Perícia Trabalhista
Perícia Trabalhista
Perícia Trabalhista
Indaial – 2021
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Giovani Lazzarotti
L432p
Lazzarotti, Giovani
ISBN 978-65-5663-604-7
ISBN Digital 978-65-5663-603-0
CDD 340
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico! O tema Perícia Trabalhista para o profissional
de Segurança do Trabalho é considerado muito relevante, dependendo
da formação profissional e da opção de posicionamento no mercado de
trabalho, este profissional poderá atuar como perito do juízo, assistente
técnico junto a escritórios de advocacia ou representando a organização ou
empresa onde trabalha.
Bons estudos!
Prof. Giovani Lazzarotti.
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
TÓPICO 1 — PERICULOSIDADE..................................................................................................... 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 69
2 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA............................................................................................................ 69
3 AGENTES PERIGOSOS.................................................................................................................... 71
3.1 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPLOSIVOS......................................... 71
3.2 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM INFLAMÁVEIS...................................... 72
3.3 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPOSIÇÃO A ROUBOS OU
OUTRAS ESPÉCIES DE VIOLÊNCIA FÍSICA NAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS
DE SEGURANÇA PESSOAL OU PATRIMONIAL................................................................... 78
3.4 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM ENERGIA ELÉTRICA........................... 80
3.5 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM MOTOCICLETA.................................... 84
3.6 ATIVIDADES COM RADIAÇÕES IONIZANTES OU SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS... 85
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 89
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 90
TÓPICO 2 — INSALUBRIDADE....................................................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 91
2 AGENTES INSALUBRES.................................................................................................................. 93
2.1 RUÍDO............................................................................................................................................. 93
2.1.1 Ruído contínuo ou intermitente......................................................................................... 93
2.1.2 Ruído de impacto.................................................................................................................. 95
2.2 CALOR............................................................................................................................................ 96
2.3 RADIAÇÕES IONIZANTES...................................................................................................... 100
2.4 CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS................................................................................................. 101
2.5 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES............................................................................................ 101
2.6 VIBRAÇÕES................................................................................................................................. 102
2.7 FRIO............................................................................................................................................... 104
2.8 UMIDADE.................................................................................................................................... 104
2.9 AGENTES QUÍMICOS CUJA INSALUBRIDADE É CARACTERIZADA POR
LIMITE DE TOLERÂNCIA E INSPEÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO ......................... 104
2.10 LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA POEIRAS MINERAIS . .............................................. 106
2.11 AGENTES QUÍMICOS.............................................................................................................. 107
2.12 AGENTES BIOLÓGICOS.......................................................................................................... 107
3 CARACTERIZAÇÃO E ELIMINAÇÃO DA INSALUBRIDADE........................................... 108
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 110
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 111
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 128
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E
LAUDO PERICIAL................................................................................................. 131
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 185
UNIDADE 1 —
INTRODUÇÃO À PERÍCIA
TRABALHISTA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A justiça do trabalho é o ambiente onde o profissional de Segurança do
Trabalho atuará com o tema Perícia Trabalhista. Quando uma organização é ré
em uma ação judicial trabalhista, empreendida por um ex-funcionário ou mesmo
um funcionário em atividade, é possível que o juiz que julga o caso requisite uma
perícia, quando necessitar de esclarecimento ou informação técnica. Nestes casos, o
profissional de Segurança do Trabalho poderá atuar como perito da justiça do
trabalho, ou como assistente técnico de uma das partes.
3
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
FIGURA 1 – BALANÇA
FONTE: <http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/bibliotecaConsultaProdutoBibliotecaSimboloJustica/
imagem/balanca.jpg>. Acesso em: 25 maio 2020.
4
TÓPICO 1 — DEFINIÇÕES E INTRODUÇÃO À JUSTIÇA DO TRABALHO
2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS
É importante, para o entendimento do tema, o conhecimento de algumas
definições e conceitos. Medeiros e Fiker (2013) apresentam as seguintes definições
relacionadas ao tema perícia trabalhista:
5
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
3 JUSTIÇA DO TRABALHO
A Justiça do Trabalho é encarregada de julgar e conciliar os dissídios
surgidos, individual ou coletivamente, entre empregados e empregadores, bem
como quaisquer controvérsias surgidas no âmbito das relações de trabalho, é
nesse âmbito que são tratadas as questões relativas à saúde e à segurança do
trabalho, e estão inseridas as questões relativas à perícia trabalhista.
6
TÓPICO 1 — DEFINIÇÕES E INTRODUÇÃO À JUSTIÇA DO TRABALHO
DICAS
• Constituição Federal.
• Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
• Emendas Constitucionais.
• Tratados e convenções sobre direitos humanos.
• Lei Complementar.
• Lei Ordinária.
• Lei Delegada.
• Medida Provisória.
• Decreto Legislativo.
• Resolução.
• Tratados internacionais em geral.
• Decreto.
• Portaria.
• Instrução normativa.
1) Normas constitucionais:
• Constituição federal (CF)
• Ato das disposições constitucionais transitórias (ADCT)
• Emendas constitucionais
• Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
7
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
2) Normas infraconstitucionais:
• Lei complementar
• Lei ordinária
• Lei delegada
• Medida provisória
• Decreto Legislativo
• Resolução
• Tratados e convenções internacionais em geral
3) Normas infralegais:
• Decretos
• Portaria
• Instrução Normativa
Normas Constitucionais
CF
ADCT
Emendas Constitucionais
Tratados/Convenções
sobre direitos humanos
Lei Complementar
Lei Ordinária
Lei Delegada Normas Infraconstitucionais
Medida Provisória
Decreto Legislativo
Resolução
Tratados Internacionais em Geral
Decretos
Portarias Normas Infralegais
Instruções Normativas
8
TÓPICO 1 — DEFINIÇÕES E INTRODUÇÃO À JUSTIÇA DO TRABALHO
NTE
INTERESSA
9
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
FONTE: <https://lh3.googleusercontent.com/dJevT7c1Pw8RoVqRiKdhLJgo4oTvD73bHncndg1
UN-ATcAee96b7QRZO7pFmmBMKewyE0g=s170>. Acesso em: 25 maio 2020.
10
TÓPICO 1 — DEFINIÇÕES E INTRODUÇÃO À JUSTIÇA DO TRABALHO
11
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
12
TÓPICO 1 — DEFINIÇÕES E INTRODUÇÃO À JUSTIÇA DO TRABALHO
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
14
AUTOATIVIDADE
( ) Insalubridade.
( ) Periculosidade.
( ) Acidente de trabalho.
( ) Embargo e interdição.
15
3 A Constituição dispõe sobre os órgãos da Justiça do Trabalho, determinando
sua composição com três órgãos. Sobre essa composição, assinale a
alternativa CORRETA:
16
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O art. 114 da Constituição Federal de 1988, define assim a competência da
Justiça do Trabalho:
17
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
TÍTULO III
DA COMPETÊNCIA INTERNA
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites
de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na
forma da lei.
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos
ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas,
entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade
profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações:
18
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
CAPÍTULO II
DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES
Seção III
Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas
Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar
de residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente
ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas
ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o
pagamento.
19
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
20
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
21
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
Art. 89. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as
despesas proporcionalmente a seus quinhões.
Art. 92. Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir sentença sem resolver
o mérito, o autor não poderá propor novamente a ação sem pagar ou depositar
em cartório as despesas e os honorários a que foi condenado.
Art. 93. As despesas de atos adiados ou cuja repetição for necessária ficarão
a cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do Ministério Público ou da
Defensoria Pública ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa ao
adiamento ou à repetição.
22
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver
indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a
perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida
por ambas as partes.
Seção IV
Da Gratuidade da Justiça
23
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
24
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido
de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for
resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.
25
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
TÍTULO IV
DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
CAPÍTULO I
DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ
26
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade
do ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-
lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige
iniciativa da parte.
CAPÍTULO III
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe
de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador,
o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o
distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.
Seção I
Do Escrivão, do Chefe de Secretaria e do Oficial de Justiça
Art. 150. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atribuições
serão determinadas pelas normas de organização judiciária.
27
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
28
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
Seção IV
Do Saneamento e da Organização do Processo
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz,
em decisão de saneamento e de organização do processo:
29
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
CAPÍTULO XI
DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
30
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu,
bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção,
sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável
por 10 (dez) minutos, a critério do juiz.
Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo,
o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a
sentença, se proferida no ato.
31
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
32
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
Seção II
Do Perito
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico.
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar
o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo
alegando motivo legítimo.
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas
responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em
outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das
demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo
órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.
33
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
Art. 342. Fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei n° 10.268, de
28.8.2001)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
n° 12.850, de 2013)
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei n°
10.268, de 28.8.2001)
34
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
Seção X
Da Prova Pericial
35
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido,
independentemente de termo de compromisso.
36
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou
indicados pelo perito para ter início a produção da prova.
Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito, e a
parte, indicar mais de um assistente técnico.
Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo
dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela
metade do prazo originalmente fixado.
37
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo
menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art.
371, indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar
de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado
pelo perito.
§ 1° A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a
primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados
a que esta conduziu.
38
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
Seção XI
Da Inspeção Judicial
Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser assistido por um ou mais
peritos.
Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando:
39
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
40
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO RELATIVA À PERÍCIA TRABALHISTA
41
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Quando existe uma demanda na Justiça sobre questões ligadas às condições nas
quais uma atividade é desenvolvida ou a um ambiente de trabalho, profissionais
com formação específica são consultados como uma forma de assegurar o
adequado juízo, seja como auxiliar da Justiça (o perito propriamente dito), seja
na defesa do interesse das partes (recebendo a denominação de assistentes de
perícia ou peritos assistentes).
42
AUTOATIVIDADE
43
3 Com relação ao previsto no Código Penal Brasileiro, Decreto-Lei n°
2.848/1940, relativo à atuação do perito, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
44
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
1 INTRODUÇÃO
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) trata da reclamação trabalhista
e seus requisitos no art. 840, no capítulo III, dos dissídios individuais, seção I- da
forma de reclamação e da notificação. No Código de Processo Civil (CPC), os
requisitos da peça inicial estão elencados no art. 319, capítulo II, da petição inicial,
Seção I- Dos Requisitos da Petição Inicial.
1- Sumário.
2- Sumaríssimo.
3- Ordinário.
45
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
46
TÓPICO 3 — RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
47
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
48
TÓPICO 3 — RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
49
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
50
TÓPICO 3 — RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
A peça deverá ser formulada em duas vias (art. 787, CLT), ou seja, uma
cópia para o reclamante e a outra acompanhará a citação da reclamada. Se for o
caso de mais de uma reclamada, será fornecida uma via para cada uma. A petição
inicial poderá ser apresentada:
A petição inicial verbal será distribuída antes de sua redução a termo (art.
786, caput, CLT). Distribuída a reclamação, o reclamante deverá, salvo por motivo
de força maior, apresentar-se no prazo de cinco dias, ao cartório ou à secretaria,
para reduzi-la a termo, sob pena de perda do seu direito de reclamar pelo prazo
de seis meses (artigos 786, parágrafo único, e 731, CLT).
51
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
52
TÓPICO 3 — RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
53
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
54
TÓPICO 3 — RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
7 O PEDIDO
O pedido, como expressão da pretensão do reclamante, é o objeto da
demanda proposta em Juízo (objeto da ação e do processo). Como decorrência
lógica da causa de pedir, o pedido deve ser certo e determinado (com as suas
especificações – art. 319, CPC), sob pena de inépcia da inicial (art. 330, I, CPC).
55
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
56
TÓPICO 3 — RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
57
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
A CLT não contempla o valor da causa como requisito (art. 840), contudo,
atualmente, pela existência de diversos procedimentos, é inegável a aplicação
subsidiária do CPC (art. 291, CPC). Assim, o valor da causa será fixado:
58
TÓPICO 3 — RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
LEITURA COMPLEMENTAR
Boa leitura!
59
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
60
TÓPICO 3 — RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Por outro lado, no que diz respeito às relações coletivas de trabalho, não
há como negar que o Estado Novo brasileiro tenha tentado anular – ao invés
de mediar – os conflitos, incorporando e neutralizando totalmente os sindicatos,
proibindo violentamente a greve, entre outros. As características de inspiração
realmente corporativistas/fascistas do Trabalhismo de Vargas encontraram-
se no âmbito do Direito Coletivo e no papel que a Justiça do Trabalho teve de
desempenhar com relação a ele no auge da Ditadura.
61
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PERÍCIA TRABALHISTA
62
TÓPICO 3 — RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Por fim, não há como se concordar com alguns intelectuais que, sobretudo
nos primeiros anos da Justiça do Trabalho, a acusaram de ser mero instrumento
de um governo autoritário para a "domesticação dos operários". Se é verdade que
a Justiça do Trabalho, em seus primórdios, foi incubida de substituir os atores dos
conflitos coletivos, também é verdade que a relação dos trabalhadores com essa
Especializada foi ambígua: alguns a enxergavam como "estratégia de dominação
do Estado", outros encontraram nela um recurso real para lutar por seus direitos.
63
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem requisitos internos, formados pela petição inicial, que será distribuída
entre as varas do trabalho ou os juízes de direito e remetida à vara ou ao juízo
competente; e requisitos externos, composta pelas etapas da designação da vara
do trabalho ou do juiz de direito, da qualificação do reclamante e do reclamado;
exposição dos fatos de que resulte o dissídio (causa de pedir); e por fim, do pedido.
Bem como dos requerimentos, valor da causa e finalmente da assinatura.
CHAMADA
64
AUTOATIVIDADE
( ) Sumário.
( ) Extraordinário.
( ) Sumaríssimo.
( ) Ordinário.
65
66
UNIDADE 2 —
PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE,
APOSENTADORIA ESPECIAL E
ACIDENTE DE TRABALHO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 1 – PERICULOSIDADE
TÓPICO 2 – INSALUBRIDADE
CHAMADA
67
68
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
PERICULOSIDADE
1 INTRODUÇÃO
O entendimento sobre o conceito de periculosidade, sua caracterização e
os tipos de atividades e operações perigosas são de extrema importância para o
profissional de segurança do trabalho, pois caberá a ele a identificação do agente
ou situação perigosa, a busca pela atenuação do agente e, quando necessário,
a aplicação de equipamentos de proteção individual ou coletiva. Assim, é de
grande importância que o profissional que atuará com perícia trabalhista possua
aptidão para identificar as atividades e operações perigosas.
2 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi elaborada em 1943 para
unificar as legislações trabalhistas que existiam no Brasil. Nela, foram abordadas
questões como a jornada de trabalho, convenções coletivas e organizações
sindicais. Para a área de segurança do trabalho que aborda a periculosidade,
o Art. 193 é um dos mais importantes, pois nele é descrito quais são os tipos de
operações são consideradas perigosas, assim como quais os tipos de atividades
são classificadas como nocivas e prejudiciais à saúde do trabalhador que as
desempenha (BRASIL, 1943).
69
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
NOTA
FONTE: <https://trabalhista.blog/2020/01/07/o-motociclista-tem-ou-nao-direito-ao-adicional-
de-periculosidade/#:~:text=A%20Lei%2012.997%2F2014%20acrescentou,fim%20de%20regula-
mentar%20o%20dispositivo.>. Acesso em: 3 fev. 2021.
70
TÓPICO 1 — PERICULOSIDADE
3 AGENTES PERIGOSOS
A NR 16 apresenta em seus seis anexos cada tipo de agente causador
de periculosidade, as atividades classificadas como perigosas, seus limites de
exposição e limites de quantidade para manuseio e/ou armazenagem.
71
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
72
TÓPICO 1 — PERICULOSIDADE
73
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
74
TÓPICO 1 — PERICULOSIDADE
75
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
FONTE: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-
atualizada-2019.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2021.
76
TÓPICO 1 — PERICULOSIDADE
k) Enchimento de vasilhames com inflamáveis Círculo com raio de 7,5 metros com centro nos
líquidos, em locais abertos. bicos de enchimento.
l) Enchimento de vasilhames com inflamáveis
Toda a área interna do recinto.
líquidos, em recinto fechado.
m) Manutenção de viaturas-tanques, bombas e Local de operação, acrescido de faixa de 7,5 metros
vasilhames que continham inflamável líquido. de largura em torno dos seus pontos externos.
n) Desgaseificação, decantação e reparos de
Local da operação, acrescido de faixa de 7,5 metros
vasilhames não desgaseificados ou decantados,
de largura em torno dos seus pontos externos.
utilizados no transporte de inflamáveis.
o) Testes em aparelhos de consumo de gás e Local da operação, acrescido de faixa de 7,5 metros
seus equipamentos. de largura em torno dos seus pontos extremos.
Toda a área de operação, abrangendo, no
mínimo, círculo com raio de 7,5 metros com
centro no ponto de abastecimento e o círculo
p) Abastecimento de inflamáveis.
com raio de 7,5 metros com centro na bomba de
abastecimento da viatura e faixa de 7,5 metros
de largura para ambos os lados da máquina.
q) Armazenamento de vasilhames que
contenham inflamáveis líquidos ou vazios Faixa de três metros de largura em torno dos
não desgaseificados ou decantados, em locais seus pontos externos.
abertos.
r) Armazenamento de vasilhames que
contenham inflamáveis líquidos ou vazios
Toda a área interna do recinto.
não desgaseificados, ou decantados, em
recinto fechado.
s) Carga e descarga de vasilhames contendo
Afastamento de três metros da beira do cais,
inflamáveis líquidos ou vasilhames vazios
durante a operação, com extensão correspondente
não desgaseificados ou decantados,
ao comprimento da embarcação.
transportados pôr navios, chatas ou batelões.
FONTE: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-
atualizada-2019.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2021
Local de
armazenamento Distância
segura
FONTE: O autor
77
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
NOTA
78
TÓPICO 1 — PERICULOSIDADE
ATIVIDADES OU
DESCRIÇÃO
OPERAÇÕES
Segurança patrimonial e/ou pessoal na preservação do patrimônio
Vigilância patrimonial. em estabelecimentos públicos ou privados e da incolumidade física
de pessoas.
Segurança patrimonial e/ou pessoal em espaços públicos ou privados,
Segurança de eventos.
de uso comum do povo.
Segurança nos transportes Segurança patrimonial e/ou pessoal nos transportes coletivos e em
coletivos. suas respectivas instalações.
Segurança ambiental e Segurança patrimonial e/ou pessoal em áreas de conservação de fauna,
florestal. flora natural e de reflorestamento.
Transporte de valores. Segurança na execução do serviço de transporte de valores.
Segurança no acompanhamento de qualquer tipo de carga ou de
Escolta armada.
valores.
Acompanhamento e proteção da integridade física de pessoa ou de
Segurança pessoal.
grupos.
Supervisão/fiscalização Supervisão e/ou fiscalização direta dos locais de trabalho para
Operacional. acompanhamento e orientação dos vigilantes.
Telemonitoramento/ Execução de controle e/ou monitoramento de locais, através de
telecontrole. sistemas eletrônicos de segurança.
79
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
80
TÓPICO 1 — PERICULOSIDADE
81
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
82
TÓPICO 1 — PERICULOSIDADE
83
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
84
TÓPICO 1 — PERICULOSIDADE
85
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
86
TÓPICO 1 — PERICULOSIDADE
87
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
88
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
89
AUTOATIVIDADE
90
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
INSALUBRIDADE
1 INTRODUÇÃO
Insalubridade é um termo utilizado para classificar algo que não é bom
para a saúde, que pode ser causador de doenças. Segundo Silva (2016), a palavra
insalubre vem do latim e significa tudo aquilo que origina doença.
Assim como ocorre com a periculosidade que está disposta na CLT (1943),
a insalubridade também teve sua primeira menção em normas trabalhistas na
CLT através do Art. 189, que apresenta que “serão consideradas atividades ou
operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de
trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites
de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo
de exposição aos seus efeitos” (BRASIL, 1943).
91
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
Nos casos em que o trabalho seja exposto a algum tipo de agente insalubre
e também a uma atividade periculosa, prevista na NR 16, e ser comprovado que
ele deve receber os dois tipos de adicionais, é direito do trabalhador escolher
aquele que apresentar maior valor de adicional a seu salário.
NOTA
92
TÓPICO 2 — INSALUBRIDADE
2 AGENTES INSALUBRES
A NR 15 apresenta em seus 14 anexos cada tipo de agente causador
de insalubridade, as atividades e operações classificadas como insalubres e os
seus respectivos limites de tolerância, que são caracterizados de acordo com a
concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o
tempo de exposição ao agente, e sua capacidade de danos à saúde do trabalhador,
durante a sua vida laboral.
2.1 RUÍDO
Conforme Vendrame (2017), o agente físico de maior ocorrência no
ambiente laboral é o ruído. Bastante presente nos ambientes de trabalho, podendo
causar danos irreversíveis no aparelho auditivo dos trabalhadores.
Na NR 15, existem dois anexos que tratam sobre ruído, um aborda ruído
contínuo ou intermitentes e outro aborda ruído de impacto. Vamos estudar cada
tipo de ruído separadamente para entender melhor sobre esse tipo de agente.
93
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
94
TÓPICO 2 — INSALUBRIDADE
95
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
2.2 CALOR
O calor é um agente causador de insalubridade principalmente em
indústrias e em trabalho ao céu aberto. Vendrame (2017) destaca que calor é o
elemento que fornece energia de ativação necessária para desencadear a reação
de combustão.
Termômetro
de globo Termômetro de
Bulbo seco
Termômetro de
Bulbo úmido
96
TÓPICO 2 — INSALUBRIDADE
Outro fator que deve ser levado em consideração para cada tipo de
atividade, além da temperatura e do resultado do cálculo de IBUTG, é o esforço
empregado nela, quando mais esforço o trabalhador realizar, mais quilocalorias
(kcal) por hora o seu metabolismo consumirá para executar a atividade, conforme
apresentado no Quadro 9, para cada atividade é estipulado uma quantia mínima
de consumo.
97
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
98
TÓPICO 2 — INSALUBRIDADE
Sendo:
Mt – taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt – soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de
trabalho.
Md – taxa de metabolismo no local de descanso.
Td – soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de
descanso.
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado
pela seguinte fórmula:
IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd xTd
60
Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td = como anteriormente definidos.
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável
do ciclo de trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos.
As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se o
quadro taxa de metabolismo por tipo de atividade.
4. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para
todos os efeitos legais (BRASIL, 2018).
Resolução:
IBUTG = (0,7x25) + (0,3x45) = 31,0 ° C
Para o tipo de atividade pesada, com IBUTG acima de 30, não é permitido
o trabalho, sem a adoção de medidas adequadas de controle, ou seja, a atividade
desempenada é classificada como insalubre.
99
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
NOTA
101
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
Micro-ondas
FONTE: <https://miro.medium.com/max/1050/1*oLwDBMc_iisSkUuzsYauyg.png>.
Acesso em: 29 jan. 2021.
2.6 VIBRAÇÕES
A vibração é abordada no Anexo 8 da NR 15, em que se determina que
os procedimentos técnicos para a avaliação quantitativa das VCI e VMB são os
estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional da FUNDACENTRO, que
deve ser utilizados como parâmetro para se determinar se a atividade é insalubre
ou não.
102
TÓPICO 2 — INSALUBRIDADE
103
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
2.7 FRIO
O frio é abordado no Anexo 9 da NR 15, e sua comprovação deve ser
feita através de laudos qualitativos por inspeção nos locais de trabalho. A NR 15
discorre o seguinte conteúdo sobre frio:
2.8 UMIDADE
Em seu Anexo 10 – Umidade –, a NR 15 aborda de forma sucinta a
umidade, trazendo o seguinte exposto:
104
TÓPICO 2 — INSALUBRIDADE
L.T. F.D.
(pp, ou mg/m³)
0 a 1 3
1 a 10 2
10 a 100 1,5
100 a 1000 1,25
Acima de 1000 1,1
105
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
TABELA 1 –
LIMITES DE TOLERÂNCIA
Até 48 horas Grau de
Absorção /semana insalubridade a ser
Valor
AGENTES QUÍMICOS também considerado
teto
p/pele no caso de sua
ppm* mg/m3**
caracterização
Acetaldeído 78 140 máximo
Acetato de cellosolve + 78 420 médio
Acetato de éter monoetílico de etilenoglicol (vide cetado de cellsolve)
Acetato de etila 310 1090 mínimo
Acetato de 2-etóxi etila (vide acetato de cellosolve)
Acetileno Axfixiante simples -
Acetona 780 1870 mínimo
Acetonitrila 30 55 máximo
Ácido acético 8 20 médio
Ácido cianídrico + 8 9 máximo
Ácido clorídrico + 4 5,5 máximo
Ácido crômico (névoa) - 0,04 máximo
Ácido etanoico
- - -
(vide ácido acético)
Ácido fluorídrico 2,5 1,5 máximo
Ácido fórmico 4 7 médio
Ácido metanoico
- - -
(vide ácido fórmico)
106
TÓPICO 2 — INSALUBRIDADE
• Arsênico.
• Carvão.
• Chumbo.
• Cromo.
• Fósforo.
• Hidrocarbonetos e outros compostos de carbono.
• Mercúrio.
• Silicatos.
107
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
108
TÓPICO 2 — INSALUBRIDADE
109
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
110
AUTOATIVIDADE
111
3 João trabalhou por três anos na empresa Metalúrgica Uni, exercendo as
funções de reparador de máquinas. Durante o contrato nunca utilizou
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e em seu ambiente de trabalho,
ele esteve submetido a agentes físicos (ruídos acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelas normas). Nesta situação, João deveria receber que tipo
de adicional?
112
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
No campo da perícia trabalhista, além da caracterização de Insalubridade
e Periculosidade, também são demandadas perícias de outras naturezas, como
as relacionadas à caracterização de aposentadoria especial e aos acidentes de
trabalho e suas responsabilidades.
2 APOSENTADORIA ESPECIAL
Como mencionado anteriormente, aposentadoria especial é um benefício
do INSS concedido aos trabalhadores que exerceram sua profissão em condições
insalubres, perigosas ou penosas.
114
TÓPICO 3 — APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
Art. 64.
§ 1° A concessão da aposentadoria especial prevista neste artigo dependerá da
comprovação, durante o período mínimo fixado no caput:
I- do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente; e
II- da exposição do segurado aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos
ou a associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física.
“Art. 66. Para o segurado que houver exercido duas ou mais atividades sujeitas a
condições especiais prejudiciais à saúde ou à integridade física, sem completar
em qualquer delas o prazo mínimo exigido para a aposentadoria especial, os
respectivos períodos de exercício serão somados após conversão, devendo ser
considerada a atividade preponderante para efeito de enquadramento.
§ 1° Para fins do disposto no caput, não serão considerados os períodos em que
a atividade exercida não estava sujeita a condições especiais, observado, nesse
caso, o disposto no Art. 70.
§ 2° A avaliação qualitativa de riscos e agentes nocivos será comprovada
mediante descrição:
I- das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente nocivo
ou associação de agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho
durante toda a jornada;
115
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
116
TÓPICO 3 — APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
117
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
118
TÓPICO 3 — APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
3 ACIDENTE DE TRABALHO
De acordo com o Art. 19 da Lei n° 8.213 de 1991:
119
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
Através das CATs, o INSS consegue manter uma base de dados de quais
as doenças e profissões mais causam acidentes e, consequentemente, que tipo de
ações é possível iniciar para reverter os cenários informador e para prevenir novos
acidentes ou aumento nos números de doenças ocupacionais. Mais importante
que esses números para controles, através da CAT é garantido ao trabalhador
a devida assistência acidentária ou, quando necessário, a aposentadoria por
invalidez. A descrição que o INSS apresenta para a CAT é seguinte:
120
TÓPICO 3 — APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
Para qualquer dos casos indicados acima, deverão ser emitidas quatro
vias sendo:
1ª via ao INSS;
2ª via ao segurado ou dependente;
3ª via ao sindicato de classe do trabalhador;
4ª via à empresa (INSS, 2018).
Existem três tipos de CAT que a empresa pode fazer, são elas:
• CAT inicial: é o tipo de comunicação que deve ser feita quando ocorrer acidente
de trabalho típico, trajeto, doença profissional, do trabalho ou óbito imediato.
• CAT de reabertura: esse tipo de comunicação vai ser feita nos casos de
afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou de doença
profissional ou do trabalho, exemplificando, é quando a empresa fez a CAT de
abertura e o quadro da enfermidade do trabalhador piorou e ele deverá ficar
afastado do trabalho por mais de 15 dias. Nessa CAT de reabertura, devem
contar as mesmas informações da CAT de abertura, exceto a de afastamento,
último dia trabalhado, atestado médico e data da emissão, que serão relativos
à data da reabertura.
• CAT de comunicação de óbito: a CAT é exclusiva para o caso de falecimento
decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, e deve ser feita
após o registro da CAT inicial, de forma imediata após o acidente.
121
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
122
TÓPICO 3 — APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
LEITURA COMPLEMENTAR
Em 2017, a dorsalgia (nome técnico para dor nas costas) foi a doença que
mais afastou os brasileiros dos postos de trabalho. Foram 83,8 mil casos. Nos
últimos dez anos, a enfermidade tem liderado a lista de doenças mais frequentes
entre os auxílios-doença concedidos pelo INSS.
123
UNIDADE 2 — PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
124
TÓPICO 3 — APOSENTADORIA ESPECIAL E ACIDENTE DE TRABALHO
125
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
126
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Doença degenerativa.
b) ( ) Doença causada pela idade.
c) ( ) Doença autoimune.
d) ( ) Acidente decorrente de negligência cometida por companheiro de
trabalho.
127
REFERÊNCIAS
128
BRASIL. Portaria SIT n° 199, de 17 de janeiro de 2011. NR 3: embargo ou
interdição. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/
portariasit199_2011.htm. Acesso em: 29 jan. 2021.
129
SALIBA, T. M.; CORRÊA, M. A. C. Insalubridade e periculosidade: aspectos
técnicos e práticos. 16. ed. São Paulo: LTR, 2017.
130
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da
unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
CHAMADA
131
132
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A reclamação trabalhista é um dos instrumentos usados quando um
trabalhador insatisfeito quer reclamar seus direitos, ou seja, para requerer junto à
justiça do trabalho o cumprimento das obrigações trabalhistas pelo empregador,
que o empregado entende ser devido. Este empregado pode inclusive ainda estar
ativo no quadro da empresa, não sendo necessário haver demissão para tal.
133
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
134
TÓPICO 1 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA
QUADRO 1 – NORMA
135
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
QUADRO 2 – PROCESSOS
FONTE: O autor
136
TÓPICO 1 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA
QUADRO 3 – DESTAQUES
FONTE: O autor
137
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
138
TÓPICO 1 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA
Art.156 do CPC:
139
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
Aspecto 8 – Os quesitos
140
TÓPICO 1 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA
NOTA
O embasamento do laudo pericial, para ter validade jurídica, deve estar limitado
à legislação brasileira, aventa-se exceção feita em casos específicos e principalmente
quando da não abrangência da nossa legislação com algum parâmetro técnico de saúde
ocupacional, embasar-se em parâmetros técnicos da Legislação Internacional, como a
ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists) – em português
“Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais”. No entanto, conforme
demonstra Vendrame (2017), ainda que seja citada na NR 9 – Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais – quanto à possibilidade de uso dos parâmetros de limite de tolerância
da ACGIH, este servirá apenas para o desenvolvimento do próprio PPRA, e não para perícia.
141
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
Aspecto 10 – Procedimentos
142
TÓPICO 1 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA
O perito
143
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
Destaca-se que este artigo da CLT cita o registro destes profissionais junto
ao Ministério do Trabalho, mas como aborda Yee (2012), com a regulamentação
dos cursos e das atribuições de Especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho e de Especialização em Medicina do Trabalho, e respectivas atribuições
específicas, definidas pelos conselhos de classe, não havendo mais a necessidade
de registro no Ministério do Trabalho, ou ministério equivalente, que trata do
arcabouço das questões trabalhistas.
O assistente técnico
Saliba e Corrêa (2017, s.p.) destaca que o assistente técnico, assim como o
perito, devem cumprir suas funções de forma ética e imparcial perante a justiça e
que “O fato de o assistente ser de confiança da parte não significa que ele tenha que omitir
ou mascarar a real situação, especialmente na questão da insalubridade e periculosidade,
ligada diretamente à segurança e à saúde do trabalhador.”
144
TÓPICO 1 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA
Os quesitos
Por fim, podemos considerar que os quesitos formulados pelas partes são
os provocadores das respostas e das omissões do processou ou mesmo do laudo.
Estes serão respondidos tecnicamente ao juiz, não interessando os quesitos de
ordem jurídica ou que não versem sobre o objetivo do solicitado, os chamados
impertinentes, e devem seguir uma sequência lógica provocando esclarecimentos
técnicos necessários para a elucidação da causa.
145
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Que o perito deve ter uma atuação imparcial ao assessorar tecnicamente o juiz,
através do laudo pericial, documento que deve ser conclusivo e convincente,
com o obrigatório embasamento técnico e legal.
146
AUTOATIVIDADE
147
3 Conforme o que estudamos acerca dos quesitos, assinale a alternativa
INCORRETA:
148
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Para que a abordagem a respeito das perícias trabalhistas seja completa,
se faz importante conhecer e entender a jurisprudência relativa ao tema, bem
como apreciar alguns casos reais de perícias com o intuito de aprender com as
situações já ocorridas e julgadas.
149
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
TIPO DE
ENDEREÇO
PESQUISA
Jurisprudência https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search
Súmulas http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula
Súmulas http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.
Vinculantes asp?servico=jurisprudenciaSumulaVinculante
FONTE: O autor
FONTE: O autor
FONTE: O autor
150
TÓPICO 2 — JURISPRUDÊNCIA E CASOS REAIS DE PERÍCIAS
151
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
QUADRO 8 – JURISPRUDÊNCIAS
TIPO Jurisprudência
P R O VA T E S T E M U N H A L I N D E F E R I D A . I N O C O R R Ê N C I A D E
CERCEAMENTO DE DEFESA. Não constitui cerceamento de defesa o
indeferimento de prova testemunhal para se opor a minucioso laudo técnico,
com acompanhamento do reclamante, concluindo pela neutralização
Prova Pericial dos agentes insalutíferos com o uso dos EPIs adequados à proteção do
empregado, a ele regularmente entregues, máxime havendo no laudo pericial
demonstração fotográfica da efetiva utilização dos equipamentos de proteção
pelos empregados da empresa (TRT, 4ª T., RO 1.242/94, rel. Juíza Denise Alves
Horta, MG de 26.11.94).
PERÍCIA. Mera palavra de perito não encerra idoneidade para indicar presença
de insalubridade. A vontade férrea de garantir honorário é a que muitas vezes,
leva o perito a criar norma de nocividade quando ela inexiste, e isto significa a
total imprestabilidade do laudo para o fim de deferimento do adicional, mais
porque o indicado para auxiliar o juízo limita-se a apurar o fato técnico, e
Prova Pericial
jamais é erigido de regulamentador da matéria. É usurpação o perito inventar
norma que inexiste, tanto como negar a existente, pautando seu trabalho fora
do perímetro regulamentado apenas para lograr êxito na busca de auferir
rendimento (TRT, 2ª T. ED 4.176/99, RO 14.835/98, rel. Juiz Antônio Fernando
Guimarães, MG de 25.6.99).
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA. ACOLHIMENTO DAS
CONCLUSÕES DO LAUDO PERICIAL. CONCORRÊNCIA DE OUTRAS
PROVAS. Embora o art. 436, CPC, disponha que não está o juiz adstrito ao
laudo pericial, prestigiando o seu livre convencimento, como elegia ao princípio
da persuasão racional é exatamente porque não é o magistrado um expert,
um conhecedor especialista da matéria técnica posta em juízo que se exige a
Prova Pericial
produção da prova pericial. Tendo está concluído pela inexistência de trabalho
em ambiente insalubre e não tendo o reclamante se desincumbido de provar,
por outros meios, a ocorrência de labor nessas condições, correta a sentença
que, acolhendo a conclusão técnica indefere o adicional de insalubridade
vindicado – PROCESSO 00087-2006-621-05-00-1 RO – Data de publicação:
11.12.2007 – 6ª Turma – relatora Luiza Lomba – TRT 5ª Região.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EXAMES AUDIOMÉTRICOS.
EXIBIÇÃO. DESATENDIMENTO. O desatendimento injustificado por parte
do empregador à solicitação do perito, bem como a intimação judicial, para
apresentação da avaliação audiométrica periódica do empregado, aliado ao fato
Insalubridade de haver apenas notícia de fornecimento de EPI, sem a documentação própria
para se constatar a sua efetiva proteção pelo prazo de validade e certificação
pelos órgãos responsáveis, traduz-se em presunção de veracidade da perda
auditiva. Ref.: Art. 429, CPC, Art. 5°, II, CF/1988. (TRT, 3ª R., 5ª T., RO/14403/98,
rel. juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DJMG D8.5.99, p. 23).
INSALUBRIDADE. HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS. GRAU MÁXIMO.
O manuseio de hidrocarbonetos aromáticos (óleos minerais e graxas) por
possibilitar danos irreparáveis à saúde do trabalhador, que atingem o aparelho
respiratório produz dermatites crônicas, eleva o pH e interfere no sistema
nervoso central, deve ser analisado pelo aspecto qualitativo e enquadrado como
Insalubridade
atividade altamente nociva, segundo a inteligência do sistema de Segurança
e Medicina do Trabalho (CLT, arts. 154 a 201 e Portaria m. 3.214/78, NR-15,
Anexo 13). (TRT, 12ª R., 1ª T., RO 2.921/94, rel. Juiz Antonio Carlos F. Chedid,
DJSC de 16.11.95, p. 153 – Dicionário de Decisões Trabalhistas, de B. Calheiros
Bomfim, Silvério Mattos dos Santos e Cristina Kaway Stamato, 26. ed.).
152
TÓPICO 2 — JURISPRUDÊNCIA E CASOS REAIS DE PERÍCIAS
153
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
SÚMULA TEXTO
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (cancelada na sessão do
Tribunal Pleno realizada em 26.06.2008) – Res. 148/2008, DJ 04 e
07.07.2008 – Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008
Súmula n° 17 do TST
O adicional de insalubridade devido a empregado que, por força
de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, percebe salário
profissional será sobre este calculado.
PERICULOSIDADE (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Súmula n° 39 do TST Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao
adicional de periculosidade (Lei n° 2.573, de 15.08.1955).
INSALUBRIDADE (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos
Súmula n° 80 do TST
protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo
exclui a percepção do respectivo adicional.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DIREITO ADQUIRIDO
(mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato
Súmula n° 248 do TST
da autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo
adicional, sem ofensa à direito adquirido ou ao princípio da
irredutibilidade salarial.
154
TÓPICO 2 — JURISPRUDÊNCIA E CASOS REAIS DE PERÍCIAS
155
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
ZUNG CHE YEE, Engenheiro de Segurança do Trabalho, portador da carteira do CREA-PR sob n° 3.729-D,
vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, para apresentar o Laudo Pericial.
INTRODUÇÃO:
O requerente ajuizou a ação contra o Município de BBB, alegando em síntese que, enquanto servidor público
ocupava o cargo de motorista em data de 01.11.1982 conforme a CTPS e, a partir de 01.11.1989, ocupou o
cargo de motorista I, como servidor estatutário até aposentar-se em 20.05.1996.
Conforme as alegações na inicial, faz menção de que o requerente executava a tarefa de motorista de caminhão
de coleta e transporte de lixo urbano, atividade eminentemente insalubre, função esta exercida até a data
em que foi aposentado; mesmo quando o município de BBB passou a terceirizar o serviço de coleta de lixo
urbano, tendo o requerente continuado a execução de tal tarefa, fazendo a coleta de lixo nas localidades de
X1 e X2 duas vezes por semana.
Evoca o requerente o grau de insalubridade em que a tarefa da coleta de lixo urbano é enquadrada, sob o
amparo da Norma Regulamentadora – NR-15.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Segundo pesquisa realizada junto à Prefeitura Municipal de BBB, apurou-se que o requerente esteve empregado
em dois períodos distintos, sob regimes diferenciados, quais sejam:
156
TÓPICO 2 — JURISPRUDÊNCIA E CASOS REAIS DE PERÍCIAS
a) 01.08.1982 a 31.10.1989, sob o regime da CLT; tendo ocupado o cargo de servente no interstício de
01.08.1982 até 31.10.1982; e no cargo de motorista no interstício de 01.11.1982 até 31.10.1989 (conforme
CTPS Fls 32);
b) 01.11.1989 a 20.05.1996, sob o regime estatutário; na função de motorista I.
Conforme as investigações realizadas, bem como a entrevista realizada com o requerente em data de 27.11.1998
dentro do Parque Rodoviário da Prefeitura Municipal de BBB, constataram-se os seguintes fatos:
a) Requerente efetivamente exerceu o cargo de Servente, cuja tarefa era a coleta do lixo urbano, na época em
que o lixo era na forma de granel, via de regra dentro de recipientes metálicos (latões de lixo);
b) O exercício da atividade de Servente na coleta de lixo urbano permaneceu de 01.08.1982 até 31.10.1982,
quando passou a exercer a função de motorista do caminhão do lixo;
c) Como Motorista de caminhão do lixo, não tem contato com o lixo propriamente dito, pois o lixo era coletado
através do receptáculo traseiro do veículo sob prensa, e o descarregamento era mecânico, não envolvendo o
manuseio do motorista;
d) Em 31.10.1989 o requerente desligou-se da Prefeitura Municipal de BBB, conforme prova consignada
às fls. 7 dos presentes autos;
e) O Requerente assumiu as funções de motorista na condição de funcionário sob Regime Estatutário a partir
de 01.11.1989 até aposentar-se 20.05.1986. Nesta época, a Prefeitura Municipal já tinha o sistema de coleta
de lixo terceirizada há anos; e
f) Enquanto o Requerente esteve na ativa exercia a função de motorista de caçamba, cuja atividade principal
era de transporte de saibros para a manutenção de estradas, sendo que o Requerente continuou na atividade
de transporte de lixo da localidade de X1 e do X2 duas vezes por semana.
Isto posto, os elementos colhidos através de depoimento do próprio Requerente e confirmados por outros
colegas contemporâneos confirmam, tão somente que o requerente esteve à frente da atividade eminentemente
insalubre somente no interstício de 01.08.1982 até 31.10.1982, enquanto esteve na função de servente sob
o regime da CLT.
Posteriormente à esta última data, exerceu função de motorista de caminhão de lixo (portanto, não houve mais
contato com o lixo) até 31.10.1989, quando se desligou do Regime da CLT. E, quando assumiu as funções de
motorista, como servidor estatutário que transportava eventualmente lixo (também não houve contato com
o lixo), até aposentar-se. Daí se conclui da inexistência de fatores que pudessem comprovar a insalubridade
pelo fato da ausência de exposição, uma vez que o requerente era motorista e não servente.
E, enquanto o Requerente exercia a função de Motorista no Regime da CLT (de 01.11.1982 até 31.10.1989) e
sob Regime estatutário (01.11.1989 até 20.05.1996), a função em si não colocava o Requerente sob exposição
de fatores a que se pudesse atribuir insalubridade porque é somente o servente que tem contato com o lixo.
LAUDO PERICIAL
Relativamente aos quesitos formulados pelo requerente às fls. 139 dos presentes Autos, responde-se na
mesma ordem.
2) Ainda sendo a reposta anterior afirmativa, o uso de tais equipamentos neutraliza completamente os riscos
da atividade desenvolvida pelo servidor?
R.: Prejudicado.
3) No exercício de suas atividades, estava o servidor exposto a algum risco a sua saúde?
R.: Sim, somente no período em que o Requerente esteve exercendo a função de Servente sob Regime da CLT,
entre 01.08.1982 até 31.10.1982.
157
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
Posteriormente a esta data a função exercida era de Motorista, e como tal, deixou de ter contato direto com
o lixo.
5) Ainda, em sendo afirmativa a resposta anterior, qual o grau de insalubridade a que estava exposto o servidor?
R.: Prejudicado, em função de ausência de elementos que pudessem reconstituir os fatos ocorridos há dezesseis
anos.
Relativamente aos quesitos formulados pelo Requerido às fls. 141 dos presentes autos, responde-se na mesma
ordem.
c. A atividade realizada pelo autor foi enquadrada como insalubre quando da realização da perícia por técnicos
do Ministério do Trabalho?
R.: No trabalho realizado por técnicos do Ministério do Trabalho que subsidiou a elaboração do Decreto
Legislativo vigente no Município de BBB, encontra-se a função de Motorista não enquadrável como insalubre.
d. Em qual período e sob a ordem de quem o autor realizou a coleta de lixo após a terceirização do serviço?
R.: O Requerente, na condição de Motorista de caçamba, transportou lixo após a terceirização a mando do
encarregado Sr. .............. Vulgo “.....................”.
Ressalta-se que o transporte de lixo na condição de Motorista de caminhão significa que o servidor não tem
contato direto com o lixo, que é feito através de Serventes.
f. As normas regulamentadoras da CLT são aplicáveis aos servidores públicos municipais regidos por
Estatuto próprio?
R.: As Normas Regulamentadoras são aplicadas para empregado sob regime da CLT, como também outros
casos, em função da Constituição Federal de 1988, art. 7°, incs. XXII, XXIII, XXVIII e XXXI, que é mais
ampla.
FONTE: O autor
158
TÓPICO 2 — JURISPRUDÊNCIA E CASOS REAIS DE PERÍCIAS
ZUNG CHE YEE, Engenheiro de Segurança do Trabalho, portador da carteira do CREA-PR sob n° 3.729-
D, perito judicial nomeado nos presentes Autos, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
para apresentar o Laudo Pericial.
ANTECEDENTES:
O Requerente dos presentes Autos encontra-se (segundo documento constante às fls. 18 dos presentes
Autos), aposentado desde 19.12.1996, tendo o mesmo exercido enquanto na ativa as seguintes funções nas
seguintes lotações:
- Em 01.11.1989, na função de Auxiliar de Serviços Gerais, nível 01 – classe C, lotado no Departamento de
Administração – Divisão e Patrimônio, Compras e Serviços Gerais.
- Em 01.02.1990, foi transferido para o Departamento de Urbanismo – Divisão de Serviços Urbanos.
- Em 18.04.1991, foi transferido para o Departamento de Viação e Obras Públicas – Divisão de Obras Públicas.
- Em 03.06.1991, foi enquadrado na função de Servente SG-I – Nível 01 – 40 horas.
- Em 15.02.1993, foi transferido para a Secretaria Municipal de Urbanismo, Departamento de Serviços
Públicos – Divisão de Transporte Coletivo.
- Em 23.11.1993, foi transferido para Departamento de Meio Ambiente.
- Em 11.02.1994, foi transferido para a Secretaria de Viação e Obras Públicas – Departamento de Viação.
Alega, em síntese, que exerceu as suas atividades, na condição de operador de bomba, e mesmo exercendo
operações perigosas com inflamáveis, jamais recebeu o adicional que lhe era devido. Por esta razão pleiteia a
Cobrança de Adicional por Periculosidade.
PERÍCIA TÉCNICA
A coleta de subsídios necessários à Perícia Técnica ocorreu em data de 12.07.1999 às 9h30, no pátio rodoviário
da Prefeitura Municipal de NNN, localizado na Rua ............... Em ..................... – PR.
A intimação para o comparecimento das partes ocorreu, segundo o documento constante às fls. 83 dos
presentes Autos. Na ocasião compareceu tão somente o Requerente dos presentes Autos, estando ausentes os
patronos das partes, bem como o assistente técnico indicado por parte do Requerido.
Segundo a reconstituição dos fatos passados, constatou-se que o requerente dos presentes autos, embora tivesse
o cargo denominado de Servente, suas funções eram idênticas às de ocupantes do cargo atual de bombeiro
(das bombas de óleo diesel e gasolina) – categoria esta que percebe adicional de periculosidade.
159
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
LAUDO PERICIAL
Relativamente aos quesitos formulados pelo Requerido às fls. 55 dos presentes Autos, responde-se na mesma
ordem.
2. Ainda sendo a resposta anterior afirmativa, o uso de tais equipamentos neutraliza completamente os riscos
da atividade desenvolvida pelo servidor?
R.: Prejudicado.
3. No exercício de suas atividades, estava o servidor exposto a algum risco e vida? Explique:
R.: Sim. O Requerente, embora o seu cargo fosse denominado como servente, exercia as suas funções durante
o período compreendido de 01.11.1989 até se aposentar em 19.12.1996, no abastecimento de inflamáveis –
atividade esta considerada como área de risco, segundo a definição da Norma Regulamentadora 16, Anexo II
– Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis, como: toda a área de operação, abrangendo no mínimo,
círculo com raio de 7,5 metros com centro no ponto de abastecimento e o círculo com raio de 7,5 metros com
centro na bomba de abastecimento da viatura e faixa de 7,5 metros de largura para ambos os lados da máquina.
Durante as atividades exercidas pelo Requerente, mesmo enquanto não havia veículos ou máquinas para
abastecimento, ficava em uma sala localizada dentro do raio dos 7,5 metros do ponto de abastecimento, o que
significa que o Requerente encontrava-se na sua jornada de trabalho, em área de risco.
4. As atividades desenvolvidas pelo servidor, eram exercidas em condições de perigo? Se afirmativa a resposta,
quais eram esses perigos?
R.: Sim. Perigo em decorrência a exposição de inflamáveis, e suas consequências; por exemplo, explosões.
5. Ainda em sendo afirmativa a resposta anterior, qual o grau de periculosidade a que estava exposto o servidor?
R.: A Norma Regulamentadora no que concerne à periculosidade não a estabelecem em forma de graus a
exemplo de Insalubridade, apenas assegura ao trabalhador que opera na área de risco, adicional de 30%
(trinta por cento).
Relativamente aos quesitos formulados pelo Requerente às fls. 57 dos presentes Autos, responde-se na mesma
ordem.
1. Existe no Município legislação que defina quais os cargos que oferecem risco de vida?
R.: Sim.
2. A perícia que determinou a incidência do adicional de periculosidade em alguns cargos do Poder Executivo
foi realizada por qual órgão?
R.: Delegacia Regional do Trabalho, do Ministério do Trabalho do Paraná.
3. No entendimento da perícia feita por técnicos do Ministério do Trabalho, o cargo ocupado pelo servidor
foi compreendido como perigoso, necessitando, portanto, da incidência do respectivo adicional?
R.: No entendimento da Delegacia Regional do Trabalho, para o cargo ocupado pelo Requerente dos presentes
Autos de Servente, não há incidência de adicional de periculosidade.
4. As normas constantes na CLT são aplicáveis aos servidores públicos municipais regidos por Estatuto
próprio?
R.: As Normas Regulamentadoras são aplicáveis aos funcionários regidos pela CLT. Entretanto nada obsta a
utilização das Normas Regulamentadoras a título de parâmetros para efeito dos direitos constitucionais dos
trabalhadores previstos na Constituição Federal de 1988, constantes no art. 7°, inc. III, onde não discrimina
os outros trabalhadores sob regimes diversos da CLT.
160
TÓPICO 2 — JURISPRUDÊNCIA E CASOS REAIS DE PERÍCIAS
2. Sendo positivo o item anterior informar se as condições de trabalho desses funcionários, em termos de
insalubridade, têm alguma similitude com os locais e serviços desempenhados pelo autor.
R.: Prejudicado. A presente Ação contempla tão somente a cobrança de direitos do Autor e não extensível à
insalubridade de outros funcionários alheios à presente demanda.
FONTE: O autor
161
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
162
AUTOATIVIDADE
163
3 Quanto aos órgãos judiciais em que podemos pesquisar e consultar
jurisprudência relativa à insalubridade e periculosidade, assinale a
alternativa CORRETA:
164
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
LAUDO PERICIAL
1 INTRODUÇÃO
Em um processo judicial, independentemente de sua natureza – civil, penal
ou trabalhista, existem dois lados, o autor (aquele que iniciar o processo com alguma
solicitação ou acusação) e o réu (o lado que está sendo acusado). Ao iniciar o processo,
o autor deve comprovar suas alegações e as provas, conforme descrito nos artigos 332
a 443 do Código Processual Civil (CPC), podem se dividir em:
• Confissão das partes: esse tipo de prova envolve o depoimento pessoal dos
envolvidos, Aplica-se tanto ao autor como ao réu, pois ambos se submetem ao
ônus de comparecer em juízo e responder ao que lhe for interrogado pelo juiz
(art. 340, I do CPC).
• Oitiva de testemunhas: tecnicamente chamado de procedimento, é aplicado
as testemunhas do processo, se resume em ouvir o que as testemunhas têm a
dizer sobre o caso e sobre as partes envolvidas.
• Documental: ocorre quando o juiz necessita de uma prova documental com
informações que possam ser utilizadas no processo.
• Vistorias e perícias: a depender o tipo de complexidade do processo, somente
ouvir as testemunhas e analisar a prova documental não é suficiente,
necessitando então que o juiz solicite a um profissional com conhecimento
técnico no assunto em pauta no processo a elaboração de parecer sobre o tema,
denominado de perícia. De acordo com o art. 420 do CPC, a perícia consiste em
exame, vistoria ou avaliação e o resultado desse exame, vistoria ou avaliação é
apresentado em forma de laudo pericial.
• Inspeção Judicial: essa etapa do processo envolve a verificação e percepção do
juiz sobre pessoas ou coisas envolvidas no processo. Conforme consta no art.
422 do CPC, essa etapa ocorre quando o magistrado achar que é necessário
uma melhor verificação ou interpretação, e a coisa ou pessoa não pode ser
apresentação em juízo ou determinar a reconstituição dos fatos.
165
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
166
TÓPICO 3 — LAUDO PERICIAL
167
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
Essa etapa pode ser realizada em uma sala de reunião com a participação
do perito oficial, do reclamante, dos assistentes técnicos e de representantes da
empresa. Nessa etapa, são apuradas as seguintes informações:
168
TÓPICO 3 — LAUDO PERICIAL
2 QUESITOS
Conforme visto anteriormente, os quesitos são questões elaboradas pelas
partes ou pelo juiz durante o processo judicial e que devem ser verificadas pelo
perito técnico no momento da realização do laudo pericial.
169
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
O art. 426 do CPC garante que o juiz pode indeferir aqueles quesitos
que, quando formulados pelas partes, não estejam em plena sintonia com os
pontos a serem analisados, corrigindo, ainda, eventuais omissões de análise, por
intermédio da formulação de outros quesitos que tenham como objetivo a busca
da clareza dos fatos discutidos.
170
TÓPICO 3 — LAUDO PERICIAL
171
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
172
TÓPICO 3 — LAUDO PERICIAL
173
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
174
TÓPICO 3 — LAUDO PERICIAL
Ruído
Radiações Ionizantes
Condições Hiperbáricas
Vibrações
175
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
Frio
Agentes Químicos
Agentes Biológicos
176
TÓPICO 3 — LAUDO PERICIAL
177
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
2. Fontes de informações
A diligência pericial foi realizada no dia xx do mês fictício do ano xxxx, às 00:00
horas. Participaram da diligência e prestaram, informações às seguintes pessoas:
- TNS – Reclamante.
- SRS – Assistente técnico da reclamada.
- SRSP – Paradigma.
- JTS – Supervisor de manutenção.
178
TÓPICO 3 — LAUDO PERICIAL
4. Local de trabalho
Inserir foto
Nota: de acordo com o CPC, o perito pode ilustrar o laudo com fotos, figuras,
desenhos entre outros. O retângulo é apenas ilustrativo, devendo o perito
inserir foto real.
5. Metodologia utilizada
6.1. Ruído
179
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
QUESITO – 1
Queiram os senhores peritos por obséquio, informar o local de trabalho do
reclamante, assim como as atividades desenvolvidas pelo mesmo?
Resposta: o reclamante trabalhava no galpão de fabricação e montagem de
estruturas metálicas.
QUESITO – 2
Queiram os senhores peritos informarem se as atividades do reclamante
enquadram-se na NR 15 e seus anexos? Quais seriam esses agentes? Favor usar
dosímetro.
Resposta: o reclamante ficava exposto a ruído e óleo mineral. Esses agentes
enquadram-se nos anexos 1 e 13 da NR-15. Como descrito na metodologia, a
medição de ruído foi feita utilizando o audiodosímetro.
QUESITO – 3
O reclamado fornecia EPI ao reclamante capaz de reduzir a intensidade dos
agentes abaixo do limite de tolerância no termos do art. 191, II da CLT?
Resposta: com relação ao ruído a proteção auditiva era capaz de reduzir a
intensidade abaixo do limite de tolerância (ver item 6 do laudo).
180
TÓPICO 3 — LAUDO PERICIAL
QUESITO – 4
O reclamante faz jus ao adicional de insalubridade? Em caso de positivo, qual
o grau?
Resposta: sim, grau máximo.
QUESITO – 1
A que variações de ruído o reclamante estava exposto no ambiente de trabalho?
Caso ocorra ao longo da jornada, diferentes níveis de ruído, calcular os efeitos
combinados ou simplesmente proceder a dosagem do ruído integrado durante
a jornada de trabalho.
Resposta: a medição de ruído foi feita com dosímetro. Esse instrumento integra
os níveis de ruído e tempo de exposição fornecendo a dose (efeitos combinados)
e o nível de ruído integrado ou nível equivalente de ruído.
QUESITO – 2
A dosagem de ruído foi feita durante toda a jornada de trabalho? Em caso
negativo, enquanto tempo foi realizado? O Sr. perito permaneceu no local
durante as medições?
Resposta: a dosimetria de ruído foi realizada durante o ciclo de trabalho do
reclamante, conforme determina a NHO-01 da fundacentro. Com base na análise
da exposição do reclamante foi determinado o NEN – Nível de Exposição
Normalizado, para a jornada de trabalho do reclamante.
QUESITO – 3
A reclamada fornecia ao reclamante, quanto se fazia necessário, equipamento
de proteção individual – EPI?
Resposta: verificar item 6 do laudo.
QUESITO – 4
Queira o Dr. Perito nos informar com relação ao reclamante, data de admissão,
número de registro, cargos ocupados e períodos, turnos ou horários de trabalho?
Resposta: ver item 3 do laudo.
QUESITO – 5
A reclamada orienta os empregados sobre normas de segurança, e principalmente,
quanto à utilização adequada dos equipamentos de proteção individual?
Resposta: com relação ao protetor auditivo, sim.
QUESITO – 6
O reclamante era membro da CIPA junto ao reclamado? Cite seu cargo, se
positivo.
Resposta: Não foi levantado esse quesito, por não ser objetivo da perícia.
181
UNIDADE 3 — ASPECTOS DA PERÍCIA TRABALHISTA, JURISPRUDÊNCIA E LAUDO PERICIAL
QUESITO – 7
Se o uso de EPI por parte do reclamante ou outros funcionários é capaz de
eliminar a incidência ou níveis de nocividade à saúde em razão da existência
de insalubridade?
Resposta: Quanto à exposição de ruído, sim.
9. Conclusão pericial
10. ANEXOS
FONTE: SALIBA, T. M. Prova pericial em segurança e higiene ocupacional. 2. ed. São Paulo: LTr, 2016.
182
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
183
AUTOATIVIDADE
a) ( ) NR 15 e NR 12.
b) ( ) NR 15 e NR 10.
c) ( ) NR 15 e NR 16.
d) ( ) NR 16 e NR 17.
184
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Economia. NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES
INSALUBRES. Brasília Portaria MTB n° 1.084, de 18 de dezembro de 2018.
Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_
NR/NR-15-atualizada-2019.pdf. Acesso em: 11 maio 2021.
SÁ, A. L. de. Perícia Contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
186