AULA 12 - Herpesviridae

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 76

Disciplina de Imunologia e Virologia Veterinária


AULA 12 – Herpesviridae


Professor: M.e Med. Vet. Tarcísio Alves Teixeira
Herpesviridae
Morfologia

- Material genético: DNA dupla fita linear

- Capsídeo de simetria icosaédrica, aproximadamente 160 capsômeros.

- Duas camadas de tegumento entre capsídeo e envelope: interna e externa.

- Envelope com diversas glicoproteínas.

- 150 a 200 nm de diâmetro.


Rhabdoviridae
Herpesviridae
Replicação

- Adsorção através da ligação de glicoproteínas de envelope ao receptor celular


→ endocitose.

- Fusão do envelope com a membrana do endosomo → liberação de


capsídeo+tegumento no citoplasma.

- Capsídeo entra no núcleo da célula através do poro nuclear.

- Transcrição de genes precoces imediatos → proteínas que inibem a produção


de macromoléculas pela célula e inibem a resposta imune inata.
Herpesviridae
Replicação
- Transcrição dos genes precoces → proteínas que atuam na replicação do
DNA viral → produção de várias cópias de DNA viral.

- Transcrição dos genes tardios → proteínas virais estruturais.

- Montagem de partículas virais e liberação por brotamento → ciclo lítico.

- Latência:
. Replicação do DNA viral (epissomal) quando a célula fizer replicação do seu
DNA.
. Pode haver também integração do DNA viral com cromossomas celulares.
. Ciclo lisogênico.
Herpesviridae
Classificação
- Família Herpesviridae possui três subfamílias:

. Alphaherpesvirinae, Betaherpesvirinae e Gammaherpesvirinae.

. Cada subfamília possui diversos gêneros.

. Iremos abordar por espécie afetada.

. Todas as doenças que iremos abordar são causadas por vírus da subfamília
Alphaherpesvirinae.
Herpesvírus de bovinos
Herpesvírus bovino 1
Descrição

- Sigla: BoHV1

- Causador da Rinotraqueíte infecciosa bovina, vulvovaginite pustular


bovina e balanopostite pustular infecciosa.
Herpesvírus bovino 1
Epidemiologia

- Amplamente distribuída em rebanhos bovinos de todo o mundo.

- Causa doença respiratória e doença genital em bovinos

. Doença respiratória principalmente em animais jovens de


confinamento
. Doença genital principalmente em gado leiteiro.
Herpesvírus bovino 1
Rinotraqueíte infecciosa bovina
- Transmissão:
. gotículas, aerosol, contato direto, fômites.

- Patogenia:
. Replicação viral em epitélio de trato respiratório, das narinas até bronquíolos.
. Há viremia associada a leucócitos.

- Sinais clínicos:
. Febre, inapetência, descarga nasal e ocular (serosa e depois mucopurulenta),
dispnéia, tosse e salivação.
. Lesões: necrose e úlceras na mucosa do trato respiratório; formação de
membrana diftérica.
Herpesvírus bovino 1
Rinotraqueíte infecciosa bovina
- Sinais clínicos:
. sem complicações , o quadro dura de 5 a 10 dias.
. Complicações: infecções bacterianas secundárias por Mannheimia haemolytica e
Pasteurella multocida.

- BoHV1 é um dos agentes do complexo respiratório bovino.


. Por estar associada a animais recém-chegados em confinamento, por vezes é denominado
“Febre dos transportes”.
Herpesvírus bovino 1
Doença genital
- Vulvovaginite pustular em fêmeas e Balanopostite infecciosa em machos.

- Transmissão
. Através de fômites, venérea ou sêmen infectado.

- Patogenia:
. Replicação viral em epitélio do trato genital (vulva, vagina, pênis e prepúcio), com
formação de áreas de necrose, ulcerações, edema, descarga vulvar.
. Formação de pústulas que coalescem e formam pseudomembranas.
Herpesvírus bovino 1
Doença genital
- Sinais clínicos:
. Febre, anorexia
. Cauda levantada, polaquiúria, disúria.

. Pode ocorrer abortamento em vacas prenhes


> abortamento geralmente ocorre entre quarto e sétimo mês de gestação.
> pode ocorrer até três meses após regressão do quadro clínico.

. Estágio agudo dura 4 a 5 dias, e lesões melhoram após 10-14 dias, se não houver
complicações.

. Possibilidade de infecção generalizada em bezerros recém-natos.


Herpesvírus bovino 1
Diagnóstico
- Achados clínicos são característicos.

. No entanto, boa parte das infecções são subclínicas.

- Confirmação laboratorial

. PCR ou Imunofluorescência de esfregaços e tecidos


. Em caso de abortamento: Imunohistoquímica ou PCR a partir de tecidos fetais
Herpesvírus bovino 1
Tratamento
- Antibioticoterapia (infecções secundárias)

- Antiinflamatórios não-esteroidais.
Herpesvírus bovino 1
Profilaxia e controle
- Vacinação:
. Não impede infecção, mas diminui severidade dos sinais clínicos.
. Aplicada antes do serviço e antes da situação estressante.
. Em casos de vacinas vivas: não aplicar em fêmeas prenhes e seus contatos (até
30 dias).
. Em países que estão tentando erradicar o BoHV1: vacinas com mutação
direcionada ou recombinantes.

- Uma vez infectados, animais podem se tornar carreadores latentes e doença


clínica reaparecer em situações de estresse ou uso de corticosteróides.
Herpesvírus bovino 5
Descrição
- Vírus antigenicamente relacionado ao BoHV-1.

- Sigla: BoHV-5
Herpesvírus bovino 5
Epidemiologia
- Afeta rebanhos no continente americano e Austrália.

- Causa Meningoencefalite fatal, sobretudo em animais jovens.


Herpesvírus bovino 5
Transmissão, Patogenia e Sinais Clínicos
- Transmissão e patogenia similar à forma respiratória de BoHV-1.

- No entanto, após estabelecer-se em gânglios neuronais trigeminais, o vírus


ascende ao encéfalo, resultando em doença neurológica fatal.

- Sinais clínicos:
. Febre, depressão, descarga nasal e ocular;
. Ranger de dentes, ataxia, cegueira, nistágmo, opistótono, andar em círculos,
headpressing, convulsões.
Herpesvírus bovino 5
Diagnóstico, Tratamento, profilaxia e controle
- Diagnóstico: PCR a partir de tecido nervoso.

- Não há tratamento.

- Acredita-se que a vacinação contra BoHV-1 previna a doença por BoHV-5.


Herpesvírus de equinos
Herpesvírus equino 1
Descrição e Epidemiologia

- Sigla: EqHV1

- Considerado a principal causa de abortamento viral em equinos.

- Enzoótico nas populações de equinos ao redor do mundo.

- Causa, além de abortamento, doença respiratória e doença


neurológica.
Herpesvírus equino 1
Transmissão, Patogenia e Sinais clínicos

- Transmissão por gotículas, contato direto, aerosol, fômites.

- Replicação viral em epitélio do trato respiratório → viremia.


. Em potros neonatos, pode ocorrer infecção sistêmica fulminante.

. Em éguas prenhes suscetíveis, pode ocorrer abortamento.


> normalmente após os 6 meses de gestação
> abortos com aparência normal, sme lesões evidentes
> aborto com menos de 6 meses de gestação → possibilidade de autólise.
> lesões mais comuns no aborto: esplenomegalia, necrose linfóide, necrose
focal hepática.
Herpesvírus equino 1
Transmissão, Patogenia e Sinais clínicos

- Surto de abortamento pode ocorrer após recrudescência em animal com


infecção latente → possibilidade de surto mesmo em plantéis fechados.

- Encefalomielite
. Aparecimento esporádico em um rebanho com animais infectados.
. Lesões se devem à replicação viral em vasos e capilares da medula espinhal
(mais raramento do encéfalo) → vasculite → trombose → isquemia e perda de
função.
. Sinais neurológicos vão depender da área afetada
> ataxia, incontinência urinária, paralisia de membros, óbito.
> prognóstico é melhor se não houver recumbência.
> pode haver resolução do quadro e reestabelecimento funcional.
Herpesvírus equino 1
Diagnóstico

- Apresentação clínica é sugestiva;

- Imunohistoquímica ou PCR em tecido de feto abortado (baço, fígado, timo,


pulmão ou mesmo placenta).

- Nos casos de encefalomielite: Imunohistoquímica ou PCR de áreas do SNC


com lesões.
Herpesvírus equino 1
Tratamento

- Suporte;

- Valacyclovir
. Antiviral que inibe a DNA polimerase viral competitivamente (mimetiza
nucleotídeo).
Herpesvírus equino 1
Profilaxia e controle

- Vacinação.
. Inativadas e atenuadas
. Utilizadas em caso de surtos de abortamento, para minimizar perdas.

- Estabelecimento de grupos fixos de éguas

- Isolamento imediato em caso de abortamento, e das éguas contato.


Herpesvírus equino 4
Descrição e epidemiologia

- EqHV-4

- Causa rinopneumonite em equinos.

. Doença respiratória aguda, sobretudo em potros a partir de 2 meses até


sobreano

. Surtos costumam acontecer ao misturar lotes de diferentes origens.


Herpesvírus equino 4
Sinais clínicos, profilaxia e controle

- Doença caracterizada por febre, anorexia e descarga nasal serosa profusa,


que depois torna-se mucopurulenta.

- Recrudescência pode causar doença clínica posteriormente.

- Vacinação:
. As vacinas comerciais para EqHV-1 geralmente contam com EqHV-4
também.
Herpesvírus de Felinos
Herpesvírus felino 1
Descrição e epidemiologia

- É um dos agentes relacionados ao Complexo Respiratório Felino.

- Causa a Rinotraqueíte infecciosa felina.


. Doença aguda de trato respiratório.

- Vírus amplamente disseminado nas populações felinas.


Herpesvírus felino 1
Transmissão e patogenia

- Transmissão por contato direto, gotículas, fômites, aerosol.

- Replicação viral no epitélio do trato respiratório superior


. Cavidade nasal, seios paranasais, faringe, epiglote, tonsilas, laringe,
traquéia.

. Em filhotes de até 4 semanas de idade, pode ocorrer replicação em epitélio


alveolar.

- Geralmente, a infecção é associada a outros agentes, como o calicivirus


felino.
Herpesvírus felino 1
Sinais clínicos

- Coriza, tosse, descarga nasal e ocular, salivação.

- Dispnéia, anorexia, febre, perda de peso.

- Conjuntivite, que pode estar associada a ceratite e úlcera de córnea.

- Gatas prenhes podem abortar (sem evidência de infecção fetal).

- Pode haver complicações por infecção bacteriana secundária.


Herpesvírus felino 1
Diagnóstico

- Clínico;

- Confirmação laboratorial:
. PCR de secreção ocular, nasal ou faringeal

. Vírus também pode ser isolado/detectado em felinos saudáveis

. produção e liberação de vírions é intermitente.


Herpesvírus felino 1
Tratamento

- Antibioticoterapia (para evitar/tratar infecções bacterianas secundárias)

- antihistamínicos

- Colírio com antibióticos

- Nebulização em câmara de oxigênio

- Fluidoterapia, em caso de desidratação

- Famciclovir (inibidor competitivo de DNA polimerase viral).


Herpesvírus felino 1
Controle e profilaxia

- Vacinação
. Vacina inativada
. Comercialmente, presente na tríplice, quádrupla e quíntupla.

- Evitar superpolução, exposição a felinos sintomáticos, situações de estresse.


Herpesvírus de suínos
Doença de Aujeszky
Etiologia e epidemiologia
- Causada pelo Herpesvirus suíno 1.

- Também chamada de Pseudorraiva, ou Peste de coçar.

- Primariamente, é uma doença de suínos


. Causa falha reprodutiva, abortamento e doença respiratória em adultos, com baixa
mortalidade.
. Causa doença neurológica e sistêmica com alta mortalidade em leitões de maternidade e
creche.

- Paralelamente, o vírus pode infectar outras espécies


. Cães, gatos, roedores, ruminantes, equinos (menos comum), causando doença neurológica
aguda fatal.
. Não é zoonótico.
Doença de Aujeszky
Transmissão

- Entre suínos, ocorre por contato direto, aerosol, gotículas, contato direto,
lambidas, mordidas; além de transmissão venérea.

- Carnívoros podem se infectar ingerindo carne de suíno infectado, ou de


roedores.
. Não ocorre transmissão cão-cão.

- Secreções de suínos infcetados podem contaminar comida/água de


herbívoros.

- Suínos agem como reservatório para outras espécies.


Doença de Aujeszky
Patogenia

- Infecção oral/intranasal → replicação na orofaringe.

- Entrada das partículas virais nas terminações nervosas → transporte retrógrado via
axônio para o encéfalo → ganglioneurite e encefalite.
. Também pode ocorrer ganglioneurite de plexos autonômicos cardíacos, além de
degeneração miocardial.

- Em suínos, também pode ocorrer replicação em tecido linfóide, epitélio bronquial e


em macrófagos alveolares.
Doença de Aujeszky
Patogenia

- Lesões macroscópicas são dificilmente observáveis.


. lesões pulmonares geralmente são causadas por infecções secundárias.
. Em leitões de menos de 7 dias, observa-se focos de necrose pulmonar.

- Lesões microscópicas: meningoencefalite não supurativa, com manguitos


perivasculares mononucleares, além de necrose neuronal e infiltrado mononuclear
nas meninges.
Doença de Aujeszky
Sinais clínicos

- Em suínos, podem ser dividos pelos grupos afetados.

- Matrizes prenhas:
. falha reprodutiva: abortamento, mumificação, maceração, natimortos, retorno ao
cio, nascimento de leitões fracos.

- Todos os adultos e suínos a partir da fase de crescimento:


. febre, tosse, dispnéia, salivação, constipação, apatia, recumbência.
. Sinais neurológicos podem estar presentes:
> incoordenação, movimentos circulares, espasmos, convulsões,
. Mortalidade: 1 a 2%.
Doença de Aujeszky
Sinais clínicos

- leitões de maternidade e creche:


. se oriundos de fêmea soronegativa, mortalidade pode chegar a 100%
> quadro neurológico agudo, morte súbita.

. se oriundos de fêmeas positivas ou vacinadas: diminuição da severidade do


quadro e tendência à recuperação.

. leitões de creche: quadro similar ao de adultos, mas com mortalidade podendo


atingir 50%.

- Incubação: cerca de 30h.


Doença de Aujeszky
Sinais clínicos

- Em hospedeiros alternativos:

. Incubação de 1 a 6 dias.
. Alteração de comportamento, agitação (ou apatia e letargia), prurido intenso,
automutilação, paralisia de mandíbula e faringe.
. Em carnívoros, uivo lamentoso.

. Fatal.

. Morte pode ocorrer em poucas horas; dificilmente qaudro dura mais de 48h.
Doença de Aujeszky
Diagnóstico

- Histórico e sinais clínicos são sugestivos.

- Confirmação laboratorial: Imunohistoquímica, Imunofluorescência ou PCR de


tecidos afetados.

- Sorologia
. Especialmente útil em programas de erradicação em suínos.
Doença de Aujeszky
Tratamento, Profilaxia e Controle

- Não há tratamento.

- Vacinação:
. utilização de vírus atenuado com mutação direcionada ou recombinantes.
. É proibida a vacinação profilática no Brasil.
> depopulação em caso de surto
> uso de vacinas a critério da autoridade sanitária em caso de surto.

- Doença de notificação obrigatória.

- Doença em forma de surto geralmente ocorre após intordução de animal infectado


em plane naive.
Doença de Aujeszky
Tratamento, Profilaxia e Controle

- Surto também pode ocorrer em propriedades que recebem animais pós-creche de


diferentes plantéis.

- Ciclo completo teoricamente ajudaria a evitar introdução de indivíduos infectados


(latentes).

- No Brasil, granja certificada de reprodutor suídeo deve ser livre de Doença de


Aujeszky.
Doença de Aujeszky
Tratamento, Profilaxia e Controle

- Em hospedeiros alternativos:
. casos indicam enzootia na população suína de contato
. deve-se evitar alimentar cães com carne suína crua.
. cães utilizados na caça ao javali/javaporco estão em risco.
. mesmo em países livres da doença no plantel comercial, há circulação viral em
populações de suídeos silvestres/ferais.
. Não há vacina para estes hospedeiros.
Herpesvírus de aves
Laringotraqueíte infecciosa
Etiologia e Epidemiologia

- Causado pelo GaHV-1

- Doença do trato respiratório superior.

- Amplamente distribuída em plantéis avícolas, comerciais e domésticos.

- Existem cepas de alta e de baixa virulência.


Laringotraqueíte infecciosa
Transmissão e patogenia

- Transmissão por gotículas, que alcançam a conjuntiva ou o trato respiratório.


. Em caso de ingestão, passagem do vírus para o trato respiratório através das
coanas.

- Replicação viral no epitélio de revestimento do trato respiratório: seios nasais,


faringe, laringe, traquéia.

- Ulceração, hemorregias; Formação de membranas diftéricas na traquéia leva à


dispnéia, e pode ocorrer morte por asfixia.
Laringotraqueíte infecciosa
Sinais clínicos

- Incubação: 6 a 12 dias.

- Doença pode levar várias semanas para se espalhar no plantel.

- Aves de todas as idades são suscetíveis, especialmente entre 4 e 18 meses.

- Tosse, coriza, descarga nasal e ocular, conjuntivite, dispnéia, depressão,


“engasgos”.
. Em casos severos, o pescoço é levantado e distendido, tentando favorecer a
inspiração.
. Expectoração sanguinolenta pode estar presente.
Laringotraqueíte infecciosa
Sinais clínicos

- Cepas virulentas podem apresentar mortalidade de até 70%.

- Cepas menos virulentas normalmente têm mortalidade restrita a 20%.


Laringotraqueíte infecciosa
Diagnóstico

- Sinais clínicos característicos.

- Laboratorial:

.Imunofluorescência ou Imunohistoquímica de esfregaços de secreções e tecidos;

. PCR
Laringotraqueíte infecciosa
Tratamento, profilaxia e controle
- Não há tratamento específico.

- Utilização de sistema all-in-all-out.

- Vacinação:
. praticada em aves de ciclo longo.
. atenuadas ou recombinantes.
. pode ocorrer surto por reversão à virulência da cepa vacinal, especialmente se
diferentes tipos de vacina são utilizados.
. Vacinação ajuda a evitar doença clínica, mas não impede infecção por cepa
virulenta nem estabelecimento de latência.

- criatórios domésticos e de quintal são um dos principais reservatórios.


Doença de Marek
Etiologia e Epidemiologia
- Causada pelo GaHV-2.

- Disseminada por todas as regiões de produção e criação avícola.

- Provoca doença linfoproliferativa, especialmente em aves jovens (<3 meses) não


vacinadas.
Doença de Marek
Transmissão e patogenia
- Transmissão ocorre por inalação de poeira infectada e de descamação cutânea de
aves infectadas.

- Replicação no epitélio do trato respiratório → vírus alcança tecido linfóide.

- Infecção de linfócitos TCD4+ → estímulo à proliferação neoplásica → desordem


linfoproliferativa → linfoma.
Doença de Marek
Manifestações clínicas
- Doença de Marek aguda:

. infiltração de linfócitos neoplásicos em nervos periféricos.


. paralisias decorrentes da lesão de nervos.
> paralisia de asa, perna; uni ou bilateral;
> recumbência; morte
> afetando nervo vago → dilatação do papo.

. Infiltração neoplásica em órgãos viscerais


> pode ocorrer morte sem sinais neurológicos.

. Imunossupressão pode estar presente.


Doença de Marek
Manifestações clínicas
- Linfomatose ocular:

. infiltrado de células neoplásicas na íris, levando ao acinzentamento da mesma.


. Uni ou bilateral.
. Normalmente em aves mais velhas.

- Doença de Marek cutânea:

. Lesões cutâneas nodulares, especialmente em áreas do folículo da pena.


. Vermelhidão em aptérios.
. Resulta em condenação da carcaça.

- Uma vez infectada, a ave torna-se carreadora latente.


Doença de Marek
Diagnóstico
- Histórico, sinais clínicos.

- Achados de necrópsia/abatedouro
. especialmente espassamento de nervos e lesões cutâneas.

- Imunofluorescência ou PCR de tecido afetado.


Doença de Marek
Tratamento, profilaxia e controle.
- Não há tratamento.

- Vacinação:

. Largamente utilizada.

. cepas avirulentas, recombinantes ou utilização de GaHV3.

. Vacinação parenteral de pintos de 1 dia ou in ovo aos 18 dias de incubação.

. Vacinação diminui acentuadamente a ocorrência de desordens linfoproliferativas causadas


por este vírus.
> mesmo assim, ainda podem ocorrer lesões neurológicas periféricas, em baixa incidência.
Doença de Marek
Tratamento, profilaxia e controle.
- Surgimento recente de cepas virulentas que superam a imunidade vacinal.

- Possibilidade de seleção de aves resistentes à doença.

- All-in-all-out com troca de cama e desinfecção entre alojamento de lotes.


Bibliografia

MacLachan, N.J.; Dubovi, E.J. Fenner’s Veterinary Virology, 5th


edition. Academic Press-Elsevier. 2017.

Flores, Eduardo Furtado (organizador). Virologia Veterinária.


Santa Maria: Ed. da UFSM, 2007.

VIRALZONE.
https://viralzone.expasy.org/ Acesso em 10/09/2022

https://www.msdvetmanual.com/ Acesso em 11/09/2022

Você também pode gostar