Ortografia Oficial
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X e CH
Na hora de escrever, uma das dúvidas mais recorrentes diz respeito ao uso do
X e do CH. Ainda mais porque, além de conhecer as regras, é necessário
conhecer também as exceções.
Para fixar o uso correto de cada uma das situações a seguir, o ideal é ter uma
boa rotina de leitura para assimilar a grafia correta das palavras. Vamos aos
usos?
Uso do X e CH nas palavras provenientes do latim:
CH: quando são traduzidas do latim para o português, as sequências “pl” “fl” e
“cl” transformam-se em CH.
Exemplos:
planus – chão
flamma – chama
clamare – chamar
X: palavras originárias do X latino ou quando há palatização do S em grupos
ssi ou sce:
Exemplos:
examen – exame
luxu – luxo
laxare – deibar
pisce – peixe
passione – paixão
Casos em que o CH é utilizado:
Em palavras de origem francesa (chofer (chauffeur), creche (crèche),
debochar (débaucher), fetiche (fétiche), guichê (guichet) e champignon
(champignon))
Casos em que o X é utilizado:
Depois de ditongos (peixe, ameixa e caixa)
Algumas exceções são as palavras guache, recauchutar e caucho.
Em palavras iniciadas pela sílaba “en”: enxada, enxerto e enxurrada;
Neste caso há duas exceções. A primeira diz respeito à palavra enchova, que
é um regionalismo da palavra anchova, que tem origem genovesa: anciua.
A segunda exceção são as palavras formadas pela sílaba inicial “en”, seguidas
por radical com “ch”. Alguns exemplos são: enchente, enchumaçar e
encharcar.
Em palavras iniciadas pela sílaba: “me” (mexilhão, México e mexer)
Aqui, a exceção é a palavra mecha (referindo-se aos cabelos) cuja origem é
francesa, da palavra mèche. Algumas vezes a confusão pode ser ocasionada
por conta da palavra mexe (do verbo mexer) que é grafada com x.
Em palavras de origem tupi (capixaba, caxumba, xaxim, queixada,
Pataxó, abacaxi, araxá e Xingu)
Um das exceções é a palavra que nomeia a cidade catarinense de Chapecó,
que é uma derivação do tupi Xapeco e quer dizer, da donde se avista o
caminho da roça.
Em palavras de origem africana (afoxé, axé, xingar, xangô, maxixe,
orixá, borocoxô, xodó e fuxico)
Algumas exceções são as palavras cachaça, chilique, e cachimbo.
Em palavras de origem árabe (almoxarifado, elixir,
haxixe, xarope, xadrez, xeque e enxaqueca)
As exceções são as palavras alcachofra e chafariz.
S ou Z
Na hora de escrever, outra confusão frequente está relacionada ao uso do S e
do Z. Conheça algumas regrinhas que podem auxiliar:
Casos em que o S é utilizado:
Em palavras que derivam de uma primitiva grafada com s (casa –
casinha, casarão, análise – analisar e pesquisa – pesquisar)
Como exceção podemos citar: catequese – catequizar.
Após ditongo quando houver o som de z (coisa e maisena)
Nos sufixos “ês”, “esa”, “esia” e “isia”, quando indicarem nacionalidade,
título ou origem (burguesia, portuguesa, poetisa e camponês)
A exceção é a palavra juíza, que deriva do masculino, juiz.
Na conjugação dos verbos pôr e querer (ele pôs, ele quis, e
nós quisemos)
Nos sufixos gregos “ase”, “ese”, “ise” e “ose” (crise, tese, frase e osmose)
As exceções são as palavras deslize e gaze.
Em palavras terminadas em “oso” e “osa” (gostosa e populoso)
Casos em que o Z é utilizado:
Palavras terminadas em ez e eza serão escritas com z quando se
tratarem de substantivos abstratos provenientes de adjetivos, portanto,
indicando uma qualidade (certeza, nobreza, maciez e sensatez)
Utiliza-se o z nas palavras derivadas com os sufixos “zinho” “zito” “zada”
“zarrão”, “zorra”, “zudo”, “zeiro”, “zal” e “zona” (cafezal, homenzarrão,
papelzinho e açaizeiro)
As exceções ocorrem quando o radical da palavra de origem possui o s: casa –
casinha, asa – asinha e Teresa – Teresinha.
Quando a derivação resultam em verbos terminados com o som de “izar”
(economizar e aterrorizar)
Da mesma forma, há exceção quando o radical da palavra de origem possui
o s: analisar e improvisar.
C, Ç, S e SS
Outra parte, ainda mais confusa, são as possibilidades de uso do c, ç, s e ss.
Entretanto, as regrinhas são muito simples e fáceis de serem entendidas.
O C tem valor de S com as vogais E e I. Antes de A, O ou U, utiliza-se
o Ç (ocioso, acetato, açúcar e aço)
Depois de consoante, utiliza-se S. Entre vogais, o correto é
usar SS (concurso e pessoa)
O S é utilizado em palavras que derivam de verbos terminados em
“correr” “pelir” e “ergir” (compelir – compulsório, discorrer – discurso e
imergir – imersão)
Os verbos terminados em “dar” “der” “dir” “ter” “tir” e “mir” recebem
o S quando perdem as letras D, T e M em suas derivações (redimir –
remissão – remisso, expandir – expansão – expansível e iludir – ilusão –
ilusório)
Verbos não terminados em “dar” “der” “dir”, “ter” “tir” e “mir”
recebem Ç quando mudam o radical (excetuar – exceção e proteger –
proteção)
Verbos que mantêm o radical recebem Ç em suas derivações (fundir –
fundição e reter – retenção)
Utiliza-se C ou Ç após o ditongo quando houver som de S (traição e
coice)
Utiliza-se C ou Ç nos sufixos “aça”, “aço”, “ação”, “çar”, “ecer’, “iça”, “iço”,
“nça”, “uça”, “uço” (esperar – esperança, dente – dentuço, rico – ricaço e
merece – merecer)
Em palavras de origem árabe (açude, alface, alvoroço, celeste, cetim,
açoite, açafrão)
Algumas exceções são arsenal, safra, salada e carmesim.
Em palavras de origem tupi (camaçari, açaí, cacique, piaçava, paçoca,
Iguaçu e cupuaçu)
Em palavras de origem africana (caçula, cachaça, miçanga, lambança,
cangaço e jagunço)
GeJ
Em relação ao uso do G e J é seguida a mesma tendência. Além de ter várias
regras, há, ainda, diversas exceções. Confira quais são as principais e nunca
mais erre a grafia dessas palavras.
Nas palavras originárias do latim e do grego, normalmente, o G da Língua
Portuguesa é equivalente.
Latim
gestu – gesto
gelu – gelo
agitare – agitar
Grego
gymnastics – ginástica
hégemonikós – hegemônico
Em relação ao J, ele não existe nem no latim e nem no grego clássico.
Portanto, ele ocorre quando há consonantização do I semiconsoante latino ou
palatalização do S + I, ou do grupo DI + Vogal.
Casos em que o G é utilizado:
Quando a palavra é derivada de outras palavra grifada com G (faringite –
faringe e selvageria – selvagem)
Algumas exceções são coragem – corajoso e viagem – viajar.
Quando as palavras terminam nos sufixos “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio” e
“úgio” (refúgio, prestígio e sacrilégio)
Utiliza-se G quando os substantivos são terminados em “gem”
(sondagem, viagem e passagem)
Exemplos de exceção são as palavras pajem e lambujem.
Quando os verbos são terminados em “ger” e “gir” (eleger e rugir)
Depois de R (divergir e submergir)
Casos em que o J é utilizado:
Nas palavras derivadas de outras que são grafadas com J (lojista – loja,
gorjeta – gorja).
Nos verbos terminados em “jar” (arranjar, encorajar, enferrujar)
Palavras de origem árabe (azulejo, berinjela, jaleco, jarra, laranja)
Algumas exceções são giz, girafa e álgebra.
Em palavras de origem tupi (jururu, maracujá, jerimum, marajó, jibóia)
Sergipe é uma exceção.
Palavras que possuem origem africana (jabá, Iemanjá, acarajé, jiló,
Jurema)
Mal e mau
É uma das dúvidas mais frequentes, que as duas palavras são muito
parecidas. E aí, na hora de escrever, o correto é mau ou mal? Vamos aos
esclarecimentos?
Neste caso é um dica que é praticamente infalível. Na hora da dúvida, basta
colocá-la em prática.
A palavra mal é oposto de bem, enquanto a palavra mau é oposto de bom.
Basta fazer a substituição para perceber se o uso é correto, ou não.
Vale lembrar, ainda, que quando estiver acompanhado de artigo ou
pronome, mal será um substantivo.
Exemplo: Sofro desse mal desde os dez anos de idade.
Porém, quando modificar um verbo ou adjetivo, mal será um advérbio.
Exemplo: Chegou em casa e mal olhou para o marido.
Na direção contrária, a palavra mau sempre é usada como um adjetivo.
Exemplo: Os maus exemplos não devem ser seguidos.