PP Neuro
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Motricidade
Como foi dito anteriormente, ocorre por lesão do córtex cerebral motor ou por lesão no
trajeto da via piramidal. O sintoma que vai ocorrer em TODA SNMS é a paresia ou plegia,
perda de força muscular, parcial ou totalmente. Além disso o paciente na fase aguda da
lesão tem hipotonia e hiporreflexia, mas passado algumas semanas passa a ter
HIPERTONIA E HIPERREFLEXIA (reflexos profundos), os reflexos superficiais na verdade
estão abolidos e pode haver presença dos reflexos frontais. Todos esses sintomas só
estarão presentes abaixo do nível da lesão, acima da lesão tudo está normal.
● A HIPERTONIA da SNMS é a HIPERTONIA espástica (elástica)
○ Gera o sinal do canivete
O local da lesão pode gerar diferença na sintomatologia e é muito fácil de ser uma das
perguntas. Então vamos falar sobre cada local:
● Lesão cortical
○ Tem que afetar córtex motor primário (giro pré-central) pra ser SNMS
○ Os tratos que formam a via piramidal ainda vão cruzar, então os sintomas são
contralaterais à lesão
○ Se a lesão é do lado direito do cérebro é muito comum vir associado com
hemiagnosia, pois é o lado mais responsável pela atenção. Hemiagnosia: o
paciente não "presta atenção" no seu lado esquerdo, negligencia esse lado.
○ Se a lesão é do lado esquerdo do cérebro, é muito comum vir associado com
afasia, pois é o lado responsável pela fala e pela compreensão da fala.
○ Dificilmente tem associação com alteração de sensibilidade, apenas se
houver lesão grande atingindo também o cortex sensitivo (giro pós-central)
● Lesão da cápsula interna
○ É uma estrutura onde todas as fibras que vêem do cortex motor se
compactuam, logo, uma pequena lesão ali pode causar sintomatologia em
uma grande extensão do corpo, inclusive é comum cursar com paresia/plegia
de face associada também
○ Como ali também passam fibras sensitivas muito próximas das motoras, é
comum vir alteração da sensibilidade associada
○ Como a via piramidal ainda não cruzou o lado nesse nível, os sintomas são
contralaterais à lesão
○ É uma área comum de ocorrer AVC
● Lesão de tronco cerebral
○ TC= Mesencéfalo + Ponte + Bulbo
○ A maior parte (se não todos) dos nervos cranianos têm seus núcleos no TC,
logo é muito comum lesão nesse nível causar hemiparesia de um lado do
corpo (SNMS) e acometimento de lesão de NC com sintomas do lado oposto
a hemiparesia (isso é explicado pelo fato de que antes dos núcleos serem
formados, o trato corticonuclear cruza sua fibras, dessa forma lesão no
núcleo de NC vai ter sintomatologia do mesmo lado da lesão) (NÃO SEI SE
DEU PRA ENTENDER, QUALQUER COISA PERGUNTEM QUE EU
EXPLICO POR ÁUDIO)
○ Lesões na ponte:
■ SD. de Claude-Bernard-Horner: Semiptose palpebral, anidrose, miose,
etc. ipsilateral a lesão
■ Oftalmoplegia internuclear
Vamos falar especificamente sobre as PARALISIAS FACIAIS. (Deve ser revista nos nervos
cranianos mas vale ler)
Na medula, pra se investigar qual o nível da lesão medular é importante se investigar a força
muscular dos músculos dos MMSS e dos MMII, pra isso é preciso saber qual o nível
medular correspondente de cada músculo (pelo menos os principais), por isso importante
decorar essa tabela (Vi perguntas assim):
Além disso, é importante graduar o grau de força em cada um dos músculos avaliados. O
grau 0 é a plegia, grau 1 é plegia com fasciculações, graus 2-4 paresia e grau 5 normal.
Quando ocorre lesão do trato corticoespinhal (após a fase aguda), ocorre perda da
supressão que ele fazia de alguns reflexos, gerando a hiperreflexia.
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■ Prova do rechaço
● positiva → representa atraso na contração da musculatura
antagonista
■ Sinal de Romberg
● piora significativa da coordenação com os olhos fechados
(desvio para lado ipsilateral à lesão)
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Sensibilidade
● Vias de dor e temperatura
○ Via neoespinotalâmica
■ relacionada com a dor epicrítica e aguda
■ prolongamento central penetra na divisão lateral da raiz dorsal,
fazendo sinapse com um segundo neurônio no corno posterior da
medula → cruzam plano mediano na comissura branca → alterações
da sensibilidade térmica e dolorosa contralateral à lesão
■ trato espinotalâmico lateral
● ascende à área sensitiva primária no giro pós-central (áreas 3,
2 e 1 de Brodmann)
● disposição somatotópica bem estabelecida → fibras cervicais
são mediais; sacrais são laterais; torácicas e lombares são
intermediárias
■ estímulos álgicos e térmicos da face (NC V) → entram pela ponte →
descendem através do trato espinhal do NC V → sinapse no núcleo
do espinotalâmico lateral (no bulbo)
○ Trato paleoespinotalâmico
■ dor difusa, do tipo crônica
■ relaciona-se com os significados emocionais da dor (conexão com o
sistema límbico)
■ sem distribuição somatotópica
■ neurônios penetram medula pela divisão lateral da raiz posterior →
corno posterior da medula → podem ou não cruzar o plano
mediano (trato espinorreticular) → formação reticular pontobulbar
○ Fibras responsáveis por pressão e tato protopático
■ trajeto semelhante a via neoespinotalâmica
■ ascendem pelo t. espinotalâmico anterior
● Vias de propriocepção consciente (artrestesia), tato epicrítico e sensação vibratória
(sensibilidade profunda)
○ Gânglios espinhais das raízes posteriores → corno posterior da medula →
ascender ipsilateralmente no funículo posterior (t. grácil e cuneiforme) →
bulbo → cruzam plano mediano
■ lesões acima do bulbo: alterações contralaterais
■ lesões abaixo do bulbo: alterações ipsilaterais
○ Lesões
■ perda do tato fino (incapacidade de distinguir dois estímulos
espacialmente próximos)
■ incapacidade de reconhecer objetos por sua forma, tamanho e textura
○ Fascículo grácil
■ situa-se medialmente; início no limite caudal da medula
■ impulsos dos MMII e da metade inferior do tronco
○ Fascículo cuneiforme
■ situa-se lateralmente; evidente a partir da medula torácica
■ impulsos para MMSS e metade superior do tórax
○ Sensibilidade vibratória, tato epicrítico e propriocepção consciente da face
■ Impulsos táteis (NC V)
● cruzam plano mediano no núcleo sensitivo principal do
trigêmeo (na ponte)
■ Sensibilidade cineticopostural e vibratória
● cruzam plano mediano no núcleo mesencefálico do trigêmeo
(no mesencéfalo)
■ Lesões acima da ponte → alterações em hemiface contralateral
■ Neuropatias desmielinizantes
● perda acentuada do tato fino → perda da capacidade de
discriminar as características táteis dos objetos e a
propriocepção (anartrestesia ou hipoartrestesia)
● perda da sensibilidade vibratória (palestesia)
● presença: arreflexia, deficit motor variável
○ Raiz posterior
■ dor irradiada em dermátomo relacionado ao segmento medular
■ para haver anestesia em dermátomo, é necessário que ao menos 3
raízes sejam acometidas (raiz correspondente, raiz superior e inferior)
■ Dermátomos
● C5-T1: plexo braquial
● T4-T5: nível dos mamilos
● T9-T10: nível da cicatriz umbilical
● T12-L1: prega inguinal
● L4: joelho
● S1: porção lateral do pé
● restante das raízes sacrais: períneo
● Lesões centrais
○ Medula
■ Secção medular e/ou mielite transversa
● perda de todas as formas de sensibilidade abaixo do nível
da lesão
■ Hemissecção medular (Sd de Brown-Séquard)
● Homolateralmente: perda da propriocepção consciente e tato
epicrítico (lesão em t. grácil e cuneiforme)
● Contralateralmente: anestesia térmica e dolorosa (um ou dois
dermátomos abaixo da lesão)
● Pode ocorrer ligeira diminuição do tato protopático e pressão
(homo ou heterolateral)
■ Lesões de funículo posterior
● perda seletiva da sensibilidade profunda em ambos
hemicorpos abaixo da lesão
○ Comprometimento da propriocepção consciente causa
ataxia sensitiva (déficit da coordenação motora:
realizar Sinal de Romberg)
○ quadro semelhante a doenças desmielinizantes
■ Sd siringomiélica
● Dissociação siringomiélica
○ perda da sensibilidade térmica e dolorosa
bilateralmente do dermátomo correspondente (lesão
de fibras que cruzam plano mediano e irão formar t.
espinotalâmicos laterais)
○ propriocepção e tato preservados
■ Compressão da medula por tumor
● Tumor intramedular
○ primeiros sintoma: déficits sensitivos e motores
○ Somatotopia
■ inicialmente, sintomas em segmentos mais
altos, progredindo para segmentos mais baixos
● Tumor extramedular
○ primeiro sintoma: dor (compressão de raízes nervosas)
○ inicialmente, sintomas em segmentos mais baixoss
progredindo para segmentos mais altos
■ Isquemia da artéria espinhal anterior
● acometimento das colunas neuronais anteriores (corno
anterior) → acometimento t. espinotalâmico e corticoespinhal
● perda da sensibilidade térmica, dolorosa e protopática (t.
espinotalâmicos laterais e anteriores)
○ Tronco cerebral
■ Lesões unilaterais de tronco cerebral (Sd sensitivas alternadas)
● Nervos cranianos
○ distúrbios ipsilaterais (exceção do NC IV) → não
apresentam decussação
● Tratos sensitivos
○ distúrbios sensitivos em hemicorpo contralaterais
(cruza linha média no bulbo ou medula)
■ Bulbo
● Via espinotalâmica
○ topografia: região lateral do bulbo (lesões neste local →
perda de sensibilidade térmica e dolorosa contralateral
em hemicorpo e ipsilateralmente na face)
● T. grácil e cuneiforme
○ Lesões anteriores (local de formação do lemnisco
medial)
■ alterações proprioceptivas e síndrome piramidal
em hemicorpo contralateral
■ Mesencéfalo
● perda de todos os tipos de sensibilidade contralateral
● acompanha paralisia de NC e fraqueza muscular
○ Tálamo
■ Lesão em núcleo ventral posterolateral
● anestesia do hemicorpo contralateral
● apenas mantêm-se a sensibilidade dolorosa (via
paleoespinotalâmica → dor difusa)
○ Córtex
■ Somatotopia
● MMII (medialmente); tronco, MMSS e face (convexidade
cefálica)
■ Lesão cortical
● fase aguda: acometimento de todos os tipos de sensibilidade
● com o tempo, melhoria das sensibilidades térmica e dolorosa
(t. paleoespinotalâmico)
■ Lesão de área cortical primária
● perda da sensibilidade como um todo
■ Lesão em área cortical secundária ( cortex parietal)
● presença de agnosias (incapacidade de reconhecer objetos
pela palpação) e agrafoestesia
● pode levar à aestereognosia
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NC I - Nervo Olfatório
A área olfativa da mucosa nasal contém as células sensoriais bipolares (neurônios olfatórios
de primeira ordem). Seus prolongamentos centrais, atravessam a lâmina crivosa etmóide e
penetram nos bulbos olfatórios,onde estabelecem sinapses com os neurônios de segunda
ordem, seus prolongamentos axônicos formam os tratos olfatórios medial e lateral. O trato
medial se projeta para regiões límbicas e o trato lateral se projeta para o cortex olfatório
primario ( uncus e giro hipocampal anterior).
Importante: as áreas olfatórios dos dois hemisférios são através da comissura branca
anterior, portanto uma anosmia unilateral, por exemplo, não pode ser atribuída a uma lesão
cerebral, já que cada narina envia manda informações aferentes para os dois hemisférios.
Exploração: Substâncias irritativas da mucosa nasal como (ac. Clorídrico, amoníaco, ácido
acético…) não são usadas porque estimulam os receptores das terminações sensitivas do
trigêmeo e pode dar falso-negativo.
Próximo…
NC II - Nervo Óptico
Trajeto:
Começa com a formação de uma imagem na retina fotorreceptora. A retina codifica as
informações visuais e as envia aos neurônios que se projetam ao encéfalo através do nervo
óptico. As Fibras do nervo óptico passam por hemidecussação (somente as fibras da retina
nasal decussam) no quiasma óptico e se projetam ao corpo geniculado lateral (tálamo). Os
neurônios do cgl projetam ao córtex visual primário (lobo occipital), onde ocorre a percepção
visual.