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TQ – 085 OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

TQ – 085 OPERACÕES UNITÁRIAS I

Análise Granulométrica, Fragmentação, Separação de Sólidos,


Transporte Pneumático, Sedimentação, Centrifugação, Filtração,
Fluidização, Bombeamento e Agitação

Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do Paraná


Professor Responsável: Dr. Georges Kaskantzis Neto – [email protected]

1a Versão - 2022
Literatura Recomendada
• McCabe W., Smith, J., Harriot, (2004) – Unit Operations of Chemical Engineering,
7a ed., McGraw Hill, London, UK.

• Gomide, R., (1983), Operações Unitárias – Operações com Sistemas Particulados,


vol. 1, Reynaldo Gomide, São Paulo

• Geankoplis, C., J., (1998), Procesos de Transporte y Operaciones Unitarias, 2ed,


Compañia Editorial Continental, México.

• Foust, A., S., et. al. (2011), Principles of Unit Operations, 2ed., Jonh Wiley, Hong
Kong.

• Coulson, J., F., et. al, (2002), Chemical Engineering – Particle Technology and
Separation Process, 5ª ed., Butterworth Heinemann, Great Britain
INTRODUÇÃO
• Neste curso serão abordados os conteúdos das Operações Unitárias I,
incluindo as características das partículas sólidas, a fragmentação e a
classificação dos sólidos, a dinâmica do movimento das partículas em
meio fluido, e as operaçoes unitárias de sedimentação, centrifugação,
filtração, transporte, fluidização, bombeamento e agitação

• O nível de aprendizagem do conteúdo ministrado será realizado por


meio de três provas escritas, que serão realizadas de forma presencial
nas dependências do prédio da Engenharia Química, Centro Politécnico
INTRODUÇÃO
• No âmbito da Engenharia Química a Operação Unitária representa a
transformação física e químicas da matéria-prima visando a obtenção
dos produtos comerciais.

• A rigor, a transformação da matéria representa a desconstrução e a


recombinação átomos e das moléculas que constituem os compostos
ou resíduos a serem processados nas instalações industriais

• Com esse fim empregam-se equipamentos e condições de operação


(temperatura, pressão) específicas para produzir bens de consumo
INTRODUÇÃO
• As operações unitárias requerem energia para serem realizadas e inumeros
componentes auxiliaries, tais como ar comprimido, vapor de água, água de
refrigeração, eletricidade, catalisadores, peças de recheio, etc.,

• A rigor, o entendimento da operação unitária requer conhecimentos das


áreas de transferencia de calor e de massa e movimento dos corpos em
meio fluido.

• Devido a complexidade dos fenômenos que ocorrem durante a mudança


da matéria emprega-se a hipótese do equilíbrio local, significando que os
conhecimentos de termodinâmicas também são aplicados as operações.
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• A grande maioria dos materiais utilizados para fabricar produtos são
provenientes dos recursos naturais, como, por exemplo, as rochas de
minerais, a biomassa vegetal e animal e os resíduos produzidos nos
processos industriais.

• Em geral, as matérias-primas “in natura” não se encontram no estado


adequado para serem transformadas por meio de operaçoes físicas e
químicas, sendo necessário adequá-las para aumentar a superfície de
contato e otimizar o rendimento do processo

• As partículas sólidas, na sua grande maioria são amorfas o que dificulta a


sua caracterização, quanto a forma e o seu comportamento dinâmico. Em
geral, adota-se como padrão a forma esférica para caracterizar a partícula
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Para tanto, o tamanho e a forma geométrica de partículas irregulares
são definidas em termos do tamanho de uma esfera equivalente ao
tamanho da partícula, podendo ser definido dos seguintes modos

• Esfera com o mesmo volume da partícula


• Esfera com a mesma área superficial da partícula
• Esfera com a mesma área superficial por unidade de volume da partícula
• Esfera com a mesma área da partícula quando projetada sobre o plano
perpendicular na direçao do movimento da partícula
• Esfera com a mesma velocidade terminal da partícula em meio fluido
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• A caracterização da forma da partícula sólida é realizada por meio da
“esfericidade” (), cuja definição é a seguinte

• O diâmetro médio de FERET também é empregado para caracterizar o


tamanho do sólido, sendo igual a diâmetro definido pelas duas linhas
paralelas que são tangentes a maior dimensão da partícula amorfa
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
Pellet – 10^5 (μm)

Grão fertilizante – 10^4 (μm)

Partícula de açucar – 10^3 (μm)

Partícula de cerâmica = 10^2 (μm)

Partícula metálica = 10^1 (μm)

Pigmento inorgânico = 10^0 (μm)

Partícula poluentes = 10^(-1) (μm)

Partícula de carbono = 10^(-2) (μm) Diâmetro médio de Feret


CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Os sólidos particulados são classificados em cinco grupos de tamanho

• Pós - partícula de 1 (μm) até 0,5 (mm)

• Sólido granular – partícula de 0,5 a 10 (mm)

• Bloco pequeno – partícula de 1,0 a 5,0 (cm)

• Bloco médio – partícula de 5,0 a 15,0 (cm)

• Bloco grande – partícula maior que 15 (cm)


CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS

FIGURA. Fotografias de microscópio das partículas sólidas de semolina – (a) no estado separado, (b) aglomerado
Fonte [Coulson]
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS

FONTE [Coulson]
CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Os métodos mais utilizados para estimar o tamanho de partículas são

• Peneira padrão (abertura malha, espessura fio ) : partícula > 50μm,


• Análise microscópica : partícula de 1 a 100 (μm),
• Sedimentação e Elutriação : partícula > 1 (μm) ,
• Contador eletrônico : partícula em suspensão,
• Difração de raio laser : partícula de 0,1 – 600 (μm),
• Raio-X : partícula < 0,2 (μm),
CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Na prática as partículas de uma certa amostra apresentam diferentes
medidas, podendo ser separadas por classes distintas de tamanho.

• As funções de distribuição estatística, tais como a distribuição binodal


ou outra qualquer podem ser empregadas para classificar os sólidos,
e dessa forma selecionar o equipamento adequado para separá-las

• A função de distribuição acumulativa é mais empregada, podendo ser


calculada de modo analítico ou gráfico para estimar o tamanho médio
de cada uma das classes de tamanhos de particulas
CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Seja D o tamanho característico da partícula, derminado por qualquer
um dos citados métodos, as dimensões características desta partícula
são as seguintes:

• Superfície externa da partícula (s) é igual a , sendo a uma


constante que depende da forma, para cubos a = 6 e para esfera a=π

• Volume da partícula (v) é igual a sendo b uma constante


que depende da forma, para cubos b = 1 e para esferas b = π/6
CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Fator de forma da partícula é igual a relação λ = a/b

• Para materiais pulverizados λ varia de 7 - 8, para partículas laminares λ =


55. Em geral, o fator de forma de partículas irregulares é da ordem de 0,5.

• O número de partículas da amostra é igual a razão do volume total das


partículas e o volume de cada partícula, podendo estimado com a equação
CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Superfície externa da partícula (S) é definida pela equação, a saber

• Superfície específica da partícula (S/M) é definida pela equação

Sendo ρ – a densidade média das partículas da amostra analisada


CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Ainda mais, conforme citado a esfericidade da partícula é a relação entre a
superfície externa da esfera com o mesmo volume do sólido, podendo ser
calculada com a equação, a saber
/

• O fator de forma de Leva (λL) é muito utilizado na engenharia química, para


calcular a perda de pressão do escoamento de fluido através de um leito fixo
e fluidizado de recheio, sendo definido pela relação, a saber,

/
CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• As dimensões medias de uma partícula de mica foram determinadas no laboratório
com um microscópio, tendo sido obtidos os resultados abaixo. Determine o fator de
forma da partícula
• Espessura da partícula = 0,5 (mm)
• Largura da partícula = 8,0 (mm)
• Comprimento da partícula = 14 (mm)
• Adotando a forma de paralelepípedo rectangular para o sólido, tem-se D = 8(mm)
CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• O projeto de silos de armazenamento de partículas sólidas requer os
valores das força de tensão e de cisalhamento, bem como, do ângulo
de repouso das partículas sólidas

• O ângulo de repouso da partícula é o ângulo formado pela superfície


da pilha de sólidos com a horizontal

α – ângulo de repouso da pilha


CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Os valores típicos do ângulo de repouso variam de 12o para o carvão de
madeira até 45o para as partículas sólidas de sulfato de chumbo

• Os fenômenos envolvidos no estoque e movimentação de partículas são o


escoamento através de orifícios, aglomeração por coalecencia, a perda de
pressão e as deflagrações ou explosões de poeiras em silos industriais.

• Quanto a aglomeração, as forças eletrostáticas decorrentes do movimento


das particulas contribuem para a sua coalecencia reduzindo o escoamento.
Quanto a explosão, poeiras reativas na presença do oxigênio incendeiam,
originando uma cadeia de reações muito rápidas (deflagração ou explosão)
CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Quando partículas sólidas estão armazenadas em silos, a pressão nas
paredes é maior do que aquele calculada em termos da força sobre a
área, em qualquer ponto da parede do silo.

• A força de fricção entre o sólido seco e a superfície rugosa da parede


do silo reduz a pressão exercida pela massa dos sólidos no fundo do
silo. A pressão vertical no silo é menor que aquela exercida por uma
coluna de qualquer líquido com a mesma altura da massa dos sólidos,
contidos no silo de armazenamento. Escala de dureza de Mohs.
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Escoamento de sólidos através de orifícios é controlado pelo tamanho do
orifício do fundo do silo e pela capacidade de dilatação dos sólidos no furo.

• Brown elaborou uma equação para o escoamento de sólidos através de


orifício, tendo adotado a hipótese do perfil de velocidades do tipo
epistonado para os sólidos cuja equação tem a forma, a saber
,
, ,

Sendo: G – a vazão mássica, ρs – a densidade do sólido, def – diâmetro do


orifício, g – constante de aceleração da força da gravidade, β – o ângulo
da parede cônica do silo com a horizontal
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• No âmbito da Engenharia o fenômeno de interesse envolvendo as
partículas sólidas é notadamente o escoamento de fluidos (líquido – gás)
através de leito fixo de recheio.

• A determinação da perda de pressão neste tipo de sistema é de vital


importância no projeto dos reatores heterogêneos (catalisador) e de
colunas de absorção, secadores de leito móvel e fluidizado e de jorro,
e de filtros de leito fixo.

• Para tanto, antes de abordar os equipamentos de moagem, apresenta-se o


balanço das principais forças que atuam sobre as particulas sólidas imersas
em fluídos quiecentes ou em movimento
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• As forças que atuam na partícula sólida imersa no fluido são a força de
corpo (Fb) (empuxo), a força gravidade (peso) (Fg), a força de superfície (Fs) (
tensão superficial) e a força de arrasto (Fc) (atrito).
(1)

(2)

(3)

(4)
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Com o teorema de Π-Buckingham as forças de atuam na partícula sólida podem
ser combinadas para obter os números adimensionais, que representam as forças
inerciais (6), viscosas (7) e de empuxo (8), sendo vt, - a velocidade de ascensão

,
predominam as forças inerciais

,
predominam as forças viscosas e de empuxo

predominam as forças viscosas e de empuxo


CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Note que as equaçoes (1-4) se aplicam também as partículas fluídas,
gotas e bolhas de gás presents no seio da fase líquida e na atmosfera.

• As velocidades de ascensão do fluido ou do sólido escoando em tubo,


no regime das forças inerciais, viscosas e de tensão superficial estão
definida pelas equações (9), (10) e (11), respectivamente

, (9), ,
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Se o sólido está parado predomina a força de tensão, significando que o
número de Bond ou Eotvos é menor que 3,37. Para partículas sólidas
escoando no regime de Stokes em tubulação vertical o coeficiente (Cd)
é estimado com a equação (11)

• , (11)

(12)
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Para partícula fluida, o coeficiente de descarga (Cd) é calculado com a
equação (13) e a velocidade de ascensão e obtida com a equação (14)

, (14)
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Por definição a velocidade terminal da partícula sólida é a velocidade na qual a força
gravitacional é igual a força de arrasto, desprezando as demais forças do balanço,

• Resolvendo (15) para , obtém a expressão da velocidade terminal, equação (16)

Sendo: vt – a velocidade terminal da partícula, fD – o fator de fricção, D – o diâmetro da


esfera com o mesmo volume da partícula, , - a densidade da partícula e do fluido
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Aplicando a equação da velocidade terminal para diferentes regimes de
escoamento, obtém-se as equações da velocidade terminal em termos
do número de Reynolds, a saber

/ ,
,
, ,
CARACTERÍSTICAS DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS
• Apresentam-se nesta seção os exemplos de aplicação dos conteúdos
descritos, para contextualizar os conhecimentos a serem adquiridos.
Além disso, apresenta-se a lista de exercícios para ser resolvida pelos
alunos, cuja entrega é obrigatória, na data definida pelo professor.

• Os exercícios contempla o conteúdo discutido nesta aula, incluindo os


dois estudos de casos reais mais avançados, cuja solução é opcional.

• Recomenda-se que a lista de exercícios seja resolvida em equipe de 3


alunos (máximo), cujos nomes devem estar indicados nos 3 relatórios.
EXEMPLO DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO
• No reator de fabricação de metanol a partir da conversão de resíduos
agrícolas, a equipe de formandos que elaborou o projeto desta planta
industrial, sob a minha orientação decidiu adotar o catalisador com as
dimensões e características, a saber
• Partícula cilíndrica na forma de anel de Raching
• Partícula, diâmetro externo dex = 8,8(mm) e diâmetro interno do=5,06(mm);
• Massa da partícula de catalisador mp = 0,7391(g)
• Estágio do leito de partículas tem 0,56(m) de altura e 0,0762 (m) de diâmetro

• Com os dados disponíveis calcule a esfericidade, o diâmetro efetivo, a


densidade, a área superficial específica, o número de peças, o volume, e a
porosidade do leito.
RECOMENDAÇÕES
• Em razão da mudança que ocorre nas variáveis do clima e do tempo, (
temperatura ambiente, pressão barométrica, umidade relativa do ar,
velocidade média e direçao preferencial do vento e radiação solar), é
recomendado anotar as condições nas quais os dados de campo ou
de laboratório foram registradas.

• Ainda mais, para realizar os balanços de massa e energia do processo


devem ser definidas as condições de referencias e do estado padrão
termodinâmico, (Tref=273,15K, pref=1,013bar) e (T0=298,15, p0=1bar)
MUDANÇA NAS CONDIÇOES AMBIENTAIS
MUDANÇA DA TEMPERATURA DO AR E SOLO
AR

SOLO

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