfico)
nosos — isso pois o digital consiste em um sistema binário pode-se indicar um comando pelo qual o computador
constituído pelos números 0 e 1 —, já o segundo é ne- deve seguir. Isso é feito através do mouse (periférico que
cessário uma infinidade de sinais luminosos de diferentes move um indicador para executar um comando). Assim, a
intensidades de luz. Interface Gráfica substituiu o teclado para a execução de
Essas revolucionárias redes de telecomunicação per- comandos, simplificando a utilização dos microcomputa-
mitem a transmissão de dados a uma velocidade muito dores. Esta simplificação do modo de utilização do com-
maior que a dos cabos convencionais de cobre — atinge putadores, foi:
a velocidade da luz (300.000 km/s), com a transmissão de · Flexibilizam a localização das atividades econômicas;
até 1 bilhão de bits por segundo (cada bit equivale a uma · Permitem uma melhor e mais rápida distribuição de
unidade de informação no sistema binário). Simplificando, bens (produtos, equipamentos e matérias-primas) e servi-
são pacotes de até 1 bilhão de bits enviados a cada segun- ços, traduzindo-se na subida do nível médio de vida da
do, que viajam à velocidade da luz. E também a uma maior população;
distância sem a necessidade de uso de repetidores (dis- · Permitem a mobilidade da população (casa / trabalho,
positivos utilizados para o sinal não enfraquecer) — 4.000 viagens de negócios, turismo...);
metros contra 1.500 metros dos cabos convencionais. Além · Facilitam o intercâmbio de técnicas e constituem um
fato de aproximação de povos e culturas;
disso, permite uma menor interferência; menor possibili-
· Quebram o isolamento das regiões desfavorecidas;
dade de intercepção, garantindo uma maior segurança de
· Atenuam as assimetrias socioeconômicas regionais;
transmissão de dados; e impossibilidade de causar incên-
· Permitindo a especialização, o aumento de rendimen-
dios devido à não-produção de descargas elétricas. Entre-
to, de produtividade e dispersão das atividades econômi-
tanto, possuem custo mais elevado em relação aos cabos
cas, permitem o desenvolvimento integral das diferentes
convencionais, e exigem equipamentos avançados para
regiões;
sua instalação: a necessidade de ficarem alinhados e não-
· Um sistema de vias de comunicação desenvolvido
submetidos a uma grande pressão — caso contrário, tem
e eficiente (grande acessibilidade) indica a grande mobi-
sua capacidade diminuída — exigem que os equipamentos lidade da comunidade à procura das suas necessidades,
de instalação sejam de grande precisão. assegurando às populações e agentes econômicos iguais
oportunidades de aceder a níveis de serviços elevados e
Os microprocessadores e a informática com características idênticas.
A modernização dos transportes modificou a noção de
O microprocessador é a parte fundamental de um distância. Antigamente a distância física media-se em ter-
computador, mas não somente deste, pois é utilizado tam- mos absolutos (distância em quilômetros), na atualidade
bém para várias outras máquinas: máquinas de lavar e de mede-se em termos relativos (distância-relativa): distância-
costura, calculadoras, televisões e rádios modernos, carros, tempo e distância-custo).
robôs, satélites, etc. O primeiro foi criado pela empresa In- A maior velocidade dos transportes permitiu diminuir
tel, em 1971: foi o i4004 a  distância-tempo (corresponde ao tempo utilizado
O microprocessador — que está envolvido por uma para percorrer uma determinada distância). A maior ca-
cápsula chamada chip — compreende a unidade aritmé- pacidade de carga dos transportes e a diminuição dos cus-
tico-lógica (dispositivo que realiza operações de cálculo), tos permitiram reduzir a distância-custo ( corresponde ao
a unidade de controle (dispositivo que comanda outros, custo associado a uma determinada distância).
através de instruções corretas para executar tarefas), os re- A  acessibilidade (maior ou menor facilidade com
gistros (dispositivo de memória de dados e de resultados que se atinge um local; depende do tipo de transporte,
das operações das unidades de um microprocessador) e das condições da via, da intensidade do tráfego e dos
buses internos de conexão (bus é um microcabo que co- custos associados) dos lugares pode ser medida utilizan-
necta os dispositivos de um computador, e permite o envio do os indicadores distância-tempo e distância-custo.
de mensagens). Para a comunicação do microprocessador A competitividade dos diferentes modos de trans-
com dispositivos externos, utiliza os buses externos.  porte

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GEOGRAFIA DO BRASIL

As principais redes de transporte utilizadas para o es- Segundo a demógrafa Rosana Baeninger, da Unicamp,
tabelecimento de ligações são: a rede rodoviária, a rede o País passa por um novo ciclo de urbanização, marcado
ferroviária, a rede marítima e a rede aérea. A escolha do pelo deslocamento ou migração de curta distância entre
modo transporte a utilizar depende de vários fatores, po- regiões, até mesmo entre municípios próximos – é a cha-
dendo enunciar-se como os mais importantes o custo do mada migração polinucleada.
transporte, o tipo de mercadoria a transportar, a distância Beaninger aponta outras mudanças, como a saturação
a vencer, o tempo gasto no percurso e o tipo de trajeto a econômica das grandes metrópoles, inibindo as ofertas de
percorrer.  empregos e a diminuição das fronteiras agrícolas, com o
Fonte: http://hygorbh.blogspot.com.br/ fim dos incentivos governamentais.
A grande novidade é que a população rural de São
Paulo voltou a crescer (0,78%) de 1991 a 2000. O fato é
explicado pela expansão de novas atividades econômicas
no meio rural, como a agroindústria, os condomínios, com
D) A QUESTÃO URBANA BRASILEIRA: serviços (incluindo o trabalho doméstico) e o turismo rural,
PROCESSOS E ESTRUTURAS. com hotéis-fazenda.

É fundamental diferenciar crescimento urbano de ur- E) A AGROPECUÁRIA, A ESTRUTURA


banização. Esta ocorre quando a população das cidades FUNDIÁRIA E PROBLEMAS SOCIAIS RURAIS
cresce mais do que a população rural, com migrações do NO BRASIL, DINÂMICA DAS FRONTEIRAS
campo para a cidade. Já o crescimento urbano, ou das ci- AGRÍCOLAS E SUA EXPANSÃO PARA O
dades, pode suceder sem a urbanização. CENTRO-OESTE E PARA A AMAZÔNIA.
Historicamente no Brasil, até o século XIX, houve ape-
nas crescimento urbano, uma vez que a população rural
cresceu tanto quanto a urbana. Durante os ciclos econômi-
cos, açúcar, ouro e café, a população urbana representava
A estrutura fundiária corresponde ao modo como as
menos de 10% do total. Portanto, o conceito de urbaniza-
propriedades rurais estão dispersas pelo território e seus
ção só pode ser século XX, com uma industrialização que
respectivos tamanhos, que facilita a compreensão das de-
acelerou o êxodo rural.
sigualdades que acontecem no campo.
No início do século XX, o Brasil possuía 32,6% da po-
A desigualdade estrutural fundiária brasileira configura
pulação vivendo nas cidades. Após 1960 (ver gráficos), o
como um dos principais problemas do meio rural, isso por
processo de urbanização no Brasil cresceu de forma signi- que interfere diretamente na quantidade de postos de tra-
ficativa em todas as regiões. balho, valor de salários e, automaticamente, nas condições
Entre os principais fatores que aceleram a urbanização, de trabalho e o modo de vida dos trabalhadores rurais.
sem dúvida, a industrialização foi decisiva, sobretudo nos No caso específico do Brasil, uma grande parte das ter-
períodos de 1956 a 1961, com o “Plano de Metas” de J. Ku- ras do país se encontra nas mãos de uma pequena parcela
bitschek, e de 1967 a 1973, com o “Milagre Econômico”de da população, essas pessoas são conhecidas como latifun-
Delfim Netto. Simultaneamente houve expansão do merca- diários. Já os minifundiários são proprietários de milhares
do de trabalho nas cidades em função do crescimento do de pequenas propriedades rurais espalhadas pelo país, al-
setor de serviços e da própria industrialização. gumas são tão pequenas que muitas vezes não conseguem
Portanto, neste quadro de alterações, o êxodo rural au- produzir renda e a própria subsistência familiar suficiente.
mentou, deixando a urbanização mais intensa e, infelizmen- Diante das informações, fica evidente que no Brasil
te, ineficiente. A cidade não estava preparada para receber ocorre uma discrepância em relação à distribuição de ter-
tantas pessoas, gerando caos na infraestrutura, surgindo ras, uma vez que alguns detêm uma elevada quantidade de
problemas, já abordados, como as submoradias, transporte terras e outros possuem pouca ou nenhuma, esses aspec-
precário e falta de rede de esgoto, água e energia. tos caracterizam a concentração fundiária brasileira.
Para agravar a situação, a industrialização não absor- É importante conhecer os números que revelam quan-
veu todos os migrantes, e o resultado foi a hipertrofia do tas são as propriedades rurais e suas extensões: existem
setor terciário, multiplicando o número de desemprega- pelo menos 50.566 estabelecimentos rurais inferior a 1
dos, de subempregos e de pequenos negócios, marcados hectare, essas juntas ocupam no país uma área de 25.827
pela baixa escolaridade. hectares, há também propriedades de tamanho supe-
A urbanização tem suas particularidades, como, por rior a 100 mil hectares que juntas ocupam uma área de
exemplo, a região Centro-Oeste ser a segunda região mais 24.047.669 hectares.
urbanizada do país. O fato é explicado pela construção de Outra forma de concentração de terras no Brasil é pro-
Brasília, associado à pecuária tradicional e à recente agri- veniente também da expropriação, isso significa a venda de
cultura moderna de grãos, atividades que exigem pouca pequenas propriedades rurais para grandes latifundiários
mão-de-obra. com intuito de pagar dívidas geralmente geradas em em-

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GEOGRAFIA DO BRASIL

préstimos bancários, como são muito pequenas e o nível te, o crescimento vegetativo começou a diminuir, embora
tecnológico é restrito diversas vezes não alcançam uma ainda apresentasse valores altos, típicos de países subde-
boa produtividade e os custos são elevados, dessa forma, senvolvidos.
não conseguem competir no mercado, ou seja, não obtêm Demográfica e economicamente falando, existe uma
lucros. Esse processo favorece o sistema migratório do série de termos utilizados para mensurar e estabelecer es-
campo para a cidade, chamado de êxodo rural. tatísticas sobre as características socioeconômicas e espa-
A problemática referente à distribuição da terra no Bra- ciais de um país ou território. Um dos mais importantes é
sil é produto histórico, resultado do modo como no passa- o conceito de População Economicamente Ativa (PEA).
do ocorreu a posse de terras ou como foram concedidas. Existem várias definições sobre o que seria, precisa-
A distribuição teve início ainda no período colonial mente, a População Economicamente Ativa. O Instituto Bra-
com a criação das capitanias hereditárias e sesmarias, ca- sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) define a PEA como
racterizada pela entrega da terra pelo dono da capitania a a mão de obra com a qual o setor produtivo pode contar,
quem fosse de seu interesse ou vontade, em suma, como ou seja, é o número de habitantes em idade e condições
no passado a divisão de terras foi desigual os reflexos são físicas para exercer algum ofício no mercado de trabalho.
percebidos na atualidade e é uma questão extremamente Nessa conceituação, a População Economicamente
polêmica e que divide opiniões. Ativa envolve aquilo que o IBGE classifica como população
ocupada e população desocupada. O primeiro termo re-
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra- fere-se aos que possuem algum ofício em um período de
fia/estrutura-fundiaria-brasil.htm referência, sendo esse ofício remunerado, não remunerado,
por conta própria ou como um empregador. Já o segundo
termo refere-se ao grupo de pessoas que não possuem
emprego e que estão aptas a trabalhar, tendo realizado al-
F) A POPULAÇÃO BRASILEIRA: EVOLUÇÃO, gum mínimo esforço para tal.
ESTRUTURA E DINÂMICA.
Dessa forma, em uma definição mais simples, costu-
ma-se dizer que a PEA é a população empregada ou
que possui condições de trabalhar e que realiza algum
esforço para isso. Consequentemente, a População Não
População Brasileira
Economicamente Ativa refere-se às pessoas não classifica-
das como ocupadas e desocupadas, isto é, aquelas que não
População é o conjunto de pessoas que residem em
possuem idade, interesse ou condições de exercer algum
determinado território, que pode ser uma cidade, um esta-
do, um país ou mesmo o planeta como um todo. Ela pode ofício.
ser classificada segunda sua religião, nacionalidade, local A classificação da idade para o enquadramento na PEA
de moradia (urbana e rural), atividade econômica (ativa varia de país para país. Em alguns lugares, engloba-se a
ou inativa) e tem seu comportamento e suas condições de população que possui de 10 a 60 anos. No Brasil e também
vida retratados através de indicadores sociais, como taxas em muitos outros países, a idade mínima é de 15 anos. Por-
de natalidade, mortalidade, expectativa de vida, índices de tanto, além de um conceito econômico, trata-se também
analfabetismo, participação na renda, etc. de um termo demográfico.
O Brasil, em 2013, ultrapassou a casa dos 200 milhões Em países subdesenvolvidos ou em boa parte dos
de habitantes. (aproximadamente 201 milhões). É um país emergentes, a pirâmide etária indica – quase sempre –
populoso, o quinto maior do planeta, porém, não é den- uma população predominantemente jovem, em face das
samente povoado (densidade demográfica de aproxima- elevadas taxas de natalidade e mortalidade. Nesses locais,
damente 23,6 hab/km2. Segundo o IBGE, o país tem atual- a PEA apresenta-se em grande quantidade, o que é o mes-
mente 201,032 milhões de habitantes, contra 199,242 milhões mo que uma mão de obra farta e barata, ocorrência que
em 2012, um crescimento de cerca de 1 por cento. Em 2000, atrai muitas empresas. Em alguns países emergentes e na
a população brasileira era de 177,448 milhões de habitantes. maioria dos desenvolvidos (sobretudo da Europa), há um
Antes da colonização, a população do atual território envelhecimento populacional que resulta das baixas taxas
brasileiro era, segundo estimativas, de dois a cinco milhões de natalidade, mortalidade e alta expectativa de vida. Com
de índios, pertencentes a vários grupos. Os grupos mais isso, proporcionalmente, a PEA é muito baixa, o que pode
numerosos, e que ocupavam as maiores extensões territo- comprometer suas economias.
riais, eram o jê e o tupi-guarani. O Brasil vem assistindo a uma gradativa redução de sua
O crescimento vegetativo ou natural corresponde à di- População Economicamente Ativa, graças a essas mesmas
ferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade. No mudanças demográficas. Recentemente, o país deixou de
Brasil, embora essas duas taxas tenham declinado no pe- ser considerado “jovem” e passou a ser classificado como
ríodo de 1940-1960, foi somente a partir da década de 60 “adulto”, graças ao processo de envelhecimento popula-
que o crescimento vegetativo passou a diminuir. cional, ou seja, a elevação da média de idade no território
A partir da década de 60, com a urbanização acelerada nacional.
no Brasil, a taxa de natalidade passou a cair de forma mais Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra-
acentuada que a taxa de mortalidade. Consequentemen- fia/o-conceito-populacao-economicamente-ativa-pea.htm

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GEOGRAFIA DO BRASIL

G) A DISTRIBUIÇÃO DOS EFETIVOS DEMOGRÁFICOS E OS


MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS: REFLEXOS SOCIAIS E
ESPACIAIS.

Movimentos Migratórios
Impulsionados por motivos diversos, como a fome, a conquista territorial, a fuga a perseguições políticas e religiosas,
as crises econômicas, entre outros, os movimentos migratórios têm se realizado ao longo da história de forma contínua.
Cada época marca seu motivo. A verdade é que os movimentos de população permitiram o povoamento do mundo e
significaram a expansão de etnias, línguas, religiões e conhecimento, num emaranhado processo que dá ao mundo atual
os traços de grande diversidade e riqueza cultural que observamos.
As chamadas Grandes Navegações ou “grandes invasões”, por exemplo, foram responsáveis pela colonização do con-
tinente americano a partir do século XVI; e significaram a difusão da cultura dos europeus, a qual entrou em choque com
as culturas das comunidades indígenas que já habitavam o território.
Esse deslocamento populacional foi estimulado pelo expansionismo territorial das potências europeias da época, que
buscavam fontes de matérias-primas e novos mercados para seus produtos, portanto, tinha motivação geopolítica e eco-
nômica. Essa migração aumentou maciçamente no século XIX e começo do XX.
Paralelamente, perseguições políticas e religiosas, guerras e crises econômicas foram responsáveis por grandes deslo-
camentos humanos da Europa e Ásia para as Américas. Outras partes do mundo sofreram estimulação migratória mais lo-
calizada, como é o caso da Austrália e Nova Zelândia, onde a perspectiva de melhoria de condições de vida, com a possibili-
dade de mobilidade social (ascensão econômica), incentivou especialmente parte da população da Grã-Bretanha a emigrar.

Causas das migrações atuais


Os movimentos migratórios atuais relacionam-se, principalmente, a duas causas:
• A busca por melhores condições de vida – caracteriza os deslocamentos populacionais provocados pela miséria que
se concentra em algumas partes do mundo. Portanto, têm caráter econômico, constituindo fluxos ou correntes migratórias
de países pobres para países ricos. Exemplos: pós-década de 60 (século XX), da Europa Mediterrânea para a Europa Ociden-
tal; na atualidade, do norte da África para países europeus, de regiões da América Latina para os EUA e Canadá, do extremo
oriente para as Américas. Essas migrações são vistas como o efeito colateral mais perverso da globalização.
• A fuga de regiões em conflito – trata-se de migrações provocadas por guerras locais, portanto, têm motivação po-
lítico-bélica, constituindo um verdadeiro êxodo para os países que recebem os refugiados. Esses deslocamentos ocorrem
por uma questão de sobrevivência às perseguições motivadas por conflitos étnicos e às atrocidades cometidas contra as
populações civis. Os exemplos mais recentes foram os que ocorreram na Bósnia-Herzegovina e Kosovo.

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GEOGRAFIA DO BRASIL

• Mas é no continente africano que se desencadeia a barata, substituindo os trabalhadores locais em serviços


maior quantidade de movimentos migratórios: são legiões geralmente braçais. O mais típico exemplo foram os turcos
de refugiados vagando pelo espaço local, à procura de migrando principalmente para a então Alemanha Ociden-
abrigo, fugindo de guerras tribais, instabilidades políticas, tal.
questões raciais e religiosas e golpes militares. Entretanto, as crises econômicas e as transformações
Áreas de repulsão e atração na estrutura de trabalho, com a automação, reduziram os
Hoje, no mundo, podemos identificar algumas áreas empregos. Surgiram, então, as sombras da xenofobia. A
com características de repulsão (países emissores) e de situação ficou pior com o fim do sistema socialista e o sur-
atração (países receptores) no espaço terrestre, que levam gimento de grupos europeus orientais desempregados e
milhares de pessoas a se deslocar. empobrecidos. A partir daí, o imigrante estrangeiro passou
Como áreas de repulsão, podemos identificar: a ser visto como um intruso ou concorrente indesejado,
a) América Latina (México, América Central e América levando muitos países a adotar medidas restritivas.
do Sul) – com seus históricos problemas de desequilíbrio c) Japão  – relativamente recentes nos processos mi-
econômico, provocados por endividamentos e mau geren- gratórios, os países começaram a se tornar um polo de
ciamento do dinheiro público, gerando enormes bolsões atração a partir de seu acelerado crescimento econômico
de pobreza. dos anos 70. Inicialmente os imigrantes provinham das cer-
b) África – onde, além da pobreza crônica da popula- canias de China, Taiwan e Coréia do Sul. O envelhecimento
ção, ocorrem conflitos raciais de extrema violência dentro precoce da população, entretanto, serviu de maior atrativo,
dos países artificialmente criados pelos colonizadores eu- levando a um aumento da imigração, com destaque para o
ropeus. brasileiro, (dekassegui), trabalhador não-qualificado, apro-
c) Ásia – o continente que concentra o maior contin- veitado para as tarefas braçais. Milhares de famílias brasi-
gente absoluto de pobres do mundo onde as estruturas leiras mudaram para o Japão em busca de dólares.
sociais são profundamente injustas, muitas vezes exacer-
badas pelos sistemas de castas e pelo comportamento re- Fonte: http://www.coladaweb.com/geografia/movi-
ligioso. mentos-migratorios
d) Leste Europeu  – onde o fim do socialismo gerou
enorme desorganização econômica, com a eliminação de
empregos e benefícios estatais, expondo diferenças antes
controladas pela ideologia política comum, provocando H) A DIVISÃO REGIONAL DO TRABALHO: O
conflitos étnicos e religiosos. CENTRO-SUL COMO POLO DINÂMICO DA
O desenvolvimento do capitalismo internacional con- ECONOMIA NACIONAL.
centrou, particularmente, a riqueza em algumas regiões
do globo, atraindo as populações empobrecidas que têm
grande desejo de participar dos benefícios decorrentes
desse poder. Com aproximadamente de 2,2 milhões de km2, cerca
Como exemplos dessas áreas de atração, podemos de 25% do território brasileiro, a região centro-sul abran-
identificar: ge os estados da região Sul,  Sudeste (exceto o norte de
a)  América Anglo-Saxônica  – os EUA e, em menor Minas Gerais) e Centro-Oeste, (Goiás, Mato Grosso do Sul,
escala, o Canadá, com suas ricas economias, são atrativos Distrito Federal, Sul do Mato Grosso e de Tocantins.
para as populações latino-americanas, principalmente me- É o complexo regional mais importante e o centro eco-
xicanos e centro-americanos que veem na poderosa nação nômico da nação, com mais de 60% da população brasi-
(EUA) a solução para seus problemas. Veja mais em Imigra- leira. Aí estão 16 das 22 áreas metropolitanas do país. É
ção Ilegal ao EUA. a mais dinâmica das regiões, com uma economia muito
b) Europa Ocidental – essa região concentra as prin- diversificada.
cipais economias do continente: Alemanha, França, Itália e Apresenta a maior concentração de indústrias do país,
Reino Unido, além da Holanda, Suécia e Suíça. A Europa é uma rede complexa e interligada de cidades, a agropecuá-
circundada por várias regiões com economias problemáti- ria mais moderna e a mais densa rede de serviços, comu-
cas, como a África, Oriente Médio, Europa Oriental e, mais nicações e transportes. É onde se produz mais emprego
distante, o Sul e Sudeste Asiático. do que todos os complexos regionais e concentra a maior
Quando, nos anos 60 (século XX), os países acima ci- quantidade dos investimentos das grandes empresas.
tados começaram a apresentar um desenvolvimento mais O Centro-Sul é o espaço da modernização e do dina-
acelerado, libertando-se dos problemas gerados pela Se- mismo, embora apresente ainda estruturas tradicionais e
gunda Guerra Mundial, teve início a imigração. Em prin- atrasadas, acarretando desequilíbrios socioespaciais no seu
cípio, ela ocorreu na própria Europa (migração intracon- espaço regional. Podemos dizer que o Centro-Sul repre-
tinental), dos países mais pobres, como Portugal, Irlanda, senta o “Brasil novo”, da indústria, das grandes metrópoles,
Grécia, Espanha, e Turquia em direção aos países centrais. da imigração e da modernização da economia.
Mais tarde, também começaram a chegar os imigrantes de É a região de economia mais dinâmica do país, produ-
outros continentes (migração intercontinental’), os quais zindo a maior parte do PIB. Nos setores agrário, industrial
eram bem-vindos à medida que forneciam mão de obra e de serviços, além de concentrar a maior parte da popu-

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GEOGRAFIA DO BRASIL

lação. Apesar da maior dinamicidade, o centro-sul possui Curitiba é a metrópole da região, com um parque in-
também as contradições típicas do desigual desenvolvi- dustrial de certo vulto e com crescimento. O vale do Itajaí,
mento socioeconômico brasileiro. ao norte da encosta catarinense, é a zona mais dinâmica de
Região centro-oeste santa Catarina: vales profundos, caracterizam essa área de
Área que possui uma população ainda reduzida e colonização italiana e alemã. Blumenau é o maior centro
constitui, historicamente uma zona de expansão da eco- industrial da região.
nomia paulista, o que explica a presença do maior rebanho A zona serrana gaúcha é uma área de colonização ale-
bovino brasileiro. mã e italiana, apresentando uma estrutura fundiária cal-
Organização econômica  – a principal atividade eco- cada na pequena propriedade. À produção agrícola,  ex-
nômica do centro-oeste é a pecuária bovina extensiva que tremamente diversificada, vem se somar uma importante
imprimiu a estrutura latifundiária desde a crise da mine- atividade pecuária, que alimenta uma próspera indústria
ração, no século xviii. Há também, extrativismo mineral e frigorífica e de laticínios. Por isso mesmo, o setor agro-in-
vegetal, sendo que agricultura ampliou-se com a abertura dustrial foi o que mais cresceu no sul, no início da década
das fronteiras agrícolas de exportação. Este fato provocou de 90.
intenso conflito pela terra, agravado pelo fluxo migracio- No centro-sul gaúcho, destacam-se duas áreas: a re-
nal. É uma região de fraca densidade, com luta pela terra. gião de porto alegre, metrópole que tem expressivo de-
Pecuária: goiás e pantanal (bovinos) – abastecimento senvolvimento industrial, a “campanha”,  caracterizada pe-
dos frigoríficos do oeste paulista. A região sofre grandes los grandes estabelecimentos pastoris – as estâncias, onde
alterações a partir da década de 70, com a expansão da predomina uma pecuária extensiva melhorada.
fronteira agrícola e as pesquisas que viabilizaram o avanço População – o processo de ocupação da região, inicia-
da soja pelo cerrado, como por exemplo, o processo da se com o gado da campanha gaúcha. Oriundo de são Vi-
calagem, adição de calcário ao solo. O enorme crescimento cente, este gado procura as pastagens naturais do sul, não
da agricultura na região vem determinando a necessidade ficando nas matas e serras da região. Imprime o latifúndio,
de alternativas de transportes, como a hidrovia do rio ma- ocupa, mas não estabelece grandes núcleos de povoamen-
deira e a ferronorte. to, confundindo-se com as fronteiras castelhana.
Região sul No litoral do rio grande houve, também, no período
Com uma superfície de 577.723 km2, a região sul com- colonial, o povoamento com casais açorianos, indo até mais
preende os estados do paraná, santa Catarina e rio grande
para o interior (depressão) e fundando porto alegre (guaí-
do sul, constituindo a única região brasileira não tropical.
ba). A mineração do século xvii gerou um povoamento com
O relevo do sul é formado em sua maior parte pelo
núcleo até laguna, pelo estreito litoral sul. Laguna era, em
planalto meridional, que apresenta três patamares li-
fins do século xvii, o ponto de apoio da ocupação brasileira
mitados por escarpas:  ao longo do litoral, ergue-se a
no sul, visando a sacramento, no estuário do prata.
primeira escarpa, de altitudes mais elevadas – a serra do
No século xix chegam os imigrantes. Vão estabelecer-
mar, mais para interior, estende-se um planalto cristalino;
se nas matas e serras pouco valorizadas pela pecuária, e
a seguir a chamada “serrinha” forma uma nova escarpa é a
serra geral, limite do planalto basáltico que se estende até só usam a região como trânsito para a venda nas feiras e
o vale do rio paraná. No extremo sudoeste do rio grande são Paulo (exemplo Sorocaba), para abastecer a área mi-
do sul, desenvolve-se a campanha gaúcha, parte brasileira neradora. Estes imigrantes vão: imprimir a pequena pro-
da vasta planície platina (o pampa). priedade; desenvolver a agricultura associada à pecuária;
O clima do sul é subtropical úmido fatos que individua- desenvolver a agricultura de subsistência que dará origem
liza a região no conjunto brasileiro. A pluviosidade é bem à policultura; desenvolver a mão-de-obra familiar. Imigran-
uniforme, e as temperaturas médias são abaixo de 22ºc, tes alemães nos vales férteis; italianos nas encostas; eslavos
registrando-se as mínimas nas zonas mais elevadas onde no oeste e japoneses no norte do paraná, configuram o
ocorrem a neve ocasional. Na vegetação original do sul, ciclo de povoamento.
predominavam as formações florestais: a mata atlântica, Hoje a região perde população para o centro-oeste,
junto ao litoral; a floresta tropical, no norte do paraná; a para a Amazônia e até para fora do país. Fato determinado
floresta subtropical com pinheiros (mata de araucária). pelos seguintes aspectos:
O celeiro do país  – a região sul possui, atualmente, • Divisão das propriedades pela herança
uma economia agrícola altamente desenvolvida, que vem • Minifúndios absorvidos por latifúndios com cultu-
passando por um intenso processo de modernização, tor- ras de exportação, a exemplo da soja.
nando-se uma atividade cada vez mais mecanizada e ca- Economia –  a existência de extensas áreas de pasta-
pitalizada. gens naturais favoreceu o desenvolvimento da pecuária
O norte do paraná, constitui a área agrícola mais de- extensiva de corte na região sul, há o predomínio da gran-
senvolvida do estado, com uma estrutura fundiária basea- de propriedade e o regime de exploração direta, já que a
da em médias propriedades. Embora o café tivesse sido grande criação é extensiva, exigindo poucos trabalhadores,
o principal produto da região, seu cultivo tem perdido o o que explica o fato de haver uma população rural pouco
caráter monocultor, com a diversificação das lavouras co- numerosa na região.
merciais (soja, trigo, arroz). O restante do estado tem uma A agricultura, que é desenvolvida em áreas florestais,
produção agropecuária ampla e variada, além da explora- com predomínio da pequena propriedade e do trabalho
ção madeireira. familiar, foi iniciada pelos europeus, sobretudo alemães,

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GEOGRAFIA DO BRASIL

que predominaram na colonização do sul. A policultura é alimentos e bebidas, que vêm-se registrando uma queda
a prática comum na região às vezes com caráter comercial, relativa). Essa tendência vêm-se afirmando no conjunto da
sendo o feijão, a mandioca, o milho, o arroz, a batata, a região, embora o desenvolvimento das indústrias seja dife-
abóbora, a soja, o trigo, as hortaliças e as frutas os produ- renciado ao nível dos estados.
tos mais cultivados. São Paulo destaca-se no contexto nacional como o es-
Em algumas áreas, a produção rural está voltada para tado de maior concentração industrial, especialmente no
a indústria, como a cultura da uva para a fabricação de vi- tocante à indústria pesada. E o interior do estado já des-
nhos, a de tabaco de óleos vegetais, a criação de frangos e ponta hoje como o segundo mercado interno do país.
porcos (associadas à produção de milho) para abastecer as Minas Gerais constitui o segundo centro industrial do
usinas de leite e fábricas de laticínios. país, com uma participação de cerca de 10% no valor da
Diferente das regiões agrícolas “coloniais” é o norte do produção nacional. Em linhas gerais, a região da grande
paraná, que está relacionado com a economia do sudeste, são Paulo abrange o maior parque industrial da américa
sendo uma área de transição entre são Paulo e o sul. Seu latina, além de constituir o maior centro comercial e fi-
povoamento está ligado à expansão da economia paulista. nanceiro do país. A riqueza de recursos minerais esteve na
O extrativismo vegetal é uma atividade de grande im- base do grande desenvolvimento das indústrias siderúrgica
portância no sul do país e o fato de a mata das araucárias e metalúrgica do estado de minas. A maior parte da pro-
ser bastante aberta e relativamente homogênea facilita a dução brasileira de ferro ainda provém do “quadrilátero
sua exportação. As espécies preferidas são o pinheiro-do ferrífero de minas gerais”, sendo o brasil um dos maiores
-paraná, a imbuia e o cedro, aproveitados em serrarias ou produtores mundiais desse minério.
fábricas de papel e celulose. O Rio de Janeiro apesar de estagnado na metade dos
A região sul é pobre em recursos minerais, devido à anos 90, vem crescendo na última metade através de um
sua estrutura geológica. Lá há a ocorrência de cobre no rio processo de “renúncia fiscal” e dos novos ramos privati-
grande do sul e chumbo no paraná, mas o principal pro- zados, os da telecomunicação e da siderurgia. A econo-
duto é o carvão-de-pedra, cuja extração concentra-se em mia do rio de janeiro porém, tem sua maior perspectiva no
santa Catarina. É utilizado em usinas termelétricas locais e crescimento da indústria do petróleo (extração, construção
na siderurgia (misturado ao importado). naval, plataformas, óleos e gasodutos, pólo gásquímico e
novas empresas que ganharam concessão de exploração).
A região sul é a segunda mais industrializada do país,
A produção de termeletricidade também tende a crescer
vindo logo após o sudeste. A principal característica da in-
em função de novos investimentos privados e estatais (an-
dustrialização do sul é o fato de as atividades rurais coman-
gra ii).
darem a atividade industrial. Assim, somente as metrópoles
O problema do rio de janeiro é basicamente para con-
de porto alegre e Curitiba não se encaixam no esquema
sumo interno e necessariamente exige importação de ali-
agroindustrial predominante na região.
mentos e insumos agrícolas. Outro setor de crescimento
Porto alegre é o maior centro urbano-industrial, onde
é o turismo – “a venda do local” – hoje principalmente in-
se localizam indústrias metalúrgicas, químicas, de couros, terna é a rede de escolas e universidades que atrai investi-
de bebidas, de produtos alimentícios e têxteis. Já a indus- mentos diretos.
trialização de Curitiba, o segundo maior centro industrial, é Organização econômica  – a importância histórica
mais recente, destacando-se suas metalúrgicas, madeirei- desta região data do desenvolvimento da atividade mine-
ras, fábricas de alimentos e do ramo automobilístico. radora, quando o eixo econômico e político do país trans-
As demais cidades industriais da região são geralmente feriu-se para o centro-sul. Após a mineração, o café, no
mono-industriais ou então abrigam dois gêneros de indús- século xix, valorizou também a área, tanto no vale do pa-
trias, como Caxias do sul (bebidas e metalurgia), pelotas raíba fluminense como no paulista, assim como, no século
(frigoríficos), Lages (madeiras), londrina (alimentos), Blu- xx, este produto impulsiona o oeste de são paulo. Manteve,
menau e Joinville (indústria têxtil), estas duas localidades no entanto, a estrutura fundiária do latifúndio neocolonial
no vale do Itajaí, a região mais próspera de santa Catarina. exportador, sendo que no rio paraíba utilizou-se da mão-
Região Sudeste de-obra escrava negra.
O sudeste é a região mais desenvolvida do brasil, regis- Na era Vargas esta região encontrou sua vocação in-
trando em relação ao conjunto do país, uma participação dustrial. O capital do café e o esforço do estado vão trans-
de cerca de 55% no produto interno bruto (pib), de 66% formá-la em um grande centro industrial, sobretudo, nas
no valor da produção industrial, e concentrando 58% de metrópoles nacionais de são Paulo e rio de janeiro, e na
pessoal ocupado na indústria. regional de belo horizonte.
O processo de industrialização ocorrido no brasil a par- Urbana e industrial, esta região apresenta algumas
tir da década de 50, apoiado tanto na entrada maciça do características marcantes:
capital estrangeiro, quanto na iniciativa privada nacional e Agricultura – como produção elevada – cana-de-açú-
na própria intervenção estatal, baseou-se no desenvolvi- car, café, soja, milho e arroz, utiliza-se, porém, da mão-de
mento dos setores mecânico, metalúrgico, químico, de ma- -obra temporária ou boia-fria, mostrando aí seus graves
terial elétrico e de transportes, consolidando-se a região contrastes sociais e espaciais: ao lado de uma agricultura
como centro da economia nacional. Desde então, aque- moderna há estruturas arcaicas, como a questão social,
les setores industriais acusam participação crescente no técnica e política do vale do Jequitinhonha e norte de mi-
sudeste, em detrimento das indústrias tradicionais (têxtil, nas gerais.

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GEOGRAFIA DO BRASIL

Pecuária – dinâmica, não só para o abastecimento da Hoje, nos parece tão óbvio que o Brasil seja dividido
carne, como de leite e derivados. Destacam os rebanhos de em cinco regiões, que nem paramos para perguntar por
minas gerais e são Paulo. que ele foi organizado desse jeito. Da mesma forma, não
Concentração industrial – destacamos quatro espaços questionamos por que um estado pertence a determinada
industriais importantes: são Paulo, rio de janeiro, área do região e não a outra. O Brasil é o maior país da América do
quadrilátero ferrífero e cidades médias do oeste paulista. Sul. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geo-
Extrativismo mineral  – extração de ferro no quadri- grafia e Estatística (IBGE), sua área é de 8.515.767,049 km2,
látero de minas gerais, que destinado ao mercado externo publicado no DOU nº 234 de 08/12/2015, conforme Re-
(porto e usina de tubarão – e.f. Vitória – minas). solução Nº 07, de 4 de dezembro de 2015. Apenas quatro
Extração de petróleo – bacia de campos-Macaé. países no mundo inteiro -- Rússia, Canadá, China e Estados
Crise social – nas metrópoles do sudeste, destacamos Unidos -- têm território maior do que o brasileiro. Dividir
o grave problema da segregação espacial. Mesmo com o Brasil em regiões facilita o ensino de geografia e a pes-
a redução da migração, a favelização amplia-se, fato que quisa, coleta e organização de dados sobre o país, o seu
constata o elevado processo de segregação do espaço número de habitantes e a idade média da população.
geográfico, com a favelização e a formação de uma enor-
me periferia urbana. A razão é simples: os estados que formam uma grande
Crise ambiental – desmatamento, retirada do mangue, região não são escolhidos ao acaso. Eles têm característi-
poluição da baía de Guanabara, deslizamento de encos- cas semelhantes. As primeiras divisões regionais propostas
tas, problema do lixo, etc, são tônicas na vida da região. A para o país, por exemplo, eram baseadas apenas nos as-
industrialização e a exploração econômica acelerada, sem pectos físicos -- ou seja, ligados à natureza, como clima,
respeito ao meio ambiente e visando ao lucro imediato, vegetação e relevo. Mas logo se começou a levar em conta
seguindo modelos externos, são fatores geradores desta também as características humanas -- isto é, as que resul-
crise vivenciada pela mais dinâmica região do país. tam da ação do homem, como atividades econômicas e
Fonte: http://www.coladaweb.com/geografia-do-bra- o modo de vida da população, para definir quais estados
sil/regiao-centro-sul fariam parte de cada região.

Então, se os estados de uma região brasileira têm mui-


2. A QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL to em comum, o que é mais útil: estudá-los separadamen-
A) A REGIONALIZAÇÃO DO PAÍS: SUA te ou em conjunto? Claro que a segunda opção é melhor.
JUSTIFICATIVA SOCIOECONÔMICA E Para a pesquisa, coleta e organização de dados, também.
CRITÉRIOS ADOTADOS PELO INSTITUTO Assim é possível comparar informações de uma região com
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA as de outra e notar as diferenças entre elas. Dessa forma,
(IBGE); AS REGIÕES E AS POLÍTICAS por exemplo, os governantes podem saber em qual região
há mais crianças fora da escola. E investir nela para resolver
PÚBLICAS PARA FINS DE PLANEJAMENTO. B)
o problema.
AS REGIÕES BRASILEIRAS: ESPECIALIZAÇÕES Pequeno retrato das grandes regiões
TERRITORIAIS, PRODUTIVAS E
CARACTERÍSTICAS SOCIAIS E ECONÔMICAS. Atualmente o Brasil possui 27 Unidades Federativas,
divididas em 26 estados e um Distrito Federal, distribuídos
em cinco regiões. E você já sabe que para fazer parte de
Os estudos da Divisão Regional do IBGE tiveram início uma mesma região os estados precisam apresentar carac-
em 1941 sob a coordenação do Prof. Fábio Macedo Soares terísticas comuns. Na região Norte, Acre, Amazonas, Ama-
Guimarães. O objetivo principal de seu trabalho foi de sis- pá, Rondônia, Roraima, Pará e Tocantins têm em comum o
tematizar as várias “divisões regionais” que vinham sendo fato de serem, em sua maior parte, cobertos pela Floresta
propostas, de forma que fosse organizada uma única Di- Amazônica. Grande parte da população vive na beira de
visão Regional do Brasil para a divulgação das estatísticas rios e a atividade econômica que predomina é a extração
brasileiras. Com o prosseguimento desses trabalhos, foi vegetal e de minerais, como o ferro, a bauxita e o ouro. Já
aprovada, em 31/01/42, através da Circular nº1 da Presi- os estados da região Sudeste - Espírito Santo, Minas Gerais,
dência da República, a primeira Divisão do Brasil em re- Rio de Janeiro e São Paulo - são os que mais geram rique-
giões, a saber: Norte, Nordeste, Leste, Sul e Centro-Oeste. zas para o país, reunindo a maior população e produção
A Resolução 143 de 6 de julho de 1945, por sua vez, esta- industrial. Na região Centro-Oeste, a vegetação predomi-
belece a Divisão do Brasil em Zonas Fisiográficas, baseadas nante é o cerrado, que está sendo ocupado por plantações
em critérios econômicos do agrupamento de municípios. de soja e pela criação de gado. Na região Nordeste, o clima
Estas Zonas Fisiográficas foram utilizadas até 1970 para a que predomina no interior é o semiárido, embora no litoral,
divulgação das estatísticas produzidas pelo IBGE e pelas onde as principais atividades econômicas são o cultivo de
Unidades da Federação. Já na década de 60, em decor- cana-de-açúcar e de cacau, o clima seja mais úmido. Na
rência das transformações ocorridas no espaço nacional, região Sul - que apresenta o clima mais frio do país, desta-
foram retomados os estudos para a revisão da Divisão Re- ca-se o cultivo de frutas, como uva, maçã e pêssego, além
gional, a nível macro e das Zonas Fisiográficas. da criação de suínos e de aves.

13
GEOGRAFIA DO BRASIL

Brasil dividido = pequenos ‘brasis’ foi aceita pelo presidente da República e adotada em 1942.
Logo ela seria alterada com a criação de novos Territórios
A primeira divisão do território do Brasil em grandes Federais. Em 1942, o arquipélago de Fernando de Noronha
regiões foi proposta em 1913, para ser usada no ensino foi transformado em território e incluído na região Nordes-
de geografia. Os critérios usados para fazê-la foram físi- te. Em 1943, foram fundados os territórios de Guaporé, Rio
cos: levou-se em consideração o relevo, o clima e a vegeta- Branco e Amapá - todos parte da região Norte, o território
ção, por exemplo. Não foi à toa! Na época, a natureza era de Iguaçu foi anexado à região Sul e o de Ponta Porã, colo-
considerada duradoura e as atividades humanas, mutáveis. cado na região Centro-Oeste. É bom lembrar que a divisão
Considerava-se que a divisão regional deveria ser baseada em grandes regiões tinha de acompanhar as transforma-
em critérios que resistissem por bastante tempo. Observe ções que estavam ocorrendo na divisão em estados e terri-
o mapa e veja que interessante: tórios do país. Assim, a divisão regional do Brasil em 1945
Em 1913, o território nacional foi dividido em cinco era a seguinte:
“brasis” e não em regiões. O Brasil Setentrional ou Amazô-
nico reunia Acre, Amazonas e Pará. Maranhão, Piauí, Ceará, Na região Norte, estavam os estados do Amazonas e
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas for- Pará, os territórios do Acre, Amapá, Rio Branco e Guaporé.
mavam o Brasil Norte Oriental. O Brasil Oriental agregava A região Nordeste foi dividida em ocidental e oriental. No
Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro - onde ficava Nordeste ocidental, encontravam-se Maranhão e Piauí. No
o Distrito Federal, a sede do governo brasileiro - e Minas oriental, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco
Gerais. São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do e Alagoas, além do território de Fernando de Noronha. Ain-
Sul faziam parte do Brasil Meridional. E Goiás e Mato Gros- da não existia a região Sudeste, mas uma região chamada
so, do Brasil Central. Leste, dividida em setentrional e meridional. Sergipe e Bah-
A forma como foi feita a divisão revela que, na épo- ia estavam na parte setentrional. Na meridional, ficavam
ca, havia uma preocupação muito grande em fortalecer a Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro (na época,
imagem do Brasil como uma nação, uma vez que a Re- sede do Distrito Federal). A região Sul incluía os estados de
pública havia sido proclamada há poucos anos, em 15 de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, além
novembro de 1889. A divisão em grandes regiões proposta do território de Iguaçu. E, na região Centro-Oeste, os esta-
em 1913 influenciou estudos e pesquisas até a década de
dos de Mato Grosso e Goiás e o território de Ponta Porã.
1930. Nesse período, surgiram muitas divisões do território
Em 1946, os territórios federais de Iguaçu e Ponta Porã
do Brasil, cada uma usando um critério diferente. Acontece
foram extintos. Em 1960, Brasília foi construída e o Distrito
que, em 1938, foi preciso escolher uma delas para fazer o
Federal, capital do país, foi transferido para o Centro-Oes-
Anuário Estatístico do Brasil, um documento que contém
te. Na região Leste, o antigo Distrito Federal tornou-se o
informações sobre a população, o território e o desenvolvi-
estado da Guanabara. Em 1969, uma nova divisão regional
mento da economia que é atualizado todos os anos. Mas,
para organizar as informações, era necessário adotar uma foi proposta porque a divisão de 1942 já não era consi-
divisão regional para o país. Então, a divisão usada pelo derada útil para o ensino de geografia ou para a coleta e
Ministério da Agricultura foi a escolhida. Observe o mapa e divulgação de dados sobre o país. Veja como ficou o mapa
note quantas diferenças! do Brasil em 1970:
Maranhão e Piauí - que atualmente fazem parte da re-
gião Nordeste - foram incluídos na região Norte, junto com Na região Norte, estão os estados do Acre, Amazonas
o território do Acre e os estados do Amazonas e do Pará. e Pará; Territórios de Rondônia, Roraima e Amapá. Na re-
No Nordeste, ficavam Ceará, Rio Grande do Norte, Paraí- gião Nordeste, os estados de Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
ba, Pernambuco e Alagoas. Não existia a região Sudeste, Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e
mas, sim, uma região chamada Este, onde se localizavam Bahia, e o Território de Fernando de Noronha. A região Les-
os estados de Sergipe, Bahia e Espírito Santo. Na região Sul, te sumiu! Quem a substituiu foi a região Sudeste, formada
veja só, estavam o Rio de Janeiro - que, na época, era a ca- por Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, estado da
pital do país - e São Paulo, que hoje fazem parte da região Guanabara e São Paulo. Na região Sul, localizavam-se Pa-
Sudeste. Além deles, ficavam na região Sul os estados do raná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na região Cen-
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A região Centro tro-Oeste, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal (a cidade
-Oeste não existia, mas, sim, a região chamada Centro, onde de Brasília).
estavam Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, que hoje em
dia localiza-se na região Sudeste. Como a divisão proposta Atualmente, continua em vigor essa proposta em 1970.
em 1913, esta organização do território brasileiro não era Apenas algumas alterações foram feitas. Em 1975, o estado
oficial. Mas, em 1936, o Instituto Brasileiro de Geografia e da Guanabara foi transformado em município do Rio de
Estatística (IBGE) foi criado. E começou uma campanha para Janeiro. Em 1979, Mato Grosso foi dividido, dando origem
adotar uma divisão regional oficial para o Brasil. ao estado do Mato Grosso do Sul. A Constituição Federal
de 1988 dividiu o estado de Goiás e criou o estado de To-
Divisão para valer cantins, que foi incluído na Região Norte. Com o fim dos
Após fazer estudos e analisar diferentes propostas, o territórios federais, Rondônia, Roraima e Amapá tornaram-
IBGE sugeriu que fosse adotada a divisão feita em 1913 se estados e Fernando de Noronha foi anexado ao estado
com algumas mudanças nos nomes das regiões. A escolha de Pernambuco.

14
GEOGRAFIA DO BRASIL

República Federativa do Brasil, com 26 estados e l Dis- marcada pela imigração italiana e alemão (principalmente),
trito Federal, nosso país teve outros sistemas de organiza- possui diversas cidades com grande influência da cultura
ção político-administrativa: capitanias hereditárias (1534- desses países europeus. Possui apenas três estados, e as
1548), governo-geral (1549-1808), vice-reino (1808-1822), três capitais são cidades importantes: Porto Alegre no Rio
monarquia (1822-1889) e república (de 1889 até hoje). Grande do Sul, Florianópolis em Santa Catarina e Curitiba
Desde a década de 1940 existe um centro de estudos e no Paraná.
pesquisa especializado em “descobrir” nosso país, o Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Recen- Estados e Capitais
temente, acompanhamos a divulgação pela mídia de que
o Brasil ultrapassou os 169 milhões de habitantes. Essas Região Norte
informações e outras, como. por exemplo, sobre desempe- - Amapá – AP (Capital: Macapá)
nho econômico ou mortalidade infantil, são de responsa- - Acre - AC (Capital: Rio Branco)
- Roraima - RR (Capital: Boa Vista)
bilidade do IBGE.
- Rondônia – RO (Capital: Porto Velho)
- Amazonas – AM (Capital: Manaus)
O IBGE e a divisão regional do Brasil
- Pará - PA (Capital: Belém)
Foi com o objetivo de conhecer o território nacional e
- Tocantins - TO (Capital: Palmas)
os dados estatísticos da população brasileira que Getúlio Região Nordeste
Vargas fundou o IBGE em 1938. Para realizar essa tarefa, era - Bahia – BA (Capital: Salvador)
preciso considerar as grandes diferenças existentes entre - Sergipe - SE (Capital: Aracaju)
as diversas áreas do país. Dessa forma, entre 1941 e 1945 - Alagoas - AL (Capital: Maceió)
foram feitas as duas primeiras divisões regionais do Brasil, - Paraíba - PB (Capital: João Pessoa)
baseadas no critério de região natural. Compreende-se por - Pernambuco – PE (Capital: Recife)
região natural uma determinada área geográfica que passa - Rio Grande do Norte – RN (Capital: Natal)
a ser caracterizada segundo um ou mais aspectos naturais, - Maranhão - MA (Capital: São Luís)
como o clima, o relevo ou a vegetação, Veja como o IBGE - Piauí - PI (Capital: Teresina)
dividiu inicialmente o Brasil. - Ceará - CE (Capital: Fortaleza)
Apenas em 1969, o IBGE elaborou uma nova divisão re-
gional, adorando dessa vez o critério de regiões homogê- Região Centro-Oeste
neas. O conceito de região homogênea é mais abrangente - Goiás - GO (Capital: Goiânia)
do que o de região natural, pois vai além dos aspectos cria- - Mato Grosso - MT (Capital: Cuiabá)
dos pela natureza, E definido pelo conjunto de elementos - Mato Grosso do Sul - MS (Capital: Campo Grande)
naturais, sociais e econômicos da região. A principal mo- - Distrito Federal – DF
dificação em relação à divisão anterior foi a criação da re-
gião Sudeste, em virtude da cristalização dessa área como Região Sudeste
o “coração econômico do país”. A divisão regional de 1969 - São Paulo – SP (Capital: São Paulo)
continua vigorando, apesar de a Constituição de 1988 ter - Rio de Janeiro - RJ (Capital: Rio de Janeiro)
aprovado algumas modificações; os territórios de Roraima - Espírito Santo - ES (Capital: Vitória)
c do Amapá foram transformados em estados; Fernando de - Minas Gerais - MG (Capital: Belo Horizonte)
Noronha foi anexado ao estado de Pernambuco; o estado
de Tocantins foi desmembrado do estado de Goiás e incor- Região Sul
- Paraná – PR (Capital: Curitiba)
porado à região Norte.
- Rio Grande do Sul – RS (Capital: Porto Alegre)
- Santa Catarina – SC (Capital: Florianópolis).
O Brasil é formado por cinco diferentes regiões: Norte,
Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A região Sudeste é
Censos Demográficos
a mais populosa e desenvolvida, e é onde está situada as Os censos populacionais produzem informações im-
cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O nordeste é turisti- prescindíveis para a definição de políticas públicas e a to-
camente conhecido por suas praias, e possui duas grandes mada de decisões de investimento, sejam eles provenien-
cidades: Salvador e Recife. Historicamente a região Nor- tes da iniciativa privada ou de qualquer nível de governo, e
deste foi a mais rica, exportando cana-de-açúcar e madeira constituem a única fonte de referência sobre a situação de
(principalmente o pau-brasil). A região Norte é a menos vida da população nos municípios e em seus recortes inter-
desenvolvida e populosa de todas, e onde está situada a nos, como distritos, bairros e localidades, rurais ou urbanas,
Floresta Amazônica, conhecida mundialmente por sua ex- cujas realidades dependem de seus resultados para serem
tensão e grande quantidade de rios. Suas cidades mais conhecidas e terem seus dados atualizados. A realização de
importantes são: Manaus e Belém. A Região Centro-Oeste um levantamento como o Censo Demográfico representa
abriga a cidade de Brasília, capital do país, que foi construí- o desafio mais importante para um instituto de estatística,
da na década de 60 pelo presidente Juscelino Kubitchek, sobretudo em um país de dimensões continentais como o
e projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A região sul é Brasil.

15
GEOGRAFIA DO BRASIL

A maior parte do Domínio Amazônico apresenta um


3. O ESPAÇO NATURAL BRASILEIRO: SEU relevo caracterizado por terras baixas. As verdadeiras planí-
APROVEITAMENTO ECONÔMICO E O cies (onde predomina a acumulação de sedimentos) ocor-
MEIO AMBIENTE A) GEOMORFOLOGIA DO rem somente ao longo de alguns trechos de rios regionais;
TERRITÓRIO BRASILEIRO: O TERRITÓRIO os baixos planaltos (ou platôs), também de origem sedi-
mentar, mas em processo de erosão, apresentam a princi-
BRASILEIRO E A PLACA SULAMERICANA; AS
pal e mais abrangente forma de relevo da Amazônia.
BASES GEOLÓGICAS DO BRASIL; AS FEIÇÕES
DO RELEVO; OS DOMÍNIOS NATURAIS E AS Clima
CLASSIFICAÇÕES DO RELEVO BRASILEIRO. A Amazônia apresenta o predomínio do clima Equato-
B) A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL. C) rial. Trata-se de um clima quente e úmido. Região de baixa
OS RECURSOS MINERAIS. D) AS FONTES DE latitude, apresenta médias térmicas mensais elevadas que
ENERGIA E OS RECURSOS HÍDRICOS. E) A variam de 24 ºC e 27 ºC.
BIOSFERA E OS CLIMAS DO BRASIL. A amplitude térmica anual, isto é, as diferenças de tem-
peraturas entre as médias dos meses mais quentes e mais
frios, é bastante baixa (oscilações inferiores a 2 ºC); os índi-
ces pluviométricos são extremamente elevados, de 1500 a
Relevo 2500 mm ao ano, chegando a atingir 4.000 mm; o período
O relevo brasileiro é de formação antiga ou pré-cam- de estiagens é bastante curto em algumas áreas. A região é
briana, sendo erodido e, portanto, aplainado. Apresenta o marcada por chuvas o ano todo.
predomínio de planaltos, terrenos sedimentares e certas
áreas com subsolo rico em recursos minerais. Um outro as- Clima Equatorial
pecto importante consiste na ausência de vulcanismo ativo Este pluviograma apresenta a região de Uaupés, no
e fortes abalos sísmicos, fatos explicados pela distância em Estado do Amazonas, com o tipo de clima predominan-
relação à divisa ou encontro das placas tectônicas, somado te na área. Observe que a linha de temperatura não cai a
à idade antiga do território. menos de 24 ºC e que a pluviosidade é alta durante o ano
todo, não se observando estação seca.
Clima As precipitações que ocorrem nessa região são exem-
plos de chuvas de convecção, resultantes do movimento
O país apresenta o predomínio de climas quentes ou
ascendente do ar carregado de umidade; essas correntes
macrotérmicos, devido à sua localização no planeta, apre-
de ar ascendentes são conseqüências do encontro dos
sentando uma grande porção de terras na Zona Intertro-
ventos alísios (convergência dos alísios).
pical e uma pequena porção na Zona Intertropical e uma
A massa de ar Equatorial Continental (Ec) é responsável
pequena porção na Zona Temperada do Sul.
pela dinâmica do clima em quase toda a região. Somente
É fundamental perceber que a diversidade climática do
na porção ocidental a frente fria (Polar Atlântica) atinge a
País é positiva para a agropecuária e é explicada por vários Amazônia durante o inverno, ocasionando uma queda de
fatores, destacando-se a latitude e a atuação das massas temperatura denominando friagem.
de ar. A massa de ar Equatorial Atlântica (Ea) exerce alguma
influência somente em áreas litorâneas (AP e PA).
DOMÍNIO AMAZÔNICO
Hidrografia
Relevo A hidrografia regional é riquíssima, representada quase
O Domínio Geoecológico Amazônico apresenta um re- que totalmente pela bacia amazônica.
levo formado essencialmente por depressões , originando O rio principal, Amazonas, é um enorme coletor das
os baixos planaltos e as planícies aluviais. Apenas nos ex- chuvas abundantes na região (clima Equatorial); seus afluen-
tremos norte e sul desse domínio, é que ocorrem maiores tes provêm tanto do hemisférico norte (margem esquerda),
altitudes, surgindo os planaltos das Guianas ao norte e o como o Negro, Trombetas, Jari, Japurá, etc., quanto do he-
Central (Brasileiro) ao sul. (Classificação de Aroldo de Aze- misfério sul (margem direita), como o Juruá, Purus, Madei-
vedo). ra, Tapajós, Xingu, etc. Esse fato explica o duplo período de
O planalto das Guianas, situado no extremo norte do cheias anuais em seu médio curso.
Brasil, corresponde ao escudo cristalino das Guianas. Tra- O rio Amazonas (e alguns trechos de seus afluentes)
ta-se, portanto, de terrenos cristalinos do pré-cambriano, é altamente favorável à navegação. Por outro lado, o po-
altamente desgastado pela erosão, apresentando, como tencial hidráulico dessa bacia é atualmente considerado o
conseqüência, modestas cotas altimétricas em sua maior mais elevado do Brasil, localizado sobretudo nos afluentes
parte. Entretanto, nas fronteiras com as Guianas e a Ve- da margem direita que formam grande número de quedas
nezuela, existe uma região de serras, onde aparecem os e cachoeiras nas áreas de contatos entre o planalto Brasi-
pontos culminantes do relevo brasileiro: o pico da Neblina leiro e as terras baixas amazônicas (Tocantis, Tucuruí).
(serra do Imeri), o pico 31 de Março e o monte Roraima. Apresenta a maior variedade de peixes existentes em
Dentre as serras podemos citar: Parima, Pacaraima, Suru- todas as bacias hidrográficas do mundo. A pesca tem uma
cucu, Tapirapecó, Imeri, etc. grande expressão na alimentação da população local.

16
GEOGRAFIA DO BRASIL

Além da grande quantidade de rios na região existem siva tem aumentado a erosão e a compactação dos solos.
os igarapés (córregos ou riachos); os furos (braços de água A região tem sido devastada nas últimas décadas pela agri-
que ligam um rio a outro ou a um lago); os paranás-mirins cultura comercial policultora (destaque para a soja).
(braços de rios que contornam elevações formando ilhas O Cerrado apresenta dos estratos: o arbóreo-arbustivo
fluviais) e lagos e várzea. e o herbáceo. As árvores de pequeno porte, com troncos e
galhos retorcidos, cascas grossas e raízes profundas, deno-
Solos tam raquitismo, e o lençol freático profundo. A produção
A maior parte do Domínio Amazônico apresenta so- da lenha e de carvão vegetal continua a ocorrer, apesar das
los de baixa fertilidade. Apenas em algumas áreas restritas, proibições e alertas, bem como da prática das queimadas.
ocorrem solos de maior fertilidade natural, como os solos
de várzeas em alguns trechos dos rios regionais e a terras Localização
pretas, solo orgânico bastante fértil (pequenas manchas). O Domínio Geoecológico do Cerrado ocupa quase
todo o Brasil Central, abrangendo não somente a maior
Vegetação
parte da região Centro-Oeste, mas também trechos de Mi-
A floresta amazônica, principal elemento natural do
nas Gerais, parte ocidental da Bahia e sul do Maranhão /
Domínio Geoecológico Amazônico, abrangia quase 40% da
Piauí.
área do País. Além do Brasil, ocupa áreas das Guianas, Ve-
nezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia, cobrindo cerca
de 5 milhões de km². Relevo
A floresta Amazônica possui as seguintes características: A principal unidade geomorfológica do Cerrado é o pla-
• Latifoliada: com vegetais de folhas largas e grandes; nalto Central, constituído por terrenos cristalinos, bastante des-
• Heterogênea: apresenta grande variedade de es- gastados pelos processos erosivos, e por terrenos sedimenta-
pécies vegetais, ou grande biodiversidade; res que formam as chapadas e os chapadões.
• Densa: bastante compacta ou intricada com plan- Destacam-se nesse planalto as chapadas dos Parecis,
tas muito próximas uma das outras; dos Guimarães, das Mangabeiras e o Espigão Mestre, que
• Perene: sempre verde, pois não perde as folhas no divide das águas das bacias do São Francisco e Tocantins.
outono-inverno como as florestas temperadas (caducifólias); Na porção sul desse domínio (MS e GO) localiza-se par-
• Higrófila: com vegetais adaptados a um clima bas- te do planalto Meridional, com a presença de rochas vulcâ-
tante úmido; nica (basalto) intercaladas por rochas sedimentares, forman-
• Outros nomes: Hiléia, denominação dada por Ale- do as cuestas Maracaju, Caiapó, etc.
xandre Von Humboldt, Inferno Verde, por Alexandre Ran-
gel e Floresta Latifoliada Equatorial. Solos
Apresenta aspectos diferenciados dependendo, princi- No Domínio do Cerrado predominam os solos pobres
palmente da maior ou menor proximidade dos cursos flu- e bastante ácidos (pH abaixo de 6,5). São solos altamente
viais. Pode ser dividida em três tipos básicos ou florestais: lixiviados e laterizados, que para serem utilizados na agri-
• Caaigapó: ou mata de igapó, localizada ao longo cultura, necessitam de corretivos; utiliza-se normalmente
dos rios nas planícies permanentemente inundadas. São o método da calagem, que é a adição de calcário ao solo,
espécies do Igapó a vitória-régia, piaçava, açaí, cururu, ma- visando à correção do pH.
rajá, etc. Ao sul desse domínio (planalto Meridional) aparecem
• Mata de várzea: localizada nas proximidades dos significativas manchas de terra roxa, de grande fertilidade
rios, parte da floresta que sofre inundações periódicas. natural (região de Dourados e Campo Grande).
Como principais espécies temos a seringueira (Hevea bra-
siliensis), cacaueiro, sumaúma, copaíba, etc.
Hidrografia
• Caaetê: ou mata de terra firme, parte da floresta da
A densidade hidrográfica é baixa; as elevações do
maior extensão localizada nas áreas mais elevadas (baixos
planalto Central (chapadas) funcionam como divisores de
planaltos), que nunca são atingidas pelas enchentes. Além
de apresentar a maior variedade de espécies, possui as ár- águas entre as bacias Amazônica (rios que correm para o
vores de maior porte. São espécies vegetais do Caaetê o norte) e Platina (Paraná e Paraguai que correm para o sul)
angelim, caucho, andiroba, castanheira, guaraná, mogno, e do São Francisco.
pau-rosa, salsaparrilha, sorva, etc. São rios perenes com regime tropical, isto é, as cheias
ocorrem no verão e as vazantes no inverno.
O DOMÍNIO DOS CERRADOS
O Cerrado é um domínio geoecológico característi- Clima
co do Brasil Central, apresentando terrenos cristalinos (as O principal clima do Cerrado é tropical semi-úmido;
chamadas “serras”) e sedimentares (chapadas), com solos apresenta estações do ano bem definidas, uma bastante
muito precários, ácidos, muito porosos, altamente lixivia- chuvosa (verão) e outra seca (inverno); as médias térmicas
dos e laterizados. são elevadas, oscilando entre 20 ºC a 28 ºC e os índices plu-
A expansão contínua da agricultura e pecuária moder- viométricos variam em torno de 1.500 mm.
nas exige o uso de corretivos com calagens e nutrientes, Verifica-se pelo climograma anterior a estação seca no
que é a fertilização artificial do solo. A mecanização inten- meio do ano, destacando-se a queda de temperatura.

17
GEOGRAFIA DO BRASIL

Vegetação A presença de rochas cristalinas (impermeáveis) e solos


O Cerrado é a vegetação dominante; apresenta normalmen- rasos dificulta a formação do lençol freático em algumas
te dois estratos: um arbóreo-arbustivo, com árvores de pequeno áreas, acentuando o problema da seca.
porte (pau-santo, lixeira, pequi) e outro herbáceo, de gramíneas e Um dos mitos ou explicações falsas do subdesenvol-
vegetação rasteiras com várias espécies de capim (barba-de-bo- vimento nordestino é a afirmação de que as secas cons-
de, flechinha, colonião, gordura, etc.). tituem a principal causa do atraso socioeconômico dessa
Os arbustos possuem os troncos e galhos retorcidos, região, causando também migração para São Paulo e Rio
caule grosso, casca espessa e dura e raízes profundas. O es- de Janeiro.
paçamento entre arbusto e árvores é grande favorecendo a Na realidade, a pobreza regional é muito mais bem ex-
prática da pecuária extensiva. plicada pelas causas históricas e sociais.
Ao longo dos rios, conseqüência da maior umidade do As arcaicas estruturas socioeconômicas regionais (es-
solo, surgem pequenas e alongas florestas, denominadas truturas fundiária, predomínio da agricultura tradicional de
Matas Galeiras ou Ciliares. Essas formações vegetais são exportação, governos controlados pelas elites locais, bai-
de grande importância para a ecologia local, pois evitam a xos níveis salariais, analfabetismo, baixa produtividade nas
erosão das margens impedindo o assoreamento dos rios; atividades econômicas, etc.) explicam muito melhor o sub-
favorecem ainda a fauna e a vida do rio. desenvolvimento nordestino que as causas naturais.
Nos últimos anos, como conseqüências da expansão A seca é apenas mais agravante, que poderia ser solu-
da agricultura na região, as Matas Galerias e o Cerrado cionada com o progresso socioeconômico regional.
sofrem intenso processo de destruição, afetando o meio
ambiente regional. Hidrografia
A mais importante bacia hidrográfica do Domínio da
O DOMÍNIO DAS CAATINGAS Caatinga é a do São Francisco. Apesar de percorrer áreas
de clima semi-árido, é um rio perene embora na época das
Este domínio é marcado pelo clima tropical semi-árido, secas possua um nível baixíssimo de águas. É navegável
vegetação de caatinga, relevo erodido, destacando-se o em seu médio curso numa extensão de 1370 km, no trecho
maciço nordestino e a hidrografia intermitente. que vai de Juazeiro (BA) a Pirapora(MG). Atualmente essa
A Zona da Mata ou litoral oriental é a sub-região mais navegação é de pouca expressão na economia regional,
industrializadas, mais populosa, destacando-se o solo de devido à concorrência das rodovias. Rio de planalto, apre-
massapé (calcário e gnaisse), com as tradicionais lavouras
senta, sobretudo em seu baixo curso, várias quedas, favo-
comerciais de cana e cacau. O agreste apresenta pequena
recendo a produção de energia elétrica (usinas de Paulo
propriedades com policultura visando a abastecer o litoral.
Afonso, Sobradinho etc.).
O sertão é marcado pela pecuária em grandes proprieda-
A maior parte de seus afluentes são intermitentes ou
des. Já o Meio-Norte, apresenta grandes propriedades com
temporários, reflexo das condições locais.
extrativismo.
Além do São Francisco, existem vários outros que dre-
Clima nam a Caatinga: os rios intermitentes da bacia do Nordeste
O Domínio da Caatinga apresenta como característica como o Jaguaribe, Acaraú, Apodi, Piranhas, Capibaribe, etc.
mais marcante a presença do clima semi-árido. É um tipo
de clima tropical, portanto, quente, mais próximo do árido Convém lembrar que o rio São Francisco possui três
(seco); as médias de chuvas anuais são inferiores a 1000 apelidos importantes:
mm (Cabaceiras, PB – 278 mm, mais baixa do Brasil), con- • Rio dos Currais: devido ao desenvolvimento da
centradas num curto período (três meses do ano) – chuvas pecuária extensiva no sertão.
de outono-inverno. A longa estação seca é bastante quen- • Rio da Unidade Nacional: devido ao seu trecho na-
te, com estiagens acentuadas. vegável ligando o Sudeste ao Nordeste, sendo as regiões
Esse pluviograma da região Cabaceiras, Na Paraíba, é o mais importantes na fase colonial.
mais representativo do clima semi-árido do Sertão nordes- • Rio Nilo Brasileiro: devido à semelhança com o rio
tino. A região apresenta o menor índice pluviométrico do africano, pois nasce numa área úmida (MG – serra da Ca-
Brasil, com 278 mm de chuvas. Observe o predomínio do nastra) e atravessa uma área seca, sendo perene. Além de
tempo seco e a temperatura elevada durante o ano todo. apresentar o sentido sul-norte e ser axorréico.
A baixa e irregular quantidade de chuvas dói Domínio
da Caatinga pode ser explica pela situação da região em Relevo
relação à circulação atmosférica (massa de ar), relevo, geo- No domínio das Caatingas predominam depressões
logia, etc. interplanálticas, exemplificadas pela Sertaneja e a do São
Trata-se de uma área de encontro ou ponto final de Francisco.
quatro sistemas atmosféricos: as massas de ar Ec, Ta, Ea e A leste atinge o planalto de Borborema (PE) e a Cha-
Pa. Quando essas massas de ar atingem a região, já perdem pada Diamantina (sul da Bahia). A oeste estende-se até o
grande parte de sua umidade. Espigão Mestre e a Chapada das Mangabeiras. Nos limites
O Planalto de Borborema raramente ultrapassa 800 m setentrionais desse domínio, localizam inúmeras serras ou
de altitude, sendo descontínuo. Portanto, é incapaz de pro- chapadas residuais, como Araripe, Grande, Ibiapada, Apodi,
vocar a semi-aridez da área sertaneja. etc.

18
GEOGRAFIA DO BRASIL

O interior do planalto Nordestino é uma área em pro- Relevo


cesso de pediplanação, isto é, a importância das chuvas é O aspecto característico do Domínio dos Mares de Mor-
pequena (clima semi-árido) nos processos erosivos, pre- ros encontra-se no relevo e nos processos erosivos.
dominando o intemperismo físico (variação de temperatu- O planalto Atlântico (Classificação Aroldo Azevedo) é a
ra) e ação dos ventos (erosão eólica), que vão aplainando unidade do relevo que mais se destaca; apresenta terrenos
progressivamente o relevo (fragmentação de rochas e de cristalinos antigos, datados do pré-cambriano, correspon-
blocos). dendo ao Escudo Atlântico. Nesse planalto estão situadas
É comum no quadro geomorfológico nordestino a pre- as terras altas do Sudeste, constituindo um conjunto de sa-
sença de inselbergs, que são morros residuais, composto liência ou elevações, abrangendo áreas que vão do Espírito
normalmente por rochas cristalinas. Santo a Santa Catarina.
Os solos do Domínio da Caatinga são, geralmente, Entre as várias serras regionais como a do Mar, Man-
pouco profundas devido às escassas chuvas e ao predomí- tiqueira, Espinhaço, Geral, Caparão (Pico da Bandeira = 2
nio do intemperismo físico. Apesar disso, apresentam boa 890 m), etc.
quantidade de minerais básicos, fator favorável à prática da
A erosão, provocada pelo clima tropical úmido, asso-
agricultura. A limitação da atividade agrícola é represen-
ciada a um intemperismo químico significativo sobre os
tada pelo regime incerto e irregular das chuvas, problema
terrenos cristalinos (granito/gnaisse), é um dos fatores
que poderia ser solucionado com a prática de técnicas ade-
quadas de irrigação. responsáveis pela conformação do relevo, com a presença
A paisagem arbustiva típica do Sertão Nordestino, que de morros com vertentes arredondadas (morros em Meia
dá o nome a esse domínio geoecológico, é a Caatinga (caa Laranja, Pães-de-Açúcar).
= mata; tinga = branco). Possui grande heterogeneidade Entre a serra do Mar e a da Mantiqueira, localiza-se a
quanto ao seu aspecto e composição vegetal. depressão do rio Paraíba do Sul (vale do Paraíba) formada
Em algumas áreas, forma-se uma mata rala ou aberta, a partir de uma fossa tectônica.
com muitos arbustos e pequenas árvores, tais como juazei-
ro, a aroeira, baraúna, etc. Em outras áreas o solo apresen- Solos
ta-se quase que descoberto, proliferando os vegetais xeró- Na Zona da Mata Nordestina encontra-se um solo de
filos, como as cactáceas (mandacaru, facheiro, xique-xique, grande fertilidade, denominando massapé; originou-se da
coroa de frade, etc.) e as bromeliáceas (macambira). decomposição do granito, gnaisse e, ás vezes, do calcário.
É uma vegetação caducifólia, isto é, na época das secas No Sudeste, ocorre a presença de um solo argiloso,
as plantas perdem suas folhas, evitando-se assim a evapo- de razoável fertilidade, formado, principalmente, pela de-
transpiração. composição do granito em climas úmidos, denominado
Os brejos são as mais importantes áreas agrícolas do salmourão.
sertão. São áreas de maior umidade, localizadas em encos- É o domínio geoecológico brasileiro mais sujeito aos
tas das serras ou vales fluviais, isto é, regatos e riachos. As processos erosivos, conseqüência do relevo acidentado e
cabeceiras são formadas pelos “olhos d’água” (minas). da ação de clima tropical úmido. O intemperismo químico
atinge profundamente as rochas dessa área, formando solos
Projetos profundos, intensamente trabalhados pela ação das chuvas
A região Nordeste é marcada por projetos, destacando e enxurradas. É comum a ocorrência de deslizamentos, cau-
os relacionados à irrigação. O mais famoso envolve as ci- sados pela destruição da vegetação natural, práticas agríco-
dades vizinhas e separadas pelo rio São Francisco, Petrolina las inadequadas, etc.
(PE) e Juazeiro (BA). O clima seco e a irrigação controlada
favorecem o controle de pragas, e o cultivo de frutas para
Hidrografia
exportação marca a paisagem, com influência de capital
As terras altas do Sudeste dividem as águas de várias
estrangeiro.
Porém, existem projetos eleitoreiros, que não saem do bacias Paranaica (Grande Tietê, etc.), bacias Secundárias do
papel, como o da transposição das águas do São Francis- Leste (Paraíba do Sul, Doce) e Sul.
co: antiga ideia de construir um canal artificial, envolven- A maior parte dos rios são planálticos, encachoeirados,
do Cabrobó (PE) e Jati (CE), ligando os rios São Francisco com grande número de quedas ou saltos, corredeiras e com
ao Jaguaribe, com 115 km. Deste canal, nasceriam outros, elevado poder de erosão. O potencial hidráulico é também
levando águas para o Rio Grande do Norte, Paraíba e Per- de vários rios de maior extensão que correm diretamente
nambuco. Mas o projeto é polêmico, podendo colocar em para o mar (bacias Secundárias ). A serra do Mar representa
risco o rio São Francisco. uma linha de falhas que possibilita, também, a produção
energética (exemplo: usinas Henry Borden I e II que apro-
veitam as águas do sistema Tietê – Pinheiros- Billings).
O DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS Esses rios apresentam cheias de verão e vazante de in-
verno (regime pluvial tropical).
Localização
Esse domínio geoecológico localiza-se na porção Clima
oriental do País, desde o Nordeste até o Sul. Na região Su- O Domínio dos Mares de Morros apresenta o predomínio
deste, penetra para o interior, abrangendo o centro-sul de do clima tropical úmido. Na Zona da Mata Nordestina, as chu-
Minas Gerais e São Paulo. vas concentram-se no outono e inverno.

19
GEOGRAFIA DO BRASIL

Na região Sudeste, devido a maiores altitudes, o cli- Clima


ma é o tropical de altitude, com médias térmicas anuais
entre 14 ºC e 22 ºC. As chuvas ocorrem no verão, que é O domínio das araucárias apresenta como clima pre-
muito quente. No inverno, as médias térmicas são mais dominante o subtropical. Ao contrário dos demais climas
baixas, por influência da altitude e da massa de ar Pa (Po- brasileiros, pode ser classificado como mesotérmico, isto
lar Atlância). é, temperaturas médias, não muito elevadas.
No litoral, sobretudo no norte de São Paulo, a pluvio- As chuvas ocorrem durante o ano todo; durante o ve-
sidade é elevadíssima, conseqüência da presença da serra rão são provocadas pela massa deserta (Tropical Atlânti-
do Mar, que barra a umidade vinda do Atlântico (chuvas ca). No inverno, é freqüente a penetração da massa Polar
orográficas ou de relevo). Em Itapanhaú, litoral de São Atlântica (Pa) ocasionando chuvas frontais, precipitações
Paulo, foi registrado o maior anual de chuvas (4.514 mm). causadas pelo encontro da massa de ar quente (Ta) com a
fria (Pa). Os índices pluviométricos são elevados, variando
Vegetação de 1.250 a 2.000 mm anuais.
A principal paisagem vegetal desse domínio era, ori- Forte influência da massa de ar Polar Atlântica princi-
ginalmente, representada pela mata Atlântica ou floresta palmente no outono e no inverno, quando é responsável
latifoliada tropical. Essa formação florestal ocupava as pela formação de geadas, quedas de neve em São Joa-
terras desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande quim (SC). Gramado (RS) e São José dos Ausentes (RS),
do Sul, cobrindo as escarpas voltadas para o mar e os chuvas frontais e redução acentuada de temperatura.
planaltos interiores do Sudeste. Apresentava, em muitos
trechos, uma vegetação imponente, com árvores de 25 a Vegetação
30 metros de altura, como perobas, pau-d’alho, figueiras,
cedros, jacarandá, jatobá, jequitibá, etc. O Domínio das Araucárias apresenta o predomínio da
Com o processo de ocupação dessas terras brasilei- floresta aciculifoliada subtropical ou floresta das Araucá-
ras, essa floresta sofreu grandes devastações. No início, rias. Originalmente, localizava-se das terras altas de São
foi a extração do pau-brasil; posteriormente, a agricultu- Paulo até o Rio Grande do Sul, sendo o único exemplo
brasileiro de conífera. Também denominada mata dos Pi-
ra da cana-de-açúcar (Nordeste) e a do café (Sudeste).
nhais, apresenta as seguintes características gerais:
Atualmente, restam apenas alguns trechos esparsos
• Os pinheiros apresentam folhas em forma de agu-
em encostas montanhosas.
lha (aciculifoliadas).
• Ocupam principalmente os planaltos meridionais
O DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS
do Brasil.
• Não é uma floresta homogênea porque possui
Localização manchas de vegetais latifoliados.
Abrange áreas altas do Centro-Sul do País, sobretudo • É uma formação de vegetação menos densa.
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. • Foi intensamente devastada.
• Área de colonização européia no século XIX (italia-
Relevo nos e alemães)
O Domínio das Araucárias ocupa áreas pertencentes
ao Planalto Meridional do Brasil; as altitudes variam entre Hidrografia
800 e 1.300 metros; apresentam terrenos sedimentares
(Paleozóico), recobertos, em partes, por lavas vulcânicas O Domínio das Araucárias é drenado, principalmente,
(basalto) datadas do Mesozóico. por rios pertencentes às bacias Paranaica e do Uruguai
Além do planalto arenito basáltico, surgem a De- (alto curso).
pressão Periférica e suas cuestas. São relevos salientes, São rios de planaltos com belíssimas cachoeiras e que-
formados pela erosão diferencial, ou seja, ação erosiva das, o que lhes confere em elevado potencial hidráulico.
sobre rochas de diferentes resistências; apresentam uma Embora o Paraná apresente um regime tropical, com
vertente inclinada, denominada frente ou front e um re- cheias de verão (dezembro a março), a maior parte dos
verso suave. Essas frentes de cuestas são chamadas ser- rios desse domínio possui regime subtropical (Uruguai,
ras: Geral, Botucatu, Esperança, etc. por exemplo), com duas cheias e duas vazantes anuais,
apresentando pequena variação em sua vazão, conse-
Solos qüência do regime de chuvas, distribuído durante o ano
Aparecem, nesse domínio, solos de grande fertilida- todo.
de natural, como a terra roxa a oeste do Paraná, solo de
origem vulcânica, de cor vermelha, formado pela decom- Características Gerais
posição do basalto.
Em vários trechos do Rio Grande do Sul, ocorrem vas- • Bacias do rio Paraná (parte) e do rio Uruguai (alto curso).
tas áreas do solos fértil, denominando brunizem (elevado • Os afluentes da margem esquerda do rio Paraná se
teor de matéria orgânica). formam nos planaltos e nas serras da porção oriental das
São encontrados ainda, nesse domínio, solos ácidos, regiões Sudeste e Sul; portanto, correm de leste para o
pobre em mineiras e de baixa fertilidade natural. oeste.

20
GEOGRAFIA DO BRASIL

• A bacia hidrográfica do Paraná possui o maior po- Solos


tencial hidrelétrico instalado no País.
• Hidrovia do Tietê-Paraná. Apresentam boa fertilidade natural.
• O rio Uruguai e rio Iguaçu apresentam um regime Formação de areais e campos de dunas no sudoeste
subtropical. do Rio Grande do Sul (Alegrete, Quarai, Cacequi).
A utilização do conceito de desertificação é conside-
O DOMÍNIO DAS PRADARIAS rado inadequado para a região, porque ela não apresenta
um clima árido ou semi-árido, como também não existem
O Domínio das Pradarias, também, conhecido como evidências de que o processo estaria alterando o clima
Campanha Gaúcha ou Pampas, abrange vastas áreas regional, sendo assim o termo mais indicado, segundo a
(Centro-Sul) do Rio Grande do Sul, constituindo-se em pesquisadora Dirce Suertegaray, é arenização.
um prolongamento dos campos ou pradarias do Uruguai
e Argentina pelo território brasileiro. O geógrafo José Bueno Conti utiliza o termo deserti-
O centro-sul do Rio Grande do Sul é marcado por ficação ecológica, que corresponde ao processo interati-
baixa densidade demográfica, clima subtropical e por vo entre o homem (uso predatório dos recursos naturais
uma economia que apresenta cultivos mecanizados (soja) por meio da agricultura e da pecuária) e o meio ambiente
ou grandes estâncias com pecuárias extensiva. O povoa- (clima úmido – arenito Botucatu).
mento é de origem ibérica.
Hidrografia
Relevo
Envolve partes das bacias hidrográficas do Uruguai e
Este domínio engloba três unidades do relevo bra- do Sudeste e Sul. Os rios desse domínio são perenes mas
sileiro: planaltos e chapadas da bacia do paraná (oes- de baixa densidade hidrográfica, com traçados meândri-
te), depressão periférica sul-rio-grandense (centro) e o cos (curvas), favoráveis à navegação.
planalto sul-rio-grandense (centro) e o planalto sul-rio-
Alguns correm para o Leste (bacia Secundária do Sul),
grandense (leste). Trata-se de um baixo planalto cristali-
desaguando nas lagoas litorâneas como Patos (maior do
no com altitudes médias entre 200 e 400 metros, onde
Brasil), Mangueira e Mirim. Os rios Jacuí (Guaíba) e Cama-
se destacam conjuntos de colinas onduladas denomina-
quã são exemplos. Outros correm em direção ao Oeste
das coxilhas, ou seja, pequenas elevações onduladas. As
(bacia do Uruguai), como os rios Quarai, Ijuí, etc.
saliências mais significativas (cristas), de maior altitudes,
são chamadas regionalmente de cerros.
Exercícios
No litoral do Rio Grande do Sul são comuns as la-
goas costeiras (Patos, Mirim e Mangueira), isoladas pelas 01) A respeito dos efeitos da reestruturação produtiva
restingas, as faixas de areia depositada paralelamente no território brasileiro, que ocorreu como consequência
ao litoral, graças ao dinamismo oceânico, formando um da revolução tecnocientífica informacional, a partir da se-
aterro natural. gunda metade do século XX, julgue os próximos itens. A
nova organização espacial da produção brasileira surgiu
Clima a partir da crise econômica dos anos 80 do século pas-
sado e da crescente concorrência internacional, as quais
O clima é subtropical com temperatura média anual resultam em uma dispersão espacial da produção agro-
baixa, devido a vários fatores, destacando-se a latitude e pecuária e industrial, a partir da expansão da fronteira
a ocorrência de frentes frias (mPa). agrícola, da reestruturação de antigas regiões produtivas
Apresenta considerável amplitude térmica e, no ve- agrícolas e pela desconcentração da indústria paulista.
rão, as áreas mais quentes são Vale do Uruguai e a Cam- C. Certo
panha Gaúcha, que registram máximas diárias acima de E. Errado
38º. As chuvas são regulares.
Resposta: Certo
Vegetação
02) Acerca das recentes transformações da rede ur-
A paisagem vegetal típica é constituída pelos Cam- bana e da urbanização brasileira, julgue os itens que se
pos Limpos ou Pampas, onde predominam gramíneas, seguem. A manutenção do parque industrial brasileiro na
cuja altura varia de 10 a 50 cm aproximadamente. É a região Sudeste e a expansão do agronegócio concentra-
vegetação brasileira (natural) mais favorável à prática da ram a maior parte das cidades médias (entre 100 e 500
pecuária, tradicional atividade dessa região. mil habitantes) na região mais desenvolvida do país, no
eixo Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Nos vales fluviais, surgem capões de matas (matas de C. Certo
galerias ou ciliares) que quebram a monotonia da paisa- E. Errado
gem rasteira, formando verdadeiras ilhas de vegetação
em meio aos campos. Resposta: Errado

21
GEOGRAFIA DO BRASIL

03) A Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais e as regiões novas, as deficiências da circulação, a im-
(INDE) visa possibilidade de viajar durante a estação das chuvas, há
A. à integração de tecnologias, políticas, mecanismos outras que não enfrentam no mesmo grau os geógrafos
e procedimentos de coordenação e monitoramento, pa- acostumados a trabalhar nos países velhos. Nada disso
drões e acordos necessários para facilitar o acesso, com- pode surpreender em regiões cujo povoamento está em
partilhamento, disseminação e uso dos dados geoespa- curso. Mudanças administrativas, incertezas estatísticas,
ciais. vazios cartográficos, eis outras tantas consequências de
B. à criação de uma instituição para armazenar, cole- um estado de coisas que, a cada dia, se modifica. Tão
tar, manipular e analisar os dados geoespaciais, de forma rápidas são as transformações que tudo que se pode es-
a centralizar sua coordenação, garantir sua preservação crever a respeito entra logo na história. Por isso, foi o
e integridade. próprio movimento que eu tentei descrever e explicar:
C. ao estabelecimento das bases físicas que permitam não era possível elaborar uma monografia regional, por
armazenar e divulgar os dados espaciais, garantindo que isso procurei compor o estudo de uma sociedade em
a lei de acesso à informação seja incorporada e praticada movimento.
pelas instituições cartográficas.
D. ao fomento da lei de transparência de acesso aos Fonte: MONBEIG, Pierre. Pioneiros e Fazendeiros de
dados geoespaciais, por meio da integração dos marcos São Paulo. São Paulo: Hucitec, 1984, p.18-19 Nos anos
legais das distintas esferas administrativas, como União, 1930 e 1940, Pierre Monbeig estudou a expansão do
estados e municípios. povoamento em território brasileiro para o oeste de São
E. à criação de mecanismos e políticas para norma- Paulo e o norte do Paraná. Para compreender as socie-
tizar as ações das parcerias público/privada no armaze- dades em movimento, Monbeig empregou a noção de
namento, coleta, manipulação e análise de dados geoes- franjas pioneiras.
paciais.
As franjas pioneiras constituem a expressão geográ-
fica:
Resposta: A
A. do processo contínuo e linear de apropriação de
terras nas áreas extremas de colonização;
04) A formação do espaço geográfico brasileiro teve
B. do refluxo do povoamento em áreas que passaram
início com a chegada dos colonizadores europeus. Du-
por longos processos de depressão econômica;
rante o período anterior à ocupação, a natureza perma-
C. da progressão irregular que marca a passagem dos
neceu preservada, pois os primeiros habitantes viviam
espaços organizados aos que estão se organizando;
em aldeias agrupadas, utilizando apenas o necessário
D. do contato entre regiões densamente povoadas
para a sua subsistência. Com a chegada dos coloniza-
situadas em unidades paisagísticas distintas;
dores, iniciou-se uma nova etapa do relacionamento do E. da incorporação de áreas próximas às fronteiras
homem com a natureza. A respeito desse tema e suas internacionais pela implantação de infraestrutura.
implicações, assinale a opção correta.
A. No século XVI, a ocupação do território ocorreu Resposta: C
com base na diversificação da cultura, principalmente de
produtos não tropicais.
B. Até a década de 1930, os espaços econômicos bra-
sileiros estavam articulados, desenvolvendo atividades
intensas principalmente voltadas para a estruturação de
atividades industriais.
C. A divisão regional do Brasil fundamenta-se na
combinação e predominância dos aspectos naturais, so-
ciais, econômicos e religiosos.
D. Os portugueses conseguiram incorporar, de forma
efetiva, as terras situadas além dos limites de Tordesilhas
por meio do Tratado de Versalhes.
E. Objetivando a acumulação de riquezas, os coloni-
zadores e os que os sucederam transformaram a natu-
reza, por causa do desmatamento e da implantação de
grandes lavouras e pastagens.

Resposta: E

05) Está longe de ser fácil o trabalho do geógrafo nas


zonas pioneiras do Brasil. Sem desprezar as dificuldades
materiais, a grande distância entre a cidade de São Paulo

22
GEOGRAFIA DO BRASIL

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES A) mudança do perfil social


B) degradação do setor comercial
01. (TJ/SC - Analista - TJSC /2011) O impacto das C) aumento da atividade industrial
ações humanas nas paisagens naturais do Brasil vem D) redução da acessibilidade viária
aumentando nos últimos anos. Os ecossistemas Brasi-
leiros já sofreram e ainda sofrem sérias interferências Os investimentos feitos na zona portuária do Rio de
humanas ocasionando a sua degradação. Em um dos Janeiro tendem a valorizar a região. Durante décadas, essa
ecossistemas Brasileiros os principais problemas am- área da cidade foi abandonada pelo poder público e, con-
bientais são: sequentemente, ocupada por pessoas de baixa renda, que
I - Aumento das queimadas para a renovação das não tinham condições financeiras de morar em regiões
pastagens. melhores da cidade. Com os investimentos recentes, a
II - Contaminação das águas devido ao uso intenso zona portuária se tornará uma região com acesso a servi-
e indiscriminado de agrotóxicos nos cultivos de expor-
ços públicos e revitalizada em termos estéticos, o que atrai
tação próximos.
empresas e pessoas de nível social elevado. Dessa forma,
III - Destruição das matas ciliares ocasionando o as-
infelizmente, os investimentos não beneficiam as pessoas
soreamento do leito dos rios pela erosão de suas mar-
que moram na região há décadas, uma vez que elas se-
gens.
IV - A extração mineral com a contaminação das rão fatalmente expulsas pela especulação imobiliária que
águas por metais pesados. já começou no local, como mostra a charge. Essa é uma
V - A caça e a pesca ilegais. face perversa do desenvolvimento, que revitaliza espaços
Estamos nos referindo aos impactos ambientais no abandonados às custas da exclusão da população local.
ecossistema: RESPOSTA: “A”.
A) Do Pantanal
B) Dos Mangues 03. (TJ/SP – ANALISTA – FGV/2013) –
C) Das Araucárias
D) Das Restingas
E) Da Caatinga
Todas as alternativas degradam os ecossistemas, po-
rém apenas um dos ecossistemas sofre com todos esses
problemas, alias, é o ecossistema mais ameaçado no Brasil
atualmente ( junto com a Mata Atlântica). Sua contamina-
ção e uso desenfreado pela ação humana pode acarretar
em seu “fim”, devido a sua grande biodiversidade.
RESPOSTA: “A”.

02. (UFRJ – VESTIBULAR – UFRJ/2013)A Zona Por- O texto da reportagem faz referência a duas fases
tuária do Rio de Janeiro vem recebendo muitos inves- distintas da política territorial na Amazônia durante o
timentos públicos e privados com o objetivo de pro- regime militar. Dois exemplos dessa política de ocu-
mover sua renovação física e funcional.Considerando a pação, para o período 1964/1973 e para o período
charge, a nova dinâmica espacial pode ter a seguinte 1973/1985, respectivamente, foram as implantações de:
consequência sobre o processo de urbanização nessa A) polos de turismo e lazer – extensas redes ferro-
região da metrópole carioca:
viárias inter-regionais.
B) centros comerciais fronteiriços – imensas áreas
de monocultura de soja.
C) distritos industriais exportadores – numerosas
áreas de produção de borracha.
D) assentamentos de agricultura familiar – grandes
projetos de grupos empresariais.
E) centros comerciais fronteiriços – pequenas áreas
de monocultura do açúcar.

Durante o regime militar, os investimentos na Amazô-


nia não se referiram a polos de turismo nem à construção
de ferrovias. Lembre que, a partir do governo JK (1955 –
1960), optou-se pelo modal rodoviário no Brasil, de modo
que os investimentos em ferrovias foram drasticamente re-
duzidos. A rodovia transamazônica é do período militar. A
alternativa (A) está incorreta.

23
GEOGRAFIA DO BRASIL

A alternativa (B) está incorreta, pois nunca houve real 05. (EsSa – SARGENTO – EB/2011) - A formação ve-
investimento em centros de comércio fronteiriços, e a che- getal na qual predominam espécies de palmeiras como
gada da soja à região Norte ocorreu, de modo mais expres- a carnaúba, o babaçu e o buriti, e que é considerada
sivo, na última década, e não durante o regime militar. uma zona de transição entre os domínios da Amazônia
A alternativa (C) está incorreta. A Zona Franca de Ma- e o da Caatinga é a(o)
naus foi, de fato, criada durante o regime militar, em 1967, A) mata dos cocais.
mas a produção de borracha data do final do século XIX B) pantanal.
e início do século XX, quando teve seu auge. Durante o C) manguezal.
regime militar, ainda havia produção de borracha, mas era D) restinga.
extremamente insignificante se comparada à produção do E) pradaria.
início do século, e o governo não investiu nisso nas déca-
das de 1970 e 1980.  A  mata dos cocais  é uma formação vegetal típica da
A alternativa (D) está correta. O regime militar tentou
área de transição entre a região norte e nordeste  Brasilei-
povoar o máximo possível a região Norte, como forma de
ra e que ocupa uma faixa que se estende pelos Estados
garantir a ocupação do território e evitar questionamentos
do Maranhão e Piauí, mas também podem ser encontradas
internacionais sobre a soberania da Amazônia. Isso foi feito
formações típicas da mata de cocais  em outros estados
por meio de assentamentos de agricultura familiar. Entre-
tanto, a precariedade da região e das condições de ocupa- como Tocantins, Ceará e Bahia.
ção fizeram com que essa política não fosse bem-sucedida. Localizada bem no meio de dois importantes bio-
Ao mesmo tempo, grandes grupos empresariais também mas Brasileiros, a mata de cocais, faz a transição entre
foram estimulados a explorar a região, muito rica em miné- a caatinga, típica do nordeste, a floresta amazônica, típica
rios e outros recursos.  da região norte, e o cerrado, mais ao sul.
RESPOSTA: “D”. A árvore símbolo da mata de cocais é o  babaçu, mas
também são encontrados, em menor quantidade, o  buriti,
04. (UFRJ – VESTIBULAR – UFRJ/2013) – a carnaúba (da qual é extraída uma cera), e a oiticica. No ex-
trato mais baixo da mata de cocais, podemos encontrar uma
grande variedade de arbustos e plantas de menor porte.
RESPOSTA: “A”.

06.(UFRJ – VESTIBULAR – UFRJ/2013) –

A manutenção da tendência apresentada no gráfico


pode favorecer o seguinte impacto sobre as despesas
governamentais nas próximas duas décadas:
A) redução do déficit da previdência social.
B) diminuição das verbas para a rede de saúde.
C) elevação dos investimentos na educação infantil.
D) ampliação dos recursos com seguro-desemprego.

O aumento da população economicamente ativa e, ao


mesmo tempo, a diminuição da população dependente
No relato de sua visita ao Vietnã, o autor faz re-
significam que mais gente contribuirá para a previdência
ferência a algumas das características atuais daquela
e menos gente receberá seus recursos. Isso faz com que o
sociedade. Essas características se relacionam com a se-
déficit previdenciário diminua. A alternativa (A) está correta.
A alternativa (B) está incorreta, pois os gastos com saú- guinte mudança recente na história do país:
de não se relacionam diretamente com a questão previ- A) fim do partido comunista
denciária. Em tese, toda a população, até a economicamen- B) liberalização do fluxo migratório
te ativa, recorre aos serviços de saúde.  C) flexibilização da moeda nacional
A alternativa (C) está incorreta, pois, com a diminuição D) implantação do socialismo de mercado
do número de pessoas de até 15 anos, verificar-se-á a di-
minuição dos investimentos na educação infantil, e não o Não houve o fim do partido comunista no Vietnã. Ele
aumento. ainda existe e é o único partido legal do país.  A alternativa
A alternativa (D) está incorreta, pois os gastos com se- (A) está errada.
guro desemprego estão mais relacionados com a situação A alternativa (B) está incorreta, pois não há restrições
econômica de um país do que com a quantidade de popu- incomuns concernentes à imigração no Vietnã. Além disso,
lação economicamente ativa.   o texto não trata dessa questão.
RESPOSTA: “A”.

24
GEOGRAFIA DO BRASIL

A alternativa (C) está incorreta. A moeda do Vietnã é o 08.(UERJ – VESTIBULAR – UERJ/2013) –


Dong e é bastante desvalorizada em relação ao dólar, mas
essa questão não se relaciona diretamente com o tema o
texto, que trata das mudanças ocorridas na sociedade viet-
namita desde o fim da guerra que assolou o país na década
de 1960 e início de 1970.
A alternativa (D) está correta. Depois da guerra, o país
foi unificado sob o regime socialista. Nos dias atuais, con-
tudo, vigora no Vietnã e em outros países da região, como
a China, o chamado socialismo de mercado. Esse socialis-
Apesar de ser um país mais extenso do que o Brasil,
mo de mercado nada mais é do que o capitalismo contro-
a China possui apenas um horário oficial para todo o
lado fortemente pelo Estado. Os países estão integrados território nacional.Caso os chineses adotassem o siste-
no mercado comercial e financeiro mundial (a China, por ma internacional baseado no horário de Greenwich, o
exemplo, é a maior credora da dívida pública norte-ameri- número aproximado de fusos horários que haveria no
cana). A diferença está nas instituições políticas, que costu- país seria de:
mam preservar o modelo partidário único, em que só existe A) 2
o partido comunista, não havendo exercício da democracia B) 4
como há em grande parte dos Estados ocidentais.  C) 6
RESPOSTA: “D”. D) 8

07.(UERJ – VESTIBULAR – UERJ/2013) – A China deveria ter quatro fusos diferentes. A Terra,
sendo um círculo, tem 360 graus. Sabendo-se que existem
24 fusos horários no globo terrestre, dividimos 360 por
24 e descobrimos que cada fuso equivale a 15 graus. No
enunciado, foi dito que a longitude da China varia entre 74
graus e 134 graus. Subtraindo 74 graus de 134, chega-se a
60 graus, que representa a extensão longitudinal do país.
60 graus (extensão do território chinês) divididos por 15
graus (extensão de cada fuso) é igual a 4, que é o número
de fusos que a China deveria ter em seu território.
RESPOSTA: “B”.

09.(UERJ – VESTIBULAR – UERJ/2013) –

A ampliação da oferta de alimentos é um dos maio-


res desafios da humanidade para as próximas décadas.
Com base na disponibilidade do recurso natural repre-
sentada no gráfico, o país com maior potencial para ex-
pansão do seu setor agropecuário é:
A) Índia
B) China
C) Brasil
D) Estados Unidos
A lei que transforma o funk em patrimônio cultu-
ral imaterial do Rio de Janeiro foi aprovada em 2009.
Conforme o gráfico apresentado, o Brasil é o país que
A principal razão para esse reconhecimento legal está
mais tem terras disponíveis e não utilizadas. A Índia não
associada à política de:
tem mais nenhuma terra disponível; os Estados Unidos já
A) defesa de ritmos Brasileiros
utiliza aproximadamente 4/5 das terras disponíveis; e a Chi- B) inclusão de grupos políticos
na utiliza mais de 2/3 das terras disponíveis que possui. Em C) projeção de jovens intérpretes
termos absolutos, os Estados Unidos tem mais terras agri- D) valorização de manifestações populares
cultáveis do que o Brasil, mas, proporcionalmente, o Brasil
utilizou muito menos do que os Estados Unidos, o que nos O reconhecimento legal do funk como patrimônio cul-
deixa à frente no que tange à disponibilidade de recursos. tural se relaciona com a valorização de manifestações po-
RESPOSTA: “C”. pulares.
Quanto à alternativa (A), não existe política de defe-
sa de ritmos Brasileiros no país, que se insere no contexto
mais amplo da valorização de manifestações populares.

25
GEOGRAFIA DO BRASIL

A alternativa (B) está incorreta porque o reconheci- Da leitura do texto, pode-se concluir que
mento do funk em nada se relaciona com grupos políticos. A) mais da metade da população Brasileira é pobre.
Já a alternativa (C) está incorreta porque as políticas B) os estados populosos apresentam problemas sociais.
públicas não buscam privilegiar aspectos pessoais, como a C) as desigualdades regionais no Brasil são elevadas.
promoção de intérpretes. D) a economia Brasileira teve crescimento zero na
Políticas públicas visam a privilegiar o bem público, última década.
como as manifestações culturais do país. A assertiva cor- E) a influencia das condições naturais são pouco
reta é a letra (D). significativas na população.
RESPOSTA: “D”
Porque não se poder inferir do texto que mais da me-
10.(IF/SP – VESTIBULAR – IF/2013) – tade da população Brasileira é pobre. Afirma-se que cerca
de 40% da população do Nordeste vive na pobreza, mas
a realidade nordestina não é a mesma do resto do país. A
alternativa (A) está errada.
A alternativa (B) está incorreta, pois São Paulo é um
Pode colaborar para tornar o Brasil uma “potência estado mais populoso do que o Maranhão, mas apresenta
verde” o fato de o país menos problemas sociais do que o estado nordestino.
A) desenvolver as atividades do agronegócio em A alternativa (C) está correta, pois um dos maiores pro-
áreas de conservação integral. blemas Brasileiros é a grande desigualdade regional. Índi-
B) apresentar forte peso de recursos renováveis na ces de desenvolvimento econômico e social são sempre
matriz energética. mais baixos no Norte e Nordeste do país se comparados
C) se destacar pelo baixo índice de desflorestamen- com o centro-sul Brasileiro. Essa desigualdade vem desde
to do cerrado. a colonização e se perpetua até os dias atuais. Vários pro-
D) impedir o avanço da agropecuária no bioma gramas governamentais foram criados com o objetivo de
amazônico. reduzir a desigualdade, como a SUDAM e a SUDENE, mas
E) apresentar expressiva dispersão da atividade in- os resultados sempre foram bastante limitados.
dustrial. A alternativa (D) está incorreta, pois na década de 2000
o Brasil teve crescimento econômico expressivo. Mesmo na
Porque o desenvolvimento de atividades de agrone- época atual, em que o país tem passado por algumas difi-
gócio em áreas de Conservação integral colabora para a culdades, o crescimento tem sido pequeno, mas positivo.
degradação do meio ambiente, e não para o desenvolvi- A alternativa (E) está incorreta porque as condições cli-
mento sustentável. A alternativa (B) está correta. Cerca de máticas são fator importante para determinar as condições
85% da matriz energética Brasileira é proveniente de hi- de vida da população. Exemplos disso são as áreas que en-
drelétricas, que é considerada uma matriz limpa, se com- frentam seca constante no nordeste do Brasil e no norte de
parada a outras, como a termoelétrica. A matriz hidrelétrica Minas, que são umas das áreas mais pobres do Brasil, onde
gera alguns impactos ambientais, como o alagamento de o Índice de Desenvolvimento humano é muito baixo. 
regiões e o desvio do curso dos rios, mas, em termos de RESPOSTA: “C”.
emissão de agentes poluidores da atmosfera, trata-se de
uma matriz energética limpa. 12.(IF/SP – VESTIBULAR – IF/2013) –
A alternativa (C) está incorreta, pois o desmatamento Este produto se destaca como o cultivo que mais
no cerrado é bastante significativo (cerca de 50% da cober- cresceu nas últimas décadas, respondendo hoje pela
tura vegetal original já foi desmatada principalmente para ocupação de cerca de 24 milhões de hectares.
ceder lugar para práticas agropecuárias). Existe, inclusive, Observe no mapa as áreas produtoras.
um programa governamental desde 2009 para tentar redu-
zir o desmatamento no bioma, chamado PP Cerrado. 
A alternativa (D) está incorreta, pois existe o avanço da
agropecuária na região amazônica, que é considerada a úl-
tima fronteira de recursos do país, incluindo terras poten-
cialmente agricultáveis.
A alternativa (E) está incorreta porque a atividade indus-
trial no Brasil é bastante concentrada no centro-sul do país.
RESPOSTA: “A”.

11.(IF/SP – VESTIBULAR – IF/2013) –

O texto e o mapa referem-se

26
GEOGRAFIA DO BRASIL

A) à soja. Expropriação significa a perda da propriedade rural


B) à cana de açúcar. pelos pequenos proprietários, que a vendem a para em-
C) ao café. presas ou grandes fazendeiros ou utilizam sua terra para
D) ao feijão. pagamento de dívida contraída em banco. A alternativa (C)
E) ao milho está correta.
O aumento da fronteira agrícola tende a atrair tanto
As áreas produtoras no mapa se referem às plantações grandes produtores quanto pequenos empreendedores,
de soja. No Brasil, o cultivo da soja se iniciou de forma mais que vão em busca de terra em lugares onde há expansão
expressiva na região sul do país, com destaque para o Para- da produção agrícola. A região Norte é a última fronteira
ná. Com a expansão da fronteira agrícola a partir da década agrícola do Brasil a ser explorada. A alternativa (D) está in-
de 1980, a região Centro-Oeste foi ganhando espaço na correta.
produção de soja, ultrapassando, inclusive, a tradicional re- RESPOSTA: “C”.
gião Sul no volume de produção. Atualmente, cerca de 50%
14.(PM/MG – SOLDADO DA POLICIA MILITAR –
da soja produzida no país é proveniente do Centro-Oeste,
CRSP/2013) - Os derrames de lavas basálticas da For-
com destaque para o Mato Grosso. A maior parte da soja
mação Serra Geral representam um dos mais volumo-
produzida no Brasil se destina a exportação para países
sos vulcanismos continentais do planeta, com uma área
como a China, dentre outros. O Brasil se destaca pela pro- superior a 1 200 000Imagem 034.jpg . Em certos locais,
dutividade excelente, mas tem perdas grandes no trans- os derrames sucessivos de lavas possuem centenas de
porte dos grãos até os portos. Isso é o que se chama de metros de espessura.
custo Brasil, ou seja, o país perde competitividade por não A paisagem descrita é encontrada
ter infraestrutura adequada para escoar sua produção, seja A) nas ilhas de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
de soja ou de qualquer outro produto que precise de des- B) no Litoral de Ilhéus, na Bahia.
locamento interno no Brasil para atingir seu destino final.    C) nas áreas serranas da Mantiqueira, na Zona da
RESPOSTA: “A”. Mata Mineira.
D) nas cataratas do Rio Iguaçu, no Paraná.
13.(CESPE – VESTIBULAR – UNB/2013) –
As Cataratas do Iguaçu situam-se em local onde houve
um dos mais volumosos vulcanismos do planeta, há cerca
de 120 milhões de anos. Segundo o Serviço Geológico do
Paraná, “As Cataratas do rio Iguaçu estão sobre rochas ba-
sálticas representantes do maior derrame de lavas vulcâni-
cas basálticas ocorrido na Terra, entre 120 e 130 milhões de
anos, durante o Cretáceo.
Antes de ocorrer este gigantesco vulcanismo, toda
superfície terrestre estava unida em um único continente,
chamado de “Pangea”, cuja porção sul reunia a América do
Sul, África, Austrália, Índia e Antártida, formando a “Terra de
Nas últimas décadas, a principal causa da concen- Gondwana”. Com a ruptura e a separação dos continentes,
tração da estrutura fundiária no Brasil, tem sido. ocorreu o extravasamento de lavas basálticas que, atual-
A) a reforma agrária. mente, dão sustentação e forma às Cataratas do Iguaçu. 
RESPOSTA: “D”.
B) a produção mecanizada para a exportação.
C) a expropriação da terra.
15.(UFMT – VESTIBULAR – VUNESP/2012) Estima-
D) o aumento da fronteira agrícola.
tivas de pesquisadores apontam que em áreas planas,
como no Cerrado mineiro ou no Sul da Bahia, mais de
Reforma agrária significa redistribuir terras ociosas e 50% das colheitas sejam mecanizadas. Acredita­- se que
sem produtividade, o que colabora para o enfraquecimen- no Sul de Minas o percentual tenha alcançado 30%, to-
to da concentração fundiária. Assim, a reforma agrária não mando por base a área com a cultura e o potencial de
é uma causa da concentração fundiária, mas uma das so- uso de máquinas obtidos em um estudo de 2006. Cer-
luções possíveis para esse problema. A alternativa (A) está ca de 80% da área total cultivada na região – 500 mil
incorreta. hectares – está apta a receber tratores e 70% dela, em
Não é a principal causa da concentração fundiária, em- média, é adequada para as colheitadeiras.
bora possa colaborar para o seu aumento. Com a mecani- Nas áreas montanhosas, a mecanização torna- ­se
zação, substituiu-se a mão de obra, o que leva, frequen- limitada ao uso de derriçadoras portáteis, que fazem
temente, ao êxodo rural e à incorporação das pequenas o serviço de três a cinco apanha dores. E cada vez mais
propriedades por grandes produtores. A alternativa (B) está produtores estão utilizando o equipamento, em virtude
incorreta. da falta de mão de obra.
(Valor Econômico, 20.08.2012. Adaptado.)

27
GEOGRAFIA DO BRASIL

As informações apresentadas no texto referem- se Segundo os dados apresentado no mapa, os três Esta-
à produção de dos com o maior índice de população afetada pela seca são o
A) Cana- de- Açúcar. Ceará (60,1%), a Paraíba (56,9%) e o Piauí (55,8%). As obras de
B) Algodão. transposição do rio São Francisco ainda não foram concluídas.
C) Arroz. Atualmente (fevereiro/2014), somente cerca de 50% da obra
D) Cacau. foram concluídos. A transposição é vista pelos defensores do
E) Café. projeto como uma das soluções para a seca que atinge os
estados do Meio-Norte do Nordeste. Por fim, obras contra
Uma vez que o texto do enunciado se refere ao café. a seca tendem a ser de grande vulto e, portanto, caras, de
Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café, modo que as cidades, sozinhas, não seriam capazes de realizá
“atualmente o Brasil é o maior produtor mundial de café, -las, necessitando do apoio dos governos estaduais e federal.
sendo responsável por 30% do mercado internacional, RESPOSTA: “B”.
volume equivalente à soma da produção dos outros seis
maiores países produtores. É também o segundo mercado 17.(UFMT – VESTIBULAR – VUNESP/2012) - A questão
consumidor, atrás somente dos Estados Unidos”.  Os prin- da escassez de água é um dos temas ambientais globais
cipais estados produtores são Minas Gerais, São Paulo, Es- da atualidade. O Índice de Dependência de Água (IDA)
pírito Santo e Paraná, mas também há produção expressiva permite análises geográficas e geopolíticas interessantes.
na Bahia e em Rondônia. A mecanização na lavoura de café O IDA mensura a proporção de água renovável, funda-
é crescente, como se observa no texto, e capaz de reduzir mentalmente de origem fluvial, oriunda de fora de de-
custos de produção.  terminado país. No fundo, oferece um número para a
RESPOSTA: “E”. dependência de recursos hídricos controlados por países
vizinhos.
16.(UFMT – VESTIBULAR – VUNESP/2012) - O mapa O IDA do Brasil desmente a apreciação do senso co-
mostra os estados do Nordeste Brasileiro atingidos pela mum, segundo a qual não temos maiores dificuldades hí-
dricas. Nosso IDA é de 34%, o que quer dizer que cerca de
seca.
um terço das águas fluviais do país têm origem fora do
território nacional.
(Mundo, agosto de 2012. Adaptado.)
A partir da leitura do texto e de conhecimentos geo-
gráficos, é correto afirmar que há menor dependência
hídrica
A) na Hungria.
B) na Holanda.
C) no Japão.
D) no Egito.
E) no Paraguai.

Dos países apresentados, o Japão é o que possui o me-


nor índice de dependência de água (IDA). Os recursos hídri-
cos não estão espalhados pela superfície da Terra de maneira
equitativa. Isso significa que alguns países têm abundância de
água potável e outros têm escassez. Para medir o índice de
dependência de água, um dos principais critérios é o local de
A partir da análise do mapa e de seus conhecimen- origem dos rios que correm nos países, pois, quando um Esta-
tos, é correto afirmar que: do nacional tem abundância de água potável, mas as nascen-
A) os novos e os velhos coronéis dos estados da tes de seus rios se encontram em outros países, esse Estado
zona da mata estão vendo a estiagem como uma forma não tem total autonomia sobre as águas de seus rios. Assim, o
de distribuir água. Japão, por ser um país insular, tem a totalidade das nascentes
B) a seca ocorre em extensa área nordestina, atin- e dos cursos de seus rios em seu próprio território, o que faz
gindo grande proporção da população do Ceará, da Pa- com que sua dependência hídrica seja zero, segundo o IDA.
raíba e do Piauí. RESPOSTA: “C”.
C) as obras anunciadas contra a seca, como a trans-
posição do Rio São Francisco, foram concluídas. 18.(UFMT – VESTIBULAR – VUNESP/2012) - “Conjun-
D) o problema da seca é cada dia mais grave e de to de, ao menos, 51 domicílios em área ocupada irregu-
difícil solução nos estados do meio- norte. larmente e com precariedade de serviços públicos essen-
E) as cidades apresentam condições de, sozinhas, ciais. São favelas, grotas, vilas e palafitas, entre outros”.
realizarem as obras contra seca que dotariam os mora- Assim define o IBGE o termo “aglomerado subnormal”.
dores com estrutura para enfrentar a estiagem. Dados do Censo Demográfico de 2010 revelam que 11,4
milhões de Brasileiros vivem em aglomerados precários.

28
GEOGRAFIA DO BRASIL

População em aglomerados subnormais

A partir da análise dos gráficos e de conhecimentos


geográficos, é correto afirmar que
A partir da análise do texto e do mapa, é correto A) a taxa Brasileira ainda é considerada mediana,
afirmar que a maior proporção de pessoas residentes mas diminui rapidamente, distanciando-se das taxas de
em aglomerados subnormais, em relação à população regiões subdesenvolvidas.
total do estado, é encontrada B) a queda da taxa Brasileira, verificada na década
A) na Bahia. de 1970, foi a maior no período analisado.
B) no Rio de Janeiro. C) a taxa Brasileira demorará muitas décadas para
C) em Pernambuco. se aproximar das taxas dos países emergentes.
D) no Pará. D) a taxa Brasileira, com a queda verificada na dé-
E) em São Paulo. cada de 2000, já se compara à dos países ricos.
E) taxas inferiores a 4% somente ocorrem em países
Segundo o mapa, o Pará é o estado Brasileiro cujo europeus, onde a taxa de natalidade é reduzida.
maior número de pessoas vive em situação precária: 15%
do total de sua população. Em segundo lugar, estão Rio Os gráficos revelam que, embora a taxa Brasileira ain-
de Janeiro, Pernambuco e Amazonas, com 10% a 15% de da não seja similar a de países desenvolvidos, os indicies
suas populações vivendo em aglomerados subnormais. Em de mortalidade infantil têm diminuído bastante, o que dis-
termos absolutos, o Rio de Janeiro tem mais gente viven- tancia o Brasil dos países subdesenvolvidos, em que a taxa
do em situação precária, uma vez que a população desse pode chegar a 140. A alternativa (a) está correta.
estado (cerca de 16,5 milhões) é mais do que o dobro da A alternativa (B) está incorreta, pois a maior queda
do Pará (aproximadamente 8 milhões). Entretanto, como o ocorreu na década de 1980, quando a taxa diminuiu 39,3%
enunciado pediu o valor proporcional, a alternativa correta em relação à década de 1970, conforme se verifica no pri-
é a que se refere ao Pará, que tem a maior porcentagem meiro gráfico apresentado.
relativamente a sua população. A alternativa (C) está incorreta, pois, se o Brasil conti-
RESPOSTA: “D”. nuar a progredir na mesma velocidade das últimas déca-
das, não demorará muito tempo até alcançar os indicies de
19.(UFMT – VESTIBULAR – VUNESP/2012) - De países desenvolvidos.
suma importância na avaliação das condições de vida A alternativa (D) está incorreta, uma vez que a taxa Bra-
de uma sociedade, a taxa de mortalidade infantil refe- sileira ainda não se compara a dos países desenvolvidos,
re- se ao número de crianças que morrem ao longo do sendo aproximadamente sete vezes maior do que a de al-
primeiro ano de vida, durante determinado ano civil. guns desses países.A alternativa (E) está incorreta, pois há
Os gráficos mostram a evolução da taxa de mortalidade países fora da Europa que têm taxas inferiores a 4%, como
infantil no Brasil e apresentam uma comparação com Cingapura e Japão.
taxas de outros países do mundo. RESPOSTA: “A”.
Mortalidade infantil no Brasil, 1960-2010

29
GEOGRAFIA DO BRASIL

20.(PM/RJ – OFICIAL DE POLICIA MILITAR – A ajuda internacional que o Haiti recebeu após o terre-
IBFC/2012) – “Das várias preocupações que cercam os moto de 2010 não incluiu incentivo à imigração. A princípio,
alimentos transgênicos, os efeitos sobre o meio am- foi uma ajuda humanitária, com o envio de profissionais de
biente são uma das principais. É aí que se encontram as saúde e produtos básicos, como água, alimentos e roupas.
maiores incertezas.” Nos dias atuais, há uma missão de paz da ONU no país, que
Marafon, Claudio José. O Desencanto da Terra: Pro- tem o objetivo de estabilizá-lo militar e politicamente, ha-
dução de alimentos, ambiente e sociedade. Rio de Ja- vendo algumas ações no plano da construção civil, mas não
neiro: Garamond, 2011. (Adaptado) no incentivo à imigração. A alternativa (A) está incorreta.
A avaliação do impacto ambiental de transgênicos A alternativa (B) está incorreta, pois não existe protoco-
no Brasil permanece com muitas questões a resolver, o lo de troca de mão de obra entre Brasil e Haiti.
que gera temores por parte de estudiosos e da socieda- A alternativa (C) está incorreta. A MINUSTAH não é um
de civil, já que essa tecnologia também gera aspectos programa nem é do NAFTA, que é uma zona de livre comér-
negativos ao setor produtivo como a: cio entre CANADÁ, Estados Unidos e México. MINUSTAH
A) elevação da produtividade. significa Missão das Nações Unidas para a Estabilização do
B) difusão da biodiversidade. Haiti, a qual visa literalmente à estabilização do país e não
C) proliferação de espécies nativas. incentiva a migração.
D) resistência de pragas a insumos químicos. A alternativa (D) está incorreta, pois as forças de ocu-
pação da MINUSTAH são lideradas pelo Brasil, e não pelos
O aumento de produtividade é um aspecto positivo dos Estados Unidos. Além disso, a missão de paz não tem obje-
transgênicos, e não negativo. A alternativa (A) está incorreta. tivo de reprimir a população. O maior motivo da imigração
A alternativa (B) está incorreta, pois, em regra, não há se relaciona com a situação econômica precária do país, e
difusão de biodiversidade em locais que adotam plantas não com a atuação da MINUSTAH.
transgênicas. Na realidade, muitos transgênicos são utiliza- A alternativa (E) está correta. O crescimento econômico
dos em monoculturas, como soja e milho, e monoculturas do Brasil na última década e a situação precária da econo-
tendem a diminuir a biodiversidade, e não aumentá-la. mia haitiana são fatores essenciais que explicam a migração
A alternativa (C) está incorreta, pois a tendência é de de haitianos para o Brasil.
proliferação de espécies não nativas.
A alternativa (D) está correta. A princípio, afirmava-se RESPOSTA: “E”.
que as plantas transgênicas seriam mais resistentes a pra-
gas. Entretanto, o que se observou, na prática, foi o au-
mento de uso de agrotóxicos em plantações que utilizam
sementes transgênicas, o que significa maior resistência de
pragas a insumos químicos quando se trata de plantações
transgênicas.

RESPOSTA: “D”.

21.(PM/RJ – OFICIAL DE POLICIA MILITAR –


IBFC/2012) – O Brasil tem recebido um elevado número
de migrantes haitianos, que entram no Brasil pelo Acre
e acabam chegando à cidade de São Paulo. Sobre esse
fluxo migrante, é correto afirmar que
A) a destruição de parte do Haiti, observada prin-
cipalmente em Porto Príncipe, a capital, devido a um
intenso terremoto ocorrido em 2010, permitiu grande
ajuda internacional, que incluiu estímulo à migração.
B) o Brasil é o país com maior comércio externo com
o Haiti, com protocolos de troca de mão de obra entre
esses países.
C) a crise econômica que assola o Haiti gera uma
elevada taxa de migração, apoiada pelo programa Mi-
nustah, do NAFTA.
D) as forças de ocupação, lideradas pelos EUA, exer-
cem forte ação repressiva sobre a população, que tem
emigrado em massa.
E) o crescimento econômico do Brasil é um fator fa-
vorável à entrada de um grande número desses haitia-
nos, atraídos pela possibilidade de melhores empregos
e salários.

30
HISTÓRIA DO BRASIL

1. Brasil Colônia: administração, economia, cultura e sociedade .................................................................................................................01


a. As Capitanias Hereditárias e Governos Gerais. ...........................................................................................................................................01
b. As atividades econômicas e a expansão colonial: agricultura, pecuária, comércio e mineração. .......................................02
c. Os povos indígenas; aldeamentos; ação jesuítica. ....................................................................................................................................03
d. As camadas senhoriais, os escravos e outros trabalhadores. ..............................................................................................................04
e. A conquista dos sertões; entradas e bandeiras. .........................................................................................................................................05
f. O exclusivo comercial português. .....................................................................................................................................................................06
g. Os conflitos coloniais e os movimentos rebeldes de livres e de escravos do final do século XVIII e início do
século XIX. ......................................................................................................................................................................................................................06
h. A transferência da Corte portuguesa para o Brasil e seus efeitos; o período joanino no Brasil. .........................................07
2. O Brasil Monárquico ....................................................................................................................................................................................................09
a. A independência do Brasil e o Primeiro Reinado. .....................................................................................................................................09
b. A Constituição de 1824. .......................................................................................................................................................................................11
c. Militares: a Guarda Nacional e o Exército. ....................................................................................................................................................12
d. A fase regencial (1831-1840). ............................................................................................................................................................................12
e. O Ato Adicional de 1834. .....................................................................................................................................................................................13
f. As revoltas políticas e sociais das primeiras décadas do Império. ......................................................................................................14
g. Centralização x descentralização. .....................................................................................................................................................................14
h. A consolidação da ordem interna: o fim das rebeliões, os partidos, a legislação, o fortalecimento do Estado, a econo-
mia cafeeira, a tributação. ........................................................................................................................................................................................14
i. Modernização: economia e cultura na sociedade imperial. ...................................................................................................................15
j. A escravidão, as lutas escravas pela liberdade, o movimento abolicionista e a abolição. .......................................................15
k. A introdução do trabalho livre. ..........................................................................................................................................................................15
l. Política externa: as questões platinas, a Guerra do Paraguai e o Exército. ......................................................................................16
m. O movimento republicano e o advento da República. .........................................................................................................................17
3. A República brasileira ..................................................................................................................................................................................................18
a. A Constituição de 1891, os militares e a consolidação da República. ..............................................................................................19
b. A “Política dos governadores”. ..........................................................................................................................................................................19
c. O coronelismo e o sistema eleitoral. ...............................................................................................................................................................20
d. O movimento operário. ........................................................................................................................................................................................20
e. O tenentismo. ............................................................................................................................................................................................................20
f. A Revolução de 1930. .............................................................................................................................................................................................21
g. O período Vargas (1930-1945): economia, sociedade, política e cultura. O Brasil na II Guerra Mundial. ........................22
h. A crise do Estado Novo e a sua superação. .................................................................................................................................................27
i. O período democrático (1945-1964): economia, sociedade, política e cultura. ...........................................................................28
j. A intervenção militar, sua natureza e transformações entre 1964 e 1985. As mudanças institucionais durante o
período. .............................................................................................................................................................................................................29
k. O “milagre econômico”. ........................................................................................................................................................................................31
l. A redemocratização. ................................................................................................................................................................................................32
m. Os movimentos sociais nas décadas de 1970 e 1980: estudantes, operários e demais setores da sociedade. ...........33
n. A campanha pelas eleições diretas. ................................................................................................................................................................33
o. A Constituição de 1988. .......................................................................................................................................................................................34
p. Brasil pós Constituição de 1988 a 201: governos de Collor, Itamar, Fernando Henrique Cardoso e Lula........................36
HISTÓRIA DO BRASIL

ga e Anchieta são feitos reféns de paz dos índios Tamoios.


1. BRASIL COLÔNIA: ADMINISTRAÇÃO, Nesta ocasião Anchieta escreveu seu célebre Poema à Vir-
ECONOMIA, CULTURA E SOCIEDADE gem Maria. Até o fim do século XVI, os jesuítas firmam sua
A. AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS E ação através dos seus três maiores colégios: Bahia, Rio de
Janeiro, Pernambuco. Nesse tempo deram seu sangue por
GOVERNOS GERAIS.
Cristo o Irmão João de Souza e o escolástico Pedro Correia
(1554), mortos pelos carijós em Cananeia; o Beato Inácio
de Azevedo e 39 companheiros, Mártires do Brasil, foram
afogados no mar pelos calvinistas perto das ilhas Canárias
Principais Capitanias Hereditárias e seus dona- (1570). Outros 12 missionários jesuítas que vinham para o
tários: São Vicente (Martim Afonso de Sousa), Santana, Brasil sofreram o mesmo martírio um ano depois (1571).
Santo Amaro e Itamaracá (Pêro Lopes de Sousa), Paraíba No princípio do século XVII os jesuítas chegam ao Ceará,
do Sul (Pêro Gois da Silveira),Espírito Santo (Vasco Fernan- Piauí, Maranhão, Pará e daí para toda a Amazônia.
des Coutinho), Porto Seguro (Pêro de Campos Tourinho), As duas casas, fundadas em São Luís (1622) e em Belém
Ilhéus (Jorge Figueiredo Correia), Bahia (Francisco Pereira (1626), transformaram-se com o tempo em grandes colé-
Coutinho), Pernambuco (Duarte Coelho), Ceará (António gios e em centros de expansão missionária para inúmeras
Cardoso de Barros), Baía da Traição até o Amazonas (João aldeias indígenas espalhadas pelo Amazonas. Antônio Viei-
de Barros, Aires da Cunha e Fernando Álvares de Andrade). ra, apesar de seus triunfos oratórios e políticos, em defesa
Governo Geral da liberdade dos indígenas, foi expulso pelos colonos do
Pará, acusado e preso pela Inquisição.
Após a tentativa fracassada de estabelecer as Capita- Em 1638, Pernambuco é tomada por holandeses pro-
nias Hereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil testantes, liderados pelo conde Maurício de Nassau. A re-
o Governo-Geral, no ano de 1549. Era uma forma de cen- sistência se organiza numa aldeia jesuítica. Dos 33 jesuítas
tralizar e ter mais controle da colônia. O primeiro governa- de Pernambuco, mais de 20 foram capturados, maltratados
dor-geral foi Tomé de Souza, que recebeu do rei a missão e levados para a Holanda; cerca de 10 faleceram em con-
de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção sequência dessa guerra. No século XVII, quando da desco-
agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas berta das minas e do povoamento do sertão, os jesuítas
de ouro e prata. passavam periodicamente por esses locais em missão vo-
Também existiam as Câmaras Municipais que eram lante. Quando Mariana (MG) foi elevada a diocese (1750),
órgãos políticos compostos pelos “homens-bons”. Estes foram chamados para dirigir e ensinar no seminário. Em
eram os ricos proprietários que definiam os rumos políti- 1749 já estavam em Goiás, fundando aldeias.
cos das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida Aparece nesta altura da história dos jesuítas o Marquês
pública nesta fase. de Pombal. Ab-roga todo o poder temporal exercido pelos
A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a missionários nas aldeias indígenas. Para esconder os fra-
região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país. cassos da execução do Tratado de Limites da Colônia do
Os três governadores gerais do Brasil que mais se des- Sacramento, culpou os jesuítas desencadeando contra eles
tacaram foram Tomé de Souza, Duarte da Costa e Mem de uma propaganda terrível. No grande terremoto de Lisboa
Sá. Como resultados da implantação deste sistema político (1755), os jesuítas foram censurados por pregarem a pe-
-administrativo no Brasil, podemos citar: catequização de nitência ao povo e ao governo. Por ocasião do atentado
indígenas, desenvolvimento agrícola e incentivo à vinda de (1757) contra D. José I, rei de Portugal, os jesuítas foram
mão-de-obra escrava africana para as fazendas brasileiras. acusados de alta traição. Em fim, o velho e santo missio-
Este sistema durou até o ano de 1640, quando foi substi- nário do Nordeste brasileiro, o Pe. Gabriel Malagrida, foi
tuído pelo Vice. condenado publicamente pela Inquisição como herege, e
Jesuítas: chegaram ao Brasil em 1549, na expedição queimado vivo em praça pública de Lisboa. Preparado o
de Tomé de Souza, tendo como Superior o Pe. Manuel da terreno, veio a lei de expulsão dos jesuítas dos domínios
Nóbrega. Desembarcam na Bahia, onde ajudaram na fun- de Portugal. Foram postos incomunicáveis, condenados e
dação da cidade de Salvador. Atendiam aos portugueses privados de todo o direito de defesa. Do Pará e de outros
também fora da Bahia, percorrendo as Capitanias próxi- portos, foram embarcados e encarcerados em Lisboa. Na-
mas. Com o 2º Governador Geral Duarte da Costa (1553), quele momento havia no Brasil 670 jesuítas. De Portugal al-
chega o jovem José de Anchieta. Em 1554, no dia da con- guns foram transladados para os Estados Pontifícios, onde
versão de São Paulo, funda em Piratininga um Colégio, o o Papa Clemente XIII os recebeu com afeto e hospedou em
qual sustentaria durante dez anos. Aprendeu logo a língua antigas casas romanas. Com a morte de D. José I em 1777
dos índios, da qual escreveu a primeira gramática, dicioná- e a subida ao poder de Dona Maria I, o Marquês de Pombal
rio e doutrina. foi processado e condenado. Só escapou à prisão e à morte
O Governador Geral Mem de Sá, em 1560 e 1567 ex- por respeito à sua idade e achaques.
pulsa os franceses do Rio de Janeiro e com seu sobrinho O Papa Pio VII restaurou a Companhia de Jesus em
Estácio de Sá funda definitivamente a cidade. Em todas es- 1814. Alguma influência exerceu no ânimo do Papa a ami-
sas empresas estavam presentes os jesuítas. Episódio he- zade de um jesuíta brasileiro, o Pe. José de Campos Lara,
róico é o desterro de Iperuí (atual Ubatuba) em que Nóbre- que profetizara sua eleição papal.

1
HISTÓRIA DO BRASIL

A economia colonial: A base da economia colonial era Assim, de 1580 até 1640, o rei da Espanha passou a ser,
o engenho de açúcar. O senhor de engenho era um fazen- ao mesmo tempo, rei de Portugal, dando origem ao perío-
deiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utili- do conhecido como “União Ibérica”.
zava a mão-de-obra africana escrava e tinha como objetivo Portugal havia adotado até então uma política inter-
principal a venda do açúcar para o mercado europeu. Além nacional muito prudente, evitando, tanto quanto possível,
do açúcar destacou-se também a produção de tabaco e atritos nessa área, ciente de sua própria fragilidade. Essa
algodão. situação foi alterada completamente com a sua anexação
As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou pela Espanha, já que Portugal herdou, de imediato, todos
seja, eram grandes fazendas produtoras de um único pro- os numerosos inimigos dos Habsburgos. Do ponto de vista
duto, utilizando mão-de-obra escrava e visando o comér- colonial, o mais temível inimigo era a Holanda.
cio exterior.
O Pacto Colonial imposto por Portugal estabelecia
que o Brasil só podia fazer comércio com a metrópole.
A sociedade colonial: A sociedade no período do açú- B. AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E A
car era marcada pela grande diferenciação social. No topo
EXPANSÃO COLONIAL: AGRICULTURA,
da sociedade, com poderes políticos e econômicos, esta-
PECUÁRIA, COMÉRCIO E MINERAÇÃO.
vam os senhores de engenho. Abaixo, aparecia uma cama-
da média formada por trabalhadores livres e funcionários
públicos. E na base da sociedade estavam os escravos de
origem africana. Origens 
Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de enge- Encontramos a origem do sistema capitalista na passa-
nho exercia um grande poder social. As mulheres tinham gem da Idade Média para a Idade Moderna. Com o renasci-
poucos poderes e nenhuma participação política, deviam mento urbano e comercial dos séculos XIII e XIV, surgiu na
apenas cuidar do lar e dos filhos. A casa-grande era a re- Europa uma nova classe social: a burguesia. Esta nova clas-
sidência da família do senhor de engenho. Nela moravam, se social buscava o lucro através de atividades comerciais.
além da família, alguns agregados. O conforto da casa-  
grande contrastava com a miséria e péssimas condições de Neste contexto, surgem também os banqueiros e cam-
higiene das senzalas (habitações dos escravos). bistas, cujos ganhos estavam relacionados ao dinheiro em
Anexação de Portugal. Desde 1556 a Espanha era go- circulação, numa economia que estava em pleno desen-
vernada por Filipe II (1556 - 1598), membro de uma das volvimento. Historiadores e economistas identificam nesta
mais poderosas dinastias europeias: os Habsburgos ou burguesia, e também nos cambistas e banqueiros, ideais
Casa d’Áustria, que além da Espanha detinha o controle embrionários do sistema capitalista: lucro, acúmulo de ri-
do Sacro-Império Romano Germânico, sediado na Áustria, quezas, controle dos sistemas de produção e expansão dos
com influências também sobre a Alemanha e a Itália. negócios.
Nos tempos do reinado de Filipe II, a exploração das  
minas de prata da América espanhola havia atingido o seu Primeira Fase: Capitalismo Comercial ou Pré-Capi-
apogeu. Com a entrada da prata do México e do Peru, a talismo 
Espanha se transformara, durante o século XVI, na mais po-  
derosa nação europeia. Isso levou os historiadores a clas- Este período estende-se do século XVI ao XVIII. Inicia-
sificarem o século XVI como o século da preponderância se com as Grandes Navegações e Expansões Marítimas
espanhola. Tendo em mãos recursos abundantes, Filipe Europeias, fase em que a burguesia mercante começa a
II aliou o poderio econômico a uma agressiva política in- buscar riquezas em outras terras fora da Europa. Os co-
ternacional, da qual resultou a anexação de Portugal (até merciantes e a nobreza estavam a procura de ouro, prata,
então, reino independente) e a independência da Holanda especiarias e matérias-primas não encontradas em solo eu-
(até então, possessão espanhola). ropeu. Estes comerciantes, financiados por reis e nobres, ao
Em 1578, o rei de Portugal, D. Sebastião, morreu na chegarem à América, por exemplo, vão começar um ciclo
batalha de Alcácer-Quibir, no atual Marrocos, em luta con- de exploração, cujo objetivo principal era o enriquecimento
tra os árabes. Com a morte do rei, que não tinha descen- e o acúmulo de capital. Neste contexto, podemos identi-
dentes, o trono de Portugal foi ocupado pelo seu tio-avô, ficar as seguintes características capitalistas: busca do lu-
o velho cardeal D. Henrique, que, no entanto, faleceu em cros, uso de mão-de-obra assalariada, moeda substituindo
1580, naturalmente sem deixar descendência... Com a mor- o sistema de trocas, relações bancárias, fortalecimento do
te deste último, extinguia-se a dinastia de Avis, que se en- poder da burguesia e desigualdades sociais.
contrava no trono desde 1385, com a ascensão de D. João  
I, mestre de Avis. Segunda Fase: Capitalismo Industrial 
Vários pretendentes se candidataram então ao trono  
vago: D. Catarina, duquesa de Bragança, D. Antônio, prior No século XVIII, a Europa passa por uma mudança sig-
do Crato e, também, Felipe II, rei da Espanha, que descen- nificativa no que se refere ao sistema de produção. A Revo-
dia, pelo lado materno, em linha direta, do rei D. Manuel, o lução Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema
Venturoso, que reinou nos tempos de Cabral. capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras

2
HISTÓRIA DO BRASIL

regiões do mundo. A Revolução Industrial modificou o sis- ro chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes
tema de produção, pois colocou a máquina para fazer o índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo
trabalho que antes era realizado pelos artesãos. O dono da com o tronco linguístico ao qual pertenciam: tupi-guarani
fábrica conseguiu, desta forma, aumentar sua margem de (região do litoral), macro-jê ou tapuia (região do Planalto
lucro, pois a produção acontecia com mais rapidez. Se por Central), aruaque (Amazônia) e caraíba (Amazônia).
um lado esta mudança trouxe benefícios (queda no preço Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocu-
das mercadorias), por outro a população perdeu muito. O pam o território brasileiro, principalmente em reservas in-
desemprego, baixos salários, péssimas condições de traba-
dígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca
lho, poluição do ar e rios e acidentes nas máquinas foram
problemas enfrentados pelos trabalhadores deste período. de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas
  não vivem mais como antes da chegada dos portugueses.
O lucro ficava com o empresário que pagava um sa- O contato com o homem branco fez com que muitas tribos
lário baixo pela mão-de-obra dos operários. As indústrias, perdessem sua identidade cultural.
utilizando máquinas à vapor, espalharam-se rapidamente  
pelos quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um A sociedade indígena na época da chegada dos por-
novo formato.  tugueses
  O primeiro contato entre índios e portugueses em
Muitos países europeus, no século XIX, começaram a 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas
incluir a Ásia e a África dentro deste sistema. Estes dois culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos
continentes foram explorados pelos europeus, dentro de completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios
um contexto conhecido como neocolonialismo. As popu- que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de
lações destes continentes, foram dominadas a força e tive-
Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral )
ram suas matérias-primas e riquezas exploradas pelos eu-
ropeus. Eram também forçados a trabalharem em jazidas e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.
de minérios e a consumirem os produtos industrializados Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam
das fábricas europeias. da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, fei-
  jão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta
Terceira Fase: Capitalismo Monopolista-Financeiro  agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois
  utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e quei-
Iniciada no século XX, esta fase vai ter no sistema ban- mada para limpar o solo para o plantio).
cário, nas grandes corporações financeiras e no mercado Os índios domesticavam animais de pequeno porte
globalizado as molas mestras de desenvolvimento. Pode- como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não co-
mos dizer que este período está em pleno funcionamento nheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é
até os dias de hoje. relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato
  pela primeira vez com uma galinha.
Grande parte dos lucros e do capital em circulação no
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em
mundo passa pelo sistema financeiro. A globalização per-
mitiu as grandes corporações produzirem seus produtos regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tri-
em diversas partes do mundo, buscando a redução de cus- bos acontecia em momentos de guerras, casamentos, ceri-
tos. Estas empresas, dentro de uma economia de mercado, mônias de enterro e também no momento de estabelecer
vendem estes produtos para vários países, mantendo um alianças contra um inimigo comum.
comércio ativo de grandes proporções. Os sistemas in- Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas
formatizados possibilitam a circulação e transferência de da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio
valores em tempo quase real. Apesar das indústrias e do ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua
comercio continuarem a lucrar muito dentro deste sistema, sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e
podemos dizer que os sistemas bancário e financeiro são flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para
aqueles que mais lucram e acumulam capitais dentro deste fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica
contexto econômico atual. também era muito utilizada para fazer potes, panelas e
utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais
Fonte: http://www.suapesquisa.com/capitalismo/
serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias
das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas
no corpo.
 
C. OS POVOS INDÍGENAS; ALDEAMENTOS; A organização social dos índios
AÇÃO JESUÍTICA.  
Entre os indígenas não há classes sociais como a do
  homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o
Introdução  mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos
  e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes
Historiadores afirmam que antes da chegada dos euro- de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (macha-
peus à América havia aproximadamente 100 milhões de ín- do, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual.
dios no continente. Só em território brasileiro, esse núme- O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui

3
HISTÓRIA DO BRASIL

uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsá- estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e fes-
veis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens tas. O pajé era o responsável por transmitir estes conheci-
da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, mentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam
pesca, guerra e derrubada das árvores. a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâ-
Duas figuras importantes na organização das tribos são mica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais.
o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois co- Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após
nhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. a morte.
Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e
ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, Principais etnias indígenas brasileiras na atualidade
onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para aju- e população estimada 
dar na cura. O cacique, também importante na vida tribal,
- Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue (25.000),
faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios. 
Macuxi (20.000), Terena (16.000), Guajajara (14.000), Xavan-
A educação indígena é bem interessante. Os peque-
nos índios, conhecidos como curumins, aprender desde te (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó (9.700), Potiguara
pequenos e de forma prática. Costumam observar o que (7.700). 
os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o
pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que Fonte: Funai (Fundação Nacional do Índio).
este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica - De acordo com dados do Censo 2010 (IBGE), o Brasil
e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando possuía, em 2010, 896.917 indígenas. Este número corres-
atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma pondia a 0,47% da população do Brasil.
cerimônia para ingressar na vida adulta. Fonte: http://www.suapesquisa.com/indios/
 
Os contatos entre indígenas e portugueses
 
Como dissemos, os primeiros contatos foram de es-
tranheza e de certa admiração e respeito. Caminha rela- D. AS CAMADAS SENHORIAIS, OS ESCRAVOS
ta a troca de sinais, presentes e informações. Quando os E OUTROS TRABALHADORES.
portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas,
começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o es-
 
cambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para
os indígenas em troca de seu trabalho. 
O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos Nos engenhos de açúcar do Brasil Colonial eram em-
indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram pregados o trabalho assalariado livre e o trabalho escravo
a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam africano. Neste texto daremos ênfase às formas e caracte-
a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles rísticas do trabalho escravo colonial.
para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento A maioria da população colonial brasileira era com-
violento seguiu-se por séculos, resultando no pequeno nú- posta por africanos e seus descendentes escravizados. O
mero de índios que temos hoje. desenvolvimento da economia colonial era garantido pela
A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era mão de obra escrava, que era empregada em diversas
eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos áreas: pecuária, lavoura, coleta, pesca e transporte de pro-
indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao dutos. Os escravizados também realizavam uma diversida-
seu serviço. A cultura indígena era considerada pelos euro- de de atividades desde o plantio (diversas culturas) até a
peus como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, preparação e o processamento do açúcar.
acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianis- As jornadas de trabalho dos trabalhadores escraviza-
mo e fazer os índios seguirem a cultura europeia. Foi assim dos nos engenhos variavam: o plantio (preparação do solo)
que, aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e demandava diariamente aproximadamente 13 horas de la-
também sua identidade. bor; já o corte e a moagem da cana-de-açúcar demanda-
 
vam 18 horas diárias.
Canibalismo
Os escravos de campos integravam 80% dos traba-
Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os
tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do lhadores escravizados dos engenhos de açúcar e traba-
Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que lhavam plantando, colhendo, guiando boiadas e outros
ao comerem carne humana do inimigo estariam incorpo- animais, pescando, caçando, entre outras coisas. Existiam
rando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, os escravos que labutavam na produção do açúcar: esses
não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covar- constituíam aproximadamente 10% dos escravizados. As
des. A prática do canibalismo era feira em rituais simbólicos. escravas domésticas, que geralmente trabalhavam na casa-
grande (habitação do senhor de engenho e de sua família),
Religião Indígena exerciam os cargos de faxineiras, cozinheiras, arrumadei-
Cada nação indígena possuía crenças e rituais religio- ras, amas de leite. Os artesãos (oleiro, carpinteiro, ferreiro)
sos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas constituíam, juntamente com os escravos domésticos, os
forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para outros 10% dos trabalhadores escravizados.

4
HISTÓRIA DO BRASIL

O sistema de trabalho nos engenhos era geralmente Outro grupo que também adentrou o interior do Brasil
por tarefas, ou seja, cada escravo exercia uma tarefa diária. e auxiliou no seu desenvolvimento, foram os missionários
Além disso, todos realizavam serviços extras (construção jesuítas. A ordem formada por religiosos da Igreja Cató-
de casas, cercas, consertos, entre outros). lica dedicaram-se a “domesticar” os indígenas através do
Os trabalhadores escravizados que não desempenha- ensino de sua doutrina. Com o objetivo de auxiliar os co-
vam sua tarefa diária sofriam punições e castigos, e os que lonizadores no trato com os nativos, os jesuítas fundaram
tentavam fugir da condição desumana em que se encon- aldeamentos conhecidos como missões ou reduções.
travam, geralmente sofriam sérios castigos físicos. Práticas Econômicas
Nesse período da história do Brasil (dos engenhos de Quando se fala em período colonial, desenvolvemos
açúcar) surgiram vários aspectos e características da socie- uma ideia errônea sobre as práticas econômicas. Os livros
dade brasileira. Os escravos africanos deixaram várias he- falam tanto em cultivo de cana-de-açúcar que absorvemos
ranças culturais. Foi na senzala (habitação dos escravos no a concepção de que no Brasil só havia essa atividade. Po-
engenho) que surgiu a feijoada, prato presente na culinária rém, a criação de gado bovino representou uma prática
brasileira; e a capoeira, que se confundia com uma dan- importante para o desenvolvimento da colônia, seja para
ça, mas que era uma forma de luta desenvolvida entre os atender as necessidades de subsistência e transporte dos
escravos na resistência contra o trabalho escravo – muito engenhos ou para a obtenção de charque e couro.
praticada hoje em dia no Brasil e no mundo. A condução dos rebanhos bovinos era realizada pelos
tropeiros, além de conduzir os animais era da responsa-
Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/historia-do-bra- bilidade desses homens comprar e vender o gado. A pe-
sil/trabalho-escravo-africano-nos-engenhos-coloniais. cuária não exigia o emprego de uma grande quantidade
html de trabalhadores, os vaqueiros eram em geral, indígenas e
negros libertos ou fugidos. Geralmente, o pagamento dos
tropeiros era feito através de cabeças de gado. Assim, esses
E. A CONQUISTA DOS SERTÕES; ENTRADAS E homens deram início à formação de seus próprios reba-
BANDEIRAS. nhos, o que possibilitou a rápida expansão dessa atividade.
Quanto mais à pecuária se desenvolvia, crescia a neces-
sidade de conquistar novas terras para a pastagem. Dessa
 
forma o território seria rapidamente ocupado. O gado era
criado em regime extensivo, ou seja, solto nos pastos, o que
Quando os portugueses chegaram com suas carave-
originou a formação de grandes fazendas no Nordeste.
las no Brasil no ano de 1500, o domínio se limitou a uma
Entradas e Bandeiras
estreita faixa litorânea. O território entre a costa e o meri-
No decorrer do século XVII, as expedições militares
diano de Tordesilhas, chamado de sertão, permaneceu des-
conhecido polos exploradores e ocupado por uma grande conhecidas como bandeiras, desbravaram o território em
variedade de tribos indígenas. No período colonial, parte busca de indígenas e riquezas, principalmente metais pre-
do território brasileiro pertencia a Coroa espanhola, porém ciosos. Os grupos de bandeirantes partiam da Capitania de
a metrópole europeia não havia tomado posse de seus do- São Vicente rumo ao interior do Brasil. Armados e decididos
mínios. a conquistar seus objetivos, os participantes das bandeiras
Expedições Militares agiam por conta própria, utilizando essas expedições parti-
No período entre os anos de 1580 a 1640, em que culares para capturar e comercializar os nativos. Passavam
portugueses e espanhóis estiveram sob a mesma Coroa, longos meses nas matas em busca de pedras preciosas,
os territórios abaixo do meridiano de Tordesilhas foram aventurando-se além do Meridiano de Tordesilhas.
percorridos por expedições militares formadas por aven- Além das bandeiras, as outras expedições desse perío-
tureiros em busca de riquezas, terras e índios. Financiadas do foram às entradas. Financiadas pelo governo, tinham
pelo governo ou por particulares, essas expedições tiveram como finalidade demarcar o território, aprisionar indíge-
participação importante no desbravamento e povoamento nas e explorar as minas de metais preciosos. Ao contrário
do “sertão”. das bandeiras, as entradas costumavam respeitar os limites
Os bandeirantes paulistas (como ficaram conhecidos do Meridiano de Tordesilhas. Os bandeirantes por muito
os desbravadores) durante suas expedições de caça ou tempo foram considerados heróis, homenageados viraram
aprisionamento de indígenas auxiliavam os portugueses a nome de praças, ruas, rodovias e seus bustos até hoje orna-
conquistar as regiões sul e centro-oeste da colônia. mentam algumas cidades, no entanto a historiografia atual
As expedições militares oficiais ocuparam principal- vem revendo essa visão.
mente as regiões norte e nordeste, essa entrada em ter- Apesar de auxiliarem na ocupação do interior, esses
ritórios antes desconhecidos foi uma maneira de garantir importantes personagens da nossa história foram respon-
o domínio português sob as terras recém-descobertas e sáveis por grandes matanças de indígenas e desmatamen-
impedir que outras metrópoles se aventurassem na região. to de nossas florestas. Os bandeirantes aprisionaram cerca
Os criadores de gado adentraram o Nordeste e o Sul do de cem mil nativos. Até mesmo as missões jesuíticas so-
país com seus rebanhos, iniciando uma nova atividade eco- freram ataques dessas expedições, como os indígenas que
nômica, que até os dias de hoje representam uma forte viviam nesses aldeamentos eram preparados para o traba-
característica da economia brasileira. lho, acabavam por ser uma presa cobiçada.

5
HISTÓRIA DO BRASIL

Com a crise açucareira do século XVII, as expedições


bandeirantes de aprisionamento de indígenas foram dimi- G. OS CONFLITOS COLONIAIS E OS
nuindo. O aumento da necessidade de mão-de-obra esti- MOVIMENTOS REBELDES DE LIVRES E DE
mulou a intensificação do comércio de escravos africanos,   ESCRAVOS DO FINAL DO SÉCULO XVIII E
o que se transformou em um lucrativo comércio para a
INÍCIO DO SÉCULO XIX.
colônia.
Principais Bandeirantes
Fernão Dias Pais; Manuel Borba Gato; Bartolomeu Bue-
no da Veiga (Anhanguera); Domingo Jorge Velho; Antônio As  Revoltas do Período Colonial Brasileiro se divi-
Raposo Tavares; Nicolau Barreto; Manuel Preto; Jerônimo diram entre interesses nativistas e interesses separatistas.
Leitão; Francisco Bueno. O Brasil foi colonizado por Portugal a partir de 1500,
mas a efetiva exploração do território não começou no
Fonte: http://escolaeducacao.com.br/conquista-do- mesmo ano. Inicialmente, os portugueses apenas extraíam
sertao/ das terras brasileiras o pau-brasil que era trocado com os
indígenas. Na falta de metais preciosos, que demoraram
ser encontrados, esse tipo de relação de troca, chama-
F. O EXCLUSIVO COMERCIAL PORTUGUÊS. da escambo, permaneceu por algumas décadas. A postura
dos portugueses em relação ao Brasil só se alterou quando
a ameaça de perder a nova terra e seus benefícios para
  outras nacionalidades aumentou.
Com o desenvolvimento da exploração do Brasil em
O “Pacto Colonial”, também chamado de “Exclusivo sentido colonial, ou seja, tudo que era produzido em terri-
Comercial Metropolitano” ou “Exclusivo Colonial” cor- tório brasileiro iria para Portugal, a metrópole e detentora
responde a um acordo entre a colônia e a metrópole, que dos lucros finais. Esse tipo de relação estava inserido na
ocorreu no Brasil durante o período colonial. lógica do Mercantilismo que marcava as ligações de pro-
Essa relação de cunho comercial, que ocorrera em
dução e lucro entre colônias e suas respectivas metrópo-
grande parte da América durante a época das conquistas e
les. O modelo que possui essas características é chamado
das grandes navegações (século XVI e XVII), era travada em
de Pacto Colonial, mas as recentes pesquisas de historia-
vias de oferecer melhores lucros à metrópole, uma vez que
dores estão demonstrando novas abrangências sobre a
a intenção maior era explorar os recursos (madeira, metais
rigidez desse tipo de relação comercial. Ao que parece, o
preciosos, etc.) encontrados nas novas terras e utilizá-los
Pacto Colonial não era tão rígido como se disse por muitos
como forma de riqueza.
anos, a colônia tinha certa autonomia para negociar seus
Mercantilismo
O sistema mercantilista representou um sistema de produtos e apresentar seus interesses.
práticas econômicas que foram basilares no desenvolvi- De toda forma, é certo que o tipo de relação entre me-
mento econômico das metrópoles durante o período co- trópole e colônia envolveu a prática da exploração. O obje-
lonial. Assim, o mercantilismo era um conjunto de práticas tivo das metrópoles era auferir o máximo de lucros possí-
econômicas baseado na exclusividade das atividades mer- veis com a produção das colônias. No Brasil, antes do ouro
cantis e manufatureiras da metrópole sobre a colônia. ser encontrado e causar grande alvoroço, a cana-de-açúcar
Além do monopólio comercial, esse sistema privilegia- era o principal produto produzido, na região Nordeste.
va uma balança comercial favorável, donde o superávit era A exploração excessiva que era feita pela metrópo-
o principal objetivo (exportar mais do que importar), junto le portuguesa teve seus reflexos de descontentamento a
ao ideal do metalismo (conjunto de metais preciosos como partir do final do século XVII. Neste, ocorreu apenas um
medida de riqueza) e do protecionismo (garantia de altas movimento de revolta, mas foi ao longo do século XVIII
taxas alfandegárias para importação o que realçava ainda que os casos se multiplicaram. Entre todos esses movimen-
mais a relação comercial somente entre a colônia e a me- tos, podem-se distinguir duas orientações nas revoltas: a
trópole). de tipo nativista e a de tipo separatista. As revoltas que se
Diante disso, as colônias estavam encarregadas de for- encaixam no primeiro modelo são caracterizadas por con-
necer as matérias-primas para a necessárias para a metró- flitos ocorridos entre os colonos ou defesa de interesses
pole, fator que impossibilitava o desenvolvimento de um de membros da elite colonial. Somente as revoltas de tipo
mercado interno, posto que tudo era controlado pela me- separatista que pregavam uma independência em relação
trópole, o que dificultava a importação ou exportação de a Portugal.
outros países. Entre as revoltas nativistas mais importantes estão: Re-
Por fim, a colônia estava proibida de produzir artigos volta de Beckman, Guerra dos Emboabas, Guerra dos Mas-
que apresentassem concorrência com os da metrópole, cates e a Revolta de Filipe dos Santos.
que por sua vez, garantiam seus lucros na compra de ma- São revoltas separatistas: Inconfidência Mineira e Con-
térias-primas baratas as quais vendiam a preços elevados. juração Baiana.
A Revolta dos Beckman ocorreu no ano de 1684 sob
Fonte: https://www.todamateria.com.br/pacto-colo- liderança dos irmãos Manuel e Tomas Beckman. O evento
nial/ que se passou no Maranhão reivindicava melhorias na ad-

6
HISTÓRIA DO BRASIL

ministração colonial, o que foi visto com maus olhos pelos podia cumprir as ordens de Napoleão e aderir ao Bloqueio
portugueses que reprimiram os revoltosos violentamente. Continental, pois tinha longa relação comercial com a In-
Foi a única revolta do século XVII. glaterra, por outro lado o governo português temia o exér-
A Guerra dos Emboabas foi um conflito que ocorreu cito francês.
entre 1708 e 1709. O confronto em Minas Gerais aconte- Sem outra alternativa, Portugal aceitou o Bloqueio,
ceu porque os bandeirantes paulistas queriam ter exclusi- mas, continuou comercializando com a Inglaterra. Ao des-
vidade na exploração do ouro recém descoberto no Brasil, cobrir a trama, Napoleão determinou a invasão de Portugal
mas levas e mais levas de portugueses chegavam à colônia em novembro de 1807. Sem condições de resistir à invasão
para investir na exploração. A tensão culminou em conflito francesa, D. João e toda a corte portuguesa fugiram para o
entre as partes. Brasil, sob a proteção naval da marinha inglesa. A Inglaterra
A Guerra dos Mascates aconteceu logo em seguida, ofereceu escolta na travessia do Atlântico, mas em troca
entre 1710 e 1711. O confronto em Pernambuco envolveu exigiu a abertura dos portos brasileiros aos navios ingleses.
senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugue- A corte portuguesa partiu às pressas de Lisboa sob as
ses de Recife. A elevação de Recife à categoria de vila desa- vaias do povo, em 29 de novembro de 1807. Na comitiva
gradou a aristocracia rural de Olinda, gerando um conflito. vinha D. João, sua mãe D. Maria I, a princesa Carlota Joa-
O embate chegou ao fim com a intervenção de Portugal e quina; as crianças D. Miguel, D. Maria Teresa, D. Maria Isa-
equiparação entre Recife e Olinda. bel, D. Maria Assunção, D. Ana de Jesus Maria e D. Pedro, o
A  Revolta de Filipe dos Santos aconteceu em 1720. futuro imperador do Brasil e mais cerca de 15 mil pessoas
O líder Filipe dos Santos Freire representou a insatisfação entre nobres, militares, religiosos e funcionários da Coroa.
dos donos de minas de ouro em Vila Rica com a cobrança Trazendo tudo o que era possível carregar; móveis, objetos
do quinto e a instalação das Casas de Fundição. A Coroa de arte, jóias, louças, livros, arquivos e todo o tesouro real
Portuguesa condenou Filipe dos Santos à morte e encerrou imperial.
o movimento violentamente. Após 54 dias de viagem a esquadra portuguesa che-
A Inconfidência Mineira, já com caráter de revolta se- gou ao porto de Salvador na Bahia, em 22 de janeiro de
paratista, aconteceu em 1789. A revolta dos mineiros con- 1808. Lá foram recebidos com festas, onde permaneceram
tra a exploração dos portugueses pretendia tornar Minas por mais de um mês.
Gerais  independente de Portugal, mas o movimento foi Seis dias após a chegada D. João cumpriu o seu acordo
descoberto antes de ser deflagrado e acabou sendo pu- com os ingleses, abrindo os portos brasileiros às nações
nido com rigidez pela metrópole. Tiradentes foi morto e amigas, isto é, a Inglaterra. Eliminando em parte o mono-
esquartejado em praça pública para servir de exemplo aos pólio comercial português, que obrigava o Brasil a fazer
demais do que aconteceria aos descontentes com Portugal. comércio apenas com Portugal.
A  Conjuração Baiana, também separatista, ocorreu  Mas o destino da Coroa portuguesa, era a capital da
em 1798. O movimento ocorrido na Bahia  pretendia se- colônia, o Rio de Janeiro, onde D. João e sua comitiva de-
parar o Brasil de Portugal e acabar com o trabalho escravo. sembarcaram em 8 de março de 1808 e onde foi instalada
Foi severamente punida pela Coroa Portuguesa. a sede do governo.
  Na chegada ao Rio de Janeiro, a Corte portuguesa
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/revoltas-do foi recebida com uma grande festa: o povo aglomerou-se
-periodo-colonial-brasileiro/ no porto e nas principais ruas para acompanhar a Família
Real em procissão até a Catedral, onde, após uma missa
em ação de graças, o rei concedeu o primeiro «beija-mão».
 A transferência da corte portuguesa para o Rio de Ja-
neiro provocou uma grande transformação na cidade.  D.
H. A TRANSFERÊNCIA DA CORTE
João teve que organizar a estrutura administrativa do go-
  PORTUGUESA PARA O BRASIL E SEUS verno. Nomeou ministros de Estado, colocou em funciona-
EFEITOS; O PERÍODO JOANINO NO BRASIL. mento diversas secretarias públicas, instalou tribunais de
justiça e criou o Banco do Brasil (1808).
Era preciso acomodar os novos habitantes e tornar a
A Família Real no Brasil cidade digna de ser a nova sede do Império português.
No início do século XIX, a Europa estava agitada pelas O vice-rei do Brasil, D. Marcos de Noronha e Brito cedeu
guerras. Inglaterra e França disputavam a liderança no con- sua residência, O Palácio dos Governadores, no Lago do
tinente europeu. Em 1806, Napoleão Bonaparte, imperador Paço, que passou a ser chamado Paço Real, para o rei e
da França, decretou o Bloqueio Continental, proibindo que sua família e exigiu que os moradores das melhores casas
qualquer país aliado ou ocupado pelas forças francesas co- da cidade fizessem o mesmo. Duas mil residências foram
mercializasse com a Inglaterra. O objetivo do bloqueio era requisitadas, pregando-se nas portas o “P.R.”, que signi-
arruinar a economia inglesa. Quem não obedecesse, seria ficava “Príncipe Regente”, mas que o povo logo traduziu
invadido pelo exército francês. como “Ponha-se na Rua”. Prédios públicos, quartéis, igrejas
Portugal viu-se numa situação delicada. Nessa época, e conventos também foram ocupados. A cidade passou por
Portugal era governado pelo príncipe regente D. João, pois uma reforma geral: limpeza de ruas, pinturas nas fachadas
sua mãe, a rainha D. Maria I, enlouquecera. D. João não dos prédios e apreensão de animais.

7
HISTÓRIA DO BRASIL

As mudanças provocaram o aumento da população na Foi uma mudança profunda, mas que não alterou os costu-
cidade do Rio de Janeiro, que por volta de 1820, somava mes da grande maioria da população carioca, composta de
mais de 100 mil habitantes, entre os quais muitos eram es- escravos e trabalhadores assalariados.
trangeiros – portugueses, comerciantes ingleses, corpos Com a vitória das nações europeias contra Napoleão
diplomáticos – ou mesmo resultado do deslocamento da em 1815, ficou decidido que os reis de países invadidos,
população interna que procurava novas oportunidades na pela França deveriam voltar a ocupar seus tronos.
capital.
As construções passaram a seguir os padrões euro-   D. João e sua corte não queriam retornar ao empo-
peus. Novos elementos foram incorporados ao mobiliário; brecido Portugal. Então o Brasil foi elevado à categoria de
espelhos, bibelôs, biombos, papéis de parede, quadros, Reino Unido de Portugal e Algarves (uma região ao sul de
instrumentos musicais, relógios de parede. Portugal). O Brasil deixava de ser Colônia de Portugal, ad-
Com a Abertura dos Portos (1808) e os Tratados de quiria autonomia administrativa.
Comércio e Navegação e de Aliança e Amizade (1810) es-  Em 1820, houve em Portugal a Revolução Liberal do
tabelecendo tarifas preferenciais aos produtos ingleses, o Porto, terminando com o Absolutismo e iniciando a Mo-
comércio cresceu. O porto do Rio de Janeiro aumentou seu narquia Constitucional. D. João deixava de ser monarca ab-
movimento que passou de 500 para 1200 embarcações soluto e passava a seguir a Constituição do Reino. Dessa
anuais. forma, a Assembleia Portuguesa exigia o retorno do mo-
A oferta de mercadorias e serviços diversificou-se. A narca. O novo governo português desejava recolonizar o
Rua do Ouvidor, no centro do Rio, recebeu o cabeleireiro Brasil, retirando sua autonomia econômica.
da Corte, costureiras francesas, lojas elegantes, joalherias Em 26 de abril de 1821, D. João VI cedendo às pres-
e tabacarias. A novidade mais requintada era os chapéus, sões, volta a Portugal, deixando seu filho D.Pedro como
luvas, leques, flores artificiais, perfumes e sabonetes. príncipe regente do Brasil.
Para a elite, a presença da Corte e o número crescente Se o que define a condição de colônia é o monopó-
de comerciantes estrangeiros trouxeram familiaridade com lio imposto pela metrópole, em 1808 com a abertura dos
novos produtos e padrões de comportamento em moldes portos, o Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não
europeus.  As mulheres seguindo o estilo francês; usavam mais existia. Rompia-se o pacto colonial e atendia-se as-
vestidos leves e sem armações, com decotes abertos, cin-
sim, os interesses da elite agrária brasileira, acentuando as
tura alta, deixando aparecer os sapatos de saltos baixos.
relações com a Inglaterra, em detrimento das tradicionais
Enquanto os homens usavam casacas com golas altas en-
relações com Portugal.
feitadas por lenços coloridos e gravatas de renda, calções
Esse episódio, que inaugura a política de D. João VI no
até o joelho e meias. Embora apenas uma pequena parte
Brasil, é considerado a primeira medida formal em direção
da população usufruísse desses luxos. Sem dúvida, a vinda
ao “sete de setembro”.
de D. João deu um grande impulso à cultura no Brasil.
Em abril de 1808, foi criado o Arquivo Central, que
Há muito Portugal dependia economicamente da In-
reunia mapas e cartas geográficas do Brasil e projetos de
glaterra. Essa dependência acentua-se com a vinda de D.
obras públicas. Em maio, D. João criou a Imprensa Régia
e, em setembro, surgiu a Gazeta do Rio de Janeiro. Logo João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia
vieram livros didáticos, técnicos e de poesia. Em janeiro de de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico.
1810, foi aberta a Biblioteca Real, com 60 mil volumes tra- Para Inglaterra industrializada, a independência da Améri-
zidos de Lisboa. ca Latina era uma promissora oportunidade de mercados,
 Criaram-se as Escolas de Cirurgia e Academia de Mari- tanto fornecedores, como consumidores.
nha (1808), a Aula de Comércio e Academia Militar (1810) e Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e
a Academia Médico-cirúrgica (1813). A ciência também ga- Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definiti-
nhou com a criação do Observatório Astronômico (1808), vamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu
do Jardim Botânico (1810) e do Laboratório de Química diretamente na dependência do capitalismo inglês.
(1818).
 Em 1813, foi inaugurado o Teatro São João (atual João Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou
Caetano). Em 1816, a Missão Francesa, composta de pin- fim ao absolutismo em Portugal com a Revolução do Por-
tores, escultores, arquitetos e artesãos, chegaram ao Rio to. Implantou-se uma monarquia constitucional, o que deu
de Janeiro para criar a Imperial Academia e Escola de Be- um caráter liberal ao movimento. Mas, ao mesmo tempo,
las-Artes. Em 1820, foi a vez da Real Academia de Desenho, por tratar-se de uma burguesia mercantil que tomava o
Pintura, Escultura e Arquitetura-civil. poder, essa revolução assume uma postura recolonizadora
 A presença de artistas estrangeiros, botânicos, zoólo- sobre o Brasil. D. João VI retorna para Portugal e seu fi-
gos, médicos, etnólogos, geógrafos e muitos outros que lho aproxima-se ainda mais da aristocracia rural brasileira,
fizeram viagens e expedições regulares ao Brasil, trouxe que sentia-se duplamente ameaçada em seus interesses: a
informações sobre o que acontecia pelo mundo e também intenção recolonizadora de Portugal e as guerras de inde-
tornou este país conhecido, por meio dos livros e artigos pendência na América Espanhola, responsáveis pela divi-
em jornais e revistas que aqueles profissionais publicavam. são da região em repúblicas.

8
HISTÓRIA DO BRASIL

O Processo de Independência do Brasil


2. O BRASIL MONÁRQUICO Em primeiro lugar, entender que o 07 de setembro de
A. A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E O 1822 não foi um ato isolado do príncipe D. Pedro, e sim um
  acontecimento que integra o processo de crise do Antigo
PRIMEIRO REINADO
Sistema Colonial, iniciada com as revoltas de emancipação
no final do século XVIII. Ainda é muito comum a memória
do estudante associar a independência do Brasil ao quadro
Os Movimentos de Emancipação de Pedro Américo, “O Grito do Ipiranga”, que personifica o
A Inconfidência Mineira destacou-se por ter sido o pri- acontecimento na figura de D. Pedro.
meiro movimento social republicano-emancipacionista de Em segundo lugar, perceber que a independência do
nossa história. Eis aí sua importância maior, já que em ou- Brasil, restringiu-se à esfera política, não alterando em
tros aspectos ficou muito a desejar. Sua composição social nada a realidade sócio-econômica, que se manteve com as
por exemplo, marginalizava as camadas mais populares, mesmas características do período colonial.
configurando-se num movimento elitista estendendo-se Desde as últimas décadas do século XVIII assinala-se
no máximo às camadas médias da sociedade, como inte- na América Latina a crise do Antigo Sistema Colonial. No
lectuais, militares, e religiosos. Outros pontos que contri- Brasil, essa crise foi marcada pelas rebeliões de emancipa-
buíram para debilitar o movimento foram a precária arti- ção, destacando-se a Inconfidência Mineira e a Conjuração
culação militar e a postura regionalista, ou seja, reivindica- Baiana. Foram os primeiros movimentos sociais da história
vam a emancipação e a república para o Brasil e na prática do Brasil a questionar o pacto colonial e assumir um caráter
preocupavam-se com problemas locais de Minas Gerais. O republicano. Era apenas o início do processo de indepen-
mais grave contudo foi a ausência de uma postura clara dência política do Brasil, que se estende até 1822 com o
que defendesse a abolição da escravatura. O desfecho do “sete de setembro”. Esta situação de crise do antigo siste-
movimento foi assinalado quando o governador Visconde ma colonial, era na verdade, parte integrante da decadên-
de Barbacena suspendeu a derrama, seria o pretexto para cia do Antigo Regime europeu, debilitado pela Revolução
deflagar a revolta, e esvaziou a conspiração, iniciando pri- Industrial na Inglaterra e principalmente pela difusão do li-
sões acompanhadas de uma verdadeira devassa. beralismo econômico e dos princípios iluministas, que jun-
Os líderes do movimento foram presos e enviados para tos formarão a base ideológica para a Independência dos
o Rio de Janeiro responderam pelo crime de inconfidência Estados Unidos (1776) e para a Revolução Francesa (1789).
(falta de fidelidade ao rei), pelo qual foram condenados.
Trata-se de um dos mais importantes movimentos de tran-
Todos negaram sua participação no movimento, menos
sição na História, assinalado pela passagem da idade mo-
Joaquim José da Silva Xavier, o alferes conhecido como Ti-
derna para a contemporânea, representada pela transição
radentes, que assumiu a responsabilidade de liderar o mo-
do capitalismo comercial para o industrial.
vimento. Após decreto de D. Maria I é revogada a pena de
A aristocracia rural brasileira encaminhou a indepen-
morte dos inconfidentes, exceto a de Tiradentes. Alguns dência do Brasil com o cuidado de não afetar seus privi-
tem a pena transformada em prisão temporária, outros em légios, representados pelo latifúndio e escravismo. Dessa
prisão perpétua. Cláudio Manuel da Costa morreu na pri- forma, a independência foi imposta verticalmente, com a
são, onde provavelmente foi assassinado. preocupação em manter a unidade nacional e conciliar as
O exemplo parece que não assustou a todos, já que divergências existentes dentro da própria elite rural, afas-
nove anos mais tarde iniciava-se na Bahia a Revolta dos Al- tando os setores mais baixos da sociedade representados
faiates, também chamada de Conjuração Baiana. A influên- por escravos e trabalhadores pobres em geral.
cia da loja maçônica Cavaleiros da Luz deu um sentido mais Com a volta de D. João VI para Portugal e as exigên-
intelectual ao movimento que contou também com uma cias para que também o príncipe regente voltasse, a aris-
ativa participação de camadas populares como os alfaiates tocracia rural passa a viver sob um difícil dilema: conter a
João de Deus e Manuel dos Santos Lira. Eram pretos, mes- recolonização e ao mesmo tempo evitar que a ruptura com
tiços, índios, pobres em geral, além de soldados e religio- Portugal assumisse o caráter revolucionário-republicano
sos. Justamente por possuir uma composição social mais que marcava a independência da América Espanhola, o que
abrangente com participação popular, a revolta pretendia evidentemente ameaçaria seus privilégios.
uma república acompanhada da abolição da escravatura. A maçonaria (reaberta no Rio de Janeiro com a loja ma-
Controlado pelo governo, as lideranças populares do movi- çônica Comércio e Artes) e a imprensa uniram suas forças
mento foram executadas por enforcamento, enquanto que contra a postura recolonizadora das Cortes.
os intelectuais foram absolvidos. D. Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua parti-
Outros movimentos de emancipação também foram da poderia representar o esfacelamento do país. Era preci-
controlados, como a Conjuração do Rio de Janeiro em so ganhar o apoio de D. Pedro, em torno do qual se con-
1794, a Conspiração dos Suaçunas em Pernambuco (1801) cretizariam os interesses da aristocracia rural brasileira. Um
e a Revolução Pernambucana de 1817. Esta última, já na abaixo assinado de oito mil assinaturas foi levado por José
época que D. João VI havia se estabelecido no Brasil. Ape- Clemente Pereira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9
sar de contidas todas essas rebeliões foram determinantes de janeiro de 1822, solicitando sua permanência no Brasil.
para o agravamento da crise do colonialismo no Brasil, já Cedendo às pressões, D. Pedro decidiu-se: “Como é para
que trouxeram pela primeira vez os ideais iluministas e os o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto.
objetivos republicanos. Diga ao povo que fico”.

9
HISTÓRIA DO BRASIL

É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo O processo da independência foi bastante acelerado
povo e bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como pelo que ocorreu em Portugal em 1820. A Revolução do
imperador em troca da futura independência não alterar a Porto comandada pela burguesia comercial da cidade do
realidade sócio-econômica colonial. Contudo, o Dia do fico Porto, que foi um movimento que tinha características li-
era mais um passo para o rompimento definitivo com Por- berais para Portugal mas, para o Brasil, significava uma re-
tugal. Graças a homens como José Bonifácio de Andrada colonização.
e Silva (patriarca da independência), Gonçalves Ledo, José As mudanças econômicas no Brasil: Depois da che-
Clemente Pereira e outros, o movimento de independência gada da família real duas medidas de Dom João deram rá-
adquiriu um ritmo surpreendente com o cumpra-se, onde pido impulso à economia brasileira: a abertura dos portos
as leis portuguesas seriam obedecidas somente com o aval e a permissão de montar indústrias que haviam sido proi-
de D. Pedro, que acabou aceitando o título de Defensor bidas por Portugal anteriormente.
Perpétuo do Brasil (13 de maio de 1822), oferecido pela Abriram-se fábricas, manufaturas de tecidos começa-
maçonaria e pelo Senado. Em 3 de junho foi convocada ram a surgir, mas não progrediram por causa da concor-
uma Assembleia Geral Constituinte e Legislativa e em pri- rência dos tecidos ingleses. Bom resultado teve, porém, a
meiro de agosto considerou-se inimigas as tropas portu- produção de ferro com a criação da Usina de Ipanema nas
guesas que tentassem desembarcar no Brasil. províncias de São Paulo e Minas Gerais.
São Paulo vivia um clima de instabilidade para os ir- Outras medidas de Dom João estimularam as ativida-
mãos Andradas, pois Martim Francisco (vice-presidente da des econômicas do Brasil como: Construção de estradas;
Junta Governativa de São Paulo) foi forçado a demitir-se, Os portos foram melhorados. Foram introduzidos no país
sendo expulso da província. Em Portugal, a reação tornava- novas espécies vegetais, como o chá; Promoveu a vinda de
se radical, com ameaça de envio de tropas, caso o príncipe colonos europeus; A produção agrícola voltou a crescer. O
não retornasse imediatamente. açúcar e o algodão, passaram a ser primeiro e segundo lu-
José Bonifácio, transmitiu a decisão portuguesa ao gar nas exportações, no início do século XIX. Neste período
príncipe, juntamente com carta sua e de D. Maria Leopoldi- surgiu o café, novo produto, que logo passou do terceiro
na, que ficara no Rio de Janeiro como regente. No dia sete lugar para o primeiro lugar nas exportações brasileira.
de setembro de 1822 D. Pedro que se encontrava às mar- Medidas de incentivo à Cultura: Além das mudan-
ças comerciais, a chegada da família real ao Brasil também
gens do riacho Ipiranga, em São Paulo, após a leitura das
causou um reboliço cultural e educacional. Nessa época,
cartas que chegaram em suas mãos, bradou: “É tempo... In-
foram criadas escolas como a Academia Real Militar, a Aca-
dependência ou morte... Estamos separados de Portugal”.
demia da Marinha, a Escola de Comércio, a Escola Real de
Chegando no Rio de Janeiro (14 de setembro de 1822), D.
Ciências, Artes e Ofícios, a Academia de Belas-Artes e dois
Pedro foi aclamado Imperador Constitucional do Brasil. Era
Colégios de Medicina e Cirurgia, um no Rio de Janeiro e
o início do Império, embora a coroação apenas se realizas-
outro em Salvador. Foram fundados o Museu Nacional, o
se em primeiro de dezembro de 1822. Observatório Astronômico e a Biblioteca Real, cujo acer-
A independência não marcou nenhuma ruptura com vo era composto por muitos livros e documentos trazidos
o processo de nossa história colonial. As bases sócio-eco- de Portugal. Também foi inaugurado o Real Teatro de São
nômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que João e o Jardim Botânico. Uma atitude muito importante
representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, de dom João foi a criação da Imprensa Régia. Ela editou
permaneceram inalteradas. O “sete de setembro” foi ape- obras de vários escritores e traduções de obras científicas.
nas a consolidação de uma ruptura política, que já come- Foi um período de grande progresso e desenvolvimento.
çara 14 anos atrás, com a abertura dos portos. Ocorreram As Guerras pela Independência
muitas revoltas pela libertação do Brasil, nas quais muitos A Independência havia sido proclamada, mas nem to-
brasileiros perderam a vida. das as províncias do Brasil puderam reconhecer o gover-
Os que morrem achavam que valia a pena sacrificar-se no do Rio de Janeiro e unir-se ao Império sem pegar em
para melhorar a situação do povo brasileiro. Queriam uma armas. As Províncias da Bahia, do Maranhão, do Piauí, do
vida melhor, não só para eles, mas para todos os brasilei- Grão-Pará e, por último, Cisplatina, dominadas ainda por
ros. tropas de Portugal, tiveram que lutar pela sua liberdade,
Mas a Independência do Brasil só aconteceu em 1822. até fins de 1823.
E não foi uma separação total, como aconteceu em outros Na Bahia, a expulsão dos portugueses só foi possível
países da América que, ao ficarem independentes, torna- quando Dom Pedro I enviou para lá uma forte esquadra
ram-se repúblicas governadas por pessoas nascidas no comandada pelo almirante Cochrane, para bloquear Sal-
país libertado. O Brasil independente continuou sendo um vador. Sitiados por terra e por mar, as tropas portuguesas
reino, e seu primeiro imperador foi Dom Pedro I, que era tiveram finalmente que se render em 02 de julho de 1823.
filho do rei de Portugal. Após a vitória na Bahia, a esquadra de Cochrane, se-
Historicamente, o processo da Independência do Brasil guindo para o norte, bloqueou a cidade de São Luís. Esse
ocupou as três primeiras décadas do século XIX e foi mar- bloqueio apressou a derrota dos portugueses não só no
cado pela vinda da família real ao Brasil em 1808 e pelas Maranhão, mas também no Piauí.
medidas tomadas no período de Dom João. A vinda da fa- Do Maranhão um dos navios de Cochrane continuou
mília real fez a autonomia brasileira ter mais o aspecto de até o extremo norte, e, ameaçando a cidade de Belém, faci-
transição. litou a rendição dos portugueses no Grão-Pará.

10
HISTÓRIA DO BRASIL

No extremo Sul, a cidade de Montevidéu, sitiada por tica e ideologicamente foi uma aliança entre o Absolutis-
terra e bloqueada por uma esquadra brasileira no rio do mo ibérico e a Contrarreforma religiosa, preocupada com
Prata teve de se entregar. a posse do território recém descoberto e com a conversão
Com o reconhecimento da Independência pela Cispla- dos nativos ao cristianismo. Naturalmente que transcorrido
tina completou-se a união de todas as províncias, sob o mais de 450 anos do lançamento dos seus fundamentos, o
governo de Dom Pedro I, firmando assim o Império Bra- Estado brasileiro assumiu formas diversas, sendo gradati-
sileiro. vamente nacionalizado e colocado a serviço do desenvol-
O Reconhecimento da Independência vimento econômico e social. A transformação seguinte será
Unidas todas as províncias e firmado dentro do territó- a do Estado Imperial brasileiro, legalizada depois da pro-
rio brasileiro o Império, era necessário obter o reconheci- clamação da independência, em 1822, pela Constituição
mento da Independência por parte das nações estrangeiras. outorgada de 1824. D.Pedro I dedica-se a obter a legitimi-
A primeira nação estrangeira a reconhecer a Indepen- dade, contestada por oficiais lusitanos (general Madeira) e
dência do Brasil foram os Estados Unidos em maio de 1824. por líderes populares do Nordeste (Frei Caneca). A Carta
Não houve dificuldades, pois os norte-americanos eram a determinou, além dos poderes tradicionais, executivo-le-
favor da independência de todas as colônias da América. gislativo-judiciário, a implantação de um poder moderador
(Independência dos EUA) (que de fato tornou-se uma sobreposição da autoridade do
O reconhecimento por parte das nações europeia foi imperador). Os objetivos gerais do Estado Imperial, que se
mais difícil porque os principais países da Europa, entre estendeu até 1889, podem ser determinados pela: a) con-
eles Portugal, haviam-se comprometido, no Congresso de solidação da autoridade imperial sobre todo o território
Viena em 1815, a defender o absolutismo, o colonialismo e brasileiro; b) manutenção do regime escravista; c) preser-
a combater as ideias de liberdade. vação da paz interna e do reconhecimento internacional.
Entre as primeiras nações europeias apenas uma foi Constituição da Mandioca (1824): figurando um pas-
favorável ao reconhecimento do Brasil independente: a In- so fundamental para a consolidação da independência na-
glaterra, que não queria nem romper com seu antigo alia- cional, a formulação de uma carta constituinte tornou-se
do, Portugal, nem prejudicar seu comércio com o Brasil. uma das grandes questões do Primeiro Reinado. Mesmo
Foi graças à sua intervenção e às demoradas conversações antes de dar fim aos laços coloniais, Dom Pedro I já ha-
mantidas junto aos governos de Lisboa e do Rio de Janeiro via articulado, em 1822, a formação de uma Assembleia
que Dom João VI acabou aceitando a Independência do Constituinte imbuída da missão de discutir as leis máxi-
Brasil, fixando-se as bases do reconhecimento. mas da nação. Essa primeira assembleia convocou oitenta
A 29 de agosto de 1825 Portugal, através do embaixa- deputados de catorze províncias. Uma das mais delicadas
dor inglês que o representava, assinou o Tratado luso-bra- questões que envolvia as leis elaboradas pela Assembleia,
sileiro de reconhecimento. O Brasil, entretanto, teve que fazia referência à definição dos poderes de Dom Pedro I.
pagar a Portugal uma indenização de dois milhões de libra Em pouco tempo, os constituintes formaram dois grupos
esterlinas, e Dom João VI obteve ainda o direito de usar políticos visíveis: um liberal, defendendo a limitação dos
o título de Imperador do Brasil, que não lhe dava, porém poderes imperiais e dando maior autonomia às províncias;
qualquer direito sobre a antiga colônia. e um conservador que apoiava um regime político centrali-
A seguir as demais nações europeias, uma a uma, reco- zado nas mãos de Dom Pedro. A partir de então, a relação
nheceram oficialmente a Independência e o Império do Brasil. entre o rei e os constituintes não seria nada tranquila.
Em 1826 estava firmada a posição do Brasil no cenário O primeiro anteprojeto da Constituição tendia a esta-
internacional. Enquanto o Brasil era colônia de Portugal, o belecer limites ao poder de ação política do imperador. No
Brasil enfrentou com bravura e venceu os piratas, os fran- entanto, essa medida liberal, convivia com uma orientação
ceses e os holandeses. Ocorreram muitas lutas internas e elitista que defendia a criação de um sistema eleitoral fun-
muitos perderam a sua vida para tentar tornar seu país livre dado no voto censitário. Outro artigo desse primeiro en-
e independente de Portugal. Essa luta durou mais de tre- saio da Constituição estabelecia que os deputados não po-
zentos anos. O processo da Independência foi muito longo deriam ser punidos pelo imperador. Mediante tantas restri-
e por ironia do destino foi um português que a proclamou. ções, Dom Pedro I resolveu dissolver a primeira Assembleia
Constituinte do Brasil.
Logo em seguida, o imperador resolveu nomear um
Conselho de Estado composto por dez membros por-
tugueses. Essa ação política sinalizava o predomínio da
  B. A CONSTITUIÇÃO DE 1824. orientação absolutista e a aproximação do nosso gover-
nante junto os portugueses. Dessa maneira, no dia 25 de
março de 1824, Dom Pedro I, sem consultar nenhum outro
poder, outorgou a primeira constituição brasileira. Contra-
O Estado Brasileiro: o Estado no Brasil resultou de ditoriamente, o texto constitucional abrigava característi-
uma enorme operação de conquista e ocupação de parte cas de orientação liberal e autoritária. O governo foi di-
do Novo Mundo, empreendimento no qual se associaram vidido em três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
a Coroa portuguesa, através dos seus agentes, e a Igreja Através do Poder Moderador, exclusivamente exercido por
Católica, representada primeiramente pelos jesuítas. Polí- Dom Pedro I, o rei poderia anular qualquer decisão tomada

11
HISTÓRIA DO BRASIL

pelos outros poderes. As províncias não possuíam nenhum Todo brasileiro com renda mínima para ser eleitor era
tipo de autonomia política, sendo o imperador responsável obrigado a se alistar para a Guarda Nacional, com a con-
por nomear o presidente e o Conselho Geral de cada uma dição de que fossem homens sadios, na faixa etária de 18
das províncias. a 60 anos. Os únicos que não estavam incluídos nesta lista
O Poder Legislativo era dividido em duas câmaras onde eram os membros das autoridades administrativas, judiciá-
se agrupavam o Senado e a Câmara de Deputados. O sis- rias, policiais, militares e religiosas.
tema eleitoral era organizado de forma indireta. Somente As tropas não eram remuneradas, no entanto tinham
a população masculina, maior de 25 anos e portadora de as obrigações de: prestar serviço até os 60 anos; providen-
uma renda mínima de 100 mil-réis anuais teriam direito ao ciar seu uniforme; fazer a manutenção das armas e equipa-
voto. Esses primeiros votavam em um corpo eleitoral in- mentos que utilizavam e pagar contribuições em dinheiro.
cumbido de votar nos candidatos a senador e deputado. O Durante o período regencial, a Guarda Nacional teve
cargo senatorial era vitalício e só poderia ser pleiteado por importância na articulação do poder central e local nos me-
indivíduos com renda superior a 800 mil-réis. ses seguintes à abdicação de D. Pedro I, contribuiu para
A Igreja Católica foi apontada como religião oficial do o fortalecimento da Regência e beneficiou os mandatários
Estado. Em contrapartida, as demais confissões religiosas locais, já que sua organização era feita por critério de ren-
poderiam ser praticadas em território nacional. Os mem- da, dando a eles poderes e privilégios. Nos anos de 1860 o
bros do clero católico estavam diretamente subordinados número de praças era mais de 500 mil.
ao Estado, sendo esse incumbido de nomear os membros No final do Século 19, no entanto, a Guarda Nacional
da Igreja e fornecer a devida remuneração aos integrantes foi perdendo o espaço e a importância que tivera. Com
dela. a  Proclamação da República a chamada “milícia cidadã”
Dessa maneira, a constituição de 1824 perfilou a cria- perdeu ainda mais credibilidade, passando para segundo
ção de um Estado de natureza autoritária em meio a insti- plano, já que o Exército havia ganhado status.
tuições de aparência liberal. A contradição do período aca- Em 1892 foi transferida para o Ministério da Justiça e
bou excluindo a grande maioria da população ao direito Negócios Exteriores, em 1918 passou a ser subordinada ao
de participação política e, logo em seguida, motivando re- Ministério da Guerra, quando foi, de certo modo, absorvida
pelo Exército, e apareceu pela última vez no desfile da In-
beliões de natureza separatista. Com isso, a primeira cons-
dependência, no ano de 1922, mesmo ano em que acabou
tituição apoiou um governo centralizado que, por vezes,
por ser extinta.
ameaçou a unidade territorial e política do Brasil.
Fonte: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/
guarda-nacional/

  C. MILITARES: A GUARDA NACIONAL E O


EXÉRCITO.
  D. A FASE REGENCIAL (1831-1840).

Após a abdicação de D. Pedro I, o governo imperial foi Introdução 


assumido pela chamada “Regência Trina Permanente”. Uma  
das primeiras medidas, pois, do novo governo, foi a criação O Período Regencial é uma época da História do Bra-
da Guarda Nacional, no dia 18 de Agosto de 1831. sil entre os anos de 1831 e 1840. Quando o imperador D.
A Guarda Nacional foi criada com base na experiên- Pedro I abdicou do poder em 1831, seu filho e herdeiro do
cia da França, que havia transferido a segurança do país trono D. Pedro de Alcântara tinha apenas 5 anos de ida-
para os próprios cidadãos, que teriam a função de auxiliar de. A Constituição brasileira do período determinava, neste
as forças policiais e o Exército a manter a ordem no país. caso, que o país deveria ser governado por regentes, até o
Aqui no Brasil, no entanto, no início do período regencial, o herdeiro atingir a maioridade (18 anos).
Exército era mal visto por aqueles que consideravam as tro- Regentes que governaram o Brasil no período:
pas oficiais uma ameaça à ordem política e por aqueles que - Regência Trina Provisória (1831): regentes Lima e Sil-
viam no Exército um instrumento de dominação do poder va, Senador Vergueiro e Marquês de Caravelas.
central, que agora estava nas mãos dos príncipes regentes. - Regência Trina Permanente (1831 a 1835): teve como
O país vivia um momento de intensa luta política e regentes José da Costa Carvalho, João Bráulio Moniz e
social, pois enquanto os membros do Partido Restaurador Francisco de Lima e Silva.
defendiam o retorno de D. Pedro I, as forças liberais apoia- - Regência Una de Feijó (1835 a 1837): teve como re-
vam a Regência Trina e viam no Exército um pilar de susten- gente Diogo Antônio Feijó.
tação do despotismo de D. Pedro I. Sendo assim, era preci- - Regência Interina de Araújo Lima (1837): teve como
so garantir o fortalecimento do poder central, conciliar os regente Pedro de Araújo Lima.
interesses do governo imperial com os dos mandatários - Regência Una de Araújo Lima (1838 a 1840): teve
locais. Foi neste contexto que a Guarda Nacional foi criada. como regente Pedro de Araújo Lima.

12
HISTÓRIA DO BRASIL

Um período tumultuado conter os levantes que tomavam o país. No ano seguinte,


O Brasil passou por uma grave crise política e diversas o Código de Processo Criminal concedia maiores liberdade
revoltas durante o período regencial. para que os juízes de paz punissem os delitos ocorridos em
  esfera local.
Crise politica Apesar destas medidas de controle, as revoltas se avo-
A crise política deveu-se, principalmente, a disputa lumavam e, junto delas, a pressão dos setores políticos
pelo controle do governo entre diversos grupos políticos: liberais em realizar um processo de descentralização do
Restauradores (defendiam a volta de D. Pedro I ao poder); cenário político. Fortalecidos pela visível instabilidade, os
Moderados (voto só para os ricos e continuação da Monar- liberais conseguiram aprovar, em agosto de 1834, o cha-
quia) e Exaltados (queriam reformas para melhorar a vida mado Ato Adicional. Por meio deste dispositivo legal foram
dos mais necessitados e voto para todas as pessoas). realizadas significativas reformas no texto constitucional.
 
Revoltas Inicialmente, a consolidação da reforma parecia impor
a hegemonia dos liberais frente aos conservadores. Contu-
As revoltas ocorrem basicamente por dois motivos:
do, os Presidentes de Província continuavam sendo indi-
más condições de vida de grande parte da população (mais
cados pelo governo central e as províncias não poderiam
pobres) e vontade das elites locais em aumentar seu poder
descumprir nenhum ato que partisse do mesmo. Dessa for-
e serem atendidas pelo governo.
ma, estes mecanismos impediam a delegação de poderes e
  direitos para as províncias.
Principais revoltas do período: Segundo o Ato Adicional, as províncias poderiam for-
- Cabanagem (1835 a 1840) – motivada pelas péssimas mar suas próprias Assembleias Legislativas. Por meio de tal
condições de vida em que vivia a grande maioria dos mo- instituição, os representantes políticos locais controlariam a
radores da província do Grão-Pará. arrecadação de impostos e os gastos do poder local. Além
- Balaiada (1838 – 1841) – ocorreu na província do Ma- de criarem leis, os membros dessa assembleia tinham au-
ranhão. A causa principal foi a exploração da população tonomia para nomearem os funcionários do governo. Com
mais pobre por parte dos grandes produtores rurais. o passar do tempo, essa última regalia se transformou em
- Sabinada (1837-1838) – ocorreu na província da Bah- barganha política destinada à compra de votos.
ia. Motivada pela insatisfação de militares e camadas mé-
dias e ricas da população com o governo regencial. Outra significativa conquista do Ato previa a extinção
  da Regência Trina. Em seu lugar, uma Regência Uma seria
Golpe da Maioridade e fim do Período Regencial eleita através do voto direto. Na verdade, essa conquista
Os políticos brasileiros e grande parte da população em nada modificava o problema da exclusão política no
acreditavam que a grave crise que o país enfrentava era país. Respeitando às leis eleitorais da Constituição, somen-
fruto, principalmente, da falta de um imperador forte e te as pessoas que comprovassem uma determinada renda
com poderes para enfrentar a situação. poderiam votar e lançar candidatura.
 Em 23 de julho de 1840, com apoio do Partido Libe- Determinações de menor valor apontavam que a ca-
ral, foi antecipada pelo Senado Federal a maioridade de pital do Império seria transformada em Município Neutro.
D. Pedro II (antes de completar 14 anos) e declarado o fim Com isso, seu território era politicamente autônomo em
das regências. Esse episódio ficou conhecido como o Golpe relação à província do Rio de Janeiro. Além disso, confir-
da Maioridade. Foi uma forma encontrada pelos políticos mando uma determinação já existente, o Ato Adicional es-
brasileiros de dar poder e autoridade ao jovem imperador tipulou a suspensão do Conselho de Estado e do Poder
para que as revoltas pudessem ser debeladas e a ordem Moderador, dois órgãos que só poderiam funcionar com a
posse de um novo rei.
restaurada no Brasil.
Apesar de suas intenções liberais, o Ato Adicional de
Fonte: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/
1834 não teve a força necessária para que o desmando e
periodo_regencial.htm
o centralismo fossem enfraquecidos do cenário político da
época. Outros mecanismos e as intensas disputas políticas
acabaram frustrando as intenções almejadas por tal mu-
dança. Não por acaso, em maio de 1840, a Lei Interpreta-
tiva do Ato Adicional anulou algumas das conquistas de
  E. O ATO ADICIONAL DE 1834.
1834.

Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historia-
dobrasil/ato-adicional-1834.htm
Durante o Período Regencial, várias medidas foram
tomadas com o intuito de se conter as rebeliões provin-
ciais. Em 1831, o ministro Antônio Feijó propôs a criação
da Guarda Nacional, milícia organizada com o intuito de

13
HISTÓRIA DO BRASIL

F. AS REVOLTAS POLÍTICAS E SOCIAIS DAS H. A CONSOLIDAÇÃO DA ORDEM INTERNA:


  PRIMEIRAS DÉCADAS DO IMPÉRIO. G. O FIM DAS REBELIÕES, OS PARTIDOS,
CENTRALIZAÇÃO X DESCENTRALIZAÇÃO.   A LEGISLAÇÃO, O FORTALECIMENTO
DO ESTADO, A ECONOMIA CAFEEIRA, A
TRIBUTAÇÃO.
O período regencial foi um período muito turbulento
na história do Brasil. A abdicação de D. Pedro I, associado
a insatisfações políticas e econômicas que atravessavam o A história da economia durante o Segundo Reinado
país, fizeram estourar várias revoltas, a maioria com ten- perpassa inevitavelmente pelo processo de expansão de
dências separatistas, que colocaram em risco a unidade um novo gênero agrícola: o café. Desde os meados do sé-
nacional. Neste sentido, conheça 4 revoltas do período culo XVIII esse produto era considerado uma especiaria en-
regencial brasileiro. A maior parte das revoltas foram su- tre os consumidores europeus. Ao longo desse período, o
focadas pelas forças do governo, com exceção da Revolu- seu consumo ganhou proporções cada vez mais considerá-
ção Farroupilha, que terminou mediante negociação. veis. De acordo com alguns estudiosos, essa planta chegou
Para entender melhor o contexto em que ocorreu estas ao Brasil pela Guiana Francesa nas mãos do tenente-coro-
revoltas, sugerimos a leitura do Resumo: Período Regen- nel Francisco de Melo Palheta.
cial. Através deste resumo, você vai conhecer a situação do Na segunda metade do século XVIII, por volta de 1760,
povo na década de 1830, as mudanças econômicas e os foram registrados os primeiros relatos noticiando a forma-
grupos políticos que disputavam o poder. ção de plantações na cidade do Rio de Janeiro. Na região
da Baixada Fluminense as melhores condições de plantio
A Cabanagem ocorreu na província do Pará, de 1835 foram encontradas ao longo de uma série de pântanos e
a 1840. Seu nome deriva das cabanas construídas às mar- brejos ali encontrados. No final desse mesmo século, as
gens dos rios, onde vivia a maior parte da população. Os regiões cariocas da Tijuca, do Corcovado e do morro da
principais líderes foram Félix Malcher, Francisco Vinagre e Gávea estavam completamente tomadas pelas plantações
Eduardo Angelim. As causas principais foram a revolta dos de café.
liberais contra o presidente nomeado pelo governo regen- O pioneirismo das plantações cariocas alcançou toda
cial e a situação de miséria dos cabanos. A revolta resultou a região do Vale do Paraíba, sendo o principal espaço de
no domínio sobre Belém durante um ano e lutas no interior produção até a década de 1870. Reproduzindo a mesma
do Pará. Além disso, acarretou a morte de 40% da popula- dinâmica produtiva do período colonial, essas plantações
ção da província. foram sustentadas por meio de latifúndios monocultores
dominados pela mão-de-obra escrava. As propriedades
A Sabinada ocorreu na província da Bahia, de 1837 a contavam com uma pequena roça de gêneros alimentícios
1838. Seu nome se originou do líder do movimento, o mé- destinados ao consumo interno, sendo as demais terras in-
dico Francisco Sabino. A causa principal foi a insatisfação teiramente voltadas para a produção do café.
com as autoridades impostas pelos regentes na província. A produção fluminense, dependente de uma explo-
A revolta resultou na organização da República Bahiense. ração sistemática das terras, logo começaria a sentir seus
primeiros sinais de crise. Ao mesmo tempo, a proibição do
A  Balaiada ocorreu na província do Maranhão, de tráfico de escravos, em 1850, inviabilizou os moldes pro-
1838 a 1841. Seu nome deriva do fato que parte dos revol- dutivos que inauguraram a produção cafeeira do Brasil. No
tosos eram fabricantes de balaios. Os principais líderes fo- entanto, nesse meio tempo, a região do Oeste Paulista ofe-
ram Manuel “Balaio”, Raimundo Gomes e Cosme. As causas receu condições para que a produção do café continuasse
principais foram a insatisfação com o presidente nomeado a crescer significativamente.
pelos regentes e as precárias condições de vida dos va- Os cafeicultores paulistas deram uma outra dinâmica à
queiros, fazedores de balaios e escravos. A revolta resultou produção do café incorporando diferentes parcelas da eco-
na conquista da vila de Caxias e na anistia dos revoltosos. nomia capitalista. A mentalidade fortemente empresarial
desses fazendeiros introduziu novas tecnologias e formas
A Revolução Farroupilha ocorreu na província do Rio de plantio favoráveis a uma nova expansão cafeeira. Mui-
Grande do Sul, de 1835 a 1845. Seu nome se originou dos tos deles investiam no mercado de ações, dedicavam-se a
precários trajes dos revoltosos. Seus principais líderes fo- atividades comerciais urbanas e na indústria. Para suprir a
ram Bento Gonçalves e Giuseppe Garibaldi. As causas prin- falta de escravos atraíram mão-de-obra de imigrantes eu-
cipais foram os altos impostos sobre produtos gaúchos ropeus e recorriam a empréstimos bancários para financiar
e exigência por mudanças políticas. A revolta resultou na as futuras plantações.
criação da República Rio-Grandense, no Rio Grande do Sul O curto espaço de tempo em que a produção cafeeira
e na República Juliana, em Santa Catarina. Os revoltosos se estabeleceu foi suficiente para encerrar as constantes
foram anistiados. crises econômicas observadas desde o Primeiro Reinado.
Fonte: http://www.historiadigital.org/curiosidades/ Depois de se fixar nos mercados da Europa, o café brasi-
4-revoltas-do-periodo-regencial-brasileiro/ leiro também conquistou o paladar dos norte-americanos,

14
HISTÓRIA DO BRASIL

fazendo com que os Estados Unidos se tornassem nosso Ciclo da Cana-de-Açúcar


principal mercado consumidor. Ao longo dessa trajetória A sociedade que explorava o açúcar durante o perío-
de ascensão, o café, nos finais do século XIX, representou do colonial eram divididos entre os donos de terra e de
mais da metade dos ganhos com exportação. escravos ou pessoas que plantavam cana de forma inde-
A adoção da mão-de-obra assalariada, na principal ati- pendente. Os poderes da sociedade que dependia do açú-
vidade econômica do período, trouxe uma nova dinâmica à car estavam nas mãos do senhor de engenho. Ele oferecia
nossa economia interna. Ao mesmo tempo, o grande acú- proteção e auxílio em troca dos serviços das pessoas. O
mulo de capitais obtido com a venda do café possibilitou açúcar foi escolhido para ser o principal produto produzido
o investimento em infra-estrutura (estradas, ferrovias...) e o no Brasil, porque os portugueses já conheciam o processo
nascimento de novos setores de investimento econômico de plantio da cana e da produção do açúcar e esse era um
no comércio e nas indústrias. Nesse sentido, o café contri- produto muito aceito pelos europeus. Com a intensa pro-
buiu para o processo de urbanização do Brasil. cura pelo produto, os holandeses também investiram no
país e instalaram engenhos.
A predominância desse produto na economia nacional Produção de Cana-de-Açúcar
ainda apresenta resultados significativos no cenário eco- A forma de plantio da cana era baseada no plantation
nômico contemporâneo. Somente nas primeiras décadas e na monocultura escravista. O engenho era composto por:
do século XX que o café perdeu espaço para outros ramos canaviais, a fábrica de açúcar que continha uma moenda,
da economia nacional. Mesmo assinalando um período de plantações de subsistência, casa da caldeira, casa do pul-
crescimento da nossa economia, o café concentrou um gar, casa-grande, senzala, capela, escola e residência dos
grande contingente de capitais, preservando os traços ex- trabalhadores que não eram escravos.
cessivamente agrários e excludentes da economia nacional. A cana-de-açúcar era prensada na moenda para obter
a garapa e nas caldeiras, era feita a purificação desse caldo.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historia- Depois desse processo, o caldo era colocado em formas
dobrasil/economia-cafeeira.htm especiais e era observado até chegar ao ponto ideal. Com
o açúcar pronto, ele era enviado para a metrópole e depois
para a Holanda para que fosse refinado. A Holanda não só
I.  MODERNIZAÇÃO: ECONOMIA E CULTURA participava do refino como também era a peça principal na
montagem do engenho e no transporte do açúcar.
NA SOCIEDADE IMPERIAL.
Os trabalhadores utilizados eram os índios e os escra-
vos africanos. Várias áreas de vegetação foram destruídas
para que fossem plantados os canaviais e para que o en-
genho fosse construído. O produto de subsistência que era
A economia da época era comandada por Portugal,
que mantinha a exclusividade nos negócios com a colônia. mais produzido em paralelo à cana, era a mandioca, pois
O avanço econômico do Brasil estava ligado ao aumento ela era matéria-prima da farinha, um item essencial para a
do capitalismo mercantil. No período colonial, foram de- alimentação dos brasileiros na época. Além disso, o algo-
senvolvidas atividades de subsistência e de exportação. dão e o fumo eram bastante importados do Brasil.
Portugal tinha um interesse maior nos negócios que eram Muitos fazendeiros não possuíam engenhos e tinham
estabelecidos com o mercado externo. que moer a cana no engenho de outra pessoa, mediante
O pau-brasil foi a primeira atividade econômica exer- o pagamento de um valor. Esses fazendeiros recebiam o
cida no país, mas com o uso excessivo, a árvore se tornou nome de senhores obrigados.
rara. Posteriormente, foram introduzidas as culturas de al-
godão, tabaco, cana-de-açúcar e a mineração. Já a criação Fonte: http://brasil-colonia.info/economia-colonial.
de gado ajudou o povoamento no interior do país. A eco- html
nomia colonial existia no intuito de satisfazer a metrópole
e tinha que comprar de Portugal tudo o que era necessário
para seu desenvolvimento.
J. A ESCRAVIDÃO, AS LUTAS ESCRAVAS PELA
Pau-Brasil
O Pau-Brasil é uma árvore nativa da Mata Atlântica e LIBERDADE,
  O MOVIMENTO ABOLICIONISTA
recebe esse nome por causa do Brasil. É uma árvore dura e E A ABOLIÇÃO. K. A INTRODUÇÃO DO
pontiaguda que tem no miolo a cor vermelha e flores ama- TRABALHO LIVRE.
relas. A exploração da árvore já era feita pelos índios e foi
intensificada com a chegada dos primeiros colonos ao país.
Foi nesse período que começaram os chamados escambos,
que consistiam na troca do trabalho indígena por materiais No Brasil, o abolicionismo surgiu na década de 1880 e
com pouco valor como pentes, espelhos e roupas. simbolizou a união de indivíduos empenhados em acabar
A exploração do pau-brasil foi o principal meio eco- com o comércio e o trabalho escravo no país.
nômico da colônia durante os primeiros anos e durou até Podemos assim dizer que, o movimento político e so-
o século XIV. Devido à intensa retirada das árvores, ela foi cial abolicionista colaborou com o fim a escravidão no
quase extinta. país, ao lado do movimento republicano.

15
HISTÓRIA DO BRASIL

Muitos foram os movimentos populares que demos- Após a Revolução Francesa (1789), a França decide
traram interesse nos ideais abolicionistas, do qual mere- abolir a escravidão no país, em 1794, porém foi em 1848
ce destaque a Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates que o regime escravista desapareceu do país.
(1798), que ocorreu na Bahia. O Reino Unido através da “Ato contra o Comércio de
O movimento popular abolicionista era formado prin- Escravos”, em inglês, Slave Trade Act(1807), proibiu o co-
cipalmente por negros e profissionais liberais, desde alfaia- mércio de escravos; e, mais tarde a “Ata de abolição da
tes, sapateiros, dentre outros, os quais buscavam a separa- escravidão” (Slavery Abolition Act), de 1833, libertou os es-
ção do Império e da Colônia e, consequentemente, pôr fim cravos definitivamente.
ao trabalho escravo no país. Observe que a Inglaterra foi um dos países a pressionar
As Leis Abolicionistas o governo português a acabar com a escravidão na colônia
No Brasil, algumas leis foram paulatinamente benefi- (Brasil), no entanto, dos países da América Latina o Brasil
ciando os escravos: foi o último a abolir a escravidão, em 1888, ficando atrás de
• Lei Eusébio de Queirós  (1850): que pôs fim ao Cuba (1886) e Porto Rico (1873)
tráfico de escravos transportados nos “navios negreiros”. Nos Estados Unidos, foi declarada a liberdade dos es-
• Lei do Ventre Livre (1871): a qual libertou a partir cravos no ano 1863, lei promulgada pelo presidente Abrah-
daquele ano, as crianças nascidas de mães escravas. am Lincoln (1809-1865), entretanto; alguns estados do nor-
• Lei dos Sexagenários  (1885): que beneficiou os te aboliram a escravidão anos antes, entre 1789 e 1830.
escravos com mais de 65 anos.
• Lei Áurea: promulgada dia 13 de maio de 1888, Fonte: https://www.todamateria.com.br/abolicionis-
pela  Princesa Isabel, a qual extinguiu o trabalho escravo mo/
no Brasil, libertando cerca de 700 mil escravos que ainda
havia no país.

Os Abolicionistas   L. POLÍTICA EXTERNA: AS QUESTÕES


Observe que os abolicionistas, pessoas que se opu- PLATINAS, A GUERRA DO PARAGUAI E O
nham ao regime escravista, eram indivíduos de diversas EXÉRCITO.
classes sociais, desde religiosos, republicanos, elite política,
intelectuais brancos, escravos negros, dentre outros.
Um dos mais destacados abolicionistas foi o diploma-
ta e historiador Joaquim Nabuco(1849-1910), fundador da
A Guerra do Paraguai foi o mais longo e sangrento
“Academia Brasileira de Letras” e articulador dos ideais an-
conflito ocorrido na América do Sul.
tiescravistas.
Assim, Nabuco foi o principal representante parlamen-
tar dos abolicionistas durante uma década (1878 a 1888) o Durante 5 anos, o Brasil, a Argentina e o Uruguai,
qual pela conquista dos direitos dos escravos. apoiados financeiramente pela Inglaterra, travaram esta
O jornalista e ativista político José do Patrocínio (1853- batalha que traria sérias consequências.
1905), colaborou com a campanha pela abolição da escra- O Paraguai - juntamente com a Argentina e o Uruguai
vatura no Brasil e, ao lado de Nabuco, em 1880, fundou a - estavam sob o domínio espanhol e faziam parte do vice
“Sociedade Brasileira Contra a Escravidão”. -reino do Prata. Não tinha acesso direto ao mar, o rio da
Além deles, merecem destaque os abolicionistas bra- Prata era seu principal meio de contato com o mundo exte-
sileiros: André Rebouças (1838-1898), Rui Barbosa (1849- rior e dependia de Buenos Aires, que controlava o estuário.
1923), Aristides Lobo (1838-1896) e  Castro Alves (1847- Para não ser dependente do exterior, o Paraguai de-
1871). senvolveu uma política interna iniciada pelo ditador Fran-
Note que os principais líderes abolicionistas foram ma- cia e aprimorada pelos seus sucessores - Carlos Antônio
çons, tal qual José do Patrocínio e Joaquim Nabuco. López e seu filho Francisco Solano López.
Francia transformou latifúndios em fazendas do Esta-
O Abolicionismo no Mundo do, diversificou a economia, monopolizou o comércio exte-
Outros países, antes do Brasil, passaram pelo proces- rior e confiscou as propriedades dos grandes empresários
so do abolicionismo, movimento político com o intuito de rurais. Seus sucessores mantiveram e ampliaram essa polí-
acabar com a escravidão. tica que trouxe como conseqüência uma economia sólida
Nesse sentido, merece destaque a Dinamarca, o pri- e uma força militar considerável.
meiro país do mundo a abolir a escravidão, em 1792, lei O Paraguai era um dos países mais desenvolvidos da
que só entrou em vigor, em 1803. América do Sul, se equiparava aos Estados Unidos do mun-
Há controvérsias sobre Portugal ser considerado o país do atual. Todo esse avanço amedrontava os ingleses que
pioneiro do Abolicionismo, uma vez que em 1761, põe fim estavam à procura de novos mercados consumidores.
à escravidão no país, lei sancionada pelo Ministro Marquês Brasil e Argentina estavam integrados à nova ordem
de Pombal (1699-1782). mundial dominada pela Inglaterra; mas o Paraguai não es-
Todavia, o império português continuou a transportar tava.
escravos nos navios negreiros até as colônias portuguesas, Em 1º de maio de 1865, Brasil, Argentina e Uruguai for-
o levou à abolição definitiva somente em 1869. maram a Tríplice Aliança apoiados pelos ingleses.

16
HISTÓRIA DO BRASIL

Por causa das péssimas condições do exército brasilei- Deodoro da Fonseca tornou-se Chefe do Governo Provisó-
ro (mal-organizado e pequeno) o Brasil recorreu à Guarda rio. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presi-
Nacional e aos Voluntários da Pátria para enfrentar o Pa- dente Floriano Peixoto. 
raguai. O militar Floriano, em seu governo, intensificou a re-
Nas batalhas que se seguiram os aliados saíram ven- pressão aos que ainda davam apoio à monarquia.
cedores.  
Em 1866, um desentendimento entre Uruguai e Argen- A Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Re-
tina fez com que esses dois países se retirassem da Guerra publicana)
e deixassem o Brasil lutando sozinho no conflito. Após o início da República havia a necessidade da
No final desse mesmo ano, as tropas brasileiras foram elaboração de uma nova Constituição, pois a antiga ain-
entregues a Duque de Caxias que reorganizou o exército da seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891
facilitando mais vitórias, dentre elas a queda da resistência garantiu alguns avanços políticos, embora apresentasse
paraguaia em Humaitá (seu principal ponto de defesa) e algumas limitações, pois representava os interesses das eli-
várias outras vitórias. tes agrárias do pais. A nova constituição implantou o voto
Em 1869, Caxias chegou a Assunção; porém, Solano universal para os cidadãos (mulheres, analfabetos, militares
López resistiu e em 1º de março de 1870 foi derrotado e de baixa patente ficavam de fora). A constituição instituiu o
morto. presidencialismo e o voto aberto.
Mesmo com o fim da guerra, a paz só foi estabelecida  
em 1876 na Conferência de Buenos Aires. República das Oligarquias
Ao final do conflito, o Paraguai estava destruído. As O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo
terras pertencentes aos pequenos produtores foram ven- governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes
didas a estrangeiros, que passavam a cobrar para que os políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano
antigos donos pudessem trabalhar nelas. Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes
A guerra também trouxe consequências para o Brasil: dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no po-
a popularidade de D. Pedro II caiu e a oposição aumentou der de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite
agrária do país.
com os movimentos abolicionistas e republicanos ganhan-
Dominando o poder, estes presidentes implemen-
do as ruas.
taram políticas que beneficiaram o setor agrário do país,
Estava preparado o terreno para o fim da monarquia.
principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista.
Durante a Guerra do Paraguai, o Brasil viveu uma polí-
Surgiu neste período o tenentismo, que foi um mo-
tica de Conciliação (entre 1853 e 1868), que consistiu numa
vimento de caráter político-militar, liderado por tenentes,
alternância entre liberais e conservadores no poder. Porém
que faziam oposição ao governo oligárquico. Defendiam
vários fatores, dentre eles, a própria Guerra contribuíram
a moralidade política e mudanças no sistema eleitoral (im-
para o término dessa política.
plantação do voto secreto) e transformações no ensino
público do país. A Coluna Prestes e a Revolta dos 18 do
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/guerra-do Forte de Copacabana foram dois exemplos do movimento
-paraguai/ tenentista.
 
Política do Café-com-Leite
A maioria dos presidentes desta época eram políticos
  M. O MOVIMENTO REPUBLICANO E O de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os
ADVENTO DA REPÚBLICA.
mais ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário polí-
tico da república. Saídos das elites mineiras e paulistas, os
presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agríco-
la, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A
Introdução política do café-com-leite sofreu duras críticas de empre-
  sários ligados à indústria, que estava em expansão neste
O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a período.
República Velha. Este período da História do Brasil é marca- Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou
do pelo domínio político das elites agrárias mineiras, pau- e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na
listas e cariocas. O Brasil firmou-se como um país exporta- região Sudeste, por outro, acabou provocando um aban-
dor de café, e a indústria deu um significativo salto. Na área dono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Nor-
social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos te e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políti-
quatro cantos do território brasileiro. cos e tiveram seus problemas sociais agravados.
   
A República da Espada (1889 a 1894) Política dos Governadores
Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação Montada no governo do presidente paulista Campos
da República, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias.
Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Em suma, era uma troca de favores políticos entre gover-

17
HISTÓRIA DO BRASIL

nadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos


dos partidos governistas nos estados, enquanto estes polí-
ticos davam suporte à candidatura presidencial e também
durante a época do governo.
    3. A REPÚBLICA BRASILEIRA
O coronelismo A. A CONSTITUIÇÃO DE 1891, OS MILITARES
A figura do “coronel” era muito comum durante os E A CONSOLIDAÇÃO DA REPÚBLICA.
anos iniciais da República, principalmente nas regiões do
interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que
utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos
candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, em
que o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo a O  governo de Floriano Peixoto se iniciou em 1891
violência para que os eleitores de seu “curral eleitoral” vo-
como uma tentativa de conciliação dos diversos interes-
tassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era
ses que o governo de Deodoro da Fonseca havia acirrado.
aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por
Apesar de Floriano Peixoto conseguir articular os interesses
capangas do coronel, para que votasse nos candidatos in-
dicados. O coronel também utilizava outros “recursos” para dos principais grupos econômicos e políticos que haviam
conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de apoiado a Proclamação da República, isto só se deu após
votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais a contenção de uma série de conflitos. Com a vitória do
e violência. governo federal frente aos conflitos, a República pôde se
  consolidar como forma de organização político-adminis-
O Convênio de Taubaté trativa do Brasil.
Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo repu- Com um autoritarismo exercido dentro dos limites da
blicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de constituição, Peixoto retirou da presidência dos estados os
crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo apoiadores de Deodoro da Fonseca e manteve a norma-
federal comprava o excedente de café e estocava. Espe- lidade institucional. Mesmo que isso ferisse a autonomia
rava-se a alta do preço do café e então os estoques eram dos estados da federação.
liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal A sua permanência na presidência foi ainda contestada
produto de exportação, sempre em alta e garantia os lu- por setores militares, já que 13 generais exigiram, em abril
cros dos fazendeiros de café. de 1892, a convocação de novas eleições presidenciais. O
  argumento para a exigência de novas eleições era o respei-
A crise da República Velha e o Golpe de 1930 to à Constituição que havia sido promulgada um ano antes,
Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de pois estabelecia que o vice assumiria o cargo de presidente
acordo com a política do café-com-leite, era a vez de as- apenas em caso de impedimento ou morte do titular. Flo-
sumir um político mineiro do PRM. Porém, o Partido Repu- riano rebateu dizendo que sua eleição havia sido peculiar,
blicano Paulista do presidente Washington Luís indicou um por votação indireta, não se aplicando ao preceito consti-
político paulista, Júlio Prestes, a sucessão, rompendo com tucional invocado. Para conter a insatisfação, o presidente
o café-com-leite. Descontente, o PRM se junta com políti- usou o Código Militar e afastou e prendeu os militares que
cos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança o contestavam.
Liberal ) para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas.  Floriano adotou ainda medidas paternalistas para
Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril de 1930, agradar às camadas populares do Rio de Janeiro, como
deixando descontes os políticos da Aliança Liberal, que ale- a criação de casas populares, a suspensão dos impostos
gam fraudes eleitorais. Liderados por Getúlio Vargas, polí- sobre o comércio de carnes e o controle dos preços de
ticos da Aliança Liberal e militares descontentes, provocam primeira necessidade. Buscou conter a inflação e a crise do
a Revolução de 1930. É o fim da República Velha e início
Encilhamento, principalmente através de um forte contro-
da Era Vargas.
le das contas públicas. Tentou estimular a industrialização
 
com a abertura de créditos no Banco do Brasil e com um
Galeria dos Presidentes da República Velha: Ma-
rechal Deodoro da Fonseca (15/11/1889 a 23/11/1891), projeto de reforma fiscal protecionista às indústrias esta-
Marechal Floriano Peixoto (23/11/1891 a 15/11/1894), Pru- belecidas no país.
dente Moraes (15/11/1894 a 15/11/1898), Campos Salles
(15/11/1898 a  15/11/1902) , Rodrigues Alves (15/11/1902 Mas os principais problemas enfrentados por Floriano
a 15/11/1906), Affonso Pena (15/11/1906 a 14/06/1909), foram duas revoltas que colocaram em risco seu governo
Nilo Peçanha (14/06/1909 a 15/11/1910), Marechal Hermes e o futuro da nascente República brasileira.
da Fonseca (15/11/1910 a 15/11/1914), Wenceslau Bráz O estado do Rio Grande do Sul estava envolvido em
(15/11/1914 a 15/11/1918), Delfim Moreira da Costa Ribei- acirradas disputas políticas entre dois grupos: o Partido
ro (15/11/1918 a 27/07/1919), Epitácio Pessoa (28/07/1919 Republicano Rio-grandense (PRR), liderado pelo positivista
a 15/11/1922), Artur Bernardes (15/11/1922 a 15/11/1926), Júlio de Castilhos, e o Partido Federalista, tendo a sua fren-
Washington Luiz (15/11/1926 a 24/10/1930). te Silveira Martins. A disputa se dava em torno da forma
de organização político-administrativa do estado, sendo o
Fonte: http://www.suapesquisa.com/republica/ PRR a favor da centralização, e os federalistas contrários a

18
HISTÓRIA DO BRASIL

ela. A partir de fevereiro de 1893, os federalistas se levan- locais marcado pelas oligarquias estatais da época junta-
taram contra os republicanos, levando Floriano a assumir a mente ao governo federal, a fim de garantir o controle do
defesa destes últimos, dando início à Revolta Federalista. poder político.
O resultado foi a ampliação do conflito para o cenário na- Contexto Histórico: Resumo
cional, expandindo-se para os estados de Santa Catarina Durante o governo do paulista Campos Sales (1898-
e Paraná, levando à interferência da milícia paulista para 1902) o poder federal uniu-se às oligarquias esta-
conter os revoltosos. duais  concentrada nas mãos dos latifundiários, a fim de
Ao mesmo tempo, no Rio de Janeiro, os oficiais monar- estabelecer uma relação amistosa entre as partes.
quistas da marinha pediam a renúncia de Floriano Peixoto, Dessa forma, a troca de favores era clara: o governo
com o intuito de forçar uma eleição para disputarem-na federal concedia poder e liberdade política e ainda benefí-
com o Almirante Custódio de Melo. A resistência de Floria- cios econômicos para as oligarquias estaduais, que em tro-
no ocasionou a segunda Revolta da Armada, em setem- ca, favoreciam a escolha dos candidatos por meio do voto
bro de 1893. Segunda revolta, pois a primeira ocasionou a aberto, comandadas e manipulada pelos coronéis, os
renúncia de Deodoro da Fonseca em 1891. Entre setembro quais representavam a força local.
de 1893 e março de 1894, a capital do Rio de Janeiro foi Com isso fica claro que as elites locais dominavam a
constantemente bombardeada pelos navios estacionados cena política e econômica dos estados, sendo monopoli-
na Baía de Guanabara, enquanto a resistência era feita em zada por famílias nobres e muitas vezes comandadas pelos
terra pelo exército com o apoio de voluntários. O evento coronéis, num movimento conhecido como “coronelis-
tomaria maiores dimensões ao se unir à Revolta Federalis- mo”, do qual partilhavam a metodologia do voto de ca-
ta e os combates tomarem conta de algumas regiões dos bresto  (voto aberto), o que viabilizou a corrupção desde
estados do Sul do país. Com a aquisição emergencial de fraudes eleitorais e compra de votos; ademais, o aumento
novos navios estadunidenses e os combates por terra, Flo- da violência por meio da dominação dos coronéis nos de-
riano e os grupos que o apoiavam puderam vencer os opo- nominados “currais eleitorais”.
sitores e consolidar o regime republicano. Por sua vitória Através da “Comissão Verificadora dos Poderes” a
na contenção dos conflitos Floriano recebeu a alcunha de legitimação dos governadores eleitos nos estados era ma-
nipulada, de forma que reforçava a política dos governado-
“Marechal de Ferro”.
res diante da triagem feito pelos coronéis apoiados e con-
Mas essa consolidação republicana se deu com uma
fiantes do poder federal, e se caso fosse necessário, ocorria
vitória de um projeto republicano específico, o de uma Re-
a exclusão dos políticos da oposição, os quais sofriam a
pública liberal, defendida principalmente pelos cafeiculto-
“degola”, ou seja, a fraude eleitoral e impedidos de tomar
res paulistas, que com a pujança da economia cafeeira, de-
a posse do cargo.
fendiam a autonomia dos estados membros da federação.
A despeito de ser confundida com a política do café
Os outros dois projetos derrotados foram o republicanis-
com leite, donde os fazendeiros de minas (que dominavam
mo radical, que não tinha apoio social, e o republicanismo
a produção leiteira) e os latifundiários paulistas (produto-
positivista, de caráter autoritário, sem respaldo da socieda- res de café) revezavam o poder na presidência do país, a
de civil, sendo seu reduto alguns círculos militares. política dos governadores impulsionou tal estrutura neces-
Com o fortalecimento dos cafeicultores paulistas, Flo- sária para sua consolidação mais adiante. Com efeito, São
riano Peixoto foi obrigado a apoiar o paulista Prudente de Paulo e Minas Gerais dominavam a cena política e econô-
Morais à presidência em 1894. Com sua vitória com 84% mica do país, sendo que na segunda metade do século XIX
dos votos, Prudente de Morais iniciava o primeiro gover- o Brasil era o maior produtor e exportador de café.
no presidencial eleito diretamente na história da república. Afinal desde a Proclamação da República, em 1889,
Mas o controle oligárquico sobre o Estado mostrava que cujo modelo monárquico foi substituído por uma estrutura
seria um governo autoritário, com a exclusão da maior par- presidencialista republicana, donde a figura do presidente
te da população da participação política. Era o fim da Re- passava a ser a mais importante, as oligarquias que pos-
pública da Espada. suíam e controlavam o poder local estatal, passaram a de-
senvolver estratégias junto ao poder federal. Esse método
Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/historia-do-bra- de benefício dos grandes fazendeiros e do governo federal
sil/floriano-peixoto-consolidacao-republica.html somente terminou com a Era Vargas (1930-1945) e como
consequência fortaleceu a figura dos coronéis.
Além do governo de Campos Sales, o criador da políti-
ca, outros presidentes do período de república velha usu-
fruíram do sistema da Política dos Governadores, a saber:
B. A “POLÍTICA DOS GOVERNADORES”. Rodrigues Alves (1902 a 1906), Afonso Pena (1906 a 1909),
Nilo Peçanha (1909 a 1910), Hermes da Fonseca (1910 a
1914) Venceslau Brás (1914 a 1918), Delfim Moreira (1918
a 1919), Epitácio Pessoa (1919 a 1922), Arthur Bernardes
A  Política dos Governadores foi um acordo político (1922 a 1926) e Washington Luís (1926 a 1930).
firmado durante o período da  República Velha (1889- Fonte: https://www.todamateria.com.br/politica-dos-
1930), com o intuito de unir os interesses dos políticos governadores

19
HISTÓRIA DO BRASIL

Dessas relações nem um pouco amistosas entre capi-


C. O CORONELISMO E O SISTEMA talistas e trabalhadores surgiram na Inglaterra dois movi-
ELEITORAL. mentos, os ludistas e os cartistas, que tinham um objetivo
em comum: encontrar soluções para os problemas enfren-
tados pelos operários, principalmente o desemprego (de-
corrente da introdução nas fábricas de máquinas que subs-
O coronelismo. O título de “coronel”, recebido ou tituíram diversas forças de trabalho humana). Tanto ludistas
comprado, era uma patente da Guarda Nacional, criada quanto cartistas reivindicavam, através de ações (como a
durante a Regência, como já vimos. Geralmente, o termo quebra de maquinarias das indústrias), o retorno ao em-
era utilizado para designar os fazendeiros ou comerciantes prego dos trabalhadores desempregados.
mais ricos da cidade e havia se espalhado por todos os Outra forma de reivindicação operária que não surtiu
municípios. Durante o Segundo Reinado, os localismos ha- tanto efeito foi a tentativa de alcançar melhores condições
viam sido sufocados pela política centralizadora, mas eles de trabalho solicitando-as ao governo. Geralmente o poder
renasceram às vésperas da República. Com a proclamação público não atendia a essas reivindicações, pois o próprio
e a adoção do federalismo, os coronéis passaram a ser as governo era dono de indústrias.
figuras dominantes do cenário político dos municípios. Com o decorrer das décadas, o capitalismo foi agre-
Em torno dos coronéis giravam o membros das oligar- gando novas feições, a sociedade passou por crescentes
quias locais e regionais. O seu poder residia no controle transformações e, assim, os operários necessitavam articu-
que exerciam sobre os eleitores. Todos eles tinham o seu lar novas formas de lutar por suas causas. Dessa maneira,
“curral” eleitoral, isto é, eleitores cativos que votavam sem- surgiram os movimentos socialistas, a partir da organiza-
pre nos candidatos por eles indicados, em geral através de ção dos trabalhadores.
troca de favores fundados na relação de compadrio. Assim, Os principais movimentos socialistas que surgiram no
os votos despejados nos candidatos dos coronéis ficaram século XIX foram o anarquismo e o comunismo. Segundo
conhecidos como “votos de cabresto”. Porém, quando a as ideias anarquistas, os operários somente iriam melhorar
vontade dos coronéis não era atendida, eles a impunham as condições de vida se o Estado e todas as formas de po-
com seus bandos armados - os jagunços -, que garantiam der fossem extintas. Daí, temos as seguintes observações,
a eleição de seus candidatos pela violência. tanto o anarquismo quanto o comunismo pautavam suas
A importância do coronel media-se, portanto, por sua metas em transformações sociais profundas, não solicita-
capacidade de controlar o maior número de votos, dando- vam somente mudanças nas relações entre patrões e tra-
lhe prestígio fora de seu domínio local. Dessa forma, con- balhadores.
seguia obter favores dos governantes estaduais ou fede- Os anarquistas acreditavam que toda forma de explo-
rais, o que, por sua vez, lhe dava condições para preservar ração dos seres humanos teria um fim a partir do momento
o seu domínio. em que a sociedade se organizasse sem autoridade, sem
gestores, sem escola, sem polícia, ou seja, sem quaisquer
outras instituições estatais.
Para os comunistas, a situação de exploração capita-
lista acabaria somente quando os operários assumissem o
D. O MOVIMENTO OPERÁRIO. poder estatal, ou seja, o controle do Estado. A partir daí,
então, criariam novos valores sociais para aumentar a qua-
lidade de vida da sociedade, acabando, dessa maneira,
com a exploração capitalista.
Com a aceleração da industrialização, a crescente con- O movimento operário se consolidou e se organizou
centração de capital e a formação de grandes monopólios fundamentalmente no século XIX. A luta trabalhadora havia
no século XIX, diversos países europeus (como a Ingla- apenas começado.
terra, a França e a Alemanha) se destacaram com o for-
talecimento de suas economias. A industrialização trouxe
consigo a urbanização, as cidades não cheiravam mais a
cavalo (decorrente da grande quantidade de charretes que
circulavam nas cidades), mas, sim, à fumaça e óleo (com a E. O TENENTISMO.
introdução dos automóveis no final do século XIX). Assim,
uma rápida e desorganizada urbanização se acentuou na
Europa.
A partir da ascensão do sistema capitalista (industriali- Introdução
zação, formação de mercados, bancos, comércios), ocorreu  
a ascensão de uma nova classe social: os operários, isto é, O tenentismo foi um movimento social de caráter po-
os trabalhadores das indústrias capitalistas. Consequente- lítico-militar que ocorreu no Brasil nas décadas de 1920 e
mente, surgiram as relações sociais entre donos das fábri- 1930, período conhecido como República das Oligarquias.
cas (exploradores) e trabalhadores das fábricas (explora- Contou, principalmente, com a participação de jovens te-
dos) que permearam o dia a dia das indústrias. nentes do exército.

20
HISTÓRIA DO BRASIL

O que defendiam  Gerais e Rio Grande do Sul que culminou com o golpe de
Este movimento contestava a ação política e social dos Estado que depôs o presidente paulista Washington Luís
governos representantes das oligarquias cafeeiras (coro- em 24 de outubro.
nelismo). Embora tivessem uma posição conservadora e Em 1929 lideranças do estado de São Paulo romperam
autoritária, os tenentes defendiam reformas políticas e so- a aliança com os mineiros representada pela política do ca-
ciais. Queriam a moralidade política no país e combatiam fé-com-leite, e indicaram o paulista Júlio Prestes como can-
a corrupção.  didato à presidência da República. Em reação, o Presidente
  de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada apoiou
O movimento tenentista defendia as seguintes mu- a candidatura oposicionista do gaúcho Getúlio Vargas. Em
danças:  1º de março de 1930 houve eleições para presidente da
- Fim do voto de cabresto (sistema de votação baseado República que deram a vitória ao candidato governista Jú-
em violência e fraudes que só beneficiava os coronéis); lio Prestes, que não tomou posse em virtude do golpe de
- Reforma no sistema educacional público do país; estado desencadeado a 3 de outubro de 1930, e foi exilado.
- Mudança no sistema de voto aberto para secreto. Getúlio Vargas assumiu a chefia do “governo provisó-
  rio” em 3 de novembro de 1930, data que marca o fim da
Revoltas  República Velha.
Os tenentistas chegaram a promover revoltas como, A crise da República Velha havia se prolongado ao lon-
por exemplo, a revolta dos 18 do Forte de Copacabana. go da década de 1920, perdendo visibilidade com a mobi-
Nesta revolta, ocorrida em 5 de julho de 1922, foi durante lização do trabalhador industrial, com as Revoltas nazifacis-
combatido pelas forças oficiais. Outros exemplos de revol- tas e as dissidências políticas que enfraqueceram as gran-
tas tenentistas foram a Revolta Paulista (1924) e a Comu- des oligarquias, ameaçando a estabilidade da tradicional
na de Manaus (1924). A Coluna Prestes, liderada por Luis aliança rural entre os estados de São Paulo e Minas Gerais
Carlos Prestes, enfrentou poucas vezes as forças oficiais. (a “Política do café com leite”).
Os participantes da coluna percorreram milhares de qui- Em 1926, setores que se opunham ao Partido Republi-
lômetros pelo interior do Brasil, objetivando conscientizar cano Paulista (PRP) fundaram o Partido Democrático (PD),
que defendia um programa de educação superior. Mas o
a população contra as injustiças sociais promovidas pelo
maior sinal do desgaste republicano era a superprodução
governo republicano.
de café, alimentada pelo governo com constantes “valori-
 
zações” do trabalho rural e generosos subsídios públicos.
Enfraquecimento do tenentismo 
Crise de 1929
O movimento tenentista perdeu força após a Revolu-
Em Juiz de Fora, o Partido Republicano Mineiro (PRM)
ção de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Vargas
passa para a oposição, forma a Aliança Liberal com os seg-
conseguiu produzir uma divisão no movimento, sendo que
mentos progressistas de outros Estados e lança o gaúcho
importantes nomes do tenentismo passaram a atuar como Getúlio Vargas para a presidência, tendo o paraibano João
interventores federais. Outros continuaram no movimento, Pessoa como vice.
fazendo parte, principalmente, da Coluna Prestes. As Eleições e a Revolução
Fonte: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/ As eleições foram realizadas no dia 1º de março de 1930
tenentismo.htm e deram a vitória a Júlio Prestes que obteve 1.091.709 votos
contra apenas 742.794 dados a Getúlio. Ressaltando que Ge-
túlio teve quase 100% dos votos no Rio Grande do Sul.
A Aliança Liberal recusou-se a aceitar a validade das
eleições, alegando que a vitória de Júlio Prestes era decor-
F. A REVOLUÇÃO DE 1930.
rente de fraude. Além disso, deputados eleitos em estados
onde a Aliança Liberal conseguiu a vitória, não obtiveram
o reconhecimento dos seus mandatos. A partir daí, iniciou-
se uma conspiração, com base no Rio Grande do Sul e em
Significado da Revolução de 30. Minas Gerais.
O movimento de 1930, apesar de sua complexa base A conspiração sofreu um revés em junho com o brado
social (oligarquias dissidentes, tenentes, camadas médias comunista de Luís Carlos Prestes que seria um ex-membro
urbanas) não deve ser visto como uma ruptura na estrutura do movimento tenentista ,mas ele tornou-se adepto das
social, política e econômica do Brasil. A revolução não rom- ideias de Karl Marx assim começou a apoiar o comunis-
peu com o sistema oligárquico, houve tão somente uma mo. Isso o levou ,depois de um tempo, a tentativa frustrada
substituição de oligarquias no poder. A revolução de 30 da intentona comunista pela ANL Logo em seguida outro
colocou um novo governo compromissado com diversos contratempo: morre em acidente aéreo o tenente Siqueira
grupos sociais. Sob este ponto de vista, pode-se dizer que Campos.
o movimento de 1930 patrocinou um “re-arranjo” do Esta- No dia 26 de julho de 1930, João Pessoa foi assassina-
do brasileiro. do por João Dantas em Recife, por questões políticas e de
A República Populista e Regime Militar ordem pessoal, servindo como estopim para a mobilização
Dá-se o nome de Revolução de 1930 ou Revolução de armada. João Dantas seria, logo a seguir, barbaramente as-
30 ao movimento armado liderado pelos estados de Minas sassinado.

21
HISTÓRIA DO BRASIL

As acusações de fraude e a degola arbitrária de depu-


tados mineiros e de toda a bancada da Paraíba da Aliança G. O PERÍODO VARGAS (1930-1945):
Liberal; o descontentamento popular devido à crise econô- ECONOMIA, SOCIEDADE, POLÍTICA
mica causada pela grande depressão de 1929; o assassina- E CULTURA. O BRASIL NA II GUERRA
to de João Pessoa e o rompimento da política do café com
MUNDIAL.
leite, foram os principais fatores, (ou pretextos na versão
dos partidários de Júlio Prestes), que criaram um clima fa-
vorável a uma revolução.

Getúlio tentou várias vezes a conciliação com o go- A Segunda República Ou Era Vargas
verno de Washington Luís e só se decidiu pela revolução A chamada Era Vargas está dividida em três momentos:
quando já se aproximava a posse de Júlio Prestes que se Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo.
daria em 15 de novembro. A revolução de 1930 iniciou-se, O período inaugurou um novo tipo de Estado, denominado
finalmente, no Rio Grande do Sul em 3 de outubro, às 17 “Estado de compromisso”, em razão do apoio de diversas
horas e 25 minutos. Osvaldo Aranha telegrafou a Juarez forças sociais e políticas: as oligarquias dissidentes, classes
Távora comunicando início da Revolução. Ela rapidamente médias, burguesia industrial e urbana, classe trabalhadora
se alastrou por todo o país. Oito governos estaduais no e o Exército. Neste “Estado de compromisso” não existia
nordeste foram depostos pelos tenentes. nenhuma força política hegemônica, possibilitando o for-
No dia 10, Getúlio Vargas lançou o manifesto “O Rio talecimento do poder pessoal de Getúlio Vargas.
Grande de pé pelo Brasil” e partiu, por ferrovia, rumo à Governo Provisório (1930/1934).
capital federal (então, o Rio de Janeiro). Esperava-se que Aspectos políticos e econômicos
ocorresse uma grande batalha em Itararé (na divisa com o No plano político, o governo provisório foi marcado
Paraná), onde as tropas do governo federal estavam acam- pela Lei Orgânica, que estabelecia plenos poderes a Var-
padas para deter o avanço das forças revolucionárias, lide- gas. Os órgãos legislativos foram extintos, até a elaboração
radas militarmente pelo coronel Góis Monteiro. Porém em de uma nova constituição para o país. Desta forma, Vargas
12 e 13 de outubro ocorreu o Combate de Quatiguá, que exerce o poder executivo e o Legislativo. Os governadores
pode ter sido o maior combate desta Revolução, mesmo perderam seus mandatos – por força da Revolução de 30 –
tendo sido muito pouco estudado. Quatiguá localiza-se a seus nomeados em seus lugares os interventores federais
direita de Jaguariaiva, próxima a divisa entre São Paulo e (que eram escolhidos pelos tenentes). A economia cafeeira
Paraná. receberá atenções por parte do governo federal. Para su-
A batalha não ocorreu em Itararé, já que os generais perar os efeitos da crise de 1929, Vargas criou o Conselho
Tasso Fragoso e Mena Barreto e o Almirante Isaías de No- Nacional do Café, reeditando a política de valorização do
ronha depuseram Washington Luís, em 24 de outubro e café ao comprar e estocar o produto. O esquema provo-
formaram uma junta de governo. Jornais que apoiavam cou a formação de grandes estoques, em razão da falta de
o governo deposto foram empastelados; Júlio Prestes, compradores, levando o governo a realizar a queimados
Washington Luís e vários outros próceres da república ve- excedentes. Houve um desenvolvimento das atividades in-
lha foram exilados. dustriais, principalmente no setor têxtil e node processa-
mento de alimentos. Este desenvolvimento explica-se pela
Cangaço: Revolta E Violência No Nordeste chamada política de substituição de importações.
Ocorreu entre os anos de 1870 a 1940 (setenta anos),
no Nordeste do Brasil. A composição do Governo Provisório
Para alguns pesquisadores, ele foi uma forma pura e Depois de criar um Tribunal Especial - cuja ação foi nula
simples de banditismo e criminalidade. Para outros foi uma - com o objetivo de julgar “os crimes do governo deposto”,
forma de banditismo social, isto é, uma forma de revolta o novo governo organizou um ministério que, pela compo-
reconhecida como algo legítimo pelas pessoas que vivem sição, nos mostra o quanto Getúlio estava compromissado
em condições semelhantes. com os grupos que lhe apoiaram na Revolução:
- general Leite de Castro - ministro do Exército;
Motivos Para O Acontecimento Do Cangaço - almirante Isaías Noronha - ministro da Marinha;
Miséria, fome, secas e injustiças dos coronéis-fazendei- - Afrânio de Melo Franco (mineiro) - ministro do Ex-
ros produziram no semiárido do Nordeste um cenário fa- terior;
vorável à formatação de grupos armados conhecidos como - Osvaldo Aranha (gaúcho) - ministro da Justiça;
cangaceiros. Os cangaceiros praticavam crimes, assaltavam - José Américo de Almeida (paraibano) - ministro da
fazendas e matavam pessoas. Viação;
Os dois mais importantes bandos do cangaço foi o de - José Maria Whitaker (paulista) - ministro da Fazenda;
Antônio Silvino e o de Virgulo o Ferreira da Silva, o Lam- - Assis Brasil (gaúcho) - ministro da Agricultura.
pião, o “Rei do Cangaço”. Dentro ainda da ideia de compromisso, foram criados
Depois que a polícia massacrou o “bando de Lampião”, dois novos ministérios:
em 1938, o cangaço praticamente desapareceu do Nordes- - Educação e Saúde Pública - o mineiro Francisco Cam-
te pos;

22
HISTÓRIA DO BRASIL

- Trabalho, Indústria e Comércio - o gaúcho Lindolfo das camadas médias urbanas. Formou-se a Frente Única
Collor. Paulista, exigindo a nomeação de um interventor paulista e
Para Juarez Távora, pela sua admirável participação re- a reconstitucionalização imediata do país.
volucionária e pelo seu prestígio como homem de ação, Em maio de 1932 houve uma manifestação contra Ge-
foi criada a Delegacia Regional do Norte. Pela chefia políti- túlio que resultou na morte de quatro manifestantes: Mar-
ca dos estados brasileiros do Espírito Santo ao Amazonas, tins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Iniciou-se a radicalização
Juarez Távora foi chamado de O Vice-Rei do Norte. do movimento, sendo que o MMDC passou a ser o símbolo
deste momento marcado pela luta armada. Após três meses
A política cafeeira da Era Vargas de combates as forças leais a Vargas forçaram os paulistas à
rendição. Procurando manter o apoio dos paulistas, Getúlio
O capitalismo passava por uma de suas violentas crises Vargas acelerou o processo de redemocratização realizan-
de superprodução. Essas crises cíclicas do capitalismo eram do eleições para uma Assembleia Constituinte que deveria
o resultado da ausência de uma planificação, o que produ- elaborar uma nova constituição para o Brasil.
zia a anarquia da produção social.
As nações industriais com problemas de superprodu- A constituição de 1934.
ção acirravam o imperialismo, superexplorando as nações
agrárias, restringindo os créditos e adotando uma política Promulgada em 16 de novembro de 1934 apresentan-
protecionista, sobretaxando as importações. do os seguintes aspectos:
Neste contexto o café conheceu uma nova e violenta - A manutenção da República com princípios federa-
crise de superprodução, de mercados e de preços, que caí- tivos;
ram de 4 para 1 libra nos primeiros anos da década de 30. - Existência de três poderes independentes entre si:
Como o café era à base da economia nacional, a cri- Executivo, Legislativo e Judiciário;
se poderia provocar sérios problemas para outros setores - Estabelecimento de eleições diretas para o Executivo
econômicos, tais como a indústria e o comércio, o que seria e Legislativo;
- As mulheres adquirem o direito ao voto;
desastroso.
- Representação classista no Congresso (elementos
Era preciso salvar o Brasil dos efeitos da crise mundial
eleitos pelos sindicatos);
de 1929. Era necessário evitar o colapso econômico do País.
- Criado o Tribunal do Trabalho;
Para evitá-lo, o governo instituiu uma nova política cafeei-
- Legislação trabalhista e liberdade de organização sin-
ra, visando o equilíbrio entre a oferta e a procura, a eleva-
dical;
ção dos preços e a contenção dos excessos de produção,
- Estabelecimento de monopólio estatal sobre algumas
pois a produção cafeeira do Brasil era superior à mundial.
atividades industriais;
Para aplicar esta política, Vargas criou, em 1931, o CNC
- Possibilidade da nacionalização de empresas estran-
(Conselho Nacional do Café), que foi substituído em 1933 geiras;
pelo DNC (Departamento Nacional do Café). Dentro desta - Instituído o mandato de segurança, instrumento jurí-
nova política tornou-se fundamental destruir os milhares dico dos direitos do cidadão perante o Estado. A Constitui-
de sacas de café que estavam estocadas. O então ministro ção de 1934 foi inspirada na Constituição de Weimar pre-
da Fazenda, Osvaldo Aranha, através de emissões e impos- servando o liberalismo e mantendo o domínio dos proprie-
tos sobre a exportação, iniciou a destruição do excedente tários visto que a mesma não toca no problema da terra.
do café através do fogo e da água,
De 1931 a 1944, foram queimadas ou jogadas ao mar, Governo Constitucional (1934/1937).
aproximadamente, 80 milhões de sacas. Proibiram-se no- Período marcado pelos reflexos da crise mundial de
vas plantações por um prazo de três anos e reduziram-se 1929:
as despesas de produção através da redução dos salários e - crise econômica,
dos débitos dos fazendeiros em 50%. - desemprego,
Por ter perdido o poder político e pelo fato de ter de - inflação e
se submeter às decisões econômicas do governo federal, - carestia.
as oligarquias cafeeiras se opuseram à política agrária da Neste contexto desenvolvem-se, na Europa, os regi-
Era Vargas. mes totalitários (nazismo e fascismo) – que se opunham
ao socialismo e ao liberalismo econômico. A ideologia na-
Revolução constitucionalista de 1932 zifascista chegou ao Brasil, servindo de inspiração para a
fundação da Ação Integralista Brasileira (AIB), liderada pelo
Movimento ocorrido em São Paulo ligado à demora de jornalista Plínio Salgado. Movimento de extrema direita,
Getúlio Vargas para reconstitucionalizar o país, a nomea- anticomunista, que tinha como lema “Deus, pátria, família”.
ção de um interventor pernambucano para o governo do Defendia a implantação deum Estado totalitário e corpora-
Estado (João Alberto). Mesmo sua substituição por Pedro tivo. A milícia da AIB era composta pelos “camisas verdes”,
de Toledo não diminuiu o movimento. O movimento teve que usavam de violência contra seus adversários. Os inte-
também como fator a tentativa da oligarquia cafeeira re- gralistas receberam apoio da alta burguesia, do clero, da
tomar o poder político. O movimento contou com apoio cúpula militar e das camadas médias urbanas.

23
HISTÓRIA DO BRASIL

Por outro lado, o agravamento das condições de vida mento do poder presidencial; extinção do legislativo; su-
da classe trabalhadora possibilitou a formação de um mo- bordinação do Poder Judiciário ao Poder Executivo; insti-
vimento de caráter progressista, contando com o apoio de tuição dos interventores nos Estados e uma legislação tra-
liberais, socialista, comunistas, tenentes radicais e dos sin- balhista. A Constituição de 1937 eliminava a independência
dicatos – trata-se da Aliança Nacional Libertadora (ANL). sindical e extinguia os partidos políticos. A extinção da AIB
Luís Carlos Prestes, filiado ao Partido Comunista Brasileiro deixou os integralistas insatisfeitos com Getúlio. Em maio
foi eleito presidente de honra. A ANL reivindicava a sus- de 1938 os integralistas tentaram um golpe contra Vargas
pensão do pagamento da dívida externa, a nacionalização – o Putsch Integralista – que consistiu numa tentativa de
das empresas estrangeiras e a realização da reforma agrá- ocupar o palácio presidencial. Vargas reagiu até a chegada
ria. Colocava-se contra o totalitarismo e defendia a demo- a polícia e Plínio Salgado precisou fugir do país.
cracia e um governo popular. Política Trabalhista
A adesão popular foi muito grande, tornando a ANL O Estado Novo procurou controlar o movimento tra-
uma ameaça ao capital estrangeiro e aos interesses oligár- balhador através da subordinação dos sindicatos ao Minis-
quicos. Procurando conter o avanço da frente progressis- tério do Trabalho. Proibiram-se as greves e qualquer tipo
ta o governo federal - por meio da aprovação da Lei de de manifestação. Por outro lado, o Estado efetuou algumas
Segurança Nacional – decretou o fechamento dos núcleos concessões, tais como, o salário mínimo, a semana de tra-
da ANL. A reação, por parte dos filiados e simpatizantes, balho de 44 horas, a carteira profissional, as férias remu-
foi violenta e imediata. Movimentos eclodiram no Rio de neradas. As leis trabalhistas foram reunidas, em 1943, na
Janeiro, Recife, Olinda e Natal – episódio conhecido como Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), regulamentando
Intentona Comunista. as relações entre patrões e empregados. A aproximação
de Vargas junto a classe trabalhadora urbana originou, no
O golpe do Estado Novo Brasil, o populismo – forma de manipulação do trabalhador
No ano de 1937 deveriam ocorrer eleições presiden- urbano, onde o atendimento de algumas reivindicações
ciais para a sucessão de Getúlio Vargas. A disputa presiden- não interfere no controle exercido pela burguesia.
cial foi entre Armando de Sales Oliveira – que contava com Política Econômica
o apoio dos paulistas e de facções de oligarquias de outros O Estado Novo iniciou o planejamento econômico,
Estados. Representava uma oposição liberal ao centralismo procurando acelerar o processo de industrialização brasi-
de Vargas. A outra candidatura era a de José Américo de leiro. O Estado criou inúmeros órgãos com o objetivo de
Almeida, apoiado pelo Rio Grande do Sul, pelas oligarquias coordenar e estabelecer diretrizes de política econômica.
nordestinas e pelos Partidos Republicanos de São Paulo e O governo interveio na economia criando as empresas
Minas Gerais. Um terceiro candidato era Plínio Salgado, da estatais – sem questionar o regime privado. As empresas
Ação Integralista. estatais encontrava-se em setores estratégicos, como a si-
A posição de Getúlio Vargas era muito confusa – não derurgia (Companhia Siderúrgica Nacional), a mineração
apoiando nenhum candidato. Na verdade a vontade de (Companhia Vale do Rio Doce), hidrelétrica (Companhia Hi-
Getúlio era a de continuar no governo, em nome da esta- drelétrica do Vale do São Francisco), mecânica (Fábrica Na-
bilidade e normalidade constitucional; para tanto, contava cional de Motores) e química (Fábrica Nacional de Álcalis).
com apoio de alguns setores da sociedade. O continuísmo
de Vargas recebeu apoio de uma parte do Exército – Góes Política administrativa.
Monteiro e Eurico Gaspar Dutra representavam a alta cú- Procurando centralizar e consolidar o poder político, o
pula militar – surgindo a ideia de um golpe, sob o pretexto governo criou o DASP (Departamento de Administração e
de garantira segurança nacional. O movimento de “salva- Serviço Público), órgão de controle da economia. O outro
ção nacional” – que garantiu a permanência de Vargas no instrumento do Estado Novo foi a criação do DIP (Departa-
poder – foi a divulgação de um falso plano de ação comu- mento de Imprensa e Propaganda), que realizava a propa-
nista para assumir o poder no Brasil. Chamado de Plano ganda do governo. O DIP controlava os meios de comuni-
Cohen, o falso plano serviu de pretexto para o golpe de 10 cação, por meio da censura. Foi o mais importante instru-
de novembro de 1937, decretando o fechamento do Con- mento de sustentação da ditadura que, ao lado da polícia
gresso Nacional, suspensão da campanha presidencial e da secreta, comandada por Filinto Muller, instaurou no Brasil
Constituição de 1934. Iniciava-se o Estado Novo. o período do terror: prisões, repressão, exílios, torturas etc.
O Estado Novo (1937/1945). Como exemplo de propaganda tem-se a criação da Hora
O Estado Novo – período da ditadura de Vargas – do Brasil – que difundia as realizações do governo; o exem-
apresentou as seguintes características: intervencionismo plo do terror fica por conta do caso de Olga Benário, mu-
do Estado na economia e na sociedade e um centralização lher de Prestes, que foi presa e deportada para a Alemanha
política nas mãos do Executivo, anulando o federalismo re- (grávida). Foi assassinada num campo de concentração.
publicano. Há tempos, as indústrias vêm conquistando seu es-
A constituição de 1937. paço no território brasileiro, tornando-se muitas vezes um
Foi outorgada em 10 de novembro de 1937 e redigida dos elementos mais básicos de uma região. Trazem consi-
por Francisco Campos. Baseada na constituição polonesa go, sempre a característica marcante da mudança, tanto na
(daí o apelido de “polaca”) apresentava aspectos fascistas. cultura como na economia, ou até mesmo no espaço que
Principais características: centralização política e fortaleci- ela ocupa e no impacto que ela causará no meio ambiente.

24
HISTÓRIA DO BRASIL

A seguir, veremos um pouco mais sobre as indústrias, econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se in-
como e porque um lugar que comporta uma ou várias in- tegrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional
dústrias se modifica, e modifica a vida de sua população e do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja,
como os meios de transporte e comunicação podem in- com a região Sudeste polarizando as demais.
fluenciar para a industrialização de uma determinada re- A exemplo do que ocorre em outros países industria-
gião. lizados, existe no Brasil uma grande concentração espacial
Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em da  indústria no Sudeste. A concentração industrial nesta
uma determinada região? Como fica o desenvolvimento de região é maior no Estado de São Paulo, por motivos his-
uma região pouco industrializada? Essas e outras questões, tóricos. O processo de industrialização, entretanto, não
serão abordadas, tendo como principal objetivo entender atingiu toda a região Sudeste, o que produziu espaços
melhor o papel desta gigante, chamada INDÚSTRIA! geográficos diferenciados e grandes desigualdades dentro
da própria região. A cidade de São Paulo, o ABCD (Santo
Nacionalismo André, São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema)
- Respeito pela formação natural dos povos, ligados e centros próximos, como Campinas, Jundiaí e São José
por laços étnicos, linguísticos e por outros laços culturais; dos Campos possuem uma superconcentração industrial,
- Direito de todos os povos lutarem por sua indepen- elaborando espaços geográficos integrados à região me-
dência como nação; tropolitana de São Paulo. Esta área se tornou o centro da
- Direito dos povos de viverem, com autodetermina- industrialização, que se expandiu nas direções: da Baixada
ção, num território unificado. Santista, da região de Sorocaba e do Vale do Paraíba – Rio
de Janeiro e interior, alcançando Ribeirão Preto e São José
A distribuição espacial das indústrias no Brasil do Rio Preto.
A  atividade industrial, antes muito concentrada no As atividades econômicas e industriais nas 5 regiões do Brasil
Sudeste brasileiro, vem sendo melhor distribuída entre as Sudeste
diversas regiões do país. Atualmente, seguindo uma ten- Como descrito anteriormente, a região Sudeste é a que
dência mundial, o Brasil vem passando por um processo possui a maior concentração industrial do país.
de descentralização industrial, chamada por alguns autores Nesta área, os principais tipos de indústrias são: au-
de  desindustrialização, que vem ocorrendo intra-regio- tomobilística, petroquímica, alimentares, de minerais não
nalmente e também entre as regiões. metálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É
Dentro da região Sudeste, essa desindustrialização um centro industrial bem desenvolvido, marcado pela va-
está ocorrendo no ABCD Paulista, sendo que as indús- riedade e volume de produção.
trias buscam menores custos de produção do interior Várias empresas multinacionais operam nos setores
paulista, como no Vale do Paraíba e ao longo da Rodo- automobilísticos de máquinas e motores, produtos quí-
via Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte. Estas micos, petroquímicos, etc. As empresas governamentais
áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos atuam principalmente nos setores de siderurgia. Petróleo
de mão-de-obra, transportes menos congestionados e, por e metalurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas
tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, diversificadas.
o que é vital para polos tecnológicos. O grande interesse de empresas multinacionais é prin-
A  desconcentração industrial entre as regiões vem cipalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo forte mer-
determinando o crescimento de cidades-médias dotadas cado consumidor e pela exportação dos produtos indus-
de boa infraestrutura e com centros formadores de mão- triais a preços mais baixos. Quem observa a saída de navios
de-obra qualificada, geralmente universidades. Além dis- dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunida-
so, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, de de verificar quantos produtos industriais saem do Brasil
de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e para outros países.
vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão- A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante
de-obra extremamente barata. muito tempo como capital administrativa do Brasil até a
A concentração industrial no Nordeste criação de Brasília, possui também um grande parque in-
A distribuição espacial da indústria brasileira, com dustrial. Porém, não possui as mesmas características de
acentuada concentração em São Paulo, foi determinada alta produção e concentração como a São Paulo. Consti-
pelo processo histórico, pois no momento do início da efe- tui-se também, de empresas de vários tipos, destacando-se
tiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, as indústrias de refino de petróleo, estaleiros, indústria de
os principais fatores para instalação das mesmas, podendo material de transporte, tecelagem, metalurgia, papel, têxtil,
citar: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e trans- vestuário, alimentos, etc.
portes. Minas Gerais, tem um passado ligado à mineração, e,
Além disso, a atuação estatal através de diversos pla- devido a isso, assumiu importância no setor metalúrgico
nos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou após a 2 Guerra Mundial e passou a produzir principalmen-
esta concentração no Sudeste, destacando novamente São te aço, ferro-gusa e cimento para as principais fábricas do
Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva con- Sudeste. A cidade de Belo Horizonte tornou-se um centro
centração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico industrial  diversificado, com indústrias que vão desde o
nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago extrativismo até setor automobilístico.

25
HISTÓRIA DO BRASIL

Além do triângulo São Paulo, Rio de Janeiro e Belo da produção de bens de capital e de indústrias de ponta em
Horizonte, existem no Sudeste outras áreas industriais, a condições de concorrência com as indústrias de São Paulo.
maioria apresentando ligação direta com algum produto Nordeste
ou com a ocorrência de matéria-prima. É o caso de Vol- A industrialização dessa região vem se modificando,
ta Redonda, Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro modernizando, mas sofre a concorrência com as indústrias
Branco, entre outras, ligadas à siderurgia. Outros centros do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam
industriais estão ligados à produção local, como Campos um maquinário tecnologicamente mais sofisticado.
e Macaé, Três Corações, Araxá e Itaperuna, Franca e Nova A agroindústria açucareira é uma das mais importantes,
Serrana, Araguari e Uberlândia, entre outras. visando, sobretudo, a exportação do açúcar e do álcool.
O estado do Espírito Santo é o menos industrializado As indústrias continuam a tendência de intensificar a
do Sudeste, tendo centros industriais especializados como: produção ligada à agricultura e as novas indústrias meta-
Aracruz, Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemirim. Vitória, a capital lúrgicas, químicas, mecânicas e outras.
do Estado, tem atividades econômicas diversificadas, re- A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe
lacionadas à sua situação portuária e às indústrias ligadas à para a região indústrias ligadas à produção, refino e utili-
usina siderúrgica de Tubarão. zação de derivados do petróleo.
No Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à Essa nova indústria de alta tecnologia e capital intenso,
vida urbana e industrial: comércio, serviço público, pro- não absorve a mão-de-obra que passa a se subempregar
fissionais liberais, educação, serviços bancários, de comu- na área de serviços ou fica desempregada.
nicação, de transporte, etc. Quanto maior a cidade, maior As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos
variedade de profissionais aparecem ligados às atividades empresários e os salários pagos são muito baixos, acarre-
urbanas. tando o empobrecimento da população operária.
Como em São Paulo, Rio e Belo Horizonte concentram- O  sistema industrial do Nordeste, concentrado na
se a maior produção industrial do país, a circulação de Zona da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-
pessoas e mercadorias é muito intensa na região. Milhares se somente em alguns pontos dispersos e concentra-se,
de pessoas estão envolvidas na comercialização, transporte sobretudo, nas regiões metropolitanas: Recife, Salvador e
e distribuição dos produtos destinados à industrialização, Fortaleza.
ao consumo interno ou à exportação. Considerada tam- Com vistas à política do Governo Federal para o Pro-
bém o centro cultural do país, a região possui uma vas- grama de Corredores da Exportação, instituído no final da
ta rede de prestação de serviços em todos os ramos, com década de 70, com o intuito de atender o escoamento da
grande capacidade de expansão, graças ao crescimento de produção destinada ao mercado externo, foram realizadas
suas cidades. obras nos terminais açucareiros dos portos de Recife e Ma-
Sul ceió.
A industrialização do Sul, tem muita vinculação com a A rede rodoviária está mais integrada a outras regiões
produção agrária, visa o abastecimento do mercado inter- do que dentro do próprio Nordeste. A construção da rodo-
no e as exportações. via, ligando o Nordeste ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o
O imigrante foi um elemento muito importante no iní- abastecimento do Nordeste com produtos industrializados
cio da industrialização como mercado consumidor e no no Sudeste e o deslocamento da população nordestina em
processo industrial de produtos agrícolas, muitas vezes em direção ao mesmo.
estrutura familiar e artesanal. Centro-Oeste
A industrialização de São Paulo implicou na incorpo- Na década de 60, a industrialização a nível nacional ad-
ração do espaço do Sul como fonte de matéria-prima. Im- quire novos padrões. As indústrias de máquinas e insumos
plicou também na incapacidade de concorrência das in- agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado consu-
dústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos midor certo no Centro-Oeste, ao incentivarem o cultivo de
tradicionais como calçados e produtos alimentares, para produtos para exportação em grandes áreas mecanizadas.
o exterior. Com as transformações espaciais ocasionadas A partir da década de 70, o Governo Federal implantou
pela expansão da soja, o Sul passou a ter investimentos uma nova política econômica visando à exportação. Para
estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas. atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua
A indústria passou a se diversificar para produzir bens participação dentro da divisão internacional do trabalho,
intermediários para as indústrias de São Paulo. Nesse sen- caberia ao Centro-Oeste à função de produtor de grãos e
tido, o Sul passou a complementar a produção do Sudeste. carnes para exportação.
Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro-Sul. Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segunda
Objetivando a integração brasileira com os países do região em criação de bovinos do País, sendo esta a ativida-
Mercosul, a indústria do Sul conta com empresas no setor de econômica mais importante da sub-região. Sua produ-
petroquímico, carboquímico, siderúrgico e em indústrias ção de carne visa o mercado interno e externo.
de ponta. Existem grandes matadouros e frigoríficos que indus-
A reorganização e modernização da indústria do trializam os produtos de exportação. O abastecimento re-
Sul necessita também de uma política nacional que possi- gional é feito pelos matadouros de porte médio e mata-
bilite o aproveitamento das possibilidades de integração da douros municipais, além dos abates clandestinos que não
agropecuária e da indústria, à implantação e crescimento passam pela fiscalização do Serviço de Inspeção Federal.

26
HISTÓRIA DO BRASIL

Sua industrialização se baseia no beneficiamento de Além de mudanças na cultura e economia, surgem


matérias-primas e cereais, o que contribui para o maior também, mudanças no espaço geográfico. Em alguns ca-
valor de sua produção industrial. As outras atividades in- sos, as indústrias são implantadas, sem maior avaliação
dustriais são voltadas para a produção de bens de consu- dos danos que ela poderá causar, acarretando consequên-
mo, como: alimentos, móveis, entre outros. A indústria de cias gravíssimas posteriormente.
alimentos, a partir de 1990, passou a se instalar nos polos A Zona Franca de Manaus
produtores de matérias-primas, provocando um avanço A Zona Franca de Manaus (ZFM) foi criada em 1957,
na agroindústria do Centro-Oeste. A CEVAL, instalada em originalmente através da Lei 3.173, com o objetivo de es-
Dourados MS, por exemplo, já processa 50% da soja na tabelecer em Manaus um entreposto destinado ao benefi-
própria área. ciamento de produtos para posterior exportação. Em 1967,
No estado de Goiás, por exemplo, existem indústrias a ZFM foi subordinada diretamente ao Ministério do Inte-
em Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Pires do rio, Catalão, Goia- rior, através da SUFRAMA (pelo Decreto-Lei n 288). O de-
nésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área de creto estabelecia incentivos com vigência até o ano 1997.
maior desenvolvimento econômico da região, são os cen- Ao longo dos anos 70, os incentivos fiscais atraíram
tros industriais mais significativos, graças ao seu mercado para a Zona Franca de Manaus investimentos de empre-
consumidor, que estimula o desenvolvimento industrial. sas nacionais e estrangeiras anteriormente instaladas no
Enquanto outras áreas apresentam indústrias ligadas sul do Brasil, bem como investimentos de novas ET, princi-
aos produtos alimentares, minerais não metálicos e madei- palmente da indústria eletrônica de consumo. Nos anos 80,
ra, esta área possui certa diversificação industrial. Contu- a Política Nacional de Informática impediu que a produção
do, os produtos alimentares representam o maior valor da de computadores e periféricos e de equipamentos de tele-
produção industrial. comunicações se deslocasse para Manaus e a ZFM mante-
Norte ve apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica.
A atividade industrial no Norte, é pouco expressiva, A Constituição de 1988 prorrogou a vigência dos incen-
se comparada com outras regiões brasileiras. Porém, os tivos fiscais da União para a Zona Franca de Manaus até
investimentos aplicados, principalmente nas últimas déca- o ano de 2013, mas com a abertura da economia, nos anos
das, na área dos transportes, comunicações e energia pos-
90, esses incentivos perderam eficácia. Simultaneamente,
sibilitaram a algumas áreas o crescimento no setor indus-
os produtos fabricados na ZFM passaram a enfrentar a
trial, visando à exportação.
concorrência com produtos importados no mercado do-
Grande parte das indústrias está localizada próxima à
méstico brasileiro. As empresas estabelecidas em Manaus
fonte de matérias-primas como a extração de minerais e
promoveram um forte ajuste com redução do emprego e
madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos.
aumento do conteúdo importado dos produtos finais.
A agroindústria regional dedica-se basicamente ao be-
neficiamento de matérias-primas diversas, destacando-se
a produção de laticínios, o processamento de carne, ossos Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historia-
e couro, a preservação do pescado, a extração de suco de geral/movimento-operario-no-seculo-xix.htm
frutas, o esmagamento de sementes para fabricação de
óleos, a destilação de essências florestais, prensagem de
juta, etc. Tais atividades, além de aumentarem o valor final
da matéria-prima, geram empregos.
H. A CRISE DO ESTADO NOVO E A SUA
As principais regiões industriais são Belém e Manaus.
Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do país, a SUPERAÇÃO.
criação de áreas industriais de grandes dimensões.
Mais adiante veremos sobre a criação da Zona Franca
de Manaus.
Como a implantação de uma indústria pode alterar a cultura A Queda do Estado Novo foi decorrente de um pro-
e as relações de trabalho na região em que foi implantada cesso de desgaste do governo na década de 1940 e que
Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma culminou com seu fim em 1945.
indústria é implantada em determinada região, várias mu-
danças acontecem, dentre elas, mudanças no espaço geo- Desde a chamada Revolução de 1930, o gaúcho Getú-
gráfico, mudanças culturais, e, principalmente, mudanças lio Vargas ocupava o posto de presidente do Brasil. Após
na economia. tomar o poder, já que não foi eleito para o cargo em 1929,
A implantação de uma indústria, modifica a cultura, Getúlio conseguiu organizar uma estratégia para perma-
pois, um trabalho que artesanalmente era executado pelo necer no poder na eleição que deveria ocorrer em 1934.
povo, e tido como tradição, cede seu lugar, muitas vezes, A próxima eleição para Presidente da República já estava
as máquinas pesadas, que exercem sozinhas e em pouco marcada para ocorrer em janeiro de 1938, mas o gaúcho
tempo, o serviço que muitas vezes era desempenhado por divulgou um projeto que teria sido supostamente elabo-
várias pessoas e em um período de tempo muito maior. rado pelos comunistas para assumirem o poder no Brasil,
Assim, milhares de postos de trabalho se extinguiam, fa- o chamado Plano Cohen. Como o comunismo já havia ga-
zendo com que aumentasse o número de empregos infor- nhado uma representação negativa na sociedade brasileira
mais surgidos nessa região. e isso colocaria em risco a ordem nacional, Getúlio Var-

27
HISTÓRIA DO BRASIL

gas se aproveitou do documento para decretar no Brasil


o Estado de Sítio. Mas, em novembro de 1937, o gaúcho I. O PERÍODO DEMOCRÁTICO (1945-1964):
assumiria poderes totais, fechando o Congresso Nacional ECONOMIA, SOCIEDADE, POLÍTICA E
e cancelando as eleições que ocorreriam no ano seguinte. CULTURA.
Era o início de um período na história brasileira conhecido
como Estado Novo.
O Golpe de 1937 serviu para Getúlio Vargas pudesse
se manter no poder, mas, desta vez, com poderes totais. Atualmente, o campo da historiografia denomina o
Iniciou-se uma ditadura no país, na qual foi implantada a breve período democrático vivido pelo Brasil entre 1945 e
repressão e uma forte propaganda favorável ao governo. 1964 como “República Liberal”. Foram presidentes nestes
Os comunistas foram perseguidos e aprisionados. O Esta- 19 anos:
do Novo tornou o presidente em um ditador, estabeleceu • José Linhares (interino, 1945-1946) sem partido
uma nova Constituição para o Brasil e garantiu que Getúlio • Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) PSD
Vargas governasse sem limites de mandato. Porém, mais • Getúlio Vargas (1951-1954) PTB
tarde, descobriu-se que o Plano Cohen era um documen- • João Café Filho (interino, 1954-1955) PSP
to falso apresentado pelo capitão Olímpio Mourão Filho, o • Carlos Luz (interino, 1955) PSD
mesmo que seria o iniciador do Golpe Militar de 1964. • Nereu de Oliveira Ramos (interino, 1955-1956)
O  Estado Novo era um regime autoritário e, por isso, PSD
alinhava-se com outros regimes autoritários no mundo. Na- • Juscelino Kubitschek (1956-1961) PSD
quele momento, Alemanha e Itália eram os dois países que • Jânio Quadros (1961) UDN
mais representavam o autoritarismo na Europa. Os dois paí- • Paschoal Ranieri Mazzilli (interino, 1961) PSD
ses estabeleceram regimes rígidos baseados em Adolf Hi- • João Goulart (em regime parlamentarista, 1961-
tler e Benito Mussolini, respectivamente, e estavam se expan- 1963) PTB
dindo e se armando em um cenário de instabilidade política • João Goulart (restauração do regime presidencia-
no Velho Mundo. Tanto que, em 1939, a Alemanha invade a lista, 1963-1964) PTB
Polônia e dá início à Segunda Guerra Mundial. No Brasil, que • Paschoal Ranieri Mazzilli (interino, 1964) PSD
também era regido por um governo autoritário, Getúlio Var- • Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967)
gas demonstra-se simpático ao regime fascista, de tal forma início do regime militar brasileiro
que a nova Constituição, chamada de Polaca, é diretamente Primeiramente, é importante lembrar que tal época
inspirada pelos moldes italianos daquele momento. do regime republicano brasileiro é estudado em capítulo
As primeiras contestações ao Estado Novo só aparece- à parte por se tratar de um breve hiato entre as duas dita-
riam em 1943, quando um grupo de advogados mineiros duras que puseram à prova a democracia brasileira: a pri-
publica o chamado Manifesto dos Mineiros defendendo a meira, o Estado Novo de Getúlio Vargas, que vigorou entre
redemocratização do país. Mas o que fragilizaria o governo 1937 e 1945 e a segunda, a ditadura dos chefes militares,
de Getúlio Vargas seria a Segunda Guerra Mundial. No ano considerada mais drástica, que administrou o país no pe-
anterior, 1942, submarinos alemães naufragaram navios ríodo entre 1964 a 1985. Já a razão da moderna nomen-
brasileiros no Oceano Atlântico. A população, então, pres- clatura para esses 19 anos de democracia no Brasil - Repú-
sionou o presidente a declarar guerra contra os alemães. blica Liberal - baseia-se no fato de todos os importantes
Getúlio Vargas não tinha opção, precisou declarar que o representantes do cenário político do país terem ocupado
país era contrário ao governo de Adolf Hitler. O problema é o poder, ainda que em breves períodos. Costumava-se ro-
que isso minaria seu próprio governo, afinal Getúlio Vargas, tular tal momento democrático como de predominante-
um ditador, entraria na guerra para combater aquilo que mente populista, pelas marcantes administrações de Ge-
praticava, um regime autoritário. Assim, à medida que se túlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, símbolos
tornava claro o fim da Segunda Guerra Mundial, crescia a emblemáticos desta corrente. Apesar de suas marcantes
rejeição ao governo de Getúlio Vargas. O gaúcho se viu for- passagens pela presidência, a verdade é que os grandes
çado a conceder anistia para os presos políticos, a permitir grupos políticos foram todos representados no período.
a liberdade de organização partidária, convocar uma nova A política brasileira estava centrada em três principais
Assembleia Nacional Constituinte e marcar novas eleições. partidos, entre os quais orbitavam menores siglas; os três
Embora tenha surgido um movimento de apoio ao presi- grandes eram:
dente Getúlio Vargas, o chamado Queremismo, sua ima- • PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, visto como o
gem já estava desgastada o suficiente e o resultado foi a representante das classes mais baixas e humildes da socie-
sua deposição do poder no dia 29 de outubro de 1945. dade, bem como da baixa classe média.
Naquele dia, as tropas de militares que compunham seu • PSD, Partido Social Democrático, cujos represen-
próprio ministério invadiram o Palácio do Catete, no Rio de tantes estavam alinhados aos interesses da alta classe mé-
Janeiro, e forçaram a renúncia do presidente. Consolidava- dia, proprietários rurais e membros do alto escalão do fun-
se a Queda do Estado Novo e chegava ao fim um governo cionalismo público.
que durava desde 1930. • UDN, União Democrática Nacional, partido visto
Fonte: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/ como defensor das classes em posição mais acima na pirâ-
queda-do-estado-novo/ mide social brasileira, e de orientação liberal-conservadora.

28
HISTÓRIA DO BRASIL

Em geral, os dois primeiros, PTB e PSD costumavam se uma semana fazendo greve de fome. No dia 30 de dezem-
unir à época das eleições, pois seus programas tinham mais bro de 1968 foi divulgada uma lista de políticos cassados:
pontos coincidentes entre si, em detrimento da UDN. Além 11 deputados federais, entre os quais Márcio Moreira Al-
disso, os dois partidos foram criados por Getúlio Vargas ves. Carlos Lacerda teve os direitos políticos suspensos. No
perto do fim do Estado Novo, para compor o novo cenário dia seguinte, o presidente Costa e Silva falou em rede de
democrático que se aproximava. rádio e tv, afirmando que o AI-5 havia sido não a melhor,
Por outro lado, o partido campeão de votos e domi- mas a única solução e que havia salvo a democracia e esta-
nante no Congresso Nacional era o PSD, que não estava belecido a volta às origens do regime.
tão intimamente ligado às elites, mas também distante No início de 1969 Lacerda viajou para a Europa e, em
das classes mais pobres. Corroborando tal equidistância, maio, seguiu para a África como enviado especial de O Es-
o PSD, no final do período, ao contrário da imagem lega- tado de São Paulo e do Jornal da Tarde. Em 16 de janeiro
da de maior simpatia ao programa do PTB, estava mais de 1969 foi divulgada nova lista de 43 cassados com 35
ligado à agenda da conservadora UDN. Tal fato vai ligar- deputados, 2 senadores e 1 ministro do STF, Peri Constant
se à implementação do golpe de 1964, pois o PTB rumava Bevilacqua. O regime militar estava se tornando uma dita-
para uma maior radicalização, aliando-se a forças cada vez dura mais e mais violenta, a imprensa da época (Folha de
mais à esquerda, como o PCB, que mesmo na clandesti- São Paulo) veladamente afirmava que o AI-5 foi o “golpe
nidade, operava discretamente aliando-se aos trabalhistas. dentro do golpe”, expressão esta que acabou virando cha-
O medo da incerteza sobre até que ponto iria tal guinada vão entre a população.
para a esquerda do partido do presidente João Goulart deu A Emenda Constitucional: No dia 17 de outubro, foi
o apoio da classe média aos militares para que dessem o promulgada pela junta militar a Emenda Constitucional nº
golpe, com o intuito de restabelecer o equilíbrio do status 1, incorporando dispositivos do AI-5 à constituição, estabe-
quo político. A intervenção militar deveria ser temporária, lecendo o que ficou conhecido como Constituição de 1969.
tal como ocorreu com a intervenção que permitiu Jusceli- Em 25 de outubro, Médici e Rademaker foram eleitos pelo
no Kubitschek tomar posse como presidente eleito. Subiu Congresso por 293 votos, havendo 76 abstenções, corres-
ao poder o general Castelo Branco, que deveria ocupar o pondentes à bancada do MDB. O novo presidente tomou
posse no dia 30 de novembro.
mandato temporariamente até as eleições de 1965. Mas a
Após o Golpe de 1964: Logo após o golpe de 1964,
percepção dos militares de que deveriam permanecer no
em seus primeiros 4 anos, a ditadura foi endurecendo e
poder, para “terminar o seu trabalho” predominou, e uma
fechando o regime aos poucos. O período compreendido
nova ditadura, que poria fim ao período liberal se instalou.
entre 1968 até 1975 foi determinante para a nomenclatu-
ra histórica conhecida como “anos de chumbo”. Dezoito
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/republica
milhões de eleitores brasileiros sofreram das restrições im-
-liberal-no-brasil/
postas por seguidos Atos Institucionais que ignoravam e
cancelavam a validade da Constituição Brasileira, criando
um Estado de exceção, suspendendo a democracia.
Querendo impor um modelo sócio, político e econômi-
J. A INTERVENÇÃO MILITAR, SUA NATUREZA co para o Brasil, a ditadura militar no entanto tentou forjar
E TRANSFORMAÇÕES ENTRE 1964 E 1985. AS um ambiente democrático, e não se destacou por um go-
MUDANÇAS INSTITUCIONAIS DURANTE O vernante definido ou personalista. Durante sua vigência, a
PERÍODO. ditadura militar não era oficialmente conhecida por este
nome, mas pelo nome de “Revolução” - os golpistas de
1964 sempre denominaram assim seu feito - e seus gover-
nos eram considerados “revolucionários”. A visão crítica do
regime só começou a ser permitida a partir de 1974, quan-
O AI-5 e o Fechamento do Regime Militar: Para en- do o general Ernesto Geisel determinou a abertura lenta e
frentar a crise Costa e Silva editou, em 13 de dezembro de gradual da vida sócio-política do país.
1968, o AI-5 que permitia ao governo decretar o recesso Bipolarização: Durante a eclosão do golpe de 1964
legislativo e intervir nos estados sem as limitações da cons- havia duas correntes ideológicas no Brasil, sendo uma de
tituição, a cassar mandatos eletivos, decretar confisco dos esquerda e outra de direita. Aquelas correntes tinham mo-
bens “de todos quantos tenham enriquecido ilicitamente” vimentos populares de ambas facções, acredita-se finan-
e suspender por 10 anos os direitos políticos de qualquer ciados com capital externo. Além da polarização, existia
cidadão. Ou seja, apertou ainda mais o regime. O AC 38 de- também um forte sentimento antigetulista, dizem alguns
cretou o recesso do Congresso por tempo indeterminado. motivador do movimento militar que derrubou Jango.
Foram presos jornalistas e políticos que haviam se manifes- Lista dos principais movimentos de direita e esquer-
tado contra o regime, entre eles o ex-presidente Juscelino da
Kubitschek, e ex-governador Carlos Lacerda, além de de- A esquerda
putados estaduais e federais do MDB e mesmo da ARENA. - Mais de mil sindicatos de trabalhadores foram fun-
Lacerda foi preso e conduzido ao Regimento Marechal dados até 1964
Caetano de Farias, da Polícia Militar do Estado da Guanaba- - Surge o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)
ra, sendo libertado por estar com a saúde debilitada, após - Pacto de Unidade e Ação (PUA aliança intersindical)

29
HISTÓRIA DO BRASIL

- União Nacional dos Estudantes (UNE) Começa a haver vazamentos de dados e informações para
- Ação Popular (católicos de esquerda) órgãos de direitos humanos internacionais, sendo portanto
- Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb - reu- urgente a interrupção de toda e qualquer informação de
nindo intelectuais de esquerda) eventos que possam ocasionar algum tipo de protesto da
- Frente de Mobilização Popular (FMP, liderada por opinião pública internacional e o espalhamento de notícias
Leonel Brizola) indesejáveis em território nacional. Também são criados tri-
- União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do bunais de censura, com a finalidade de julgar rapidamente
Brasil órgãos de comunicações que porventura burlem a ordem
- Ligas camponesas estabelecida, com seu fechamento e lacramento imediato
- Organizações de luta contra o regime militar e pela em caso de necessidade institucional.
instalação do regime comunista (inclusive surgidas após o A estratégia política do governo Geisel: Tratava-se
golpe) da já referida “abertura lenta, gradual e segura” idealiza-
- Ação Libertadora Nacional (ALN) da por Golbery. Lenta e gradual, para o militares não per-
- Comando de Libertação Nacional (COLINA) derem o controle do processo. Segura, para evitar que as
- MNR forças políticas derrubadas em 1964 voltassem ao poder.
- Molipo Seria muito simplismo, entretanto, supor que a “abertura”
- Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8] tenha sido planejada e implementada só por essa razão.
- PCB Outros motivos foram decisivos para a sua adoção. Em
- PCBR primeiro lugar, Geisel e seu grupo tinham perfeita cons-
- Partido Operário Comunista (POC) ciência de que a situação do país, especialmente a eco-
- POLOP nômica, tornara-se complicada. As crescentes dificuldades
- VAR-Palmares econômicas decorrentes do colapso do “milagre”, descritas
- Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) anteriormente, geravam focos de descontentamento entre
A direita setores empresariais, classes médias e operariado. O novo
- Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) governo sabia que manter uma ditadura num quadro de
- Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad) crescimento econômico e relativa prosperidade era muito
- Campanha da Mulher pela Democracia (Camde, fi- diferente de mantê-la numa situação de crise econômica.
nanciada pelo Ipes) A falta de liberdade política aliada à queda nos lucros e à
- União Cívica Feminina (UCF, sob orientação do Ipes) grave crise social era uma combinação perigosa, que po-
- Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas deria fazer explodir o sistema político, com consequências
(Adce, ligada ao Ipes) imprevisíveis para o interesse dominantes.
- Movimento Anticomunista (MAC, formado por uni- Em segundo lugar, os militares sabiam que as medidas
versitários) econômicas para enfrentar a crise seriam impopulares e
- Frente da Juventude Democrática (formada por estu- provocariam descontentamentos, inclusive entre podero-
dantes anticomunistas radicais) sos grupos econômicos. Havia o temor de que o desgaste
- Comando de Caça aos Comunistas (o famoso CCC que o governo iria sofrer com essas medidas atingisse o
que era formado por estudantes anticomunistas radicais) Exército. Os fracassos do governo se confundiram com os
- Esquadrões da Morte (formados por policiais para o do Exército. Para esse grupo de militares liderados por Gei-
assassinato de opositores) sel, afastar-se, o mais rápido possível, do Executivo era uma
A Invasão da UNE: Em Ibiúna, São Paulo, realizou-se forma de preservar a instituição e evitar a sua desmoraliza-
em 12 de outubro de 1968 o trigésimo congresso da UNE. ção e desgaste perante a nação. Isso, pensavam, seria o fim,
A polícia invade a reunião e prende 1240 estudantes, mui- pois para eles o Exército e o conjunto das Forças Armadas
tos são feridos, alguns gravemente; quando levados para eram os principais pilares da República. Diante desses pro-
a prisão são torturados e muitas moças abusadas sexual- blemas havia, pelo menos, duas alternativas. Ou o gover-
mente pelos policiais. Aqueles que tentam protestar contra no reorientava a economia visando atenuar a crise social,
a violência são espancados e humilhados publicamente, melhorar os salários, diminuir a concentração de renda e
os familiares que tentam entrar com habeas-corpus são fi- recuperar o sistema público de saúde e educação, ou im-
chados pelo SNI e ameaçados pelas forças de segurança. plementava reformas políticas que criassem canais para
Alguns pais, por serem funcionários de instituições públi- que o descontentamento popular pudesse se manifestar,
cas, perdem seus empregos e são perseguidos pelas for- desde que preservada a estabilidade política, ou seja, os
ças de repressão; alguns repórteres que presenciaram os interesses essenciais das elites econômicas e políticas.
espancamentos têm seus equipamentos destruídos pelos Ora, era óbvio que a elite empresarial, base de apoio
policiais, sendo dada ordem para nada ser publicado ou do governo, não iria admitir alterações no modelo eco-
divulgado pelos meios de comunicação. nômico. No decorrer da década de 1964 - 1974, ele fora
Criação do Conselho Superior de Censura: Em fun- responsável pelo espetacular enriquecimento dessa fração
ção dos acontecimentos que estão por atropelar a histó- da sociedade brasileira. A elite econômica, a partir daquele
ria, é criado no dia 22 de novembro de 1968 o Conselho momento, passou a lutar com unhas e dentes para preser-
Superior de Censura, cuja função é centralizar e coordenar var essa forma de produzir riqueza e miséria em larga es-
as ações dos escritórios de censura espalhados pelo país. cala: o modelo econômico brasileiro. Em resumo, a “aber-

30
HISTÓRIA DO BRASIL

tura política” visava realizar mudanças graduais no sistema de avançarem na Europa, tinham na América do Sul um
político para atingir dois objetivos simultâneos. Primeiro, interesse secundário. Ao contrário, a defesa dos interesses
transferir o poder aos civis que apoiaram o golpe de 1964. dos EUA, quer dizer, das “democracias” contra o nazi-fas-
Segundo, manter o selvagem sistema de acumulação ca- cismo, poderia comprometer a política interna de Vargas.
pitalista criado pelos militares e pelos grupos econômicos No entanto, as pressões norte-americanas foram in-
dominantes. tensas, contaram com o apoio de outros países latino-a-
Repressão: esta era a ordem política no Brasil na época mericanos e utilizou-se de diversos mecanismos, desde
da Segunda Guerra. O aquele que foi considerado o mais eficiente - a liberação de
Estado Novo, decretado em 10 de novembro de 1937, recursos para a construção da Usina de Volta Redonda - até
fechou o Congresso, impôs a censura à imprensa, prendeu um novo modelo de relação, batizado de “política de boa
líderes políticos e sindicais e colocou interventores nos go- vizinhança”, pelo presidente F. Roosevelt dos EUA. Intelec-
verno estaduais. Com um estilo populista, Getúlio Vargas tuais brasileiros visitaram os EUA, e mesmo o general Góis
montou um poderoso esquema de propaganda pessoal Monteiro - germanófilo - ficou encantado em conhecer os
ao criar o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), estúdios Disney.
claramente inspirado no aparelho nazista de propaganda A América estava dividida e as posições pareciam irre-
idealizado por Joseph Goebbels. A Hora do Brasil, intro- dutíveis. “E quando o chanceler brasileiro (Oswaldo Aranha)
duzida nas rádios brasileiras e chamada ironicamente pela se agiganta à estatura dos grandes estadistas do século. Ele
intelectualidade de “Fala Sozinho”, mostrava os feitos do consegue salvar a partida perdida, dando ganho aparente-
governo, escondendo a repressão política praticada contra mente ao adversário. Com uma lucidez absoluta, sente que
uma sociedade pouco organizada na época. Vargas criou o a fórmula inicial não poderia mais ser atingida com una-
salário mínimo e instituiu a Consolidação das Leis do Tra- nimidade. As pressões dos países do Eixo - que conhecia
balho (CLT), entre outros benefícios sociais, o que o levou e repelira - atuavam na Conferência. Mas, importante que
a ser aclamado como “pai dos pobres” pela população de era a ruptura imediata, (...) não era o princípio em causa, o
baixa renda. principal. Este era a unidade continental, a solidariedade
Em 1940, um ano após eclodir na Europa, a guerra ain- entre as nações americanas, a reação unânime à agressão.
da não ameaçava diretamente o Brasil. A ideologia nazis- Porque, firmado esse princípio, tudo o mais seria atraído
ta, contudo, fascinava os homens que operavam o Estado por ele. Oswaldo Aranha é a grande figura da III Reunião de
Novo a tal ponto que Francisco Campos, o autor da Cons- Consulta. Sem ele, teria perecido, naquela ocasião, a unida-
tituição de 1937, chegou a propor à embaixada alemã no de continental. (...) A Europa ocupada, a Inglaterra subjuga-
Brasil a realização de uma “exposição anticomintern”, com da, a Rússia invadida, não .precisariam os Exércitos nazistas
a qual pretendia demonstrar a falência do modelo políti- atravessar os oceanos. As quintas-colunas se aprestariam
co comunista. Mais tarde, o chefe da polícia (um órgão de em tomar conta dos governos americanos. A Nova Ordem
atuação similar à da Polícia Federal de hoje), Filinto Muller, nazista teria, afinal, triunfado no mundo. (...) A Conferência
enviou policiais brasileiros para um “estágio” na Gestapo. do Rio de Janeiro teve uma importância decisiva nos desti-
Góes Monteiro, o chefe do Estado Maior do Exército, foi nos da humanidade. Pela primeira vez, em face de um caso
mais longe. Participou de manobras do exército alemão e concreto, positivo e definido, foi posta à prova a estrutura
ameaçou romper com a Inglaterra quando os britânicos do pan-americanismo. Pela primeira vez todo um continen-
apreenderam o navio Siqueira Campos, que trazia ao Brasil te se declarou unido para uma ação comum, em defesa de
armas compradas dos alemães. um ideal comum, a Liberdade”.
Existem divergentes interpretações sobre a postura de Em 22 de agosto de 1942, Vargas reúne-se com seu
Vargas frente a eclosão da II Guerra. A visão tradicional, novo ministério: “diante da comprovação de dos atos de
considera o presidente como um político habilidoso, que guerra contra a nossa soberania, foi reconhecida a situação
protelou o quanto pôde a formalização de uma posição de beligerância entre o Brasil e as nações agressoras - Ale-
diante do conflito, na medida em que poderia obter ga- manha e Itália”. Em 31 de agosto foi declarado o estado de
nhos, do ponto de vista econômico, dos dois lados. O gran- guerra em todo o território nacional.
de sonho do presidente era a industrialização do Brasil e,
nesse sentido, pretendia obter recursos externos. Em 1940
o ministro Souza Costa publicou um Plano Quinquenal,
que previa o reequipamento das ferrovias, a construção da
Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, a instalação de uma K. O “MILAGRE ECONÔMICO”.
indústria aeronáutica e a construção da Usina Siderúrgica
de Volta Redonda, reforçando o nacionalismo econômico.
Outra visão considera a posição de Vargas frente a
Guerra como expressão de uma contradição, na medida O que foi
em que o país dependia de forma mais acentuada da eco- O período da História do Brasil entre os anos de 1969
nomia norte-americana e ao mesmo tempo possui uma es- e 1973 foi marcado por forte crescimento da economia.
trutura política semelhante à dos países do Eixo. A posição Nesta época o Brasil era uma Ditadura Militar, governado
favorável a Alemanha poderia comprometer o desenvolvi- pelo general Médici. O termo “milagre” está relacionado
mento econômico do país, uma vez que os nazistas, apesar com este rápido e excepcional crescimento econômico

31
HISTÓRIA DO BRASIL

pelo qual passou o Brasil neste período. Este crescimento


foi alavancado pelo PAEG (Programa de Ação Econômica L. A REDEMOCRATIZAÇÃO.
do Governo) implantado em 1964, durante o governo de
Castelo Branco. 

Principais características deste período: É conhecido como «redemocratização” na história


do Brasil o período de abertura política, ou seja, de recu-
Aspectos positivos: peração das instituições democráticas abolidas pelo cha-
- Crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) entre 7% mado Regime Militar, instituído em 1964, e que impunha
e 13% ao ano; desde aquele ano um regime de exceção e de censura às
- Melhorais significativas na infraestrutura do país; instituições nacionais.
- Aumento do nível de emprego proporcionado, prin- A grosso modo, o período considerado como de rede-
cipalmente, pelos investimentos nos setores de infraestru- mocratização vai desde o governo Ernesto Geiselaté a elei-
tura e indústria. ção indireta de Tancredo Neves, que morreria pouco antes
- Significativo desenvolvimento industrial, alavancado de assumir o poder, resultando na posse de José Sarney,
pelos investimentos nos setores de siderurgia, geração de cujo período na presidência inicia o que se costuma deno-
eletricidade e indústria petroquímica. O setor foi puxado, minar Nova República.
principalmente, pelo crescimento e fortalecimento das em- Com o fim do período de Ernesto Geisel na presidên-
presas estatais. cia, ficava claro para a opinião pública que o Regime Militar
estava chegando ao fim, e a palavra em voga era “abertu-
Aspectos negativos: ra”, em especial a política, mesmo que a contragosto da
- Inflação elevada. No período, a inflação ficou entre chamada Linha Dura do regime. O regime estava na verda-
15% e 20% ao ano. de implodindo, com uma inflação galopante que este não
conseguia controlar, denúncias de corrupção por todos os
- Aumento da dívida externa. O desenvolvimento eco- lados que surgiam com o levantamento da censura, per-
nômico foi bancado, principalmente, com empréstimos da de confiança da população no governo, e as sucessivas
no exterior. Esta dívida prejudicou o desenvolvimento do perdas nas eleições legislativas do partido governista, a
Brasil nos anos futuros, pois criou uma dependência com ARENA. Tais fatores contribuíram para que a abertura polí-
relação aos credores e ao FMI (Fundo Monetário Interna- tica fosse mais que um gesto de boa vontade do governo.
Era o gesto de um regime acossado pela crise e que se
cional), além de comprometer uma significativa fatia do or-
ressentia da força das manifestações populares, cada vez
çamento para pagamento de juros da dívida.
mais constantes.
É nessa mesma época que os sindicatos de trabalhado-
- Embora a economia tenha crescido consideravelmen-
res do ABC iniciam grandes manifestações por melhorias
te, não houve distribuição de renda e, portanto, aumentou
nas condições de trabalho, além das vozes vindas da Igreja
ainda mais as desigualdades sociais no país com o aumen-
Católica, em especial as de Dom Evaristo Arns, arcebispo
to da concentração de renda nas mãos dos mais ricos.
de São Paulo, e Dom Hélder Câmara, arcebispo emérito de
  Olinda e Recife, além de Leonardo Boff, representante mais
O fim do milagre conhecido da Teologia da Libertação, que defendia o en-
O crescimento econômico brasileiro começou a dimi- gajamento social do clero, além das atividades promovidas
nuir a partir de 1974 com uma crise mundial provocada pelas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A imprensa,
pelo “choque do petróleo”. O elevado aumento do petró- especialmente a chamada “alternativa” voltava com força à
leo no mercado mundial afetou diretamente a economia atividade, fazendo forte oposição ao governo, incomodan-
brasileira. Os combustíveis derivados do petróleo aumen- do ao ponto da Linha Dura habitualmente colocar bombas
taram muito, elevando ainda mais a inflação. em bancas de jornais que geralmente vendiam as publica-
A balança comercial brasileira ficou com déficit elevado ções contestadoras. Além de bombas em bancas de jornal,
em função da importação de petróleo a preços exorbitan- os radicais de direita tinham planos mais infames, que por
tes. sorte não obtiveram sucesso, como o famoso atentado à
Os investimentos externos e internos diminuíram sig- bomba ao Rio Centro durante um show em comemoração
nificativamente, prejudicando o avanço da economia nos ao 1 de maio.
níveis anteriores. Entre os anos de 1974 e 1979, o PIB bra- A anistia aos condenados por crimes políticos veio em
sileiro passou a crescer na média de 6,5%, diminuindo a 1979, sendo que o inusitado deste gesto é que ele abonou
geração de empregos e a massa salarial. Este fato fez com também os torturadores. No mesmo ano era estabelecida a
que houvesse uma significativa diminuição do consumo in- nova Lei Orgânica dos Partidos, que acabava com o bipar-
terno, prejudicando as empresas nacionais voltadas para o tidarismo, e liberava a criação de novos, que começaram a
mercado nacional. surgir, como o PMDB, PDS, PFL, e ainda o PT.
Mas, o ponto máximo do período da redemocratização
Fonte: http://www.suapesquisa.com/ditadura/mila- foi sem dúvida o movimento pelas Diretas-Já, campanha
gre_economico.htm que mobilizou milhões no final do mandato do presidente

32
HISTÓRIA DO BRASIL

João Figueiredo, buscando pressionar o Legislativo a apro- Esse período foi um dos mais importantes da história
var a chamada Emenda Dante de Oliveira, de autor do par- do país no que diz respeito às lutas e movimentos, ele con-
lamentar mato-grossense, e que restituía o voto direto para tribuiu decisivamente, através das pressões organizadas,
presidente. A campanha pelas Diretas-Já marcou a década para a conquista de vários direitos sociais, que foram ins-
de 80 no Brasil, e uniu personalidades de todos os campos critos posteriormente em leis na nova Constituição Federal
em torno do desejo do voto, que acabaria frustrado, pois a de 1988.
Emenda não foi aprovada. O candidato apoiado pelo povo,
porém, venceria as eleições indiretas, mas, causando nova Fonte: http://movimentossociaisde1970.blogspot.com.
frustração no povo, morreria antes de assumir. Seu nome: br/2013/09/movimentos-sociais-1970.html
Tancredo Neves; em seu lugar, assumiria seu vice, José Sar-
ney, um verdadeiro democrático de última hora, político
originário da ARENA, o partido de apoio do Regime Militar,
e de seu sucessor, o PDS.
N. A CAMPANHA PELAS ELEIÇÕES DIRETAS
Fonte: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/
redemocratizacao/

Diretas Já foi um dos movimentos de maior partici-


pação popular, da história do Brasil. Teve início em 1983,
M. OS MOVIMENTOS SOCIAIS NAS DÉCADAS
no governo de João Batista Figueiredo e propunha eleições
DE 1970 E 1980: ESTUDANTES, OPERÁRIOS E
diretas para o cargo de Presidente da República. A campa-
DEMAIS SETORES DA SOCIEDADE.
nha ganhou o apoio dos partidos PMDB e PDS, e em pouco
tempo, a simpatia da população, que foi às ruas para pedir
a volta das eleições diretas.
Sob o Regime Militar desde 1964, a última eleição dire-
Na década de 1970 ficaram famosos os movimentos
ta para presidente fora em 1960. A Ditadura já estava com
sociais articulados por grupos de oposição ao regime mili-
seus dias contados. Inflação alta, dívida externa exorbitan-
tar, a partir daí esses movimentos começaram a se expres-
te, desemprego, expunham a crise do sistema. Os milita-
sar com maior visibilidade social. Foram muitos os movi-
res, ainda no poder, pregavam uma transição democrática
mentos sociais que surgiram ou ressurgiram na década de
lenta, ao passo que perdiam o apoio da sociedade, que
70, mas esse blog irá focar nos movimentos que tiveram
insatisfeita, queria o fim do regime o mais rápido possível.
relação direta com a repressão.
Em 1984, haveria eleição para a presidência, mas seria
Boa parte dos movimentos já existia antes desse perío- realizada de modo indireto, através do Colégio Eleitoral.
do, na verdade a maioria deles foi obrigada a silenciar com Para que tal eleição transcorresse pelo voto popular, ou
a ditadura, porém, mesmo diante de forte repressão, os seja, de forma direta, era necessária a aprovação da emen-
movimentos sociais não se calaram totalmente, e buscaram da constitucional proposta pelo deputado Dante de Olivei-
se expressar através de outros sujeitos políticos coletivos, ra (PMDB – Mato Grosso).
entre eles a Igreja Católica. A cor amarela era o símbolo da campanha. Depois de
Eles passaram a ter novo caráter a partir dos anos 70, duas décadas intimidada pela repressão, o movimento das
não eram mais as questões econômicas o tema principal Diretas Já ressuscitou a esperança e a coragem da popu-
dos movimentos. lação. Além de poder eleger um representante, a eleição
Surgia uma nova necessidade, uma nova emergência, direta sinalizava mudanças também econômicas e sociais.
além das já existentes... um novo grito, na verdade, esse Lideranças estudantis, como a  UNE (União Nacional dos
grito já existia, mas foi obrigado a se calar. Estudantes), sindicatos, como a CUT (Central Única dos Tra-
Agora o que falava mais alto era o desejo de liberdade balhadores), intelectuais, artistas e religiosos reforçaram o
e justiça, a cobrança de dívidas que a ditadura ia acumulan- coro pelas Diretas Já.
do com a sociedade. Foram realizadas várias manifestações públicas. Mas
Vários segmentos se uniram contra o arbítrio do regi- dois comícios marcaram a campanha, dias antes de ser vo-
me autoritário, levando ao surgimento de mais atores no tada a emenda Dante de Oliveira. Um no Rio de Janeiro,
cenário político e social brasileiro, devido a não-efetivação no dia 10 de abril de 1984 e outro no dia 16 de abril, em
dos direitos sociais. São Paulo. Aos gritos de Diretas Já! mais de um milhão de
Essa rearticulação da sociedade civil trouxe um clima pessoas lotou a praça da Sé, na capital paulista.
de esperança, trouxe a fé na retomada da democracia e na Uma figura de destaque deste movimento foi Ulysses
necessidade da participação de todos nas decisões sociais Guimarães (PMDB), apelidado de “o Senhor diretas”. Ou-
e políticas, o povo passou a acreditar que, se organizando, tros nomes emblemáticos da campanha foram o ex-presi-
poderia promover mudanças, se tornando um sujeito his- dente da República, Luís Inácio Lula da Silva, a cantora Fafá
tórico fundamental na transição democrática. de Belém e o apresentador Osmar Santos.

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HISTÓRIA DO BRASIL

No dia 25 de abril de 1984, o Congresso Nacional se re- Com a nova constituição, o direito maior de um cidadão
uniu para votar a emenda que tornaria possível a eleição di- que vive em uma democracia foi conquistado: foi determi-
reta ainda naquele ano. A população não pode acompanhar nada a eleição direta para os cargos de Presidente da Repú-
a votação dentro do plenário. Os militares temendo manifes- blica, Governador de Estado (e do Distrito Federal), Prefeito,
tações reforçaram a segurança ao redor do Congresso Na- Deputado (Federal, Estadual e Distrital), Senador e Vereador.
cional. Tanques, metralhadoras e muitos homens sinalizavam A nova Constituição também previu uma maior responsabili-
que aquela proposta não era bem-vinda. dade fiscal. Ela ainda ampliou os poderes do Congresso Na-
Para que a emenda fosse aprovada, eram necessários cional, tornando o Brasil um país mais democrático.
2/3 dos votos. A expectativa era grande. Foram 298 votos a Pela primeira vez uma Constituição brasileira define a
favor e 65 contra e 3 abstenções (outros 112 deputados não função social da propriedade privada urbana, prevendo a
compareceram). Para ser aprovada, a proposta precisava de existência de instrumentos urbanísticos que, interferindo no
320 votos. direito de propriedade (que a partir de agora não mais seria
Com o fim do sonho, restava ainda a eleição indireta, considerado inviolável), teriam por objetivo romper com a
quando dois civis disputariam o cargo. Paulo Maluf (PDS) e lógica da especulação imobiliária. A definição e regulamen-
Tancredo Neves (PMDB) foram os indicados. Com o apoio tação de tais instrumentos, porém, deu-se apenas com a pro-
das mesmas lideranças das Diretas Já, Tancredo Neves ven- mulgação do Estatuto da Cidade em 2001.
ceu a disputa.
Estrutura
A Constituição de 1988 está dividida em 10 títulos (o
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/diretas-ja/
preâmbulo não conta como título). As temáticas de cada tí-
tulo são:
Preâmbulo - introduz o texto constitucional. De acordo
com a doutrina majoritária, o preâmbulo não possui força
O. A CONSTITUIÇÃO DE 1988.
de lei.
Princípios Fundamentais - anuncia sob quais princípios
será dirigida a República Federativa do Brasil.
Constituição Brasileira de 1988 Direitos e Garantias Individuais - elenca uma série de
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 direitos e garantias individuais, coletivos, sociais, de nacio-
é a lei fundamental e suprema do Brasil, servindo de parâ- nalidade e políticos. As garantias ali inseridas (muitas delas
metro de validade a todas as demais espécies normativas, si- inexistentes em Constituições anteriores) representaram um
tuando-se no topo da pirâmide normativa. É a sétima a reger marco na história brasileira.
o Brasil desde a sua Independência. Organização do Estado - define o pacto federativo, ali-
Desde 1964 estava o Brasil sob o regime da ditadura mi- nhavando as atribuições de cada ente da federação (União,
litar, e desde 1967 (particularmente subjugado às alterações Estados, Distrito Federal e Municípios). Também define situa-
decorrentes dos Atos Institucionais) sob uma Carta Magna ções excepcionais de intervenção nos entes federativos, além
imposta pelo governo. de versar sobre administração pública e servidores públicos.
O sistema de exceção, em que as garantias individuais e Organização dos Poderes - define a organização e atri-
sociais eram diminuídas (ou mesmo ignoradas), e cuja finali- buições de cada poder (Poder Executivo, Poder Legislativo
dade era garantir os interesses da ditadura (internalizado em e Poder Judiciário), bem como de seus agentes envolvidos.
conceitos como segurança nacional, restrição das garantias Também define os processos legislativos (inclusive para
fundamentais, etc.) fez crescer, durante o processo de aber- emendar a Constituição).
tura política, o anseio por dotar o Brasil de uma nova Consti- Defesa do Estado e das Instituições - trata do Estado
tuição, defensora dos valores democráticos. Anseio este que de Defesa, Estado de Sítio, das Forças Armadas e das Polícias.
se tornou necessidade após o fim da ditadura militar e a re- Tributação e Orçamento - define limitações ao poder
de tributar do Estado, organiza o sistema tributário e esmiú-
democratização do Brasil, a partir de 1985.
ça os tipos de tributos e a quem cabe cobrá-los. Trata ainda
da repartição das receitas e de normas para a elaboração do
Ideologias Manifestas na CF/88
orçamento público.
Independentemente das controvérsias de cunho político, Ordem Econômica e Financeira - regula a atividade
a Constituição Federal de 1988 assegurou diversas garantias econômica e também eventuais intervenções do Estado na
constitucionais, com o objetivo de dar maior efetividade aos economia. Discorre ainda sobre as normas de política urba-
direitos fundamentais, permitindo a participação do Poder na, política agrícola e política fundiária.
Judiciário sempre que houver lesão ou ameaça de lesão a Ordem Social - trata da Seguridade Social (incluin-
direitos. do Previdência Social), Saúde, Assistência Social, Educação,
Para demonstrar a mudança que estava havendo no Cultura, Desporto, Meios de Comunicação Social, Ciência e
sistema governamental brasileiro, que saíra de um regime Tecnologia, Meio Ambiente, Família, além de dar atenção
autoritário recentemente, a Carta Magna de 1988 qualificou especial aos seguintes segmentos: crianças, jovens, idosos e
como crimes inafiançáveis a tortura e as ações armadas con- populações indígenas.
tra o estado democrático e a ordem constitucional, criando Disposições Gerais - artigos esparsos versando sobre
assim dispositivos constitucionais para bloquear golpes de temáticas variadas e que não foram inseridas em outros tí-
quaisquer natureza. tulos em geral por tratarem de assuntos muito específicos.

34
HISTÓRIA DO BRASIL

Disposições Transitórias - faz a transição entre a Consti- Os Remédios Constitucionais previstos no art. 5º da
tuição anterior e a nova. Também estão incluídos dispositivos CF/88 são:
de duração determinada. - Habeas Data - sua finalidade é garantir ao particular o
Características acesso informações que dizem ao seu respeito constantes do
Rigidez - a Constituição exige um processo legislativo registro de banco de dados de entidades governamentais ou
mais elaborado, consensual e solene para a elaboração de de caráter público ou correção destes dados, quando o par-
emendas constitucionais de que o processo comum exigido ticular não preferir fazer por processo sigiloso, administrativo
para todas as demais espécies normativas. ou judicial (art. 5º, LXXII, da CF).
Pontos em Destaque e Emendas Constitucionais - Ação Popular - objetiva anular ato lesivo ao patrimônio
O artigo 60 da constituição estabelece as regras que re- público e punir seus responsáveis art. 5º, LXXIII, da CF e Lei
gem o processo de criação e aprovação de emendas cons- n.º 4.171/65).
titucionais. Uma emenda pode ser proposta pelo Congresso - Habeas Corpus - instrumento tradicionalíssimo de ga-
Federal (um terço da Câmara dos Deputados ou do Senado rantia de direito, assegura a reparação ou prevenção do di-
Federal), pelo Presidente da República ou pela maioria das reito de ir e vir, constrangido por ilegalidade ou por abuso de
assembleias dos governos estaduais. Uma emenda é aprova- poder (art. 5º, LXVIII, da CF).
da somente se uma maioria absoluta (três quintos) da Câma- - Mandado de Segurança - usado de modo individual
ra dos Deputados e Senado Federal aprovarem a proposta. (art. 5º, LXIX, da CF). Tem por fim proteger direito líquido e
As emendas constitucionais devem ser elaboradas res- certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data.
peitando certas limitações. Há limitações materiais (conheci- - Mandado de Segurança Coletivo - usado de modo co-
das como cláusulas pétreas, art. 60, §4º), limitações circuns- letivo (art. 5º, LXX, da CF). Tem por finalidade proteger o di-
tanciais (art.60, §1º), limitações formais ou procedimentais reito de partidos políticos, organismos sindicais, entidades de
(art. 60, I, II, III, §3º), e ainda há uma forma definida de delibe- classe e associação legalmente constituídas em defesa dos
ração (art. 60, §2º) e promulgação (art. 60, §3º). interesses de seus membros ou associados.
Implicitamente considera-se que o art. 60 da CF/88 é ir- - Mandado de Injunção - usado para viabilizar o exercício
de um direito constitucionalmente previsto e que depende
reformável pois alterações no art. 60 permitiriam uma revisão
de regulamentação (art. 5º, LXXI, da CF).
completa da Constituição. Nos casos não abordados pelo art.
Política Urbana e Transferências de Recursos
60 é possível propor emendas. Os órgãos competentes para
Entre outros elementos inovadores, esta Constituição
submeter emendas são: a Câmara dos Deputados, o Senado
destaca-se das demais na medida em que pela primeira vez
Federal, o Presidente da República e de mais da metade das
estabelece um capítulo sobre política urbana, expresso nos
Assembleias Legislativas das unidades da Federação, mani-
artigos 182 e 183. Até então, nenhuma outra Constituição
festando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
definia o município como ente federativo: a partir desta, o
membros.
município passava efetivamente a constituir uma das esferas
A emenda constitucional de revisão, conforme o art 3º
de poder e a ela era dada uma autonomia e atribuições iné-
da ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias),
ditas até então.
além de possuir implicitamente as mesmas limitações mate- Com isso Constituição de 1988 favoreceu os Estados e
riais e circunstanciais, e os mesmos sujeitos legitimados que Municípios, transferindo-lhes a maior parte dos recursos,
o procedimento comum de emenda constitucional, também porém sem a correspondente transferência de encargos e
possuía limitação temporal - apenas uma revisão constitucio- responsabilidades. O Governo Federal continuou com os
nal foi prevista, 5 anos após a promulgação, sendo realizada mesmos custos e com fonte de receita bastante diminuídas.
em 1993. No entanto, ao contrário das emendas comuns, ela Metade do imposto de renda (IR) e do imposto sobre pro-
tinha um procedimento de deliberação parlamentar mais dutos industrializados (IPI) - os principais da União - foi au-
simples para reformar o texto constitucional pela maioria ab- tomaticamente distribuída aos Estados e Municípios. Além
soluta dos parlamentares, em sessão unicameral e promulga- disso, cinco outros tributos foram transferidos para a base de
ção dada pela Mesa do Congresso Nacional. cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Servi-
A Constituição brasileira já sofreu 62 reformas em seu ços (ICMS). Ao mesmo tempo, os constituintes ampliaram as
texto original, sendo 56 emendas constitucionais sendo a funções do Governo Federal.
última feita no dia 20 de dezembro de 2007, e 6 emendas Assim, a Carta de 88 promoveu desequilíbrios graves
constitucionais de revisão. A única revisão constitucional ge- no campo fiscal, que têm repercutindo nos recursos para
ral prevista pela Lei Fundamental brasileira aconteceu em 5 programas sociais ao induzir a União a buscar receitas não
de Outubro de 1993. partilháveis com os Estados e Municípios, contribuindo para
Remédios Constitucionais o agravamento da ineficiência e da iniquilidade do sistema
A Constituição de 1988 incluiu dentre outros direitos, tributário e do predomínio de impostos indiretos e contribui-
ações e garantias, os denominados “Remédios Constitucio- ções. Consequentemente houve uma crescente carga sobre
nais”. Por Remédios Constitucionais entende-se as garantias tributos tais como o imposto sobre operações financeiras
constitucionais, ou seja, instrumentos jurídicos para tornar (IOF), contribuição de fim social (FINSOCIAL), contribuição
efetivo o exercício dos direitos constitucionais. social sobre o lucro líquido (CSLL), entre outros.

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HISTÓRIA DO BRASIL

momento especialmente delicado para a vida política do


P. BRASIL PÓS CONSTITUIÇÃO DE 1988 País, ainda traumatizado pelo impedimento do primeiro pre-
A 201: GOVERNOS DE COLLOR, ITAMAR, sidente eleito pelo voto direto. Mineiro e conciliador, Itamar
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E LULA. conseguiu conduzir os ânimos no plano político – e ainda
criou as condições para o lançamento do Plano Real, que
também levou a assinatura do então ministro da Fazenda,
Fernando Henrique Cardoso.
José Sarney Deu sequência ao processo de abertura econômica com
Primeiro presidente após o período militar, José Sarney a oficialização do Mercosul e avanços no programa de priva-
governou de 1985 a 1990 e foi considerado decisivo no pro- tizações. Ressuscitou o fusca, mas também reduziu alíquotas
cesso de redemocratização do País. O político maranhense para que a indústria automobilística oferecesse os chamados
assumiu o cargo de forma interina em março de 1985, em carros populares. O Real estabilizou a economia, acabou com
decorrência dos problemas de saúde de Tancredo Neves, a hiperinflação e criou uma moeda confiável para a nação. O
eleito por voto indireto do Colégio Eleitoral, que tinha Sar- êxito catapultou a candidatura de FHC na eleição de 1994,
ney como vice. Com a morte de Tancredo, Sarney assumiria a com o apoio de Itamar.
presidência de forma definitiva. Fernando Henrique Cardoso
Em seu governo, foram lançados os primeiros planos Eleito em 1994 após vencer Lula ainda no primeiro tur-
para tentar conter a inflação. O que mais se aproximou de no,  Fernando Henrique Cardoso  ficaria no cargo por oito
ter sucesso foi o Plano Cruzado, de 1986, que em princípio anos – no meio do mandato, o Congresso aprovou uma
conteve o aumento dos preços e elevou o poder aquisitivo emenda constitucional que instituiu, para os cargos executi-
da população. Mas o congelamento forçado logo fez a eco- vos, o mandato de quatro anos com uma reeleição – e FHC
nomia se deteriorar, causando uma grave crise de abasteci- soube tirar vantagem da emenda feita sob medida: foi o pri-
mento e, por fim, a volta da inflação. meiro presidente da história brasileira a ser reeleito em um
Outros planos, como o Bresser e o Verão, tiveram ainda turno só. Mas o grande legado de FHC se concentraria no
menos êxito. No seu governo, a censura foi oficialmente abo- campo econômico.
lida, e o Brasil fez a Assembleia Nacional Constituinte, que Em 1994, ele teve papel fundamental na criação do plano
restaurou a democracia e sepultou toda a legislação autoritá- que acabou com a hiperinflação. No ano seguinte, teria de
ria do regime militar. Deu início às negociações que levaram domar a crise bancária gerada pelo fim da era inflacionária,
à oficialização do Mercosul, o bloco econômico formado ori- no programa que ficou conhecido como Proer.
ginalmente por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Sarney, Em 1999, contornou mais uma ameaça à moeda, quando
entretanto, deixou o governo em meio a uma forte crise eco- a mudança para o câmbio flutuante fez disparar a cotação do
nômica. Atualmente, ele comanda o Senado Federal. dólar, então tido como âncora do real. Para piorar, o período
Fernando Collor de Mello ficou marcado por crises financeiras sucessivas – no México,
Primeiro presidente eleito pelo voto popular desde o fim na Ásia, na Rússia – que também faziam a economia nacional
da ditadura militar, Fernando Collor de Mello ficou conheci- balançar. Ainda que as manobras para segurar o real tenham
do como “caçador de marajás” durante a campanha de 1989, sido alvo de críticas, no fim elas garantiram a estabilidade da
quando derrotou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva moeda, quando ela foi testada de forma mais decisiva.
no 2º turno. Collor assumiu em 1990 e deixou como principal Na área social, FHC introduziu os primeiros programas
legado o início da abertura econômica do País. A redução de distribuição de renda, depois ampliados pelos sucessores.
dos impostos de importação causou uma verdadeira invasão Mas enfrentou dificuldades com a crise no setor energéti-
de produtos importados, forçando a competitividade da pro- co no segundo mandato, que gerou um racionamento de
dução nacional. energia no País, o chamado “apagão”. Além disso, a política
Também promoveu uma reforma administrativa, redu- de aperto fiscal necessária para garantir a estabilidade im-
zindo o número de ministérios. Deu a largada num programa pediu um crescimento mais acelerado da riqueza nacional,
de privatizações que atingiria seu auge no governo FHC e minando a popularidade de FHC. Após oito anos no poder,
livrou o País de várias leis cartoriais que impediam a livre con- ele não conseguiu eleger seu candidato à sucessão, José Ser-
corrência em diversos setores da economia. Tentou ampliar ra (PSDB), em 2002.
o número de escolas primárias com aulas em tempo integral. Luiz Inácio Lula da Silva
Mas Collor ficaria marcado pelo confisco da poupança Luiz Inácio Lula da Silva governou o Brasil também por
do atrapalhado Plano Collor, além dos escândalos de corrup- dois mandatos, entre 2003 e 2010, tendo vencido o tucano
ção que resultaram na abertura de um processo de impeach- José Serra no 2º turno da eleição de 2002 e Geraldo Alckmin,
ment no Congresso. Em 1992, sem sustentação política, ele também do PSDB, na rodada final do pleito de 2006. Em seu
renunciou ao mandato horas antes de ser condenado pelo período na Presidência, Lula manteve as bases macroeconô-
Senado por crime de responsabilidade. Em 1994, o ex-presi- micas dos governos FHC, mas ampliou fortemente os progra-
dente foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por mas sociais e de transferência de renda, como o Bolsa Família.
falta de provas. O resultado, além da diminuição da pobreza, foi a ascen-
Itamar Franco são social da chamada “classe C”, cujo ingresso no consumo
Com a queda de Collor, assumiu o vice Itamar Franco, foi o motor – junto com o alto preço das commodities – do
que exerceu o mandato-tampão em 1993 e 1994. Era um crescimento acelerado na economia doméstica. Lula será

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HISTÓRIA DO BRASIL

lembrado ainda por dois fatos que, em última instância, tam- B. instituiu política econômica nacional-desenvolvimen-
bém têm consequências econômicas: a descoberta da cama- tista, que aliava o Estado, a empresa privada e a industriali-
da pré-sal de petróleo e a vitória da candidatura do Rio de zação.
Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016. C. passou por um golpe entendido como preventivo, em
Ainda no primeiro mandato, seu governo ficou marca- virtude da falta de governabilidade no Congresso Nacional.
do pelo escândalo do mensalão, que agora começou a ser D. adotou prática de contenção da industrialização em
julgado no Supremo Tribunal Federal. Segundo a denúncia benefício da agricultura cafeeira.
da Procuradoria Geral da República, houve compra de apoio E. revogou o programa de metas estabelecido durante o
político para a aprovação de projetos do interesse do gover- segundo governo de Getúlio Vargas.
no no Congresso. O Ministério Público denunciou 36 pessoas Resposta: B
pelo mensalão – Lula não foi incluído na ação penal.
Dilma Rousseff 03) No Brasil, a abolição da escravatura
Eleita em 2010, após derrotar José Serra no 2º turno, Dil- A. impediu a inserção do Brasil no sistema capitalista de
ma Rousseff , então ministra-chefe da Casa Civil do governo produção.
Lula, é a primeira mulher a assumir a Presidência da Repúbli- B. implantou vasta mão de obra no mercado de trabalho
ca. No primeiro ano de mandato, demitiu ministros envolvi- que substituiu a mão de obra imigrante.
dos em denúncias de corrupção. Apesar de rechaçar a fama C. aconteceu em concomitância com uma política de in-
de “faxineira ética”, viu sua popularidade aumentar após as serção dos ex-escravos na sociedade.
quedas dos políticos. D. resultou de um longo processo iniciado com a ex-
No campo econômico, a grande conquista tem sido a tinção do tráfico, em 1850, e posteriormente, com a Lei do
queda dos juros, uma herança indesejada da época do Plano Ventre Livre.
Real. Atualmente, a taxa básica de juros (a Selic) se encontra E. ocorreu por decisão isolada da corte, sem pressão da
na mínima histórica, de 8%. O movimento forçou os bancos a população ou de parte da elite nacional.
reduzirem margens historicamente altas, que são prejudiciais Resposta: D
para a economia real. Além disso, a presidenta tem lançado
pacotes de estímulo, para evitar que as finanças domésticas
04) Com relação à religiosidade africana e indígena no
sejam contaminadas pela persistente crise internacional. As
Brasil colonial, assinale a opção correta.
ações envolveram reduções tributárias e investimentos pú-
A. Os rituais africanos não eram tolerados, mesmo se
blicos diretos.
tivessem o consentimento do feitor e ocorressem sob vigi-
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/politi-
lância.
ca/2012-08-20/relembre-os-principais-legados-dos-presi-
B. As tribos canibais, como os Aimorés, praticavam o ca-
dentes-da-era-democratica.html
nibalismo como oferenda aos deuses.
Exercícios C. Os africanos conseguiram preservar o candomblé ao
trocarem seus símbolos por símbolos católicos.
01) Acerca da resistência dos escravos à escravatura no D. O culto da religiosidade consistiu em uma forma de
Brasil colonial, assinale a opção correta. resistência dos escravos ao processo de aculturação imposto
A. A fuga foi, dado o amplo conhecimento do território, pelo sistema escravocrata.
a forma de resistência mais adotada pelos índios, que, por E. As crenças indígenas e africanas, apesar de assimila-
razões espirituais, evitavam o suicídio. rem aspectos do catolicismo, não foram influenciadas mu-
B. O envenenamento de senhores, o aborto e o suicídio tuamente.
consistiram formas comuns de resistência dos escravos, que Resposta: D
desconsideravam a prática de sabotagem dos engenhos de
açúcar, pela grande vigilância que sofriam. 05) A respeito da Balaiada, uma das revoltas que con-
C. O quilombo de Palmares não apenas simbolizou a re- vulsionou o Brasil durante o período regencial, entre 1838 e
sistência negra à escravatura como representou uma possibi- 1840, no Maranhão, assinale a opção correta.
lidade real de organização social alternativa. A. Apesar de alguns êxitos no campo de batalha, a Ba-
D. Os quilombos não apresentavam real ameaça ao sis- laiada não conseguiu ocupar qualquer cidade maranhense.
tema colonial, o que tornou desnecessária a intervenção da B. Embora essa revolta tenha apresentado um sentido
Coroa para sua contenção. social, foi irrelevante o número de escravos fugidos que dela
E. Os índios pouco se rebelaram contra a escravidão, em participou.
virtude das alianças mantidas com os portugueses na luta C. A Balaiada concentrou-se no norte do Maranhão, área
contra tribos inimigas. dominada por grandes produtores de algodão.
Resposta: C D. O governo imperial, ocupado em debelar outros mo-
vimentos revoltosos, decidiu não enviar tropas para comba-
02) No período republicano no Brasil, o governo de Jus- ter os balaios.
celino Kubitschek E. Iniciada a partir de várias disputas entre setores da eli-
A. reduziu a dependência brasileira dos Estados Unidos te local, a revolta em questão acabou adquirindo feições de
da América ao aumentar a dependência em relação à Ingla- levante popular.
terra. Resposta: E

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HISTÓRIA DO BRASIL

ANOTAÇÕES

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LÍNGUA PORTUGUESA

1. Ortografia...........................................................................................................................................................................................................................01
2. Acentuação........................................................................................................................................................................................................................05
3. Classe, estrutura e formação das palavras (morfossemântica)..................................................................................................................08
4. A oração e seus termos (morfossintaxe)..............................................................................................................................................................30
5. Concordância verbal e nominal...............................................................................................................................................................................39
6. Regência verbal, regência nominal e emprego de crase..............................................................................................................................44
7. Texto, vocabulário e a construção de sentidos..................................................................................................................................................55
8. Coerência e coesão........................................................................................................................................................................................................59
9. Emprego dos tempos, modos verbais e vozes verbais..................................................................................................................................62
10. Pontuação.......................................................................................................................................................................................................................77
11. Fenômenos semânticos (metáfora, metonímia, sinonímia, antonímia, eufemismo, hiponímia, hiperonímia, ambiguida-
de, vaguidade, polissemia, homonímia, paráfrase)..............................................................................................................................................80
12. Argumentação e pragmática (atos de fala, implicitação, dêixis, máximas conversacionais)......................................................90
LÍNGUA PORTUGUESA

O fonema z:
1. ORTOGRAFIA
Escreve-se com S e não com Z:
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, fre-
A ortografia é a parte da língua responsável pela gra- guesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.
fia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão *os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, meta-
morfose.
culto da língua.
*as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
As palavras podem apresentar igualdade total ou par- quiseste.
cial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo ten- *nomes derivados de verbos com radicais terminados
do significados diferentes. Essas palavras são chamadas em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - em-
de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, presa / difundir - difusão
do latim, significa música vocal). As palavras homônimas *os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
(gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo *após ditongos: coisa, pausa, pouso
gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, pa- *em verbos derivados de nomes cujo radical termina
lácio ou passo, movimento durante o andar). com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-
Escreve-se com Z e não com S:
se observar as seguintes regras:
*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjeti-
vo: macio - maciez / rico - riqueza
O fonema s: *os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori-
gem não termine com s): final - finalizar / concreto - concre-
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substan- tizar
tivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, *como consoante de ligação se o radical não terminar
corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão / com s: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho
ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão - lapisinho
/ submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - im-
pulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer O fonema j:
- recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir
Escreve-se com G e não com J:
- consensual *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges-
so.
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes deri- *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
vados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou-
prim ou com verbos terminados por tir ou meter: agredir cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
- agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão /
ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / Observação: Exceção: pajem
regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, li-
compromisso / submeter - submissão tígio, relógio, refúgio.
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
*depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir.
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
*depois da letra “a”, desde que não seja radical termina-
trico / re + surgir - ressurgir do com j: ágil, agente.
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
plos: ficasse, falasse Escreve-se com J e não com G:
*as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos *as palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia,
de origem árabe: cetim, açucena, açúcar manjerona.
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, *as palavras terminada com aje: aje, ultraje.
Juçara, caçula, cachaça, cacique
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, O fonema ch:
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
Escreve-se com X e não com CH:
esperança, carapuça, dentuço
*as palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi,
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / muxoxo, xucro.
deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção *as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): xam-
*após ditongos: foice, coice, traição pu, lagartixa.
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): *depois de ditongo: frouxo, feixe.
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção *depois de “en”: enxurrada, enxoval.

1
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: Exceção: quando a palavra de origem A) A fim ...a partir ... as


não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) B) A fim ...à partir ... às
C) A fim ...a partir ... às
Escreve-se com CH e não com X: D) Afim ...a partir ... às
*as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, E) Afim ...à partir ... as
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
04. Assinale a alternativa que não apresenta erro de
ortografia:
As letras e e i: A) Ela interrompeu a reunião derrepente.
B) O governador poderá ter seu mandato caçado.
*os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. C) Os espectadores aplaudiram o ministro.
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. D) Saiu com descrição da sala.
*os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
escritos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os
05.Em qual das alternativas a frase está corretamente
verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
escrita?
- atenção para as palavras que mudam de sentido
A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou-
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (su-
perfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expan- pansa.
dir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de B) O mendigo não depositou na caderneta de poupan-
estância, que anda a pé), pião (brinquedo). ça.
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans-
Fonte: sa.
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
tografia pansa.

Questões sobre Ortografia 06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-


LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Analise a propaganda
01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013) Assinale a alter- do programa 5inco Minutos.
nativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas
do trecho a seguir, de acordo com a norma-padrão.
Além disso, ___certamente ____entre nós ____do fenôme-
no da corrupção e das fraudes.
(A) a … concenso … acerca
(B) há … consenso … acerca
(C) a … concenso … a cerca
(D) a … consenso … há cerca
(E) há … consenço … a cerca

02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alter-


nativa cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo
com a norma- -padrão.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo-
Em norma-padrão da língua portuguesa, a frase da
cal.
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. propaganda, adaptada, assume a seguinte redação:
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! (A) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não ma-
tem-na porisso.
03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – (B) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não ma-
2013). Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para tem-na por isso.
informar os usuários sobre o festival Sounderground. (C) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a
Prezado Usuário matem por isso.
________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do (D) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não lhe
metrô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, matem por isso.
começa o Sounderground, festival internacional que presti- (E) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a
gia os músicos que tocam em estações do metrô. matem porisso.
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen-
tarão e divirta-se! GABARITO
Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se
preencher as lacunas, correta e respectivamente, com as 01. B 02. D 03. C 04. C 05. B 06. C
expressões

2
LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO HÍFEN

1-) O exercício quer a alternativa que apresenta cor- O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado
reção ortográfica. Na primeira lacuna utilizaremos “há”, já para ligar os elementos de palavras compostas (couve-flor,
que está empregado no sentido de “existir”; na segunda, ex-presidente) e para unir pronomes átonos a verbos (ofe-
“consenso” com “s”; na terceira, “acerca” significa “a res- receram-me; vê-lo-ei).
peito de”, o que se encaixa perfeitamente no contexto. “Há Serve igualmente para fazer a translineação de pala-
cerca” = tem cerca (de arame, cerca viva, enfim...); “a cerca” vras, isto é, no fim de uma linha, separar uma palavra em
= a cerca está destruída (arame, madeira...) duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro).

2-) Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-


(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = ta- tográfica:
beliães
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. 1. Em palavras compostas por justaposição que formam
= cidadãos uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo- para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense,
cal. = certidões luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas,
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = de- guarda-chuva, arco- -íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
graus
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
3-) Prezado Usuário zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do menina, erva-doce, feijão-verde.
metrô, a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, co-
meça o Sounderground, festival internacional que prestigia 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém
os músicos que tocam em estações do metrô. e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casa-
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen- do, aquém- -fiar, etc.
tarão e divirta-se!
A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
antes de horas: há crase mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo
uso: cor- -de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-
4-) de-meia, água-de- -colônia, queima-roupa, deus-dará.
A) Ela interrompeu a reunião derrepente. =de repente
B) O governador poderá ter seu mandato caçado. = 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-
cassado Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações
D) Saiu com descrição da sala. = discrição históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Al-
sácia-Lorena, etc.
5-)
A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou- 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
pansa. = mendigo/caderneta/poupança per- quando associados com outro termo que é iniciado
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans- por r: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
sa. = mendigo/caderneta/poupança
D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou- 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
pansa. =mendigo/depositou/caderneta/poupança ex- -presidente, vice-governador, vice-prefeito.

6-) A questão envolve colocação pronominal e orto- 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
grafia. Comecemos pela mais fácil: ortografia! A palavra pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
“por isso” é escrita separadamente. Assim, já descartamos
duas alternativas (“A” e “E”). Quanto à colocação pronomi- 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
nal, temos a presença do advérbio “não”, que sabemos ser ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
um “ímã” para o pronome oblíquo, fazendo-nos aplicar a
regra da próclise (pronome antes do verbo). Então, a for- 10. Nas formações em que o prefixo tem como segun-
ma correta é “mas não A matem” (por que A e não LHE? do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, ele-
Porque quem mata, mata algo ou alguém, objeto direto. tro-higrómetro, geo-história, neo-helênico, extra-humano,
O “lhe” é usado para objeto indireto. Se não tivéssemos a semi-hospitalar, super- -homem.
conjunção “mas” nem o advérbio “não”, a forma “matem-
na” estaria correta, já que, após vírgula, o ideal é que utili- 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo
zemos ênclise – pronome oblíquo após o verbo). termina na mesma vogal do segundo elemento: micro-on-
das, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

3
LÍNGUA PORTUGUESA

Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros 03.Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego
termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar. do hífen, respeitando-se o novo Acordo.
A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo.
- Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mu- B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal
dança de linha), caso a última palavra a ser escrita seja for- do campeonato.
mada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escre- C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
verei anti-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na D) O recém-chegado veio de além-mar.
linha debaixo escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas E) O vice-reitor está em estado pós-operatório.
as linhas).
04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro
Não se emprega o hífen: (avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o
hífen é obrigatório:
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo A) em nenhuma delas.
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou B) na segunda palavra.
“s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir- C) na terceira palavra.
religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, D) em todas as palavras.
microrradiografia, etc. E) na primeira e na segunda palavra.

2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre- 05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __.
fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com Qual alternativa completa corretamente as lacunas?
vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes- A) sobreumano/interregional
trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes- B) sobrehumano-interregional
cola, infraestrutura, etc. C) sobre-humano / inter-regional
D) sobrehumano/ inter-regional
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos E) sobre-humano /interegional
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: desu-
mano, inábil, desabilitar, etc. GABARITO

4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando 01. B 02. B 03. A 04. E 05. C
o segundo elemento começar com “o”: cooperação, coo-
brigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, RESOLUÇÃO
etc.
1-)
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção A) autocrítica
de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis- C) pontapé
ta, etc. D) supermercado
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei- E) infravermelhos
to, benquerer, benquerido, etc.
2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assom-
Questões sobre Hífen brada.
3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo.
01.Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o
novo Acordo, está sendo usado corretamente: 4-)
A) Ele fez sua auto-crítica ontem. a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de mo-
B) Ela é muito mal-educada. leque (doce)
C) Ele tomou um belo ponta-pé. a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não
D) Fui ao super-mercado, mas não entrei. apresentam elementos de ligação.
E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões. b) Usa-se o hífen nos compostos que designam espé-
cies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos,
02.Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação.
hífen: c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam
A) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que elementos de ligação.
faria uma superalimentação.
B) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada. 5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o cam-
C) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido. peonato inter-regional.
D) Nossos antepassados realizaram vários anteproje- - Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
tos. - Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma
E) O autodidata fez uma autoanálise. letra com que se inicia a outra palavra

4
LÍNGUA PORTUGUESA

acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,


2. ACENTUAÇÃO “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.:
tâmara – Atlântico – pêssego – supôs

acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com


artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re-
gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com- trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total-
põe de algumas particularidades, às quais devemos estar mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado
atentos, procurando estabelecer uma relação de familia- em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.:
ridade e, consequentemente, colocando-as em prática na mülleriano (de Müller)
linguagem escrita.
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas
competências, e logo nos adequamos à forma padrão.
Regras fundamentais:
Palavras oxítonas:
Regras básicas – Acentuação tônica Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
A acentuação tônica implica na intensidade com que pó(s) – armazém(s)
são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
As demais, como são pronunciadas com menos intensida- guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
de, são denominadas de átonas. Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se-
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi- guidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – com-
cadas como: pô-lo
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel Paroxítonas:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai - i, is : táxi – lápis – júri
na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato - us, um, uns : vírus – álbuns – fórum
– passível - l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax –
fórceps
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica - ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos
está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tím-
pano – médico – ônibus -- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para
quê? Repare que essa palavra apresenta as terminações das
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
uma sílaba somente: são os chamados monossílabos que,
quando pronunciados, apresentam certa diferenciação -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
não de “s”: água – pônei – mágoa – jóquei
quanto à intensidade.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronun-
Regras especiais:
ciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como
podemos observar no exemplo a seguir: Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
“Sei que não vai dar em nada, abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento de
Seus segredos sei de cor”. acordo com a nova regra, mas desde que estejam em pala-
vras paroxítonas.
Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de-
mais, como átonos (que, em, de). * Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são
Os acentos acentuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu.

acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», Antes Agora
«u» e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras assembléia assembleia
representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, idéia ideia
caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além geléia geleia
da tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (di- jibóia jiboia
tongos abertos) apóia (verbo apoiar) apoia
paranóico paranoico

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acom- A regra prevalece também para os verbos conter, ob-
panhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca ter, reter, deter, abster.
– baú – país – Luís ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm
Observação importante: ele retém – eles retêm
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando ele convém – eles convêm
hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.:
Antes Agora Não se acentuam mais as palavras homógrafas que
bocaiúva bocaiuva antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme-
feiúra feiura lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas
Sauípe Sauipe exceções, como:
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen-
abolido. Ex.:
do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa
Antes Agora do singular do presente do indicativo). Ex:
crêem creem Ela pode fazer isso agora.
lêem leem Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
vôo voo
enjôo enjoo O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
preposição por.
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos - Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. “pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex:
Faço isso por você.
Repare: Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
1-) O menino crê em você
Os meninos creem em você. Questões sobre Acentuação Gráfica
2-) Elza lê bem!
Todas leem bem! 01. “Cadáver” é paroxítona, pois:
3-) Espero que ele dê o recado à sala. A) Tem a última sílaba como tônica.
B) Tem a penúltima sílaba como tônica.
Esperamos que os garotos deem o recado!
C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
4-) Rubens vê tudo!
D) Não tem sílaba tônica.
Eles veem tudo!
02. Assinale a alternativa correta.
* Cuidado! Há o verbo vir: A palavra faliu contém um:
Ele vem à tarde! A) hiato
Eles vêm à tarde! B) dígrafo
C) ditongo decrescente
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan- D) ditongo crescente
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru
-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz 03. Em “O resultado da experiência foi, literalmen-
te, aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti- pelo mesmo motivo que:
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. A) túnel
B) voluntário
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem C) até
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba D) insólito
E) rótulos
As formas verbais que possuíam o acento tônico na
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
04. Assinale a alternativa correta.
“e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.: A) “Contrário” e “prévias” são acentuadas por serem
Antes Depois paroxítonas terminadas em ditongo.
apazigúe (apaziguar) apazigue B) Em “interruptor” e “testaria” temos, respectivamen-
averigúe (averiguar) averigue te, encontro consonantal e hiato.
argúi (arguir) argui C) Em “erros derivam do mesmo recurso mental” as
palavras grifadas são paroxítonas.
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa D) Nas palavras “seguida”, “aquele” e “quando” as par-
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo tes destacadas são dígrafos.
vir) E) A divisão silábica está correta em “co-gni-ti-va”, “p-
si-có-lo-ga” e “a-ci-o-na”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO: 3-) ex – pe - ri – ên - cia : paroxítona terminada em
A) saúde ditongo crescente (semivogal + vogal)
B) cooperar a-) Tú –nel: paroxítona terminada em L
C) ruim b-) vo – lun - tá – rio : paroxítona terminada em diton-
D) creem go
E) pouco c-) A - té – oxítona
d-) in – só – li – to : proparoxítona
06. “O episódio aconteceu em plena via pública de e-) ró – tu los – proparoxítona
Assis. Dez mulheres começaram a cantar músicas pela paz
mundial. A partir daquele momento outras pessoas que 4-)
passavam por ali decidiram integrar ao grupo. Rapidamen- a-) correta
te, uma multidão aderiu à ideia. Assim começou a forma- b-) inteRRuptor: não é encontro consonantal, mas sim
ção do maior coral popular de Assis”. O vocábulo subli- DÍGRAFO
nhado tem sua acentuação gráfica justificada pelo mesmo c-) todas são, exceto MENTAL, que é oxítona
motivo das palavras: d-) são dígrafos, exceto QUANDO, que “ouço” o som
A) eminência, ímpio, vácuo, espécie, sério do U, portanto não é caso de dígrafo
B) aluá, cárie, pátio, aéreo, ínvio e-) cog – ni - ti – va / psi – có- lo- ga
C) chinês, varíola, rubéola, período, prêmio
D) sábio, sábia, sabiá, curió, sério 5-) sa - ú - de / co - o - pe – rar / ru – im /
cre - em / pou - co (ditongo)
07. Assinale a opção CORRETA em que todas as pala-
vras estão acentuadas na mesma posição silábica. 6-) e - pi - só - dio - paroxítona terminada em di-
A) Nazaré - além - até - está - também. tongo
B) Água - início - além - oásis - religião. a-) ok
C) Município - início - água - século - oásis b-) a – lu –á :oxítona, então descarte esse item
D) Século - símbolo - água - histórias - missionário c-) chi – nês : oxítona, idem
E) Missionário - símbolo - histórias - século – município d-) sa – bi – á : idem
08. Considerando as palavras: também / revólver / lâm- 7-)
pada / lápis. Assinale a única alternativa cuja justificativa de
a-) oxítona – TODAS
acentuação gráfica não se refere a uma delas:
b-) paroxítona – paroxítona – oxítona – paroxítona –
A) palavra paroxítona terminada em - is
não acentuada
B) palavra proparoxítona terminada em - em
c-) paroxítona – idem – idem – proparoxítona – paro-
C) palavra paroxítona terminada em - r
xítona
D) palavra proparoxítona - todas devem ser acentua-
d-) proparoxítona – idem – paroxítona – idem – idem
das
e-) paroxítona – proparoxítona – paroxítona – proparo-
09. Assinale a alternativa incorreta: xítona – paroxítona
A) Os vocábulos sábio, régua e decência são paroxíto-
nos terminadas em ditongos crescentes. 8-) tam – bém: oxítona / re – vól – ver: paroxítona / lâm
B) O vocábulo armazém é acentuado por ser um oxíto- – pa – da: proparoxítona / lá – pis :paroxítona
no terminado em em. a-) é a regra do LÁPIS
C) Os vocábulos baú e cafeína são hiatos. b-) todas as proparoxítonas são acentuadas, indepen-
D) O vocábulo véu é acentuado por ser um oxítono dente de sua terminação
terminado em u. c-) regra para REVÓLVER
d-) relativa à palavra lâmpada
GABARITO
01. B 02. C 03. B 04. A 05. E 9-) As alternativas A, B e C contêm afirmativas corretas.
06. A 07. A 08. B 09. D Na D, há erro, pois véu é monossílabo acentuado por ter-
minar em ditongo aberto.
RESOLUÇÃO
1-) Separando as sílabas: Ca – dá – ver: a penúltima
sílaba é a tônica (mais forte; nesse caso, acentuada). Penúl-
tima sílaba tônica = paroxítona

2-) fa - liu - temos aqui duas vogais na mesma sí-


laba, portanto: ditongo. É decrescente porque apresenta
uma vogal e uma semivogal. Na classificação, ambas são
semivogais, mas quando juntas, a que “aparecer” mais na
pronúncia será considerada “vogal”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Flexão dos adjetivos


3. CLASSE, ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS
O adjetivo varia em gênero, número e grau.
PALAVRAS (MORFOSSEMÂNTICA)
Gênero dos Adjetivos

Adjetivo Os adjetivos concordam com o substantivo a que se


referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou substantivos, classificam-se em:
característica do ser e se relaciona com o substantivo. Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas-
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, per- culino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa,
cebemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode mau e má, judeu e judia.
ser colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso, Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
moça bondosa, pessoa bondosa. feminino somente o último elemento. Por exemplo: o moço
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qua- norte-americano, a moça norte-americana.
lidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: ho- Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
mem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade,
portanto, não é adjetivo, mas substantivo. Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino
como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher
Morfossintaxe do Adjetivo feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando político-social.
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
ou do objeto). Número dos Adjetivos

Adjetivo Pátrio (ou gentílico) Plural dos adjetivos simples

Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acor-
Observe alguns deles: do com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
Estados e cidades brasileiros: substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli-
Alagoas alagoano zes, ruim e ruins boa e boas
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça
Amazonas amazonense ou baré função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
Belo Horizonte belo-horizontino que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
Brasília brasiliense um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo:
Cabo Frio cabo-friense a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se
Campinas campineiro ou campinense estiver qualificando um elemento, funcionará como adje-
tivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos
Adjetivo Pátrio Composto cinza.
Veja outros exemplos:
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro Motos vinho (mas: motos verdes)
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru- Paredes musgo (mas: paredes brancas).
dita. Observe alguns exemplos: Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
África afro- / Cultura afro-americana
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto Adjetivo Composto
-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor-
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas
China sino- / Acordos sino-japoneses o último elemento concorda com o substantivo a que se
Espanha hispano- / Mercado hispano-português refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso
Europa euro- / Negociações euro-americanas um dos elementos que formam o adjetivo composto seja
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italia- um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto fica-
nas rá invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente
Grécia greco- / Filmes greco-romanos um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen-
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala-
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros invariável. Por exemplo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Camisas rosa-claro. Superlativo


Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros. O superlativo expressa qualidades num grau muito
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
quer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre senta-se nas formas:
invariáveis. Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de pala-
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha vras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo:
têm os dois elementos flexionados. O secretário é muito inteligente.
Sintética: a intensificação se faz por meio do acrésci-
Grau do Adjetivo mo de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.

Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten- Observe alguns superlativos sintéticos:
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: benéfico beneficentíssimo
o comparativo e o superlativo. bom boníssimo ou ótimo
comum comuníssimo
Comparativo cruel crudelíssimo
difícil dificílimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri- doce dulcíssimo
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi- fácil facílimo
cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de fiel fidelíssimo
igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe
os exemplos abaixo: Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
No comparativo de igualdade, o segundo termo da com-
Essa relação pode ser:
paração é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico
Note bem:
No comparativo de superioridade analítico, entre os
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
que” ou “mais...que”. etc., antepostos ao adjetivo.
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe- duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular,
rioridade Sintético de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su- ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A
perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: forma popular é constituída do radical do adjetivo portu-
bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, guês + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
grande/maior, baixo/inferior. 3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, preca-
Observe que: riíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual,
a) As formas menor e pior são comparativos de supe- as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o de-
rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res- sagradável hiato i-í.
pectivamente.
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas Advérbio
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve- O advérbio, assim como muitas outras palavras exis-
se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais gran- tentes na Língua Portuguesa, advém de outras línguas.
de e mais pequeno. Por exemplo: Assim sendo, tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a
ideia de proximidade, contiguidade. Essa proximidade faz
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele- referência ao processo verbal, no sentido de caracterizá-lo,
mentos. ou seja, indicando as circunstâncias em que esse processo
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de se desenvolve.
duas qualidades de um mesmo elemento. O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sen-
tido de caracterizar os processos expressos por ele. Contu-
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In- do, ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos),
ferioridade pois também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Se-
Sou menos passivo (do) que tolerante. guem alguns exemplos:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, Locução adverbial


você está até bem informado.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o ad- É reunião de duas ou mais palavras com valor de ad-
jetivo alheio, representando uma qualidade, característica. vérbio. Exemplo:
Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
O artista canta muito mal. Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifi-
ca outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres-
pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu
funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar
apressadamente.
demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de
não deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chama-
mos de locução adverbial, representada por algumas ex- modo são flexionados, sendo que os demais são todos in-
pressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na
modo algum, entre outras. categoria dos advérbios é a de grau:
Dependendo das circunstâncias expressas pelos advér- Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
bios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
expressas por: inconstitucionalissimamente, etc.;
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pres- Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto -
sas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral,
frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior
parte dos que terminam em -”mente”: calmamente, triste- Artigo
mente, propositadamente, pacientemente, amorosamente,
docemente, escandalosamente, bondosamente, generosa- Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo,
mente indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, gênero e o número dos substantivos.
quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase,
de todo, de muito, por completo.
Classificação dos Artigos
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en- Artigos Definidos: determinam os substantivos de
fim, afinal, breve, constantemente, entrementes, imediata- maneira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
mente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de
vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei
quando, de quando em quando, a qualquer momento, de um animal.
tempos em tempos, em breve, hoje em dia
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, Combinação dos Artigos
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, É muito presente a combinação dos artigos definidos
adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter- e indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por
namente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em essas combinações:
cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, Preposições Artigos
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum o, os
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavel- a ao, aos
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
de do, dos
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe-
em no, nos
tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
tavelmente (=sem dúvida). por (per) pelo, pelos
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- a, as um, uns uma, umas
mente, simplesmente, só, unicamente à, às - -
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- da, das dum, duns duma, dumas
bém na, nas num, nuns numa, numas
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente pela, pelas - -
de designação: Eis
de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quan- - As formas à e às indicam a fusão da preposição a
do? (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é
para quê? (finalidade) conhecida por crase.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Constatemos as circunstâncias Morfossintaxe


em que os artigos se manifestam
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua
numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal
das olimpíadas. do substantivo a que se refere. Tal função independe da
função exercida pelo substantivo:
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso A existência é uma poesia.
do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, Uma existência é a poesia.
A Bahia...
Conjunção
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem. Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações
ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por
- No caso de nomes próprios personativos, denotando exemplo:
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as
do artigo: O Pedro é o xodó da família. amiguinhas.
- No caso de os nomes próprios personativos estarem Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, 1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu
os Incas, Os Astecas... as amiguinhas
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to- Cada informação está estruturada em torno de um ver-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele bo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três ora-
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer. ções:
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
dos. (qualquer classe) A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e
a terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”.
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
As palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
facultativo:
Observe: Gosto de natação e de futebol.
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são
partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma
“e” está ligando termos de uma mesma oração.
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter
é uns vinte anos.
Morfossintaxe da Conjunção
- O artigo também é usado para substantivar palavras
oriundas de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
tudo isso. cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
Classificação
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome re- - Conjunções Coordenativas
lativo cujo (e flexões). - Conjunções Subordinativas
Este é o homem cujo amigo desapareceu.
Este é o autor cuja obra conheço. Conjunções coordenativas

- Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no Dividem-se em:
sentido de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), - ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex.
a menos que venham especificadas. Gosto de cantar e de dançar.
Eles estavam em casa. Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas
Eles estavam na casa dos amigos. também, não só...como também.
Os marinheiros permaneceram em terra.
Os marinheiros permanecem na terra dos anões. - ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de opo-
sição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de trata- Principais conjunções adversativas: mas, porém, contu-
mento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa do, todavia, no entanto, entretanto.
excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora,
Estado de S. Paulo. quer...quer, já...já.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às ora- Diferença entre orações causais e explicativas
ções. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais
(depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim. (OSA) e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos de-
paramos com a dúvida de como distinguir uma oração
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. causal de uma explicativa. Veja os exemplos:
É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá 1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser
fora. atropelado”:
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificati-
(antes do verbo), porquanto. va ou uma explicação do fato expresso na oração anterior.
b) As orações são coordenadas e, por isso, indepen-
Conjunções subordinativas dentes uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as
orações que vêm marcadas por vírgula.
- CAUSAIS Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que,
Outra dica é, quando a oração que antecede a OC
uma vez que, como (= porque).
(Oração Coordenada) vier com verbo no modo imperativo,
Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
ela será explicativa.
- COMPARATIVAS Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo im-
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão... perativo)
como, mais...do que, menos...do que.
Ela fala mais que um papagaio. 2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra
cidade porque não havia cemitério no local.”
- CONCESSIVAS a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, (parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo
mesmo que, apesar de, se bem que. verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-la é
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, colocá-la no início do período, introduzida pela conjunção
um fato inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. como - o que não ocorre com a CS Explicativa.
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar
estar cansada) os mortos em outra cidade.
Apesar de ter chovido fui ao cinema. b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
dependentes uma da outra.
- CONFORMATIVAS
Principais conjunções conformativas: como, segundo,
conforme, consoante Interjeição
Cada um colhe conforme semeia.
Expressam uma ideia de acordo, concordância, confor- Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
midade. ções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir
sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comporta-
- CONSECUTIVAS mento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de es-
Expressam uma ideia de consequência. truturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
“tanto”, “tão”, “tamanho”).
Falou tanto que ficou rouco.
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo.
Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia
- FINAIS
Expressam ideia de finalidade, objetivo. ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou sim-
Todos trabalham para que possam sobreviver. plesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, As sentenças da língua costumam se organizar de for-
porque (=para que), ma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e
os distribui em posições adequadas a cada um deles. As in-
- PROPORCIONAIS terjeições, por outro lado, são uma espécie de “palavra-fra-
Principais conjunções proporcionais: à medida que, se”, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um
quanto mais, ao passo que, à proporção que. conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:
Bravo! Bis!
- TEMPORAIS bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, muito bom! Repitam!”
logo que. Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = senten-
Quando eu sair, vou passar na locadora. ça (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!”

12
LÍNGUA PORTUGUESA

A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em - Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um - Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!,
suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação Boa!
particular, um momento ou um contexto específico. Exem- - Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
plos: - Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!,
Ah, como eu queria voltar a ser criança! Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição - Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! - Desculpa: Perdão!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjei- - Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!,
ção Oh!, Eh!
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!,
Epa!, Ora!
O significado das interjeições está vinculado à maneira
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!,
como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que
Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?,
dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex-
Cruz!, Putz!
to de enunciação. Exemplos: - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!,
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
chamando! Ei, espere!” - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-
são em um hospital; significado da interjeição (sugestão): me, Deus!
“Por favor, faça silêncio!” - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto
puxa: interjeição; tom da fala: decepção é, não sofrem variação em gênero, número e grau como os
nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: voz como os verbos. No entanto, em uso específico, algu-
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, mas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter claro,
tristeza, dor, etc. neste caso, que não se trata de um processo natural dessa
Você faz o que no Brasil? classe de palavra, mas tão só uma variação que a linguagem
Eu? Eu negocio com madeiras. afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
Ah, deve ser muito interessante.
Locução Interjetiva
2) Sintetizar uma frase apelativa
Cuidado! Saia da minha frente. Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma ex-
pressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bo-
As interjeições podem ser formadas por: las! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó
- simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô. de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus!
Alto lá! Muito bem!
- palavras: Oba!, Olá!, Claro!
- grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!,
Observações:
Ora bolas!
- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! =
A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve- Peço-lhe que me desculpe.
zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode
ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por - Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o
exemplo: seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contra- gramaticais podem aparecer como interjeições.
riedade) Viva! Basta! (Verbos)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria) Fora! Francamente! (Advérbios)

Classificação das Interjeições - A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra-


se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: So-
Comumente, as interjeições expressam sentido de: corro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
Atenção!, Olha!, Alerta! - Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imita-
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô! tivas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bum-
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva! ba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!,
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah! etc.

13
LÍNGUA PORTUGUESA

- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com Classificação dos Numerais
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo Cardinais: indicam contagem, medida. É o número bá-
e não a fazemos depois do “ó” vocativo. sico: um, dois, cem mil, etc.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac) Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac) dada: primeiro, segundo, centésimo, etc.
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a
- Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
no diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho! seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumenta-
Obrigadinho! da: dobro, triplo, quíntuplo, etc.

Interjeições, leitura e produção de textos Leitura dos Numerais

Usadas com muita frequência na língua falada informal, Separando os números em centenas, de trás para fren-
quando empregadas na língua escrita, as interjeições cos- te, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas
tumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquiali- e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses
dade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela con-
pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o junção “e”.
temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos
geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos e vinte e seis.
diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à
sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e Flexão dos numerais
conteúdo mais emocional do que racional fazem das inter-
jeições presença constante nos textos publicitários. Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du-
Fonte: zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89. centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
php em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais
são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
Numeral primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
Numeral é a palavra que indica os seres em termos primeiros segundos milésimos
numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os primeiras segundas milésimas
situa em determinada sequência.
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”] atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço
e conseguiram o triplo de produção.
Eu quero café duplo, e você? Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”] flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri-
plas do medicamento.
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequên- número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
cia de “fila”] duas terças partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
trata de numerais, mas sim de algarismos. sentido. É o que ocorre em frases como:
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a “Me empresta duzentinho...”
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala- É artigo de primeiríssima qualidade!
vras consideradas numerais porque denotam quantidade, O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, segunda divisão de futebol)
dúzia, par, ambos(as), novena.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Emprego dos Numerais

*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo
e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são lar-
gamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
comunitárias de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

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LÍNGUA PORTUGUESA

Preposição Preposição + Pronomes


De + ele(s) = dele(s)
Preposição é uma palavra invariável que serve para De + ela(s) = dela(s)
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, De + este(s) = deste(s)
normalmente há uma subordinação do segundo termo em De + esta(s) = desta(s)
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes De + esse(s) = desse(s)
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual De + essa(s) = dessa(s)
e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- De + aquele(s) = daquele(s)
preensão do texto. De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
Tipos de Preposição De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi- De + aqui = daqui
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, De + aí = daí
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, De + ali = dali
atrás de, dentro de, para com. De + outro = doutro(s)
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes De + outra = doutra(s)
gramaticais que podem atuar como preposições: como, du- Em + este(s) = neste(s)
rante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto. Em + esta(s) = nesta(s)
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va- Em + esse(s) = nesse(s)
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é Em + aquele(s) = naquele(s)
uma delas: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a res- Em + aquela(s) = naquela(s)
peito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente Em + isto = nisto
a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, Em + isso = nisso
por cima de, por trás de. Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto A + aquela(s) = àquela(s)
pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concor- A + aquilo = àquilo
dância em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por Dicas sobre preposição
+ a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é caracterís- 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome
tica da preposição, mas das palavras às quais ela se une. pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
Esse processo de junção de uma preposição com outra seja um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá
palavra pode se dar a partir de dois processos: para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
nino.
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. A dona da casa não quis nos atender.
preposição a + artigos definidos o, os Como posso fazer a Joana concordar comigo?
a + o = ao
preposição a + advérbio onde - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
a + onde = aonde termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para pro-
Preposição + Artigos curar um tratamento adequado.
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s) - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
De + um = dum lugar e/ou a função de um substantivo.
De + uns = duns Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
De + uma = duma parte da família
De + umas = dumas Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém.
Em + o(s) = no(s) / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio
Em + uma = numa das preposições:
Em + uns = nuns Destino = Irei para casa.
Em + umas = numas Modo = Chegou em casa aos gritos.
A + à(s) = à(s) Lugar = Vou ficar em casa;
Por + o = pelo(s) Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Por + a = pela(s) Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra- Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos-
tamento. sa escola neste ano.
Instrumento = Escreveu a lápis. [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
Posse = Não posso doar as roupas da mamãe. adequada]
Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom. [neste: pronome que determina “ano” = concordância
Companhia = Estarei com ele amanhã. adequada]
Matéria = Farei um cartão de papel reciclado. [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor-
Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco. dância inadequada]
Origem = Nós somos do Nordeste, e você? Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume. demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista. Pronomes Pessoais

Fonte: São aqueles que substituem os substantivos, indicando


http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”,
“vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e
Pronome “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa
ou às pessoas de quem fala.
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
de alguma forma. ou do caso oblíquo.
Pronome Reto
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
[substituição do nome] Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita! Nós lhe ofertamos flores.
[referência ao nome]
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Essa moça morava nos meus sonhos! nero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
[qualificação do nome] principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
Grande parte dos pronomes não possuem significados gurado:
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referência - 1ª pessoa do singular: eu
exata daquilo que está sendo colocado por meio dos pro- - 2ª pessoa do singular: tu
nomes no ato da comunicação. Com exceção dos prono- - 3ª pessoa do singular: ele, ela
mes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm - 1ª pessoa do plural: nós
por função principal apontar para as pessoas do discurso ou - 2ª pessoa do plural: vós
a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo - 3ª pessoa do plural: eles, elas
ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes
apresentam uma forma específica para cada pessoa do dis- Atenção: esses pronomes não costumam ser usados
curso. como complementos verbais na língua-padrão. Frases
como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se me até aqui”.
fala]
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as pró-
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem prias formas verbais marcam, através de suas desinências,
se fala] as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
boa viagem. (Nós)
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- Pronome Oblíquo
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
através do pronome seja coerente em termos de gênero sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, direto ou indireto) ou complemento nominal.
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma Pronome Oblíquo Tônico


variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação
indica a função diversa que eles desempenham na oração: Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos
pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo por preposições, em geral as preposições a, para, de e com.
marca o complemento da oração. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou forte.
tônicos. O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim con-
figurado:
Pronome Oblíquo Átono - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica - 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
fraca: Ele me deu um presente. - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim con- - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
figurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
- 2ª pessoa do singular (tu): te nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
- 1ª pessoa do plural (nós): nos - As preposições essenciais introduzem sempre prono-
- 2ª pessoa do plural (vós): vos mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
Observações: língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se forma:
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- Não há mais nada entre mim e ti.
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome
Não há nenhuma acusação contra mim.
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração.
Não vá sem mim.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos
diretos como objetos indiretos.
Atenção: Há construções em que a preposição, apesar
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como
de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
objetos diretos.
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combi- uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o
nar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-
mas como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, nome, deverá ser do caso reto.
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Não vá sem eu mandar.
- Trouxeste o pacote?
- Sim, entreguei-to ainda há pouco. - A combinação da preposição “com” e alguns prono-
- Não contaram a novidade a vocês? mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
- Não, no-la contaram. conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
No português do Brasil, essas combinações não são companhia.
usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego Ele carregava o documento consigo.
é muito raro.
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
especiais depois de certas terminações verbais. Quando o são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma todos, ambos ou algum numeral.
lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal Você terá de viajar com nós todos.
é suprimida. Por exemplo: Estávamos com vós outros quando chegaram as más
fiz + o = fi-lo notícias.
fazeis + o = fazei-lo Ele disse que iria com nós três.
dizer + a = dizê-la
Pronome Reflexivo
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome as-
sume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
viram + o: viram-no nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
repõe + os = repõe-nos da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
retém + a: retém-na expressa pelo verbo.
tem + as = tem-nas

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LÍNGUA PORTUGUESA

O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:


- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.

- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.


Assim tu te prejudicas.
Conhece a ti mesmo.

- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.


Guilherme já se preparou.
Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.

- 1ª pessoa do plural (nós): nos.


Lavamo-nos no rio.

- 2ª pessoa do plural (vós): vos.


Vós vos beneficiastes com a esta conquista.

- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.


Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.
A Segunda Pessoa Indireta

A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso inter-
locutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte:

Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques


Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.

Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em rela-
ção à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.

- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratar-
mos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado suposta-
mente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri- 4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-


jam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi- anotações.
vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3ª pessoa. 5- Em algumas construções, os pronomes pessoais
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promes- oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-
sas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)

- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou Pronomes Demonstrativos


nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Os pronomes demonstrativos são utilizados para ex-
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de plicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa. espaço, no tempo ou discurso.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos No espaço:
teus cabelos. (errado) Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos carro está perto da pessoa que fala.
seus cabelos. (correto) Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da
teus cabelos. (correto) pessoa que fala.
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que
Pronomes Possessivos o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com
quem falo.
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo
(coisa possuída). quanto por meio de correspondência, que é uma moda-
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do lidade escrita de fala), são particularmente importantes o
singular) este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao
emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los
NÚMERO PESSOA PRONOME pode causar ambiguidade.
singular primeira meu(s), minha(s) Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
singular segunda teu(s), tua(s) informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da univer-
singular terceira seu(s), sua(s) sidade destinatária).
plural primeira nosso(s), nossa(s) Reafirmamos a disposição desta universidade em parti-
plural segunda vosso(s), vossa(s) cipar no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universi-
plural terceira seu(s), sua(s) dade que envia a mensagem).
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa No tempo:
gramatical a que se refere; o gênero e o número concor- Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se
dam com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua con- refere ao ano presente.
tribuição naquele momento difícil. Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se
refere a um passado próximo.
Observações: Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resul- está se referindo a um passado distante.
tar da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado,
seu José. - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
invariáveis, observe:
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
posse. Podem ter outros empregos, como: la(s).
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Invariáveis: isto, isso, aquilo.

b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
anos. - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
que te indiquei.)
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas
trouxe sua mensagem? que o procuraram ontem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram - Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser
o problema. expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
- semelhante(s): Não compre semelhante livro. Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
- tal, tais: Tal era a solução para o problema.
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos,
Note que: ora pronomes indefinidos adjetivos:
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
construções redundantes, com finalidade expressiva, para demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
das belezas brasileiras, isso é que é sorte! tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
- O pronome demonstrativo neutro ou pode represen- Alguns se contentam pouco.
tar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso
em que aparece, geralmente, como objeto direto, predi- Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
cativo ou aposto: O casamento seria um desastre. Todos o riáveis e invariáveis. Observe:
pressentiam. Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Para evitar a repetição de um verbo anteriormente vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, ne-
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
fazer, chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
faz as vezes de): Ninguém teve coragem de falar antes que outras, quantas.
ela o fizesse. Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
algo, cada.
- Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em
cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
primeiro lugar: O referido deputado e o Dr. Alcides eram
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. [ou então: este
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
solteiro, aquele casado]
Cada um escolheu o vinho desejado.
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
Indefinidos Sistemáticos
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
= naquilo) sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Pronomes Indefinidos afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
São palavras que se referem à terceira pessoa do dis- algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
curso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando e qualquer, que generaliza.
quantidade indeterminada. Essas oposições de sentido são muito importantes na
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
-plantadas. vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma de que fazem parte:
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des- prático.
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu- pessoas quaisquer.
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- Pronomes Relativos
guém, outrem, quem, tudo.
Algo o incomoda? São aqueles que representam nomes já mencionados
Quem avisa amigo é. anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
as orações subordinadas adjetivas.

21
LÍNGUA PORTUGUESA

O racismo é um sistema que afirma a superioridade de - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
um grupo racial sobre outros. precedido de preposição.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou- É um professor a quem muito devemos.
tros = oração subordinada adjetiva). (preposição)
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
“sistema” é antecedente do pronome relativo que. tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- casa onde morava foi assaltada.
me demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer. - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem ou em que.
expresso. Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
Quem casa, quer casa. no exterior.

Observe: - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-


Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os lavras:
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, - como (= pelo qual): Não me parece correto o modo
quantas. como você agiu semana passada.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. - quando (= em que): Bons eram os tempos quando po-
díamos jogar videogame.
Note que:
- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- numa só frase.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu O futebol é um esporte.
antecedente for um substantivo. O povo gosta muito deste esporte.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a
qual)
- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
quais)
gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as
quais)
Pronomes Interrogativos
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente São usados na formulação de perguntas, sejam elas di-
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. referem- -se à 3ª pessoa do discurso de modo
Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual
por motivo de clareza ou depois de determinadas preposi- (e variações), quanto (e variações).
ções: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
o qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
geraria ambiguidade.) preferes.
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quan-
dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.) tos passageiros desembarcaram.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e Sobre os pronomes
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou
de ser poeta, que era a sua vocação natural. O pronome pessoal é do caso reto quando tem função
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
- O pronome “cujo” não concorda com o seu antece- quando desempenha função de complemento. Vamos en-
dente, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, tender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na
dos quais, das quais. frase e que função exerce. Observe as orações:
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas. 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
(antecedente) (consequente) 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar.
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por antece-
dente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
Emprestei tantos quantos foram necessários. exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
(antecedente) reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe”
Ele fez tudo quanto havia falado. exercendo função de complemento, e, consequentemente,
(antecedente) é do caso oblíquo.

22
LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, Ênclise


o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta
devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos áto-
nos. A ênclise vai acontecer quando:
Importante: Em observação à segunda oração, o em- - O verbo estiver no imperativo afirmativo:
prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do ver- Amem-se uns aos outros.
bo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode Sigam-me e não terão derrotas.
estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo
principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio. - O verbo iniciar a oração:
Eu desejo lhe perguntar algo. Diga-lhe que está tudo bem.
Eu estou perguntando-lhe algo. Chamaram-me para ser sócio.

Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou - O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da pre-
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, posição “a”:
diferentemente dos segundos que são sempre precedidos Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
de preposição. Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que
eu estava fazendo. - O verbo estiver no gerúndio:
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreo-
o que eu estava fazendo. cupada.
Despediu-se, beijando-me a face.
Colocação Pronominal
A colocação pronominal é a posição que os prono- - Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
mes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no
ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: mesmo instante.
me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições
Mesóclise
na oração em relação ao verbo:
1. próclise: pronome antes do verbo
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado
2. ênclise: pronome depois do verbo
no futuro do presente ou no futuro do pretérito:
3. mesóclise: pronome no meio do verbo
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela
se realizará)
Próclise Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: proposta a você)
- Palavras com sentido negativo:
Nada me faz querer sair dessa cama. Questões sobre Pronome
Não se trata de nenhuma novidade.
01. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP/2012).
- Advérbios: Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
Nesta casa se fala alemão. está claro até onde pode realmente chegar uma política ba-
Naquele dia me falaram que a professora não veio. seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para
o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra.
- Pronomes relativos: É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. e da água faça em si diferença, as companhias não podem
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por
- Pronomes indefinidos: tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto,
Quem me disse isso? elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada-
mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas
- Pronomes demonstrativos: de crescimento verde sempre será a segunda opção.
Isso me deixa muito feliz! (Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, re-
- Preposição seguida de gerúndio: ferem- -se, respectivamente, a
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais (A) dúvidas e preços.
indicado à pesquisa escolar. (B) dúvidas e insumos básicos.
(C) companhias e insumos básicos.
- Conjunção subordinativa: (D) companhias e preços do carbono e da água.
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. (E) políticas de crescimento e preços adequados.

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LÍNGUA PORTUGUESA

02. (AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO – FCC – Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ-
2013- adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o tre- tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
cho grifado está corretamente substituído por um prono- prazo.
me em: Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo e respectivamente, considerando a norma culta da língua.
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo- A) a que … acaba … à
lhes desalentado B) com que … acabam … à
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem C) de que … acabam … a
de conhecê-lo? D) em que … acaba … a
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não E) dos quais … acaba … à
parecia ser-lhe
E) incomodaram o general... − incomodaram-no
08. (AGENTE DE APOIO SOCIOEDUCATIVO – VUNESP
– 2013-adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e
03.(AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC – 2013-
adap.). A substituição do elemento grifado pelo pronome respectivamente, as lacunas do trecho.
correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada ______alguns anos, num programa de televisão, uma jo-
de modo INCORRETO em: vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava
A) mostrando o rio= mostrando-o. sujeito de forma cômica.
B) como escolher sítio= como escolhê-lo. A) Fazem... a ... de que
C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes. B) Faz ...a ... que
D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = C) Fazem ...à ... com que
nada lhes acrescentariam. D) Faz ...à ... que
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas. E) Faz ...à ... a que

04. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP – 2013). 09. (TRF 3ª REGIÃO- TÉCNICO JUDICIÁRIO - /2014)
Assinale a alternativa em que o pronome destacado está As sereias então devoravam impiedosamente os tripu-
posicionado de acordo com a norma-padrão da língua. lantes.
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta. ... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a ca-
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família. beça...
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais. ... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
(E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança.
Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
05. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP 2011). Assinale a grifados acima foram corretamente substituídos por um
alternativa cujo emprego do pronome está em conformi- pronome, na ordem dada, em:
dade com a norma padrão da língua. (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. (B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba- (C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
lada. (D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks. (E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
(D) Conformado, se rendeu às punições.
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. 10. (AGENTE DE VIGILÂNCIA E RECEPÇÃo – VUNESP
06. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL - VUNESP - 2013). – 2013- adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras
Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronomi- dos estabelecimentos felizmente comprovam os aconteci-
nal, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. mentos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investiga-
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se ção. – de acordo com a norma-padrão, os pronomes que
que eles sejam sempre trazidos junto ao corpo. substituem, corretamente, os termos em destaque são:
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa- A) os comprovam … ajudá-la.
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. B) os comprovam …ajudar-la.
(C) Nos sentimos impotentes quando não consegui-
C) os comprovam … ajudar-lhe.
mos restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
(D) O homem se indignou quando propuseram-lhe
E) lhes comprovam … ajudá-la.
que abrisse a bolsa que encontrara.
(E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma
tendência natural das pessoas em devolvê-los a seus do- GABARITO
nos.
01. C 02. E 03. C 04. D 05. C
07. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP – 06. A 07. C 08. E 09. A 10. A
2013).

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LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO 8-)
Faz alguns anos, num programa de televisão, uma
1-) jovem fazia referência à violência a que o brasileiro
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, estava sujeito de forma cômica.
não está claro até onde pode realmente chegar uma po- Faz, no sentido de tempo passado = sempre no sin-
lítica baseada em melhorar a eficiência sem preços ade- gular
quados para o carbono, a água e (na maioria dos países
pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos 9-)
preços do carbono e da água faça em si diferença, as com- devoravam - verbo terminado em “m” = pronome
panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di- oblíquo no/na (fizeram-na, colocaram-no)
gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som- “lhe” é para objeto indireto
bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- convencer - verbo transitivo direto = pede objeto dire-
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos. to; “lhe” é para objeto indireto
E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
sempre será a segunda opção.
10-)
2-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimen-
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los tos felizmente comprovam os acontecimentos, e testemu-
nhas vão ajudar a polícia na investigação.
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
felizmente os comprovam ... ajudá-la
desalentado
(advérbio)
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de
conhecê-las ?
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
parecia sê-lo
Substantivo
3-)
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs-
transpor [...] as matas espessas= transpô-las tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais
denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme-
4-) nos, os substantivos também nomeiam:
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta. -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
(B) A menina tinha se distanciado muito da família. -sentimentos: raiva, amor...
(C) A garota disse que se perdeu dos pais. -estados: alegria, tristeza...
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança -qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...
5-)
(A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos. Morfossintaxe do substantivo
(B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba-
lada. Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em
(D) Conformado, rendeu-se às punições. geral exerce funções diretamente relacionadas com o ver-
(E) Todos querem que se combata a corrupção. bo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos ver-
bais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva.
6-) Pode ainda funcionar como núcleo do complemento no-
(B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situa- minal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito,
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontra-
(C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos mos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e
restituir um objeto à pessoa que o perdeu. de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem-
(D) O homem indignou-se quando lhe propuseram penhadas por grupos de palavras.
que abrisse a bolsa que encontrara.
(E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma Classificação dos Substantivos
tendência natural das pessoas em devolvê-los a seus do-
nos. 1- Substantivos Comuns e Próprios

7-) Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila,


Há pessoas que, mesmo sem condições, compram pro- com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas
dutos de que não necessitam e acabam tendo de (no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de
pagar tudo a prazo. uma cidade (em oposição aos bairros).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plu-
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada ral.
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo No terceiro caso, empregou-se um substantivo no
comum. singular (enxame) para designar um conjunto de seres da
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de mesma espécie (abelhas).
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
homem, mulher, país, cachorro. Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
Estamos voando para Barcelona. mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
da mesma espécie.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
pécie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Pró- Substantivo coletivo Conjunto de:
prio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie assembleia pessoas reunidas
de forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. alcateia lobos
acervo livros
2 - Substantivos Concretos e Abstratos antologia trechos literários selecionados
arquipélago ilhas
LÂMPADA MALA banda músicos
bando desordeiros ou malfeitores
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com banca examinadores
existência própria, que são independentes de outros seres. batalhão soldados
São substantivos concretos. cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que cacho frutas
existe, independentemente de outros seres. cáfila camelos
cancioneiro canções, poesias líricas
Obs.: os substantivos concretos designam seres do colmeia abelhas
mundo real e do mundo imaginário.
chusma gente, pessoas
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
concílio bispos
Brasília, etc.
congresso parlamentares, cientistas.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
elenco atores de uma peça ou filme
ma, etc.
esquadra navios de guerra
enxoval roupas
Observe agora:
falange soldados, anjos
Beleza exposta
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. fauna animais de uma região
feixe lenha, capim
O substantivo beleza designa uma qualidade. flora vegetais de uma região
frota navios mercantes, ônibus
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que girândola fogos de artifício
dependem de outros para se manifestar ou existir. horda bandidos, invasores
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser junta médicos, bois, credores, examina-
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa dores
ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para júri jurados
se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo legião soldados, anjos, demônios
abstrato. leva presos, recrutas
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- malta malfeitores ou desordeiros
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser manada búfalos, bois, elefantes,
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado), matilha cães de raça
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). molho chaves, verduras
multidão pessoas em geral
3 - Substantivos Coletivos ninhada pintos
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos,
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- etc.)
tra abelha, mais outra abelha. penca bananas, chaves
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. pinacoteca pinturas, quadros
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. quadrilha ladrões, bandidos
ramalhete flores
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- rebanho ovelhas
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, récua bestas de carga, cavalgadura
mais outra abelha... repertório peças teatrais, obras musicais

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LÍNGUA PORTUGUESA

réstia alhos ou cebolas Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes


romanceiro poesias narrativas
revoada pássaros Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar no-
sínodo párocos mes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está
talha lenha relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas for-
tropa muares, soldados mas, uma para o masculino e outra para o feminino. Obser-
turma estudantes, trabalhadores ve: gato – gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito
vara porcos - prefeita

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam


uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto
Substantivos Simples e Compostos para o feminino. Classificam-se em:

Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra. - Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a
O substantivo chuva é formado por um único elemento cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré
ou radical. É um substantivo simples. fêmea.
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pes-
Substantivo Simples: é aquele formado por um único soas: a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio,
elemento. o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pes-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- soas por meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. doente, o artista e a artista.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
em ema ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o
Substantivos Primitivos e Derivados
sistema, o sintoma, o teorema.
Meu limão meu limoeiro,
- Existem certos substantivos que, variando de gêne-
meu pé de jacarandá...
ro, variam em seu significado: o rádio (aparelho receptor)
e a rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou
(cidade)
de nenhum outro dentro de língua portuguesa.
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O
substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir
da palavra limão. - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- - aluna.
tra palavra. - Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
masculino: freguês - freguesa
Flexão dos substantivos - Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá- de três formas:
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por - troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
exemplo, pode sofrer variações para indicar: - troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
Plural: meninos Feminino: menina -troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão
- sultana
Flexão de Gênero
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar - Substantivos terminados em -or:
sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há - acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero - troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
masculino os substantivos que podem vir precedidos dos
artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes: - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
O velho e o mar sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Um Natal inesquecível - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
Os reis da praia
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que final por -a: elefante - elefanta
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Uma cidade sem passado no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
As tartarugas ninjas

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Substantivos que formam o feminino de maneira es- Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: (pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
czar – czarina réu - ré maracajá, o clã, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o
soprano, o proclama, o pernoite, o púbis.
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
Epicenos: cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).

Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso - São geralmente masculinos os substantivos de ori-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
para indicar o masculino e o feminino. grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
macho e fêmea.
A cobra macho picou o marinheiro. Gênero dos Nomes de Cidades
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que
Outros substantivos sobrecomuns: à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa em conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco,
criatura. manejando um bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de marca um limite ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe),
Marcela faleceu a cabeça (parte do corpo), o cisma (separação religiosa, dissi-
dência), a cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor
Comuns de Dois Gêneros: cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinhei-
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. ro), a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
(sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície
A distinção de gênero pode ser feita através da análise de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu-
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade de
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- (recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
cês - repórter francesa (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
- A palavra personagem é usada indistintamente nos bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
dois gêneros. nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
os personagens dos contos de carochinha. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação emissora), o
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- voga (remador), a voga (moda, popularidade).
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não
aceitam a personagem. Flexão de Número do Substantivo
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo Em português, há dois números gramaticais: o singular,
fotográfico Ana Belmonte. que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
Observe o gênero dos substantivos seguintes: indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
do plural é o “s” final.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-


mens
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon - Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- cânones. formados de:
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
em “ns”: homem - homens. palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
alto- -falantes
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. cos

Atenção: O plural de caráter é caracteres. - Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando


formados de:
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- substantivo + preposição clara + substantivo = água-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara- de-colônia e águas-de-colônia
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
e cônsules. lo-vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como deter-
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo
duas maneiras: do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis -relógio - bombas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba,
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-espada.
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas
- Permanecem invariáveis, quando formados de:
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
ca-rolhas
duas maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
- Casos Especiais
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
o louva-a-deus e os louva-a-deus
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres
- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o joão-ninguém e os joões-ninguém.
de três maneiras.
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações Plural das Palavras Substantivadas
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: no plural, as flexões próprias dos substantivos.
o látex - os látex. Pese bem os prós e os contras.
Plural dos Substantivos Compostos O aluno errou na prova dos noves.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
-A formação do plural dos substantivos compostos de- Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou
pende da forma como são grafados, do tipo de palavras “z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui-
que formam o composto e da relação que estabelecem en- tos seis e alguns dez.
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se Plural dos Diminutivos
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme- Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final
queres. e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos pãe(s) + zinhos = pãezinhos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e animai(s) + zinhos = animaizinhos
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: botõe(s) + zinhos = botõezinhos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
- Flexionam-se os dois elementos, quando formados farói(s) + zinhos = faroizinhos
de: tren(s) + zinhos = trenzinhos
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores colhere(s) + zinhas = colherezinhas
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per- flore(s) + zinhas = florezinhas
feitos mão(s) + zinhas = mãozinhas

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LÍNGUA PORTUGUESA

papéi(s) + zinhos = papeizinhos - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,


nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
funi(s) + zinhos = funizinhos - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
pai(s) + zinhos = paizinhos bom nome) e honras (homenagem, títulos).
pé(s) + zinhos = pezinhos - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
pé(s) + zitos = pezitos com sentido de plural:
Aqui morreu muito negro.
Plural dos Nomes Próprios Personativos Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
improvisadas.
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
sempre que a terminação preste-se à flexão. Flexão de Grau do Substantivo
Os Napoleões também são derrotados.
As Raquéis e Esteres. Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-
do normal. Por exemplo: casa
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- - Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exce- do ser. Classifica-se em:
to quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
jazz. tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- cador de aumento. Por exemplo: casarão.
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os - Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, do ser. Pode ser:
os réquiens. Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
Observe o exemplo: que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
Este jogador faz gols toda vez que joga.
cador de diminuição. Por exemplo: casinha.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.

Plural com Mudança de Timbre


4. A ORAÇÃO E SEUS TERMOS
Certos substantivos formam o plural com mudança de (MORFOSSINTAXE)
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico).
Singular Plural
corpo (ô) corpos (ó) Frase, período e oração:
esforço esforços
fogo fogos Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para
forno fornos estabelecer comunicação. Expressa juízo, indica ação, esta-
fosso fossos do ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza
imposto impostos emoções.
olho olhos Normalmente a frase é composta por dois termos – o
osso (ô) ossos (ó) sujeito e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois em
ovo ovos Português há orações ou frases sem sujeito: Há muito tem-
poço poços po que não chove.
porto portos
posto postos Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela
tijolo tijolos entoação, na língua escrita, a entoação é reduzida a sinais
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol- de pontuação.
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc. Quanto aos tipos de frases, além da classificação em
verbais e nominais, feita a partir de seus elementos consti-
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), tuintes, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido
de molho (ó) = feixe (molho de lenha). global:
- frases interrogativas: o emissor da mensagem formu-
Particularidades sobre o Número dos Substantivos la uma pergunta: Que queres fazer?
- frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o ordem ou faz um pedido: Dê-me uma mãozinha! Faça-o
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. sair!

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LÍNGUA PORTUGUESA

- frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado Termos essenciais da oração:


afetivo: Que dia difícil!
- frases declarativas: o emissor constata um fato: Ele já O sujeito e o predicado são considerados termos es-
chegou. senciais da oração, ou seja, sujeito e predicado são termos
indispensáveis para a formação das orações. No entanto,
Quanto à estrutura da frase, as frases que possuem existem orações formadas exclusivamente pelo predicado.
verbo (oração) são estruturadas por dois elementos essen- O que define, pois, a oração, é a presença do verbo.
ciais: sujeito e predicado. O sujeito é o termo da frase que O sujeito é o termo que estabelece concordância com
concorda com o verbo em número e pessoa. É o “ser de o verbo.
quem se declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”. “Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.”
O predicado é a parte da frase que contém “a informação “Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus
nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema, constituindo a olhos”.
declaração do que se atribui ao sujeito.
Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima.
o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num nome, Minha e primeira referem-se ao conceito básico expresso
teremos um predicado nominal: em lágrima. Lágrima é, pois, a principal palavra do sujeito,
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres sendo, por isso, denominada núcleo do sujeito. O núcleo
de opinião. do sujeito relaciona-se com o verbo, estabelecendo a con-
A existência é frágil. cordância.
A função do sujeito é basicamente desempenhada por
A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
(simples) quando encerra um pensamento completo e vem ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
limitada por ponto-final, ponto de interrogação, ponto de palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
exclamação e por reticências. dem exercer a função de sujeito.
Um vulto cresce na escuridão. Clarissa encolhe-se. É Vas- Ele já partiu;
co. Os dois sumiram;
Um sim é suave e sugestivo.
Acima temos três orações correspondentes a três pe-
ríodos simples ou a três frases. Mas, nem sempre oração é
Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos:
frase: “convém que te apresses” apresenta duas orações,
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do
mas uma só frase, pois somente o conjunto das duas é que
sujeito.
traduz um pensamento completo.
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden-
Outra definição para oração é a frase ou membro de
frase que se organiza ao redor de um verbo. A oração pos- tificável pela concordância verbal. O sujeito determinado
sui sempre um verbo (ou locução verbal), que implica na pode ser simples ou composto.
existência de um predicado, ao qual pode ou não estar li- A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
gado um sujeito. possível identificar claramente a que se refere a concor-
Assim, a oração é caracterizada pela presença de um dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte-
verbo. Dessa forma: ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
Rua! = é uma frase, não é uma oração. Estão gritando seu nome lá fora;
Já em: “Quero a rosa mais linda que houver, para enfei- Trabalha-se demais neste lugar.
tar a noite do meu bem.” Temos uma frase e três orações:
As duas últimas orações não são frases, pois em si mesmas O sujeito simples é o sujeito determinado que possui
não satisfazem um propósito comunicativo; são, portanto, um único núcleo. Esse vocábulo pode estar no singular ou
membros de frase. no plural; pode também ser um pronome indefinido.
Nós nos respeitamos mutuamente;
Quanto ao período, ele denomina a frase constituí- A existência é frágil;
da por uma ou mais orações, formando um todo, com Ninguém se move;
sentido completo. O período pode ser simples ou com- O amar faz bem.
posto. O sujeito composto é o sujeito determinado que pos-
Período simples é aquele constituído por apenas uma sui mais de um núcleo.
oração, que recebe o nome de oração absoluta. Alimentos e roupas andam caríssimos;
Chove. Ela e eu nos respeitamos mutuamente;
A existência é frágil. O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres moeda.
de opinião.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
Período composto é aquele constituído por duas ou referência ao sujeito oculto ( ou elíptico), isto é, ao núcleo
mais orações: do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido
“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.” pela desinência verbal ou pelo contexto.
Cantei, dancei e depois dormi. Abolimos todas as regras. = (nós)

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LÍNGUA PORTUGUESA

O sujeito indeterminado surge quando não se quer Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às
ou não se pode identificar claramente a que o predicado mulheres de opinião.
da oração refere--se. Existe uma referência imprecisa ao
sujeito, caso contrário, teríamos uma oração sem sujeito. O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
Na língua portuguesa o sujeito pode ser indetermina- se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se
do de duas maneiras: direta ou indiretamente ao verbo.
- com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o A existência (sujeito) é frágil (predicado).
sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
Bateram à porta; O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao
Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi- sujeito da oração. O verbo atua como elemento de ligação
nistro. entre o sujeito e a palavra a ele relacionada.
- com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido O predicado verbal é aquele que tem como núcleo
do pronome se. Esta é uma construção típica dos verbos
significativo um verbo:
que não apresentam complemento direto:
Chove muito nesta época do ano;
Precisa-se de mentes criativas;
Senti seu toque suave;
Vivia-se bem naqueles tempos;
Trata-se de casos delicados; O velho prédio foi demolido.
Sempre se está sujeito a erros. Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
O pronome se funciona como índice de indetermina- cessos.
ção do sujeito.
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi- significativo um nome; esse nome atribui uma qualidade
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men- ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo
sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca- do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a outro
sos de orações sem sujeito com: nome da oração por meio de um verbo.
- os verbos que indicam fenômenos da natureza: Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
Amanheceu repentinamente; isto é, não indica um processo. O verbo une o sujeito ao
Está chuviscando. predicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado
do sujeito:
- os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam “Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.”
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
geral: Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por
Está tarde. estar, andar, ficar, parecer, permanecer ou continuar, atuan-
Ainda é cedo. do como elemento de ligação entre o sujeito e as palavras
Já são três horas, preciso ir; a ele relacionadas.
Faz frio nesta época do ano; A função de predicativo é exercida normalmente por
Há muitos anos aguardamos mudanças significativas; um adjetivo ou substantivo.
Faz anos que esperamos melhores condições de vida;
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen-
O predicado é o conjunto de enunciados que numa
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No
dada oração contém a informação nova para o ouvinte.
predicado verbo-nominal, o predicativo pode referir-se ao
Nas orações sem sujeito, o predicado simplesmente enun-
sujeito ou ao complemento verbal.
cia um fato qualquer:
Chove muito nesta época do ano; O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
Houve problemas na reunião. nificativo, indicando processos. É também sempre por in-
Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
que se declara a respeito desse sujeito. termo a que se refere.
Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, O dia amanheceu ensolarado;
tudo o que difere do sujeito numa oração é o seu predi- As mulheres julgam os homens inconstantes
cado. No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predica- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
do); ção. Esse predicado poderia ser desdobrado em dois, um
Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujeito) pelo verbal e outro nominal:
pensamento (predicado). O dia amanheceu;
O dia estava ensolarado.
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se
seu núcleo está num nome ou num verbo. Deve-se consi- No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
derar também se as palavras que formam o predicado re- o complemento homens como o predicativo inconstantes.
ferem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Termos integrantes da oração: As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto


adverbial são:
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o - acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço.
complemento nominal são chamados termos integrantes - afirmação: Sim, realmente irei partir.
da oração. - assunto: Falavam sobre futebol.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver- - causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede…
bos transitivos, com eles formando unidades significativas. - companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas.
Esses verbos podem se relacionar com seus complementos - concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro
diretamente, sem a presença de preposição ou indireta- dia.
mente, por intermédio de preposição. - conformidade: Fez tudo conforme o combinado.
O objeto direto é o complemento que se liga direta- - dúvida: Talvez nos deixem entrar.
mente ao verbo. - fim: Estudou para o exame.
Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opi- - frequência: Sempre aparecia por lá.
nião; - instrumento: Fez o corte com a faca.
Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião; - intensidade: Corria bastante.
Dou-lhes três. - limite: Andava atabalhoado do quarto à sala.
Houve muita confusão na partida final. - lugar: Vou à cidade.
- matéria: Compunha-se de substâncias estranhas.
O objeto direto preposicionado ocorre principalmente: - meio: Viajarei de trem.
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns - modo: Foram recrutados a dedo.
referentes a pessoas: - negação: Não há ninguém que mereça.
Amar a Deus; - preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbi-
Adorar a Xangô; tantes.
Estimar aos pais. - substituição ou troca: Abandonou suas convicções por
privilégios econômicos.
- com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de - tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.
tratamento:
Não excluo a ninguém; O adjunto adnominal é o termo acessório que deter-
Não quero cansar a Vossa Senhoria. mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
- para evitar ambiguidade: exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais e
seria outra) os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
O objeto indireto é o complemento que se liga indire- amigo de infância.
tamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres; O adjunto adnominal liga-se diretamente ao substan-
Os homens pedem-lhes amor sincero; tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
Gosto de música popular brasileira. cativo do objeto liga-se ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O termo que integra o sentido de um nome chama-se O poeta deixou-a.
complemento nominal. O complemento nominal liga-se (originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
ao nome que completa por intermédio de preposição: junto adnominal)
Desenvolvemos profundo respeito à arte; O poeta português deixou uma obra inacabada.
A arte é necessária à vida; O poeta deixou-a inacabada.
Tenho-lhe profundo respeito. (inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do
objeto)
Termos acessórios da oração e vocativo: Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um
substantivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal rela-
Os termos acessórios recebem esse nome por serem ciona-se apenas ao substantivo.
acidentais, explicativos, circunstanciais. São termos acessó-
rios o adjunto adverbial, adjunto adnominal, o aposto e o O aposto é um termo acessório que permite ampliar,
vocativo. explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida num termo
que exerça qualquer função sintática.
O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.
ca uma circunstância do processo verbal, ou intensifica o
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalen-
exercerem o papel de adjunto adverbial. te ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo:
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça. Segunda-feira passei o dia mal-humorado.

33
LÍNGUA PORTUGUESA

O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va- Coordenadas Sindéticas
lor na oração, em: Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma- tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o denativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração
mundo. uma classificação. As orações coordenadas sindéticas são
b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alterna-
coisas: amor, arte, ação. tivas, conclusivas e explicativas.
c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
tudo isso forma o carnaval. Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa- cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
ram-se por muito tempo na baía anoitecida. só... como, assim... como.
Não só cantei como também dancei.
O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
ou interpelar um ouvinte real ou hipotético.
Comprei o protetor solar e fui à praia.
A função de vocativo é substantiva, cabendo a subs-
tantivos, pronomes substantivos, numerais e palavras subs-
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
tantivadas esse papel na linguagem.
João, venha comigo! principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan-
Traga-me doces, minha menina! to, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dan-
çando.
O período composto caracteriza-se por possuir mais Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à
de uma oração em sua composição. Sendo assim: praia.
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
praia. (Período Composto =locução verbal, verbo, duas seja...seja.
orações) Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras
protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora- diferentes.
ções). Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quar-
to.
Cada verbo ou locução verbal corresponde a uma
oração. Isso implica que o primeiro exemplo é um perío- Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
do simples, pois tem apenas uma oração, os dois outros principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
exemplos são períodos compostos, pois têm mais de uma seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo)
oração. Passei no concurso, portanto irei comemorar.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
entre as orações de um período composto: uma relação de Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
coordenação ou uma relação de subordinação. A situação é delicada; devemos, pois, agir
Duas orações são coordenadas quando estão juntas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am-
principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. de, pois (anteposto ao verbo).
(Período Composto) Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
Podemos dizer: Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
1. Estou comprando um protetor solar. Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
2. Irei à praia. mingo.
Separando as duas, vemos que elas são independentes.
É esse tipo de período que veremos agora: o Período PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Composto por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas “Eu sinto que em meu gesto existe o
Sindéticas. teu gesto.”
Oração Principal Oração Subordinada
Coordenadas Assindéticas
São orações coordenadas entre si e que não são liga- Observe que na oração subordinada temos o verbo
das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos- “existe”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
tas. do presente do indicativo. As orações subordinadas que

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LÍNGUA PORTUGUESA

apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tem- Atenção:


pos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são Observe que a oração subordinada substantiva pode
chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas. ser substituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos um pe-
Podemos modificar o período acima. Veja: ríodo simples:
Eu sinto existir em meu gesto o teu É fundamental isso. ou Isso é fundamental.
gesto.
Oração Principal Oração Subordinada Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exerce-
rá a função de sujeito
A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
sinto” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração principal:
subordinada “existir em meu gesto o teu gesto”. Note que
- Verbos de ligação + predicativo, em construções do
a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo.
tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas
claro - Está evidente - Está comprovado
orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo É bom que você compareça à minha festa.
surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou
não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzi- - Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-se
das ou implícitas. - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por - Ficou provado
conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual- Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
mente, introduzidas por preposição.
- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS importar - ocorrer - acontecer
Convém que não se atrase na entrevista.
A oração subordinada substantiva tem valor de subs-
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- Obs.: quando a oração subordinada substantiva é sub-
grante (que, se). jetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pes-
Suponho que você foi à biblioteca hoje. soa do singular.
Oração Subordinada Substantiva
b) Objetiva Direta
A oração subordinada substantiva objetiva direta exer-
Você sabe se o presidente já chegou?
ce função de objeto direto do verbo da oração principal.
Oração Subordinada Substantiva Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem Todos querem que você seja aprovado. (Todos
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, querem isso)
como). Veja os exemplos: Oração Principal oração Subordinada Substantiva
O garoto perguntou qual seu nome. Objetiva Direta
Oração Subordinada Subs-
tantiva As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
desenvolvidas são iniciadas por:
Não sabemos por que a vizinha se mudou. - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
Oração Subordinada Substantiva “se”: A professora verificou se todos alunos estavam presen-
Classificação das Orações tes.
Subordinadas Substantivas - Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
De acordo com a função que exerce no período, a ora- O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
ção subordinada substantiva pode ser:
- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
a) Subjetiva Eu não sei por que ela fez isso.
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito
do verbo da oração principal. Observe: c) Objetiva Indireta
É fundamental o seu comparecimento à reunião. A oração subordinada substantiva objetiva indireta
Sujeito atua como objeto indireto do verbo da oração principal.
Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à reunião.
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Meu pai insiste em meu estudo.
Subjetiva Objeto Indireto

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LÍNGUA PORTUGUESA

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai in- * Dica: geralmente há a presença dos dois pontos!
siste nisso) (:)
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica
na oração. Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
Oração Subordinada Substantiva Objetiva orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Indireta a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe
o exemplo:
d) Completiva Nominal
A oração subordinada substantiva completiva nominal Esta foi uma redação bem-sucedida.
completa um nome que pertence à oração principal e tam- Substantivo Adjetivo (Adjunto Ad-
bém vem marcada por preposição. nominal)
Sentimos orgulho de seu comportamento.
Complemento Nominal Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo
adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Senti- outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo pa-
mos orgulho disso.) pel. Veja:
Oração Subordinada Substantiva Completiva No-
minal Esta foi uma redação que fez sucesso.
Oração Principal Oração Subordinada
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- Adjetiva
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- Perceba que a conexão entre a oração subordinada ad-
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma jetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen- pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacio-
tado. Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o nar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma
complemento nominal: o primeiro complementa um verbo, função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que
o segundo, um nome. seria exercido pelo termo que o antecede.
Obs.: para que dois períodos se unam num período
e) Predicativa composto, altera-se o modo verbal da segunda oração.
A oração subordinada substantiva predicativa exerce Atenção: Vale lembrar um recurso didático para reco-
papel de predicativo do sujeito do verbo da oração princi- nhecer o pronome relativo que: ele sempre pode ser subs-
pal e vem sempre depois do verbo ser. tituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno que é estudioso.
Predicativo do Sujeito Essa oração é equivalente a:
Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo
era isso) Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Oração Subordinada Substantiva Predica-
tiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
“de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
fui bem na prova. reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
f) Apositiva (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
A oração subordinada substantiva apositiva exerce verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
função de aposto de algum termo da oração principal. particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.) jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subor-
Oração Subordinada Substantiva dinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome re-
Apositiva lativo e seu verbo está no infinitivo.
reduzida de infinitivo

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracte- Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de
rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de minha vida.
duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou
especificam o sentido do termo a que se referem, indivi- No primeiro período, “naquele momento” é um ad-
dualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, junto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal
sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem “senti”. No segundo período, esse papel é exercido pela
também orações que realçam um detalhe ou amplificam oração “Quando vi a estátua”, que é, portanto, uma oração
dados sobre o antecedente, que já se encontra suficien- subordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvol-
temente definido, as quais denominam-se subordinadas vida, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa
adjetivas explicativas. (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicati-
Exemplo 1: vo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um reduzi-la, obtendo-se:
homem que passava naquele momento. Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva minha vida.

Nesse período, observe que a oração em destaque res- A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma
tringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
se de um homem específico, único. A oração limita o uni- introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
mas sim àquele que estava passando naquele momento. Obs.: a classificação das orações subordinadas adver-
biais é feita do mesmo modo que a classificação dos ad-
Exemplo 2: juntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela
O homem, que se considera racional, muitas vezes oração.
age animalescamente.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Circunstâncias Expressas
pelas Orações Subordinadas Adverbiais
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido
restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, essa
a) Causa
oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que
contida no conceito de “homem”.
provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara
Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicativa
na oração principal. “É aquilo ou aquele que determina um
é separada da oração principal por uma pausa que, na es-
crita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que acontecimento”.
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
orações explicativas das restritivas; de fato, as explicativas Outras conjunções e locuções causais: como (sempre
vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. introduzido na oração anteposta à oração principal), pois,
pois que, já que, uma vez que, visto que.
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve al-
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exer- ternativa a não ser cancelá-lo.
ce a função de adjunto adverbial do verbo da oração prin- Já que você não vai, eu também não vou.
cipal. Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo,
modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desen- b) Consequência
volvida, vem introduzida por uma das conjunções subor- As orações subordinadas adverbiais consecutivas ex-
dinativas (com exclusão das integrantes). Classifica-se de primem um fato que é consequência, que é efeito do que
acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a in- se declara na oração principal. São introduzidas pelas con-
troduz. junções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto
que, etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. que.
Oração Subordinada Adverbial Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
Observe que a oração em destaque agrega uma cir- É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa
cunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração su- dor.)
bordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con-
termos acessórios que indicam uma circunstância refe- cretizando-os.
rente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi-
adverbial depende da exata compreensão da circunstância da de Infinitivo)
que exprime. Observe os exemplos abaixo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) Condição f) Conformidade
Condição é aquilo que se impõe como necessário para As orações subordinadas adverbiais conformativas in-
a realização ou não de um fato. As orações subordinadas dicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma re-
adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocor- gra, um modelo adotado para a execução do que se decla-
rer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expres- ra na oração principal.
so na oração principal. Principal conjunção subordinativa conformativa: CON-
Principal conjunção subordinativa condicional: SE FORME
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, Outras conjunções conformativas: como, consoante e
desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, segundo (todas com o mesmo valor de conforme).
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
certamente o melhor time será campeão. direitos iguais.
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o
g) Finalidade
contrato.
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a
Caso você se case, convide-me para a festa.
intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração
principal.
d) Concessão
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE
As orações subordinadas adverbiais concessivas in- Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a
dicam concessão às ações do verbo da oração principal, locução conjuntiva para que.
isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada
quebra de expectativa. entrasse.
Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locu- h) Proporção
ções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, pos- As orações subordinadas adverbiais proporcionais ex-
to que, apesar de que. primem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao
Só irei se ele for. expresso na oração principal.
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” Principal locução conjuntiva subordinativa proporcio-
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita. nal: À PROPORÇÃO QUE
Compare agora com: Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida
Irei mesmo que ele não vá. que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: (maior), quanto maior...(menor), quanto menor...(maior),
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con- (menos), quanto menos...(mais), quanto menos...(menos).
cessiva. À proporção que estudávamos, acertávamos mais ques-
Observe outros exemplos: tões.
Embora fizesse calor, levei agasalho. Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos me- Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
tade da população continua à margem do mercado de con-
sumo. i) Tempo
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embo- As orações subordinadas adverbiais temporais acres-
centam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração
ra não estudasse). (reduzida de infinitivo)
principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, an-
terioridade ou posterioridade.
e) Comparação
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
As orações subordinadas adverbiais comparativas es-
Outras conjunções subordinativas temporais: enquan-
tabelecem uma comparação com a ação indicada pelo ver- to, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as
bo da oração principal. vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
Ele dorme como um urso. Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações Mal você saiu, ela chegou.
subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo: Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Agem como crianças. (agem) nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
Oração Subordinada Adverbial Comparativa

No entanto, quando se comparam ações diferentes,


isso não ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz.
(comparação do verbo falar e do verbo fazer).

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LÍNGUA PORTUGUESA

7) Em casos relativos à concordância com locuções


5. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário
nos atermos a duas questões básicas:
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá
nos referindo à relação de dependência estabelecida entre também concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós
um termo e outro mediante um contexto oracional. Desta o receberemos. / Alguns de nós o receberão.
feita, os agentes principais desse processo são representa- - Quando o primeiro pronome da locução estiver ex-
dos pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; presso no singular, o verbo permanecerá, também, no sin-
e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado. gular: Algum de nós o receberá.
Dessa forma, temos que a concordância verbal carac-
teriza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os que- 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo
sitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifi- pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa
cando, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo do singular ou poderá concordar com o antecedente desse
apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe- pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para
rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como ela. / Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela.
poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela
Casos referentes a sujeito simples
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós que toma-
o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado. mos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo.

2) Nos casos referentes a sujeito representado por 10) No caso de o sujeito aparecer representado por ex-
substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pes- pressões que indicam porcentagens, o verbo concordará
soa do singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos. com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa
Observação: porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão.
adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou
poderá ir para o plural: Observações:
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. - Caso o verbo apareça anteposto à expressão de por-
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. centagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprova-
ram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.
3) Quando o sujeito é representado por expressões - Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no sin-
partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte gular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da dire-
de, a metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto toria.
pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto - Em casos em que o numeral estiver acompanhado de
com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos resol- determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural:
veu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar. Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.
4) No caso de o sujeito ser representado por expres- 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado
sões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empre-
o verbo concorda com o substantivo determinado por elas: gado na terceira pessoa do singular ou do plural: Vossas
Cerca de mil candidatos se inscreveram no concurso. Majestades gostaram das homenagens. Vossa Majestade
agradeceu o convite.
5) Em casos em que o sujeito é representado pela ex-
pressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais
12) Casos relativos a sujeito representado por substan-
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
Observação: tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou aspectos que os determinam:
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do ver-
necessariamente, deverá permanecer no plural: bo ser, este permanece no singular, contanto que o predi-
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram cativo também esteja no singular: Memórias póstumas de
na campanha de doação de alimentos. Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.
Mais de um formando se abraçaram durante as soleni- - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam-
dades de formatura. bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma po-
tência mundial.
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um - Casos em que o artigo figura no singular ou em que
dos que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados
um dos que atuaram na Copa América. Unidos é uma potência mundial.

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Casos referentes a sujeito composto b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos


- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas mais próximo.
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, es- Comi delicioso almoço e sobremesa.
tando relacionado a dois pressupostos básicos: Provei deliciosa fruta e suco.
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexio- concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
nar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são Estavam feridos o pai e os filhos.
primos. Estava ferido o pai e os filhos.

2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer an- c) Um substantivo e mais de um adjetivo
teposto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus - antecede todos os adjetivos com um artigo.
dois filhos compareceram ao evento. Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.

3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver- - coloca o substantivo no plural.


bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus
dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. d) Pronomes de tratamento
- sempre concordam com a 3ª pessoa.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém Vossa Santidade esteve no Brasil.
com mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
singular: Meu esposo e grande companheiro merece toda a
- Concordam com o substantivo a que se referem.
felicidade do mundo.
As cartas estão anexas.
A bebida está inclusa.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô-
Precisamos de nomes próprios.
nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
Obrigado, disse o rapaz.
poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha
vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha pre- - Após essas expressões o substantivo fica sempre no
miação é fruto de meu esforço. singular e o adjetivo no plural.
Renato advogou um e outro caso fáceis.
Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
demais termos da oração para que concordem em gênero
e número com o substantivo. Teremos que alterar, portan- g) É bom, é necessário, é proibido
to, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, - Essas expressões não variam se o sujeito não vier pre-
temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira. cedido de artigo ou outro determinante.
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono- Canja é bom. / A canja é boa.
me concordam em gênero e número com o substantivo. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
- A pequena criança é uma gracinha. É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A en-
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. trada é proibida.
h) Muito, pouco, caro
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à - Como adjetivos: seguem a regra geral.
regra geral mostrada acima. Comi muitas frutas durante a viagem.
a) Um adjetivo após vários substantivos Pouco arroz é suficiente para mim.
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o Os sapatos estavam caros.
plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. - Como advérbios: são invariáveis.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. Comi muito durante a viagem.
Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural Comprei caro os sapatos.
masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
- Ela tem pai e mãe louros. i) Mesmo, bastante
- Ela tem pai e mãe loura. - Como advérbios: invariáveis
Preciso mesmo da sua ajuda.
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria- Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
mente para o plural.
- O homem e o menino estavam perdidos. - Como pronomes: seguem a regra geral.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.

40
LÍNGUA PORTUGUESA

j) Menos, alerta 02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de con-


- Em todas as ocasiões são invariáveis. cordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas
Preciso de menos comida para perder peso. em:
Estamos alerta para com suas chamadas. A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa lei-
tura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimora-
k) Tal Qual mento intelectual, estão na capacidade de criação do autor,
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda mediante palavras, sua matéria-prima.
com o consequente. B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre
As garotas são vaidosas tais qual a tia. delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. ao ultrapassar os limites da época em que vivem seus au-
tores, gênios no domínio das palavras, sua matéria-prima.
l) Possível C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas,
- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me- lhe permitem criar todo um mundo de ficção, em que per-
sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os
lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as ex-
leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
pressões.
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei-
A mais possível das alternativas é a que você expôs. tor somente se realiza plenamente caso haja afinidade de
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da em- ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o
presa. crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura.
As piores situações possíveis são encontradas nas fave- E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que
las da cidade. constitui leitura obrigatória e se tornam referências por seu
conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época.
m) Meio
- Como advérbio: invariável. 03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para
Estou meio (um pouco) insegura. responder à questão.
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro,
- Como numeral: segue a regra geral. não está claro até onde pode realmente chegar uma políti-
Comi meia (metade) laranja pela manhã. ca baseada em melhorar a eficiência sem preços adequados
para o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a
n) Só terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do
- apenas, somente (advérbio): invariável. carbono e da água em si ___________diferença, as companhias
Só consegui comprar uma passagem. não podem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40
dólares por tonelada de carbono, sem qualquer preparação.
- sozinho (adjetivo): variável. Portanto, elas começam a usar preços- -sombra. Ain-
Estiveram sós durante horas. da assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de
quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem eles a
Fonte: maioria das políticas de crescimento verde sempre ___________
http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia- a segunda opção.
verbal.htm (Carta Capital, 27.06.2012.
Adaptado)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
Questões sobre Concordância Nominal e Verbal
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con-
(A) Restam… faça… será
cordância verbal e nominal está inteiramente correta na (B) Resta… faz… será
frase: (C) Restam… faz... serão
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va- (D) Restam… façam… serão
lores que determinam as escolhas dos governantes, para (E) Resta… fazem… será
conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- 04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alterna-
vem ser embasados na percepção dos valores e princípios tiva em que o trecho
que regem a prática política. – Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadei- neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.–
ro regime democrático, em que se respeita tanto as liber- está corretamente reescrito, de acordo com a norma-pa-
dades individuais quanto as coletivas. drão da língua portuguesa.
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- (A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou
crático não pode estar subordinado às ordens indiscrimi- até agora uma maneira adequada de se quantificar os in-
nadas de um único poder central. sumos básicos.
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes opi- trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
niões existentes na sociedade. cos ser quantificados.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou 08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
até agora uma maneira adequada para que os insumos bá- FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de con-
sicos sejam quantificado. cordância verbal e nominal em:
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica-
mos básicos seja quantificado. das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- de hoje.
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem b) A importância de intelectuais como Edward Said e
os insumos básicos. Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que
- VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto: escreveram.
I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega- c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre
tiva... árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so-
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classi- frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo
menos de terem alguma trégua.
ficação do continente americano (2,0)...
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
exemplos, em:
que admiradores.
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o e) No final do século XX já não se via muitos intelec-
próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era
maioria? notícia pelos livros que publicavam como pelas posições
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. que corajosamente assumiam.
Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase 09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia. O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos-
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural,
também existem umas que não merecem nossa atenção. está em:
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
(B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla-
06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) neta)
Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O
peregrinação. consumo mundial de barris de petróleo)
O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plu- (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se
ral caso o segmento grifado seja substituído por: no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos)
(A) Há folheteiros que (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es-
(B) A maior parte dos folheteiros forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças
(C) O folheteiro e sua família climáticas)
(D) O grosso dos folheteiros
(E) Cada um dos folheteiros 10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) nale a alternativa em que a concordância das formas ver-
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas bais destacadas está de acordo com a norma-padrão da
em: língua.
(A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higie-
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel
nização subterrânea.
sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir
(B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os
dessas criações poéticas tão originais.
trabalhadores da área de limpeza.
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje riscos de se contrair alguma doença.
nas melhores universidades do país. (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer. começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e de seus funcionários.
a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser
resultado do puro e simples desconhecimento. GABARITO
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble-
mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de 01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
representatividade. 06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C

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LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO (D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-


trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
1-) Fiz os acertos entre parênteses: mos básicos sejam quantificados.
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va- (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
lores que determinam as escolhas dos governantes, para trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
conferir legitimidade a suas decisões. os insumos básicos. = correta
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos 5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos
valores e princípios que regem a prática política. aos itens:
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver- (A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei- tem (singular)
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas. (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- (C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise-
crático não pode (podem) estar subordinado (subordina- ram (plural)
das) às ordens indiscriminadas de um único poder central. (D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol- umas (plural)
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex- (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade. as formas estão no plural)
2-) 6-)
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto
leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo- “folheterios”)
ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au-
B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
tor, mediante palavras, sua matéria-prima. = correta
C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto)
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sem-
D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional)
pre delineiam novos caminhos, pois são capazes de encan-
E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular
tar o leitor ao ultrapassarem os limites da época em que
vivem seus autores, gênios no domínio das palavras, sua
matéria-prima. 7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, (A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a conside-
lhes permite criar todo um mundo de ficção, em que per- rar o cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capa-
sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os zes de fruir dessas criações poéticas tão originais.
leitores, numa verdadeira interação com a realidade. (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei- atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
tor somente se realizam plenamente caso haja afinidade nas melhores universidades do país.
de ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura. a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que mesmos requizessem (requeressem) o respeito que faziam
constituem leitura obrigatória e se tornam referências por por merecer.
seu conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de épo- (D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desva-
ca. lorização e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica
3-) _Restam___dúvidas só pode (podem) ser resultado do puro e simples desco-
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da nhecimento.
água em si __faça __diferença (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que
a maioria das políticas de crescimento verde sempre os problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados
____será_____ a segunda opção. à falta de representatividade.
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tan-
to no plural quanto no singular. Nas alternativas não há 8-) Fiz as correções entre parênteses:
“restam/faça/serão”, portanto a A é que apresenta as op- a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
ções adequadas. entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofis-
ticadas às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns
4-) (comum) nos dias de hoje.
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- b) A importância de intelectuais como Edward Said e
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
insumos básicos. polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- que escreveram.
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási- c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en-
cos serem quantificados. tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- (ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter)
mos básicos sejam quantificados. alguma trégua.

43
LÍNGUA PORTUGUESA

d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a ver- A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar,
dade, ainda que conscientes de que esta é até certo ponto contentar.
relativa, costumam encontrar muito mais detratores que ad- A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar
miradores. agrado ou prazer”, satisfazer.
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos in- Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
telectuais e escritores como Edward Said, que não apenas “agradar a alguém”.
era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas
posições que corajosamente assumiam. Saiba que:
O conhecimento do uso adequado das preposições é
9-) um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver-
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = bal (e também nominal). As preposições são capazes de
“há” permaneceria no singular modificar completamente o sentido do que se está sendo
(B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do plane- dito. Veja os exemplos:
ta) = “sabe” permaneceria no singular Cheguei ao metrô.
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O con- Cheguei no metrô.
sumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permaneceria no
singular No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se-
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A
custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “reflete” oração “Cheguei no metrô”, popularmente usada a fim de
passaria para “refletem-se” indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da lín-
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esfor- gua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem di-
ços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças cli- vergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns
máticas) = “pressiona” permaneceria no singular verbos, e a regência culta.
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
10-) Fiz as correções: de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém,
(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular) não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem diferentes formas em frases distintas.
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete Verbos Intransitivos
da manhã = eram
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, co- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
meçou = começaram importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.

6. REGÊNCIA VERBAL, REGÊNCIA NOMINAL - Chegar, Ir


E EMPREGO DE CRASE Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
indicar destino ou direção são: a, para.
Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA
Ricardo foi para a Espanha.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Adjunto Adverbial de Lugar
que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple-
mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, - Comparecer
criando frases não ambíguas, que expressem efetivamente o O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
sentido desejado, que sejam corretas e claras. em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
Regência Verbal último jogo.

Termo Regente: VERBO Verbos Transitivos Diretos

A regência verbal estuda a relação que se estabelece en- Os verbos transitivos diretos são complementados por
tre os verbos e os termos que os complementam (objetos objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adver- para o estabelecimento da relação de regência. Ao em-
biais). pregar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pro-
capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhe- nomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas
cermos as diversas significações que um verbo pode assu- verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
mir com a simples mudança ou retirada de uma preposi- formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
ção. Observe: lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.

44
LÍNGUA PORTUGUESA

São verbos transitivos diretos, dentre outros: abando- - Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
nar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, ad- tos introduzidos pela preposição “com”.
mirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, Antipatizo com aquela apresentadora.
castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, nam para uma minoria privilegiada.
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
como o verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o. Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
Amo aquela moça. / Amo-a. nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
Amam aquele rapaz. / Amam-no. que, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. que apresentam objeto direto relacionado a coisas e obje-
to indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses ver- Agradeço aos ouvintes a audiência.
bos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos Objeto Indireto Objeto Direto
adnominais).
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Paguei o débito ao cobrador.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car- Objeto Direto Objeto Indireto
reira)
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu- - O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
mor) com particular cuidado. Observe:

Verbos Transitivos Indiretos Agradeci o presente. / Agradeci-o.


Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Os verbos transitivos indiretos são complementados Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi- Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
gem uma preposição para o estabelecimento da relação de Paguei minhas contas. / Paguei-as.
regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter- Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam Informar
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os novos preços aos clientes.
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
lhe, lhes. preços)
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: - Na utilização de pronomes como complementos, veja
- Consistir - Tem complemento introduzido pela pre- as construções:
posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direi- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
tos iguais para todos. Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
mentos introduzidos pela preposição “a”: Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, pre-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. venir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto.
Respondemos às perguntas. Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma
Respondeu-lhe à altura. criança.

Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto Pedir


quando exprime aquilo a que se responde, admite voz pas- Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
siva analítica. Veja: forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
O questionário foi respondido corretamente. pessoa.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen-
te. Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto

45
LÍNGUA PORTUGUESA

Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais áto-
Objetiva Direta nas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela
(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
Saiba que: Aspiravam a ela)
- A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua ASSISTIR
culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
licença estiver subentendida. tar assistência a, auxiliar. Por exemplo:
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini-
tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
ciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
- A construção “dizer para”, também muito usada po- Assistimos ao documentário.
pularmente, é igualmente considerada incorreta. Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.
Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in- Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
direto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo: intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
Prefiro trem a ônibus. conturbada cidade.

Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado CHAMAR


sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá cha-
prefixo existente no próprio verbo (pre).
má-la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Mudança de Transitividade X Mudança de Signifi-
cado
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
cativo preposicionado ou não.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- A torcida chamou o jogador mercenário.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta A torcida chamou ao jogador mercenário.
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades A torcida chamou o jogador de mercenário.
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, A torcida chamou ao jogador de mercenário.
estão: CUSTAR
AGRADAR - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari- valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
nhos, acariciar. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
quando o revê. - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / ou transitivo indireto.
Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo. Muito custa viver tão longe da família.
Verbo Oração Subordinada Substantiva
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar Subjetiva
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento Intransitivo Reduzida de Infinitivo
introduzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes. Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
O cantor não lhes agradou. atitude.
Objeto Oração Subordinada Substantiva
ASPIRAR Subjetiva
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Indireto Reduzida de Infinitivo
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida. por pessoa. Observe:
(Aspirávamos a elas) Custei para entender o problema.
Forma correta: Custou-me entender o problema.

46
LÍNGUA PORTUGUESA

IMPLICAR ESQUECER – LEMBRAR


- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: - Lembrar algo – esquecer algo
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes - Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
implicavam um firme propósito.
b) Ter como consequência, trazer como consequência, No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exi-
acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadure- gem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
cimento político de um povo.
exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
- Como transitivo direto e indireto, significa compro- - Ele se esqueceu do caderno.
meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões - Eu me esqueci da chave.
econômicas. - Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é tran-
sitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-
quem não trabalhasse arduamente. brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua
contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássi-
PROCEDER
cos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis,
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, - Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado - Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
de adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e in-
como refutá-las. direto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma
Você procede muito mal. coisa).

- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- SIMPATIZAR


sição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi- Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não sim-
patizei com os jurados.
do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames. NAMORAR
O delegado procederá ao inquérito. É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria
namora João.

QUERER Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.


- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
vontade de, cobiçar. OBEDECER
Querem melhor atendimento. É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a
Queremos um país melhor. preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.

Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser


- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.
estimar, amar.
Quero muito aos meus amigos. VER
Ele quer bem à linda menina. É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu
Despede-se o filho que muito lhe quer. o filme.

VISAR Regência Nominal


- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. É o nome da relação existente entre um nome (substanti-
vo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
O homem visou o alvo.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No
O gerente não quis visar o cheque. estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que
vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo sig-
objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”. nifica, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.
O ensino deve sempre visar ao progresso social. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes corres-
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar pondentes: todos regem complementos introduzidos pela
público. preposição a. Veja:

47
LÍNGUA PORTUGUESA

Obedecer a algo/ a alguém.


Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atenta-
mente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).


... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
A) ...que existe uma coisa chamada exército...
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

48
LÍNGUA PORTUGUESA

03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). (A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em responsabilidade pelo problema.
partes desiguais... (B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que se perdido.
o grifado acima está empregado em: (C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a de um índio na porta do prédio.
extremos de sutileza. (D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- perdido de sua família.
do nos troncos mais robustos. (E) A família toda se organizou para realizar a procura
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso- à garotinha.
rientam, não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale
na serra de Tunuí...
a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
gentio, mestre e colaborador...
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.).
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que
o da frase acima se encontra em: a mídia pode exercer sobre os jovens.
A) A palavra direito, em português, vem de directum, A) dos … na
do verbo latino dirigere... B) nos … entre a
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das C) aos … para a
sociedades... D) sobre os … pela
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado E) pelos … sob a
pela justiça.
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspi- 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
rações da justiça... Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta-
sentimento de justiça. cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter- de dez mil tomadas.
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
nominal e à pontuação. C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- criar logotipos e negociar.
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço D) O taxista levou o autor a indagar no número de
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, tomadas do edifício.
do que em outros. E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re-
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra- parasse a um prédio na marginal.
pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um
09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As-
exemplo!, do que em outros.
sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra-
frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
língua e sem alteração de sentido.
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um
exemplo, do que em outros. Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- direitos dos trabalhadores domésticos.
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço A) da
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo B) na
– do que em outros. C) pela
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida- D) sob a
mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan- E) sobre a
ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem-
plo) do que em outros. GABARITO

06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina- 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
le a alternativa correta quanto à regência dos termos em 06. A 07. C 08. A 09. C
destaque.

49
LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO 6-)
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das ter se perdido.
outras ciências ... (C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de
Facilitar – verbo transitivo direto um índio na porta do prédio.
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de li- (D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se per-
gação dido de sua família.
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo (E) A família toda se organizou para realizar a procura
de ligação pela garotinha.
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran-
sitivo direto e indireto 7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se re-
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = portou já assinalavam uma relação entre os distúrbios da
verbo transitivo indireto imagem corporal e a exposição a imagens idealizadas pela
mídia.
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito
A pesquisa faz um alerta para a influência negativa
nos filhos do sueco.
que a mídia pode exercer sobre os jovens.
Pedir = verbo transitivo direto e indireto
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran-
sitivo direto 8-)
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de ha-
ligação ver um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega- C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em
cia... =verbo intransitivo criar logotipos e negociar.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi- D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de
mento. =transitivo direto tomadas do edifício.
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re-
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada parasse em um prédio na marginal.
em partes desiguais...
Constar = verbo intransitivo 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- direitos dos trabalhadores domésticos.
do nos troncos mais robustos. =ligação
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso- CRASE
rientam, não raro, quem... =transitivo direto
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”,
na serra de Tunuí... = transitivo direto “mistura”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o “junção” de duas vogais idênticas. É de grande importân-
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto cia a crase da preposição “a” com o artigo feminino “a”
(s), com o “a” inicial dos pronomes aquele(s), aquela (s),
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... aquilo e com o “a” do relativo a qual (as quais). Na escri-
Lidar = transitivo indireto ta, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das uso apropriado do acento grave depende da compreensão
sociedades... =transitivo direto
da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e
pela justiça. =ligação
nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a cra-
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira-
ções da justiça... =transitivo direto e indireto se, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
sentimento de justiça. =transitivo direto Observe:
Vou a + a igreja.
5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon- Vou à igreja.
tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re-
gência (pontuação encontra-se em tópico específico) No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, “a”, exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon- do artigo “a” que está determinando o substantivo femini-
tuação) no igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave.
à pontuação) Observe os outros exemplos:
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi- Conheço a aluna.
damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o Refiro-me à aluna.
avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um
exemplo) do que em outros.

50
LÍNGUA PORTUGUESA

No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode
ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir--se a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”. Portanto, a
crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes já especificados.

Casos em que a crase NÃO ocorre:


- diante de substantivos masculinos:
Andamos a cavalo.
Fomos a pé.
Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.

- diante de verbos no infinitivo:


A criança começou a falar.
Ela não tem nada a dizer.
Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.

- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.

Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método: troque a palavra
feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

- diante de numerais cardinais:


Chegou a duzentos o número de feridos.
Daqui a uma semana começa o campeonato.

Casos em que a crase SEMPRE ocorre:


- diante de palavras femininas:
Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de” (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- na indicação de horas:
Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo:
à tarde às ocultas às pressas à medida que
à noite às claras às escondidas à força
à vontade à beça à larga à escuta
às avessas à revelia à exceção de à imitação de
à esquerda às turras às vezes à chave
à direita à procura à deriva à toa
à luz à sombra de à frente de à proporção que
à semelhança de às ordens à beira de

51
LÍNGUA PORTUGUESA

Crase diante de Nomes de Lugar Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais

Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do A ocorrência da crase com os pronomes relativos a
artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege es-
que diante deles haverá crase, desde que o termo regente ses pronomes exigir a preposição “a”, haverá crase. É possí-
exija a preposição “a”. Para saber se um nome de lugar ad- vel detectar a ocorrência da crase nesses casos utilizando a
mite ou não a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se substituição do termo regido feminino por um termo regido
masculino. Por exemplo:
substituir o termo regente por um verbo que peça a prepo-
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
sição “de” ou “em”. A ocorrência da contração “da” ou “na” O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a
haverá crase. Por exemplo: crase. Veja outros exemplos:
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] São normas às quais todos os alunos devem obedecer.
França.) Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) responder nenhuma das questões.
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Por- A sessão à qual assisti estava vazia.
to Alegre.)
Crase com o Pronome Demonstrativo “a”
*- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo “a”
HÁ; vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” também pode ser detectada através da substituição do ter-
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas. mo regente feminino por um termo regido masculino. Veja:
Vou à praia. = Volto da praia. Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país.
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifi- As orações são semelhantes às de antes.
cado, ocorrerá crase. Veja: Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo Suas perguntas são superiores às dele.
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Seus argumentos são superiores aos dele.
Irei à Salvador de Jorge Amado. Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos A Palavra Distância
Aquele (s), Aquela (s), Aquilo Se a palavra distância estiver especificada, determinada,
a crase deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância de
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o 100km daqui. (A palavra está determinada)
termo regente exigir a preposição “a”. Por exemplo: Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A
Refiro-me a + aquele atentado. palavra está especificada.)
Preposição Pronome
Refiro-me àquele atentado. Se a palavra distância não estiver especificada, a crase
não pode ocorrer. Por exemplo:
Os militares ficaram a distância.
O termo regente do exemplo acima é o verbo transi-
Gostava de fotografar a distância.
tivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige Ensinou a distância.
preposição, portanto, ocorre a crase. Observe este outro Dizem que aquele médico cura a distância.
exemplo: Reconheci o menino a distância.
Aluguei aquela casa.
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambigui-
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não dade, pode-se usar a crase. Veja:
exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja Gostava de fotografar à distância.
outros exemplos: Ensinou à distância.
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. Dizem que aquele médico cura à distância.
Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
- diante de nomes próprios femininos:
Não obedecerei àquele sujeito. Observação: é facultativo o uso da crase diante de no-
Assisti àquele filme três vezes. mes próprios femininos porque é facultativo o uso do ar-
Espero aquele rapaz. tigo. Observe:
Fiz aquilo que você disse. Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
Comprei aquela caneta. A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.

52
LÍNGUA PORTUGUESA

Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
feminino diante de nomes próprios femininos, então pode- ordem dada:
mos escrever as frases abaixo das seguintes formas: A) à – a – a
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Ro- B) a – a – à
berto. C) à – a – à
Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Ro- D) à – à – a
berto. E) a – à – à
- diante de pronome possessivo feminino: 03 “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ proble-
Observação: é facultativo o uso da crase diante de pro- mas já expostos ___ V. Sª ___ alguns dias”.
nomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do a) à - àqueles - a - há
artigo. Observe: b) a - àqueles - a - há
Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperan- c) a - aqueles - à - a
do por você. d) à - àqueles - a - a
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está es- e) a - aqueles - à - há
perando por você.
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de 04.(Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não
pronomes possessivos femininos, então podemos escrever me estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e
as frases abaixo das seguintes formas: efervescente.
Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô. O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase
Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô. se o segmento grifado for substituído por:
A) leitura apressada e sem profundidade.
- depois da preposição até: B) cada um de nós neste formigueiro.
Fui até a praia. ou Fui até à praia. C) exemplo de obras publicadas recentemente.
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o D) uma comunicação festiva e virtual.
até à porta. E) respeito de autores reconhecidos pelo público.
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A
palestra vai até às cinco horas da tarde. 05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
NESP – 2013).
Questões sobre Crase O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP)
também desenvolve atividades lúdicas de apoio______ res-
01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as dis- socialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará-
cussões sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos ju- -lo para o retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em
rídicos ou policiais. É como se suas únicas consequências liberdade, ele estará capacitado______ ter uma profissão e
estivessem em legalismos, tecnicalidades e estatísticas cri- uma vida digna.
minais. Raro ler ____respeito envolvendo questões de saúde (Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/
pública como programas de esclarecimento e prevenção, de qual_e_a_importancia_da_ressocializacao_de_presos. Aces-
tratamento para dependentes e de reintegração desses____ so em: 18.08.2012. Adaptado)
vida. Quantos de nós sabemos o nome de um médico ou
clínica ____quem tentar encaminhar um drogado da nossa Assinale a alternativa que preenche, correta e respecti-
própria família? vamente, as lacunas do texto, de acordo com a norma-pa-
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Pau- drão da língua portuguesa.
lo, 17.09.2012. Adaptado) A) à … à … à
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e B) a … a … à
respectivamente, com: C) a … à … à
(A) aos … à … a … a D) à … à ... a
(B) aos … a … à … a E) a … à … a
(C) a … a … à … à
(D) à … à … à … à 06. O Ministro informou que iria resistir _____ pressões
(E) a … a … a … a contrárias _____ modificações relativas _____ aquisição da
casa própria.
02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia a) às - àquelas _ à
o texto a seguir. b) as - aquelas - a
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, cor- c) às àquelas - a
reu ______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira d) às - aquelas - à
causa do procedimento de Camilo. Vimos que ______ carto- e) as - àquelas - à
mante restituiu--lhe ______ confiança, e que o rapaz repreen-
deu-a por ter feito o que fez. 07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. NESP – 2013-adap) O acento indicativo de crase está cor-
Rio de Janeiro: Globo, 1997, p. 6) retamente empregado em:

53
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas - a referir = antes de verbo no infinito não há crase;
com as dificuldades para lidar com as frustrações de seus - quem faz referência, faz referência A algo ou A al-
desejos. guém ( a regência do verbo pede preposição)
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações - antes de pronome de tratamento não há crase (exce-
nos mecanismos biológicos de controle emocional. ção à senhora, que admite artigo);
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade. - há no sentido de tempo passado.
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunida-
de alimentam a violência crescente nas cidades. 4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressa-
E) Um ambiente desfavorável à formação da personali- da e sem profundidade.
dade atinge os mais vulneráveis. a cada um de nós neste formigueiro. (antes de prono-
08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). me indefinido)
O sinal indicativo de crase está correto em: a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na masculina)
área de biotecnologia. a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefini-
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar do)
à educação dos filhos. a respeito de autores reconhecidos pelo público. (pa-
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar lavra masculina)
as instalações do prédio.
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer 5-) O Instituto Nacional de Administração Prisio-
detalhe que envolva a segurança das pessoas. nal (INAP) também desenvolve atividades lúdicas de
E) É função da política é dedicar-se à todo problema apoio___à__ ressocialização do indivíduo preso, com o ob-
que comprometa o bem-estar do cidadão. jetivo de prepará--lo para o retorno___à__ sociedade. Dessa
forma, quando em liberdade, ele estará capacitado__a___
09. (Agente Educacional – VUNESP – 2013). Assinale ter uma profissão e uma vida digna.
a alternativa em que a sequência da frase a seguir traz o - Apoio a ? Regência nominal pede preposição;
uso correto do acento indicativo de crase, de acordo com a - retorno a? regência nominal pede preposição;
- antes de verbo no infinitivo não há crase.
norma-padrão da língua portuguesa.
6-) O Ministro informou que iria resistir _às__ pressões
Um bom conhecimento de matemática é indispensável
contrárias àquelas_ modificações relativas __à_ aquisição
A) à todo e qualquer estudante.
da casa própria.
B) à estudantes de nível superior.
- resistir a? regência verbal pede preposição;
C) à quem pretende carreiras no campo de exatas.
- contrária a? regência nominal pede preposição;
D) à construção do saber nas mais diversas áreas.
- relativas a? regência nominal pede preposição.
E) à uma boa formação profissional.
7-)
GABARITO A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas
com as dificuldades para lidar com as frustrações de seus
01. B 02. A 03. B 04. A 05. D desejos. (antes de verbo no infinitivo não há crase)
06. A 07. E 08. B 09. D B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações
nos mecanismos biológicos de controle emocional. (se
RESOLUÇÃO o “a” está no singular e antecede palavra no plural, não há
crase)
1-) limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais. C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina (artigo indefinido)
não há crase) D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunida-
de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a de alimentam a violência crescente nas cidades. (palavra
vida = à) masculina)
o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar en- E) Um ambiente desfavorável à formação da personali-
caminhar um drogado da nossa própria família? (antes de dade atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nomi-
pronome indefinido/relativo) nal: desfavorável a?)

2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la 8-)


sobre a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vi- A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na
mos que _a__cartomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ área de biotecnologia. (artigo indefinido)
confiança (objeto direto), e que o rapaz repreendeu-a por B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar
ter feito o que fez. à educação dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar
a)
3-) “Nesta oportunidade, volto _a_ referir-me àqueles__ C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar
problemas já expostos a _ V. Sª _há_ alguns dias”. as instalações do prédio. (verbo no infinitivo)

54
LÍNGUA PORTUGUESA

D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer - Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado
detalhe que envolva a segurança das pessoas. (pronome com uma realidade, opinando a respeito.
indefinido) - Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun-
E) É função da política é dedicar-se à todo problema dárias em um só parágrafo.
que comprometa o bem-estar do cidadão. (pronome in- - Parafrasear – é reescrever o texto com outras pala-
definido) vras.

9-) Um bom conhecimento de matemática é indispen- Condições básicas para interpretar


sável à construção do saber nas mais diversas áreas.
A) à todo e qualquer estudante. (pronome indefinido) Fazem-se necessários:
B) à estudantes de nível superior. (“a” no singular antes - Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
de palavra no plural) literários, estrutura do texto), leitura e prática;
C) à quem pretende carreiras no campo de exatas. - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
(pronome indefinido/relativo) texto) e semântico;
E) à uma boa formação profissional. (artigo indefinido)
Observação – na semântica (significado das palavras)
incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
7. TEXTO, VOCABULÁRIO E A CONSTRUÇÃO tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
DE SENTIDOS gem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese e
- Capacidade de raciocínio.
É muito comum, entre os candidatos a um cargo públi- Interpretar X compreender
co, a preocupação com a interpretação de textos. Por isso,
vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento Interpretar significa
de responder às questões relacionadas a textos.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio-
- É possível deduzir que...
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
- O autor permite concluir que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
e decodificar ).

Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Compreender significa


Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con- está escrito.
dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. - o texto diz que...
A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que - é sugerido pelo autor que...
o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
frase for retirada de seu contexto original e analisada se- ção...
paradamente, poderá ter um significado diferente daquele - o narrador afirma...
inicial.
Erros de interpretação
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
rências diretas ou indiretas a outros autores através de ci- É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
tações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
- Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias,
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
na prova. junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do
entendimento do tema desenvolvido.
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
- Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen- trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
tais de uma argumentação, de um processo, de uma época cadas e, consequentemente, errando a questão.
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais Observação - Muitos pensam que há a ótica do es-
definem o tempo). critor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança prova de concurso, o que deve ser levado em consideração
ou de diferenças entre as situações do texto. é o que o autor diz e nada mais.

55
LÍNGUA PORTUGUESA

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que QUESTÕES


relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um 1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques-
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se tão, considere o texto abaixo.
vai dizer e o que já foi dito. A marca da solidão
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do penumbra na tarde quente.
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque-
cedente. nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância,
No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
a saber: reduzido no qual o menino detém sua atenção é
(A) fresta.
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- (B) marca.
te, mas depende das condições da frase. (C) alma.
- qual (neutro) idem ao anterior. (D) solidão.
- quem (pessoa) (E) penumbra.
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. 2-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
- como (modo) PE/2012)
- onde (lugar) O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a
quando (tempo) totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con-
quanto (montante) cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo,
que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É,
Exemplo: de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em
Falou tudo QUANTO queria (correto) todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria mundo.
aparecer o demonstrativo O ). Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o
Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo:
Dicas para melhorar a interpretação de textos Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações).

- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente tex-
assunto; tual “O riso”.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa ( ) CERTO ( ) ERRADO
a leitura;
3-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010)
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto
Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin-
pelo menos duas vezes;
giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge
- Inferir;
uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e
- Voltar ao texto quantas vezes precisar;
generalizado de energia no final de 2009.
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé-
autor; trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es-
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de
compreensão; 900 km que separam Itaipu de São Paulo.
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de in-
cada questão; vestimentos e também erros operacionais conspiraram para
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. produzir a mais séria falha do sistema de geração e distri-
buição de energia do país desde o traumático racionamento
Fonte: de 2001.
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta-
gues/como-interpretar-textos ções).

56
LÍNGUA PORTUGUESA

Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...”
do texto acima apresentado, julgue os próximos itens. D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 E) “... demonstrando coragem e desprendimento, des-
estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. ceram na mina...”
( ) CERTO ( ) ERRADO (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO –
VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às
4-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) questões de números 6 a 8.
Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
— Carta para o 9.326!!! Férias na Ilha do Nanja
Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está
em Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as
branco, e um outro pergunta: malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo
— Quem te mandou essa carta? faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
— Minha irmã. fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre
— Mas por que não está escrito nada? as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de
— Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra-
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com
mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver
adaptações). numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da
própria vida.
O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto E eu vou para a Ilha do Nanja.
acima decorre Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as
A) da identificação numérica atribuída ao louco. férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já es-
carta no hospício. tou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a
C) do fato de outro louco querer saber quem enviou moça à janela a namorar um moço na outra janela de outra
a carta. ilha.
D) da explicação dada pelo louco para a carta em bran- (Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende.
co. Adaptado)
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
*fissuras: fendas, rachaduras
5-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – FGV
PROJETOS/2010) 6-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
– VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a
Painel do leitor (Carta do leitor) maneira como se preparam para suas férias, a autora mos-
tra que seus amigos estão
Resgate no Chile (A) serenos.
(B) descuidados.
Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de (C) apreensivos.
salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo (D) indiferentes.
de uma mina de cobre e ouro no Chile. (E) relaxados.
Um a um os mineiros soterrados foram içados com
7-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cum-
– VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar
primentando seus companheiros de trabalho. Não se pode
que, assim como seus amigos, a autora viaja para
esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos,
(A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamen- (B) escapar do lugar em que está.
to, num gesto humanitário que só enobrece esses países. E, (C) reencontrar familiares queridos.
também, dos dois médicos e dois “socorristas” que, demons- (D) praticar esportes radicais.
trando coragem e desprendimento, desceram na mina para (E) dedicar-se ao trabalho.
ajudar no salvamento.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai- 8-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
nel do leitor – 17/10/2010) – VUNESP/2013) Ao descrever a Ilha do Nanja como um
lugar onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex- cresce como um bosque” (último parágrafo), a autora su-
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor gere que viajará para um lugar
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem (A) repulsivo e populoso.
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: (B) sombrio e desabitado.
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” (C) comercial e movimentado.
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma (D) bucólico e sossegado.
mina de cobre e ouro no Chile.” (E) opressivo e agitado.

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LÍNGUA PORTUGUESA

9-) (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013) 3-)


Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo
o Brasil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por
opiniões e gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais “o qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (ora-
justo? O que fazer para desafogar a cidade de tantos carros? ção subordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula,
Prepare-se para o debate que está apenas começando. temos uma adjetiva explicativa (generaliza a informação
(Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34) da oração principal. A construção seria: “do apagão, que
atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados do país”);
Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pe- delimita a informação – como no caso do exercício).
dágio urbano. RESPOSTA: “CERTO’.
( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
4-)
porte público e estender as ciclovias.
Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais
( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida-
aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah,
des, que não resolveu os problemas do trânsito. porque nós brigamos e não estamos nos falando”.
( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun- RESPOSTA: “D”.
do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio- 5-)
namento, revisão....e agora mais o pedágio? Em todas as alternativas há expressões que represen-
( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é tam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da
investido no transporte público. Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só
( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa- enobrece / demonstrando coragem e desprendimento.
gue pelo privilégio! RESPOSTA: “B”.
( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio
urbano melhorou. 6-)
“pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
A ordem obtida é: fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos en-
a) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N) tre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar
b) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S) nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos.
c) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S) RESPOSTA: “C”.
d) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N)
7-)
e) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N)
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta
da própria autora!
10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ – RESPOSTA: “B”.
ADMINISTRADOR - UFPR/2013) Assinale a alternativa que
apresenta um dito popular que parafraseia o conteúdo ex- 8-)
presso no excerto: “Se você está em casa, não pode sair. Se Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
você está na rua, não pode entrar”. RESPOSTA: “D”.
a) “Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”.
b) “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”. 9-)
c) “Um dia da caça, o outro do caçador”. (S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
d) “Manda quem pode, obedece quem precisa”. porte público e estender as ciclovias.
(N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas ci-
dades, que não resolveu os problemas do trânsito.
Resolução (S) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-
do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
1-) (N) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
Com palavras do próprio texto responderemos: o mun- namento, revisão....e agora mais o pedágio?
(N) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é
do cabe numa fresta.
investido no transporte público.
RESPOSTA: “A”.
(S) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
gue pelo privilégio!
2-) (S) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a serie- urbano melhorou.
dade; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos S - N - S - N - N - S - S
relacionam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. RESPOSTA: “B”.
RESPOSTA: “CERTO”.

58
LÍNGUA PORTUGUESA

10-) Coerência
Dentre as alternativas apresentadas, a que reafirma a
ideia do excerto (não há muita saída, não há escolhas) é: - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do
“Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua, texto;
não pode entrar”. - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão
RESPOSTA: “A”. conceitual;
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o
todo, com o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e fra-
8. COERÊNCIA E COESÃO ses.

Coesão
Coesão e Coerência
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabelece conexão
Não basta conhecer o conteúdo das partes de um tra-
sequencial;
balho: introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as
saber o que se deve (e o que não se deve) escrever em partes componentes do texto;
cada parte constituinte do texto, é preciso saber escrever - Estabelece relações entre os vocábulos no interior
obedecendo às normas de coerência e coesão. Antes de das frases.
mais nada, é necessário definir os termos: coerência diz res-
peito à articulação do texto, à compatibilidade das ideias, Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibili-
à lógica do raciocínio, a seu conteúdo. Coesão refere-se à dade ou compreensão do texto. Um texto bem redigido
expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas fra- tem parágrafos bem estruturados e articulados pelo enca-
sais e ao emprego do vocabulário. deamento das ideias neles contidas. As estruturas frasais
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de devem ser coerentes e gramaticalmente corretas, no que
produção e compreensão do texto. A coesão contribui para diz respeito à sintaxe. O vocabulário precisa ser adequado
a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta e essa adequação só se consegue pelo conhecimento dos
coesão. Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente significados possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais
coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em comuns de redação sejam devidos à impropriedade do vo-
outras palavras: um texto pode ser gramaticalmente bem cabulário e ao mau emprego dos conectivos (conjunções,
construído, com frases bem estruturadas, vocabulário cor- que têm por função ligar uma frase ou período a outro). Eis
reto, mas apresentar ideias sem nexo, sem uma sequência alguns exemplos de impropriedade do vocabulário, colhi-
dos em redações sobre censura e os meios de comunica-
lógica: há coesão, mas não coerência. Por outro lado, um
ção e outras.
texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas,
sem que no plano da expressão as estruturas frasais sejam “Nosso direito é frisado na Constituição.”
gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não coesão. Nosso direito é assegurado pela Constituição. = correta
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável
pela hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela “Estabelecer os limites as quais a programação deveria
tem origem nas estruturas profundas, no conhecimento do estar exposta.”
mundo de cada pessoa, aliada à competência linguística. Estabelecer os limites aos quais a programação deveria
Deduz-se que é difícil ensinar coerência textual, intima- estar sujeita. = correta
mente ligada à visão de mundo, à origem das ideias no
pensamento. A coesão, porém, refere-se à expressão lin- “A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”
guística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto. A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensa-
O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão: cionalistas ou punir os meios de comunicação que veiculam
tais notícias. = correta
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de
um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa ade- “Retomada das rédeas da programação.”
quada relação semântica, que se manifesta na compatibi- Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no
lidade entre as ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa que diz respeito à programação. = correta
com coisa” ou “uma coisa bate com outra”).
O emprego de vocabulário inadequado prejudica mui-
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo
tas vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redi-
do texto, numa linha de sequência e com os quais se es-
gir, empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo
tabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conheci-
coesivo faz-se via gramática, fala-se em coesão gramatical. mentos linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o
Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical. significado de determinada palavra, mas não sabe empre-

59
LÍNGUA PORTUGUESA

gá-la adequadamente, isso ocorre frequentemente com o Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade
emprego dos conectivos (preposições e conjunções). Não delas (palavras cheias de sensibilidade).
basta saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas
nominais no interior das frases e que as conjunções ligam Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação
frases dentro do período; é necessário empregar adequa- das frases, aconselha-se levar em conta as seguintes suges-
damente tanto umas como outras. É bem verdade que, na tões para o emprego correto dos articuladores sintáticos
maioria das vezes, o emprego inadequado dos conectivos (conjunções, preposições, locuções prepositivas e locuções
remete aos problemas de regência verbal e nominal. conjuntivas).
Exemplos: - Para dar ideia de oposição ou contradição, a articu-
lação sintática faz-se por meio de conjunções adversativas:
“Estar inteirada com os fatos” significa participação, in- mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. Podem
teração. também ser empregadas as conjunções concessivas e locu-
“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento ções prepositivas para introduzir a ideia de oposição aliada
dos fatos, estar informada. à concessão: embora, ou muito embora, apesar de, ainda que,
conquanto, posto que, a despeito de, não obstante.
“Ir de encontro” significa divergir, não concordar. - A articulação sintática de causa pode ser feita por meio
“Ir ao encontro” quer dizer concordar. de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como,
por isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem
“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ser empregadas as preposições e locuções prepositivas: por,
ideias” significa a liberdade não é ameaça; por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em conse-
“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de quência de, por motivo de, por razões de.
ideias”, isto é, a liberdade fica ameaçada. - O principal articulador sintático de condição é o “se”:
Se o time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também
Quanto à regência verbal, convém sempre consul- expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso, con-
tanto que, desde que, a menos que, a não ser que.
tar um dicionário de verbos, pois muitos deles admitem
- O emprego da preposição “para” é a maneira mais co-
duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem
mum de expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas
um significado específico. Lembre-se, a propósito, de que
de juros para que a economia se estabilize” ou para a econo-
as dúvidas sobre o emprego da crase decorrem do fato
mia estabilizar-se. “Teresa vai estudar bastante para fazer boa
de considerar-se crase como sinal de acentuação apenas,
prova.” Há outros articuladores que expressam finalidade: a
quando o problema refere-se à regência nominal e verbal.
fim de, com o propósito de, na finalidade de, com a intenção
Exemplos: de, com o objetivo de, com o fito de, com o intuito de.
- A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio
O verbo assistir admite duas regências: dos articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto,
assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso.
assistência (O médico assiste o doente): Para introduzir mais um argumento a favor de determinada
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti conclusão emprega- -se ainda. Os articuladores aliás,
ao jogo da seleção). além do mais, além disso, além de tudo, introduzem um ar-
gumento decisivo, cabal, apresentado como um acréscimo,
Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear para justificar de forma incontestável o argumento contrário.
(Pedi o jornal do dia). - Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desen-
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu volvimento do que foi dito empregam-se os articuladores:
que fizessem silêncio). isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção
Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da clas- aditiva “e” anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento
se); significa também pedir em favor de alguém (A Diretora do discurso, pois acrescenta uma informação nova, um dado
pediu ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, novo, e se não acrescentar nada, é pura repetição e deve ser
pedir algo a alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá evitada.
-lo); pode significar ainda exigir, reclamar (Os professores - Alguns articuladores servem para estabelecer uma
pedem aumento de salário). gradação entre os correspondentes de determinada escala.
No alto dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no
O mau emprego dos pronomes relativos também pode plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.
levar à falta de coesão gramatical. Frequentemente, em-
prega-se no qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo
da clareza do texto; outras vezes, o emprego é desnecessá- Correlação Verbal
rio ou inadequado.
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para Damos o nome de correlação verbal à coerência que,
mim no qual estava sem remetente”. (Chegou com um en- em uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as
velope que (o qual) estava sem remetente). formas verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articu-
lação temporal entre os verbos, que eles se correspondam,
“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da de maneira a expressar as ideias com lógica. Tempos e mo-
sensibilidade...” dos verbais devem, portanto, combinar entre si.

60
LÍNGUA PORTUGUESA

Vejamos este exemplo: Atividades


Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a
lição. 1-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO
- FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias, vê deze-
No caso, o verbo dormir está no pretérito imperfeito nas de caminhões parados”, revelou o analista ambiental
do subjuntivo. Sabemos que o subjuntivo expressa dúvi- Geraldo Motta.
da, incerteza, possibilidade, eventualidade. Assim, em que Substituindo-se Quando por Se, os verbos sublinha-
tempo o verbo aprender deve estar, de maneira a garantir dos devem sofrer as seguintes alterações:
que o período tenha lógica? (A) entrar − vira
Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (B) entrava − tinha visto
(aprenderia), um tempo que expressa, dentre outras ideias, (C) entrasse − veria
uma afirmação condicionada (que depende de algo), quan- (D) entraria − veria
do esta se refere a fatos que não se realizaram e que, pro- (E) entrava − teria visto
vavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está
correto, já que a ideia transmitida por dormisse é exata- 2-) (UNESP/SP - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA-
mente a de uma dúvida, a de uma possibilidade que não TIVO - VUNESP/2012) A correlação entre as formas verbais
temos certeza se ocorrerá. está correta em:
Para tornar mais clara a questão, vejamos o mesmo (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o pla-
exemplo, mas sem correlação verbal: neta não resistiu.
Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
lição. poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
(C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida,
Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender
o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis-
está conjugado no futuro do presente, um tempo verbal
torções patológicas, não haverá vícios.
que expressa, dentre outras ideias, fatos certos ou prová-
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado
veis.
tão eficientes, talvez as coisas não ficaram tão baratas.
Ora, nesse caso não podemos dizer que jamais apren-
(E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
deremos a lição, pois o ato de aprender está condiciona-
do não a uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia.
pelo pretérito imperfeito do subjuntivo) de dormir.
3-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA –
Correlações verbais corretas VUNESP/2010) Assinale a alternativa que preenche ade-
quadamente e de acordo com a norma culta a lacuna da
A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais frase: Quando um candidato trêmulo ______ eu lhe faria a
são concordantes: pergunta mais deliciosa de todas.
presente do indicativo + presente do subjuntivo: Exijo (A) entrasse
que você faça o dever. (B) entraria
(C) entrava
pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito (D) entrar
do subjuntivo: Exigi que ele fizesse o dever. (E) entrou

presente do indicativo + pretérito perfeito composto 4-) (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
do subjuntivo: Espero que ele tenha feito o dever. FCC/2010) Se a tendência se mantiver, teremos cada vez
pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfei- mais...
to composto do subjuntivo: Queria que ele tivesse feito o Ao substituir o segmento grifado acima por “Caso a
dever. tendência”, a continuação que mantém a correção e o sen-
tido da frase original é:
futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicati- a) se mantenha, teremos cada vez mais...
vo: Se você fizer o dever, eu ficarei feliz. b) fosse mantida, teríamos cada vez mais...
c) se manter, teremos cada vez mais...
pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito d) for mantida, teremos cada vez mais...
do indicativo: Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas. e) seja mantida, teríamos cada vez mais...
pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo +
futuro do pretérito composto do indicativo: Se você tivesse 5-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP -
feito o dever, eu teria lido suas respostas. AGENTE OPERACIONAL – VUNESP/2012 - ADAPTADA)
Assinale a alternativa que apresenta o trecho – ... o dou-
futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicati- torando enviou seu estudo para a Sociedade Britânica de
vo: Quando você fizer o dever, dormirei. Psicologia para apreciação e não esperava que houvesse
tanta publicidade. – reescrito de acordo com a norma-pa-
futuro do subjuntivo + futuro do presente composto drão, com indicação de ação a se realizar e correta corre-
do indicativo: Quando você fizer o dever, já terei dormido. lação verbal.

61
LÍNGUA PORTUGUESA

(A) ... o doutorando enviaria seu estudo para a Socieda- 4-)


de Britânica de Psicologia para apreciação e não esperava Ao empregarmos o termo “caso a”, conjugaremos o
que haveria tanta publicidade. verbo utilizando o modo hipotético (Subjuntivo). A trans-
(B) ... o doutorando envia seu estudo para a Sociedade formação será: Caso a tendência se mantenha, teremos
Britânica de Psicologia para apreciação e não esperará que cada vez mais...
houvesse tanta publicidade. RESPOSTA: “A”.
(C) ... o doutorando enviara seu estudo para a Socieda-
de Britânica de Psicologia para apreciação e não esperara 5-)
que haverá tanta publicidade. O exercício quer que conjuguemos o verbo no futuro
(D) ... o doutorando enviará seu estudo para a Socieda- do presente (ação a se realizar). Como o enunciado é es-
de Britânica de Psicologia para apreciação e não esperará pecífico (quer determinado tempo verbal), não fiz as cor-
que haja tanta publicidade. reções nas demais alternativas, pois, em um concurso, per-
deríamos tempo consertando os itens que não nos interes-
6-) (METRÔ/SP – ENGENHEIRO JÚNIOR CIVIL – sam. Vamos à construção: o doutorando enviou (enviará)
FCC/2012) Está plenamente adequada a correlação entre
seu estudo para a Sociedade Britânica de Psicologia para
tempos e modos verbais na frase:
apreciação e não esperava (esperará) que houvesse (haja)
(A) Nem bem saí pela porta automática e subi as esca-
tanta publicidade. = enviará / esperará / haja.
das rolantes, logo me encontraria diante da luz do sol e do
ar fresco da manhã. RESPOSTA: “D”.
(B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô
satisfizesse plenamente as expectativas que venho alimen- 6-)
tando. (A) Nem bem saí pela porta automática e subi as esca-
(C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavel- das rolantes, logo me encontraria (encontrei) diante da luz
mente não terão reclamado por as expormos à luz do dia. do sol e do ar fresco da manhã.
(D) Não fossem as urgências impostas pela vida mo- (B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô
derna, não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de satisfizesse (satisfaria) plenamente as expectativas que ve-
nossas viagens urbanas. nho alimentando.
(E) Como haveremos de comparar as antigas viagens (C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavel-
de trem com estas que realizássemos por meio de túneis mente não terão (teriam) reclamado por as expormos à luz
entre estações subterrâneas? do dia.
(D) Não fossem as urgências impostas pela vida mo-
RESOLUÇÃO derna, não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de
nossas viagens urbanas.
1-) (E) Como haveremos de comparar as antigas viagens
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve- de trem com estas que realizássemos (realizamos) por
ria = entrasse / veria. meio de túneis entre estações subterrâneas?
RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “D”.
2-)
Fiz as correções necessárias:
(A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o plane- 9. EMPREGO DOS TEMPOS, MODOS VERBAIS
ta não resistiu = resistirá E VOZES VERBAIS
(B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
(C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida,
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa,
o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis-
torções patológicas, não haverá = haveria número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
tão eficientes, talvez as coisas não ficaram = ficariam (ou ocorrência (nascer); desejo (querer).
teriam ficado) O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não
(E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons- os seus possíveis significados. Observe que palavras como
cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia = corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo
crescerá ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam,
RESPOSTA: “B”. porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos
possuem.
3-)
O verbo “faria” está no futuro do pretérito, ou seja, in- Estrutura das Formas Verbais
dica que é uma ação que, para acontecer, depende de ou-
tra. Exemplo: Quando um candidato entrasse, eu faria / Se Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode
ele entrar, eu farei / Caso ele entre, eu faço... apresentar os seguintes elementos:
RESPOSTA: “A”.

62
LÍNGUA PORTUGUESA

- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- ** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
(radical fal-) Era primavera quando a conheci.
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- Estava frio naquele dia.
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: ** Todos os verbos que indicam fenômenos da natu-
fala-r reza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar,
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (fa- amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói,
lar), 2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática “Amanheci mal- -humorado”, usa-se o verbo “ama-
- I - (partir). nhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal,
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de- empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: para ser pessoal.
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (sin- ** São impessoais, ainda:
gular ou plural): 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) tempo: Já passa das seis.
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) 2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
de, indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blas-
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados fêmias.
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está
pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem re-
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em ferência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda,
algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc. nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-
se, tais verbos, então, pessoais.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente
de “ser possível”. Por exemplo:
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Não deu para chegar mais cedo.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Dá para me arrumar uns trocados?
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento
* Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conju-
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por
gam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai plural.
no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprende- A fruta amadureceu.
rão, nutriríamos. As frutas amadureceram.

Classificação dos Verbos Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como
verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadu-
Classificam-se em: receu bastante.
- Regulares: são aqueles que possuem as desinências
normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alte- Entre os unipessoais estão os verbos que significam
rações no radical: canto cantei cantarei cantava vozes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodi-
cantasse. lo, cacarejar: galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo
- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
ções no radical ou nas desinências: faço fiz farei fi- Os principais verbos unipessoais são:
zesse. 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju- (preciso, necessário, etc.):
gação completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos
bastante.)
e pessoais:
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
* Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Nor-
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
principais verbos impessoais são: 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, segui-
** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali- dos da conjunção que.
zar-se ou fazer (em orações temporais). Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam) fumar.)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão) Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz) Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

63
LÍNGUA PORTUGUESA

* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento
e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

64
LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

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LÍNGUA PORTUGUESA

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula inte-
grante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia
reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

66
LÍNGUA PORTUGUESA

- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o obje- 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
to representado por pronome oblíquo da mesma pessoa 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou tran- Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma
sitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os boa colocação.
pronomes mencionados, formando o que se chama voz
reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. - Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ou advérbio. Por exemplo:
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad-
Maria penteou-me. vérbio)
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de
Observações: adjetivo)
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em
função sintática. curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
- Há verbos que também são acompanhados de pro- plo:
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos refle- Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
xivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa
idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exem- - Particípio: quando não é empregado na formação
plo: dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular nero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Modos Verbais
Quando o particípio exprime somente estado, sem
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, exis- função de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a
tem três modos: aluna escolhida para representar a escola.
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu
sempre estudo. Tempos Verbais
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade:
Talvez eu estude amanhã. Tomando-se como referência o momento em que se
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
agora, menino. tempos. Veja:

Formas Nominais 1. Tempos do Indicativo

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for- - Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste
mas que podem exercer funções de nomes (substantivo, colégio.
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido
nominais. Observe: num momento anterior ao atual, mas que não foi comple-
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do ver- tamente terminado: Ele estudava as lições quando foi inter-
bo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função rompido.
de substantivo. Por exemplo: - Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num
Viver é lutar. (= vida é luta) momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) Ele estudou as lições ontem à noite.

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen- - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato


te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha es-
exemplo: tudado as lições quando os amigos chegaram. (forma com-
É preciso ler este livro. posta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.
Era preciso ter lido este livro. (forma simples).

- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três - Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im- atual: Ele estudará as lições amanhã.
pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:

67
LÍNGUA PORTUGUESA

- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu ti-
vesse dinheiro, viajaria nas férias.
2. Tempos do Subjuntivo

- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o
jogo.

Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por
exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à
loja, levará as encomendas.

Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

68
LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

69
LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

Observações:

- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

70
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Verbo 05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO


SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O
01. (AGENTE POLÍCIA - VUNESP 2013) Considere o crescimento econômico, se associado à ampliação do empre-
trecho a seguir. go, PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”,
É comum que objetos ___________ esquecidos em locais se passarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as do indicativo, teremos a forma:
pessoas _____________ a atenção voltada para seus pertences, A) puder.
conservando-os junto ao corpo. B) poderia.
C) pôde.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respecti-
D) poderá.
vamente, as lacunas do texto.
E) pudesse.
(A) sejam … mantesse
(B) sejam … mantivessem 06. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a al-
(C) sejam … mantém ternativa em que todos os verbos estão empregados de
(D) seja … mantivessem acordo com a norma- -padrão.
(E) seja … mantêm (A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da
impressão definitiva.
02. (MGS - TÉCNICO CONTÁBIL – IBFC/2017-adapta- (B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em
da) silêncio.
Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos”, (C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a tra-
nota--se que o acento do verbo em destaque deve-se a balhar no feriado.
uma exigência de concordância. Assinale a alternativa cor- (D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga...
reta em relação ao emprego desse mesmo verbo. (E) Se você quer a promoção, é necessário que a reque-
ra a seu superior.
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões.
b) O jovem têm um grande desafio pela frente.
07. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL VUNESP 2013-adap.)
c) As pessoas tem muitos planos. Assinale a alternativa que substitui, corretamente e sem al-
d) A mentira tem perna curta. terar o sentido da frase, a expressão destacada em – Se a
criança se perder, quem encontrá-la verá na pulseira ins-
03. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013-adap.) Sem truções para que envie uma mensagem eletrônica ao gru-
querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um po ou acione o código na internet.
ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante (A) Caso a criança se havia perdido…
da pergunta “débito ou crédito?”. (B) Caso a criança perdeu…
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de (C) Caso a criança se perca…
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. (D) Caso a criança estivera perdida…
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido (E) Caso a criança se perda…
dela.
(C) adotar como referência de qualidade. 08. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP –
2013-adap.). Assinale a alternativa em que o verbo desta-
(D) julgar de acordo com normas legais.
cado está no tempo futuro.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
B) … somente eles podem decidir se irão ou não com-
04. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a al- prar.
ternativa contendo a frase do texto na qual a expressão C) É como se abrissem em nós uma “caixa de neces-
verbal destacada exprime possibilidade. sidades”…
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sis- D) … de onde vem o produto…?
tema capaz de disponibilizar um grande número de obras E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas…
literárias...
(B) Funcionando como um imenso sistema de informa- 09. (AGERBA - TÉCNICO EM REGULAÇÃO – IBFC/
ção e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme 2017-adaptada)
arquivo virtual. A flexão de alguns verbos, sobretudo os irregulares,
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por pode causar confusão. O verbo “quis”, presente em “Minha
mãe sempre quis viajar” é um exemplo típico. Nesse sen-
associação, e não mais por sequências fixas previamente
tido, assinale a alternativa em que se indica INCORRETA-
estabelecidas.
MENTE a sua flexão.
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse a) queres – Presente do Indicativo.
conceito está ligado a uma nova concepção de textuali- b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo.
dade... c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo.
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponi- d) queira – Presente do Subjuntivo.
bilizar toda a literatura do mundo... e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.

71
LÍNGUA PORTUGUESA

10. (AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITEN- 6-)


CIÁRIA – VUNESP – 2013-adap.). Leia as frases a seguir. (B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em
I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de ma- silêncio.
deira no animal. (C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a
II. Existiam muitos ferimentos no boi. trabalhar no feriado.
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida (D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga...
movimentada. (E) Se você quiser a promoção, é necessário que a re-
Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este queira a seu superior.
pelo verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
A) Existia – Haviam – Existiam 7-)
B) Existiam – Havia – Existiam Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve
C) Existiam – Haviam – Existiam uma grande perda salarial...)
D) Existiam – Havia – Existia
8-)
E) Existia – Havia – Existia
A) Os consumidores são assediados pelo marketing =
presente
GABARITO
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessi-
dades”… = pretérito do Subjuntivo
01. B 02. D 03. E 04. B 05. B D) … de onde vem o produto…? = presente
06. A 07. C 08. B 09. B 10. D E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… =
pretérito perfeito
RESOLUÇÃO
9-)
1-) Vamos aos itens:
É comum que objetos sejam esquecidos em locais a) queres – Presente do Indicativo = eu quero, tu que-
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se res - correta.
as pessoas mantivessem a atenção voltada para seus b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo = eu que-
pertences, conservando-os junto ao corpo. reria, tu quererias, ele quereria - incorreta.
c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo =
2-) eu quisera, ele quisera – correta.
Analisemos: d) queira – Presente do Subjuntivo = que eu queira,
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões. = a so- que tu queiras, que ele queira - correta
ciedade tem (verbo no singular) e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = se eu
b) O jovem têm um grande desafio pela frente. = o quisesse, se tu quisesses, se ele quisesse – correta.
jovem tem (verbo no singular) RESPOSTA: B
c) As pessoas tem muitos planos. = as pessoas têm
(verbo no plural) 10-)
d) A mentira tem perna curta. = correta I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de
RESPOSTA: D madeira no animal.
II. Existiam muitos ferimentos no boi.
3-) III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
movimentada.
Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal;
se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das
existir = variável. Portanto, temos:
vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
I – Existiam onze pessoas...
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
II – Havia muitos ferimentos...
classificar segundo ideias preconcebidas. III – Existia muita gente...
4-) Vozes do Verbo
(B) Funcionando como um imenso sistema de informa-
ção e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo
arquivo virtual. = verbo no futuro do pretérito para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente
da ação. São três as vozes verbais:
5-)
Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do - Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode- ação expressa pelo verbo. Por exemplo:
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração Ele fez o trabalho.
é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes- sujeito agente ação objeto
soa do singular (ele) = poderia. (paciente)

72
LÍNGUA PORTUGUESA

- Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva
expressa pelo verbo. Por exemplo: sintética.
O trabalho foi feito por ele. Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la-
sujeito paciente ação agente da pas- tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio-
siva nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem
o significado de voz passiva como sendo a voz que expres-
- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente sa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois
e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE
O menino feriu-se. e AGENTE DA PASSIVA.

Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao ou-
tro) Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
tancialmente o sentido da frase.
Formação da Voz Passiva Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
A voz passiva pode ser formada por dois processos: ana-
lítico e sintético. A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Pas-
1- Voz Passiva Analítica siva)
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio Sujeito da Passiva Agente da Passiva
do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada. Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o
O trabalho é feito por ele. sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado Observe mais exemplos:
da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados. nos.
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não es- Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
mestres.
teja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
- Eu o acompanharei.
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação
Ele será acompanhado por mim.
das frases seguintes:
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado,
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indica-
não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
tivo) Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) Saiba que:
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo) - Aos verbos que não são ativos nem passivos ou refle-
xivos, são chamados neutros.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) O vinho é bom.
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) Aqui chove muito.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o - Há formas passivas com sentido ativo:
mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Ob- É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
serve a transformação da frase seguinte: Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nas-
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) cido.)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)

Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva - Inversamente, usamos formas ativas com sentido
analítica com outros verbos que podem eventualmente fun- passivo:
cionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou marcada Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
pela doença. Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)

2- Voz Passiva Sintética - Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido


cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com sujeito é paciente.
o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. Chamo-me Luís.
Por exemplo: Batizei-me na Igreja do Carmo.
Abriram-se as inscrições para o concurso. Operou-se de hérnia.
Destruiu-se o velho prédio da escola. Vacinaram-se contra a gripe.

73
LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for-


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. ma verbal resultante é:
php a) se constituiu.
Questões sobre Vozes dos Verbos b) chegou a ser constituído.
c) teria chegado a constituir.
01. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI- d) chega a se constituir.
NISTRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Os dados foram divulgados e) chegaria a ser constituído.
ontem pelo Instituto Sou da Paz.”, a expressão destacada é 07. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS
(A) adjunto adnominal. CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’ indicava indis-
(B) sujeito paciente. tintamente as músicas produzidas no interior do país...
(C) objeto indireto. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for-
(D) complemento nominal. ma verbal resultante será:
(E) agente da passiva. (A) vinham indicadas.
(B) era indicado.
02. (FCC-COPERGÁS – AUXILIAR TÉCNICO ADMINIS-
(C) eram indicadas.
TRATIVO - 2011) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela
(D) tinha indicado.
raiz. Transpondo- -se a frase acima para a voz passiva,
(E) foi indicada.
a forma verbal resultante será:
(A) era abatido.
(B) fora abatido. 08. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO –
(C) abatera-se. PROCON – AGENTE ADMINISTRATIVO – CEPERJ/2012 -
(D) foi abatido. adaptada) Um exemplo de construção na voz passiva está
(E) tinha abatido em:
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos”
03. (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) (B) “o consumidor pode solicitar a devolução do di-
... valores e princípios que sejam percebidos pela socie- nheiro”
dade como tais. (C) “enviar o brinquedo por sedex”
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo pas- (D) “A empresa também é obrigada pelo Código de
sará a ser, corretamente, Defesa do Consumidor”
(A) perceba. (E) “A empresa fez campanha para recolher”
(B) foi percebido.
(C) tenham percebido. 09. (METRÔ/SP –SECRETÁRIA PLENO – FCC/2010)
(D) devam perceber. Transpondo-se para a voz passiva a construção Mais tarde
(E) estava percebendo. vim a entender a tradução completa, a forma verbal resul-
tante será:
04. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM (A) veio a ser entendida.
ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas (B) teria entendido.
pela multidão... (C) fora entendida.
A forma verbal resultante da transposição da frase aci- (D) terá sido entendida.
ma para a voz ativa é: (E) tê-la-ia entendido.
(A) ocupava-se.
(B) ocupavam. 10. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
(C) ocupou.
PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011 - ADAP-
(D) ocupa.
TADA)
(E) ocupava.
... ele empreende, de maneira quase clandestina, a série
Mulheres.
05. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for-
está em: ma verbal resultante será:
(A) Quando Rodolfo surgiu... (A) foi empreendida.
(B) ... adquiriu as impressoras... (B) são empreendidos.
(C) ... e sustentar, às vezes, família numerosa. (C) foi empreendido.
(D) ... acolheu-o como patrono. (D) é empreendida.
(E) ... que montou [...] a primeira grande folhetaria do (E) são empreendidas.
Recife ...
GABARITO
06. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou a 01. E 02. D 03. A 04. E 05. A
constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said ... 06. B 07. C 08. D 09. A 10. D

74
LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO 10-) ele empreende, de maneira quase clandestina, a


série Mulheres.
1-) A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira
No enunciado temos uma oração com a voz passiva quase clandestina.
do verbo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto
Sou da Paz divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz” Verbos irregulares são verbos que sofrem alterações
funciona como sujeito da oração, ou seja, na passiva sua em seu radical ou em suas desinências, afastando-se do
modelo a que pertencem.
função é a de agente da passiva. O sujeito paciente é “os
No português, para verificar se um verbo sofre altera-
dados”. ções, basta conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito
2-) do indicativo. Ex: faço – fiz, trago – trouxe, posso - pude.
Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. = Ele Não é considerada irregularidade a alteração gráfica
foi abatido... do radical de certos verbos para conservação da regulari-
dade fônica. Ex: embarcar – embarco, fingir – finjo.
3-) Exemplo de conjugação do verbo “dar” no presente do
... valores e princípios que sejam percebidos pela so- indicativo:
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- Eu dou
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e Tu dás
princípios... Ele dá
Nós damos
4-) Vós dais
Eles dão
As ruas estavam ocupadas pela multidão = dois verbos
na passiva, um verbo na ativa:
Percebe-se que há alteração do radical, afastando-se
A multidão ocupava as ruas. do original “dar” durante a conjugação, sendo considerado
verbo irregular.
5-)
B = as impressoras foram adquiridas... Exemplo: Conjugação do verbo valer:
C = família numerosa é sustentada...
D – foi acolhido como patrono... Modo Indicativo
E – a primeira grande folhetaria do Recife foi montada... Presente
eu valho
6-) tu vales
O engajamento moral e político não chegou a consti- ele vale
tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said = dois nós valemos
verbos na voz ativa, mas com presença de preposição e, vós valeis
eles valem
um deles, no infinitivo, então o verbo auxiliar “ser” ficará no
infinitivo (na voz passiva) e o verbo principal (constituir) fi- Pretérito Perfeito do Indicativo
cará no particípio: Um deslocamento da atenção intelectual eu vali
de Said não chegou a ser constituído pelo engajamento... tu valeste
ele valeu
7-) nós valemos
’sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produ- vós valestes
zidas no interior do país. eles valeram
As músicas produzidas no país eram indicadas pelo
sertanejo, indistintamente. Pretérito Imperfeito do Indicativo
eu valia
8-) tu valias
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos” = voz ativa ele valia
nós valíamos
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução do di-
vós valíeis
nheiro” = voz ativa eles valiam
(C) “enviar o brinquedo por sedex” = voz ativa
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo
Defesa do Consumidor” = voz passiva eu valera
(E) “A empresa fez campanha para recolher” = voz ativa tu valeras
ele valera
9-) nós valêramos
Mais tarde vim a entender a tradução completa... vós valêreis
A tradução completa veio a ser entendida por mim. eles valeram

75
LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Presente do Indicativo Imperativo Negativo


eu valerei --
tu valerás não valhas tu
ele valerá não valha ele
nós valeremos não valhamos nós
vós valereis não valhais vós
eles valerão não valham eles

Futuro do Pretérito do Indicativo Infinitivo


eu valeria
tu valerias Infinitivo Pessoal
ele valeria por valer eu
nós valeríamos por valeres tu
vós valeríeis por valer ele
eles valeriam por valermos nós
por valerdes vós
Mais-que-perfeito Composto do Indicativo por valerem eles
eu tinha valido
tu tinhas valido Infinitivo Impessoal = valer
ele tinha valido Particípio = Valido
nós tínhamos valido
vós tínheis valido Acompanhe abaixo uma lista com os principais verbos
eles tinham valido irregulares:
Gerúndio do verbo valer = valendo Dizer
Presente do indicativo: Digo, dizes, diz, dizemos, di-
Modo Subjuntivo
zeis, dizem.
Presente
que eu valha
Pretérito perfeito do indicativo: Disse, disseste, disse,
que tu valhas
dissemos, dissestes, disseram.
que ele valha
que nós valhamos
Futuro do presente do indicativo: Direi, dirás, dirá,
que vós valhais
diremos, direis, dirão.
que eles valham
Fazer
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo Presente do indicativo: Faço, fazes, faz, fazemos, fa-
se eu valesse zeis, fazem.
se tu valesses
se ele valesse Pretérito perfeito do indicativo: Fiz, fizeste, fez, fize-
se nós valêssemos mos, fizestes, fizeram.
se vós valêsseis
se eles valessem Futuro do presente do indicativo: Farei, farás, fará,
faremos, fareis, farão.
Futuro do Subjuntivo
quando eu valer Ir
quando tu valeres Presente do indicativo: Vou, vais, vai, vamos, ides, vão.
quando ele valer
quando nós valermos Pretérito perfeito do indicativo: Fui, foste, foi, fomos,
quando vós valerdes fostes, foram.
quando eles valerem
Futuro do presente do indicativo: Irei, irás, irá, ire-
Imperativo mos, ireis, irão.

Imperativo Afirmativo Futuro do subjuntivo: For, fores, for, formos, fordes,


-- forem.
vale tu
valha ele Querer
valhamos nós Presente do indicativo: Quero, queres, quer, queremos,
valei vós quereis, querem.
valham eles

76
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito perfeito do indicativo: Quis, quiseste, quis, 2- Separa partes de frases que já estão separadas por
quisemos, quisestes, quiseram. vírgulas.
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, monta-
Presente do subjuntivo: Queira, queiras, queira, quei- nhas, frio e cobertor.
ramos, queirais, queiram.
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
Ver tivos, decreto de lei, etc.
Presente do indicativo: Vejo, vês, vê, vemos, vedes, - Ir ao supermercado;
veem. - Pegar as crianças na escola;
- Caminhada na praia;
Pretérito perfeito do indicativo: Vi, viste, viu, vimos, - Reunião com amigos.
vistes, viram.
Dois pontos
Futuro do presente do indicativo:Verei, verás, verá, 1- Antes de uma citação
veremos, vereis, verão. - Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Futuro do subjuntivo: Vir, vires, vir, virmos, virdes, vi- 2- Antes de um aposto
rem. - Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
tarde e calor à noite.
Vir
Presente do indicativo: Venho, vens, vem, vimos, vin- 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
des, vêm. - Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven-
do a rotina de sempre.
Pretérito perfeito do indicativo: Vim, vieste, veio, vie-
mos, viestes, vieram. 4- Em frases de estilo direto
Maria perguntou:
Futuro do presente do indicativo: Virei, virás, virá, vi- - Por que você não toma uma decisão?
remos, vireis, virão.
Ponto de Exclamação
Futuro do subjuntivo: Vier, vieres, vier, viermos, vier- 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
des, vierem. susto, súplica, etc.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
2- Depois de interjeições ou vocativos
10. PONTUAÇÃO - Ai! Que susto!
- João! Há quanto tempo!

Ponto de Interrogação
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
servem para compor a coesão e a coerência textual, além “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Ve- vedo)
jamos as principais funções dos sinais de pontuação co-
nhecidos pelo uso da língua portuguesa. Reticências
1- Indica que palavras foram suprimidas.
Ponto - Comprei lápis, canetas, cadernos...
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em 2- Indica interrupção violenta da frase.
que se encontra. “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava. 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida
- Este mal... pega doutor?
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
Ponto e Vírgula ( ; ) - Deixa, depois, o coração falar...
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
importância. Vírgula
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo
pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; Não se usa vírgula
os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) *separando termos que, do ponto de vista sintático, li-
gam-se diretamente entre si:

77
LÍNGUA PORTUGUESA

- entre sujeito e predicado. (C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,


Todos os alunos da sala foram advertidos. embora experimentasse a sensação de violar uma intimida-
Sujeito predicado de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar
algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
- entre o verbo e seus objetos. (D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e,
O trabalho custou sacrifício aos realiza- embora experimentasse a sensação de violar uma intimida-
dores. de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar
V.T.D.I. O.D. O.I. algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
Usa-se a vírgula: embora, experimentasse a sensação de violar uma intimida-
- Para marcar intercalação: de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
dância, vem caindo de preço. 02. Assinale a opção em que está corretamente indica-
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão da a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. as lacunas da frase abaixo:
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- “Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não devem ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que
querem abrir mão dos lucros altos. o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter.
A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
- Para marcar inversão: B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe- D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
chadas. E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. 03. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de sinais de pontuação estão empregados corretamente em:
maio de 1982. A) Duas explicações, do treinamento para consultores
iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a cons-
- Para separar entre si elementos coordenados (dispos-
trução de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das
tos em enumeração):
metas de vendas associadas aos dois temas.
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
B) Duas explicações do treinamento para consultores
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a cons-
trução de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das
- Para marcar elipse (omissão) do verbo:
metas de vendas associadas aos dois temas.
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Para isolar: C) Duas explicações do treinamento para consultores
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a cons-
ra, possui um trânsito caótico. trução de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. metas de vendas associadas aos dois temas.
D) Duas explicações do treinamento para consultores
Fontes: iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e a cons-
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ trução de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou falar das
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu- metas de vendas associadas aos dois temas.
la.htm E) Duas explicações, do treinamento para consultores
iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a cons-
Questões sobre Pontuação trução de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das
metas, de vendas associadas aos dois temas.
01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alter-
nativa em que a pontuação está corretamente empregada, 04.(Escrevente TJ SP – Vunesp 2012). Assinale a alterna-
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. tiva em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, de junho de 2012, está correto quanto à regência nominal
embora, experimentasse, a sensação de violar uma intimi- e à pontuação.
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en- (A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida-
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço
dona. seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo,
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, do que em outros.
embora experimentasse a sensação, de violar uma intimi- (B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapida-
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en- mente seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!,
dona. do que em outros.

78
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra- 08. A frase em que deveria haver uma vírgula é:
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o A) Comi uma fruta pela manhã e outra à tarde.
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um B) Eu usei um vestido vermelho na festa e minha irmã
exemplo, do que em outros. usou um vestido azul.
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- C) Ela tem lábios e nariz vermelhos.
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço D) Não limparam a sala nem a cozinha.
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
– do que em outros. GABARITO
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida-
mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan- 01. C 02. C 03. B 04. D 05. E
ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem- 06. B 07. B 08. B
plo) do que em outros. RESOLUÇÃO
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.).
Assinale a alternativa em que a frase mantém-se correta 1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
após o acréscimo das vírgulas.
embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrô-
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
nica ao grupo ou acione o código na internet. sua dona.
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de (B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa
onde o código foi acionado. e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra- intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
dos, recebem automaticamente, uma mensagem dizendo encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
que a criança foi encontrada. sua dona.
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega (D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa
primeiro às, areias do Guarujá. e, embora experimentasse a sensação de violar uma inti-
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o te- midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X)
lefone de quem a encontrou e informar um ponto de re- encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
ferência sua dona.
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
06. Assinale a série de sinais cujo emprego correspon- embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma in-
de, na mesma ordem, aos parênteses indicados no texto: timidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando ,
“Pergunta-se ( ) qual é a ideia principal desse pará- (X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era
grafo ( ) A chegada de reforços ( ) a condecoração ( ) o a sua dona.
escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente (
) Se é a chegada de reforços ( ) que relação há ( ) ou mos- 2-) Quando se trata de trabalho científico , duas coisas
trou seu autor haver ( ) entre esse fato e os restantes ( )”. devem ser consideradas : uma é a contribuição teórica
A) vírgula, vírgula, interrogação, interrogação, interro- que o trabalho oferece ; a outra é o valor prático que
gação, vírgula, vírgula, vírgula, ponto final possa ter.
B) dois pontos, interrogação, vírgula, vírgula, interroga-
ção, vírgula, travessão, travessão, interrogação vírgula, dois pontos, ponto e vírgula
C) travessão, interrogação, vírgula, vírgula, ponto final,
3-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
travessão, travessão, ponto final, ponto final
quadas
D) dois pontos, interrogação, vírgula, ponto final, tra-
A) Duas explicações , (X) do treinamento para consul-
vessão, vírgula, vírgula, vírgula, interrogação
tores iniciantes receberam destaque , (X) o conceito de
E) dois pontos, ponto final, vírgula, vírgula, interroga- PPD e a construção de tabelas Price; mas por outro lado,
ção, vírgula, vírgula, travessão, interrogação faltou falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
C) Duas explicações do treinamento para consultores
07. (SRF) Das redações abaixo, assinale a que não está iniciantes receberam destaque ; (X) o conceito de PPD e a
pontuada corretamente: construção de tabelas Price , (X) mas por outro lado, faltou
A) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o re- falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
sultado do concurso. D) Duas explicações do treinamento para consultores
B) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o re- iniciantes , (X) receberam destaque: o conceito de PPD e a
sultado do concurso. construção de tabelas Price , (X) mas, por outro lado, faltou
C) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o re- falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
sultado do concurso. E) Duas explicações , (X) do treinamento para consul-
D) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do tores iniciantes , (X) receberam destaque ; (X) o conceito
concurso, em fila. de PPD e a construção de tabelas Price , (X) mas por outro
E) Os candidatos aguardavam ansiosos, em fila, o resul- lado, faltou falar das metas , (X) de vendas associadas aos
tado do concurso. dois temas.

79
LÍNGUA PORTUGUESA

4-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-


quadas 11. FENÔMENOS SEMÂNTICOS (METÁFORA,
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam , (X) METONÍMIA, SINONÍMIA, ANTONÍMIA,
rapidamente , (X) seu espaço na carreira científica (, ) ainda EUFEMISMO, HIPONÍMIA, HIPERONÍMIA,
que o avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é AMBIGUIDADE, VAGUIDADE, POLISSEMIA,
um exemplo, do que em outros. HOMONÍMIA, PARÁFRASE).
(B) Não há dúvida de que , (X) as mulheres , (X) am-
pliam rapidamente seu espaço na carreira científica ; (X)
ainda que o avanço seja mais notável , (X) em alguns paí-
ses, o Brasil é um exemplo ! (X) , do que em outros. Semântica e Estilística
(C) Não há dúvida de que as mulheres , (X) ampliam
rapidamente seu espaço , (X) na carreira científica , (X) ain- Semântica é o estudo do significado. Incide sobre a
da que o avanço seja mais notável, em alguns países : (X) o relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais
Brasil é um exemplo, do que em outros. e símbolos, e o que eles representam, a sua denotação. A
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- semântica linguística estuda o significado usado por seres
mente , (X) seu espaço na carreira científica, ainda que , (X) humanos para se expressarem através da linguagem. Ou-
o avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um tras formas de semântica incluem a semântica nas lingua-
exemplo) do que em outros. gens de programação, lógica formal, e semiótica.
Pode-se entender semântica como um ramo dos es-
5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade- tudos linguísticos que se ocupa dos significados produ-
quadas zidos pelas diversas formas de uma língua. Dentro dessa
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá definição ampla, pertence ao domínio da semântica tanto a
na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem preocupação com determinar o significado dos elementos
eletrônica ao grupo ou acione o código na internet. constituintes das palavras (prefixo, radical, sufixo) como o
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os das palavras no seu todo e ainda o de frases inteiras.
pais de onde o código foi acionado. Já Estilística é o ramo da linguística que estuda as va-
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra- riações da língua e sua utilização, incluindo o uso estético
dos , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem da linguagem e as suas diferentes aplicações dependendo
dizendo que a criança foi encontrada. do contexto ou situação. Por exemplo, a língua de publici-
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) che- dade, política, religião, autores individuais, ou a língua de
ga primeiro às , (X) areias do Guarujá. um período, todos pertencem a uma situação particular.
Em outras palavras, todos possuem um “lugar”.
6-) Pergunta-se ( : ) qual é a ideia principal desse pa- Na estilística, analisa-se a capacidade de provocar su-
rágrafo gestões e emoções usando certas fórmulas e efeitos de es-
( ? ) A chegada de reforços ( , ) a condecoração ( , ) o tilo, por exemplo, as características da estilística incluem o
escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente uso do diálogo, acentos regionais e os dialetos desse de-
(? ) Se é a chegada de reforços ( , ) que relação há ( - ) terminado povo, língua descritiva, o uso da gramática, tal
ou mostrou seu autor haver ( - ) entre esse fato e os res- como a voz passiva ou voz ativa, o uso da língua particular,
tantes ( ? ) etc. Além disso, a estilística é um termo distintivo que pode
ser usado para determinar conexões entre forma e efeitos
7-) Em fila, os candidatos , (X) aguardavam, ansiosos, o dentro de uma variedade particular da língua. Consequen-
resultado do concurso. temente, a estilística visa ao que “acontece” dentro da lín-
gua; o que as associações linguísticas revelam do estilo da
8-) Eu usei um vestido vermelho na festa , e minha língua.
irmã usou um vestido azul. A divisão proposta pelo francês Pierre Giraud abarca
Há situações em que é possível usar a vírgula antes do duas condições de origem: aquelas figuras usadas pelo
“e”. Isso ocorre quando a conjunção aditiva coordena ora- próprio idioma (estilística da língua) e aquelas criadas pelo
ções de sujeitos diferentes nas quais a leitura fluente pode autor (estilística genética). Para aqueles que a entendem
ser prejudicada pela ausência da pontuação. como uma divisão da gramática, a Estilística divide-se em:
• Figuras de sintaxe ou de construção - das quais as
mais importantes são a elipse (com a subespécie zeugma),
pleonasmo, polissíndeto, inversão (hipérbato, anástrofe),
anacoluto, silepse, onomatopeia e repetição.
• Figuras de palavras - onde se tem a metáfora, a me-
tonímia (e seu caso especial: a sinédoque), catacrese e an-
tonomásia.
• Figuras de pensamento - antítese, apóstrofe, eufe-
mismo, disfemismo, hipérbole, ironia (antífrase), personifi-
cação e retificação.

80
LÍNGUA PORTUGUESA

Segundo essa divisão, a ela cabe, também, o estudo Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-
dos chamados Vícios de linguagem, tais como a ambigui- gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
dade, barbarismo, cacofonia, estrangeirismo, colisão, eco, ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
solecismo e obscuridade. exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-
A linguagem é a característica que nos difere dos de- tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio-
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so-
nais da área de informática, dentre outros.
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. E Vejamos um poema sobre o assunto:
dentre os fatores que a ela se relacionam, destacam-se os
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de forma- Vício na fala
lidade e o de informalidade.
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem Para dizerem milho dizem mio
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Para melhor dizem mió
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma- Para pior pió
neira que falamos. Este fator foi determinante para a que Para telha dizem teia
a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Para telhado dizem teiado
Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o E vão fazendo telhados.
estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gera- Oswald de Andrade
do controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que,
para a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de
Figuras
maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se des-
ta forma um estigma. Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer
Compondo o quadro do padrão informal da lingua- figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimen-
gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais to, além de auxiliar a compreender melhor os textos literá-
representam as variações de acordo com as condições rios, deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao
sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. significado simbólico das palavras e dos textos.
Dentre elas destacam-se: Definição: Figuras de linguagem são certos recursos
não--convencionais que o falante ou escritor cria para dar
Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín- maior expressividade à sua mensagem.
gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão Metáfora
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con- É o emprego de uma palavra com o significado de ou-
tra em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É
trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
uma comparação subentendida.
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o Minha boca é um túmulo.
fragmento exposto: Essa rua é um verdadeiro deserto.

Antigamente Comparação

“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e Consiste em atribuir características de um ser a outro,


eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: em virtude de uma determinada semelhança.
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, O meu coração está igual a um céu cinzento.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras- O carro dele é rápido como um avião.
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.” Prosopopeia
Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca- É uma figura de linguagem que atribui características
humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la
bulário antiquado.
de PERSONIFICAÇÃO.
O céu está mostrando sua face mais bela.
Variações regionais: São os chamados dialetos, que O cão mostrou grande sisudez.
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, Sinestesia
em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade (mistura dos cinco sentidos).
estão os sotaques, ligados às características orais da lin- Raquel tem um olhar frio, desesperador.
guagem. Aquela criança tem um olhar tão doce.

81
LÍNGUA PORTUGUESA

Catacrese Ironia

É o emprego de uma palavra no sentido figurado por Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos
falta de um termo próprio. o contrário do que pensamos.
O menino quebrou o braço da cadeira. Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
A manga da camisa rasgou. Se você gritar mais alto, eu agradeço.

Metonímia Onomatopeia

É a substituição de uma palavra por outra, quando Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz
existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos natural dos seres.
que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empre- Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.
gamos: Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite
- O autor pela obra. toda.
Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)
Aliteração
- o continente pelo conteúdo.
O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo Consiste na repetição de um determinado som conso-
os torcedores) nantal no início ou interior das palavras.
O rato roeu a roupa do rei de Roma.
- a parte pelo todo.
Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto subs- Elipse
titui casa)
Consiste na omissão de um termo que fica subentendi-
- o efeito pela causa. do no contexto, identificado facilmente.
Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substi- Após a queda, nenhuma fratura.
tui o trabalho)
Zeugma
Perífrase
Consiste na omissão de um termo já empregado an-
É a designação de um ser através de alguma de suas teriormente.
características ou atributos, ou de um fato que o celebri- Ele come carne, eu verduras.
zou.
A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetá- Pleonasmo
culos. (Veneza Brasileira = Recife)
A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Ci- Consiste na intensificação de um termo através da sua
dade Maravilhosa = Rio de Janeiro) repetição, reforçando seu significado.
Nós cantamos um canto glorioso.
Antítese

Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.


Nada com Deus é tudo. Polissíndeto
Tudo sem Deus é nada.
É a repetição da conjunção entre as orações de um pe-
Eufemismo ríodo ou entre os termos da oração.
Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são dançar.
desagradáveis.
Assíndeto
Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu
= morrer) Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas
Os homens públicos envergonham o povo. (homens pú- orações.
blicos = políticos) Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos
para dançar.
Hipérbole
Anacoluto
É um exagero intencional com a finalidade de tornar
mais expressiva a ideia. Consiste numa mudança repentina da construção sin-
Ela chorou rios de lágrimas. tática da frase.
Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda. Ele, nada podia assustá-lo.

82
LÍNGUA PORTUGUESA

- Nota: o anacoluto ocorre com frequência na lingua- 3) Paradoxo


gem falada, quando o falante interrompe a frase, abando-
nando o que havia dito para reconstruí-la novamente. É uma proposição aparentemente absurda, resultante da
união de ideias que se contradizem referindo-se ao mesmo
Anáfora termo. Os paradoxos viciosos são denominados Oxímoros
(ou oximoron). Exemplos:
Consiste na repetição de uma palavra ou expressão “Menino do Rio / Calor que provoca arrepio...”
para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior ex- “Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não
pressividade. se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desa-
Cada alma é uma escada para Deus, tina sem doer;” (Camões)
Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo 4) Eufemismo
Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fer-
nando Pessoa) Consiste em empregar uma expressão mais suave, mais
nobre ou menos agressiva, para atenuar uma verdade tida
Silepse como penosa, desagradável ou chocante. Exemplos:
“E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir Deus lhe
Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia pague”. (Chico Buarque).
e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: paz derradeira = morte
gênero, número e pessoa.
- De gênero: Vossa excelência está preocupado com as 5) Gradação
notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à
Na gradação temos uma sequência de palavras que in-
forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a
tensificam a mesma ideia. Exemplo:
pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não
“Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo.” (Cas-
com o sujeito).
tro Alves).
- De número: A boiada ficou furiosa com o peão e der-
rubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a
6) Hipérbole
ideia de plural da palavra boiada).
- De pessoa: As mulheres decidimos não votar em de- É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito
terminado partido até prestarem conta ao povo. (nesse tipo de realçar uma ideia, proporcionando uma imagem emocio-
de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os partici- nante e de impacto. Exemplos:
pantes de um sujeito em 3ª pessoa). “Faz umas dez horas que essa menina penteia esse cabelo”.
Ele morreu de tanto rir.
Fonte: 7) Ironia
http://juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/figuras-
linguagem001.asp Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação,
pela contradição de termos, pretende-se questionar certo
tipo de pensamento. A intenção é depreciativa ou sarcástica.
São conhecidas pelo nome de figuras de pensamento Exemplos:
os recursos estilísticos utilizados para incrementar o signi- Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
ficado das palavras no seu aspecto semântico. estão por perto.
São oito as figuras de pensamento: “Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra
como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade).
1) Antítese
É a aproximação de palavras ou expressões de sentidos 8) Prosopopeia ou Personificação
opostos. O contraste que se estabelece serve para dar uma
ênfase aos conceitos envolvidos, o que não ocorreria com Consiste na atribuição de ações, qualidades ou caracterís-
a exposição isolada dos mesmos. Exemplos: ticas humanas a seres não humanos. Exemplos:
Viverei para sempre ou morrerei tentando. Chora, viola.
Do riso se fez o pranto. A morte mostrou sua face mais sinistra.
Hoje fez sol, ontem, porém, choveu muito. O morro dos ventos uivantes.

2) Apóstrofe Figuras de construção ou sintaxe integram as chama-


É assim denominado o chamamento do receptor da das figuras de linguagem, representando um subgrupo des-
mensagem, seja ele de natureza imaginária ou não. É utili- tas. Dessa forma, tendo em vista o padrão não convencional
zada para dar ênfase à expressão e realiza-se por meio do que prevalece nas figuras de linguagem (ou seja, a subjeti-
vocativo. Exemplos: vidade, a sensibilidade por parte do emissor, deixando às
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? claras seus aspectos estilísticos), devemos compreender
Pai Nosso, que estais no céu; sua denominação. Em outras palavras, por que “figuras de
Ó meu querido Santo António; construção ou sintaxe”?

83
LÍNGUA PORTUGUESA

Podemos afirmar que assim se denominam em virtude Era uma estrela tão alta!
de apresentarem algum tipo de modificação na estrutura Era uma estrela tão fria!
da oração, tendo em vista os reais e já ressaltados objetivos Era uma estrela sozinha
da enunciação (do discurso) – sendo o principal conferir Luzindo no fim do dia.
ênfase a ela. [...]
Assim sendo, comecemos entendendo que, em termos Manuel Bandeira
convencionais, a estrutura sintática da nossa língua se per-
faz de uma sequência, demarcada pelos seguintes elemen- Notamos a utilização de termos que se repetem suces-
tos: sivamente em cada verso da criação de Manuel Bandeira.
SUJEITO + PREDICADO + COMPLEMENTO Polissíndeto
(Nós) CHEGAMOS ATRASADOS À REUNIÃO. Figura cuja principal característica se define pela repe-
tição enfática do conectivo, geralmente representado pela
Temos, assim, um sujeito oculto – nós; um predicado
conjunção coordenada “e”. Observemos um verso extraí-
verbal – chegamos atrasados; e um complemento, repre-
do de uma criação de Olavo Bilac, intitulada “A um poeta”:
sentado por um adjunto adverbial de lugar – à reunião.
Quando há uma ruptura dessa sequência lógica, mate- “Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!”
rializada pela inversão de termos, repetição ou até mesmo
omissão destes, é justamente aí que as figuras em questão Assíndeto
se manifestam. Desse modo, elas se encontram muito pre-
sentes na linguagem literária, na publicitária e na lingua- Diferentemente do que ocorre no polissíndeto, mani-
gem cotidiana de forma geral. Vejamos cada uma delas de festado pela repetição da conjunção, no assíndeto ocorre a
modo particular: omissão deste. Vejamos: Vim, vi, venci (Júlio César)
Depreendemos que se trata de orações assindéticas,
Elipse justamente pela omissão do conectivo “e”.

Tal figura se caracteriza pela omissão de um termo na Anacoluto


oração não expresso anteriormente, contudo, facilmente
identificado pelo contexto. Vejamos um exemplo: Trata-se de uma figura que se caracteriza pela inter-
rupção da sequência lógica do pensamento, ou seja, em
Rondó dos cavalinhos termos sintáticos, afirma-se que há uma mudança na cons-
[...] trução do período, deixando algum termo desligado do
restante dos elementos. Vejamos:
Os cavalinhos correndo, Essas crianças de hoje, elas estão muito evoluídas.
E nós, cavalões, comendo... Notamos que o termo em destaque, que era para re-
O Brasil politicando, presentar o sujeito da oração, encontra-se desligado dos
Nossa! A poesia morrendo... demais termos, não cumprindo, portanto, nenhuma função
O sol tão claro lá fora, sintática.
O sol tão claro, Esmeralda,
E em minhalma — anoitecendo! Inversão (ou Hipérbato)
Manuel Bandeira
Trata-se da inversão da ordem direta dos termos da
Notamos que em todos os versos há a omissão do ver-
oração. Constatemos: Eufórico chegou o menino.
bo estar, sendo este facilmente identificado pelo contexto.
Deduzimos que o predicativo do sujeito (pois se tra-
Zeugma ta de um predicado verbo-nominal) encontra-se no início
Ao contrário da elipse, na zeugma ocorre a omissão da oração, quando este deveria estar expresso no final, ou
de um termo já expresso no discurso. Constatemos: Maria seja: O menino chegou eufórico.
gosta de Matemática, eu de Português.
Observamos que houve a omissão do verbo gostar. Pleonasmo

Anáfora Figura que consiste na repetição enfática de uma ideia


Essa figura de linguagem se caracteriza pela repetição antes expressa, tanto do ponto de vista sintático quanto
intencional de um termo no início de um período, frase ou semântico, no intuito de reforçar a mensagem. Exemplo:
verso. Observemos um caso representativo: Vivemos uma vida tranquila.
A Estrela O termo em destaque reforça uma ideia antes ressal-
Vi uma estrela tão alta, tada, uma vez que viver já diz respeito à vida. Temos uma
Vi uma estrela tão fria! repetição de ordem semântica.
Vi uma estrela luzindo A ele nada lhe devo.
Na minha vida vazia.

84
LÍNGUA PORTUGUESA

Percebemos que o pronome oblíquo (lhe) faz refe- Parônimos


rência à terceira pessoa do singular, já expressa. Trata-se,
portanto, de uma repetição de ordem sintática demarcada São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro
pelo que chamamos de objeto direto pleonástico. e couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede
e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; au-
Observação importante: O pleonasmo utilizado sem tuar e atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir
a intenção de conferir ênfase ao discurso, torna-se o que e diferir; suar e soar.
denominamos de vício de linguagem – ocorrência que deve
ser evitada. Como, por exemplo: subir para cima, descer Fonte:
para baixo, entrar para dentro, entre outras circunstâncias http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
linguísticas. tonimos,-homonimos-e-paronimos

Questões sobre Significação das Palavras

Sinônimos 01. Assinale a alternativa que preenche corretamente


as lacunas da frase abaixo:
Da mesma forma que os italianos e japoneses _________
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto
para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros ________
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir.
para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor;
Observação: A contribuição greco-latina é responsável internamente, __________ para o Sul, pelo mesmo motivo.
pela existência de numerosos pares de sinônimos: adver- a) imigraram - emigram - migram
sário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e he- b) migraram - imigram - emigram
miciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e c) emigraram - migram - imigram.
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese. d) emigraram - imigram - migram.
e) imigraram - migram – emigram
Antônimos AGENTE DE APOIO – MICROINFORMÁTICA – VU-
NESP – 2013 - Leia o texto para responder às questões de
São palavras de significação oposta: ordem - anarquia; números 02 e 03.
soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
Observação: A antonímia pode originar-se de um pre- Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer;
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- Você comprou um smartphone e acha que aquele seu
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- celular antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo
ticomunista; simétrico e assimétrico. para alguns pode ser matéria-prima para outros. O CMID
– Centro Marista de Inclusão Digital –, que funciona junto
O que são Homônimos e Parônimos ao Colégio Marista de Santa Maria, no Rio Grande do Sul,
ensina os alunos do colégio a fazer robôs a partir de lixo
Homônimos eletrônico.
Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo,
a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferen- constroem carros com sensores de movimento que respon-
tes na pronúncia: dem à aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de
rego (subst.) e rego (verbo); baterias de celular. “Tirando alguns sensores, que precisa-
colher (verbo) e colher (subst.); mos comprar, é tudo reciclagem”, comentou o instrutor de
robótica do CMID, Leandro Schneider. Esses alunos também
jogo (subst.) e jogo (verbo);
aprendem a consertar computadores antigos. “O nosso pro-
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
jeto só funciona por causa do lixo eletrônico. Se tivéssemos
providência (subst.) e providencia (verbo).
que comprar tudo, não seria viável”, completou.
Em uma época em que celebridades do mundo digital
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e di- fazem campanha a favor do ensino de programação nas es-
ferentes na escrita: colas, é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da
acender (atear) e ascender (subir); turma avançada de robótica do CMID que, aos 16 anos, já
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); sabe qual será sua profissão. “Quero ser programador. No
cela (compartimento) e sela (arreio); início das aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me
censo (recenseamento) e senso ( juízo); interessando”, disse.
paço (palácio) e passo (andar). (Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013.
Adaptado)
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São
palavras iguais na escrita e na pronúncia: 02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns
caminho (subst.) e caminho (verbo); sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... –
cedo (verbo) e cedo (adv.); pode ser substituída, sem alteração do sentido da mensa-
livre (adj.) e livre (verbo). gem, pela seguinte expressão:

85
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Pelo menos A) de desprendimento.


B) A contar de B) de responsabilidade.
C) Em substituição a C) de abnegação.
D) Com exceção de D) de amor.
E) No que se refere a E) de egoísmo.

03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo 07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser
para o termo destacado em – …“No início das aulas, eu preenchida com a primeira alternativa da série dada nos
achava meio chato, mas depois fui me interessando”, disse. parênteses:
A) Estimulante. A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das en-
B) Cansativo. chentes. (afim- a fim).
C) Irritante. B) A bandeira está ________. (arreada - arriada).
D) Confuso. C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (in-
E) Improdutivo. flingirem - infringirem).
D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos.
04. (AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITEN- (concelhos - conselhos).
CIÁRIA – VUNESP – 2013). Analise as afirmações a seguir. E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cer-
I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso ca de - acerca de).
por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. 08. Assinale a alternativa correta, considerando que à
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser direita de cada palavra há um sinônimo.
reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta- a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar
ção. b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país)
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife- c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. –
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
do”, sem alterar o sentido do texto.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
GABARITO
está correto o que se afirma em
A) I, II e III.
01. A 02. D 03. A 04. A
B) III, apenas.
05. D 06. E 07. E 08. A
C) I e III, apenas.
D) I, apenas.
E) I e II, apenas. RESOLUÇÃO

05. Leia as frases abaixo: 1-)


1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi; Da mesma forma que os italianos e japoneses imi-
2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em graram para o Brasil no século passado, hoje os brasi-
Marte. leiros emigram para a Europa e para o Japão, à busca
3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas de uma vida melhor; internamente, migram para o
de humor. Sul, pelo mesmo motivo.
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo.
2-)
Escolha a alternativa que oferece a sequência correta “Com exceção de alguns sensores, que precisamos
de vocábulos para as lacunas existentes: comprar, é tudo reciclagem”...
a) concerto – há – a – cessões – há;
b) conserto – a – há – sessões – há; 3-)
c) concerto – a – há – seções – a; antônimo para o termo destacado : “No início das au-
d) concerto – a – há – sessões – há; las, eu achava meio chato, mas depois fui me interessando”
e) conserto – há – a – sessões – a . “No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas
depois fui me interessando”
06. (AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITEN-
CIÁRIA – VUNESP – 2013-adap.). Considere o seguinte tre- 4-)
cho para responder à questão. I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans- por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
lhes impuseram limites de disciplina. II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
trecho, é: ção. = correta

86
LÍNGUA PORTUGUESA

III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife- Chegamos à conclusão de que se trata de palavras
rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. – idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem
pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão o mesmo significado?
do”, sem alterar o sentido do texto. = correta Existe uma parte da gramática normativa denominada
Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significa-
5-) dos que uma mesma palavra apresenta de acordo com o
1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi; contexto em que se insere.
2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe) Tomando como exemplo as frases já mencionadas,
vida em Marte. analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo
3 – As sessões da câmara são verdadeiros pro- com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo
gramas de humor. dicionário.
4- Há dias que não falo com Alfredo. (= Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, efi-
tempo passado) ciência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o
significado é de: participação, interação mediante a uma
6-) tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans- último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa.
mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
lhes impuseram limites de disciplina. cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
trecho, é de egoísmo consideração as situações de aplicabilidade.
Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado Há uma infinidade de outros exemplos em que pode-
nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações mos verificar a ocorrência da polissemia, como por exem-
de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filan- plo:
tropia. No sentido comum do termo, é muitas vezes per- O rapaz é um tremendo gato.
cebida, também, como sinônimo de solidariedade. Esse O gato do vizinho é peralta.
conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as incli- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
nações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
coletivas). sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico.
7-) Polissemia e homonímia
A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das
enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para in- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
dicar que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos) cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar quando duas ou mais palavras com origens e significados
arreio no cavalo) distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
C) Serão punidos os que infringirem o regulamen- monímia.
to. (inflingirem = aplicarem a pena) A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
D) São sempre valiosos os conselhos dos mais ve- significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
lhos; (concelhos= Porção territorial ou parte administrativa polissemia porque os diferentes significados para a palavra
de um distrito). manga têm origens diferentes, e por isso alguns estudiosos
E) Moro a cerca de cem metros da praça principal. mencionam que a palavra manga deveria ter mais do que
(acerca de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.). uma entrada no dicionário.
“Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar
8-) o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) = a caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os
significados invertidos diferentes significados estão interligados porque remetem
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = signifi- para o mesmo conceito, o da escrita.
cados invertidos
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = signifi- Polissemia e ambiguidade
cados invertidos
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação = Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
significados invertidos interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
ser ambíguo, ou seja, apresenta mais de uma interpreta-
Polissemia ção. Essa ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
Consideremos as seguintes frases: uma frase. Vejamos a seguinte frase: Pessoas que têm uma
Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja! alimentação equilibrada frequentemente são felizes. Neste
Vamos! Coloque logo a mão na massa! caso podem existir duas interpretações diferentes. As pes-
As crianças estão com as mãos sujas. soas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi. felizes porque têm uma alimentação equilibrada.

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LÍNGUA PORTUGUESA

De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Questões sobre Denotação e Conotação
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma inter-
pretação. Para fazer a interpretação correta é muito impor- 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
tante saber qual o contexto em que a frase é proferida. LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O
sentido de marmóreo (adjetivo) equivale ao da expressão
Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabo- de mármore. Assinale a alternativa contendo as expressões
la, que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser de- com sentidos equivalentes, respectivamente, aos das pala-
finida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma vras ígneo e pétreo.
língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto. (A) De corda; de plástico.
(B) De fogo; de madeira.
Sentido Próprio e Figurado das Palavras (C) De madeira; de pedra.
Pela própria definição acima destacada podemos per- (D) De fogo; de pedra.
ceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas (E) De plástico; de cinza.
relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada
significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) ex- 2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
pressa, ao conceito que ela traz (denominada significado). LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdivi- - ADAPTADO) Para responder à questão, considere a se-
dem-se assim: guinte passagem: Sem querer estereotipar, mas já estereoti-
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o senti- pando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam,
do comum que costumamos dar a uma palavra. 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
- Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figura- Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
do”, que podemos dar a uma palavra. (A) considerar ao acaso, sem premeditação.
Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes (B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido
contextos: dela.
1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento) (C) adotar como referência de qualidade.
2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagra- (D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.
dável, que adota condutas pouco apreciáveis)
3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que co-
3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
nhece muito sobre alguma coisa, “expert”)
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 -
No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido co-
ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as
mum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado
palavras destacadas nas seguintes passagens do texto:
em sentido figurado.
Desde o surgimento da ideia de hipertexto...
Podemos então concluir que um mesmo significante ... informações ligadas especialmente à pesquisa aca-
(parte concreta) pode ter vários significados (conceitos). dêmica,
... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por
Denotação e Conotação analogia e associação...
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a
com o seu significado primitivo e original, com o sentido ideia de hipertexto...
do dicionário; usada de modo automatizado; linguagem ... 20 anos depois de seu artigo fundador...
comum. Veja este exemplo: Cortaram as asas da ave para
que não voasse mais. As palavras destacadas que expressam ideia de tempo
Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido são:
próprio, comum, usual, literal. (A) algo, especialmente e Quando.
(B) Desde, especialmente e algo.
MINHA DICA - Procure associar Denotação com Di- (C) especialmente, Quando e depois.
cionário: trata-se de definição literal, quando o termo é uti- (D) Desde, Quando e depois.
lizado em seu sentido dicionarístico. (E) Desde, algo e depois.
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou 4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa lingua- A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o mo-
gem rica e expressiva. Veja este exemplo: vimento cordelista pode ser comparada à de outros dois
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes grandes nomes...
que seja tarde demais. Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma fi- prejuízo da correção, o elemento grifado pode ser subs-
gurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de tituído por:
ações; disciplina, limitação de conduta e comportamento. (A) contrastada.
(B) confrontada.
Fonte: http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/ (C) ombreada.
oficial-de-justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-pro- (D) rivalizada.
prio-e-figurado-das-palavras.html (E) equiparada.

88
LÍNGUA PORTUGUESA

5-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU- É verdade que, no seu “bullying” político, eles não estão
NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não te nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por algum mo-
abras com teu amigo – o verbo em destaque foi empregado tivo, parecem querer levar ao colapso.
em sentido figurado. Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalismo,
Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir” saque, formação de quadrilha, desacato à autoridade, resis-
continua sendo empregado em sentido figurado. tência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos públicos,
(A) Ao abrir a porta, não havia ninguém. talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua.
(B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abri- (Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013.
dor. Adaptado)
(C) Para aprender, é preciso abrir a mente.
(D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em casa. Na oração – ... parecem querer levar ao colapso. – (3.º
(E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico. parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de
(A) progresso.
6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014 (B) descaso.
- ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, considere (C) vitória.
o texto abaixo. (D) tédio.
(E) ruína.
A marca da solidão
8-) (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BN-
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de DES/2012) Considere o emprego do verbo levar no trecho:
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a “Uma competição não dura apenas alguns minutos. Leva
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de anos”. A frase em que esse verbo está usado com o mesmo
penumbra na tarde quente. sentido é:
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den- (A) O menino leva o material adequado para a escola.
tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com (B) João levou uma surra da mãe.
pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas (C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo.
plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz (D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso.
de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a marca (E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar
da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta. a prova.
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47) Resolução

No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido 1-)


figurado é Questão que pode ser resolvida usando a lógica ou as-
(A) menino. sociação de palavras! Veja: a ignição do carro lembra-nos
(B) chão. fogo, combustão... Pedra, petrificado. Encontrou a resposta?
(C) testa. RESPOSTA: “D”.
(D) penumbra.
(E) tenda. 2-)
Classificar conforme regras conhecidas, mas não confir-
7-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU- madas se verdadeiras.
NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder à RESPOSTA: “E”.
questão.
3-)
RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são:
Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a ci- desde, quando e depois.
dade. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equi- RESPOSTA: “D”.
pes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão per-
correndo as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas 4-)
onde não devem e alertá-los para o que os espera. Em breve, Ao participar de um concurso, não temos acesso a di-
com guardas municipais, policiais militares e 600 fiscais em cionários para que verifiquemos o significado das palavras,
ação, as multas começarão a chegar para quem tratar a via por isso, caso não saibamos o que significam, devemos ana-
pública como a casa da sogra. lisá-las dentro do contexto em que se encontram. No exer-
Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os cício acima, a que se “encaixa” é “equiparada”.
recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas RESPOSTA: “E”.
que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas,
pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar 5-)
orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar ban- Em todas as alternativas o verbo “abrir” está emprega-
cos, saquear lojas e, por uma estranha compulsão, destruir do em seu sentido denotativo. No item C, conotativo (“abrir
lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de fogo a mente” = aberto a mudanças, novas ideias).
com ele. RESPOSTA: “C”.

89
LÍNGUA PORTUGUESA

6-) – Fatos divulgados na mídia


Novamente, responderemos com frase do texto: seu
rosto formando uma tenda. “O artigo 5.° da Constituição Federal diz que ‘todos são
RESPOSTA: “E”. iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza’.
Mas, na prática, a legislação brasileira confere o privilégio
7-) de não ficar em cárcere comum até o trânsito em julgado
Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção de uma decisão penal condenatória para alguns grupos,
do autor ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se como os detentores de diploma de curso superior. Com a
à queda, ao fim, à ruína da cidade. decisão do Supremo, esse tempo vai se encurtar, mas a cela
RESPOSTA: “E”. especial continua lá.
O Senado Federal havia derrubado essa aberração pre-
8-) sente no artigo 295, inciso VII, do Código de Processo Pe-
No enunciado, o verbo “levar” está empregado com o nal, mas a Câmara os Deputados barrou a mudança. Isso é
sentido de “duração/tempo” bastante paradigmático em um país em que milhares de
(A) O menino leva o material adequado para a escola. pobres seguem presos sem julgamento de primeira instân-
= carrega cia – um escárnio.”
(B) João levou uma surra da mãe. = apanhou Leonardo Sakamoto. Acesso em: 23/02/16
(C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. = arrasta
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. = - Dados estatísticos
direciona
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a “Pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular, enco-
prova = duração/tempo mendada pelo Catraca Livre para a campanha ‘Carnaval
sem assédio’’, apontou que 61% dos homens abordados
RESPOSTA: “E”. afirmaram que uma mulher solteira que vai pular carnaval
não pode reclamar de ser cantada e, para 49% dos man-
cebos, bloco de carnaval não é lugar para mulher ‘direi-
ta’. Além disso, 70% acreditam que as mulheres se sentem
12. ARGUMENTAÇÃO E PRAGMÁTICA (ATOS felizes quando ouvem um assobio e 59% acham que elas
DE FALA, IMPLICITAÇÃO, DÊIXIS, MÁXIMAS ficam felizes quando ouvem uma cantada na rua.”
CONVERSACIONAIS)
- Situações fictícias

“Noite de quarta-feira em Ipanema, bairro carioca de


classe média alta. Restaurante da moda, repleto de jovens
Em um texto dissertativo-argumentativo, temos esta bem-nascidos, sofre o terceiro ‘arrastão’ do mês. Clientes e
organização textual: funcionários são assaltados e ameaçados de morte. Eis aqui
o cotidiano violento da cidade maravilhosa.’’
Introdução: problematização do tema;
Desenvolvimento: argumentação/fundamentação/de- Argumento de autoridade
fesa do ponto de vista;
Conclusão: balanço da discussão realizada ao longo do A argumentação de autoridade consiste em apresentar
texto. e interpretar a opinião de outros autores - com o objetivo
de dar maior sustentação às nossas ideias e credibilidade
Com essa divisão textual, podemos notar que o desen- ao nosso texto, acessamos reflexões de autoridades no as-
volvimento é o maior representante da função principal de sunto (líderes políticos, artistas, filósofos, historiadores) a
um texto dissertativo-argumentativo, uma vez que a parte fim de que as nossas ideias tenham como fundamentação
de maior concentração da argumentação está localizada os argumentos de especialistas no tema abordado.
ali. Os argumentos de autoridade podem ser colocados
em prática por meio de:
Há três estratégias argumentativas para auxiliar em - Citações: é quando citamos, precisamente, a ideia de
uma produção de textos argumentativos melhores. determinado autor. Nesse caso, as palavras do autor de-
vem estar entre aspas.
Argumentação por exemplificação “O sociólogo Michel Foucault afirma que ‘nada é po-
lítico, tudo é politizável, tudo pode tornar-se político’. A
Um exemplo é sempre um elemento que traz força publicidade politiza o que é imprescindível ao consumidor
para a defesa de um ponto de vista, visto que é a melhor à medida que abarca a função apelativa associada à lin-
forma de comprovar uma opinião. Além disso, é um me- guagem empregada na disseminação da imagem de um
canismo bastante acessível. Há, em geral, três formas de produto, persuadindo o público-alvo a adquiri-lo.”
exemplificação, e isso faz com que as possibilidades de uso Lucas Almeida Francisco, Sergipe. Acesso em:
pelos falantes sejam inúmeras. Observe: 23/02/2016

90
LÍNGUA PORTUGUESA

- Paráfrases: é quando, com as nossas palavras, apre- No entanto, a definição de sofismo mudou bastante ao
sentamos a ideia de outro autor. longo dos séculos. Na Grécia Antiga, por exemplo, o termo
Frase de Karl Marx: “A religião é o ópio do povo.” era utilizado no sentido de “transmitir sabedoria” através
“Marx considera que a religião é uma forma de aliena- de técnicas de retórica e argumentação.
ção. Nela verifica-se a fractura entre o mundo concreto e Etimologicamente, sofismo deriva do grego sophisma,
um mundo ideal, entre o mundo em que o homem vive e em que sophia ou sophos significam respectivamente “sa-
o mundo em que ele desejaria viver. Por que razão surge bedoria” e “sábio”. Esta palavra passou a denotar todo tido
esse mundo ideal? Marx diz que o mundo celeste é o resul- de conhecimento sobre os assuntos humanos gerais.
tado de um protesto da criatura oprimida contra o mundo Os sofistas da Grécia Antiga eram conhecidos por se-
em que vive e sofre. Ou seja, procura-se um refúgio no rem importantes professores, que viajavam pelas cidades e
mundo divino porque o mundo em que o homem vive é ensinavam aos seus alunos a arte da retórica, que era muito
desumano.” importante para quem desejasse seguir na vida política.
Luis Rodrigues. Acesso em: 23/02/16 Os sofistas eram considerados mestres nas técnicas de
discurso, fazendo com que o interlocutor acreditasse rapi-
Argumento por alusão histórica damente naquilo que falava, sendo verdade ou não.
O principal compromisso dos sofistas era fazer com
Assim como na argumentação por citação, a intertex- que o público acreditasse naquilo que diziam, e não com
tualidade é uma das intenções dessa estratégia. Há, além a busca pela verdade ou em instigar este sentimento no
disso, a relação com a argumentação por exemplificação, interlocutor.
uma vez que fatos históricos também são meios que po- Sócrates foi um dos principais opositores ao pensa-
dem comprovar determinada afirmação/reflexão crítica. mento sofista, além de detestar as elevadas taxas que os
Dessa forma, temos, com a alusão histórica, dois be- professores sofistas cobravam de seus alunos.
nefícios: possibilidade de comprovar a nossa opinião e dar Platão e Aristóteles também foram importantes filóso-
maior credibilidade ao texto, uma vez que ser entendedor fos que desafiaram o sofismo, que a partir de então passou
da história é demonstrar autoridade no assunto recortado. a ter uma conotação pejorativa como uma forma de deso-
O autor, ao fazer uso dessa estratégia argumentativa, nestidade intelectual.
estará comparando o passado e o presente e, a partir daí,
tecerá sua reflexão crítica em relação ao recorte histórico
realizado. Observe: Falácia

“Há exatos 122 anos, era declarada ilegal a proprieda- Falácia significa erro, engano ou falsidade. Normal-
de de um ser humano sobre outro no Brasil. mente, é uma ideia errada que é transmitida como verda-
Contudo, a Lei Áurea – curta, grossa e lacônica – não deira, enganando outras pessoas.
previu nenhuma forma de inserir milhões de recém--liber- No âmbito da lógica, uma falácia consiste no ato de
tos como cidadãos do país, muitos menos alguma com- chegar a uma determinada conclusão errada a partir de
pensação pelos anos de cárcere para que pudessem co- proposições que são falsas.
meçar uma vida independente. Para substituir os escravos, A filosofia de Aristóteles abordou a chamada “falácia
veio a imigração de mão de obra estrangeira, agora assala- formal” como um sofisma, ou seja, um raciocínio errado
riada. Os fazendeiros não precisavam mais comprar traba- que tenta passar como verdadeiro, normalmente com o in-
lhadores, podiam apenas pagar-lhes o mínimo necessário tuito de ludibriar outras pessoas.
à subsistência. Ou nem isso. Falácia também pode ser sinônimo de ardil ou logro,
Enquanto isso, o trabalho escravo moderno deu lugar uma atitude que tem como objetivo obter vantagem sobre
a formas contemporâneas de escravidão, em que trata-se outra pessoa, enganando-a. Muitas vezes está relacionado
o trabalhador como animal, explora-se sua força física aos com a falta de honestidade.
limites da exaustão e cria-se maneiras de prendê-lo à terra, Com origem no termo em latim fallacia, esta palavra
seja por dívidas ilegais, seja por qualquer outra forma.” indica a característica ou propriedade de algo que é falaz,
ou seja, engana ou ilude.
Fonte:
http://portugues.uol.com.br/redacao/tres-estrategias Fonte:
-argumentativas-para-melhorar-sua-redacao.html https://www.significados.com.br

Sofismo

Sofismo - ou sofisma - significa um pensamento ou


retórica que procura induzir ao erro, apresentada com apa-
rente lógica e sentido, mas com fundamentos contraditó-
rios e com a intenção de enganar.
Em um sentido popular, um sofisma pode ser interpre-
tado como uma mentira ou um ato de má fé.

91
LÍNGUA PORTUGUESA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des-
1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/ sa fonte.
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al- (D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes
ternativa correta quanto à concordância, de acordo americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
com a norma-padrão da língua portuguesa. diárias dessa fonte.
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
social está no centro dos debates atuais. americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re- diárias, (X) dessa fonte.
lação aos efeitos da desigualdade social.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos RESPOSTA: “C”.
mais pobres é um fenômeno crescente.
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito 3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO –
criticado por alguns teóricos. FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de
(E) Os debates relacionado à distribuição de rique- concordância verbal na frase:
zas não são de exclusividade dos economistas. a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a
Realizei a correção nos itens: visibilidade social.
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so- b) As duas tábuas em que se comprimem o famige-
cial está = estão rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos,
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver- como “compro ouro”.
gem c) Não se compara aos vexames dos homens-placa
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos a exposição pública a que se submetem os guardadores
mais pobres é um fenômeno crescente. de carros.
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti- d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na
cado = criticada propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de-
(E) Os debates relacionado = relacionados monstração de mau gosto.
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados
RESPOSTA: “C”. em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve-
lhos carros-placa.
2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase Fiz as correções entre parênteses:
– Um levantamento mostrou que os adolescentes ame- a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu-
ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri-
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em: mida a visibilidade social.
(A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime)
americanos consomem em média 357 calorias, diárias o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô-
dessa fonte. nicos, como “compro ouro”.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a
americanos consomem, em média 357 calorias diárias exposição pública a que se submetem os guardadores de
dessa fonte. carros.
(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros-
americanos consomem, em média, 357 calorias diárias -placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma
dessa fonte. demonstração de mau gosto.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in-
americanos, consomem em média 357 calorias diárias teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da-
dessa fonte. queles velhos carros-placa.
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
americanos, consomem em média 357 calorias diárias, RESPOSTA: “C”.
dessa fonte.
4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a
ou faltante: mesma regra que distribuídos.
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes (A) sócio
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X) (B) sofrê-lo
diárias dessa fonte. (C) lúcidos
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes (D) constituí
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias (E) órfãos
dessa fonte.

92
LÍNGUA PORTUGUESA

Distribuímos = regra do hiato (...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria


(A) sócio = paroxítona terminada em ditongo (abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa
(B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu
oblíquo. Nunca!) presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi-
(C) lúcidos = proparoxítona dência da República (1991).
(D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui” (Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-
– oxítona: cons-ti-tui) -detail.php?id=393)
(E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
RESPOSTA: “E”.
RESPOSTA: “D”.
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
A concordância verbal está plenamente observada na ciedade como tais.
frase: Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo
(A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e passará a ser, corretamente,
materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e (A) perceba.
parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas (B) foi percebido.
públicas. (C) tenham percebido.
(B) Sempre deverão haver bons motivos, junto (D) devam perceber.
àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino (E) estava percebendo.
religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
ciativa privada. ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
(C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex- ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te-
to, contra os que votam a favor do ensino religioso na remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e
princípios...
escola pública, consistem nos altos custos econômicos
que acarretarão tal medida.
RESPOSTA: “A”
(D) O número de templos em atividade na cidade
de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
proporção maior do que ocorrem com o número de es-
A concordância verbal e nominal está inteiramente cor-
colas públicas.
reta na frase:
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e
como a regulação natural do mercado sinalizam para
valores que determinam as escolhas dos governantes,
as inconveniências que adviriam da adoção do ensino para conferir legitimidade a suas decisões.
religioso nas escolas públicas. (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
(A) Provocam = provoca (o posicionamento) cípios que regem a prática política.
(B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver (C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda-
(C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto, deiro regime democrático, em que se respeita tanto as
contra os que votam a favor do ensino religioso na escola liberdades individuais quanto as coletivas.
pública, consistem = consiste. (D) As instituições fundamentais de um regime de-
(D) O número de templos em atividade na cidade de mocrático não pode estar subordinado às ordens indis-
São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor- criminadas de um único poder central.
ção maior do que ocorrem = ocorre (E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como para o momento eleitoral, que expõem as diferentes
a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve- opiniões existentes na sociedade.
niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas Fiz os acertos entre parênteses:
escolas públicas. (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va-
lores que determinam as escolhas dos governantes, para
RESPOSTA: “E”. conferir legitimidade a suas decisões.
6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú- vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para valores e princípios que regem a prática política.
(A) embaixadores. (C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
(B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais. dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
(C) prefeitos municipais. tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
(D) presidentes das Câmaras de Vereadores. (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(E) vereadores. crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol- c) Será preciso, talvez: redefinir a infância, já que
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex- as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade. com as de ontem.
d) Será preciso, talvez redefinir a infância? - já que
RESPOSTA: “A”. as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver
com as de ontem.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) e) Será preciso, talvez, redefinir a infância, já que
A frase que admite transposição para a voz passiva é: as crianças de hoje, ao que tudo indica, nada têm a ver
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa- com as de ontem.
grado.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma Devido à igualdade textual entre os itens, a apresenta-
grande diversidade de fenômenos. ção da alternativa correta indica quais são as inadequações
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so- nas demais.
ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
ficação. RESPOSTA: “E”.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
da vida (...). 12-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE –
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu- ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012)
dido e da falsa consciência. No trecho: “O crescimento econômico, se associado à
ampliação do emprego, PODE melhorar o quadro aqui
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra- sumariamente descrito.”, se passarmos o verbo desta-
do. cado para o futuro do pretérito do indicativo, teremos
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma a forma:
grande diversidade de fenômenos. A) puder.
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e B) poderia.
explicada pelo conceito... C) pôde.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- D) poderá.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. E) pudesse.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
vida (...). Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode-
e da falsa consciência.
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração
é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes-
RESPOSTA: “B”.
soa do singular (ele) = poderia.
10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
RESPOSTA: “B”.
TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
13-) (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011)
vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
Entre as frases que seguem, a única correta é:
ambiental Geraldo Motta.
Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli- a) Ele se esqueceu de que?
nhados devem sofrer as seguintes alterações: b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para dis-
(A) entrar − vira tribui-lo entre os presentes.
(B) entrava − tinha visto c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas
(C) entrasse − veria críticas.
(D) entraria − veria d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindica-
(E) entrava − teria visto ções dos funcionários.
e) Não sei por que ele mereceria minha conside-
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve- ração.
ria = entrasse / veria.
(A) Ele se esqueceu de que? = quê?
RESPOSTA: “C”. (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para
distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
11-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos ex-
A pontuação está inteiramente adequada na frase: cessivos nas críticas.
a) Será preciso, talvez, redefinir a infância já que as (D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindi-
crianças de hoje, ao que tudo indica nada mais têm a cações dos funcionários.
ver com as de ontem. (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
b) Será preciso, talvez redefinir a infância: já que
as crianças, de hoje, ao que tudo indica nada têm a ver, RESPOSTA: “E”.
com as de ontem.

94
LÍNGUA INGLESA

1. Pronouns: subject, object, possessive, interrogative, demonstrative, indefinite................................................................................01


2. Verb tenses: simple present, simple past (regular and irregular verbs), present continuous, past continuous and future
(will and going to), present perfect, past perfect..................................................................................................................................................01
3. Modals: can, could, will, would, should and must............................................................................................................................................01
4. Adjectives: comparative and superlative forms................................................................................................................................................01
5. Adverbs: time, position of adverbs, manner and frequency........................................................................................................................01
6. Prepositions: time, place and location..................................................................................................................................................................01
7. Articles: definite and indefinite.................................................................................................................................................................................01
8. Quantifiers: many, much, (a) few, (a) little, a lot and some, any................................................................................................................01
9. Sentences: affirmative, negative and interrogative.........................................................................................................................................01
10. Coordination and subordination...........................................................................................................................................................................01
11. Reading comprehension...........................................................................................................................................................................................01
12. Relative clauses.............................................................................................................................................................................................................01
LÍNGUA INGLESA

3. Compreensão Detalhada: requer um nível de leitura


1. PRONOUNS: SUBJECT, OBJECT, mais aprofundado que nos níveis anteriores. Exige a com-
POSSESSIVE, INTERROGATIVE, preensão de detalhes do texto, minúcias, palavra por pa-
lavra, e demanda, assim, mais tempo e atenção do leitor.
DEMONSTRATIVE, INDEFINITE.
Para tanto, em alguns casos, será preciso reler várias vezes
2. VERB TENSES: SIMPLE PRESENT, SIMPLE o texto.
PAST (REGULAR AND IRREGULAR VERBS),
PRESENT CONTINUOUS, PAST CONTINUOUS Para obter um bom nível de acerto durante os níveis de
AND FUTURE (WILL AND GOING TO), compreensão, temos que por em prática algumas técnicas
PRESENT PERFECT, PAST PERFECT. de auxílio à leitura que passaremos a ver agora.
3. MODALS: CAN, COULD, WILL, WOULD,
SHOULD AND MUST. a) Background knowledge (conhecimento prévio): para
4. ADJECTIVES: COMPARATIVE AND que um leitor consiga identificar e entender certas infor-
SUPERLATIVE FORMS. mações em qualquer tipo de texto, torna-se extremamen-
5. ADVERBS: TIME, POSITION OF ADVERBS, te importante que ele possua algum conhecimento prévio
sobre seu assunto. Podemos comparar esta situação com a
MANNER AND FREQUENCY.
de um estudante tentando fazer uma prova de redação. Se
6. PREPOSITIONS: TIME, PLACE AND ele nunca tiver lido, discutido, estudado ou ouvido falar do
LOCATION. tema daquela redação, como poderá dissertar? Suas ideias
7. ARTICLES: DEFINITE AND INDEFINITE. podem até ir para o papel, mas correrá um grande risco
8. QUANTIFIERS: MANY, MUCH, (A) FEW, (A) de não ter o vocabulário necessário, consistência, profun-
LITTLE, A LOT AND SOME, ANY. didade, argumentos, conhecimento de causa, exemplos a
9. SENTENCES: AFFIRMATIVE, NEGATIVE citar, etc. sua redação será pobre. Da mesma maneira, se o
AND INTERROGATIVE. leitor de um texto técnico em língua inglesa não tiver co-
10. COORDINATION AND SUBORDINATION nhecimento de mundo, vivência, experiências variadas de
11. READING COMPREHENSION vida, conhecimento prévio sobre o assunto, seu nível de
12. RELATIVE CLAUSES compreensão será mais superficial.

Por isso, o ponto de partida para uma leitura eficien-


te está sempre em você. Mas também não adianta buscar
apenas informação de coisas que te atraem, coisas que
COMPREENSÃO DE TEXTOS VERBAIS E NÃO -
você gosta de saber. É preciso ampliar sua visão de mundo.
VERBAIS
Se você for mulher, busque saber algo sobre futebol tam-
No Brasil, de um modo geral, o inglês instrumental é bém, sobre carros, sobre coisas do mundo masculino. Se
uma das abordagens do ensino do Inglês que centraliza a você for homem, busque também conhecer assuntos do
língua técnica e científica focalizando o emprego de estra- mundo feminino como cosméticos e vestuário. Busquem
tégias específicas, em geral, voltadas à leitura. Seu foco é ambos interessar-se por assuntos relacionados a crianças,
desenvolver a capacidade de compreensão de textos de di- idosos, povos diferentes do seu, países variados, regiões
versas áreas do conhecimento. O estudo da gramática res- do mundo sobre as quais que você normalmente não sabe
tringe-se a um mínimo necessário normalmente associado nada. Leia jornais, revistas, sites da internet, pesquise coisas
a um texto atual ou similar que foi veiculado em periódicos. curiosas, assista a programas de TV jornalísticos, de varie-
O conhecimento de uma boa quantidade de palavras tam- dades, de humor, de esportes, de ciência, de religião, de
bém faz parte das técnicas que serão relacionadas abaixo. saúde, de entretenimento, converse com pessoas de opi-
niões, idades e classes sociais diferentes da sua, dê valor a
Dependendo do objetivo de sua leitura, você terá que todos os assuntos porque você nunca sabe qual tema será
saber utilizar algum dos três níveis diferentes de com- abordado num texto de uma prova. Esteja preparado para
preensão: todos eles. Desta forma podemos agilizar sua compreen-
são acerca de um texto. Desta forma você terá mais prazer
1. Compreensão Geral: obtida através de uma leitura ao ler, pois compreenderá os mais variados textos. Desta
rápida, “uma passada de olho rápida no texto”, para cap- forma você verá que é capaz de adquirir conhecimento em
tarmos as informações gerais acerca dele, ou seja, aquilo uma língua estrangeira. Desta forma poderemos minimi-
que é de maior importância, seu tema geral, seu assunto zar seus problemas e aumentar suas chances de obter o
principal. sucesso.

2. Compreensão de Pontos Principais: exige que tenha- b) Skimming (ler ou examinar superficialmente; desna-
mos maior atenção na busca das informações principais tar; retirar aquilo de maior peso ou importância): é uma
espalhadas pelo texto, observando cada parágrafo distin- técnica que permite rapidez e eficiência na busca de algum
tamente para identificar dados específicos que o autor quis direcionamento inicial acerca do texto. Realizar o skimming
destacar. significa ler rapidamente o texto para saber o assunto prin-

1
LÍNGUA INGLESA

cipal trabalhado pelo autor. Esta atividade de leitura nos plesmente ir direto ao ponto aonde podemos encontrar tal
proporciona um nível de compreensão geral, visando nos informação. Isso é o scanning, significa encontrar respostas
dar uma visão global, aberta e ampla do texto. Ao reali- de uma forma rápida e direta sem perder tempo relendo
zarmos o skimming, não podemos nos deter em detalhes o texto todo. Esta técnica em geral deve ser aplicada após
como palavras novas nem palavras das quais nos esquece- uma ou mais leituras completas do texto em questão. As-
mos. Estamos em busca do assunto principal e do sentido sim o leitor diminuirá o risco de confundir informações,
geral do texto. perder tempo ou de dar respostas erradas. Se desejar, o es-
tudante pode ler o que os exercícios pedirão antes de fazer
c) Prediction: Com esta estratégia o leitor lança mão do o scanning, pois assim ele irá selecionar mais facilmente o
seu próprio conhecimento, através das experiências de vida que for mais importante para responder àquelas questões
que possui, e da informação linguística e contextual. Após direcionando-se melhor.
realizar o skimming, o leitor precisa concentrar-se para
tentar ativar as informações que já possui sobre o tema e f) Lexical Inference (inferência lexical): Inferir significa
prever que tipos de palavras, frases ou argumentos podem deduzir. Às vezes será preciso deduzir o sentido de um ter-
estar presentes naquele texto. É um momento de reflexão. mo, decifrando o que ele quer dizer. Mas isso não pode ser
É a hora de buscar na memória tudo o que foi lido, estu- feito de qualquer maneira. Para inferirmos bem, é necessá-
dado, discutido, e visto na mídia a respeito daquele tema. rio entender o significado daquela palavra desconhecida
Além do mais, esta é uma estratégia de leitura que também através do contexto no qual ela está inserida, observando
permite ao leitor prever o que vem a seguir em um texto. as palavras vizinhas, as frases anteriores e posteriores, o
Trata-se do desenvolvimento sequenciado do pensamento. parágrafo onde ela está, as noções gerais que temos do
Isso só é possível porque quem escreve, o faz de maneira texto, etc. Precisamos observar o meio no qual a palavra
organizada, porque as pessoas pensam de maneira seme- está posta. Neste caso teremos de nos fazer valer de nos-
lhante e porque alguns tipos de textos possuem estruturas sos conhecimentos de classes gramaticais (substantivos,
previsíveis levando nós leitores a atingir certas formas de adjetivos, preposições, verbo, etc.), de afixos, de singular
compreensão. Quanto mais experiente for o leitor, maior e plural, conhecimento sobre a estrutura de textos, etc.
será sua capacidade de prever. Nesta etapa, passamos a as- Tudo isso em conjunto pode ajudar numa aproximação do
sociar o assunto do texto com as dicas tipográficas usadas sentido real daquele termo que não sabemos.
pelo autor para transmitir significados.
É preciso lembrar que estas estratégias serão mais ou
d) Grifo de palavras cognatas, das palavras já conheci- menos eficazes dependendo do tamanho do vocabulário
das pelo leitor e das repetidas: Muito comuns entre as lín- que você possui e também do seu nível de conhecimento
guas inglesa e portuguesa, os cognatos são termos bas- gramatical.
tante parecidos tanto na escrita como no significado em
ambas as línguas. Há estudos que relacionaram as palavras que mais
Grifar todas estas palavras em um texto é um recur- aparecem em textos e livros técnicos em língua inglesa.
so psicológico e técnico que visa mostrar e provar visual- Desses estudos foram feitas diferentes listas com as 318
mente para o leitor que ele tem conhecimento de muitas palavras que mais caem nos textos, as 500 mais, as 700
das palavras daquele texto e de que, assim, ele é capaz de mais, etc. Para facilitar seu estudo, incluímos aqui as 318
fazer uso dessas informações para responder às questões mais comuns para serem estudadas. Ao memorizar estas
propostas. Trata-se de um recurso que usamos para dar palavras você obterá um magnífico subsídio preparando-
mais relevância e importância às palavras que já sabemos se para enfrentar qualquer texto.
em um texto, pois é nelas que nos apoiaremos para re- Você verá que várias destas palavras já são conheci-
solver exercícios e para entender os textos. É muito mais das por você, assim, na verdade, terá que memorizar bem
inteligente voltar nosso foco para as palavras que têm al- menos destas. Um número bem significativo delas está
gum significado para nós do que destacar aquelas que não presente em qualquer tipo de texto. Quanto mais palavras
conhecemos. Além disso, ao grifar, você acaba relendo as você souber, mais poderá grifar! Apoie-se nelas e bom es-
informações de uma maneira mais lenta, o que faz com que tudo!
perceba certos detalhes que não havia percebido antes. É
uma forma de quantificar em porcentagem aproximada o 001 although embora
quanto se sabe daquele texto. É preciso lembrar que há um 002 able capaz
número muito grande de palavras repetidas nos textos e 003 about sobre, aproximadamente
isso facilita para o estudante, pois ele poderá grifar mais de 004 above acima
uma vez a mesma palavra. 005 according to de acordo com
006 after depois, após
e) Scanning: esta técnica de leitura visa dar agilidade na 007 again novamente, de novo
busca por informações específicas. Muitas vezes, após ler 008 against contra
um texto, nós queremos reencontrar alguma frase ou al- 009 age idade
guma palavra já lida anteriormente. Para efetuar esta busca 010 air ar
não precisamos ler o texto inteiro de novo, podemos sim- 011 all tudo

2
LÍNGUA INGLESA

012 almost quase 071 earth terra (planeta)


013 alone só, sozinho 072 either... or ou... ou
014 along ao longo de 073 emperor imperador
015 already já 074 empire império
016 also também 075 end fim
017 always sempre 076 enemy inimigo
018 among entre (3 ou mais coisas) 077 England Inglaterra
019 an um, uma 078 enough suficiente
020 ancient antigo 079 even mesmo
021 and e 080 ever em qualquer momento, já
022 another um outro 081 every cada, todo
023 any algum(a), qualquer 082 eye olho
024 anything qualquer coisa 083 fact fato
025 arm braço 084 family família
026 army exército 085 far distanste, longe
027 around em torno de, perto de 086 father pai
028 art arte 087 fear medo
029 as como, assim como 088 few poucos(as)
030 at em, às 089 fire fogo
031 authority autoridade 090 first primeiro
032 away distante, longe 091 five cinco
033 back de volta, atrás 092 foot/feet pé/pés
034 because porque 093 footnote notas de rodapé
035 before antes 094 for para, por
036 behind atrás 095 force força, forçar
037 best melhor (superlativo) 096 four quatro
038 better melhor (comparativo) 097 France França
039 between entre (2 coisas) 098 free livre, grátis
040 beyond além 099 French francês
041 big grande 100 friend amigo(a)
042 black preto(a) 101 from de (origem)
043 blood sangue 102 full completo, cheio
044 body corpo 103 general geral
045 both ambos(as) 104 girl menina, garota
046 boy menino, garoto 105 God Deus
047 brother irmão 106 gold ouro
048 but mas, porém, exceto 107 good bom(ns), boa(s)
049 by próximo a, perto de, por 108 government governo
050 captain capitão 109 great grande, maravilhoso
051 care cuidado 110 ground chão
052 case caso 111 half metade
053 certain certo 112 hand mão/entregar
054 chapter capítulo 113 he ele (pessoa)
055 character caráter, personalidade 114 head cabeça, líder
056 child criança 115 heart coração
057 children crianças 116 her dela (pessoa)
058 church igreja 117 here aqui
059 city cidade 118 high alto
060 common comum 119 him ele, o (pessoa)
061 country país, zona rural 120 himself ele mesmo (pessoa)
062 course curso 121 his dele (pessoa)
063 day dia 122 history história
064 dead morto 123 home casa, lar
065 death morte 124 horse cavalo
066 different diferente 125 hour hora
067 door porta 126 house casa
068 down para baixo 127 how como
069 during durante 128 however entretanto
070 each cada 129 human humano

3
LÍNGUA INGLESA

130 hundred cem, centena 189 nothing nada


131 idea idéia 190 now agora
132 if se 191 number número
133 ill doente 192 of de
134 in em, dentro (de) 193 off afastado, desligado
135 indeed de fato, realmente 194 often frequentemente
136 into para dentro de 195 old velho(s), velha(s)
137 it ele(a) (coisa, animal) 196 on sobre, em cima
138 its seu, sua, (coisa, animal) 197 once uma vez
139 itself a si mesmo (coisa, animal) 198 one um, uma
140 just apenas, justo 199 only apenas, único, somente
141 kind tipo, gentil 200 or ou
142 king rei 201 other outro(a)
143 knowledge conhecimento 202 our nosso(a), nossos(as)
144 land terra 203 out fora
145 large largo, amplo, grande 204 over acima, encerrado
146 law lei 205 part parte
147 (at) least (pelo) menos 206 peace paz
148 left esquerdo(a) 207 people pessoas
149 less menos 208 perhaps talvez
150 life vida 209 period período
151 light luz, leve 210 person pessoa
152 little pouco(a) 211 place lugar
153 long longo 212 point ponto
154 longer mais longo 213 poor pobre
155 love amor 214 power poder, força
156 man/men homem/homens 215 present presente
157 manner maneira 216 prince príncipe
158 many muitos (as) 217 public público
159 master mestre 218 quite completamente, muito
160 matter matéria 219 rather preferencialmente
161 me me, mim 220 reason razão
162 miles milhas 221 reign reino
163 mind mente 222 religion religião
164 mine meu(s), minha(s) 223 room cômodo, quarto
165 moment momento 224 round redondo
166 money dinheiro 225 same mesmo(a)
167 more mais 226 sea mar
168 morning manhã 227 second segundo
169 most mais 228 set conjunto
170 mother mãe 229 seven sete
171 Mr. senhor 230 several vários(as)
172 Mrs. senhora 231 she ela (pessoa)
173 much muito(a) 232 short pequeno(a), curto(a)(s)
174 my meu(s), minha(s) 233 side lado
175 myself eu mesmo 234 sight vista, visão
176 name nome 235 since desde
177 nation nação 236 sir senhor
178 natural natural 237 six seis
179 nature natureza 238 small pequeno(s), pequena(s)
180 near próximo, perto 239 so então
181 neither...nor nem...nem 240 some algum(a), alguns(mas)
182 never nunca 241 something algo, alguma coisa
183 new novo(a)(s) 242 sometimes algumas vezes
184 next próximo, a seguir 243 son filho
185 night noite 244 soon logo, em breve
186 no não 245 spirit espírito
187 non não 246 state estado, situação
188 not não 247 still ainda

4
LÍNGUA INGLESA

248 street rua 307 with com


249 strength força 308 within dentro de
250 strong forte 309 without sem
251 subject assunto, sujeito 310 woman/women mulher/mulheres
252 such tão 311 word palavra
253 sure certo (certeza) 312 world mundo
254 ten dez 313 year ano
255 than do que 314 yes sim
256 that aquele(a), esse(a) 315 yet ainda, já
257 the o, a, os, as 316 you você(s)
258 their deles, delas 317 young jovem
259 them eles, os 318 yours seu(s), sua(s)
260 themselves eles mesmos
261 then então, em seguida DICAS TIPOGRÁFICAS
262 there lá
Qualquer porção de linguagem, seja ela falada, escri-
263 therefore por esta razão
ta, gesticulada, desenhada etc., pode ser considerada tex-
264 these estes(as)
to. Assim, um texto pode constituir-se de uma frase, uma
265 they eles, elas palavra, um sinal, uma imagem, ou alguma porção maior
266 thing coisa e mais longa como um romance ou uma novela. Por isso,
267 thirty trinta a comunicação não envolve somente a linguagem verbal,
268 this este(a), isto como na escrita e na fala, mas também envolve a lingua-
269 those aquele(as), esses(as) gem não-verbal. Este tipo de linguagem se desenvolve de
270 thousand mil, milhar maneira complexa na sociedade contemporânea e relacio-
271 three três na-se com outras linguagens como a moda, os gestos, a
272 through através arte, os sinais, etc.
273 time tempo, momento, vez Além das técnicas mencionadas anteriormente, o leitor
274 to para, em direção a deve sempre se apoiar em informações universais como
275 together junto(a)(s) imagens, números e símbolos. Neste exemplo a imagem
276 too também atesta que o uso do celular pode ser fatal. Baseado em nos-
277 towards na direção de so conhecimento de cotidiano, é um tema constantes no
278 town cidade telejornal que o motorista não deve usar o telefone celu-
279 true verdade lar ao volante. Observando os números no texto fica fácil
280 truth verdade identificar o número de fatalidades por ano entre outras
281 twenty vinte informações.
282 two dois
283 under sob ? ! , ; 4 / A a % = @ + “. Símbolos, cores, formatos, fotos,
284 until/till até (que) desenhos, tamanhos de letras utilizados, estilos de letras es-
285 up para cima colhidos, elementos de pontuação, algarismos, etc., ajudam-
286 upon sobre nos a desvendar muitas minúcias do conteúdo de um texto.
287 us nos, a nós
288 very muito Esses elementos são conhecidos como marcas, evi-
dências ou dicas tipográficas que os mais variados textos
289 voice voz
utilizam para comunicar. São elementos que transmitem
290 war guerra
informações além das palavras, complementando-as. Sa-
291 water água
ber reconhecê-las e também extrair delas algum sentido
292 way caminho, maneira, jeito complementar para o texto fornece um grande auxílio à
293 we nós leitura e à interpretação das ideias transmitidas.
294 well bem
295 what o que, qual, quais SUBSTANTIVOS: FORMAÇÃO DO PLURAL: RE-
296 when quando GULAR, IRREGULAR E CASOS ESPECIAIS. GÊNERO.
297 where onde CONTÁVEIS E NÃO-CONTÁVEIS.
298 whether se
299 which (o,a) qual, (os, as) quais SUBSTANTIVOS
300 while enquanto
301 white branco Substantivos, que no inglês são conhecidos como nou-
302 who/whom quem, a quem ns, são palavras que dão nome a pessoas, lugares, coisas,
303 whole complete, inteiro conceitos, ações, sentimentos, etc. Também chamados de
304 whose de quem, cujo(a)(s) nomes, eles funcionam de muitas maneiras nas sentenças.
305 why por que? Na maioria das vezes, posicionam-se como o sujeito de um
306 wife esposa verbo, funcionando como o ator ou agente dele.

5
LÍNGUA INGLESA

Os nomes também podem receber uma ação quando Existem algumas formas irregulares de plural. Alguns
funcionam como objeto do verbo. Quando atuam como exemplos comuns são:
sujeitos ou objetos, os substantivos podem ser apenas uma
palavra, frases, ou cláusulas. woman women 
man men 
Exemplos: child children 
tooth teeth 
-The plane crashed. (substantivo como sujeito da frase) foot feet
goose geese
-He kicked the dog. (substantivo como objeto direto mouse mice
do verbo) louse lice
person people
-To bungee jump is dangerous. (frase verbo-nominal
agindo como substantivo na posição de sujeito) Para alguns terminados em -f ou -fe, trocamos estas
letras por -ves. Para outros, apenas usamos -s:
-What we thought was the best thing to do. (cláusula
nominal agindo como substantivo na posição de sujeito) Leaf leaves
Knife knives
A maioria dos substantivos forma o plural com o Wife wives
acréscimo de -s. Por exemplo: Life lives
Singular Plural Roof roofs
car cars  Belief beliefs
cap caps  Safe safes
Chief chiefs
Quando o nome termina em -y e é precedido por Outros terminados em -f admitem plural de duas ma-
consoante, faz-se o plural com -ies. neiras:

a city cities  Dwarf dwarfs/dwarves


a party parties Scarf scarfs/scarves
a lady ladies  Hoof hoofs/hooves
a baby babies
Alguns nomes têm a mesma forma tanto no singular
Se o substantivo termina em -s, -ss, -z, -sh, -ch, -x quanto no plural:
(exceção: ox => oxen), acrescentamos -es para formar o
plural: A species two species
A sheep two sheep
A fish two fish
A bus two buses
A deer two deer
A fox two foxes
A means two means
A watch two watches
A series two series
A class two classes
A whiz two whizzes (dobra a última consoante)
Alguns nomes têm plural, mas usam verbo no singu-
A flash two flashes
lar:
Acrescenta-se -es somente em alguns substantivos
news - The news is positive for the country.
terminados em -o. Outros ganham apenas -s:
linguistics - Linguistics is the study of language.
billiards - Billiards is played by many people around
Potato potatoes the world.
Tomato tomatoes
Hero heroes Outros nomes têm forma plural e usam verbo no plu-
Photo photos ral também:
Radio radios
Video videos pants - These pants are too big for me.
Shampoo shampoos jeans - His jeans are dark brown.
Zoo zoos glasses - My glasses are old.
Kangaroo kangaroos pajamas - Her pajamas have holes.

6
LÍNGUA INGLESA

Há vários substantivos que são somente usados no sin- SUBSTANTIVOS CONTÁVEIS E NÃO CONTÁVEIS
gular. Eles concordam com verbo e pronomes no singular,
mesmo se transmitirem ideia de plural. Estes não podem Contáveis são aqueles substantivos que podemos
ser precedidos pelos artigos indefinidos a/an, por isso, enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanto for-
muitas vezes, utilizamos alguma expressão quantificadora ma singular quanto plural. Eles são chamados de countable
antes deles. Veja: nouns ou de count nouns, em inglês.

I have a piece of information for you. (Eu tenho uma Por exemplo, podemos contar pencil. Podemos dizer
informação para você) one pencil, two pencils, three pencils, etc.
Can you give a word of advice? (Você pode me dar al-
gum conselho?) Incontáveis são os substantivos que não possuem forma
He bought beautiful pieces of furniture for the be- no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de
droom. (Ele comprou lindos móveis para o quarto) non-countable nouns, ou até de non-count nouns, em in-
I bring some news for your day. (Eu trago algumas no- glês. Podem ser precedidos por alguma unidade de me-
tícias para o seu dia) dida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias,
líquidos, pós, conceitos, etc., que não podemos dividir em
GENEROS DOS SUBSTANTIVOS elementos separados. Por exemplo, não podemos contar
“water”. Podemos, sim, contar “bottles of water” ou “liters
Em inglês, existem três tipos de gêneros para os subs- of water”, mas não podemos contar a palavra “water”.
tantivos: feminino, masculino e neutro. Os substantivos
femininos, quando estiverem no singular, podem ser tro- Outros exemplos de substantivos incontáveis são: mu-
cados pelo pronome “she”. Os substantivos masculinos, sic, art, love, happiness, advice, information, news, furnitu-
quando no singular, podem ser trocados por “he”. re, luggage, rice, sugar, butter, water, milk, coffee, electri-
city, gas, power, money, etc.
Os substantivos neutros são usados para fazer refe-
rência a coisas ou animais, ou, ainda, para expressar uma Em geral, estudantes de língua inglesa têm dificuldade
ideia que sirva para ambos os sexos. Nesse último caso, de saber quando um substantivo é contável e quando é
podemos trocar o substantivo no singular pelo pronome não-contável. As dicas são sempre conferir a informação
pessoal “it”. No caso do plural, para todos os substantivos num bom dicionário e também tentar memorizar alguns
dos mais comuns para agilizar o seu estudo. Nos dicioná-
utilizamos o pronome pessoal “they”.
rios, normalmente você encontra o símbolo [U] para iden-
Exemplos:
tificar os uncountable nouns e [C] para os countable nouns.
My mother sent me a kiss. => She sent me a kiss. (Minha
Em várias situações necessitamos de fazer o uso de
mãe/Ela mandou-me um beijo)
determinantes/quantificadores em conjunto com substan-
My brother loves soccer. => He loves soccer. (Meu irmão/
tivos contáveis e incontáveis.
Ele ama futebol)
Is it a boy or a girl? (É menino ou menina?)
Há determinantes específicos para os incontáveis: a
little, little, less, much.
O gênero pode ser reconhecido em palavras de duas
formas distintas: Exemplos:
Por anteposição ou posposição de palavras ou afixos: I have a little time to exercise today. (Eu tenho algum
vários substantivos femininos são terminados pelo sufixo tempo para me exercitar hoje)
-ess, por exemplo. She has little patience with her students. (Ela tem pou-
ca paciência com seus alunos)
Actor (ator) – Actress (atriz) He demonstrates less aptitude. (Ele demonstra menos
Prince (príncipe) – Princess (princesa) aptidão)
Waiter (garçom) – Waitress (garçonete) Judy and her husband have much money. (Judy e seu
marido têm muito dinheiro)
Por palavras diferentes: o masculino é determinado por
uma palavra e o feminino, por outra: E há alguns específicos para uso com substantivos con-
táveis: a few, few, fewer, many. 
Husband (esposo) – wife (esposa)
Brother (irmão) – sister (irmã) Exemplos:
Boy (garoto) – girl (garota)
Nephew (sobrinho) – niece (sobrinha) There are a few coins in my wallet. (Há algumas moe-
Father (pai) – mother (mãe) das na minha carteira)

7
LÍNGUA INGLESA

Few people went to the show. (Poucas pessoas foram MODIFICADORES DE SUBSTANTIVOS
ao show)
We can see fewer cars on the streets today. (Podemos Modifiers são palavras, locuções, frases, ou cláusulas
ver menos carros nas ruas hoje) que qualificam o significado de outras palavras. O termo é
He has many friends. (Ele tem muitos amigos) bem genérico: qualquer parte da fala que funciona como
Existe ainda o determinante a lot of que pode ser uti- um adjetivo ou advérbio é um modificador.
lizado tanto para substantivos contáveis como incontáveis. Note: Nos exemplos abaixo, o modifier está em itálico e
a palavra que ele modifica está sublinhada; a função do
Exemplo: modificador está descrita entre parênteses.
I have a lot of money.
I have much money. Adjetivos  —  descrevem ou modificam nomes. Uma
locução adjetiva ou cláusula adjetiva funciona da mesma
There are a lot of cars in the street tonight. maneira que uma simples palavra funcionaria.
There are many cars in the street tonight.
Exemplo: The yellow  balloon flew away over
Há dois tipos de pronomes possessivos: adjetivos e the crying child. (O adjetivo yellow modifica o substantivo
substantivos. balloon; crying modifica o nome child)

Artigos — são palavras que acompanham os substanti-


Pronome Pronome vos e tem função de classifica-los.
Possessivo Tradução: Possessivo Example: The  killer selected a  knife from an  antique
Adjetivo: Substantivo: collection. (The, a, e an são artigos que especificam ou de-
My meu(s)/minha(s) Mine limitam seus respectivos substantivos)
Your seu/sua Yours
Advérbios— descrevem verbos, adjetivos, ou outros
His dele His advérbios, completando a ideia de como, quanto ou quan-
Her dela Hers do. Uma locução adverbial ou cláusula adverbial funciona
da mesma forma que um único advérbio funcionaria.
dele/dela (coisas
Its Its
ou animais) Exemplo: The woman carefully selected her best dress
Our nosso(s)/ nossa(s) Ours for the party. (Carefully é um advérbio que modifica o ver-
Your seus/suas Yours bo selected)

Their deles/delas Theirs MODIFICADORES DE SUBSTANTIVOS

Os pronomes possessivos adjetivos vem antes do Modifiers são palavras, locuções, frases, ou cláusulas
substantivo. que qualificam o significado de outras palavras. O termo é
Os pronomes possessivos substantivos podem vir bem genérico: qualquer parte da fala que funciona como
após o substantivo ou podem substituir o substantivo a um adjetivo ou advérbio é um modificador.
qual se referem assim reduzindo a frase.
Note: Nos exemplos abaixo, o modifier está em itálico e
Exemplos: a palavra que ele modifica está sublinhada; a função do
modificador está descrita entre parênteses.
His kid is playing with hers. (O filho dele está brincan-
do com o dela) Adjetivos  —  descrevem ou modificam nomes. Uma
(His – pronome possessivo adjetivo, antes do subs- locução adjetiva ou cláusula adjetiva funciona da mesma
tantivo kid. Hers – pronome possessivo substantivo, maneira que uma simples palavra funcionaria.
substituindo o substantivo kid, para evitar a repetição da
mesma palavra várias vezes na mesma frase). Exemplo: The yellow  balloon flew away over
the crying child. (O adjetivo yellow modifica o substantivo
My friends went to the club with yours. (Meus ami- balloon; crying modifica o nome child)
gos foram ao clube com os seus)
Artigos — são palavras que acompanham os substanti-
Our mother likes pizza. (Nossa mãe gosta de pizza) vos e tem função de classifica-los.
Example: The  killer selected a  knife from an  antique
Did you prefer his presentation or hers? (Você prefe- collection. (The, a, e an são artigos que especificam ou de-
riu a apresentação dele ou a dela?) limitam seus respectivos substantivos)

8
LÍNGUA INGLESA

Advérbios— descrevem verbos, adjetivos, ou outros My brothers’ house.


advérbios, completando a ideia de como, quanto ou quan- (A casa dos meus irmãos [mais de um irmão]
do. Uma locução adverbial ou cláusula adverbial funciona
da mesma forma que um único advérbio funcionaria. O ‘s é muito usado para informação e grau de paren-
tesco o que pode confundir um pouco o estudante, por-
Exemplo: The woman carefully selected her best dress tanto faça a leitura com calma deste tipo de estrutura.
for the party. (Carefully é um advérbio que modifica o ver-
bo selected) Exemplos:
Jack is my father’s brother.
FORMAS POSSESSIVAS DOS NOMES. MODIFICA- (Jack é o irmão de meu pai)
DORES DO NOME.
Peter is her brother’s best friend.
CASOS POSSESSIVOS COM ‘S (Peter é o melhor amigo do irmão dela).

William is David’s last name.


Quando falamos de posse, geralmente em inglês se usa
(William é o sobre nome do David).
os pronomes adjetivos ou possessivos. Porém em algumas
situações nós queremos relacionar o objeto em questão ARTIGOS E DEMONSTRATIVOS: DEFINIDOS, IN-
diretamente ao nome de seu proprietário. DEFINIDOS E OUTROS DETERMINANTES. DEMONS-
TRATIVO DE ACORDO COM A POSIÇÃO, SINGULAR
Exemplos: E PLURAL.
The car of Maria. ARTIGOS
(O carro de Maria)
Em geral, emprega-se o artigo definido the antes de
The pen of João. substantivos com a finalidade de especificá-los.
(A caneta de João)
Exemplo: The boy is late.
Em Inglês, existe um “atalho” para este tipo de situação
usando o ‘s. Às vezes, pode ocorrer a presença de um ou mais adje-
tivos entre o artigo the e o substantivo.
Exemplos:
Maria’s car. Exemplo: The little boy is late. Ou The little good boy
João’s pen. is late.

ATENÇAO: Não podemos confundir este ‘s possessivo Na língua inglesa, os artigos indefinidos são: a e an.
com o ‘s (abreviação de is) Ambos são traduzidos como: um ou uma. O artigo indefi-
nido no inglês não tem plural. Só podemos usar a/an antes
Exemplos: de substantivos que estejam no singular. Utilizamos a antes
João’s a doctor. de palavras iniciadas com som de consoante e an antes de
(João é UM médico) palavras que iniciam com som de vogal.

Exemplos:
João’s doctor.
A cow.
(O médico de João)
An elephant.
Outros detalhes quanto ao ‘s. Determinantes, também conhecidos como quantifica-
Caso existam múltiplos “donos” o ‘s vai apenas no úl- dores, são usados antes de substantivos para fazer referên-
timo. cia a algo específico ou a um grupo em geral.
Exemplo: Os determinantes/quantificadores gerais são:
Kate and Cindy’s parents. -a, an, a few, a little, any, enough, every, few, little,
(Os pais de Kate e Cindy) many, much, no, other, several, some. 

Caso o “dono” seja terminado em S por conta de sua Exemplos (os substantivos quantificados estão subli-
pluralidade, fazemos apenas o acréscimo do ‘ . nhados):

Exemplos: A woman sat under an umbrella. (Uma mulher sentou-


se embaixo de um guarda-chuva)
My brother’s house.
(A casa do meu irmão [apenas um irmão] There is not enough food to everyone. (Não há comida
suficiente para todos)

9
LÍNGUA INGLESA

ADJETIVOS: GRAU COMPARATIVO E SUPERLATI- Christopher is less famous than Brad. (Christopher é
VO: REGULARES E IRREGULARES. INDEFINIDOS. menos famoso do que Brad)
Your city is less hot than mine. (Sua cidade é menos
ADJETIVOS E COMPARATIVOS quente do que a minha)
Adjetivos são palavras ou grupo de palavras que indi- This language is less difficult than the others. (Esta lín-
cam características dos substantivos, definindo-os, delimi- gua é menos difícil do que as outras)
tando-os ou modificando-os.
Os graus de comparativo devem ser utilizados apenas
Ao contrário do que ocorre na língua portuguesa, os quando estamos comparando duas pessoas ou duas coi-
adjetivos em inglês não possuem forma singular, plural, sas. Por outro lado os graus de superlativo (como veremos
masculina nem feminina. Existe apenas a forma singular abaixo) são utilizados quando estamos comparando três
para ambos os sexos. ou mais pessoas ou coisas. Geralmente as frases se referem
a uma totalidade (da classe, da cidade, etc.).
She is beautiful. => They are beautiful.
Passemos então a estudar, agora, o grau superlativo:
His car is red. => Their cars are red.
Grau Superlativo de Superioridade (the + adjetivo
Anna is intelligent. Jack is intelligent. curto + est) = (o mais...)
Quando o(s) adjetivo(s) aparece(m) junto a um subs- (cheap): This is the cheapest restaurant in town. (Este é
tantivo, tal abjetivo(s) deve(m) vir antes do substantivo: o restaurante mais barato da cidade)
(tall): Jennifer is the tallest girl in the group. (Jennifer é
This is a big city. a garota mais alta do grupo)
They live in a huge white house. (dry): This is the driest region of the state. (Esta é a
Marcos is a soccer player. região mais seca do estado)
Os adjetivos em inglês também possuem graus diver-
Grau Superlativo de Superioridade (the most + adjeti-
sos, assim como ocorre em português. Veja:
vo longo) = (o mais...)
Grau Comparativo de Igualdade (as + adjetivo + as) =
This is the most modern TV set nowadays. (Este é o apare-
(tão/tanto... quanto)
lho de TV mais moderno do momento)
He is the most handsome actor in the movies. (Ele é o
Dereck is as short as Fred. (Dereck é tão baixo quanto Fred)
ator mais bonito do cinema)
That motorcycle is as fast as this one. (Aquela moto é
tão rápida quanto esta) Messy is the most famous soccer player now. (Messy
Julie is as beautiful as Sharon. (Julie é tão bela quanto é o jogador de futebol mais famoso agora)
Sharon)
Grau Superlativo de Inferioridade (the least + adjetivo)
Grau Comparativo de Superioridade (adjetivo curto + = (o menos...)
er + than) = (mais... do que..) This is the least important detail. (Este é o detalhe
(strong): Tim is stronger than Peter. (Tim é mais forte menos importante)
do que Peter)
(tall): An elephant is taller than a lion. (Um elefante é I’m always the least nervous during the tests. (Sempre
mais alto que um leão) sou o menos nervoso durante as provas)
(thin): Nancy is thinner than Sue. (Nancy é mais magra
do que Sue) That region is the least safe of the city. (Aquela região
é a menos segura da cidade)
Grau Comparativo de Superioridade (more + adjetivo
longo + than) = (mais... do que..) Há algumas adaptações que precisamos fazer na es-
crita dos adjetivos quando acrescentamos -er e -est para
Dave is more intelligent than his brother. (Dave é formarmos, consecutivamente, seus comparativos e super-
mais inteligente que seu irmão) lativos. Observe:
He is more careful than his father as a driver. (Ele é
mais cuidadoso que seu pai como motorista) Aos que já são terminados em -e, acrescentamos ape-
This house is more comfortable than the other. (Esta nas -r (no comparativo) ou -st (no superlativo):
casa é mais confortável que a outra)
wide (largo) wider the widest
Grau Comparativo de Inferioridade (less + adjetivo + late (tarde) later the latest
than) = (menos... do que...)

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LÍNGUA INGLESA

Àqueles adjetivos curtos terminados em -y, substituí- He never buys any fruit. (Ele nunca compra fruta ne-
mos o -y por -i e depois colocamos -er ou -est: nhuma)
She never met any celebrity. (Ela nunca encontrou
pretty (bonita) prettier the prettiest nenhuma celebridade)
dirty (sujo) dirtier the dirtiest
-O artigo indefinido no pode ser utilizado quando o
Quando o adjetivo for curto e terminar com a sequên- verbo estiver na forma afirmativa. A frase não pode conter
cia consoante+vogal+consoante, dobra-se a última con- nenhuma outra palavra de sentido negativo:
soante antes de acrescentar -er ou -est:
I have no idea to give you. (Não tenho nenhuma ideia
thin (magro/fino) thinner the thinnest para te dar)
fat (gordo) fatter the fattest I have no job to do today. (Não tenho nenhum traba-
lho para fazer hoje)
Vamos estudar agora alguns adjetivos que possuem I have no place to go on my vacation. (Não tenho
formas irregulares: nenhum lugar para ir durante minhas férias)

Bad(mau) worse the worst ADJETIVOS TERMINADOS EM –ED E –ING


Good(bom) better the best
Far(longe) farther the farthest Muitos adjetivos na língua inglesa possuem termina-
Far further the furthest ção –ed ou –ing.
Little(pouco) less the least
Many(muitos/as) more the most Adjetivos com terminação –ing se referem a uma ca-
Much(muito/a) more the most racterística de uma coisa ou de uma pessoa.
Adjetivos com terminação –ed se referem ao que a
*Os adjetivos indefinidos podem ser comparados aos pessoa está sentindo.
pronomes indefinidos. Serão as mesmas palavras, mas com
funções diferentes na frase. Reveja o tópico sobre prono- Exemplos:
mes indefinidos para mais detalhes. My friend is bored. (Meu amigo está entediado).
My friend is boring. (Meu amigo é entediante).
Não existe uma regra para determinar-nos quando um
adjetivo é curto ou longo, por exemplo se baseando no This book is confusing. (Este livro é confuso [confunde
número de letras ou algo do tipo. O estudante deve se fa- quem o lê]).
miliarizar com os adjetivos já os classificando entre longos I’m confused with this book. (Eu estou confuso com
e curtos. este livro).

ADJETIVOS INDEFINIDOS De forma geral dizemos que algo ou alguém é “-ing” e


isso nos faz sentir “-ed”
Os indefinite adjectives são: some, any e no. Dependen-
do da frase, eles podem ser traduzidos como algum(a), ne- Michael Jordan is an interesting player. (Michael Jor-
nhum(a). Pelo fato de serem adjetivos, perceba que sempre dan é um jogador interessante).
devem preceder um substantivo, qualificando-os. Vejamos I’m interested in basketball. (Eu estou interessado em
o uso geral: basketball).
Em afirmativas: Em negativas: Em interrogativas: Aqui temos uma lista dos adjetivos mais comuns, em
sua forma –ed e –ing.
I have some I don’t need Do you need any
money. any help. money? Alarmed – Alarming (alarmado - alarmante)
Aggravated – Aggravating (agravado - agravante)
Em casos mais específicos, podemos usar some tam- Annoyed – Annoying (irritado - irritante)
bém em perguntas quando se deseja ou se espera uma Bored – Boring (entediado – entediante)
resposta afirmativa e também quando se oferece algo: Challenged – Challenging (desafiado – desafiante)
Charmed – Charming (encantado – encantador)
Would you like some coffee? Comforted – Comforting (conformado – conformante)
Do you need any help with your homework? Confused – Confusing (confuso)
Convinced – Convincing (convencido – convincente)
Casos especiais: Depressed – Depressing (depressivo – depressante)
Disappointed – Disappointing (desapontado – desa-
-O artigo indefinido any pode ser utilizado quando o pontante)
verbo estiver na forma afirmativa e a frase contiver algum Disturbed – Disturbing (perturbado – perturbante)
termo de sentido negativo como a palavra never. Veja: Encouraged – Encouraging (encorajado – encorajante)

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LÍNGUA INGLESA

Fascinated – Fascinating (fascinado – fascinante)


Frightened – Frightening (assutado – assutador)
Frustrated – Frustrating (frustrado – frustrante)
Inspired – Inspiring (inspirado – inspirador)
Interested – Interesting (interessado – interessante)
Relaxed – Relaxing (relexado – relaxante)
Relieved – Relieving (aliviado – aliviante)
Shocked – Shocking (chocado – chocante)
Surprised – Surprising (surpreso – surpriendente)
Tired – Tiring (cansado – cansativo)
Worried – Worrying (preocupado – preocupante)

NUMERAIS CARDINAIS E ORDINAIS

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LÍNGUA INGLESA

Exemplos Pronome Pronome


Possessivo Tradução: Possessivo
January is the first month of the year. (Janeiro é o pri- Adjetivo: Substantivo:
meiro mês do ano).
Michael is the third winner. (Michael é o terceiro ga- My meu(s)/minha(s) Mine
nhador). Your seu/sua Yours
John is the ninth student in the line. (John é o nono aluno
His dele His
na fila).
Her dela Hers
Os números ordinais também são usados em inglês dele/dela (coisas
para datas. Its Its
ou animais)
Our nosso(s)/ nossa(s) Ours
January 28th (Vigésimo oitavo dia do mês de janeiro).
Your seus/suas Yours
PRONOMES: PESSOAIS: SUJEITO E OBJETO. POS- Their deles/delas Theirs
SESSIVOS: SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS. REFLEXI-
VOS. INDEFINIDOS. INTERROGATIVOS. RELATIVOS. Os pronomes possessivos adjetivos vem antes do
substantivo.
PRONOMES PESSOAIS Os pronomes possessivos substantivos podem vir após
o substantivo ou podem substituir o substantivo a qual se
Há dois tipos de pronomes pessoais: sujeitos e objetos. referem assim reduzindo a frase.

Pronome Tradução: Pronome Pessoal Exemplos:


Pessoal Sujeito: Objeto:
His kid is playing with hers. (O filho dele está brincan-
I eu Me do com o dela)
You você You (His – pronome possessivo adjetivo, antes do substan-
He ele Him tivo kid. Hers – pronome possessivo substantivo, substi-
tuindo o substantivo kid, para evitar a repetição da mesma
She ela Her palavra várias vezes na mesma frase).
It ele/ela (para It My friends went to the club with yours. (Meus amigos
coisas ou foram ao clube com os seus)
animais) Our mother likes pizza. (Nossa mãe gosta de pizza)

We nós Us Did you prefer his presentation or hers? (Você preferiu


You vocês You a apresentação dele ou a dela?)
They eles/elas Them
PRONOME REFLEXIVO
Os pronomes pessoais sujeitos vêm antes do verbo,
Os  Pronomes Reflexivos são usados quando a ação
como sujeito da frase. Os pronomes pessoais objetos vêm
do verbo recai sobre o próprio sujeito. Assim, o pronome
depois de verbo ou de preposição. Além de virem depois, o
reflexivo vem logo após o verbo e concorda com o sujeito.
verbo principal da frase está fazendo uma ação relacionada
Eles se caracterizam pelas terminações -self  (nas pessoas
ao pronome pessoal objeto em questão.
do singular) e -selves (nas pessoas do plural).
myself (a mim mesmo, -me)
Exemplos:
yourself [a ti, a você mesmo(a), -te,-se]
himself (a si, a ele mesmo, -se)
She loves him a lot.
herself (a si, a ela mesma, -se)
itself [a si mesmo(a), -se] => para coisas ou animais
I saw her at the party yesterday.
ourselves [a nós mesmos(as), -nos]
yourselves (a vós, a vocês mesmos(as), -vos,-se)
We are going to meet them in front of the stadium.
themselves (a si, a eles mesmos, a elas mesmas, -se)
They waited for us for two hours.
Exemplos:
Can you send this e-mail for me, please?
She is looking at herself in the mirror.
(Ela está olhando para si mesma no espelho)
Há dois tipos de pronomes possessivos: adjetivos e
substantivos.

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LÍNGUA INGLESA

He hurt himself with a knife. I need something from the drugstore. (Eu preciso de
(Ele machucou a si mesmo com a faca) algo da farmácia.)
Let’s have dinner sometime tonight. (Vamos jantar
*O Pronome Reflexivo também é empregado certas alguma hora hoje a noite.)
vezes para dar ênfase à pessoa que pratica a ação dizendo
que ele mesmo por si só praticou tal ação. Para tanto, po- ANY (Algum, nenhum, qualquer)
demos posicioná-lo logo após o sujeito ou no fim da frase. Utilizamos any nas perguntas e respostas negativas,
Este tipo de estrutura também é conhecida como Emphatic antes do substantivo.
pronouns. Nas perguntas any se requere a qualquer quantidade,
por exemplo quando perguntando se você tem qualquer
Exemplos: quantidade de dinheiro.
Carlos himself did the homework.
(O próprio Carlos fez a tarefa.) Do you have any money?
.
Marilyn herself wrote that message. Nas negativas, any tem a função de nada, zero, vazio,
(A própria Marilyn escreveu aquela mensagem.) etc. Não podemos fazer negativas em Inglês negando no
auxiliar e em seguida com no quando queremos empre-
*Os Pronomes Reflexivos podem ser precedidos pela gar esta função:
preposição by. Nesse caso, dão o sentido de que alguém There aren’t no fruits in the kitchen.
fez algo sozinho, sem ajuda ou companhia de ninguém. There aren’t any fruits in the kitchen.
Exemplo: There are no fruits in the kitchen. (“Auxiliar no infiniti-
vo + no” também é correto.)
Did you go to the party by yourself? => Você foi à
festa sozinho? ANY – Formas compostas
That old man wants to live by himself. => Aquele se- Anybody = anyone = Alguém, ninguém, qualquer um
nhor quer viver sozinho. Anywhere = Algum lugar, nenhum lugar, qualquer
lugar
PRONOMES INDEFINIDOS Anything = Alguma coisa, nenhuma coisa, qualquer
coisa
Os pronomes indefinidos, também conhecidos como
Indefinite Pronouns são utilizados para falar de lugares, Exemplos:
coisas e pessoas indefinidos, de modo vago ou impreciso. Is anybody out there? (Tem alguém aí?)
You can buy bread anywhere (Você consegue com-
SOME (Algum, alguma, alguns, algumas): prar pão em qualquer lugar.)
É utilizado nas frases afirmativas e antes do substan- Do you have anything interesting? (Você tem alguma
tivo. coisa interessante?)

There are some trees in the park. EVERY – (Todo, toda) – Formas compostas
Paul and Linda have some money. Everybody = everyone = todos, todas, todo mundo.
(De modo vago estamos dizendo que existe uma Everywhere = todos os lugares.
quantidade razoável de árvores no parque e que Paul e Everything = tudo.
Linda tem uma quantidade razoável de dinheiro.)
Exemplos:
O some também é utilizado, principalmente nos res- Everybody at the party is happy. (Todos na festa es-
taurantes ou por um anfitrião, ao se oferecer uma comida, tão felizes.)
bebida ou serviço: (O pronome everybody concorda com o verbo no
Would you like some water? singular.)
Would you like some privacy? You can see pollution everywhere now. (Você conse-
SOME – Formas compostas gue ver poluição em todos os lugares agora.)
Somebody = someone = alguém. I have to buy everything today. (Eu tenho que com-
Somewhere = em algum lugar. prar tudo hoje.)
Something = alguma coisa / algo.
Sometime = alguma vez / alguma hora. NO (Nenhum, nenhuma)
Deve ser usado sempre seguido de substantivo quan-
Exemplos: do o verbo está na forma afirmativa, mas a idéia é negati-
There is somebody at the door. (Tem alguém na por- va. (comentamos sobre isso na explicação do any)
ta.)
Liz lives somewhere in Atlanta. (Liz vive em algum Exemplos:
lugar em Atlanta.) a) There are no towels here.

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LÍNGUA INGLESA

b) There is no cream in your cup. The hotel where I stayed was very expensive. (O hotel
onde eu fiquei era muito caro)
NO – Formas compostas
Nobody = no one = ninguém. Whose (cujo, cuja, de quem): usado para indicar posse.
No way = de modo algum. Informações a serem unidas: This is the boy. The boy’s
Nowhere = em lugar algum. father is my boss.
Nothing = nada. This is the boy whose father is my boss. (Este é o garo-
to cujo pai é meu patrão)
Exemplos:
Nobody helped me. (Ninguém me ajudou.) That (que): talvez seja o mais usado. Refere-se a coisas e
No way you are going to that party. (De modo algum pessoas. Pode substituir who e which.
você irá para aquela festa.) Informações a serem unidas: I saw a little girl. I saw the
It is raining nowhere. (Está chovendo em lugar al- little girl a minute ago.
gum.) Where is the little girl that I saw a minute ago?
Nothing makes him happy. (Nada o faz feliz.)
PRONOMES INTERROGATIVOS
NONE (nenhum, nenhuma, ninguém ou nada)
Utilizado no começo ou no fim da frase, ele é utiliza- Os Pronomes Interrogativos, Question Words, são uti-
do quando o verbo está na forma afirmativa, mas a idéia lizados para obtermos informações mais específicas a res-
é negativa. None é usado no lugar de um pronome ou peito de algo ou alguém. As perguntas formuladas com
substantivo. eles são conhecidas por wh-questions porque todos os
pronomes interrogativos possuem as letras wh. Na grande
Exemplos: maioria das vezes, os Interrogativos são posicionados antes
Do you have any money? de verbos auxiliares ou modais, no início de frases.
None.
What – O que, que, qual (usado para questões com
None of them is my brother. (Nenhum deles é meu opções mais amplas de resposta):
irmão.) What time is it now? (Que horas são agora?)
What are you doing here? (O que você está fazendo
PRONOMES RELATIVOS aqui?)

Os Relative Pronouns são usados quando queremos Where – Onde:


identificar ou adicionar alguém ou alguma coisa em uma Where do you work? (Onde você trabalha?)
oração; quando queremos informações que complemen- Where do your kids study? (Onde seus filhos estudam?)
tem a oração anterior. Podemos também dizer que os pro-
nomes relativos unem duas orações, estabelecendo uma When – Quando:
“relação” entre elas. Por isso, são chamados “relativos”. When did they move? (Quando eles se mudaram?)
When did you travel to Europe? (Quando você viajou
Who (quem, que): usado para pessoas. para a Europa?)
Informações a serem unidas: That is the girl. She gave
a kiss. Who – Quem:
That is the girl who gave me a kiss. (Aquela é a garota Who is that girl? (Quem é aquela garota?)
que me deu um beijo) Who arrived first in the race? (Quem chegou primeiro
na corrida?)
Whom (que, quem, o qual, a qual): usado para pessoas,
normalmente após preposição. Formal. Why – Por que:
Informações a serem unidas: We need to talk to so- Why did you cry? (Por que você chorou?)
meone. The manager is the one.
The manager is the one to whom we need to talk. (O Why are you late for class? (Por que você está atrasado
gerente é aquele com quem precisamos falar) para a aula?)

Which (que): usado para coisas e animais. Whom – Quem (mais formal, geralmente antecedido
Informações a serem unidas: I watched a film. The film de preposição):
was fantastic. With whom did you go to the park? (Com quem você
The film which I watched was fantastic. (O filme que eu foi ao parque?)
assisti foi fantástico) To whom were you speaking last night? (Com quem
Where (onde, em que, no qual, na qual): refere-se a você estava falando ontem à noite?)
lugares. Whose – De quem:
Informações a serem unidas: I stayed in a hotel. The Whose pen is this? (De quem é esta caneta?)
hotel was very expensive. Whose mansion is that? (De quem é aquela mansão?)

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LÍNGUA INGLESA

Which – Qual, quais (usado para questões com opções VERBOS (MODOS, TEMPOS E FORMAS ): REGU-
limitadas de resposta): LARES E IRREGULARES. AUXILIARES E IMPESSOAIS.
Which of those girls is your sister? (Qual daquelas me- MODAIS. TWO-WORD VERBS.VOZ ATIVA E VOZ PAS-
ninas é a sua irmã?) SIVA. O GERÚNDIO E SEU USO ESPECÍFICO
Which color do you prefer: yellow or blue? (Qual cor Quanto à forma, podemos classificar os verbos ingle-
você prefere: amarelo ou azul?) ses em Regulares, Irregulares e Modais.

Existem diversas formas compostas dos pronomes in- São chamados de regulares os verbos que geralmente
terrogativos. Podemos juntar outras palavras a eles antes seguem a mesma regra.
dos verbos auxiliares, para especificar alguma informação. No caso do presente, verbos regulares são aqueles que
Veja: recebem S:
Play – plays, sing – sings.
What kind of movies do you like? (Que tipo de filmes
você gosta?) No caso do passado, verbos regulares são aqueles que
recebem ed:
What sports do you practice? (Que esportes você pra- Play – played, cook – cooked.
tica?)
What soccer team are you a fan of? (Para que time de Verbos irregulares são aqueles que não seguem uma
futebol você torce?) mesma regra.
How often do you go to the gym? (Com que frequên-
cia você vai à academia?) Tanto no caso do presente ou do passado, os verbos
How long is the Amazon river? (Qual o comprimento sofrem modificações individuais.
do rio Amazonas?)
How much does this newspaper cost? (Quanto custa Presente:
este jornal?)
How many brothers do you have? (Quantos irmãos
have – has, do – does.
você tem?)
How good are you at tennis? (O quanto você é bom
Passado:
em tênis?)
How old are you? (Quantos anos você tem?)
Sing – sang, eat – ate.
How far is São Paulo from Rio? (Qual a distância entre
São Paulo e Rio?)
Os verbos irregulares não têm uniformidade quanto à
How deep is this river? (Quão profundo é este rio?)
escrita do passado simples e do particípio. Confira os três
Quando uma pergunta questiona sobre o sujeito da últimos exemplos na tabela abaixo.
oração, não se usa verbo auxiliar. Assim, o pronome inter-
rogativo inicia a pergunta seguido das outras palavras na Simple Past
ordem afirmativa. Observe: Infinitivo Tradução
Past tense Participle
Who knows? (Quem sabe?) to accept accepted accepted aceitar
What happened? (O que aconteceu?) adicionar,
Who likes to eat vegetables? (Quem gosta de comer to add added added
somar
vegetais?)
to arrive arrived arrived chegar
What broke the window? (O que quebrou a janela?)
Who speaks English in this room? (Quem fala inglês to be was, were been ser, estar
nesta sala?) começar,
Why go now? (Por que ir agora?) to begin began begun
iniciar
How many people survived the accident? (Quantas
pessoas sobreviveram ao acidente?) to buy bought bought comprar
Which came first: the egg or the chicken?
Abaixo segue uma tabela dos verbos mais utilizados
Em muitos casos, as perguntas são finalizadas por pre- na língua inglesa. Assim como as palavras mais comuns
posições que complementam seu sentido: (aquela lista não possui verbos) os verbos também são par-
te fundamental das frases. Quanto mais verbos o estudante
Where are you from? (De onde você é?) souber – mais facilmente ele entenderá todas as frases de
What is your city like? (Como é a sua cidade?) um texto.
Who did you play against? (Contra quem você jogou?)
Where did you send the letter to? (Para onde você en-
viou a carta?)
What is this for? (Para que é isto?)

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LÍNGUA INGLESA

# Infinitive Simple Past Tradução


1 accept Accepted aceitar
2 agree Agreed concordar
3 answer Answered responder
4 appear Appeared aparecer
5 arrive Arrived chegar
6 ask Asked perguntar
7 attack Attacked atacar
8 bake Baked assar
9 be was, were ser, estar
10 become Became tornar-se
11 begin Began começar
12 believe Believed acreditar, crer
13 bet Bet apostar
14 bite Bit morder, picar
15 bleed Bled sangrar
16 borrow Borrowed pedir emprestado
17 break Broke quebrar, interromper
18 bring Brought trazer
19 build Built construir
20 burn burned, burnt queimar
21 buy Bought comprar
22 call Called ligar, chamar
23 cancel Canceled cancelar
24 carry Carried carregar
25 celebrate Celebrated celebrar, comemorar
26 change Changed trocar, mudar
27 chat Chatted bater papo
28 clap clapped, clapt bater palma
29 clean Cleaned limpar
30 climb Climbed subir, escalar
31 close Closed fechar
32 come Came vir, chegar
33 cook Cooked cozinhar
34 cost Cost custar
35 broadcast Broadcast transmitir
36 create Created criar
37 cry Cried chorar
38 cut Cut cortar
39 damage Damaged danificar, estragar
40 dance Danced dançar
sair para um encontro,
41 date Dated
namorar

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LÍNGUA INGLESA

42 decide Decided decidir


43 deliver Delivered entregar
44 depend Depended depender
45 dive dived, dove mergulhar
46 do Did fazer, executar
47 draw Drew desenhar
dreamt,
48 dream sonhar
dreamed
49 drink Drank beber
50 drive Drove dririgir (4 rodas)
51 eat Ate comer
52 end Ended terminar
53 enjoy Enjoyed apreciar, desfrutar, gostar
54 exercise Exercised exercitar-se, fazer exercícios
55 fall Fell cair
56 feed Fed alimentar(se), alguém
57 fight Fought lutar
58 find Found encontrar
59 finish Finished terminar
60 fish Fished pescar
61 fix Fixed consertar, arrumar
62 fly Flew voar
63 follow Followed seguir
64 forget Forgot esquecer(se)
65 fry Fried fritar
66 get Got conseguir, ganhar
67 get up got up levantar-se
68 give Gave dar, conceder
69 go Went ir
70 grow Grew crescer, cultivar
71 guess Guessed adivinhar, supor
72 happen Happened acontecer
73 hate Hated odiar
74 have Had ter, possuir
75 hear Heard ouvir
76 help Helped ajudar
77 hide Hid esconder, ocultar(se)
78 hit Hit bater
79 hunt Hunted caçar
80 hurt Hurt machucar
81 improve Improved melhorar, aperfeiçoar
82 interview Interviewed entrevistar
83 jog Jog caminhar (exercício físico)

18
LÍNGUA INGLESA

84 jump Jumped pular, saltar


85 keep Kept guardar, manter, permanecer
86 kiss Kissed beijar
87 know Knew saber, conhecer
88 listen Listened escutar
89 live Lived viver, ao vivo
90 look Looked olhar, parecer
91 lose Lost perder
92 love Loved amar
93 make Made fazer, produzir, fabricar
94 marry Married casar
95 meet Met encontrar-se com
sentir saudades, perder a
96 miss Missed
hora
97 move Moved mexer, mudar-se
98 need Needed precisar, necessitar
99 offer Offered oferecer
100 open Opened abrir
101 paint Painted pintar
102 park Parked estacionar
103 pay Paid pagar
104 plant Planted plantar

105 play Played tocar instrumento, brincar

106 practice Practiced praticar, treinar


107 prefer Prefered preferir
108 pull Pulled puxar
109 push Pushed empurrar
110 quit Quit desistir, sair, abandonar
111 rain Rained chover
112 read Read ler
113 relax Relaxed relaxar, descansar
114 remember Remembered lembrar, recordar
115 repair Repaired reparar, consertar
116 repeat Repeated repetir
117 rescue Rescued resgatar, socorrer
118 respond Responded responder
119 rest Rested relaxar, descansar
120 review Reviewd revisar
121 ride Rode cavalgar (2 rodas)
122 run Run correr, administrar
123 save Saved salvar, economizar (dinheiro)
124 say Said dizer

19
LÍNGUA INGLESA

125 see Saw ver


126 sell Sold vender
127 send Sent enviar
128 sing Sang cantar
129 sink Sank afundar, naufragar
130 sit Sat sentar
131 skate Skated patinar, andar de skate
132 ski Skied esquiar
133 sleep Slept dormir
134 smell Smelt cheirar
135 snow Snowed nevar
136 speak Spoke falar
137 spell Spelled soletrar
138 spend Spent gastar tempo ou dinheiro
139 spill spilled, spilt derramar liquido
140 start Started iniciar, começar
141 steal Stole roubar
142 stop Stopped parar, deter
143 study Studied estudar
144 suggest Suggested sugerir
145 swear Swore jurar, falar palavrão
sweat,
146 sweat suar
sweated
147 sweep Swept varrer
148 swim Swam nadar
149 take Took tomar, pegar
150 talk Talked falar
151 teach Taught ensinar
152 tell Told contar, dizer
153 thank Thanked agradecer
154 think Thought pensar, achar (opnião)
155 touch Touched tocar
156 travel Traveled viajar
157 try Tried tentar
158 turn Turn girar, rodar, virar
159 understand Understood entender, compreender
160 upset Upset ficar nervoso, com raiva
161 use Used usar
162 visit Visited visitar
163 wait Waited esperar
waked up,
164 wake up acordar
woke up
165 walk Walked caminhar, andar

20
LÍNGUA INGLESA

166 want Wanted querer


167 wash Washed lavar
168 watch Watched assistir, vigiar
169 water Watered regar
170 wear Wore vestir
171 welcome Welcomed dar boas vindas
172 win Won ganhar, vencer
173 wish Wished desejar
174 work Worked trabalhar, funcionar
175 worry Worried preocupar-se
176 write Wrote escrever

TEMPOS VERBAIS

PRESENTE CONTÍNUO: indica algo que acontece no exato momento da fala. As frases neste tempo verbal mostram o
que alguém está fazendo (gerúndio). Necessita do verbo to be (am, is, are) e mais algum outro verbo com terminação -ing
(-ando, endo, -indo, -ondo):

I am writing a book. (Eu estou escrevendo um livro)


You are reading. (Você está lendo)
He is listening to music. (Ele está escutando música)
She is making lunch. (Ela está fazendo o almoço)
It is playing with a ball. (Ele/Ela está brincando com uma bola.)
We are learning together. (Nós estamos aprendendo juntos)
You are studying English. (Vocês estão estudando Inglês)
They are traveling. (Eles estão viajando)

*O pronome it é usado para coisas e animais. Pode referir-se a pessoas quando não se sabe o sexo.

Tudo o que foi descrito nestas frases está acontecendo agora, neste exato momento. Por isso usamos o presente con-
tínuo. Para tornar todas estas frases negativas, basta posicionar a palavra not após o to be, ou fazer uma contração ente
eles (am not, isn’t, aren’t).

I am not writing a book. (Apenas esta forma não pode ser contraída)
You aren’t reading.
He isn’t listening to music.
She isn’t making lunch.
It isn’t playing with a ball.
We aren’t learning together.
You aren’t studying English.
They aren’t traveling.

Agora, para transformarmos as frases em interrogações, devemos mudar a posição do to be. Precisamos posicioná-lo
(am, is, are) antes dos sujeitos das frases. As outras palavras permanecem em suas posições originais. Claro que não pode-
mos esquecer do ponto de interrogação. Veja:

Am I writing a book?
Are you reading?
Is he listening to music?
Is she making lunch?
Is It playing with a ball?
Are we learning together?
Are you studying English?
Are they traveling?

21
LÍNGUA INGLESA

PASSADO CONTÍNUO: se você quiser colocar todas as It barks too much.


frases que acabamos de estudar no passado, para relatar o We speak English fluently.
que alguém estava fazendo, é muito simples. Basta trocar You drive fast.
verbo to be que estava no presente pelo to be no passado They drink beer.
(was, were). Apenas tenha atenção na hora de saber qual
pessoa usará was e qual usará were. Exemplos: Perceba que basta seguir a ordem “sujeito + verbo no
infinitivo sem to (+complemento)” para formar algumas
I was writing a book. sentenças. É a ordem natural das palavras em Português
You were reading. também. Assim, se você souber uma boa gama de verbos,
He was listening to music. poderá montar muitas frases para praticar.
She was making lunch.
It was playing with a ball. Neste caso de sentenças afirmativas somente neces-
We were learning together. sitamos tomar cuidado com os detalhes em negrito e em
You were studying English. sublinhado. Todas as vezes em que o sujeito da frase for
a terceira pessoa do singular (he/she/it), devemos acres-
They were traveling.
centar um -s no final do verbo. Em algumas situações será
um -es, e no caso do verbo ter (to have) a forma será has.
Perceba que usamos was com I/He/She/It, e que usa-
Repito: só nas afirmativas com 3ª pessoa singular.
mos were com You/We/They. Agora, para formar a negativa As negativas precisam fazer o uso dos verbos auxiliares
(wasn’t, weren’t) e a interrogativa (Was I...?, Were you...?), do e does, acrescidos de not (do+not=don’t / does+not=-
basta proceder da mesma forma que vimos no caso do doesn’t). Doesn’t será usado somente com 3ª pessoa sin-
Presente Contínuo. gular. Exemplos:
FUTURO CONTÍNUO: para relatar aquilo que alguém I don’t work in the evening.
estará fazendo em um determinado momento no futuro, You don’t like to dance.
é só utilizar will be e mais qualquer outro verbo terminado He doesn’t sleep a lot.
em -ing. She doesn’t cook well.
It doesn’t bark too much.
I will be writing a book. We don’t speak English fluently.
You will be reading. You don’t drive fast.
He will be listening to music. They don’t drink beer.
She will be making lunch.
It will be playing with a ball. Para fazermos perguntas, posicionaremos do e does
We will be learning together. antes do sujeito da frase e acrescentaremos o ponto de
You will be studying English. interrogação.
They will be traveling.
Do I work in the evening?
Nas negativas, simplesmente posicionamos not logo Do you like to dance?
após o auxiliar will, ou fazemos uma contração com eles Does he sleep a lot?
(will+not= won’t). Does she cook well?
Does it bark too much?
Para interrogar, faz-se a colocação do auxiliar will antes Do we speak English fluently?
Do you drive fast?
do sujeito das frases (Will I...?, Will you...?).
Do they drink beer?
PRESENTE SIMPLES: este tempo verbal nos fala de
Ótimo. Agora, para finalizarmos o presente simples,
situações que acontecem rotineiramente. Estas situações passemos ao principal verbo inglês: o to be. A conjugação
não acontecem no exato momento da fala, mas usualmen- do presente do to be possui três formas: am, is e are. Este
te durante o dia a dia. Por exemplo, você pode dizer em verbo significa duas coisas ao mesmo tempo: ser e estar.
português “eu trabalho”. Essas suas palavras indicam algo Mas como identificar se numa frase ele quer se referir ao
rotineiro para você, não querem dizer que você esteja tra- verbo ser ou se ao verbo estar? Resposta: depende da fra-
balhando agora, neste exato momento. É essa noção de se, depende do contexto. Veja:
que algo acontece no presente mas como uma rotina é o
que o presente simples indica. Vamos ver a conjugação de I am a teacher. (Eu sou um professor)
alguns verbos no presente simples com frases afirmativas You are a student. (Você é um aluno)
primeiro: He is late. (Ele está atrasado)
She is early. (Ela está adiantada)
I work in the evening. It is tall. (Ele/Ela é alto/a)
You like to dance. We are Brazilians. (Nós somos brasileiros)
He sleeps a lot. You are busy. (Vocês estão/são ocupados)
She cooks well. They are happy. (Eles/Elas estão/são felizes)

22
LÍNGUA INGLESA

Note que am é usado na primeira pessoa do singular, Did she watch the movie? (Ela assistiu o filme?)
is na terceira do singular e are nas outras. Did it bark all night? (Ele/Ela latiu a noite toda?)
Did we stay here? (Nós ficamos aqui?)
Para negarmos, usamos not logo após o to be ou faze- Did you play very well? (Vocês jogaram muito bem?)
mos contração entre eles. Did they park far? (Eles estacionaram longe?)

I am not a teacher. Quanto aos verbos irregulares, procederemos da mes-


You aren’t a student. ma forma. A única diferença é nas afirmações, pois eles não
He isn’t late. recebem terminação -ed. É essencial memorizar as formas
She isn’t early. irregulares. Vejamos:
It isn’t tall.
We aren’t Brazilians. I went to the beach. (to go: ir)
You aren’t busy. You left early. (to leave: sair, deixar)
They aren’t happy. He drank too much. (to drink: beber)
She had a sister. (to have: ter)
Finalizando, para transformarmos estas frases em
It slept under the bed. (to sleep: dormir)
interrogações, temos que por o to be antes dos sujeitos.
We stood in line. (to stand: ficar de pé)
Lembrete: ponto de interrogação! Assim:
You won together. (to win: vencer, ganhar)
Am I a teacher?
Are you a student? They cut the meat. (to cut: cortar)
Is he late?
Is she early? Faz-se necessário, também revisar o passado do verbo
Is It tall? to be. Ele será da seguinte forma:
Are we Brazilians? I was tired.
Are you busy? You were sad.
Are they happy? He was late.
She was early.
PASSADO SIMPLES: indica alguma ação completa no It was beautiful.
passado, ou seja, algo já finalizado. O passado simples ca- We were in São Paulo.
racteriza-se pela adição da terminação -ed ao verbos RE- You were elegant.
GULARES nas afirmativas. Nas interrogativas, usamos Did They were at the bank.
antes dos sujeitos das frases e, nas negativas, did not ou
didn’t. Vejamos: Nas negativas: wasn’t e weren’t. E nas interrogativas:
Was I...?, Were you...?, Was he…?, etc.
I worked yesterday. (Eu trabalhei ontem)
You answered my e-mail. (Você respondeu ao meu FUTURO SIMPLES: Usamos o futuro simples para dizer
e-mail) que algo vai acontecer ou deverá acontecer, para expres-
He traveled a lot. (Ele viajou muito) sar ações que iremos fazer mas que não tínhamos planeja-
She watched the movie. (Ela assitiu o filme) do anteriormente, para fazer previsões sobre o futuro, uma
It barked all night. (Ele/Ela latiu a noite toda) vez que não temos certeza se essa previsão irá mesmo se
We stayed here. (Nós ficamos aqui) concretizar ou não. Usamos também o futuro simples para
You played very well. (Vocês jogaram muito bem) promessas, ofertas e propostas. A estrutura é formado pela
They parked far. (Eles estacionaram longe) utilização do auxiliar will após o sujeito seguido de algum
verbo. A negativa é obtida com will not ou com a contração
I didn’t work yesterday. (Eu não trabalhei ontem)
won’t. Para perguntar no futuro simples, é só colocar will
You didn’t answer my e-mail. (Você não respondeu ao
antes do sujeito. Exemplos:
meu e-mail)
He didn’t travel a lot. (Ele não viajou muito)
She didn’t watch the movie. (Ela não assistiu o filme) I will buy a car. (Eu vou comprar um carro.)
It didn’t bark all night. (Ele/Ela não latiu a noite toda) You will have a baby. (Você vai ter um bebê.)
We didn’t stay here. (Nós não ficamos aqui) He will study abroad. (Ele irá estudar no exterior.)
You didn’t play very well. (Vocês não jogaram muito She will go to the park. (Ela irá para o parque.)
bem) It will stay at the veterinarian. (Ele/ela* irá permane-
They didn’t park far. (Eles não estacionaram longe) cer no veterinário.)
We will make a barbecue. (Nós iremos fazer um chur-
Did I work yesterday? (Eu trabalhei ontem?) rasco.)
Did you answer my e-mail? (Você respondeu ao meu You will help me later. (Você irá me ajudar depois.)
e-mail?) They will be partners. (Eles serão parceiros.)
Did he travel a lot? (Ele viajou muito?)

23
LÍNGUA INGLESA

FUTURO IMEDIATO: Utilizamos o futuro imediato Sheila and Susan have already been to New York.
para expressar algo que já foi planejado e por isso existe a (Sheila e Susan já estiveram em Nova Iorque)
certeza de que irá acontecer. Por ser algo que temos cer- I have already made my bed. (Eu já arrumei minha
teza que iremos fazer o futuro imediato acaba sendo usa- cama)
do frequentemente para expressar ações que acontecerão
num futuro bem próximo, por isso chamado de imediato. As formas negativas podem serão:
A estrutura do futuro imediato é o sujeito + o verbo to be
no presente (am, is, are) + going to + verbo principal + I haven’t made my bed. (Eu não arrumei minha cama)
complemento. Mike hasn’t seen the ocean. (Mike não viu o oceano)
Sheila and Susan haven’t been to New York. (Sheila e
I’m going to visit my mother tonight (Eu irei visitar mi- Susan não foram a Nova Iorque)
nha mãe hoje a noite.)
Jack is going to swim tomorrow. (Jack irá nadar ama- Se quisermos, podemos acrescentar no final da frase a
nhã.) palavra yet, que significa “ainda”, para modificar um pouco
It is going to rain in a few minutes. (Irá chover em al- o sentido da conversa:
guns minutos.) (apenas nas negativas)

Como o futuro imediato é composto do to be, para fa- I haven’t made my bed yet. (Eu ainda não arrumei mi-
zermos frases interrogativas e negativas, basta utilizar as nha cama)
mesmas regras acrescentando not após o to be, ou colo- Mike hasn’t seen the ocean yet. (Mike ainda não viu o
cando o mesmo antes do sujeito para a interrogativa. oceano)
Sheila and Susan haven’t been to New York yet. (Sheila
Steve is not going to dance samba. (Steve não irá dan- e Susan ainda não foram a Nova Iorque)
çar samba.)
They aren’t going to play soccer. (Eles não irão jogar Para fazermos perguntas no present perfect, basta co-
futebol.) locar have ou has antes do sujeito da frase. Às vezes, fa-
zemos uso da palavra ever, que significa “alguma vez”, em
Is he going to buy a new car? (Ele vai comprar um carro perguntas:
novo?) (o uso da palavra ever é opcional)
Are you going to call Ann? (Você irá ligar pra Ann?)
Have you bought Milk for the baby? (Você comprou
Apenas em conversas e diálogos informais o going to leite para o bebê?)
pode ser substituído pela expressão/abreviação gonna: Has he talked to the police officer? (Ele falou com o
policial?)
I’m gonna study tonight. (Eu irei estudar hoje a noite.) Has Tina ever traveled to Salvador? (A Tina viajou a Sal-
Are you gonna help me? (Você irá me ajudar?) vador alguma vez?)
Have you ever seen a famous person? (Você alguma
PRESENTE PERFEITO: formado pela utilização do auxi- vez viu uma pessoa famosa?)
liar have ou has (has para he, she, it) mais a forma do parti-
cípio de outro verbo (conhecida como “a terceira forma do PRESENTE PERFEITO CONTÍNUO: formado pela uti-
verbo”). Indica dois tipos de situações. lização do auxiliar have ou has (has para he, she, it) mais o
presente perfeito do verbo be e o gerúndio do verbo prin-
Quando a ação é contínua, que têm acontecido por um cipal. Esta forma verbal enfatiza uma ação que começou no
certo período e que ainda não acabaram, que continuam passado e que contina se repetindo até hoje.
acontecendo.
I have been playing tennis for one hour. (Eu estou
I have worked here for five years. (Tenho trabalhado jogando tennis há uma hora)
aqui há cinco anos) Daniel has been waiting for two hours. (Daniel está
She has gone to the club a lot lately. (Ela tem ido muito esperando a duas horas)
ao clube ultimamente) Anna has been teaching in the university since April.
Dave and Mike have studied together since 2010. (Anna tem lecionado na universidade desde Abril.)
(Dave e Mike têm estudado juntos desde 2010)
As formas negativas serão:
Quando descrevemos situações que já ocorreram, mas
que não sabemos quando. O tempo é indefinido, não inte- She has not been working at that company for three
ressa, ou simplesmente não importa, pois o que importa é years (Ela não trabalha naquela companhia a três anos).
o fato acontecido. I haven’t been watching much television lately. (Eu
não tenho assistido muita televisão ultimamente).
Mike has seen the ocean for the first time. (Mike viu o Roberto hasn’t been feeling well in the past few days.
oceano pela primeira vez) (Roberto não tem se sentido bem nos últimos dias).

24
LÍNGUA INGLESA

Para fazermos perguntas no present perfect continuos, Para montarmos interrogações, basta posicionar o au-
basta colocar have ou has antes do sujeito da frase. xiliary desejado antes do sujeito da frase.

Has David been doing his homework everyday? (David O auxiliar também pode facilitar as coisas nas respos-
está fazendo sua tarefa todos os dias?). tas. Ele pode substituir o verbo e todos os seus comple-
Have Donald and Mike been training for the race? mentos. Assim, se alguém faz um pergunta muito longa,
(Donald e Mike estão treinando para aquela corrida?). você pode responder rapidamente:
Have you been playing video games all day? (Você
está jogando video games o dia inteiro?) Do you always go to work by car on weekdays? (Você
sempre vai para o trabalho de carro nos dias da semana?).
PASSADO PERFEITO: usado para dizer que alguma
coisa ocorreu antes de outra no passado. Formado por had Sua resposta pode ser, simplesmente, “Yes, I do”.
mais o particípio de algum verbo. Veja no próximo exem- Estas respostas curtas são conhecidas como short ans-
plo que há duas situações acontecendo, mas, aquela que wers.
aconteceu primeiro está usando o past perfect. E aquela
que aconteceu em seguida está no passado simples. Am- Os verbos auxiliares seguidos de um verbo principal são
bas as orações estão unidas por when. usados praticamente só em perguntas ou frases negativas:

I had already left when my father called home. (Eu já Do you like pizza? (Você gosta de pizza?)
tinha saído quando meu pai ligou para casa) I don’t like pizza (Eu não gosto de pizza)

Não é extremamente necessário que haja duas ora- Numa frase afirmativa diríamos:
ções. Pode have apenas uma. Veja;
I like pizza. (Eu gosto de pizza)
David had bought meat for the barbecue this mor-
As formas does e doesn’t são usadas quando o sujeito
ning. (David tinha comprado carne para o churrasco hoje
da frase no presente for terceira pessoa do singular (he,
de manhã)
she, it).
A negativa é formada com had not ou hadn’t. Para per-
I don’t eat pizza. (Eu não como pizza)
guntar, devemos posicionar o had antes do sujeito.
You don’t eat pizza. (Você não come pizza)
She doesn’t eat pizza. (Ela não come pizza)
He hadn’t gone to the bar. (Ele não tinha ido ao bar)
He doesn’t eat pizza. (Ele não come pizza)
Had you brought me those documents? (Você tinha me It doesn’t eat pizza. (Ela/Ele não come pizza)
trazido aqueles documentos?) We don’t eat pizza. (Nós não comemos pizza)
VERBOS AUXILIARES You don’t eat pizza. (Vocês não comem pizza)
They don’t eat pizza. (Eles não comem pizza)
Em perguntas você pode mudar o tempo verbal de Do I eat pizza? (Eu como pizza?)
uma frase simplesmente alterando o verbo auxiliar. Por Do you eat pizza? (Você come pizza?)
exemplo: Does she eat pizza? (Ela come pizza?)
Does he eat pizza? (Ele come pizza?)
Do you work? = Você trabalha? Does it eat pizza? (Ela/Ele come pizza?)
Does He work? = Ele trabalha? Do we eat pizza? (Nós comemos pizza?)
Did you work? = Você trabalhou? Do you eat pizza? (Vocês comem pizza?)
Will you work? = Você vai trabalhar? Do they eat pizza? (Eles comem pizza?)

Os verbos auxiliares não possuem tradução nas frases: VERBOS MODAIS

Do you play volleyball? = Você joga vôlei? Os verbos modais são distintos dos regulares e irregu-
lares pois possuem características próprias:
A presença de um verbo auxiliar numa frase nos indica em
que tempo verbal ela está (no presente, no passado ou no Não precisam de auxiliares na formação de negativas
futuro), dependendo do auxiliar que foi usado. Do e does e interrogativas;
indicam tempo presente, did indica tempo passado, e will Sempre após os modais, usamos um verbo regular ou
indica tempo futuro. irregular no infinitivo, mas sem o “to”;
Não sofrem alteração na terceira pessoa do singular
Suas formas negativas são don’t (do not), didn’t (did do presente. Logo, nunca recebem “s”, “es” ou “ies” para
not) e won’t (will not). he/she/it.

25
LÍNGUA INGLESA

São verbos modais: can, could, may, might, should, -A forma negativa mustn’t (must not) exprime uma
must, ought to. proibição ou faz uma advertência:
Visitors must not feed the animals. (Visitantes estão
May, Might (poder): proibidos de alimentar os animais)
You mustn’t miss the 9:00 train. (Você não pode perder
-May pode ser usado para pedir permissão: o trem das 9:00)
May I open the window? (Posso abrir a janela?)
May I use your bathroom? (Posso usar seu banheiro?) Can (poder):

-May e Might podem indicar possibilidade mais certa -Pode ser usado para expressar talentos e habilidades
ou probabilidade mais remota: no presente:
It may rain. (Pode chover) => may indica algo com They can sing really well. (Eles podem cantar realmen-
mais certeza do que might. te muito bem)
It might rain. (Pode chover) => a probabilidade de cho- I can speak English. (Eu sei falar Inglês)
ver é pequena.
He might come to the party, but I don’t think he will. -Pode ser usado para pedir permissão:
(Ele pode vir à festa, mas não creio que virá) Can I drink water, teacher? (Posso ir beber água, pro-
-May e might podem ser usados para exprimir um pro- fessor?)
pósito, uma aspiração ou uma esperança: Can I see your homework? (Posso ver sua tarefa?)
May he rest in peace. (Que ele repouse em paz)
I hope that he might like this cake. (Espero que ele pos- -Há duas formas negativas, can’t e cannot:
sa gostar deste bolo) He can’t dance at all. (Ele não sabe dançar nada)
May all your dreams come true. (Que todos os seus Tim cannot control his feelings. (Tim não consegue
sonhos se realizem) controlar seus sentimentos)
-Para dizermos algo no passado e no futuro, ao invés de
may e might, normalmente usamos os verbos “to be allowed Could (conseguia, podia, poderia):
to” ou “to be permitted to”, que significam “ser permitido”:
He will be allowed to leave prison. (Ser-lhe-á permitido sair -Usamos could para expressar ideias como sendo o
da prisão) passado de Can:
I wasn’t allowed to enter without a uniform. (Não me When I was a teenager I could swim better. (Quando
deixaram entrar sem um uniforme) eu era adolescente eu podia nadar melhor)
I could run, now I can’t anymore. (Eu podia correr, mas
-May e might não são usados na inter- agora não consigo mais)
rogativa exprimindo probabilidade ou possi-
bilidade. Usamos to think, to be likely e can: -Para pedir permissão, could é mais educado e formal
Do you think he is listening for us? que Can:
(Você acha que ele está nos ouvindo?) Could you help me? (Você poderia me ajudar?)
Is it likely to happen? (É possível/provável que isso aconteça?) Could I borrow your cell phone? (Eu poderia pegar
Can this plan come true? (Pode- emprestado seu celular?)
rá este plano se tornar realidade?)
Should e Ought to (deveria):
-May e Might podem ser empregados na negativa,
mas sem contração: -Usamos para expressar nossa opinião, para dar su-
He may or may not agree with you. (Ele pode concordar gestão ou conselho:
ou não com você) He should travel more. (Ele deveria viajar mais)
I ought to go right now. (Eu deveria ir imediatamente)
Must (precisar, dever, ter que): -As formas negativas são Shouldn’t e Ought not to.
You shouldn’t talk like that. (Você não deveria falar
-Must é usado no presente e no futuro. Must pode ex- daquele jeito)
primir ordem, necessidade, obrigação, dever. É equivalente I ought not to see her. (Eu não deveria vê-la)
a have to (ter que):
I must go now. (Preciso ir agora) PHRASAL VERBS (VERBOS DE DUAS PALAVRAS)
You must obey your parents. (Você deve obedecer a
seus pais) O Inglês tem uma grande variedade de two-word verbs
You must follow your doctor’s advice. (Você tem que (verbos de duas palavras). Talvez o melhor termo para iden-
seguir os conselhos do seu médico) tificá-los seja  phrasal verbs (verbos frasais), assim chama-
He has worked a lot; he must be tired. (Ele trabalhou dos pelo fato de serem compostos, possuindo mais de uma
muito; deve estar cansado) palavra, parecendo-se com um tipo de frase. Um phrasal
verb é composto por um verbo regular ou irregular junto

26
LÍNGUA INGLESA

com alguma partícula, que pode ser uma preposição ou Quanto a posição do phrasal verb.
um advérbio, ou ambos. Os phrasal verbs têm significados Quando falamos de substantivos a grande maioria dos
novos, diferentes das palavras que os compõem lidas sepa- phrasal verbs aceitam ser colocados de duas maneiras:
radamente. Eles precisam ser entendidos como um grupo e
não com suas palavras de forma isolada. I’ll hang up my coat. / I’ll hang my coat up. (Eu vou
pendurar o meu casaco)
Para ver a diferença, considere o significado do verbo O substantivo pode vir após o phrasal verb ou no meio
to turn segundo o Dicionário Cambridge e, em seguida, as dele.
sentenças com phrasal verbs derivados do mesmo verbo:
Entretanto, quando falamos de pronomes, eles obriga-
“TURN verb [I/T] (GO AROUND) to move or cause so- toriamente devem vir no meio do phrasal verb:
mething to move in a circle around a central point or line.” =
Mover ou fazer com que algo se movimente em círculos ao I’ll hang it up (Eu vou pendurar [o meu casaco.])
redor de um ponto ou de uma linha central. Let’s help him out. (Vamos ajudar ele.)

Fred turned on the light. (Fred acendeu a luz) VOZ ATIVA E PASSIVA
Mary turned down the gas. (Mary diminuiu o gas)
Ralph turned up the stereo. (Ralph aumentou o volume Há duas vozes verbais: ativa e passiva
do aparelho de som)
Susan turned over the pancake. (Susan virou a panque- A voz ativa é a voz “normal” do verbo, pois é com ela
ca) que normalmente nos comunicamos. Nela o foco é o sujei-
The committee turned down the request. (O comitê re- to fazendo uma ação sobre o objeto. Observe os exemplos
cusou o pedido) sob a ótica da ordem normal das palavras numa frase (Su-
jeito+verbo+objeto):
Para entender como um two-word verb funciona, você
tem que refletir sobre o significado básico de “turned”. Ge- Cats eat fish. (Gatos comem peixes)
ralmente, se for possível substituir o verbo e sua preposição
por outra palavra, uma palavra que signifique exatamente A voz passiva é menos comum de ser usada. Ela é mais
a mesma coisa, então, o verbo é realmente um two-word formal. Nela o foco é sobre o objeto que está recebendo a
verb. Poderíamos reescrever as frases da seguinte maneira: ação. Neste caso o sujeito recebe muita pouca atenção ou
as vezes nem aparece na frase. Se compararmos com a voz
Fred put the light in the “on” position. (Fred pôs a luz ativa, veremos uma inversão no posicionamento do sujeito
na posição “ligada”) e do objeto.
Mary lowered the gas. (Mary reduziu o gás)
Ralph raised the volume on the stereo. (Ralph aumen- Fish are eaten by cats. (Peixes são comidos por gatos)
tou o volume do som)
Susan flipped the pancake. (Susan girou a panqueca) A voz passiva é comumente utilizada pelos meio de co-
The committee refused the request. (O comitê recusou municação para a divulgação de crimes, uma vez que não
o pedido) se sabe a quantidade ou o sexo dos bandidos.

Muitos phrasal verbs não têm objeto: The bank was robbed last night (O banco foi roubado
noite passada.)
After their fight, Susan and Paul made up. (Após a bri- É incorreto dizer “alguém” roubou o banco. Alguém?
ga, Susan e Paul fizeram as pazes) Apenas uma pessoa?
During the wedding, the groom passed out. (Durante o
casamento, o noivo passou mal) A estrutura da voz passiva é bem simples: sujeito + be
+ verbo principal no particípio.
Contudo, outros phrasal verbs pedem objeto: O be deve ser conjugado conforme o tempo verbal da
They put up with the inconvenience. (Eles toleraram a frase. Exemplo: am, is, are para o presente. Was, were para
inconveniência) o passado, will be para o futuro, etc. Assim como o verbo
We  decided on the rose wallpaper. (Nós seleciona- principal também deve sofrer as modificações necessárias.
mos o papel de parede rosa) Por fim, a voz passiva existe em todos os tempos ver-
The scientists wrote up their research. (Os cientistas es- bais.
creveram algo sobre sua pesquisa)
The traffic cop  wrote up  the offender. (O guarda de Exemplos:
trânsito deu uma multa ao infrator)
Fred  flipped off the policeman. (Fred fez um gesto Simple present: It is made in Brazil. (É feito no Brasil)
ofensivo para o policial) Present continuous: It is being made in Brazil. (Está
sendo feito no Brasil)

27
LÍNGUA INGLESA

Present perfect: It has been made in Brazil. (Tem sido Atividades seguidas do verbo go:
feito no Brasil) Exemplos:
Simple past: Parks are destroyed by our bad habits. Let’s go bowling this weekend.
(Parques são destruídos por nossos maus hábitos) (Vamos jogar boliche este fim de semana.)
Simple past: Many people were called by this company.
(Muitas pessoas foram chamadas por esta empresa) They went jogging yesterday morning.
(Eles foram caminhar ontem de manhã.)
A voz passiva também é utilizada para dar foto ao ob-
jeto mas por fim informando quem foi o autor da obra ou
do acontecimento. Para isso nós utilizamos a preposição
DISCURSO DIRETO E INDIRETO.
by.
Podemos relatar o que alguém disse de duas manei-
Kennedy was killed by Lee Harvey Oswald. (Kennedy foi
morto por Lee Harvey Oswald) ras:

O USO DO GERUNDIO a) Pelo discurso direto (direct speech): quando repe-


timos o que foi dito por alguém usando as mesmas pala-
O gerúndio no inglês é usado em algumas situações vras desta pessoa. Exemplo:
especiais. Abaixo nós iremos listar as mais comuns. -He said: “I feel well”.
-Ele disse: “Eu me sinto bem”.
Após Preposições: b) Pelo discurso indireto (indirect speech): quando
Exemplos: contamos usando nossas próprias palavras o que foi dito
She is not interested in living with us. por alguém. Exemplo:
(Ela não está interessada em morar conosco.)
-He said that he felt well.
Read more about this by clicking here. -Ele disse que se sentia bem.
(Leia mais sobre isto clicando aqui.)
Ao reproduzir o que alguém disse de forma indireta
Após alguns verbos “especiais” (existem mais verbos, precisamos efetuar algumas modificações na estrutura da
estes são os mais comuns): admit, avoid, consider, con-
frase. Veja algumas das mudanças mais frequentes:
tinue, deny, dislike, enjoy, escape, finish, forgive, imagine,
include, keep, mention, miss, practice, reccommend, resist, Direct Speech: Indirect Speech:
risk, suggest, try, understand, quit. (Simple Present) He said: (Simple Past) He said
Exemplos: She works with me. (that) she worked with
I enjoy studying English.
him.
(Eu aprecio estudar Inglês.)
(Present Continuous) She (Past Continuous) She
I don’t mind helping her. is working with me. was working with him.
(Eu não me importo de ajudar ela.) (Past Continuous) She was (Past Perfect Continuous)
working with me. She had been working
Após algumas expressões (novamente estas são
with him.
apenas as mais comuns): can’t stand, it’s worth, be used
to, can’t help, feel like, it’s no good, look forward to, what (Simple Future) She will (Simple Conditional) She
about, how about, it’s no use, in spite of. work with me. would work with him.
Exemplos:
I can’t stand watching this game. Outras trocas de palavras e expressões que devem ser
(Eu não suporto assistir este jogo.) feitas do discurso direto para o indireto são as seguintes:

I’m looking forward to meeting your parents. Direct Speech: Indirect Speech:
(Eu estou ansioso para conhecer os seus pais.) Today That day
Yesterday The day before
Para transformar um verbo em substantivo:
Last night The night before
Exemplos:
Now Then
Dancing is his favorite activity.
(Dançar é sua atividade favorita.) Here There
Tomorrow The next day
Swimming is good for you. This That
(Nadar faz bem pra você.) These Those

28
LÍNGUA INGLESA

-Quando se relata uma ordem ou comando de alguém, -First Conditional: usado para falar sobre prováveis
usa-se o infinitivo no discurso indireto. eventos no futuro se alguma coisa vier a acontecer (If+pre-
He said: “Close the door”. (Ele me disse: “Feche a por- sent tense; future tense will). Exemplos:
ta”)
He told me to close the door. (Ele me disse para fechar If I pass the exam, I will have a big party! (Se eu passar
a porta) no exame, eu farei uma grande festa!)
He said: “Don’t close the door”. (Ele me disse: “Não fe-
che a porta”) If you don’t stop talking, I will send you to the principal.
He told me not to close the door. (Ele me disse para (Se você não parar de falar, eu vou te enviar ao diretor)
não fechar a porta)
-Second Conditional: usado para falar sobre situações
-Quando se relata uma pergunta, coloca-se a frase na improváveis ou impossíveis (If+past tense; would, could,
forma afirmativa fazendo as devidas transformações: might). Exemplos:’’

She said: Where is Bill? If I won the lottery, I would give all the money to an or-
She asked where Bill was. (Ela perguntou onde Bill estava) phanage. (Se eu ganhasse na loteria, eu daria todo dinheiro
a um orfanato)
He said: “Is Mary here?”
He asked if Mary was there. (Ele perguntou se Mary People might behave differently if they had the chance
estava lá) to repeat their lives. (As pessoas poderiam se comportar
-Should, Could, Must, Might e Would não alteram sua diferentemente se elas tivessem a chance de repetir suas
forma: vidas)
She said: “I could go”. -Third Conditional: usado para especular sobre o pas-
She said that she could go. (Ela disse que ela poderia ir) sado (If+past perfect; would have, could have, might ha-
-Say é usado com ou sem objeto indireto precedido de ve+past participle). Exemplos:
to. No discurso indireto, tell é usado com objeto indireto
precedido de to. If we had saved more money, we would have gone to
Bill said: “I love Ann”. (Bill disse: “Eu amo Ana”) Canada last year. (Se nós tivéssemos economizado mais di-
Bill said that he loved Ann. (Bill disse que amava Ana)
nheiro, nós teríamos ido ao Canadá ano passado)
Bill said to Ann: “I love you”. (Bill disse para Ana: “Eu te
amo”)
If you had told me the truth, I wouldn’t have asked the
teacher. (Se você tivesse me dito a verdade, eu não teria
Bill told Ann that he loved her. (Bill disse para Ana que
perguntado ao professor)
a amava)

-Em frases que apresentam sugestões o verbo intro- ADVÉRBIOS: TIPOS: FREQUÊNCIA, MODO, LU-
dutório do discurso indireto é to suggest. E a forma let’s é GAR, TEMPO, INTENSIDADE, DÚVIDA, AFIRMAÇÃO.
alterada para we should. EXPRESSÕES ADVERBIAIS.
He said: “Let’s take a taxi”. ADVÉRBIOS
He suggested (that) we should take a taxi.
Advérbios são palavras que modificam:
SENTENÇAS CONDICIONAIS.
- Um verbo (He ate slowly. = Ele comeu lentamente) -
MODO CONDICIONAL Como ele comeu?
- Um adjetivo (He drove a very slow car. = Ele pilotou
Passemos a falar, então, de sentenças Condicionais um carro muito lento) - Como era a rapidez do carro?
com a palavra if (tradução: se). Eles são normalmente usa- - Outro advérbio (She walked quite slowly down the
dos para falar sobre possíveis eventos e seus efeitos. Exis- aisle. = Ela andou bem lentamente pelo corredor) - Com
tem quatro tipos principais: que lentidão ela andou?

-Zero Conditional: não é um condicional verdadei- Advérbios frequentemente nos dizem quando, onde,
ro, pois ambos os eventos descritos vêm a ocorrer (If/ por que, ou em quais condições alguma coisa acontece ou
When+present tense; present tense). Exemplos: aconteceu. Os advérbios são geralmente classificados em:

If I stay up late, I feel awful the next day. (Se eu fico Advérbios de Afirmação: certainly, certamente; indeed,
acordado até tarde, sinto-me mau no outro dia) sem dúvida; obviously, obviamente; yes, sim; surely, certa-
mente; etc.
When the moon passes between the earth and the sun,
there is an eclipse. (Quando a lua passa entre a terra e o sol, Advérbios de Dúvida: maybe, possivelmente; perhaps,
há um eclipse) talvez; possibly, possivelmente; etc.

29
LÍNGUA INGLESA

Advérbios de Frequência: daily, diariamente; mon- São Paulo is far bigger than Recife. (São Paulo é muito
thly, mensalmente; occasionally, ocasionalmente; often/ maior que Recife)
frequently, frequentemente; yearly, anualmente; seldom/ The test was pretty easy. (A prova estava um tanto fácil)
rarely, raramente; weekly, semanalmente; always, sempre;
never, nunca; sometimes, às vezes; hardly ever, quase nun- Duas ou mais palavras podem ser usadas em conjunto,
ca, raramente; usually/generally, geralmente; etc. formando, assim, as Locuções Adverbiais, como:

Advérbios de Intensidade: completely, completamente; Locução Adverbial de Afirmação: by all means, certa-
enough, suficientemente, bastante; entirely, inteiramente; mente; in fact, de fato, na verdade; no doubt, sem dúvida;
much, muito; nearly, quase, aproximadamente; pretty, bas- of course, com certeza, certamente, naturalmente; etc.
tante; quite, completamente; slightly, ligeiramente; equally,
igualmente; exactly, exatamente; greatly, grandemente; Locução Adverbial de Dúvida: very likely, provavelmen-
very, muito; sufficiently, suficientemente; too, muito, de- te.
masiadamente; largely, grandemente; little, pouco; merely,
meramente; etc. Locução Adverbial de Frequência: again and again, re-
petidamente; day by day, dia a dia; every other day, dia sim,
Advérbios de Lugar: anywhere, em qualquer lugar; dia não; hardly ever, raramente; every now and then, once
around, ao redor; below, abaixo; everywhere, em todo in a while, de quando em quando; etc.
lugar; far, longe; here, aqui; near, perto; nowhere, em ne-
nhum lugar; there, lá; where, onde; etc. Locução Adverbial de Intensidade: at most, no máximo;
little by little, pouco a pouco; more or less, mais ou menos;
Advérbios de Modo: actively, ativamente; wrongly, er- next to nothing, quase nada; on the whole, ao todo; to a
roneamente; badly, mal; faithfully, fielmente; fast, rapida- certain extent, até certo ponto; to a great extent, em gran-
mente; gladly, alegremente; quickly, rapidamente; simply, de parte; etc.
simplesmente; steadily, firmemente; truly, verdadeiramen-
te; well, bem; etc. Locução Adverbial de Lugar: at home, em casa; at the
seaside, à beira-mar; far and near, por toda parte; on board,
Advérbios de Negação: no, not, não. a bordo; on shore, em terra firme; to and from, para lá e
para cá; etc.
Advérbios de Ordem: firstly, primeiramente; secondly,
em segundo lugar; thirdly, em terceiro lugar; etc. Locução Adverbial de Modo: arm in arm, de braços da-
Advérbios de Tempo: already, já; always, sempre; early, dos; at random, ao acaso; fairly well, razoavelmente; hand
cedo; immediately, imediatamente; late, tarde; lately, ulti- in hand, de mãos dadas; head over heels, de cabeça para
mamente; never, nunca; now, agora; soon, em breve, bre- baixo; just so, assim mesmo; neck and neck, emparelhados;
vemente; still, ainda; then, então; today, hoje; tomorrow, on credit, a crédito.
amanhã; when, quando; yesterday, ontem; etc. Locução Adverbial de Negação: by no means, de ma-
neira alguma; in no case, em hipótese alguma; none of that,
Advérbios Interrogativos: how, como; when, quando; nada disso; not at all, absolutamente; etc.
where, onde; why, por que; etc.
Locução Adverbial de Tempo: all of a sudden, subita-
Alguns exemplos: mente; at first, a princípio; at present, atualmente; at once,
imediatamente; from now on, doravante, daqui em diante;
She moved slowly and spoke quietly. (Ela se moveu in after years, em anos vindouros; sooner or late, mais cedo
lentamente e falou sussurrando) ou mais tarde; up to now, até agora; in a jiffy, in a trice, in
She still lives there now. (Ela ainda mora lá agora) a twinkling of an eye, in two shakes of a dog’s tail, in two
It’s starting to get dark now. (Está começando a ficar ticks, em um momento, num abrir e fechar de olhos; etc.
escuro agora)
She finished her tea first. (Primeiramente ela terminou Mais exemplos:
seu chá)
She left early. (Ela saiu cedo) She has lived on the island all her life. (Ela viveu na ilha
Oscar is a very bright man. (Oscar é um homem muito a vida toda)
brilhante) She takes the boat every day. (Ela pega o barco todos
The children behaved very badly. (As crianças se com- os dias)
portaram muito mal) He ate too much and felt sick. (Ele comeu em excesso
This apartment is too small for us. (Esse apartamento é e ficou enjoado)
pequeno demais para nós) I like studying English very much. (Gosto muito de es-
The coffee is too sweet. (O café está doce demais) tudar Inglês)
Jack is much taller than Peter. (Jack é muito mais alto
do que Peter)

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LÍNGUA INGLESA

PALAVRAS DE RELAÇÃO: At the bus stop


PREPOSIÇÕES. CONJUNÇÕES. At the top
PREPOSIÇÕES At the bottom

Preposições são palavras que usamos junto aos nomes Outras preposições, seus significados e exemplos com
e pronomes para mostrar sua relação com outros elemen- frases:
tos da frase. Apresentamos as principais preposições e seu
uso: About: sobre, a respeito de: Tell me about your expe-
riences.
In: usamos com nomes de meses, anos, estações, par- Above: acima de: John’s apartment is above mine.
tes do dia, cidades, estados, países, continentes. Across: através de, do outro lado: The dog ran across
the forest.
I was Born in January. After: depois de: She always wakes up after 9:00.
He lived here in 2012. Against: contra: The car crashed against the wall.
The classes start in the summer. Among: entre (vários ítens): The little boy was among
He works in the morning/in the afternoon, in the eve- many criminals.
ning. Around: em volta de: They traveled all around the cou-
I have a house in Belo Horizonte. ntry.
She lives in Paraná but works in Argentina. Before: antes de: She always arrives before 7 o’clock.
Steven has worked in Europe since 2011. Behind: atrás de: Tim sits behind Peter.
Below: abaixo de: Answer the questions below.
On: usado para dias da semana, datas (mês+dia), datas Beside/Next to: ao lado de: The microphone is beside/
comemorativas, ruas, praças e avenidas. next to the monitor.
Besides: além de: Besides English, she can also speak
I go to the church on Saturdays and on Sundays. Spanish.
Their baby was born on April 10TH. Between: entre (dois ítens): He was sitting between two
I always have fun on New Year’s Day. beatuful girls.
The supermarket is on Brazil street. Beyond: além de, após, atrás de: The lake is beyond the
The shopping mall is on Portugal square. mountains.
But: exceto: Everybody went to the party, but Chris.
At: usado com horas, com palavra night, com endere- By: por, junto, ao lado de: Let’s sleep by the fireplace.
ços (rua+número), lugares numa cidade. Down: abaixo, para baixo: Their house is down the hill.
Up: acima, para cima: Their house is halfway up the hill.
I got up at 7:00. During: durante: He was in the army during the war.
The store is at 456 Lincoln street. For: a favor de: Who’s not for us is against us.
He arrived late at night. For: por, para, há (tempo): Do it for me! Fish is good for
My father is at the airport now. health. They’ve lived here for many years.
From: de (origem): Where is he from?
Na dúvida, algumas das seguintes sugestões podem In front of: na frente de: Peter sits in front of the teacher
ajudar, mas lembre-se: o uso das preposições nem sempre in the classroom.
segue a regra geral. Confira sempre num dicionário as pos- Inside/outside: dentro de/fora de: Let the dog sleep in-
sibilidades de uso. side/outside the house.
Instead of: em vez de: You should study more instead
Use in para indicar “dentro de alguma coisa”: of playing video-games.
Into: para dentro, em: The plane disappeared into the
In the box cloud.
In the refrigerator Near: perto de: The post office is near here.
In a shop Off: para fora (de uma superfície): Mark fell off his mo-
In a garden torcycle.
In France Out of: para fora de: Put these books out of the box.
Over: sobre, acima de, por cima de, mais que: There
Use on para indicar contato: were over 1.000 people in the show.
Through: através de: The guys walked through the fo-
On a bookshelf rest.
On a plate Till/until: até (tempo): The message will arrive until to-
On the grass morrow.
To: para: Teresa will go to Italy next week.
Use at para indicar um lugar definido. Nesse caso, seu Towards: para, em direção a: The boy threw the rock
sentido é o de “junto a”, “na”: towards the window.

31
LÍNGUA INGLESA

Under: em baixo de: The cat sleeps under the bed. Exemplos:
With/without: com/sem: Come with me. I can’t live wi-
thout you. Jack and Jill went to the mountains.
Within: dentro de: I will go there within a week. The water was warm, but I didn’t enter.
I went swimming although it was cold.
CONJUNÇÕES Russia is a beautiful country. It’s very cold, though.
Uma conjunção é uma palavra ou grupo de palavras I don’t care what you did as long as you love me.
(locuções conjuntivas ou locuções adverbiais) que juntam He is so strong that broke the brick with his fist.
duas partes de uma sentença ou que unem uma cláusula
dependente subordinada a uma cláusula principal. As con- DERIVAÇÃO DE PALAVRAS PELOS PROCESSOS
junções auxiliam na coesão textual, garantindo a interliga-
DE PREFIXAÇÃO E SUFIXAÇÃO.
ção de ideias.

Inicialmente, podemos considerar as conjunções sob FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


três aspectos básicos:
A formação de palavras acontece graças à morfologia.
-Conjunções podem ser apenas uma palavra: Tal formação acontece para criar uma flexibilidade na lín-
gua, fazendo com que o orador possa fazer a transição de
And, but, because, although, or, nor, for, yet, so, since, uma classe de palavras para outra sem tanto choque ao
unless, however, though. ouvinte. Conhecer o processo da formação das palavras
-Conjunções podem ser compostas de mais de uma ajuda o estudante de língua estrangeira com o processo
palavra: lexical, ou seja, a habilidade de tentar compreender pala-
Provided that, as long as, in order to, in spite of. vras desconhecidas de um texto por conta própria.
Assim como na língua portuguesa o processo de for-
-Conjunções podem ser correlativas, cercando um ad- mação das palavras em Inglês também ocorre através dos
vérbio ou adjetivo: prefixos e sufixos. Os prefixos são aqueles que vem no ini-
So... that, neither… nor. cio da palavra e os sufixos são aqueles que vem no final. Os
sufixos possuem uma maior frequência na língua do que os
Além disso, as conjunções podem expressar diversos prefixos. Os prefixos por sua vez normalmente não alteram
tipos de ideias:
a categoria gramatical da palavra, mas sim o seu sentido.
-Tempo: after, as, while, when, before, until, till, next,
meanwhile, finally. Exemplos:
expensive –
-Acréscimo de ideias: and, also, furthermore, as well as, color – colorful hope – hopeful
inexpensive
in other words, in addition to, besides, moreover, both...
and, not only... but also. normal -
big - biggest nice - nicer
abnormal
-Alternativa: or, either... or.
SEMÂNTICA / SINONÍMIA E ANTONÍMIA.
-Negação: neither... nor.
Sinônimas são palavras diferentes, mas que possuem
-Condição: if, as long as, provided that, unless, whether. significados quase idênticos ou semelhantes. O estado de
ser sinônimo é chamado de sinonímia.
-Causa ou razão: as, because, since, for.
Antônimas  são palavras com significados opostos ou
-Consequência ou resultado: so, therefore, then, accor- quase opostos. O estado de ser antônimo é chamado de
dingly, thus, for this reason, as a result of, consequently, antonímia.
hence.
Estudos e prática mostram que aprender palavras
-Finalidade ou propósito: so that, so.
combinadas com outras melhora nossa retenção. E tam-
bém que é preciso muita, muita repetição. Ler em voz alta
-Modo: as, as if, as though.
também ajuda.
-Contraste: although, instead of, rather than, though,
but, yet, even though, however, in spite of that, neverthe- A seguinte lista de antônimos (opostos) está apresen-
less, whereas, while, on the other hand. tada por ordem alfabética, como grupos. Cada grupo ge-
ralmente vai das palavras mais fáceis às mais difíceis. Bom
-Comparação: like, alike, likewise, correspondingly, si- estudo e boa retenção!
milarly, in the same way, in this manner.

32
LÍNGUA INGLESA

Absence presence Cunning simple


Accept refuse Dainty clumsy
Accurate inaccurate Danger safety
Advantage disadvantage Dark light
Alive dead Deep shallow
Always never Decrease increase
Ancient modern Definite indefinite
Answer question, query Demand supply
Approval disapproval Despair hope
Abundant scarce Disappear appear
Admit deny Disease health
Advance retreat, retire Discourage encourage
Artificial natural Dismal cheerful
Arrival departure Doctor patient
Ascend descend Dry wet
Attack defense Dull clear, bright
Attractive repulsive Dusk dawn
Attention inattention Early late
Asleep awake Easy difficult
Ally enemy Ebb flow
Agree disagree East West
Bad good Economise waste
Backward forward, onward Encourage discourage
Bend straighten Entrance exit
Beautiful ugly Employer employee
Beginning ending Empty full
Below above Excited calm
Bent straight End beginning
Big small, little Expand contract
Blunt sharp Expensive inexpensive, cheap
Better worse Export import
Best worst Exterior interior
Blame praise External internal
Bless curse Fail succeed
Bitter sweet False true
Borrow lend Foolish wise
Bravery cowardice Fast slow
Build destroy, demolish Few many
Bold timid, meek Famous unknown
Bright dull Forelegs hind legs
Broad narrow Fat thin
Clear vague, cloudy Find lose
Careful rush, careless First last
Calm troubled Freedom captivity
Capable incapable Fold unfold
Captivity freedom, liberty Frequent seldom
Cheap dear, expensive Forget remember
Close distant Found lost
Clever stupid Fresh stale
Cold hot Friend enemy
Combine separate Fortunate unfortunate
Clockwise anti-clockwise Frank secretive
Correct incorrect Full empty
Conceal reveal Generous mean
Come go Gentle rough
Common rare Gather distribute
Comfort discomfort Glad sorry
Courage cowardice Gloomy cheerful
Cruel kind Giant dwarf, pygmy

33
LÍNGUA INGLESA

Granted refused Long short


Great small, little Loud soft
Guardian ward Loss find, win
Guest host Low high
Guilty innocent Loyal disloyal
Happy sad, miserable Mad sane
Hard soft Master servant
Harmful harmless Mature immature
Hasten dawdle Maximum minimum
Hate love Me you
Healthy unhealthy, ill, diseased Merry mirthless, sad
Here there Minority majority
Heavy light Miser spendthrift
Height depth Misunderstand understand
Hero coward Narrow wide
Hill valley Near far, distant
Horizontal vertical Neat untidy
Hinder aid, help New old
Honest dishonest Night day
Humble proud Noisy quiet
Hunger thirst North South
Imitation genuine Obedient disobedient
Immense tiny, minute Odd even
Imprison free Offer refuse
Include exclude Open shut
Increase decrease Optimist pessimist
Inhabited uninhabited Out in
Inferior superior Parent child
Inside outside Past present
Intelligent unintelligent, stupid Patient impatient
Inhale exhale Peace war
Interior exterior, outside Permanent temporary
Interesting uninteresting, dull Please displease
Internal external Plentiful scarce
Intentional accidental Possible impossible
Join separate Poverty wealth
Junior senior Powerful feeble, weak
Justice injustice Polite impolite, rude
King queen Private public
Knowledge ignorance Prudent imprudent
Laugh cry Pretty unsightly, ugly
Lawful unlawful Pure impure
Lazy industrious, energetic Qualified unqualified
Land sea Rapid slow
Landlord tenant Regularly irregularly
Large little, small Rich poor
Last first Right wrong, left
Lawyer client Rigid pliable, soft
Lecturer student Rough smooth
Lender borrower Satisfactory unsatisfactory
Lengthen shorten Security insecurity
Left right Scatter collect
Less more Serious trivial
Light dark, heavy Second-hand new
Like dislike, unlike Sense nonsense
Likely unlikely Shopkeeper customer
Leader follower Singular plural
Little large, much, big Simple complicated
Lofty lowly Slim thick, stout

34
LÍNGUA INGLESA

Solid liquid and screenplays. For a while he was even a contract writer at
Sober drunk MGM. And he could always be counted on for a spur-of-the-
Speaker listener moment aphorism, putdown or sharply worded critique of
Sour sweet American foreign policy. Perhaps more than any other Ame-
Sorrow joy rican writer except Norman Mailer or Truman Capote, Mr.
Stand lie Vidal (VERB 1) great pleasure in being a public figure. He
Straight crooked twice ran for office – in 1960, when he was the Democratic
Strong weak Congressional candidate for the 29th District in upstate New
Success failure York, and in 1982, when he campaigned in California for a
Sunny cloudy seat in the Senate – and (CONJ) he lost both times, he often
Take give conducted himself as a sort of unelected shadow president.
Tall short He once said, “There is not one human problem that (MO-
Tame wild DAL 1) not be solved if people (MODAL 2) simply do as I
Teacher pupil advise.”
Thick thin
Tight slack, loose (Adapted from http://www.nytimes.com/2012/08/01/
Top bottom books/gore-vidal-elegant-writer-dies-at-86.html?_r=1&n-
Transparent opaque l=todaysheadlines&emc=tha2_20120801)
Truth untruth, lie
Up down 1. As preposições corretas para preencher os espaços
Vacant occupied (PREP 1), (PREP 2) e (PREP 3) são respectivamente:
Valuable valueless (A) on - in - on
Victory defeat (B) at - on - in
Virtue vice (C) on - at - in
Visible invisible (D) at - at - on
Voluntary compulsory (E) in - in – at
Vowel consonant
With without 2. Em quais das alternativas abaixo “some” tem o
mesmo significado de “He published some 25 novels?”
QUESTÕES I. The following pages summarize some of the
highlights of a truly eventful year.
As questões foram retiradas da prova de Inglês do II. This means a lot more tolerance that some would
Concurso Público de ingresso para provimento de cargos like to give.
de Professor de Ensino Fundamental II e Ensino médio, III. Just as she was about to excuse herself and leave, a
Setembro de 2012. Caderno de Prova ‘I09’, Tipo ‘001’ da white woman of some seventy years came up to her.
Prefeitura Municipal de São Paulo. (As perguntas foram tra- IV. Some researchers have begun questioning whether
duzidas para o Português pelo autor do material). an automatic system is the right choice for this task.
V. Some marine life was saved by teams of workers
TEXTO - removing the heavy oil.
Atenção: As questões de números 1 a 7 referem-se ao VI. Some question whether these are ethical practices.
texto abaixo. VII. Some 200 different chemicals have been linked to
mammary tumors in animals and people.
Prolific, Elegant, Acerbic Writer VIII. A few days later her car was found some twenty
NYT, August 1, 2012 miles away.
By CHARLES McGRATH
(A) III, VII e VIII.
Gore Vidal, the elegant, acerbic all-around man of let- (B) I, IV e V.
ters who presided with a certain relish over what he declared (C) II, VI e VII.
to be the end of American civilization, died (PREP 1) Tues- (D) III, IV e V.
day (PREP 2) his home (PREP 3) the Hollywood Hills section (E) II, III e VI.
of Los Angeles, where he moved in 2003, after years of living
in Ravello, Italy. He was 86. The cause was complications of 3. O verbo correto para preencher o espaço (VERB 1)
pneumonia, his nephew Burr Steers said by telephone. é:
Mr. Vidal was, at the end of his life, an Augustan figure (A) gave.
who believed himself to be the last of a breed, and he was (B) took.
probably right. Few American writers have been more versa- (C) made.
tile or gotten more mileage from their talent. He published (D) did.
some 25 novels, two memoirs and several volumes of stylish, (E) set.
magisterial essays. He also wrote plays, television dramas

35
LÍNGUA INGLESA

4. A conjunção correta para preencher o espaço EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


(CONJ) é: SOBRE: LÍNGUA INGLESA
(A) but.
(B) still. 01. (BNDES – NÍVEL SUPERIOR – CESGRAN-
(C) yet. RIO/2013)  
(D) despite.
(E) although. Coworking: Sharing How We Work

5. Os verbos modais corretos para preencher os espa- In the past, when trying to find places to work, in-
ços (MODAL 1) e (MODAL 1) são: dependent workers, small businesses, and organizations
(A) should - will. often had to choose between several scenarios, all with
(B) must - might. their attendant advantages and disadvantages: working
(C) can - must. from home; working from a coffee shop, library, or other
(D) could - would. public venue; or leasing an executive suite or other com-
(E) would - should. mercial space.
Is there a better way to work? Yes. Enter coworking.
6. De acordo com o texto, Gore Vidal: Coworking takes freelancers, indie workers, and en-
(A) lived in Ravello until his death in 2003. trepreneurs who feel that they have been dormant or
(B) lived in Los Angeles for 9 years. isolated working alone at home or who have been mi-
(C) moved to Ravello in 2003. grating from a coffee shop to a friend’s garage or lan-
(D) was proud to be an American. guishing in a sterile business center – to a space where
(E) travelled around the world during his lifetime. they can truly roost.
“We can come out of hiding,” a coworker tells us,
7. Podemos deduzir a partir do texto que o autor: “and be in a space that’s comfortable, friendly, and has
(A) also believes Gore Vidal was a unique writer. an aesthetic appeal that’s a far cry from the typical cook-
(B) does not agree with Gore Vidal’s way of criticizing ie-cutter office environment.”
American foreign policy. For many, it might be puzzling to pay for a well-
(C) Normal Mailer and Truman Capote were not as well equipped space teeming with other people, even with
the chance of free coffee and inspiration. You might ask
known as Gore Vidal.
yourself, “Well, why pay for a place to work when I’m
(D) Gore Vidal was a versatile writer but not very prolific.
perfectly comfortable at home and paying nothing?” Or,
(E) Gore Vidal was, in fact, a humble man.
“Isn’t the whole point of telecommuting or starting my
own business a chance to avoid ‘going to the office’?”
As questões de números 8 e 9 referem-se às frases abaixo.
Coworking may sound like an unnecessary expense,
but let’s consider what you get from being a part of the
Forty-eight years is almost enough time (VERB1) a re- space.
cord. LARISA LATYNINA, a gymnast (REL1) career record of 18 At its most basic level, coworking is the phenome-
Olympic medals was surpassed by Michael Phelps, (REL2) won non of workers coming together in a shared or collabo-
gold in swimming the anchor leg in the 4 x 200 freestyle relay. rative workspace or one or more of these reasons: to re-
duce costs by having shared facilities and equipment, to
(Adapted from http://www.nytimes.com/2012/08/01/ access a community of fellow entrepreneurs, and to seek
sports/olympics/gymnast-larisa-latynina-is-elegant-remin- out collaboration within and across fields. Coworking
der-ofolympics-history.html?nl=todaysheadlines&emc=- spaces offer an exciting alternative for people longing to
tha3_20120801) escape the confines of their cubicle walls, the isolation
of working solo at home, or the inconveniences of public
8. O verbo correto para preencher o espaço (VERB1) é: venues.
(A) to hold. The benefits and cost-savings in productivity and
(B) for hold. overall happiness and well-being reaped from cowork-
(C) for to hold. ing are also potentially huge. Enthusiasm and creativi-
(D) to holding. ty become contagious and multiply when you diversi-
(E) for to holding. ty your work environment with people from different
fields or backgrounds. At coworking spaces, members
GABARITO pass each other during the day, conversations get going,
1-A and miraculously idea-fusion happens with everyone
2-B benefitting from the shared thinking and brainstorming.
3-E Differences matter. Coworking hinges on the be-
4-D lief that innovation and inspiration come from the
5-B cross-pollination of different people in different fields
6-A or specializations. Random opportunities and discover-
7-A ies that arise from interactions with others play a large
8-D role In coworking.

36
LÍNGUA INGLESA

To see this in action on a large scale, think about Goo- son with AD might need help in many areas, including
gle. Google made the culture of sharing and collaboration eating and getting dressed. For some people in the ear-
in the workplace legend. It deployed “grouplets” for initia- ly or middle stages of the disease, medicine might help
tives that cover broader changes through the organization. symptoms, such as memory loss, from getting worse
One remarkable story of a successful Google grouplet for a limited time. Other drugs may help people feel
involved getting engineers to write their own testing code less worried or depressed. Dealing with Alzheimer’s
to reduce the incidence of bugs in software code. Think- disease can be extremely difficult, but planning ahead
ing creatively, the grouplet came up with a campaign and getting support can lighten the lead. AD usually
based on posting episodes discussing new and interest- begins after age 60, and risk goes up with age. The risk
ing testing techniques on the bathroom stalls. “Testing is also higher if a family member has had AD. Scientists
on the Toilet” spread fast and garnered both rants and are working to better understand AD. Ongoing studies
raves. Soon, people were hungry for more, and the cam- are looking at whether some things can help prevent or
paign ultimately developed enough inertia to become a
delay the disease. Areas that are being explored include
de facto part of the coding culture. They moved out of the
exercise, eating omega-3 fatty acids, and keeping your
restrooms and into the mainstream.
brain active.
Keith Sawyer, a professor of psychology and educa-
tion at Washington University in St. Louis, MO, has written
widely on collaboration and innovation. In his study of Available: www.womenshealth.gov
jazz performances, Keith Sawyer made this observation,
“The group has the ideas, not the individual musicians.” Read the sentence below and choose the alternative
Some of the most famous products were born out of this that presents a synonym to the underlined word.
mosh pit of interaction – in contrast to the romantic idea
of a lone working genius driving change. According to “Ongoing studies are looking at whether some
Sawyer, more often than not, true innovation emerges things can help prevent or delay the disease.”
from an improvised process and draws from trial-by-er-
ror and many inputs. A) Cut down.
Unexpected insights emerge from the group dynam- B) Suspended.
ic. If increasing interaction among different peer groups C) Ended.
within a single company could lead to promising results D) Continuous.
imagine the possibilities for solopreneurs, small business-
es, and indie workers – if only they could reach similar A palavra “ongoing” quer dizer algo contínuo, em
levels of peer access as those experienced by their bigger andamento. Cut down – cortar, diminuir. Suspended – sus-
counterparts. It is this potential that coworking tries to penso. Ended – terminado. Continuous – contínuo.
capture for its members.
RESPOSTA: “D”.
Available: http://workawesome.com (adapted)
03. (INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – CES-
The expression indie workers, found in lines 10 and PE/2012)
90, refers to
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar Darkness and light
por conta da diagramação do material.)
A) Retired civil servants.
Caravaggio’s art is made from darkness and light.
B) Lazy businessmen aiming for profit.
His pictures present spotlight moments of extreme and
C) Self-employed independent professionals.
D) Expert employees at international organizations. often agonized human experience. A man is decapitat-
E) Workaholic employers in large companies. ed in his bedchamber, blood spurting from a deep gash
A questão pede que o candidato determine. A expressão in his neck. A woman is shot in the stomach with a bow
“indie workers” se refere a. Indie é uma abreviação para inde- and arrow at point-blank range.
pendent, neste caso, trabalhadores independentes. Caravaggio’s images freeze time but also seem to
hover on the brink of their own disappearance. Faces
RESPOSTA: “C”. are brightly illuminated. Details emerge from darkness
with such uncanny clarity that they might be halluci-
02. (ANVISA – ANALISTA ADMINISTRATIVO – CE- nations. Yet always the shadows encroach, the pools of
TRO/2013)   blackness that threaten to obliterate all. Looking at this
picture is like looking at the world of flashes of light-
Alzheimer’s disease ning.
Alzheimer’s disease (AD) is a form of dementia, Caravaggio’s life is like his art, a series of lightning
which is a brain disorder. It damages nerve cells in the flashes in the darkness of nights. He is a man who can
brain. This affects your ability to remember things, never be known in full because almost all that he did,
think clearly, and care for yourself. AD begins slowly, said and thought is lost in the irrecoverable past. He
and symptoms get worse with time. Eventually, a per- was one of the most electrifying original artists ever to

37
LÍNGUA INGLESA

have lived, yet we have only one solitary sentence from A) Aside from.
him on the subject of painting – the sincerity of which is, B) Similar to.
in any case, questionable, since it was elicited from him C) Contrasted with.
when he was under interrogation for the capital crime of D) Resembling.
libel. E) Despite.
When Caravaggio emerges from the obscurity of the
past he does so, like the characters in his own paintings, as A questão pede que o candidato determine. A palavra
a man in extremis. He lived much of his life as a fugitive, “unlike” (o contrário) é o mesmo que. Aside from – além de.
and that is how he is preserved in history – a man on the Similar to – similar à. Contrasted with – contrastadas com. Re-
run, heading for the hills, keeping to the shadows. But he sembling – semelhante. Despite – apesar de.
is caught, now and again, but the sweeping beam of a
searchlight. Each glimpse is different. He appears in many RESPOSTA: “C”.
guises and moods. Caravaggio throws stones at the house
of his landlady and sings ribald songs outside her window. 05. (FUNASA – TODOS OS CARGOS – CESPE/2013)  
He has a fight with a waiter about the dressing on a plate The difficulty for health policy makers the world
of artichokes. His life is a series of intriguing and vivid over is this: it is simply not possible to promote healthier
tableaux – scenes that abruptly switch from low farce to lifestyles through presidential decree or through being
high drama. overprotective towards people and the way they choose
to live. Recent history has proved that one-size-fits-all
New York - London. W. W. Norton & Company, 2010 solutions are no good when public health challenges vary
(adapted) from one area of the country to the next. But we can-
not sit back while, in spite of all this, so many people are
In line 5, “at point-blank range” means suffering such severe lifestyle-driven ill health and such
A) In a cold-blooded manner. acute health inequalities.
B) Summarily. Internet: www.gov.uk (adapted)
C) Without intention. The expression “the world over” (L.1) is synonymous
D) Fatally. with “in some parts of the world”.
E) Within a short distance. (OBS: Os números das linhas na questão podem variar
por conta da diagramação do material.)
A questão pede que o candidato determine. Na linha A) Certo.
cinco “at point-blank range” (à queima-roupa) significa. In a B) Errado.
cold-blooded manner – de forma a sangue-frio. Summarily
– sumariamente. Without intention – sem intenção. Fatally – A questão pede que o candidato determine. A expressão
fatalmente. Within a short distance – a uma curta distância. “the world over” (no mundo todo) é sinônimo com “in some
RESPOSTA: “E”. parts of the world” (em algumas partes do mundo).

04. (SEFAZ/ES – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTA- RESPOSTA: “B”.


DUAL – CESPE/2013)  
06. (FUNASA – TODOS OS CARGOS – CESPE/2013)  
It is well accepted and acknowledged that service The difficulty for health policy makers the world
quality is essential for firm success. The problem with over is this: it is simply not possible to promote healthier
the measurement of service quality is that it is not easily lifestyles through presidential decree or through being
identifiable and measurable. Unlike the quality of goods, overprotective towards people and the way they choose
which can be measured objectively, service quality is an to live. Recent history has proved that one-size-fits-all
abstract and elusive construct because of three features solutions are no good when public health challenges vary
unique to services: intangibility, heterogeneity, and in- from one area of the country to the next. But we can-
separability of production and consumption. Despite the not sit back while, in spite of all this, so many people are
complexity of the issue, a consensus has emerged in the suffering such severe lifestyle-driven ill health and such
literature to measure service quality using clients’ percep- acute health inequalities.
tions of the service delivered. Internet: www.gov.uk (adapted)
Only few studies in auditing have adopted the service
quality approach, where clients are asked to assess their The adjective “one-size-fits-all” (L.5) means “long-
current (and/or former) auditor (i.e., audit firm and/or term and drastic”
audit team). However, the latter approach has several ad- A) Certo.
vantages because it allows overall client satisfaction to be B) Errado.
determined and also identification of the attributes that
drive client satisfaction. A questão pede que o candidato determine. O adjetivo
Internet: http://onlinelibrarywhiley.com (adapted) “one-size-fits-all” (um tamanho serve para todos) significa
The word “unlike” (L.4) is the same as “long-term and drastic” (longo período e drástico).
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar
por conta da diagramação do material.) RESPOSTA: “B”.

38
LÍNGUA ESPANHOLA

1. Lectura e interpretación textual...............................................................................................................................................................................01


2. Acentuación de la palabras/Tonicidad..................................................................................................................................................................01
3. Artículos determinados (contracciones AL y DEL) e indeterminados; demostrativos; posesivos; indefinidos; el uso del
NEUTRO LO............................................................................................................................................................................................................................01
4. Numerales: cardinales y ordinales...........................................................................................................................................................................01
5. Sustantivos: género ; número...................................................................................................................................................................................01
6. Adjetivos: género y número.......................................................................................................................................................................................01
7. Pronombres personales: tónicos y átonos..........................................................................................................................................................01
8. Preposiciones...................................................................................................................................................................................................................01
9. Conjunciones....................................................................................................................................................................................................................01
10. Adverbios.........................................................................................................................................................................................................................01
11. Verbos regulares e irregulares: tiempos simples y compuestos.............................................................................................................01
12. Sinonímia y antonímia...............................................................................................................................................................................................01
13. Semántica: divergencias léxicas entre el portugués y el español.- heterotónicos/heterogenéricos.......................................01
14. Los falsos cognatos.....................................................................................................................................................................................................01
15. Comprensión e interpretación de textos...........................................................................................................................................................01
16. Lectura e interpretación de imágenes................................................................................................................................................................01
LÍNGUA ESPANHOLA

5) Los sustantivos terminados en Z cambian esa letra en


C y se agrega
1. LECTURA E INTERPRETACIÓN
ES: el pez - los peces
TEXTUAL 2. ACENTUACIÓN DE LA la raíz - las raíces
PALABRAS/TONICIDAD 3. ARTÍCULOS la luz - las luces
DETERMINADOS (CONTRACCIONES AL Y la paz - las paces
DEL) E INDETERMINADOS; DEMOSTRATIVOS; la vez - las veces
POSESIVOS; INDEFINIDOS; EL USO DEL
NEUTRO LO. 4. NUMERALES: CARDINALES 6) Para los sustantivos terminados en Y, se agrega ES:
Y ORDINALES 5. SUSTANTIVOS: GÉNERO; el rey – los reyes
NÚMERO 6. ADJETIVOS: GÉNERO Y NÚMERO la ley - las leyes
7. PRONOMBRES PERSONALES: TÓNICOS Y
Flexiones Irregulares
ÁTONOS 8. PREPOSICIONES hombre - mujer
9. CONJUNCIONES 10. ADVERBIOS padrino - madrina
11. VERBOS REGULARES E IRREGULARES: toro, buey - vaca
TIEMPOS SIMPLES Y COMPUESTOS 12. papá - mamá
SINONÍMIA Y ANTONÍMIA caballero - dama
13. SEMÁNTICA: DIVERGENCIAS LÉXICAS caballo – yegua
ENTRE EL PORTUGUÉS Y EL ESPAÑOL. padre - madre
HETEROTÓNICOS/HETEROGENÉRICOS marido - mujer
yerno - nuera
14. LOS FALSOS COGNATOS
padrastro - madrastra
15. COMPRENSIÓN E INTERPRETACIÓN carnero - oveja
DE TEXTOS macho - hembra
16. LECTURA E INTERPRETACIÓN
DE IMÁGENES Plural de Los Adjetivos
Los adjetivos forman el plural siguiendo las mismas re-
glas que rigen para los substantivos.
mala - malas
Substantivos feliz - felices
dulce - dulces
Plural de Los Substantivos baladi - baladies
Añadiendo una S: fácil - fáciles
1) caso el singular termine en vocal no acentuada (o en E cordial - cordiales
acentuada, algunas veces).
el perro - los perros Formácion del Femenino
el hombre - los hombres Si el masculino termina en vocal, se cambia ésta por una
el café - los cafés a; si termina en consonante se agrega una a.
Añadiendo la sílaba ES: esposo - esposa
2) Caso el singular termine en vocal tónica o consonante pariente - parienta
el jabalí - los jabalíes tio - tia
el rubí - los rubíes huésped - huéspeda
el reloj - los relojes león - leona
el corazón - los corazones aprendiz - aprendiza
Se exceptúan:
papá - papás Excepciones:
mamá - mamás 1ª) Terminados en INA
sofá - sofás gallo - gallina
héroe - heroína
3) El plural es igual al singular cuando éste termina en S, rey - reina
Y si la palabra es grave o esdrújula:
la tesis - las tesis 2ª) Terminados en ESA
la dosis - las dosis abad – abadesa
alcalde - alcaldesa
4) Los sustantivos terminados en X conservan la misma barón – baronesa
forma en el plural : onde - condesa
el fénix - los fénix
la ónix - las ónix

1
LÍNGUA ESPANHOLA

3ª) Terminados em ISA a) Os adjetivos alguno, bueno, malo, ninguno, prime-


poeta – poetisa ro, postrero, tercero e uno perdem a letra o final quando
sacerdote - sacerdotisa precedem um substantivo masculino singular:
Algún chico (algum menino)
4ª) Terminados em TRIZ Buen hombre (bom homem)
actor – atriz Mal tiempo (mau tempo)
emperador – emperatriz Ningún libro (nenhum livro)
Primer lugar (primeiro lugar)
ADJETIVOS Postrer día (último dia)
Tercer piso (terceiro andar)
O adjetivo é a palavra que funciona como modificador Un profesor (um professor)
direto do substantivo, qualificando-o. Concorda sempre com
o substantivo que acompanha, sofrendo, assim, variação de b) O adjetivo ciento perde a sílaba final to quando pre-
gênero, número e grau. cede substantivos plurais, masculinos ou femininos, mesmo
que se interponha um adjetivo:
Variação de gênero: La camisa amarilla. Cien hombres (cem homens)
(A camisa amarela.) Cien mujeres (cem mulheres)
Variação de número: Los alumnos estudiosos. Cien lindas muchachas (cem lindas mulheres)
(Os alunos estudiosos.)
Variação de grau: Victor es más fuerte que Javier. c) O adjetivo cualquiera perde a letra a final quando pre-
(Victor é mais forte que Javier.) cede substantivos singulares, masculinos ou femininos:
Cualquier libro (qualquer livro)
Classificação dos Adjetivos (Clasificación de los Ad- Cualquier carpeta (qualquer pasta*)
jetivos) * material de escritório para guardar documentos.
O plural CUALESQUIERA também sofre apócope: cuales-
quier hombres / cualesquier mujeres.
Primitivos Derivados
bondadoso d) O adjetivo grande perde a sílaba final de quando pre-
bueno (bom) cede substantivos singulares, masculinos ou femininos:
(bondoso)
Gran chico (grande menino)
Gran chica (grande menina)
Compuesto
Simple (Simples)
(Composto)
e) O adjetivo santo perde a sílaba final to quando pre-
fuerte (forte) multicolor (multicor) cede nomes próprios masculinos de santos, exceto diante de
Domingo, Tomás, Tomé e Toribio:
Patrios (Pátrios) ou Gentilicios (Gentílicos) San Juán

canadiense (canadense), chino (chinês) Número dos Adjetivos (Número de los Adjetivos)
Os adjetivos formam plural da mesma forma que os
Gênero dos Adjetivos (Género de los Adjetivos) substantivos.
a) Os adjetivos masculinos terminados em o ou e mu- manzana roja (maçã vermelha) - manzanas rojas (maçãs
dam a terminação para a na formação do feminino. vermelhas) prueba fácil (prova fácil) - pruebas fáciles (provas
feo (feio) - fea (feia) fáceis)
grandote (grandalhão) - grandota (grandalhona)
b) Nos adjetivos masculinos terminados em an, in, on, or Lembre-se:
e nos gentílicos terminados em consoante, acrescenta-se -a Simples é a forma plural referente a simple (singular).
na formação do feminino. una idea simple (uma ideia simples) - unas ideas simples
soñador (sonhador) - soñadora (sonhadora) (umas ideias simples)
inglés (inglês) - inglesa (inglesa)
c) Os adjetivos invariáveis mantêm a mesma forma quan- ADVÉRBIOS - ADVERBIOS
do acompanham substantivos masculinos ou femininos.
Un hombre feliz. (Um homem feliz.) - Una mujer feliz. O advérbio é uma palavra que pode modificar um verbo,
(Uma mulher feliz.) um adjetivo ou a outro advérbio. É sempre invariável. Alguns,
hermano menor (irmão menor) - hermana menor (irmã quando se referem ao substantivo, tomam caráter adjetivo.
menor) Os advérbios se dividem em:

Apócope
Chama-se apócope a supressão da letra ou da sílaba final
em alguns adjetivos.

2
LÍNGUA ESPANHOLA

Advérbios de Tempo (Adverbios de Tiempo) Advérbios de Quantidade(Adverbios de Cantidad)

mientras poco
ahora (agora) luego (depois) casi (quase)
(enquanto) ** (pouco)
mucho muy
anteayer temprano (muito) * (muito) *
entonces (então)
(anteontem) (cedo)
bastante
más (mais)
(bastante)
mañana entretanto
ayer (ontem) menos además
(manhã) (enquanto isso) **
(menos) (além disso)
anoche
(ontem à hoy (hoje) aún (ainda) * * o advérbio muy é usado diante de adjetivos e advérbios:
noite)
muy fácil (muito fácil)
anteanoche muy lejos (muito longe)
pronto (em aun
(anteontem à * o advérbio mucho é usado diante de substantivos e
pouco tempo) (inclusive) *
noite) antes ou depois de verbos em qualquer forma:

después todavía Tengo mucho trabajo.


(depois) (ainda) * (Tenho muito trabalho)
* todavía = aún (sinônimos) e diferente de aun. Él mucho ha viajado.
** entretanto = mientras tanto (Ele muito viajou.)
(enquanto isso - sinônimos).
¡Excepción!
Advérbios de Modo(Adverbios de Modo) Diante dos adjetivos mejor, peor, mayor e menor, e dos
advérbios más, menos, antes e después usamos o ad-
vérbio mucho.
apenas (apenas) como (como)
Advérbios de Afirmação(Adverbios de Afirmación)
bien (bem) entonces (então) ciertamente
sí (sim)
(certamente)
mejor (melhor) inclusive (inclusive)
seguramente (com
claro (claro)
mal (pouco, insuficiente) sólo (somente) * segurança)

peor (pior) fácilmente (facilmente) **


Advérbios de Negação(Adverbios de Negación)

así (assim) jamás ( jamais) nunca (nunca)

* sólo: somente / solo (adjetivo): sozinho tampoco (tampouco) *


no (não)
** e outros terminados em mente.
* Não existe a forma también no para negar.
Advérbios de Lugar(Adverbios de Lugar) Para isso, usa-se o tampoco.

Advérbios de Dúvida (Adverbios de Duda)


abajo (abaixo) delante (diante)
acaso (caso/se) quizá (s) (talvez) *
alrededor (ao redor) detrás (atrás)
probablemente
arriba (acima) ahí (aí) * tal vez (talvez)
(provavelmente)
cerca (cerca, perto) allí (ali) * posiblemente (posivelmente)
lejos (longe) aquí (aqui) * * Quizá(s) se antepõe ao verbo. Quando a palavra siguin-
* aquí: indica o lugar onde se encontra a pessoa que fala. te começa por -s, se usa a forma quizá e não quizás. O verbo
ahí: designa um lugar mais próximo que allí. se conjuga no subjuntivo: Quizá salga.
allí: distante da pessoa que fala.

3
LÍNGUA ESPANHOLA

Advérbios de Ordem (Adverbios de Orden) Pretérito Imperfecto


primeramente HABLAR COMER VIVIR
antes (antes) Hablaba Comía Vivía
(primeiramente)
Hablabas Comías Vivías
sucesivamente
después (depois) Hablaba Comía Vivía
(sucessivamente)
Hablábamos Comíamos Vivíamos
A formação em mente: Hablabais Comíais Vivíais
Observe que o advérbio pode ser forrmado pelo acrésci- Hablaban Comían Vivían
mo do sufixo mente ao adjetivo feminino.
lenta - lentamente Usa-se para:
Quando o adjetivo possui acento, ele o conserva. - Referir-se a ações passadas, de caráter duradouro ou
fácil - fácilmente repetitivo, que não têm um fim determinado no tempo. Ex.:
Cuando era niña iba al colegio por la tarde. / Quando era
VERBO criança, ia ao colégio à tarde.
Os verbos são palavras que atuam como núcleo da ora- - Descrever no passado. Ex.: En la época de mis abuelos
ção. Em espanhol, os verbos são classificados em três grupos, la ciudad era tranquila y los días pasaban lentamente. / Na
conforme a terminação: época de meus avós a cidade era tranquila e os dias passa-
vam lentamente.
1) Primeira conjugação: verbos cujo infinitivo termina em
-ar, como: cantar, tomar, hablar. Pretérito Perfecto
2) Segunda conjugação: verbos cujo infinitivo termina
HABLAR COMER VIVIR
em -er, como: beber, comer, poseer.
3) Terceira conjugação: verbos cujo infinitivo termina em Hablé Comí Viví
-ir, como: vivir, asistir, permitir. Hablaste Comiste Viviste
Cada uma das conjugações (-ar, -er, -ir) pode ser regular Habló Comió Vivió
ou irregular. Hablamos Comimos Vivimos
Os modos verbais são três: indicativo, subjuntivo e im- Hablateis Comisteis Viviteis
perativo.
Hablaron Comieron Vivieron
Indicativo: Conjuga-se o modo indicativo nos seguintes
Chamado também de indefinido, usa-se para:
tempos:
- Referir-se a ações concluídas em um momento deter-
Presente minado no passado. Ex.: El papa Juan Pablo II falleció el año
2005 / O papa João Paulo II faleceu em 2005.
HABLAR COMER VIVIR - Referir-se a ações únicas no passado. Ex.: Ayer fui al cine
Hablo Como Vivo / Ontem fui ao cinema.
Hablas Comes Vives
Habla Come Vive Futuro Simple
Hablamos Comemos Vivimos HABLAR COMER VIVIR
Habláis Coméis Vivís Hablaré Comeré Viviré
Hablan Comen Viven
Hablarás Comerás Vivirás
Usa-se para: Hablará Comerá Vivirá
- Referir-se a hábitos ou costumes. Ex.: Me levanto todos
Hablaremos Comeremos Viviremos
los días a las seis de la mañana / Levanto-me todos os dias
às seis da manhã. Hablaréis Comeréis Viviréis
- Falar de ações futuras. Ex.: Mañana tengo una reunión Hablarán Comerán Vivirán
muy importante / Amanhã tenho uma reunião muito impor-
tante. Usa-se para:
- Falar de acontecimentos passados. Ex.: El pintor Salva- - Falar de ações futuras. Ex.: La próxima semana saldré de
dor Dalí nace en Figueres el 11 de mayo de 1904 / O pintor vacaciones / Na próxima semana sairei de férias.
Salvador Dalí nasce em Figueres em 11 de maio de 1904.
- Falar de planos. Ex.: Cuando termine de estudiar busca-
- Dar instruções. Ex.: Para hablar por un teléfono público,
ré empleo en una gran empresa / Quando terminar de estu-
primero colocas la tarjeta y luego marcas el número. Para fa-
dar procurarei emprego em uma grande empresa.
lar em um telefone público, primeiro você coloca o cartão e
depois disca os números.

4
LÍNGUA ESPANHOLA

Condicional Simple HABLAR TEMER PARTIR


HABLAR COMER VIVIR Había hablado Había temido Había partido
Hablaría Comería Viviría Habías hablado Habías temido Habías partido
Hablarías Comerías Vivirías Había hablado Había temido Había partido
Habíamos Habíamos
Hablaría Comería Viviría Habíamos temido
hablado partido
Hablaríamos Comeríamos Viviríamos Habíais hablado Habíais temido Habíais partido
Hablarías Comeríais Viviríais Habían hablado Habían temido Habían partido
Hablarían Comerían Vivirían
Pretérito Anterior
Se usa muito pouco na língua escrita ou falada. Deno-
O condicional expressa um fato irreal, mas possível ou
ta uma ação passada anterior, mas imediata no tempo. Este
provável de realizar no futuro. Corresponde em português ao
tempo foi substituído pelo pretérito indefinido ou pelo pre-
futuro do pretérito. Ex.: Me iría contigo al cine, pero no tengo
térito pluscuamperfecto em quase todos os usos. Ex.: Apenas
tiempo./ Eu iría contigo ao cinema, mas não tenho tempo.
hubo amanecido, se fue. ( Apenas amanheceu, se foi)
Tiempos compuestos de Indicativo:
Os tempos compostos tem uma relação significativa com
os tempos simples do indicativo dos quais derivam. HABLAR TEMER PARTIR
Compuesto Pretérito Perfecto Hube hablado Hube temido Hube partido
Ação iniciada no passado e que perdura até o presente, Hubiste hablado Hubiste temido Hubiste partido
ou seja, quando o espaço de tempo expresso na frase ainda Hubo hablado Hubo temido Hubo partido
não está acabado. Se conjuga o verbo HABER no Presente do
Hubimos Hubimos
Indicativo + o Particípio do verbo principal. Hubimos temido
hablado partido
Ejemplo: Este año casi no he viajado. (o ano não aca-
bou) (Este ano quase não viajei.) Hubisteis Hubisteis
Hubisteis temido
hablado partido
Hubieron Hubieron
HABLAR TEMER PARTIR Hubieron temido
hablado partido

he hablado he temido he partido Futuro Perfecto Compuesto


has hablado has temido has partido Indica um fato futuro, acabado, anterior a outro, também
ha hablado ha temido ha partido futuro. Se conjuga o verbo HABER no Futuro + o Particípio
hemos hablado hemos temido hemos partido do verbo principal.
habéis hablado habéis temido habéis partido
han hablado han temido han partido Ejemplo: Para cuando nos mudemos ya habrán termi-
nado las obras. (Quando nos mudarmos já terão terminado
as obras.)
¡Atención!
Pretérito Indefinido Simple X Pretérito Perfecto Com- HABLAR TEMER PARTIR
puesto
Habré hablado Habré temido Habré partido
Yo amé. (Eu amei.)
Yo he amado. (Eu amei.) Habrás hablado Habrás temido Habrás partido
Habrá hablado Habrá temido Habrá partido
Se ao traduzirmos as frases acima encontramos a mesma Habremos Habremos
Habremos temido
tradução, qual seria então a real diferença entre esses dois hablado partido
pretéritos? O Pretérito Indefinido Simple indica uma ação Habréis hablado Habréis temido Habréis partido
passada e acabada. O Pretérito Perfecto Compuesto indica Habrán hablado Habrán temido Habrán partido
uma ação passada que guarda relação com o tempo atual.
Sendo assim: Condicional Compuesto
Yo amé. (Eu amei e não amo mais.) Indica uma ação futura a respeito de um momento do
Yo he amado. (Eu amei e ainda amo.) passado, mas anterior a outro momento que aparece na ora-
ção. Ex.: Me dijo que cuando yo llegara a casa, ya habría en-
Pretérito Pluscuamperfecto viado el paquete( a ação habría enviado é futuro com relação
Indica uma ação passada e terminada, anterior a outra, a dijo, mas anterior a llegara)
também passada. Se conjuga o verbo HABER no Pretérito
Imperfeito + o Particípio do verbo principal.
Ejemplo:  Había salido con ellos. (Havia/tinha saído
com eles.)

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LÍNGUA ESPANHOLA

Pode indicar também suposição ou probalidade no pa-


sado. Ex.: En aquel tiempo, él ya habría cumplido treinta años. Ejemplos:
( Naquele tempo, ele já haveria completado trinta años) Que tú hayas esperado bastante. (Que tu tenhas espe-
HABLAR TEMER PARTIR rado bastante.)
Espero que ellos hayan llegado temprano. (Espero que
Habría hablado Habría temido Habría partido
eles tenham chegado cedo.)
Habrías hablado Habrías temido Habrías partido
Habría hablado Habría temido Habría partido
Habríamos Habríamos Habríamos HABLAR TEMER PARTIR
hablado temido partido
haya hablado haya temido haya partido
Habríais hablado Habríais temido Habríais partido
hayas hablado hayas temido hayas partido
Habrían hablado Habrían temido Habrían partido haya hablado haya temido haya partido
hayamos hablado hayamos temido hayamos partido
Modo Subjuntivo – Presente
hayáis hablado hayáis temido hayáis partido
hayan hablado hayan temido hayan partido
HABLAR TEMER PARTIR
hable tema parta Pretérito Pluscuamperfecto
hables temas partas Refere-se a um passado que não se realizou.
hable tema parta
hablemos temamos partamos Ejemplo: Si hubiera tenido tiempo habría salido. (Se
habléis temáis partáis houvesse tido tempo haveria saído.)
hablen teman partan
1ª Forma
As irregularidades no Presente do Modo Subjuntivo são
as mesmas já apresentadas no Presente do Modo Indicativo. HABLAR TEMER PARTIR

Pretérito Imperfecto hubiera hablado hubiera temido hubiera partido


Indica uma ação hipotética, que pode ou não ocorrer.
hubieras hablado hubieras temido hubieras partido
hubiera hablado hubiera temido hubiera partido
Ejemplo: Si quisiera acompañarte hasta Madrid, viaja-
hubiéramos hablado hubiéramos temido hubiéramos partido
ría.  (Se quisesse te acompanhar até Madrid, viajaria.)
hubierais hablado hubierais temido hubierais partido
hubieran hablado hubieran temido hubieran partido
HABLAR TEMER PARTIR
hablara temiera partiera 2ª Forma
hablaras temieras partieras
hablara temiera partiera
habláramos temiéramos partiéramos
hablarais temierais partierais HABLAR TEMER PARTIR
hablaran Temieran partieran
hubiese partido
hubiese hablado hubiese temido
2ª hubieses partido
HABLAR TEMER PARTIR hubieses hablado hubieses temido
FORMA hubi
hubiese hablado hubiese temido
ese partido
hubiésemos hablado hubiésemos temido
hablase temiese partiese hubiésemos partido
hubieseis hablado hubieseis temido
hablases temieses partieses hubieseis partido
hubiesen hablado hubiesen temido
hablase temiese partiese hubiesen partido
hablásemos temiésemos partiésemos
hablaseis temieseis partieseis Modo Imperativo
hablasen Temiesen partiesen Indica órdenes, mandatos, ruegos y deseos. O modo im-
perativo só tem duas formas próprias: a segunda pessoa do
singular e a segunda pessoa do plural, em afirmativo. As ou-
Pretérito Perfecto Compuesto tras pessoas (em afirmativo ou em negativo) se conjugam no
Indica um fato duvidoso, hipotético, que pode ter se Presente do Subjuntivo.
realizado no passado. Desejo de que algo já tenha ocorri-
do. Se conjuga o verbo HABER no Presente do Subjunti-
vo + o Particípio do verbo principal.

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LÍNGUA ESPANHOLA

Imperativo Afirmativo QUESTÕES

1- Completa las frases usando el presente de indicativo:


HABLAR TEMER PARTIR a) Tú____ el café en la cocina. (preparar)
Tú habla teme parte b) Él___ por Madrid a pie. (pasear)
Él hable tema parta c) Vosotros____ la lección. (estudiar)
Nosotros hablemos temamos partamos d) El profesor___ al alumno. (contestar)
Vosotros hablad temed partid e) Nosotros____ en el restaurante. (comer)
Ellos hablen teman Partan f) Los chicos____ diseños en la televisión. (asistir)
g) Yo___ hoy por la tarde. (partir)
Imperativo Negativo
2- Completa las frases usando el pretérito indefinido:
Es el presente de subjuntivo en forma negativa.
a) Ella___ un coche nuevo. (comprar)
b) Tú___ muy bien. (cantar)
HABLAR TEMER PARTIR c) Nosotros___ paz en el mundo. (desear)
d) Él___del dinero de su padre. (depender)
e) Los conductores___ por la carretera. (correr)
f) Ellos____ sus regalos. (abrir )

No hables No temas No partas g) La historia____ mi corazón. (partir)
Él / usted
No hable No tema No parta
Nosotros 3- Completa las frases usando el futuro simple:
No hablemos No temamos No partamos
Vosotros a) Mañana__________ en casa de mis suegros. (estar)
No habléis No temáis No partáis
Ellos / b) Pepe__________ al piso inferior. (bajar)
No hablen No teman No partan
ustedes c) Vosotros__________ por teléfono al director. (llamar)
d) Ellos__________ el periódico de la mañana. (leer)
e) Yo__________ mucho vino blanco. (beber)
f) Ustedes__________ a casa de sus amigos. (ir)
      2ª p.singular - Tú 2ª p. plural - Vosotros g) Tú__________ una casa en la ciudad. (adquirir)
Decir Di Decid
4- Completa las frases usando el presente de subjun-
Hacer Haz Haced
tivo:
Ir Ve Id a) No creo que Julián me___ esta tarde. (llamar)
b) Quizá____ la casa para esos señores. (tú- vender)
Poner Pon Poned
c) Ojalá el jefe me____ salir más temprano. (permitir)
Salir Sal Salid d) Es bueno que____ el piso este mes. (vosotros-alquilar)
Ser Sé Sed e) No es seguro que___ a Luisa. (nosotros-visitar)
f) Posiblemente___ mañana por la mañana. (yo- viajar)
Tener Ten Tened g) Quiero que____ el recado. (tú-anotar)
Venir Ven Venid
5- Completa las frases usando el imperativo afirmativo:
Ejemplos: a) María, ____ la ventana, por favor. (cerrar)
b) Niños, ____ los ejercicios lo más pronto posible. (hacer)
c) Señora, ____ esta ficha con sus datos y enseguida_____
Imperativo Afirmativo Negativo la tasa de inscripción en el tercer piso. (rellenar- pagar)
¡No digas la d) Hombre, ___ un poco de refresco. (beber)
Tú ¡Di la verdad! verdad! e) Señoras y señores, ___ con atención los detalles de esta
Él / usted ¡Diga la ¡verdad! ¡No diga la verdad! catedral. (observar)
Nosotros ¡Digamos la ¡No digamos la f) Cariño, ____ conmigo. (quedarse)
Vosotros verdad! verdad! g) Amigos, esta fiesta la hice para vosotros. ___(comer), ___
Ellos / ¡Decid la verdad! ¡No digáis la verdad! (beber) y __ (bailar), eso es lo único que tenéis que hacer.
ustedes ¡Digan la verdad! ¡No digan la
verdad! 6- Completa las frases usando el imperativo negativo:
a) Javier, ___a los niños. (despertar)
b) Hijo, ____ para mañana lo que puedes hacer hoy. (dejar)
c) Presidente, ___ de los hambrientos. Ellos lo han elegido.
(olvidarse)
d) Ramón, ____ la tele ahora. Estamos estudiando. (poner)
e) Niños, _____ tarde. (llegar)
f) Señora, _____ la basura en el césped. (echar)
g) Señoras y señores, ____ si van a conducir. (beber)

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LÍNGUA ESPANHOLA

RESPUESTAS: Los ejercicios siguientes hacen parte de las pruebas


de los concursos públicos:
1-
a- preparas 1- Las formas había comprado y habéis hecho son,
b- pasea respectivamente, de los tiempos compuestos que siguen:
c- estudiáis a) pretérito perfecto de indicativo y potencial perfecto.
d- contesta b) pretérito pluscuamperfecto de indicativo y pretérito
e-comemos perfecto de subjuntivo.
f- asisten c) pretérito pluscuamperfecto de indicativo y pretérito
g- parto perfecto de indicativo.
d) pretérito anterior y pretérito pluscuamperfecto de in-
2- dicativo.
a- compró
2- El verbo decir, conjugado en futuro imperfecto de
b- cantaste
subjuntivo, en la tercera persona del plural, es:
c- deseamos
a) dijeran.
d- dependió
b) dijeren.
e-corrieron c) diré.
f- abrieron d) habré dicho.
g- partió
3- La expresión es decir puede ser cambiada por cual
3- equivalente:
a- estaré a) al principio.
b- bajará b) esto es.
c- llamasteis c) en primer lugar.
d- leerán d) a pesar de.
e- beberé
f- irán 4- Las palabras “cercanas, este, consejero, quedarse,
g- adquirirás alzar “ son:
a) Adjetivo, Adverbio, Sustantivo, Verbo, Verbo.
4- b) Adjetivo, Pronombre, Sustantivo, Verbo, Verbo.
a- llame c) Adverbio, Pronombre, Sustantivo, Adjetivo, Verbo.
b- vendas d) Adjetivo, Pronombre, Verbo, Verbo, Verbo.
c- permita 5- Elige la opción correcta para completar las frases:
d- alquiléis I. ___________ (anotar, nosotros) todo el contenido de la re-
e- visitemos unión.
f- viaje II. Jóvenes, ___________ (comprar) libros.
g-anotes III. ___________ (meter, tú) todo el dinero en el bolso.
IV. Chicos, ___________ (persistir) en vuestros estudios.
5- a) anotamos / compras / meted / persista.
a- cierra b) anotemos / compren / mete / persistid.
c) anoten / comprad / metan / persiste.
b- haced/hagan
d) anotad / compre / meter / persistan.
c- rellene/pague
d- bebe
6- Marque la alternativa en que todos los verbos es-
e- observen tén en pretérito y en la misma persona:
f- quédate a) hace – tendré – intenté.
g- comed/bebed/bailad b) recibí – he puesto – quiso.
c) hace – he venido – puso.
6- d) recibí –vine– pensé.
a- no despiertes 7- Elige la opción que completa el diálogo adecua-
b- no dejes damente:
c- no se olvide A. Mi marido y yo ______________ en La Taberna todos los
d- no pongas domingos. Y tú, ¿dónde _____________?
e- no lleguéis/lleguen B. ____________ en Casa Verde, me encanta ese restaurante.
f- no eche a) almuerzamos, almuerzas, Almuerzo.
g- no beban b) almuerzamos, almorzas, Almorzo.
c) almorzamos, almuerzas, Almuerzo.
d) almorzamos, almuerzas, Almuerzo.

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LÍNGUA ESPANHOLA

8- Marca la alternativa en que el verbo sufre el mismo Escritorio- escrivaninha


tipo de irregularidad que el verbo poner (puso): Estante- prateleira
a) Ir. Estofado- ensopado
b) Ser. Exquisita- gostosa
c) Querer. Funda- fronha
d) Salir. Largo- longo
Latir- bater
9- Elige la respuesta correcta: Muela- dente molar
A. Juanito, me gustaría encontrar contigo y con Manolo, Oficina- escritório
¿dónde ___________? Oso- urso
B. ____________ en el Centro Comercial. Pelado- careca
a) estamos – Estáis. Pelo- cabelo
b) estáis – Estamos. Pimpollos- botão
c) es – Estoy. Polvo- poeira
d) eres – Están. Presunta- suposta
Regalo- presente
10- ¿Cuál alternativa está incorrecta en cuanto a la Rojo- vermelho
conjugación del verbo vivir? Saco- paletó
a) Maruja y yo vivimos en España hace mucho tiempo. Salada- salgada
b) Eduardo ya no vive como un rey. Salsa- molho
c) Los grandes escritores viven para siempre por sus Se acercó- se aproximou
obras. Se acordó- se lembrou
d) ¿Por qué Ana y tú vivéis aburridas? Sitio- lugar
Sótano- porão
Respuestas: Rato- momento
1-c 2-b 3-b 4-b 5-b 6-d 7-c 8-c 9-b 10-d Rubio- loiro
Tirar- jogar
LOS FALSOS AMIGOS Vaso- copo
Zorro- raposa
Hay algunas palabras que pueden inducir al estudiante Zurdo-canhoto
brasileño a una comprensión equivocada de su significación.
Son los vocablos heterosemánticos, los cuales tienen grafía Ejercicios
igual, o casi igual, a palabras del portugués, pero con signifi-
cados diferentes. Ejemplos: 1- Marca el heterosemántico:
La secretaria y el gerente de ventas trabajan en la misma a) mujer.
oficina. b) viaje.
Aquella gata se pone rabiosa cuando uno se acerca a sus c) doler.
cachorros. d) bolso.
Mi nombre es Jair y mi apellido es Souza. 2- Señala la alternativa correcta para las traduciones
de las palabras la gente, se enojó y taller:
Los falsos amigos o falsos cognatos en español: a) a gente – enojou-se – atelier.
b) as pessoas – embraveceu – oficina.
Almohada- travesseiro c) as pessoas – se embraveceu – escritório.
Apellido- sobrenome d) a gente – enjou-se – oficina.
Berro- agrião
Bolsa- sacola 3 - Marque la alternativa en que hay una palabra de
Bolsillo- bolso género opuesto a las demás:
Borracha- bêbada a) coraje – sangre – origen.
Borrar- apagar b) sal – leche – miel.
Brincar- pular, saltar c) dolor – color – aprendizaje.
Carpa- barraca d) huevo – cerdo – pano.
Cachorros- filhotes
Cena- jantar 4- Respectivamente, los significados de las palabras “em-
Cita- encontro barazada, rico, empezar, desarrollo, llamar, exquisito” son:
Cola- fila a) grávida, gostoso, começar, desenvolvimento, chamar,
Copos- flocos delicioso.
Cuello- pescoço b) embaraçada, milionário, pesar, desenvolvimento, lha-
Desquitarse- vingar-se ma, esquisito.
Embarazada- grávida c) grávida, rico, começar, desenvolvimento, chamar, agradável.
Escoba- vassoura d) embaraçada, rico, pesar, desenvolvimento, lhama, esquisito.

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LÍNGUA ESPANHOLA

Respuestas: 02- La frase de la viceministra de la Comisión Nacional


de Población y Planificación Familiar (línea 3), afirma que
1-D 2-B 3-C 4-A “Queremos cambiarla poco a poco”. En la palabra CAMBIAR-
LA, la partícula LA, se refiere a:
Para que obtenha um bom desempenho na prova: a) la ley.
primeiramente deve-se fazer uma leitura para conhecer o b) China.
contexto, prestando atenção as palavras chaves e grifan- c) la década de 1970.
do as idéias principais. E ao responder as questões faça d) la explosión demográfica.
uma outra leitura, pois com isso você identificará com
mais facilidade a resposta correta . Observar os falsos 03- El texto afirma que los problemas importantes
amigos que podem estar presente no texto. señalados por los especialistas son:
Lea el texto atentamente y a continuación escoja a) aumento y envejecimiento del número de mujeres.
la alternativa adecuada para cada una de las siguientes b) incremento de envejecimiento de la población y des-
cuestiones. proporción de géneros.
China eliminará la ley que prohíbe tener más de un hijo c) población en disparidad demográfica y envejecimien-
(José Reinoso - Pekín - 01/03/2008 ) to en algunas regiones.
d) desproporción demográfica y tráfico de mujeres como
China eliminará gradualmente la política de hijo único consecuencia del envejecimiento de la población.
(que fue puesta en marcha a finales de la década de 1970 para
controlar la explosión demográfica), según ha asegurado Zhao 04- Se estima que los problemas demográficos de China:
Baige, viceministra de la Comisión Nacional de Población y a) pueden provocar éxodos humanos, desequilibrio so-
Planificación Familiar. “Queremos cambiarla poco a poco. No cial y comercio de mujeres.
puedo decir cuándo o de qué manera, pero éste se ha conver- b) van a seguir la tendencia actual.
tido en un tema clave entre quienes toman las decisiones en el c) deben provocar el control de natalidad de 300 millo-
Gobierno”, ha declarado Zhao a la agencia Reuters. nes de nacimientos.
El país asiático sufre un serio problema de envejecimien- d) van a dificultar la elevación acelerada del nivel de vida.
to de la población y una creciente disparidad de género, que
ha provocado la alarma entre los expertos. Se estima que, 05- En el tercer párrafo, línea 3, la expresión SIN EMBAR-
de seguir la tendencia actual, en 15 años puede haber 30 GO, puede sustituirse, sin cambiar el sentido de la frase por:
millones de hombres más que de mujeres en edad de formar a) sino.
una familia, lo que podría provocar migraciones, tráfico de b) no obstante.
mujeres e inestabilidad social. c) sin duda.
Las autoridades aseguran que los estrictos controles de d) en consecuencia.
natalidad han evitado más de 300 millones de nacimientos
y han favorecido una elevación más rápida del nivel de vida 06- Las críticas a la política china de control de natalidad
del país. se basan en los siguientes principios:
Sin embargo, sus detractores afirman que, además de vio- a) a la ausencia de derechos individuales, a la permisión
lar las libertades del individuo, han desembocado en numero- de abortos, a la esterilización opcional y a la discriminación
sos abortos y esterilizaciones forzadas, y el abandono de mu- de los nacimientos femeninos.
chas niñas, dada la preferencia de las familias por los varones. b) a la obligación del aborto, a la falta de decisión perso-
En China, nacen 118 niños por cada 100 niñas, cuando nal para la esterilización forzada y al abandono de las niñas.
el ratio normal en todo el mundo es entre 103 y 107 varones c) al abandono de las niñas, a incontables abortos, a la
por cada 100 hembras. El 51,5% de los1.314 millones de ha- incumplimiento del derecho humano de la libertad individual
bitantes que tenía China en 2006 era varón. y la castración impuesta.
La mayoría de las parejas en las ciudades sólo puede te- d) a la desconsideración de la libertad de decidir per-
ner por ley un descendiente, mientras que en las zonas ru- sonalmente el número de hijos, al abandono de las recién
rales se les permite dos si el primero es niña. Las minorías nacidas, a la permisión de abortos y a la castración libre.
étnicas pueden tener dos o más. Zhao aseguró que el Go-
bierno está estudiando la cuestión con mucho cuidado para 07- La legislación China establece que una pareja rural:
que cualquier decisión que se tome no provoque un alza re- a) solamente puede tener un descendiente, sea hombre
pentina de la población. o mujer.
El País, Edición impresa, 01/03/2008. b) puede tener más de dos hijos, siempre que el primer
descendiente sea mujer.
01- El texto afirma que, desde finales de 1970, en China: c) se rige por la misma ley de las parejas de minorías
a) se lucha contra el exceso de nacimientos femeninos. étnicas.
b) quienes toman decisiones en el Gobierno, son claves d) pueden tener como máximo dos hijos, cuando el pri-
para elaboración de leyes contra la expansión demográfica. mer descendiente sea mujer.
c) la Comisión Nacional de Planificación Familiar quiere
cambiar la situación gradualmente. Respuestas: 01-D / 02-A / 03-B / 04-A / 05-B /
d) se inició un control de expansión demográfica. 06-C / 07-D

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LÍNGUA ESPANHOLA

EL uso de muy y mucho: 30- Andrea no es una chica................bella, pero tie-


1- Se usa la palabra mucho antes o después de los ver- ne................clase.
bos. Ejemplos: 31- Reconozco que tu redacción está................buena, pero
El niño estudia mucho. también debo admitir que la mía está..................mejor.
Se usa también la palabra mucho con sustantivos. Ejemplos: 32- Felizmente los médicos actuaron con................pronti-
Yo tengo muchos libros. tud y evitaron que Rafael perdiera................sangre.
2- Se usa la palabra muy antes de: 33- La prueba estaba................difícil, sin embargo, logré
a) adjetivos: muy alto, muy fácil, muy difícil, muy malo, etc. responder correctamente a ................cuestiones.
b) adverbios: muy bien, muy mal, muy tarde, muy cerca, etc. 34- El inglés es un idioma................interesante. Hay en
él................vocablos de origen latina.
ATENCIÓN: 35- Encontrar un gusano en la guayaba es algo................
Pero se usa mucho antes de: malo, pero................peor es encontrar sólo medio gusano en ella.
a) cuatro adjetivos: ( mejor, peor, mayor y menor)
mucho mejor, mucho peor, mucho mayor, mucho menor Respuestas: 1- muy 2- mucho 3- mucho 4-muy
b) cuatro adverbios: ( más, menos, antes y después) 5- mucho 6- muy 7- mucho
mucho más, mucho menos, mucho antes, mucho después 8- muy 9- muy 10- mucho 11- muy 12- mucho
13- mucho 14- mucho 15- muy
EJERCICIOS: 16- mucho 17- muy 18- muy 19- muy 20- mucho
21- muy/mucho 22- muy/mucho
I) Completa las frases con muy o mucho: 23- mucho 24- mucho/muy 25- mucho/muy 26-
1- No camines................rápido. mucho 27- muy/mucha
2- Tú hablas................... 28- muchos/muy 29- muchas/muy 30- muy/mucha
3- Hoy papá está .................mejor que ayer. 31- muy/mucho 32- mucha/mucha
4- Tu casa está................cerca de aquí. 33- muy/muchas 34- muy/muchos 35- muy/mucho.
5- Ahora Teresa nos escribe................más.
Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil –
6- Tienes los ojos................hermosos.
2009- ESAF
7- Esto ahora está................peor que ayer.
8- Estudias................poco para los exámenes.
ESPANHOL
9- Mi escuela queda................lejos.
Hacienda acelera los embargos preventivos para co-
10- Fernando come................menos que tú.
brar las deudas
11- Carlos es................aplicado en el colegio.
La recesión somete a las arcas del Estado a un doble per-
12- Necesito una cosa................menor. juicio: los ingresos caen por la atonía de la actividad y, a la vez,
13- Tu casa es................mayor que la mía. los incumplimientos tributarios se disparan. El Ministerio de
14- Ellos llegaron................antes que nosotros. Economía y Hacienda de España admite que esa deuda está
15- Este edificio es................alto. creciendo y se propone extremar las medidas para intentar co-
16- Nosotros llegamos................después. brarla. La necesidad es acuciante: en un año en que el Gobierno
17- Hoy me he levantado................temprano. prevé ingresar como mínimo 40.000 millones de euros menos
18- Él se acostó................tarde. de lo que proyectó inicialmente, cada euro recaudado cuenta.
19- Tengo un piso................amplio. Entre enero y agosto de este año se han adoptado me-
20- Mi familia me ayudó................. didas cautelares por valor de 753 millones, cantidad 24%
21- Sé que este coche es................caro, pero es................más superior a la de todo el ejercicio 2008, según datos de la
cómodo que los otros. Agencia Tributaria (AT), que tiene 37.000 millones de deuda
22- Juana está................cansada. Ella trabajó................hoy. pendiente, con datos a 31 de julio. De esa cantidad, una deu-
23- Como todos los perezosos, Enrique siempre duer- da de algo más de 12.000 millones cuenta con algún tipo de
me................ garantía para ser cobrada. La más incierta es la que está en
24- No creo que seas................menos dedicado al estudio vía ejecutiva (Hacienda intenta ya adoptar medidas como el
que los otros alumnos, pero, estoy seguro de que eres................ embargo para cobrarla) y la que figura en período de notifi-
poco dedicado a las tareas para el hogar. cación (la fase previa). Ambas partidas suman casi 16.000 mil-
25- Aunque Rodrigo no tenga................pelo, es considera- lones hasta final de julio. Sólo con recuperar esas cantidades,
do por las mujeres un hombre..... el fisco ingresaría más dinero que con la subida de impuestos
atrayente. aprobada para 2010, que se acerca a 11.000 millones.
26- Roberto y yo ejercemos funciones iguales. Sin em- (El pais.es, 12.10.09 Texto adaptado)
bargo, yo gano...............menos que él.
27- Es................importante que los niños beban................le- 01- En el texto se dice que los cofres públicos españoles:
che natural entera. a) sufren pérdidas.
28- Hace................años que me dedico con ahínco a una b) son independientes del sistema tributario.
tarea................linda. c) se destinan al pago de deudas del Estado.
29- ................mujeres todavía no están................seguras de d) están inmunes a la depresión.
su derecho a la igualdad con los hombres. e) recibirán recursos de 40 mil millones de euros.

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LÍNGUA ESPANHOLA

02- De acuerdo con el texto, el monto de los incumpli- Gobierno no se muestra seguro
mientos tributarios: Ni el propio Gobierno está seguro de que una rebaja en
a) es similar al del ejercicio anterior. las tasas de interés –actualmente en 4% –pueda contribuir a
b) está en vía ejecutiva. frenar la acentuada revaluación (más del 18,8% en los últimos
c) tiene garantías de cobrarse. meses) que afecta a varios sectores de la economía.
d) es mayor que el ingreso esperado con el alza de im- Los empresarios achacan al actual nivel de las tasas de in-
puestos. terés parte de la galopante apreciación del peso que le resta
e) ha menguado en lo que va de año. competitividad a las exportaciones colombianas. Consideran
que esta diferencia de intereses está propiciando el ingreso
03- Según el texto, la baja de los ingresos: de los llamados capitales golondrinas (de poca duración en
a) se deriva de las medidas cautelares. la economía) que están debilitando el dólar.
b) es fruto de una fiscalización ineficiente. El ministro de Hacienda, Óscar Iván Zuluaga no se mos-
c) alcanza los 37 mil millones de euros. tro muy seguro de que el pretendido recorte sea una buena
d) es semejante a la del año fiscal 2008. decisión en los actuales momentos en que la inflación sigue
e) se debe a la debilidad de la actividad. cediendo. Admitió, sin embargo, que con las medidas adop-
tadas “hemos evitado que se revalúe “ el dólar.
Ecuador busca repatriar USD 500 millones (El espectador.com 19.10.09)
Ecuador repatriaría la próxima semana 500 millones de
dólares de sus reservas internacionales de corto plazo, como 07- Según el texto, en materia de tasas de interés, los
parte de las medidas que anunció para enfrentar el embate de empresarios colombianos:
la crisis global, informó hoy la ministra de Finanzas, Elsa Viteri. a) abogan por la apreciación.
Ecuador, el socio más pequeño de la OPEP, anunció en b) muestran inseguridad.
agosto pasado que repatriará 1.600 millones de dólares de c) discrepan del gobierno.
la reserva internacional para aumentar el crédito productivo d) relacionan los tipos con la inflación.
e irrigar dinero a la inversión. Esa decisión en relación con e) están conformes.
el dinero depositado en financieras del exterior, que a me-
diados de agosto se ubicó en 4.000 millones de dólares, fue 08- En el texto se dice que las tasas de interés que se
justificada por el Gobierno con el argumento de que con su practican actualmente:
economía dolarizada desde el 2.000 no se requiere de reser- a) elevan la cotización del dólar.
vas y se constituyen en ahorro nacional. b) perjudican las exportaciones.
La economía del país, productor de petróleo, banana y c) deben mantenerse.
flores y con 14 millones de habitantes, se contrajo un 1,06 d) impiden la apreciación del peso.
por ciento en el segundo trimestre del 2009, frente a una ex- e) acentúan la inflación.
pansión de un 8,28 por ciento en el mismo lapso del 2.008.
(El Universal, 16.10.09) Comercio Chile-China
De acuerdo a un informe de Aduanas, China se conso-
04- En el texto se dice que el gobierno ecuatoriano ha lidó como el principal destino de las exportaciones chilenas
decido: con embarques por US$ 8.257 millones –en un intercambio
a) invertir recursos en sus reservas internacionales. bilateral de US$ 11.881 millones– y el único de los socios
b) inyectar dinero en la economía. comerciales hacia donde nuestros envíos crecieron (6,3%)
c) repatriar sus reservas externas. durante los primeros nueve meses de este año (los envíos
d) expandir sus recursos financieros en un 8,28%. totales menguaron un 35%). El incremento registrado en los
e) destinar fondos foráneos al sector productivo. embarques al gigante asiático fue muy superior a las caídas
entre 20% y 68% anotadas en el resto de los países con los
05- De acuerdo con el texto, el regreso de fondos depo- que Chile mantiene intercambio comercial, incluso socios tan
sitados en el extranjero: importantes como la Unión Europea, Aladi y Nafta, destinos a
a) justifica el uso oficial de la moneda estadounidense. los que Chile exportó productos por un monto menor a US$
b) busca fortalecer al país en la OPEP. 6.700 millones.
c) desincentiva el producto interno bruto. Las exportaciones chilenas a Estados Unidos cayeron un
d) reduce las reservas y el ahorro nacional. 32% al pasar de US$ 6.625 millones a US$ 4.495 millones;
e) se explica por la expansión de la economía local. mientras los envíos a Japón bajaron 45% de US$ 3.493 mil-
lones a US$ 1.501 millones. En relación a Europa, El informe
06- Según el texto, la economía ecuatoriana: de Aduanas mostró que la cantidad embarcada también dis-
a) recibirá recursos extranjeros. minuyó en los primeros nueve meses del año (49%) respecto
b) se dolarizará. del mismo lapso de 2.008, debido a La disminución de los
c) se ha recuperado este año. envíos a Italia y Holanda.
d) intenta capear la crisis global. (Diario Financiero, 20.10.09 (texto adaptado)
e) encogió un 8,28% el año pasado.

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LÍNGUA ESPANHOLA

09- En el texto se dice que las exportaciones chilenas: 02- De acuerdo con el texto, las actividades económicas
a) se han reducido a US$ 6.700 millones. marginales en España:
b) rebasan las expectativas para el período. a) disminuirán si suben los impuestos.
c) tuvieron un alza de 35%. b) han aumentado.
d) se han diversificado. c) elevarán las cotizaciones al tesoro.
e) sólo crecieron hacia un destino. d) garantizan un aumento de los ingresos públicos.
e) ocupan a cerca de un millón de parados.
10- De acuerdo con el texto, en el informe de Aduanas
se dice que: 03- Dentro del texto, la palabra «chapuzas» significa:
a) el intercambio con China creció en ambas direcciones. a) pequeñas contravenciones.
b) los envíos a Estados Unidos se redujeron al 32%. b) obras sin arte ni esmero.
c) Europa es la que compró menos productos chilenos. c) contratos temporales.
d) las exportaciones totales de Chile se contrajeron. d) cursos de reciclaje profesional.
e) el comercio exterior chileno da señales de recuperación. e) subsidios fraudulentos.

Respostas: 01-A / 02-D / 03-E / 04-B / 05-A / 06-D / Período recesivo hasta 2010: UNAM
07-C / 08-B / 09-E / 10-D José Luis Calva Téllez, académico del Instituto de Investi-
gaciones Económicas de la Universidad Nacional Autónoma
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – 2009 – ESAF de México (UNAM), dijo que de aprobarse el paquete eco-
nómico del presidente Felipe Calderón, habría una pérdida
ESPANHOL en 2010 de 200 mil empleos y una contracción del Producto
La calle está tranquila Interno Bruto (PIB) de 1.8 por ciento. Para ese especialista, la
Zapatero ha declarado a Newsweek que para compro- inflación alcanzaría 6.1 por ciento anual a causa de las alzas
bar que España no se hunde «sólo hay que salir a la calle». de impuestos; y el déficit de la cuenta corriente se situaría en
Subraya así la paradoja de que no exista conflictividad social 12 mil millones de dólares.
con cuatro millones de parados. Tiene razón en parte, aun- Destacó que esos resultados negativos estarán influen-
que quizá debería preguntarse por qué la calle está tranquila ciados aún por la recesión económica del país, por la carga
y entonces su análisis no podría ser tan complaciente. Se- fiscal que se enfrentaría con la aprobación del presupuesto
gún publicamos hoy, la economia sumergida ha aumentado económico como lo presentó el Ejecutivo federal ante el
el 30% en el verano que ahora finaliza. Es el cálculo de los Congreso; y por la baja inversión que habrá por parte del
inspectores de Trabajo, que han estimado en 320 millones de sector privado. “La Secretaría de Hacienda y Crédito Público
euros la recaudación en multas para 2009, una cifra récord. está esperando que la economía de Estados Unidos levante a
Así pues, en el auge de la economía sumergida – de la que un México, pero en aquel país la recuperación se está enfocando
país no puede sentirse orgulloso, sino todo lo contrario – está a amortizar deudas y por consecuencia el consumo seguirá
la explicación de la calma de la calle, puesto que los parados deprimido”, indicó.
optan por las «chapuzas» para ir tirando. Aquí estaría la ex- (Excélsior, 22/09/09)
plicación de otro dato que Zapatero comentó, asombrado,
ante el Comité Federal: sólo 28.000 parados sin ingresos han 04- En el texto, la locución “de aprobarse” tiene valor:
solicitado los 420 euros, cuando los posibles beneficiarios de a) condicional.
esta medida son en torno a un millón. Como el subsidio lle- b) concesivo.
va aparejada la obligación de asistir a cursos de formación, c) temporal.
tal vez la mayoría de estos desempleados sin ingresos en d) causal.
realidad sí cobran por algún trabajo, aunque no declaran, ni e) imperativo.
cotizan. Ello quiere decir que la política social de Zapatero
se vuelve contra él y contra los que él dice proteger. El em- 05- De acuerdo con las declaraciones del académico de
pleo que se crea es clandestino por las rigideces del mercado La UNAM, recogidas en el texto, en 2010:
laboral y al subir los impuestos aumentará la economía del a) la inflación anual se elevará al 6,1%.
dinero negro. b) igual el sector privado invierte menos.
(El mundo, 22/09/09) c) a lo mejor se expande el PIB.
d) se enfocará la amortización de deudas.
01- En el texto se dice que en España no hay conflictivi- e) puede que desaparezcan empleos en México.
dad social:
a) por la solidez institucional. Los 17 mil chilenos con mayores ingresos entregan el
b) gracias a las prestaciones públicas asistenciales. 35% del impuesto a la renta
c) a pesar del desempleo. En Chile 1.329.297 personas pagan impuestos a la renta,
d) debido a la eficacia de la política laboral del gobierno. ya sea bajo la modalidad de segunda categoría o de global
e) pese al aumento de la recaudación por multas. complementario. A estas se suman otras 6.346.693 que si bien
son formalmente contribuyentes para los registros del Servicio
de Impuestos Internos (SII), en la práctica están en el primer
tramo impositivo, que es cero. De este 1,32 millón de chilenos,

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LÍNGUA ESPANHOLA

el 1,27% está en el tramo más alto de impuestos – con una tasa debido a las dificultades para conseguir fondos que están
marginal del 40% – que es para quienes tienen ingresos de restringidos por la enorme demanda internacional de las na-
cerca de $5,5 millones de pesos mensuales o más. En conjunto, ciones desarrolladas para SUS paquetes de estímulo.
pagan más tributos al año que los bancos o todo el sector co- “A raíz de la crisis el papel del Estado ha crecido a niveles
mercio. De acuerdo con los datos del SII, este grupo es el res- que eran inimaginables años atrás”, dijo Fox, pero el Estado
ponsable del 35,1% de la recaudación por impuesto a la renta; dispone de menos recursos, de forma tal que “este momento
es decir, US$ 908 millones del total de US$ 2.589 millones que exige más de los ciudadanos que pagan impuestos, especial-
los contribuyentes chilenos aportan por este concepto. mente de aquéllos con más ingresos, que deberían tener que
Para el socio principal de Ernst & Young, Cristián Levefre, afrontar una mayor carga tributaria”, indicó. La funcionaria
la cifra demuestra que el grueso del aporte de impuestos lo destacó que según la Organización de Cooperación Económi-
entregan quienes más dinero reciben. Según él, existe una ca y Desarrollo menos de un 4% de los ingresos públicos en
discriminación entre los contribuyentes de los tramos altos. América Latina provienen de pagos de impuestos personales,
Los independientes – muchos de ellos empresarios – tienen comparado con un 27% en las naciones industrializadas.
opciones de desarrollar una planificación tributaria para re- (El Nacional, 29/09/09)
ducir el pago y los dependientes no las tienen. A su juicio,
Chile debería impulsar beneficios para este segmento, como 10- Según el texto, la reactivación económica de América
los que hay en economías más desarrolladas, como EE.UU., Latina tras la crisis financiera global:
Inglaterra y España, donde se deduce por pago de colegios e a) supondrá una mayor regulación de la intervención estatal.
intereses de créditos hipotecarios. b) demandará entre 350 y 400 mil millones de dólares.
(El Mercurio, 25/09/09) c) recabará más de toda la ciudadanía.
d) exigirá entre 350 y 400 millones de dólares.
06- Según el texto, el cobro del impuesto sobre la renta e) incidirá en los paquetes de estímulo de los países de-
en Chile: sarrollados.
a) se concentra en los mayores ingresos.
b) incluye a la mayoría de la población. Respostas: 01-C / 02-B / 03-B / 04-A / 05-E / 06-A /
c) alcanza al 35% de los trabadores. 07-C / 08-D / 09-E / 10-D
d) castiga a los autónomos.
e) es menor entre los empleados bancarios. Analista de Finanças e Controle – 2012 - ESAF

07- En el texto se aconseja: LÍNGUA ESPANHOLA


a) aumentar los tributos al sector bancario. ING no cree que España logre sus objetivos de déficit
b) disminuir los intervalos impositivos. ni en 2012 ni en 2013
c) introducir deducciones por determinados pagos. El banco holandés ING cree que España no logrará sus
d) reducir la tasa marginal de los tramos de impuestos. objetivos de déficit fiscal ni en 2012 ni en 2013, cuando cal-
e) gravar más a los independientes. cula que el desfase entre ingresos y gastos de las cuentas pú-
blicas roce el 5% del PIB, casi dos puntos más de lo previsto
08- En el contexto del texto, “a su juicio” conserva su sen- (6,1% del PIB, por encima del 5,3% previsto por el Gobierno
tido al sustituirse por: este año y 4,9% en 2013, un desfase de casi 21.000 millones
a) a su aire. en comparación con el objetivo de España). Con estas previ-
b) en su prejuicio. siones, los expertos de ING no descartan que el país vaya a
c) a lo suyo. necesitar un rescate que pasaría por pedir ayuda del Fondo
d) en su opinión. Europeo de Estabilidad Financiera para sanear el sistema fi-
e) a regañadientes. nanciero.
“Con la sombría perspectiva económica y la crisis del sec-
09- De acuerdo con el texto, los contribuyentes depen- tor inmobiliario, los bancos españoles podrían necesitar más
dientes chilenos: capital que el previsto actualmente. El sistema bancario tam-
a) se benefician con desgravaciones. bién sigue siendo vulnerable a las presiones de financiación”,
b) están concentrados en los tramos impositivos inter- añade ING. Para el banco holandés, el desequilibrio de las
medios. cuentas españolas se deberá principalmente a que los go-
c) cotizan más que los bancos. biernos autonómicos no cumplirán los objetivos de déficit
d) planifican el pago de sus tributos. fijados, del 1,5% del PIB, mientras que los ingresos del Estado
e) sufren discriminación. serán menores de lo previsto por la recesión de la economía
española, que persistirá al menos hasta finales de 2013, en
Necesidad de préstamos términos interanuales.
Los gobiernos latinoamericanos necesitarán entre 350
y 400 billones de dólares en préstamos en 2010 para reac- (Texto adaptado de Cinco Días.com - Madrid -
tivar sus economías tras la crisis financiera global, según la 24/04/2012. Disponible
vicepresidenta del Banco Mundial para América Latina y el en:http://www.cincodias.com/articulofinanzas-per-
Caribe, Pamela Fox. La obtención de préstamos no será fácil, sonales/ing-cree-espanalogre-
incluso para proyectos de inversión, advirtió la funcionaria, objetivos-deficit-2012 2013/20120424cdscdsfpe_1/)

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LÍNGUA ESPANHOLA

01- De acuerdo con los expertos del banco holandés a) idea de excepción.
ING, El déficit fiscal previsto por las autoridades españolas: b) contraposición de ideas.
a) llegará a 21 mil millones de euros en 2012 y 2013. c) adición de otro elemento.
b) se logrará a duras penas. d) solamente.
c) no se alcanzará. e) afrenta.
d) contribuirá al saneamiento del sistema financiero.
e) supondrá ayudas externas superiores al 5% del PIB. CGR imputó Responsabilidad Fiscal al Ex Gobernador
Luis Alfredo Ramos y dos de sus ex secretarios
02- Según las previsiones del ING, el desfase entre ingre- La Contraloría General de la República (CGR) imputó
sos y gastos de las cuentas públicas españolas en 2012 y 2013: cargos de responsabilidad fiscal, por un presunto detrimen-
a) será consecuencia de la recesión y de incumplimientos to patrimonial superior a $18 mil millones de pesos, contra
en las autonomías. el ex Gobernador de Antioquia, Luis Alfredo Ramos Botero,
b) superará en 5,3% lo previsto por el gobierno. los ex secretarios de Infraestructura Física, Mauricio Restrepo
c) exigirá financiación externa dentro del sistema europeo. Gutiérrez y María Cristina Mesa Zapata, 10 consorcios y unio-
d) se deberá a la crisis del sector inmobiliario. nes temporales que abarcan 20 empresas de obras civiles y
e) estará por debajo del 5% del PIB. la Fundación para el Buen Gobierno (hoy Fundación Cubo).
La decisión se origina al verificar, en más de 22 indagaciones
Europa ha fracasado en la política de empleo: OIT preliminares y procesos fiscales, que hubo deficiencias en
Los gobiernos europeos han fracasado en la política de la planeación contractual, demoras injustificadas en la eje-
empleo, según reporta la Organización Internacional Del Tra- cución de las obras contratadas y adiciones no justificadas,
bajo (OIT) en su nuevo informe “Mundo del trabajo”, donde entre otras irregularidades.
señala que con sus programas de ahorro, los países europeos, De otra parte, es importante señalar que en desarrollo de
sobre todo los del sur, no se han centrado en crear puestos las indagaciones preliminares y procesos de responsabilidad
de trabajo, sino en recortar el déficit. El autor principal del fiscal que se adelantaron en su momento sobre estos hechos,
informe, Raymond Torres, apela en su análisis a los países a en las vigencias 2008 a 2010, se presentaron situaciones irre-
que emprendan “un cambio dramático” en el rumbo político. gulares en la actuación de funcionarios de la CGR de la ge-
Agrega que la estrategia de los países europeos de reducir el rencia departamental de Antioquia de esa época, que fueron
déficit apuntaba a allanar el camino a una mayor inversión y puestos en conocimiento de la Fiscalía General de la Nación,
crecimiento; “pero esas expectativas no se han cumplido”, por Regional Medellín.
su incapacidad de estimular la inversión privada. (Adaptado de Controlaría General de la República de
El director de la investigación señala que “la intensa con- Colombia, 16.04.12)
centración de muchos países de la eurozona en La política de
ahorro ha profundizado la crisis de empleo y podría conducir 05- En el texto se dice que la Contraloría General de Co-
a más recesión en Europa”. Por el contrario, aquellos países lombia:
que apuestan por una política de fomentar el empleo arrojan a) calculó pérdidas patrimoniales de $18 mil millones de
mejores datos económicos. “Tenemos que observar bien esa pesos, imputables al ex Gobernador de Antioquia.
experiencia y sacar conclusión de ello”, añadió. Desde 2011 el b) informó a la Fiscalía sobre la participación de funcio-
desempleo vuelve a crecer. narios de la CGR en actos de cohecho.
Y especialmente problemático considera esta agencia de c) abrió 22 procesos contra el ex Gobernador de Antio-
la ONU el desempleo juvenil y de larga duración. Para los paí- quia y funcionarios de su gobierno.
ses industrializados, la OIT no espera una recuperación en las d) reconoció la implicación de funcionarios suyos en El
cifras del desempleo hasta 2016, cuando habrá cifras como desvío de recursos públicos.
las de antes de la crisis de 2008. e) acusó al ex Gobernador y descubrió irregularidades en
la actuación de funcionarios de la CGR.
La Jornada en línea 30.04.12 http://www.jornada.
unam.mx/ Respostas: 01-D / 02-B / 03-A / 04-C / 05-A
Últimas/2012/04/30/103310864-acusa-oit-a-euro-
pa-de-fracasar-en-la política-de-empleo) ENGENHARIA – 2011 - CESGRANRIO
ESPANHOL
03- Según el texto, la política europea de empleo ha fra- Texto I
casado porque: Wikileaks y la transparencia energética
a) se han incumplido los programas de austeridad. Las filtraciones de Wikileaks que están sacudiendo a la
b) ha aumentado el desempleo juvenil. opinión pública mundial también hablan de energía y no, en
c) ha habido un cambio de modelo productivo. este caso, para contar cotilleos sino para mostrar la inseguridad
d) ha continuado alto el déficit fiscal. que rodea la geopolítica del gas, del petróleo y de la energía
e) ha faltado incentivo a la inversión. nuclear. Los negocios del gas que tanto perjudican a la segu-
ridad europea, el descontrol en torno a la energía nuclear y la
04- En las líneas 5 y 6 del texto (…no se han centrado en búsqueda de uranio, las cifras infladas del petróleo, los riesgos
crear puestos de trabajo, sino en recortar el déficit), La pala- en torno a oleoductos y rutas de abastecimiento, el desastre de
bra “sino” denota: la cumbre de Copenhague sobre cambio climático, son algunas

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LÍNGUA ESPANHOLA

de las revelaciones de estos documentos del Departamento de Javier García Breva es presidente de la Fundación Re-
Estado norteamericano que confirman y ratifican los riesgos de novables.
mantener un sistema energético dependiente al 100% de fuen- Fuente: El País
tes energéticas que no podemos controlar en absoluto, ni en Disponible en: http://calentamientoglobalclima.org/
sus costes, ni en sus precios ni en sus riesgos. (Adaptado)
En Wikileaks también se puede leer cómo el Ministro del
Petróleo de Arabia Saudí apoyó decididamente la energía solar 01- El fragmento del Texto I que permite identificar una
para evitar la mala imagen de los países petroleros que se opo- crítica explícita del autor es:
nían a la reducción de emisiones en la cumbre de Copenhague. (A) “El precio del CO2 se va a multiplicar hasta 2020 (…).”
El mismo doble lenguaje que se utiliza con las energías reno- (línea 25-26)
vables se aplica también a la lucha contra el cambio climático. (B) “Cada vez es más evidente que la pasividad va a resul-
El precio del CO2 se va a multiplicar hasta 2020 y su impacto tar más cara.” (línea 30-31)
en la economía va a ser mayor a partir de 2012, cuando los
(C) “La contaminación atmosférica ya provoca más muer-
derechos de emisión no se repartan gratuitamente; mientras,
tes que la carretera (…).” (línea 31-32)
tan sólo una décima parte de las empresas lo tienen en cuenta.
(D) “La Agencia Española de Meteorología ha anunciado
Cada vez es más evidente que la pasividad va a resultar más
cara. La contaminación atmosférica ya provoca más muertes que un incremento de 6 grados de la temperatura en los próxi-
la carretera y se extiende como una nueva epidemia invisible con mos 60 años.” (línea 38-40)
costes cada vez mayores. En nuestras costas es frecuente ver (E) “La crisis de 2008 tuvo su origen en la subida de los
cómo todos los años se repone la arena de las playas y los daños precios del crudo en el verano de 2004 (…).” (línea 51-52)
de sus paseos marítimos por los fenómenos cada vez más extre-
mos del clima y de los mares. La Agencia Española de Meteoro- 02- La lectura del primer párrafo posibilita inferir que Wi-
logía ha anunciado un incremento de 6 grados de la temperatura kileaks a veces tiene como objetivo reproducir:
en los próximos 60 años cuando el riesgo admitido tan solo es (A) descontrol
de 2 grados. ¿Alguien ha calculado el coste económico y de bie- (B) riesgos
nestar de un cambio tan espectacular? Ningún gobierno piensa (C) chismes
en periodos de décadas y a pesar de que las evidencias crecen, (D) inseguridad
se prefiere un discurso más complaciente o simplemente ignorar (E) filtraciones
el riesgo del cambio climático. Los resultados de la cumbre de
Cancún esconden una nueva falta de transparencia y la misma 03- Acerca de las palabras costas (línea 34) y costa (línea
codicia que está en el origen de la crisis financiera de 2008 y de 59) se afirma que:
la que en estos momentos ya se está gestando. (A) la primera tiene como idea fatiga o dispendio causa-
La crisis de 2008 tuvo su origen en la subida de los precios do por algo.
del crudo en el verano de 2004 que acabó provocando la subi- (B) la segunda se refiere a orilla, sea del mar, de un río o
da de los tipos de interés y la ruina de las hipotecas basura. Seis de un lago.
años después el petróleo vuelve a encarecerse; ahora debería- (C) la segunda forma parte de una locución equivalente
mos estar advertidos. Todo el mundo parece saber el coste de a: A expensas de, por cuenta de.
las renovables pero nadie conoce el coste real de los combus- (D) la última significa parte posterior del tronco de un
tibles fósiles y de la energía nuclear a medio y largo plazo. (...) Y animal y solo se usa en plural.
aún a costa de no difundir que los pequeños avances registra- (E) poseen significados equivalentes con una simple di-
dos, como la reducción de emisiones en el sector energético, se
ferencia de número.
han debido a la mayor producción de renovables.
Urge resolver estas contradicciones: no se puede defender
04- De acuerdo con el autor:
la creación de empleo a través de la economía verde con una
(A) la contaminación atmosférica, además del gran nú-
regulación que los destruye y deslocaliza la industria nacional de
renovables; no se puede defender las renovables en los discursos mero de muertes que ya ha provocado, sigue aumentando y
e imponer, a la vez, un mayor consumo de carbón y de gas. Es presupone costes todavía mayores.
preciso pasar de una cultura energética que promueve el mayor (B) la ruina de las hipotecas basura y la subida de los
consumo de combustibles fósiles a otra que se base en el ahorro tipos de interés son los hechos que deflagraron las crisis de
de energía y de emisiones de CO2. No se trata de crear nuevos 2004 y 2008.
impuestos, sino de incentivar fiscalmente los hábitos de ahorro (C) los resultados de la cumbre realizada en Cancún han
sobre el despilfarro y promover de esta manera el uso racional de escondido las consecuencias negativas de la crisis financiera
la energía. Hace años lo conseguimos con la cultura del agua y de 2008.
hoy nadie lo cuestiona. Hagamos lo mismo con la energía. Esa es (D) el impacto del precio del CO2 en la economía em-
la propuesta de corresponsabilidad de la Fundación Renovables, pezará en el año de 2012 y seguirá hasta 2020, a partir de la
porque esa nueva cultura energética no corresponde en exclu- repartición de sus derechos gratuitos de emisión.
siva al consumidor eléctrico sino a todos los consumidores de (E) es imprescindible la defensa de las renovables en los
energía, en las empresas, el transporte, los hogares y las ciuda- discursos y, a la vez, la imposición de un gran consumo de
des. Es una cuestión de equidad y de transparencia, la misma que carbón y de gas.
nos hace creer firmemente que la sociedad civil no ha muerto.

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LÍNGUA ESPANHOLA

05- El último párrafo posibilita inferir que él término ah- ADMINISTRAÇÃO – 2011 - CESGRANRIO
orro (línea 71) en el texto significa el resultado de: ESPANHOL
(A) diferenciar, variar, desunir o desviar. Texto I
(B) evitar un gasto o consumo mayor. Lo que nos enseñan a los economistas
(C) exceder de lo debido. Muhammad Yunus
(D) contravenir a lo razonable. Discurso de aceptación del premio “Ayuda a la Auto-ayu-
(E) quebrantar un precepto. da” de la Fundación Stromme. 26 de septiembre de 1997,
Oslo, Noruega. No me enseñaron a entender la iniciativa per-
06- El conectivo sino en “No se trata de crear nuevos sonal. Me enseñaron, como a todos los estudiantes de cien-
impuestos, sino de incentivar fiscalmente los hábitos de ah- cias económicas, a creer que toda la gente, a medida que va
orro sobre el despilfarro y promover de esta manera el uso creciendo, debe prepararse para conseguir empleo en el mer-
racional de la energía” (línea 72-75) denota idea de: cado laboral. Si Ud. No logra conseguir un puesto, se inscribe
(A) concomitancia para recibir ayuda del gobierno. Pero no podía sustentar estas
(B) coincidencia creencias cuando me enfrenté a la vida real de los pobres en
(C) espacio Bangladesh. Para la mayoría de ellos, el mercado de trabajo
(D) explicación no significaba mucho. Para sobrevivir, se concentraban en sus
(E) adversidad propias actividades económicas. Pero las instituciones políti-
cas y económicas no se daban cuenta de su lucha. Eran re-
07- La historia del Texto II se desarrolla desde: chazados por las instituciones formales, sin haber hecho nada
(A) relato de experiencia para merecerlo. Me asombraba ver como sufrían los pobres
(B) contra argumentación porque no podían conseguir una pequeña suma de capital de
(C) elementos de fábulas trabajo - la cantidad que necesitaban era inferior a un dólar
(D) simultaneidad de hechos por persona. Algunos de ellos sólo podían conseguir el dinero
(E) crítica a la humanidad en condiciones muy injustas. Tenían que vender los bienes al
prestamista al precio arbitrario que él decidía.
08- El conocimiento acerca de las tiras cómicas y los ele- Creamos instituciones y políticas basadas en la manera en
mentos no verbales permiten afirmar que la conversación en que hacemos suposiciones sobre nosotros y otros. Aceptamos
el Texto II se establece entre el chico y: el hecho que siempre habrá pobres entre nosotros. Por eso he-
(A) un personaje que no forma parte de la tira. mos tenido gente pobre entre nosotros. Si hubiéramos creído
(B) el muñeco que tiene en las manos. que la pobreza es inaceptable para nosotros, y que no debe
(C) otro personaje en la propia tira. pertenecer a un mundo civilizado, habríamos creado institucio-
(D) sus amigos. nes y políticas apropiadas para crear um mundo sin pobreza.
(E) la conciencia ambiental. Queríamos ir a la Luna - y fuimos a ella. Queríamos comuni-
carnos unos con otros muy rápidamente - por lo que hicimos
09- En el segundo cuadro de la tira se identifica: los cambios necesarios en la tecnología de las comunicacio-
(A) narración omnisciente en tercera persona. nes. Logramos lo que queremos lograr. Si no estamos logrando
(B) oposición a lo que se dice el primer cuadro. algo, mi primera sospecha recae sobre la intensidad de nuestro
(C) contradicción entre los elementos verbales. deseo de lograrlo. Creo firmemente que podemos crear un
(D) remisión a otro texto de conocimiento general. mundo sin pobreza, si queremos. En ese mundo, el único lu-
(E) antagonismo en lo que se refiere a la totalidad de la gar para ver la pobreza es en un museo. Cuando los escolares
historia. visiten el museo de pobreza, se horrorizarán al ver la miseria e
indignidad de los seres humanos. Culparán a sus antepasados
10- Acerca de los Textos I y II se asevera que: por tolerar esta condición inhumana de una manera masiva.
(A) el segundo presenta lenguaje informal con exceso de Grameen me ha enseñado dos cosas: primero, nuestra
jergas. base de conocimientos sobre las personas y como actúan to-
(B) el enunciador del Texto I es neutro e imparcial. davía es inadecuada; segundo, cada persona es muy impor-
(C) los dos presentan foco descriptivo de los objetos. tante. Cada persona tiene gran potencial. Ella sola puede influir
(D) la temática acerca del medio ambiente es común. en las vidas de otros en comunidades, y naciones - dentro y
(E) solamente el Texto II presenta una crítica explícita. más allá de su propio tiempo. Cada uno de nosotros tene-
mos en nuestro interior mucho más de lo que hemos tenido
Respostas: 01-B / 02-C / 03-C / 04-A / 05-B / 06-E / 07-A oportunidad de explorar hasta ahora. A menos que creemos
/ 08-C / 09-D / 10-D un ambiente favorable para descubrir los límites de nuestro
potencial, nunca sabremos lo que tenemos dentro. Grameen
me ha dado fe, una fe inquebrantable en la creatividad de los
seres humanos. Esto me lleva a creer que los seres humanos no
nacen para sufrir la desdicha del hambre y la pobreza. Sufren
ahora, y sufrieron en el pasado porque ignoramos al tema.
Disponible en: <http://isis.faces.ula.ve/computa-
cion/emvi/textos/
yunus-economia.htm>. Acceso en: 09 oct. 2011.

17
LÍNGUA ESPANHOLA

01- “No me enseñaron a entender la iniciativa personal. Texto II


Me enseñaron, como a todos los estudiantes de ciencias eco- Los nadie
nómicas, a creer que toda la gente, a medida que va creciendo, Eduardo Galeano
debe prepararse para conseguir empleo en el mercado laboral.” Sueñan las pulgas con comprarse un perro y sueñan los
(líneas 1-5) La locución conjuntiva destacada en el fragmento nadie con salir de pobres,
aporta, en ese contexto, un sentido: que algún mágico día llueva de pronto la buena suerte,
(A) causal que llueva a cántaros la buena suerte;
(B) condicional pero la buena suerte no llueve ayer, ni hoy, ni mañana,
(C) consecutivo ni nunca.
(D) final Ni en lloviznita cae del cielo la buena suerte,
(E) temporal por mucho que los nadie la llamen,
aunque les pique la mano izquierda,
02- En el primer párrafo del Texto I el pronombre usted o se levanten con el pie derecho,
(Ud.) tiene valor de: o empiecen el año cambiando de escoba.
(A) acercamiento Los nadie: los hijos de nadie, los dueños de nada.
(B) funcionalidad Los nadie: los ningunos, los ninguneados, corriendo la liebre,
(C) discontinuidad muriendo la vida, jodidos, rejodidos.
(D) generalización […]
(E) informalidad Que no hablan idiomas, sino dialectos.
Que no profesan religiones, sino supersticiones.
03- En el título del Texto I es posible comprender que el Que no hacen arte, sino artesanía.
pronombre nos se refiere a los: Que no practican cultura, sino folklore.
(A) concentrados en las actividades de ciencias económicas Que no son seres humanos, sino recursos humanos.
(B) economistas como aprendices Que no tienen cara, sino brazos.
(C) miembros del mercado laboral
Que no tienen nombre, sino número.
(D) electores del autor como ganador del premio
Que no figuran en la historia universal,
(E) profesores de ciencias económicas
sino en la crónica roja de la prensa local.
Los nadie, que cuestan menos que la bala que los mata.
04- Una idea presente en el tercer párrafo es:
Disponible en: <http://info.nodo50.org/Los-nadies.
(A) el mundo civilizado ha sido responsable por la situación
actual de los pobres. html>. Acceso en: 09 oct. 2011. Adaptado.
(B) el mundo solo puede mejorar desde nuevas políticas
públicas. 07- Por medio del uso del modo subjuntivo en el Texto
(C) la injusta realidad existente en el mundo se debe a las II, Galeano:
instituciones políticas. (A) aporta sus dudas con relación a la condición de los nadie.
(D) las clases políticas son las únicas capaces de extinguir (B) enseña sus propias ganas y asimismo opiniones acer-
las diferencias sociales. ca del tema.
(E) los antepasados no tienen la responsabilidad de las (C) expresa las condiciones reales contra las cuales combate.
condiciones inhumanas de hoy. (D) indica lo que serían los deseos de los nadie.
(E) niega los hechos producidos por la realidad.
05- Muhammad Yunus hace algunos análisis relativos a su en-
torno y la que encuentra correspondencia de sentido en el texto es: 08- A lo largo de un texto, los autores, en general, usan va-
(A) La vida en comunidades es la solución capaz de elimi- rias designaciones que se refieren a una misma expresión con
nar el hambre, la pobreza y las diferencias sociales en general. la finalidad de evitar repeticiones innecesarias. En el Texto II, la
(B) Las iniciativas de los estudiantes de económicas que se única expresión por la cual NO se puede sustituir los nadies es:
preparan para el mercado de trabajo son incomprensibles. (A) hijos de nadie (línea 10)
(C) Las condiciones inhumanas en las que vive gran parte (B) dueños de nada (línea 10)
de la población se tienen que transformar en cosa del pasado. (C) ningunos (línea 11)
(D) Los conocimientos que tenemos acerca de las personas (D) ninguneados (línea 11)
aún hoy día actúan de forma inadecuada. (E) corriendo la liebre (línea 11)
(E) No se puede culpabilizar a los hombres en general por
las diferencias sociales, sino a las clases políticas. 09- Entre las líneas 13 y 21 del Texto II se identifican di-
versas oposiciones que indican:
06- “Para sobrevivir, se concentraban en sus propias activi- (A) el menosprecio de los excluidos en lo que atañe a los ricos.
dades económicas.” (líneas 10-12) En el Texto I, en el pronom- (B) el poco valor que se le otorga a lo que viene de los
bre sus se refiere a: excluidos sociales.
(A) creencias (C) la contradicción entre lo que desean las clases domi-
(B) economistas nantes y dominadas.
(C) estudiantes de económicas (D) la legitimación de la lucha de los que desean cambiar algo.
(D) instituciones políticas (E) los objetos que representan los resultados de las cla-
(E) pobres de Bangladesh ses menos privilegiadas.

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LÍNGUA ESPANHOLA

10- El Texto II presenta la idea de que: estructurales disponibles a nivel europeo, la introducción de
(A) la historia universal se cuenta para ilusionar y engañar una tasa a las transacciones financieras, la creación de una base
a los excluidos. imponible justa y la lucha contra el fraude fiscal. (EFE)
(B) la prensa local y la prensa roja ignoran a los desfavo- Disponible en: :
recidos. <http://laverdad.es/agencias/20110916/economia/
sindicatos-europeos-presentan-receta-con-
(C) las supersticiones son insuficientes para cambiar la tra-201109161528>.
vida de la gente pobre. Acceso en: 30 sept. 2011. Adaptado.
(D) los desfavorecidos cuentan con la lluvia para mejorar
sus cosechas. 01- Además de la voz del autor, la noticia reúne voces de
(E) los nadie aceptaron su destino y ya no esperan por otras personas, cuya función sería aportarle al texto:
mejores días. (A) autoridad
(B) cohesión
Respostas: 01-E / 02-D / 03-B / 04-A / 05-C / 06-E / 07-D (C) creatividad
/ 08-E / 09-B / 10-C (D) oposición
(E) realidad
TÉCNICO(A) DE ARQUIVO – 2011 - CESGRANRIO
ESPANHOL 02- En el quinto párrafo, se puede sustituir el término
Texto I ralentización (línea 26), sin perjudicar el sentido del texto, por:
Sindicatos europeos presentan su receta contra la crisis (A) especulación
Crisis en Europa (B) financiación
La Confederación Europea de Sindicatos (CES) presentó hoy (C) lentificación
su receta contra la crisis en Breslavia (Polonia), donde se cele- (D) restructuración
bra una reunión de ministros de Finanzas de la Unión Europea. (E) sindicalización
La CES ha convocado una manifestación para el sábado en la
03- El Texto I aborda actitudes y comportamientos de
ciudad polaca, en la que calcula que participarán unos 40.000
personas y entidades. Con relación a eso, ¿cuál de las siguien-
trabajadores de toda Europa.
tes lecturas encuentra correspondencia de sentido en el texto?
La “euro manifestación” recorrerá las calles de Breslavia para
(A) El presidente de los sindicatos, Ignacio Fernández
mostrar el desencanto con las medidas de austeridad y pedir a
Toxo, asevera que no se puede permitir de ninguna forma
los titulares de Economía comunitarios medidas urgentes que
que los mercados financieros y las agencias de calificación
permitan la creación de empleo en el continente.
sean los que manejen la situación.
“Después de dos años de una crisis devastadora, los líderes (B) El secretario general de la CCOO afirma que los Fon-
europeos deben apostar por la solidaridad y no dejar que los dos estructurales disponibles a nivel europeo y el Fraude
mercados financieros y a las agencias de calificación tomen el Fiscal son los principales responsables de la crisis que se ha
mando”, explicó la secretaria general de la CES, Bernadette Ségol. instaurado en Europa.
El presidente de la CES y secretario general de CCOO (Es- (C) La Confederación Europea de Sindicatos (CES) pro-
paña), Ignacio Fernández Toxo, lamentó las malas políticas de- puso medidas de austeridad que impiden a los titulares de la
sarrolladas por la Unión Europea (UE), especialmente “a partir de Economía seguir con la creación de empleo en el continente.
mayo de 2010”, ya que “han puesto el acento en la reducción del (D) La secretaria general de la CES se compadece del au-
déficit público, lo que a su vez está provocando una ralentización mento de los paros, de la calidad precaria de las condiciones
en la salida de la crisis y el aumento del desempleo”, dijo. de trabajo y también de la presión sobre los salarios y sobre
Toxo presidirá la manifestación de mañana, que transcurrirá el sistema de relaciones laborales.
por la capital de la Silesia polaca mientras los ministros de Econo- (E) Los poloneses han hecho una manifestación en Bres-
mía de la UE mantienen a escasos metros un encuentro informal lavia en contra las medidas de austeridad y las medidas ur-
para debatir el futuro del rescate a Grecia y las medidas para su- gentes que permiten la creación de empleo en el continente.
perar la crisis del euro.
“Es preciso resolver de forma urgente el segundo rescate 04- En el tercer y cuarto párrafo del Texto I, se encuen-
griego y es preciso enviar un mensaje urgente al mundo finan- tran varias comillas. La justificación para su uso es:
ciero que deje claro que Europa está dispuesta a sostener la mo- (A) 3er - destacan una palabra que forma parte del cas-
neda única”, explicó el sindicalista español, quien defendió que tellano.
así se evitarán movimientos especulativos como los que provo- (B) 3er - determinan enumeración de elementos.
caron “una situación dramática como la vivida en el pasado mes (C) 4o - marcan la introducción de voz distinta a la del
de agosto”. autor.
“Nos encontramos en un tiempo muy difícil y en ocasiones (D) 4o - traducen un equívoco del autor.
sentimos que estamos al borde del colapso”, reconoció Ségol, (E) En los dos párrafos porque señalan el discurso di-
que lamentó el aumento del paro, la precariedad laboral y la recto libre.
presión sobre los salarios y el sistema de relaciones laborales. La
CES recordó que sus recetas pasan por la solidaridad en Europa,
incluyendo la activación de los eurobonos, el uso de los fondos

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LÍNGUA ESPANHOLA

05- En el texto I, el conectivo mientras (línea 29) tiene Artículo 19 asegura que la periodista cuenta con una am-
sentido de: plia red de apoyo y que su estado anímico es bueno. “Ella es
(A) adversidad una persona muy fuerte, muy consciente de los riesgos que
(B) analogía sufre, pero a la vez muy apegada a sus convicciones. Por eso
(C) causa sabe que esta lucha no es sólo por ella, sino también por
(D) comprobación muchos otros periodistas”.
(E) concomitancia La activista empezó a recibir amenazas y agresiones des-
pués de publicar en el año 2005 el libro Los Demonios del
06- En el texto I, a escasos metros (líneas 30-31) es una Edén, en el que denunció una red de pornografía infantil que
locución: habría actuado con el conocimiento y la protección de políti-
(A) causal cos y empresarios de los estados de Quintana Roo y Puebla.
(B) consecutiva Internet: <http://internacional.elpais.com> (adaptado).
(C) temporal
(D) de lugar 01- Según el texto, Lydia Cacho:
(E) de conformidad A) es una periodista que fue amenazada cuando estaba
07- Una de las conclusiones a la cual se puede llegar por en su oficina.
medio del análisis de la viñeta es que: B) afirmó que jamás regresará a México.
(A) el autor del chiste en un dado momento se dirige C) recibió una llamada amenazadora por equívoco; en
directamente hacia el lector. realidad, la amenaza iba dirigida a un compañero.
(B) el tema regional elegido dificulta la comprensión del D) está escondida en algún lugar de México.
texto. E) ejerce una profesión que está relacionada con la infor-
(C) la coherencia se construye por medio de elementos mación y la investigación.
no verbales.
(D) la última viñeta comprueba la compasión del banquero. 02- El vocablo “suceso” (R.5) podría sustituirse correcta-
(E) ambos los interlocutores utilizan el tratamiento formal. mente por:
08- En el Texto II, en “Ya sabes lo que dice nuestra publi- A) investigación.
cidad”, el lo se refiere a: B) presunto.
(A) Entre “banco” y “cobran” solo hay una letra de dife- C) secuestro.
rencia. D) hecho.
(B) Para nosotros tú eres lo más importante. E) éxito.
(C) ¿Qué más quieren?
(D) Queremos tu sangre, tus huesos, tu piel. 03- De acuerdo con el texto:
(E) Te queremos a ti. A) Lydia Cacho muestra señales de arrepentimiento del
trabajo que realiza.
Respostas: 01-A / 02-C / 03-D / 04-C / 05-E / 06-D / 07-A B) las amenazas que Lydia Cacho está recibiendo son re-
/ 08-B cientes.
C) el Estado ha respondido rápida y eficazmente a la si-
Oficial Combatente – 2012 - CESP tuación vivida por Lydia Cacho.
Espanhol D) en 2005 Lydia Cacho publicó una obra en la que de-
La periodista Lydia Cacho abandona nuncia la ocurrencia de abuso infantil con el beneplacito de
México tras las últimas amenazas algunos políticos y empresarios.
La periodista Lydia Cacho ha decidido abandonar México E) Lydia Cacho se siente bastante abandonada por sus
después de haber recibido varias amenazas de muerte en las compañeros en su lucha.
últimas semanas. Cacho ha aclarado que su marcha es tem-
poral. “Sólo Salí mientras hacemos estrategia de seguridad. Respostas: 01-E / 02-D / 03-D
Nadie me sacará de mi hogar”.
El último suceso que empujó a la escritora a tomar esta PROFESSOR DE ESPANHOL – 2011 - CLICK
decisión fue la amenaza recibida mientras se encontraba en su Espanhol
domicilio de Cancún. La página web de Amnistía Internacional El daño del tabaco se manifiesta desde el primer cigarrillo
México cuenta que Cacho atendió una llamada al creer Un estudio detecta anomalías genéticas en todos los
que se trataba de un compañero de trabajo que intentaba pulmones expuestos al humo los genes de los pulmones se
localizarla. alteran desde el primer momento en que entran en contacto
Ricardo González, portavoz de Artículo 19, ha confir- con el humo del tabaco. Así lo ha descubierto un trabajo del
mado que la periodista estará “momentáneamente fuera de Hospital Presbiteriano de Nueva York y la facultad de Medici-
México hasta que se den las condiciones para que pueda de- na Cornell, que han analizado material de 121 personas. Entre
sarrollar su vida dentro con normalidad”. La asociación que ellas había fumadores habituales, ocasionales y no fumadores.
defiende los derechos de los profesionales de la comunica- Para medir su exposición al humo se buscaron los metabolitos
ción considera que el Estado ha respondido de manera “muy de la nicotina en su orina. Y el resultado fue una relación di-
lenta y a cuentagotas” en este caso. recta: a más exposición, más alteraciones genéticas y esto es
lo importante en este caso, que no había humo sin cambios.

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LÍNGUA ESPANHOLA

“Hemos encontrado efectos directos en el funcionamien- 04- “Hemos encontrado efectos directos en el funciona-
to de los genes de las células de la pared de los bronquios miento de los genes de las células de la pared de los bron-
y alveolos incluso a los niveles más bajos de exposición” al quios y alveolos incluso a los niveles más bajos de exposi-
humo, ha dicho Ronald Crystal, director del estudio. Lógica- ción” - La palabra destacada en negrito del fragmento
mente, “el efecto genético es mucho menor”entre quienes no podría ser perfectamente sustituida sin alteraciones en
fuman “que en los fumadores habituales, pero eso no impli- el significado de la oración por:
ca que no haya consecuencias para su salud”. “Esos defectos a) habría una perfecta sustitución con el empleo de
genéticos son como los canarios que se usaban en las minas “aun”.
para detectar el grisú”, continúa su explicación Crystal. “En b) podrá ser sustituida por “por lo menos”.
los no fumadores pía un poco; en los fumadores, gritan”. Los c) podría ser sustituida por “también”.
autores creen que sus conclusiones son un claro apoyo para d) habría una perfecta sustitución con el empleo de
las regulaciones más restrictivas del tabaco de segunda mano “aún”.
(el que inhalan los no fumadores).
El trabajo lo ha publicado American Journal of Respiratory En el texto, los personajes hablan , hablan entre ellos ,
and Critical Care Medicine. exponer ideas. Cuando el narrador cuenta lo que decían, la
http://www.elpais.com/articulo/sociedad/dano/taba narrativa inserta una línea que no es el suyo , cita habla de
co/manifiesta/primer/cigarrillo/elpepusoc/2010082 su compañero . Hay tres formas principales para reproducir
0elpepusoc_5/Tes el discurso de los personajes : el habla directa, indirecta y
habla del discurso indirecto libre .
01- En el siguiente fragmento del artículo de perió-
dico – “Los genes de los pulmones se alteran desde el primer citación directa
momento en que entran en contacto con el humo del taba- “Lejos de los ojos...”
co…”- la palabra destacada en negrito está:
a) mal empleada, pues debido a la palabra momento, lo - ¡Padre mío! John Aguiar dijo con un tono de resenti-
miento que ha embrujado al Comandante .
correcto sería la apócope “primer”
- ¿Qué es? Preguntado esto.
b) mal empleada, pues la palabra momento en español
John Aguiar no respondió. Frente y El Comandante ar-
es femenina
rugou cuestionó el hijo ruptura silenciosa . No lea más adi-
c) adecuadamente empleada, pues está acompañada
vinado algo desastroso ; desastroso , significaba para
por el artículo masculino en el singular
los cálculos de la configuración política o asuntos polí-
d) adecuadamente utilizada, pues acompaña el artículo
tico- civil, como el mejor nombre.
masculino en el singular y la palabra momento
- ... Si usted comenzó diciendo Commander te des por
02- “Así lo ha descubierto un trabajo del Hospital vencido .
Presbiteriano de Nueva York y la facultad de Medicina - Que yo saliendo? Alegremente interrumpió el hijo .
Cornell, que han analizado material de 121 personas” – Machado de Assis . Cuentos . 26 Ed Sao Paulo , Áti-
Sería posible decir que el autor ha utilizado el Pretérito ca, 2002 , p . 43 .
Perfecto del Indicativo en las dos situaciones destacadas
porque: El narrador introduce el discurso de los personajes, un
a) al autor le gusta este tiempo del Pretérito ya que es padre y su hijo, y luego , como quien pasa la palabra a ellos
compuesto. y les permite hablar. Vemos que las partes introductorias
b) el autor se refiere a un estudio y descubierta recientes, pertenecen al narrador (por ejemplo, Juan Aguiar dijo con
por eso emplea el Pasado Perfecto. un tono de resentimiento que está embrujado Comandan-
c) ha sido apenas una opción verbal más, una vez que te ) y las líneas , los personajes, (por ejemplo, Mi padre).
cualquier tiempo del pasado desarrollaría la misma función. El estilo directo es el recurso de citar el discurso de otro
d) el autor se refiere a un estudio y descubierta muy an- en el que el narrador introduce el discurso del otro, y luego
tiguos, por eso emplea el Pasado Perfecto. reproduce literalmente su intervención .
Las comillas son:
03- La expresión señalada en el siguiente fragmento
del texto equivaldría, en portugués, a: - El discurso de los personajes es, en principio , anun-
“Los autores creen que sus conclusiones son un claro apoyo ciada por un verbo ( dijo y se detuvo y le preguntó si el niño
para las regulaciones más restrictivas del tabaco de segunda y empezó a decir que si el padre) llamado “verbo de decir”
mano (el que inhalan los no fumadores)” (cómo reclutar, réplica, indicando , Get- operar declaran y
a) do cigarro mais barato. similares) que puede aparecer antes o después de la mitad
b) do cigarro de menor qualidade. del discurso de los personajes (en nuestro caso, se produjo
c) do fumo restrito. después);
d) do fumo passivo. - El discurso de los personajes aparecen claramente
separado del narrador habla, entre comillas , dos puntos,
guiones o comas;

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LÍNGUA ESPANHOLA

- Pronombres personales, tiempos verbales y palabras cuenta que las frases en estilo directo tiene las formas in-
que denotan el espacio y el tiempo (por ejemplo, los pro- terrogativas, exclamativas e imperativas que se convierten,
nombres demostrativos y adverbios de lugar y tiempo) se en el discurso indirecto, en las oraciones declarativas .
utilizan en relación con el carácter de la persona, el mo-
mento en que habla dice “yo”, el espacio en que se encuen- Ella me preguntó: ¿quién está ahí?
tra aquí y es tiempo de hablar es ahora. Ella preguntó quién estaba allí.
Estilo Indirecto Las interjecciones y los vocativos desaparecen en el
discurso directo o estilo indirecto tiene su valor semántico
Observar un fragmento del mismo cuento de Machado explícito, es decir , se traduce el significado que expresan.
de Assis :
El loro dijo: ¡Oh! Aquí viene el zorro.
“Un día, Serafina Tavares recibió una carta diciéndole El loro dijo admirado (explicación del valor semántico
que nunca volver a casa de su padre, por lo que has de- de la interjección ¡oh!) Que la distancia llegó el zorro.
mostrado en los últimos tiempos malo de la película que Si el discurso citado (el habla Personaje) incluye un “yo”
había estado allí .” o “usted” que no se encuentran entre las personas que ci-
tan el discurso (discurso del narrador) , se convierten en
Idem . Ibid, p. 48 . un “él”, como el discurso citado contiene una “aquí” no se
corresponde con el lugar de su entrega citando el discurso
En este caso el narrador menciona que Tavares dijo , se convierte en un”no”.
Serafina, utiliza otro procedimiento: no reproduce literal-
mente las palabras de Tavares, pero se comunica con sus Peter dijo que en París: - Aquí me siento bien.
palabras, lo que dice el personaje. El discurso de Tavares no
llega al lector directamente, sino por una indirecta, es decir, I (el discurso citado persona que no está citando el dis-
a través de las palabras del narrador. Por esta razón, este curso) lo convierte; aquí (espacio discurso citado que es
recurso se llama el estilo indirecto. diferente del lugar donde se pronunció el discurso citando
Entre las principales marcas de estilo indirecto son: a) se convierte allí:

- Los informes de los personajes también se ha intro- - Pedro dijo que se sentía bien allí.
ducido por un verbo de decir;
- Los informes de los personajes son directamente Si la persona citada expresión, es decir, el discurso del
cláusula subordinada objetivo sustantivo del verbo que de- personaje (yo, tú, él) tiene un correspondiente citando el
cir y por lo tanto, se separan de la voz del narrador por una discurso, que ocupa el estado que tiene en esta última.
partícula introductoria normalmente “ que” o “ si “;
- Pronombres personales, tiempos verbales y palabras María me dijo: - Te quiero .
que denotan el espacio y el tiempo (como los pronombres
demostrativos y adverbios de lugar y tiempo) se utilizan y El discurso de “usted”, citado corresponde al “ yo” de
se comparan con el narrador , cuando habla y el espacio citar . Así que “usted” es “yo”:
que se encuentra .
- María me dijo que me amaba .
La aprobación de Estilo indirecto directo a voz
Con respecto a los tiempos, el más común es que el
Pedro dijo: verbo es decir, en el tiempo presente o pasado . Cuando
- Voy a estar aquí mañana. el verbo es decir, en este discurso y el personaje está en el
regalo presente, pasado o futuro , los tiempos siguen sien-
En el discurso directo, el personaje de Peter dice “yo”; do el paso de estilo directo a indirecto. Si el verbo está en
“aquí” es el lugar donde el personaje es; “Mañana” es el día tiempo pasado que decir, los cambios que se producen en
siguiente, cuando se habla. Si pasamos esta frase al estilo el discurso del personaje son las siguientes:
indirecto será:
Discurso directo - Estilo indirecto
Peter dijo que estaría allí al día siguiente . Presente - Pasado continuo
Perfect Present - pluscuamperfecto Pasado
En el estilo indirecto, el “yo” es porque va a haber al- Futuro - Future perfect
guien que habla el narrador; sería futuro anterior es: tiene
que ver con el tiempo pasado habla del narrador (dijeron) Joaquim dijo: - Comprar todo.
el tiempo, y no el discurso del personaje, como se hará; no - Joaquim dijo que compró todo.
es el espacio en el que el personaje (no el narrador) tenía
que ser; Al día siguiente es el día que viene después del Joaquim dijo: - Yo compré todo.
momento de su designado discurso del personaje . - Joaquim dijo que había comprado todo.
En la transición de directo a indirecto, debe tenerse en

22
LÍNGUA ESPANHOLA

Joaquim dijo - me voy a comprar todo. Esta forma de citación del habla de otras personas tie-
- Joaquim dijo que compraría todo. ne sus propias características que son a la vez el discurso
directo e indirecto. Las características de discurso indirecto
Discurso indirecto libre libre son:

“(...) Al día siguiente Fabiano volvió a la ciudad, pero - Allí verbos significan anunciando los discursos de los
cercana a la operación señaló que las operaciones de Vi- personajes ;
tória, como de costumbre, diferían del jefe. Nos quejamos - Estos no son hechos de partículas como “ que” y “es”
y nos dieron la explicación habitual: la diferencia se deriva no separados por puntuacion ;
de los intereses . - El discurso indirecto libre contiene , ya que el discurso
directo , frases e interjecciones interrogativas , imperativas
No estaba satisfecho: había trampa. Fue duro, sí señor, y exclamativas y otros elementos expresivos ;
se podía ver perfectamente que era horrible, pero la mujer - Los pronombres personales y demostrativos , las pa-
tenía granos. Seguramente hubo un error en el libro blan- labras indicadoras de espacio y tiempo se utilizan de la
co. No descubrió el error, y Fabiano perdió los estribos . misma manera como en el discurso indirecto. Por lo tanto ,
Pasar toda una vida por lo que el muñón , la entrega de lo el verbo ser, en el ejemplo anterior , se produce en el tiem-
que se entregó a él! Lo que estaba en lo cierto? Trabajando po imperfecto , no el presente ( es ) como en el discurso
como carta emancipación negro y nunca conseguir! directo . Del mismo modo que el pronombre se produce en
Graciliano Ramos. Vidas estéril. la forma que, como en el estilo indirecto .
28 Ed Sao Paulo Martins, 1971 , p . 136 .
En este texto, dos voces se mezclan: el narrador y Fa- Funciones de los diferentes modos de citar el discurso
biano. No hay indicadores que aclaren exactamente donde de otros
el narrador comienza a hablar y dónde empieza el perso-
naje. No hay duda de que el plazo inicial se traduce en que El efecto directo de la palabra crea un sentido de la ver-
el narrador habla . Esto es cierto, ni siquiera se ajustaba dad . Esto se debe a la cama o el oyente tiene la impresión
(principio del párrafo segundo), es la voz del narrador que de que cualquier persona que cita preservada la integridad
está al mando de la narrativa. En la oración no estaba en- del discurso citado , es decir , que reprodujo es auténtico.
gañando, empieza a ser una mezcla de voces : desde el Es como si hubiera oído a la persona citada en sus propias
punto de vista de las marcas gramaticales, no hay ninguna palabras y por lo tanto con la misma carga de subjetividad.
pista a la conclusión de que la voz es que Fabiano se cita; Este tipo de servicio permite , por ejemplo , que utilizan
desde el punto de vista del significado, sin embargo, uno variante de carácter lingüística con el fin de proporcionar
puede pensar en un reclamo asignado. señales para caracterizarlo . Sirva como ejemplo la siguien-
Ahora tome este pasaje: “Fue duro, sí señor, se podía te sección , un diálogo entre los personajes del campo, un
ver perfectamente que era horrible, pero la mujer tenía farmacéutico y un agricultor , cuyo discurso se transcribe
granos. Seguramente hubo un error en el papel blanco. en el discurso directo por el narrador :
“Por el contenido de verdad es una forma de decir, todo lo
que nos lleva a imaginar donde la voz de Fabiano haciendo Un viejo bronceado señaló por los suelos , el azul de la
eco en el discurso del narrador. Es como si el narrador , sin ventana abierta.
abandonar su propio idioma hace de su discurso, fue in- - ¿Cómo estás , Elesbão ?
corporando las denuncias y sospechas del personaje, cuyo - Su bendición ...
idioma pertenece a las expresiones de tipo bruto, sí señor - Lleno de enfermedades?
y su esposa tenían granos. Incluso la repetición de palabras - Sí , señó .
y presumiblemente algunos entonación exclamativa confir- - Por el dolor, las dificultades?
man esta inferencia . - Sí , señó .
Para entender mejor lo que es el discurso indirecto li- - De los males ...
bre, nos enfrentamos a una línea de texto con la ley corres- El farmacéutico se rió tímpano desmesurada . Usted es
pondiente y en el estilo indirecto: Brasil. Luego preguntó :
- Lo que me Elesbão ?
- El discurso indirecto libre - Para que necesitan un dólar y Duns Genor . Mi ar-
Lo que estaba en lo cierto ? roizinho Bío bien, bien canalizando así . Necesito algunos
comestibles para coiêta . El suh brinda conmigo Nho Salim.
- Discurso directo Entonces yo le vendo arroiz mermo .
Fabiano le preguntó : - Esta ley esto? - ¿Hablas en serio , Elesbão ?
- Así que sí, señó !
- Estilo Indirecto - ¿Cuánto se debe pro Nho Salim ?
Fabiano le preguntó si era correcto - Un poquito .

23
LÍNGUA ESPANHOLA

Oswaldo de Andrade. Zona Cero . En resumen, esto demuestra una implicación con el
2 ª Ed. Río de Janeiro , Civilización Brasileña , 1974 personaje del narrador, las voces de ambos se mezclan
, p . 7-8 . como si fueran uno solo o, hablando de otra forma, como
si el narrador se había puesto completamente la máscara
En cuanto al discurso indirecto , puede ser de dos tipos, del personaje, acercándolo al lector sin la intermediación
cada uno de lo que crea un sentido diferente del propósito. de su marca.
- Discurso reportado que analiza el contenido: elimina Vea cómo en este pasaje: “El José tímida” Antonio Al-
los elementos emocionales o afectivos en el discurso direc- cantara Machado, el narrador, haciendo uso del discurso
to, así como preguntas, exclamaciones o formas imperati- indirecto libre, lleva al lector a compartir la vergüenza de
vas, por lo que produce un efecto de sentido de la objeti- carácter, fingiendo estar contaminados por ella:
vidad analítica. De hecho, el narrador le revela sólo el con-
tenido del discurso del personaje, no de la manera que ella ( ...) Más pronto no podía caminar . Llovizna, siempre
dice. Con esto se establece una distancia entre su posición garoava. Pero no había niebla tan felizmente. Decidido. ¿Le
y el carácter, allanando el camino para la replicación y el va el camino de la Lapa. Si usted encontrara a la mujer ade-
comentario . Este tipo de despersonalizar el estilo indirecto cuada. Si usted no encuentra la paciencia. Habría buscar.
citado discurso en nombre de una objetividad analítica. De Se va a casa. Después de todo, era un muggle. Cuando no
este modo se crea la impresión de que el narrador se ana- pudo querido. Ahora querían era difícil.
liza el discurso citado de una manera racional y sin ningún Orange- de -china . En : Jabón Paulistanas .
tipo de implicación emocional. El estilo indirecto en este Primero Ed Belo Horizonte, Itatiaia / São Paulo,
caso no tiene que ver con la individualidad del hablante en Edusp , 1998 , p . 184 .
la forma en que dice las cosas. Así es la forma preferida en
los textos de carácter filosófico, la ciencia, la política, etc., Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa
Cuando se expone a las opiniones de los demás con el fin interpretação de texto. Para isso, devemos observar o se-
de criticarlos, rechazarlas o aceptarlas. guinte:
- Estilo Indirecto analizar la expresión, sirve para po-
ner de relieve cómo más decirlo que lo que se dice; Por - Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
ejemplo, las palabras del vocabulario típicos del carácter assunto;
antes mencionado, su manera de pronunciar ellos, etc . En - Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa
este caso, las palabras resaltadas o frases entre comillas. a leitura, vá até o fim, ininterruptamente;
Véase, en este ejemplo. Eca de Queiroz: - Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto
pelo menos umas três vezes;
Descubierto ... de repente , una mañana , no debería - Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
traicionar Amaro “, porque era su Papa Charlie “ . Y dijo - Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
al abad ; la hizo sonrojar buena sesenta y cuatro años de - Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
edad ( ... ) . autor;
El crimen del padre Amaro. - Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para
Puerto, Lello y el hermano , S. D. , vol . I, p. 314. melhor compreensão;
- Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte)
Imaginemos, además, que una persona que desea de- do texto correspondente;
nunciar la manera torpe que había sido contestada por un - Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de
representante de una empresa, ha dicho lo siguiente : cada questão;
- Quando duas alternativas lhe parecem corretas, pro-
En un momento dado, me dijo que si yo no estaba sa- curar a mais exata ou a mais completa;
tisfecho, afirmando que era “el obispo” y que él ya no era - Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um
“cuidar” a “ tipinhos” como yo. fundamento de lógica objetiva;
- Cuidado com as questões voltadas para dados su-
En ambos casos, las comillas se usan para resaltar cier- perficiais;
tas formas de decir a los personajes típicos y citados para - Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela
mostrar cómo interpreta el narrador. En el ejemplo de Eca resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido
de Queiroz, “porque él era el papá de su Charlie” contiene do texto;
una expresión del carácter Amelia y muestra un cierto gra- - Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras
do de ironía y malicia del narrador. En el segundo ejemplo, denuncia a resposta;
las citas de relieve la insatisfacción del narrador con la tor- - Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas
peza y el desprecio hacia los clientes del empleado. pelo autor, definindo o tema e a mensagem;
El discurso indirecto libre está a medio camino de la - O autor defende ideias e você deve percebê-las;
subjetividad y la objetividad. Tiene muchas funciones. Por - Esclarecer o vocabulário;
ejemplo, da verosimilitud a un texto que quieres expresar - Entender o vocabulário;
pensamientos, deseos, en fin, la vida interior de un perso- - Viver a história;
naje. - Ative sua leitura;

24
LÍNGUA ESPANHOLA

- Ver, perceber, sentir, apalpar o que se pergunta e o Tradução:


que se pede;
- Não se deve preocupar com a arrumação das letras O Impacto da Mudança na Educação: as novas de-
nas alternativas; mandas
- As perguntas são fáceis, dependendo de quem lê o
texto ou como o leu; Maria Inés Abrile de Vollmer
- Cuidado com as opiniões pessoais, elas não existem;
- Sentir, perceber a mensagem do autor; A maioria dos sistemas educativos tem iniciado pro-
- Cuidado com a exatidão das questões em relação ao cessos de reformas e transformações, como consequência
texto; da aguda consciência do esgotamento de um modelo tra-
- Descobrir o assunto e procurar pensar sobre ele. dicional que não tem sido capaz de conciliar o crescimento
quantitativo com os níveis satisfatórios de qualidade e de
Vejamos dois textos e suas traduções para ampliação
equidade.
do vocabulário:
Hoje falamos de uma nova ordem mundial competitiva
baseada no conhecimento, no qual a educação e a capaci-
Texto I
tação são os pontos de apoio de largo prazo mais impor-
El Impacto de Cambios en la Educación: las Nuevas tante que têm os governos para melhorar a competitivida-
Demandas de e para assegurar uma vantagem nacional.
O funcionamento ótimo dos sistemas educativos passa
María Inés Abrile de Vollmer a ser uma prioridade essencial dos países. Enunciamos a
seguir as principais demandas que as mudanças colocam
La mayoría de los sistemas educativos ha iniciado pro- aos sistemas educativos e que se incorporam para as agen-
cesos de reformas y transformaciones, como consecuencia das de especialistas e de governantes:
de la aguda conciencia del agotamiento de un modelo tra- - Preparar cidadãs e cidadãos capazes de conviver em
dicional que no ha sido capaz de conciliar el crecimiento sociedades marcadas pela diversidade, capacitando-os
cuantitativo con niveles satisfactorios de calidad y de equi- para incorporar as diferenças de maneira que contribuam
dad. para a integração e para a solidariedade, assim como para
Hoy hablamos de un nuevo orden mundial competi- enfrentar a fragmentação e a segmentação que ameaçam
tivo basado en el conocimiento, en el cual la educación y muitas sociedades na atualidade.
la capacitación son el punto de apoyo de largo plazo más - Formar recursos humanos que respondam aos novos
importante que tienen los gobiernos para mejorar la com- requerimentos do processo produtivo e às formas de orga-
petitividad y para asegurar una ventaja nacional. nização do trabalho resultante da revolução tecnológica.
El funcionamiento óptimo de los sistemas educativos - Capacitar ao conjunto da sociedade para conviver
pasa a ser una prioridad esencial de los países. Enunciamos com a racionalidade das novas tecnologias, transforman-
a continuación las principales demandas que los cambios do-as em instrumentos que melhorem a qualidade de vida.
plantean a los sistemas educativos y que se incorporan a
las agendas de especialistas y de gobernantes: Texto II
- Preparar ciudadanas y ciudadanos capaces de convivir
en sociedades marcadas por la diversidad, capacitándolos Dimensiones en la Formación del Profesorado
para incorporar las diferencias de manera que contribuyan
a la integración y a la solidaridad, así como para enfrentar
MARCOS SARASOLA / CECILIA VON SANDEN
la fragmentación y la segmentación que amenazan a mu-
chas sociedades en la actualidad.
Nuestra idea de una visión integral de la formación do-
- Formar recursos humanos que respondan a los nue-
cente toma en cuenta diferentes aspectos. Existe una di-
vos requerimientos del proceso productivo y a las formas
de organización del trabajo resultantes de la revolución mensión cultural (inter-subjetiva), relacionada con la cons-
tecnológica. trucción colectiva de significados comunes que se van ha-
- Capacitar al conjunto de la sociedad para convivir con ciendo implícitos para una determinada comunidad hasta
la racionalidad de las nuevas tecnologías, transformándolas transformarse en supuestos básicos: cultura organizacional.
en instrumentos que mejoren la calidad de vida. Existe una dimensión subjetiva que es la de la percep-
ción de los educadores, cómo vive cada cual, con su propia
historia su formación y su práctica. Existe una dimensión
objetiva de la formación docente en la que ubicamos los
diferentes currículos, metodologías, herramientas, medios
auxiliares, tecnologías. Y, estas tres dimensiones, también
están condicionadas por una cuarta: el contexto en el que
se desarrollan (geográfico, social, económico, cultural, polí-
tico), el sistema educativo y el centro de formación.

25
LÍNGUA ESPANHOLA

Una formación integral e integrada supone incidir en El Estado de Rio posee también muchos establecimien-
todas las dimensiones, ya que todas ellas están profunda- tos industriales. ¿Pero dónde están las fabricas cariocas,
mente imbricadas. Todas las dimensiones están relaciona- que no se ven?
das, vinculadas, son parte de un todo y no se puede inter- Para verlas hay que recorrer todo el Estado de Rio, que
pretar una sin las otras. es casi del tamaño de un país cómo Portugal, por ejemplo.
En este sentido, la formación debería ser integral, no Sabe, amigo, cuanto más paseo en esta capital, más me
por agregar materias nuevas y más contenidos, sino por el siento maravillado.
enfoque. Integral porque concibe al ser humano como una Siempre encuentro nuevos barrios atrás de las mon-
totalidad mente-cuerpo-emoción, y al aprendizaje como tañas.
un proceso de construcción colectiva. Creemos, finalmen- Cómo hay esas montañas, imaginamos que allí se aca-
te, que una comunidad educativa cimentada en personas ba la ciudad.
desarrolladas plenamente, con capacidad de amar, es un No creía que Rio fuera tan grande.
apasionante desafío para la formación del profesorado. Si, existen centenas de montañas y montes entre los
Tradução: barrios,
¿Cuántos son nichos barrios?
Dimensões da Formação Docente Llegan casi a doscientos, y algunos tienen doscientos a
cuatrocientos mil habitantes.
Marcos Sarasola / Cecilia Von Sanden Podria decirme cuales son los principales?
Como nó! Meyer, etc ,,,
Nessa ideia de uma visão integral da formação docente
toma em conta diferentes aspectos. Existe uma dimensão As Indústrias deste País
cultural (inter-subjetiva), relacionada com a construção co-
letiva de significados comuns que se vão fazendo implícitos Desejaria visitar o Estado de São Paulo.
para uma determinada comunidade até se transformar em Disseram-me que é o maior centro industrial sul-ame-
supostos básicos: cultura organizacional.
ricano.
Existe uma dimensão subjetiva que é a da percepção
Sem dúvida, é o Estado do Rio o segundo.
dos educadores, como vive cada qual, com sua própria his-
Temos no Rio umas sete mil fábricas, sendo vinte gran-
tória, sua formação e sua prática. Existe uma dimensão ob-
des fábricas de tecidos.
jetiva da formação docente na que situamos os diferentes
O Estado do Rio possui também muitos estabeleci-
currículos, metodologias, ferramentas, recursos auxiliares e
mentos industriais.
tecnologias. E estas três dimensões, também estão condi-
cionadas por uma quarta: o contexto no qual se desenro- Mas onde estão essas fábricas cariocas, que não se
lam (geográfico, social, econômico, cultural e político), do veem?
sistema educativo e do centro de formação. Para vê-las faz-se preciso percorrer todo o Estado do
Uma formação integral e integrada supõe incidir em Rio, que é quase do tamanho de um país como Portugal,
todas as dimensões, já que todas elas estão profundamen- por exemplo.
te ligadas. Todas as dimensões estão relacionadas, vincula- Sabe, amigo, quanto mais passeio nesta capital, mais
das, são parte de um todo e não se pode interpretar uma me sinto maravilhado. Sempre encontro novos bairros
sem as outras. atrás das montanhas.
Neste sentido, a formação deveria ser integral, não por Não acreditava fosse tão grande o Rio.
agregar matérias novas e más conteúdos, e sim pelo enfo- Sim, existem centenas de montanhas e montes entre
que. Integral porque concebe ao ser humano como uma os bairros.
totalidade mente-corpo-emoção, e ao aprendizado como Quantos são ditos bairros?
um processo de construção coletiva. Cremos, finalmente, Chegam quase a duzentos, e alguns têm de 200.000 a
que uma comunidade educativa construída em pessoas 400.000 habitantes.
desenvolvidas plenamente, com capacidade de amar, é um Poderia dizer-me quais são os principais?
apaixonante desafio para a formação docente. Pois, não! - Meyer, Penha , cascadura, Tijuca, Botafogo,
Madureira, Copacabana, São Cristóvão, Jacarepaguá.
Exercícios:
Traduzir para o Português:
Traduzir para o Português o trecho a seguir:
Se cree usted que vendrá la Tercera Guerra Mundial?
Las Industrias de este País Si no fuere posible amonizar a los intereses comercia-
les de las grandes potencias, habrá guerra.
Desearía visitar al Estado de San Pablo. El motivo de las luchas entre naciones es siempre el
Me han dicho que es el mayor centro industrial suda- mismo.
mericano. ¿Por qué atacó a Alemania el mundo (2ª Guerra)?
Sin duda. Y el Estado de Rio es el segundo, Las razones son simples: El pueblo alemán trabajaba
Tenemos en Rio unas siete mil fábricas, siendo veinte activamente. Sus mercaderías eran mejores y más baratas.
grandes fabricas de tejidos.

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LÍNGUA ESPANHOLA

Por eso inventaron que Alemania quería conquistar al María


mundo, ¿No estaban engañados los países, pensando que
las guerras resuelven a sus problemas? Virgen sin mancha, como el sol hermosa,
Tradução Virgen más pura que la luz del alba,
Flor de las flores, del amor estrella;
Acredita você que virá a Terceira Guerra Mundial? Virgen María ,
Se não for possível harmonizar,os interesses comerciais
das grandes potências, haverá guerra, Madre de Dios y de los hombres madre,
O motivo das lutas entre nações é sempre o mesmo, Cielos y tierra en tu esplendor se fozan;
Por que o mundo atacou a Alemanha (2ª Guerra)? Hija de Adán, los serafines te alzan
As razões são simples: O povo alemão trabalhava ativa- Trono viviente,
mente. As suas mercadorias eram melhores e mais baratas.
Por isso inventaram que a Alemanha queria conquistar Mística rosa del amor divino;
o mundo. Cuya hermosura al contemplar el ángel
Não estarão enganados os países, pensando que as Besa tu sombra y remontando el vuelo,
guerras resolvem seus problemas? Canta arrobado,

Textos para Leitura Así la alondra, con el sol de oriente,


Canta agitando, sin volar, sus alas;
Trabaja Y sobre el nido, en extásis materno,
Ciérnese inmóvil ,
Trabaja, joven; sin cesar trabaja:
La frente honrada que en sudor se moja “Toda eres bella” el serafín te canta,
Jamás ante otra frente se sonroja, “Toda eres pura” te saluda el ángel,
Ni se rindo servil a quien la ultraja, “Llena de gracia y del Señor bendita”.
Todas las gentes.
Tarde la nieve de los años cuaja
Sobre quien lejos la indolencia arroja; Tuyu es el nombre que en la cuna el niño,
Su cuerpo al roble, por lo fuerte enoja; Oye el arrullo del amor materno;
Su alma del mundo al lodazal no haya, Tuyo es el nombre que tu la lucha invoca
Todo el que triunfa,
El pan que da el trabajo es ‘mas sabroso R. del Valle Ruiz
Que la escondida miel que con empeño Imigracão
Liba la abeja en el rosal frondoso.
Cuando el Emperador Don Pedro lI libertó a los escla-
Si comes use pan serás tú dueño, vos, la alta clase se revoltó, expulsándolo del Brasil.
Mas si del ocio ruedas al abismo, Ia que debían pagar a el trabajador, prefirieron impor-
Todo serlo podrás, menos tú mismo. tar italianos y otros.
En los siglos pasados, portugueses y españoles descu-
La Palabra brieron innumerables tierras.
Ellos fueron los señores del Nuevo Mundo.
Naturaleza: gracias por este don supremo Con el tiempo fueron perdiendo los territorios descu-
del verso, que me diste: biertos y conquistados. Los países se han tornado indepen-
yo soy la mujer triste dientes; las islas les fueron tomadas, unas fueron vendidas.
a quien Caronte ya mostró su remo. Si en Estados Unidos tantos lugares aun conservan
nombres españoles es porque aquello era español.
Qué fuera de mi vida sin la dulce palabra? Europa es un continente tan pobre, que no puede nu-
Como el óxido labra trir a sus hijos, ni darles bastante trabajo.
sus arabescos ocres, Por eso son forzados a emigrar en millones.
yo me grabé en los hombres, sublimes o mediocres.

Mientras vaciaba el pomo, caliente, de mi pecho.


no sentía el acecho.
Torvo y feroz, de la sirena negra.

Me salí de mi carne, goce el goce más alto:


oponer una frase de basalto
al genio oscuro que nos desintegra

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LÍNGUA ESPANHOLA

Sueño Y Despertar e) prendera de su cigarrillo.


4. Al muchacho le resultó:
He soñado que estabas a mi verá a) facíl alcanzar el cigarrillo de Tobías;
y que tenía tus manos en las mías; b) oportuno llegar con su cigarrillo al de Tobías;
ya no recuerdo lo que me decías. c) posible obtener fuego porque Tobías se nclinó;
pero era dulce oírte, compañera. d) agradable alzarse a la altura de la boca de Tobías;
e) imposible prender el cigarrillo debido a su estatu-
Me mirabas de amor, con la sincera, ra.
clara mirada de los bellos días
y se iban enredando mis poesías 5. Según Tobías, el muchacho podría fumar cuando
en el perfume de tu cabellera, a) se graduara;
b) se jubilara;
Era tan dulce oírte, y era tanta c) fuera más alto;
la maravilla de tu voz serena d) tuviera suficiente plata;
que, al sentir mi sellar desvanecido. e) tuviera matudurez y fuera más alto.

Me desperté con llanto en la garganta, 6. Con base en el texto, la intención de Tobías fue:
y las carnes doliéndome de pena, a) loable;
y el corazón doliéndome de olvido. b) indigna;
c) egoísta;
José Maria Souvirón d) excéntrica;
e) reprochable.
Texto l
7. La opción cuja secuencia no se completa es:
Tobías a) mar, so, playa;
b) iglesia, cura, misa;
Un día estaba Tobías en la plaza, esperando el autobús, c) cocina, casa, paraguas;
cuando se le acercó un muchacho muy joven que le dijo: d) luna, noche, estrellas;
- Por favor, ¿puede usted darme fuego? e) farmacia, medicinas, enfermo.
- Enciende del mío - le dijo Tobías, sin quitarse el cigar-
rillo de la boca. 8. La opción donde no aparece un par de antónimos
EI muchacho, a pesar de sus esfuerzos, no pude llegar es:
con su cigarrillo al de Tobías porque este era bastante alto. a) alto-bajo;
Al fin, tras inútiles esfuerzos, dijo: b) venir-salir;
- Lo siento, señor; pero no alcanzo su cigarrillo. ¿Puede c) llena-vacía;
bajarlo un poco, por favor? d) bella-hermosa;
- Más lo siento yo - respondió Tobías - ; cuando crezcas e) moderna-antigua.
lo suficiente y consigas alcanzar, entonces podrás fumar.
9. En una escuela, solo no se ve:
Juan D. Luque Durán a) maestro, tiza, libras;
1. Tobías estaba en b) alumnos, mapas, dibujos;
a) la playa; c) reglas, cerdos, estantes;
b) una plaza; d) mesas, sillas, antejos
c) una finca; e) pupitres, lápices, cuadernos.
d) la carretera;
e) la urbanización. 10. Coche es el mismo que
a) barco;
2. Tobías estaba esperando b) ómnibus;
a) el tren; c) tranvía;
b) el taxi; d) aeroplano;
c) el carro; e) diligencia.
d) el tranvía;
e) el ómnibus. 11. Numere la columna de la derecha para la de la iz-
quierda, según la contestación:
3. Tobías le dijo al muchacho que ¿Qué día es hoy?
a) no tenia fuego; ¿Quién ha escrito?
b) comprara fósforos; ¿Cuál es su dirección?
c) no fumara cigarros; ¿A cuánto estamos hoy?
d) el tabaco hacia daño; ¿Cuándo cae el día del trabajo?

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LÍNGUA ESPANHOLA

() Se conmemora esta fiesta el primero de Mayo 19. Cuando uno va a viajar al exterior, él prevíamente:
( ) Hoy es lunes a) zapatos;
( ) Calle Cuba, 25 b) guantes;
( ) Mi hermana c) lápices;
( ) Estamos as do de Enero d) sombrero;
La numeración correcta está en la opción: e) pasaporte.
a) 3- 1- 5- 4- 2
b) 1- 3- 4- 2- 5
Texto II
c) 5 - 1- 3- 2- 4
d) 1- 3- 5- 4- 2
e) 4- 2- 3- 1- 5 Millonarios

12. ¡Qué señor distinto! Tómame de la mano. Vámonos a la lluvia,


La opción que mejor expresa el sentido de la frase es: descalzos y ligeros de ropa, sin paraguas,
a) El señor es muy distinguido; con el cabello al viento y el cuerpo a la caricia
b) El señor se iguala à los demás; oblicua, refrescante y menuda del agua.
c) El señor tiene buenos modales;
d) El señor se porta como un caballero; Querían los vecinos! Puesto que somos jóvenes
e) El señor no es igual a los demás caballeros. y los dos amamos y nos gusta la lluvia,
vamos a ser felices con el gozo sencillo
13. En el comedor no se usan: de un casal de gorriones que en la vía se arrulla
a) mesa y silla;
b) sábanas y cobijas;
c) cuchillo y tenedor; Más al lá están los campos y el camino de acacias
d) mantel y servilleta; y la quinta suntuosa de aquel pobre señor
e) cuchara y cucharita. millonario y obeso que con todos sus oros,

14. En la cocina no se usa no podría comprarnos ni un grama del tesoro


a) olla; inefable y supremo que nos ha dado Dios:
b) fogón; Ser flexibles, ser jóvenes, estar llenos de
c) panal;
d) sartén; Juana de lbarbourou – Melo
e) tenedor. (Uruguay), 1895
15. El calor que engalana a la naturaleza es el 20. Tómame de la mano...
a) gris;
La idea central contenida en esta frase e
b) rojo;
c) verde; a) lejanía;
d) blanco; b) altruismo;
e) amarillo. c) sumisión;
d) imposición;
16. Cuando uno se va a bañar usa e) compañerismo.
peine;
jabón 21. ... descalzos y ligeros de ropa, sin paraguas....
c) funda; Este verso contiene la idea de:
d) navaja; a) vanidad;
e) mantel. b) seriedad;
c) ansiedad;
17. La fórmula de cortesía para despedirse es: d) sencillez;
a) ¡Permiso!
e) ostentación.
b) Le presento mis saludos.
c) ¡Mucho gusto, señorita!
d) ¿Se conocen hace mucho? 22. Querían los vecinos!
e) ¡Hasta la vista, señorita! La palabra subrayada indica que los vecinos
a) se burlan de ellos;
18. Solo no es animal salvaje b) reprochan sus actos;
a) oso; c) miran a hurtadillas;
b) león; d) envídian a la pareja;
c) perro; e) miran con curiosidad.
d) tigre;
e) zorro.

29
LÍNGUA ESPANHOLA

23. Los gorriones son La Chispa


a) peces;
b) équidos; A quien no le gusta el vino
c) pájaros; si es argentino de tradición!
d) insectos; ... Déle a la Juana un besito...
e) reptiles. solo un traguito para la ración!
Que beban agua... las plantas!
24. ... pobre señor millonario. Ellas aguantan la mojazón!
El sentimiento que el señor inspira a la autora es:
a) asco; Marque A si lo que se afirma confirma el texto.
b) envidia; Marque B si lo que se afirma contraria el texto.
c) repulsa;
d) ternura; 36. Solamente a los hombres argentinos les gusta el.
e) compasión.
37. Las mujeres están prohibidas de beber.
25. Ser flexibles, ser jóvenes, estar llenos de amor.
Estas bienes son considerados 38. A los hombres y mujeres en Argentina, les gusta el
a) regalo insuperable de Dios; vino.
b) atributos de quien es pobre;
c) tesoro que cualquiera compra; 39. El autor prefiere el agua al vino.
d) característicos de los millonarios;
e) riquezas materiales que nadie compra. 40. La lechuza es un animal que
a) vive en el acuario;
26. Todavía no he visto la quinta. b) canta por la mariana;
La opción que sustituye el término subrayado es: c) simboliza la pereza;
a) ya; d) habita en los pantanos;
b) aún; e) simboliza la filosofía y el saber.
c) ahora;
d) además; Gabarito
e) por supuesto.
Questão1 Alternativa B / Questão 2 Alternativa E /
27. Solo no están en el diminutivo las palabras de la Questão 3 Alternativa E / Questão 4 Alternativa E /
opción Questão 5 Alternativa E / Questão 6 Alternativa A /
a) amarillo - ardilla; Questão 7 Alternativa C / Questão 8 Alternativa D /
b) pechuelo - jovenzuelo; Questão 9 Alternativa C / Questão 10 Alternativa E /
c) avocilla - hermanita; Questão 11 Alternativa C / Questão12 Alternativa E /
d) ramillo - corazoncito; Questão 13 Alternativa B / Questão 14 Alternativa C /
e) pimpollos - muchachito. Questão15 Alternativa C / Questão16 Alternativa B /
Questão17 Alternativa E / Questão18 Alternativa C /
28. Solo no es un cuadrúpede: Questão19 Alternativa E / Questão 20 Alternativa E /
a) vaca; Questão 21 Alternativa D / Questão 22 Alternativa D /
b) cebú; Questão 23 Alternativa C / Questão 24 Alternativa E /
c) búfalo; Questão 25 Alternativa A / Questão 26 Alternativa B /
d) bisonte; Questão 27 Alternativa A / Questão 28 Alternativa E /
e) culebra. Questão 29 Alternativa D / Questão 30 Alternativa C /
Questão 31 Alternativa E / Questão 32 Alternativa D /
29. Usted irá al club hoy? Questão 33 Alternativa D / Questão 34 Alternativa C /
Questão 35 Alternativa A / Questão 36 Alternativa B /
Absolutamente! Questão 37 Alternativa B / Questão 38 Alternativa A /
Si se oye el dialogo arriba, es correcto afirmar que la Questão 39 Alternativa B / Questão 40 Alternativa E
contestación es de una persona que:
a) jamás fue al club;
b) no irá al club hoy;
c) prensa en quizás ir al club;
d) irá al club con toda seguridad;
e) invita al amigo para ir al club.

Texto lll

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LÍNGUA ESPANHOLA

Instrucción - Marque a opción correcta en las cuestio- nazarena temblaba el arco de una aureola... Su túnica era
nes de 01 a 19. azul y bordada con estrellas con el cielo de Arabia en las
noches serenas, y el manto era rojo, como el mar de Egipto,
Texto I y el báculo en que se apoyaba era de oro, florecido en lo
alto con tres lirios blancos de plata: Al verse en su pre-
La Adoración De Los Reyes sencia, los tres Reyes inclinaron. El anciano sonrió con el
candor de un niño, y, franqueándoles la entrada, dijo con
Desde la puesta del sol se alzaba el cántico de los pas- santa alegría:
tores en torno de las hogueras, y desde la puesta del sol,
guiados por aquella otra luz que apareció inmóvil sobre - Pasad!
una colina, caminaban los tres Santos Reyes. Ramón del Valle
Jinetes en camellos blancos, iban los tres en la frescura
apacible de la noche atravesando el destierro. Las estrel- “ Desde la puesta del sol (...) “
las fulguran en el cielo, y la pedrería de las coronas reales El término subrayado puede ser reemplazado por
fulguraba en sus frentes. Una brisa suave hacía flamear los a) el ocaso;
recamados mantos: El de Gaspar era de púrpura de Corinto: b) la mañana;
ElI de Melchor era de púrpura de Tiro: El de Baltasar era de c) el levante;
púrpura de Menfis. Esclavos negros, que caminaban a pie d) el mediodía;
enterrando sus sandalias en la arena, guiaban los camellos e) la medianoche.
con una mano puesta en el cabezal de cuero escarlata.
Ondulaban sueltos los corvos rendajes, y entre sus fle- 2. “Jinetes en camellos blancos (...)”
cos de seda temblaban cascabeles de oro. Los Reyes Ma- Jinete es quien
a) mercadea con camellos;
gos cabalgaban en fila: Baltasar el Egipcio iba adelante, y
b) desconoce la equitación;
su barba luenga, que descendía por el pecho, era a veces
c) conduce una cabalgadura;
esparcida sobre los hombros... Cuando estuvieron a las
d) conoce bien los camellos;
puertas de la ciudad, se arrodillaron los camellos, y los tres
e) cuida de las cabalgaduras.
Reyes se apearon, y, despojándose las coronas, hicieron
oración sobre las arenas.
3. Escarlata es el color
a) del sol;
Y Baltasar dijo:
b) del mar;
- Es llegado el término de nuestra jornada...
c) de la arena;
d) de la sangre;
Y Melchor dijo: e) de los árboles.
- Adoremos al que nació Rey de Israel...
4 - (...) alzaba los cánticos (...)
Y Gaspar dijo: Alzar es lo mismo que
- Los ojos le verán, y todo será purificado en nosotros!... a) bajar;
b) cantar;
Entonces volvieron a montar en sus camellos y entra- c) levantar;
ron en la ciudad por la Puerta Romana, y, guiados por la d) edificar;
estrella, llegaron al establo donde había nacido el Niño. Allí e) construir.
los esclavos negros, como eran idólatras, y nada compren-
dían, llamaron con rudas voces: 5. (...) hacía flamear (...)
Abrid! ... Abrid la puerta a nuestros señores! Flamear es lo mismo que
a) ondear;
Entonces los tres Reyes se inclinaron sobre los arzones b) quemar;
y hablaron a sus esclavos. Y su cedió que los tres Reyes les c) alargar;
decían en voz baja: d) extender;
e) inflamar.
- ¡Cuidad de despertar al Niño! 6. (...) temblaban cascabeles de oro (...)
Cascabel es
Y aquellos esclavos, llenos de temeroso respeto, que- a) un látigo;
daron mudos, y los camellos, que permanecían inmóviles b) un cencerro;
ante la puerta, llamaron blandamente con la pezuña, y casi c) una culebra;
al mismo tiempo aquella puerta de viejo y oloroso cedro d) una cascada;
se abrió sin ruido. Un anciano de calva sien y nevada barba e) una cubierta.
asomó en el umbral: sobre el armiño de cabellera luenga y

31
LÍNGUA ESPANHOLA

Para las cuestiones 07 a 11 use es cuadro: Texto II


a = báculo;
b = pezuña; La Fracción Del Pan
c = establo;
d = hoguera; Camino de un pueblo distante de Jerusalén e sesenta
e = pedrera. estadías, avanzaban dos discípulos, en vuelto por la melan-
colía de una tarde primaveral:
7. Los pastores, al conducir los animales, usan el Tardo el paso, la cabeza caída, turbios de lágrimas los
______ ojos, iban hablando los dos caminantes de su tristeza y or-
fandad. Grandes cosas eran acontecidas en Israel. Un varón
8. Las joyas son enriquecidas con _________ justo, poderoso en la obra y en la palabra había vivido entre
ellos, embriagándoles con una visión maravillosa. Pero ha-
9. Para caletarse es común hacerse una ___________ bía sido crucificado y muerto. Y esté era el tercer día des-
pués de la muerte En verdad, el Sepulcro estaba vacío. Pero
10. Los bueyes y los caballos duermen en el __________ al Maestro nadie le había visto aún. Y con la vaciedad del se-
pulcro los discípulos se sentían todavía más sus discípulos.
11. Los pies de los bueyes, chivos y camellos son ter- Ahora todo parecía un sueño.
minados por una _________. Y he aquí que Jesús se encuentra de Pronto entre los
dos, y anda el camino en su compañía. Pare embargados,
12. (...) arrodillándose los camellos (...) Quedó dicho los ajos no le conocen.
que los camellos Y Jesús habla a los discípulos, y ellos le contestan, pero
a) se ponían de pie; siguen sin conocerle.
b) salieron en disparada; Les recuerda decir de Moisés y las profecías. Les llama
c) se quedaron inmóviles; insensatos y tardas de corazón. Y ellos no le conocen aún.
d) se bajaron hasta el suelo; Mas, arribados al lugar los discípulos, Jesús dió mues-
e) se erguieron lo más que pudieron. tras de querer seguir más adelante. Y ellos le retenían por
la fuerza, diciéndole: “Quédate con nosotros porque se ha
13. Los tres Santos Reyes viajaban hecho tarde y ha declinado el día”.
a) por la mañana; “Y se entró con ellos, Y, estando sentado con ellos a
b) durante el día la mesa tomo el pan y lo bendijo, y, después de partir les
c) sólo al anochecer; daba de él.”
d) durante la noche; “Entonces fueran abiertos los ojos de ellos, y le reco-
e) cuando el sol nacía. nocieran...”
Más tarde “contaban cómo le habían reconocido en el
14. Los esclavos negros conducían los camellos po- partir del pan”,
niendo las manos en Cómo podía ser esta manera de partir el pan de Jesús,
a) la cola; en que alcanzaba a conocerle quien no le conocía; ni en la
b) la cabeza; presencia, ni en la voz, ni en la palabra, ni en el reproche?
c) el flanco; Debía ser como una bendición. ¡Las manos del Maestro
d) las patas: dejando una porción en cada mano!
e) la corcovada.
Eugénio DÓrs
15. “Un anciano de calva sien y nevada barba (...)”
“(...) sobre el armiño de su cabellera (...)” 17. “(...) y los tres Reyes se apearon, y despojándose
El color sugerido arriba es el las caronas (...)”
a) rojo; Se entiende que los Reyes sólo no demostraron
b) azul; a) bondad;
c) negro; b) vanidad;
d) blanco; c) humildad;
e) amarillo, d) respecto;
e) simplicidad.
16. Sólo no es correcto afirmar que
a) Melchor conducía los tres. 18. Los esclavos negros no respectaron al niño de
b) Baltasar iba adelante, en el cortejo pronto, porque
c) El manto de Melchor era de púrpura de Tiro. a) eran muy malos;
d) Los Reyes llegaron al establo guiados por una es- b) se rebelaron contra los Reyes;
trella. c) no comprendían lo que se pasaba;
e) Gaspar, al llegar a la ciudad, también dijo una ora- d) cometieron un acto de desobediencia;
ción. e) eran portadores de un mensaje de guerra.

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LÍNGUA ESPANHOLA

19. La comitiva de los Reyes fue recibida por: 27. Numere las acciones de los discípulos según el or-
a) un niño; den en que aparecen en el texto:
b) un viejo; a) Oyeron las palabras del Maestro.
c) un joven; b) Vieron a Jesús.
d) una mujer; c) Fueron llevados a recordar el pasado.
e) un esclavo. d) Recibieron un reproche.
a) 2, 1, 3, 4
20. “ Tardo el paso (...)” “(...) tardos de corazón b) 2, 3, 1, 4
Los términos subrayados significan, respectiva- c) 3, 2, 1, 4
mente d) 4, 3, 1, 2
a) lento, torpes; e) 4, 2, 3, 1
b) corto, torpes;
c) pesado, lentos; 28. El Maestro de escuela sólo no usa en el aula:
d) perezoso, lentos; a) tiza;
e) pesado, pequeños. b) lápiz;
c) pizarra;
21. “(...) arribados al lugar (...)” d) borrador;
Es decir que e) periódico.
a) habían llegado al destino;
b) estaban lejos del destino; 29. El alumno solo no lleva
c) estaban cerca del destino; a) regla;
d) estaban muy arriba de donde deseaban llegar; b) libro;
e) no tenían confianza en la estrada que seguían.. c) pupitre;
d) estuche;
22. “(...) de su tristeza y orfandad’
e) cuaderno,
Orfandad, en el texto significa
a) una gran pérdida;
30. La cocinera solo no usa
b) una gran soledad;
a) fogón;
c) la pérdida del padre;
b) sartén;
d) la pérdida de la madre;
c) cuchara;
e) la pérdida de los progenitores.
d) plancha;
23. En el texto queda dicho que la vaciedad del sepulcro e) cuchillo.
a) derramó la fe por los demás;
b) ofuscó la fe de los discípulos; 31. El sastre sólo no usa
c) alargó la fe de los discípulos; a) tela;
d) no alteró la fe de ellos en nada; b) aguja;
e) confirmó de la fe era en sueño apenas. c) línea;
d) tijera;
24. No se refiere a los discípulos la opinión: e) cuchillo.
a) varón justo;
b) lardo el paso; 32. solo no es parte de una casa
c) la cabeza caída; a) techo;
d) turbios los ojos; b) pared;
e) tardos de corazón, c) tejado;
d) cadena;
25. “Ahora todo parecía un sueño” e) ventana.
Lo que está dicho quiere decir que:
a) todo en la vida as un sueño; 33. solo no es parte del cuerpo humano
b) el pasado no decía nada a ellos; a) cola;
c) los discípulos sólo sabían soñar; b) cuello;
d) no era fácil acreditar en lo que ocurría; c) rodilla;
e) todo el pasado cayó en el olvido de los discípulos. d) mejilla;
e) tobillo.
26. Los discípulos conocieron al Maestro por:
a) la voz;
b) el paso;
c) el ropaje;
d) el aspecto;
e) la actitud.

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LÍNGUA ESPANHOLA

Complete las cuestiones 34 a 37 / según el cuadro. tipo de garantía para ser cobrada. La más incierta es la que
está en vía ejecutiva (Hacienda intenta ya adoptar medidas
A - lunes B - martes como el embargo para cobrarla) y la que fi gura en periodo
C – jueves D - viernes de notifi cación (la fase previa). Ambas partidas suman casi
16.000 millones hasta fi nal de julio. Sólo com recuperar
34. El día que precede al sábado es___________ esas cantidades, el fi sco ingresaría más dinero que con la
subida de impuestos aprobada para 2010, que se acerca a
35. El día de trabajo en la semana es___________ 11.000 millones.
(Elpais.es, 12.10.09 (Texto adaptado)
36. El ___________es el segundo día de trabajo semanal.
37. A _________ sigue viernes. 01- En el texto se dice que los cofres públicos españoles:
a) sufren pérdidas.
Use el cuadro para las cuestiones 38 a 40.
b) son independientes del sistema tributario.
A - sombrero
c) se destinan al pago de deudas del Estado.
C - falda
d) están inmunes a la depresión.
B - guantes
e) recibirán recursos de 40 mil millones de euros.
38. En la cabeza se lleva __________.
02- De acuerdo con el texto, el monto de los incumpli-
39. Son las mujeres que usan___________ mientos tributarios:
a) es similar al del ejercicio anterior.
40. Cuando hace frío se cubren las manos con_________ b) está en vía ejecutiva.
c) tiene garantías de cobrarse.
Gabarito d) es mayor que el ingreso esperado con el alza de im-
puestos.
e) ha menguado en lo que va de año.
1-A 11-B 21 -A 31 - E
2-C 12-D 22-A 32 - D
03- Según el texto, la baja de los ingresos:
3.D 13-D 23-C 33 -A
4-C 14-B 24-A 84.- D a) se deriva de las medidas cautelares.
5-A 15-D 25-D 35-A b) es fruto de una fi scalización inefi ciente.
6-B 16.A 26-E 36- B c) alcanza los 37 mil millones de euros.
7.A 17-B 27-A 87-G d) es semejante a la del año fi scal 2008.
8-E 18 C 20.C 38-A e) se debe a la debilidad de la actividad.
9-D 19 B 29-C 39-C
10-C 20-A 30-D 40-B Ecuador busca repatriar USD 500 millones

Analista Tributário da Receita Federal do Brasil – Ecuador repatriaría la próxima semana 500 millones
2009 de dólares de sus reservas internacionales de corto plazo,
como parte de las medidas que anunció para enfrentar el
Hacienda acelera los embargos preventivos para embate de la crisis global, informó hoy la ministra de Finan-
cobrar las deudas zas, Elsa Viteri. Ecuador, el socio más pequeño de la OPEP,
anunció em agosto pasado que repatriará 1 600 millones
La recesión somete a las arcas del Estado a un doble de dólares de la reserva internacional para aumentar el cré-
perjuicio: los ingresos caen por la atonía de la actividad y, dito productivo e irrigar dinero a la inversión. Esa decisión
a la vez, los incumplimientos tributarios se disparan. El Mi- en relación com el dinero depositado en fi nancieras del
nisterio de Economía y Hacienda de España admite que esa exterior, que a mediados de agosto se ubicó en 4 000 mil-
deuda está creciendo y se propone extremar las medidas lones de dólares, fue justifi cada por el Gobierno con el
para intentar cobrarla. La necesidad es acuciante: en un año argumento de que con su economía dolarizada desde el
en que el Gobierno prevé ingresar como mínimo 40.000 2000 no se requiere de reservas y se constituyen en ahorro
millones de euros menos de lo que proyectó inicialmente, nacional.
cada euro recaudado cuenta. La economía del país, productor de petróleo, banano
y flores y con 14 millones de habitantes, se contrajo un
Entre enero y agosto de este año se han adoptado me- 1,06 por ciento en el segundo trimestre del 2009, frente
didas cautelares por valor de 753 millones, cantidad 24%
a uma expansión de un 8,28 por ciento en el mismo lapso
superior a la de todo el ejercicio 2008, según datos de la
del 2008.
Agencia Tributaria (AT), que tiene 37.000 millones de deuda
(El Universal, 16.10.09)
pendiente, con datos a 31 de julio. De esa cantidad, una
deuda de algo más de 12.000 millones cuenta com algún

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LÍNGUA ESPANHOLA

04- En el texto se dice que el gobierno ecuatoriano há Comercio Chile-China


decido:
a) invertir recursos en sus reservas internacionales. De acuerdo a un informe de Aduanas, China se conso-
b) inyectar dinero en la economía. lidó como el principal destino de las exportaciones chilenas
c) repatriar sus reservas externas. com embarques por US$ 8.257 millones –en un intercambio
d) expandir sus recursos fi nancieros en un 8,28%. bilateral de US$ 11.881 millones– y el único de los sócios
e) destinar fondos foráneos al sector productivo. comerciales hacia donde nuestros envíos crecieron (6,3%)
durante los primeros nueve meses de este año (los envios
05- De acuerdo con el texto, el regreso de fondos depo- totales menguaron un 35%). El incremento registrado em
sitados en el extranjero: los embarques al gigante asiático fue muy superior a las
a) lo justifi ca el uso ofi cial de la moneda estadouni- caídas entre 20% y 68% anotadas en el resto de los países
dense. con los que Chile mantiene intercambio comercial, inclu-
b) busca fortalecer al país en la OPEP. so socios tan importantes como la Unión Europea, Aladi y
c) desincentiva el producto interno bruto. Nafta, destinos a los que Chile exportó productos por um
d) reduce las reservas y el ahorro nacional. monto menor a US$ 6.700 millones.
e) se explica por la expansión de la economía local. Las exportaciones chilenas a Estados Unidos cayeron
um 32% al pasar de US$ 6.625 millones a US$ 4.495 millo-
06- Según el texto, la economía ecuatoriana: nes; mientras los envíos a Japón bajaron 45% de US$ 3.493
a) recibirá recursos extranjeros. millones a US$ 1.501 millones. En relación a Europa, el in-
b) se dolarizará. forme de Aduanas mostró que la cantidad embarcada tam-
c) se ha recuperado este año. bién disminuyó en los primeros nueve meses del año (49%)
d) intenta capear la crisis global. respecto del mismo lapso de 2008, debido a la disminución
e) encogió un 8,28% el año pasado. de los envíos a Italia y Holanda.
Gobierno no se muestra seguro
(Diario Financiero, 20.10.09 (texto adaptado)
Ni el propio Gobierno está seguro de que una rebaja
09- En el texto se dice que las exportaciones chilenas:
em las tasas de interés –actualmente en 4% –pueda contri-
a) se han reducido a US$ 6.700 millones.
buir a frenar la acentuada revaluación (más del 18,8% em
b) rebasan las expectativas para el período.
los últimos meses) que afecta a varios sectores de la eco-
c) tuvieron un alza de 35%.
nomía. Los empresarios achacan al actual nivel de las tasas
de interés parte de la galopante apreciación del peso que le d) se han diversifi cado.
resta competitividad a las exportaciones colombianas. e) sólo crecieron hacia un destino.
Consideran que esta diferencia de intereses está propi-
ciando el ingreso de los llamados capitales golondrinas (de 10- De acuerdo con el texto, en el informe de Aduanas
poca duración en la economía) que están debilitando el dó- se dice que:
lar. El ministro de Hacienda, Óscar Iván Zuluaga no se mos- a) el intercambio con China creció en ambas direccio-
tro muy seguro de que el pretendido recorte sea una buena nes.
decisión en los actuales momentos en que la infl ación sigue b) los envíos a Estados Unidos se redujeron al 32%.
cediendo. Admitió, sin embargo, que con las medidas adop- c) Europa es la que compró menos productos chilenos.
tadas “hemos evitado que se revalúe “ el dólar. d) las exportaciones totales de Chile se contrajeron.
e) el comercio exterior chileno da señales de recupe-
(Elespectador.com 19.10.09) ración.

07- Según el texto, en materia de tasas de interés, los Respostas: 01-A / 02-D / 03-E / 04-B / 05-A / 06-D /
empresarios colombianos: 07-C / 08-B / 09-E / 10-D
a) abogan por la apreciación.
b) muestran inseguridad. Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil - 2009
c) discrepan del gobierno.
d) relacionan los tipos con la infl ación. ‘La calle’ está tranquila
e) están conformes.
Zapatero ha declarado a Newsweek que para compro-
08- En el texto se dice que las tasas de interés que se var que España no se hunde «sólo hay que salir a la calle».
practican Subraya así la paradoja de que no exista confl ictividad so-
actualmente: cial con cuatro millones de parados. Tiene razón em par-
a) elevan la cotización del dólar. te, aunque quizá debería preguntarse por qué la calle está
b) perjudican las exportaciones. tranquila y entonces su análisis no podría ser tan compla-
c) deben mantenerse. ciente. Según publicamos hoy, la economia sumergida ha
d) impiden la apreciación del peso. aumentado el 30% en el verano que ahora finaliza. Es el
e) acentúan la infl ación. cálculo de los inspectores de Trabajo, que han estimado

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LÍNGUA ESPANHOLA

en 320 millones de euros la recaudación en multas para ante el Congreso; y por la baja inversión que habrá por par-
2009, una cifra récord. Así pues, en el auge de la economía te del sector privado. “La Secretaría de Hacienda y Crédito
sumergida – de la que un país no puede sentirse orgullo- Público está esperando que la economía de Estados Unidos
so, sino todo lo contrario – está la explicación de la calma levante a México, pero en aquel país la recuperación se está
de la calle, puesto que los parados optan por las «chapu- enfocando a amortizar deudas y por consecuencia el con-
zas» para ir tirando. Aquí estaría la explicación de otro dato sumo seguirá deprimido”, indicó.
que Zapatero comentó, asombrado, ante el Comité Fede-
ral: sólo 28.000 parados sin ingresos han solicitado los 420 (Excélsior, 22/09/09)
euros, cuando los posibles benefi ciarios de esta medida
son en torno a um millón. Como el subsidio lleva apareja- 04- En el texto, la locución “de aprobarse” tiene valor:
da la obligación de asistir a cursos de formación, tal vez la a) condicional.
mayoría de estos desempleados sin ingresos en realidad sí b) concesivo.
cobran por algún trabajo, aunque no declaran, ni cotizan. c) temporal.
Ello quiere decir que la política social de Zapatero se vuelve d) causal.
contra él y contra los que él dice proteger. El empleo que e) imperativo.
se crea es clandestino por las rigideces del mercado laboral
y al subir los impuestos aumentará la economía del dinero 05- De acuerdo con las declaraciones del académico de
negro. la UNAM, recogidas en el texto, en 2010:
(El mundo, 22/09/09) a) la infl ación anual se elevará al 6,1%.
b) igual el sector privado invierte menos.
01- En el texto se dice que en España no hay confl ic- c) a lo mejor se expande el PIB.
tividad social: d) se enfocará la amortización de deudas.
a) por la solidez institucional. e) puede que desaparezcan empleos en México.
b) gracias a las prestaciones públicas asistenciales.
c) a pesar del desempleo.
Los 17 mil chilenos con mayores ingresos entregan
d) debido a la efi cacia de la política laboral del go-
el 35% del impuesto a la renta
bierno.
e) pese al aumento de la recaudación por multas.
En Chile, 1.329.297 personas pagan impuestos a la ren-
ta, ya sea bajo la modalidad de segunda categoría o de glo-
02- De acuerdo con el texto, las actividades económi-
bal complementario. A estas se suman otras 6.346.693 que
cas marginales en España:
si bien son formalmente contribuyentes para los registros
a) disminuirán si suben los impuestos.
del Servicio de Impuestos Internos (SII), en la práctica están
b) han aumentado.
c) elevarán las cotizaciones al tesoro. en el primer tramo impositivo, que es cero. De este 1,32
d) garantizan un aumento de los ingresos públicos. millón de chilenos, el 1,27% está en el tramo más alto de
e) ocupan a cerca de un millón de parados. impuestos – con una tasa marginal del 40% –, que es para
quienes tienen ingresos de cerca de $5,5 millones de pesos
03- Dentro del texto, la palabra «chapuzas» signifi ca: mensuales o más. En conjunto, pagan más tributos al año
a) pequeñas contravenciones. que los bancos o todo el sector comercio. De acuerdo com
b) obras sin arte ni esmero. los datos del SII, este grupo es el responsable del 35,1% de
c) contratos temporales. la recaudación por impuesto a la renta; es decir, US$ 908
d) cursos de reciclaje profesional. millones del total de US$ 2.589 millones que los contribu-
e) subsidios fraudulentos. yentes chilenos aportan por este concepto.

Periodo recesivo hasta 2010: UNAM Para el socio principal de Ernst & Young, Cristián Le-
vefre, la cifra demuestra que el grueso del aporte de im-
José Luis Calva Téllez, académico del Instituto de Inves- puestos lo entregan quienes más dinero reciben. Según él,
tigaciones Económicas de la Universidad Nacional Autóno- existe uma discriminación entre los contribuyentes de los
ma de México (UNAM), dijo que de aprobarse el paquete tramos altos. Los independientes – muchos de ellos empre-
económico del presidente Felipe Calderón, habría una pér- sarios – tienen opciones de desarrollar una planifi cación
dida en 2010 de 200 mil empleos y una contracción del tributaria para reducir el pago y los dependientes no las tie-
Producto Interno Bruto (PIB) de 1.8 por ciento. Para esse nen. A su juicio, Chile debería impulsar benefi cios para este
especialista, la infl ación alcanzaría 6.1 por ciento anual a segmento, como los que hay en economías más desarrol-
causa de las alzas de impuestos; y el défi cit de la cuenta ladas, como EE.UU., Inglaterra y España, donde se deduce
corriente se situaría en 12 mil millones de dólares. por pago de colegios e intereses de créditos hipotecarios.
Destacó que esos resultados negativos estarán infl
uenciados aún por la recesión económica del país, por la (El Mercurio, 25/09/09)
carga fi scal que se enfrentaría con la aprobación del pre-
supuesto económico como lo presentó el Ejecutivo federal

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LÍNGUA ESPANHOLA

06- Según el texto, el cobro del impuesto sobre la renta 10- Según el texto, la reactivación económica de Amé-
em Chile: rica Latina tras la crisis fi nanciera global:
a) se concentra en los mayores ingresos. a) supondrá una mayor regulación de la intervención
b) incluye a la mayoría de la población. estatal.
c) alcanza al 35% de los trabadores. b) demandará entre 350 y 400 mil millones de dólares.
d) castiga a los autónomos. c) recabará más de toda la ciudadanía.
e) es menor entre los empleados bancarios. d) exigirá entre 350 y 400 millones de millones de dó-
lares.
07- En el texto se aconseja: e) incidirá en los paquetes de estímulo de los países
a) aumentar los tributos al sector bancario. desarrollados.
b) disminuir los intervalos impositivos.
c) introducir deducciones por determinados pagos. Respostas: 01-C / 02-B / 03-B / 04-A / 05-E / 06-A /
07-C / 08-D / 09-E / 10-D
d) reducir la tasa marginal de los tramos de impuestos.
e) gravar más a los independientes.

08- En el contexto del texto, “a su juicio” conserva su


sentido al sustituirse por:
a) a su aire.
b) en su prejuicio.
c) a lo suyo.
d) en su opinión.
e) a regañadientes.

09- De acuerdo con el texto, los contribuyentes depen-


dientes chilenos:
a) se benefi cian con desgravaciones.
b) están concentrados en los tramos impositivos inter-
medios.
c) cotizan más que los bancos.
d) planifi can el pago de sus tributos.
e) sufren discriminación.

Necesidad de préstamos

Los gobiernos latinoamericanos necesitarán entre 350


y 400 billones de dólares en préstamos en 2010 para reac-
tivar sus economías tras la crisis fi nanciera global, según
la vicepresidenta del Banco Mundial para América Latina y
el Caribe, Pamela Fox. La obtención de prestamos no será
fácil, incluso para proyectos de inversión, advirtió la funcio-
naria, debido a las difi cultades para conseguir fondos que
están restringidos por la enorme demanda internacional de
las naciones desarrolladas para sus paquetes de estímulo.

“A raíz de la crisis el papel del Estado ha crecido a ni-


veles que eran inimaginables años atrás”, dijo Fox, pero el
Estado dispone de menos recursos, de forma tal que “este
momento exige más de los ciudadanos que pagan im-
puestos, especialmente de aquéllos con más ingresos, que
deberían tener que afrontar una mayor carga tributaria”,
indicó. La funcionaria destacó que según la Organización
de Cooperación Económica y Desarrollo menos de un 4%
de los ingresos públicos en America Latina provienen de
pagos de impuestos personales, comparado con un 27% en
las naciones industrializadas.
(El Nacional, 29/09/09)

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ANOTAÇÕES

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