Módulo 2

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Materiais das Lentes 1.

Ao escolhermos o
material de uma lente
devemos levar em conta
alguns aspectos, dentre
eles, o mais importante é
o índice de refração.
Materiais das Lentes 1.2

Quanto maior o índice de refração de um


material, menor será a velocidade da luz
ao passar por ele. Dessa forma, quanto
maior for o índice, menos material será
necessário para produzir o mesmo
desvio com um material de índice
menor. Com isso, menor será a diferença
entre as duas superfícies,
proporcionando lentes mais finas e
planas.
Materiais das Lentes 1.3

Diante dos avanços tecnológicos, inúmeros


materiais foram desenvolvidos, não só
quanto aos índices de refração, mas também
em relação à resistência ao impacto, peso do
material (densidade), qualidade óptica etc.
Os materiais das lentes são classificados,
basicamente, em dois tipos: minerais e
orgânicos (polímeros).
Materiais das Lentes 1.4
As lentes minerais são mais conhecidas como “vidro”. É um
material transparente com aspectos bem característicos:
• Composto por inúmeros materiais;
• Possui maior peso;
• Tem pouca filtragem aos raios ultravioleta; e
• Apresenta maior resistência a arranhões/riscos.
Essas lentes de vidro também são conhecidas como cristal ou
highlight por apresentarem alto índice de refração e são
indicadas para o uso em dioptrias altas. Atualmente, são as
principais lentes minerais, porém estão sendo cada vez
menos requeridas em função das várias propriedades
negativas que possuem.
Materiais das Lentes 1.5

Assim, a procura por materiais mais fáceis de produzir e com


valores mais acessíveis tornou-se mais intensa e chegou-se
então às cadeias de carbono (ou polímeros). Os aspectos
mais expressivos dos materiais orgânicos são:
• Compostos por cadeias de carbonos;
• Mais leves;
• Apresentam maior resistência à quebra;
• Possuem grande filtragem aos raios ultravioleta; e
• Mais suscetíveis a arranhões/ riscos.
Materiais das Lentes 1.5

Com a evolução da pesquisa e


tecnologia, os fabricantes se
empenharam em melhorar cada
uma das desvantagens de ambos
os materiais. Hoje, são vários
tratamentos utilizados, por
exemplo, a melhoria na resistência
das lentes orgânicas. Assim como a
melhoria da resistência a arranhões
e riscos, muito comuns em lentes
minerais. Sendo usual, também, a
utilização destes tratamentos nas
lentes do tipo: antirreflexo,
bloqueio de UV, fotossensíveis,
entre outras.
Materiais das Lentes 1.5

Com a evolução da pesquisa e


tecnologia, os fabricantes se
empenharam em melhorar cada
uma das desvantagens de ambos
os materiais. Hoje, são vários
tratamentos utilizados, por
exemplo, a melhoria na resistência
das lentes orgânicas. Assim como a
melhoria da resistência a arranhões
e riscos, muito comuns em lentes
minerais. Sendo usual, também, a
utilização destes tratamentos nas
lentes do tipo: antirreflexo,
bloqueio de UV, fotossensíveis,
entre outras.
Fabricação das Lentes 1.1

O processo de fabricação de lentes oftálmicas passa por várias etapas


até seu resultado final – a colocação na armação. É um processo que,
nos dias de hoje, está altamente automatizado. Em quase toda a sua
totalidade, as lentes pré-fabricadas passam por um processo padrão
de fundição (injeção). O resultado desse tipo de processo fornece
blocos semiprontos, que correspondem aos blocos esféricos de
progressivos, bifocais e monofocais. São peças que, em sua maioria,
apresentam uma das superfícies pronta (normalmente a parte
externa – convexa). Para qualquer alteração nas dioptrias os blocos
são enviados ao laboratório para a surfaçagem final da lente.
Fabricação das Lentes 1.2
A fabricação de blocos semiacabados é a primeira etapa no processo de
fabricação das lentes. O processo consiste em injetar (por gravidade) o material
referente ao bloco a ser fabricado, por exemplo, o policarbonato. O fluido
injetado detém uma composição específica em função do material da lente
requerida. Duas matrizes, geralmente feitas de cristal óptico (material endurecido
termicamente), de curvaturas preestabelecidas são unidas e fixadas por uma
junta de borracha. Através de um orifício na junta é injetado o polímero. Por ação
da gravidade, o material líquido preenche o espaço deixado pela diferença de
curvatura entre as matrizes. Após preencher por completo o espaço, o conjunto é
levado a um forno de temperatura controlada para que ocorra a catálise e o bloco
seja formado. O controle de qualidade realizado nas lentes tem como intento
analisar suas características ópticas, mecânicas e térmicas.

São inúmeros testes para garantir a qualidade da lente:


• Aderência: normas de qualidade;
• Térmico: sinais de deterioração na superfície;
• Envelhecimento artificial: condições climáticas e exposição UV;
• Controle de potência: focômetro automático.
Surfaçagem das Lentes 1.3

A surfaçagem é a transformação de blocos oftálmicos em lentes, por meio da ação de


desbastar ou alterar as curvas dos blocos. Os fatores que determinam o poder de
refração de uma lente são:

• Seu índice de refração;


• Sua espessura, e
• A diferença entre as curvas.

Diante disso, temos lentes de diferentes tipos de forças dióptricas em função dos tipos
básicos de curvas, sendo elas: esféricas, cilíndricas, asféricas e progressivas. Associado a
estas curvaturas, podemos ainda adicionar as lentes prismáticas, que veremos mais
adiante. A surfaçagem das lentes realizada pelos laboratórios é determinada pelo tipo de
curva que estas necessitam. Para cada receita temos um tipo de força dióptrica a ser
moldada na forma de uma lente oftálmica. Vamos avaliar a forma de tratamento e os
cálculos necessários para moldar cada tipo de lente em função das forças requeridas.
Curvas Dióptricas 1.4
As curvas dióptricas reconhecidas são:
• Curva externa: É a curva da lente localizada no lado externo da lente. Em quase a totalidade dos casos, possui
forma convexa (positiva). Poder ter curvatura esférica, cilíndrica, tórica, asférica ou progressiva. Trata-se de uma
área poucas vezes surfaçada pelos laboratórios, uma vez que já apresenta características próprias, vindas de fábrica;
• Curva interna: É a curva posterior da lente, localizada em sua parte interna. Assim como a superfície externa,
também pode apresentar as formas esférica, cilíndrica, tórica, asférica ou progressiva. É a superfície na qual,
normalmente, os laboratórios fazem a surfaçagem, exceto para os casos em que a superfície já possui formato
asférico;
• Curva esférica: É a curva gerada por um molde esférico, em que todos os meridianos possuem igual valor
dióptrico. Pode ser combinada com uma curvatura asférica para gerar um poder dióptrico esférico;
• Curva cilíndrica: Possui diferença entre dois meridianos principais (perpendiculares), em que um deles é plano, ou
seja, sem poder dióptrico e o outro com dioptria determinada;
• Curva tórica: É da mesma forma que a curva cilíndrica e possui diferença entre dois meridianos principais, mas
nesse caso, ambos os meridianos possuem poder de vergência;
• Curva asférica: Por se tratar de uma curvatura especial, gerada diretamente na manufatura do bloco
semiacabado, não é surfaçada em laboratório. Estas lentes utilizam o astigmatismo de superfície com o objetivo de
neutralizar o astigmatismo oblíquo gerado pela refração fora do centro da lente;
• Curva progressiva: Também não é elaborada em laboratório, pois possui uma asfericidade progressiva. E,
justamente, o modelo de asfericidade utilizado é mais um dos pontos que diferencia o produto de cada marca.
Surfaçagem e Força Esférica 1.5
A surfaçagem das lentes realizada pelos laboratórios é determinada pelo tipo de curva
que estas necessitam. Para cada receita temos um tipo de força dióptrica a ser
moldada na forma de uma lente oftálmica. Vamos avaliar a forma de tratamento e os
cálculos necessários para moldar cada tipo de lente em função das forças requeridas.

Força Esférica Como já vimos, a força esférica é caracterizada por uma única força
dióptrica em todos os meridianos da lente centrada em seu centro óptico, graças a
diferença entre as superfícies, o índice de refração do material e a espessura central. A
força esférica é determinada pela soma dos valores das curvas das superfícies externa e
interna. Veja na expressão abaixo, onde CE é o valor da curva externa, CI da curva
interna e D a dioptria final da lente:
D = CE + CI
Para cada tipo de curva temos uma designação em função do sinal resultante. Como
essa expressão é bem próxima da realidade, quando tratamos de lentes de pouca
espessura, temos que as lentes de resultado positivo são conhecidas com lentes
convexas e as lentes negativas, são as lentes côncavas.
Exemplo 1.6
Qual o valor dióptrico de uma lente composta por uma curva esférica – 3,00 e outra
curva + 6,00?

D = CE + CI
D = (– 3,00) + (+ 6,00)
D = + 6,00 – 3,00
D = + 3,00
Exemplo 1.7
Qual a curva interna (CI) necessária para confeccionarmos uma lente de + 4,25 di, tendo uma curva
externa (CE) com + 6,50?

D = CE + CI, logo
CI = D – CE
CI = (+ 4,25) – (+ 6,50)
CI = 4,25 – 6,50
CI = – 2,25

As possibilidades são inúmeras ao utilizarmos curvas esféricas combinadas para chegarmos a um


mesmo resultado. É importante frisarmos que cada combinação tem sua finalidade, mas é de
conhecimento científico a importância de se tentar acompanhar a posição do movimento do globo
ocular para que a visão esteja sempre em uma posição perpendicular à lente. Assim, mantemos a
mesma distância entre o olho e a lente, o que pode alterar sua força dióptrica, evitando assim
alterações visuais, tais como: aberrações, distorções, perda de campo visual, etc. Estudos mostraram
que, ao compararmos uma lente de inclinação média plana (0,00 di) com uma curvatura de 6,00 di,
aumenta de 24o para 60o o ângulo de visão do usuário.
Cálculo Curva Média 1.1

Para calcularmos essa curvatura média da lente, para curvas esféricas, podemos utilizar uma
fórmula simples e muito empregada nos dias de hoje:
Exemplo 1.2
Qual o valor das curvas para se confeccionar uma lente + 3,50 di com uma
curva média de 6,00 di?
Força Cilíndrica 1.1

A força cilíndrica ou astigmática é determinada pela diferença entre as


duas forças que compõem os meridianos principais de uma mesma lente.
Os cálculos para este tipo de lente são iguais as das lentes cilíndricas. Para
calcularmos a segunda curva, devemos somar algebricamente a força
cilíndrica ao valor da primeira curva encontrada, levando-se em conta o
sinal.
Podemos calcular a superfície tórica dos dois lados (interno e externo) da
lente. Sendo que é muito mais frequente trabalhar o lado interno, em
função não só de estética, mas também para não alterar as curvas originais
de fábrica, com os blocos semiacabados.
Exemplo 1.2
Sendo de 6,00 di a média
entre as combinações
das curvas, qual o valor
das curvas interna e
externa de uma lente de
receita + 2,50 – 0,75?

Conforme os cálculos encontrados acima, podemos


perceber que, em um dos meridianos principais, em que o
valor dióptrico determinado pela receita foi de + 2,50 di e
devemos ter uma curva média de 6,00 di, teremos as curvas
combinadas + 7,25 di e – 4,75 di. Assim, teremos que trabalhar a curva interna
no outro meridiano, com uma curvatura de
Ao trabalharmos no outro meridiano principal, devemos – 5,50 di, mas somente na parte interna. Isso
utilizar o valor cilíndrico para encontrar as curvas a ele porque já definimos e determinamos a curva
relacionadas. Como se trata de um cilindro de – 0,75 di, externa, sendo esta escolhida previamente
vamos adicioná-lo à curva interna (CI). de acordo com o cálculo do primeiro
meridiano e com a dioptria de + 7,25 di.
Cálculo das Lentes 1.1
O cálculo de espessura das lentes é um fator
muito importante para dar mais informação e,
consequentemente, qualidade à venda do
produto. Podemos encontrar as espessuras de
uma lente de diversas formas matemáticas, mas
podemos fazer tais cálculos de diferentes
maneiras.
Cálculo das Lentes 1.2
Posição da Lente 1.1
A posição do centro óptico é um dos fatores principais a serem
analisados ao se inserir uma armação.
Quando não temos qualquer aplicação de prismas, o centro óptico
deve coincidir exatamente com o centro da pupila do usuário.
Esse alinhamento garante a entrada precisa, e sem desvios, dos raios
luminosos até a região de máxima acuidade visual da retina.
Outro ponto muito importante é a escolha da armação.
Ela deve ser capaz de atender a vários critérios, simultaneamente.
Entre os principais critérios, temos: um bom suporte da lente,
adaptação à espessura da lente, estética frente ao rosto do usuário
(posição, formato do rosto, sobrancelha etc.), tipo de material, peso,
entre outros parâmetros.
Diâmetro da Lente 1.1

A escolha do diâmetro da
lente a ser trabalhada deve
ser adequada, não só ao
formato e ao desenho da
armação, como as medidas
requeridas pelas
características de cada
usuário – DNP e altura.
Existe um cálculo simples,
fácil e rápido para a
determinação deste
diâmetro.
Diâmetro da Lente 1.2

A escolha do diâmetro da
lente a ser trabalhada deve
ser adequada, não só ao
formato e ao desenho da
armação, como as medidas
requeridas pelas
características de cada
usuário – DNP e altura.
Existe um cálculo simples,
fácil e rápido para a
determinação deste
diâmetro.
Diâmetro da Lente 1.3
Tipos de Lentes 1.1
Bifocais: Bifocal Ultex Orgânico :
As lentes bifocais possuem apenas dois É uma lente bifocal em que temos uma película
focos, ou seja, dois campos de visão. adicionada à superfície externa do bloco, assim
Normalmente, são os campos de longe e teremos que trabalhar a parte interna da lente.
de perto. Estas lentes são caraterizadas Desse modo, devemos sempre utilizar os
por uma linha divisória entre as duas valores de receita com indicação cilíndrica
áreas de foco. Por consequência, temos positiva. É indicado para forças dióptricas
uma espécie de salto de imagem, além de positivas maiores que o valor da adição. E é
ser uma lente com uma estética que caracterizado por induzir um prisma de base
possui dificuldade de adaptação do inferior para colocar o centro óptico de longe 6
usuário. Existe uma série de tipos de mm acima da película. Lembrando que este tipo
bifocais, e cada um com suas de bifocal não tem definição de olho. E como a
propriedades e indicações para os mais DNP de perto é sempre menor que a de longe,
diferentes usos. Para calcularmos os devemos inclinar a película no sentido da nasal,
bifocais, inicialmente devemos observar aproximando mais o seu centro óptico do nariz.
qual a superfície deverá ser trabalhada – Para isso, deslocamos em 5o a menos para o
curva interna ou externa. olho direito e 5o a mais para o olho esquerdo.
Tipos de Lentes 1.2
Bifocal Topo Reto: Lentes Progressivas:
É uma lente bifocal que apresenta a Em lentes progressivas a superfície externa
película adicionada pelo lado externo da apresenta variadas curvaturas, que evoluem
lente. Também obedece à fórmula de progressivamente. Temos duas curvas como
curva externa, em que devemos nos orientação: • Curva base: curva para a visão de
orientar pela receita com o valor longe; • Curva da adição: progressão da lente
cilíndrico negativo, pois iremos trabalhar até a visão de perto. A surfaçagem deste tipo de
a lente pelo lado interno (negativo). lente exige alguns cuidados. Os principais são: •
Neste tipo de bifocal, a descentralização Sinal do valor cilíndrico: deve estar negativo; •
é realizada no meridiano horizontal, Índice de refração: para adequação e escolha do
desse modo, é essencial descobrirmos o molde; e • Espessura central: diferente e maior
valor dióptrico neste meridiano. Como, que as de lentes simples, em função da adição.
normalmente, os diâmetros de flat top
possuem diâmetro de 70 mm, a
descentralização é de 4 mm para nasal.
Lensômetria 1.1
O lensômetro: Marcação das Lentes:
É um equipamento que tem a função de Uma outra função muito importante para o uso
conferir as especificações de uma lente: do lensômetro é o de marcação das lentes.
dioptria, meridianos e prismas. O Vamos apresentar o procedimento para a
procedimento de utilização deste marcação de cada tipo de lente. .
aparelho é conhecido pelo nome de
lensometria. Há uma metodologia a ser
seguida para que possamos fazer a
identificação de todos os parâmetros
relacionados a uma lente com precisão.

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