Legislação e Direito Hospitalar
Legislação e Direito Hospitalar
Legislação e Direito Hospitalar
Hospitalar
Prof.ª Sonia Adriana Weege
Prof.ª Paula Dittrich Corrêa
2015
Copyright © UNIASSELVI 2015
Elaboração:
Prof.ª Sonia Adriana Weege
Prof.ª Paula Dittrich Corrêa
340
W394l Weege, Sonia Adriana
212 p. : il.
ISBN 978-85-7830-892-6
1.Direito.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Impresso por:
Apresentação
Acadêmico(a), para que você possa ampliar seus conhecimentos,
vamos iniciar nossos estudos sobre Legislação e Direito Hospitalar. O
conteúdo deste caderno, bem como as orientações, tem o objetivo de
contribuir para seu processo de ensino/aprendizagem.
Na Unidade 1 você irá obter uma visão global sobre direito e legislação
em saúde, para isso, iremos conceituar o Direito como ciência jurídica, também
estudaremos os direitos que firmam a vida em sociedade, dentre eles os direitos
do médico e do paciente e aspectos relevantes do Estatuto do Idoso.
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR.............................................................. 1
VII
4.1 DIREITO À INFORMAÇÃO POR PARTE DO PACIENTE........................................................ 59
4.2 AUTONOMIA DA VONTADE NO TRATAMENTO OU NO DIREITO DE MORRER......... 61
5 CONSENTIMENTO INFORMADO.................................................................................................. 64
6 ESTATUTO DO IDOSO....................................................................................................................... 66
6.1 ASPECTOS RELEVANTES.............................................................................................................. 66
6.2 CONCEITO DE IDOSO................................................................................................................... 71
6.3 DENÚNCIA CONTRA MAUS-TRATOS...................................................................................... 74
6.4 A PROTEÇÃO DO IDOSO NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA....................................... 76
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 78
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 83
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 84
VIII
3.2 SEGURADO EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E AVULSO................................. 117
3.3 CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E SEGURADO FACULTATIVO............................................ 117
4 CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA...................................................................................................... 119
4.1 CONTRIBUIÇÃO COM BASE NA RELAÇÃO DE EMPREGADOS/AVULSOS.................... 119
4.2 CONTRIBUIÇÃO COM BASE NOS DEMAIS SEGURADOS................................................... 121
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 123
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 124
IX
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 169
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 170
X
UNIDADE 1
LEGISLAÇÃO E DIREITO
HOSPITALAR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você
encontrará atividades que o(a) ajudarão na compreensão dos conteúdos
apresentados. Os três tópicos desta primeira unidade permitem conhecer
elementos básicos do direito e legislação em saúde.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Bem-vindo(a) ao mundo jurídico, ou seja, a Ciência do Direito, este estudo
permitirá que você olhe e confira que o Direito permeia todas as fases e relações
da sua vida. Na maioria das vezes não correlacionamos os fatos jurídicos ao nosso
dia a dia, devido à falta de conhecimento ou por não termos o suporte teórico
capaz de trazer a compreensão devida.
Este material foi desenvolvido para proporcionar uma visão global sobre
direito e legislação em saúde, para isso, iremos conceituar o Direito como ciência
jurídica e verificar os aspectos relevantes correlacionados à saúde, pois é o tema
sobre o qual iremos nos dedicar.
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
Então não será difícil perceber que o Direito está presente em qualquer
relação jurídica, seja entre o hospital e o paciente, entre o médico e o paciente
ou em conflito com o plano de saúde. É nesse contexto que se insere a nossa
discussão entre o Direito e a legislação em saúde, a qual passaremos a estudar
agora.
2 NOÇÕES DE DIREITO
2.1 HISTÓRICO
Nos primórdios reinava a lei do mais forte, importante destacar que o
Direito nasceu junto com a civilização, sob a forma de costumes os quais foram
inseridos neste contexto. Sua história iniciou com o ser humano, com o objetivo
de regular as relações humanas, para que houvesse paz e prosperidade no meio
social, impedindo a desordem, guerra e crime. Sem o Direito, a sociedade estaria
em constante processo de contestação, onde a lei do mais forte prevaleceria
sempre, num verdadeiro caos social, levando a degradação humana e dissociação
do bem em artifícios maléficos.
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO E ASPECTOS RELEVANTES À SAÚDE
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
Desse modo, caso a sociedade não cumpra sua determinação, haverá uma
outra disposição que se chama sansão. Assim, podemos dizer que o Direito é um
produto da própria convivência social, onde as regras jurídicas são produzidas e
aplicadas pela hierarquia superior, como: presidentes, governadores, prefeitos etc.,
com a finalidade de obter o bem comum e a paz social.
Pois bem, o Direito não pode ser somente conceituado por um enunciado,
na medida em que se trata de uma palavra que comporta inúmeros sentidos,
como se pode verificar no dicionário enquanto adjetivo:
1. Do, ou pertencente ao lado do corpo humano em que a ação muscular
é, no tipo normal, mais forte e mais ágil; destro; 2. Correspondente a
esse lado para um observador colocado em frente; 3. Nos rios, diz-se
do lado que fica à direita do observador que olha a parte para onde as
águas descem; 4. Que segue sempre a mesma direção; reto, direto; 5.
Que não é curvo; 6. Aprumado, ereto; 7. Íntegro, probo, justo, honrado;
8. Leal, franco, sincero; (AURÉLIO, 2009, p. 289).
E como substantivo:
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO E ASPECTOS RELEVANTES À SAÚDE
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
3 FONTES DO DIREITO
É oportuno pensar sobre o significado da expressão fonte, antes de serem
analisadas quais são as classificações delas, pois elas podem aparecer como
mecanismo por meio dos quais as normas ganham força imperativa, onde as
regras sofrem formalidades e são postas a fim de que sejam cumpridas.
Fonte vem do latim, fons, fontis e significa nascente de água, sendo
empregada juridicamente como metáfora, quando se remete à fonte de um rio,
de onde as águas emergem da terra, dessa forma, falar sobre fonte jurídica é falar
da vida social nas profundezas perdidas do além e trazê-la para a superfície do
Direito.
Pela observação do dinamismo das relações sociais, a fonte de direito
torna-se um problema nas sociedades contemporâneas, pois não conseguimos
identificar com clareza de onde surgem as normas jurídicas, como acontece com
outras sociedades.
8
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO E ASPECTOS RELEVANTES À SAÚDE
Quando nossa sociedade percebe que seu direito é apenas fruto da vontade
de seus membros e que pode mudar a qualquer momento, a incerteza das fontes
desse direito se manifesta e a pergunta sobre qual a origem das normas jurídicas,
acaba surgindo.
Portanto, quando se fala em Fontes do Direito, podemos pensar num
lugar onde brota alguma coisa, como fontes d’agua ou nascente. A expressão
fontes do direto significa o lugar de onde provém a norma jurídica, aonde
nascem regras jurídicas ainda não existentes na sociedade humana, retornar à
fonte do direito é buscar a origem de seus enunciados.
FONTE: Adaptado de: <http://www.unifra.br/professores/arquivos/25583/88638/ENVIO%20
7%20FONTES%20DO%20DIREITO.pdf>. Acesso em: 26 jan. 2015.
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
3.1.1 Lei
Há vários significados para a palavra lei, entretanto, ela pode se reportar
às leis divinas, leis científicas, mas também tanto norma constitucional, quanto
uma lei ordinária ou até uma cláusula contratual, que se diz ser “lei entre as
partes”.
De maneira geral lei deriva do verbo latino ligare, que significa "aquilo
que liga", ou legere, que significa "aquilo que se lê", é uma norma ou conjunto
de normas jurídicas criadas através dos processos próprios do ato normativo e
estabelecidas pelas autoridades competentes.
FONTE: Adaptado de: <https://groups.google.com/forum/#!topic/papoespirita/Rql30oFpg4o>.
Acesso em: 27 jan. 2015.
3.1.2 Costume
A obediência a uma conduta por parte de uma coletividade configura
um uso. A repetição desse uso forma o costume, que vem a ser a regra de conduta
criada naturalmente pela consciência comum do povo, que a observa dia após
dia, com a característica de ser realizada da mesma forma, e sob a convicção
de corresponder a uma necessidade jurídica. O emprego de uma determinada
regra para regular determinada situação, desde que se repita reiteradamente,
sempre que a situação ocorra novamente, constitui uma prática, um uso,
cuja generalização através do tempo leva a convicção de que se trata de uma
regra de Direito. Esse hábito que adquirem os homens de empregar a mesma
regra, sempre que se repete a mesma situação, e de segui-la como legítima e
obrigatória, é que constitui o costume.
Os costumes são a maneira cultural de uma sociedade manifestar-se,
pois a partir da repetição, constituem regras, muito embora não escritas como
as leis, tornam-se observáveis pela própria vida social. Assim, podemos dizer
que o direito costumeiro é dividido em dois modos fundamentais:
- Quanto à natureza: que se subdivide em costume popular e costume
erudito;
- Quanto ao conteúdo, podendo ser:
a) praeter legem
b) secundum legem
c) contra legem
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
• Praeter legem: costumes não abrangidos pela lei, mas que completam o
sistema legislativo, na falta de um dispositivo legal aplicável, o juiz deverá
decidir de acordo com o Direito costumeiro, portanto, quando a lei for omissa,
o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de
direito;
• Secundum legem: costumes contemplados na lei, ou seja, o preceito não
contido na norma, é reconhecido e admitido com eficácia obrigatória;
• Contra legem: costumes opostos à lei, onde as normas costumeiras contrariam
as normas de Direito escrito.
FONTE: Adaptado de: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Costume>. Acesso em 27 jan. 2015.
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO E ASPECTOS RELEVANTES À SAÚDE
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
UNI
Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No meio, uma escada e sobre ela
um cacho de bananas. Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, jogavam
um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco
ia subir a escada os outros o pegavam e enchiam de pancada. Com mais algum tempo,
nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então substituíram um dos macacos por um novo.
A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo retirado pelos outros, que
o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a
escada. Um segundo foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto
participado com entusiasmo na surra ao novato. Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu.
Um quarto e afinal o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas então ficaram com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo
tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas. Se
possível fosse perguntar a algum deles porque eles batiam em quem tentasse subir a escada,
com certeza a resposta seria:
"Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui".
3.1.3 Jurisprudência
Palavra de origem latina iuris prudentia que significa conjunto das
decisões e interpretações das leis. A jurisprudência consiste na decisão
irrecorrível de um tribunal, ou um conjunto de decisões dos tribunais, ou a
orientação que resulta de um conjunto de decisões judiciais proferidas num
mesmo sentido, sobre uma dada matéria e proveniente de tribunais da mesma
instância ou de uma instância superior como o Supremo Tribunal de Justiça ou
Tribunal Superior do Trabalho.
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO E ASPECTOS RELEVANTES À SAÚDE
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
3.1.4 Doutrina
A doutrina vem a ser a fonte do direito não estatal, secundária e mediata,
decorrente dos estudos realizados pelos cientistas do Direito, que verificando
as mudanças constantes pelas quais passa a sociedade, num contexto histórico,
cultural, econômico e político, buscam a presença de novos institutos jurídicos,
além de servir de referência para os operadores do Direito. Assim ajudarão a
obter argumentos dotados de validade contemporânea, para modificar conceitos
até então considerados válidos, mas que podem ter seu conteúdo modificado
pela ação da evolução social, do comportamento humano.
Por meio dessa fonte, os estudiosos do Direito buscam apresentar teses para
criar, modificar, alterar conceitos e conteúdos importantes na evolução social que
devidamente acompanhada do ordenamento jurídico, serve tanto como alicerce para
criar, modificar e desconstituir verdades existentes em determinado espaço, quanto
para auxiliar os operadores do Direito na interpretação e integração das chamadas
lacunas da Lei, onde não há regulamentação legal.
3.1.5 Analogia
Tendo em vista que o aplicador do direito não pode deixar sem resposta
as questões postas à sua apreciação e, não havendo uma norma jurídica que se
encaixe de forma específica ao caso concreto, o juiz deve se utilizar de meios
adequados para aplicar o direito.
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO E ASPECTOS RELEVANTES À SAÚDE
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO E ASPECTOS RELEVANTES À SAÚDE
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO E ASPECTOS RELEVANTES À SAÚDE
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO E ASPECTOS RELEVANTES À SAÚDE
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RESUMO DO TÓPICO 1
• Conceituar Direito.
24
AUTOATIVIDADE
6 Cite e explique quais são os três princípios gerais do Direito mais importantes
segundo a maioria da doutrina.
25
26
UNIDADE 1
TÓPICO 2
SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO
1 INTRODUÇÃO
No que tange à implementação dos direitos sociais, de um modo geral,
o direito à saúde, está cada vez mais no auge das preocupações nas instâncias
jurídicas e políticas de todo o mundo e no Brasil não é diferente, sofremos grandes
avanços e o progresso na saúde finalmente está chegando para a população, pelo
menos no que diz respeito à legislação.
O direito à saúde está diretamente ligado ao bem da sociedade e da vida,
que são direitos inalienáveis de todos. A vida é o bem mais valioso e importante
de todo e qualquer ser humano, mas para usufruí-lo é importante que haja
condições como acesso à saúde, condições sanitárias dignas, alimentação, dentre
outros fatores.
Veremos que a Constituição Federal de 1988 contribuiu positivamente para o
direito à saúde da população, com inovações e acesso não somente a brasileiros, mas
a estrangeiros também.
Com a implementação do Sistema Único de Saúde, a efetivação do
direito à saúde no Brasil, apresentou significativos progressos, garantindo
a todos, do mais pobre ao mais rico, o direito a um tratamento de saúde
integral e totalmente gratuito, cumprindo de certa forma a ordem imposta na
Constituição.
FONTE: Adaptado de: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_
artigos_leitura&artigo_id=9037>. Acesso em: 27 jan. 2015.
Neste tópico, iremos abordar a questão do direito fundamental à saúde e
sua previsão constitucional, verificando qual é o objeto da obrigação assistencial
da saúde, além de analisar o conceito, histórico e natureza jurídica do direito à
saúde.
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
2 CONCEITO DE SAÚDE
Separar o binômio saúde-doença passa a ser uma prática necessária e
emergente na atualidade. Ao contrário da doença, em relação à saúde torna-se
difícil propor uma definição de senso comum ao longo da história. Veremos alguns
conceitos de saúde, e perceberemos como os filósofos e cientistas abordaram
a saúde ao longo do tempo, com o intuito de trazer luz, significado e reflexão
acerca dos diferentes olhares sobre a saúde, bem como desenvolver um discurso
compreensivo no contexto saúde, abrindo novas fronteiras para o conhecimento
da enfermagem.
ATENCAO
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TÓPICO 2 | SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO
Conceituar saúde é uma tarefa difícil, pois a saúde pode ser definida sob
vários aspectos. Empregar uma definição única é uma postura inconveniente
para com uma temática tão importante. Para fins de criar as bases conceituais, a
Organização Mundial da Saúde define-a como:
[...] o estado de mais completo bem‑estar físico, mental e social, e
não apenas a ausência de enfermidade. Ao ser transportado para o
sistema jurídico a concepção de saúde passa a ser um direito. Não se
pode criar a falsa expectativa de que o Estado garanta plena saúde do
indivíduo, mas que este disponha da correta prestação sanitária para
seu atendimento. Nesse contexto, a saúde pode ser considerada um
direito social adequado à concepção de Estado do bem‑estar social,
além de integrar o corpo dos direitos humanos de terceira geração por
possuir ligação com a solidariedade. (MORAES, 2003, p. 23).
E
IMPORTANT
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TÓPICO 2 | SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
Até o século XVIII, não era o doente que precisava se curar, pois os
pobres detinham a condição de miseráveis em busca de ajuda, eles eram
assistidos materialmente e espiritualmente, criaturas a quem deveriam dar
os últimos cuidados e o último sacramento para a vida eterna. Interessante
ressaltar que os profissionais que assistiam os doentes não eram preparados
para realizar a cura dos doentes, mas para oferecer a salvação divina.
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TÓPICO 2 | SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO
Guerra Mundial veio a preocupação com a saúde, devido aos feridos e às doenças
que se espalham no mundo, criando uma agência especializada, subordinando-se
à Organização das Nações Unidas com sede em Genebra, composta por 193 países,
em que se incluem todos os Estados membros da ONU. Segundo o autor Naomar
de Almeida Filho:
Em 1946, talvez buscando o alívio para o espírito depressivo do pós-
guerra, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reinventou o nirvana
e chamou-o de “saúde”: “estado de completo bem-estar físico, mental
e social, e não meramente ausência de doença ou incapacidade”.(2011,
p.10)
UNI
NOTA
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TÓPICO 2 | SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
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TÓPICO 2 | SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
UNI
Vamos refletir sobre a música “Sem Saúde” do cantor Gabriel, O Pensador “[...].
Me cansei de lero-lero. Dá licença, mas eu vou sair do sério. Quero mais saúde. Me cansei
de escutar... [...]. Tá muito sinistro! Alô, prefeito, governador, presidente, ministro...sei lá...
Alguma autoridade tem que se manifestar! [...]. E se eu ficar doente? Quem vem me buscar? A
ambulância ou o rabecão? [...]. Eu num tenho educação, mas saúde eu quero ter. [...] Já paguei
os meus impostos, não sei pra quê? Eles sempre dão a mesma desculpa esfarrapada: ‘A saúde
pública está sem verba’”.
Agora caro aluno, reflita sobre a realidade atual da saúde no Brasil, ao longo dos séculos,
como era e como está a saúde atualmente, será que ainda deve melhorar?
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
ATENCAO
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TÓPICO 2 | SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO
UNI
Para concluir o estudo da unidade solicitamos que você reflita sobre a situação
do direito à saúde no Brasil. Como foi visto, o direito à saúde é direito de todos, além de ser
um dever do Estado, mas será que ele tem sido tratado dessa forma?
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
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TÓPICO 2 | SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO
Nos dias atuais o conceito de saúde apresenta três ideais, que são as ações
de promoção da saúde, da prevenção das doenças e do tratamento curativo.
Assim, a promoção diz respeito às condições de saúde e que logicamente, estão
relacionadas à qualidade de vida, alimentação, nutrição, educação, habitação,
saneamento, lazer e aos cuidados de saúde. Trata-se, portanto, de uma
promoção da saúde centrada no indivíduo, projetando-se para a família e para a
sociedade.
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
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TÓPICO 2 | SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO
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TÓPICO 2 | SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO
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TÓPICO 2 | SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO
51
RESUMO DO TÓPICO 2
• Conceituar saúde.
52
AUTOATIVIDADE
Caro(a) acadêmico(a)!
1 Sabemos que a saúde pode ser conceituada sob vários aspectos, entretanto,
defina saúde conforme a Organização Mundial de Saúde.
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54
UNIDADE 1
TÓPICO 3
DIREITOS DO PACIENTE
1 INTRODUÇÃO
É interessante fazermos uma retrospectiva da nossa vida. Antes de
nascermos já houve um planejamento sob inúmeros aspectos para nossa
concepção e desenvolvimento. No decorrer do nosso crescimento também foram
geradas expectativas com nossa educação, qual a profissão a ser seguida, relações
de afetividade como com quem casaremos, depois com a chegada dos netos e
assim por diante. Projeta-se uma vida longa na fase adulta, pois quando criança
sempre dizemos que tudo passa muito rápido, mas pouco se pensa na perspectiva
da velhice, pois parece que os planos começam a declinar.
Na verdade, parece que descartamos a velhice do ciclo de vida, atualmente
as pessoas aspiram viver muito e com qualidade, porém nem sempre percebem
que por este caminho se chegará à velhice, isso gera desconforto. Apesar de todo
o preconceito que envolve a velhice, essa faixa etária começou a ganhar destaque
por parte dos doutrinadores.
Durante o decorrer deste estudo, perceberemos que nas últimas décadas, o
envelhecimento da população mundial é reflexo do desenvolvimento e progresso
das sociedades. Ademais, em virtude da melhor qualidade de vida, os indivíduos
que atingem a terceira idade possuem melhores condições psicológicas e físicas
que no passado. Sem dúvida, é uma nova realidade, que exige reflexões e
mudanças da sociedade.
A pergunta inicial se refere ao conceito do idoso. Quem hoje poderia ser
considerado idoso? Percorreremos uma tênue caminhada até chegarmos nesta
resposta.
Vamos estudar também sobre o consentimento informado e já podemos
adiantar que ele se fundamenta na autonomia do sujeito, isto é, no direito de o
indivíduo tomar suas próprias decisões em relação à sua vida, à sua saúde e à sua
integridade física e psicológica.
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
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TÓPICO 3 | DIREITOS DO PACIENTE
3 DIREITO À VIDA
O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, é dele que
decorrem todos os outros consolidados na nossa lei maior. A Constituição
Federal garante a todos os brasileiros e estrangeiros, sem distinção de qualquer
natureza, a inviolabilidade do direito à vida, sendo este direito primário,
garantindo-se a essência dos demais direitos e princípios constitucionais.
O direito à vida é a base dos demais, sendo ele um pré-requisito para
tornar concreto o exercício de todos os outros direitos e como já vimos, compete
ao Estado assegurar e tutelar o direito de continuar vivo e ter uma vida digna.
O direito à vida e à saúde estão interligados, uma vez que para o cidadão
obter uma vida digna, são necessários investimentos do Estado em políticas
públicas de ações sanitárias, desde o tratamento da água, do saneamento
básico das comunidades, políticas de prevenção a doenças, a garantia universal
e a equidade no atendimento no que diz a respeito ao direito a saúde e a total
integralidade no tratamento das enfermidades.
A vida não pode ser violada, em virtude disso, o legislador inseriu a
proibição da pena de morte no Brasil, salvo em caso de guerra declarada. Não
será possível mesmo com emenda constitucional instituir a pena de morte
no Brasil, sendo um direito fundamental, pois dizemos que é uma cláusula
pétrea, na verdade somente poderia ser alterada se a Constituição Federal fosse
rasgada, com um golpe militar por exemplo.
Para se viver com dignidade e respeito, devem ser asseguradas
as necessidades vitais básicas do indivíduo, como o direito à vida na sua
integralidade, pois este é considerado o principal, sendo subsidiários dele
outros direitos.
O legislador constituinte brasileiro inspirou o direito à vida na
Constituição de 1988 no seu art. 5º caput, graças às participações do Brasil em
acordos internacionais sobre Direitos Humanos, no qual, destacamos o Pacto
de San Jose da Costa Rica em 1969.
FONTE: Adaptado de: <http://www.idisa.org.br/img/File/HMARQUES-
INCONSTITUCIONALIDADE.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2015.
NOTA
A fim de avançar seu conhecimento e estudar as nuanças, leia o Pacto de San Jose
da Costa Rica no seguinte link: <http://www.aidpbrasil.org.br/arquivos/anexos/conv_idh.pdf>.
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
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TÓPICO 3 | DIREITOS DO PACIENTE
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
NOTA
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TÓPICO 3 | DIREITOS DO PACIENTE
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TÓPICO 3 | DIREITOS DO PACIENTE
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
5 CONSENTIMENTO INFORMADO
Também comumente chamado de consentimento esclarecido, o
consentimento informado é o direito que todo paciente tem a autorizar o
médico para realizar determinado procedimento, bem como obter informações
pelos serviços prestados, sendo, pois, medida indispensável aos médicos que
pretendem se prevenir de futuras e indesejáveis demandas judiciais.
Acontece quando existe uma livre vontade, de forma que seja tomada uma
atitude, para que um fim seja alcançado, sendo uma maneira de concordar e conceder
aprovação para alguém.
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TÓPICO 3 | DIREITOS DO PACIENTE
Para que seja fornecida autorização para o médico atuar, são necessários
esclarecimentos pormenorizados dos atos que ocorrerão, objetivando a obtenção
do consentimento, expresso ou tácito, para que a tomada de posição seja racional.
Compete ao paciente decidir se pretende ou não se submeter a
um determinado tratamento ou intervenção cirúrgica, devendo, em caso
afirmativo, ser-lhe dada a oportunidade de decidir entre as várias alternativas
de tratamentos.
Desse modo, a análise do regime jurídico do consentimento deve
observar o dever de respeito pela autodeterminação do paciente e depende da
prévia verificação dos deveres de informar e esclarecer sobre a averiguação, o
estado e o curso provável da doença, a terapia proposta, ponderados os riscos e
os benefícios, os meios disponíveis e os tratamentos alternativos.
FONTE: Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/30782/M%20
1100.pdf?sequence=1>. Acesso em: 28 jan. 2015.
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
6 ESTATUTO DO IDOSO
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TÓPICO 3 | DIREITOS DO PACIENTE
E
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Fique ligado, há garantia de reserva de 10% dos assentos aos idosos em ônibus
coletivos, sendo que o aviso deve ser visível e legível destes lugares.
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TÓPICO 3 | DIREITOS DO PACIENTE
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
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TÓPICO 3 | DIREITOS DO PACIENTE
NOTA
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TÓPICO 3 | DIREITOS DO PACIENTE
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UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
O idoso tem muito medo de denunciar seu agressor, sendo que quando
isso acontece, se agrava ainda mais a situação de violência que ele sofre, devido à
denúncia realizada. A Lei apresenta uma grande falha nesta questão, pois depois
que o idoso denuncia o seu agressor, ele não possui segurança nenhuma por parte
da justiça, tendo que voltar para sua própria casa e conviver com a pessoa que o
75
UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
agride. Isso é um absurdo, pois quem irá fazer a denúncia contra seu agressor?
Se já era agredido antes da denúncia, após a mesma sofrerá uma punição ainda
maior.
Importante ressaltar que a agressão psicológica sempre vem antes da
violência física, pois os conflitos familiares e afetivos já estão instaurados no
idoso, vítima de violência antes mesmo de sofrer a agressão física, uma vez que
esta agressão é uma consequência gerada pelos conflitos psicológicos.
É importante que o agressor seja punido pelas suas atitudes, pois, quando
se investiga a violência física, constata-se que o idoso já vem sofrendo há muito
tempo com outros tipos de abusos e maus-tratos.
Para a defesa dos direitos dos idosos, em 2003, foi editado e publicado
o Estatuto do Idoso, na forma da Lei Federal n° 10.741, em eixos próprios de
promoção e proteção dos direitos, como também propriamente a defesa
desses direitos, podemos verificar no artigo 2º que os idosos gozam de todos
os direitos fundamentais essenciais e próprios à pessoa humana, devendo ser-
lhes assegurados por todas as formas de lei e na obediência norteadora da
proteção integral, em todas as suas conotações de seres humanos biologicamente
entendidos, e socialmente interpretados.
A declaração Universal dos Direitos Humanos no item XXV, §1°, marcou
historicamente a concepção dos direitos fundamentais inerentes às pessoas
idosas, ao transcrever que todo o homem tem direito a um padrão de vida capaz
de assegurar para si e sua família saúde e bem-estar, alimentação, moradia,
vestuário, cuidados médicos, entre outros, e direito à segurança em caso de
velhice.
Em 16 de dezembro de 1991, a Assembleia das Nações Unidas aprovou
Os Princípios das Nações Unidas em favor das Pessoas Idosas. Estes princípios
são fontes iniciais para aplicação das políticas públicas nos programas nacionais
sobre os direitos humanos, e em especial aos direitos dos idosos.
Diante da publicação do Estatuto do Idoso em 2003, e após as implantações
e adaptações às condições necessárias para um bom andamento, e para uma boa
aplicação das políticas públicas de assistência social, e singularmente à proteção
ao idoso, é que em 2006 o Serviço de Atenção à Pessoa Idosa em situação de
maus-tratos foi constituído para dar suporte ao público idoso, que é um grupo
vulnerável.
77
UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
LEITURA COMPLEMENTAR
79
UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
Brasil
Utopia
80
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO E ASPECTOS RELEVANTES À SAÚDE
81
UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO E DIREITO HOSPITALAR
FONTE: ALVES, Ariel de Castro. Artigo sobre a declaração dos direitos Humanos. Disponível
em: <http://jornalismoresponsavel.wordpress.com/category/declaracao-universal-dos-direitos-
humanos>. Acesso em: 3 jan. 2015.
82
RESUMO DO TÓPICO 3
83
AUTOATIVIDADE
3 O paciente tem direito a optar em não receber informações sobre seu estado
de saúde? Justifique sua resposta.
84
UNIDADE 2
GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E
SAÚDE DO TRABALHADOR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos, sendo que em cada um deles,
além dos conceitos e explanações dos conteúdos, estarão disponíveis ativi-
dades que têm por objetivo primordial auxiliá-lo(a) na compreensão e apro-
priação dos conteúdos.
85
86
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A legislação trabalhista brasileira provisiona diversas garantias e direitos
aos trabalhadores/empregados que são a força de trabalho e que movimentam a
economia no território brasileiro.
2 DIREITOS DA GESTANTE
Os direitos da gestante, na verdade, concernem à maternidade como um
todo, visando não somente à proteção desta, mas, igualmente, a do nascituro,
garantindo a este um desenvolvimento digno, com saúde, higiene e todos os
cuidados necessários. Portanto, incorreta a menção de que tais dispositivos
servem para a proteção única da gestante, quando, na realidade, cuidam de uma
nova vida a ser gerada, não sendo, assim, um cuidado exclusivo com a mulher, e
sim com ambos, a gestante e a vida que esta leva em seu ventre.
87
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
• Período de Licença-maternidade
• Mãe adotiva
• Aborto
A CLT traz ainda a Licença Aborto, estabelecendo em seu Art. 395: “Em
caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher
terá um repouso remunerado de duas semanas, ficando-lhe assegurado o direito
de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento”.
88
TÓPICO 1 | GARANTIAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
• Estabilidade da gestante
• Amamentação
3 LICENÇA-PATERNIDADE
Assim como as mulheres têm direito à licença-maternidade e ao
salário maternidade, os homens trabalhadores também podem fazer o pedido
ou requerimento quando seu filho nascer. Conforme decreta a Constituição
Federal de 1988 (BRASIL, 1988), o homem tem direito a cinco dias de licença-
paternidade para estar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a mãe nos
processos pós-operatórios.
89
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
4 SERVIÇO MILITAR
Barreto (2008, p. 150) esclarece que o empregado “durante o afastamento
para o cumprimento do serviço militar não recebe do empregador salário e, sim,
saldo do serviço militar, mas o tempo de afastamento é computado como de
efetivo serviço; logo, é obrigatório o depósito do FGTS”.
90
TÓPICO 1 | GARANTIAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
5.1 FÉRIAS
Inicialmente, no ano de 1889, as férias atingiam apenas os trabalhadores
dos Ministérios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Em 1890, tal direito
foi concedido para ferroviários e operários diaristas. (DELGADO, 2010). Em
seguida, ampliou-se a concessão de férias para os que laboravam no comércio,
na indústria e em instituições bancárias. Somente com a Consolidação das Leis
do Trabalho, em 1943, as férias foram positivadas como um benefício que ampara
todos os empregados.
Podemos citar ainda o conceito trazido por Barreto (2008, p.189), para
quem as férias são “[...] períodos de interrupção do contrato de trabalho, nos
quais o empregado, após ter completado o período aquisitivo (adquirido o direito
às férias), não trabalha, mas recebe do seu empregador o salário”.
91
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
Cassar (2011, p. 783) esclarece que “a contagem não é feita por ano civil
(de janeiro a dezembro) e sim por aniversário da data da admissão”.
92
TÓPICO 1 | GARANTIAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
93
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
E
IMPORTANT
DURAÇÃO DO
DIAS DE FÉRIAS
TRABALHO SEMANAL
+ de 22 horas até 25 horas 18 dias
+ de 22 horas até 22 horas 16 dias
+ de 15 horas até 20 horas 14 dias
+ de 10 até 15 horas 12 dias
+ de 5 até 10 horas 10 dias
5 horas ou menos 8 dias
FONTE: Delgado (2011)
94
TÓPICO 1 | GARANTIAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
c) Deve ser participada por escrito, com antecedência mínima de 30 dias, sendo
necessário que desta participação o empregador emita recibo.
d) O pagamento deve ser realizado em até o máximo de dois dias antes do início
do descanso.
95
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
Art. 133 Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo:
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias
subsequentes à sua saída;
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por
mais de 30 (trinta) dias;
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30
(trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços
da empresa; e
IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de
trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora
descontínuos.
§ 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social.
§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o
empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas
neste artigo, retornar ao serviço.
§ 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo, a empresa
comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência
mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim da paralisação total
ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos
mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional,
bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho.
96
TÓPICO 1 | GARANTIAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
97
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
O prazo para pagamento das férias coletivas é de dois dias antes de seu
início, da mesma forma como as férias individuais. Segundo Barreto (2008, p. 202):
98
TÓPICO 1 | GARANTIAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
99
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
O pagamento deverá ser feito até dois dias antes do início do período de gozo
(Art. 145 CLT).
100
TÓPICO 1 | GARANTIAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
6.1 PAGAMENTO
Deverá ser pago integralmente pelo empregador até o dia 20 de
dezembro de cada ano, compensada a importância que tenha recebido a título de
adiantamento (Art.1° Lei nº 4.749/65).
• Valor:
• Segunda parcela:
• Parcela única:
101
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
102
TÓPICO 1 | GARANTIAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
ATENCAO
103
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
104
TÓPICO 1 | GARANTIAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
ATENCAO
105
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
106
RESUMO DO TÓPICO 1
Constatamos que para se ter direito ao 13º salário é preciso que o empregado
tenha trabalhado em cada um dos 12 meses do ano, no mínimo durante 15 dias.
Caso não tenha 15 dias trabalhados em determinado mês, perderá o valor de
1/12 avos correspondente.
107
AUTOATIVIDADE
( ) As férias devem ser pagas ao empregado dois dias após o início de seu
gozo.
( ) A falta de dois dias sem justificativa enseja a perda do direito aquisitivo
integral das férias.
( ) A concessão do período de férias é prerrogativa do empregador.
( ) Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma
empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa.
108
UNIDADE 2 TÓPICO 2
CONCEITOS E SUJEITOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
Inicialmente, para entendermos o Direito Previdenciário devemos
conceituar e diferenciar alguns termos que utilizaremos no decorrer de nosso
trabalho, pois são conceitos importantes que nos ajudarão a entender todo o
contexto em que estão inseridos.
109
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
110
TÓPICO 2 | CONCEITOS E SUJEITOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Bons estudos!
[...]
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida
em legislação específica, presta serviço para atender à necessidade
transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a
acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil
para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa
nacional no exterior;
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou
a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas
subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos
111
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
Avulso: o Art. 11, inciso VI, da Lei nº 8.213/91, traz apenas a previsão do avulso
como segurado obrigatório. Para compreendê-lo, precisamos do apontamento
doutrinário:
113
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
114
TÓPICO 2 | CONCEITOS E SUJEITOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
O referido artigo procurou esclarecer também que não podemos nos filiar
ao Regime Geral da Previdência Social como facultativos, se participarmos do
Regime Próprio de Previdência Social (§ 2º do Decreto nº 3.048/99). Exemplo:
se formos servidores públicos e o órgão para o qual laboramos possui regime
próprio, é com este que estaremos vinculados.
2.1 DEPENDENTES
Os dependentes do segurado constam do Art. 16 do Regulamento da
Previdência Social, Decreto nº 3.048/99, que os separa em classes. Na falta de uma
classe, exclui as seguintes, e ainda, os integrantes da mesma classe concorrem em
igualdade de condições.
115
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
• 2ª CLASSE: os pais (inciso II, Decreto nº 3.048/99). Esta segunda classe somente
será considerada caso a primeira classe não exista, e ainda, os pais precisam
provar a dependência econômica para possuírem o direito à pensão por morte,
por exemplo.
3 CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADO
A Previdência Social faz parte da Seguridade Social e no Art. 195 da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, consta que esta deverá
ser financiada por toda sociedade, direta e indireta, nos termos da lei, mediante
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios [...] (art. 195/CRFB/88), constando ainda que as seguintes
contribuições sociais serão objeto do financiamento:
116
TÓPICO 2 | CONCEITOS E SUJEITOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
ALÍQUOTA PARA FINS DE
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) RECOLHIMENTO
AO INSS (%)
Até R$ 1.399,12 8,00
De R$ 1.399,12 a R$ 2.331,88 9,00
De R$ 2.331,88 a R$ 4.663,75 11,00
FONTE: Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/noticias/contribuicao-cidadao-deve-
ficar-atento-aos-valores-da-tabela-de-contribuicao-do-inss-para-2015/>. Acesso em: 28 jan.
2015.
117
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
[...]
UNI
118
TÓPICO 2 | CONCEITOS E SUJEITOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
• a dona de casa;
• o síndico de condomínio quando não remunerado;
• o estudante;
• o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;
• aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;
• o bolsista e o estagiário que prestam serviço a empresa – Lei nº 6.494/77;
• o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização,
pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que
não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
• o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a
qualquer regime de previdência social;
• o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime
previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional.
• o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semiaberto, que, nesta
condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais
empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade
afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria.
FONTE: Adaptado de: <http://www.previdencia.gov.br/contribuinte-individual/>. Acesso em: 10
fev. 2015.
4 CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA
A Lei nº 8.212/91 traz o conceito de empresa, em seu Art. 15, considerando
como a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica
urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da
administração pública direta, indireta e fundacional (inciso I, Lei nº 8.212/91), e
também como empregador doméstico a pessoa ou família que admite a seu serviço,
sem finalidade lucrativa, empregado doméstico (inciso II, Lei nº 8.212/91).
119
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
120
TÓPICO 2 | CONCEITOS E SUJEITOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
• Empregador doméstico:
121
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
122
RESUMO DO TÓPICO 2
123
AUTOATIVIDADE
124
UNIDADE 2 TÓPICO 3
BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
1 INTRODUÇÃO
Os benefícios previdenciários são devidos apenas aos segurados
obrigatórios ou facultativos da Previdência Social, ou seja, para ter direito é
preciso ter contribuído por um tempo mínimo exigido legalmente (período de
carência).
II - QUANTO AO DEPENDENTE:
a) pensão por morte;
b) auxílio-reclusão.
[...]
125
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
126
TÓPICO 3 | BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
127
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
128
TÓPICO 3 | BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
129
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
f=
onde:
Tc x a
Es [
x 1+
( Id + Tc x a )
100 ]
f = fator previdenciário;
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;
Id = idade no momento da aposentadoria; e
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
FONTE: Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/fator_previdenc.htm>.
Acesso em: 24 jan. 2015.
Durante este período, 15, 20 ou 25 anos, o trabalhador deve ter tido contato
efetivo com agentes nocivos à saúde, de ordem física, química ou biológica,
em ambientes insalubres. Contudo, ressaltamos que não é qualquer ambiente
130
TÓPICO 3 | BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
ASBESTOS
a) extração, processamento e manipulação de rochas amiantíferas;
b) fabricação de guarnições para freios, embreagens e materiais isolantes
contendo asbestos;
c) fabricação de produtos de fibrocimento;
d) mistura, cardagem, fiação e tecelagem de fibras de asbestos.
131
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
SEGURADOS
MOTIVO DA RENDA
COM CARÊNCIA
CONCESSÃO MENSAL
DIREITO
Empregados, Trabalho sujeito a
Avulsos, condições especiais que 100% do salário
180 meses.
Contribuinte prejudiquem a saúde do de benefício.
Individual trabalhador durante 15, 20
ou 25 anos.
FONTE: Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/noticias/contribuicao-cidadao-deve-
ficar-atento-aos-valores-da-tabela-de-contribuicao-do-inss-para-2015/>. Acesso em: 10 fev.
2015.
2.5 AUXÍLIO-DOENÇA
O benefício do auxílio-doença pode decorrer de duas situações:
• Doença.
• Acidente de trabalho ou doença do trabalho.
132
TÓPICO 3 | BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
133
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
2.6 AUXÍLIO-ACIDENTE
Quando após a consolidação das lesões decorrentes de acidentes de
qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade
para o trabalho que o segurado exercia habitualmente, será a este concedido
auxílio-acidente como forma de indenização. O pagamento deste benefício é
de competência do INSS, e é entendido como uma forma de compensação pela
redução da capacidade laboral do beneficiário.
134
TÓPICO 3 | BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
Essa situação pode ocorrer, por exemplo, quando o segurado passa por
uma cirurgia em um dos olhos ou no ouvido e, ao receber alta, já está com a
capacidade de trabalho reduzida. Se isso ocorre antes dos 30 dias de afastamento,
ele não terá o auxílio-doença, mas já terá o direito ao auxílio-acidente.
2.7 AUXÍLIO-RECLUSÃO
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu Art.
201, inciso IV, estabelece que o auxílio-reclusão será devido aos dependentes do
segurado de baixa renda.
Assim, não basta ser segurado recolhido à prisão para que seus
dependentes tenham direito a este benefício, precisa ser o segurado de baixa
renda. Ainda Ibrahim (2011, p. 660) destaca que: “não receba remuneração da
empresa [durante a prisão] nem esteja em gozo de auxílio-doença, aposentadoria
ou abono de permanência em serviço [benefício extinto]”. Dispensando carência
para seu recebimento.
135
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
E
IMPORTANT
Este benefício é incompatível com a prisão civil por não pagamento de pensão
alimentícia. Ibrahim (2011, p. 190) entende que não faria sentido receber durante esta prisão,
vez que não cumpriria seu caráter coercitivo “manter o pagamento de benefício para os
dependentes, o que, em alguns casos, poderia servir de incentivo ao próprio descumprimento
da obrigação”.
O Art. 117 do Decreto nº 3.048/99 destaca que o benefício será pago enquanto
o segurado permanecer detento ou recluso. Exigindo-se para tanto que apresente,
de três em três meses, o atestado de que continua preso, assinado por autoridade
competente (§ 1º). Em caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura
do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde que
esteja ainda mantida a qualidade de segurado (§ 2º).
UNI
Por fim, se o segurado vier a falecer durante o período em que está recluso,
seu benefício será convertido em pensão por morte (Art. 118, Decreto nº 3.048/99).
136
TÓPICO 3 | BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
Dependentes do
Recolhimento à 100% do salário de
segurado de baixa Não há.
prisão. benefício.
renda.
FONTE: Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/noticias/contribuicao-cidadao-deve-
ficar-atento-aos-valores-da-tabela-de-contribuicao-do-inss-para-2015/>. Acesso em: 10 fev.
2015.
2.8 SALÁRIO-MATERNIDADE
O salário-maternidade é um benefício que visa à cobertura de encargos
familiares por 120 dias. “Tem por objetivo a substituição da remuneração
da segurada gestante durante os 120 dias de repouso, referentes à licença-
maternidade”. (TAVARES, 2011, p. 173).
Ibrahim (2011, p. 173) esclarece que este benefício não teria natureza
previdenciária, “pois não há necessariamente incapacidade a ser coberta”.
Não estando, portanto, ligado à incapacidade laborativa, inclui-se o salário-
maternidade como benefício previdenciário, por se tratar de encargo familiar
assegurado constitucionalmente.
Hodiernamente, a adotante tem direito ao salário-maternidade (Art. 71-A,
Lei de Benefícios, Lei nº 8.213/91):
137
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
UNI
Lembramos que por força do Art. 7º, inciso XXXIV, da CRFB/88, é vedado
distinguir direitos entre os trabalhadores com vínculo empregatício e os trabalhadores avulsos.
Tavares (2011, p. 176) assevera que este benefício “não pode ser acumulado
com benefício por incapacidade, suspendendo-se este enquanto perceber o
salário-maternidade”.
2.9 SALÁRIO-FAMÍLIA
Este benefício é pago para o segurado empregado e avulso em relação
aos dependentes que possui, não possuindo qualquer período de carência para
início do pagamento. “Cada cota de benefício será relativa ao respectivo número
de filhos ou equiparados” (TAVARES, 2011, p. 179). O assunto encontra amparo
na Lei nº 8.213/91, entre os Artigos 65 a 70 e no RPS, Decreto nº 3.048/99, entre os
Artigos 81 a 92.
138
TÓPICO 3 | BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
I - R$ 37,18 (trinta e sete reais e dezoito centavos) para o segurado com remuneração
mensal não superior a R$ 725,02 (setecentos e vinte e cinco reais e dois centavos);
II - R$ 26,20 (vinte e seis reais e vinte centavos) para o segurado com remuneração
mensal superior a R$ 725,02 (setecentos e vinte e cinco reais e dois centavos) e
igual ou inferior a R$ 1.089,72 (um mil e oitenta e nove reais e setenta e dois
centavos).
139
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
Com a medida, a pensão por morte, por exemplo, passa a ter carência
de 24 meses, ou seja, o benefício só será concedido ao cônjuge, companheiro ou
companheira se o segurado, ao falecer, tiver contribuído com a Previdência Social
por esse período mínimo. Antes, esse benefício não possuía nenhum período de
carência, o beneficiário tinha o direito de receber a pensão a partir de uma única
contribuição mensal do segurado.
Para o caso de filhos que se tornem órfãos de pai e mãe, será acrescida
uma parcela de 10% no valor da pensão por morte, rateada entre todos os filhos.
Nesse caso, o objetivo é garantir maior proteção aos dependentes numa situação de
desamparo provocado pela morte dos pais.
140
TÓPICO 3 | BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
141
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
142
TÓPICO 3 | BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Dalmo Dallari
143
UNIDADE 2 | GARANTIAS PREVIDENCIÁRIAS E SAÚDE DO TRABALHADOR
pode ser determinada pelo local do nascimento ou pela descendência, bem como
por outros fatores, dependendo das leis de cada Estado. Assim, por exemplo, o
Brasil considera seus cidadãos, como regra geral, as pessoas nascidas em território
brasileiro ou que tenham mãe ou pai brasileiro.
144
TÓPICO 3 | BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
145
RESUMO DO TÓPICO 3
146
AUTOATIVIDADE
1 Caio está feliz porque começou a trabalhar hoje na Empresa CX. Contudo,
ao retornar do serviço, sofreu um acidente no trajeto, considerado acidente
de trabalho, está internado, necessitando ficar em repouso por 60 dias.
Esclareça a Caio se ele terá direito ao benefício do auxílio-acidente, uma vez
que ainda não ocorreu nenhuma contribuição para a previdência.
147
148
UNIDADE 3
CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE
CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
DE SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos, sendo que em cada um deles,
além dos conceitos e explanações dos conteúdos, estarão disponíveis ativida-
des que têm por objetivo primordial auxiliá-lo(a) na compreensão e apropria-
ção dos conteúdos.
149
150
UNIDADE 3
TÓPICO 1
APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
1 INTRODUÇÃO
Ao longo da história são encontrados alguns dispositivos que, direta ou
indiretamente, buscam proteger o consumidor. Somente com o surgimento dos
mercados de massa, que a consciência de necessidade de proteção dos direitos
do consumidor começou a se fortalecer. Com a Constituição Federal de 1988 o
Direito do Consumidor foi levado ao nível constitucional e assegurada, através
da promulgação do Código de Defesa do Consumidor como definição de uma
Política Nacional das Relações de Consumo.
151
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
A Constituição da República de 1988 diz ainda no Artigo 150, § 5º: "A lei
determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos
impostos que incidam sobre mercadorias e serviços."
152
TÓPICO 1 | APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
2.4 INFORMAÇÃO
Adotado expressamente pelo Código de Defesa do Consumidor, este
princípio não implica apenas informações sobre o produto ou serviço, igualmente
necessárias, mas, também, quanto aos direitos e deveres enquanto consumidor.
2.5 QUALIDADE
É o princípio que manda incentivar o desenvolvimento de meios eficientes
de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços. O produtor deve
garantir que as mercadorias, além de uma performance adequada aos fins a
que se destinam, tenham duração e confiabilidade. A qualidade não deve se
restringir apenas ao produto e serviço prestado, mas também no atendimento
ao consumidor pela colocação de mecanismos alternativos (viáveis e rápidos) na
solução de conflitos que porventura surjam na relação de consumo.
FONTE: Disponível em: <http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/k219319.pdf>.
Acesso em: 14 maio 2015.
UNI
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TÓPICO 1 | APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
2.8 MERCADO
Este princípio propõe o estudo constante das modificações do mercado
de consumo. Deve haver uma política que privilegie as necessidades de demanda
e não as conveniências da oferta. Produtores e consumidores devem adotar um
conjunto de decisões sobre o que produzir.
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
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TÓPICO 1 | APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Art. 3º [...]
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira,
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
157
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
4.1 PRODUTO
Quando definiu produto, o legislador designou como sendo “qualquer
bem”, podendo este ser “móvel ou imóvel”, e ainda, “material ou imaterial”.
No sentido da lei, bens imóveis são aqueles que se aderem ao solo e tudo
aquilo que lhe for incorporado natural ou artificialmente. Temos como exemplo
de bem imóvel, um terreno ou até mesmo o conjunto do terreno mais uma casa
posta à venda ao consumidor por uma empresa incorporadora.
UNI
4.2 SERVIÇO
O Código de Defesa do Consumidor definiu serviço da forma mais
completa possível. Porém, é importante salientar que a lista apresentada pelo
código é meramente exemplificativa, uma vez que utilizou o pronome “qualquer”,
vejamos:
158
TÓPICO 1 | APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Art.3º [...]
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira,
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
IX - (Vetado);
Por outro lado, para aqueles casos em que o uso do produto defeituoso ou
em face da ausência de informações suficientes e adequadas sobre a utilização do
produto e riscos que ele oferece, vier a causar danos ao consumidor, o fabricante,
o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador são responsáveis
pela sua reparação, independentemente de terem culpa.
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TÓPICO 1 | APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
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TÓPICO 1 | APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
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TÓPICO 1 | APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Com relação a publicidade esta deve ser fácil de entender, clara e adequada
ao produto anunciado. O fornecedor não pode se utilizar da publicidade como
isca para atrair o consumidor. As ofertas devem conter informações verdadeiras,
reais e compatíveis com o produto ou serviços anunciados, pois tudo que estiver
na publicidade deverá ser cumprido e fornecido ao consumidor.
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
166
TÓPICO 1 | APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Mesmo que não haja previsão legal no que diz respeito a uma determinada
prática, ela pode ser enquadrada no contexto como abusiva.
167
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
168
RESUMO DO TÓPICO 1
169
AUTOATIVIDADE
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c) ( ) Não há irregularidade, e as informações complementares podem ser
facilmente buscadas na recepção ou com as atendentes, sendo inviável que
o ordenamento exija que detalhes sejam prestados, todos, no anúncio.
d) ( ) A loja faz publicidade enganosa, que se configura, basicamente, pela
falsidade, total ou parcial, da informação veiculada.
171
172
UNIDADE 3
TÓPICO 2
RESPONSABILIDADE CIVIL
1 INTRODUÇÃO
A responsabilidade civil é um instituto flexível, que vive em mudanças
constantes, sempre se transformando para atender às necessidades que surgem
na coletividade oriundas dos contextos sociais.
Bons estudos!
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
E
IMPORTANT
174
TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE CIVIL
a) A existência de uma ação (fato) seja ela comissiva ou omissiva. Ou seja, uma ação
ou omissão humana ou um fato humano, mas independente da vontade, ou
ainda um fato da natureza, que seja antijurídico, isto é, que não seja permitido
pelo direito (em lei), em si mesmo ou nas suas consequências.
b) Que o fato possa ser imputado a alguém, seja por dever a atuação culposa
da pessoa, seja por simplesmente ter acontecido no decurso de uma atividade
realizada no interesse dela.
d) Que tais danos possam ser juridicamente considerados como causados pelo
ato ou fato praticado, embora em casos excepcionais seja suficiente que o dano
constitua risco próprio da atividade do responsável, sem propriamente ter sido
causado por esta.
UNI
SIGNIFICADO DE DOLO: dolo |ó| (latim dolus, -i, sagacidade, esperteza, manha,
engano, erro, falta)
substantivo masculino
1. Artifício fraudulento.
2. Engano; fraude.
3. [Direito] Intenção ou vontade consciente de cometer ato ilícito ou de violar a lei.
FONTE: “dolo”, in: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013.
Disponível em: <http://www.priberam.pt/dlpo/dolo>. Acesso em: 29 abr. 2015.
176
TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE CIVIL
2.2 DANO
O dano é um dos pressupostos da responsabilidade civil, contratual ou
extracontratual, pois, não poderá haver ação de indenização sem a existência de
um prejuízo. A existência de dano é requisito essencial para a responsabilidade
civil.
Nas palavras de Diniz (2011, p. 80), “o dano pode ser definido como
a lesão (diminuição ou destruição) que, devido a um certo evento, sofre uma
pessoa, contra sua vontade, em qualquer bem ou interesse jurídico, patrimonial
ou moral”.
177
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
a) Dano moral direto: consiste na lesão a um interesse que visa à satisfação ou gozo
de um bem jurídico extrapatrimonial contido nos direitos da personalidade
(como a vida, a integridade corporal e psíquica, a liberdade, a honra, o decoro,
a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria imagem) ou nos atributos
da pessoa (como o nome, a capacidade, o estado de família), abrange ainda a
dignidade da pessoa humana.
178
TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE CIVIL
Alerta ainda Diniz (2011) que não será necessário que o dano resulte
imediatamente do fato que o produziu; basta que se verifique que o dano não
ocorreria se o fato não tivesse acontecido; este poderá não ser a causa imediata,
mas, se for condição para a produção do dano, o agente responderá pela
consequência. Por exemplo: se um indivíduo desordeiro quebrar a vitrine de uma
loja, deverá indenizar o dono não só pelo custo do vidro e sua colocação, mas
se houver o furto de artigos em consequência de seu ato, mesmo sendo dano
indireto, pagará o valor dos artigos furtados.
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
E
IMPORTANT
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TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE CIVIL
e) Por força maior ou por caso fortuito: o caso fortuito e a força maior se
caracterizam pela presença de dois requisitos: o objetivo, que se configura pela
inevitabilidade do evento, e o subjetivo, que é a ausência de culpa na produção
do acontecimento. No caso fortuito e na força maior há sempre um acidente
que produz prejuízo.
2.6 A CULPA
Quando analisamos os elementos que configuram a responsabilidade
subjetiva que é uma das espécies que depreendem o dever de indenizar precisamos
analisar a culpa, utilizando para isso igualmente o art.186 do Código Civil
brasileiro que analisamos acima. Temos dele para que haja o dever de indenizar,
se faz imperioso que o agente causador do dano tenha agido com culpa, ou seja,
por ação ou omissão voluntária, por negligência ou imprudência.
182
TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE CIVIL
UNI
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Art. 37 [...]
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (BRASIL,
2012).
184
TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE CIVIL
No tocante a área criminal temos uma exceção que diz respeito à área
criminal, em que a própria Constituição Federal estabeleceu, como garantia
individual, a regra de que o “Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença” (CF, art. 5º,
LXXV). Nessa hipótese, se o indivíduo é condenado (na esfera penal) em virtude
de sentença que contenha erro judiciário, tem direito, contra o Estado, à reparação
do prejuízo.
185
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
186
TÓPICO 2 | RESPONSABILIDADE CIVIL
E
IMPORTANT
Neste caso, a infração será apurada pela própria Administração Pública, que
deverá instaurar procedimento adequado para este fim, assegurando ao servidor
contraditório e ampla defesa, com meios e recursos a ela inerentes, nos termos do art.
5º, inciso LV, da Constituição de 1988.
6 DIREITO DE REGRESSO
O art. 37, em seu parágrafo 6º da Constituição da República Federativa do
Brasil, descreve a autorização para ação de regresso da Administração Pública/
Poder Público contra o agente que praticou o dano, comprovando-se o dolo ou
culpa do agente público.
2. Que tenha havido culpa ou dolo por parte do agente cuja atuação ocasionou o
dano.
188
RESUMO DO TÓPICO 2
189
AUTOATIVIDADE
190
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
O Código de Defesa do Consumidor também prevê a responsabilização
por danos e prejuízos sofridos pelo consumidor ocorridos em uma relação de
consumo. Você já deve ter entendido que os contratos de saúde e a relação entre
profissionais de saúde, de forma mais específica, o médico e paciente, também é
entendida como uma relação de consumo.
2 RESPONSABILIDADE MÉDICA
A saúde é uma preocupação constante na sociedade desde a Antiguidade.
Contudo, durante muito tempo, a saúde estava ligada diretamente à religião, de
tal modo que os sacerdotes, muitas vezes, se encarregavam de cuidar dos doentes.
Foram necessárias algumas décadas para que o médico assumisse definitivamente
seu papel.
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
o médico não se obriga a obter o resultado a que se propõe, por isso se diz que
a obrigação é de meio. A exceção é para o cirurgião plástico, pois neste caso a
obrigação do médico é de resultado, eis que a cirurgia proposta deve alcançar o
resultado previsto.
192
TÓPICO 3 | RESPONSABILIDADE CIVIL NO EXERCÍCIO DAS PROFISSÕES DA SAÚDE
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
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TÓPICO 3 | RESPONSABILIDADE CIVIL NO EXERCÍCIO DAS PROFISSÕES DA SAÚDE
Deve-se ter clareza é para o fato de que não se pode exigir do hospital que
os atos médicos e de enfermagem sejam praticados sempre com diligência, eis que
“esta é uma obrigação pessoal dos profissionais que atuam no hospital, mas não do
próprio hospital, cuja responsabilidade só emergirá pela teoria da responsabilidade
por ato de terceiro”. (FERRAZ, 2009, p. 107). Esta responsabilidade por ato de
terceiro faz referência à responsabilidade indireta, na qual o hospital, embora
não tenha falhado diretamente na prestação de serviços, responderá pelos atos
imprudentes e negligentes de seus profissionais vinculados.
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
UNI
O Código de Defesa do Consumidor traz um dispositivo legal específico, o art. 6º, VIII, que
trata do direito básico do consumidor a respeito da facilitação da defesa dos seus direitos em
juízo, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil à alegação ou quando for ele hipossuficiente, ou seja, parte mais
fraca segundo as regras ordinárias de experiência.
A inversão do ônus da prova zela pelo princípio da igualdade e garante a efetividade dos
direitos do indivíduo e da coletividade. Tem por finalidade a facilitação dos direitos do
consumidor e se justifica como uma norma dentre tantas outras previstas no Código de
Defesa do Consumidor para garantir o equilíbrio da relação de consumo, frente à supracitada
vulnerabilidade do consumidor.
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TÓPICO 3 | RESPONSABILIDADE CIVIL NO EXERCÍCIO DAS PROFISSÕES DA SAÚDE
UNI
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
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TÓPICO 3 | RESPONSABILIDADE CIVIL NO EXERCÍCIO DAS PROFISSÕES DA SAÚDE
A medicina cirúrgica, por sua vez, que tem por intenção tratar o paciente
após o diagnóstico, é realizada por diversos profissionais (chefe da equipe,
cirurgiões, enfermeiros, instrumentadores, anestesista), fato que traz diretamente
implicações na responsabilidade, a cirurgia se trata também de uma obrigação de
meio.
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UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
UNI
200
TÓPICO 3 | RESPONSABILIDADE CIVIL NO EXERCÍCIO DAS PROFISSÕES DA SAÚDE
LEITURA COMPLEMENTAR
201
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202
TÓPICO 3 | RESPONSABILIDADE CIVIL NO EXERCÍCIO DAS PROFISSÕES DA SAÚDE
203
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TÓPICO 3 | RESPONSABILIDADE CIVIL NO EXERCÍCIO DAS PROFISSÕES DA SAÚDE
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RESUMO DO TÓPICO 3
207
AUTOATIVIDADE
208
REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo
descomplicado. 19. ed. São Paulo: Método, 2011.
AURÉLIO. Dicionário eletrônico: século XXI. Versão 3.0. São Paulo: Nova
Fronteira, 2009.
209
______. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 23
jan. 2015.
210
______. Novo código civil. Dispõe sobre a Lei no 10.406, de 10.01.2002, atualizada
pela Lei n° 10.825, de 22.12.2003, e acompanhada de legislação complementar,
súmulas e índices. São Paulo: Saraiva, 2011.
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do trabalho. 5. ed. São Paulo: Impetus, 2011.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. 10. ed. São Paulo:
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 21. ed. São Paulo:
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DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 25. ed. 2. Tiragem. São
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______. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil. 23. ed. São
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GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: parte geral. 3. ed. São
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VENOSA, Sílvio de Sálvio. Direito civil: responsabilidade civil. 11. ed. São
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______. Direito civil: responsabilidade civil. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008. v. 4.
212