A Interpretação Dos Sonhos
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A Interpretação Dos Sonhos
Apostila
Interpretação de Sonhos
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1.FUNDAMENTOS
1.1.OInconsciente
Aquele que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, pode convencer-se de que
nenhum mortal pode guardar um segredo. Estando seus lábios silenciosos, fala
ele com as pontas dos dedos, traindo-se por todos os poros. Assim, a tarefa de
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tornar conscientes os mais escondidos recessos da mente se torna
perfeitamente factível.
Fica claro, então, que sempre resulta implantado todo um sistema de censura,
de proibições, de cerceamento, de inibições, a vigiar permanentemente os
impulsos, a motilidade pulsional e tudo o que quer que tenha sido inibido.
que inclui tudo o que é consciente num dado momento (no “aqui e agora”,
como se costuma dizer).
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responsável pelo desenvolvimento da consciência moral, pela auto-observação
e pela formação dos ideais, assumindo também a condição de protetor e de
salvador do ego.
Não deixa, contudo, de ser aquele algo que num certo sentido só é passível de
vir a ser relativamente “conhecido” por cada um de persi, uma vez que no
processo de sua edificação muitos foram os afetos que precisaram ser
reprimidos.
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Em outras palavras, o superego funciona como sendo nada mais nada menos
que o dado que corresponde a uma instância censora que tem por objetivo
defender o ego das investidas do id. O superego atua, então, como uma
espécie de autoridade paterna, um pai perfeito, todo amoroso e todo poderoso
ao qual o ego terá que obedecer se quiser ser salvo da rejeição pela
sociedade. O superego corresponde, portanto, como propõe Fenichel, à
introjeção da fórmula “Se obedeceres serás protegido” [fórmula essa] “que
todos os deuses e todas as autoridades terrenas” [e eu acrescentaria: todas as
culturas] “têm em comum” .
O que é importante ressaltar é que certos afetos são excluídos do sistema Pcs
por meio da ação da censura intersistêmica, o que constitui a
chamada Repressão . E o Reprimido – esse conjunto de elementos do Ics aos
quais é negado o acesso à consciência – é que, sob os mais diferentes
disfarces, se expressam nos conteúdos dos sonhos.
1.2. OS SONHOS
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fenômeno onírico que se tornam possíveis contatos com processos mentais
inacessíveis em estado de vigília.
O que ocorre é que durante o sono, energias do sistema Ics adquirem o poder
de atravessar o aparelho psíquico em direção inversa e de catexizar, de investir
energia psíquica, em resíduos mnêmicos visuais. A intensidade desse
investimento é suficiente para tornar tais resíduos, conscientes, sob a forma de
percepções sensitivas, ou melhor, como imagens no sonho, pois uma exigência
do sistema de expressão dos sonhos é a de que todas as significações, até os
pensamentos mais abstratos, exprimam-se por imagens. E uma vez que tais
imagens são passiveis de se tornarem conscientes, torna-se possível o acesso
aos derivados do sistema Ics, através dos sonhos.
Justifica isso o fato de que, uma vez que a mente não está com o ego e o
superego de prontidão, como acontece no estado de vigília, torna-se possível
que o material inconsciente aflore à superfície ou pelo menos até o nível do
Pcs, e, portanto, torne-se resgatável.
Daí por que ser mais completa a fórmula segundo a qual “O sonho é uma
realização (disfarçada) de um desejo (suprimido ou recalcado)”.
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Estes, apesar de, pelo menos aparentemente, não serem efetivamente um
sonho de realização de desejos e sim um sonho de angústia, ainda assim
pode-se detectar que neles o prazer está no lugar de um outro prazer ou
mesmo de um desprazer: “[…] a não-realização de um desejo significava a
realização de outro”.
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2. A TÉCNICA DA INTERPRETAÇÃO
Essa transição há que ser por meio da interpretação do relato que é colhido a
partir de todas as associações livres, inclusive daquelas decorrentes dos
diversos componentes do sonho. Isso se constitui num processo análogo ao de
arqueólogo, ou ao de garimpeiro, visando a busca de elementos que permitam
a clarificação daquilo que esteja obscuro. Nesse caso dos sonhos, em especial,
porque são eles apresentados numa linguagem bem diferente da usual quando
se está em vigília, ou seja, numa linguagem visual, através de imagens.
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sonho era não mais que, também, uma crítica ao autor de um artigo de jornal
sobre Ibsen, que Freud lera algum tempo antes.
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“A transformação dos pensamentos em imagens visuais pode ser uma
consequência da atração que a recordação visual, que procura ressurgir,
exerce sobre os pensamentos separados da consciência e
que lutam por se exprimir […] Segundo esta concepção o sonho seria o
substituto da cena infantil modificada por transferência para o recente.
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Da aproximação entre a elaboração secundária e a formação de certos
sistemas de pensamentos, inferiu Freud que:
Há uma função intelectual que nos é inerente e que exige unificação, coerência
e inteligibilidade de todos os materiais que se apresentem à nossa percepção
ou ao nosso pensamento; esta não teme estabelecer relações inexatas
quando, em consequência de determinadas circunstâncias, é incapaz de
apreender as relações corretas.
Disso decorre, então, que, neste sentido, a elaboração secundária pode ser
considerada aproximadamente uma tentativa de racionalização. Mas, como
esclarece Freud:
Além dos mecanismos acima descritos convêm incluir aqui alguns princípios
gerais que norteiam os estudos e interpretações de sonhos e que integram este
conjunto aqui denominado “componentes estruturais dos sonhos”. Entre tais
princípios é conveniente que sejam inseridos os já algumas vezes citados
“Conteúdo Latente” e “Conteúdo Manifesto”.
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Mas, se a carga de afetos é de tal ordem que consiga interromper o sono, disso
resultarão expressões na consciência, sob a forma de conteúdo manifesto que,
no entanto, denotam o conteúdo latente. É o caso, por exemplo, dos sonhos
que acordam o indivíduo sob forte taquicardia, ou resfolegante como se
acabasse de empreender uma corrida acelerada ou com uma intensa
sudorese, etc. O conteúdo latente de sonhos que são interrompidos dessa
forma é geralmente constituído por desejos ou tendência anti-morais e ou
delituosas, como, por exemplo, tendências incestuosas, pedofílicas, etc.
O conteúdo latente dos sonhos pode ser constituído por: (1) quaisquer
sensações que possam ser introduzidas no sonho através dos órgãos
sensoriais daquele que dorme, tais como o som de um despertador, sede,
fome, urgência em urinar ou defecar, dor num ferimento, calor ou frio
desconfortáveis, etc. (2) Pensamentos e ideias relacionados às atividades e
preocupações do dia-a-dia do sonhante. (3) Um ou vários impulsos do Id
banidos pelas defesas do Ego e da consciência, durante o estado de vigília.
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Sobre o entendimento a respeito de “sonho de cima” e “sonho de baixo”, Heitor
A. Silva refere que “Freud faz uma distinção, mas ‘não radical’ entre sonhos de
cima e sonhos de baixo” (SILVA, 1998, p. 69).E esclarece:
“Sonho de Cima” e, então, usualmente, aquele que tem a ver com os fatos
vivenciados na semana passada, no mês passado, no ano passado. Enfim, são
os derivados de fatos que, se não ocorreram exatamente no dia anterior,
ocorreram, mas numa época não tão remota. Já o “Sonho de baixo”, ao
contrário, é aquele que provém de fatos vivenciados na infância que,
entretanto, são desprovidos de carga de afetos exacerbados. Usualmente não
é um sonho angustiante. Quando um sonho chega a manifestar angústia no
sonhante, ao acordar, é porque, enfatize-se, foi alcançado o “Conteúdo
Latente”.
3. CONCLUSÕES
Esses meios de expressão são, nos sonhos, substituídos por “imagens visuais”
que, por outro lado, constituem uma linguagem simbólica representativa de
desejos e afetos reprimidos.
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emendados aleatoriamente. Assim, ao assistir a essa sucessão de imagens
ninguém poderia compreendê-la, sem um esforço de associação de ideias.
(4) – Deve ser dada a mais séria importância aos fatos ocorridos mais
recentemente (os das vésperas do sonho, os “Restos diurnos”);
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reeditada, ainda que simbolicamente, no sonho;
(9) – Todo sonho depende de estímulos, tais como, por exemplo: (a) Excitação
sensorial externa (objetiva), como raio de luz, ruído de despertador, galo
cantando, determinado cheiro, etc.; (b) Excitação sensorial interna (subjetiva),
compreendendo os fatores estruturais e os motivos latentes propriamente ditos;
(c) Estímulo somático interno (orgânico), considerando aqui todas as causas
orgânicas tais como dores, incômodos, etc.; (d) Fontes de estímulos puramente
Psíquicos, ou seja, os instrumentos complexos da elaboração do sonho.
(3) – É o próprio analisando (o paciente) quem vai dizer o que o seu próprio
sonho significa, com as informações que ele fornece;
(5) – Poder interpretar um sonho é também ser capaz de levar a cabo a cura de
uma neurose, pelo acesso, no estado de vigília, aos afetos reprimidos.
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REFERÊNCIAS
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