TCC Isadorapandolfo
TCC Isadorapandolfo
TCC Isadorapandolfo
FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
Isadora Pandolfo
AVALIAÇÃO DO CUSTO DE IMPLANTAÇÃO DE REDE COLETORA DE
ESGOTO UTILIZANDO O CRITÉRIO DE DIÂMETROS NÃO PROGRESSIVOS EM
REGIÕES COM ELEVADA VAZÃO CONCENTRADA
Florianópolis
2021
Isadora Pandolfo
AVALIAÇÃO DO CUSTO DE IMPLANTAÇÃO DE REDE COLETORA DE
ESGOTO UTILIZANDO O CRITÉRIO DE DIÂMETROS NÃO PROGRESSIVOS EM
REGIÕES COM ELEVADA VAZÃO CONCENTRADA
Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em
Engenharia Sanitária e Ambiental do Centro Tecnológico
da Universidade Federal de Santa Catarina como
requisito para a obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Sanitária e Ambiental
Orientador: Prof. Pablo Heleno Sezerino, Dr.
Coorientadora: Débora Parcias Olijnyk, Ma.
Florianópolis
2021
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração
Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.
Isadora Pandolfo
AVALIAÇÃO DO CUSTO DE IMPLANTAÇÃO DE REDE COLETORA DE
ESGOTO UTILIZANDO O CRITÉRIO DE DIÂMETROS NÃO PROGRESSIVOS EM
REGIÕES COM ELEVADA VAZÃO CONCENTRADA
Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de “Bacharel
em Engenharia Sanitária e Ambiental” e aprovado em sua forma final pelo Curso de
Engenharia Sanitária e Ambiental
Florianópolis, 11 de maio de 2021.
__________________________________
Profa. Maria Elisa Magri, Dra.
Coordenadora do Curso
Banca Examinadora:
__________________________________
Prof. Pablo Heleno Sezerino, Dr.
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina UFSC
__________________________________
Engª. Débora Parcias Olijnyk, Ma.
Coorientadora
Companhia Catarinense de Águas e Saneamento CASAN
__________________________________
Prof. Raphael Corrêa Medeiros, Dr.
Avaliador
Universidade Federal de Santa Maria UFSM
__________________________________
Prof. Leandro Bassani, Dr.
Avaliador
Universidade Federal da Fronteira Sul UFFS
AGRADECIMENTOS
Meus agradecimentos iniciam pela minha família, em especial à minha mãe, Luciana,
que sempre tem as palavras certas para me tranquilizar e ao meu pai, João, que não cansa de
demonstrar todo seu orgulho por mim. Sou grata aos dois por terem proporcionado a vida
maravilhosa que tenho e as oportunidades de ensino que me fizeram chegar até aqui. Obrigada
por sempre acreditarem no meu potencial. Vocês são a base de todas minhas conquistas.
Agradeço à Universidade Federal de Santa Catarina pelo ensino de qualidade e aos
professores que contribuíram para minha formação com excelência, dando destaque ao
professor Pablo Sezerino pela orientação, apoio e estímulo na execução desse trabalho.
Agradeço à minha prima, Laura, que, embora virtualmente, esteve sempre presente
sendo meu suporte em todos os momentos difíceis. Deixo aqui minha gratidão por todo o tempo
desprendido me ajudando, me acalmando e me motivando.
Agradeço à minha primeira e permanente amiga da graduação, Bruna, por tornar os
anos de estudo mais leves e por todas as palavras de admiração que são o combustível que me
fazem seguir em frente.
A todas as amigas que fiz ao longo da trajetória dentro da UFSC agradeço pela
parceira, amizade e momentos incríveis. À Bruninha e à Amanda, que foram uma gratificante
surpresa nessa reta final, fica meu agradecimento especial pela confiança e colaboração na
execução dos incontáveis trabalhos, além de toda cumplicidade para manter o equilíbrio
emocional. Sem vocês os resultados não seriam tão positivos.
Aos meus amigos de infância e de colégio que foram, e são, elementos fundamentais
para construção de quem eu sou. Fico muito agradecida por permanecerem fiéis e parceiros
mesmo que distantes fisicamente.
À CASAN e à DIPE pela disponibilização dos dados, pela confiança e por todo
aprendizado fornecido. Em especial, agradeço à engenheira Débora, coorientadora desse
trabalho, pelo aceite, disponibilidade, contribuições e também pelo grande exemplo de
profissional. Sem essa equipe eu não teria a oportunidade e a bagagem para execução desse
trabalho.
Agradeço à Sabrina (in memoriam), minha bichinha peluda que tirou muitos cochilos
em cima das apostilas enquanto me fazia companhia durante as horas de estudo.
Por fim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram com a minha formação
e com a elaboração desse trabalho, principalmente àqueles que conviveram comigo nos últimos
meses enquanto eu só conseguia falar e pensar no trabalho de conclusão.
RESUMO
A implantação de um Sistema de Esgotamento Sanitário visa resolver problemas sanitários,
sociais, econômicos e de saúde de uma comunidade, sendo de suma importância o acesso
adequado para toda a população. Sabendo que a implantação de rede coletora de esgoto é uma
parte bastante onerosa do sistema, para possibilitar a universalização do saneamento é
fundamental estudos que permitam a redução dos custos das obras. Como o orçamento está
ligado a diversos fatores, foi verificado nesse trabalho a possibilidade de diminuição do custo
a partir da alteração do critério de determinação do diâmetro da rede, respeitando as normas
técnicas. Portanto, tevese como objetivo avaliar a economia orçamentária na construção de
rede coletora com grande vazão quando se utiliza o método de diâmetros não progressivos, com
foco em uma região plana e outra com topografia acentuada. Esse método visa adotar para todos
os trechos o mínimo diâmetro necessário, diferente do convencional em que o diâmetro é
sempre igual ou maior que de montante. O dimensionamento da rede foi realizado por meio do
software SanCAD, com alteração dos critérios dentro do próprio programa para duas bacias
com características topográficas diferentes. Para elaboração dos orçamentos, o custo da obra
foi calculado pela tabela de custos da Operadora de Saneamento de Santa Catarina e o custo de
materiais através de tabelas do SINAPI. Os resultados demonstram que a metodologia estudada
apresenta montante economizado na ordem de até 23% para algumas regiões com
características específicas. Assim, destacase a grande influência da topografia do terreno, em
que para locais planos a economia encontrada foi de apenas 0,4%. Já para regiões com grandes
variações de cotas há uma maior redução dos custos de implantação (da ordem de 7% a 23%),
sendo o critério de diâmetros não progressivos mais relevante em bacias desse tipo. Ainda,
realçase a influência da vazão, em que a aplicabilidade do critério cresce com maiores vazões
de contribuições.
Palavraschave: Sistema de Esgotamento Sanitário. Rede Coletora de Esgoto. Diâmetros não
progressivos. SanCAD. Vazões Concentradas.
ABSTRACT
The implementation of a Sanitary Sewage System aims to solve sanitary, social, economic and
health problems in a community, with adequate access for the entire population being extremely
important. Since the implementation of sewage network is a very costly part of the system,
studies that allow construction costs reduction are essential to enable universal sanitation. As
the budget is linked to several factors, it was verified in this work the possibility of reducing
the cost by changing the criterion for determining the diameter of the sewage network,
respecting the technical standards. This method seeks to adopt the minimum necessary diameter
for all stretches, different from the conventional one, where the diameter is always equal to or
greater than the previous. Therefore, the goal was to evaluate changes in diameter and cost in
the construction of the collection network with large flow when using the method of non
progressive diameters, focusing on a flat region and another with accentuated topography. The
dimensioning of the network was performed using the SanCAD software, changing the criteria
within the program itself for two different topographic characteristics. To estimate budgets, the
cost of the work was calculated using the cost table of Sanitarion Operator of Santa Catarina
and the coast of materials trough SINAPI tables. As a result, it was observed that the studied
methodology presents a saved amount in the order of 23% for some regions with specific
characteristics. Thus, it highlights the great influence of the topography of the terrain, in which
for flat locations the economy found was just 0,4%. For regions with large variations in heights,
there is a greater reduction in implementation costs (from 7% to 23%), with the criterion of
nonprogressive diameters being more relevant in basins of this type. Still, the influence of the
flow is emphasized, in which the applicability of the criterion grows with greater flow of
contributions.
Keywords: Sanitary Sewage System. Sewage Network. Nonprogressive Diameters. SanCAD.
Concentrated Flow Rate.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Traçado de rede do tipo perpendicular. ................................................................... 22
Figura 2 – Traçado de rede do tipo leque. ................................................................................ 22
Figura 3 – Traçado de rede do tipo radial/distrital. .................................................................. 23
Figura 4 – Assentamento das tubulações na via pública. ......................................................... 23
Figura 5 – Elementos hidráulicos para o cálculo da tensão trativa. ......................................... 31
Figura 6 – Coletor acompanhando a declividade do terreno. ................................................... 33
Figura 7 – Coletor em terreno plano. ........................................................................................ 33
Figura 8 – Coletor em terreno com aclive. ............................................................................... 33
Figura 9 – Esquema genérico de um SES................................................................................. 37
Figura 10 – Escavação manual. ................................................................................................ 38
Figura 11 – Escavação mecanizada. ......................................................................................... 38
Figura 12 – Escoramento metálico em obra de esgoto sanitário. ............................................. 39
Figura 13 – Delimitação da Bacia A. ....................................................................................... 45
Figura 14 – Delimitação da Bacia B. ........................................................................................ 46
Figura 15 Tela da rotina de dimensionamento do SanCAD................................................... 49
Figura 16 – Tela de Entrada de Vazões Concentradas. ............................................................ 51
Figura 17 – Edição da Vazão Concentrada. ............................................................................. 51
Figura 18 – Esquema das simulações. ...................................................................................... 52
Figura 19 – Resultados das simulações da Bacia A. ................................................................ 62
Figura 20 – Resultados das simulações da Bacia B.................................................................. 63
Figura 21 – Perfil do terreno de A001 até FIM. ....................................................................... 65
Figura 22 – Perfil do terreno de A039 até FIM. ....................................................................... 67
Figura 23 – Perfil do terreno de A077 até FIM. ....................................................................... 68
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Largura das valas em função do diâmetro, profundidade e escoramento. ............. 54
Quadro 2 – Tipo de escoramento de acordo com a profundidade da vala. ............................... 56
Quadro 3 – Critérios de determinação do tipo do poço de visita. ............................................ 57
Quadro 4 – Estudo das declividades das simulações em A001. ............................................... 66
Quadro 5 – Estudo das declividades das simulações em A039. ............................................... 67
Quadro 6 – Estudo das declividades das simulações em A077. ............................................... 69
Quadro 7 – Declividades adotada nos trechos de B001 até FIM.............................................. 71
Quadro 8 – Declividades adotadas nos trechos de B077 até FIM. ........................................... 73
Quadro 9 – Declividades adotadas nos trechos de B097 até FIM. ........................................... 74
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Critérios de projeto. ................................................................................................ 48
Tabela 2 – População e infiltração por bacia. ........................................................................... 50
Tabela 3 – Percentual do tipo de rocha nas Bacia A e B. ......................................................... 55
Tabela 4 – Vazões de contribuição. .......................................................................................... 59
Tabela 5 – PVs de lançamento das vazões concentradas. ........................................................ 60
Tabela 6 – Caracterização das simulações realizadas. ............................................................. 60
Tabela 7 – Critério para adoção da declividade do coletor. ..................................................... 64
Tabela 8 – Trechos que possuem alteração de diâmetro na simulação B1............................... 70
Tabela 9 – Orçamento por tipo serviço para as simulações da Bacia A. .................................. 78
Tabela 10 – Orçamento por tipo de serviço para as simulações da Bacia B. ........................... 80
Tabela 11 – Comparação dos custos totais. .............................................................................. 82
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileiro de Normas Técnicas
CASAN Companhia Catarinense de Águas e Saneamento
CP Caixa de Passagem
CTJ Cota do Terreno Jusante
CTM Cota do Terreno Montante
DN Diâmetro Nominal
DNP Diâmetros Não Progressivos
DP Diâmetros Progressivos
EEE Estação Elevatória de Esgoto
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
PV Poço de Visita
RPCM Relatório de Preços e Critérios de Medições
SES Sistema de Esgotamento Sanitário
TIL Terminal de Inspeção e Limpeza
TL Tubo de Limpeza
TQ Tubo de Queda
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 16
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................... 17
1.1.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 17
1.1.2 Objetivos específicos................................................................................................. 17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 18
2.1 SANEAMENTO ........................................................................................................ 18
2.2 ESGOTO SANITÁRIO: CONCEITO, ORIGEM E DESTINO ................................ 18
2.3 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ....................................................... 19
2.3.1 Tipos de sistemas ...................................................................................................... 19
2.3.1.1 Sistema unitário .......................................................................................................... 19
2.3.1.2 Sistema separador parcial.......................................................................................... 20
2.3.1.3 Sistema separador absoluto ....................................................................................... 20
2.4 COMPONENTES DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .................. 20
2.5 CONCEPÇÃO DA REDE.......................................................................................... 21
2.5.1 Órgãos acessórios ..................................................................................................... 21
2.5.2 Traçado da rede ........................................................................................................ 21
2.5.3 Localização dos coletores na via pública ................................................................ 23
2.5.3.1 Rede simples/rede dupla ............................................................................................. 24
2.5.4 Profundidades máximas e mínimas ........................................................................ 24
2.6 VAZÃO A ESGOTAR ............................................................................................... 25
2.6.1 Estudo populacional ................................................................................................. 25
2.6.2 Contribuição per capita ........................................................................................... 26
2.6.2.1 Consumo de água per capita ...................................................................................... 26
2.6.2.2 Coeficiente de retorno ................................................................................................ 27
2.6.3 Coeficientes de variação de vazão ........................................................................... 27
2.6.4 Taxa de infiltração.................................................................................................... 27
2.6.5 Vazão Concentrada .................................................................................................. 28
2.6.6 Cálculo das vazões de dimensionamento ................................................................ 28
2.7 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE REDE COLETORA ........................ 29
2.7.1 Regime hidráulico de dimensionamento ................................................................ 29
2.7.2 Taxa de contribuição linear ..................................................................................... 29
2.7.3 Vazão mínima ........................................................................................................... 30
2.7.4 Diâmetro mínimo ...................................................................................................... 30
2.7.5 Tensão trativa ........................................................................................................... 30
2.7.6 Declividade mínima .................................................................................................. 32
2.7.7 Declividade máxima ................................................................................................. 32
2.7.8 Declividade do coletor .............................................................................................. 32
2.7.9 Lâmina d’água .......................................................................................................... 34
2.7.10 Velocidade crítica ..................................................................................................... 34
2.7.11 Condições para controle de remanso ...................................................................... 35
2.8 DIÂMETROS PROGRESSIVOS/NÃO PROGRESSIVOS ...................................... 35
2.9 ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO ............................................................ 35
2.10 ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO ...................................................... 36
2.11 CORPO RECEPTOR ................................................................................................. 36
2.12 ESQUEMA GENÉRICO DE UM SISTEMA............................................................ 36
2.13 IMPLANTAÇÃO DA REDE ..................................................................................... 37
2.13.1 Escavação .................................................................................................................. 37
2.13.2 Escoramento.............................................................................................................. 38
2.13.2.1 Pontaleteamento ......................................................................................................... 39
2.13.2.2 Descontínuo ................................................................................................................ 39
2.13.2.3 Contínuo ..................................................................................................................... 39
2.13.2.4 Especial ...................................................................................................................... 40
2.13.2.5 Metálico ...................................................................................................................... 40
2.13.3 Assentamento ............................................................................................................ 40
2.13.4 Reaterro e repavimentação ...................................................................................... 40
2.14 MATERIAL DAS TUBULAÇÕES ........................................................................... 40
2.15 SOFTWARES ............................................................................................................ 41
2.15.1 PROSaneamento ..................................................................................................... 41
2.15.2 SanCAD ..................................................................................................................... 41
2.15.2.1 CasanCAD .................................................................................................................. 42
2.15.3 InfraCAD .................................................................................................................. 42
2.15.4 CEsg ........................................................................................................................... 42
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 44
3.1 ÁREAS DE ESTUDO ................................................................................................ 44
3.1.1 Caracterização da Bacia A ...................................................................................... 44
3.1.2 Caracterização da Bacia B....................................................................................... 45
3.2 DIMENSIONAMENTO COM SOFTWARE SANCAD .......................................... 46
3.2.1 Fundamentos do processo de cálculo ...................................................................... 47
3.2.2 Critérios de projeto .................................................................................................. 47
3.2.3 Rede auxiliar ............................................................................................................. 50
3.3 VAZÕES DE CONTRIBUIÇÃO ............................................................................... 50
3.4 SIMULAÇÕES .......................................................................................................... 52
3.5 CRITÉRIOS DE ORÇAMENTO ............................................................................... 53
3.5.1 Escavação .................................................................................................................. 53
3.5.2 Reaterro ..................................................................................................................... 55
3.5.3 Carga, transporte e descarga .................................................................................. 55
3.5.4 Escoramento.............................................................................................................. 55
3.5.5 Assentamento ............................................................................................................ 56
3.5.6 Remoção da Pavimentação ...................................................................................... 56
3.5.7 Execução da Pavimentação Asfáltica ..................................................................... 57
3.5.8 Poços de visita ........................................................................................................... 57
3.5.9 Materiais.................................................................................................................... 58
3.5.10 Rede auxiliar ............................................................................................................. 58
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 59
4.1 VAZÕES DE CONTRIBUIÇÃO ............................................................................... 59
4.2 DIMENSIONAMENTOS .......................................................................................... 60
4.3 COMPARAÇÕES DOS CENÁRIOS ........................................................................ 61
4.3.1 Discussão da Bacia A ................................................................................................ 64
4.3.1.1 Lançamento da contribuição no PV A001 ................................................................. 65
4.3.1.2 Lançamento da contribuição no PV A039 ................................................................. 66
4.3.1.3 Lançamento da contribuição no PV A077 ................................................................. 68
4.3.2 Discussão da Bacia B ................................................................................................ 69
4.3.2.1 Lançamento da contribuição no PV B001 ................................................................. 70
4.3.2.2 Lançamento da contribuição no PV B077 ................................................................. 72
4.3.2.3 Lançamento da contribuição no PV B097 ................................................................. 73
4.3.3 Análise da magnitude de alteração do diâmetro ................................................... 75
4.3.4 Análise da magnitude de alteração da profundidade ........................................... 75
4.3.5 Análise geral .............................................................................................................. 76
4.4 ORÇAMENTOS ........................................................................................................ 77
4.5 OUTROS CUSTOS NÃO CONSIDERADOS .......................................................... 83
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 85
6 RECOMENDAÇÕES .............................................................................................. 87
APÊNDICE A – Rede Genérica da Bacia A......................................................................... 91
APÊNDICE B – Rede Genérica da Bacia B ......................................................................... 92
APÊNDICE C – Perfis do terreno da Bacia A ..................................................................... 93
APÊNDICE D – Perfis do terreno da Bacia B ..................................................................... 94
16
1 INTRODUÇÃO
(escavação, escoramento, reaterro, etc.). Com base nisso, o foco do trabalho está relacionado à
análise na mudança de custo quando se utiliza o critério de diâmetros não progressivos, a fim
de usar tubulações com os menores diâmetros possíveis, apoiandose sempre nas normas
técnicas. Tendo em vista que o diâmetro das tubulações é determinado com base na vazão e na
declividade, optouse por evidenciar o estudo em bacias com grandes vazões concentradas,
comparando um cenário com topografia mais acentuada com uma região mais plana.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Comparar o custo de implantação de rede coletora de esgoto com grande vazão
concentrada para uma região plana e outra com topografia acentuada, sob os critérios diferentes
de diâmetros progressivos e diâmetros não progressivos.
1.1.2 Objetivos específicos
• Simular o dimensionamento de rede coletora de esgoto de duas bacias com diferentes
vazões concentradas, considerando dois critérios de determinação de diâmetro:
diâmetro progressivos e não progressivos;
• Avaliar as alterações de diâmetros e de profundidades no dimensionamento das redes
coletoras;
• Avaliar a diferença de custo de implantação das redes coletoras de esgoto para as
simulações mais relevantes;
• Verificar se o critério de diâmetros não progressivos para bacias com grandes vazões
concentradas proporciona maior economia nos custos de implantação da rede,
relacionando com a topografia.
18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 SANEAMENTO
2.2 ESGOTO SANITÁRIO: CONCEITO, ORIGEM E DESTINO
A água, após usada, tem suas características naturais alteradas, incorporando inúmeras
substâncias, ainda que permaneça na sua forma líquida. Essas águas, conjuntamente com as
eventuais contribuições indevidas provenientes do escoamento superficial e possíveis
infiltrações em drenagens subterrâneas, formarão as vazões de esgotamento sanitário ou
simplesmente esgotos (BRASIL, 2019b).
A norma brasileira NBR 9.648 (ABNT, 1986a) segue basicamente a mesma definição:
esgoto sanitário é o despejo líquido constituído de esgotos domésticos, industriais, água de
infiltração e contribuição pluvial parasitária. Sendo, de acordo com a mesma norma:
a) Esgoto doméstico: despejo líquido resultante do uso da água para higiene e necessidades
fisiológicas humanas;
b) Esgoto industrial: despejo líquido resultante dos processos industriais, respeitando os
padrões de lançamento estabelecidos;
c) Água de infiltração: toda água proveniente do subsolo, indesejável ao sistema separador
e que penetra nas canalizações;
d) Contribuição pluvial parasitária: parcela de deflúvio superficial inevitavelmente
absorvida pela rede coletora de esgoto sanitário.
Essas definições já estabelecem por elas mesmas a origem do esgoto sanitário. Quanto
ao destino, na maioria das vezes, são cursos de água, lagos ou mesmo o oceano , mas também
pode ser o solo convenientemente preparado para receber a descarga efluente do sistema
(NUVOLARI, 2011).
19
2.3 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) pode ser definido como as obras e instalações
destinadas a coletar, transportar, tratar e dispor o esgoto sanitário de uma comunidade, de forma
contínua e higienicamente segura. Portanto, o SES abrange a rede coletora com todos seus
elementos, as estações elevatórias de esgotos e as estações de tratamento (RAVADELLI, 2004).
Nuvolari (2011) apresenta os aspectos higiênico, social e econômico como as
principais finalidades de SES. Resumidamente, do ponto de vista higiênico o objetivo é a
prevenção, o controle e a erradicação das muitas doenças de veiculação hídrica. Em relação ao
aspecto social, o propósito é a melhoria da qualidade de vida da população, pela eliminação de
odores desagradáveis, bem como a recuperação das coleções de águas naturais. Do ponto de
vista econômico, o intuito envolve questões de geração de emprego e melhoria ambiental.
2.3.1 Tipos de sistemas
2.3.1.1 Sistema unitário
Estes sistemas recolhem os lançamentos de esgotos sanitários e contribuições pluviais
numa mesma canalização. De acordo com o Manual do Saneamento (BRASIL, 2019b), o uso
deste sistema não é permitido no Brasil. Sua utilização é mais comum em regiões onde o índice
pluviométrico é inferior a um terço da média brasileira, pois apresenta a vantagem da
construção de uma só tubulação.
Podese citar como peculiaridades deste tipo de sistema, segundo Ravadelli (2004):
chegada de carga hidráulica descontrolada nas estações de tratamento; exigência de diâmetros
maiores em regiões tropicais; extravasão do excesso de água pluvial misturada ao esgoto
acarretando em sérios riscos à saúde da população em áreas alagadiças.
20
2.3.1.2 Sistema separador parcial
Este tipo de sistema recebe contribuição de uma parcela das águas da chuva,
provenientes de telhados e pátios das economias juntamente com o esgoto sanitário (ALEM
SOBRINHO; TSUTIYA, 2000). Segundo o Manual do Saneamento (BRASIL, 2019b), este
sistema não é permitido no Brasil, do mesmo modo que o sistema unitário.
2.3.1.3 Sistema separador absoluto
Este modelo de atendimento caracterizase por apresentar duas redes de canalização:
uma exclusivamente para coleta de esgoto sanitário e outra para recolher as águas pluviais.
Do ponto de vista técnico, representa uma evolução em relação ao sistema unitário.
Contudo, necessita de controle para evitar lançamentos clandestinos de águas pluviais. É o
sistema predominante no Brasil, porém “como este controle nem sempre é eficiente na maioria
das cidades brasileiras, o sistema separador acaba funcionando, em parte, como um sistema
misto” (BRASIL, 2019b, p. 159).
2.4 COMPONENTES DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
A seguir são apresentadas as partes constituintes de um sistema de esgotamento
sanitário, de acordo com a NBR 9.649 (ABNT, 1986b):
• Rede coletora: conjunto constituído de ligações prediais, coletores de esgoto e órgãos
acessórios, onde:
o Ligação predial: trecho do coletor predial constituído entre o limite do terreno e o
coletor de esgoto;
o Coletor de esgoto: tubulação que recebe contribuição de esgoto dos coletores
prediais em qualquer ponto ao longo de seu comprimento;
₋ Coletor principal: coletor de esgoto de maior extensão dentro da bacia;
₋ Coletor tronco: tubulação que recebe apenas contribuição de esgoto de outros
coletores;
₋ Coletor predial: trecho de tubulação da instalação predial de esgoto
compreendido entre a última inserção das tubulações que recebem efluentes de
aparelhos sanitários e o coletor de esgoto (NUVOLARI, 2011).
• Interceptores: “canalizações que recebem os coletores de esgoto ao longo de seu
comprimento, não recebendo ligações prediais diretas” (BRASIL, 2019b, p. 190);
• Emissários: tubulação que recebem esgoto exclusivamente na extremidade de montante.
21
• Estação elevatória de esgoto (EEE): instalações que objetivam bombear os esgotos de
pontos baixo para outro de cota mais elevada (BRASIL, 2019b);
• Estação de tratamento de esgoto (ETE): conjunto de instalações destinadas à depuração
dos esgotos (BRASIL, 2019b);
• Corpo receptor: curso de água em que é lançado o efluente final do sistema de esgotos
(BRASIL, 2019b).
2.5 CONCEPÇÃO DA REDE
2.5.1 Órgãos acessórios
2.5.2 Traçado da rede
Conforme Pereira (2010), o traçado da rede está diretamente ligado com a localização
da ETE, uma vez que o esgoto coletado deverá seguir para o tratamento. Também, o traçado
está relacionado com a topografia do local, tendo em vista que é recomendado o sentido de
escoamento seguir o sentido natural do terreno sempre que possível (ALEM SOBRINHO;
TSUTIYA, 2000). De acordo com Alem Sobrinho e Tsutiya (2000), podese ter os seguintes
tipos de rede:
22
• Perpendicular: em cidades atravessadas ou circundadas por cursos de água. A rede de
esgotos compõese de vários coletores tronco independentes, com traçado mais ou
menos perpendicular ao curso de água. Um interceptor marginal deverá receber esses
coletores, levando os efluentes ao destino adequado, conforme Figura 1;
Figura 1 – Traçado de rede do tipo perpendicular.
Fonte: Alem Sobrinho e Tsutiya (2000).
• Leque: é o traçado próprio a terrenos acidentados. Os coletores troncos correm pelos
fundos dos vales ou pela parte baixa das bacias e nele incidem os coletores secundários,
com um traçado em forma de leque ou fazendo lembrar uma espinha de peixe (Figura
2);
Figura 2 – Traçado de rede do tipo leque.
Fonte: Alem Sobrinho e Tsutiya (2000).
23
• Radial ou distrital: é o sistema característico de cidades planas. A cidade é dividida em
distritos ou setores independentes. Em cada um criamse pontos baixos, para onde são
dirigidos os esgotos. Dos pontos baixos, o esgoto é recalcado, ou para o distrito vizinho,
ou para o destino final, como mostra a Figura 3.
Figura 3 – Traçado de rede do tipo radial/distrital.
Fonte: Alem Sobrinho e Tsutiya (2000).
2.5.3 Localização dos coletores na via pública
Figura 4 – Assentamento das tubulações na via pública.
Fonte: Alem Sobrinho e Tsutiya, 2000.
24
2.5.3.1 Rede simples/rede dupla
2.5.4 Profundidades máximas e mínimas
25
2.6 VAZÃO A ESGOTAR
O projeto de um sistema de esgotos depende fundamentalmente dos volumes líquidos
que serão recebidos na rede coletora ao longo do tempo. Esses volumes são crescentes no tempo
à medida que a cidade se desenvolve e aumenta sua população.
Dessa forma, para o dimensionamento da rede coletora são necessárias a vazão
máxima de fim de plano, que define a capacidade que deve atender o coletor, e a vazão mínima
de um dia qualquer do início de plano, que é utilizada para se verificar as condições de
autolimpeza do coletor, que deve ocorrer pelo menos uma vez ao dia (ALEM SOBRINHO E
TSUTIYA, 2000).
Nessa lógica, para determinas as vazões citadas devem ser considerados alguns
parâmetros, como: a população da área de projeto, contribuição per capita, coeficiente de
retorno, coeficientes de variação de vazão, águas de infiltração e lançamentos de esgotos
industriais. A descrição desses parâmetros é apresentada a seguir.
2.6.1 Estudo populacional
A determinação da contribuição de esgoto doméstico depende da população da área de
projeto, pois as obras de saneamento devem ser projetadas para atender a uma determinada
população, em geral maior do que a atual.
Se o município for composto por mais de um distrito, devese estudar e projetar a
participação de cada distrito tendo como parâmetro a população total do município (ALEM
SOBRINHO; TSUTIYA, 2000).
Por meio dos dados censitários e da população atual, realizamse estudos de
crescimento demográfico. Sob essa lógica, essa projeção deve ser feita com a expressão
matemática que melhor se ajustar aos dados históricos levantados. São diversos métodos
existentes para estudo demográfico, destacandose (ALEM SOBRINHO; TSUTIYA, 2000):
a) Método dos componentes demográficos: considera a tendência passada verificada
pelas variáveis demográficas: fecundidade, mortalidade e migração, e são
formuladas hipóteses de comportamentos futuros;
b) Métodos matemáticos: a projeção é estabelecida através de equações matemáticas,
cujos parâmetros são determinados por dados conhecidos. São diversos métodos
matemáticos conhecidos, destacandose:
26
o Método aritmético: pressupõe uma taxa de crescimento constante para os anos
que seguem, ou seja, admite que a população varia linearmente com o tempo.
o Método geométrico: admitese, neste caso, para iguais períodos de tempo, a
mesma porcentagem de aumento da população. Este método considera que o
logaritmo da população varia linearmente com o tempo.
c) Método da curva logística: admitese que o crescimento populacional obedece a
uma relação do tipo curva logística (curva em S), nos quais a população cresce
assintoticamente em função do tempo para um valor limite de saturação.
d) Método da Extrapolação Gráfica: consiste no traçado de uma curva arbitrária que
se ajusta aos dados já observados, sem a necessidade de estabelecimento de
equação. No prolongamento do crescimento, podem ser usados elementos
auxiliares, como os dados de população de outras comunidades semelhantes que
já tenham maior número de habitantes.
2.6.2 Contribuição per capita
Entendese contribuição per capita de esgoto como sendo a vazão média que cada
habitante lançará na rede coletora de esgoto. Esta pode ser definida pela multiplicação do
consumo de água efetivo per capita pelo coeficiente de retorno (ALEM SOBRINHO;
TSUTIYA, 2000).
2.6.2.1 Consumo de água per capita
A contribuição de esgotos depende normalmente do abastecimento de água. Dessa
forma, sua medida resulta da quantidade de água consumida, a qual é geralmente expressa pelo
consumo de água per capita (q), variável segundo hábitos e costumes de cada localidade
(NUVOLARI, 2011).
Para sistemas de esgotos, considerase a taxa de consumo efetivo, pois a taxa per
capita de água inclui uma parcela de consumo industrial e também uma porcentagem relativa
às perdas do sistema de distribuição. Estas não são consideradas para dimensionamento de redes
coletoras, pois não chegam aos domicílios e não compõem o esgoto (NUVOLARI, 2011). Este
consumo varia próximo dos 200 𝑙/ℎ𝑎𝑏/𝑑𝑖𝑎.
27
2.6.2.2 Coeficiente de retorno
Segundo Alem Sobrinho e Tsutiya (2000), definese coeficiente de retorno (C) como
a relação média entre o volume de esgoto e a água efetivamente. A utilização desse coeficiente
é necessária, porque do total de água consumida apenas uma parcela retorna ao esgoto.
O coeficiente de retorno, de maneira geral, situase entre 0,5 e 0,9, dependendo das
condições locais (ALEM SOBRINHO; TSUTIYA, 2000). A norma brasileira NBR 9.649
(ABNT, 1986b) recomenda a utilização de 𝐶 = 0,8, quando inexistem dados locais oriundos
de pesquisas.
2.6.3 Coeficientes de variação de vazão
• 𝑘1 , coeficiente de máxima vazão diária. Este estabelece a relação entre a maior vazão
diária verificada no ano e a vazão média diária anual;
• 𝑘2 , coeficiente de máxima vazão horária, sendo a relação entre a maior vazão observada
em um dia e a vazão média horária do mesmo dia;
2.6.4 Taxa de infiltração
A água contida no solo pode penetrar nos condutos através de juntas defeituosas, tubos
rompidos, estruturas dos poços de visita, entre outras maneiras. Dessa forma, a NBR 9.649
(ABNT, 1986b) dispõe que a quantidade de água infiltrada depende do nível do lençol freático,
natureza do subsolo, qualidade da execução da rede, material da tubulação e tipo de junta
utilizado. Ainda, a mesma norma recomenda que seja adotada taxa de infiltração entre 0,05 a
1,0 𝑙/𝑠. 𝑘𝑚, de acordo com as características do local.
28
2.6.5 Vazão Concentrada
Vazão concentrada ou singular referese a uma contribuição pontual de esgoto em
algum ponto do percurso, normalmente superior àquela da rede coletora. Essa vazão pode ser
decorrente de lançamentos de outras bacias de esgotamento ou de contribuição industrial.
Em relação aos efluentes industriais, Alem Sobrinho e Tsutiya (2000) afirmam que o
esgotamento destes, de modo geral, deve ser feito pela rede pública sempre que possível.
Portanto, é necessário um conhecimento prévio das quantidades, porte e características das
indústrias contribuintes quando se projeta um sistema de esgotamento sanitário.
2.6.6 Cálculo das vazões de dimensionamento
A partir das definições apresentadas acima, têmse que as vazões de início e final de
plano são determinadas a partir das equações 1 e 2, respectivamente.
Onde:
𝑄𝑖 ; 𝑄𝑓 = vazão máxima inicial e final, em 𝑙/𝑠;
𝑄𝑑𝑖 ; 𝑄𝑑𝑓 = vazão média inicial e final de esgoto doméstico, em 𝑙/𝑠;
𝑄𝑖𝑛𝑓,𝑖 ; 𝑄𝑖𝑛𝑓,𝑓 = vazão de infiltração inicial e final, em 𝑙/𝑠;
𝑄𝑐𝑖 ; 𝑄𝑐𝑓 = vazão concentrada ou singular inicial e final, em 𝑙/𝑠;
𝐾1 = coeficiente de vazão máxima diária;
𝐾2 = coeficiente de vazão máxima horária.
As vazões médias inicial e final são calculadas conforme as equações 3 e 4,
respectivamente.
𝐶 ∗ 𝑃𝑖 ∗ 𝑞𝑖 (3)
𝑄𝑑𝑖 =
86400
𝐶 ∗ 𝑃𝑓 ∗ 𝑞𝑓 (4)
𝑄𝑑𝑓 =
86400
Onde:
𝑄𝑑𝑖 ; 𝑄𝑑𝑓 = vazão média inicial e final de esgoto doméstico, em 𝑙/𝑠;
𝐶 = coeficiente de retorno;
𝑃𝑖 ; 𝑃𝑓 = população inicial e final, em hab;
29
𝑞𝑖 ; 𝑞𝑓 = consumo de água per capita inicial e final, em 𝑙/ℎ𝑎𝑏. 𝑑;
2.7 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE REDE COLETORA
No dimensionamento das redes coletoras de esgotos alguns critérios de cálculos devem
ser atendidos para garantir o funcionamento adequado das tubulações. Estes critérios serão
apresentados neste item.
2.7.1 Regime hidráulico de dimensionamento
Os condutos de uma rede coletora de esgoto funcionam, em geral, como condutos
livres, ou seja, se processam em seções parciais de conduto fechado e sob pressão atmosférica.
Para efeito de cálculo, admitese escoamento em regime permanente (velocidade e pressão em
determinado ponto não variam com o tempo) e uniforme (todos os pontos da mesma trajetória
têm a mesma velocidade) (BRASIL, 2019b). Portanto, não são consideradas as variações de
vazão devido à contribuição recebida ao longo dele, como as ligações prediais (RAVADELLI,
2004).
Ainda, podese ressaltar que a perda de carga unitária no escoamento livre permanente
e uniforme é igual a declividade do conduto (NUVOLARI, 2011).
Os coletores devem, no dimensionamento hidráulico, atender a alguns quesitos:
transpor as vazões máximas e mínimas esperadas; promover o arraste de sedimentos, garantindo
a autolimpeza das tubulações; evitar as condições que favorecem a formação de sulfetos e a
formação e o desprendimento de gás sulfídrico (BRASIL, 2019b).
2.7.2 Taxa de contribuição linear
A taxa de contribuição linear diz respeito à vazão que cada metro de rede irá receber.
As vazões utilizadas são a vazão máxima de final de plano e a vazão de início de plano, de
jusante, do trecho do coletor. A determinação da taxa é feita pelas equações 5 e 6.
𝐾2 ∗ 𝑄𝑑𝑖 (5)
𝑇𝑥𝑖 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓
𝐿𝑡
𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑄𝑑𝑓 (6)
𝑇𝑥𝑓 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓
𝐿𝑡
Onde:
𝑇𝑥𝑖 ; 𝑇𝑥𝑓 = taxa de contribuição linear de início e final de plano, em 𝑙/𝑠. 𝑚 ou
𝑙/𝑠. 𝑘𝑚;
30
2.7.3 Vazão mínima
É recomendado utilizar o menor valor de vazão de 1,5 𝑙/𝑠 em qualquer trecho da rede.
Este valor corresponde ao pico instantâneo de vazão decorrente da descarga de vaso sanitário.
Dessa forma, sempre que a vazão do trecho for inferior a este valor, para cálculos hidráulicos
devese utilizar vazão de 1,5 𝑙/𝑠 (ALEM SOBRINHO; TSUTIYA, 2000).
2.7.4 Diâmetro mínimo
A NBR 9.649 (ABNT, 1986) admite diâmetro de 100 𝑚𝑚 como mínimo a ser
utilizado em redes coletoras. No entanto, há localidades que recomendam a utilização de
diferentes diâmetros mínimos. Como exemplo, a CASAN orienta a utilização de diâmetro
mínimo de 150 mm. Portanto, este parâmetro deve ser estabelecido de acordo com as
recomendações de cada local.
2.7.5 Tensão trativa
O projeto hidráulicosanitário de redes de esgoto envolve, entre outras considerações,
a deposição de materiais sólidos nas tubulações. Por isso, uma das condições hidráulicas
propostas para garantir o autotransporte desses materiais é o conceito de autolimpeza dos
condutos.
Tradicionalmente, essa autolimpeza é obtida pela manutenção de uma velocidade
mínima independente do diâmetro da tubulação. Devido ao fato de o mecanismo básico da ação
de autolimpeza ser uma força hidrodinâmica exercida sobre as paredes do conduto pelo
escoamento do esgoto, tem sido utilizada a tensão trativa – ou tensão de arraste – para o
31
dimensionamento das tubulações, em substituição ao critério de velocidade de autolimpeza
(ALEM SOBRINHO; TSUTIYA, 2000).
Segundo Alem Sobrinho e Tsutiya (2000):
Figura 5 – Elementos hidráulicos para o cálculo da tensão trativa.
Fonte: Manual do Saneamento (BRASIL, 2019a).
𝜎 = 𝛾 ∗ 𝑅𝐻 ∗ 𝐼 (7)
Onde:
𝜎 = tensão trativa média, em 𝑃𝑎;
𝛾 = peso específico do líquido, em 𝑁/𝑚³;
𝑅𝐻 = raio hidráulico, em 𝑚;
𝐼 = declividade da tubulação, em 𝑚/𝑚;
Os materiais sólidos encontrados no esgoto consistem em partículas orgânicas e
inorgânicas. Qualquer dessas partículas que tenha densidade maior do que a água, devido ao
efeito da gravidade, tenderá a depositarse nas tubulações de esgoto, especialmente nas horas
de menor contribuição (BRASIL, 2019b).
A tensão trativa crítica é definida como uma tensão mínima necessária para o início
do movimento das partículas depositadas nas tubulações de esgoto (BRASIL, 2019b). Dessa
forma, a norma brasileira NBR 9.649 (ABNT, 1986b) recomenda que a tensão trativa mínima
32
2.7.6 Declividade mínima
Para que seja possível a autolimpeza dos coletores, a declividade de cada trecho deverá
proporcionar uma tensão trativa média igual ou superior a 1,0 𝑃𝑎 pelo menos uma vez por dia,
calculada sobre a vazão de início de plano. A declividade mínima que satisfaz essa condição
pode ser calculada pela expressão aproximada (equação 8), para coeficiente de Manning 𝑛 =
0,013 (ABNT, 1986):
Onde:
𝐼𝑚í𝑛 = declividade mínima, em 𝑚/𝑚;
𝑄𝑖 = vazão do trecho no início de plano, em 𝑙/𝑠.
Cabe ressaltar que, para coeficientes de Manning diferentes de 0,013, os valores de
tensão trativa média e declividade mínima devem ser justificados (ABNT, 1986b).
2.7.7 Declividade máxima
É necessário controlar a declividade máxima dos condutos, pois ela influencia na
velocidade de escoamento. A NBR 9.649 (ABNT, 1986b) dispõe que a máxima declividade
admissível é aquela que configura uma velocidade máxima de 5 𝑚/𝑠 para vazão de final de
plano.
2.7.8 Declividade do coletor
A declividade dos coletores está vinculada à autolimpeza dos condutos, e também à
economicidade do investimento, que está fortemente ligada às profundidades de assentamento.
A partir disso, têmse a definição de declividade econômica, em que se deve evitar o
aprofundamento desnecessário dos coletores, fixando a profundidade mínima admissível na
extremidade de jusante; a profundidade de montante já é prédeterminada pelas suas condições
específicas: pode ser a profundidade mínima se for início de coletor; ou fixada pelas condições
afluentes já calculadas.
O ideal é que o assentamento do coletor acompanhe a declividade do terreno, já que a
profundidade passa a ser praticamente constante em todo trecho (Figura 6). A declividade do
33
terreno é calculada pela diferença de cota do terreno montante (CTM) e jusante (CTJ), dividido
pelo comprimento do coletor (L), conforme equação 9.
Figura 6 – Coletor acompanhando a declividade do terreno.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Em terrenos planos (Figura 7), aclives (Figura 8) ou com declividades do terreno
inferior a declividade mínima calculada para o trecho, a declividade determinada deve ser a
mínima possível, uma vez que a profundidade aumenta ao longo do trecho. Cabe salientar que
a medida que a vazão de um trecho aumenta, a declividade mínima diminui, portanto, a
profundidade de jusante fica menor.
Figura 7 – Coletor em terreno plano.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Figura 8 – Coletor em terreno com aclive.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
34
As tubulações das redes coletoras são projetadas para funcionar com lâmina d’água
igual ou inferior a 75% do diâmetro da tubulação, destinandose a parte superior à ventilação
do sistema e às imprevisões e flutuações excepcionais de nível de esgoto (ALEM SOBRINHO;
TSUTIYA, 2000). O diâmetro que atende a condição 𝑌/𝐷 = 0,75, pode ser calculada pela
equação 10.
0,375 (10)
𝑄𝑓
𝐷 = (0,0463 )
√𝐼
Onde:
𝐷 = diâmetro, em 𝑚;
𝑄𝑓 = vazão final, em 𝑚3 /𝑠;
𝐼 = declividade, em 𝑚/𝑚.
Quanto à lâmina d’água mínima não há uma limitação, pois, pelo critério de tensão
trativa, haverá autolimpeza nas tubulações desde que, pelo menos uma vez por dia, seja atingida
uma tensão trativa igual ou superior a 1,0 𝑃𝑎 , qualquer que seja a altura da lâmina.
2.7.10 Velocidade crítica
Dependendo da turbulência do escoamento poderá haver a entrada de bolhas de ar na
superfície do líquido. A mistura de águaar ocasiona um aumento da altura da lâmina d’água,
sendo importante verificar se a tubulação projetada ainda continua funcionando como conduto
livre. Essa verificação é importante, pois a tubulação poderá ser destruída por pressões geradas
pelas permutações aleatórias entre escoamento livre e forçado. Nesse sentido, no caso de rede
de esgoto, o conhecimento dessa mistura águaar é de grande importância, principalmente
quando se tem grandes declividades, tendo em vista que, nessa condição, o grau de entrada de
bolhas de ar no escoamento poderá ser bastante elevado (BRASIL, 2008).
Diante disso, é recomendado que quando a velocidade final for superior à velocidade
crítica, a lâmina de água máxima deve ser reduzida para 50% do diâmetro do coletor. Para os
casos em que a lâmina é maior do que 50%, é aconselhável aumentar o diâmetro do coletor
(ALEM SOBRINHO; TSUTIYA, 2000). A velocidade crítica é definida pela equação 11.
𝑣𝑐 = 6√𝑔 ∗ 𝑅𝐻 (11)
Onde:
35
𝑣𝑐 = velocidade crítica, em 𝑚/𝑠;
𝑔 = aceleração da gravidade, em 𝑚/𝑠 2 ;
𝑅𝐻 = raio hidráulico, em 𝑚.
2.7.11 Condições para controle de remanso
De acordo com Alem Sobrinho e Tsutiya (2000), é necessário verificar a influência do
remanso no trecho de montante quando a cota do nível de água na saída de qualquer PV ficar
acima de qualquer das cotas dos níveis de água de entrada.
Quando se trabalha com profundidades mínimas e o diâmetro do coletor de jusante é
maior do que o de montante, para evitar o remanso, podese fazer coincidir a geratriz superior
dos tubos.
Já quando as profundidades são superiores à mínima, a coincidência dos níveis de água
de montante e jusante é prática correta e comum para evitar remanso. Quando se tem mais de
um coletor afluente, o nível de água de jusante deve coincidir com o nível de água mais baixo
dos coletores de montante.
2.8 DIÂMETROS PROGRESSIVOS/NÃO PROGRESSIVOS
O diâmetro de um trecho da rede coletora é definido de acordo com a vazão e a
declividade, de maneira a atender todos os critérios préestabelecidos, como tensão trativa
mínima, velocidade máxima e lâmina d’água máxima. A partir da equação 10 apresentada
anteriormente, observase que a medida que a declividade diminui, o diâmetro do trecho precisa
aumentar para atender a condição de lâmina máxima. Assim, quando se tem um trecho de baixa
declividade, o diâmetro da tubulação será maior. Se o trecho seguinte apresentar uma maior
declividade, é possível que o diâmetro necessário seja menor que o anterior.
A partir disso, quando se define a utilização do critério de diâmetros progressivos
(DP), ainda que ocorra o citado acima, o diâmetro de um trecho não pode ser menor que do
trecho anterior. Já quando é estabelecido método de diâmetros não progressivos (DNP), o
diâmetro utilizado é o menor diâmetro que respeite os critérios definidos. De maneira geral, o
critério de diâmetros progressivos é comumente mais utilizado no dimensionamento da rede
coletora.
2.9 ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO
De acordo com a NBR 12208 (ABNT, 1992a), estações elevatórias de esgoto (EEE)
são instalações destinadas a realizar o transporte do esgoto do nível do poço de sucção da bomba
36
ao nível de descarga da saída do recalque. Em outras palavras, as EEE são usadas com a
finalidade de recuperação de cota, para reversão de bacia e subbacia e para funções específicas
nas estações de tratamento de esgoto (BRASIL, 2019a).
Em relação a concepção da rede coletora de esgoto, os principais tipos de EEE
utilizadas são descritas a seguir conforme o Manual do Saneamento (BRASIL, 2019a):
a) Recuperação de cota: localizadas em pontos dispersos da rede coletora e
têm por objetivo recolher esgoto de um coletor que atingiu a profundidade
máxima permitida, ou executável, e eleválo até um PV com canalização
assentada na profundidade mínima.
b) Reversão de bacia e subbacias: normalmente previstas em pontos baixos
das bacias, ou subbacias, essas elevatórias têm por objetivo transportar o
esgoto de uma para outra.
2.10 ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO
É o conjunto de técnicas associadas às unidades de tratamento, aos equipamentos e aos
órgãos auxiliares, cuja finalidade é reduzir cargas poluidoras do esgoto sanitário e
condicionamento da matéria residual resultante do tratamento. Nas unidades de tratamento são
realizadas as diversas operações e processos que promovem a separação entre os poluentes e a
água a ser descarregada no corpo receptor. (NUVOLARI, 2011).
2.11 CORPO RECEPTOR
Corpo receptor é, segundo a Resolução do CONAMA 357 (2005), corpo hídrico
superficial que recebe o lançamento de um efluente. Em termos de SES, o corpo receptor irá
receber, através de um emissário, o efluente tratado que sai da ETE.
2.12 ESQUEMA GENÉRICO DE UM SISTEMA
O esquema genérico de um SES inicia nas ligações prediais, que se conectam à rede
coletora e o escoamento do esgoto segue para o ponto mais baixo topograficamente.
Comumente, a região é dividida em bacias de esgotamento de acordo com a topografia, de
maneira que a bacia possua uma EEE no ponto mais baixo, sem que a profundidade das
canalizações ultrapasse a profundidade máxima permitida ou executável.
Ainda, também de acordo com as características topográficas, as bacias são
interligadas através de emissários de esgoto bruto que saem das EEE até o PV mais próximo da
outra bacia, gerando uma vazão de contribuição a mais nesta.
37
Ao final, todas as bacias estão conectadas em um final comum e seguem para a ETE,
onde o efluente é tratado. Em seguida, o efluente tratado é encaminhado ao corpo receptor
através de um emissário. A Figura 9 apresenta o esquema genérica de um sistema.
Figura 9 – Esquema genérico de um SES.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
2.13 IMPLANTAÇÃO DA REDE
2.13.1 Escavação
Vala é toda a abertura de solo com a finalidade de receber tubulações. A NBR 12266
(ABNT, 1992b) apresenta as recomendações para execução de valas para assentamento de
tubulação de esgoto. De acordo com a norma, a escavação das valas é a remoção do solo desde
a superfície natural do terreno até a cota especificada no projeto. Para realizar a escavação
também é necessário fazer a remoção do pavimento, que pode ser asfáltico, terra, concreto,
paralelepípedo, etc.
38
A escavação pode ser realizada de forma manual (Figura 10), utilizando ferramentas
como picareta e enxada, ou mecanizada (Figura 11) por meio de equipamentos, como
retroescavadeira. Entre as duas opções, o método mecânico é mais econômico, no entanto é
desaconselhável em locais com interferências não muito bem delimitadas (FERRARI, 2009).
Figura 10 – Escavação manual.
Fonte: Ferrari (2009).
Figura 11 – Escavação mecanizada.
Fonte: Ferrari (2009).
2.13.2 Escoramento
Para garantir a estabilidade dos taludes nas escavações, é projetada uma estrutura
denominada escoramento (Figura 12), o qual tem por objetivo evitar desmoronamentos, além
de proteger os trabalhadores e fornecer segurança aos prédios próximos. Nesse sentido, sempre
que as paredes de uma vala forem passíveis de desmoronamento ou a profundidade da vala
39
estiver além da faixa estabelecida pela Ministério do Trabalho, deverá ser previsto o
escoramento (FERRARI, 2009).
Figura 12 – Escoramento metálico em obra de esgoto sanitário.
Fonte: Ferrari (2009).
2.13.2.1 Pontaleteamento
Pontaleteamento é um tipo de escoramento em que é colocado um par de pranchas de
madeira na lateral da cava distantes no máximo 1,35 m entre os eixos das pranchas, travando
as transversalmente com estroncas de madeira. Geralmente são utilizados em solos argilosos de
boa qualidade e em valas não muito profundas (NUVOLARI, 2011).
2.13.2.2 Descontínuo
Consiste em escorar a lateral das valas por meio de tábuas de madeira dispostas
verticalmente espaçadas a cada 0,60 m, travadas horizontalmente por longarinas, em toda a sua
extensão, espaçadas verticalmente de 1,00 m. Já o travamento transversal é por estroncas
espaçadas a cada 1,35 m. Esse tipo de escoramento é utilizado em terrenos firmes, sem a
presença de água no lençol freático e nas valas com profundidade de até 3,0 m (NUVOLARI,
2011).
2.13.2.3 Contínuo
Esse tipo de escoramento se dá de forma semelhante ao descontínuo, no entanto as
tábuas de madeira da superfície lateral devem cobrir toda a área da parede. Pode ser utilizado,
geralmente, em qualquer tipo de solo, com exceção dos arenosos, na presença de água no lençol
freático e nas valas com profundidade de 4,0 m (NUVOLARI, 2011).
40
2.13.2.4 Especial
A contenção do solo é feita através de pranchas de madeira, com encaixe do tipo macho
e fêmea, cobrindo toda a área da parede, contidas por longarinas com espaçamento vertical de
1,0 m e travadas por estroncas espaçadas em 1,35 m. Ainda, é utilizado em qualquer tipo de
solo, na presença de água do lençol freático, onde as pranchas machofêmea não permitem a
passagem do solo junto com a água. Pode substituir o escoramento contínuo em valas com
profundidade acima de 4,0 m (NUVOLARI, 2011).
2.13.2.5 Metálico
O escoramento metálico consiste em escorar a superfície das valas com estacas
pranchas metálicas travadas com estroncas metálicas ou de madeira (CASAN, 2016).
Há também o escoramento misto (tipo hamburguês), que consiste em escorar a
superfície lateral com pranchas de madeira, encaixadas e encunhadas em perfil metálico tipo “I
de 10”, travados por estroncas metálicas ou de madeira (CASAN, 2016).
2.13.3 Assentamento
2.13.4 Reaterro e repavimentação
Para a NBR 12266 (ABNT, 1992b), reaterro é a recomposição de solo desde o fundo
da vala até a superfície do terreno. Esta etapa é fundamental, não só porque influenciará
diretamente na qualidade de reposição do pavimento, mas pela influência que exercerá sobre as
cargas verticais que atuam sobre as tubulações (DELLA NINA, 1975 apud CORREA, 2013).
Nesse sentido, pode ocorrer de maneira manual ou mecânica a fim de reduzir o volume de
vazios e aumentar o peso específico.
A recomposição da pavimentação é a etapa final da obra, com a finalidade de manter
as condições originais da região atingida pela obra.
2.14 MATERIAL DAS TUBULAÇÕES
De acordo com Alem Sobrinho e Tsutiya (2000), os materiais comumente utilizados
nas tubulações de esgoto têm sido os tubos de plástico, concreto, cerâmico, ferro fundido e aço.
De modo geral, além das características dos esgotos, condições locais e métodos, podemse
41
citar alguns outros fatores para escolha do material, como: resistência a cargas externas;
facilidade de transporte; custo; disponibilidade de diâmetros necessários.
2.15 SOFTWARES
A utilização de tecnologias para auxiliar o dimensionamento de rede coletora de esgoto
é fundamental para melhorar o desempenho e possibilitar maior eficácia no funcionamento dos
sistemas. Dessa maneira, são diversas interações e verificações que os programas
computacionais podem realizar, apresentando os resultados de diferentes formas de
visualização, além de poupar tempo do projetista.
Pelo fato de, no Brasil, o dimensionamento dos coletores de esgoto serem efetuados
pelos conceitos de tensão trativa e velocidade crítica, os softwares internacionais não podem
ser utilizados, já que em outros países não se utilizam esses conceitos (ALEM SOBRINHO;
TSUTIYA, 2000). Dessa forma, há uma variedade de softwares no mercado brasileiro e
normalmente existem programas mais indicados para cada tipo situação, sendo alguns deles
citados a seguir.
2.15.1 PROSaneamento
O PROSaneamento é um software da empresa MULTIPLUS Softwares Técnicos. De
acordo com a empresa (MULTIPLUS, 2020), este programa possui ferramentas facilitadores
de cálculo, verificação e dimensionamento de redes de saneamento, abastecimento de água e
drenagens pluviais. Ainda, ele trabalha como um aplicativo do AutoCAD e já realiza o
conhecimento das curvas de nível do projeto de topografia através de um arquivo em dwg.
Os cálculos são realizados com base no Manual de Hidráulica de Azevedo Neto e as
redes de saneamento são calculadas por gravidade. Ao final do projeto, a ferramenta gera de
forma automática um perfil do terreno com as cotas, inclinações e todas as informações
referentes à geometria da rede, sendo possível obter um perfil da rua, de um trecho selecionado
ou de vários trechos. Além disso, o memorial de cálculo é apresentado em arquivo de Excel e
também são geradas as listas de quantitativo de materiais e volume de escavações.
2.15.2 SanCAD
O SANCAD foi desenvolvido pela Sanegraph Ltda nos anos finais da década de 1990
com objetivo de auxiliar no projeto de redes coletoras de esgoto. Passou por diversos
aperfeiçoamentos e implementação de novos recursos. Dessa forma, o software atenda às
recomendações das normas de projeto da ABNT, em especial das NBRs 9.649/86 e 14.486/00.
42
O programa apresenta flexibilidade em testar e mudar configurações de rede de forma
rápida, tornandoo bastante útil para simulação e verificação hidráulica de redes existentes, não
só para elaboração de projetos.
O seu funcionamento depende, tanto na entrada de dados como na geração dos
resultados finais em planta e perfil, de um software de CAD, como o AutoCAD. Como resultado
final, gera a planilha Excel de dados finais, plantas e perfis, bem como levantamento de
quantitativos.
2.15.2.1 CasanCAD
O programa CasanCAD teve sua última atualização em 2013 e foi desenvolvido a
partir de solicitação da CASAN para auxiliar o desenho da rede. Ele é usado em conjunto com
o AutoCAD e permite a inserção dos poços de visita e trechos da rede a partir de um arquivo
georreferenciado.
Com ele é possível nomear e numerar os PVs de acordo com a necessidade e o próprio
programa calcula a cota do terreno de cada PV através da interpolação dos pontos cotados da
topografia. Ainda, os trechos são inseridos selecionando o PV de montante e de jusante e o
CasanCAD numera os trechos, além de avisar se possui mais de 100 m e se o fluxo está a favor
da declividade do terreno. Por fim, o aplicativo gera um arquivo final .dxf, contendo a rede
genérica, com as cotas e extensões dos trechos, para ser inserido no SanCAD.
2.15.3 InfraCAD
2.15.4 CEsg
O CEsg é um sistema que procura fornecer os conhecimentos mínimos necessários à
execução de todas as etapas do projeto, a partir de um sistema automático para
dimensionamento de redes de esgotamento sanitário com base nas normas brasileiras. Ainda,
43
foi desenvolvido pela Fundação Centro Tecnológica de Hidráulica para Tubos e Conexões
Tigre Ltda (TAVARES; CASTRO, 2001).
Como arquivo mínimo necessário para elaboração da rede, temse a topografia da área,
traçado viário, dados e critérios de projeto. A partir disso, é feito o traçado da rede e o
dimensionamento baseiase na determinação dos diâmetros em todos os trechos da rede
(TAVARES; CASTRO, 2001).
Após o encerramento do cálculo, são gerados os dados resultantes do
dimensionamento, bem como o envio deles para os aplicativos de desenho, planilhas eletrônicas
e aplicativos gráficos. Além disso, o programa apresenta uma planilha específica dos problemas
encontrados (TAVARES; CASTRO, 2001).
44
3 METODOLOGIA
3.1 ÁREAS DE ESTUDO
3.1.1 Caracterização da Bacia A
A Bacia A pertence ao município com topografia mais plana, o qual teve o
levantamento planialtimétrico finalizado em novembro de 2009 e o projeto da rede coletora
finalizado em 2013. A Figura 13 apresenta a delimitação da Bacia A, já a rede genérica está
ilustrada no APÊNDICE A.
45
Figura 13 – Delimitação da Bacia A.
Fonte: Elaborado pela autora com dados cedidos pela CASAN.
A Bacia A tem uma área de 0,60 km², as cotas do terreno variam de aproximadamente
23,0 m a aproximadamente 31,0 m. O desvio padrão médio das cotas é de 0,96, evidenciando
seu aspecto mais plano. A rede genérica tem uma extensão de 6.940,5 m, possuindo 104 trechos.
3.1.2 Caracterização da Bacia B
46
Figura 14 – Delimitação da Bacia B.
Fonte: Elaborado pela autora com dados cedidos pela CASAN.
3.2 DIMENSIONAMENTO COM SOFTWARE SANCAD
O dimensionamento da rede foi realizado utilizando o software SanCAD da empresa
Sanegraph Consultoria em Sistemas de Informática e Saneamento, que foi desenvolvido para
executar as rotinas de cálculo em conjunto com o software gráfico AutoCAD. Para gerar o
arquivo de exportação de dados em formato neutro (.dxf), foi utilizado o CasanCAD, programa
escolhido pela CASAN para seus projetos técnicos, o qual permite lançar os PVs e trechos sobre
a planta topográfica no AutoCAD.
O SanCAD lê o arquivo .dxf no aplicativo de cálculo para montar automaticamente a
planilha (matriz de dados/dimensionamento), calcular a rede sob os aspectos hidráulicos, gerar
os arquivos de retorno das informações do cálculo para o AutoCAD e obter a planta final e
perfis longitudinais.
47
3.2.1 Fundamentos do processo de cálculo
A rede de esgoto é composta por um conjunto de condutos interligados entre si nos
nós da rede, abrangendo todas as ruas da localidade. Nos nós são projetados órgãos acessórios,
sendo que neste projeto foram utilizados apenas PVs.
A vazão de coleta linear, assumida uniforme ao longo de cada trecho, é obtida a partir
do comprimento total da rede, da população de início e fim de plano e dos parâmetros de
consumo de água, como consumo per capita, coeficientes de vazão diária e horária, coeficiente
de retorno e taxa de infiltração. Com a vazão de cada trecho, calculamse os parâmetros de
escoamento, como o diâmetro e a declividade. As vazões calculadas propagamse em cada
trecho até atingirem seu maior valor no trecho mais próximo ao ponto final da rede.
O SanCAD, em sua rotina de dimensionamento, considera a alternativa mais
econômica para determinação da declividade do trecho, forçando ao máximo acompanhar a
topografia, de maneira a não aprofundar demais a rede. Ainda, o programa realiza o
dimensionamento dos coletores com base no atendimento à tensão trativa mínima, conforme
preconiza as normas técnicas (NBR 9.649/86 e NBR 14.486/00) em vigor. Além disso, o
software dimensiona baseado na propagação de vazões, no recobrimento e diâmetro mínimo e
na relação Y/d máxima, parâmetros determinados pelo projetista.
Em relação à tensão trativa, o programa admite que sejam considerados os valores de
tensão trativa mínima admissível de 1,0 Pa ou 0,6 Pa para material plástico (PVC), além de 1,5
Pa para o caso de interceptores. Além disso, também é possível escolher a adoção de diâmetro
progressivos ou não progressivos.
Conforme escolha do projetista, o SanCAD permite que sejam lançados trechos de 1ª
e 2ª etapas, porém nesse estudo foi considerada a rede toda como sendo de 1ª etapa.
3.2.2 Critérios de projeto
Para o dimensionamento das redes coletoras das duas bacias de estudo, através do
SanCAD, alguns critérios de projeto foram adotados, os quais serão apresentados a seguir
juntamente com suas justificativas.
Foi utilizado o consumo per capita de 150 𝑙/ℎ𝑎𝑏. 𝑑, pois, além de ser o consumo
utilizado pela CASAN ao projetar a rede coletora dos municípios escolhidos, este é o valor mais
utilizados nos projetos da empresa. Por meio do Relatório Operacional Mensal de Água, a
Companhia consegue estimar a consumo per capita, sendo constatado para grande maioria dos
municípios catarinenses uma média de 150 𝑙/ℎ𝑎𝑏. 𝑑.
48
Tabela 1 – Critérios de projeto.
Parâmetro Valor Unidade
Consumo per capita 150 𝑙/ℎ𝑎𝑏. 𝑑
Coeficiente de retorno (𝐶) 0,8
Coeficiente de máxima vazão diária (𝐾1 ) 1,2
Coeficiente de máxima vazão horária (𝐾2 ) 1,5
Contribuição per capita 120 𝑙/ℎ𝑎𝑏. 𝑑
Diâmetro mínimo 150 mm
Recobrimento mínimo 0,9 m
Degrau 0,05 a 0,50 m
Tubo de queda > 0,50 m
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
A Figura 15 ilustra a tela da rotina de dimensionamento do SanCAD, no qual são
preenchidos e escolhidos alguns dos critérios para o cálculo da rede. Alguns aspectos da devem
ser evidenciados:
• Não foi fixada declividade mínima, sendo sempre calculada para respeitar a tensão
trativa mínima;
• Degraus de até 4 cm são desprezados, enquanto o degrau inicial é de 5 cm;
Figura 15 Tela da rotina de dimensionamento do SanCAD.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
O critério mais importante a ser identificado nesse estudo é a adoção ou não de
diâmetro progressivos. Nesse sentido, foram realizadas simulações de dimensionamento
considerando dois cenários de critério de determinação do diâmetro, um considerando diâmetro
progressivos, nesse caso, no destaque em vermelho da Figura 15 foi selecionado “SIM”. O
outro cenário foi considerando diâmetros não progressivos, assim foi marcado o “NÃO” no
destaque em vermelho.
Diferente dos demais critérios apresentados acima, para as populações inicial e final
(saturação) aplicouse valores diferentes para cada bacia, pois foram utilizados os dados
referentes ao estudo populacional realizado pela CASAN quando desenvolvido o projeto, a fim
de ficar condizente com as diferentes áreas de estudo. Da mesma forma foi feito para a taxa de
infiltração. Na Tabela 2 estão apresentados os valores utilizados.
Importante ressaltar que foi adotado infiltração maior para a Bacia A, pois as regiões
mais planas em Santa Catarina geralmente estão mais próximas do nível do mar, estando o
lençol freático mais elevado. Assim, havendo maior risco de infiltração.
50
Tabela 2 – População e infiltração por bacia.
Parâmetro Bacia A Bacia B
População inicial (hab) 1055 3452
População final (saturação) (hab) 6007 7087
Taxa de infiltração (l/s.m) 0,0002 0,0001
Fonte: Elaborado pela autora (2021)
3.2.3 Rede auxiliar
Foi considerada a utilização de rede auxiliar quando o diâmetro do coletor for maior
que 300 mm e/ou quando a profundidade da rede for maior do que 2,80 m, de acordo com o
Manual de Projeto de Esgotamento Sanitário da CASAN (2021).
A rede auxiliar não é dimensionada e nem desenhada, pois sempre possui diâmetro
mínimo (150 mm) e recobrimento mínimo (0,9 m). No projeto foi considerado que ela será
assentada acima do coletor principal, prática comum realizada pelas operadoras de saneamento.
3.3 VAZÕES DE CONTRIBUIÇÃO
Como forma de avaliar as alterações de diâmetro a partir da utilização do método de
diâmetros não progressivos para casos de bacias que escoam uma grande vazão, optouse por
introduzir nelas vazões concentradas. Na maioria dos casos esse tipo de situação acontece com
bacias que estão mais próximas da ETE, ou seja, que recebem contribuição de esgoto das bacias
a montante através de emissário que escoa o esgoto até o PV mais próximo.
Portanto, a fim de simular essa condição, foram introduzidas vazões de forma
concentrada em alguns PVs, sendo selecionados conjuntos de vazão de início e fim de plano
para analisar.
As figuras a seguir apresentam a forma de inserção das vazões concentradas pelo
SanCAD. Nesse sentido, a Figura 16 apresenta a tela de entrada de vazões concentradas com a
listagem dos trechos e PVs de montante e jusante para selecionar o local de inserção da
contribuição. Ao selecionar o trecho, clicase em dados para edição para digitar a grandeza das
vazões a serem inseridas, conforme ilustra a Figura 17. O SanCAD já entende que a
contribuição chegará no PV de montante do trecho selecionado.
Para cada bacia, foram escolhidos três poços de visitas para receberem as vazões de
contribuição. A escolha dos PVs foi realizada de maneira que a vazão concentrada passasse
pela maior quantidade de diferentes trechos possíveis até chegar no ponto final da rede.
51
Figura 16 – Tela de Entrada de Vazões Concentradas.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Figura 17 – Edição da Vazão Concentrada.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
52
3.4 SIMULAÇÕES
A partir da determinação das vazões concentradas e dos locais de inserção destas foram
definidas as simulações para execução dos dimensionamentos. Cada simulação foi realizada
para dois critérios de determinação do diâmetro: progressivos (DP) e não progressivos (DNP).
No primeiro, o diâmetro de um trecho nunca será menor do que o diâmetro de um trecho a
montante, independendo da capacidade do coletor. No segundo, o diâmetro de cada trecho será
o menor possível, respeitando todos os demais critérios prédefinidos.
As simulações foram numeradas em ordem crescente de vazão concentrada para cada
PV escolhido, em que a primeira é a bacia sem contribuição concentrada. Ainda, as simulações
referentes à Bacia A receberam o prefixo A e da Bacia B, o prefixo B.
A Figura 18 ilustra a sequência de passos para determinação das simulações,
considerando a escolha de um conjunto de vazão de contribuição inserida em um PV por bacia.
Figura 18 – Esquema das simulações.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Notas: DP = diâmetro progressivos; DNP = diâmetros não progressivos.
Foram elaborados os orçamentos para duas simulações de cada bacia de estudo. Nesse
contexto, a escolha das simulações foi realizada a partir de uma análise dos resultados avaliando
as alterações de diâmetro e de profundidade, sendo, então, escolhidas as que apresentaram
maior relevância de comparação.
A partir das 6 simulações escolhidas, foram calculados os orçamentos para os dois
cenários dimensionados: DP e DNP, totalizando 12 orçamentos. Então, a comparação dos
resultados dos orçamentos foi efetuada entre os dois cenários da simulação, para determinar a
53
porcentagem da diferença de custo. Em uma análise final, também foi realizada a comparação
das porcentagens entre cada simulação dentro da bacia, e também entre as bacias em si.
3.5 CRITÉRIOS DE ORÇAMENTO
3.5.1 Escavação
O volume de escavação para abertura das valas depende da profundidade média
(equação 12) da vala, da extensão do trecho e da largura da vala, conforme equação 13.
Onde:
54
𝑃𝑟𝑜𝑓𝑚é𝑑 = profundidade média da vala, em 𝑚;
𝑝𝑟𝑜𝑓𝑗𝑢𝑠 = profundidade de jusante, em 𝑚;
𝑝𝑟𝑜𝑓𝑚𝑜𝑛 = profundidade de montante, em 𝑚;
𝑉𝑒𝑠𝑐 = volume de escavação, em 𝑚³;
𝐿 = largura da vala, em 𝑚;
𝐸𝑥𝑡 = extensão do trecho, em 𝑚.
A largura da vala (𝐿) foi definida de acordo com a profundidade e também pelo tipo
de escoramento adotado, conforme o Quadro 1. As especificações da escolha dos escoramentos
serão apresentadas posteriormente.
Quadro 1 Largura das valas em função do diâmetro, profundidade e escoramento.
Diâmetro Profundidade Largura da vala em função do escoramento
S/ escor. ou Contínuo ou Metálico/
mm m Especial
Pontaleteamento Descontínuo Madeira
até 2,00 0,65 0,65 0,75
150 até 4,00 0,75 0,85 1,05 1,65
até 6,00 0,85 1,05 1,35 1,80
até 2,00 0,70 0,70 0,80
200 até 4,00 0,80 0,90 1,10 1,75
até 6,00 0,90 1,10 1,40 1,90
até 2,00 0,80 0,80 0,90
250 até 4,00 0,90 1,00 1,20 1,85
até 6,00 1,00 1,20 1,50 2,00
até 2,00 0,80 0,80 0,90
300 até 4,00 0,90 1,00 1,20 1,85
até 6,00 1,00 1,20 1,50 2,00
até 2,00 0,90 1,10 1,20
350 até 4,00 1,00 1,30 1,50 2,15
até 6,00 1,10 1,50 1,80 2,30
até 2,00 0,90 1,10 1,20
400 até 4,00 1,00 1,30 1,50 2,15
até 6,00 1,10 1,50 1,80 2,30
até 2,00 1,00 1,15 1,25
450 até 4,00 1,10 1,35 1,55 2,25
até 6,00 1,20 1,55 1,85 2,40
Fonte: Elaborado pela autora (2021) baseado na RPCM (CASAN, 2016).
O custo das escavações depende também da porcentagem de rocha no solo e também
do tipo de rocha. Por isso, definiuse para Bacia A solo com 4% de rocha, enquanto que para
Bacia B com 35%, de acordo com as características das regiões levantadas pela operadora.
Além disso, o percentual do tipo de rocha para cada bacia está apresentando na Tabela 3,
também adotado de acordo com as características do local. Ressalvase que foram priorizados
55
os valores que correspondem às características do local pois se objetivou representar as
diferentes regiões planas e com terreno acidentado.
Tabela 3 – Percentual do tipo de rocha nas Bacia A e B.
Tipo de rocha Bacia A Bacia B
Rocha compacta a fogo 70% 78%
Rocha compacta a frio 10% 0%
Rocha branda a frio 10% 20%
Rocha com arg. Expansiva 10% 2%
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
3.5.2 Reaterro
O volume de reaterro foi calculado através da equação 14.
Onde:
𝑉𝑟𝑒𝑎𝑡𝑒𝑟𝑟𝑜 = volume de reaterro, em 𝑚³;
𝑉𝑒𝑠𝑐 = volume de escavação, em 𝑚3 ;
𝑉𝑡𝑢𝑏𝑜 = volume da tubulação, em 𝑚³.
Para as duas bacias se considerou que todo o solo não rochoso foi utilizado no reaterro.
O restante da quantidade de solo foi completada com areia.
3.5.3 Carga, transporte e descarga
O custo com a carga, transporte e descarga dos materiais escavados, areia do reaterro
e entulhos foi calculado de acordo com o volume deslocado e considerando uma distância de
transporte de 5 km para as duas bacias estudadas.
3.5.4 Escoramento
O tipo de escoramento adotado em cada vala foi determinado com base na
profundidade média (𝑃𝑟𝑜𝑓𝑚é𝑑 ), conforme Quadro 2. Os escoramentos especiais foram então
divididos em metade do tipo estaca prancha e metade do tipo chapa grossa.
56
Quadro 2 – Tipo de escoramento de acordo com a profundidade da vala.
Profundidade Escoramento
0,00 1,25 Sem escoramento
1,25 1,50 Pontaleteamento
1,50 1,80 Contínuo
1,80 – 3,00 Especial
3,00 – 4,00 Hamb. 1qd
4,00 – 5,00 Hamb. 2qd
>5,00 Hamb. 3qd
Fonte: Elaborado pela autora (2021) baseado em RPCM (CASAN, 2016).
Além do tipo de escoramento utilizado, também foi considerado no custo a área
escorada, sendo calculada pela equação 15.
Onde:
𝐴𝑒𝑠𝑐𝑜 = área de escoramento, em 𝑚2 ;
𝑃𝑟𝑜𝑓𝑚é𝑑𝑖𝑎 = profundidade média da vala, em 𝑚, calculada pela Equação 12;
𝐸𝑥𝑡 = extensão da vala.
3.5.5 Assentamento
O serviço de assentamento engloba o assentamento das tubulações, dos tubos de queda
e dos tampões dos poços de visita. Portanto, é válido destacar que foram adotadas tubulações
de PVC para DN de até 400 mm e de PEAD para os condutos maiores. Ainda, destacase que
os tampões são de ferro fundido dúctil.
3.5.6 Remoção da Pavimentação
Foi considerado que todos os trechos de ambas bacias estão assentando em locais
asfaltados. Para encontrar a área de asfalto a ser removida, fezse a multiplicação da extensão
do trecho pela largura, porém destacase que foi somado 0,30 m na largura utilizada.
Conforme padronização da companhia de saneamento, o custo de remoção da
pavimentação foi calculado considerando 50% da área total como pavimentação asfáltica e 50%
como pavimentação asfáltica com base de pedra irregular, paralelepípedo ou lajota. Além disso,
também foram somados os custos de corte em asfalto, calculado de acordo com a extensão dos
trechos multiplicada por dois.
57
3.5.7 Execução da Pavimentação Asfáltica
3.5.8 Poços de visita
O último custo considerado nas obras civis foram os poços de visitas, bem como dos
acréscimos de balão e de chaminé neles.
Primeiramente, definiuse o tipo do PV utilizado, conforme estabelecido no Quadro 3.
A necessidade de chaminé foi avaliada de acordo com a profundidade do PV. No caso de PVs
com profundidade menor que 2,50 m, não se empregou chaminé. Nos PVs até 3,50 m, a
extensão da chaminé é a profundidade subtraída de 2,50 m e nos PVs mais profundos, a altura
da chaminé é sempre igual a 1,0 m. O diâmetro das chaminés também é determinado de acordo
com o Quadro 3.
Quadro 3 – Critérios de determinação do tipo do poço de visita.
Características máximas do PV Tipo de PV
Profundidade máxima DN máximo DN PV Chaminé Tipo do PV
1,2 150 600 Tipo 1
2,5 300 800 Tipo 2
4 400 1000 600 Tipo 3
> 4,0 500 1200 800 Tipo 4
Fonte: Elaborado pela autora (2021) baseado em RPCM (CASAN, 2016).
A extensão do balão (câmara) adotada nos poços de visita sem chaminé foi a altura do
PV, já para os casos com chaminé ela foi calculada pela profundidade subtraindo a altura da
chaminé. A partir dessas constatações pôdese determinar o custo dos serviços referente aos
PVs de acordo com as unidades necessárias e com a extensão das câmaras e chaminés.
58
3.5.9 Materiais
Os materiais quantificados foram as tubulações de escoamento e dos tubos de queda,
os tampões dos poços de visita, assim como os tê e curvas necessários nos TQ.
Vale salientar que foi adotado que as tubulações com diâmetro até 400 mm são de
PVC e as maiores (até 450 mm) de PEAD. Ainda, os tampões são de ferro fundido dúctil com
DN 600, exceto para os PVs do Tipo 4 que são com DN 800.
3.5.10 Rede auxiliar
Visto que a execução da rede auxiliar apresenta variações de acordo com a operadora
de saneamento e também com a localidade, a determinação da sua execução e dos serviços
englobados são complexos.
Dessa forma, considerouse o assentamento da rede auxiliar acima do coletor principal,
pois é uma das práticas mais usuais e econômicas. De acordo com informações transmitidas
oralmente se destaca que primeiramente é implantado o condutor principal e realizado o
reaterro. O assentamento da rede auxiliar é feito posteriormente, executandose novamente a
escavação e o reaterro do solo já substituído. Ainda, se evidencia que a recomposição da
pavimentação é realizada apenas uma vez após a finalização da rede auxiliar.
Portanto, foi adotado um valor de R$ 30,00 por metro de rede auxiliar, que engloba os
custos de escavação e reaterro e, também, os custos relacionados aos prováveis tubos de queda.
59
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 VAZÕES DE CONTRIBUIÇÃO
Foram escolhidos quatro conjuntos de vazões de contribuição inicial e final para serem
inseridos nas bacias, sendo apresentados na Tabela 4.
Tabela 4 – Vazões de contribuição.
Vazão concentrada de Vazão concentrada de
Nomenclatura
início de plano (l/s) final de plano (l/s)
Contribuição 1 3,0 8,0
Contribuição 2 6,0 16,0
Contribuição 3 12,0 32,0
Contribuição 4 24,0 64,0
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
A escolha dessas contribuições foi de maneira a gerar mudanças significativas na
vazão cada vez que ela fosse alterada. Por isso, os valores foram dobrados a cada nova
contribuição. Além disso, escolheuse contribuição máxima de 64,0 l/s para não acarretar em
diâmetros muito grandes e fora do usual em sistema de esgotamento sanitário.
A partir da determinação das vazões de contribuição, definiramse os PVs nos quais
as vazões foram inseridas em cada simulação, focando em selecionar um local em que essa
vazão maior escoe pela máxima quantidade de trechos possíveis. Dessa forma, na Tabela 5 se
apresentam os PVs, bem como a quantidade de trechos a contribuição escoará até chegar ao
final da rede.
É importante salientar que a Bacia A não possui grande quantidade de trechos
subsequentes se comparada à Bacia B, uma vez que os coletores estão concentrados perto do
final da rede, de maneira que a maior derivação possui apenas 17 trechos. Ainda, priorizouse
a escolha de PVs em que a maioria dos trechos que comportará a vazão concentrada não sejam
coincidentes.
60
Tabela 5 – PVs de lançamento das vazões concentradas.
Bacia PVs escolhidos Quantidade de trechos
A001 17 trechos
Bacia A A039 17 trechos
A077 11 trechos
B001 27 trechos
Bacia B B070 30 trechos
B097 20 trechos
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
4.2 DIMENSIONAMENTOS
A partir da definição dos quatros conjuntos de vazões de contribuição e os três pontos
de lançamento em cada bacia foram definidas 13 simulações para a Bacia A e 13 para Bacia B,
sendo as primeiras de cada bacia sem vazão pontual, conforme ilustra a Tabela 6. Todas as
simulações foram dimensionadas com a metodologia de diâmetros progressivos (DP) e de
diâmetros não progressivos (DNP), totalizando então 52 dimensionamentos realizados.
Tabela 6 – Caracterização das simulações realizadas.
Vazão Bacia A Bacia B
Concentrada PV Simulação PV Simulação
A1 B1
A001 A2 B001 B2
3,0/8,0 A039 A3 B070 B3
A077 A4 B097 B4
A001 A5 B001 B5
6,0/16,0 A039 A6 B070 B6
A077 A7 B097 B7
A001 A8 B001 B8
12,0/32,0 A039 A9 B070 B9
A077 A10 B097 B10
A001 A11 B001 B11
24,0/64,0 A039 A12 B070 B12
A077 A13 B097 B13
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
61
Todos os dimensionamentos tiveram resultados respeitando os parâmetros adotados
para o bom funcionamento da rede, como lâmina d’água menor que 75% e tensão trativa maior
que 1,0 𝑃𝑎.
Os resultados para cada trecho dos dimensionamentos contendo os diâmetros, vazões,
declividades, lâmina d’água, entre outras características podem ser visualizados na página 1 da
Dashboard interativa disponível no link https://bit.ly/3sSBW3t.
4.3 COMPARAÇÕES DOS CENÁRIOS
Para cada simulação, os dimensionamentos dos cenários foram comparados a fim de
encontrar a quantidade e o comprimento dos trechos que tiveram alterações de diâmetro, bem
como sua magnitude. Também foi realizada a quantificação e magnitude das alterações da
profundidade de jusante. Então, nas Figura 19 e Figura 20 são apresentados os resultados
encontrados nas Bacias A e B, respectivamente. A comparação para cada trecho pode ser
conferida na página 1 da mesma Dashboard (https://bit.ly/3sSBW3t).
É possível observar que, nas duas bacias, à medida que a vazão de contribuição cresce,
aumenta a quantidade de trechos com mudança de diâmetro, situação que ocorreu em maior
número na Bacia B.
Em relação à profundidade, observase que na Bacia A foram obtidos valores positivos
no somatório das magnitudes devido ao aumento de profundidade de jusante em alguns trechos,
fato que não ocorreu na Bacia B.
De antemão, é importante apontar que os diâmetros mínimos a serem empregados nos
condutos são determinados a partir da vazão e da declividade do trecho de maneira que respeite
os critérios estabelecidos. Nessa perspectiva, como a metodologia de diâmetros não
progressivos (DNP) utiliza sempre o mínimo diâmetro possível em todos os trechos, destaca
se que as alterações entre cenários são decorrentes da utilização de diâmetro maior do que o
necessário no cenário com diâmetros progressivos (DP).
Diante disso, foi atestado que essa situação ocorre quando algum trecho demanda certo
diâmetro e, por mais que os trechos seguintes necessitem de diâmetro inferior, no cenário DP o
diâmetro adotado é sempre igual ou maior que o anterior. Dessa forma, foram avaliadas as
motivações que fazem um trecho propor diâmetro inferior que o de montante.
62
Figura 19 – Resultados das simulações da Bacia A.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
63
Figura 20 – Resultados das simulações da Bacia B.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
64
Uma das motivações verificadas é quando a declividade do coletor é suficientemente
maior que a declividade de um trecho de montante, visto que o aumento da declividade permite
a redução do diâmetro para uma mesma vazão.
Por isso, inicialmente, cabe destacar as situações que determinam a declividade do
coletor, reforçando que nunca pode ser inferior à mínima. Com esse propósito, a Tabela 7
apresenta os critérios de adoção da declividade do coletor.
Tabela 7 – Critério para adoção da declividade do coletor.
Situação Declividade do coletor adotada
𝐼𝑡𝑒𝑟 < 𝐼𝑚í𝑛 𝐼𝑚í𝑛
𝐼𝑡𝑒𝑟 > 𝐼𝑚í𝑛 e rede está rasa 𝐼𝑡𝑒𝑟
𝐼𝑚í𝑛
𝐼𝑡𝑒𝑟 > 𝐼𝑚í𝑛 e rede profunda
𝐼𝑡𝑒𝑟 < 𝐼𝑐𝑜𝑙 < 𝐼𝑚í𝑛
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Notas: 𝐼𝑐𝑜𝑙 = declividade do coletor; 𝐼𝑚í𝑛 = declividade mínima; 𝐼𝑡𝑒𝑟 = declividade do terreno.
Cabe elucidar que quando a rede está mais profunda que o recobrimento mínimo, é
necessário que a declividade do coletor seja determinada de forma que proporcione a
recuperação da profundidade da rede, portanto, é importante adotar a menor declividade
possível. Assim, as características do terreno influenciam diretamente nos resultados da
metodologia estudada.
Ainda, destacase que para os condutos assentados com a declividade mínima nos dois
cenários, não ocorre modificação do diâmetro, uma vez que se está usando o mínimo possível
já no cenário DP.
Conforme apresentando, as características do terreno influenciam diretamente nos
resultados do critério estudado. Assim, como as bacias dimensionadas possuem topografias
distintas, nos tópicos a seguir se discute como os resultados se manifestam em cada região.
4.3.1 Discussão da Bacia A
A partir das Figura 19 e Figura 20 apresentadas anteriormente notase a menor
quantidade de trechos com alterações de diâmetros na Bacia A, bem como de magnitude. Essa
conjuntura é determinada pela topografia com características mais planas, pois nesses casos as
declividades do terreno são muito pequenas ou possuem sentido desfavorável, resultando na
exigência da utilização da declividade mínima. Ressaltase que, dos 104 trechos existentes
65
nessa bacia, apenas 23 possuem terreno com declividade maior do que a mínima na simulação
A1 (sem vazão pontual).
As simulações foram agrupadas de acordo com o PV de lançamento da vazão
concentrada, visto que os resultados se alteram à medida que esta aumenta. Dessa forma, se
apresentam os perfis do terreno para os trechos que escoam a contribuição de esgoto, para
verificar como ocorre efetivamente a influência da topografia.
4.3.1.1 Lançamento da contribuição no PV A001
Figura 21 – Perfil do terreno de A001 até FIM.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Nota: declividade (𝐼) representada na unidade m/m.
O Quadro 4 indica para cada trecho do perfil se a declividade do terreno é maior do
que a mínima calculada e qual foi a declividade do coletor (𝐼𝑐𝑜𝑙 ) adotada no cenário DNP,
qualitativamente. Ainda, as células destacadas indicam que naquele trecho foi possível
empregar diâmetro inferior ao usado no cenário DP, ou seja, os trechos contabilizados por
apresentarem modificação do diâmetro.
66
Quadro 4 – Estudo das declividades das simulações em A001.
Simulações
Trecho
A1 A2 A5 A8 A11
001001 sim / T sim / T sim / T sim / T sim / T
001002 sim / T sim / T sim / T sim / T sim / T
001003 sim / T sim / T sim / T sim / T sim / T
001004 não / M não / M não / M sim / T sim / A
001005 não / M não / M não / M não / M não / M
001006 não / M sim / M sim / M sim / M sim / M
001007 não / M não / M não / M não / M não / M
001008 não / M não / M sim / M sim / M sim / T
001009 não / M não / M não / M não / M sim / A
001010 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / E
001011 não / M sim / M sim / M sim / A sim / E
001012 não / M sim / M sim / M sim / M sim / M
001013 não / M não / M não / M não / M não / M
001014 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / M
001015 não / M sim / M sim / M sim / M sim / M
001016 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / M
001017 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / M
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Notas: sim: 𝐼𝑡𝑒𝑟 > 𝐼𝑚í𝑛 ; não: 𝐼𝑡𝑒𝑟 < 𝐼𝑚í𝑛 ; T: 𝐼𝑐𝑜𝑙 = 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; M: 𝐼𝑐𝑜𝑙 = 𝐼𝑚í𝑛 ; E: 𝐼𝑚í𝑛 < 𝐼𝑐𝑜𝑙 < 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; A: 𝐼𝑐𝑜𝑙 > 𝐼𝑡𝑒𝑟 ;
Célula destacada: alteração de diâmetro entre os cenários.
Primeiramente, destacase que nas simulações com maiores contribuições de vazão,
foi aumentando a quantidade de trechos em que 𝐼𝑡𝑒𝑟 > 𝐼𝑚í𝑛 , o que viabiliza as diminuições de
diâmetro. No entanto, devido à topografia plana, ainda há muitos trechos que necessitam da
declividade mínima para que a profundidade da rede seja recuperada. O aprofundamento da
rede é causado pela necessidade excessiva de utilizar a 𝐼𝑚í𝑛 , fato comum em terrenos planos.
Ainda, podese comentar que a redução de diâmetro só acontece se existem trechos
anteriores que solicitaram diâmetro maior. Isso é evidenciado pelos primeiros trechos dessas
simulações que, apesar de possuírem declividade alta, não tiveram alterações.
4.3.1.2 Lançamento da contribuição no PV A039
As simulações em que a vazão concentrada foi lançada no PV A039 possuem também
17 trechos que escoam vazões maiores do que apenas a contribuição linear. Também cabe
comentar que desses 17 trechos, os 6 finais coincidem com os trechos das simulações em A001.
O perfil do terreno está apresentado na Figura 22.
67
Figura 22 – Perfil do terreno de A039 até FIM.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Nota: declividade (𝐼) representada na unidade m/m.
O Quadro 5 apresenta as informações de declividade de forma análoga às simulações
com lançamento em A001.
Quadro 5 – Estudo das declividades das simulações em A039.
Simulações
Trecho
A1 A3 A6 A9 A12
010001 sim / T sim / T sim / T sim / T sim / T
010002 sim / T sim / T sim / E sim / E sim / E
010003 sim / T sim / T sim / T sim / T sim / T
010004 não / M não / M não / M não / M não / M
010005 não / M não / M não / M não / M sim / T
010006 não / M não / M não / M não / M sim / T
010007 não / M não / M não / M não / M não / M
010008 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / M
010009 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / M
010010 não / M não / M não / M não / M não / A
008007 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / E
001012 não / M sim / M sim / M sim / M sim / M
001013 não / M não / M não / M não / M não / M
001014 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / M
001015 não / M sim / M sim / M sim / M sim / M
001016 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / M
001017 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / M
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Notas: sim = 𝐼𝑡𝑒𝑟 > 𝐼𝑚í𝑛 ; não = 𝐼𝑡𝑒𝑟 < 𝐼𝑚í𝑛 ; T: 𝐼𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 = 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; M: 𝐼𝑐𝑜𝑙 = 𝐼𝑚í𝑛 ; E: 𝐼𝑚í𝑛 < 𝐼𝑐𝑜𝑙 < 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; A:
𝐼𝑐𝑜𝑙 > 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; Célula destacada: alteração de diâmetro entre os cenários.
68
Os trechos coincidentes com o lançamento em A001 também não apresentaram
alterações de diâmetro, uma vez que esta é a parte final da rede e possui profundidade alta,
forçando a utilização da declividade mínima, mesmo que 𝐼𝑡𝑒𝑟 > 𝐼𝑚í𝑛 .
No entanto, nessas simulações observase modificação de diâmetro logo no segundo
trecho de coletor, justificado pelo trecho 010002 ser um declive mais acentuado do que o
anterior.
Outra situação incomum ocorre em relação ao aclive 010010. Nesse caso, como o
poço de visita à jusante possui outras chegadas profundas, foi adotada declividade maior do que
a mínima em um aclive possibilitando redução do diâmetro, apesar de causar alta profundidade.
Observamse poucas alterações de diâmetro, pois praticamente todos os trechos
necessitaram da declividade mínima, sendo que apenas houve diminuição do diâmetro nos
casos em que foi factível aumentar a profundidade para declividade ficar maior.
4.3.1.3 Lançamento da contribuição no PV A077
Essas simulações possuem 11 trechos que escoam a vazão de contribuição, sendo que
apenas o trecho final coincide com as outras simulações já comentadas. A Figura 23 ilustra o
perfil do terreno por onde passam os coletores que escoam a contribuição.
Figura 23 – Perfil do terreno de A077 até FIM.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Nota: declividade (𝐼) representada na unidade m/m.
Da mesma maneira que anteriormente, o Quadro 6 apresenta as informações de
declividade para essas simulações no cenário DNP. A partir da observação da simulação A4
destacase o fato de, nesses casos, a Contribuição 1 já possibilitar que a declividade do terreno
fique maior do que a mínima (021003). No entanto, é importante externar que muitos
parâmetros estão correlacionados, sendo necessário uma análise mais aprofundada para
verificar qual o aumento eficiente de declividade de acordo com a vazão para ocorrer essa
situação, prática que não foi proposta nesse trabalho.
69
Quadro 6 – Estudo das declividades das simulações em A077.
Simulações
Trecho
A1 A4 A7 A10 A13
021001 não / M não / M não / M não / M não / M
021002 sim / E sim / E sim / E sim / E sim / E
021003 não / M sim / T sim / T sim / T sim / T
021004 não / M não / M não / M não / M não / M
021005 não / M não / M não / M não / M não / M
020003 não / M não / M não / M não / M não / E
020004 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / E
020005 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / E
016006 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / M
016007 não / M não / M não / M não / E não / E
001017 sim / M sim / M sim / M sim / M sim / M
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Notas: sim = 𝐼𝑡𝑒𝑟 > 𝐼𝑚í𝑛 ; não = 𝐼𝑡𝑒𝑟 < 𝐼𝑚í𝑛 ; T: 𝐼𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 = 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; M: 𝐼𝑐𝑜𝑙 = 𝐼𝑚í𝑛 ; E: 𝐼𝑚í𝑛 < 𝐼𝑐𝑜𝑙 < 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; A: 𝐼𝑐𝑜𝑙 >
𝐼𝑡𝑒𝑟 ; Célula destacada: alteração de diâmetro entre os cenários.
Ainda, foi observado a ocorrência de aclives acentuados nesse perfil. Porém, mesmo
em dois aclives, conseguiuse empregar diâmetro inferior, usando uma declividade maior do
que no outro cenário, o que forçou um aumento da profundidade. Inferiuse que, como
posteriormente essa será recuperada, a relação aumento de profundidade e diminuição de
diâmetro compensou.
Podese também mencionar o fato das modificações evidentemente só ocorreram caso
um trecho de montante force diâmetro maior, como é o caso do primeiro trecho desse perfil.
4.3.2 Discussão da Bacia B
A Bacia B possui grande declives, diferente da bacia anterior, resultando em
declividades do terreno na maioria dos trechos maior do que a declividade mínima. Na
simulação B1, dos 140 trechos, apenas 12 têm a declividade inferior à mínima calculada, sendo
todos esses aclives. Em virtude disso, já é esperado que as alterações sejam mais expressivas
nessas simulações.
Análogo ao realizado para Bacia A, serão apresentados os perfis do terreno e as
alterações verificadas de forma agrupada para as simulações com lançamentos no mesmo PV.
Entretanto, primeiramente cabe destacar os trechos que apresentaram alterações apenas com a
contribuição linear (simulação B1). Isso ocorreu porque nesta bacia os trechos finais escoam
praticamente todas as contribuições lineares ao longo da rede, assim apresentando uma vazão
70
alta. Além disso, as diminuições são provocadas por existir antes alguns aclives, forçando
utilização da declividade mínima, logo, havendo aumento do diâmetro naquele trecho. Dessa
forma, 9 trechos (Tabela 8) utilizam diâmetro maior do que o mínimo necessário no cenário DP
na simulação B1.
Tabela 8 – Trechos que possuem alteração de diâmetro na simulação B1.
Trecho Vazão inicial Vazão final
011013 4,84 11,31
011014 4,85 11,34
011015 4,89 11,44
011016 4,95 11,57
011017 4,99 11,65
001023 7,28 17,00
001024 7,32 17,11
001025 7,37 17,22
001026 7,44 17,38
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
4.3.2.1 Lançamento da contribuição no PV B001
É observado o aumento das alterações à medida que a vazão de contribuição aumenta.
Nesse sentido, foi inferido como causa a existência de alguns trechos que têm a declividade do
terreno menor do que os posteriores, causando o aumento do diâmetro que nos trechos seguintes
não se faz necessário visto que a declividade é maior.
Quadro 7 apresenta as declividades adotadas no cenário DNP para os coletores que
escoam as vazões de contribuição quando estas foram lançadas no PV B001, ressaltando que
são 27 trechos. As células destacadas indicam que naquele trecho houve diminuição do
diâmetro entre o cenário DP e DNP.
No APÊNDICE D é possível visualizar o perfil do terreno do PV B001 até o final da
rede. Salientase que, exceto o trecho final (aclive), os demais possuem a declividade do terreno
maior do que a mínima.
Previamente, é importante ressaltar que essas simulações tiveram modificações de
diâmetro que não estão apresentadas no Quadro 7, pois são trechos que não tiveram influência
da vazão de contribuição (Tabela 8). Também se destaca que 4 trechos desse perfil já tiveram
alterações na simulação B1.
É observado o aumento das alterações à medida que a vazão de contribuição aumenta.
Nesse sentido, foi inferido como causa a existência de alguns trechos que têm a declividade do
71
terreno menor do que os posteriores, causando o aumento do diâmetro que nos trechos seguintes
não se faz necessário visto que a declividade é maior.
Quadro 7 – Declividades adotada nos trechos de B001 até FIM.
Simulações
Trecho
B1 B2 B5 B8 B11
001001 T T T T T
001002 T T T T T
001003 T T E E E
001004 T T T E E
001005 T T T T T
001006 T T E E T
001007 T T T T T
001008 T T E E E
001009 T T T E T
001010 T E E T T
001011 T T T E E
001012 T T T T T
001013 E E E E E
001014 T E E E E
001015 T T T T T
001016 T T T E E
001017 T T T T T
001018 T T T T T
001019 T T T T T
001020 T T T E E
001021 T T A T T
001022 M M M M E
001023 E E E E E
001024 T T T T T
001025 T T T T T
001026 E T E E E
001027 M M M A A
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Notas: T: 𝐼𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 = 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; M: 𝐼𝑐𝑜𝑙 = 𝐼𝑚í𝑛 ; E: 𝐼𝑚í𝑛 < 𝐼𝑐𝑜𝑙 < 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; A: 𝐼𝑐𝑜𝑙 > 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; Célula destacada: alteração de
diâmetro entre os cenários.
Ainda, é importante comentar o grande número de trechos com declividade adotada
“E”, sendo justificado pela rede estar no recobrimento mínimo e a profundidade de jusante ser
menor.
72
4.3.2.2 Lançamento da contribuição no PV B077
No Quadro 8 são mostradas as declividades adotadas nos trechos de B077 até o final
da rede, ou seja, os 30 trechos que escoam a vazão de contribuição. Destacase que, dos trechos
dessas simulações, 4 são aclives, que podem ser visualizados no APÊNDICE D que ilustra o
perfil do terreno. Além disso, todos os trechos que já apresentavam modificação na simulação
B1 (Tabela 8) estão englobados neste perfil.
Comparando com as simulações anteriores, com pequeno acréscimo da contribuição
já foram visualizadas mais mudanças. Isso é resultado da existência de trechos que utilizam a
declividade mínima e motivaram as alterações, enquanto as simulações em B001, a motivação
foi declives de jusante mais acentuados. Dessa forma, cabe comentar que as regiões com grande
vazão e condutos assentados na declividade mínima geram maiores reduções de diâmetro.
Analisando a Figura 20 apresentada anteriormente, apesar de haver mais trechos em
número absoluto escoando maior vazão nessas simulações, foi observado menos alterações do
que quando a vazão é lançada em B001, pois a vazão escoa por muitos trechos que já sofriam
alterações sem o incremento. Nos casos do lançamento em B001, têmse menos trechos
coincidentes com as alterações já ocorridas apenas com a contribuição linear, assim totalizando
em mais mudanças absolutas.
73
Quadro 8 – Declividades adotadas nos trechos de B077 até FIM.
Simulações
Trecho
B1 B3 B6 B9 B12
016001 T T T T T
016002 T T T E E
016003 T T T T T
016004 T E T T T
016005 T T T E T
016006 M M M M M
016007 M M M M A
016008 E E E E E
016009 T T T E E
016010 E E E E E
016011 T T T E E
016012 T T T T T
016013 T T T E T
016014 T T T T T
016015 T T T T T
016016 T T T E E
016017 M T T T A
011013 E E E E E
011014 T T T E E
011015 T T T T T
011016 T T T T T
011017 T T T T T
011018 M M M M A
011019 M M M M A
001022 M M M M E
001023 E E E E E
001024 T T T T T
001025 T T T T T
001026 E T E E E
001027 M M M A A
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Notas: T: 𝐼𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 = 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; M: 𝐼𝑐𝑜𝑙 = 𝐼𝑚í𝑛 ; E: 𝐼𝑚í𝑛 < 𝐼𝑐𝑜𝑙 < 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; A: 𝐼𝑐𝑜𝑙 > 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; Célula destacada: alteração de
diâmetro entre os cenários.
4.3.2.3 Lançamento da contribuição no PV B097
As declividades adotadas nos trechos que escoam a vazão de contribuição quando
lançada em B097 estão apresentadas no Quadro 9, sendo 20 trechos. Importante destacar que,
assim como as simulações em B077, a vazão acrescentada pontualmente escoa por todos os
74
trechos que já alteravam sem o incremento (Tabela 8). Ainda, esse percurso contém 4 dos
aclives da bacia, que estão ilustrados no perfil do terreno (APÊNDICE D).
Quadro 9 – Declividades adotadas nos trechos de B097 até FIM.
Simulações
Trecho
B1 B4 B7 B10 B13
019001 T T T T T
019002 M A A M M
019003 E E E E E
019004 T T T T T
019005 T T T E E
019006 E E E E E
016017 T T T T A
011013 E E E E E
011014 T T T E E
011015 T T T T T
011016 T T T T T
011017 T T T T T
011018 M M M M A
011019 M M M M A
001022 M M M M M
001023 E E E E E
001024 T T T T T
001025 T T T T T
001026 E T E E E
001027 M M M A M
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Notas: T: 𝐼𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 = 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; M: 𝐼𝑐𝑜𝑙 = 𝐼𝑚í𝑛 ; E: 𝐼𝑚í𝑛 < 𝐼𝑐𝑜𝑙 < 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; A: 𝐼𝑐𝑜𝑙 > 𝐼𝑡𝑒𝑟 ; Célula destacada: alteração de
diâmetro entre os cenários.
As modificações de diâmetro encontradas nessas simulações acontecem por motivos
análogos aos anteriores. Destacase que na grande maioria dos trechos ocorre diminuição do
diâmetro ao comparar com o cenário DP, porém o número absoluto é inferior aos apresentados
nas demais simulações, tendo em vista que são apenas 20 trechos escoando vazão concentrada.
E, além disso, 9 deles já apresentavam alterações sem a contribuição pontual.
75
4.3.3 Análise da magnitude de alteração do diâmetro
Com relação à magnitude de diminuição do diâmetro, foi verificado que o somatório
foi significativamente maior nas simulações da Bacia B, o que de maneira superficial se justifica
pela maior quantidade de alterações nesta bacia.
Contudo, é importante citar também que, nas simulações da Bacia B, as diferenças de
diâmetro em cada trecho foram bem maiores. Por exemplo, a diferença máxima da Bacia A foi
de 100 mm, sendo mais frequente de 50 mm. Enquanto para Bacia B se observou diferenças de
até 200 mm, sendo constantemente encontrados de 100 mm e 150 mm. É válido ressaltar que
os dados discriminados estão apresentando na página 1 da Dashboard disponível no link
https://bit.ly/3sSBW3t.
Essa situação se explica pela segunda bacia possuir declividades muito elevadas,
possibilitando reduzir uma tubulação de 400 mm para 250 mm, por exemplo. Já a primeira
bacia não conta com trechos com declividade tão alta ao ponto de tamanha diminuição.
Ao comparar as magnitudes somente entre as simulações da Bacia B, notase que a
simulação B11 obteve somatório das diferenças inferior às simulações B12 e B13, ainda que
tenha tido mais trechos diferentes. Foi constado que essa desconformidade é resultado também
do perfil do terreno. Em suma, os declives encontrados nos trechos analisados nas simulações
B12 e B13 são significativamente acentuados, permitindo um diâmetro menor.
4.3.4 Análise da magnitude de alteração da profundidade
Primeiramente, no tocante ao aumento de profundidade de jusante somente na Bacia
A concluiuse que foi causado pela utilização de declividades maiores em alguns trechos no
cenário DNP, ainda que o terreno não possibilitasse. Foi inferido que o software realiza essa
modificação quando a relação aumento de profundidade e diminuição de diâmetro compensa
de alguma forma. Essa compensação, normalmente, corresponde aos casos em que o PV de
jusante já é mais profundo devido a outro coletor que chega nele.
Em geral, as diminuições de profundidade estão relacionadas à diminuição do diâmetro
das tubulações, pois a geratriz inferior é menos profunda. Portanto, ao comparar o somatório
da magnitude de diâmetro e de profundidade observase que são praticamente iguais (em
unidades diferentes) na maioria das simulações. Em consequência, os somatórios na Bacia B
são mais expressivos do que na Bacia A.
76
4.3.5 Análise geral
A partir da análise das alterações realizada anteriormente, podese inferir que haverá
redução do diâmetro ao utilizar DNP quando a declividade do trecho for suficientemente maior
do que a declividade de um trecho de montante.
Em síntese, isso quer dizer que quando há um condutor com declividade muito
pequena, os trechos seguintes que possuem declividade consideravelmente maior utilizam
diâmetro maior que o mínimo necessário no cenário DP, uma vez que nesse cenário o diâmetro
é sempre igual ou superior ao anterior. Dessa forma, ao dimensionar com critério de DNP esses
trechos apresentam diminuição de diâmetro, a qual pode variar a grandeza. Por exemplo, alguns
podem variar de 300 mm para 250 mm, já outros para 200 mm, a depender do quão maior for
a declividade.
Evidenciase que, nos dois tipos de regiões analisadas, houve influência da vazão
concentrada. Em relação às regiões planas, a influência é decorrente dos trechos que, à medida
que aumenta a vazão, a declividade mínima passa a ser menor que a declividade do terreno.
Essa situação que viabiliza a diminuição do diâmetro.
Já nas regiões com grandes variações de cota, os trechos com declividade pequena, à
medida que a vazão aumenta, precisam aumentar o diâmetro mais rapidamente. Ou seja, quando
a vazão é pequena e há dois trechos seguidos, o primeiro com declividade baixa e o posterior
com declividade mais alta, ambos necessitam do mesmo diâmetro. Já quando se tem maior
vazão escoando, o primeiro pode precisar de um diâmetro maior do que o seguinte, assim
resultando na diferença de diâmetro no segundo trecho ao comparar os cenários. No entanto,
vale realçar a complexidade em determinar qual a relação declividade, vazão e diâmetro para
observar essas diferenças.
No que diz respeito a influência da topografia, definiramse algumas características
que proporcionam maiores alterações, destacandose:
a) Sequência de trechos com declividade alta após trecho que implique a utilização
da declividade mínima ou declividade muito pequena em relação as demais;
b) Trechos no meio da rede com declividade grande suficiente para permitir
recuperação de profundidade e, também, diminuição de diâmetro;
c) Trechos que tenham PV de jusante profundo devido a outras chegadas,
possibilitando aumento de declividade sem acarretar em profundidade de jusante
maior do que já seria.
77
4.4 ORÇAMENTOS
De acordo com a análise das alterações encontradas nas simulações realizadas para as
Bacias A e B, definiuse a elaboração de orçamentos para as simulações com as maiores vazões
concentradas em cada área estudada. Isto é, para os dois cenários de A11, A12, A13, B11, B12
e B13. Essa decisão foi tomada por esses casos apresentarem maiores relevâncias em termos de
quantidade de trechos com alteração, bem como de magnitude.
Cabe destacar que os orçamentos são estimados, uma vez que foram elaborados de
forma simplória e resumida, além de não terem sido computados todos os custos envolvidos.
As Tabela 9 e Tabela 10 expõem os custos para cada tipo de serviço nas simulações
das Bacias A e B, respectivamente. Ressaltase que as os orçamentos completos e detalhados,
bem como o quantitativo por trecho, podem ser visualizados nas páginas 2, 3 e 4 da Dashboard
através do link https://bit.ly/3sSBW3t.
É importante mencionar incialmente que as variações do custo da implantação da obra
foram interpretadas entre cenários da mesma simulação.
Em relação a Bacia A, destacase que o custo com fornecimento de materiais diminuiu,
mesmo que infimamente, nos três casos. Por outro lado, os serviços que envolvem a abertura
de valas apresentaram elevação, estando relacionado ao aumento da profundidade verificada
nas simulações desta bacia.
Em relação a Bacia B, notase que todos os serviços apresentaram reduções dos custos
ao utilizar os critérios de diâmetros progressivos, mostrandose em concordância ao esperado,
visto que as alterações de diâmetro e profundidade encontradas foram todas de decréscimo.
78
Tabela 9 – Orçamento por tipo serviço para as simulações da Bacia A.
[continua]
SIMULAÇÃO A11
Descrição Diâmetro Progressivos Diâmetros Não Progressivos Redução (%)
Escavação R$ 245.495,05 R$ 247.086,20 0,6%
Aterro/reaterro R$ 194.381,31 R$ 196.308,97 1,0%
Carga, transporte e descarga R$ 19.612,02 R$ 19.635,93 0,1%
Escoramento R$ 627.044,80 R$ 629.774,45 0,4%
Poço de visita em anéis de concreto R$ 235.058,27 R$ 230.767,22 1,8%
Assentamento R$ 29.883,42 R$ 29.499,81 1,3%
Remoção de pavimentação R$ 165.687,81 R$ 165.687,81 0,0%
Reposição de pavimentação R$ 681.949,40 R$ 681.949,40 0,0%
Execução da rede auxiliar R$ 57.120,00 R$ 57.120,00 0,0%
Materiais R$ 1.451.726,58 R$ 1.434.650,97 1,2%
Total R$ 3.707.958,66 R$ 3.692.480,76 0,4%
SIMULAÇÃO A12
Descrição Diâmetro Progressivos Diâmetros Não Progressivos Redução (%)
Escavação R$ 234.360,43 R$ 234.445,67 0,0%
Aterro/reaterro R$ 185.675,20 R$ 186.194,12 0,3%
Carga, transporte e descarga R$ 19.152,04 R$ 19.153,37 0,0%
Escoramento R$ 607.087,59 R$ 607.296,60 0,0%
Poço de visita em anéis de concreto R$ 234.136,34 R$ 232.598,19 0,7%
Assentamento R$ 29.464,08 R$ 29.146,46 1,1%
Remoção de pavimentação R$ 163.171,13 R$ 163.171,13 0,0%
Reposição de pavimentação R$ 679.574,11 R$ 679.574,11 0,0%
Execução da rede auxiliar R$ 58.266,00 R$ 55.986,00 3,9%
Materiais R$ 1.440.561,86 R$ 1.420.359,11 1,4%
Total R$ 3.651.448,77 R$ 3.627.924,74 0,6%
79
Tabela 9 – Orçamento por tipo serviço para as simulações da Bacia A.
[continuação]
SIMULAÇÃO A13
Descrição Diâmetro Progressivos Diâmetros Não Progressivos Redução (%)
Escavação R$ 255.177,89 R$ 258.883,29 1,5%
Aterro/reaterro R$ 204.887,90 R$ 208.828,14 1,9%
Carga, transporte e descarga R$ 19.732,20 R$ 19.851,99 0,6%
Escoramento R$ 642.120,85 R$ 661.051,86 2,9%
Poço de visita em anéis de concreto R$ 227.764,21 R$ 223.814,02 1,7%
Assentamento R$ 27.772,81 R$ 27.412,92 1,3%
Remoção de pavimentação R$ 165.613,55 R$ 166.148,91 0,3%
Reposição de pavimentação R$ 681.517,25 R$ 682.022,54 0,1%
Execução da rede auxiliar R$ 46.398,00 R$ 46.398,00 0,0%
Materiais R$ 948.308,73 R$ 903.967,18 4,7%
Total R$ 3.219.293,39 R$ 3.198.378,84 0,6%
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
80
Tabela 10 – Orçamento por tipo de serviço para as simulações da Bacia B.
[continua]
SIMULAÇÃO B11
Descrição Diâmetro Progressivos Diâmetros Não Progressivos Redução (%)
Escavação R$ 585.183,15 R$ 568.871,76 2,8%
Aterro/reaterro R$ 199.325,03 R$ 196.333,43 1,5%
Carga, transporte e descarga R$ 30.509,33 R$ 29.870,98 2,1%
Escoramento R$ 87.699,55 R$ 80.263,32 8,5%
Poço de visita em anéis de concreto R$ 221.513,41 R$ 214.509,47 3,2%
Assentamento R$ 29.940,81 R$ 28.188,79 5,9%
Remoção de pavimentação R$ 146.603,89 R$ 145.174,82 1,0%
Reposição de pavimentação R$ 656.304,61 R$ 654.955,83 0,2%
Execução da rede auxiliar R$ 51.801,00 R$ 29.538,00 43,0%
Materiais R$ 887.477,00 R$ 728.905,90 17,9%
Total R$ 2.896.357,77 R$ 2.676.612,29 7,6%
SIMULAÇÃO B12
Descrição Diâmetro Progressivos Diâmetros Não Progressivos Redução (%)
Escavação R$ 641.724,55 R$ 587.759,66 8,4%
Aterro/reaterro R$ 216.516,05 R$ 201.923,67 6,7%
Carga, transporte e descarga R$ 32.522,81 R$ 30.552,31 6,1%
Escoramento R$ 123.021,63 R$ 88.542,72 28,0%
Poço de visita em anéis de concreto R$ 243.790,24 R$ 220.098,88 9,7%
Assentamento R$ 31.514,48 R$ 29.165,51 7,5%
Remoção de pavimentação R$ 150.039,53 R$ 146.402,44 2,4%
Reposição de pavimentação R$ 659.466,95 R$ 656.114,48 0,5%
Execução da rede auxiliar R$ 54.162,00 R$ 38.934,00 28,1%
Materiais R$ 1.024.658,07 R$ 796.032,10 22,3%
Total R$ 3.177.416,31 R$ 2.795.525,76 12,0%
81
Tabela 10 – Orçamento por tipo de serviço para as simulações da Bacia B.
[continuação]
SIMULAÇÃO B13
Descrição Diâmetro Progressivos Diâmetros Não Progressivos Redução (%)
Escavação R$ 574.767,87 R$ 559.650,03 2,6%
Aterro/reaterro R$ 194.100,84 R$ 193.572,18 0,3%
Carga, transporte e descarga R$ 29.909,04 R$ 29.476,53 1,4%
Escoramento R$ 99.328,87 R$ 83.323,01 16,1%
Poço de visita em anéis de concreto R$ 251.909,50 R$ 217.337,97 13,7%
Assentamento R$ 31.041,59 R$ 28.123,64 9,4%
Remoção de pavimentação R$ 144.254,73 R$ 144.162,28 0,1%
Reposição de pavimentação R$ 654.087,43 R$ 654.000,18 0,0%
Execução da rede auxiliar R$ 37.194,00 R$ 26.880,00 27,7%
Materiais R$ 1.474.956,13 R$ 749.689,76 49,2%
Total R$ 3.491.550,02 R$ 2.686.215,58 23,1%
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
82
Nesse sentido, destacase que a diminuição dos custos dos serviços que estão
relacionados às valas, esteve em consonância com a magnitude de redução de profundidade.
Ou seja, a simulação B12 apresentou maior magnitude de diminuição da profundidade (3,21
m), logo apresentou maior redução dos custos das atividades que envolvem a abertura de valas
(52,2%). Ainda, a simulação A12 teve o aumento menos significativo desses custos (0,4%) e
também o menor aumento de profundidade (0,10 m).
Também, evidenciase que, como as tubulações de 450 mm são de PEAD e as demais
de PVC e o custo do PEAD é significativamente mais elevado, as simulações que tiveram
alterações de material apresentaram maior redução do custo com materiais. Este é o caso da
simulação B13, a única da Bacia B a possuir troca de condutos com DN 450, apresentando
então uma diminuição de quase 50% dessa parte.
Em síntese, a Tabela 11 apresenta os custos totais contabilizados, as porcentagens de
redução e a economia encontrado por habitantes, considerando as populações de início de plano
das bacias.
Tabela 11 – Comparação dos custos totais.
Cenários Economia
Redução
Bacia Simulação Diâmetros Diâmetros Não por
%
Progressivos Progressivos habitante
Bacia B Bacia A
Apesar de a Bacia A obter um aumento dos custos relacionado às valas, todas as
simulações resultaram em redução do custo total. Salientase que os custos das obras civis
representam mais da metade dos custos contabilizados, mas a influência do custo com material
é mais relevante nesse estudo para ambas as bacias, já que foram as reduções mais significativas
encontradas.
Dessa forma, ainda que o critério de diâmetros não progressivos não tenha
demonstrado prejuízos econômicos para a Bacia A, a economia encontrada foi irrelevante pois
possivelmente a variação está englobada no erro, uma vez que os orçamentos realizados são
estimativas. Portanto, a vantagem de mudar o critério de determinação de diâmetro mostrase
desprezível para as regiões com características similares à Bacia A. Já para Bacia B, as
83
simulações apresentaram um alcance de economia de até 23%, evidenciando o maior destaque
na aplicabilidade do critério estudado para esse tipo de local.
Nessa perspectiva, é válido apontar que economias no custo da obra possibilitam a
implantação de uma maior extensão de rede. Diante disso, foi constado que, para simulação
B13, com o mesmo montante gasto com diâmetros progressivos poderia ser implantada
aproximadamente mais 2 km de rede com diâmetros não progressivos, levando condições
adequada de saneamento para mais habitantes.
Também é oportuno comentar que em termos de preço por habitante, a bacia plana
também apresentou montante economizado pouco significativo, estando em concordância com
o orçamento total. Nessa perspectiva, é apropriado mencionar que o custo de implantação da
rede por habitante nas regiões planas é significativamente mais elevado e, ainda assim, o
decréscimo do custo foi menor, o que realça a baixa relevância dos DNP para esse tipo de
região.
Considerando os percentuais e montantes poupados com diâmetro não progressivos,
concluise que as vantagens econômicas se mostraram mais expressivas para as regiões que
apresentaram as maiores diminuições de diâmetro em termos de quantidade e magnitude,
conforme era esperado. Além disso, também se destaca a grande influência da troca de material
das tubulações com diâmetro diferente, uma vez que a simulação B13 teve a redução mais
significativa.
Ainda, realçase que a magnitude de diminuição do diâmetro também foi um fator que
demonstrou grande influência na aplicabilidade do critério estudado, tendo em vista que a
simulação B12 teve maior redução de custo e magnitude do que a B11, porém a quantidade de
trechos com alterações foi menor.
4.5 OUTROS CUSTOS NÃO CONSIDERADOS
Os orçamentos elaborados para as redes coletoras dimensionadas foram feitos de
forma resumida e sem considerar demais custos que podem estar envolvidos.
Não são verificados registros conhecidos de redes de esgoto implantadas que utilizam
diâmetros não progressivos. Dessa forma, não se tem conhecimentos das dificuldades
encontradas durante a execução da obra. Diante da troca constante de diâmetro em cada trecho,
apontase como uma possível adversidade o maior controle exigido por parte dos operários ao
assentar os coletores de modo a não confundir o diâmetro utilizado.
84
Também se destaca que os dimensionamentos com diâmetros não progressivos podem
apresentar como desvantagem uma maior tendência à transbordamentos de esgoto em caso de
chuvas extremas em que há infiltração, uma vez que em todos os trechos é utilizado o menor
diâmetro possível, não sendo comportadas variações elevadas de vazão. Em comparação, com
diâmetros progressivos essa situação tende a acontecer em menos trechos da rede, tendo em
vista que alguns trechos apresentam diâmetro maior que o mínimo possibilitando o escoamento
de maior vazão. Esse transbordamento de esgoto acarreta em custos não quantificáveis, como
os custos ambientais e os relacionados à imagem da companhia de saneamento, que não foram
contabilizados nesse trabalho.
Além disso, também não foram considerados os custos referentes à operação e à
manutenção que ocorrem durante toda a vida útil do sistema, em torno de 40 a 50 anos.
Ainda, cabe salientar que, geralmente, os SES são implantados em etapas, sendo
importante ao projetar a primeira etapa, que sejam bem estudadas as vazões e necessidades das
etapas futuras para não ocorrerem problemas na ampliação, visto que na metodologia proposta
são utilizados os mínimos diâmetros possíveis.
85
5 CONCLUSÃO
Os orçamentos mostraram que a alteração do critério de determinação do diâmetro nas
simulações da Bacia A, que possui topografia mais plana, são irrelevantes em termos de redução
de custo, tendo em vista que a maior economia encontrada foi de apenas 0,4%. Já para Bacia
B, que possui a topografia acentuada, encontrouse uma redução de custo de até 23%, sendo as
demais de aproximadamente 7% e 12%, evidenciando que a utilização de diâmetros não
progressivos é naturalmente mais indicada para regiões com topografia acentuada.
As maiores economias foram verificadas nas simulações com mais diminuições de
diâmetro, tanto em quantidade, quanto em magnitude. Então, as reduções de custo ocorrem
majoritariamente quando uma elevada porção da rede utiliza diâmetro maior do que o mínimo
necessário ao utilizar diâmetros progressivos.
Apuraramse alguns aspectos implicados às bacias para resultar em maior
aplicabilidade dos diâmetros não progressivos a fim de realizar um projeto mais econômico. Os
dois fatores de maior influência foram a topografia e a vazão escoada.
Verificouse que as regiões com grande variação de cota são as que apresentam
economias mais significativas, haja vista que as diminuições de diâmetro ocorrem normalmente
nos maiores declives. Ainda, quanto mais elevado for o declive, maior é a magnitude de
diferença de diâmetro, condição que promove maior atenuação do custo.
Em relação à vazão, foi constatado que quanto maior ela for, maiores serão as
vantagens encontradas, uma vez que os trechos com baixa declividade aumentam o diâmetro
mais rapidamente, conforme as contribuições se elevam, resultando na possível diminuição nos
trechos seguintes com declividades maiores. É válido citar que as modificações de diâmetro
apenas ocorrem se há algum trecho de montante que força um diâmetro maior, sendo, portanto,
indispensável a existência de um conduto assentado em baixa declividade ao comparar com as
demais.
Ainda, destacase que a utilização de diâmetros não progressivos é totalmente
desprezível para as bacias que predominantemente utilizam tubulações assentadas na
declividade mínima e/ou com o diâmetro mínimo de projeto.
Com base nos cenários projetados, concluise que alterar o critério convencional
utilizado pelas operadoras de saneamento e projetar redes de esgotamento sanitário com
diâmetros não progressivos é um recurso válido para obter redução do custo de implantação da
obra. No entanto, esse critério apresenta um montante economizado realmente expressivo para
um número reduzido de situações em que as bacias ou municípios possuam as características
86
assertivas apresentadas nesse estudo, com topografia acentuada e grandes vazões concentradas.
Ou seja, em nem todas as regiões as vantagens econômicas são relevantes, sobretudo se forem
consideradas outras questões não computadas nesse estudo, como maior controle exigido no
assentamento dos coletores e as dificuldades de ampliação do sistema.
Por fim, é pertinente ainda destacar a importância de estudar todas as possibilidades
de redução de custo de uma obra de saneamento, uma vez que economias facilitam o
atendimento chegar em mais localidades, melhorando as condições de saúde, e também de vida,
da população. Assim, implantar redes coletoras com diâmetros não progressivos nas regiões
adequadas permite a instalação de maior extensão de rede com o mesmo montante gasto, sendo
observado nas simulações estudadas a capacidade de acréscimo de até 2 km.
87
6 RECOMENDAÇÕES
Com base nas análises realizadas, indicase para trabalhos futuros:
• Levantar os demais custos não computados nesse trabalho, como de operação e
manutenção;
• Levantar se os transbordamentos de esgotos serão mais recorrentes com diâmetro não
progressivos, tendo em vista a utilização do mínimo diâmetro em todos os trechos da
rede;
• Apurar as dificuldades encontradas durante a execução da obra quando o projeto é
realizado com diâmetros não progressivos;
• Comparar os custos de um projeto completo que englobe o SES todo (ligações prediais,
estações elevatórias, demais serviços de obra, entre outros);
• Verificar qual a proporção necessária de aumento da declividade entre trechos que
acarreta a redução do diâmetro de acordo com a vazão escoada.
88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sanitário. 2. ed. São Paulo: Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola
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redes coletoras de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1986a. 7 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9.648: Estudo de
concepção de sistemas de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1986b. 5 p.
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estações elevatórias de esgoto sanitário – Procedimento. Rio de Janeiro, 1992a. 5 p.
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redes coletoras de esgotos: guia do profissional em treinamento (nível 2). Brasília: Secretaria
Nacional de Saneamento Ambiental/Ministério das Cidades, 2008. 78 p.
89
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Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e
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COMPANHIA CATARINENSE DE ÁGUAS E SANEAMENTO CASAN. Manual de
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Projetos – GPR. Divisão de Projetos de Esgoto – DIPE. Manual de Projetos de
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CORREA, Pedro Pompeu. Sistema de esgoto sanitário a vácuo: avaliação econômica da
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&SE%5Bid%5D=POP_COM_ES%25. Acesso em: 28 abr. 2020.
APÊNDICE A – Rede Genérica da Bacia A
021
013
001
025
022
014 016
017
010
007 024
012 023
011 018
015
027
008
006
009
026
005
019 020
004
003
029
002
028
TRECHO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL - ENS
NOME DO PV
PV COTA DO PV
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
FLUXO DELIMITAÇÃO, TOPOGRAFIA E REDE GENÉRICA
028 COLETOR
BACIA A
EXTENSÃO DO TRECHO Estudante Orientador Topografia (data) Folha
NÚMERO DO COLETOR ISADORA PANDOLFO PABLO HELENO SEZERINO CASAN (2009)
Escala Coorientadora Data 01/04
1:2000 DÉBORA PARCIAS OLIJNYK ABR/2021
APÊNDICE B – Rede Genérica da Bacia B
016
017
019 6.3786
023 022
018
011
024
028
026
025 012
029
021
020
013
027
014
010
008
015
009
007
006
030
005
004
031 003
002
001
APÊNDICE C – Perfis do terreno da Bacia A
A011
A012
A013
A014
A015
A016
A017
A001
A002
A003
A004
A005
A006
A007
A008
A009
A010
PVM
FIM
TRECHO 1-1 1-2 1-3 1-4 1-5 1-6 1-7 1-8 1-9 1-10 1-11 1-12 1-13 1-14 1-15 1-16 1-17
I terreno (m/m) 0,0296 0,0274 0,0094 0,0023 0,0005 0,0035 -0,0017 0,0026 0,0015 0,0077 0,0030 0,0039 -0,0104 0,0100 0,0029 0,0090 0,0165
A037
A012
A013
A014
A015
A016
A017
A039
A040
A041
A042
A043
A044
A045
A046
A047
A048
PVM
FIM
TRECHO 10-1 10-2 10-3 10-4 10-5 10-6 10-7 10-8 10-9 10-10 8-7 1-12 1-13 1-14 1-15 1-16 1-17
0,0061
I terreno 0,0108 0,0039 -0,0104 0,0100 0,0029 0,0090 0,0165
0,0113 0,0161 0,0100 0,0012 0,0017 0,0016 -0,0064 0,0091 -0,0091
(m/m)
A078
A079
A080
A081
A074
A075
A076
A062
A063
A017
PVM
TRECHO 21-1 21-2 21-3 21-4 21-5 20-3 20-4 20-5 16-6 16-7 1-17 FIM
-0,0122
I terreno
(m/m) 0,0005 0,0098 0,0040 0,0002 -0,0108 -0,0029 0,0236 0,0079 0,0135 0,0165
APÊNDICE D – Perfis do terreno da Bacia B
PVM
(m/m)
TRECHO
PVM
I terreno
0,016 16-1 B070
(m/m)
2
B071
I terreno
TRECHO
0,270 16-2
B072 B001
1
0,006 16-3
S/ escala
B073 0,013 1-1
0,008 16-4
B002
S/ escala
B074
0,009 1-2
0,015 16-5
1-3 B003
0,027
B075 B004
0,090 1-4
-0,001 16-6
0,127 1-5 B005
0,134 1-6 B006
B076 B007
-0,018 16-7 0,105 1-7
B077 B008
0,076 16-8 0,058 1-8
B078 B009
0,165 16-9 0,040 1-9
0,027 1-10 B010
B079
PVM
3
(m/m)
I terreno
TRECHO
S/ escala
B097
0,171 19-1
-0,015 19-2 B098
B099
0,121 19-3
B100
0,038 19-4
B101
0,100 19-5
B102
0,131 19-6
Coorientadora
Data
ABR/2021
Topografia (data)
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CASAN (2011)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC
Folha
04/04
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL - ENS