ETP-Processo de Planificação

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Índice

1. Introdução.................................................................................................................................1

2. Objectivos.................................................................................................................................2

2.1. Gerais....................................................................................................................................2

2.2. Específicos........................................................................................................................2

3. Metodologia..............................................................................................................................3

4. Processo de planificação em Moçambique..............................................................................4

4.1. Dimensões do processo de planificação............................................................................4

4.2. Instrumentos do sistema nacional de planificação...........................................................5

4.3. Níveis de planificação.......................................................................................................7

5. Conclusão.................................................................................................................................9

6. Bibliografias...........................................................................................................................10
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1. Introdução
A planificação refere-se à acção e ao efeito de planificar, isto é, organizar-se ou organizar algo
de acordo com um plano. Implica ter um ou vários objectivos a cumprir, juntamente com as
acções requeridas para que esses objectivos possam ser alcançados. Nesse sentido, o processo de
planificar é concentrado na realização de um objectivo, envolvendo um exercício mental ou
intelectual. O processo de planificação é importante, pois reduz a incerteza, tratando-se de uma
planificação sistematizada, regrada, assegurando as operações económicas (realizando
actividades de forma racional). O processo de planificação tem por objectivo fornecer uma
economia de gestão, através da redução de custos no processo de gestão.

Moçambique é um estado descentralizado, sendo assim, a planificação ocorre de baixo para


cima, no entanto o processo decisório ainda conserva alguns mecanismos centralizadores do
anterior modelo de governação, baseado numa planificação centralizada (de cima para baixo). O
país tem dois níveis de governação, nomeadamente o governo central, que é constituído pelos
orgãos centrais e locais do estado e o governo local constituído pelas autarquias locais. O
governo central está descentralizado até ao nível de Localidade e todos os níveis funcionam de
forma hierárquica e segue instrumentos e mecanismos sincronizados. Mesmo as autarquias
locais, que têm uma grande autonomia administrativa, financeira e patrimonial, estão sujeitas à
tutela administrativa central do Estado. Esta organização constitucional tem uma grande
influência directa sobre os processos de tomada de decisão na planificação e orçamentação.
Neste sentido, o trabalho procura analisar o processo de planificação em Moçambique.
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2. Objectivos

2.1. Gerais
O presente trabalho tem o objectivo de analisar o processo de planificação em Moçambique.

2.2. Específicos
 Explicar as dimensões do processo de planificação;
 Elucidar sobre os instrumentos do processo de planificação;
 Descrever os níveis de planificação.
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3. Metodologia

Segundo GIL (1999) a pesquisa é um processo formal e sistemático de desenvolvimento de


método científico. Sendo fundamental para qualquer trabalho de pesquisa, uma vez que
pressupõe a procura de resposta. E para o alcance dos objectivos acima citados, fez-se uma
pesquisa bibliográfica, que para Vergara (2000) é desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos.
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4. Processo de planificação em Moçambique


O processo de planificação em Moçambique é gerido por dois ministérios. De um lado, é
responsabilidade do Ministério de Planificação e Desenvolvimento liderar e coordenar o
processo de planificação e dirigir o desenvolvimento económico e social integrado e equilibrado
no país. E, do outro lado, o Ministério das Finanças é responsável pela gestão das finanças
públicas que compreende, entre outros processos, a elaboração e execução do orçamento.
(Uandela, 2012, p. 3)

O sistema de planificação deve promover o reforço da participação dos órgãos e instituições


provinciais e distritais, garantindo a inclusão dos seus programas e subprogramas do Governo e
respectivas acções orçamentais e não orçamentais no PES e das acções orçamentais no OE.
Deve ser assegurado o incremento das acções do Governo visando o reforço e a expansão do
processo de planificação distrital participativo e o estabelecimento de regras, procedimentos e
rotinas visando a operacionalização do PES e do Orçamento Distritais, na perspectiva do
desenvolvimento socioeconómico local sem prejuízo das prioridades nacionais.(Orientações e
Metodologia para a Elaboração do PES e OE 2012)

O sistema de planificação em Moçambique assenta em três princípios operativos:

1. os instrumentos estratégicos de planificação a médio e longo prazo devem orientar os


instrumentos anuais, que são mais operativos;

2. o plano e o orçamento anuais devem ser consistente entre si;

3. o sistema deve ser inclusivo e abarcar tudo, de modo que todas as actividades, receitas e
despesas nele estejam incluídas. (MPF, 2004)

4.1. Dimensões do processo de planificação


No país o processo de planificação decorre em duas dimensões: a dimensão territorial e a
dimensão sectorial. A dimensão territorial tem como enfoque os problemas e potencialidades
específicos da região, procurando coordenar com as várias estratégias sectoriais para maximizar
o seu impacto; e a dimensão sectorial tem como enfoque os problemas e potencialidades
específicos do sector. As políticas e estratégias sectoriais são definidas ao nível central, pelo
ministério de tutela na sua área de competências, após consultas com as instituições territoriais,
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subordinadas e outros intervenientes. A visão sectorial, não deve analisar cada sector
isoladamente, pois as acções concentradas num único sector não são suficientes para gerar o
desenvolvimento que se pretende. Por exemplo, quando se incentiva o aumento da produção
agrária de uma determinada localidade, deve-se pensar nas estradas necessárias para que a
produção chegue aos consumidores. Quando se analisam vários sectores ao mesmo tempo e se
identificam as relações entre eles, dizemos que estamos em busca de uma visão integrada dos
problemas, este é um dos princípios que deve ser respeitado na planificação distrital. (MPF,
2004).

4.2. Instrumentos do sistema nacional de planificação


O sistema de planificação é orientado por um conjunto de instrumentos de políticas como: o
Programa Quinquenal do Governo (PQG), Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP);
Planos Estratégicos Sectoriais e Provinciais; Planos Económicos e Sociais e o Orçamento do
Estado. Vejamos:

 Plano Quinquenal do Governo: é o instrumento de planificação líder no desenvolvimento


nacional. Este plano apresenta os principais objectivos para um período de 5 anos e é a
base de todo o processo de planificação durante estes anos. Outros planos devem ter em
consideração os principais objectivos aqui. (Uandela, 2012, p. 3)

 Plano Estratégico para a Redução da Pobreza (PARP) é um documento do Governo que


delineia as estratégias para o alcance dos principais objectivos do plano quinquenal do
Governo, que é a redução da pobreza no país. O plano descreve as políticas
macroeconómicas, estruturais e sociais e programas que têm a finalidade de promover o
crescimento económico e social e reduzir a pobreza. (Uandela, 2012, p. 3)

 Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP): é um instrumento de planificação a médio prazo


através do qual o Governo organiza e apresenta opções estratégicas destinadas ao alcance
das principais linhas do seu plano quinquenal e do seu Plano Estratégico da Redução da
Pobreza (PARP). O CFMP é também um instrumento através do qual os recursos são
alocados para a despesa do Estado. Este instrumento é actualizado anualmente tomando
em consideração as mudanças actuais e ou estruturais, com a finalidade de garantir que o
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sistema de orçamentação permite que os recursos públicos sejam alocados de acordo com
os resultados desejados e esperados (Uandela, 2012, p. 4). O CFMP é um instrumento
fundamental no processo de preparação do Plano Económico e Social (PES) e do
Orçamento do Estado (OE). Com uma visão de médio prazo, o CFMP garante a
previsibilidade de recursos para a continuidade da despesa dos exercícios anteriores e
permite em função do envelope de recursos (definidos no Quadro Macro) definir novas
despesas públicas, através das quais se estabelecem os limites para o OE. (CFMP-
2014:2016)
O processo de orçamentação em Moçambique ganhou uma nova dinâmica com a aprovação da
Lei 9/2002 que criou o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE). Várias
acções tiveram lugar em relação à introdução da legislação e modelos de gestão que são mais
apropriados para as necessidades de uma administração pública moderna e efectiva. (Uandela,
2012, p. 4)

 SISTAFE é um sistema de orçamentação, de programação financeira, de contabilidade e


de controlo integrado que inclui os seguintes objectivos: estabelecer e harmonizar as
regras de e procedimentos de programação; avaliação, controle e gastos de recursos
públicos; desenvolver subsistemas que fornecem informação atempada e fiável sobre a
orçamentação e conservação dos bens dos órgãos e instituições do Estado; e, estabelece,
implementa e mantém um sistema de controlo interno eficiente e efectivo e
procedimentos de auditoria aceites internacionalmente. (Uandela, 2012, p. 4)

 Orçamento do Estado (OE), também conhecido como orçamento anual, é o instrumento


base do governo a respeito da implementação do Plano Económico e Social,
apresentando as receitas e despesas previstas para o ano em questão. Desde 2007, a
elaboração do Orçamento do Estado tem sido orientado pelo CFMP. (Uadela, 2012, p. 4)

 A nível provincial e distrital existem planos estratégicos e operacionais que desaguam no


plano central ou que derivam deste. Os sectores (estradas, águas, agricultura, etc.)
também têm os seus próprios planos estratégicos a todos os níveis. No âmbito do
processo de descentralização, os distritos são encorajados a desenvolver os seus Planos
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Estratégicos de Desenvolvimento (PEDD) e os seus planos e orçamentos anuais. (Uadela,


2012, p. 4)
Para facilitar a harmonização os sectores ao nível central deverão informar às províncias e
distritos o que se prevê em cada um destes níveis para o exercício económico. Esta informação
facilitará a elaboração do plano pelo distrito, harmonizando com a província e com o nível
central. A referida informação deverá ser providenciada aos distritos e províncias. (Orientações e
Metodologia para a Elaboração do PES e OE 2012)

4.3. Níveis de planificação


No processo de planificação integrado, em conformidade com o escalão do governo responsável
pela referida área, pode ser: nacional, provincial, distrital e autárquico. Em cada um desses níveis
o planeamento dá maior ou menor ênfase a determinados aspectos da realidade, ainda que
conserve a sua natureza integrada. De acordo com (MPF, 2004), o sistema de planificação
compreende os seguintes níveis:

 A Nível Nacional, o instrumento elaborado neste nível tem abrangência em todo território
nacional, e podem ser de longo e médio prazo ou de curto prazo. Os instrumentos de
médio prazo são os que definem objectivos estratégicos, resultados e metas, durante um
período máximo de cinco anos: PARPA, PQG, Planos Estratégicos Sectoriais e Cenário
Fiscal de Médio Prazo; e os de curto prazo, que são instrumentos para programação anual
das actividades do governo e de despesa pública: Plano Económico e Social e o
Orçamento do Estado.

 A Nível Provincial, os instrumentos elaborados neste nível tem abrangência em toda


província, e podem ser de médio prazo ou de curto prazo. O instrumento de médio prazo
é o Plano Estratégico Provincial e se destina a dar uma orientação estratégica às
actividades do governo provincial; e os instrumentos de curto são as componentes
provinciais dos instrumentos de planeamento e orçamento: PES provincial e a
componente provincial do OE.

 A Nível Distrital, os instrumentos deste nível tem abrangência em todo distrito, e podem
ser de médio e curto prazo. O instrumento de médio prazo é o PEDD, que cobre um
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período de cinco anos, fornece uma visão estratégica para o desenvolvimento do distrito e
é elaborado com a colaboração das comunidades locais, com vista o promover e apoiar as
iniciativas locais de desenvolvimento; e o de curto prazo é o PESOD, que é um
instrumento de gestão do Governo Distrital, que define os principais objectivos
económicos e sociais a serem alcançados durante o ano económico, as acções a realizar
para atingir aqueles objectivos e a afectação de recursos orçamentais para esses fins.

 A Nível Autárquico, os instrumentos deste nível abrangem o território das autarquias. O


instrumento de médio prazo é o Plano de Desenvolvimento Municipal; e os de curto
prazo são: o Plano de Actividades e o Orçamento Municipal
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5. Conclusão
O processo de planificação em Moçambique esta sobre a responsabilidade de dois ministérios,
responsaveis por liderar e coordenar o processo de planificação e dirigir o desenvolvimento
económico e social integrado e equilibrado no país. Os instrumentos de planificação devem estar
sincronizados, e todos devem ser orientados pelo Programa Quinquenal do Governo. Dito de
outra forma, deve haver uma harmonização entre as informaçõeas dos sectores ao nível central
até o nivél distrital, de modo que o processo de planificação seja facil e sistematizado.
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6. Bibliografias
Cenário Fiscal de Médio Prazo (2014 – 2016)

MPF, Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (2004), Maputo: Promédia

Orientações e Metodologia para a Elaboração do PES e OE 2012

UANDELA, André. Mecanismos e Instrumentos de Planificação e Orçamentação no Sector de


Águas em Moçambique. Novembro de 2012

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