Resenha Crítica Tópicos de Sociologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO FARMÁCIA

LUIS DAVI RAMALHO DE SOUSA

AYRES, Ricardo de Carvalho Mesquita.” A DOENÇA NA SOCIEDADE COMO


ENTIDADE E COMO PROCESSO:SUBSÍDIOS PARA PENSAR A
EPIDEMIOLOGIA”

SANTOS , Marta Alves. “Lutas sociais pela saúde pública no Brasil frente
aosdesafios contemporâneos” R. Katál., Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 233-240,
jul./dez. 2013

Primeiramente, para situar o conteúdo, foi ministrado o que se entende sobre a


relação sociedade/indivíduo, e como os pensadores da sociologia e filosofia decorreram
sobre o tema.
Émile Durkheim, filósofo francês, fez sua análise sob uma ótica pré-capitalista,
postulando o funcionamento da sociedade como um organismo, onde os indivíduos são
postos a uma força coercitiva da sociedade. Essa coerção é necessária para a
manutenção da sociedade, mantendo regras e costumes que determinadamente foram
desenvolvidos e os indivíduos devem moldar-se à essa forma. A sociedade orgânica e
mecânica, dois termos cunhados pelo filósofo, são exemplos da funcionalidade social
observada pelo autor. A visão de Durkheim ainda é vigente, haja visto as formas
antropológicas de propagação cultural, que nas américas foram corrompidos pelo
colonialismo europeu, e posteriormente na Ásia.
O fato sociológico, tão mencionado na sociologia, é um fato impactante que
produz efeitos coletivos que geram mudança. Como, por exemplo, as mudanças sociais
após a epidemia da peste, tais como medidas de isolamento e quarentena. Os fatos
sociais são gerais, externo e coercitivo.
Karl Marx, pensador alemão, fez sua análise sob uma sociedade capitalista no
seu estágio inicial. Ele aborda em sua obra o materialismo histórico-dialético. Ainda
com grande influência de Hegel, onde o homem constrói sua história e por esse motivo
não querem limitações, a exemplo da classe burguesa dominante que proporcionava um
mecanismo capitalista para se manter dominante.
As análises desses filósofos tem sido fonte de discursão ao longo do tempo, a
sociedade da época mudou para vários estágios, porém o necessário para entender a
situação social foi de fundamental importância as observações desses pensadores, a
exploração analisada por Marx na Inglaterra industrial e a exploração do proletário se
mantém até os dias atuais, porém com uma violência mais velada e travestida pelos
meios que a classe dominante encontrou para se manter nesse posto, assim como o que
postulou Marx. E certamente, essa burguesia teme qualquer possibilidade de quebrar
essa dialética histórica, principalmente em locais de alta concentração de renda e
desigualdade social, como o Brasil.
Na sociedade moderna, pós-capitalista, a compreensão do homem como um ser
social passa a ser interpretada sob a nova palavra de ordem: o trabalho/a produção.
Nesta perspectiva, Karl Marx ganha destaque por relacionar a natureza humana a esta
nova palavra de ordem.
Embora em alguns escritos a sua compreensão sobre essência humana não esteja
clara, é possível identificar trechos que demonstram o seu posicionamento sobre esta
questão na sociedade moderna. No escrito intitulado: “Reflections of a Young Man on
the Choice of a Profession” Marx, com apenas 17 anos, relaciona a profissão ao bem-
estar individual e coletivo. Para ele, o objetivo geral do homem, que pode vir a
enobrecer a humanidade e a si mesmo, encontra-se na escolha da profissão, ao passo em
que uma má escolha é um ato que pode destruir a vida do homem e comprometer a
sociedade.
Após essa análise social, a introdução da saúde nesse contexto é bem vasta.
Começando pelo entendimento de doença através dos tempos.
Ao longo da história a concepção de doença para a humanidade sofreu a
influência das experiências com condições adversas e contextos históricos. Hoje
podemos interpretá-la em dois polos distintos: o polo ontológico e o polo processual.
Em outras palavras, a doença como entidade e a doença como processo.
Para que possa ficar um pouco mais claro essa diferença, a doença como um polo
ontológico é interpretada como um “ser”, uma entidade que ao chegar em nós causa
dano. Já a doença como um processo, a coloca na perspectiva de início, meio e fim.
Interpretada, no passado, sob aspectos semelhantes, a doença vem sendo
reinterpretada em meio aos contextos histórico-sociais. Se antes era interpretada sob os
aspectos de entidade patológica, agora ocupam lugar nos processos patológicos.
Em síntese, o entendimento da doença quanto entidade é ontológico, e teve
várias brechas para a análise supersticiosa ou pelo menos não científica, ou mais
cultural e social. Já o seu entendimento processual deu uma visão mais particular á
doença. Até desenvolver-se numa análise patológica, onde há um agente que causa
distúrbio num processo que ocorreria de maneira natural, que não necessariamente
única, e pondo-a em risco. Com o início ao fim, que seria a cura desse indivíduo.
Com o paralelo entre sociedade capitalista e sociologia da doença, pode-se perceber
que há uma grande influência em fatores sociais no desenvolvimento ou não de doenças
na sociedade. Fatores esses como os direitos cidadãos e o acesso a esses direitos por
toda população de um povo. Como garantido na constituição de 1988, e a exemplo da
criação de um sistema único de saúde público que abarca um país de dimensões
continentais como o Brasil. É visível que o acesso a outros direitos se quer direcionados
à saúde interferem nesse quesito, pois a educação, saneamento básico, alimentação
dentre outros direitos são fundamentais para discernir a população e barrar agentes
patológicos e suprir necessidades básicas, onde a ocorrência de doenças seria menor.
É possível supor que, no contexto brasileiro, a dificuldade de sobrevivência, a
educação deficiente e a baixa renda per capita são fatores que desfavorecem a
mobilização da população em torno de interesses comuns, contribuindo para uma baixa
capacidade de organização e atividade da sociedade civil.
O discernimento e informação da população infere o uso racional de
medicamentos. É fato que uma sociedade menos educada deve cair em falácias, e no uso
de medicamento não é diferente. O tratamento de enfermidades pode ser interferido por
fatores como a automedicação. Sem acesso a educação gera tendência de tomar
medicamentos de maneira errada, como o uso de fitoterápicos com ou sem efetividade
pré-clínica comprovada, uso de classes de medicamentos de forma errada. Durante a
pandemia o uso de substâncias sem respaldo científico e eficácia comprovada foi um
exemplo que corrobora essa triste realidade junto a um governo torpe.
Outrossim o acesso à saúde facilitado induz o indivíduo a confiar no anteparo
idôneo para o tratamento de doenças, e casos como o de farmácias pessoais( e
geralmente sem uma gestão especializada) seria menor.
É possível supor que, no contexto brasileiro, a dificuldade de sobrevivência, a
educação deficiente e a baixa renda per capita são fatores que desfavorecem a
mobilização da população em torno de interesses comuns, contribuindo para uma baixa
capacidade de organização e atividade da sociedade civil. Somado a isso, no contexto
brasileiro, a dificuldade de sobrevivência, a educação deficiente e a baixa renda per
capita são fatores que desfavorecem a mobilização da população em torno de interesses
comuns, contribuindo para uma baixa capacidade de organização e atividade da
sociedade civil.

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