1 Teoria de Subsistência Sustentável-1

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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário


(GADEC) 2ºAno

Trabalho de Teoria de Desenvolvimento Comunitário

Teoria de Subsistência Sustentável

Quelimane
2022
Kelven Viriato Lourenço
Sérgio Celestino Lisboa
Laurinda Fonseca

Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário

Teoria de Subsistência Sustentável

Trabalho de carácter avaliativo a ser submetido


na faculdade de ciências e Tecnologias na
cadeira de Teoria de Desenvolvimento
Comunitário
Orientador: Prof. dr. Eusébio Maquina

Quelimane
2022
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 4
Objetivos........................................................................................................................... 5
METODOLOGIA............................................................................................................. 5
Teoria de Subsistência Sustentável................................................................................... 6
Ponto de partida da perspectiva da subsistência ............................................................... 6
Perspectiva da subsistência centrada na População .......................................................... 6
O modelo de subsistências sustentáveis ........................................................................... 7
Bens .................................................................................................................................. 8
O Capital Humano ............................................................................................................ 8
O Capital Social ................................................................................................................ 8
O Capital Natural .............................................................................................................. 8
O Capital físico ................................................................................................................. 9
O Capital financeiro.......................................................................................................... 9
Balaço ............................................................................................................................... 9
O contexto de Vulnerabilidade ......................................................................................... 9
Politicas, Instituições e Processos (PIP´s) ...................................................................... 11
Estratégia de Subsistência .............................................................................................. 12
Resultados da Subsistência ............................................................................................. 13
Desenvolvimento Sustentável......................................................................................... 14
Objetivos do desenvolvimento sustentável..................................................................... 14
Importância do desenvolvimento sustentável ................................................................. 15
O que fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável? ........................................... 15
Sustentabilidade .............................................................................................................. 16
Conclusão ....................................................................................................................... 17
Bibliografia ..................................................................................................................... 18
Introdução

O presente trabalho surgiu no âmbito de pesquisa com o intuito de compreender


os diferentes aspectos ligados a modos de vida, mas concretamente no que tange ao
aspecto de discursos teóricos tal como a subsistência sustentável.
Ao longo do trabalho, iremos dar algumas definições de conceitos concretamente no
desenvolvimento sustentável.
Os processos de desenvolvimento foram sempre encarados pelo homem como meio de
alcançar o bem-estar quer seja material ou imaterial. Se por um lado esses processos
dependem dos variados recursos da natureza, por outro lado esta dependência foi de
dominação e delapidação chegando-se ao extremo de pôr em causa a própria existência e
perpetuação da humanidade. Para inverter o modus vivendi e o modus operandi a que o
homem se embalara por séculos, actualmente procura-se agir com menos agressão e com
mais consciência das limitações que o desenvolvimento deve encerrar.

A agricultura é parte dos processos de desenvolvimento e dela dependem milhões de


milhares de pessoas em todo o mundo. Em Moçambique, mais de 70% da população vive
desta actividade mas os seus efeitos sobre o ambiente, se conhecidos são pouco
acautelados. Essa situação tem despertado vários interesses e o presente trabalho, faz
parte disso.
Objetivos

Objetivo Geral

Elaborar uma revisão teórica sobre os conceitos de modos de vida sustentavel e


sustentabilidade de forma a elucidar as origens do atual conceito de desenvolvimento
sustentável e expor o atual estágio do debate relacionado aos indicadores sustentabilidade.

Objetivos Específicos

a) Efetuar um estudo teórico sobre o conceito de subsistência sustentavel e da relação da


economia com o meio ambiente buscando descobrir as origens do conceito
desenvolvimento sustentável.

b) Analisar a evolução dos índices de subsistencia até o atual debate a respeito da adoção
de indicadores de sustentabilidade compatíveis com os objetivos apresentados pelo
conceito de desenvolvimento sustentável.

METODOLOGIA

A abordagem deste trabalho será descritiva e explicativa. A pesquisa bibliográfica será


feita sobre livros, teses e sítios eletrônicos e documentários buscando trabalhar com as
principais teorias e autores especializados sobre cada tema. Através dessa pesquisa se
tentara estabelecer uma linha histórica da evolução do conceito “Subsistência
sustentável” e, paralelamente, será descrita a relação existente entre o meio ambiente e a
subsistência ao longo da história até o atual conceito de sustentabilidade. Dessa forma,
será possível estabelecer as raízes que levaram ao surgimento do atual conceito de
desenvolvimento sustentável.
Teoria de Subsistência Sustentável

A Abordagem de Meios de Subsistência Sustentáveis é um quadro conceitual útil para


analisar as estratégias de subsistência adotadas pelos indivíduos baseados em seus
investimentos em ativos e no uso que fazem deles quando se defrontam com políticas,
instituições e processos que afetam suas vidas, e no contexto mais amplo da
vulnerabilidade. Esta abordagem reconhece que os pobres recorrem a uma série de ativos
materiais e não materiais para adotar múltiplas estratégias que lhes garantam o bem-estar
individual e da família. No entanto, as pessoas pobres são também vulneráveis a choques
externos e a tendências que podem reduzir seu acesso a ativos. Em muitos casos, essas
pessoas são forçadas a gastar seus ativos simplesmente para sobreviver a um determinado
choque; noutros casos, podem usá-los de forma mais estratégica para manter e mesmo
melhorar seus meios de subsistência quando esses choques ocorrem.

Com base na definição acima referida remete-nos a ideia que a subsistência


sustentável e o mesmo que um modo de vida sustentável, sendo assim como tido esta
também pode ser designada teoria de sustentabilidade sustentável.

Ponto de partida da perspectiva da subsistência

As populações em si devem ser o ponto principal para a análise da gestão da


agrobiodiversidade. Se as populações não forem o ponto de partida, será difícil conseguir
prioridades de investigação e desenvolvimento que estejam alinhadas com os pontos de
vista das populações locais.

Perspectiva da subsistência centrada na População

O ponto de partida para a gestão da agrobiodiversidade é as próprias populações. Uma


perspectiva de subsistência facilita uma análise mais aprofundada dos diferentes grupos
sociais, incluindo a distribuição de benefícios e acesso aos recursos de uma perspectiva
do género. A adopção de uma perspectiva de subsistência vai, portanto, facilitar a
identificação das múltiplas funções e propósitos que a biodiversidade agrícola
desempenha. Sendo para diferentes grupos sociais e diferentes ambientes, vai colocar a
segurança alimentar das populações pobres no centro da discussão.

A abordagem da subsistência enfatiza, ainda mais, a relevância do contexto mais vasto


em que os modos de vida (subsistência) e os seus bens se encontram incluídos. É muito
importante ter isto em mente, quando é discutida a agrobiodiversidade e a sua
contribuição potencial para a subsistência das populações, o contexto de vulnerabilidade
das populações, as políticas existentes, as instituições e os processos também necessitam
de ser considerados. Devemos considerar as diferentes estratégias e resultados de
subsistência que determinam amplamente como estes bens podem ser usados.

O modelo de subsistências sustentáveis

Apresenta os factores principais que afetam os modos de vida (subsistência) das


populações e as relações típicas entre estes factores. O modelo pode ser usado tanto para
planear novas actividades de planeamento como para avaliar a contribuição que as
actividades existentes têm para a sustentabilidade da subsistência. De forma particular,
este modelo:

 Providencia uma lista de assuntos importantes e sublinha a forma como estes se


ligam uns aos outros;
 Chama a atenção para influências e processos principais; e
 Enfatiza as interações múltiplas entre vários factores que afetam os modos de vida
(subsistência);

O modelo não funciona de uma maneira linear e não tenta apresentar um modelo da
realidade. O seu objectivo é auxiliar os intervenientes, com as suas diferentes perspectiva,
a envolverem-se num debate estruturado e coerente dos muitos factores que afetam a
subsistência, da sua importância relativa e da forma como interagem. No nosso caso, o
modelo deverá ajudar-nos a explorar as ligações entre a agrobiodiversidade, o género e o
conhecimento local e a compreender melhor o seu potencial na contribuição para uma
subsistência melhorada.

As subsistências são moldadas por uma variedade de diferentes forças e factores, que
estão em constante mudança. As análises centradas nas populações vão começar, mais
provavelmente, com a investigação simultânea dos bens das populações, os seus
objectivos (os resultados de subsistência que procuram) e as estratégias de subsistência
que adotam para atingir esses resultados. Os termos usados neste modelo e a sua
relevância vão ser explicados em seguida.
Bens

São o que as pessoas usam para ganhar a vida. Eles são os aspectos principais de um
modo de vida (subsistência). Os bens podem ser classificados em cinco tipos - humanos,
sociais, naturais, físicos e financeiros. As pessoas vão ter acesso aos bens de formas
diferentes, e.g. através da posse privada ou como direitos costumeiros para grupos.

O Capital Humano

É a parte dos recursos humanos que é determinado pelas qualidades das pessoas, e.g.
personalidades, atitudes, aptidões, capacidades, conhecimento, e também a sua saúde
física, mental e espiritual. O capital humano é o mais importante, não só pelo seu valor
intrínseco, mas porque os outros bens capitais não podem ser usados sem ele.

O Capital Social

É a parte dos recursos humanos determinada pelas relações que as pessoas têm com as
outras. Estas relações podem ser entre membros de família, amigos, trabalhadores,
comunidades e organizações. Elas podem ser definidas pelo seu propósito e qualidades,
tais como, confiança, proximidade, força, flexibilidade. O capital Social é importante por
causa do seu valor intrínseco, pois, aumenta o bem-estar, facilita a geração de outro
capital e serve para gerar a estruturada sociedade em geral; que é cultural, religiosa,
política e outras normas de comportamento. Com a agrobiodiversidade, poderíamos
pensar nas ligações entre gerações que facilitam o fluxo de informação e conhecimento,
ou, poderíamos pensar em estratégias de troca de sementes entre famílias, como parte de
uma rede de segurança, em caso de perda de colheitas, etc.

O Capital Natural

É constituído pelos recursos naturais usados pelas pessoas: ar, terra, minerais, água,
plantas e vida animal. Eles providenciam bens e serviços, quer sem a influência das
pessoas (vida selvagem da floresta, estabilização dos solos), quer com a sua intervenção
activa (colheitas de quintas, plantações de árvores). O capital natural pode ser medido em
termos de quantidade e qualidade (número de acres, número de cabeças de gado,
diversidade e fertilidade). O capital natural é importante para os seus benefícios
ambientais gerais e porque é a base essencial de muitas economias rurais (ao providenciar
comida, materiais de construção, forragem). Este é provavelmente o bem mais fácil de
compreender, porque a biodiversidade agrícola, como tal, forma um capital natural.

O Capital físico

É derivado dos recursos criados pelas pessoas. Estes incluem edifícios, estradas,
transportes, água potável, eletricidade, sistemas de comunicação e equipamento e
maquinaria que produzem mais capital. O capital físico é constituído por bens de
produção, serviços e bens de consumo que estão disponíveis para as pessoas usarem. O
capital físico é importante, porque supre as necessidades das pessoas através do acesso a
outros capitais através de transportes ou infra-estruturas. Um exemplo relevante
relacionado com a gestão da agrobiodiversidade é a disponibilidade de locais de
armazenamento para guardar as sementes entre ciclos de colheita.

O Capital financeiro

É uma parte específica e importante dos recursos criados. Compreende as finanças que
estão disponíveis para as pessoas na forma de salários, poupanças, ofertas de crédito,
transferências de dinheiro ou pensões. É muitas vezes, por definição, o bem mais
limitador das pessoas pobres, apesar de poder ser o mais importante, pois pode ser
utilizado para comprar outros tipos de capital e pode ter uma má ou boa influência sobre
as outras pessoas. Em relação à biodiversidade agrícola, os bens financeiros podem ser
importantes porque evitam que as pessoas tenham que comer, ou vender todas as suas
colheitas e sementes, ou matar todo o seu gado.
Balaço

É a quantidade relativa de bens possuídos por um indivíduo, ou disponíveis, vai variar de


acordo com o género, localização e outros factores. O diagrama pentagonal que representa
os bens pode ser redesenhado, para se visualizar a quantidade relativa de cada capital que
está disponível a ser acedido por um indivíduo ou comunidade. É importante saber como
este acesso e disponibilidade variam ao longo do tempo.
O contexto de Vulnerabilidade

A extensão, até à qual os bens das pessoas podem ser acumulados, balanceados; e como
eles contribuem para os seus modos de vida, depende de um conjunto de factores externos
que alteram as capacidades das pessoas de ganhar a vida. Alguns destes factores vão estar
para além do seu controlo e podem exercer uma influência negativa. Este aspecto da
subsistência pode ser chamado o contexto da vulnerabilidade, este contexto deve ser
compreendido, para se desenharem formas de mitigar estes efeitos. Existem três tipos
principais de mudança:

 Tendências: Estas são graduais e são relativamente previsíveis. As mudanças


podem relacionar-se com a população, recursos, economia, governo ou
tecnologia. Elas podem ter um efeito positivo, apesar de aqui nos focarmos em
efeitos negativos. Os exemplos são:
a) Degradação gradual da qualidade dos recursos naturais. O processo
de desertificação pode levar à perda de espécies valiosas de plantas e
animais.
b) Aumento populacional excessivo por causa da migração, que pode
levar a um aumento da pressão nos recursos locais resultando no uso
insustentável e depleção.
c) Desenvolvimentos inapropriados da tecnologia podem desalojar
espécies ou variedades de culturas ou gado.
d) Mudanças não desejadas na representação política podem levar a
sistemas políticos que exploram recursos naturais locais.
 Estagnação económica geral ode levar a um aumento da pobreza, e resultar na
gestão insustentável dos recursos locais. Isto pode levar, por exemplo, à depleção
de certos recursos genéticos de plantas.
 Choques: Algumas alterações externas podem ser súbitas e imprevisíveis. Elas
podem estar relacionadas com a saúde, natureza, economia, ou relações.
Geralmente, elas são muito mais problemáticas. Os exemplos são:
a) Extremos climáticos (seca, inundações, tremores de terra), que podem
eliminar recursos animais e de vegetais existentes.
b) Perturbação civil (revolução) pode afetar as estruturas sociais. Pode
resultar na interrupção de transferências de conhecimento de recursos
animais ou vegetais.
c) Surto de doenças, eg. VIH/SIDA pode levar a mudanças nos recursos de
trabalho para as actividades agrícolas. Certas culturas podem ser
abandonadas ao mesmo tempo que o conhecimento relacionado com a sua
gestão.
 Sazonalidade: Muitas mudanças são determinadas pelos efeitos sazonais da
produção de colheitas, acesso e condições de vida. Apesar de serem de curto
prazo, durando uma estação, podem ser críticas para as pessoas pobres que têm
um modo de vida de subsistência. Os exemplos são mudanças nos:
a) Preços- podem fazer a produção de certos produtos muito cara e portanto
sem atrativos. Por outro lado, isto pode levar ao seu abandono.
b) Oportunidades de emprego - podem alterar a disponibilidade de recursos
relacionados com o trabalho, para a produção agrícola em estações
importantes, levando à perda de algumas práticas agrícolas e de colheitas.

Politicas, Instituições e Processos (PIP´s)

Para além dos factores que determinam o contexto da vulnerabilidade, existem uma gama
de políticas, instituições e processos, desenhados para influenciar as pessoas e a forma
como ganham a vida. Se bem-feitas, estas influências na sociedade devem ser positivas.
Contudo, dependendo do seu propósito original, algumas pessoas podem ser afetadas
negativamente. As políticas, instituições e processos, entram do modelo da subsistência,
são as instituições, organizações, políticas e legislação que moldam os modos de vida. A
sua importância não pode ser supre enfatizada. Operam a todos os níveis, do familiar ao
nível internacional. Funcionam em todas as esferas, das mais privadas às mais públicas.
Determinam efectivamente:

 Acesso vários tipos de capital, a estratégias de subsistência, e a corpos de tomada


de decisão e fontes de influência.
 Termos de troca entre diferentes tipos de capital; e Retornos, económicos e
outros, param uma qualquer estratégia de subsistência.

Para além disso, eles têm um impacto direto nos sentimentos das pessoas de inclusão e
bem-estar. Porque a cultura está incluída nesta área, as PIPs descrevem outras diferenças
não explicadas na forma como as coisas são feitas em diferentes sociedades.
Exemplos de PIPs incluem:
 Políticas - sobre o uso dos recursos genéticos de plantas e gestão da
biodiversidade.
 Legislação - na criação de patentes de recursos genéticos vegetais, direitos de
propriedade
 Impostos, incentivos, etc. - incentivos para a produção de culturas de rendimento
ou variedades melhoradas que possam substituir as variedades locais.
 Instituições - extensões ou instituições de pesquisa que promovam inovações
externais, e representem o interesse de agricultores prósperos que dependem
menos da agrobiodiversidade.
 Culturas - relacionadas com as relações de género, que podem afetar o acesso e
a tomada de decisão na seleção e gestão de culturas e gado.

Estratégia de Subsistência

Para resumir as características dos modos de vida (subsistência): as pessoas usam bens
para ganhar a vida. Elas enfrentam o melhor que podem os factores para além do seu
controlo que fazem os modos de vida vulneráveis. São afetados por políticas, instituições
e processos existentes, que podem influencia-los parcialmente. Existem três tipos
principais de estratégias, que podem ser combinadas de múltiplas formas:

 Baseadas nos recursos naturais: A maioria dos habitantes rurais vai planear
formas de ganhar a vida, baseadas diretamente nos recursos naturais à sua volta
e.g. agricultoras de subsistência, pescadores, caçadores/coletores, gestores de
plantações
 Não baseadas nos recursos naturais: Alguns habitantes rurais, e a maior parte
das pessoas urbanas, vai optar por ganhar a vida baseados em recursos criados que
vão desde a mendicidade, trabalhos sociais, condutores, trabalhos governamentais
ao trabalho nas lojas.
 Migração: Se não existirem oportunidades apropriadas para as pessoas ganharem
a vida, então uma terceira opção pode ser a de migrar da área para um local onde
possam ganhar avida. Os exemplos variam das tribos nómadas aos académicos
expatriados. Esta migração pode ser sazonal ou permanente.
Resultados da Subsistência

O objectivo destas estratégias de subsistência é suprir às necessidades das pessoas, tão


eficientemente e eficazmente como possível. Estas necessidades podem ser expressadas
como resultados de subsistência esperados de uma estratégia de subsistência escolhida.
Quando considerando as pessoas “pobres”, existem cinco resultados básicos que vão ser
habitualmente mais importantes para eles. A prioridade dada a cada um vai depender da
percepção do indivíduo de si próprio e das suas circunstâncias. Eles são os seguintes:
 Melhor segurança alimentar: Um requisito básico para qualquer subsistência é
alcançar a segurança alimentar. Não é suficiente ter uma alimentação adequada
durante parte do ano e insuficiente noutra parte. Deve existir um fornecimento
seguro durante todo o ano.
 Bem-estar aumentado: Um sentimento de bem-estar físico, mental e espiritual
aumentado é uma necessidade básica e importante. Até certa medida, depende de
outras necessidades estarem satisfeitas.
 Vulnerabilidade reduzida: Na medida do possível, um modo de vida escolhido
deverá ajudar a reduzir o feito dos vários factores que tornam a vida mais
vulnerável, e.g. seca, conflitos.
 Rendimento aumentado: Claramente, a maior parte das pessoas pobres que o
seu rendimento seja aumentado para um nível adequado, e de ter o máximo de
flexibilidade na supressão das suas necessidades.
 Uso sustentável dos recursos naturais: Como muitos modos de vida dos pobres
rurais depende do acesso aos recursos naturais, é importante que as suas
estratégias levem a um uso mais sustentável a estes recursos.
Desenvolvimento Sustentável

O que é desenvolvimento sustentável?

O desenvolvimento sustentável está ancorado no desenvolvimento econômico da


humanidade baseado na conservação dos recursos naturais. Desse modo, o
desenvolvimento de maneira sustentável indica que os recursos naturais sejam utilizados
de maneira racional, ou seja, sem o seu esgotamento, com vistas à conservação desses
recursos para as gerações futuras. Sendo assim, busca-se o progresso econômico da
sociedade baseado na importância dos recursos ambientais para as atividades produtivas
e, ainda, na sua conservação, em uma clara preocupação com o futuro da humanidade.

O termo desenvolvimento sustentável está ligado aos diferentes debates sobre as questões
ambientais promovidos, em especial, no final do século XX, por meio de ações da
Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse período, a preocupação ambiental se
tornou uma crescente, em razão dos impactos provocados pela ação humana no meio,
assim como pela emergência de questões como as mudanças climáticas e o aquecimento
global.

Objetivos do desenvolvimento sustentável

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estipulados no documento


“O Futuro que Queremos”, confecionado na Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), realizada no Rio de Janeiro (Brasil), em 2012. A
lista contempla 17 objetivos diretamente relacionados ao desenvolvimento sustentável,
que serão reavaliados em uma nova conferência mundial do meio ambiente, prevista para
2030. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são:

 Erradicar a pobreza;
 Erradicar a fome;
 Saúde de qualidade;
 Educação de qualidade;
 Igualdade de gênero;
 Água potável e saneamento;
 Energias renováveis e acessíveis;
 Trabalho digno e crescimento econômico;
 Indústrias, inovação e infraestruturas;
 Redução das desigualdades;
 Cidades e comunidades sustentáveis;
 Consumo e produção responsável;
 Ação contra a mudança global do clima;
 Vida na água;
 Vida terrestre;
 Paz, justiça e instituições eficazes;
 Parcerias e meios de implementação.

Importância do desenvolvimento sustentável

A importância do desenvolvimento sustentável está atrelada à necessidade de


conservação dos recursos naturais para as próximas gerações. Na atualidade, é sabido que
há um grande impacto das atividades produtivas no meio natural.

No mais, a sociedade atual está baseada no consumismo, situação que gera um alto
consumo de insumos naturais. A partir do crescimento do consumismo, a capacidade de
geração de recursos naturais pelo planeta fica comprometida, uma vez que a natureza não
acompanha os níveis de consumo da sociedade. Além disso, muitos desses recursos
naturais são finitos e encontram-se amplamente impactados pelas atividades humanas,
sendo muitas vezes inutilizáveis. Desse modo, a importância do desenvolvimento
sustentável é justificável pela urgente necessidade de conservação desses recursos.

O que fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?

O desenvolvimento sustentável é necessário para a manutenção das diferentes formas de


vida da humanidade, assim como para a garantia de oferta de recursos ambientais para as
próximas gerações. Sendo assim, o alcance do desenvolvimento sustentável perpassa por
mudanças nos hábitos de consumo, nas políticas ambientais e na melhoria de qualidade
de vida da população. Para tal, torna-se necessário uma reavaliação dos modos de vida
das pessoas, com vistas à diminuição do consumismo e da predação desenfreada dos
recursos naturais, além da promoção de mudanças na estrutura produtiva das indústrias.
No mais, deve-se ainda incentivar políticas de preservação ambiental, assim como
atividades com reduzido impacto ambiental nas diferentes esferas da sociedade. Por sua
vez, do ponto de vista social, pode-se fomentar ações de diminuição das desigualdades
sociais, assim como o estabelecimento de uma maior oferta de trabalho e renda para as
populações, por meio das contribuições da chamada economia verde. Desse modo,
contemplam-se os princípios econômicos, ambiental e social previsto no conceito de
desenvolvimento sustentável.

Sustentabilidade

O princípio da sustentabilidade propõe que o crescimento econômico não deve provocar


a degradação ambiental ou o esgotamento dos recursos naturais. Dentro do sistema atual,
em que a base está na sociedade de consumo, este conceito parece ser inviável do ponto
de vista prático, pois o crescimento econômico teria que ser limitado para alcançar o
objetivo proposto.

O desenvolvimento sustentável exprime a relação entre crescimento econômico,


conservação ambiental e preocupação social. A partir da sensibilização da sociedade em
razão do uso irracional dos recursos naturais e dos impactos ambientais gerados pela ação
humana, o conceito de crescimento sustentável se coloca como uma alternativa, que
promove a interdependência entre economia, meio ambiente e sociedade.

O conceito de desenvolvimento sustentável remete, dessa maneira, à importância de três


princípios para a sua efetivação: os princípios econômicos, ambientais e sociais. Essas
ações remetem ainda ao conceito de sustentabilidade, que está ligada à promoção de ações
que ofereçam sustentação para o crescimento econômico, a preservação ambiental e a
redução da desigualdade social.
Conclusão

O modo de vida Sustentável deve deixar de ser um jargão do politicamente correto para
se transformar em um ideal de vida dos Seres Humanos, indispensável para evitar o
colapso da sociedade.

De resto, para alcançar uma sociedade sustentável exige-se, necessariamente, a


participação individual de cada Ser Humano, mapeamento a realidade (ver), julgando as
condições ambientais do presente a partir do futuro que se pretende e se imagina (julgar)
e agindo de forma profícua (agir), realizando ações práticas voltadas ao desenvolvimento
sustentável.
Bibliografia

 VEIGA, José Eli da. Crescimento x Desenvolvimento quando mentos é mais.


Revista Brasil Sempre. Revista brasileira de desenvolvimento sustentável.
Numero 23. Matéria 3. Disponível em:
<http://www.insightnet.com.br/brasilsempre/numero23/mat03.htm>. Acesso em:
10 jun. 2009.
 VEIGA, José Eli da . Indicadores para o desenvolvimento sustentável. In:
Centro Internacional Celso Furtado. (Org.). Cadernos do Desenvolvimento -
julho 2009, ano 4, nº 6. 6 ed. Rio de Janeiro: Centro Internacional Celso
Furtado, 2009, v. 4, p. 130-147.
 Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Axioma - Acesso em 05 de fev.
2018 ROCHA, Jefferson Marçal da. SIMAN, Renildes Fortunado.
Desenvolvimento sustentável: desmistificandoum axioma. Disponível
emhttps://www.researchgate.net/publication/266405200_Desenvolvimento_sust
entavel_desmistificando_um_axioma- Acesso em 06 de fev. 2018.

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