Módulo 2
Módulo 2
Módulo 2
Ao escolhermos o
material de uma lente
devemos levar em conta
alguns aspectos, dentre
eles, o mais importante é
o índice de refração.
Materiais das Lentes 1.2
Diante disso, temos lentes de diferentes tipos de forças dióptricas em função dos tipos
básicos de curvas, sendo elas: esféricas, cilíndricas, asféricas e progressivas. Associado a
estas curvaturas, podemos ainda adicionar as lentes prismáticas, que veremos mais
adiante. A surfaçagem das lentes realizada pelos laboratórios é determinada pelo tipo de
curva que estas necessitam. Para cada receita temos um tipo de força dióptrica a ser
moldada na forma de uma lente oftálmica. Vamos avaliar a forma de tratamento e os
cálculos necessários para moldar cada tipo de lente em função das forças requeridas.
Curvas Dióptricas 1.4
As curvas dióptricas reconhecidas são:
• Curva externa: É a curva da lente localizada no lado externo da lente. Em quase a totalidade dos casos, possui
forma convexa (positiva). Poder ter curvatura esférica, cilíndrica, tórica, asférica ou progressiva. Trata-se de uma
área poucas vezes surfaçada pelos laboratórios, uma vez que já apresenta características próprias, vindas de fábrica;
• Curva interna: É a curva posterior da lente, localizada em sua parte interna. Assim como a superfície externa,
também pode apresentar as formas esférica, cilíndrica, tórica, asférica ou progressiva. É a superfície na qual,
normalmente, os laboratórios fazem a surfaçagem, exceto para os casos em que a superfície já possui formato
asférico;
• Curva esférica: É a curva gerada por um molde esférico, em que todos os meridianos possuem igual valor
dióptrico. Pode ser combinada com uma curvatura asférica para gerar um poder dióptrico esférico;
• Curva cilíndrica: Possui diferença entre dois meridianos principais (perpendiculares), em que um deles é plano, ou
seja, sem poder dióptrico e o outro com dioptria determinada;
• Curva tórica: É da mesma forma que a curva cilíndrica e possui diferença entre dois meridianos principais, mas
nesse caso, ambos os meridianos possuem poder de vergência;
• Curva asférica: Por se tratar de uma curvatura especial, gerada diretamente na manufatura do bloco
semiacabado, não é surfaçada em laboratório. Estas lentes utilizam o astigmatismo de superfície com o objetivo de
neutralizar o astigmatismo oblíquo gerado pela refração fora do centro da lente;
• Curva progressiva: Também não é elaborada em laboratório, pois possui uma asfericidade progressiva. E,
justamente, o modelo de asfericidade utilizado é mais um dos pontos que diferencia o produto de cada marca.
Surfaçagem e Força Esférica 1.5
A surfaçagem das lentes realizada pelos laboratórios é determinada pelo tipo de curva
que estas necessitam. Para cada receita temos um tipo de força dióptrica a ser
moldada na forma de uma lente oftálmica. Vamos avaliar a forma de tratamento e os
cálculos necessários para moldar cada tipo de lente em função das forças requeridas.
Força Esférica Como já vimos, a força esférica é caracterizada por uma única força
dióptrica em todos os meridianos da lente centrada em seu centro óptico, graças a
diferença entre as superfícies, o índice de refração do material e a espessura central. A
força esférica é determinada pela soma dos valores das curvas das superfícies externa e
interna. Veja na expressão abaixo, onde CE é o valor da curva externa, CI da curva
interna e D a dioptria final da lente:
D = CE + CI
Para cada tipo de curva temos uma designação em função do sinal resultante. Como
essa expressão é bem próxima da realidade, quando tratamos de lentes de pouca
espessura, temos que as lentes de resultado positivo são conhecidas com lentes
convexas e as lentes negativas, são as lentes côncavas.
Exemplo 1.6
Qual o valor dióptrico de uma lente composta por uma curva esférica – 3,00 e outra
curva + 6,00?
D = CE + CI
D = (– 3,00) + (+ 6,00)
D = + 6,00 – 3,00
D = + 3,00
Exemplo 1.7
Qual a curva interna (CI) necessária para confeccionarmos uma lente de + 4,25 di, tendo uma curva
externa (CE) com + 6,50?
D = CE + CI, logo
CI = D – CE
CI = (+ 4,25) – (+ 6,50)
CI = 4,25 – 6,50
CI = – 2,25
Para calcularmos essa curvatura média da lente, para curvas esféricas, podemos utilizar uma
fórmula simples e muito empregada nos dias de hoje:
Exemplo 1.2
Qual o valor das curvas para se confeccionar uma lente + 3,50 di com uma
curva média de 6,00 di?
Força Cilíndrica 1.1
A escolha do diâmetro da
lente a ser trabalhada deve
ser adequada, não só ao
formato e ao desenho da
armação, como as medidas
requeridas pelas
características de cada
usuário – DNP e altura.
Existe um cálculo simples,
fácil e rápido para a
determinação deste
diâmetro.
Diâmetro da Lente 1.2
A escolha do diâmetro da
lente a ser trabalhada deve
ser adequada, não só ao
formato e ao desenho da
armação, como as medidas
requeridas pelas
características de cada
usuário – DNP e altura.
Existe um cálculo simples,
fácil e rápido para a
determinação deste
diâmetro.
Diâmetro da Lente 1.3
Tipos de Lentes 1.1
Bifocais: Bifocal Ultex Orgânico :
As lentes bifocais possuem apenas dois É uma lente bifocal em que temos uma película
focos, ou seja, dois campos de visão. adicionada à superfície externa do bloco, assim
Normalmente, são os campos de longe e teremos que trabalhar a parte interna da lente.
de perto. Estas lentes são caraterizadas Desse modo, devemos sempre utilizar os
por uma linha divisória entre as duas valores de receita com indicação cilíndrica
áreas de foco. Por consequência, temos positiva. É indicado para forças dióptricas
uma espécie de salto de imagem, além de positivas maiores que o valor da adição. E é
ser uma lente com uma estética que caracterizado por induzir um prisma de base
possui dificuldade de adaptação do inferior para colocar o centro óptico de longe 6
usuário. Existe uma série de tipos de mm acima da película. Lembrando que este tipo
bifocais, e cada um com suas de bifocal não tem definição de olho. E como a
propriedades e indicações para os mais DNP de perto é sempre menor que a de longe,
diferentes usos. Para calcularmos os devemos inclinar a película no sentido da nasal,
bifocais, inicialmente devemos observar aproximando mais o seu centro óptico do nariz.
qual a superfície deverá ser trabalhada – Para isso, deslocamos em 5o a menos para o
curva interna ou externa. olho direito e 5o a mais para o olho esquerdo.
Tipos de Lentes 1.2
Bifocal Topo Reto: Lentes Progressivas:
É uma lente bifocal que apresenta a Em lentes progressivas a superfície externa
película adicionada pelo lado externo da apresenta variadas curvaturas, que evoluem
lente. Também obedece à fórmula de progressivamente. Temos duas curvas como
curva externa, em que devemos nos orientação: • Curva base: curva para a visão de
orientar pela receita com o valor longe; • Curva da adição: progressão da lente
cilíndrico negativo, pois iremos trabalhar até a visão de perto. A surfaçagem deste tipo de
a lente pelo lado interno (negativo). lente exige alguns cuidados. Os principais são: •
Neste tipo de bifocal, a descentralização Sinal do valor cilíndrico: deve estar negativo; •
é realizada no meridiano horizontal, Índice de refração: para adequação e escolha do
desse modo, é essencial descobrirmos o molde; e • Espessura central: diferente e maior
valor dióptrico neste meridiano. Como, que as de lentes simples, em função da adição.
normalmente, os diâmetros de flat top
possuem diâmetro de 70 mm, a
descentralização é de 4 mm para nasal.
Lensômetria 1.1
O lensômetro: Marcação das Lentes:
É um equipamento que tem a função de Uma outra função muito importante para o uso
conferir as especificações de uma lente: do lensômetro é o de marcação das lentes.
dioptria, meridianos e prismas. O Vamos apresentar o procedimento para a
procedimento de utilização deste marcação de cada tipo de lente. .
aparelho é conhecido pelo nome de
lensometria. Há uma metodologia a ser
seguida para que possamos fazer a
identificação de todos os parâmetros
relacionados a uma lente com precisão.