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BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE

MÓDULO VIII

AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA

Recuperação da carência para auxílio por incapacidade


temporária

Lei 8213/91. Art. 27-A. Na hipótese de perda da qualidade de segurado,


para fins da concessão dos benefícios de auxílio-doença, de
aposentadoria por invalidez, de salário-maternidade e de auxílio-reclusão,
o segurado deverá contar, a partir da data da nova filiação à Previdência
Social, com metade dos períodos previstos nos incisos I, III e IV do caput
do art. 25 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

PERÍODO (DII) RECUPERAÇÃO


CARÊNCIA
Até 07/07/2016 1/3 (4 meses)
08/07/2016 a 04/11/2016 (MP 739) Integral (12 meses)
05/11/2016 a 05/01/2017 1/3 (4 meses)
06/01/2017 a 26/06/2017 (MP 767) Integral (12 meses)
27/06/2017 a 17/01/2019 (Lei 13.457/17) Metade (6 meses)
18/01/2019 a 17/06/2019 (MP 871) Integral (12 meses)
A partir de 18/06/2019 (Lei 13.846/19) Metade (6 meses)

Renda Mensal

Lei 8213/91. Art. 61. O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente


do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 91%
(noventa e um por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto
na Seção III, especialmente no art. 33 desta Lei.
Decreto 3048/99. Art. 72. O auxílio por incapacidade temporária consiste
em renda mensal correspondente a noventa e um por cento do salário de
benefício definido na forma prevista no art. 32 e será devido: (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Decreto 3048/99. Art. 32. O salário de benefício a ser utilizado para o
cálculo dos benefícios de que trata este Regulamento, inclusive aqueles
previstos em acordo internacional, consiste no resultado da média
aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações
adotadas como base para contribuições a regime próprio de previdência
social ou como base para contribuições decorrentes das atividades
militares de que tratam os art. 42 e art. 142 da Constituição, considerados
para a concessão do benefício, atualizados monetariamente,
correspondentes a cem por cento do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se
posterior a essa competência. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de
2020).
Decreto 3048/99. Art. 32. § 23. O auxílio por incapacidade temporária
não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários
de contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não
houver doze salários de contribuição, a média aritmética simples dos
salários de contribuição existentes, observado o disposto no art. 33.
(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
Lei 8213/91. Art. 29, § 10. O auxílio-doença não poderá exceder a média
aritmética simples dos últimos 12 (doze) salários-de-contribuição,
inclusive em caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o
número de 12 (doze), a média aritmética simples dos salários-de-
contribuição existentes. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015).

Exercício de atividade remunerada durante a período do


auxílio por incapacidade temporária

Enunciado nº 142. A natureza substitutiva do benefício previdenciário por


incapacidade não autoriza o desconto das prestações devidas no período
em que houve exercício de atividade remunerada (Aprovado no XI
FONAJEF).

Súmula 72 TNU. É possível o recebimento de benefício por incapacidade


durante período em que houve exercício de atividade remunerada quando
comprovado que o segurado estava incapaz para as atividades habituais
na época em que trabalhou.

E M E N T A PREVIDENCIÁRIO. INCAPACIDADE TOTAL E


TEMPORÁRIA. PREENCHIMENTOS DOS REQUISITOS PARA A
CONCESSÃO DO AUXÍLIO DOENÇA. TERMO FINAL. PERÍCIAS
PERIÓDICAS. DESCONTO DO PERÍODO DE BENEFÍCIO POR
INCAPACIDADE CONCOMITANTE COM RECEBIMENTO DE SALÁRIO.
IMPOSSIBILIDADE. TESE DO C. STJ. TUTELA DE URGÊNCIA
MANTIDA. I- Os requisitos previstos na Lei de Benefícios para a
concessão do auxílio doença compreendem: a) o cumprimento do período
de carência, quando exigida, prevista no art. 25 da Lei nº 8.213/91; b) a
qualidade de segurado, nos termos do art. 15 da Lei de Benefícios e c) a
incapacidade temporária para o exercício da atividade laborativa. II- Não
há que se argumentar sobre a fixação de termo final do benefício, vez que
a avaliação da cessação da incapacidade demanda exame pericial. Nos
termos do disposto no art. 101, da Lei nº 8.213/91, não se nega que ao
INSS é permitida a realização de exame médico-pericial voltado a verificar
se houve modificação no estado de saúde do segurado. Contudo, é
defeso à autarquia suspender automaticamente o benefício implementado
por força de decisão judicial, sob pena de descumprimento da ordem
proferida, ressaltando, ainda, que a autorização legal prevista no artigo
acima mencionado não retira a competência do Magistrado para revogar
ou não a tutela anteriormente concedida. III- Com relação ao não
pagamento do benefício por incapacidade, em razão do exercício de
atividade remunerada, o C. STJ, no julgamento do Recurso Especial
Representativo de Controvérsia nº 1.786.590/SP (Tema 1.013/STJ),
fixou a seguinte tese: "No período entre o indeferimento
administrativo e a efetiva implantação de auxílio-doença ou de
aposentadoria por invalidez, mediante decisão judicial, o segurado
do RGPS tem direito ao recebimento conjunto das rendas do trabalho
exercido, ainda que incompatível com sua incapacidade laboral, e do
respectivo benefício previdenciário pago retroativamente". IV- Deve
ser mantida a antecipação dos efeitos do provimento jurisdicional final, já
sob a novel figura da tutela de urgência, uma vez que evidenciado nos
presentes autos o preenchimento dos requisitos do art. 300, do CPC/15.
V- Apelação do INSS improvida. (TRF-3 - ApCiv: 52875753020204039999
SP, Relator: Desembargador Federal NEWTON DE LUCCA, Data de
Julgamento: 11/11/2020, 8ª Turma, Data de Publicação: Intimação via
sistema DATA: 13/11/2020)

PORTARIA Nº 133/DIRBEN/INSS, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2020.


Implementa a transferência sistêmica/automática da contribuição do(a)
segurado(a) contribuinte individual que exerce atividade por conta própria,
Microempreendedor Individual – MEI e facultativo(a) dentro do período de
salário maternidade (B-80) e transferência manual da contribuição do(a)
segurado(a) contribuinte individual que exerce atividade por conta própria
e Microempreendedor Individual – MEI no período de auxílio doença.
Art. 3º. Caberá a transferência manual para ADA, nos casos em que
houver contribuição previdenciária concomitante ao requerimento de
auxílio-doença, para o CI que exerça atividade por conta própria e
Microempreendedor Individual – MEI, desde que o segurado ateste o
recolhimento indevido, autorize a transferência para ADA e fique ciente
quanto a impossibilidade de aproveitamento da contribuição indevida para
fins de reconhecimento de direito a benefícios.
§ 1º. Para o ateste a que se refere o caput, deverá ser preenchido
requerimento eletrônico “Declaração de Interrupção da Atividade Laboral
Remunerada”, nos moldes do Anexo I.
§ 2º. O disposto no caput não se aplica às contribuições concomitantes
do segurado facultativo com auxílio-doença.

Decreto 3.048/99. Art. 11, § 5º. O segurado poderá contribuir


facultativamente durante os períodos de afastamento ou de inatividade,
desde que não receba remuneração nesses períodos e não exerça outra
atividade que o vincule ao RGPS ou a regime próprio de previdência
social. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

ENCAMINHADO PARA REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

Enquanto durar a Reabilitação ficará em gozo do benefício. É obrigatório


a participação sob pena de suspensão do benefício.

Portaria 991/22. Art. 367. Identificada a impossibilidade de desempenho


da atividade que exerce, porém, caso permita o desempenho de outra, o
Perito Médico Federal poderá encaminhar o segurado ao processo de
reabilitação profissional.
Art. 394. O benefício de auxílio por incapacidade temporária será
suspenso quando:
I - não comparecer o segurado em gozo de auxílio por incapacidade
temporária, concedido judicial ou administrativamente, convocado, a
qualquer momento, para avaliação das condições que ensejaram sua
concessão ou manutenção;
II - o segurado recusar ou abandonar tratamentos ou processo de
reabilitação profissional proporcionados pelo RGPS, ou tratamento
dispensado gratuitamente, exceto a tratamento cirúrgico e a transfusão de
sangue, devendo ser restabelecido a partir do momento em que deixar de
existir o motivo que ocasionou a suspensão, desde que persista a
incapacidade.

- Custos da Reabilitação Profissional.

IN 128/22. Art. 419. Quando indispensáveis ao desenvolvimento do


Programa de Reabilitação Profissional, o INSS fornecerá aos
beneficiários, inclusive aposentados, os seguintes recursos materiais:
I - órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção e acessórios:
tecnologia assistiva para correção ou complementação de funcionalidade,
para substituição de membros ou parte destes, sem necessidade de
intervenção cirúrgica para implantação ou introdução no corpo humano;
aparelhos ou dispositivos que auxiliam a locomoção do indivíduo com
dificuldades ou impedimentos para a marcha independente;
II - outras tecnologias assistivas: produtos, recursos, metodologias,
estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade,
relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência,
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social;
III - cursos de formação profissional: cursos voltados à qualificação do
beneficiário com vistas ao reingresso no mercado de trabalho;
IV - pagamento de taxas e documentos de habilitação: poderão ser
prescritas e custeadas pelo INSS, quando indispensáveis ao cumprimento
do PRP. Para efeitos deste inciso, considera-se:
a) taxas: inscrição em processo seletivo prévio, emissão de certificado,
taxa para renovação de Carteira Nacional de Habilitação; e
b) documentos de habilitação: documentos necessários para o exercício
de algumas profissões regulamentadas, como atestados de capacitação
profissional e registro em conselhos de classes. Somente podem ser
custeadas, quando houver a necessidade imediata, devidamente
comprovada e justificada, sendo indispensável para o desfecho do PRP.
As demais anuidades decorrentes dessa inscrição não mais poderão ser
custeadas pelo INSS;
V - auxílio-transporte urbano, intermunicipal e interestadual: consiste no
pagamento de despesas com o deslocamento do beneficiário de seu
domicílio para atendimento na APS e para avaliações, melhoria da
escolaridade, cursos e/ou treinamentos em empresas e/ou instituições na
comunidade;
VI - auxílio-alimentação: consiste no pagamento de despesas referentes
aos gastos com alimentação aos beneficiários em programa profissional
com duração diária igual ou superior a 6 (seis) horas;
VII - diárias: valores pagos para cobrir despesas com alimentação e/ou
estadia, quando há necessidade de o beneficiário se deslocar para
realizar atividades inerentes ao cumprimento do programa de reabilitação
profissional em localidade diversa de sua residência; e
VIII - implemento profissional: recursos materiais necessários para o
desenvolvimento da formação ou do treinamento profissional,
compreendendo material didático, uniforme, instrumentos e
equipamentos técnicos, inclusive os EPIs.

Limbo Previdenciário

Ocorre quando o empregado após realizar perícia médica inicial ou de


prorrogação no INSS é considerado apto ao trabalho, ou seja, tem alta
médica do benefício por incapacidade, seja ele auxílio por incapacidade
comum (B31) ou acidentário (B91), e ao retornar ao trabalho é atestada,
pelo médico da empresa, a sua inaptidão.

Dever do funcionário – se apresentar ou justificar (após 30 dias pode ser


demitido sem justa causa)

Súmula TST Nº 32 - Presume-se o abandono de emprego se o


trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a
cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o
fazer.

Funcionário não quer se apresentar – Notifica a empresa por e-mail ou


requerimento das providências que está tomando.

Dever da empresa - reconduzi-lo ao seu posto de trabalho anterior,


alocação do empregado em outra função compatível com a sua limitação
de saúde ou conceda licença remunerada ao funcionário enquanto não
reverte a decisão denegatória do INSS.

IMPASSE ENTRE A PERÍCIA DO INSS E A AVALIAÇÃO MÉDICA DA


EMPRESA. LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO. EMPREGADO QUE
PERMANECE POR UM PERÍODO SEM RECEBER SALÁRIOS.
RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR. O caso dos autos diz
respeito à situação em que se configura um impasse entre a avaliação
perpetrada pelo perito do INSS, que considera o trabalhador apto ao
trabalho, e o perito médico do trabalho, que entende que o empregado
não tem condições de voltar a trabalhar. Trata-se de situação que é
denominada pela doutrina de "limbo-jurídico-previdenciário", que se
caracteriza por ser um período no qual o empregado deixa de receber o
benefício previdenciário, e também não volta a receber os seus salários.
A esse respeito, o entendimento predominante no âmbito desta Corte é
no sentido de que a responsabilidade pelo pagamento dos salários é do
empregador. Precedentes. Recurso de Revista conhecido e não provido."
(TST, RR 2690-72.2015.5.12.0048, 4ª Turma, Rel. Min. Maria de Assis
Calsing, 10/03/2017)

PAGAMENTO DE SALÁRIO DO PERÍODO DE AFASTAMENTO. LIMBO


PREVIDENCIÁRIO. Instaurando-se divergência entre o INSS e o
empregador sobre a aptidão do empregado para o trabalho, prevalece o
ato da autarquia previdenciária, por gozar de presunção relativa de
legitimidade e veracidade. Nesse contexto, recusando-se o empregador a
fornecer trabalho ao empregado, deixando de readaptá-lo para o exercício
de funções compatíveis com as limitações verificadas pelo médico da
empresa, comete ato ilícito por abuso do poder diretivo, quebrando o
equilíbrio decorrente do caráter sinalagmático do contrato de trabalho,
incorrendo em ofensa ao art. 187 do Código Civil. Vale lembrar que a
empresa não se esgota em sua função de produção e comercialização de
bens e serviços, devendo exercer a sua função social, direcionando-se
pelos princípios da boa-fé, solidariedade social e dignidade da pessoa
humana, vértice do ordenamento jurídico. No caso em espécie, no período
de novembro de 2012 a fevereiro de 2013, a empregada não recebeu o
benefício previdenciário, tampouco o seu salário. A recusa do empregador
em fornecer trabalho ao reclamante o deixou por um período de quatro
meses sem qualquer tipo de sustento, o que justifica a condenação. Por
fim, a jurisprudência desta Corte tem entendido que a responsabilidade
pelo pagamento dos salários do período de limbo previdenciário é do
empregador. (TST; RR 0020011-74.2012.5.04.0331; Terceira Turma; Rel.
Min. Alexandre de Souza Agra; DEJT 25/05/2018; Pág. 3250)

DANO MORAL. LIMBO PREVIDENCIÁRIO. DANO MORAL. LIMBO


PREVIDENCIÁRIO DANO MORAL.LIMBO PREVIDENCIÁRIO DANO
MORAL.-LIMBO PREVIDENCIÁRIO-. Não se admite, por infringir a
dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CRFB/88), o direito
fundamental ao trabalho (arts. 1º, IV, e 170, caput, da CRFB/88), a
responsabilidade social das empresas (arts. 3º, I, 170, da CRFB/88) e a
própria função social do contrato (art. 421 do CC) que um trabalhador seja
submetido a uma situação de estar sem trabalho, sem salário e sem
benefício previdenciário, cabendo relevar que o abuso de direito é um ato
ilícito, na forma do art. 187 do CC. O dano moral decorre de ofensa aos
chamados direitos da personalidade, que são os direitos subjetivos
absolutos, incorpóreos e extrapatrimoniais, correspondentes aos atributos
físicos, intelectuais e morais da pessoa. RELATOR: DESEMBARGADOR
MARCELO ANTERO DE CARVALHO RECORRENTE: AUTO VIAÇÃO
1001 LTDA RECORRIDO: JORDILEI DA SILVA LIMA RELATÓRIO (TRT-
1 - RO: 00007214820125010431, Relator: Marcelo Antero de Carvalho,
Data de Julgamento: 21/09/2016, Décima Turma, Data de Publicação:
29/09/2016)

Possíveis soluções: novo requerimento, Ação Judicial de


restabelecimento com tutela de urgência ou até os dois, recurso
administrativo não recomendo.

Recurso Administrativo de Perícia Médica Contrária

Existe a possibilidade do recurso administrativo no prazo de 30 dias do


indeferimento, o processo será encaminhado para julgamento.

Ação de Concessão ou Restabelecimento

Ação de concessão do benefício é quando a perícia inicial foi indeferida,


ou seja, o segurado não estava em gozo de auxílio por incapacidade
temporária e Ação de restabelecimento é quando já estava recebendo e
o benefício por cessado pela perícia médica do INSS.

A lei n° 14.331/2022 trouxe novos requisitos para a petição inicial:

Quando o fundamento da ação for a discussão de ato praticado pela


perícia médica federal, a petição inicial deverá conter, em complemento
aos requisitos previstos no art. 319 Código de Processo Civil:

a) A descrição clara da doença e das limitações que ela impõe: o que não
corresponde somente à indicação da CID, sendo que também é
necessário explicar a incapacidade que aquela doença gerou para o
seu cliente;
b) A indicação da atividade para a qual o autor alega estar incapacitado:
oportunidade em que você deve indicar a profissão do cliente, bem
como descrever os gestos laborais para os quais ele está incapacitado;

c) As possíveis inconsistências da avaliação médico-pericial discutida:


momento em que é pertinente se utilizar do prontuário de Sistema de
Administração de Benefícios por Incapacidade (conhecido pela sigla
“SABI”) e apontar o porquê do perito haver errado (não basta dizer só
que o perito errou na avaliação); e

d) A declaração quanto à existência de ação judicial anterior com o


mesmo objeto, esclarecendo os motivos pelos quais se entende não
haver litispendência ou coisa julgada, quando for o caso.

Ação Judicial indeferida ou pendente na Turma Recursal


cabe nova ação?

Sim, é necessário novo pedido administrativo no INSS e alteração no


quadro clínico do indeferimento anterior. A capacidade ou incapacidade
laborativa pode mudar constantemente. Assim, a existência de uma
decisão judicial, já transitada em julgado, que reconhece a improcedência
de pedido de concessão de benefício por incapacidade, não impede o
ajuizamento de nova ação, quando houver modificação do quadro clínico
do segurado, pois, neste caso, estar-se-ão examinando fatos novos.

OBS. Abra um tópico na petição inicial para afastar a coisa julgada.

Acompanhar o cliente na perícia

O tema é controvertido, porém no nosso entendimento é que é possível


com autorização expressa do segurado o advogado acompanhá-lo no
momento da perícia, porém para o INSS o pedido deve analisado pelo
perito médico e poderá ser negado, com a devida fundamentação, caso a
presença de terceiro possa interferir no ato pericial.
Artigo 73 do Código de Ética Médica: “É vedado ao médico: revelar fato
de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão,
salvo por justa causa, dever legal ou autorização expressa do paciente”.
Fica evidente no artigo mencionado acima que o médico tem o dever
profissional de preservar o sigilo das informações obtidas em decorrência
do exercício da sua profissão, mas também que o sigilo é do paciente e
não do médico, deixando claro na redação final do artigo que com a
autorização expressa do paciente esse sigilo pode ser quebrado.
Lei 13.846/19. Art. 30, § 11. O Perito Médico Federal deve trabalhar com
isenção e sem interferências externas, vedada a presença ou a
participação de não médicos durante o ato médico pericial, exceto quando
autorizado por ato discricionário do Perito Médico Federal.
OBS. Médico assistente

Quesitação na Perícia Judicial

Atestado, laudos médicos, exames, receituários médicos, prontuário e


fotos e laudos médicos do INSS se já teve alguma perícia favorável.

CPC. Art. 473. O laudo pericial deverá conter:


IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas
partes e pelo órgão do Ministério Público.

OBS. Fazer quesitação ligado diretamente com a atividade habitual

Exemplos:

1. Concorda que o autor é portador das patologias......

2. O assistente técnico médico Dr. ................., CRM/.... n°....., em


................................. que acompanha o quadro do autor reconheceu a
sua incapacidade, desta forma, é possível concordar com as seguintes
afirmações exaradas pelo? Caso discorde, justifique objetivamente.

3. É possível afirmar que o Autor está totalmente recuperado para a


atividade de........
4. Concorda que a autora apresenta dificuldade de cognição, dificuldade
de aprendizagem, é introspectiva, e tem dificuldade para se
comunicar?

5. O Autor consegue desempenhar a atividade de ................... durante 8


horas poro dia com esforço repetitivo......

Impugnação de laudo pericial judicial

CPC. Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante dos
autos, poderá:

I – impugnar a admissibilidade da prova documental;


II – impugnar sua autenticidade;
III – suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de
arguição de falsidade;
IV – manifestar-se sobre seu conteúdo.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, a impugnação deverá


basear-se em argumentação específica, não se admitindo alegação
genérica de falsidade.

Juiz não está adstrito a laudo pericial, podendo julgar baseado no


Princípio da Livre Convicção do Juiz, da Motivação das Decisões e da
Busca da Verdade Real, que concede a liberdade para julgar conforme
com seu convencimento.

“A TNU, no julgamento do PEDILEF 2009.72.50.004468-3, reafirmou o


entendimento no sentido de que ‘A realização de perícia por médico
especialista só é necessária em casos especialíssimos e de maior
complexidade, como, por exemplo, no caso de doença rara, o que não é
o caso dos autos. Precedentes da TNU (PEDILEF 200872510048413,
200872510018627, 200872510031462).’” (PEDILEF (Presidência)
0001164-47.2016.4.03.6328, Ministro Raul Araújo, TURMA NACIONAL
DE UNIFORMIZAÇÃO, 08/03/2018.)
O conjunto probatório evidencia provável doença psiquiátrica de
diagnóstico incerto, demandando a realização de perícia com médico
psiquiatra, dadas as especificidades do caso. Cerceamento de defesa
caracterizado. Anulação da sentença. Apelação do autor provida. (TRF 3ª
Região, 9ª Turma, AC 5286744-16.2019.4.03.9999, Rel. Desembargador
Federal GILBERTO RODRIGUES JORDAN, julgado em 06/06/2019,
Intimação via sistema DATA: 07/06/2019)

PREVIDENCIÁRIO. AUXIÍLIO-DOENÇA. PERÍCIA MÉDICA. MÉDICO


ESPECIALISTA ORTOPEDIA. No caso em questão, entendo, ao menos
neste juízo de cognição sumária, presente a plausibilidade do direito à
nova perícia com médico especialista em ortopedia. Assim, tenho que a
prova pericial deve proporcionar, tanto quanto possível, uma visão
abrangente do quadro clínico que acomete a requerente de benefício por
incapacidade. (TRF-4 - AG: 50182410220114040000 5018241-
02.2011.4.04.0000, Relator: VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA,
Data de Julgamento: 30/05/2012, SEXTA TURMA)

- Todos os quesitos foram respondidos


- Foi analisado todas as doenças
- Reafirmar uma aposentadoria por incapacidade permanente
- Contestar DII e prazo para recuperação
- Reabilitação profissional
- Nulidade por não especialidade

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