Réplica - Fraude - Empréstimo
Réplica - Fraude - Empréstimo
Réplica - Fraude - Empréstimo
PROC. Nº 0552804-40.2018.8.05.0001
DAS PRELIMINARES
“INÉPCIA DA INICIAL”
Tal preliminar não pode prosperar pois a petição inicial cumpre todos os requisitos
estabelecidos pelo CPC. O artigo 319 não estabelece a obrigatoriedade de juntada de extrato
bancário, como alega o Réu. De qualquer maneira, existem documentos nos autos comprovando o
alegado pela Autora. Em relação ao instrumento contratual, este deve ser ônus do Réu, em razão
da inversão do ônus da prova.
Não é necessário ao Autor provar que a presunção é verdadeira quando a lei assim já dita.
Nesse sentido dispõe o artigo 374, inciso IV, do novo CPC:
Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos no processo como incontroversos;
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
Se existe uma presunção relativa em favor da pessoa natural, estabelecida pelo CPC, esta é
verdadeira até que se prove o contrário. Não é necessário a Autora provar que a presunção é
verdadeira quando a lei assim já dita. Ensina Fredie Didier Jr. e Rafael Alexandria de Oliveira:
“A simples afirmação de pessoa natural se presume verdadeira. Trata-se de
presunção legal juris tantum (presunção relativa). Quer isso dizer que, em linha de
princípio, não precisa a pessoa natural produzir prova do conteúdo da sua
afirmação. Se ela goza de boa saúde financeira, que o prove a parte contrária.”
(Benefício da Justiça Gratuita: de acordo com o novo CPC. 6ª ed. rev. e atual.
Salvador: Ed. JusPodivm, 2016, p. 67.)
DO MÉRITO
Os fatos alegados na inicial não foram devidamente impugnados pelo Réu, pois sua defesa
foi realizada de modo genérico, não impugnando a conduta do seu preposto e inclusive os
documentos juntados no bojo da contestação não se referem ao empréstimo realizado em 2017.
Assim, conforme estabelece o artigo 341 do CPC, os fatos alegados na inicial devem ser
considerados verdadeiros e a ação julgada totalmente procedente.
Por cautela, o Autor impugna todo o aduzido pela Ré em sua peça de defesa por não
corresponder a primazia da realidade e afrontar os preceitos constitucionais, especialmente os
princípios protetores do cidadão/consumidor.
O Réu tenta se eximir da responsabilidade alegando genericamente que a Autora sofreu
estelionato de terceiro, entretanto este era preposto do Réu e tinha total acesso ao seu sistema para
liberar empréstimo e cartão de crédito, inclusive foi quem liberou os empréstimos anteriores à
Autora.
Em relação ao contrato firmado em 2014, vale frisar que a Autora não recebeu o referido
cartão de crédito. Só após os fatos descritos na inicial que veio a receber as faturas do cartão, mas
a sua intenção sempre foi de realizar um empréstimo.
Essa modalidade de cartão de crédito, que todo mês paga automaticamente o valor mínimo
da fatura, gera uma “bola de neve” de dívida que o consumidor nunca consegue terminar de pagar.
A Ré age violando a boa-fé objetiva pois a pessoa pretende conseguir um empréstimo e acaba
sendo colocada a pegar um valor junto ao cartão de crédito que tem juros muito mais elevados e
parcelas com pagamentos indefinidos pois é sobre o mínimo do cartão.
Nesses casos, o dano moral é in re ipsa, ou seja, decorre do próprio fato ofensivo. Diante
da violação aos direitos do consumidor, ora Autor, deve a Ré sem condenada por DANOS
MORAIS numa quantia justa. O comportamento da Ré, ao menosprezar o Consumidor, gera um
DOS REQUERIMENTOS:
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
ALEXANDRE V. LEMOS
OAB/BA 30.225