Avaliação Do Tempo e Risco
Avaliação Do Tempo e Risco
Avaliação Do Tempo e Risco
TEMPO E RISCO
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
R375a
ISBN 978-85-53158-15-7
CDD 658.15
Magnus dos Reis
APRESENTAÇÃO...........................................................................07
CAPÍTULO 1
Valor do Dinheiro no Tempo.......................................................09
CAPÍTULO 2
Risco e Retorno...........................................................................57
CAPÍTULO 3
Avaliações....................................................................................105
APRESENTAÇÃO
A teoria que trata do valor do dinheiro no tempo é um dos conceitos
fundamentais da administração financeira, isso porque as decisões de consumo
e de investimento envolvem custos e benefícios com diferentes prazos e riscos.
Nesse contexto, é indispensável que o administrador tenha amplo conhecimento da
matemática financeira, mais especificamente, ele deverá dominar os conceitos e os
cálculos de valor presente e futuro para tomar decisões que maximizem sua renda
ou receita. O primeiro capítulo deste livro trata justamente sobre isso, ao apresentar
como as técnicas de composição e desconto são utilizadas para calcular o valor
presente e futuro de quantias individuais, anuidades e séries mistas.
10
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
Contextualização
A maioria das decisões financeiras envolve custos e benefícios distribuídos
em diferentes prazos, de modo que, conhecer o valor do dinheiro no tempo é
um conceito fundamental na administração financeira. Em qualquer tomada de
decisão, os administradores necessitarão avaliar cuidadosamente o impacto
de longo prazo sobre os fluxos de caixa previstos, de diferentes alternativas de
investimento. Dessa forma, não somente os conhecimentos dos conceitos de
valor presente e futuro serão extremamente importantes para que o administrador
tome a decisão mais correta, mas também o domínio da matemática financeira
será fundamental.
11
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
O valor do dinheiro no tempo surge do fato que mais vale ter um real hoje do
que tê-lo no futuro. Alguns dos motivos para que exista essa preferência revelada
são os seguintes:
i. Juros.
ii. Inflação.
iii. Risco.
Se você tiver uma quantia hoje e aplicá-la em uma das opções de investimento
disponíveis, então você terá a quantia inicial mais um plus decorrente dos juros do
período, portanto, o investidor terá um ganho para abrir mão do consumo presente.
Por outro lado, a inflação faz com que o dinheiro perca poder de compra no futuro.
Por exemplo, se você possuir apenas 100 reais e um determinado bem custar
exatamente o valor hoje, no futuro ele poderá estar sendo vendido por 110 reais,
logo a inflação não permitiria que o bem fosse comprado no futuro considerando
a mesma quantia disponível no presente. Ainda, uma vez que o futuro é incerto e
em muitas das opções de investimento há riscos envolvidos, determinam também
que exista uma diferença no valor do dinheiro hoje e no futuro.
12
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
linha estiver abaixo do ponto, então ela representa uma saída e, caso contrário,
uma entrada no fluxo de caixa. A Figura 1 representa os fluxos monetários de
um determinado investimento com prazo de maturação de cinco anos, além do
dispêndio inicial feito no período zero.
0 1 2 3 4 5
$ 15.000
Fonte: O autor.
13
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
b) Ferramentas de cálculo
14
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
...
...
...
...
...
...
Fonte: O autor.
Para ilustrar como essa tabela é útil, suponha que você queira aplicar R$
1.400,00 em um título do governo no qual paga 6% de juros ao ano. Qual seria o
montante que você teria no final de cinco anos? Localizando na Tabela 1, a coluna
correspondente a 6% de taxa de juros. Na linha, contando um período de 5 anos,
obtemos o fator de 1,33823. Conhecendo o fator, responder essa pergunta é muito
fácil, basta multiplicar o valor a ser aplicado pelo fator encontrado, como segue:
VFt = VP × FCi ,t
VFt = 1.873, 52
Sendo:
15
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
FCi ,t = (1 + i )t
Sendo:
FCi ,t = (1 + i )t
FC6,5 = (1 + 0,06 )
5
FC6,5 = 1,338823
FC25,10 = (1 + 0 , 25 )
10
FC25,10 = 9,313323
16
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
Partindo da mesma lógica, pode-se construir uma tabela com fatores de juros
de valor presente para uma unidade monetária, descontando em i por cento e
para t períodos, utilizando a seguinte fórmula:
1
FDi ,t =
(1 + i )
t
Sendo:
...
...
...
...
...
...
Fonte: O autor.
17
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
18
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
Fonte: O autor
Fica evidente que, na anuidade vencida, o valor começa a ser recebido antes.
Por fim, no que diz respeito à perpetuidade, ela tem como característica marcante
o fato de possuir vencimentos regulares e com duração infinita, como será mais
detalhado na sequência do capítulo.
Valor Futuro
O valor futuro é o montante total que uma determinada quantia de dinheiro
terá no futuro caso essa quantia seja aplicada em algum ativo financeiro por certo
período de tempo, remunerando o capital através de uma taxa de juros. Entretanto,
antes de apresentar os cálculos de valor futuro para uma quantia individual, para
uma anuidade e para uma série mista, devemos conhecer os conceitos de juros
simples e juros compostos. Ainda, muito embora o mercado financeiro usualmente
utilize a taxa de juros percentual, é necessário colocá-la na forma fracionária para
efetuar os cálculos financeiros. Isso é bastante trivial de ser feito, entretanto a Tabela
5 apresenta alguns exemplos de juros na forma percentual e seus respectivos juros
na forma fracionária. Perceba que isso já havia sido feito nos exemplos anteriores,
uma vez que foram apresentadas duas taxas de juros na forma percentual, 25% e
6%, utilizado 0,25 e 0,06, respectivamente, nos cálculos.
20
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
a) Juros simples
21
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
inicial, de modo que a base de cálculo para os juros é sempre a mesma quantia
estabelecida inicialmente. Assim, no regime de juros simples o capital crescerá
a uma taxa linear, da mesma forma que a taxa de juros também apresentará um
comportamento linear em relação ao tempo.
b) Juros compostos
Uma vez que no regime de juros simples os juros não são reinvestidos, pois
a cada período o ganho recebido de juros é calculado apenas sobre o montante
inicial de modo que os juros serão sempre os mesmos independentemente do
período, a aplicação do regime de juros simples no sistema financeiro é muito
limitada, sendo indicada apenas em um contexto não inflacionário e de curtíssimo
prazo, conforme destacou Samanez (2001). Em virtude disso, os cálculos de
valor presente e valor futuro apresentados no livro que está sendo estudado
consideraram apenas o regime de juros compostos.
Iniciando pelo caso mais simples, utilizando uma quantia individual com
composição anual, pode se derivar a equação do valor futuro a partir do seguinte
exemplo. Considere que você guardou R$ 1.000,00 em uma poupança e deseja
aplicar essa quantia em fundo que rende 10% ao ano. Qual quantia você teria
após um ano?
VF = VP × ( 1 + i )
VF = R$1000,00 × ( 1 + 0,1)
VF = R$1000,00 × 1,1
VF = R$1100,00
22
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
VF = R$1210,00
Em três anos:
VF = R$1331,00
Em t períodos:
VFt = VP × ( 1 + i )
t
23
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Ainda, a Figura 3 demonstra o valor futuro que cada parcela terá, acrescida
dos juros no quinto ano, assim como o montante final, que foi arredondado para
R$ 5.751,00. Perceba que os valores futuros de cada um dos montantes aplicados
podem ser obtidos, simplesmente, por meio da equação de valor futuro para uma
quantia individual.
VFt = VP × ( 1 + i )
t
VF = R$1.000,00 × ( 1 + 0,07 )
4
VF = R$1.000,00 × 1,3108
VF = R$1.310,80
24
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
T
VFAOt = PMT × ∑ ( 1 + i )
t -1
t =1
∑ ( )
T t -1
Primeiramente, observe que t =1
1+ i representa o fator de composição
de valor futuro apresentado, comumente, em tabelas financeiras para cálculos de
anuidades ordinárias (FCAOi,t). Considerando determinado fator, a fórmula pode
ser alternativamente expressa por:
T
VFAOt = PMT × ∑ ( 1 + i )
t -1
t =1
T t −1
VFAOt = 1000,00 × ( 1,07 ) + (1, 07 ) + ( 1,07 ) + ( 1,07 )
0 1 3 4
VFAOt = 1000,00 × ( 1,0000 + 1,07000 + 1,1449 + 1,2250 + 1,3108 )
VFAOt = 1000,00 × ( 5,7507 )
VFAOt = 5750,70
25
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
FCAVi ,t = FCAOi ,t × ( 1+ i )
Isso implica:
Ou:
Logo:
26
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
Fonte: O autor.
Observe que cada fluxo de caixa foi levado para um valor futuro, exceto o
último recebimento, pois o objetivo era encontrar o valor futuro da série no oitavo
(último) período. Visualize também que, em termos proporcionais, quanto mais
cedo o dinheiro for aplicado, maior é o valor futuro, uma vez que se acumulam
mais juros. Finalmente, o valor futuro da série mista é de R$ 125.072,02.
Valor Presente
De acordo com Gitman (2005), o valor presente de uma quantia a ser
recebida no futuro é calculado pela soma monetária atual equivalente à quantia
futura dada, levando em consideração a taxa de retorno que poderia ser obtida
com a aplicação do dinheiro disponível hoje. Intuitivamente, deve-se pensar o
valor presente se questionando e sabendo que, se você tem uma determinada
quantia hoje, logo você poderia obter i % de juros aplicando-a. Então, qual é o
máximo que você estaria disposto a pagar hoje pela oportunidade de obter o valor
futuro dessa mesma quantia em dinheiro somente daqui a t períodos?
27
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
A partir da análise visual do Gráfico 2, fica claro que, quanto maior for a taxa
de juros, menor será o valor presente do dinheiro. Ademais, quanto maior for o
período de acumulação, menor será o valor presente. Essas conclusões podem
ser generalizadas, de como que, a taxa de juros e o número de períodos sempre
têm uma relação inversa com o valor presente do dinheiro, independentemente se
formos considerar quantias individuais, anuidades ou séries mistas.
a) Taxa de desconto
28
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
VFt = VP × ( 1 + i )
t
VP × ( 1 + i )
t
VFt
=
(1 + i ) (1 + i )
t t
Logo:
VFt 1
VP = = VFt ×
(1 + i ) ( 1 + i )t
t
Observe que 1 / (1 + i ) é o fator de desconto para a taxa de juros i e para
t
Para tornar o cálculo ilustrativo, considere que você deseja saber o valor
presente de R$ 5.500,00 que serão recebidos somente daqui a 6 anos. O custo
de oportunidade do dinheiro, no caso apresentado, a taxa de desconto é de 5%
ao ano. Substituindo os valores do exemplo na fórmula de valor presente, tem-se:
29
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
1
VPt = VFt × t
(1+i )
1
VPt = 5500, 00 × 6
(1 + 0,05 )
VPt = 4104,18
30
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
Ademais, note que o valor presente dessa anuidade ordinária é dado pela
soma dos cinco fluxos de caixa descontados. Portanto, uma vez que cada um
dos fluxos descontados pode ser obtido facilmente através do cálculo individual
de valor presente de cada fluxo da série, pode-se encontrar o valor presente de
uma anuidade utilizando a fórmula de valor presente para quantias individuais já
apresentadas.
T
1
VPAOt = PMT × ∑
(1 + i )
t
t =1
∑ 1/ (1 + i ) representa o fator de
T t
Primeiramente, vale destacar que t =1
desconto de valor presente apresentado, comumente, em tabelas financeiras para
cálculos de anuidades ordinárias (FDAOi,t). Considerando o determinado fator, a
fórmula pode ser alternativamente expressa por:
31
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
T
1
VPAOt = PMT × ∑
(1 + i )
t
t =1
1 1 1 1 1
VPAOt = 7000, 00 × + + + + 5
(1,08 ) (1,08 ) (1,08 ) (1,08 ) (1,08 )
1 2 3 4
FDAVi ,t = FDAOi ,t × (1 + i )
32
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
1
FPPi,∞ =
i
1
VPPi,∞ = PMT ×
i
Na prática, determinado cálculo tem aplicações muito interessantes. Como
exemplo, suponha que você tenha interesse em proporcionar um valor infinito e
periódico para seus descendentes após seu falecimento. O valor que você estipulou
a ser deixado periodicamente de maneira infinita foi de R$ 120.000,00 anuais. Além
disso, assuma que a melhor remuneração no mercado pague 8% de juros ao ano.
Assim, quanto você precisa acumular hoje para comprar uma perpetuidade com
essas especificações financeiras? Utilizando as fórmulas anteriores, obtemos:
1
VPPt = PMT ×
i
1
VPPt = 120000,00 ×
0,08
VPPt = 120000,00 ×12,50
VPPt = 150000,00
33
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Fonte: O autor.
Como havia sido salientado, cada fluxo de caixa foi trazido a valor presente
e, somando todos eles, foi obtido o valor presente da série mista, que é dado por
R$ 25.585,13. Obviamente, em termos relativos, conclui-se que quanto maior for
o prazo de recebimento, menor o valor presente.
34
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
a) Aplicações especiais
T
VFAOt = PMT × ∑ (1 + i )
t -1
t =1
Ou, alternativamente:
35
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
VFAOt
PMT =
FCAOi ,t
Para ilustrar como isso pode ser utilizado na prática, considere o seguinte
exemplo. Imagine que nasça seu filho e você deseja depositar uma certa quantia
todos os anos para que, quando ele complete 18 anos, ele possa ingressar em
uma universidade. Assuma que o custo total estimado médio de um curso em uma
universidade é de R$ 400.000,00 e que a melhor taxa de juros de uma aplicação
financeira ofertada no mercado é de 8% ao ano. Portanto, é necessário encontrar
o quanto de valor anual deve ser depositado para que daqui a 18 anos você tenha
atingido os R$ 400.000,00 almejados.
1
FCAOi ,t = × (1 + i ) − 1
t
i
1
FCAO8,18 = × (1 + 0, 08 ) − 1
18
0,08
FCAO8,18 = 12,50 × ( 2,9960 )
FCAO8,18 = 37,4502
VFAOt
PMT =
FCAOi ,t
400000,00
PMT =
37,4502
PMT = 10.680,85
36
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
37
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
0 R$25.000,00 - - -
1 R$19.024,32 R$5.975,68 R$750,00 R$6.725,68
2 R$12.869,38 R$6.154,95 R$570,73 R$6.725,68
3 R$6.529,78 R$6.339,59 R$386,08 R$6.725,68
4 R$0,00 R$6.529,78 R$195,89 R$6.725,68
R$25.000,00 R$1.902,70 R$26.902,70
Fonte: O autor.
VFAOt = 0
PMT =
FCAOi ,t
38
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
1 1
FDAOi ,t = × 1 −
i (1 + i ) t
1 1
FDAO3,4 = × 1 − 4
0,03 (1 + 0, 03)
FDAO3,4 = 33,3333 × ( 0,11151288 )
FDAO3,4 = 3,717096
VPAOt =0
PMT =
FDAOi ,t
25000,00
PMT =
3,717096
PMT = 6725,68
J t = i × SDt −1
At = PMTt − J t
Aplicando:
A1 = 6725,68 − 750,00
A1 = 5975,68
39
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
SDt = SDt −1 − At
Assim:
Fonte: O autor.
40
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
VPAOt =0
At =
T
25000,00
At =
4
At = 6250,00
t
SDt = VPAOt =0 × 1 −
T
• Na terceira etapa, por sua vez, deve-se encontrar o valor dos juros (Jt) do
t-ésimo período, como segue:
( t − 1)
J t = i × VPAOt =0 1 −
T
Dessa forma, para o primeiro período, o valor dos juros serão de:
(1 − 1)
J1 = 0,03 × 25000,00 1 −
4
J1 = 0,03 × 25000,00 [1 − 0]
J1 = 750,00
41
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
PMTt = At + J t
Fonte: O autor.
42
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
VFt = VP × (1 + i )
t
1035,00 = 1000,00 × (1 + i )
4
43
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
2000,00
FDAOi ,t =
514,14
FDAOi ,t = 3,890
VFt = VP × (1 + i )
t
2 = (1,1)
t
In 2 ≅ t × In 1,1
0,693147181 ≅ t × 0,095310180
0,693147181
t≅
0,095310180
t ≅ 7,2725
44
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
VPAOt
FDAO11,t =
PMT
2500,00
FDAO11,t =
480,00
FDAO11,t = 5,2083
Taxas de Juros
O mercado financeiro utiliza a taxa de juros de diferentes formas.
Frequentemente, as operações de empréstimos e as aplicações financeiras
anunciam taxas de juros com períodos de capitalização diferentes, sendo
necessário deixá-las em uma mesma base para que seja possível compará-
las. Outro aspecto importante é que as taxas juros devem ser proporcionais
à ocorrência do pagamento, ou seja, quando a taxa de juros for anual e as
prestações forem mensais, você deverá ajustar os cálculos para levar em conta
essa diferença na periodicidade. Justamente para entender como lidar com essas
situações, a seguir são apresentados alguns conceitos importantes sobre o tema.
a) Nominal e efetiva
De acordo com Gitman (2005), a taxa de juros nominal é a taxa anual que foi
acordada na operação financeira, enquanto que a taxa de juros efetiva é aquela
taxa que realmente foi recebida/paga na operação. Alternativamente, a taxa de
juros anunciada apresenta uma capitalização (composição) diferente do que de
45
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
fato irá ocorrer na operação financeira, então haverá uma diferença entre as taxas,
dando origem aos conceitos de taxa de juros nominal e taxa de juros efetiva.
m×t
i
VFt = VP × 1 +
m
46
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
m
i
if = 1 + − 1
m
1
0,1
if = 1 + − 1 = 0,1000
1
4
0,1
if = 1 + − 1 = 0,1038
4
12
0,1
if = 1 + − 1 = 0,1047
12
Portanto, a taxa de juros efetiva, para uma taxa de juros nominal de 10% ao
ano, considerando uma composição anual, trimestral e mensal é, respectivamente,
10%, 10,38% e 10,47%.
(1 + ia ) = (1 + im )
12
47
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Que, generalizando essa relação para taxas de juros anual (ia), semestral (is),
trimestral (it), mensal (im) e diária (id), pode ser reescrita como:
(1 + ia ) = (1 + is ) = (1 + it ) = (1 + im ) = (1 + id )
2 4 12 360
(1 + ia ) = (1 + 0,03)
12
ia = 1,4258 − 1
ia = 0,4258
(1 + im ) = (1 + id )
30
(1 + 0, 06 ) = (1 + id )
30
1 30
(1, 06 ) 30 = (1 + id ) 30
1, 0019 − 1 = id
id = 0,0019
48
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
49
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
a) Quantias individuais
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
50
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
b) Anuidades
Solução: 5750,74
Fonte: O autor.
51
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
mesmos passos apresentados na tabela 14, você deverá encontrar o valor futuro
dessa anuidade vencida de R$ 6.153,29. Como já salientado, toda anuidade
vencida terá um valor superior a uma anuidade ordinária, independentemente se
estiver utilizando cálculos de valor futuro ou presente.
Solução: 2794,90
Fonte: O autor.
c) Séries mistas
52
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
Fonte: O autor.
53
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Para o valor presente de uma série mista, retome o exemplo de série mista
que foi apresentado na Tabela 7, localizado na Seção 3 do livro. Relembrando, o
exemplo contempla R$ 40.000,00 a serem recebidos nos próximos oito anos. A
taxa de desconto é de 8% ao ano. A Tabela 17 apresenta a valor presente de cada
um dos fluxos e somados obtém-se o valor presente da série mista.
Fonte: O autor.
54
Capítulo 1 Valor do Dinheiro no Tempo
Atividade de Estudos:
1)
Considerando as estratégias competitivas genéricas, leia
cuidadosamente cada uma das afirmações a seguir e assinale V para
as que considerar verdadeiras e F para as que considerar falsas:
a) ( ) O valor do dinheiro no tempo surge do fato que mais vale ter um real
hoje do que tê-lo no futuro. Alguns dos motivos para que exista essa
preferência revelada são os seguintes: juros, inflação e risco.
b) ( ) Os três principais tipos de séries de fluxo de caixa são: quantia
individual, anuidade e série mista. Através dos cálculos, é possível
encontrar o valor presente ou futuro de todas essas séries.
c) ( ) O valor futuro é o montante total que uma determinada quantia de
dinheiro terá no futuro caso essa quantia seja aplicada em algum
ativo financeiro.
d) ( ) A técnica do valor presente emprega o processo de composição para
determinar o valor presente de cada fluxo de caixa no final do prazo
do investimento e, em seguida, adiciona os valores para determinar
o valor presente do investimento.
e) ( ) Quanto maior for a taxa de juros, maior será o valor presente
de uma quantia. Da mesma forma, quanto maior for o período de
acumulação, maior será o valor presente do montante aplicado.
f) ( ) A diferença entre os regimes de juros simples e composto é que
o primeiro calcula os juros de uma operação financeira sempre
considerando o mesmo montante inicial, enquanto que o segundo
acumula os juros ao montante inicial em cada capitalização.
g) ( ) O valor presente de uma quantia a ser recebida no futuro é calculado
pela soma monetária atual equivalente à quantia futura dada,
levando em consideração a taxa de retorno que poderia ser obtida
com a aplicação do dinheiro disponível hoje.
h) ( ) A técnica de desconto é um processo igual ao método de
composição, pois o desconto busca encontrar o valor futuro de uma
quantia presente considerando que existe a oportunidade de obter
certo rendimento sobre determinado dinheiro.
i) ( ) O Sistema SAC caracteriza-se por prestações periódicas de igual
valor o e Sistema Price estabelece prestações que vão diminuindo
de valor a cada parcela paga, sendo que, de constante, tem-se a
amortização do saldo devedor.
j) ( ) A taxa de juros nominal é a taxa anual que foi acordada na operação
financeira, enquanto que a taxa de juros efetiva é aquela taxa que
realmente foi recebida/paga na operação.
55
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Algumas Considerações
A rotina diária do ser humano é repleta de decisões financeiras. Perceba
que, ao quitar uma dívida, tomar um novo empréstimo ou ao adquirir um bem,
as pessoas enfrentam um dilema: escolher uma entre as diversas formas de
pagamento existentes no mercado. São apenas alguns exemplos de decisões
que usualmente as pessoas necessitam lidar durante suas vidas, sendo que, cada
uma dessas decisões, e todas as outras possíveis, influenciam a saúde financeira
do indivíduo. Assim, o estudo da matemática e da administração financeira auxilia
a decidir qual a melhor opção financeira a ser tomada em determinado momento
e, por isso, o capítulo apresentou o conceito de valor do dinheiro no tempo, mais
especificamente, ofereceu noções de juros simples e juros compostos, além de
demonstrar os cálculos de valor presente e valor futuro que são o ponto nevrálgico
da administração financeira.
Referências
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2005.
56
C APÍTULO 2
Risco e Retorno
58
Capítulo 2 Risco e Retorno
Contextualização
No capítulo anterior foram apresentadas técnicas e conceitos relacionados ao
valor do dinheiro no tempo. Aquelas análises, as quais utilizaram o cálculo do valor
presente e futuro de uma quantia, desconsideram um aspecto muito importante
que existe no mercado financeiro: o risco do investimento. Em contrapartida, este
capítulo versará sobre a relação entre risco e retorno de um ativo, constatando
que deverá existir uma recompensa por correr risco, a qual é chamada de prêmio
pelo risco. De modo geral, a relação entre risco e retorno é positiva e direta, ou
seja, quanto maior for o risco, maior deverá ser o retorno potencial exigido. Assim,
os novos conceitos tornam-se fundamentais para a escolha de qual a melhor
opção de investimento e devem ser estudados.
Este capítulo foi estruturado da seguinte forma: a primeira seção traz uma
introdução ao risco e ao retorno, a segunda apresenta as ferramentas de cálculo
necessárias para conseguir mensurar o risco e o retorno de um ativo individual, a
seguinte calcula o risco de uma carteira de ativos, a quarta descreve o modelo de
formação de preços de ativos (CAPM), a quinta analisa as linhas de mercado de
títulos (SML) e a última exibe algumas aplicações.
59
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
a) Risco
De acordo com Ross et al. (2013), o prêmio pelo risco é uma quantia
excedente dada pela diferença exigida pelo investidor entre a magnitude do
retorno que um ativo com risco proporciona e a quantia de retorno que um ativo
sem risco pagará. O conceito ficará mais claro no decorrer desta seção, logo, não
se preocupe com ele por enquanto.
60
Capítulo 2 Risco e Retorno
61
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
62
Capítulo 2 Risco e Retorno
b) Retorno
Ct + Pt − Pt −1
kt =
Pt −1
63
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Sendo:
Ct + Pt − Pt −1
kt =
Pt −1
6000,00 + 106000,00 − 100000,00
kt =
100000,00
12000,00
kt =
100000,00
kt = 0,12
Suponha, desta vez, que você adquiriu na bolsa de valores 1.000 ações da
Empresa M&M cuja cotação, no início do ano, era de R$ 40,00 por ação. Após
um ano, a empresa pagou R$ 5,30 de dividendo por ação e, assim, você recebeu
um total de R$ 5.300,00 de dividendos. Ainda, o preço da ação subiu na bolsa de
valores, após um ano, para o valor de R$ 48,00 a unidade. Devemos nos perguntar:
qual é a taxa de retorno do investimento? Primeiramente, podemos analisar a
compra de ações da Empresa M&M como está apresentada na figura a seguir:
64
Capítulo 2 Risco e Retorno
Fonte: O autor.
Ct + Pt − Pt −1
kt =
Pt −1
5.300,00 + 48000,00 − 40000,00
kt =
40000,00
13300,00
kt =
100000,00
kt = 0,33
65
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Deixando de lado o mundo fictício, de modo a ter uma ideia real de como os
investimentos apresentam diferentes rendimentos ao longo da história recente,
será utilizada a excelente análise feita por Ross et al. (2002), a qual demonstra
a evolução das taxas históricas de retorno, ano após ano, para quatro opções
distintas de investimento muito utilizadas no mercado financeiro americano. As
opções analisadas pelos autores são as seguintes:
66
Capítulo 2 Risco e Retorno
Nota: Modificações na escala foram feitas para apresentar as cinco séries juntas.
Fonte: Adaptado de Ross et al. (2002).
Perceba que foi indicado, ao final de cada série de tempo, o valor que a
carteira atingiu no ano 2000, demonstrando, facilmente, o tamanho do crescimento
vivenciado em cada uma das opções de investimento ao longo do período de 75
anos (1925-2000). De imediato, fica evidente que a melhor opção de investimento,
para o período analisado, foi a carteira de ações de pequenas empresas, pois
cada dólar investido em 1925 tornou-se US$ 6.402,23 em 2000. A segunda melhor
opção foi o portfólio constituído com ações de grandes empresas que apresentou
um desempenho ligeiramente menor que o das pequenas empresas. A cada um
dólar investido nas ações das grandes empresas em 1925 valeria US$ 2.586,52
no ano 2000.
67
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Por outro lado, cada dólar gasto em 1925, comprando títulos de longo prazo
do governo americano, passaria a valer US$ 48,86 em 2000, um desempenho
muito inferior se comparado às opções relacionadas com o mercado de ações.
Com um desempenho apenas levemente superior à inflação do período, cada
US$ 1,00 investido em letras do tesouro americano em 1925 passaria a valer US$
16,56 em 2000. Perceba que o aumento no nível de preços foi tal que, no ano de
2000, apenas US$ 9,71 eram necessários para substituir o US$ 1,00 de 1925.
Uma vez que a variabilidade dos retornos das ações é maior que o retorno das
opções relacionadas aos Títulos do governo, conservadores, portanto, os investidores
mais avessos ao risco podem optar por um retorno menor no qual ofereça um menor
risco. Isso explica porque há compra de títulos do governo mesmo quando eles
oferecem um retorno menor que as demais alternativas de investimento.
68
Capítulo 2 Risco e Retorno
verticais, desenhadas a partir do eixo horizontal, nas quais sua altura informa a
taxa de retorno para o ano em questão. Por exemplo, ao observar o Gráfico 4,
perceberemos que as Letras do Tesouro não apresentaram nenhuma taxa de
retorno negativa em todo período, sendo que a taxa de retorno máxima foi de
15,21%, em 1981, e mínima de 0%, em 1939 e 1949.
69
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
k=Σ
T
k
t =1 t
T
Executando para a série história das taxas de retorno das opções de
investimento analisadas, encontram-se as taxas médias de retorno. Novamente, fica
claro que as ações apresentaram uma taxa de retorno muito superior aos Títulos do
Governo e às Letras do Tesouro no período entre 1925-2000. Vale destacar, ainda,
que as médias calculadas são nominais, pois não levam em conta a inflação do
período. Considerando a perda de poder de compra do dinheiro, a taxa de retorno
real das Letras do Tesouro, dos Títulos de longo prazo do Governo, da carteira de
ações de grandes empresas e do portfólio de ações de pequenas empresas é de
aproximadamente 0,7%, 2,5%, 9,8% e 14,1% ao ano, respectivamente. Neste caso,
a taxa de retorno real dos investimentos foi facilmente obtida diminuindo, da taxa
nominal média de retorno, a inflação média do período.
70
Capítulo 2 Risco e Retorno
O prêmio pelo risco, também apresentado na Tabela 18, pode ser calculado
através da diferença entre a taxa de retorno nominal de uma determinada
opção de investimento e a taxa nominal de retorno das Letras do Tesouro. As
comparações são realizadas sempre estabelecendo como referência as Letras
do Tesouro porque elas são consideradas uma opção de investimento sem risco,
dado que o governo pode imprimir mais dinheiro, ou ainda, aumentar os impostos
para liquidá-las sempre que precisar. É exatamente determinada a diferença
entre a taxa de retorno de um investimento com risco e a taxa de retorno de um
ativo sem risco que é chamada de prêmio pelo risco. Analisando os resultados,
podemos afirmar que as ações, tanto das pequenas como das grandes empresas,
apresentaram um prêmio pelo risco muito superior aos Títulos de longo prazo do
Governo no período 1925-2000.
Por fim, esta seção deixa três grandes aprendizados: deve-se ficar atento ao
histórico da taxa média de retorno e ao desvio-padrão das opções de investimento,
além do prêmio pelo risco. Determinados conceitos podem ser fundamentais na
tomada de decisão de qual investimento, dada a preferência com relação ao risco
de cada investidor.
72
Capítulo 2 Risco e Retorno
n
E k = ∑ k j × Prj
j =1
Sendo:
( )
2
Σ nj =1 k j − k
DP =
n −1
73
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
∑ (k )
n 2
σk = j − E k × Prj
j =1
Apenas como análise descritiva dos dados históricos, pode ser expressa como:
DP
CV =
k
74
Capítulo 2 Risco e Retorno
b) Distribuição de probabilidades
75
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
76
Capítulo 2 Risco e Retorno
41 a 50 3 0,04
51 a 60 2 0,03
61 a 70 0 0,00
71 a 80 0 0,00
Entretanto, uma apresentação gráfica mais útil pode ser feita com base nas
informações contidas na tabela anterior, de modo a complementar a análise dos
dados históricos e facilitar a interpretação. O gráfico supracitado é denominado
histograma. O histograma fornece informações relevantes a respeito do formato
que a distribuição de probabilidades de um determinado conjunto de dados
assume, além de sinalizar como os dados observados estão dispersos. Lembrando
que para um ativo, a dispersão de seus retornos é sinônimo de volatilidade.
Assim, quanto mais dispersos estiverem os dados, maiores são os riscos que o
investidor assume. O histograma das taxas de retorno da carteira composta por
ações de grandes empresas, para o período de 1926-2000, é apresentado no
gráfico a seguir.
77
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
78
Capítulo 2 Risco e Retorno
segue uma distribuição normal, o que, como será visto mais em frente, é uma
suposição muito factível e útil para avaliar retornos esperados.
79
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
• Distribuição normal
80
Capítulo 2 Risco e Retorno
Fonte: O autor.
2
( x−µ )
−
1 2 σ 2
f ( x) = e
σ 2π
81
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
∞∞
µµ==EE( x( )x )==∫ ∫−∞sfxf( (xx) )dx
dx
−∞
∞
σ 2 = E(x − µ) = ∫ ( x − µ ) f ( x ) dx
2 2
−∞
Fonte: O autor.
82
Capítulo 2 Risco e Retorno
Por fim, para os propósitos deste livro, basta ter em mente que os retornos
das opções de investimento são distribuídos, no mínimo, de forma muito próxima
à distribuição normal. Determinada suposição facilitará muitos cálculos que serão
realizados adiante.
83
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Fonte: O autor.
3
E k = ∑ k j × Prj
A
j =1
E k = 0,225
A
3
E k = ∑ k j × Prj
B
j =1
E k = 0,225
B
84
Capítulo 2 Risco e Retorno
∑ (k )
n 2
A
σk = j − E k × Prj
j =1
σ
CV =
E k
0,075
CV =
0,225
CV = 0,3333
85
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Analisando o ativo B:
0,1274
CV =
0,225
CV = 0,5662
Fonte: O autor.
86
Capítulo 2 Risco e Retorno
87
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
n
k p = ∑ wj × k j
j =1
Sendo:
88
Capítulo 2 Risco e Retorno
Para ilustrar como se pode utilizar a fórmula para calcular o retorno esperado
de uma carteira de ativos, suponha que você recebeu probabilidades para os
estados futuros da economia. A economia poderá entrar em uma expansão ou em
uma recessão, além da rentabilidade das ações A, B e C associadas aos estados.
A tabela a seguir sintetiza determinadas informações.
Fonte: O autor.
2
E k = ∑ k j × Prj
A
j =1
E k = 0,115
A
2
E k = ∑ k j × Prj
B
j =1
E k = 0,113
B
2
E k = ∑ k j × Prj
C
j =1
E k = 0,16
C
89
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
3
k p = ∑ wj × k j
j =1
∑ (k ) × Pr
2
σk p = s −kp s
s =1
k e = Σ3j =1w j × k j
k e = ( 0,2 ∗ 0,13) + ( 0,2 ∗ 0,16 ) + ( 0,6 ∗ 0,25 )
k e = Σ3j =1w j × k j
k e = ( 0,2 ∗ 0,08 ) + ( 0,2 ∗ 0,06 ) + ( 0,6 ∗ −0,05 )
k r = −0,002
90
Capítulo 2 Risco e Retorno
∑ (k ) × Pr
2
σ kp = s −kp s
s =1
R = E k + I
91
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
92
Capítulo 2 Risco e Retorno
Alguns exemplos de riscos podem ser apresentados para ficar mais evidente
a diferença entre ambos. Para o risco sistemático, guerras, PIB, taxa de juros,
incidentes internacionais e ações governamentais são alguns exemplos. Greves,
ações judiciais, decisões de agências reguladoras e perda de um cliente relevante
são situações relacionadas ao risco não sistemático.
R = E k + m + e
93
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Visto que o risco não sistemático pode ser praticamente todo eliminado pela
diversificação, devemos concentrar os esforços para entender melhor o risco
sistemático e saber como mensurá-lo.
94
Capítulo 2 Risco e Retorno
k j = α j + β j km + e j
Sendo:
kj o retorno do ativo j.
Cov ( k j , km )
βj =
σ m2
Tendo uma ideia de como podem ser obtidos, o mais importante é saber
interpretar e representar em um gráfico os betas, além de conhecer como aplicá-
los a carteiras. A tabela a seguir, retirada de Ross et al. (2013), demonstra alguns
95
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
96
Capítulo 2 Risco e Retorno
n
β p = ∑ wj × β j
j =1
Sendo:
βj o beta do ativo j.
97
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Para ilustrar, suponha que tenha uma carteira composta pelas ações das
empresas The Gap, Coca-Cola, 3M, eBay e Google e que a proporção do valor
total da carteira aplicada em cada um dos ativos é a mesma. Utilizando os coefici-
entes betas apresentados na tabela anterior, é possível obter o coeficiente beta da
carteira da seguinte forma:
5
β p = ∑ wj × β j
j =1
β p = ( 0,2 × 0,48 ) + ( 0,2 × 0,52 ) + ( 0,2 × 0,64 ) + ( 0,2 × 2,13) + ( 0,2 × 2,60 )
β P = ( 0,096 ) + ( 0,104 ) + ( 0,128 ) + ( 0,426 ) + ( 0,520 )
β p = 1,274
{ }
E k j = RF + β j × ( E [ km ] − RF )
Sendo:
βj o coeficiente beta.
98
Capítulo 2 Risco e Retorno
{
E k j = RF + β j × ( E [ km ] − RF ) }
E k j = 10 + 1,8 × (12 − 10 )
E k j = 10 + 1,8 × ( 2 )
E k j = 10 + [3,6]
E k j = 13,6
99
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Fonte: O autor.
100
Capítulo 2 Risco e Retorno
IncliniçãoSML =
( E k − R )
j F
βj
13,6 − 10,0
IncliniçãoSML =
1,8
IncliniçãoSML = 2
No entanto, a reta SML não é estática. Ela pode sofrer deslocamentos com
o passar do tempo, em decorrência de mudanças nas expectativas inflacionárias
ou no grau de aversão ao risco dos investidores, por exemplo. Determinadas
mudanças podem deslocar paralelamente a curva SML ou alterar a inclinação da
reta, dependendo do que provocou a alteração.
Por fim, conforme destacaram Ross et al. (2013), a razão entre retorno e
risco deve ser igual para todos os ativos disponíveis no mercado, ou seja, todos os
ativos devem ter a mesma reta SML. É verdade porque, em mercados eficientes,
uma eventual diferença entre duas linhas SML faria com que os investidores
fossem atraídos para o ativo mais rentável entre eles. Contudo, faria com que o
preço do ativo mais rentável subisse, o que, por sua vez, diminuiria seu retorno
101
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
esperado. O ativo que era menos rentável sofreria o processo inverso. O ajuste
ocorreria até que os dois ativos apresentassem a mesma linha SML. Formalmente,
para dois ativos denotados por z e v, temos:
( E [k ] R ) = ( E [k ] R )
z F v F
βz βv
Atividade de Estudos:
102
Capítulo 2 Risco e Retorno
Algumas Considerações
Este capítulo teve como foco principal avaliar o risco de um ativo individual
e de uma carteira de ativos. Devido à importância os conceitos apresentados,
as considerações finais do capítulo apresentam um breve resumo dos principais
pontos abordados. O primeiro é que o risco tem origem na variabilidade do
retorno do artigo e podemos utilizar a amplitude, o desvio-padrão e o coeficiente
de variação da taxa de retorno para mensurá-lo, além das distribuições de
probabilidade. Ademais, o risco total é dado pela soma do risco sistemático e
não sistemático. Uma vez que o risco não sistemático pode ser eliminado pela
diversificação em uma carteira de ativos, o foco da análise ocorre no risco
sistemático, que é aquele que afeta praticamente todos ativos da economia.
103
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Referências
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2005.
ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W.; JORDAN, Bradford D.; LAMB,
Roberto. Fundamentos de administração financeira. 9. ed. Porto Alegre:
AMGH Editora LTDA, 2013.
104
C APÍTULO 3
Avaliações
106
Capítulo 3 Avaliações
Contextualização
Infelizmente, embora o modelo CAPM seja muito intuitivo e fácil de ser
implementado, nem sempre ele consegue explicar com êxito o retorno esperado
de um ativo. O fracasso parcial fez com que surgisse um modelo teórico e empírico
alternativo para abordar a precificação de ativos. A Teoria de Arbitragem de preços
(Arbitrage Pricing Theory – APT), proposta pioneiramente por Ross (1976), nasceu
justamente para preencher determinada lacuna. O principal pressuposto da APT é
que não é possível haver preços diferentes para dois ativos com um mesmo fluxo
de caixa, pois quaisquer diferenças, caso ocorressem, seriam eliminadas pelo
processo de arbitragem e a impossibilidade de arbitragem levaria a uma relação
linear entre os retornos dos ativos.
A análise fatorial é uma técnica estatística multivariada que tem como objetivo
principal reduzir o número de variáveis através da extração de fatores comuns
que tenham a capacidade de explicar as variáveis originais de uma maneira mais
reduzida e simples. De forma mais específica, a análise fatorial utiliza combinações
lineares das variáveis observadas para obter os fatores comuns.
108
Capítulo 3 Avaliações
Quando o modelo CAPM foi estendido para lidar com múltiplos riscos,
originou-se a teoria APT. O modelo APT pode ser expresso da seguinte forma:
L
E [ ki ] = RF + ∑ βl Fl
l =1
Sendo:
Como exemplo, considere um modelo APT com três fatores aleatórios nos
quais descrevem os riscos sistemáticos que influenciam os retornos de ações.
Suponha que os três fatores macroeconômicos são os seguintes: a inflação (F1), o
PIB (F2) e a taxa de juros (F3). Assim, o modelo APT torna-se:
E[ki] = RF + β1 F1 + β3 F3
109
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
L
E [ ki ] = RF + ∑ βl Fl + ε i
l =1
L
E [ ki ] − RF = ∑ ( E [ kl ] − RF ) βl + ε i
l =1
Sendo:
110
Capítulo 3 Avaliações
L
E [ ki ] − RF = ∑ ( E [ kl ] − RF ) βl
l =1
Assim como qualquer outro modelo, a teoria APT parte de pressupostos que
nem sempre são observados no mundo real, fazendo com que ela também não
seja uma teoria perfeita. Ocorre especialmente quando não é possível identificar
facilmente os fatores comuns que influenciam as taxas de retorno. Quando ocorre,
a teoria APT não tem suporte empírico.
Sendo:
111
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Avaliação de Títulos
Os títulos de dívida são chamados também de obrigações. As obrigações
são instrumentos de dívida de longo prazo utilizados pelos governos e pelas
empresas para captar recursos financeiros no mercado. Quando as empresas
tomam dinheiro emprestado e contraindo dívidas de longo prazo, as obrigações
são chamadas debêntures. Há também um título muito emitido pelos bancos que
é chamado no mercado nacional de Certificado de Depósito Bancário (CDB). O
CDB é uma fonte importante de captação de recursos para os bancos e é emitida
para financiar suas atividades. Por outro lado, as obrigações emitidas pelo
governo são chamadas de títulos públicos (Letras do Tesouro).
Assim, percebemos que há uma variedade de títulos de renda fixa, sendo que
as principais opções comercializadas no mercado brasileiro são apresentadas na
figura a seguir, separando aqueles que são títulos privados dos públicos.
112
Capítulo 3 Avaliações
Fonte: O autor.
T 1 1
Bo = I × ∑ + VF × T
t =1 (1 + kd ) (1 + kd )
t
113
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Sendo:
114
Capítulo 3 Avaliações
Fonte: O autor.
A análise anterior foi útil para apresentar a intuição de como a taxa de juros
pode ser determinada no mercado, mas o fato é que no mundo real há inflação
nas economias. Assim, dado que a taxa de juros representa o custo do dinheiro
ao longo do tempo, uma economia com inflação provoca uma perda no poder de
compra do dinheiro, fazendo com que os investidores exijam uma recompensa. É
necessário, então, que os investidores diferenciem a taxa de juros nominal da real.
A taxa de juros real é aquela que foi ajustada pela inflação da economia.
Diferentemente, a taxa de juros nominal não leva em conta a inflação, sendo uma
taxa aparente. Implica que, de acordo com Ross et al. (2013), a taxa de juros
nominal de um ativo ou título é a variação percentual do dinheiro, enquanto que a
taxa de juros real é a variação percentual do poder de compra do dinheiro.
(1 + j ) = (1 + r ) × (1 + h )
Sendo:
115
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
j = 1 + h + r + ( r × h ) − 1
j = r + h + (r × h)
j ≅ r+h
j ≅ r+h
0,12 ≅ r + 0,08
r ≅ 0,04
Por fim, de acordo com Ross et al. (2013), a inflação pode ser utilizada nos
cálculos de valor presente, havendo duas alternativas: i) descontar os fluxos de caixa
nominais por uma taxa de juros nominal; ou ii) considerar os fluxos de caixa reais, ou
seja, deve-se deduzir a inflação dos fluxos nominais e, após, descontar por uma taxa de
juros real. A resposta do cálculo de valor presente será a mesma, independentemente
da alternativa escolhida. A seguir, serão analisados os títulos públicos.
116
Capítulo 3 Avaliações
Títulos Públicos
Os títulos públicos são emissões de dívida governamentais utilizadas
para obter empréstimos, principalmente quando os governos necessitam de
financiamento de médio/longo prazo. É uma forma dos investidores “emprestarem”
dinheiro para o governo. No mercado de títulos públicos brasileiro, primeiramente
os títulos são emitidos pelo Tesouro Nacional e, após, eles são ofertados pelo
Banco Central em um mercado que pode ser definido como primário. Neste estágio,
o comércio é feito através de leilões eletrônicos e os potenciais compradores são
as instituições financeiras. Determinadas instituições, posteriormente, podem
negociar determinados títulos com pessoas físicas ou jurídicas, estabelecendo um
mercado secundário.
a) Títulos prefixados
117
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Tais títulos são indicados para investidores que desejam complementar sua
renda imediatamente após a aplicação ter sido realizada, pois o cupom é pago
de maneira semestral. Os fluxos de caixa contemplam cupons semestrais, o que
aumenta a liquidez e possibilita reinvestimentos. Na data de vencimento do título,
seu valor de face é resgatado, além do recebimento do último cupom de juros. A
NTN-F também é título com rentabilidade prefixada e que é determinada por uma
Taxa Interna de Retorno (TIR).
b) Títulos pós-fixados
118
Capítulo 3 Avaliações
Podemos dizer que esses títulos pagam uma taxa de juros real que é definida
no momento de sua compra. Referimos o cupom como taxa de juros real porque
a NTN-B proporciona como rendimento, além da taxa de juros, a variação do
IPCA observada no período, de modo que os juros recebidos se tornam reais. De
forma similar, a NTN-C modifica somente o indexador da inflação, pois utiliza-se o
IGP-M e não o IPCA.
119
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
títulos de cupom zero são cotados com um grande deságio no seu valor de face.
Para títulos sem cupom, encontrar seu preço é muito simples, basta trazer para
o valor presente o seu valor de face. Assim, o preço de um título prefixado de
cupom zero pode ser encontrado da seguinte forma:
VF
PFcz = du
(1 + kd ) 252
Sendo:
VF
PFcz = du
(1 + kd ) 252
120
Capítulo 3 Avaliações
1000,00
PFcz = 352
(1 + 0,09 ) 252
1000,00
PFcz =
(1,09 )
1,396825
1000,00
PFcz =
1,127920
PFcz = 886,587762
100
CVcz = du
(1 + tx ) 252
1
VNA = VNA0 × (1 + ms ) 252
121
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Sendo:
100 1
PVcz =
du
× VNA0 × (1 + ms ) 252
( + tx )
1 252
Como exemplo, suponha que uma LFT tenha sido comprada em 01/10/2007,
logo devemos considerar nos cálculos a sua data de liquidação, a qual ocorre
sempre no dia útil seguinte após a compra que, neste caso, é em 02/10/2007,
e seu vencimento ocorre em18/03/2009. Assim, corresponde ao número de 366
dias úteis entre a data de liquidação e a data de vencimento. A taxa do título
na data que ocorreu a compra foi de -0,01%, logo ocorreu um ágio. Por fim, o
valor nominal atualizado da LFT em 01/10/2007 é R$ 3.229,577978, e a meta de
inflação no período da compra é de 11,25% ao ano. Agora, considere que você
deseja encontrar o preço da LFT em 02/10/2007 (dia que ocorre a liquidação).
Utilizando a fórmula anterior, obtemos:
100 1
PVcz =
du
×
VNA0 × (1 + ms ) 2522
(1 + tx )
252
100 × 3229, 577978 × 1 + 0,1125 2521
PVcz = 366 ( )
(
1 + −0,0001 )
252
100
PVcz = × 3229,577978 × (1,000423)
0,999855
PVcz = [1,000145] × [3230,944554]
PVcz = 3231,413041
VNAT = VNAb × Fs
Sendo:
Aplicando:
VNAT = VNAb × Fs
VNAT = 1000,00 × 3,820744
VNAT = 3820,74
1
1
1
100 × (1 + tc ) 2 −1
100 × (1 + tc ) 2 −1
100 × (1 + tc ) 2 −1
PVcs = + + ... + ×VNAr
du1 du 2 duT
(1 + tx ) 252 (1 + tx ) 252 (1 + tx ) 252
Sendo:
123
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Sendo:
O preço da NTN-F e de qualquer outro título que seja prefixado com cupom
semestral é calculado da seguinte forma:
1
1
1
VF × (1 + tc ) 2 −1
VF × (1 + tc ) 2 −1
VF × (1 + tc ) 2 −1
PFcs = + + ... +
du1 du 2 du 3
(1 + tx ) 252 (1 + tx ) 252 (1 + tx ) 252
124
Capítulo 3 Avaliações
Sendo:
Finalmente, conforme destaca Ross et al. (2013), é mais difícil avaliar o preço
de uma ação do que o valor de um título porque seus fluxos de caixa futuros nem
sempre são conhecidos, pois as ações não determinam um prazo de vencimento,
ou seja, seu tempo de duração é infinito e, por fim, porque frequentemente não é
possível observar, facilmente, a taxa de retorno exigida pelo mercado. A próxima
seção deste capítulo apresenta como podemos calcular o preço de uma ação.
O modelo para avaliar o preço corrente de uma ação utiliza a técnica de valor
presente que foi apresentada no Capítulo 1 deste livro. Mais especificamente, o
preço atual de uma ação é dado pela soma dos valores presentes de todos seus
dividendos futuros. A taxa de desconto utilizada para trazer os dividendos para o
valor presente reflete o risco, de forma que fluxos mais arriscados implicam em
126
Capítulo 3 Avaliações
taxas de desconto mais altas. Assim, o preço de uma ação ordinária é dado pelo
valor da participação do investidor na propriedade da empresa.
D1 D2 D∞
P0 = + + ... +
(1 + ks ) (1 + ks ) 2
(1 + ks )
∞
Sendo:
∞
1
P0 = D1 × ∑
(1 + ks )
t
t =1
127
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
1 D1
P0 = D1 × =
ks ks
Significa que o valor de uma ação com dividendos constantes é igual ao valor
presente da perpetuidade de valor D1 deduzida da taxa de desconto ks.
D1
P0 =
ks
400,00
P0 =
0,20
P0 = 2.000,00
D0 × (1 + g ) D0 × (1 + g ) D0 × (1 + g )
2 ∞
P0 = + + ... +
(1 + ks ) (1 + ks ) (1 + ks )
1 2 ∞
D1
P0 =
ks − g
128
Capítulo 3 Avaliações
D1
P0 =
ks − g
400, 00
P0 =
0, 2 − 0,1
P0 = 4.000, 00
D0 × (1 + g1 ) 1 Dθ +1
t
θ
P0 = ∑ + ×
(1 + ks ) (1 + ks ) ks − g1
t θ
t =1
129
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Dt = D0 × (1 + g )
t
D3 = 1, 5 × (1 + 0,1)
3
D3 = 2, 00
D4 = 2, 0 × (1 + 0, 05 )
1
D4 = 2,10
Logo:
1, 5 × (1 + 0,1)
2,10
t
3
1
P0 = ∑ + ×
(1 + 0,15) (1 + 0,15 ) 0,15 − 0, 05
t 3
t =1
1, 65 1, 82 2, 00 1
P0 = + + + × 21
1,15 1, 32 1, 52 1, 52
P0 = (1, 44 + 1, 38 + 1, 32 ) + [13, 82]
P0 = 17, 96
Atividade de Estudos:
1)
Considerando as estratégias competitivas genéricas, leia
cuidadosamente cada uma das afirmações a seguir e assinale V para
as que considerar verdadeiras e F para as que considerar falsas:
131
AVALIAÇÃO DO TEMPO E RISCO
Algumas Considerações
Este capítulo apresentou uma abordagem alternativa para a teoria CAPM, a
Teoria de Arbitragem de Preços (APT). A teoria APT é um modelo de precificação
de ativos no qual a taxa de retorno esperada de um ativo com risco é explicada
por uma combinação linear de l fatores que são correlacionados com os riscos
sistemáticos existentes. Tais fatores, por sua vez, impactam na volatilidade das
taxas de retorno esperadas.
Assim como nos títulos, os fluxos de caixa esperados de uma ação, trazidos
para o valor presente, determinam seu preço. No caso citado, a taxa de desconto
utilizada no cálculo de valor presente reflete o risco dos fluxos previstos da ação, de
forma que taxas mais altas de descontos refletem fluxos mais arriscados. Assim, o
valor de uma ação ordinária da empresa é determinado por seus fluxos esperados
(retornos) e por seu risco (incerteza com relação aos fluxos de caixa esperados).
Foi constatado também que os títulos são opções financeiras mais fáceis de
avaliar do que as ações porque os títulos estabelecem contratualmente as datas
dos fluxos de caixa e os valores. Por fim, um administrador financeiro que deseja
maximizar o preço de uma ação deve sempre avaliar corretamente a relação entre
retorno e risco na tomada de decisão, pois somente assim ele conseguirá criar o
máximo de valor para os acionistas da empresa.
Referências
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2005.
ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., JORDAN, Bradford D., LAMB,
Roberto. Fundamentos de administração financeira. 9. ed. Porto Alegre:
AMGH Editora LTDA, 2013.
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