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Gestão da Fisiografia das Áreas

Sistemas Lóticos:
- Gestão de linhas de água em meios agrícolas:
.recuperação e gestão das zonas ribeirinhas;
.alteração e gestão da drenagem;
.construção e gestão de charcos;
.modificação das valas e canais.
- Gestão dos cursos de água e zonas ripícolas:
.redução das perdas de nutrientes da bacia;
.proteger a biodiversidade.

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Recuperação e gestão das zonas


ribeirinhas

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Recuperação e gestão das
zonas ribeirinhas
Vegetação ripícola:
- filtro biológico de nutrientes e de
outras substâncias poluentes;
- retenção de sedimentos;
- estabilização das margens;
- conservação de habitats;
- regulação biofísica do meio;
- qualidade cénica da paisagem.
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Alteração e gestão da drenagem

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Construção e gestão de
charcos

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Modificação das valas e canais

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Recuperação e gestão dos
cursos de água e zonas ripícolas

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Recuperação e gestão dos


cursos de água e zonas ripícolas

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Recuperação e gestão dos
cursos de água e zonas ripícolas

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Recuperação e gestão dos


cursos de água e zonas ripícolas

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Recuperação e gestão dos
cursos de água e zonas ripícolas

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Ligações
verticais
entre o
curso de
água e o
nível
freático –
em zonas
de diferente
clima ou em
diferentes
estações do
ano
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Requalificação de Cursos de Água

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Requalificação de Cursos de Água

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Requalificação de Cursos de Água

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Requalificação de Cursos de Água

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Requalificação de Cursos de Água
Declive das margens / tipo de intervenção a
utilizar

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Requalificação de Cursos de Água


Correcção de talude e vegetação

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Requalificação de Cursos de Água
Correcção de talude e vegetação

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Correcção de talude e vegetação


Aplicações:
- Situações em que seja necessário minimizar a erosão
das margens;
- Quando o declive é perturbado por actividades
antropogénicas e em situações de perda de
vegetação;
- Quando se excede o ângulo de repouso da massa de
solo local;
- Quando as quantidades e velocidades de escorrência
superficial das águas excedem os limites aceitáveis
para os tipos de solo e vegetação presentes;
- É mais apropriado em porções de margens que
frequentemente não são afectadas por velocidades de
corrente elevadas ou que apresentem declives mais
suaves onde as velocidades são suficientemente
baixas.
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Correcção de talude e vegetação
Materiais:
- Plantas autóctones adaptadas ao regime de
velocidades ou a outras condições locais;
- Sementes, fertilizantes e matéria orgânica adequadas

Instalação:
- o período deverá ter em conta a época de propagação
da vegetação a instalar, assim como o período de
reprodução das espécies-chave de fauna aquática;
- o solo retirado do local deverá ser armazenado para
que seja reutilizado nas etapas finais da
requalificação. Evitar escoamento superficial para a
linha de água;
- são aconselhadas estacas vivas com mais de 3cm
diâmetro e 30cm de comprimento;

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Requalificação de Cursos de Água


Correcção de talude e vegetação

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Correcção de talude e vegetação
Vantagens:
- Constitui uma técnica de estabilização das margens
com impacto visual benéfico;
- É considerado um dos melhores no que se refere à
melhoria dos habitats aquáticos e terrestres;
- Promove uma melhoria estética da paisagem
acrescentada pelo estabelecimento natural de uma
melhor e mais extensa área ripária.
Limitações:
- Só é praticável em áreas com bons acessos;
- Período de tempo alargado até à estabilização
resultante do estabelecimento das raízes da
vegetação;
- As razões mais comuns para o seu insucesso
reportam-se à ocorrência de cheias anteriores à
colonização estável da vegetação.
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Requalificação de Cursos de Água


Aplicação de geotêxtil

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Aplicação de geotêxtil
Características técnicas e funcionais:
- Absorvem a energia cinética produzida pela partícula
erosiva da chuva, vento e neve que, ao chocarem
contra a manta, resultam na divisão em múltiplos e
pequenos vectores de menor força erosiva que
contribui para que a partícula do solo em movimento
se fixe entre a manta, evitando as perdas naturais,
impedindo a sua colmatação, aumentando a
capacidade de filtração da água no terreno e
diminuindo definitivamente todos os riscos de
inundações;
- Aumentam a capacidade da retenção de água no solo
ao evitar a sua perda por evaporação;
- Regulam a temperatura do solo ao amortecer a sua
exposição ao frio e ao calor;

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Aplicação de geotêxtil
Características técnicas e funcionais (cont.):
- Podem ser biodegradáveis, constituindo assim um
elemento que se incorpora no solo formando com este
um horizonte orgânico, resultando numa melhoria da
taxa de sobrevivência das plantas;
- Incorporam plantas de zonas húmidas (usualmente
como rebentos ou estacas) em que as raízes se
entrelaçam com as fibras do geotêxtil;
- Quando são utilizadas pedras na base da margem,
estas e o geotêxtil actuam em conjunto e produzem
substratos adaptados a um grande número de
organismos aquáticos.

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Aplicação de geotêxtil
Aplicações:
- Controla a erosão e ajuda a restabelecer a vegetação
em taludes e solos pobres, estabilização de praias,
dunas em perigo de erosão e parques urbanos.
Também pode ser utilizado para a construção de
diques em linhas de água e criação de muros verdes;
- Quando os objectivos principais para os rios incluem a
diversidade de habitats, controlo da erosão e a
estética, incluindo também a diversidade de plantas
ao longo da margem;
- Pode ser usada individualmente mas é provavelmente
melhor quando usada em conjunto com outras;
- Em solos altamente erodíveis, o geotêxtil é muitas
vezes necessário debaixo das estruturas como os
gabiões e o enrocamento do tipo “rip rap” para
suportá-los e protegê-los contra a erosão.

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Aplicação de geotêxtil
Materiais:
- Podem ser de malha de palha, malha de coco, malha
de palha de coco, anti-ervas de materiais naturais ou
sintéticos. A opção mais durável dos naturais é a tela
de fibra de coco;
- Estacas de madeira e Grampos em forma de “U”;
- Plantas e sementes de herbáceas colocadas no
interior da manta.
Instalação:
- Semear a margem com herbáceas nativas, podendo
ser necessário acrescentar solo e fertilizantes para
preparar a margem para a sementeira. A superfície da
margem deve ser uniforme e livre de pedras ou
troncos;
- Escavar dois fossos, um na base da margem e outro
no topo para ancorar o geotêxtil. Devem ter 30cm de
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Aplicação de geotêxtil
Instalação (cont.):
profundidade e 15 a 20cm de largura. O fosso no topo
da margem deve ser localizado pelo menos a um
passo da borda;
- As mantas devem ser estendidas de maneira a cobrir a
zona de instabilidade e devem estender-se desde a
parte de baixo do nível da água até ao topo da
margem ou acima da marca máxima de água. As
mantas devem ser desenroladas na margem para
baixo se o declive for maior do que 35º ou
perpendicularmente se o declive é menor que 35º;
- Deve ser colocada na margem com as suas pontas
dentro do fosso para que a manta toque os 3 lados do
fosso. Deve ser usada uma estaca de madeira para
segurar a manta ao fundo do fosso;

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Requalificação de Cursos de Água


Aplicação de geotêxtil

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Aplicação de geotêxtil
Instalação (cont.):
- Sobrepor as pontas da manta aproximadamente
100mm, pregá-las com grampos em forma de “U” (o
seu tamanho depende da estrutura do solo da
margem e das condições do local) e fixá-las com
estacas de madeira. Estas últimas de madeira têm um
espaçamento triangular de 61cm. A ponta de baixo da
manta deve estar ligada ao fosso final. As mantas
devem ser molhadas depois de colocadas para se
adaptarem à forma da margem;
- Encher os fossos com o solo que foi escavado e
compactá-lo, ou utilizar pedra para encher os fossos;
- Proteger o geotêxtil contra o escavamento e o
desmoronamento é essencial para o sucesso, pelo
que se protege a base da margem.

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Aplicação de geotêxtil
Vantagens:
- Favorece o estabelecimento de cobertura vegetal
controlando a erosão do solo em 100%;
- Reduz os custos de conservação ao evitar o
entupimento dos canais de drenagem;
- Consegue um elevado nível de acabamento nas obras
e uma melhor e mais rápida integração paisagística;
- As sementes podem instalar-se e crescer durante todo
o ano;
- O custo do sistema é muito mais acessível em
comparação com os de outros sistemas para
resultados similares, pois não é necessário
equipamento pesado e a instalação é relativamente
simples;
• Beneficia os habitats dos peixes fornecendo alimento e
abrigo, graças à sua proximidade à margem.
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Aplicação de geotêxtil
Limitações:
- O uso dos geotêxteis é limitado às linhas de água que
tenham uma corrente razoável e consistente. Se são
efémeras, os geotêxteis irão secar e as plantas a ele
associadas irão morrer;
- Para situações em que as velocidades da corrente
excedem valores críticos para os solos das margens é
necessário a utilização de protecções de pedras;
- O pisoteio e o pastoreio podem ser prejudiciais,
principalmente quando têm vegetação aquática, logo
o seu uso deve ser limitado em áreas em que esteja
concentrado o tráfego humano ou onde seja permitido
o pastoreio.

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Requalificação de Cursos de Água


Empacotamento de ramos, faxinas ou
fachinas

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Empacotamento de ramos
Características técnicas e funcionais:
- Utiliza um entrelaçado de ramos de ripícolas ao longo
do declive da margem erodida. Os ramos vivos
formarão raízes, estabilizando a margem através da
sua densa matriz;
- A eficácia do empacotamento é superior à do geotêxtil,
porque a rede dos ramos é mais eficiente em retardar
ou prevenir a erosão. O empacotamento pode crescer
e fornecer abrigos para plantas e as pequenas
cavidades criadas pela sobreposição retêm as
sementes de plantas nativas permitindo que elas
germinem e cresçam. Durante as correntes rápidas, o
empacotamento retém os sedimentos e
eventualmente o crescimento das plantas na margem
estabilizada fornecerá habitats e alimentos para os
peixes, aves, pequenos mamíferos, insectos e outros
organismos.
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Empacotamento de ramos
Aplicações:
- É geralmente utilizada quando os objectivos principais
incluem a diversidade de habitats, controlo da erosão
e estética. O empacotamento fornecerá uma
protecção natural para a margem assim como a
retenção dos sedimentos. São aplicados em margens
que são ameaçadas com inundações antes do
estabelecimento da vegetação;
- Os factores mais importantes na escolha do sítio de
instalação dos empacotamentos são a condição de
sombra e o tipo de substrato, tendo os
empacotamentos maior sucesso em locais bem
iluminados. Quanto ao substrato, o material não
coesivo, como a areia ou o limo podem limitar a
ancoragem devido à fraca fricção. Assim, as estacas
que seguram os empacotamentos têm que ser mais
compridas nesses locais.
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Empacotamento de ramos
Materiais:
- Ramos finos e flexíveis de salgueiros ou outras
espécies ripícolas com o comprimento de 150 a
300cm, que podem ser amarrados uns aos outros
com corda ou arame. Os ramos devem ter um
diâmetro entre 1,5 e 4,0cm;
- Para segurar o empacotamento à margem podem ser
utilizadas estacas, vivas ou não, que tenham entre 5 e
10cm de diâmetro por 60 a 90cm de comprimento
(dependendo do tipo de solo), faxinas vivas, podendo
também ser necessária a utilização de pedras;
- As pontas dos ramos são colocadas num fosso na
base do declive e são ancoradas com paliçadas. Para
segurar o empacotamento à margem são utilizadas
redes de arame e estacas de madeira.

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Empacotamento de ramos
Instalação:
- Preparar o declive da margem limpando os restos de
ramos de árvores. Poderá fazer sentido não remover
os restos dos ramos que se encontram no leito do rio,
porque eles fornecem um importante habitat para a
fauna aquática;
- O empacotamento é provavelmente mais eficaz em
declives inferiores a 2:1;
- Escavar um fosso horizontal, com 20 a 30cm de
profundidade, na base da margem ao longo da
extensão da área a ser tratada;
- Colocar os ramos de salgueiro no fosso. Assegurar
que as pontas dos ramos chegam ao fundo do fosso;
- Espalhar os ramos ao longo da face dos declives até
atingir uma espessura de 2,5 a 10cm;

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Requalificação de Cursos de Água
Empacotamento de ramos

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Empacotamento de ramos
Instalação (cont.):
- Colocar uma rede de 60 a 90cm de comprimento
fixada com estacas de madeira sobre o
empacotamento a cada 90 a 120cm. Em solo menos
coesivo usar estacas mais longas;
- Segurar o empacotamento usando um arame
galvanizado ou uma corda, atando em carreiras
horizontais e depois diagonalmente entre cada fila de
estacas. Amarrar o arame às estacas, de tal forma
que, se o arame se partir entre duas estacas, se
mantenha a integridade das restantes;
- Depois de atar os ramos, cravar as estacas para
favorecer a compressão dos ramos e para que estes
fiquem apertados contra as margens;

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Requalificação de Cursos de Água
Empacotamento de ramos

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Empacotamento de ramos
Instalação (cont.):
- Construir um entrelaçado em toda a extensão da área
a ser tratada. Assegurar que os entrelaçados estão
firmemente apertados uns aos outros. Colocar os
entrelaçados no fosso sobre as pontas dos ramos do
empacotamento. Segurar os entrelaçados com
estacas de 45 a 120cm, a cada 150cm. Em solos
menos coesivos usar estacas mais longas. Nalguns
casos, em vez de entrelaçados, pode ser usado
enrocamento base para ancorar as pontas do
empacotamento;
- Preencher os espaçamentos dos entrelaçados e do
empacotamento usando o material que foi retirado do
fosso e assegurando a colocação do solo nos ramos.
Ligar a ponta de cima do empacotamento e do
entrelaçado na margem para prevenir que as
correntes altas passem por trás do empacotamento.
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Requalificação de Cursos de Água
Empacotamento de ramos

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Empacotamento de ramos
Vantagens:
- Os empacotamentos podem ser instalados sobre as
plantas com raízes e estacas vivas que estão
plantadas na margem;
- À medida que o tempo passa e que as plantas se vão
estabelecendo, diminui a necessidade de manutenção
do empacotamento;
- Quando a vegetação atinge uma determinada altura
pode fornecer sombra para o rio, diminuindo a sua
temperatura, oferecendo protecção contra os
predadores e melhorando os habitats dos peixes;
- Podem também fornecer um controlo da poluição
difusa interceptando sedimentos com os poluentes
associados vindos das margens ou da linha de água.

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Empacotamento de ramos
Limitações:
- Os empacotamentos requerem grandes quantidades
de material vegetal. A disponibilidade deste tipo de
material deve ser cuidadosamente avaliada antes de
incluir esta técnica num projecto de revegetação;
- Não devem ser usados em declives que tenham
grandes quantidades de movimentos de massa ou
outro tipo de instabilidade;
- Apenas se adaptam a declives com inclinação máxima
de 2:1;
- O regime hidrológico tem que manter o interior do
empacotamento molhado durante a maior parte da
estação de crescimento.

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Requalificação de Cursos de Água


Enrocamento (Rip Rap)

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Enrocamento (Rip Rap)
Características técnicas e funcionais:
- O sucesso da aplicação deste tipo de estrutura está
dependente da manutenção da drenagem, a qual é
facilitada pelas cavidades e porosidade do material e
pela camada de material mais grosseiro que protege
o Rip Rap;
- Nenhuma instalação de Rip Rap deverá ser
considerada permanente. A inspecção e rotina de
manutenção deverão ser conduzidas pelo menos
anualmente ou após cada ocorrência do nível de
cheia, de forma a assegurar a aptidão da estrutura. A
estabilidade só se verificará num declive suave das
margens, devendo, quando necessário, proceder-se
ao nivelamento/correcção da margem, promovendo
uma adequada fundação prévia à construção.

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Enrocamento (Rip Rap)


Aplicações:
- O Rip Rap constitui uma técnica de protecção durável
e resistente para margens de rios expostas a altas
velocidades de corrente. Elege-se uma técnica de
carácter permanente quando projectada
adequadamente e aplicada às margens do rio em que
não é previsível a sua degradação natural,
constituindo, uma forma de "ajustamento" às
fundações erodidas que, por si só, não possuem
capacidade de se auto-estabilizarem.
- Deve ser adoptado em áreas onde a vegetação não
oferece adequada protecção ou, em locais onde seja
evidente a necessidade imediata de combate à
erosão.

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Enrocamento (Rip Rap)
Materiais:
- Quantidade adequada de pedra angular, densa,
resistente, de dimensões diferentes e apropriadas, de
coloração igual à do material do rio, liberta de
substâncias tóxicas;
- Material drenante (geotêxtil);
- Estacas de salgueiros (ou de outra espécie ripícola de
rápido enraizamento).

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Enrocamento (Rip Rap)


Instalação:
- O Rip Rap deverá ser colocado numa plataforma
estável e compactada;
- O declive do Rip Rap não deverá exceder a inclinação
de 2:1;
- A mínima espessura da camada de Rip Rap deverá
ser igual à dimensão do maior tamanho de pedra
permitido;
- A pedra utilizada deverá ser originária de fragmentos
de rocha sã, estável e de elevado peso específico,
resistente às intempéries e livre de materiais, como
solo, xisto ou matéria orgânica;
- O dimensionamento é geralmente efectuado em
termos do peso da pedra a utilizar, pelo que o seu
tamanho médio deverá ser tanto maior quanto o
máximo tamanho de pedra que a corrente é capaz
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Enrocamento (Rip Rap)
Instalação (cont.):
de transportar. Este deverá ser duas a cinco vezes
maior do que o seu tamanho médio;
- Uma camada de material filtrante deverá ser colocada
entre o Rip Rap e o solo da margem, em locais em
que a margem seja constituída por material erodível.
- O filtro deverá ser constituído por gravilha ou areia
grosseira ou por uma manta sintética com esta
propriedade, possuindo uma espessura de 15 a 25%
da espessura do Rip Rap;
- A base da margem que seja composta de material
erodível deverá ser obrigatoriamente provida de
qualquer tipo de protecção, apesar desta ser uma
característica frequentemente inerente a este tipo de
estrutura;

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Enrocamento (Rip Rap)


Instalação (cont.):
- O Rip Rap deverá prolongar-se o suficiente acima e
abaixo do nível das águas, de modo a constituir áreas
estáveis e ser reforçado em situações de elevado
desgaste de fundo. Frequentemente, algumas
secções deverão também ser reconstituídas a fim de
evitar pontualmente o fracasso da estrutura, com o
auxílio da colocação de elementos não estruturais,
nomeadamente de vegetação;
- Aquando da construção, não se deverá retirar material
do leito do rio e a vegetação danificada deverá ser
reintroduzida;
- Estacas de salgueiros (ou de outra espécie de rápido
enraizamento) deverão ser colocadas
perpendicularmente à margem, de forma intercalada
ao longo do Rip Rap, devendo ser suficientemente
longas para que enraízem no solo.
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Requalificação de Cursos de Água
Enrocamento (Rip Rap)

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Enrocamento (Rip Rap)


Vantagens:
- Elevado nível de protecção para velocidades
elevadas;
- Relativa facilidade de instalação;
- Baixa necessidade de manutenção;
- Protecção imediata e durável;
- Materiais localmente acessíveis;
- Integração da vegetação.
Limitações:
- Dificuldades de acessibilidade;
- Equipamento pesado para a obra;
- Alto custo do material e transporte;
- Remoção e degradação do material;
- Transição do problema para a base.
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Enrocamento (Rip Rap)
Exemplo prático – Oliveira (2006)

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Enrocamento (Rip Rap)


Exemplo prático – Oliveira (2006)

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Enrocamento (Rip Rap)
Exemplo prático – Oliveira (2006)

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Enrocamento (Rip Rap)


Exemplo prático – Oliveira (2006)

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Requalificação de Cursos de Água
Gabiões com vegetação

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Gabiões com vegetação


Características técnicas e funcionais:
- Não requerem fundações, podendo apoiar-se
directamente sobre o terreno regularizado. Estão
aptos a receber esforços não previstos e permitem
que as estruturas se deformem sem perder a
funcionalidade. A estrutura, ao deformar-se, não
diminui a sua resistência, pois adapta-se aos
eventuais movimentos do terreno;
- São totalmente permeáveis e eficazes em drenar as
áreas de infiltração nos terrenos, reduzindo assim um
dos principais factores de instabilidade ao eliminar a
sub-pressão nas obras hidráulicas;
- A capacidade de suportar esforços de tracção é uma
condição permitida pela presença da tela metálica
que funciona como armadura da estrutura;
- Possibilidade de adaptação a novas situações de
trabalho, pelo que permitem ampliações e/ou
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Gabiões com vegetação
Características técnicas e funcionais (cont):
modificações nas estruturas originais, realizadas de
forma simples e rápida. Além disso, a estrutura
resultante conserva inalterada as suas características
de homogeneidade e resistência;
- Devido aos materiais que empregam, permitem a
construção manual ou mecanizada em presença de
água, em qualquer condição climática ou em locais de
difícil acesso;
- Em função dos revestimentos concebidos pelos
arames que compõem a rede metálica, como também
pelo comportamento da estrutura que se colmata em
função do tempo, as estruturas em gabiões resistem
ao tempo de vida útil para as quais foram
dimensionadas.

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Gabiões com vegetação


Aplicações:
- Muros de contenção de terrenos, nomeadamente
muros de suporte e de espera. Além disso, são
também usados para manter a estabilidade e proteger
margens sujeitas à erosão de fundo e à força abrasiva
da corrente;
- Na protecção das margens são mais indicados
quando estas revelam a necessidade de uma
protecção estrutural, nomeadamente devido ao
declive acentuado, pelo que a colocação de Rip Rap
não seria a solução indicada.

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Gabiões com vegetação
Especificações:
- Os gabiões podem ter três formas básicas: - o gabião
caixa, o gabião saco e o gabião colchão. Todos os
três tipos constituem invólucros em malha de arame
preenchidos com pedras arredondadas ou seixos.
Gabião Caixa - os gabiões tipo caixa são elementos
com a forma de prisma rectangular constituídos por
uma rede metálica de malha hexagonal e dupla
torção. Em todas as extremidades a rede é reforçada
com fios de diâmetro maior que aquele usado na rede
para fortalecer a armação metálica e facilitar a sua
colocação. É admitida uma tolerância nas medidas do
gabião de ± 3% no comprimento e largura e de ± 5%
na altura.

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Gabiões com vegetação


Gabião Caixa e respectivas dimensões:

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Gabiões com vegetação
Especificações (cont.):
- Malhas - hexagonais com arame de diâmetro >=2mm,
zincado a quente e revestido por uma bainha contínua
de polivinil (PVC) com espessura >= 0,4 mm;
- Arame - o arame dos tirantes e da cozedura é
galvanizado. Por cada metro cúbico é necessário
cerca de 0,5kg;
- Pedra - deverá ser originária de rocha sã e estável,
apresentando os mesmos requisitos qualitativos
exigidos para a pedra britada destinada à confecção
de concreto com granulometria uniforme. Excluem-se
materiais friáveis e aconselha-se a utilização de
material resistente e de elevado peso específico.

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Gabiões com vegetação


Instalação:
- As caixas em malha de arame rectangulares são
preenchidas adicionalmente com solo e por entre as
diferentes camadas de caixas são colocados ramos
vivos de salgueiros (ou outra espécie de rápido
enraizamento), de forma a enraizarem e consolidarem
a estrutura;
- Para a instalação da fiada de gabiões no leito é
necessário escavar até uma determinada
profundidade, de modo a que a base não fique sujeita
a erosão, ou seja, escavar pelo menos 0,6m em
profundidade.
- Além disso, é ainda efectuada a colocação de uma
camada de geotêxtil por detrás das caixas em
contacto com o solo, de modo a que a estrutura
permaneça estável e sem problemas de
impermeabilização.
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Requalificação de Cursos de Água
Gabiões com vegetação

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Gabiões com vegetação


Vantagens:
- Estruturas práticas pois utilizam apenas materiais
secos e são de construção simples, dispensando
ferramentas ou equipamentos especiais. Além disso,
são permeáveis e drenantes;
- Não requer mão-de-obra especializada;
- Estruturas ecológicas: a integração no meio ambiente
natural da estrutura é sempre rápida e satisfatória,
pois os vazios entre as pedras são progressivamente
preenchidos por solo e a vegetação recobre a
estrutura;
- A cobertura vegetal sobre a estrutura, além de
garantir a integração ambiental, mostra também o
êxito técnico da intervenção.

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Gabiões com vegetação
Limitações:
- A malha de arame das caixas pode eventualmente ser
deteriorada se ficar sujeita a fricção e/ou desgaste,
assim como a pHs extremos;
- São difíceis de reconstruir e frequentemente a custo
elevado;
- Solução dispendiosa quando necessita de ser
substituída;
- Não apropriados em rios com grande capacidade de
desgaste pois poderão ocorrer problemas de abrasão.

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Gabiões com vegetação


Exemplo prático – Oliveira (2006)

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Gabiões com vegetação
Exemplo prático – Oliveira (2006)

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Gabiões com vegetação


Exemplo prático – Oliveira (2006)

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Caixas Revestidas

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Caixas Revestidas
Vantagens:
- A aplicar em margens muito degradadas e
sujeitas a intensa pressão humana;
- Podem ser instaladas em declives elevados
substituindo com vantagem estética os
enrocamentos ou gabiões;
- Permitem proteger mais eficazmente
urbanizações e caminhos que se situem no
leito de cheia com impacto visual muito
reduzido;
- Obra rapidamente colonizada por vegetação,
propiciando um aumento da biodiversidade;
- Taxas de sucesso elevadas e relativamente
independentes da viabilidade da colonização
vegetal.
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Caixas Revestidas
Limitações:
- É necessário construir uma fundação
sólida;
- É uma solução dispendiosa e requer
mão-de-obra relativamente
experiente, bem como material
lenhoso adequado;
- Quando destruída a sua reconstrução
é complexa e morosa.

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Requalificação de Cursos de Água


Deflectores de corrente tipo asa

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Deflectores de corrente tipo asa
Características técnicas e funcionais:
- São caracterizados como uma estrutura triangular
sólida que reduz a razão entre a largura e
profundidade (W/D) do leito do canal: reduzindo a
largura do canal aumenta-se a velocidade da
corrente. A forma do deflector é importante, pois não
só direcciona a corrente, com um nível de água baixo;
- Os deflectores de asa podem ser colocados como
estruturas simples, em séries alternadas ou duplos:
- Individualmente, podem aumentar a meandrização do
canal e concentrar o fluxo em direcção ao centro,
promovendo a formação de pools que podem
constituir abrigos para a fauna aquática e riffles que
representam zonas de alimentação;
- Num canal amplo e pouco profundo devem ser
colocados alternadamente em cada margem,
separados de uma distância igual de 5 a 7 vezes a
144

Deflectores de corrente tipo asa


Características técnicas e funcionais (cont.):
largura do canal, ou baseados no espaçamento de
zonas de meandros similares em troços não
alterados. Os deflectores alternados não devem ser
usados em canais instáveis ou onde a erosão parece
ser um problema na margem oposta do deflector;
- Os duplos, que devem ocupar menos de 80% da
largura do canal, criam um aumento adicional na
velocidade no meio do rio e provocam a formação de
pools. As pools situadas no meio do canal fornecem
zonas de descanso e alimentação que atraem os
peixes adultos e juvenis;
- Os deflectores construídos com o propósito de
controlar a erosão usualmente requerem a mesma
quantidade de pedras que requer o cobrimento da
margem com o enrocamento tipo rip rap.
145

39
Deflectores de corrente tipo asa
Características técnicas e funcionais (cont):
Exemplos da colocação dos deflectores de asa:
a) duplos, b) individual, c) em séries alternadas
(scour - acção erosiva no fundo do canal provocando
um escavamento, produzido pela corrente).

146

Deflectores de corrente tipo asa


Aplicações:
- São usados em canais modificados com uma baixa
diversidade de habitats físicos, principalmente pools,
com uma forma uniforme e com pequena cobertura,
ou em pequenos rios com margens instáveis;
- A principal função dos deflectores de asa consiste em
minimizar a erosão das margens, estabilizando-as
através do direccionamento da corrente para longe
destas, dissipando a sua energia;
- Fornecem uma distribuição favorável de materiais no
canal e, com a formação de pools, adiciona uma
diversidade de correntes e de habitats;
- Também podem servir para melhorar a qualidade da
água que perde velocidade, permitindo a deposição
de sedimentos e aumentando a sinuosidade do canal
e o tempo de residência hidráulica;

147

40
Deflectores de corrente tipo asa
Aplicações (cont.):
- Os deflectores devem ser apenas utilizados para rios
com baixa corrente. Para cursos com correntes
elevadas os deflectores são desaconselhados, pois
podem agravar a erosão do canal e a sua
instabilidade;
- O comprimento dos deflectores deve ser tal que
permita que estes estejam projectados acima da
superfície da água na corrente baixa e submersos na
corrente alta;
- As pedras utilizadas nos deflectores são densas e
angulares e devem ser suficientemente grandes para
se manterem estáveis durante períodos de correntes
elevadas. As pedras maiores devem estar colocadas
perto da ponta do deflector. As reentrâncias das
pedras dos deflectores devem ser preenchidas com
solo para posterior vegetação.
148

Deflectores de corrente tipo asa


Instalação:
- A posição do deflector no canal é muito importante,
dado que determina a velocidade da corrente e a sua
direcção durante o fluxo baixo, como também
direcciona o fluxo rápido em direcção ao centro do
curso de água. Adicionalmente, os critérios principais
a seguir no desenho dos deflectores que têm de ser
satisfeitos são a forma e orientação, altura e
comprimento:
- A estrutura não deve ocupar mais de 1/3 da largura
do canal e o ângulo que o deflector faz com a margem
deve variar entre 30 e 45º - quanto maior for a
velocidade da corrente, menor tem que ser o ângulo
do deflector com a margem dentro do intervalo
especificado. Ângulos maiores do que 40º podem
provocar a erosão da margem oposta e expor a
estrutura à força directa da corrente;
149

41
Deflectores de corrente tipo asa
Instalação:

150

Deflectores de corrente tipo asa


Instalação (cont.):
- O ângulo entre a parte de baixo do deflector e a
margem deve ser de 90º;
- A elevação da ponta do deflector não deve exceder o
dobro da altura da corrente baixa. A ponta do
deflector deve estar em linha com o centro de uma
estrutura estável na margem oposta. A altura final
deve permitir que outros materiais flutuem por cima
durante períodos de correntes altas;
- A estabilidade do deflector durante as correntes altas
é uma consideração muito significativa que necessita
de ser tida em conta durante a proposta de
construção:
- O deflector deve ser seguramente ancorado às
margens e ao leito do canal e 25% da altura média do
deflector deve estar enterrada dentro do leito;

151

42
Deflectores de corrente tipo asa
Instalação (cont.):
- A estrutura deve estender-se 1,2 a 2,5m dentro da
margem.
- Os deflectores de asa construídos com pedras são
ideais em canais que têm largura entre 5 e 10m. Para
a sua colocação:
- É necessário escavar um fosso no leito do canal e
nas margens para criar um perfil de forma triangular e
colocar duas camadas de pedras grandes ao longo da
aresta superior assegurando que elas fiquem juntas;
- As pedras maiores devem ser colocadas na ponta e
as pedras de tamanho médio podem ser usadas nos
bordos sendo o interior preenchido com pedras mais
pequenas. O tamanho das pedras diminui do topo da
margem para o final;
- As fendas podem ser preenchidas com o material
em excesso das margens - instalação de vegetação
152

Deflectores de corrente tipo asa


Especificações:
- Se necessário, a margem oposta ao deflector deve
ser reforçada contra os efeitos da erosão, com
coberturas de troncos, enrocamento do tipo rip rap ou
outras técnicas. O mesmo se aplica à protecção do
deflector, quer na direcção da corrente quer contra a
corrente. Dependendo da configuração da margem, o
rip rap deve estender-se em ambas as direcções, uma
ou duas vezes a distância que o deflector se prolonga
dentro do canal. Nos deflectores devem ser
incorporadas plantas vivas, pois a rede de raízes
funciona como um suporte para o solo.
- Os deflectores de asa podem também ser
constituídos por troncos e madeira. Os troncos que
não estão permanentemente submersos podendo
degradar-se, logo a sua construção deve incorporar
plantas vivas que irão substituir os deflectores.
153

43
Deflectores de corrente tipo asa
Vantagens:
- Aumentam a profundidade e a velocidade da corrente
e assim criam pools e melhoram os habitats dos
peixes;
- O efeito de refluxo causado pela constrição do canal
facilita a deposição de gravilha acima do deflector e
assim melhora os habitats de desova para os peixes;
- São relativamente fáceis de construir, não são caros;
- Adaptam-se facilmente às condições do local e são
também ajustáveis para serem usados em conjunto
com outras técnicas;
- Têm uma aparência natural e são fáceis de manter
quando construídos num tipo de canal apropriado.

154

Deflectores de corrente tipo asa


Limitações:
- Não devem ser utilizados em rios instáveis que não
têm um plano constante ou que são activamente
erodidos a uma taxa moderada a elevada;
- São ineficazes em canais com substrato rochoso
desde que ocorra um mínimo de erosão. Em canais
constituídos por areia fina, silte, ou outro tipo de
substrato instável devem ser evitados desde que haja
uma probabilidade significativa de escavamento dos
deflectores, destruindo-os;
- Não devem ser utilizados em rios com elevadas
cargas de sedimentos e de “escombros”;
- Não são apropriados para rios com mais de 9m de
largura. Os deflectores feitos de gabiões são
susceptíveis à degradação e têm que ser
frequentemente reparados;
- Necessidade de monitorização das margens opostas.
155

44
Deflectores de corrente

156

Requalificação de Cursos de Água


Recomendações:
- Actuar em extensões limitadas em função dos
objectivos a atingir e do plano global de intervenção;
- Escolher a realização dos trabalhos fora da época de
reprodução das espécies piscícolas e dos meses de
maior precipitação, devendo na generalidade, ser
efectuados entre os meses de Agosto e Outubro;
- Limitar os trabalhos e as intervenções sobre o leito
para manter a máxima diversidade de habitats;
- Usar material adequado para circular fora do leito;
- Trabalhar alternadamente entre uma margem e outra;
- Preservar a integração paisagística do curso de água;
- Ter em conta as consequências dos trabalhos,
especialmente a jusante;
- Escolher as técnicas mais adequadas e as menos
danosas para o ambiente;
157

45
Requalificação de Cursos de Água
Recomendações (cont.):
- Evitar, na medida do possível, retirar a vegetação
autóctone que reveste as margens – a preservação
da vegetação faz manter o input de matéria orgânica
e evita a excessiva temperatura e crescimento da
vegetação aquática;
- Minimizar a remoção de árvores para o acesso das
máquinas, a qual deverá ser criteriosa e incidir caso
necessário nas espécies exóticas (e.g. acácias). O
operador de máquinas deverá receber instruções
claras relativamente à conservação e valorização da
vegetação;
- Não utilizar qualquer produto químico para a
desmatação, mesmo que sistémico;
- Conduzir os trabalhos de jusante para montante e no
acesso à circulação de máquinas deve haver o
cuidado de precaver os interesses dos proprietários.
158

Índice de Qualidade do Bosque de Ribeira -


QBR (Munne et al., 1998)

159

46
160

161

47
162

163

48
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49
166

167

50
168

169

51
170

171

52
172

173

53
Máq. Escavadora Giratória

174

Limpeza de valas

175

54
Arrozais

176

Passagens para Peixes - PPP


Pretendem minimizar as consequências
do efeito barreira na ictiofauna,
permitindo, em menor escala, o
restabelecimento do contínuo lótico nos
sistemas fluviais. Apesar de uma
percentagem significativa destes
dispositivos serem preferencialmente
direccionadas para espécies diádromas
(e.g., salmonídeos e clupeídeos), vários
taxa holobióticos (incluindo os ciprinídeos
ibéricos) também as podem utilizar no
decurso das migrações potamódromas
associadas à actividade reprodutiva ou
alimentar.
177

55
Passagens para Peixes - PPP
No dimensionamento das PPP devem ser
consideradas as condições
hidrodinâmicas – sobretudo a velocidade
da água e o regime de escoamento – à
entrada e no interior do dispositivo, para
além de conhecimentos sobre a
fisiologia, ecologia e comportamento no
processo migratório das espécies-alvo. A
generalidade dos autores considera
cinco tipos principais de PPP: passagens
por bacias sucessivas, passagens ou
deflectores do tipo Denil, eclusas,
ascensores e passagens naturalizadas.
178

Passagens por bacias sucessivas

179

56
Deflectores ou
passagens do tipo Denil

Declive de
12 a 20%

Deflectores +- a 45%
180

Eclusas

181

57
Ascensores

182

Passagens naturalizadas

183

58

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