Movimento LGBTQIA

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O que é o movimento LGBTQIA+?

LGBTQIA+ é o movimento político e social que defende a diversidade e busca mais


representatividade e direitos para essa população. O seu nome demonstra a sua luta por
mais igualdade e respeito à diversidade. Cada letra representa um grupo de pessoas.

No dia 28 de junho é considerado o Dia Internacional do Orgulho LGBT. Importante


movimento social presente em todo o mundo, o Movimento LGBT ainda encontra muitos
obstáculos frente aos governos e à sociedade civil para conseguir garantir os direitos mais
básicos para todos os membros.

Em tempos de grandes avanços científicos, a sociedade ainda se vê imersa em questões


como o preconceito contra a orientação sexual dos cidadãos. Nesse sentido, o Movimento
LGBT luta por pautas muito importantes para a sociedade.

Por que o Movimento LGBTQIA+ é importante?

O Movimento LGBTQIA+ é um movimento civil e social que busca defender a aceitação das
pessoas representadas por esses termos na sociedade, além do respeito integral aos
direitos dessas pessoas.

Apesar de não ser um movimento centralizado e único nos seus mais diversos núcleos ao
redor do mundo, existem inúmeras organizações não-governamentais que atuam nesse
sentido, oferecendo apoio para essa parcela da sociedade.

Sempre enfrentando ondas de preconceito e de ódio, o Movimento LGBTQIA+ age em


busca da igualdade social. Seja por meio da conscientização das pessoas contra bifobia,
homofobia, lesbofobia e transfobia. Seja pelo aumento da representatividade das pessoas
LGBTQIA+ nos mais diversos setores da sociedade.

Naturalmente, como todo e qualquer movimento social, o movimento LGBTQIA+ é


composto por uma ampla rede de ativismo político. Inclui as famosas marchas de rua, bem
como grupos voltados para a mídia, as artes e até mesmo as pesquisas acadêmicas.

Ser uma pessoa LGBTQIA+ ainda é considerado crime em mais de 70 países, sendo que
13 punem com a pena de morte.

O significado da sigla LGBTQIA+

● L = Lésbicas: São mulheres que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero,
ou seja, outras mulheres.

● G = Gays: São homens que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero, ou
seja, outros homens.

● B = Bissexuais: Diz respeito aos homens e mulheres que sentem atração


afetivo/sexual pelos gêneros masculino e feminino. Ainda segundo o manifesto, a
bissexualidade não tem relação direta com poligamia, promiscuidade, infidelidade ou
comportamento sexual inseguro. Esses comportamentos podem ser tidos por
quaisquer pessoas, de quaisquer orientações sexuais.

● T = Transgênero: Diferentemente das letras anteriores, o T não se refere a uma


orientação sexual, mas a identidades de gênero. Também chamadas de “pessoas
trans”, elas podem ser transgênero (homem ou mulher), travesti (identidade
feminina) ou pessoa não-binária, que se compreende além da divisão “homem e
mulher”.

● Q = Queer: Pessoas com o gênero ‘Queer’ são aquelas que transitam entre as
noções de gênero, como é o caso das drag queens. A teoria queer defende que a
orientação sexual e identidade de gênero não são resultado da funcionalidade
biológica, mas de uma construção social.

● I = Intersexo: A pessoa intersexo está entre o feminino e o masculino. As suas


combinações biológicas e desenvolvimento corporal – cromossomos, genitais,
hormônios, etc – não se enquadram na norma binária (masculino ou feminino).

● A = Assexual: Assexuais não sentem atração sexual por outras pessoas,


independente do gênero. Existem diferentes níveis de assexualidade e é comum
essas pessoas não verem as relações sexuais humanas como prioridade.

O sinal de +

O símbolo de “ mais ” no final da sigla aparece para incluir outras identidades de gênero e
orientações sexuais que não se encaixam no padrão cis-heteronormativo, mas que não
aparecem em destaque antes do símbolo.

Além dessas letras, que são as mais comuns, atualmente, há algumas correntes que
indicam para uma sigla completa. É composta por: LGBTQQICAAPF2K+ (Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Transgêneros, Queer, Questionando, Intersexuais, Curioso, Assexuais, Aliados,
Pansexuais, Polissexuais, Familiares, 2-espíritos e Kink).

Movimento LGBT: história

Os primeiros registros históricos de indivíduos homossexuais são datados de cerca de


1.200 a.C., de modo que boa parte dos pesquisadores, estudiosos e historiadores afirmam
que a orientação homossexual era aceita em diversas civilizações. Entretanto, em vários
momentos e partes do mundo, a comunidade LGBTQIA+ foi e ainda é violentada, torturada,
morta e tem seus direitos usurpados.

Historicamente, códigos penais combatendo a homossexualidade são muito presentes,


sendo que o primeiro registro nesse sentido data do século XIII, no império de Gengis Kahn.
Lá, a sodomia levava à condenação por pena de morte.
Já no hemisfério ocidental, as primeiras leis nesse sentido, redigidas sobre uma forte
influência do movimento cristão da Inquisição, surgiram no ano de 1533. O inglês Buggery
Act e o Código Penal de Portugal traziam os “Atos de Sodomia”, que carregavam o
julgamento por um tribunal eclesiástico, podendo levar à pena de morte.

Em um contexto no qual Inglaterra e Portugal, junto com a Espanha e a França, dominavam


boa parte dos territórios ao redor do globo, a influência dessas legislações preconceituosas
se estendeu não apenas pela Europa, mas também por todas as colônias.

Os séculos seguintes também não apresentaram grandes avanços, sendo que grandes
genocídios foram cometidos contra os LGBTQIA+. Durante o avanço do nazismo alemão,
por exemplo, a população LGBTQIA+ era levada aos campos de concentração e extermínio.
Inclusive, dois símbolos do movimento tiveram suas raízes nesse momento histórico: o
triângulo invertido de cor rosa, que designava homens gays, e o triângulo preto invertido,
para as mulheres “antissociais”, grupo no qual se incluíam as lésbicas.

Os LGBTQIA+ foram submetidos a métodos de tortura, castração, terapias de choque,


lobotomia e até mesmo estupros corretivos, tudo isso sob a alegação de que, segundo
teorias de médicos e psicólogos nazistas, a homossexualidade seria uma doença de ordem
mental.

Até os anos 1960, ser homossexual era crime em todos os estados dos Estados Unidos da
América, exceto Illinois, até então símbolo de progressismo no mundo ocidental. Uma das
maiores mentes de todos os tempos, o pai da computação, Alan Turing, por exemplo, sofreu
castração química como pena do governo inglês em 1952, mesmo após trazer avanços que
ajudaram no fim da Segunda Guerra Mundial.

Ao redor do mundo, várias clínicas particulares, sob forte influência religiosa, oferecem
serviços que prometem uma “cura gay” para algo que não é uma doença. Ainda nos anos
2010, ter relações homossexuais é considerado crime em mais de 73 países, sendo que 13
punem com a pena de morte.

A Rebelião de Stonewall

Em 28 de junho de 1969, uma das mais importantes rebeliões civis da história se inicia no
Stonewall Inn, em Greenwich Village, nos Estados Unidos. Gays, lésbicas, travestis e drag
queens enfrentam a força policial em um episódio que serviu de base para o Movimento
LGBTQIA+ em todo o mundo.

Conhecido como a Rebelião de Stonewall (ou Stonewall Riot, em inglês), o episódio durou
seis dias seguidos como uma resposta contra a ação arbitrária e preconceituosa do efetivo
policial, que tinha como rotina a promoção de batidas e revistas de cunho humilhante nos
bares e boates gays da cidade de Nova York.

Uma das principais consequências da rebelião foi a criação de dois importantes grupos para
a história do Movimento LGBTQIA+: o Gay Liberation Front (GLF) e o Gay Activists Alliance
(GAA).
Já para a vertente transexual, apesar de não haver consenso sobre um episódio específico,
a criação da publicação Transvestia: The Journal of the American Society for Equality in
Dress, do ano de 1952, foi um marco importante para a luta trans nos Estados Unidos. Isso
sem contar que a própria Rebelião de Stonewall contou com a participação importantíssima
de duas travestis: Sylvia Rae Rivera e Marsha P. Johnson.

Por fim, a articulação do movimento lésbico ganhou muita força durante a segunda onda
feminista, que abrangeu as décadas entre os anos 1960 e 1980. Dentro do próprio
movimento feminista, a crescente tensão entre as mulheres heterossexuais e as mulheres
lésbicas fez com que, aos poucos, elas se auto organizassem em sua própria luta.

Hoje, o Movimento LGBTQIA+ abrange diversas orientações sexuais e identidades de


gênero de modo que, mesmo sem uma organização central, promove diversas frentes de
luta pelos direitos civis da comunidade.

Movimento LGBT no Brasil

Movimento LGBTQIA+ brasileiro nasceu em um contexto de grande repressão e injustiça


social: a Ditadura Militar, que foi de 1964 a 1985. Assim, o surgimento de algumas
publicações LGBTQIA+ como os jornais Lampião da Esquina e ChanacomChana foram
essenciais para o crescimento e o amadurecimento do movimento no Brasil.

O jornal Lampião da Esquina surgiu no ano de 1978 e tinha um cunho abertamente


homossexual, apesar de abordar também outras importantes questões sociais. Uma de
suas principais ações era denunciar a violência contra a população LGBTQIA+..

Três anos depois, em 1981, um grupo de lésbicas fundou o jornal ChanacomChana,


vendido e distribuído no Ferro’s Bar, conhecido bar de público lésbico. Não aprovada pelos
donos do bar, as mulheres foram expulsas em 1983, resultando em um ato político que deu
origem ao que ficou conhecido como o Stonewall brasileiro. Por conta desse levante, que
resultou no fim da proibição da comercialização do ChanacomChana, o dia 19 de agosto é o
marco no qual se comemora o Dia do Orgulho Lésbico em São Paulo.

Conquistas do movimento LGBTQIA+

(1978) O início da organização do movimento LGBT:

A Rebelião de Stonewall aconteceu em 1969 nos EUA, período em que


passávamos pela ditadura militar (1964-1985) no Brasil. Aqui, nos anos 1970,
aconteciam reuniões em bares e clubes. Chamados de gueto, os espaços
frequentados por gays, lésbicas e travestis eram onde acontecia uma
organização inicial de pautas de reivindicações e apoio.
O primeiro jornal de temática homossexual com circulação nacional foi “O
Lampião da Esquina”, fundado em 1978, mesma época do surgimento do
então chamado “movimento homossexual brasileiro” (MHB).

O jornal fazia oposição à ditadura e denunciava abusos contra pessoas


LGBTQIAP+ e impulsionou a criação do Somos: Grupo de Afirmação
Homossexual, além de ter aberto um espaço para participantes lésbicas, com
o artigo chamado “Não somos anormais”, em 1979. Dele, também surgiu o
jornal ativista ChanaComChana.

(1979) Primeiro Encontro Brasileiro de Homossexuais:

O 1º Encontro de Homossexuais Militantes se realizou na Associação


Brasileira de Imprensa (ABI) no dia 16 de dezembro. Ele foi importante para
mostrar como o movimento LGBT estava ganhando força. Entre as
resoluções propostas no encontro, estavam a reivindicação de incluir o
respeito à “opção sexual” (como era conhecido na época), na Constituição
Federal, além de uma campanha para retirar a homossexualidade da lista das
doenças mentais.

(1983) Luta pela visibilidade lésbica:

O Ferro’s Bar era um local conhecido da comunidade LGBT em São Paulo,


mas, assim como ocorria em outros lugares, não era tão aberto a todas as
pessoas da sigla. Um grupo lésbico foi expulso do estabelecimento ao
compartilhar o jornal ChanaComChana, o que resultou em um protesto
organizado pelo Grupo de Ação Lésbica Feminista em 19 de agosto.

Esse foi um marco para a letra L da sigla e a data (19 de agosto) hoje é
conhecida como Dia do Orgulho Lésbico.

(1985) Despatologização da homossexualidade e luta contra AIDS:

A primeira ocorrência da aids no Brasil foi identificada em 1982, em São


Paulo. Os jornais da época noticiavam a doença como “peste gay”. O período
foi muito difícil para esta população na época, pois elas eram vistas como as
causadoras da disseminação do vírus e viravam alvo de muito preconceito.

Os grupos ativistas racharam por desavenças e muitos também passaram a


concentrar esforços para a luta contra o HIV. Em 1985, nasce o Grupo de
Apoio à Prevenção da Aids (GAPA), o Triângulo Rosa e o Grupo Gay da
Bahia (GGB), sendo esse último o principal responsável pela campanha para
que a homossexualidade fosse retirada da lista de doenças do Conselho
Federal de Medicina do Brasil.

Para se ter uma noção, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) só


retirou a homossexualidade da lista de distúrbios psiquiátricos em 1990 – 5
anos depois.

Também foi na década de 1980 que começaram a questionar o termo


orientação sexual no lugar de “opção sexual”, já que a homossexualidade é
uma condição biológica inata, não uma escolha.

(1992) Fundação da Associação de Travestis e Liberados (Astral):

O ano de 1992 foi muito importante para as pessoas travestis e transexuais,


que era ainda muito marginalizado e ignorado. Foi neste ano que foi fundada
da Associação de Travestis e Liberados (Astral), no Rio de Janeiro. Neste
ano, também se originou o Movimento Nacional de Travestis e Transexuais e
a primeira travesti a conquistar um cargo na política brasileira foi eleita, a
vereadora do Piauí Katya Tapety.

(1997) Primeira parada do orgulho LGBTQIA+:

Foi em junho de 1997 que ocorreu a 1ª Parada do Orgulho LGBT no Brasil,


na Av. Paulista, em São Paulo. Atualmente, ela é conhecida como a maior do
mundo e reúne milhares de pessoas todos os anos. Sempre é escolhido um
tema central a ser abordado, com o objetivo de que, além do orgulho de ser
quem é, as pessoas também utilizem esse espaço para dar voz a alguma
reivindicação do movimento LGBT.

(1999) Proibição da “cura gay”:

Apesar de não ser considerada uma doença nem pela Organização Mundial
de Saúde (OMS) desde 1990, muitas famílias e pessoas ainda tentavam
impor a sexualidade heteronormativa, gerando “tratamentos” como a “cura
gay”. A prática só foi proibida pelo Conselho Federal de Psicologia em 1999.
(2002) Redesignação sexual:

O processo também conhecido como “mudança de sexo”, do sexo masculino


para feminino, só foi permitido pelo Conselho Federal de Medicina em 2002.
Quando falamos em feminino para masculino, a conquista passou a valer
somente em 2010.

(2011) União estável entre pessoas do mesmo sexo:

A legalização para a união estável entre pessoas do mesmo sexo era uma
pauta desde 1995, mas foi só em 2011 que ela foi aprovada pelo Supremo
Tribunal Federal (STF). Com isso, os casais homoafetivos foram
reconhecidos como entidade familiar e passaram a poder realizar a adoção
conjunta.

Depois, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça aprovou uma resolução


que obriga cartórios a realizar o casamento civil entre homossexuais.

(2018) Transgêneros podem alterar o seu registro civil em cartório:

O uso do nome social foi permitido em 2016, mas as pessoas trans ainda
eram obrigadas a andar com documentos que não eram compatíveis com sua
identidade. Em 2018, o STF autorizou a mudança do nome de registro de
transexuais e transgêneros, mesmo daqueles que não passaram por cirurgia.

(2019) Criminalização da homofobia:

O Brasil é um dos países com maior índice de LGBTfobia, sendo considerado


um dos países que mais discrimina e mata pessoas LGBTs no mundo. Por
isso, mesmo que a criminalização da homofobia em 2019 não garanta a
punição para quem é homofóbico, ela ajuda a combater discursos
preconceituosos.

(2020) Liberação para doação de sangue:

Após todo o estigma da aids ser uma “peste gay”, pessoas homossexuais
eram proibidas de doar sangue. Os dados da época eram ainda imaturos e
apontavam as pessoas homossexuais como grupo de risco.
Atualmente, já se sabe que o homem gay não é o culpado, mas sim o sexo
desprotegido. O grupo de risco foi substituído pelo comportamento de risco,
uma vez que isso não depende da orientação sexual dos gêneros envolvidos.

Com informações mais maduras e a possibilidade de testagem dos materiais


nos bancos de sangue, no dia 8 de maio de 2020, o STF derrubou a restrição
que proibia homossexuais de doarem sangue.

Ainda existem questões em pauta, uma vez que o Brasil é o país que mais
mata trans e travestis em todo mundo e 90% da população transexual e
travesti do país tem a prostituição como fonte de renda e possibilidade de
subsistência.

Gráfico de leis sobre orientação sexual:


Referências:

https://dorconsultoria.com.br/2022/05/20/conquistas-do-movimento-lgbt-no-br
asil/#:~:text=A%20legaliza%C3%A7%C3%A3o%20para%20a%20uni%C3%A
3o,poder%20realizar%20a%20ado%C3%A7%C3%A3o%20conjunta.

https://www.google.com/amp/s/www.stoodi.com.br/blog/atualidades/moviment
o-lgbt-o-que-e/amp/

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