02 - Quem É Deus - Deus Pai - O Criador No Amor
02 - Quem É Deus - Deus Pai - O Criador No Amor
02 - Quem É Deus - Deus Pai - O Criador No Amor
Objetivo
Pontos Principais
Desenvolvimento
Vamos iniciar pelo que cremos e por isso vamos falar um pouco de quem é Deus, algumas características e algumas
comparações para facilitar o entendimento. Mas antes de começar é importante deixar claro que Deus não cabe em uma
definição. Se conseguimos definir, não é Deus. Isso poderia nos desanimar, mas não deve, pois Mistério não significa algo que
não se conhece de forma alguma. A palavra na origem tem a ver com algo que está coberto, como por exemplo os moveis em
uma casa abandonada coberto por véus. Mesmo estando cobertos, o que nos impede de ver com riqueza de detalhes,
conseguimos perceber volumes, silhuetas, formas etc. Da mesma forma temos de Deus algumas características que podemos
conhecer.
O que talvez sejam as características mais conhecidas de Deus para os católicos é que Deus é:
Oniciente: Sabe tudo;
Onipotente: Pode tudo;
Onipresente: Está em todos os lugares;
Desafio: Se Deus está presente em todos os lugares, Deus está presente no inferno?
Mas o mais extraordinário sobre Deus foi revelado por Jesus, Deus é Trindade: Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. É um
só Deus em 3 pessoas. Isso é um Mistério maravilho, que não deve causar em nós angustia ou mal estar, pois o grande Santo
Agostinho foi confortado por Deus nessa reflexão:
“Conta a história que certo dia, Santo Agostinho, após longo período de trabalho e muito compenetrado na sua angústia,
adormeceu no claustro. Teve um sonho revelador: caminhava sobre uma praia deserta, pensando no mistério da Trindade. De
repente, avistou um menino que com um balde de madeira ia até a água do mar, enchia o balde e voltava, onde despejava a
água num pequenino buraco na areia. Santo Agostinho, perplexo e curioso perguntou ao menino: – O que você está fazendo? O
menino calmamente olhou para Santo Agostinho e respondeu: – Vou colocar toda a água do mar nesse buraco! Santo Agostinho
sorriu e retrucou: – Isso é impossível garoto. Observe quanta água existe no oceano e você quer colocá-la toda nesse diminuto
buraco! Mais uma vez o menino olhou para Santo Agostinho e de forma ríspida e corajosa disse: – Em verdade vos digo que é
mais fácil colocar toda a água do oceano nesse pequeno buraco do que a inteligência humana compreender o mistério da
Santíssima Trindade. E num instante, Santo Agostinho acordou assustado e desorientado. Tivera uma mensagem divina que
acalmaria sua alma conturbada.”
São João nos trouxe na sua primeira carta outra revelação maravilhosa quando disse:
"8.Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor." (I São João 4,8)
Juntando essas duas verdade de fé, Ricardo de São Vitor, no livro TRATADO SOBRE A SANTÍSSIMA TRINDADE - Livro III,
caps. 2-7, nos dá uma explicação fantástica sobre essa Trindade de Amor. Para que o amor existe são necessário 3 papeis: o
Amante, o Amado e o Amor. O amante é o PAI. O Pai ama tanto o Filho que se derrama em amor no Filho. O Filho é o amado. O
Filho recebo todo o amor do Pai, mas o devolve amando-O de volta com todo o amor que tem. E essa dinâmica de amor do Pai e
do Filho é o Espírito Santo. Essa comparação nos ajuda muito a compreender as 3 pessoas da Santíssima Trindade. Então
podemos dizer que aquilo que em Deus é um, é a sua natureza divina e o que em Deus são três chamados de pessoa.
CIC 258. Toda a economia divina é obra comum das três pessoas divinas. Assim como não tem senão uma e a mesma natureza, a
Trindade não tem senão uma e a mesma operação (76). «O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três princípios das criaturas,
mas um só princípio» (77). No entanto, cada pessoa divina realiza a obra comum segundo a sua propriedade pessoal. É assim que
a Igreja confessa, na sequência do Novo Testamento (78), «um só Deus e Pai, de Quem são todas as coisas; um só Senhor Jesus
Cristo, para Quem são todas as coisas; e um só Espírito Santo, em Quem são todas as coisas» (79). São sobretudo as missões
divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as propriedades das pessoas divinas.
Para se aproximar deste mistério, a Igreja desenvolveu a doutrina chamada “da apropriação”. Chama-se “apropriação ao
procedimento teológico pelo qual um aspecto essencial da Trindade – comum às três Pessoas – é atribuído de maneira especial a
uma das Pessoas divinas”, explica o dominicano Gilles Emery. Por exemplo, a Criação é atribuída ao Pai, a Redenção ao Filho, a
glorificação ou santificação ao Espírito Santo; o poder ao Pai, a sabedoria ao Filho e o amor ou a bondade ao Espírito Santo.
Portanto, a apropriação é uma forma de extrair para uma das Pessoas da Trindade o que as três Pessoas são ou fazem juntas.
Assim, o Pai é Criador, verdadeiro, mas Ele cria através da Palavra, que é seu Filho, e no Amor, que é o Espírito.
A doutrina das apropriações é uma forma de revelar o que cada uma das Pessoas realmente tem de si: ser Pai, ser Filho,
agir como Espírito. Ajuda-nos a mergulhar nesse grande mistério: um único Deus em três Pessoas.
Na liturgia vemos que todas as orações são ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo.
Quando Jesus nos revela que Deus é PAI, nos coloca numa dimensão completamente diferente, pois a primeira coisa
que nos restaura é a intimidade. Depois nos faz perceber que estamos diante de um Pai e não de um juiz e dessa forma Deus é
misericordioso.
"6.Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, te
recompensará. 7.Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força
de palavras. 8.Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais. 9.Eis como deveis rezar: PAI
NOS-SO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; 10.venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na
terra como no céu. 11.O pão nosso de cada dia nos dai hoje;* 12.perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos
que nos ofenderam;* 13.e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. 14.Porque, se perdoardes aos homens as suas
ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. 15.Mas, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará."
(São Mateus 6, 6-15)
"15.Porquanto não recebestes um espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo
qual clamamos: Aba! Pai!" (Romanos 8, 15)
Deus Pai não esquece de nós: “15.Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas
entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. 16.Eis que estás gravada na palma de minhas mãos,
tenho sempre sob os olhos tuas muralhas." (Isaías 49, 15s)
Deus Pai nos corrige: "7.Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a
quem seu pai não corrige?" (Hebreus 12, 7)
Deus Pai nos dá segurança: "1.E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, Jacó, e te formou, Israel: “Nada temas, pois eu
te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu. 2.Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo. E os rios não te submergirão; se
caminhares pelo fogo, não te queimarás, e a chama não te consumirá. 3.Pois eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, teu
salvador. Dou o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sabá em compensação. 4.Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio
e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti." (Isaías 43, 1-4)
Sugestão de Bibliografia
Sagrada Escritura;
Catecismo da Igreja Católica;
Tratado sobre a Trindade (Ricardo de São Vitor)