TCC Revisado - Ayahuasca - 28-08-2020
TCC Revisado - Ayahuasca - 28-08-2020
TCC Revisado - Ayahuasca - 28-08-2020
ENZO GUTIERRES
BAURU
2018
ENZO GUTIERRES
BAURU
2018
ENZO GUTIERRES
______________________________________________
Prof. Maria Cristina Teruel de Oliveira
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Prof. Me. Ronaldo Lopes
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Prof. Me. Renato Zanolla Montefusco
BAURU
2018
À toda minha família que me propiciou
segurança e carinho no desenvolver deste
trabalho. À toda razão, toda
espiritualidade e à vida de consciência
expandida.
“A ciência sem a religião é manca, a
religião sem a ciência é cega.”
(Albert Einstein)
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 10
2 OBJETIVOS ................................................................................... 12
4 DESENVOLVIMENTO .................................................................... 15
4.8.1 “Enteógeno”........................................................................ 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................91
10
1 INTRODUÇÃO
c) Os de cunho histórico;
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
a) Ayahuasca;
b) Benefícios;
c) Farmacologia;
d) Efeitos;
e) Psiquiatria;
f) Dependência química;
g) Malefícios;
h) Toxicidade;
i) Psicologia;
j) Contraindicações;
k) DMT;
l) Legalização.
14
4 DESENVOLVIMENTO
Figura 1- Makuna
mítica que os levou até onde eles se encontram agora, e o vômito causado
pensado como a língua da sucuri. A tribo Tatuyo diz que ao ingeri-la ocorre o
transporte ao tempo e lugar de origem, onde o Sol e as pessoas ainda não
estavam separados. Pela dança, pelo canto e pelos encantamentos refazem
a viagem primordial da sucuri como numa nova gênese do mundo. Ao fim da
sessão ritualística o mundo está outra vez forte e novo como nos primeiros
dias da criação. Para os Kaxinawá, a sucuri, chamada dunuam, é que deu o
desenho às mulheres e ensinou aos homens o preparo e as canções da
Ayahuasca, chamada nesta tribo de Nixi pae. Existem histórias que contam
fatores destruidores do mundo, e os Ashananki relatam a destruição do
mundo por um dilúvio, o Kamarampi, nome dado a bebida por eles, tem uma
presença fundamental. Com a ocorrência das chuvas, somente aqueles que
o tomaram e escutaram é que sobreviveram; outro conto diz que uma mulher
menstruada não pode ainda beber Ayahuasca ou morrerá, mas poderá
tomar quando “for como um homem”, cerca de dez dias após sua
menstruação. Isto porque o cheiro de sangue menstrual atrai os “monstros”
comedores de gente, e da mesma forma, se os bons espíritos tiverem
contato com este mesmo sangue o céu cairá sobre a terra.
4.2.1 O XAMÃ
De acordo com Kenneth Kensinger apud Luz (2009), Nixi pae, o nome
pelo qual é chamada a Ayahuasca entre os Kaxinawá, quer dizer “cipó da
embriaguez”. O cipó e a bebida são ainda chamados de dunuan isun (urina
de sucuri) e também huni (gente).
fazem uso desta bebida. No caso dessas religiões brasileiras, tais são
formuladas a partir da herança de consumo da Ayahuasca pelos sistemas de
curandeirismo amazônicos, bem como de outras fontes: a tradição afro-
brasileira, o espiritismo kardecista e o esoterismo de origem europeia,
sobretudo via o Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento e a Ordem
Rosa Cruz (LABATE, 2009).
Para Sandra Lúcia Goulart (2009), originalmente, o grupo que formou
o culto do Santo Daime era composto, praticamente, de ex-seringueiros que,
com o declínio da exploração da borracha, haviam deixado as áreas
extrativistas e passado a viver na cidade de Rio Branco. O próprio fundador
desta religião, Raimundo Irineu Serra, foi seringueiro por vários anos, fato
extremamente valorizado, aliás, por seus seguidores.
Ao exercerem o ofício de seringueiro, Raimundo Irineu Serra
(fundador do Santo Daime) e José Gabriel da Costa (fundador da União do
Vegetal), a exemplo de outros migrantes, entraram em contato com nativos
da Amazônia peruana, com os quais de iniciaram no uso ritual da
Ayahuasca. Não só os seringueiros, mostrados em fotografia abaixo na
Figura 5, mas pessoas que exerciam a profissão de garimpeiro e que foram
para Rondônia motivados pela busca do ouro, costumam dizer que “na
verdade o ouro era o Daime e que graças a Deus o encontraram” (ARNEIDE
BANDERIA CEMIN apud LABATE e ARAÚJO, 2009).
A análise das formas de consumo da bebida Ayahuasca entre os
seringueiros é um vasto campo de estudos para compreender o
aparecimento e a constituição do Santo Daime, da União do Vegetal e da
Barquinha. Segundo diversos relatos, a estrutura do ritual, as chamadas
(cânticos considerados sagrados, entoados durante o ritual) e as histórias
que constituem a mitologia dessas religiões podem ser encontradas, com
determinadas variações, é claro, em diversas regiões da Amazônia
Ocidental (LABATE, 2009).
Carsten Balzer (2009) afirma que o Santo Daime desenvolveu-se
após o primeiro ciclo da borracha (1915-1941), no início dos anos 1930. As
outras duas principais religiões ayahuasqueiras emergiram após o segundo
ciclo da borracha (Batalha da Borracha, 1942-1945), a Barquinha nos anos
depois de 1945, e a União do Vegetal no fim dos anos 1950.
33
4.4.1 FORMAÇÃO
Rainha da Floresta), aos elementos da natureza (sol, lua, estrela, mar, vento
etc.) e às entidades divinas do mundo cristão (Deus, Jesus Cristo, Virgem
Maria e o panteão de santos e arcanjos).
Araújo (2009) relata que Mestre Gabriel teve contato com muitas
religiões, devido a viagens realizadas por fazer parte do exército, e por tal
motivo a UDV é de certa forma “eclética”, trazendo meios da religiosidade
cristã, africana, indígena e espíritas. A UDV não trabalha com espíritos
45
Para Andrade (2009) a UDV pode ser caracterizada como uma ordem
religiosa iniciática hierarquizada que se utiliza da Ayahuasca como
facilitadora da concentração mental para, neste estado em que a
sensibilidade se aflora e a consciência se altera, assim veicular o seu
conteúdo religioso, forjado pelo Espiritismo e pelo Cristianismo. Segundo
ele, os participantes da UDV alegam que toda evolução individual não se
deu só pela Hoasca, mas pelo equilíbrio e disciplina dado as sessões.
Em contraposição, Andrade (2009) diz que com tal efeito, talvez dada
à clara estruturação da doutrina, a UDV de modo geral reage
autoritariamente em relação aos grupos congêneres. Neste momento
histórico em que, superadas em grande parte as guerras religiosas e, sob a
bandeira do diálogo livre e o manto do respeito as religiões em geral vêm
procurando se aproximar entre si, a UDV parece caminhar na contramão da
história: acentua a diferença, nega os valores dos grupos afins, desmerece-
os, caricatura-os, menospreza-os e, acima de tudo, critica-os, censura-os.
46
4.6 BARQUINHA
4.6.1 SURGIMENTO
4.7.1 CONTROVÉRSIAS
4.8.1 ENTEÓGENO
e vi que era parecido com todos eles (...) Me mostrou que eu sou
uma pessoa muito autoritária, muito exigente”. Em alguns relatos
constata-se intensa fascinação decorrente dos insights, aos quais
os sujeitos atribuem significações extraordinariamente profundas:
“Eu estava pensando na minha ex-namorada (...) ‘Meu Deus, eu
sofro tanto por causa desta mulher, eu amo ela tanto’. E aí o
pensamento me veio: ‘O amor por ela não me faz sofrer; o que me
faz sofrer é a falta de amor por mim’. Achei um pensamento
fantástico”.
Pires et. al (2010) assinala que a DMT, quando administrada pela via
pulmonar (fumada) ou pela via intravenosa, é capaz de produzir efeitos
alucinógenos, quase imediatos. Uma simples inalação produz de cinco a dez
minutos de “viagem”, que dura em torno de 30 minutos, caracterizada por
alucinações multicoloridas. Não há estudos sobre a toxicologia ou a cinética
da DMT fumada. Já para a forma injetável, com doses de 0,2 a 0,4 mg/kg,
observa-se instantaneamente o aparecimento de náuseas, vômitos,
taquicardia e de efeitos subjetivos tais como alterações do estado emocional
e afetivo, modificação da sensação de tempo e das sensações do próprio
corpo, sinestesia, medo e insônia.
Num estudo conduzidos com ratos, Motta (2013) concluiu que existe
um risco de toxicidade materna e de desenvolvimento fetal devido a
exposição à Ayahuasca e que este efeito parece ser dose dependente. Os
resultados do estudo revelam que a administração pré-natal do chá de
Ayahuasca causou toxicidade materna nas maiores doses de tratamento que
culminaram com as mortes de alguns animais. No estudo, percebeu-se
retardo de crescimento intrauterino e indução a malformações. Obteve-se
redução no número de fetos vivos, redução de peso corporal fetal e peso de
órgãos fetais e malformações viscerais. Motta concluiu que o tratamento
com o chá de Ayahuasca nas condições para gestantes induz a toxicidade
fetal. Porém, alguns toxicologistas acreditam que, em doses suficientemente
altas para produzir acentuada toxicidade materna, praticamente todas as
substâncias são capazes de afetar adversamente o desenvolvimento
embriofetal.
As mirações que são geradas pelo chá são consideradas reais pelo
indivíduo que as observa. Algumas mirações podem consistir como parte da
eficiência nos casos de mudanças de crenças, falhas de caráter, cura dos
vícios (alcoolismo, tabagismo, cocaína) e de reflexões pessoais. Muitos dos
conteúdos das “visões” podem envolver experiências reais do contexto da
vida do indivíduo. Admite-se que a consciência para se manifestar esteja
muito além de um simples determinismo e dependência neurobiológica, pois
a experiência do indivíduo será mediada pela influência cultural que ele
pertencer (set) (SOUZA, 2011).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIVRO resgata cancioneiro utilizado pelo Mestre Gabriel em Porto Velho. Rio
Branco: Edson Lodi, 2010. P&B. Disponível em:
<https://www.gentedeopiniao.com.br/colunista/montezuma-cruz/livro-
resgata-cancioneiro-utilizado-pelo-mestre-gabriel-em-porto-velho>. Acesso
em: 18 ago. 2018.